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SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA JORNAL DA SBD – PUBLICAÇÃO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA l VOLUME 21 l N. 3
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CUIDANDO DA PELE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
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SBD ANUNCIA CAMPANHA QUE TEM OBJETIVO DE CONTRIBUIR COM A VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DOS ESPECIALISTAS DA ÁREA EM TODO O PAÍS REALIZAÇÃO: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
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APOIO:
ATO MÉDICO
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO
TECNOLOGIA E DERMATOLOGIA
NAS REDES SOCIAIS, MAS COM BOM-SENSO 04/07/17 5:02 PM
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA www.sbd.org.br
DIRETORIA 2017/2018 PRESIDENTE
JOSÉ ANTONIO SANCHES
VICE-PRESIDENTE
SÉRGIO LUIZ LIRA PALMA
SECRETÁRIO-GERAL
FLÁVIO BARBOSA LUZ
TESOUREIRA
MARIA AUXILIADORA JEUNON SOUSA
1O SECRETÁRIO
HÉLIO AMANTE MIOT
2 SECRETÁRIA
SÍLVIA MARIA SCHMIDT
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JORNAL DA SBD – PUBLICAÇÃO OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
JORNAL DA SBD
Esta é uma publicação bimestral exclusiva para os associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Volume 21 – n. 3 maio – junho de 2017
COORDENADORA MÉDICA DO JORNAL DA SBD
CONSELHO EDITORIAL
Ana Maria Mósca de Cerqueira | RJ
José Antonio Sanches | SP Sérgio Luiz Lira Palma | PE Flávio Barbosa Luz | RJ Maria Auxiliadora Jeunon Sousa | RJ Hélio Amante Miot | SP Sílvia Maria Schmidt | SC
JORNALISTA RESPONSÁVEL Erika Drumond - Reg. MTB 31.383/RJ
REDAÇÃO E EDIÇÃO Erika Drumond
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Nazareno Nogueira de Souza
CONTATO PUBLICITÁRIO Priscila Rudge Simões
A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e colunistas.
Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/18o andar Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20090-003 imprensa@sbd.org.br A emissão do código International Standard Serial Number (ISSN) está em andamento junto ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
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SUMÁRIO
SEÇÕES E COLUNAS EDITORIAL COM O PRESIDENTE 3 UMA GESTÃO FOCADA NA VALORIZAÇÃO DA DERMATOLOGIA SAÚDE PÚBLICA NORMATIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS POR DERMATOLOGISTAS NO SUS
CAPA SBD lança campanha pela valorização da dermatologia e qualidade da saúde no país P.16
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AÇÕES DA DIRETORIA 5 DIRETORIA SE REÚNE COM CHEFES DE SERVIÇO PARA DEFINIÇÃO DE AÇÕES ARTIGO A IMPORTÂNCIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
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TED 2017 NÚMEROS DO TED
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DEFESA PROFISSIONAL 10 LIMINAR DO TRF DEFINE QUE ENFERMEIROS NÃO PODEM REALIZAR PROCEDIMENTOS MÉDICOS ESTÉTICOS OPINIÃO 16 O QUE É IMPORTANTE NA GRADUAÇÃO MÉDICA E NO ENSINO DE RESIDÊNCIA DA DERMATOLOGIA
LEGISLAÇÃO A responsabilidade civil do médico P.10
EVENTOS Encontro oferece programa científico de alto nível P.15 2 JSBD Maio/Junho 2017
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CARREIRA COMO ESTÁ O MERCADO DE TRABALHO PARA O DERMATOLOGISTA DERMATO BAHIA 2017 UM CONGRESSO PARA ALÉM DAS SALAS DE AULA
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9O TERADERM NOVIDADES E ATUALIZAÇÕES NO CAMPO TERAPÊUTICO DA DERMATOLOGIA
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TECNOLOGIA E DERMATOLOGIA NAS REDES SOCIAIS, MAS COM BOM-SENSO
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TECNOLOGIA E POLÍTICA UM ALERTA SOBRE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
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REGIONAIS
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SERVIÇOS CREDENCIADOS
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EDITORIAL COM O PRESIDENTE BIBLIOTECA
José Antonio Sanches Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia 2017/2018
UMA GESTÃO FOCADA NA VALORIZAÇÃO DA DERMATOLOGIA
S
ão muitas as bandeiras de luta da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) no campo de defesa profissional. Institucionalmente, contudo, cremos que estamos vivendo um contínuo amadurecimento enquanto sociedade médica. De acordo com as demandas da sociedade, pode-se iniciar um processo de transformação mais focado em determinada área. Nesse momento, duas de nossas batalhas transformadoras são a defesa profissional e a valorização do médico dermatologista. Entendemos o quanto é importante a participação das mais diversas profissões na abordagem das questões relacionadas à saúde e à doença.Valorizamos e fazemos questão de destacar a importância de cada profissão. Não podemos, entretanto, confundir a abordagem multidisciplinar colaborativa com a invasão do exercício da medicina por parte de determinadas profissões. A execução de atos médicos praticada por profissionais não médicos deve ser fortemente combatida como medida protetora da saúde da coletividade. E isso deveria interessar não só a uma sociedade de especialidade, mas aos mais diversos setores privados e públicos! Quem protegerá o cidadão de seu desconhecimento relacionado ao responsável pela prática de determinado procedimento? Quem corrigirá os eventos deletérios decorrentes de tais atos? Quem pagará por esses custos? Por isso estamos atuando junto com outras especialidades médicas, com os Conselhos Regionais de Medicina, (CRMs) com a Associação Médica Brasileira (AMB) e mesmo com setores do governo responsáveis pela saúde e pelo estabelecimento de normas relativas à formação de profissionais e especialistas. Por essas razões, a valorização profissional do dermatologista continuará sendo tema de diversas ações da SBD no segundo semestre de 2017. Dentre as propostas articula-
das pela Diretoria, que serão desencadeadas em curto prazo, destaca-se a importância de mostrar ao público leigo que o médico que conhece o “órgão pele” em profundidade é o dermatologista. Apenas ele está plenamente capacitado para abordá-lo nas questões relacionadas a prevenção, diagnóstico e tratamento. Devemos persistir nesse trabalho, instruindo a população em relação ao que cabe ao médico dermatologista. Outra ação, relaciona-se à valorização do dermatologista no que tange a seus honorários profissionais advindos da esfera pública e da medicina suplementar. Atualmente, as tabelas que contemplam os pagamentos dos procedimentos dermatológicos estão muito defasadas.Tal fato colabora para o desinteresse pela atuação do dermatologista no Sistema Público de Saúde (SUS) e também na saúde suplementar. Adicionalmente, prosseguiremos com a implementação da entrada na SBD dos profissionais médicos em etapa de especialização. Acreditamos que isso deve sensibilizá-los para uma atenção maior à importância de seu pertencimento a uma Sociedade que os representa como especialistas e nas demandas advindas da população; os legitima como profissionais de excelência; os atende com relação a suas dúvidas; os educa continuadamente nos diversos aspectos do exercício da especialidade; e, inquestionavelmente, os defende! Queremos que o médico residente se sinta acolhido e parte integrante dessa Sociedade que o representará! E não veja a SBD como um órgão de reserva de categoria, que serve apenas para examiná-lo de modo “cruel” para titulá-lo como especialista! Essa medida poderá constituir-se numa janela que o fará perceber ou entender que a SBD somos todos nós, dermatologistas. E que esta Diretoria tão somente os representa.
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DEFESA PROFISSIONAL
NORMATIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS POR DERMATOLOGISTAS NO SUS Quando o documento for aprovado, a dermatologia terá reconhecimento em relação às competências do dermatologista
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m decorrência da evolução da medicina, e em especial da dermatologia, que levou essa especialidade a apresentar atualmente características clínico-cirúrgicas e a executar diversos procedimentos cirúrgicos no Sistema Único de Saúde (SUS) com grande impacto na qualidade de vida de milhares de pessoas, a Diretoria da SBD solicitou uma revisão na tabela Sigtap. Essa tabela é recurso fundamental para a manutenção da estabilidade financeira dos serviços de saúde que prestam atendimento ao SUS. Durante o trabalho, que contou com a atuação do dermatologista e chefe do Serviço de Dermatologia da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, Fábio Francesconi, a entidade identificou que diversos procedimentos realizados por dermatologistas não geram adequada remuneração da instituição cadastrada no SUS, já que o Código Brasileiro de Ocupação (CBO) do dermatologista não está vinculado a procedimentos que são feitos rotineiramente por esses especialistas. “Além de prejudicar a instituição, essa situação também atinge os usuários do SUS por não se permitir que o procedimento seja realizado pelo dermatologista, o que contribui com a demora no atendimento e, consequentemente, na sua pior qualidade”, explica Fábio Francesconi. A fim de otimizar a participação da dermatologia, de permitir que as instituições possam receber pelos procedimentos cirúrgicos realizados por dermatologistas, de melhorar a qualidade de atendimento em diversas doenças em que o dermatologista é especialista, com especial destaque para o câncer da pele, e, principalmente, de beneficiar maior quantidade de usuários do SUS com atendimento especializado, a SBD aponta nessa normatização quais são os procedimentos feitos pelos dermatologistas que não são contemplados no Sigtap, além de identificar situações em que o procedimento
Fábio Francesconi Chefe do Serviço de Dermatologia da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas “ESTAMOS TRABALHANDO PARA MELHORAR A DEFESA PROFISSIONAL DO DERMATOLOGISTA NO SUS, O QUE CONSIDERAMOS SER IMPORTANTE TANTO PARA A ESPECIALIDADE QUANTO PARA A POPULAÇÃO.” poderia contribuir para o tratamento do câncer da pele, mas que o Sigtap não reconhece. Com a aprovação do documento, a dermatologia terá reconhecimento do SUS em relação às competências do dermatologista. “No tratamento do câncer da pele, o SUS vai entender que o dermatologista é um profissional capacitado para o cuidado da doença, incluído o cuidado cirúrgico.Também vamos acrescentar à relação de procedimentos de doenças dermatológicas que antes o SUS não pagava, melhorando a relação do dermatologista no SUS. Isso é fundamental porque mostra que a SBD está defendendo a nossa profissão em diversos âmbitos”, declara Fábio Francesconi. Com constante atuação e presença de profissionais nas diferentes esferas governamentais – prefeituras, estados e governo federal – a SBD fortalece seu trabalho defesa da especialidade. “Também estamos trabalhando para melhorar a defesa profissional do dermatologista no SUS, o que consideramos ser importante tanto para a especialidade quanto para a população”, analisa o secretário-geral da SBD, Flávio Luz. A tabela Sigtap vigente está disponível no site http:// sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp.
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AÇÕES DA DIRETORIA
DIRETORIA DA SBD E CHEFES DE SERVIÇO SE REÚNEM PARA PLANEJAMENTOS FUTUROS
A
Diretoria Executiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizou nesta sexta-feira (23/06), em São Paulo, reunião com a participação dos chefes de Serviços Credenciados da SBD da região sul, além de São Paulo e do Espírito Santo, com objetivo de ouvi-los sobre assuntos ligados à formação profissional, com foco no desenvolvimento do ensino médico em dermatologia e no aprimoramento técnico e científico nos campos de atuação da especialidade. Durante o encontro foram debatidas e elencadas propostas que buscam melhorar a implantação da grade curricular da dermatologia de forma homogênea em todo o país, a educação médica continuada e a formação profissional, além da avaliação do Título de Especialista em Dermatologia (TED). “A implantação da grade curricular mínima deve promover uma maior uniformização e consequente melhoria na capacidade de formação dos Serviços Credenciados. Esse é um objetivo a ser concretizado por essa gestão da SBD”, aponta o presidente da SBD, José Antonio Sanches. Outros temas abordados, incluíram a demografia dos dermatologistas nas regiões do Brasil, a oferta e a demanda de bolsas dos cursos de pós-graduação credenciados e a inserção dos residentes/especializandos e jovens dermatologistas na vida associativa da entidade. “O
estudo sobre a demografia dos dermatologistas no Brasil poderá se tornar uma ferramenta interessante aos jovens especialistas, na colaboração da decisão de onde se fixarem para o exercício da profissão”, complementa. No dia 15 de julho, os dirigentes se reuniram com os chefes de Serviço do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e em 10 de agosto, logo no primeiro dia da XXXVI Jornada Norte Nordeste de Dermatologia, em Belém, será a vez dos Serviços Norte, Nordeste e Centro-Oeste debaterem ideias para os próximos anos.
DIÁLOGO COM OS PRESIDENTES DOS PRÓXIMOS CONGRESSOS
Diretoria da SBD com presidentes dos congressos de 2018, 2019 e 2020
A
Diretoria Executiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) esteve reunida no dia 22 de maio, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, com os presidentes eleitos
dos congressos da sociedade a ocorrer em Curitiba (2018), Rio de Janeiro (2019) e São Paulo (2020), Lilian Ishida, Márcio Serra e Cyro Festa Neto, respectivamente. Entre os assuntos debatidos estavam as sugestões para o Congresso levantadas a partir das manifestações dos associados em grupos de dermatologistas nas redes sociais, que foram repassadas pelos canais oficiais de comunicação para a Diretoria da SBD. Os diretores executivos da SBD aproveitaram para sugerir novos projetos para modernização científica e otimização dos recursos do evento, incluindo aplicativo único e que será atualizado a cada edição do congresso dermatológico, e maior valorização da logomarca da instituição nacional nos projetos de comunicação dos congressos, fortalecendo-lhes a identidade, bem como a da SBD. JSBD
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ARTIGO
A IMPORTÂNCIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO Sergio Palma
Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Membro da Câmara Técnica de Dermatologia do Conselho Federal de Medicina Membro da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD
O
Termo de Consentimento Informado é o documento que visa dar ciência ao paciente, ou a seu responsável legal, dos riscos e consequências do tratamento recomendado pelo profissional médico. Após receber informações e esclarecimentos, ele terá autonomia para decidir sobre a realização ou não do procedimento. De fato, o dever legal de informar e o direito de ser informado são tratados em vários capítulos do nosso ordenamento jurídico, como: Constituição Federal, Código Civil Brasileiro, Código de Ética Médica e Código de Defesa do Consumidor. A questão é tratada pelo Código de Ética Médica (Resolução CFM 1931/2009) em seu Artigo 22:“É vedado ao médico: deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.” Com isso, o Código de Ética Médica preconiza que o médico deve respeitar o princípio da autonomia da vontade do paciente e reconhece como infração ética aquela conduta médica que incorre em executar algum ato médico sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal. Portanto, executar um ato não informado, não esclarecido e sem o consentimento do paciente, salvo em caso de iminente risco de morte, é passível de punição legal. A questão é também tratada pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) em seu artigo 6º, inciso III, e artigo 9º: “São direitos básicos do consumidor: a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.” “O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.” Sobre o uso do Termo de Consentimento Informado pelo médico, o Superior Tribunal de Justiça assim já se manifestou:
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. ART. 14 DO CDC. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. CASO FORTUITO. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. 1. Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam verdadeira obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume verdadeiro compromisso pelo efeito embelezador prometido.2. Nas obrigações de resultado, a responsabilidade do profissional da medicina permanece subjetiva. Cumpre ao médico, contudo, demonstrar que os eventos danosos decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia. 3. Apesar de não prevista expressamente no CDC, a eximente de caso fortuito possui força liberatória e exclui a responsabilidade do cirurgião plástico, pois rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado pelo paciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura do paciente em “termo de consentimento informado”, de maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgir durante o pós-operatório. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (MG, REL. MINISTRA NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, JULGADO EM 19/08/2010, DJE 26/08/2010) Em relação ao não uso do referido Termo, o Superior Tribunal de Justiça também já se ateve em duas oportunidades: RESPONSABILIDADE CIVIL. Hospital. Santa Casa. Consentimento informado. A Santa Casa, apesar de ser instituição sem fins lucrativos, responde solidariamente pelo erro do seu médico, que deixa de cumprir com a obrigação de obter consentimento informado a respeito de cirurgia de risco, da qual resultou a perda da visão da paciente. RECURSO NÃO CONHECIDO. (RJ, REL. MINISTRO RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, JULGADO EM 05/12/2002, DJ 10/02/2003, P. 222) RESPONSABILIDADE CIVIL. Médico. Consentimento informado. A despreocupação do facultativo em obter do paciente seu consentimento informado pode significar – nos casos mais graves – negligência no exercício profissional. As exigências do princípio do consentimento informado devem ser atendidas com maior zelo posto que seu descumprimento que aumenta o risco, ou o dano. RECURSO CONHECIDO. (SP, REL. MINISTRO RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, JULGADO EM 01/10/2002, DJ 18/11/2002, P. 228) Dessa forma, é importante perceber que o Superior Tribunal de Justiça já consolidou o seu entendimento quanto à necessidade do uso do Termo de Consentimento Informado pelo médico, uma vez que, a partir da assinatura desse documento, o paciente confere conhecimento e anuência do risco a que está sendo submetido, evitando ou reduzindo possibilidades de ações judiciais futuras.
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LEGISLAÇÃO
A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO José Alejandro Bullon Assessor jurídico da SBD “É PRIMORDIAL QUE O BOM PROFISSIONAL MÉDICO CONHEÇA AS SUAS LEIS DE REGÊNCIA. NO NOSSO CASO: A LEI DO ATO MÉDICO QUE DESCREVE TODOS OS ATOS PRIVATIVOS DE MÉDICO; O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA; AS RESOLUÇÕES E PARECERES DO CFM E CRM; O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDORES.”
O
Brasil estabelece em sua Constituição federal que todo ofício, ocupação e profissão é livre para ser exercida, ressalvando-se as qualificações que a lei estabelecer. Sendo assim, toda profissão possui um “risco de qualidade” em sua atividade. As profissões liberais, como as de advogados, economistas, jornalistas e médicos, possuem esse risco em alto nível e devem sempre seguir a sua legislação de regência, caso queiram minimizá-lo. Atualmente, a relação médico/paciente é constituída pelo binômio usuário e prestador de serviço. Isso significa que o médico deixou de ter o papel de amigo e conselheiro da família para figurar como um prestador de serviço a ser consumido por aqueles que dele necessitam. Assim, pressupõe-se uma atividade comercial que implica uma responsabilidade e, por isso, estabelece o seu “risco de qualidade”. Geralmente, a responsabilidade civil de qualquer cidadão decorre de ação sua (atividade prestada) que tenha causado algum dano injusto – podendo ser patrimonial ou extrapatrimonial –, sendo a relação de causalidade e dano resultado da sua ação. A responsabilidade civil específica do médico tem como pressuposto o ato médico, praticado com violação a um dever médico, imposto pela lei, pelo costume ou pelo contrato, imputável a título de culpa, causador de um dano injusto, patrimonial ou extrapatrimonial. Tomemos como simples exemplo, corriqueiro, o esquecimento de um material cirúrgico dentro do corpo do paciente. Além dessa responsabilidade por ato próprio, o médico pode responder por ato de outro, ou por fato das coisas que usa a seu serviço, caso se configure uma infração ética. É imperioso destacar a distinção entre duas modalidades de responsabilidade civil aplicada ao médico. Sendo a responsabilidade civil do médico de caráter subjetivo, aquela que requer a comprovação de que o médico incorreu em culpa (negligência, imperícia ou imprudência), é imprescindível que sejam comprovados o dano que tenha causado e a sua conduta. É dizer: se o médico esqueceu o material cirúrgico e isso causou uma hemorragia no paciente, ele agiu
com negligência, fora de seus deveres legais e por isso deverá reparar o dano causado. Todavia, o mesmo raciocínio não se aplica ao hospital ou clínica em que o médico realiza o seu serviço, pois, sendo eles pessoas jurídicas prestadoras de serviços, a sua responsabilidade é objetiva. E, nesse caso, basta apenas a demonstração do dano causado ao paciente. Ressaltamos, ainda, que no caso de procedimentos estéticos a responsabilidade civil do médico (por exemplo, cirurgiões, dermatologistas etc.) é objetiva. Isso porque a atividade do médico nesse caso passa de uma atividade meio, em que o médico garante fazer o possível para ter um resultado, para uma atividade fim, cujo resultado deve ser positivo. Destacamos, assim, que a responsabilidade civil do médico se dará, em resumo, pela prática de um ato médico que gerou dano ao paciente e decorrente de uma violação legal de um dever médico. Não restam dúvidas de que a atividade médica é de alto risco, tanto para quem a pratica quanto para quem dela necessita. O “risco de qualidade” ou “gestão de risco”, porém, compete exclusivamente ao médico em sua prática cotidiana. Sendo assim, é primordial que o bom profissional médico conheça as suas leis de regência. No nosso caso: a Lei do Ato Médico (Lei Federal 12.842/2013) que descreve todos os atos privativos de médico; o Código de Ética Médica; as resoluções e pareceres do CFM e CRM; o Código de Defesa do Consumidor. Essas normas funcionam como um gerenciador do risco de qualidade. Observando-as ao realizar sua atividade, o médico estará protegido, e o seu risco e responsabilidade, delimitados e minimizados. Outrossim, caso ele aja sem essa observância, incorrerá em aproximação de um abismo tão profundo cujas consequências são imensuráveis. Por fim, em todo e qualquer ato médico há o risco de qualidade. Todavia, se o médico agir em cumprimento das normas − e, para isso, deve ser conhecedor delas −, esse risco estará minimizado, e a sua gestão de risco realizada em conformidade com os preceitos legais.
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TÍTULO DE ESPECIALISTA
NÚMEROS DO TED 2017 Aprovações mostram excelente nível dos candidatos, que, em sua maioria, são alunos dos Serviços Credenciados da SBD
O
Exame para obtenção do Título de Especialista em Dermatologia (TED) de 2017 teve número recorde de inscritos − 1.075 candidatos, um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. Quatrocentos e noventa e quatro candidatos foram aprovados nas provas, aplicadas em São Paulo. O resultado, divulgado no fim de abril nos sites da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fundep, organizadora do Exame, agradou. “O índice de aprovação ficou dentro do esperado, uma vez que a maioria dos aprovados foi de candidatos oriundos de Serviços Credenciados pela SBD”, relata o presidente da Comissão de Título de Especialista (TED), Lauro Lourival Filho. Em breve, a SBD irá divulgar números detalhados do Exame. A análise pedagógica da prova feita pela Fundep permitiu aos membros da Comissão avaliar o grau de dificuldade de cada questão e do Exame como um todo. “A análise pedagógica foi de alto nível, inclusive de cada questão, consideran-
do-a fácil, média ou difícil de acordo com o índice de acerto de cada candidato. Isso permitiu concluir que a prova teórica é realmente discriminatória e que a prova teórico-prática tem função adicional neste sentido”, analisa. O processo de avaliação muda anualmente, sempre visando a melhora das provas, e por isso as discussões da Comissão são tão importantes. “A cada ano a Comissão do TED acrescenta novas modificações com o objetivo de aperfeiçoar a prova e torná-la a mais avaliadora e discriminatória possível”, disse Lauro, parabenizando os envolvidos no TED 2017: “A Comissão do TED sempre contou com todo o apoio da SBD. A Fundep é formada por equipe altamente qualificada e experiente nesse tipo de concurso, fazendo com que o TED 2017 tenha transcorrido dentro de absoluta normalidade. De resto, gostaria de parabenizar os aprovados no 51o Exame do TED, que agora são os novos dermatologistas brasileiros, e desejar-lhes boas-vindas ao convívio da nossa SBD”.
EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA
SBD LANÇA CURSO DE EMC DE MICOLOGIA
A
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove a primeira edição do Curso de Educação Médica Continuada (EMC) de Micologia.Trata-se de um curso on-line gratuito de reciclagem direcionado aos residentes dos Serviços Credenciados da SBD e associados, cujo objetivo é capacitar e fornecer conhecimentos em: doenças mais frequentes relacionadas aos fungos: micoses superficiais (dermatofitose, candidíase, pitiriase versicolor), micoses subcutaneas (esporotricose e cromomicose), micoses sistêmicas (paracoccidioidomicose e criptococose), entre outras. O curso é composto pelos módulos básico, intermediário e avançado. “Nesses três níveis teremos tecnologia interativa para aprendizagem, com o uso de vídeos, podcasts com áudios e gamificação/quiz”, explica a coordenadora do projeto e do Departamento de Micologia da SBD, Regina Schechtman. Os participantes interessados terão de fazer um teste para avaliar em que nível se encontram e também para avançar para o nível seguinte. “Importante frisar que o último módulo vai abranger todos os temas abordados anteriormente, sendo
preparatório para prova de Título em Dermatologia, com casos clínicos e atividades constantes durante o projeto”, disse. Entre os módulos do projeto, os aprendizes vão se reunir presencialmente para checagem de conhecimentos, sugestões e dúvidas e uma vez por ano o encontro ocorrerá durante o Congresso Brasileiro de Dermatologia. Esse é um projeto oficial da Diretoria da SBD e de Educação Médica Continuada (EMC) on-line que atende à socilitação de associados visando aplicar os conhecimentos que o dermatologista deve ter nessa área. “O curso vai auxiliar, com conteúdo de boa qualidade à distância, os ensinamentos em micologia nos currículos de graduação e pós-graduação, visto que a área é prioritária de ensino no Brasil, devido à presença de doenças fúngicas em nossa população”, destaca o primeiro secretário da SBD, Hélio Miot. No fim da atividade, o aluno receberá um certificado com a indicação de carga horária e pontos no sistema EMC-D/ SBD. As inscrições estarão abertas a partir do segundo semestre no site da SBD. JSBD
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DEFESA PROFISSIONAL
Acesse o site da SBD e consulte o processo e a decisão judicial.
LIMINAR DO TRF DEFINE QUE ENFERMEIROS NÃO PODEM REALIZAR PROCEDIMENTOS MÉDICOS ESTÉTICOS A decisão, considerada uma importante vitória dos médicos brasileiros em defesa da exclusividade das atividades previstas na Lei no 12.842/2013 (Lei do Ato Médico), atende à ação movida pela SBD, que integra a Comissão Jurídica de Defesa do Ato Médico
A
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) deu mais um passo importante e de vanguarda na defesa tanto da saúde da população quanto das prerrogativas médicas. Por meio de seu Departamento Jurídico, a entidade obteve no dia 10 de maio junto à Justiça Federal do Distrito Federal a suspensão imediata e de âmbito nacional da Resolução no 529/2016 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que permitia aos enfermeiros a abertura de consultórios e a realização de procedimentos privativos dos médicos, como a atuação na área de estética. Além disso, a norma autorizava, por exemplo, que os profissionais executassem diagnósticos mediante “consultas com anamnese para estabelecer o tratamento mais adequado para o paciente”. Os fundamentos jurídicos do pedido judicial da SBD foram pautados nos limites legais de atuação regulamentar dos conselhos profissionais; na Lei do Ato Médico, que define como ato médico a indicação da execução e execução de procedimentos invasivos – sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos; e na defesa da saúde da população, colocada em risco nos casos de atendimento por profissional não médico inabilitado científica e legalmente. A decisão do juiz federal titular da 4a Vara Federal do Distrito Federal que tem efeitos imediatos e ainda é passível de recurso, suspendeu a norma do Cofen por considerar que ao “enfermeiro foram outorgadas atribuições típicas do profissional da medicina, como anamnese e prescrição de tratamento, prescrição e aplicação de substâncias no corpo humano, intervenção no sistema linfático e outras que, em regra e princípio, fogem à alçada dos enfermeiros”. Para o presidente da SBD, José Antonio Sanches, a decisão é consequên-
cia natural de trabalho bem estruturado e responsável de seu Departamento Jurídico da SBD que foi reestruturado “primando pela defesa das prerrogativas profissionais dos médicos dermatologistas e da defesa do ato médico, em consonância com as diretrizes jurídicas estabelecidas pela Comissão Jurídica de Defesa do Ato Médico, criada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)”.
AÇÃO CFO A SBD informa que em relação à aplicação e utilização da toxina botulínica por não médicos, em especial os odontólogos, já existe ação civil pública (n. 001253752.2017.4.01.3400) proposta pela SBCP e AMB, da qual a SBD e CFM foram admitidos como partes interessadas, devido a sua relevância na atuação da defesa do ato médico e da saúde pública. Essa ação, que está em fase inicial, questiona a resolução do CFO que autorizou a utilização desse procedimento aos odontólogos. Após a manifestação do Ministério Público Federal, caberá ao juiz decidir sobre o pedido liminar de suspensão dessa resolução. O Departamento Jurídico da SBD atua cotidianamente no monitoramento dessa e de outras ações judiciais de defesa da saúde pública e das prerrogativas profissionais dos médicos dermatologistas.“Para o sucesso de ações como essas, é imprescindível a colaboração dos associados no encaminhamento das denúncias ao Departamento Jurídico da SBD para embasamento da nossa argumentação: a defesa da saúde pública e do ato médico”, assinala o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma.
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São inúmeros os benefícios dos associados da SBD: acesso gratuito às publicações científicas; jornal institucional; biblioteca virtual; programas de atualização online; inscrições com desconto no Congresso Brasileiro de Dermatologia; orientação jurídica, entre outras. Verifique se seu e-mail está correto e receba todas as informações e orientações da SBD.
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EVENTOS
OS 50 ANOS DO SERVIÇO DE DERMATOLOGIA DE BOTUCATU
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os dias 2 e 3 de junho, o Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp e o Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), com o apoio da SBD Resp, organizaram a 151° Jornada Dermatológica Paulista. O momento também foi de comemoração pelos 50 anos de criação do Serviço.“Tivemos workshops sobre cirurgia e dermatoscopia, palestras sobre melanoma e efeitos adversos de procedimentos cosmiátricos e a apresentação de 17 casos clínicos ao vivo e posterior discussão dos mesmos”, relatou o chefe do Departamento de Dermatologia e Radioterpia – FMB – Unesp, Silvio Alencar Marques.
História – A disciplina de dermatologia foi criada em 1967 pela Dra. Neuza Lima Dillon, que logo intuiu que criar a residência médica (1970 com três vagas, sendo a primeira do interior de São Paulo), ter enfermaria própria (que no seu auge chegou a 16 leitos) e assumir espaço na graduação, eram imprescindíveis para o crescimento. “Hoje com oito docentes, cinco médicos contratados, 14 médicos colaboradores, duas biólogas e duas dentistas, podemos dizer que temos honrado o legado da Dra. Neuza”, completa Silvio Marques. Na oportunidade, foram homenageados pelas contribuições ao Serviço ao longo desses 50 anos os doutores Evandro Rivitti, Carlos Eduardo Cox Cardoso, Ival Peres Rosa, Hamilton Ometto Stolf, Sergio Talarico Filho, Mauro Enokihara, Salomão Krip e Ivander Bastazini.
ENCONTRO OFERECE PROGRAMA CIENTÍFICO DE ALTO NÍVEL Essa será uma boa oportunidade para profissionais se reunirem com colegas e atualizarem conhecimentos com aulas de mestres renomados na área
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o início do mês de agosto (4 e 5), começará a segunda edição do Simpósio Internacional de Cabelos e Unhas, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O encontro, presidido por Bruna Duque Estrada, Roberta Nakamura e Andreia Leverone, será realizado no Rio de Janeiro, e está com as inscrições encerradas. A programação científica foi montada com base nas novas abordagens terapêuticas nesses dois campos da especialidade e na experiência dos palestrantes brasileiros e de três convidados internacionais da Alemanha (Eckart Haneke) e dos Estados Unidos (Antonella Tosti e Maria Hordinsky). Estão previstos cinco cursos pré-congresso: de tricoscopia e de cosmiatria de cabelos e unhas (teóricos); de cirurgia da unha, de transplante capilar e de supercílios (práticos). Na parte teórica,
serão abordados cosméticos em cabelos, dermatoscopia de couro cabeludo e unhas, dermopigmentação de couro cabeludo, cirurgia ungueal e fibromas ungueais, onicopapiloma entre outros. “O programa baseou-se nos temas mais atuais de pesquisa que envolvem as doenças dos cabelos e couro cabeludo e das unhas, tanto em termos científicos quanto em relação à aplicabilidade no dia a dia do dermatologista. O Brasil ocupa hoje posição de destaque internacional nas pesquisas e publicações das doenças dos cabelos e unhas. Para valorizar esse campo e trazer o que há de mais novo, escolhemos os palestrantes em função do seu foco de pesquisa nos Serviços Credenciados ou trabalhos científicos publicados recentemente nessas áreas”, explica Bruna Duque Estrada, do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD. JSBD
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CAPA: VALORIZAÇÃO DA DERMATOLOGIA
SBD LANÇA CAMPANHA PELA VALORIZAÇÃO DA
DERMATOLOGIA E QUALIDADE DA SAÚDE NO PAÍS Objetivo é ampliar o combate ao exercício ilegal da profissão de médico
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Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou em maio campanha para informar e esclarecer a população sobre os riscos e consequências para a saúde ao se submeter a procedimentos com profissionais não médicos e não habilitados. Sob o slogan “Quem cuida da pele é o médico dermatologista”, a ação buscou também ampliar o combate contra ao exercício ilegal da profissão de médico, meta contínua da gestão da SBD na busca pela valorização dos interesses do dermatologista em todos os campos de atuação. Um dos passos para atingir esse objetivo foi a criação de dois personagens para interagir com a população. Em
diversas situações de consultório médico, Dr. e Dra. Pele explicam as complicações e esclarecem dúvidas importantes sem explorar imagens de procedimentos e corpos. De forma lúdica, os personagens engajam a população, com linguagem clara e direta, lembrando da importância do atendimento com um médico especialista. “Os conhecimentos e habilidades imprescindíveis para o exercício da prática médica, em especial o diagnóstico e o tratamento das doenças, são adquiridos apenas por meio de formação específica, ministrada nas faculdades de medicina legalmente estabelecidas. Os médicos são profis-
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CAPA: VALORIZAÇÃO DA DERMATOLOGIA
sionais habilitados e legalmente autorizados para exercer a medicina em sua plenitude. Nossa missão contínua é mostrar isso para a população”, disse o presidente da SBD, José Antonio Sanches. Para o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, o ato médico é imprescindível na perspectiva de garantir melhor atuação no atendimento à saúde. “Nós estamos preocupados com o futuro da assistência à população no país. Nessa campanha, queremos mobilizar a sociedade como um todo, valorizando a formação, o conhecimento e a segurança do acompanhamento do paciente com médico dermatologista nas ações que envolvem a prevenção, promoção e recuperação da saúde e beleza da pele”, explicou. Os personagens dão seu recado, orientando sobre todos os campos da dermatologia: clínica, cirúrgica, sanitária e cosmiátrica (estética) e levantando questões sobre as várias afecções dermatológicas e de alcance social, como, por exemplo, as doenças sexualmente transmissíveis, o câncer da pele e as dermatoses ocupacionais.
POSTS INFORMATIVOS
Os posts mostram o ponto de vista legal, a experi-
ência e capacitação do médico dermatologista e os riscos dos procedimentos. A entidade abordou, por exemplo, o respeito ao Ato Médico (n. 12.842/2013) como um direito de toda a população, destacando as decisões do Judiciário que ressaltam a qualificação e competência do dermatologista para a realização de procedimentos que, nas mãos de profissionais não abalizados, podem expor pacientes a situações de risco, o de vida incluído. “A escolha do tema da campanha de valorização deste ano foi muito feliz. Conseguimos mostrar de forma inteligente os questionamentos percebidos junto aos dermatologistas, desenvolvendo peças que valorizam o trabalho do médico e orientam adequadamente a população sobre como agir”, ressaltou a segunda secretária da SBD, Silvia Schmidt.
NOVA CAMPANHA
A Diretoria estrutura nova campanha de valorização da especialidade para o segundo semestre do ano. Novas peças e mensagens serão divulgadas nas redes, sempre com a intenção de fortalecer a atuação do dermatologista como profissional abalizado para diagnosticar e tratar das doenças da pele, realizar procedimentos estéticos e cirúrgicos, bem como suas complicações. JSBD
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OPINIÃO
O QUE É IMPORTANTE NO ENSINO DA DERMATOLOGIA NA GRADUAÇÃO MÉDICA? Hélio Amante Miot* Primeiro secretário da SBD
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ensino da dermatologia na graduação constitui a primeira e primordial oportunidade de promover a valorização da especialidade entre os colegas, porque os aborda em fase de formação de conceitos. Além disso, pode fomentar o encanto pela especialidade, prospectando talentos que formarão nossa sociedade. Dessa forma, a importância do ensino de graduação precisa ser compreendida no âmbito da especialidade, da escola, do professor, do aluno e da sociedade civil. A abertura de inúmeras escolas médicas aumentou a demanda por docentes que devem estar atentos a sua capacitação pedagógica (quanto ao ensino e à avaliação de habilidades) e à importância do papel que exercem nesse processo. A atual diretriz curricular da medicina (2014) prevê cenários de ensino descentralizados, extra-hospitalares, focados nas doenças prevalentes e nas demandas regionais brasileiras. Essas recomendações precisam ser adequadas ao programa da disciplina, tirando proveito da frequência das queixas dermatológicas (10-30% na atenção básica), endemias brasileiras e intersecção com outras especialidades. A inserção da dermatologia no currículo das escolas médicas no Brasil é bastante heterogênea, desde instituições que possuem departamentos dedicados, com presença em
diferentes momentos do curso e no internato, até escolas com a dermatologia implantada em meio ao programa de clínica médica com número de aulas restrito para abordagem de um conteúdo satisfatório. É, porém, essencial que se conquiste carga horária aceitável para contemplar um programa mínimo de semiologia, doenças prevalentes, endemias e doenças graves. Ainda, a apropriação didática por outras clínicas de condições manejadas pela dermatologia (como sífilis, leishmaniose, hanseníase, micoses subcutâneas, exantemas, urticária, prurido e cirurgia ambulatorial) abre espaço para que a invasão da especialidade seja legitimada pelos futuros colegas. Em detrimento da carga horária restrita, o docente deve ampliar sua penetração junto aos alunos oferecendo atividades extracurriculares, como ligas de dermatologia/ DSTs, iniciação científica e eventos de educação abertos aos alunos da graduação. As aulas práticas devem ser privilegiadas em relação às exposições teóricas, que podem, aliás, ser suplementadas por material audiovisual em mídia virtual. O contato direto com o aluno é oportuno na construção simbólica da especialidade e no reconhecimento das suas competências.
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Da mesma forma que a dermatologia cresceu e evoluiu de uma especialidade com cunho sanitário e infeccioso para uma clínica cirúrgica, cosmiátrica e de importante inserção na clínica médica, seu ensino precisa ser condescendente com todo o potencial de atuação médica do especialista. Devem-se valorizar no programa a semiologia da pele, mucosa, fâneros, aspectos preventivos e a cirurgia dermatológica. Do ponto de vista pedagógico, a dermatologia favorece a motivação pelo aprendizado em função da frequência das dermatoses na prática de atenção geral à saúde, dos recursos didáticos visuais característicos da especialidade, da acessibilidade da pele ao exame direto, à dermatoscopia e à coleta de material para confirmação diagnóstica (por exemplo, histopatologia). Esse conceito de autonomia no processo de diagnóstico e individualidade terapêutica transparece resolutividade e seduz o aluno para o aprendizado. O aluno de graduação médica vem sofrendo uma modificação comportamental própria dos nascidos na transição do milênio (geração Y), o que pode conflitar com o conjunto de expectativas de atitudes e metodologias adotado pelo docente. O acesso multilateral à informação (nem sempre de qualidade), o consumo de material digital, valorização da interatividade, cultura de inclusão, menores restrições morais, busca de conhecimento pronto visando à finalidade em detrimento do conhecimento fundamentado no processo, menor senso de hierarquia e a aversão aos formatos clássicos de ensino baseados na apresentação unilateral de conteúdo são realidades que o docente precisa compreender
e a elas se adaptar para lograr êxito no processo de ensino/ aprendizado. Em contrapartida, apesar da ampliação do pluralismo comportamental, os alunos de graduação continuam jovens, e, portanto, motivados pelo aprendizado contextualizado, com clara finalidade. A discussão tutorada de casos clínicos (presenciais ou como lista de discussão) os envolve no desafio competitivo, sendo oportunidade de explorar o debate sobre as diferentes dimensões da doença dermatológica, como sua associação com comorbidades sistêmicas, prognóstico, limitações físicas e impacto na qualidade de vida. As imagens das dermatoses facilitam a empatia e a sensibilização dos alunos pelas doenças da pele e devem ser usadas ad nauseam no processo educacional. Finalmente, o ensino que visa à formação de médicos capazes de reconhecer dermatoses frequentes ou graves e de tratar as dermatoses da assistência básica impacta na saúde da pele da população, aumenta a resolutividade primária do SUS, favorece diagnósticos precoces em dermatoses potencialmente graves, minimiza iatrogenias, além de valorizar e legitimar o dermatologista como o médico especialista competente para lidar com as diferentes moléstias cutâneas, quer seja de natureza clínica, cirúrgica, hospitalar ou de melhora da qualidade estética. * Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-Unesp) – Botucatu (SP), Brasil.
OPINIÃO
O QUE É IMPORTANTE NO ENSINO DE RESIDÊNCIA EM DERMATOLOGIA? Samira Yarak* Membro da Comissão de Ensino da SBD
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riada pelo Decreto 80.281 (5.09.1977), a residência médica é uma pós-graduação destinada a médicos sob a forma de curso de especialização, que funciona nas instituições de saúde sob orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional, sendo considerada o “padrão ouro” da especialização médica.
A dermatologia é uma das especialidades mais atrativas no Brasil e uma das que mais geram satisfação entre os profissionais. É uma especialidade visual que se fundamenta nas habilidades e no conhecimento do dermatologista com áreas abrangentes da medicina interna, pediatria, patologia, micologia, imunologia, cirurgia e cosmiatria, e cuida das JSBD
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doenças da pele, cabelos e unhas, incluindo a mucosa, como a boca e genitália. O dermatologista utiliza a pele para avaliar o estado de saúde do indivíduo, além de desempenhar papel crítico nas doenças infecciosas, autoimunes, neoplásicas e inflamatórias. De fato, ano após ano, observa-se que o processo de seleção do candidato no programa de residência em dermatologia é relativamente diverso e de difícil acesso. São de grande valor para as prioridades do programa de residência médica em dermatologia, bem como a sua garantia de qualidade, considerar a natureza competitiva para ter acesso à especialidade, a diversidade de programas de residência nos seus critérios de seleção, a promulgação da Lei 12.871 (22.10.2013) e o entendimento da especialidade. Durante o período inicial de treinamento, a medicina interna é essencial, em razão do fato de essa especialidade centrar a sua abordagem na avaliação e compreeensão do doente como um todo. Hoje, a dermatologia é muito ampla e exige que os residentes sejam treinados em cirurgias para dominar certas técnicas, como a dermatoscopia, além de procedimentos terapêuticos, como crioterapia, laser e terapia fotodinâmica. Também é necessário que durante a residência o estudante melhore seu conhecimento em dermatopatologia, imunologia, bem como noções básicas de projeto de pesquisa. A formação na dermatologia cosmiátrica é cada vez mais importante, uma vez que se trata de área de crescente demanda no setor privado e se justifica, já que nos últimos anos, os residentes atribuíram mais importância à obtenção de experiência para o planejamento da carreira. É importante que o residente em dermatologia adquira competências, por meio de conhecimento, habilidades e atitudes, nos diferentes domínios da dermatologia. Cada residente de dermatologia deve receber formação na dermatologia clínica (base da especialidade) e cirúrgica, dermatopatologia, micologia, cosmiatria para garantir que ele seja capaz de continuar a desenvolver profissionalmente mais tarde, já que oportunidades de aprendizagem estão dis-
poníveis, devido às melhorias tecnológicas na obtenção de informações. Nesse contexto, os componentes educacionais importantes no currículo dos residentes em dermatologia são: aulas teóricas das diferentes áreas da especialidade e de ciências básicas com associação de diferentes metodologias pedagógicas (formal ou clássica, problematização e problem based learning), ministradas ou geridas por corpo docente qualificado tanto na especialidade como em metodologia de ensino.Treinamento prático (hands on) com base em evidências e na experiência do mentor qualificado no atendimento ambulatorial e/ou hospitalar de pacientes nas respectivas áreas (clínica, cirúrgica e outras), além de sessões de slides para treinamento das caraterísticas morfológicas e clube da revista para avaliação crítica da literatura. O treinamento em ética e o profissionalismo também são essenciais para a prática médica, bem como o tempo para estudo independente. Deve fazer parte da vida do residente o código de conduta, que se baseia na ética do trabalho árduo, paixão pelo trabalho bem feito, integridade pessoal e responsabilidade. E não importa o tempo, a aprendizagem foi e essencialmente sempre será com base na experiência clínica: quanto mais pacientes melhor! As dificuldades devem ser superadas, e professores/mentores servem para fortalecer a nossa especialidade e precisam ser valorizados e incentivados pelas instituições, seus pares e estudantes com treinamentos e estrutura definida na carreira, que muitas vezes não inclui promoções e nem é recompensada adequadamente. O futuro da dermatologia reside no nosso programa de residência, e os residentes são as partes mais interessadas no processo de formação, fornecendo o feedback e articulando preferências e valores para inovações no currículo. * Professora adjunta e coordenadora da Graduação - Departamento de Dermatologia da Unifesp-EPM. Membro da comissão de exames da residência médica e do núcleo docente estruturante - Unifesp -EPM. Vice-coordenadora da Mobilidade acadêmica - Unifesp -EPM.
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CARREIRA
COMO ESTÁ O MERCADO DE TRABALHO PARA O DERMATOLOGISTA? Maiores despesas de consultório são os custos com funcionários e gastos com materiais cirúrgicos
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classe médica vem crescendo de maneira exponencial nas últimas décadas, em especial na dermatologia. De acordo com a Pesquisa Demográfica Médica no Brasil, realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2015, a dermatologia ocupa o 12o lugar em número de médicos especialistas, com 6.883 dermatologistas, com idade média de 45 anos. Como andam, porém, as diversas possibilidades de inserção desses médicos no mercado de trabalho? Cerca de 70% dos médicos que trabalham em consultórios já possuem carreira consolidada. Segundo dados do CFM, 75% mantêm vínculos com convênios. Nesse caso, o médico recebe um valor predeterminado pela empresa pelo atendimento de pacientes credenciados a ela, com a vantagem de garantir uma clientela, evitando prejuízos pela falta de pacientes.“Notamos que o atendimento diminuiu um pouco, mas não acredito que o motivo seja apenas a atuação de não médicos na nossa especialidade. Infelizmente, com a crise atual, muitas pessoas têm perdido plano de saúde e/ou estão com a renda menor”, afirma a dermatologista carioca Juliany Lima, de 33 anos. As maiores desvantagens da associação de médico e convênio residem no fato de que o profissional fica subordinado aos interesses da empresa, tais como tabelamentos dos valores de consulta e exigências burocráticas. Como consequência, há um nivelamento dos profissionais e diminuição da autonomia médica. “Além de ficarmos reféns dos honorários, os pacientes ficam mais vinculados ao convênio do que ao próprio médico, se o médico sai do convênios muitos pacientes mudam de médico”, considera Juliany. Por ser segmento com médicos mais experientes, a faixa etária de médicos que não atendem pacientes de planos de saúde tende ser mais elevada; é também um recorte reduzido e privilegiado da profissão; o médico proprietário é aquele que exerce tanto a função de empregador quanto a de trabalhador. O fato de quase 80% dos médicos empresários, ainda segundo o CFM, terem menos de 50 anos permite concluir que se trata de fenômeno relativamente atual. A continuidade ao empreendimento familiar também é observada, e cerca de 50% desses empresários possuem pais ou parentes médicos. Formada em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com residência em medicina interna e
Fátima Sertório
Juliany Lima
dermatologia, ambas no HCPA, a dermatologista Fátima Sertório, ressalta que há espaço para quem queira trabalhar, porém, o profissional precisa ser especialista dentro da área em que atua. “Já estou no mercado desde 1998 e devo dizer que não sinto interferência na minha prática por não médicos, pois o perfil de paciente que opta pelo meu trabalho não o faria com não especialistas e não médicos.Tenho muito cuidado em manter uma linha ética de trabalho, fazendo questão de distinguir o meu diferencial como médica. Por exemplo, não faço procedimentos estéticos sem avaliação inicial extremamente rigorosa. O paciente passa por questionário clínico que inclui as doenças que apresenta, medicamentos que usa. Além disso, ele recebe um planejamento de tratamento que inclui os cuidados que fará em casa e os procedimentos complementares que pode fazer. Claramente o que percebemos é o maior número de complicações dos procedimentos feitos por não médicos, porque, além das complicações previsíveis que eles não sabem tratar, há ainda as complicações advindas de má prática”, salienta.
CRISE E CUSTOS
A crise só não se agravou até os dias atuais porque a classe médica também vem atuando de forma multiempregatícia. A atividade de docência é um dos setores compreendidos nesse vínculo multiempregatício. Cerca de 16% dos médicos indicam ter dedicação parcial à medicina, entre elas a docência. Carlos Bruno Fernandes Lima, professor de medicina na maior instituição de ensino privada do Norte-Nordeste, a Universidade Potiguar, onde ministra aulas de dermatologia pediátrica, dermatologia básica e medicina geral – que engloba discussão de casos em medicina interna, bioética, direito médico –, afirma que “a crise afetou quem terminou a residência médica nessa década pela defasagem do valor das consultas, baixa remuneração na saúde suplementar e consequente dificuldade financeira da população. Isso termina em vínculos em múltiplos empregos, o que sobrecarrega o dia a dia e traz sérios danos na qualidade de vida”. Segundo os entrevistados, entre os itens que afetam mais as despesas de consultório, estão os custos com funcionários e gastos com materiais cirúrgicos. JSBD
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UM CONGRESSO PARA ALÉM DAS SALAS DE AULA O associado da SBD está acostumado a participar de ótimos eventos científicos e o Dermato Bahia não será diferente. A programação do congresso inclui a realização de várias atividades de responsabilidade social voltadas para pescadores, albinos e crianças
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á mais de dois anos, a equipe capitaneada pelo dermatologista Paulo Machado começava a se reunir para iniciar os trabalhos do 72 o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Após 17 anos desde o último CSBD na Bahia, era consenso da Comissão Organizadora preparar um congresso inesquecível em todos os sentidos, começando pela excelência científica, mas também tendo muito cuidado com as outras áreas. “Para ser um encontro diferenciado, a Comissão pensou em todos os detalhes para realizar um congresso que perpasse as paredes dos auditórios. As ações de responsabilidade social são um exemplo disso e refletem a necessidade de estar em sintonia com os desafios de um país imerso em contradições e desigualdades sociais que repercutem intensamente na saúde do povo”, disse Paulo Machado. Esse trabalho teve início em maio, quando centenas de pescadores e marisqueiras de Arembepe (Z-14) e Itapuã (Z-6) assistiram à palestra “Animais dos mares e rios que podem ferir pescadores e seus familiares: o que fazer na hora do acidente?”, proferida pelo dermatologista Vidal Haddad Jr., professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Unesp e responsável pelo projeto Pescadores do Brasil. O encontro teve o apoio da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Bahia (Fepesba) e reuniu dezenas de famílias da região que vivem da pesca e da atividade de mariscagem. No encontro,Vidal esclareceu pescadores e seus familiares sobre medidas de primeiros socorros e de prevenção de ferimentos, envenenamentos e infecções causadas por acidentes com animais marinhos em seu cotidiano. “Procurei orientá-los para que saibam o que fazer na hora dos acidentes, muitos deles dolorosos, alguns até insuportáveis. Desenvolvemos alguns métodos muito im-
Vidal Haddad Jr., responsável pelo projeto Pescadores do Brasil
Paulo Machado (centro) celebra o sucesso do evento e destaca que até setembro serão promovidas outras importantes ações da Comissão de Ação Social
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MAIS RESPONSABILIDADE SOCIAL
A Comissão de Ação Social, coordenada pelas doutoras Ana Cristina Guerra Sousa, Marta Conceição Oliveira e Nadjane de Paula estão à frente de outras atividades, entre elas: • p alestra sobre as dermatoses mais prevalentes para o grupo de mulheres que fazem parte da Cooperativa de Artesanato de Trança do Tupinambá (Copartt) e marisqueiras da comunidade de Sauípe, no dia 13 de julho;
Carolina Marçon e Marcus Maia, coordenadores do Programa Pró-albino da SBD, participaram do encontro ministrando aulas
portantes, sem a necessidade de orientação médica, em que a pessoa pode autoaplicar no local, como a água quente para tirar a dor de acidente de peixe, água gelada do mar com vinagre para acidentes com as águas-vivas e caravelas. E também forneci esclarecimentos para evitar infecção”, informou. Em junho, centenas de albinos lotaram o auditório da Faculdade da Cidade (Comércio), em Salvador, para participar no evento “Albinismo – além do que se vê”, promovido pela SBD, Associação de Pessoas com Albinismo na Bahia (Apalba) e Congresso Dermato Bahia 2017. O evento antecipou o Dia Mundial de Conscientização do Albinismo, celebrado em 13 de junho. O presidente do Dermato Bahia, Paulo Machado, disse que “o encontro reforçou as relações entre os albinos e a SBD, sem esquecer a importância de uma abordagem multidisciplinar”. A Bahia é um dos estados brasileiros que concentram maior número de albinos e conta com inúmeros profissionais médicos, das mais diferentes especialidades, preparados para os cuidados que os portadores demandam. Alguns deles foram representados no evento pelas palestrantes e doutoras Shirley Cristina Moreira (dermatologista); Lília Maria de Azevedo Moreira (geneticista); e Ludmila Freitas de Almeida (oftalmologista); além do coordenador do Programa Pró-albino da SBD, Marcus Maia, que destacou em sua palestra a importância da prevenção e orientação profissional dos
• n esse mesmo dia, ação junto à Escola Meninos do Porto (crianças de três a cinco anos) em parceria com o Instituto Berimbau, com doação de brinquedos, material didático e computador; • s eminários sobre câncer cutâneo e hanseníase para profissionais de saúde do estado da Bahia, do programa Saúde da Família, em agosto; • palestras educativas para os profissionais e familiares do Projeto Tamar; • c oleta seletiva e reciclagem de lixo em parceria com a Verdecoop durante o CSBD.
albinos e da dermatologista Carolina Marçon, também do Programa Pró-albino da SBD, enriquecendo o aprendizado do público com a aula “O albinismo e a pele”. Para levar música e descontração, o grupo Pagode da Galera Albina apresentou pockets-shows na abertura e no intervalo das apresentações. Após os debates sobre os diferentes temas, houve sorteios de brindes e a apresentação de um depoimento em vídeo do embaixador da SBD e músico Hermeto Pascoal. “Eu gosto muito da minha cor, eu acho que ela que me influencia para fazer muitas coisas. Nunca senti preconceito, porque quem sente preconceito não se sente feliz com si próprio. Os momentos que são aparentemente mais difíceis, para mim são os mais maravilhosos. Porque são a provação. O mundo é provação, meu amigo”. JSBD
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CONHEÇA OS CONVIDADOS ESTRANGEIROS CONFIRMADOS: BRUCE HARRIS THIERS Importante nome das dermatologias americana e mundial. É professor emérito do Departamento de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica da Universidade de Medicina da Carolina do Sul. Editor-chefe do JAAD desde 2008, é também consultor e editor do Dermatologic Clinics. Foi vice-presidente da AAD, de cujo corpo de diretores faz parte. Sua área de expertise é terapêutica dermatológica com especial interesse em psoríase, linfomas cutâneos T e câncer cutâneo no geral. DIANE BAKER Membro do corpo docente do Departamento de Dermatologia da Oregon Health Science University, em Portland, e ex-presidente da American Academy of Dermatology (AAD), abordará os temas “Guidelines for diagnosis and treatment of chronic spontaneous urticaria”, “Autoinflammatory syndromes − a synopsis” e “Omalizumabe”. FRANCISCO BRAVO PUCCIO Professor-associado de dermatologia e dermatopatologia na Universidade Peruana Cayetano Heredia. Tem grande experiência e muitas publicações na área de dermatologia infecciosa, especialmente HTLV-1, doenças parasitárias migratórias, dermatoses relacionadas ao EBV, entre outras. Fará as apresentações “HTLV-1 – a experiência peruana”, “Dermatoses parasitárias migratórias – a importância na dermatologia”, além de participações em simpósios. GIOVANNI PELLACANI Professor de dermatologia da Universidade de Modena e Reggio Emilia. Presidente do próximo Congresso Mundial de Dermatologia, que ocorrerá em Milão, em
2019. Reúne grande produção científica em dermatoscopia e microscopia confocal no diagnóstico e avaliação de lesões melanocíticas e não melanocíticas, com destaque para o diagnóstico de melanoma e outros cânceres cutâneos. JEAN-FRANÇOIS NICOLAS Uma das maiores autoridades das dermatologias francesa e mundial, principalmente na área de imunologia e alergia. Chefe do Serviço de Alergia e Imunologia da Universidade de Lyon-Sul. Tem grande produção científica e experiência didática, formando muitos dermatologistas e pesquisadores. Destaca-se seu conhecimento em dermatite atópica, eczemas e imunoterapia. Desenvolve pesquisas com enfoque principal em imunodermatologia, farmacodermias e fisiopatogenia da inflamação cutânea. JOHN E. HARRIS Professor do Departamento de Medicina da Universidade de Massachusetts em Worcester, MA. Um dos maiores nomes mundiais em vitiligo no momento. Dirige o Vitiligo Clinic and Research Center, onde, com sua equipe, acompanha pacientes e desenvolve pesquisas na área com foco em novos tratamentos. Autor de inúmeras publicações e capítulos de livro sobre vitiligo e outras áreas. JOHN HAWK Foi chefe do Serviço de Fotobiologia do St John’s Institute of Dermatology, King’s College and Guy’s and St Thomas’ Hospital, em Londres. Responsável por inúmeras publicações, incluindo o capítulo de fototerapia do livro-texto de dermatologia (Rook’s). Atualmente clinica, escreve e pesquisa nessa área com grande experiência em tratamento de eczema, pso-
Além dos estrangeiros estarão presentes consagrados colegas de vários estados brasileiros. A programação científica detalhada já está disponível no site oficial do evento: www.dermatobahia2017.com.br. 22 JSBD Maio/Junho 2017
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CIRURGIA MICROGRÁFICA
ríase, vitiligo e outras doenças responsivas à fototerapia ou relacionadas à exposição solar. JULIE POWELL É presidente da Associação Canadense de Dermatologia e diretora da Dermatologia Pediátrica no Centre Hospitalier Universitaire Sainte-Justine, em Montreal. Destacam-se sua experiência e sua produtividade científica em anomalias vasculares da infância. MERETE HAEDERSDAL É professora da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca. Cientista visitante do Welman Center for Photomedicine do Massachusetts General Hospital (Harvard Medical School) com o projeto “Laser-Assisted Drug Delivery”. Tem inúmeras publicações em vários países, assim como apresentações. Seu foco maior de interesse e atuação é na área de laser, e tem muita experiência com laser fraccional associado com drug delivery, terapia fotodinâmica e tratamento de câncer cutâneo com light-based devices. MARTIN SANGUEZA Renomado dermatopatologista de La Paz, Bolívia, e autor de muitas publicações em melanoma, nevos, prurigo e diversas áreas da dermatopatologia. Fará no DermatoBahia 2017 apresentações sobre Epstein-Barr vírus e pele, vasculites e correlação clinicopatológica. ROGER PRADINAUD Está entre os pioneiros no diagnóstico e tratamento das micobacterioses não tuberculosas no continente americano, diagnóstico e tratamento da leishmaniose com pentamidina, investigação da doença de Jorge Lobo, e importantes estudos relacionados às manifestações cutâneas da Aids.
FÓRUM DE CERTIFICAÇÃO DA CIRURGIA MICROGRÁFICA DEFINE DOCUMENTO QUE RESPALDA DERMATOLOGISTAS PARA A
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REALIZAÇÃO DA TÉCNICA
Grupo de Trabalho para Certificação em Cirurgia Micrográfica de Mohs da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), se reuniu na sede da entidade, no dia 29 de maio, para a elaboração de documento que respalde a prática de dermatologistas preparados para executar a técnica. O texto foi apreciado e aperfeiçoado no dia 15 de junho, no Fórum de Certificação, ocorrido durante o 29º Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), em São Paulo. A certificação será efetivada após submissão ao Conselho Deliberativo da SBD, em setembro. “A certificação é um importante passo para facilitar o acesso à população dessa técnica, aumentando a resolutividade dos casos de câncer da pele no Brasil”, disse Flávio Luz, secretário-geral e coordenador do projeto para a Certificação da Cirurgia Micrográfica de Mohs da SBD. Embora considerada o padrão-ouro para a maior parte dos cânceres da pele, a cirurgia micrográfica de Mohs ainda é pouco realizada no Brasil. Para a realização da técnica, o cirurgião micrográfico deve conhecer a oncologia cutânea, cirurgia dermatológica, dermatopatologia tumoral e histotécnica aplicada. Estiveram presentes no Fórum, os dermatologistas Flávio Luz (secretário-geral da SBD); Glaysson Tassara e o Luiz Fernando Fleury Júnior (coordenadores do Departamento de Cirurgia Micrográfica); Sérgio Palma (vice-presidente da SBD); e Silvia Schmidt (segunda secretária da SBD).
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1O SIMPÓSIO NACIONAL DE IMUNOBIOLÓGICOS E 9O SIMPÓSIO NACIONAL DE PSORÍASE DA SBD
MAIS DE 400 ESPECIALISTAS EM SÃO PAULO
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specialistas em psoríase reuniram-se no dia 4 de maio, em São Paulo, para debater o diagnóstico, avanços e tratamentos relacionados à doença. Com programa científico abrangente, o 1o Simpósio Nacional de Imunobiológicos da SBD, ocorrido simultaneamente ao 9o Simpósio Nacional de Psoríase, abordou temas como os princípios básicos dos imunobiológicos, a política para obtenção de biológicos, biossimilares, artrite psoriásica, novas drogas, fototerapia, entre outros. Os coordenadores do evento, Caio Cesar Silva de Castro e Paulo Ricardo Criado destacaram como ponto alto as novas indicações e novas drogas imunobiológicas para doenças dermatológicas. “Além da psoríase, atualmente vemos que o clínico está mais interessado na busca de novos tratamentos para doenças como urticária, linfoma, dermatite atópica etc. Dessa maneira, considero esse um assunto importante debatido pelos especialistas.” Ao fazer uma avaliação do encontro, o dermatologista André Carvalho frisou que os simpósios cumpriram com o propósito de auxiliar o associado a sedimentar conhecimentos e aprender novos por meio da troca de informações entre moderadores e palestrantes. “Foi um sucesso do ponto de vista científico, e impressionou a quantidade de palestras de alto nível. Eu gostaria de parabenizar a SBD por incluir o 1o Simpósio Nacional de Imunobiológicos na programação do 9o Simpósio Nacional de Psoríase, porque isso acrescenta à nossa especialidade informações úteis sobre uma terapia tão importante para a dermatologia”, ponderou.
IMUNOBIOLÓGICOS
Coordenado por Gladys Martins, o bloco “Introdução aos imunobiológicos” sintetizou bem a importância dessas novas modalidades terapêuticas, suas características e seus aspectos práticos. “Indubitavelmente, a engenharia genética e a biologia molecular trouxeram enorme contribuição ao estudo da psoríase e, consequentemente, têm viabilizado essa nova geração de medicamentos, de terapias-alvo. Além
Fotos: Adriana Ranalli
dos medicamentos com ação contra o fator de necrose tumoral alfa (anti-TNF), estão sendo produzidos imunobiológicos direcionados contra a interleucina 17(IL-17) e, mais recentemente, contra a interleucina 23 (IL-23)”, informa Gladys. Segundo Ricardo Romiti, essas drogas vão melhorar muito a qualidade de vida e o bem-estar desses pacientes. “Elas têm excelente perfil de eficácia no controle da psoríase e são aparentemente muito seguras no manejo da doença.” Nesse mesmo bloco, o coordenador do ambulatório de psoríase do Hospital das Clínicas da USP, Marcelo Arnone, discutiu a política de obtenção dos biológicos em geral, realçando a necessidade de revisão e incorporação dos imunobiológicos no protocolo para tratamento da psoríase do Ministério da Saúde (MS). “Trata-se de questão complexa, que encontra forte resistência por parte de gestores, uma vez que o governo investe milhões de reais na aquisição dos medicamentos”, considera Gladys Martins.
FOTOTERAPIA
A coordenadora do Departamento de Fotobiologia da SBD, Ivonise Follador, frisou a importância de se ter câmaras nos Serviços Credenciados de todo o Brasil, além do treinamento específico dos residentes com os chefes de Serviço responsáveis. “A fototerapia é um tratamento que não pode ser deixado de lado e em termos de custo é muito mais barata que os imunobiológicos. É importante para o tratamento da psoríase moderada a grave e até para tratamentos localizados, como de mãos e pés. Importante também que pacientes usuários do SUS tenham mais acesso a esses tratamentos que vão completar o tratamento tópico ou mesmo a medicação sistêmica”, analisa. Realizado na véspera do 9o Teraderm da SBD, o encontro teve cerca de 400 participantes, muitos deles de fora de São Paulo, que puderam desfrutar, além das aulas e discussões de casos clínicos, da presença de palestrantes de diferentes Serviços da SBD, que são referência na área.
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9O TERADERM DA SBD
9O TERADERM DA SBD TRAZ NOVIDADES E ATUALIZAÇÕES NO CAMPO TERAPÊUTICO DA DERMATOLOGIA
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cidade de São Paulo sediou, pela nona vez, o Teraderm da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), entre 5 e 6 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca, com a presença de cerca de dois mil participantes. No discurso de abertura, o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, comentou a importância do encontro, consolidado no calendário da dermatologia brasileira, destacando que o aprimoramento técnico-científico continuado dos médicos especialistas é o melhor caminho para a valorização da profissão e para uma assistência de qualidade à saúde dos cidadãos. Entre as temáticas abordadas figuraram a fotoproteção; biológicos (uso além da psoríase); melanoma; evoluções inestésicas de tratamentos estéticos, manejo da dengue, zika; HPV e zóster; dermatoses com indicação de fototerapia; toxina botulínica, entre outros. O presidente da SBD-Resp, Ricardo Shiratsu, comentou o pleno êxito do Teraderm. “É um evento objetivo, com foco em manter atualizado o dermatologista em geral e também fomentar o crescimento dos residentes. O público tem a oportunidade de discutir com os palestrantes sobre todos os temas, promovendo maior sinergia entre os participantes. Essa é a marca do Teraderm, cuja fórmula foi muito bem estabelecida pela Comissão Organizadora, com palestras curtas em formato de talk-show e ênfase no debate”, comentou o dermatologista Ricardo Shiratsu, um dos coordenadores do evento ao lado de Clarisse Zaitz, Flavia Bittencourt e Jayme Oliveira Filho (foto). JSBD
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9O TERADERM DA SBD
No encerramento do encontro, o presidente da SBD, José Antonio Sanches, ressaltou o sucesso do Teraderm e disse ser ótima a sensação de perceber que a especialidade está sendo engrandecida por jovens talentos, que inquestionavelmente enriquecem a dermatologia brasileira
Um momento de destaque foi o do bloco “Evoluções inestéticas de procedimentos estéticos”, coordenado por Marcia Cristina Linhares, em que os especialistas discutiram diversos tipos de complicações causados por preenchimentos, muitas vezes realizados por não médicos.“O assunto alerta para o fato de que mais importante do que fazer o preenchimento é saber conduzir e tratar a complicação. O paciente acaba recorrendo ao médico especialista, que é o dermatologista, para tratar a complicação, que pode surgir até mesmo alguns anos depois da realização do procedimento”, observou a médica. Ela explicou também que um exame simples como a ultrassonografia do local afetado define o tipo de preenchedor que foi utilizado no paciente e norteia o melhor tratamento a ser conduzido para a resolução da complicação. Já o tratamento multidisciplinar do melanoma foi ressaltado pelo coordenador do bloco, Carlos Barcauí. “A dermatologia tem muito a aprender com a oncologia clínica, com os cirurgiões oncológicos e com o médico dermatologista que está mais habituado a lidar com o melanoma”, frisou. No bloco “Complicações de cirurgias de consultório” os especialistas reforçaram o quanto a dermatologia avançou na cirurgia dermatológica, com técnicas mais eficazes e completas para a correção, melhora estética e diagnóstico de lesões de pele. “Estamos vivenciando uma fase mais madura na cirurgia dermatológica, que está sa-
bendo lidar com as possíveis complicações pós-operatórias”, avaliou o dermatologista Érico Pampado, que ministrou aula sobre lipoaspiração. A dermatologista Roberta Buense, coordenadora do bloco “Dermatoses com indicação de fototerapia”, afirmou que a técnica é uma “modalidade terapêutica eficaz e segura com indicação em muitas dermatoses crônicas, inflamatórias, na qual o controle do quadro traz grande benefício ao paciente, melhorando em todos os aspectos sua qualidade de vida”. No bloco “HPV e zóster”, a dermatologista Tatiane Curi falou sobre a vacina de vírus vivo atenuado para prevenir o aparecimento de herpes-zóster. “Não existem contraindicações como paciente imunossuprimidos, transplantados e com algumas doenças neoplásicas, entre outras. A desvantagem é ter a eficácia diminuída com o passar da idade, por isso é aprovada para adultos imunocompetentes a partir dos 50 anos e indicada a partir dos 60 anos”, explicou. Além da qualidade científica comprovada há nove anos, o Teraderm é uma oportunidade para os dermatologistas travarem contato com profissionais experientes em suas áreas. “É um evento interessante, tradicional, e participar desta edição me deixa honrado. As aulas foram muito bem conduzidas e organizadas”, salienta o dermatologista Alexandre Gripp, que participou da mesa “Dermatologia hospitalar (manejo do paciente)”. A edição do ano que vem do Teraderm ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro.
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TECNOLOGIA E DERMATOLOGIA
NAS REDES SOCIAIS, MAS COM BOM-SENSO Com as novas tecnologias, médicos encontram excelente oportunidade de fortalecer o contato com seus pacientes, porém é preciso que o profissional tenha parcimônia no seu uso e respeite as regras estabelecidas Atenção ao comportamento profissional nas redes sociais
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SBD apoia o uso responsável das ferramentas de comunicação on-line, pois reconhece os benefícios profissionais, institucionais e sociais da atuação dos médicos nessas mídias. No entanto, a entidade reforça a importância do cuidado com o tipo de conteúdo compartilhado e com as palavras usadas. A resolução 2.126/2015 do Conselho Federal de Medicina (CFM) define como deve ser o comportamento dos médicos nas redes sociais e proíbe algumas condutas, como a divulgação de técnicas não consideradas válidas. As regras têm como objetivo promover parâmetros “saudáveis” para que os médicos possam usar as ferramentas sem desvirtuar os princípios da prática médica. Veja as principais regras estabelecidas e algumas orientações no banner ao lado. JSBD
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TECNOLOGIA TECNOLOGIAEEDERMATOLOGIA POLÍTICA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO DERMATOLOGISTA NAS REDES SOCIAIS
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s mídias sociais podem e devem ser ocupadas pelos médicos dermatologistas. A melhor maneira de fazer isso, sem dúvida, é com qualidade profissional. Então, ter uma identidade visual contratada e criar uma marca do seu consultório ou clínica é o primeiro passo a ser dado. O médico deve evitar usar fotos não profissionais e de maneira amadora nas mídias sociais, porque o leigo costuma misturar a qualidade do que visualiza com a qualidade da atuação profissional do médico; o especialista que apresenta fotos mal iluminadas ou logotipos aparentemente precários, também pode ser confundido com o profissional que presta serviço precário. A geraçãoY, a chamada geração do milênio ou geração da internet, usa as mídias sociais como ferramenta de busca de endereço, telefone ou outras formas de contato, quando quer agendar uma consulta. Logo, é interessante, e simples!, estar presente ao menos com sua identidade visual numa página criada por você e contenha as maneiras de contactar seu consultório com agendamento; aliás, via Whatsapp, também. São ferramentas importantes que não demandam muitas atualizações e se fazem necessárias para cada profissional hoje em dia ser lembrado. Também não exige patrocínio, pois se trata simplesmente da presença de uma página na qual exista uma espécie de catálogo que mostre os serviços que são prestados, endereço, telefone.
Por Maurício Conti Presidente SBD-SC
O terceiro passo é o marketing de atração (inbound marketing). Ele se baseia em atrair potenciais clientes divulgando assuntos úteis de educação para saúde. Essa divulgação não inclui divulgar aparelhos de laser ou medicamentos, mas sim, falar sobre os problemas. A doença em si, como a doença dermatite atópica, a doença melanoma, a doença psoríase, no sentido da educação para a saúde. Para fazer esse tipo de trabalho, existem programas específicos, alguns brasileiros, em que o paciente pode colocar o seu e-mail para fazer parte da base de dados do médico, que oferecerá material informativo via endereço eletrônico. Num primeiro momento, o paciente encontra informações concisas sobre determinadas doenças na própria rede social do médico. Para obter mais informações, o paciente clica no banner e é direcionado. O médico pode oferecer um material mais completo que pode ser um livro virtual, um e-book, um pdf, de cerca de quatro, cinco páginas, com qualidade. A partir daí o médico terá uma base de dados de e-mail, e poderá disparar regularmente materiais que poderão ser selecionados pela faixa etária, localização geográfica, tema de interesse, criando um relacionamento diferente com o cliente. Essa publicidade fechada, nos moldes de uma correspondência, é uma oportunidade para que o profissional consiga mostrar soluções para os problemas do paciente e também aumentar sua carteira de clientes.
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TECNOLOGIA E POLÍTICA
UM ALERTA SOBRE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO: REGISTRE SEU TÍTULO NO CRM LOCAL O dermatologista é o médico mais habilitado para realizar qualquer procedimento relacionado à especialidade. Daí a importância do registro e da observância por parte da população na hora de procurar atendimento médico, seja por motivos estéticos ou patológicos. Casos de doenças de pele, cabelos, unhas, cirurgias e tratamentos estéticos precisam de acompanhamento de especialista com registro do CRM e RQE
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em todos sabem que o médico especialista deve obrigatoriamente fazer o registro de sua especialidade (RQE) no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado. De acordo com uma Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece normas para publicidade médica, o número do registro de especialidade deve ser informado junto com o número do CRM em anúncios publicitários e cartões de visita. O CRM e o CFM só reconhecem oficialmente a especialidade se o médico solicitar o registro de seu Título de Especialista e/ou Certificado de Residência Médica junto ao CRM. O médico que não possui o RQE, não poderá se qualificar como especialista de determinada área. Mesmo tendo sido aprovado no exame de Título de Especialista, o CFM só considera válido o título que está registrado no CRM.
AFINAL, O QUE É RQE?
O RQE significa registro de qualificação de especialista. É essencial para transmitir aos pacientes mais segurança e credibilidade, pois por meio dele fica comprovada a capacidade de especialização em sua área, reconhecida pelo CRM. Optar pelo atendimento de um profissional não qualificado pode incluir riscos de complicações. Então, antes de se consultar com um profissional de medicina, o paciente pode checar se o mesmo possui RQE.Trata-se de uma maneira eficaz de evitar fraudes e profissionais despreparados.
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RIO DE JANEIRO 4O TERARIO PROMETE MAIS INTERATIVIDADE COM OS PARTICIPANTES Agendado para ocorrer nos dias 6 e 7 de outubro, no Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, o 4o TeraRio promete repetir o sucesso das edições anteriores. A organização do encontro prepara novidades, como mais interatividade da plateia pelo Whatsapp, mas o formato de palestras e aulas práticas com temas do cotidiano médico será mantido, porque já se mostrou aprovado pelos associados. “A edição 2017 será parecida com as anteriores, porque a fórmula deu certo. Mas este ano vamos abordar novos temas e realçar tópicos importantes pouco explorados nas edições anteriores”, explica Ana Luisa Sampaio,
PARÁ
A reunião de maio da SBD-Regional Pará contou com a presença do renomado dermatologista Daniel Coimbra (RJ) que discorreu, durante uma manhã de estudos, sobre os temas: “Abordagem geral do fotoenvelhecimento” e “Lifting tridimensional dinâmico com o uso de preenchedores”. A plateia, lotada, teve a oportunidade de pedir esclarecimentos sobre dúvidas referentes a esses temas e até de casos da prática clínica diária. Na foto estão os dermatologistas paraenses Luíza Cavaleiro, Clívia Carneiro, Daniel Coimbra (convidado do RJ), Alena Mendes e Walter Loureiro (presidente da SBD-PA).
uma das coordenadoras desse evento, que se tornou um dos principais do calendário anual da SBD-RJ. Em 2016, o TeraRio foi realizado simultaneamente ao 9o Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser da SBD, o que atraiu profissionais de várias partes do país e contribuiu para o enriquecimento da troca de experiências com o público presente.
RIO GRANDE DO SUL De 30 de março a 1o de abril ocorreu a Jornada Sul-brasileira de Dermatologia, em Gramado. A comissão organizadora ficou muito satisfeita com os 380 inscritos, 17 empresas expositoras e 79 trabalhos científicos enviados. Neste ano o evento teve como novidade a indexação dos canais de resumos aprovados para apresentação no ISBN (Internacional Standard Book Number), que é um sistema internacional de catalogação, dando mais peso científico aos trabalhos inscritos. “Foram realizados três cursos teórico-práticos pré-congresso, que não tiveram custo para o associado: um de dermatoscopia, com o Dr. Renato Bakos e a Dra. Débora Cadore; um de uso do ácido polilático, com as Dras. Rosemarie Mazzuco e Taciana Dal’Forno Dini; e um de peelings médios e profundos, com o Dr. Carlos Wambier”, informou a presidente da Regional, Clarissa Prati.
XXXVI JORNADA NORTE NORDESTE DE DERMATOLOGIA O presidente da XXXVI Jornada Norte Nordeste de Dermatologia e da SBD-PA, Walter Loureiro, informa que antes do evento será realizada reunião da Diretoria da Nacional com os presidentes das Regionais do Norte e Nordeste, além dos chefes dos Serviços Credenciados da SBD também da regiões Norte e Nordeste. Detalhes do evento e inscrições estão disponíveis em www.jornadadermatologia2017.com.br.
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PARAÍBA No dia 20 de maio, a SBD-Regional Paraíba realizou workshop de cosmiatria sobre preenchimento facial com ácido hialurônico e bioestimulador de colágeno orientado pela dermatologista Juliana Zimbres (HCFM-USP). Segundo o presidente da Regional Paraíba,Victor Miguel, fornecer aos associados opções de educação médica continuada e atualização científica é importante para o fortalecimento da especialidade, em especial na área de cosmiatria, a fim de manter o dermatologista como profissional de referência no tema. Na foto: da esquerda para a direita: Renata Rodrigues (coordenadora científica SBD-PB); Victor Miguel (presidente SBD-PB); Juliana Zimbres (palestrante HCFM-USP); Daniele Mangueira (membro da comissão científica SBD-PB).
MINAS GERAIS A SBD-MG realizou nos dias 19 e 20 de maio a XXIV Jornada Mineira de Dermatologia. No primeiro dia, houve o curso básico de tricoscopia, coordenado pela dermatologista Dulceléa Ferraz Rodrigues, com 128 participantes. Na programação foram abordados temas da cosmiatria, tricologia, dermatologia pediátrica, dermatoses infecciosas, doenças comuns do consultório e cirurgia dermatológica. “Contamos com a participação da Dra. Aline Donati e da Dra. Bogdana Victoria Kadunc, de São Paulo, além de palestrantes renomados de MG. O evento foi um sucesso de público, com a participação de 221 associados”, avaliou a presidente da Regional MG, Ana Cláudia de Brito Soares.
MATO GROSSO DO SUL Com intuito de ampliar os conhecimentos dos profissionais e residentes, a SBD-MS promoveu a capacitação “Dermatoses de difícil manejo”. O evento, realizado nos dias 24 e 25 de março, trouxe ao estado palestrantes com alto grau de conhecimento no tratamento de vitiligo, recuperação de cicatrizes atróficas, urticária crônica e necrobiose lipoídica. Na sexta-feira (24), os inscritos tiveram a oportunidade de conhecer, na prática, procedimentos usados pelo coordenador do ambiente de cirurgia de vitiligo da Faculdade de Medicina do ABC (SP), Juliano César Barros, além de acompanhar as técnicas usadas pela professora emérita da Universidade Federal Fluminense (RJ) Neide Kalil Gaspar na recuperação de cicatriz atrófica com microinfusão de insulina. As aulas práticas foram realizadas no Serviço de Dermatologia Dr. Gunter Hans, do Hospital Universitário (HU). No sábado, o evento ocorreu no auditório da Unimed Campo Grande e contou com os palestrantes: Juliano César Barros (“Vitiligo: do antigo às novidades em terapêutica”); Neide Kalil Gaspar (“Cicatriz de feridas difíceis/Ata em rinofima/recuperação de cicatriz atrófica com microinfusão de insulina”; e Paulo Criado, diretor técnico da Dermatologia do Hospital Clínica da Universidade de São Paulo (“Urticária crônica – abordagem clínica, laboratorial e terapêutica” e “Necrobiose lipoídica – existe uma terapêutica eficaz?”). “Trouxemos palestrantes de alto gabarito para compartilhar conosco suas expertises. Algumas técnicas apresentadas são inovadoras e outras já são consagradas”, salientou o presidente da SBD-MS, Alexandre Moretti.
MATO GROSSO No mês de maio, os associados participaram maciçamente do evento Multiação, coordenado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), que disponibiliza gratuitamente à população diversos serviços de saúde, educação, empreendedorismo, cidadania, entre outros.
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SERVIÇOS CREDENCIADOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Na foto, estão as residentes do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro durante a VI Jornada de Dermatologia de Ribeirão Preto (Jaderp): as dermatologistas Laryssa, Livia Freitas, Letícia, Meire Ataíde (chefe do Serviço), Bárbara e Livia Prata (caso vencedor da jornada) e a preceptora Flaviane Nunes.
SANTA CASA DE BELO HORIZONTE
No dia 15 de abril, a clínica dermatológica da Santa Casa de Belo Horizonte completou 100 anos de atividades. Durante a comemoração do centenário, o Professor Jackson Machado-Pinto, atual secretário de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, resgatou a história do quarto serviço mais antigo do país, agradeceu aos chefes da clínica que
o antecederam e aos médicos assistentes atuais e antigos e prestou homenagem aos residentes. O dermatologista ressaltou a enorme contribuição dada pelo Serviço na formação profissional e acadêmica da dermatologia brasileira. Uma placa lhe foi entregue e à professora Maria Silvia Laborne Alves de Sousa, atual chefe da clínica, como reconhecimento e gratidão pelos mais de 30 anos de dedicação. Atualmente, a clínica possuiu 19 preceptores e 18 residentes, atuando nas seguintes áreas: dermatologia clínica geral, dermatologia pediátrica, tricologia, dermatopatologia, cirurgia dermatológica, fototerapia, alergia dermatológica, micologia, hanseníase, cosmiatria e lasers.
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO Nos dias 19 e 20 de maio, Ribeirão Preto sediou a VI Jornada de Dermatologia de Ribeirão Preto (Jaderp), organizada pelo 6o Distrito Dermatológico da SBD-Resp, sob a presidência de João Carlos Lopes Simão e vice-presidência de Bruno de Carvalho Fantini. Participaram do evento 298 especialistas de 13 cidades brasileiras e 11 casos clínicos foram apresentados por representantes de nove universidades do Estado de São Paulo e dois de Minas Gerais. Essa sessão contou com votação interativa e premiação do melhor caso clínico, cujo prêmio “Ricardo Cordeiro” foi o livro Tratado de dermatologia para a
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Membros da Diretoria da SBD-Resp participaram ativamente na coordenação, divididos entre tesouraria, secretaria, coordenação científica, coordenação de comunicações e Conselho Fiscal. O 6o Distrito comunica que irá realizar a XVIII Reunião Científica de São Carlos – Encontro com os Mestres no dia 29 de julho de 2017. Acesse o site www.sbdresprp.org. br e veja informações completas do programa de São Carlos.
INSTITUTO LAURO DE SOUZA LIMA (ILSL) O Instituto Lauro de Souza Lima esteve presente na VI Jornada de Dermatologia de Ribeirão Preto (Jaderp), realizada em maio. A instituição foi representada por Laís Andrade Melo, médica residente do terceiro ano de dermatologia, que apresentou o caso “Reação Hansênica em criança”, durante a sessão interativa de casos clínicos e cirúrgicos, contribuindo para o sucesso do evento. O Serviço comunica que os residentes Gustavo Longhi Bedin e Tábata Yamasaki Martins foram selecionados para participar da 5a edição do Latinaderm Excellence. O evento foi realizado no Panamá de 29 de junho a 1o de julho com o objetivo de selecionar e reunir os mais brilhantes jovens médicos que formarão as futuras gerações da dermatologia da América Latina. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) Nos dias 7 e 8 de julho, Florianópolis sediou a 56a Jornada Catarinense de Dermatologia e 14a Jornada do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A programação abordou temas como o tratamento
cirúrgico do vitiligo, aspectos fisiopatológicos do melasma e sua implicação no tratamento, tratamento da alopecia de padrão feminino, esporotricose, entre outros. O encontro contou com palestrantes locais e convidados do RJ, SP e PR.
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