Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Após 5 anos de bem sucedida aliança da MERZ com a BIOLAB na criação da joint-venture MERZ-BIOLAB, a partir de março/2015 a MERZ passou a atuar no Brasil como uma subsidiária 100% alemã. A MERZ possui um portfólio completo de produtos exclusivos e manterá sua sólida relação com a Dermatologia tendo a missão de ser reconhecida como uma empresa admirada, digna de confiança e inovadora.
“A melhor sensação? A do dever cumprido!” Além das provas teórica e teórico-prática, este ano os candidatos foram submetidos à aplicação de prova oral, idealizada pela Diretoria da SBD e aprovada em Reunião do Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral em 2013
Mini-Bula – XEOMIN® (toxina botulínica A) - Apresentação: Pó liófilo para solução injetável. Frasco ampola com 100 unidades DL50. Cartucho com 1 frasco ampola. VIA IM. Uso Adulto. Composição: Cada frasco ampola contém: toxina botulínica A (150 kDa), isenta de complexos proteicos 100 unidades DL50 - estas unidades são específicas para o XEOMIN® e não são intercambiáveis com outras preparações de toxina botulínica. Indicações: XEOMIN® é destinado ao tratamento sintomático do blefarospasmo e da distonia cervical com componente rotacional predominante (torcicolo espasmódico) em adultos e espasticidade dos membros superiores em adultos. XEOMIN® também está indicado para a melhora temporária da aparência das linhas faciais hipercinéticas. Contraindicações: Hipersensibilidade à substância ativa toxina botulínica A ou a algum dos demais componentes de XEOMIN®. Distúrbio generalizado da atividade muscular (por exemplo: Myasthenia gravis, síndrome Lambert-Eaton). Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos. Advertências e Precauções: Pacientes tratados com doses terapêuticas podem sentir fraqueza muscular severa. Pacientes com desordens neurológicas subjacentes, incluindo dificuldade de deglutição, têm um risco aumentado desses efeitos adversos. As doses individuais recomendadas não devem ser ultrapassadas e os intervalos de dosagem indicados não devem ser encurtados. Restrições a grupos de risco: Gravidez: O produto está classificado como categoria C e não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou no período de amamentação sem orientação médica. Pediatria: A aplicação de XEOMIN® em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos não foi testada e por isso atualmente não é recomendada. Interações Medicamentosas: Teoricamente, o efeito de toxina botulínica A pode ser potencializado por antibióticos aminoglicosídeos ou outros medicamentos que interfiram com a transmissão neuromuscular, por exemplo, relaxantes musculares do tipo tubocurarina. Posologia e Modo de Usar: XEOMIN® DEVE SER APLICADO SOMENTE POR MÉDICO PREVIAMENTE TREINADO PARA USO CORRETO DO PRODUTO. A dose ótima e a quantidade de pontos de injeção no músculo em questão devem ser determinadas individualmente pelo médico. Modo de Preparar: XEOMIN® é reconstituído antes do uso com solução para injeção de cloreto de sódio 9mg/ml (0,9%) sem conservante e estéril. Reações Adversas: Efeitos adversos podem ser provocados por injeções de toxina botulínica A posicionadas erroneamente, as quais temporariamente paralisam grupos de músculos próximos. Doses grandes podem levar à paralisia de grupos de músculos mais afastados do local de injeção. Cuidados de Armazenamento do Medicamento: O produto deve ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Desde que o frasco ampola esteja lacrado, a validade é 24 meses a partir da data de fabricação (vide cartucho). Solução reconstituída: Foi demonstrada a estabilidade em uso químico e físico por 24 horas a 2-8°C. Do ponto de vista microbiológico, o produto deve ser usado imediatamente. Venda sob prescrição médica. Registro MS – 1.0974.0215. Dezembro 2009. Farmacêutico Responsável: Dr. Dante Alario Junior - CRF-SP no 5143. Importado e distribuído por: BIOLAB SANUS Farmacêutica Ltda. CNPJ: 49.475.833/0001-06. Av. Paulo Ayres, nº 280 – Taboão da Serra – SP – CEP 06767-220. Fabricado por: Merz Pharma GmbH & Co. KGaA – Dessau-Rosslau/Alemanha. Embalado por: Merz Pharma GmbH & Co. KGaA – Reinheim/Alemanha. Sob licença de Merz Pharmaceuticals GmbH, Frankfurt/Alemanha. AO PERSISTIREM OS SINTOMAS , O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CONTRAINDICAÇÕES: HIPERSENSIBILIDADE À TOXINA BOTULÍNICA A,
DISTÚRBIO GENERALIZADO DA ATIVIDADE MUSCULAR E INFECÇÃO NO LOCAL DA APLICAÇÃO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: EFEITO DA TOXINA BOTULÍNICA A PODE SER POTENCIALIZADO PELO USO DE AMINOGLICOSÍDEOS OU MEDICAMENTOS QUE INTERFIRAM COM A TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR.
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Março - Abril 2015
S UMÁRIO
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Êxito no novo formato do TED 2015 P.28
Além da prova teórica eliminatória e da teórico-prática, Exame deste ano contou com a prova oral, aplicada por 61 dermatologistas voluntários de todo o Brasil.
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EDITORIAL O destino foi traçado
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PALAVRA DO PRESIDENTE Parceria
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AÇÕES DA DIRETORIA FSB é a nova assessoria de comunicação da SBD
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GRAPE SBD e Grape publicam livro sobre hanseníase
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SAIBA MAIS SOBRE A SBD Veja quem são os atuais dirigentes da Sociedade
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RESPONSABILIDADE MÉDICA Clínica ou consultório? Repercussões jurídicas
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24TH WORLD CONGRESS OF DERMATOLOGY Por que é bom para o Brasil?
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MEETING DA AAD 2015 Forte presença brasileira
AINDA NESTA EDIÇÃO
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DESTINOS: LIMA ANALOGIAS EM MEDICINA: BICHO-GEOGRÁFICO BRASILEIROS AINDA SÃO OS MAIS INFECTADOS PELA HANSENÍASE CAMPANHA DO CÂNCER DA PELE: ENGAJE-SE! BASTIDORES DA DERMATOLOGIA: I CONGRESSO ANGOLANO TECNOLOGIA E MEDICINA: DADOS MÉDICOS PROTEGIDOS QUESTÃO DE SAÚDE: HANSENÍASE FORA DO CONSULTÓRIO... O BICHO PEGOU REGIONAIS SERVIÇOS CREDENCIADOS DEPARTAMENTOS OBITUÁRIO
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E XPEDIENTE
www.sbd.org.br
Publicação oficial da Sociedade Brasileria de Dermatologia
Diretoria 2015 / 2016
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Presidente: Gabriel Gontijo | MG
Vice-Presidente: Jayme de Oliveira Filho | SP
Secretária-geral: Leandra Metsavaht | RJ
Tesoureira: Leninha Valério do Nascimento | RJ
Primeira secretária: Flávia Alvim Sant’Anna Addor | SP
Segundo secretário:
Jornalista responsável Erika Drumond - Reg. MT n. 31.383 Redação e edição Erika Drumond Editoração eletrônica Nazareno Nogueira de Souza Contato publicitário Priscila Rudge Simões
Oswaldo Delfini Filho | SP
Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral Ano 19 – n.2 março – abril 2015
Coordenador médico do Jornal da SBD Omar Lupi
Conselho editorial Gabriel Gontijo Jayme de Oliveira Filho Leandra D’Orsi Metsavaht Flávia Addor Oswaldo Delfini Filho Leninha Valério do Nascimento
A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17o andar Centro – Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: imprensa@sbd.org.br Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica
OMARLUPI EDITOR DO JSBD
E DITORIAL
O destino foi traçado JSBD
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lea jacta est! Como diziam os romanos, “a sorte está lançada”. Quando você receber esta edição do Jornal da SBD, o processo de candidatura do Brasil à sede do Congresso Mundial estará nas suas etapas finais. Foram necessários muito trabalho, dedicação e persistência para administrar esse processo, que desde o início contou com o apoio incondicional da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Agradeço todo esse apoio da entidade, que sempre confiou e estimulou essa candidatura porque entende que o simples fato de estarmos disputando a indicação para o World Congress of Dermatology 2019 já valoriza a dermatologia brasileira. Veja a matéria sobre a participação do Brasil no último Congresso Americano de Dermatologia e há de concordar comigo. É uma espécie de certificado de maioridade aos olhos do mundo. Significa que somos fortes, organizados e bons o bastante para propor que todos os olhos dermatológicos se voltem para nós. Esse é um trabalho de muitas gerações de dermatologistas brasileiros que hoje amadurece.
Se não tivemos os recursos materiais de que outras candidaturas desfrutaram, podemos nos orgulhar de uma campanha limpa, efetiva e criativa. Cruzamos o globo levando a proposta da dermatologia brasileira; indo, literalmente, de Nova Délhi a São Francisco e de Amsterdam a Angola, entre muitas outras cidades, para promover a candidatura do Rio de Janeiro. Gostaria de ter tido mais recursos para viabilizar todas as nossas ideias, mas, analisando o contexto, só posso concluir assim: outras cidades podem ter tido um comitê com mais dinheiro para gastar, podem até ter organizado grandes coquetéis, mas eu jamais trocaria isso pela satisfação e a honra de ajudar a representar a dermatologia brasileira e a SBD, entidade centenária e séria, amparada por seus mais de 7.600 associados. A matéria sobre o WCD esclarece esse e vários outros pontos sobre o importante projeto institucional da Sociedade. Já que começamos em latim, vamos terminar assim também. Há um provérbio latino de que gosto muito e é provavelmente bem apropriado para a situação: “Pro ratione Deus dispertit frigora vestis”, ou seja, Deus dá o frio conforme a roupa que temos. i
P ALAVRA DO PRESIDENTE
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Parceria
GABRIELGONTIJO PRESIDENTE DA SBD
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rezado associado da SBD,
Entre outras importantes notícias, destacamos: • As ações sociais institucionais do GrapeSBD, que a partir de agora tem suas normas aprovadas pela atual Diretoria, na intenção de que esse importante projeto tenha continuidade seja valorizado e mantido nas futuras gestões da SBD. • A implementação e realização da Prova Prática Oral do Título de Especialista de Dermatologia. Nosso profundo agradecimento a todos aqueles que participaram da Banca Examinadora, à
Comissão do TED e a todos os funcionários da SBD que se dedicaram a esse Exame.
• Assuntos relativos à psoríase: quando esta edição chegar às suas mãos, provavelmente já teremos a notícia da aprovação ou não pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão do Ministério da Saúde (MS), da prática de prescrição de biológicos pelos dermatologistas, para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) portadores de psoríase moderada a grave que não respondam a outros tratamentos. Além dessa ação, o Grupo de Trabalho de Psoríase da SBD tem como novos projetos aumentar o alcance da Campanha Nacional de Conscientização, elaborar o Estudo em todo o país sobre a Prevalência da Psoríase e criar o Registro Nacional de Psoríase no Brasil. • A publicação da brochura Ter hanseníase, de autoria da Dra. Letícia Maria Eidt, com apoio do Grape-SBD, coordenado pelos doutores Oswaldo Delfini Filho, Carlos Bastos e Vânia Siervi Manso. A sensibilidade da Dra. Letícia demonstrada nessa dissertação de mestrado é reconhecida num trabalho que valoriza o dermatologista, a SBD e a SBH (Sociedade Brasileira de Hansenologia). • Agradeço imensamente a todos os membros da atual Diretoria, aos funcionários e a todos os associados que colaboraram nessas e em outras atividades que engrandecem e honram a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). a
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• Após extensa avaliação e várias análises, contratamos uma das melhores agências de comunicação do país, que será responsável pela assessoria de imprensa, comunicação nas redes sociais e campanhas realizadas pela SBD: psoríase, prevenção e combate ao câncer da pele e conscientização da população na valorização do associado da SBD.
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No momento em que esta edição do JSBD chegar às suas mãos, já serão transcorridos quatro meses de trabalho da atual Diretoria. Temos boas notícias! A preocupação com o atual cenário político e econômico do país nos fez dispender grande esforço na captação de patrocínios junto à indústria farmacêutica. Desde o início desta gestão, foi realizada uma série de reuniões para a troca de ideias e para o estreitamento da parceria. Comparecemos a diversos eventos para prestigiar a indústria, mas sempre atentos aos interesses de nossa Sociedade. Estabelecemos uma relação ética, resguardando as finalidades, garantindo os objetivos da SBD e, ao mesmo tempo, respeitando os interesses de nossos parceiros. Balizados nos princípios éticos, alinhamos os interesses institucionais e comerciais. Os resultados colhidos foram a capacitação dos Serviços Credenciados e o fortalecimento da “Identidade SBD” e do “Sistema SBD”. Um dos principais projetos que merecem destaque é o Fundo de Pesquisa Científica da SBD. Com a participação da Comissão Científica, nomeamos um grupo de dermatologistas que ficou encarregado de estabelecer os critérios de apoio financeiro aos associados da SBD interessados em desenvolver projetos científicos. Como resultado, temos o estímulo à pesquisa e o engrandecimento da dermatologia brasileira. Esse é um legado que queremos deixar para as futuras Diretorias.
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A ÇÕES DA DIRETORIA
FSB é a nova assessoria de comunicação da SBD O objetivo da entidade é inovar de maneira ética, procurando informar cada vez mais o público leigo de que quem mais entende de pele, cabelos e unhas é o dermatologista associado à SBD
Ações em pauta
Já estão sendo analisadas reformulações nas campanhas de valorização da especialidade, bem como na Campanha de Combate e Prevenção ao Câncer da Pele, e de uma inserção mais aguda da entidade nas redes sociais, aprimorando a Fanpage e criando um Instagram (rede social online de compartilhamento de foto e vídeo que permite ao usuário fazer fotos e vídeos). De acordo com Leandra Metsavaht, a Diretoria também realiza estudo visando à melhor maneira para a coleta de dados estatísticos de doenças e suas incidências/prevalências em todo o país, a fim de levantar dados legitimamente brasileiros,
algo ainda deficiente no país. A dermatologista Flávia Addor aponta que o plano de trabalho para este e o próximo ano é baseado na confiança e na parceria. “O fortalecimento institucional da SBD tem nas campanhas um componente importantíssimo, e sua renovação é fundamental para aumentar seu impacto em todos os níveis. As coordenadorias das campanhas trabalharão diretamente com a agência, conjuntamente com nossa Diretoria, proporcionando perfil mais amplo de nossos desafios e também todos os potenciais, para que possamos inovar junto a todos os segmentos envolvidos nas campanhas”, frisa.
A agência
A FSB Comunicação tem 34 anos de atuação e projetos desenvolvidos para clientes dos mais variados portes e setores no Brasil e no exterior. Com escritórios no Rio de Janeiro (Centro e Ipanema), Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Campinas e Nova York, é a 22a maior agência de comunicação do mundo (Ranking The Holmes Report), com expertise reconhecida pelas mais importantes premiações do setor, incluindo Leão de Prata de Cannes 2011, além de 20 prêmios Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). a
O atendimento à SBD está sendo realizado por uma equipe multidisciplinar, que envolve os seguintes profissionais: Zara Costa – gerente de atendimento Rogéria Lemos – atendimento à imprensa Renata Parreira – atendimento à imprensa Marisa Lemos – gestora de atendimento digital Eliete Francabandiera – FSB Publicidade Daniela Ricotta – núcleo de mídia
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lém de cuidar do relacionamento com a imprensa e das ações no ambiente digital, a FSB Comunicação, nova agência de comunicação da SBD, será responsável pelas campanhas publicitárias da entidade, atividades estas que passam a ser pensadas e executadas de forma integrada. A mudança atende ao projeto da nova Diretoria de fortalecer o relacionamento com os associados e a imagem institucional da SBD, para solidificar o papel de instituição-referência no tema dermatologia. A FSB foi escolhida entre outras três grandes empresas de comunicação do Brasil. “Os critérios adotados para a escolha basearam-se na competência, nos custos viáveis e na apresentação de uma campanha que atendesse aos anseios dos dermatologistas neste momento. A FSB é a 22a maior agência de comunicação do mundo e apresentou uma proposta integrada, combinando a assessoria de imprensa com a gestão da imagem da SBD e do dermatologista”, assinala a secretária-geral da SBD, Leandra Metsavaht. “Essa agência demonstrou sensibilidade para entender o momento complexo que estamos vivenciando e nos apresentou um projeto muito específico, apropriado às necessidades que identificamos”, complementa a primeira secretária, Flávia Addor. O diretor da FSB, Carlos Grandin, vê com grande entusiasmo a parceria com a SBD e acredita no sucesso do trabalho nos próximos dois anos. “A FSB foca em uma comunicação de resultados, e a SBD está inserida em um cenário com ótimas oportunidades a ser trabalhadas. Temos certeza de que essa parceria terá retorno muito positivo, com a amplificação das mensagens institucionais da entidade, especialmente as de defesa da profissão de dermatologista”, salienta.
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SBD e Grape publicam livreto sobre hanseníase De autoria da dermatologista e hansenologista Letícia Eidt, livreto foi elaborado a partir dos depoimentos dos pacientes e de sua experiência no atendimento a doentes que mostravam uma grande necessidade: a de se expressar
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ublicado em março pela SBD Nacional, o livreto Ter hanseníase: uma trajetória de sentimentos e vivências conta a experiência da dermatologista e hansenologista Letícia Eidt no atendimento a pacientes com a doença no Ambulatório de Dermatologia Sanitária (ADS). “Não é um manual de rotinas ou compêndio com base em estudos de metanálises, pois é composto por depoimentos de pacientes. Trata-se de um livro sobre o mundo e a vida de quem vive a doença e também de quem atende, de maneira humanizada, esses pacientes. Sempre enfatizando que tanto os pacientes quanto nós, profissionais de saúde, somos todos seres humanos”, explica a médica. Segundo Letícia, mesmo após receberem alta por cura da doença, muitos pacientes voltavam ao ADS apenas para conversar. A partir da experiência que teve nesse atendimento, ela realizou uma pesquisa qualitativa que tinha como propósito ouvir o que significava a hanseníase para aqueles que mais entendiam da doença: os próprios pacientes. O estudo acabou se transformando em sua dissertação de mestrado. Entre os vários resultados apontados em sua pesquisa, e que estão descritos no livro, o mais ressaltado pelos pacientes é a necessidade de um espaço para conversar e trocar informações sobre a doença e suas vivências. A partir disso, em 2001, foi criado o Grupo de Hanseníase no ADS, para pacientes, familiares e interessados no assunto. “Quando surgiu a proposta do Grupo de Apoio Permanente (Grape), em 2013, falei com o Dr. Oswaldo que já fazíamos um grupo no ADS, que foi inserido de imediato no Projeto”, conta. Em janeiro deste ano, a Diretoria Executiva avaliou e aprovou o material produzido, que poderia contribuir tanto para outros Grapes quanto para o atendimento de outros pacientes e também para re-
flexão por parte dos profissionais de saúde sobre sua qualidade de atendimento aos diferentes pacientes e patologias.“O resultado ficou como eu imaginava que ficaria. Um livro de verdades, de dizeres marcantes e reflexivos, de sentimentos, sem interferências políticas e 100% SBD e Grape, o que muito me orgulha. Com certeza ele resgata a importância da relação humana no atendimento profissional do paciente e de sua saúde. E mais, o que foi colocado aqui com o tema hanseníase pode ser aplicado a outras doenças estigmatizantes e discriminatórias, como o HIV, vitiligo, alopecia areata, psoríase e tantas outras”, ressalta.
Vânia Manso (de branco) na cerimônia de entrega do prêmio
Mulher Internacional
A coordenadora do Grape nas Redes Sociais, Vânia Lúcia Siervi Manso, foi convidada pela Associação Comercial de São Paulo – Distrital Pinheiros para participar de uma solenidade que comemorou o Dia Internacional da Mulher e homenageou as mulheres que se destacaram por ações comunitárias prestadas na cidade de São Paulo. A cerimônia ocorreu no dia 31 de março na sede da Associação. Na oportunidade, Vânia Manso, que também é colaboradora do Projeto Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase, voluntária de ações educativas em saúde na Câmara Municipal de SP e atual diretora do AE Ceci, discorreu sobre o Projeto Grape e foi indicada para receber a láurea de “Mulher Internacional”.
Pela primeira vez, Linhares receberá o Tour de Prevenção 2015 A equipe multidisciplinar do Grape Câncer da Pele
e Câncer de Boca Linhares/ES, sob a coordenação da dermatologista Elisabeth Lima Barboza e composta pelo odontólogo Itamar Francisco Teixeira, pela psicóloga Gliciane Chagas Brumatti e pelo fonoaudiólogo Josirlei de Bortoli, recebeu com satisfação a confirmação da data para realização do Tour de Prevenção da La Roche em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e o Grape SBD. “Nos sentimos imensamente honrados em iniciar essa ação no nível de Brasil e de fazer parte das cidades escolhidas para participar da ação, observou Elisabeth. “Compreendemos que essa parceria nos auxiliará na busca ativa de uma demanda reprimida que reside no interior do município, à distância média de 30 ou 40km da sede. É área já mapea-
da e com altos índices de câncer da pele e câncer de boca na população de trabalhadores rurais e do campo”, completa a especialista. A ação será realizada em parceria com a Prefeitura Municipal de Linhares, já que o Programa de Prevenção do Câncer da Pele e da Boca é gerido pela municipalidade e com o apoio da Estratégia de Saúde da Família das localidades rurais contempladas, no caso, o distrito de Farias, o distrito de São Raphael/Japira e o distrito de Rio Quartel/Quartel de Baixo/Quartel de Cima; nos dias 8, 9 e 10 de maio, respectivamente. As localidades receberão o caminhão do Tour do Câncer da Pele com atendimentos (médico e odontológico) à população, entrega de folhetos explicativos e palestras educativas. i
O UVIDORIA
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JOSÉROBERTOPEGAS OUVIDOR BIÊNIO 2015/2016
a edição anterior, discutimos as atribuições da Ouvidoria de forma geral, dando ênfase à sua importância para os associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Ainda no mesmo tema, hoje abordaremos os parâmetros que norteiam a ação de um ouvidor, ou seja, o Código de Ética. Faz-se necessário explicitar a etimologia da palavra código: no sentido de coleção de leis e ética, provém do grego éthos e tem como significado o modo de ser, o caráter e a responsabilidade de distinguir o certo e o errado, o permitido e o proibido, entre outros. Nesse sentido, o “código” é a norma, e a ética está ligada à aplicação das normas e suas responsabilidades. Com relação a normas que foram construídas em meio à prática profissional dos médicos, verificam-se questionamentos feitos pela sociedade como um todo. São problemas práticos e recorrentes na vida em sociedade, ou seja, situações que
demandam escolhas, decisões e comportamentos, os quais exigem posicionamento, julgamento ou juízo de valores com relação ao que é considerado justo ou injusto, certo ou errado pelo Código vigente. Desse modo, o código é a base para a formação de uma sociedade ética. O ouvidor não só deve conhecer o código ético, mas também dele se apropriar. Quando é feita uma denúncia sobre atitudes que ferem o código é necessário que o ouvidor investigue e se posicione sobre a acusação. A denúncia, portanto, acontece quando se nota que o código e a ética estão sendo feridos, e o denunciante está buscando o equilíbrio e a manutenção de uma sociedade justa. Por outro lado, o denunciado, por não seguir o código, coloca todo o sistema em risco. Ao ouvidor cabe conhecer o Código Ético e, acima de tudo, fazer com que ele não seja um mero código escrito, mas sim uma referência para a manutenção do que nossa sociedade como um todo clama, a ética. i
S AIBA MAIS SOBRE A SBD
Veja quem são os atuais dirigentes da SBD
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Diretoria
ara que você, Saiba mais sobre a SBD, relacionamos aqui os nomes daqueles que compõem a Diretoria Executiva e a Diretoria Estendida, bem como dos coordenadores e assessores dos Departamentos da SBD. Os membros das Comissões e Conselho Fiscal (eleitos pelo Conselho Deliberativo) e os presidentes de Regionais (eleitos diretamente pelos associados de seu Estado) estão disponibilizados no site www.sbd.org.br.
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Diretoria Executiva Presidente: Vice-presidente: Tesoureira: Secretária geral:
Gabriel Gontijo (MG)
Jayme de Oliveira Filho (SP) Leninha Valério do Nascimento (RJ) Leandra D’Orsi Metsavaht (RJ) 1a Secretária: Flávia Alvim Sant’anna Addor (SP) 2o Secretário: Oswaldo Delfini Filho (SP)
Diretoria Estendida Coordenadora da Biblioteca: Ana Paula Gomes Meski (SP) Coordenadora Científica: Denise Steiner (SP) Coordenador do Jornal da SBD: Omar Lupi (RJ) Coordenadora da Mídia Eletrônica: Tatiana Gabbi (SP)
Campanha e Dia do Melanoma, Interface com outras especialidades e entidades (GBM, Inca, Hospital AC Camargo, IBCC, ONGs): Emerson Vasconcelos de Andrade Lima (PE) Ações relativas à fotoproteção: Pesquisa, Consenso, Interface com outras especialidades: Sérgio Schalka (SP) Ações relativas à psoríase: Campanha, Simpósios, Pesquisa, Interface com outras especialidades, ONGs: Ricardo Romiti (SP), Marcelo Arnone (SP), André Vicente Esteves de Carvalho (RS)
Assessores da Diretoria Executiva
Ações relativas aos Serviços Credenciados: Dilhermando Augusto Calil (SP), Joel Carlos Lastória (SP)
Ações Institucionais com Órgãos Governamentais (MS/ Anvisa/CFM/AMB/CRMs)
Centro de Mémória da SBD: João Roberto Antônio (SP)
Defesa Profissional: Comissão de Ética e Defesa Profissional Francisca Estrela D. Maroja (PB), Vicente Pacheco Oliveira (SC), Octávio M. Júnior (SP), Eduardo Henrique Jorge Lago (MA), Antônio R. Diógenes de Sousa (CE), José Ramon Varela Blanco (RJ), Sérgio Luiz Lira Palma (PE) Assessores: Marisa Gonzaga da Cunha (SP), André Luiz Rosseto (SC) Medicamentos: Cláudia Pires Maia (RJ), Paulo Antônio Oldani Félix (RJ) Ações Institucionais Sociais: Oswaldo Delfini Filho (SP), Carlos Augusto Silva Bastos (PR) Ações do Grape nas Redes Sociais: Vânia Lúcia Siervi Manso (SP)
Comunicação com Redes Sociais: Carolina Reato Marçon (SP), Mauren Seidl (RS) Negociação com a Indústria: Reinaldo Tovo Filho (SP), Alexandre Filippo (RJ) Ouvidoria: José Roberto Pereira Pegas (SP) Pesquisa e Investigação: Banco de Dados de Pesquisadores, Áreas de Atuação, Publicações, Levantamento da Situação no Brasil, Captação de Recursos, Dificuldades: Vitor Manoel Silva dos Reis (SP) Projetos Especiais – Terapias emergentes, Publicações na mídia, Controvérsias na dermatologia: Humberto Ponzio (RS) Hipoderme: Érico Pampado di Santis (SP)
Programa Pró-albino: Marcus Maia (SP) Relações Internacionais: Paulo Cunha (SP) Ações relativas ao câncer da pele: Campanha de Prevenção, Medicamentos Emergentes,
Biologia Molecular, Genética e Imunologia Coordenador: Caio César Silva de Castro (PR) Assessores: Marco Andrey Cipriani (SP), Ana Elisa Kiszewski Bau (RS) e Jane Tomimori (SP) Cabelos e Unhas Coordenador: José Rogério Régis (MG) Assessores: Tatiana Steiner (SP), Tatiana Villas Boas Gabbi (SP) e Rachel Menezes Guerra (MG) Cirurgia Dermatológica Coordenadora: Eliandre Palermo (SP) Assessores: José Roberto Toshio Shibue (PR) e Lauro Lourival Lopes Filho (PI) Cirurgia Micrográfica Coordenadora: Selma Schuartz Cernea (SP) Assessores: Luiz Roberto Terzian (SP), Mariana Meireles (SP) e Paulo Rodrigo Pacola (MT) Cosmiatria Coordenadora: Ediléia Bagatin (SP) Assessores: Carlos Roberto Antônio (SP), Geraldo Magela Magalhães (MG) e Maria Paulina Villarejo Kede (RJ) Dermatologia e Medicina Interna Coordenador: Iphis Tenfuss Campbell (DF) Assessores: Jesus Rodriguez Santamaria (PR),Mário Cezar Pires (SP) e Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho (SP) Dermatologia Geriátrica Coordenadora: Mariana Modesto Dantas de Andrade Lima (PE) Assessores: Maurício Alchorne (SP) e Renata Valente Carneiro (SP) Dermatologia Pediátrica Coordenadora: Maria Cecília R. Machado (SP) Assessoras: Flávia Naranjo Ravelli (SP) e Irina Andrea Pires Afonso (SP) Dermatopatologia Coordenadora: Neusa Yuriko Sakai Valente (SP) Assessores: Luiz Maurício Costa Almeida (MG) e Daniel Lago Obadia (RJ)
Doenças Infecciosas e Parasitárias Coordenadora: Aldejane Gurgel Rodrigues (PE) Assessores: Carolina Talhari (AM) e Vidal Haddad Júnior (SP) DST e Aids Coordenador: Ricardo Seiji Shiratsu (SP) Assessores: Luiz Jorge Fagundes (SP) e John Verrinder Veasey (SP) Fotobiologia Coordenador: Aripuanã Cobério Terena (MG) Assessoras: Ida Duarte (SP) e Lívia Barbosa (RJ) Hanseníase Coordenadora: Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu (SP) Assessores: Joel Carlos Lastória (SP), Marco Andrey Cipriani (SP) e Letícia Maria Eidt (RS) Imagem Coordenador: José Eduardo Decico (SP) Assessores: Ricardo Seiji Shiratsu (SP) e Andrelou Fralete Ayres Vallarelli (SP) Laser Coordenador: Paulo Roberto Barbosa Silva (BA) Assessores: Valéria Barreto Campos (SP), Roberto Mattos (SP) e Célia Kalil (RS) Micologia Coordenadora: Valéria M. de Souza Framil (SP) Assessores: Claudemir Roberto Aguilar (MG), Cláudio Guedes Salgado (PA) e Lúcia M. Diniz (ES) Oncologia Coordenador: Luis Fernando Tovo (SP) Assessores: Aldo Toschi (SP), Carlos Baptista Barcaui (RJ) e Luis Antonio Torezan (SP) Psicodermatologia Coordenadora: Tânia Nely Rocha (MG) Assessores: Roberto Dóglia Azambuja (DF), Cristiane Maria Benvenuto Andrade (SP) e Márcia dos Santos Senra (RJ) Teledermatologia Coordenador: Daniel Holthausen Nunes (SC) Assessores: Maurício Paixão (BA) e Curt Mafra Treu (RJ)
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Alergia e Dermatoses Ocupacionais Coordenadora: Rosana Lazzarini (SP) Assessora: Alice de O. de Avelar Alchorne (SP)
Dermatoses Bolhosas Coordenadora: Adriana Maria Porro (SP) Assessor: Everton Carlos Siviero do Vale (MG)
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Departamentos Especializados
PEDROFONSECA*
WWW.PEDROFONSECA.ADV.BR
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R ESPONSABILIDADE MÉDICA
Clínica ou consultório?
repercussões jurídicas
*Mestrando em Direito Penal, com mestrado em Direito Privado, Membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, pós-graduado em Ciências Criminais, em Direito Privado e em Direito Eleitoral. Articulista do Instituto de Ciências Penais e ex-integrante do Corpo Editorial do Instituto de Ciências Penais.
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ao deixar de caracterizar a modulação de uma “clínica”, mesmo que por uma simples Resolução. A “clínica” deve dispor de responsável técnico, nos moldes do art. 28 do Decreto 20.931/32, Resolução CFM 1.980/11 e Resolução CFM 1.343/91. Dependendo da quantidade de médicos efetivos, com fulcro na Resolução CFM 1.657/2002, é obrigatória a existência de uma Comissão de Ética Médica. Conforme a Lei 9.431/97 e a Portaria MS/ GM 2.616/98, é requisito necessário numa “clínica” a presença de Controle de Infecção Hospitalar. Há, ainda, a Comissão de Revisão de Prontuário Médico, de ordem obrigatória em vista da Resolução CFM 1.638/02. Além disso, há que observar a Resolução CFM 1.481/97, que exige um Regimento Interno do Corpo Clínico. Salvo melhor juízo, veja quantas obrigações terá se o seu local de trabalho for considerado “clínica”. O médico que atende seu paciente em consultório, não terá tantas obrigações, com a exceção dos deveres de praxe. Em termos jurídicos, caso haja a consideração, pelo Poder Judiciário, de que ocorreu uma falha de prestação de serviço por conduta de médico ligado a uma “clínica”, mesmo que não tenha sido formalizada como tal, a responsabilidade será objetiva, o que facilitaria eventual indenização material ou moral a favor do autor de eventual ação judicial. A responsabilidade objetiva não exige prova de culpa por aquele que ajuíza a ação judicial. Se, porém, o médico realizou algum procedimento em seu consultório, a responsabilidade será subjetiva, exigindo que a parte requerente prove sua culpa. Dessa forma, seguramente dificultaria a formação da responsabilidade do médico. Antes de dar cabo ao nosso pronunciamento, é bom esclarecer que a simples criação de uma pessoa jurídica não o coloca na condição de proprietário de “clínica”. Ex positis, qual a sua adequação jurídica? Se adeque, caso contrário (...) i
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erta vez, procurou-me um médico dermatologista preocupado com as repercussões de um processo administrativo ético-profissional, caso sua empresa fosse considerada “clínica”, pelos órgãos de fiscalização. O especialista tinha uma sociedade empresária de responsabilidade limitada composta por ele e outros três dermatologistas. Constituíram a sociedade para fins tributários, após consulta a contador de confiança. No caso em espécie, tratava-se de um espaço de 150 metros quadrados divididos em três consultórios, um para cada profissional atender seu próprio paciente, uma sala de reuniões e uma sala de espera, com uma secretaria para atendimento geral. Na porta, havia uma placa com os dizeres “Clínica de Dermatologia Dr. Tadeu”. Certamente, uma “clínica” apresenta estrutura jurídica diferente daquela que corresponde a um consultório. Em nossa investigação, a primeira pergunta que fizemos foi para identificar a natureza jurídica de “clínica”. Pois bem, a palavra “clínica” é nome fantasia utilizado pelos profissionais que trabalham com saúde. Não existe classificação taxativa e caracterizada por qualquer norma jurídica. A literatura especializada nada diz a respeito. O conceito é subjetivo. O interessante é que, se virmos uma estrutura em que há vários médicos exercendo suas especialidades, poderemos afirmar que se trata de uma verdadeira “clínica”. Mas de onde vem essa conclusão? Seguramente de um costume ou intuição permitidos pela ausência de organização legal com relação à construção de um conceito circunstanciado sobre o que seja “clínica”. Ocorre que, infelizmente, na eventualidade de existir a consideração de uma “clínica” por um Conselho Regional de Medicina (CRM), sem as devidas exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM), haverá repercussões negativas junto às referidas instituições, até com possibilidade de violação do Código de Ética Médica. Se não existe resposta segura, nem do próprio CFM, para o significado de “clínica”, há, simultaneamente, consequências para quem não cumprir as obrigações de interesse dos Conselhos, se houver a crença de que uma sociedade empresária ou um local de trabalho sejam considerados “clínica”. Uma “clínica” deve estar, necessariamente, registrada no CRM local, por força da Lei 6.839/80. Essa obrigação foi reconhecida pelo CFM na edição da Resolução 2.056/2013. Certamente, o CFM perdeu a chance de resolver esse problema
THE POWER OF DERMATOLOGY:
BRAZIL BRIDGING THE WORLD TOGETHER
24 TH WORLD CONGRESS OF DERMATOLOGY
WCD Rio 2019: por que é bom para o Brasil? SBD Nacional se esforça para trazer o maior evento da especialidade para o país
O Comitê do WCD Rio 2019 recebeu o apoio de grandes especialistas estrangeiros durante o Meeting da AAD. Na foto, dermatologistas brasileiros confraternizam com o Prof. Lawrence Fields, “o pai da cirurgia dermatológica americana”
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anúncio final da cidade-sede do Congresso Mundial de Dermatologia de 2019 (WCD), o mais importante evento da especialidade no mundo inteiro, será feito na edição deste ano do encontro, em Vancouver, no Canadá, em junho. Com o tema “Rio is ready!” a cidade – que tem como concorrentes Milão, Dubai, Pequim, Praga, Bangalore e Pequim – mostra que está apta a receber o evento. Para que o associado saiba como está sendo o processo de candidatura e qual o papel da SBD nesse trabalho, o JSBD conversou com o presidente do Comitê Organizador do WCD Rio 2019, Omar Lupi. Na entrevista o dermatologista comentou, entre outros assuntos, o apoio recebido por entidades importantes do governo do estado do Rio e a importância da chancela da SBD, que agrega total credibilidade a esse projeto e dá um impulso para que o resultado positivo possa acontecer.
JSBD: Qual será o impacto na rotina da SBD caso o Rio de Janeiro seja a cidade escolhida para sediar o Congresso Mundial de Dermatologia em 2019? O que o associado da SBD ganhará com essa decisão? Omar Lupi: Primeiramente, gostaria de deixar claro que a candidatura não é minha nem do Rio de Janeiro. A candidatura é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), entidade afiliada à Ilds (Liga Internacional das Sociedades Dermatológicas), que se candidatou por ter sido fundada e por possuir sede no Rio de Janeiro, cidade de apelo turístico e com um incrí-
vel centro de convenções com capacidade para 20 mil pessoas, que é o público participante aproximado de um congresso desse porte. Nos últimos dois anos, conseguimos uma aproximação histórica com o board da Academia Americana de Dermatologia (AAD) muito em função de uma reunião oficial entre as duas diretorias visando ao engrandecimento da parceria. Desde então, a SBD tem tido maior expressividade internacional. A candidatura da Sociedade, que é situada no Rio de Janeiro, tem dado ainda mais visibilidade à Diretoria e à entidade médica. Outro ponto positivo é que quanto maior o apoio recebido de delegados de outros países, maior é a possibilidade de convidarmos palestrantes estrangeiros para os nossos eventos, então esse intercâmbio pode expandir consideravelmente e abrir novas portas no exterior para os nossos especialistas. JSBD: Qual é a sua participação no processo de candidatura? OL: A Diretoria da SBD gestão 2013/2014, capitaneada pela Dra. Denise Steiner, decidiu que eu assumisse a função de presidente do Comitê de Candidatura, tendo como secretário-geral o Dr. Paulo Cunha. Para estar à frente desta função, é preciso ter características muito específicas, como ter ampla experiência institucional que obtive tendo presidido a SBD, ter presidido um congresso de grande porte e internacional que é o latinoamericano (Cilad), além de dominar idiomas e
JSBD: Quais serão os efeitos da realização desse congresso na economia da SBD e no futuro da dermatologia brasileira? Serão deixados legados? OL: Um congresso desse nível, que atrai de 15 a 20 mil participantes, tem retorno financeiro referente a três ou a quatro congressos brasileiros. É um excelente legado em termos financeiros para a SBD. Certamente, esses recursos serão transformados, por exemplo, em benefícios diretos para os associados, em melhorias nos Serviços Credenciados e em bolsas de estudos. Muitos dermatologistas brasileiros serão coordenadores de cursos, simpósios e fóruns, nos dando visibilidade e ainda mais respeitabilidade por parte dos estrangeiros. Também estão em pauta a criação de um centro de memória ou museu da dermatologia como forma de divulgação da especialidade para não médicos, e ainda a organização do acervo da biblioteca e de equipamentos históricos (microscópios antigos, moulages) que muitas vezes ficam encaixotados por falta de destino. A ideia é dar continuidade a esses projetos e criar um local para a memória da dermatologia brasileira e, ao mesmo tempo, deixar um legado para a cidade do Rio de Janeiro.
JSBD: Quais são os pontos fortes e fracos da SBD para sede do Mundial? OL: Como dermatologista responsável pela candidatura, acredito que em termos práticos os pontos fortes são termos a SBD por trás para nos dar credibilidade e sermos uma cidade olímpica. Apenas o Rio de Janeiro e Pequim têm esse título. O ponto frágil é o fato de haver certa tradição de rotação de continente na escolha da cidade-sede. Como Vancouver, sede do Congresso deste ano, fica na América do Norte, há probabilidade de o evento voltar para a Europa. Também não podemos esquecer que a Argentina foi sede em 2002. Mas estamos otimistas e esperamos que entendam a nossa mensagem de que a América Latina é diferente da América do Norte e que temos condição de receber bem as pessoas. JSBD: Qual é o balanço que o Comitê Organizador faz dessa campanha de candidatura, que recebeu apoio de importantes órgãos do governo, bem como de diversas sociedades médicas espalhadas pelo mundo? OL: A etapa de divulgação do Congresso foi muito longa, estamos trabalhando desde 2013. Caso consigamos essa vitória, trazer as pessoas para o Brasil é outra etapa árdua, que requer divulgação maciça e também muita energia em todas as etapas. É um trabalho contínuo de internacionalização, que já começou por meio do website do WCD Rio 2019 (wcdrio2019.com) que entrou no ar no início de abril. Visite nossa página, e vamos juntos em busca da vitória! i
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Qual foi o custo do trabalho de divulgação? OL: Não houve patrocínio nem apoio financeiro da SBD para a viabilização da candidatura, que para ser estruturada pode ter o custo de cerca de muitos milhares dólares. Usamos a criatividade e alinhamos as confraternizações institucionais em congressos estrangeiros com as ações de divulgação do WCD Rio 2019, como os últimos coquetéis da SBD na AAD, e os encontros anuais da EADV. Empregamos para esse trabalho recursos estritos, então, independentemente do resultado, esse trabalho é um investimento positivo para a SBD, porque os custos foram mínimos e a entidade ficou muito mais evidenciada e conhecida lá fora. É importante ressaltar o apoio na reta final do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e da Secretaria Municipal de Turismo (Riotur), bem como da Secretaria da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que acreditam no projeto e querem trazer o Congresso Mundial para o Brasil.
JSBD: Quais são as expectativas da SBD como sociedade médica organizadora e candidata do Congresso Mundial de 2019? OL: São boas, temos esperança. Somos membros de uma Sociedade de 103 anos, com mais de 7.600 associados, o que nos garante público interno muito grande. Temos credibilidade científica e uma revista indexada, outro ponto mais do que positivo. Mas é bom ressaltar que o simples fato de estarmos nos candidatando, ganhando ou não, já está sendo extremamente positivo para os dermatologistas brasileiros. No momento em que a SBD propõe a candidatura do Brasil, ela mostra maturidade institucional e reforça sua importância no cenário mundial. Além disso, durante esse processo de candidatura conseguimos sensibilizar entidades, como Embratur, Riotur e a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) que vão passar a apoiar os próximos eventos da Sociedade.
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estar disponível para participação em em diversos congressos estrangeiros. Ser o vice-presidente em exercício do Cilad ajuda a sedimentar o voto latinoamericano que é fundamental nas primeiras etapas da votação e já ter representado a SBD como delegado em mundiais prévios também ajuda bastante.
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70 O CONGRESSO DA SBD
Destacados especialistas internacionais confirmam presença no 70o Congresso Brasileiro de Dermatologia
Encontro congrega os mais conceituados profissionais do exterior e do Brasil para a troca de experiências e onfraternização
CATEGORIAS
Até 09/06/2015
Até 07/08/2015
No Local
Associado Titular quite
R$ 865,00
R$ 952,00
R$ 1.095,00
Associado Aspirante quite e Colaborador quite
R$ 432,00
R$ 475,00
R$ 545,00
Associado Contribuinte e Afiliado quite
R$ 1.125,00
R$ 1.237,00
R$ 1.422,00
Residente/Especializando de Dermatologia em Serviço Credenciado da SBD
R$ 649,00
R$ 714,00
R$ 820,00
Associado Honorário, Benemérito e Associado acima de 70 anos
ISENTO
ISENTO
ISENTO
Aprovado no Exame do TED SBD/AMB 2014 (certificado do título já requerido e pago) R$ 1.125,00
R$ 1.237,00
R$ 1.422,00
Acadêmico de graduação em medicina (vagas limitadas)
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R$ 523,00
R$ 545,00
Acompanhante
R$ 432,00
R$ 475,00
R$ 600,00
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partir do dia 5 de setembro, dermatologistas brasileiros e estrangeiros estarão reunidos em São Paulo para aprimorar e trocar informações sobre as principais novidades na dermatologia clínica, cirúrgica e estética. Dermatoscopia e microscopia confocal, rosácea, fotoproteção, melasma, biologia molecular, melanoma, transplante capilar, hiperidrose, rejuvenescimento da pele, estrias, acne, preenchimento, toxina botulínica, uso do laser e peelings são alguns dos temas que integram o amplo programa científico do evento, que se estenderá até o dia 8 de setembro, no Transamérica Expo Center. Além de renomados palestrantes brasileiros, o congresso contará com oito convidados internacionais já confirmados, como Rolf-Markus Szeimies (Alemanha), professor de dermatologia na Universidade de Regensburg, que apresentará os últimos desenvolvimentos no uso da terapia fotodinâmica (PDT) e do tratamento da queratose actínica. Outro nome assegurado é o de Hugo Cabrera (Argentina), membro do Conselho Editorial Internacional dos ABD e chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas José de San Martín, que fará uma revisão acerca do uso do laser na remoção de tatuagens permanentes. O dermatologista norte-americano Mark Aaron Cappel, do Serviço de Dermatologia da Mayo Clinic, na Flórida, é também presença confirmada no congresso. Em suas aulas ele fará um paralelo entre os temas atuais mais comuns observados na Clínica Mayo e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e mostrará as perspectivas do médico patologista no diagnóstico e tratamento dos linfomas cutâneos. A conferência “Medicamentos off label: recurso, investigação ou necessidade” será apresentada
por Americo Manuel Costa Figueiredo, professor e diretor do Serviço de Dermatologia e Venereologia do Hospital da Universidade de Coimbra e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV); Esteban Fernandes Faith (EUA), do Hospital Infantil Nationwide e professor assistente da Universidade do Estado de Ohio, em Columbus, abordará a dermatologia pediátrica. E o dermatologista Stephen Tyring (EUA) falará sobre as doenças infecciosas emergentes. Tyring é ex-presidente da Sociedade de Dermatologia do Texas, autor de sete livros e com mais de 600 artigos científicos publicados. Shyam Verma (Índia) e Francisco Bravo Puccio (Peru) completam a lista de especialistas estrangeiros que compartilharão suas experiência com os participantes.i
E VENTOS
Sétimo Teraderm da SBD em julho Troca de conhecimentos promovida pelo encontro que ocorre sempre no primeiro semestre do ano é peça fundamental para o desenvolvimento da dermatologia brasileira
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edicada à atualização abrangente da prática terapêutica dermatológica, a SBD realizará nos dias 3 e 4 de julho, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, a sétima edição do Teraderm. O evento, tradicional no calendário da entidade, pretende reunir cerca de dois mil dermatologistas de todo o Brasil, que assistirão a aulas em formato de talk-show sobre toxina botulínica, vitiligo, biológicos em dermatologia, a influência de hábitos como o fumo e as drogas e dos alimentos nas dermatoses, passando por novas técnicas de preenchimento, condilomas e vacinas para HPV, onicomicoses, entre outros temas, divididos em 28 blocos e totalizando cerca de 100 palestras. “É um evento sempre esperado devido a sua objetividade e ao fato de apresentar informações relevantes e atuais apenas de terapêutica”, observou a coordenadora e ex-presidente da SBD, Clarisse Zaitz (SP), ressaltando que é constante o trabalho em busca de educação dermatológica cada vez melhor. Além de Clarisse Zaitz, a comissão organizadora é composta pelos dermatologistas Jayme de Oliveira Filho (SP), vice-presidente da SBD, Humberto Ponzio (RS) e Ricardo Shiratsu (SP).
Inscrições
As inscrições já estão abertas. Até o dia 31 de maio, é possível fazer sua inscrição com valores promocionais. A taxa para associados aspirantes quites da SBD é de R$ 245,00, e o valor para as demais categorias de associados quites da SBD é de R$ 420,00. Os aprovados no TED 2015 com o certificado de Título já requerido podem inscrever-se até o dia 23 de junho, efetuando o pagamento de R$ 630,00. Para conferir a programação completa e ter acesso a informações complementares, acesse o site da SBD (www.sbd.org.br). i
Forte presença brasileira no
Meeting da AAD Mar/Abr 2015
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Líder em participantes e associados no maior evento internacional da especialidade, contando com 960 médicos num total de 3.955, Brasil teve fortes exibições em sessões científicas e mostra otimismo em ver crescer o relacionamento com entidades médicas estrangeiras.
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73a edição do Meeting da Academia Americana de Dermatologia (AAD) realizada na cidade de São Francisco, na Califórnia, de 20 a 24 de março, recebeu a maior participação do encontro por parte dos brasileiros, com 960 médicos dermatologistas (24,27%) entre os 3.955 médicos registrados. Dos 4.973 participantes internacionais, o Brasil ficou na primeira posição, com 1.028 (20,67%), seguido do Canadá, com 453 (9,11%), e da Espanha, que levou 305 pessoas (6,13%). O estande institucional da SBD em parceria com a SBCD e com o apoio da Aché-Profuse foi outro sucesso de aceitação de público, sendo um dos espaços mais visitados pelos médicos.
“Ficamos muito satisfeitos e entusiasmados com o resultado da nossa representação, considerada histórica nesse encontro, sobretudo pelas excelentes sessões apresentadas pelos dermatologistas brasileiros, com destaque para a aula ‘Procedimentos estéticos e cirúrgicos na América Latina’, em que foram compartilhadas as últimas pesquisas e conhecimentos com colegas do mundo inteiro”, afirmou o presidente da SBD, Gabriel Gontijo, adiantando que a patrocinadora do estande pensa em dobrar o espaço no próximo Meeting, a ocorrer em março de 2016, em Washington (DC). Mais de 350 sessões educacionais discutiram os temas mais interessantes e relevantes na área da dermatologia, como o futuro da especialidade e como os especialistas podem continuar a oferecer atendimento de qualidade ao paciente; o importante papel do dermatologista no diagnóstico e na prevenção ao câncer da pele; a toxina botulínica e as injeções de preenchimentos dos tecidos moles; além de simpósios sobre assuntos abordados por grandes professores, em homenagem àqueles que trouxeram grandes contribuições para a dermatologia. Acompanhe as novidades do Meeting 2015 apresentadas por nossos especialistas:
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• Hydropeptídeos para fotorrejuvenescimento • Tetrapeptídeo (Telangyn) que diminui interleucinas e o eritema da rosácea • Glabridina tópica: substância incluída em vários cosmecêuticos, para efeito despigmentante • Ivermectina tópica (creme) 1%, para rosácea • Finasterida tópica 1% para alopécia androgenética • Minoxidil tópico 5% (Rogaine 5%) aprovado pelo FDA para alopécia androgenética em mulheres (foram distribuídas amostras nos estandes) • Glicosamina, peptídeos e enzimas de reparo de DNA: agentes promissores para o tratamento do fotoenvelhecimento • Vireasa TM (uso tópico) (nome comercial de um produto indicado para molusco contagioso, verrugas e picadas de inseto: prurigo estrófulo; uso seguro em crianças, mesmo na face e nas regiões genitais, clinicamente comprovado, 95% de eficácia, indolor; não foi divulgado o nome do princípio ativo) • My Path (nome comercial de kit para diagnóstico de melanoma: uma fita que retira fragmentos da lesão, com objetivo de avaliar o RNA e contribuir para o diagnóstico de melanoma em lesões pigmentadas • Novas tendências tecnológicas: laser em picossegundos para lesões pigmentadas, incluindo tatuagens – picossegundo é a duração do pulso; o nanossegundo é um segundo dividido por um bilhão; picossegundo é um segundo dividido por um trilhão; o picossegundo é mais próximo do tempo de relaxamento térmico dos pigmentos, proporcionando mais eficácia e menor dano • Nicotinamida/Niacinamida (Vitamina B3) oral para fotoproteção, principalmente para pacientes com queratoses actínicas e câncer cutâneo não melanoma: diminui o efeito imunossupressor dos raios UV e aumenta a reparação do DNA, reduzindo a incidência de queratoses actínicas e neoplasias cutâneas não melanoma; alimentos ricos em vitamina B3: carne (principalmente peixes), frutas secas, nozes, tomate, amendoim
Carolina Marçon Coordenadora de Comunicação com as Redes Sociais Acne
• Probióticos: a influência da composição intestinal em diversas doenças cutâneas (por exemplo, acne, rosácea, dermatite atópica) tem sido muito difundida, e os estudos mostram relação significativa entre o conteúdo do trato gastrointestinal e a atividade inflamatória sistêmica. O uso oral de probióticos regularia a liberação de citocinas inflamatórias na pele, com diminuição específica da interleucina-1 alfa (IL-1) e potencial benefício no tratamento da acne. A microbiota intestinal é constituída por bactérias que desempenham diversas funções que garantem a homeostasia do organismo. Fatores ambientais e de estilo de vida são responsáveis por alterações na sua composição: uso de medicamentos, estresse, infecções de repetição, dieta, toxinas ambientais, álcool etc. A capacidade da microbiota intestinal e dos probióticos orais em influenciar a inflamação sistêmica, o estresse oxidativo, o controle glicêmico, a constituição do tecido adiposo e até mesmo o humor pode ter implicações importantes na acne. Alterações na flora microbiana e permeabilidade intestinal levam à absorção de endotoxinas, que vão para a corrente sanguínea, provocando aumento do processo inflamatório e oxidativo, ou seja, inflamação local e sistêmica (pele). Em indivíduos geneticamente suscetíveis à acne, essa cascata aumenta a probabilidade de produção sebácea, a exacerbação da acne e o estresse psicológico adicional.
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Gabriel Gontijo Presidente da SBD Tópicos gerais
• Terapia fotodinâmica com a luz do dia (Day Light PDT): diminui a dor e o custo, sem comprometer a eficácia; indicada em queratoses actínicas I e II Protocolo: a) lavar a região; b) curetar a área; c) aplicar filtro solar (orgânico FPS 30); d) aguardar 15 minutos; e) no consultório, o médico aplicar o agente fotossensibilizante (MAL); f) aguardar 30 minutos; g) o paciente ir para algum ambiente ao ar livre (pode ser na sombra), durante duas horas, de preferência entre as 9 e as 16h; h) lavar a região; i) reaplicar filtro solar.
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Os probióticos e antimicrobianos podem exercer função “reguladora” sobre esse ciclo no nível intestinal. Estudos recentes mostraram melhora clínica significativa da acne (80%) com o uso de probióticos, sendo que alguns trabalhos revelaram efetividade igual ou superior à dos antibióticos sistêmicos. Alguns trials sugeriram associação com minociclina (ação sinérgica). Probióticos de uso tópico: necessidade de mais estudos para conclusões acerca da suposta atividade anti-inflamatória na acne e outras doenças cutâneas inflamatórias (rosácea, dermatite atópica, dermatite seborreica etc.). • Estudos mostram resultados bons e duradouros com a associação de tazaroteno e doxiciclina durante12 semanas. • Dados recentes de ensaios clínicos sugerem que a duração do tratamento com antibióticos deve ser limitada a três meses ou menos. • Leite enriquecido com lactoferrina: melhora da atividade inflamatória na acne. • Tea Tree Oil 5% (uso tópico): 2x por dia – melhores respostas na acne em comparação com a eritromicina e o peróxido de benzoíla. • Peróxido de benzoíla: concentração de 10% não é mais efetiva que a de 2,5% e causa bem mais efeitos colaterais (irritação). • Um novo guideline de acne será provavelmente publicado no JAAD no final do ano.
Laser
• Cicatrizes: iniciar o tratamento precocemente (tempo seguro proposto nos estudos: de quatro a seis semanas após o evento traumático). Quanto mais precoce, melhores os resultados – fibroblastos ativos. Associar técnicas: infiltração de corticosteroide, PDL, laser fracionado ablativo/não ablativo – altas fluências e baixas densidades. Drug delivery: cicatrizes hipertróficas - LFA + triancinolona / cicatrizes atróficas - LFA + ácido poli-L-lático. • Associação de tecnologias na mesma sessão para melhores resultados. Por exemplo: rosácea: PDL + laser fracionado não ablativo (LFNA); poiquilodermia: LIP + LFNA; cicatrizes hipertróficas eritematosas: PDL + Q-Switched + LFNA; fotoenvelhecimento: USG focado + LIP + laser fracionado ablativo (LFA). • Tratamento global do envelhecimento – Tratamento de rugas periorais: associação de técnicas – LFA ou LFNA em toda a face + microagulhamento (em todos os sentidos + drug delivery com gel de ácido hialurônico) nas áreas com mais rugas + preenchimento. • Casos graves de ulceração após aplicação
de LFNA. Motivo: anestesia infiltrativa prévia. Recomenda-se diminuição dos parâmetros do aparelho caso seja realizada infiltração de anestésico. • Mycobacterium chelonae: micobactéria atípica multirresistente, de crescimento rápido, que vem sendo isolada em lesões de aparecimento tardio um a dois meses após aplicação do laser (LFA e LFNA). Motivo proposto: assepsia inadequada. • Eritema prolongado após LFNA/LFA – disparo estaqueado e múltiplas passadas. Tratamento proposto: LED (830±590nm). • Casos de toxicidade pelo anestésico tópico – aplicação do laser fracionado sem remoção adequada do anestésico. • Para evitar HPI pós-laser: optar por altas energias e baixas densidades, prolongar o intervalo entre as sessões. • LFA e LFNA: estudos sugerem que a vitamina C, os fatores de crescimento e o plasma rico em plaquetas podem encurtar a fase inflamatória, aumentar a produção de colágeno e reduzir o tempo de recuperação. • Biofilme: tratamento com LFA + antibioticoterapia tópica (gentamicina). • LED (vermelha) no pós imediato para diminuir edema, inflamação e downtime. • Futuro: drug delivery para vacinação, infecção, imunomodulação, aplicação de stem cells (rejuvenescimento, queda de cabelo); laser nas fibras nervosas para diminuir prurido; OCT (tomografia de coerência óptica) para guiar/realizar tratamentos cirúrgicos, em especial neoplasias (robótica).
Onicomicose
• Novos medicamentos de uso tópico (bons resultados mesmo em acometimentos superiores a 30%): 1) Efinaconazole 10%: 1x/dia – cura em 52 semanas. 2) Tavaborole 5%: 1x/dia – cura em 48-52 semanas. • PDT (resistência ao tratamento convencional ou contraindicação para o tratamento sistêmico): três aplicações – uma a cada duas semanas. Preparo da unha com ureia 40% durante dez dias. ALA (três horas sob oclusão) – Irradiação com luz vermelha (630 m), distância de cinco a 8cm, 37J/ cm2 por 7’ e 24”. • Tratamento oral: demonstrados melhores resultados com terbinafina 250mg/dia e itraconazol 200mg/dia, ambos durante 3 meses (2a opção). • Produtos de uso tópico – melhores resultados com a aplicação sobre, sob e ao redor da unha. Lixar não melhora a eficácia – não recomendado.
Fotoproteção
Carlos Barcaui Assessor do Departamento de Oncologia Melanoma
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• A realização de testes para análise de mutações somáticas como Braf, C-KIT e NRAS é recomendada para pacientes que se possam beneficiar do uso sistêmico das novas drogas disponíveis, não mais restrito aos ensaios clínicos. • Os novos testes (Castle Biosciences DecisionDx, Myriad Genetics Mypath e Sequenom Melacarta Panel) para definição do perfil de expressão genética, que podem identificar tumores com maior ou menor risco de metástase, não são recomendados como rotina e estão indicados apenas em ensaios clínicos. • Como método de imagem para investigação de cadeias ganglionares suspeitas em pacientes com melanoma, a ultrassonografia é recomendada. Ela não substitui a pesquisa do linfonodo sentinela, mas é superior ao exame clínico na detecção de metástases ganglionares. • A cirurgia micrográfica de Mohs continua não sendo recomendada pela AAD e o NCCN (National Comprehensive Cancer Network) para o tratamento do melanoma. • Há diversas novas drogas para o tratamento da doença avançada. Recentemente foram aprovados: Dabrafenib (Braf), Trametinib (MEK), Pembrolizumab (antiPD-1), Nivolumab (antiPD-1). Verifica-se a tendência de se utilizar uma combinaçãoo das drogas, o que parece ser mais eficaz do que o uso isolado. Um exemplo em tumores Braf+ é a combinação do dabrafenib+trametinib, mais eficaz do que o vemurafenib isolado.
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• Vitamina D (conclusões permanecem as mesmas): devido ao fato de a maioria das pessoas não utilizar os protetores solares corretamente, a deficiência de vitamina D raramente é um problema. Em casos específicos, nos quais a fotoproteção restrita é indicada, a suplementação oral de vitamina D garante níveis séricos adequados, independentemente de quão rigoroso seja o uso do protetor solar. • Associação de fotoprotetores e antioxidantes: combinação foi mais eficiente do que o fotoprotetor isolado na supressão do desenvolvimento de pigmentação, depleção das células de Langerhans e indução de MMP-9. Extratos botânicos e enzimas de reparo de DNA também mostraram benefício adicional na proteção solar. • Nanopartículas: evidências atuais sugerem que, quando aplicadas na pele íntegra, não têm a capacidade de penetrar profundamente e causar problemas sistêmicos. Permanecem na superfície da pele (estrato córneo). Não existem dados que confirmem a segurança da aplicação na pele com função de barreira comprometida. • Polypodium leucotomos: estudos in vivo confirmaram aumento significativo da dose eritematosa mínima e redução da sensibilidade à radiação UV com o uso oral do produto, além de segurança a longo prazo. • Nicotinamida oral (500mg/dia): bloqueia o efeito inibitório da radiação UV na produção de ATP, minimiza a imunossupressão UV induzida, melhora o reparo do DNA – reduz a incidência de queratoses actínicas e câncer da pele não melanoma. • Futuro: utilização de micro-organismos unicelulares (bactérias e leveduras) para produção de metabólitos de interesse – moléculas protetoras contra a radiação UV. Simplificação do processo de produção e redução dos custos, uma vez que são facilmente cultiváveis e geneticamente manipuláveis.
Estande SBD/SBCD
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Ponto de encontro dos participantes do Congresso, o estande da SBD/SBCD permitiu a troca de ideias sobre as palestras, bem como uma oportunidade de conhecer o funcionamento das Sociedades médicas. No local, foram disponibilizados folhetos explicativos que contaram um pouco sobre as entidades e os principais eventos da SBD neste ano, como o I Simpósio de Oncologia Cutânea e o Dermato São Paulo. Também foram realizadas ações visando à candidatura do Rio de Janeiro à sede do Congresso Mundial de Dermatologia, em 2019.
Fórum brasileiro
A dermatologia brasileira coordenou fórum sobre procedimentos estéticos e cirúrgicos na América Latina. Na pauta, foram apresentados assuntos dos quais dermatologistas brasileiros e latino-americanos têm reconhecido conhecimento, como praticada cirurgia de Mohs na América Latina e usos mais frequentes da toxina botulínica. Sob a coordenação do dermatologista Ricardo Shiratsu, o fórum ocorreu no dia 24 de março, no The Moscone Center, e contou com a participação dos palestrantes André Braz (RJ), Valéria Campos (SP), Gaston Galimberti (Argentina), Gabriel Teixeira Gontijo (MG), Beni Grinblat (SP), Bogdana Victoria Kadunc (SP), Ana Paula Gomes Meski (SP), Joaquim Mesquita Filho (RJ), Marcio Soares Serra (RJ) e Reinaldo Tovo (SP).
Dermatologistas lançam livros
Escrito pela dermatologista brasileira, que trabalha na Universidade de Miami, Katlein França e pelo dermatologista e psiquiatra Jefferany Mohammed, de Chicago, o livro Geriatric Psychodermatology, possui um capítulo inteiro de autoria das dermatologistas Tânia Nely Rocha (MG) e Maria Helena Sandoval (ES), esta última convidada para palestrar na Association of Psychocutaneos Medicine of North America (APMNA), sob a perspectiva do dermatologista, a respeito do transtorno obsessivo compulsivo. O encontro ocorre anualmente e precede o congresso americano. i
II Curso de Anatomia da Face e Pescoço já se destaca entre os importantes eventos deste ano l
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Promovido pela SBD Nacional em parceria com a SBD Resp, curso atrai brasileiros que buscavam uma atualização completa em anatomia e cosmiatria
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romovido por parceria institucional entre a SBD Nacional e SBD-Resp, e exclusivamente para seus associados e para residentes que se tornaram associados aspirantes, a segunda edição do curso teve como foco – além da cosmiatria (preenchimentos e toxina botulínica) – a anatomia ligada à cirurgia dermatológica: zonas de perigo, bloqueios neurais, inervação e vascularização da face e as complicações cirúrgicas e cosmiátricas. As aulas, coordenadas pelos dermatologistas Gabriel Gontijo (presidente da SBD), Reinaldo Tovo (presidente da Resp), Tatiane Curi e Nicole Perim, foram divididas em duas partes: teórica e prática com dissecção das peças anatômicas auxiliadas por Ipads com programas em 3D de anatomia. “Cada aluno recebeu uma apostila, vestuário próprio, além de completo aplicativo, contendo um programa de anatomia para utilização em celulares ou Ipads”, informou Tovo. O curso foi realizado na véspera do Meeting da AAD, na renomada Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, e contou com a presença da dermatologista americana Ellen Marmur,
de Nova Iorque, e do cirurgião Jonathan Sykes, de Sacramento, Califórnia. “Além da grade científica muito bem elaborada, os destaques foram a presença de apenas dois alunos por peça anatômica em cadáver fresco, algo proibido no Brasil, além do custo menor de sua realização e facilidade de deslocamento, já que os participantes puderam aproveitar a passagem para o Meeting da AA e a demonstração da anatomia cirúrgica e cosmiátrica das mãos”, apontou Gabriel Gontijo. O III Curso Teórico-prático de Anatomia da Face e Pescoço em Cadáver Fresco será realizado no dia 3 de março de 2016, na cidade de Washington, um dia antes do Meeting da AAD. i
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Os membros da Comissão de Título de Especialista da SBD, Mauro Yoshiaki Enokihara (SP), Flávia Vasques Bittencourt (MG), Nilton Di Chiacchio (SP), Ana Maria Ferreira Roselino (SP), Walter Belda Junior (SP), Francisca Regina de Oliveira Carneiro (PA), Heitor de Sá Gonçalves (CE) e Lauro Lourival Lopes Filho (PI)
“A melhor sensação? A do dever cumprido!”
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Além das provas teórica e teórico-prática, este ano os candidatos foram submetidos à aplicação de prova oral, idealizada pela Diretoria da SBD e aprovada em Reunião do Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral em 2013
m compromisso feito e cumprido com êxito após dois anos de muita dedicação e comprometimento com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Realizado entre fevereiro e abril, o 49o Exame para Obtenção do Título de Especialista em Dermatologia (TED) contou com o retorno da avaliação oral, além das provas teórica (eliminatória) e teórico-prática. A mudança foi motivada por uma sugestão de associados que, preocupados com a melhoria da qualidade do Exame e com a boa formação médica do especialista, levantaram a possibilidade da implementação de uma avaliação mais completa. A Diretoria gestão 2013/2014 analisou a proposta e posteriormente a submeteu a votação em Reunião do Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral, em setembro de 2013. Assim que aprovada, a Comissão de Título de Especialista da SBD começou a trabalhar na elaboração da prova oral e nos critérios de escolha de seus avaliadores – participaram 61 doutores voluntários de todo o Brasil. “A SBD fez história com o retorno da prova oral, e gostaríamos de agradecer profundamente a toda a Comissão do TED, aos professores
voluntários, à Diretoria da gestão passada e a esta também, além dos funcionários da SBD e à Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) pelo excelente andamento do Exame. Como essa foi a primeira avaliação contendo mudanças, as próximas certamente serão aprimoradas”, disse o presidente Gabriel Gontijo, complementando que a SBD arcou com os custos de transporte, hospedagem e alimentação dos avaliadores, além de transferência do aeroporto para os hotéis e do hotéis para o local do exame, justificando assim o aumento do valor da inscrição. Executadas pela Fundep e aprovadas pela Associação Médica Brasileira (AMB), as três provas ocorreram em São Paulo. A teórica no dia 22 de fevereiro, e a téorico-prática e a oral nos dias 11 e 12 de abril, respectivamente. Para terem avaliados seus conhecimentos e condutas práticas, os candidatos tiveram 30 minutos para apresentar três casos clínicos, sobre doenças inflamatórias, neoplásicas e infecciosas. Cada caso clínico valeu 10 pontos, e para aprovação o candidato teve que alcançar 60% da pontuação total. O aluno confirmou seu nome, e toda a avaliação foi
O que os candidatos disseram Houve uma expectativa e ansiedade, entretanto após a realização da prova, senti que fui bem avaliada, as perguntas bem colocadas.
gravada em áudio e vídeo. Além disso, antes e após a prova, todos os candidatos foram identificados com biometria para evitar fraudes. “Esse modo de avaliação poderá contribuir para o aperfeiçoamento na formação dos residentes, desde que essa metodologia seja incorporada no conteúdo programático da residência da dermatologia, estimulando a realização de sessões semelhantes no dia a dia dos Serviços Credenciados, com sessões do tipo anamnese, descrição das lesões elementares, qual seu diagnóstico, qual a propedêutica e o que o residente espera encontrar nos exames que serão solicitados e na conduta terapêutica”, salienta Gabriel Gontijo.
Fantástico! Sensacional! Um avanço que não há como retroceder!
Elogio o intervalo entre a prova teórica e a prova prática. E deve permanecer a prova oral com a prova teórico-prática.
Inicialmente achei o custo da inscrição muito alto. Mas o que encontrei aqui, o conforto, as instalações, a logística e equipamentos de áudio e vídeo justificaram o que paguei.
Logística afinada
Os cerca de 330 candidatos que aguardavam em uma sala de espera confortável, climatizada e com lanche, foram recepcionados pelo presidente, que deu boas-vindas e desejou a todos boa prova. Detectores de metal inspecionavam quem fosse ao banheiro. Na sala de exame, estavam instalados telões com imagens em alta resolução e 30 mesas de avaliação com uma mescla de examinadores divididos por estados do Brasil. Caso fossem identificados conflitos de interesse (parentesco até terceiro grau, conhecimento pessoal ou residentes de avaliadores), os candidatos eram imediatamente trocados de avaliadores. “A Comissão preparou quatro grupos de casos, sendo dois para a manhã e dois para a parte da tarde, que foram sorteados pelos próprios candidatos. A mesma avaliação foi aplicada a todos, além de ter sido terminantemente proibida qualquer interação entre candidatos e avaliadores. A prova foi feita mediante formulário, em que cada questão tinha a chave de respostas e dependendo da res-
posta do candidato, o avaliador assinalava um dos três quadros: sim, em parte e não”, explica Gontijo. Os dermatologistas que participaram da Banca Examinadora da Prova Oral do TED receberam certificado e carta de agradecimento especial da Diretoria e da Comissão de Título nessa ação, que é um marco na história da instituição. Os diretores estudam a possibilidade de os avaliadores terem suas inscrições gratuitas para o próximo Congresso Brasileiro de Dermatologia, em São Paulo. Veja a relação dos arguidores na próxima página. A lista dos aprovados e o gabarito final foram publicados no dia 30 de abril no site da SBD (www. sbd.org.br) e da Gestão de Concursos (www.gestaodeconcursos.com.br).
Prova oral relatada pela Comissão do TED
Muito da aplicação da prova oral do TED 2015 já foi divulgado no Boletim eletrônico n. 45 Ano 5 da SBD
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A prova foi justa no sentido de avaliar realmente se o candidato está apto a exercer a dermatologia, com descrição das lesões elementares, diagnóstico, propedêutica e tratamento.
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Prova muito bem organizada, temas cobrados foram bem de acordo com o que se ensina na residência.
No dia 10 de abril, véspera das provas teórico-prática e oral, foi realizado treinamento dos 61 avaliadores com a Comissão de Título para a explicação do processo de avaliação.
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A tesoureira da SBD, Leninha Valério do Nascimento, e o dermatologista Airton Gon, do Paraná
e em outros veículos de comunicação, como na própria matéria de capa desta edição do JSBD. A seguir, relatamos resumidamente o que se passou nos bastidores. Competia à Comissão do TED 2015 executar a tarefa, com o compromisso de que o faríamos da melhor forma possível. Surgia o primeiro questionamento, entre muitos que se seguiram: como formatar uma prova oral para 700 candidatos? Um calendário anual foi proposto para as reuniões da Comissão do TED, que foi cumprido de forma presencial em muitos fins de semana na cidade de São Paulo, e paulatinamente a prova oral foi adquirindo o formato almejado. A primeira decisão importante foi que as provas seriam feitas em dois tempos. As avaliações, entretanto, seriam realizadas em tempo único com a intenção de economizar custos para a SBD e também para o candidato. Assim, a prova teórica passou a ser eliminatória, tendo sido aplicada a 564 candidatos em fevereiro de 2015. Ao mesmo tempo em que elaborávamos a prova teórica eliminatória (80 questões) e a prova teórico-prática no computador (40 questões), visitas para definição dos possíveis locais de aplicação das provas, concepção da criação de baias e decisão de que a prova seria videogravada e em formato de gincana, bem como definição da banca de examinadores, local de hospedagem dos examinadores, traslados, entre outros aspectos, eram praticadas. Tendo em mãos o número de 335 candidatos aptos a realizar a prova oral, a logística foi consolidada pelo comando do Sr. Anderson Gomes dos Santos (Fundep). Todos esses quesitos foram detalhadamente discutidos pela Comissão do TED, Fundep e SBD/Blumar, culminando com a elaboração cuidadosa da programação da prova oral TED 2015 pela Dra. Priscila Rudge (SBD) e Sra. Wal Maciel (SBD), distribuída a todos os participantes. Nesse intervalo, os candidatos que foram aprovados na prova teórica submeteram os currículos para a confirmação da inscrição para a segunda fase do concurso, trabalho executado com maestria pela Dra. Priscila Rudge e Sra. Márcia Rodrigues, na sede da SBD. Outro questionamento de suma importância nos afligia: como criar uma prova oral? Incluíam-se o conteúdo da prova e a formatação propriamente dita. A decisão tomada de que seria uma prova-piloto foi fundamental. Aplicaríamos uma prova com três casos clínicos, abrangendo três braços importantes na formação em dermatologia: dermatoses infecciosas, inflamatórias e neoplásicas. A discussão dos casos deveria mimetizar o cotidiano do candidato com os seus preceptores nos ambulatórios. Subcomissões foram formadas para a elaboração de cada um desses tópicos, e quatro kits de provas foram finalizados para que o candidato ti-
vesse oportunidade de sorteio. Ainda tínhamos outro questionamento: como 60 examinadores poderiam avaliar cada candidato com a menor subjetividade possível? Assim, criamos fichas com check list para cada tópico avaliado por caso clínico. O avaliador não precisaria se ater exclusivamente ao check list que, entretanto, serviria como norteador da avaliação, já que ele só conheceria os casos no momento exato da aplicação da prova. A seguir, optamos pelo treinamento na véspera da prova oral, incluindo a programação social de boas-vindas aos examinadores. A Sra. Bruna Luiza C. Menezes, competente pedagoga da Fundep, esteve conosco em várias etapas da elaboração do formato da prova, culminando com a confecção do livreto contendo todas as informações da aplicação da prova oral, que foi distribuído aos examinadores na tarde do treinamento. Alguns pontos frágeis ainda devem ser considerados com relação à aplicação da prova oral: número de candidatos e número de avaliadores com grau de doutorado. A prova teórica eliminatória minimiza o primeiro item. Em relação aos examinadores, constatamos que o número de sócios efetivos com doutorado é ínfimo em face dos mais dos mais de 7.500 associados da SBD. Seria muito profícuo que todos os chefes de Serviços pudessem ter estado presentes na banca da prova oral, porém, nem todos têm doutorado. Portanto, ações devem ser definidas para que esse item seja cumprido. Finalizando, não temos dúvida de que a prova oral também servirá para retroalimentar o ensino da dermatologia nos Serviços Credenciados pela SBD. Nossos mais sinceros agradecimentos a todos que participaram da organização, confecção e aplicação da prova oral TED 2015, menina dos olhos de nosso atual presidente, e, principalmente, aos examinadores, que se dispuseram a enfrentar dois dias de trabalho árduo. Também muito agradecemos aos colegas e candidatos pelos elogios e críticas construtivas, que nos emocionaram. Ao transformar em realidade a concepção da prova oral do TED pelas Diretorias da Dra. Denise Steiner e pelo atual Presidente da SBD, Dr. Gabriel Gontijo, certamente nos tornou, todos, mais próximos. Ana Maria F. Roselino Presidente da Comissão do TED 2015 Demais membros: Flávia Vasques Bittencourt (MG), Francisca Regina de Oliveira Carneiro (PA), Heitor de Sá Gonçalves (CE), Lauro Lourival Lopes Filho (PI), Mauro Yoshiaki Enokihara (SP), Nilton Di Chiacchio (SP) e Walter Belda Junior (SP). i
A SBD agradece a participação de todos vocês! l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l
AIRTON DOS SANTOS GON ALCEU LUIZ CAMARGO V. BERBERT ANA KARINA ALVES MOURA ANA LÚCIA FRANÇA DA COSTA ANA REGINA COELHO ANDRELOU FRALETE AYRES VALLARELLI ANDREZZA TELLES WESTIN ANGELA CRISTINA RAPELA MEDEIROS BERNARDO GONTIJO CAIO CESAR SILVA DE CASTRO CARLA WANDERLEY GAYOSO CAROLINA CHRUSCIAK TALHARI CLAUDEMIR ROBERTO AGUILAR DALVA REGINA PIMENTEL DANIEL HOLTHAUSEN NUNES EDILEIA BAGATIN ELIZABETH VAZ DE FIGUEIREDO MORENO BATISTA EMMANUEL RODRIGUES DE FRANÇA FLAVIA REGINA FERREIRA FRANCISCO MACEDO PASCHOAL GERALDO MAGELA MAGALHÃES ITAMAR SANTOS IVAN JORGE FREIRE DE SEMENOVITCH IZELDA MARIA CARVALHO COSTA JACKELINE GOMES GUERRA JACKSON MACHADO PINTO JÁDER FREIRE SOBRAL FILHO JANE TOMIMORI JOÃO CARLOS SIMÃO JOAQUIM XAVIER DE SOUSA JÚNIOR
Curso de Residentes e Especializandos
É comum que a apreensão tome conta de residentes e especializandos à medida que se aproxima a prova de Título de Especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Atenta a isso e para evitar a procura de cursos paralelos, a entidade promoveu o inédito Curso de Educação Médica Continuada para seus residentes/especializandos aspirantes do terceiro ano dos Serviços Credenciado de junho de 2014 a março deste ano, realizado em São Paulo, com o apoio do Laboratório Mantecorp/Hypermarcas. A ideia foi reuni-los com renomados professores, buscando motivá-los e integrá-los nos dez módulos. As aulas abordaram os tópicos mais relevantes da dermatologia clínica e de áreas como histopatologia, dermatoscopia, micologia, cirurgia, cosmiatria e laser. Após a realização de cada módulo, o participante inscrito teve acesso a um complemento do curso por meio de um fórum de discussão no Ambiente Interativo Educacional da SBD (Moodle), seguido de prova na plataforma online para avaliar o aprendizado de cada fase. “A ideia principal era instigar o aluno a localizar suas deficiências e também seus pontos altos. O retorno e entusiasmo dos alunos foram muito grandes, a maioria considerou o conteúdo excelente e sentiu que o
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JULIANA DUMÊT FERNANDES LENINHA VALÉRIO DO NASCIMENTO LUCIANA ARCHETTI CONRADO LUCIANA PATRICIA ABBADE LUCIANA RODRIGUES LISBOA FAUCZ LUCIENA CEGATTO MARTINS LUIZ GONZAGA DE C. E SOUZA FILHO MAGDA BLESSMANN WEBER MARCELO GROSSI MARCIA ALMEIDA GALVÃO MARCO ANDREY C. FRADE MARIA DE FÁTIMA DE MEDEIROS BRITO MARIA DE FÁTIMA G. SCOTELARO ALVES MARIA DENISE F. TAKAHASHI MARIAM PATRÍCIA AUADA SOUTO MARÍLIA OGAWA MIRIAN LANE DE O. R.CASTILHO MÔNICA NUNES DE SOUZA SANTOS NEUSA YURIKO VALENTE RAIMUNDA NONATA RIBEIRO SAMPAIO RÉGIA CELLI PATRIOTA RENATA FERREIRA MAGALHÃES RENATA NAHAS CARDILI RENAN MINOTTO RENAN RANGEL BONAMIGO SAMIRA YARAK SERGIO HIRATA SILMARA CESTARI SILVIO ALENCAR MARQUES SORAYA NEVES MARQUES BARBOSA XINAIDA TALIGARE VASCONCELOS LIMA
curso reforçou o conhecimento. No balanço geral, sinto que aprenderam muito e também confraternizaram com colegas de todo o Brasil”, considera a ex-presidente da SBD, Denise Steiner, organizadora do curso ao lado da dermatologista Caroline Assed, que aponta: “Recebemos muitos elogios por parte dos residentes; tenho certeza de que essa iniciativa da SBD foi extremamente válida e proveitosa para todos aqueles que tiveram a oportunidade de participar das aulas”. Denise Steiner destaca a qualidade técnica do trabalho desempenhado pelos médicos envolvidos, que conseguiram criar um ambiente educacional motivador. “Todos os módulos foram excelentes, e destaco o comprometimento dos Drs. Mário César Pires e Domingos Jordão Neto, que não mediram esforços para organizar suas aulas de dermatologia clínica de excelente qualidade. O curso de micologia foi excepcional, e agradeço à Dra. Carmélia Reis e a sua equipe, que o organizaram com carinho e dedicação”, disse a ex-presidente da entidade. A atual Diretoria planeja uma reformulação na estrutura do curso, transformando-o em um Programa de Reciclagem para todos os associados da SBD, com o conteúdo sendo disponibilizado online. i
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n f o r m a ç õ e s
ú t e i s
Como ligar para o Brasil: 0800-50190
Fuso
horário: menos duas horas em relação ao
horário de
Brasília
Moeda: Nuevo Sol
Visto: Não é necessário Saúde: Não é exigida apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou profilaxia contra a febre amarela Embaixada oficial no Brasil: SES, Qd. 811, lote 43, Brasília (DF) – 61 3242-9435 www.embperu.org.br
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Lima D ESTINOS
Marcas da história e do tempo estão por toda a cidade
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Com a colaboração da dermatologista Helena Emi Aki Fujii (SP)
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ma bela caminhada durante a manhã pela orla marítima do bairro de Miraflores e depois um almoço com direito a ceviche e pisco sour em algum dos restaurantes da costa verde. Esse seria um bom começo de dia na cosmopolita Lima, capital do Peru, país onde ocorre a 33a Reunião Anual de Dermatologistas Latino-americanos (Radla), em maio. O roteiro clássico inclui ainda uma boa caminhada no centro histórico e idas a bares boêmios das ruas de Barranco. Com seu charme costeiro, seu passado pré-colombino e seu ritmo de metrópole, Lima intriga o turista que acredita que conhecer o Peru é apenas visitar as ruínas de Machu Picchu. Fundada em 1535 sobre o vale do rio Rímac e nomeada como Cidade dos Reis pelo espanhol Francisco Pizarro, Lima logo se transformou no mais importante centro da América do Sul, concentrando o intercâmbio comercial das colônias da Espanha
até o reinado. Antes da dominação europeia, entretanto, seu território já havia sido ocupado há milhares de anos por diferentes povos pré-hispânicos, entre eles os da milenar cultura inca. Hoje, a capital é um caldeirão de influências com um pouco de tudo que há no Peru e no mundo. De seus mais de oito milhões de habitantes, praticamente um terço é formado por peruanos das distintas regiões do país, imigrantes de todas as partes do planeta, transformando a cidade em mestiça por excelência. Centro intelectual, político e econômico do Peru, a cidade consegue expressar sua força mostrando ao mundo que representa uma nação com rica diversidade cultural e que luta para baixar seus níveis de pobreza e subdesenvolvimento. Veja o roteiro que preparamos para que você desfrute ao máximo dessa intrigante cidade:
Praça San Martin
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Miraflores
Um passeio à beira-mar
A cidade fica à beira do mar, mas não exatamente ao nível do mar. Há um barranco ou platô que se estende por quilômetros e separa duas avenidas que serpenteiam pela costa: uma lá embaixo, ao nível do mar, e outra em cima, beirando os prédios e casas, com muitos trechos de parques.. Mas há a peculiaridade do clima que deixa tudo ainda mais diferente. Lima tem umidade altíssima, mas praticamente não chove por lá. O melhor trecho para caminhar fica em Miraflores, entre o Parque del Amor e o shopping center Larcomar. No trajeto, passe no restaurante La Rosa Náutica, situado praticamente dentro do mar e um dos mais tradicionais da cidade.
Uma caminhada pelo centro histórico
Um pouco descuidado, mas com atrações importantes, o centro histórico faz parte desde 1991 do Patrimônio da Humanidade da Unesco e, sem dúvida, é um dos locais mais visitados do Peru. Nele, o maior da América do Sul, se concentra a força histórica do país, seu tempo de colônia e de vice-reinado. Vale a pena circular pela Plaza de Armas – local em que foi proclamada a Independência do Peru – e arredores e conhecer alguns
Praça das Armas
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Ceviche peruano, simplesmente o melhor
Dicas de restaurantes La Mar, de um dos mais renomados chefs peruanos, Gastón Acurio. Se destaca pelas ostras e ceviches deliciosos. l El Mercado, do chef Rafael Osterling. No cardápio há pratos peruanos tradicionais misturados com cozinha asiática. l Pescados Capitales: com o cardápio todo baseado nos pecados capitais, é muito apreciado pelos brasileiros. l Sonia: serve um dos mais famosos ceviches de Lima. l Central, do chef Virginio Martinez: premiado como o 15o melhor restaurante do mundo, é top da América Latina. Utiliza ingredientes de várias regiões do Peru.
Astrid y Gasto, inicialmente do chef Gastón Acurio, é o restaurante mais famoso do país. l Rafael, do chef Rafael Osterling é o restaurante de número 13 da América latina. Sua cozinha moderna tem toque peruano. l La Picanteria de Hector Solis: o restaurante da moda. O cardápio é à base de peixes, e o cliente escolhe o tamanho e modo de preparo. l Osso, do chef Renzo Garibaldi. O restaurante é um açougue que se tornou um dos mais concorridos restaurantes da cidade. Pequeno, tem uma única mesa onde todos comem juntos, e o próprio chef escolhe o que vai servir.
de seus monumentos, como a Catedral de Lima, o Palácio Episcopal, o Monastério de Santo Domingo, o Convento de São Francisco e a Casa Aliaga. O convento de São Francisco, aliás, é uma atração à parte, além da San Marcos, primeira universidade da América do Sul, fundada em Lima, em 1551. Não deixe de conhecer a Jirón Ica Ucayali, uma das ruas mais lindas do Centro e que depois de intensa reforma se tornou exclusiva para pedestres. Possui dezenas de mansões, como o Palácio Torre Tagle. Nessa rua também está a Casa Aspillaga, que hoje é um centro cultural e sempre tem interessantes exposições gratuitas.
esquina do Palácio do Governo, já recebeu praticamente todos os presidentes do país. Ganhou as páginas da Vogue EUA, quando Mario Testino fez ali um ensaio fotográfico para a revista. O chão de azulejo e os balcões e armários de madeira escura são um retorno no tempo. Aproveite esses locais e não deixe de saborear deliciosos ceviches e pratos à base de milho e batata ou algumas frutas e os pescados mais diferentes que você já viu na vida.
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Museus
O Museu Larco ou Museo Arqueologico Rafael Larco Herrera é um passeio imperdível em Lima. Fica localizado em um bairro residencial de classe média com praças e casas bem típicas da cidade. Se tiver tempo livre, caminhe entre o Museu Larco e o Museu Nacional de Arqueología Antropología e Historia del Perú. No Larco há uma coleção completa de artefatos cerâmicos dos incas que contam muito da história desse povo. O Bodega y Quadra, aberto recentemente, conta a história de Lima como capital do vice-reinado e como colônia, além de possuir um sítio arqueológico.
Culinária
Vale a pena provar a tradicional cozinha peruana, um dos programas turísticos mais interessantes na cidade, de preferência no Pescados Capitales, restaurante típico e com o cardápio todo baseado nos pecados capitais. Fundado em 1905, o bar e restaurante Cordano, situado na
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Bairro Barranco
Preferido dos modernos e descolados da cidade – e também dos turistas – o bairro Barranco tem as casas mais coloridas e as antigas mansões coloniais mais charmosas de Lima. É também local de vários bons restaurantes e bares, discotecas, ateliês de artistas, pequenos museus e galerias. Comece o passeio pela Biblioteca Municipal, onde há um local para pegar informações turísticas e mapas da cidade. Próximo a ela, a La Ermita, a Puente de los Suspiros, o mirante com vista para o Oceano Pacífico e a Bajada de Baños, este um caminho que leva à praia. Ao lado da Puente, há uma pequena rua de bares em casinhas coloridas. Da Biblioteca também sai a charmosa Av. Pedro de Osma, onde ficam os museus Pedro de Osma e Mate, o primeiro num casarão antigo, abrigando um conjunto de bonitas pinturas cusquenhas, e o segundo um instituto criado por Mario Testino, famoso fotógrafo peruano.
Sítios arqueológicos
Entre os sítios arqueológicos para visitação, opte pelo Huaca Pucllana. É dentro da cidade, o lugar é pitoresco, e o tour é completo. i
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rata-se de parasitose bastante conhecida dos dermatologistas e de outros especialistas, caracterizada por linha de erupção pruriginosa, eritematosa, serpiginosa, papular ou vesiculosa, resultante da penetração na derme da larva migrans ou migrante, oriunda do Ancylostoma braziliense, parasito do cão e do gato. Os ovos se desenvolvem bem na areia ou em terreno arenoso e, em condições favoráveis (calor e umidade), em uma semana se transformam em larvas infectantes. A larva infectante vai-se locomovendo e abrindo um túnel avermelhado na derme, conseguindo avançar de um a 2cm por dia. Seu trajeto pode ser linear ou sinuoso, causando erupção ligeiramente saliente, que apresenta, na porção terminal, uma pápula em que está localizada a larva. Esse trajeto assemelha-se ao contorno de um mapa geográfico. Por isso, esse verme foi apelidado de bicho-geográfico. É termo informal ou popular, porém muito útil para caracterizar e reconhecer essa parasitose, também denominada dermatite linear serpiginosa e bicho de praia, pelo fato de a larva ser comum na areia com fezes de animais. Em inglês, é conhecida como cutaneous larva migrans or creeping eruption. Muitos médicos brasileiros participaram do estudo e das medidas sanitárias relacionadas a essa parasitose. Inserimos, neste pequeno artigo, uma foto histórica dos “pioneiros da parasitologia”, citando o Dr. Gomes de Faria como descobridor do A. braziliense. “Em um dia qualquer entre junho e dezembro de 1908, Oswaldo Cruz reuniu os pesquisadores de Manguinhos para uma foto em frente ao caramanchão da Casa de Chá. Era uma forma de registrar a passagem por Manguinhos de dois ilustres cientistas alemães: Gustav Giemsa e Stanislas von Prowazek. A vinda dos dois pesquisadores era um dos primeiros frutos do sucesso alcançado pelo Brasil no Congresso de Higiene e Demografia, de Berlim, quando conquistara a medalha de ouro pelas campanhas de saneamento no Rio de Janeiro. Além de desenvolver pesquisas, Prowazek e Giemsa contribuíram para a capacitação dos jovens cientistas do Instituto.Entre esses médicos, estava o Dr. José Gomes de Faria (1887-1962), que se destacou pela descoberta do verme Ancylostoma braziliense, um parasito de cães e gatos, que causa no homem a dermatite serpiginosa, também conhecida como bicho-geográfico ou larva migrans subcutânea. Supõe-se que a denominação bicho-geográfico tenha sido feita pelo Dr. Gomes de Fa-
Patologista do Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte Professor de patologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Membro da Academia Mineira de Medicina labjsouzandrade@terra.com.br
A coluna “Analogias em Medicina” tem significativa utilidade prática, particularmente por seu papel didático-pedagógico e por facilitar a compreensão de diversos processos patológicos que acometem o ser humano. Muitas vezes coloquial e/ou restrita ao diálogo entre médicos e outros profissionais envolvidos, mantém-se dentro das normas éticas.
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Bicho-geográfico
JOSÉDESOUZAANDRADEFILHO
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A NALOGIAS EM MEDICINA
Figura 1: Pé de paciente com o bicho-geográfico
Figura 2: Fotografia dos pioneiros em parasitologia e outras doenças infecciosas, feita no Instituto Manguinhos em 1908; sentados, a partir da esquerda, Carlos Chagas, Gomes de Faria, Cardoso Fontes, Gustav Giemsa, Oswaldo Cruz, Stanislas Von Prowazek e Adolpho Lutz; de pé, Arthur Neiva, Rocha Lima, Figueiredo de Vasconcelos, Alcides Godoy e Henrique Aragão
ria. Este começou em Manguinhos como estudante. Em 1912 participou de expedição científica ao Ceará e ao Piauí, patrocinada pela Inspetoria de Obras Contra a Seca. Como helmintologista, descreveu espécies novas de trematódeos, entre outras atividades”. Texto baseado em vários autores nacionais e na história do Instituto Manguinhos (RJ), publicado no site Invivo da Fiocruz. i
Engaje-se! A SBD é cada um de nós! O coordenador da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, Emerson Andrade, convoca os associados para um grande movimento no país contra o câncer da pele
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m aperfeiçoamento necessário.Realizada há 16 anos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP) passa a ser uma ação contínua e inédita a partir de 2015. A decisão da atual Diretoria incluirá vasta programação de atividades mensais, que irá culminar na participação de dermatologistas de todas as Regionais da SBD em ação voluntária de orientações sobre a doença e sua prevenção, o Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele, em 7 de novembro. “É fundamental resgatarmos o interesse do associado da SBD em marcar presença nesse dia, a única ação nacional de voluntariado realizada em nome da nossa instituição, o que nos fortalece como associação e nos posiciona como os verdadeiros agentes do diagnóstico, tratamento e prevenção do câncer da pele, resultando em um grande movimento de valorização da nossa especialidade perante a sociedade civil” disse o coordenador da campanha no biênio 2015/2016, Emerson de Andrade Lima. De acordo com o dermatologista, as mudanças implementadas foram inspiradas num minucioso estudo das campanhas contra o câncer da pele ocorridas na Austrália, Alemanha, Suíça, França, nos Estados Unidos e em outros países considerados referência nos últimos 30 anos. A conclusão serviu de subsídio para a construção do novo projeto que a SBD irá implementar nestes próximos dois anos. “Dados do governo australiano presumem que as campanhas de prevenção nos últimos 20 anos feitas no país evitaram mais de 4.300 mortes prematuras por câncer da pele em comparação a não fazer nada, um argumento que respalda a necessidade de continuarmos realizando nossas ações no Brasil”, considerou. Produzida pela FSB Comunicação, as ações se iniciam em maio de 2015 e envolvem a população, órgãos de classe, poder público, especialidades médicas e, principalmente, o associado da SBD, suas Regionais e os Serviços Credenciados. O movimento vai englobar ainda as redes sociais (Facebook, Instagram e YouTube), a mídia gratuita e a criação de um aplicativo para smartphone. Com
uma linguagem atemporal e de fácil compreensão, a campanha reforça o papel do associado da SBD como agente do diagnóstico, tratamento e prevenção do câncer da pele, divulgando fortemente o modo de encontrar um profissional qualificado. “Tudo isso vai culminar no ‘Mutirão de Prevenção e Diagnóstico do Câncer da Pele’ este ano a ser realizado no dia 7 de novembro. Convocamos o associado da SBD a engajar-se para termos uma valiosa demonstração de união associativa, confirmando nosso compromisso com a saúde da pele da população brasileira. Também será mantido o Dezembro Laranja, que planeja fortalecer-se com atuações em praias, clubes, parques e monumentos”, adiantou. A iniciativa também foi aprovada pelo coordenador das Ações relativas à fotoproteção: Pesquisa, Consenso, Interface com outras especialidades, Sérgio Schalka. “Entendo como muito positiva a proposta de transformar a campanha numa ação durante todo o ano, pois isso permite abordar os diferentes aspectos da prevenção do câncer da pele, incluindo a detecção precoce à fotoproteção”, declarou complementando que as coordenações da CNPCP e do Consenso Brasileiro de Fotoproteção “atuarão de forma conjunta e integrada, para que nós consigamos o objetivo de informar adequadamente a comunidade dermatológica, médica e a população em geral”. O presidente da SBD, Gabriel Gontijo, considera fundamentais a sintonia e o envolvimento dos especialistas nessa campanha. “Estamos particularmente animados com essa reformulação e contamos muito com o engajamento de todos os associados nessa ação de tanta importância para a população e para o reconhecimento da SBD e de seus dermatologistas”, ressaltou o presidente. i
B ASTIDORES DA DERMATOLOGIA
SBD participa do I Congresso Angolano de Dermatologia e mostra sua experiência na área
Brasil-Angola
Os laços econômico-culturais estabelecidos entre o Brasil e Angola permanecem fortes até hoje. O Brasil possui uma embaixada em Luanda, e Angola tem uma embaixada em Brasília e um consulado no Rio de Janeiro. Essas relações não são apenas comerciais e econômicas, mas também históricas e culturais, já que ambos os países fizeram parte do Império Colonial Português. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 11 de novembro de 1975, e, desde novembro de 2007, as relações entre os países aumentaram substancialmente. É expressiva a presença de empresas brasileiras em Angola, como a Odebrecht, que durante a guerra civil participou da construção da principal hidrelétrica angolana. Outras grandes construtoras firmaram nos últimos anos significativos contratos para a execução de obras públicas no país africano, cuja infraestrutura foi arrasada pelos 27 anos de conflito. Devido à falta de profissionais qualificados em Angola até 2013, o país somava cerca de 25 mil trabalhadores do Brasil. i
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nos podem reduzir a disseminação e salvar muitas vidas. “Foi uma experiência muito boa. Passamos a vivência que temos das epidemias de Hantavírus aos médicos locais com relação à prevenção dessa doença”, ressalta Lupi frisando que foram realizadas ações de aproximação com países africanos. “Queremos aproximar e reforçar os laços com os países africanos lusófonos, e estreitar as relações entre a SBD, Angola e o Cilad”. A ida à África serviu ainda para a captação de votos visando à candidatura do Rio como sede do Congresso Mundial de Dermatologia (WCD) em 2019, entre outros projetos. “Pensamos em convidar Angola, que é um país lusófano africano, para participar do Cilad, já que os vínculos linguísticos que temos com os países que fazem parte do Cilad superam a questão geográfica. É um país fantástico, que possui pontos de contato com o Brasil e me proporcionou uma experiência pessoal maravilhosa”, complementa.
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uanda, capital de Angola, sediou seu I Congresso de Dermatologia. O evento ocorreu entre 27 e 30 de abril e teve como focos o tratamento e o progresso em dermatologia, tanto nos conteúdos apresentados durante as sessões científicas quanto na estruturação das palestras. Ex-colônia de Portugal, devastada entre 1975 e 2002 por guerra civil que reduziu o país a escombros, Angola ainda sofre com a precariedade do atendimento médico, tendo como referência a dermatologia brasileira, sobretudo a carioca, para o tratamento da pele negra. Representando a SBD, o dermatologista Omar Lupi foi um dos convidados estrangeiros a participar do encontro, que reuniu as principais lideranças da África Subsaariana (SSA). O especialista também levou sua experiência em medicina tropical para moradores de vilarejos situados a sudoeste de Angola, quase na fronteira com a Namíbia. O trabalho de campo consistiu em analisar os casos de febre de Lassa, doença hemorrágica viral muito prevalente na região. Ensinar medidas práticas de prevenção à disseminação do vírus presente na urina de roedores e treinar dermatologistas angola-
T ECNOLOGIA E MEDICINA
A importância de manter seus dados médicos Mar/Abr 2015
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protegidos
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Encriptação flexível
Alguns tipos de exames considerados “sensíveis”, como os que analisam o diagnóstico de câncer ou HIV, devem ter algum tipo de segurança, como a encriptação. Nesses casos, é importante cifrar os dados dos exames, com o uso de uma senha ou chave de segurança para sua leitura, evitando sua exposição.
Autenticação por hardware
Digitar uma senha para acessar um arquivo pode ser uma forma falha de proteção se alguém descobrir seu código, por exemplo, vigiando seu computador ou nele instalando um software espião. Para isso, médicos e especialistas podem usar tokens físicos que geram senhas randômicas e não podem ser virtualmente “hackeados”. Para realizar o roubo de identidade seria preciso furtar o próprio dispositivo do usuário autorizado.
Gerenciamento de acesso remoto Instituições de saúde são ambientes que pos-
suem muitos funcionários e às vezes a rotatividade em um departamento pode ser algo comum e também problemática, já que muitas pessoas
Proteção na nuvem
A forma mais comum de corrigir uma vulnerabilidade no sistema é ir até cada dispositivo e atualizá-lo com um update de segurança. Esse procedimento, no entanto, leva tempo e cria brechas para que crackers furtem dados ou os acessem indevidamente. Uma solução para esse gap tecnológico é distribuir atualizações automáticas para todos os dispositivos por meio de serviços de computação em nuvem. Qualquer dispositivo conectado à nuvem fica protegido.
Apple lança plataforma que ajudará em pesquisas médicas A Apple lançou em março uma plataforma para ajudar a monitorar a saúde de seus usuários, a Research Kit. A nova função irá interagir com outros aplicativos e usará os dados coletados como auxiliares em pesquisas médicas. O recurso funcionará em conjunto com o app de Saúde, lançado junto com o iOS 8, e o próprio usuário poderá escolher quais dados ele deseja compartilhar com os pesquisadores. i
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podem ter acesso a pastas e documentos de pacientes. Por isso, ferramentas de TI permitem conceder e suspender acessos de forma remota, sem precisar ir até o dispositivo do usuário.
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esquisa realizada pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostrou que 65% das pessoas preferem ter seus dados financeiros expostos em vez de suas informações de saúde. O resultado mostra que as preocupações sociais com a privacidade estão em segundo plano e acende uma luz de alerta dentro de clínicas e hospitais, que podem ficar sujeitos a graves penalidades legais caso deixem vazar os dados de seus pacientes. A boa notícia é o fato de diversas empresas de segurança e tecnologia para hospitais estarem usando técnicas sofisticadas de proteção de dados sem diminuir sua acessibilidade por médicos e pacientes. Conheça quatro exemplos que vão blindar seus dados médicos.
Fotos retiradas do livro Quebrar barreiras: o estigma da lepra, de Heiner Pflug
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Q UESTÃO DE SAÚDE
Brasileiros ainda são os mais infectados pela hanseníase Segundo os coordenadores do Departamento de Hanseníase da SBD, Marilda Morgado e Joel Lastória, é provável que não esteja havendo aumento real no número de casos, mas sim a descoberta de indivíduos que já estavam infectados
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pesar de caminhar para a evolução no combate à hanseníase, dificilmente o país alcançará a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a doença até o final deste ano. A enfermidade, que já foi epidêmica e levou ao isolamento milhares de pessoas no século passado, teve 24.612 novos casos detectados em 2014, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde. Com isso, o Brasil se torna o país que mais registra novos casos no mundo, e o único a não conseguir eliminar a doença, segundo o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Apenas no Distrito Federal e em outras oito unidade da Federação, as metas estabelecidas pela OMS foram alcançadas.
Para os coordenadores do Departamento de Hanseníase da SBD, Marilda Morgado e Joel Lastória, o número de casos novos de hanseníase no Brasil não ganha tanto peso, e devem ser considerados o diagnóstico e o tratamento do maior número de casos possíveis da doença, bem como o exame dos seus contatos intradomiciliares. “Por isso, as ações do Programa Nacional de Controle da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde devem ser constantemente implementadas, incluindo a conscientização da população sobre a doença, as campanhas para detecção de casos novos e as capacitações de equipes da saúde”, apontam. A OMS considera em processo de eliminação as doenças que atingem menos de um a cada
Ação atrai milhares de pessoas e incentiva a adoção de hábitos saudáveis
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o dia 27 de março, a SBD esteve presente em mais uma edição do programa Bem Estar Global, em Belo Horizonte, orientando sobre a prevenção do câncer da pele e quanto ao uso correto do protetor solar. Durante a ação, ocorrida no bairro Barragem Santa Lúcia, ficaram à disposição do público 18 tendas com serviços de saúde, como dermatologia, cardiologia, oftalmologia, prevenção de câncer, odontologia, otorrinolaringologia, cardiologia, entre outros. Dermatologistas da SBD-MG também utilizaram a calculadora de risco para o câncer da pele. O presidente da Regional, Glaysson Tassara, concedeu entrevista ao Bom Dia MG sobre os cuidados necessários para a prevenção da doença. Cerca de quatro mil pessoas participaram do evento. i
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10 mil habitantes. No Brasil, essa taxa esteve em constante queda de 2004, quando o número de infectados era de 2,8 a cada 10 mil, até 2013, quando passou para 1,4. No entanto, se confirmados os dados de 2014, o valor terá aumentado para 1,56. Apesar do aumento proporcional no total de brasileiros infectados em 2015, as ocorrências inéditas vêm diminuindo nos últimos 13 anos. A redução também foi verificada no ano passado, quando, de acordo com o ministério, o registro caiu de 31.044, em 2013, para 24.612, em 2014. O aumento de brasileiros com a doença seria consequência do crescimento da quantidade de enfermos em tratamento — que subiu de 28.485 para 31.568 no período — e de uma política ativa na busca de novos casos. “É provável que não esteja havendo aumento real no número de casos, mas sim a descoberta de indivíduos que já estavam infectados, ou seja, de doentes previamente existentes que só agora, com o incremento das ações, estão sendo diagnosticados. Embora pareça um paradoxo, esse aumento no número de casos novos pode significar a melhora na qualidade dos serviços, pois casos ocultos estão sendo diagnosticados e serão tratados no curto prazo, o que, consequentemente, ocasionará melhora progressiva nos indicadores pactuados. Assim, embora possivelmente a ‘meta’ de eliminação não seja atingida no prazo estabelecido – no final de 2015 –, certamente o será, e de forma sustentável, num futuro não muito distante”, finalizam os coordenadores. i
SBD participa de mais um Bem Estar Global, dessa vez em Minas Gerais
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S BD NA Mテ好IA
Mテゥdicos alertam
para o uso de repelentes em crianテァas
• Deet. Em concentração de até 10% pode ser utilizado em maiores de dois anos, não devendo, porém, ser aplicado mais de três vezes ao dia em crianças de dois a 12 anos. Composto orgânico denominado N, N-dietil-meta-toluamida e N, N-dietil-3-metilbenzamida, o Deet vem sendo utilizado em larga escala como repelente de insetos até em crianças desde 1950. No Brasil, a maioria dos produtos repelentes contém Deet em diferentes concentrações. A Anvisa recomenda o uso desse produto somente em crianças maiores de dois anos de idade, em concentrações de até 10%, e no rótulo deve constar que o produto não deve ser utilizado mais do que três vezes ao dia em crianças de dois a 12 anos. Concentrações de 11 a 30% não devem ser usadas em menores de 12 anos. Nos Estados Unidos, o Deet está aprovado para uso em maiores de dois meses de idade em concentrações até 30%. No Canadá em menores de 12 anos a concentração máxima permitida é 10%, e em maiores de 12 anos e adultos, de 30%. Já na França, podem ser usados repelentes tópicos acima de seis meses de idade (uma aplicação por dia no máximo) e entre 30 meses e 12 anos em concentrações de até 30%. Estudos demonstram eficácia contra o Aedes aegypti. • Icaridina (ou KB3023). Uso permitido no Brasil
em crianças a partir de dois anos de idade em concentração de 25%, cujo período de proteção varia de oito a 10 horas.KBR 3023 – 1-piperidinecarboxylic acid, a Icaridina vem sendo considerada a primeira escolha no Canadá, onde pode ser usada em maiores de seis meses até 12 anos de idade em concentração de 20%. Um estudo demonstrou que a icaridina é mais potente contra o Aedes aegypti do que o Deet. No Brasil, seu uso é permitido em crianças a partir de dois anos de idade, e o produto comercial contém icaridina a 20%. Nessa concentração, o período de proteção varia de oito a 10 horas. • IR 3535 30%: Permitido pela Anvisa para crianças acima de seis meses. Seu período de proteção conferido é de quatro horas. O 3-N-acetyl-N-butyl-aminopropionic acid ethyl ester, está disponível na Europa há mais de 20 anos e pode ser usado em gestantes e crianças acima de seis meses de idade; na França, entretanto, é recomendado para crianças acima de 30 meses de idade. No Brasil, é permitido para crianças acima de seis meses, e o período de proteção conferido é de quatro horas. Há estudos comparativos entre IR 3535 e icaridina que demonstram proteção de ambos contra o Aedes aegypti, mas com menor tempo de proteção conferido pelo IR 3535. • Óleos naturais (citronela, eucalipto, soja e outros). No Brasil, a Anvisa aprovou em 8 de abril de 2013 o novo regulamento para os produtos repelentes de insetos, que são enquadrados na categoria de cosméticos, porém com rótulos mais claros ao consumidor. Os óleos naturais são os mais antigos repelentes: óleo de eucalipto-limão 10-30%, óleo de soja 2%, óleo de citronela 5-15%. Os níveis de evidência são variáveis, e há poucos estudos sobre segurança em relação à faixa etária. Em geral, são altamente voláteis, e seu efeito costuma ser de curta duração. A proteção física – telas, mosquiteiros e roupas – visando evitar o contato dos insetos com a pele é indicada principalmente para menores de seis meses. Dispositivos ultrassônicos e os elétricos luminosos com luz azul são ineficazes. Os produtos que combinam repelentes com filtros solares não devem ser usados em crianças, pois os protetores solares são reaplicados com frequência maior e os repelentes não devem ser aplicados mais do que três vezes ao dia em crianças.A aplicação do repelente na pele da criança deve ser sempre feita por um adulto, somente na pele exposta, evitando o contato com mucosas, boca e olhos. Não devem ser aplicados nas mãos da criança e nem sob as roupas. i
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reocupados com o grande número de casos de dengue que vem sendo registrado no país, principalmente no estado de São Paulo, e com outras doenças transmitidas por picadas de insetos, dermatologistas associados da SBD, em parceria com o Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), fizeram um alerta sobre o uso de repelentes em crianças, produtos disponíveis, sua eficácia e segurança de acordo com a idade. Segundo especialistas, não há consenso mundial sobre a idade mínima para uso de repelentes tópicos nem quanto às concentrações máximas permitidas por faixa etária. A matéria ressalta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a utilização de repelentes em crianças de acordo com a fórmula do produto, que podem ser sintéticos ou naturais, e frisa a importância de consultar o médico dermatologista na escolha do produto adequado. Também não recomenda o uso do produto em grávidas. Veja a seguir trechos do texto, que contou com a participação das dermatologistas Maria Cecilia Rivitti Machado e Silvia Soutto Mayor, bem como de outros membros dos Departamentos de dermatologia de ambas as sociedades. Os princípios ativos dos repelentes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são:
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F ORA DO CONSULTÓRIO...
O bicho pegou Dermatologistas declaram sua paixão por animais de estimação que são considerados por eles gente da família
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les estão por tudo quanto é lado. Desde a infância, o dermatologista Jayme Oliveira Filho, se vê rodeado por animais, e no seu convívio já passaram centenas deles. A lista parece não ter fim: patos, pintinhos, hamsters, passarinhos, tartarugas, jabutis, peixes, lagartas e aranhas, cachorros – dos arrojados rottweiler e setter inglês aos miúdos pincher, maltês, pequinês, e yorkshire, passando pelos espertos vira-latas. “Sempre fui um apaixonado por esses seres vivos, e a tendência foi aumentando com o passar dos anos. Hoje sou um colecionador inveterado de animais. Aliás, não posso mais imaginar meu mundo sem eles”, declarou. No entanto, foi aos 15 anos de idade que a paixão arrebatadora por peixes de tanques e aquários veio, literalmente, à tona. Atualmente, o vice-presidente da SBD tem um aquário de água salgada de 400 litros no consultório, além de 14
aquários e dois lagos em sua casa, em São Paulo, que congregam mais de 700 peixes. O amor pelos bichos, porém, não para por aí. Além de sua criação aquática, Jayme possui 40 pássaros exóticos e canoros que fazem de seu cotidiano uma verdadeira festa. “São pequenos moradores que dão um charme especial à minha casa. Um pelo qual tenho enorme carinho é o Kiko, um papagaio africano muito lindo de seis anos de idade”, contou, orgulhoso. Como o coração é grande, ele também abriga animais abandonados ou de pessoas que não têm estrutura para cuidar deles. “É muito gostoso, faço com grande amor. Sobre o carinho que tenho pelos pássaros, talvez seja porque meu pai gostava muito, e o convívio em casa desde criança com esses animais pode ter exercido forte influência sobre o meu caráter e as minhas ‘paixões animalescas’!”
Seres humanos e animais: uma relação que ajuda na cura de doenças O benefício da convivência entre seres humanos e animais já é comprovado em diversas pesquisas. O caso mais recente é do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que permitiu aos pacientes internados, inclusive aqueles em unidades semi-intensivas, receber a visita de seus bichos, em função do poder que eles têm de ajudar na recuperação e na cura. Algumas universidades dos Estados Unidos, entre elas a Universidade Estadual de Nova Iorque, lideram estudos que comprovam a eficácia dos pets em situações como estresse, depressão e doenças cardiovasculares. “Observar animais e plantas são prerrogativas de transporte de tranquilidade, afeto, carinho e vontade de manter o nosso mundo melhor. Isso já está mais do que provado. Por essa razão, hospitais de ponta como o Albert Einstein e o Hospital das Clínicas colocam aquários em seus andares para fazer com que a aura mágica desse prazeroso convívio conquiste pontos na luta pela cura dessas pessoas”, explica o dermatologista, completando: “Eu até brinco com meus pacientes, comentando que meu aquário do consultório é o meu psicanalista e com a vantagem de ser mais bonito, mais eficiente e mais barato!”, ressaltou, bem-humorado.
Até no mundo animal o Fluminense está presente. Com um ano de idade, a arara Jujuba, do dermatologista Omar Lupi, demonstra todo o seu amor pelo clube das Laranjeiras. Ela assovia o hino do tricolor e se diverte indo à feira aos sábados com Lupi e seus filhos, João Pedro, de 14 anos, e Anna Clara, de nove. Sua espécie é a canindé, também conhecida como arara-de-barriga-amarela, e é uma das mais emblemáticas do cerrado brasileiro, além de ser inteligente e tranquila. “A Jujuba é uma ave dócil, esperta e que expressa muito bem sua afetividade. Adora se comunicar e tomar banho de chuva. Se alimenta de vários frutos, mas tem uma predileção especial pela maçã”, disse. Ele explica que os cuidados básicos do dia a dia incluem a troca diária da água e a limpeza do viveiro, além do aparo das novas penas a cada seis meses. “Como esse tipo de arara nasce em cativeiro, ela não tem coordenação motora para o voo. Também são animais bastante limpos, praticamente inodoros, assim como os gatos”, comentou, lembrando que para ter um animal desse tipo em casa é necessário anilhá-lo, e possuir a licença do Ibama. Por ser um animal monogâmico, ou seja, quando forma um casal a união é por toda a vida, a arara sempre elege um dono. Outras pessoas até conseguem manipulá-la, mas o dono tem a preferência garantida. Isso não impede que a filha do dermatologista, Anna Clara, chegue bem pertinho para observar todas as suas curvas e exuberância! Você também tem bicho de estimação ou dedica seu tempo livre a alguma atividade esportiva, intelectual, espiritual? Envie-nos sua história e fotos para publicarmos no JSBD! O e-mail é o erika.jsbd@gmail.com. i
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Arara que canta o hino do Fluminense
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Bahia
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No dia 5 de fevereiro, a Regional Bahia comemorou o Dia do Dermatologista em grande estilo. Foi oferecido aos sócios jantar num restaurante situado no Palacete das Artes. O antigo casarão pertenceu à família do comendador Catharino e abriga hoje o Museu Rodin, com obras e esculturas desse conceituado artista francês. Os colegas tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada às dependências do museu e apreciar a arte e arquitetura do local com um guia especializado. Participaram como convidados os dermatologistas Evandro Rivitti (SP) e Celso Sodré (RJ). Na mesma ocasião, foi empossada a nova Diretoria da Regional, presidida pelo dermatologista Paulo Machado e composta por Bianca Lorena (vice-presidente), Ariene Paixão (secretária-geral), Andréa Teixeira (primeira secretária), Patrícia Gutierrez (segunda secretária) e Anete Olivieri (tesoureira), além de Geoval Pinto e Maria Esther Ventin na Comissão do interior do estado.
Fluminense
Em 14 de março, a Regional reuniu público expressivo de 120 pessoas, entre palestrantes, membros da Diretoria, associados da SBD-FL e SBD-RJ em sua primeira Reunião Ordinária do ano, realizada em Niterói. O encontro inaugurou um novo formato e deixou grande expectativa para as próximas edições. Além dos casos clínicos, foi realizado o workshop de toxina botulínica, coordenado pela dermatologista e doutora em dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) Bhertha Tamura, uma das mais renomadas especialistas no assunto no país. O procedimento foi transmitido ao vivo, em telão com qualidade HD, para que os participantes não perdessem nenhum detalhe.
Goiás
Distrito Federal
A primeira reunião científica do ano da SBD-DF foi promovida no dia 7 de março. O encontro teve como tema principal a interface entre a dermatologia e a endocrinologia, com discussão de casos clínicos e aulas teóricas sobre síndrome metabólica, manifestações cutâneas do diabetes, mitos da reposição hormonal: rejuvenescimento, acne da mulher adulta, alopecia androgenética na mulher e vitamina D. A reunião contou com a presença dos doutores Alexandre Gripp, chefe do Serviço de Dermatologia da Uerj, e das endocrinologistas Cláudia Gurgel e Tatiana Chiara. Os professores convidados presentearam os colegas com aulas e discussões enriquecedoras.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás realizou a 72a Jornada Goiana de Dermatologia no dia 13 março. O evento teve recorde de público e reuniu colegas do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
A dermatologista Gabriela Casabona (SP), o presidente da SBD-GO, Adriano Loyola, e as dermatologistas Ana Mosca de Cerqueira (RJ) e Magda Weber (RS)
Realizada no dia 14 de março no auditório do Centro de Ciências Médicas da UFBP, a primeira reunião do ano da SBD-PB teve como tema a dermatoscopia, ministrado pelo dermatologista de São Paulo Sérgio Hirata. Na ocasião, foi realizado o sorteio de um livro sobre dermatologia entre os associados.
No dia 11 de março, na sede do Cremerj, a SBD-RJ realizou a inédita cerimônia para registrar e valorizar o ingresso de seus novos 64 residentes dos Serviços Credenciados. O coquetel de boas-vindas reuniu alguns membros da Diretoria da Regional, como os dermatologistas Flávio Luz (presidente), Egon Daxbacher (vice-presidente), Luna Azulay (secretária de sessões) e Thiago Jeunon (secretário-geral), além da tesoureira da SBD Nacional, Leninha Valério do Nascimento. Durante o encontro, os jovens profissionais foram orientados quanto à importância e às vantagens de ser associado da SBD, única representante da especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Os residentes também aproveitaram a oportunidade para sugerir a desburocratização do processo de inscrição, com o fim da exigência da cópia autenticada do diploma, já que o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) supre essa necessidade. A sugestão já foi encaminhada à entidade médica.
Minas Gerais
Durante a 13a Jornada de Diagnóstico e Terapêutica em Dermatologia, realizada em Belo Horizonte (MG), nos dias 6 e 7 de março, um número expressivo de associados pôde tirar suas dúvidas e discutir casos com grandes nomes da dermatologia brasileira, como os ex-presidentes da SBD, Bogdana Victória Kadunc, de São Paulo, e Sinésio Talhari, do Amazonas, além de importantes dermatologistas mineiros. A jornada contou com curso prático, com os procedimentos sendo transmitidos para a plateia no auditório. O evento teve novo formato visando a maior participação e interação da plateia com os palestrantes. No dia 27 de março, a SBD-MG participou do “Bem Estar Global”, juntamente com vários departamentos de especialidades da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), em parceria com a Rede Globo/Sesi. O evento atraiu público superior a 4.000 pessoas, e a SBD utilizou da ferramenta calculadora de risco para câncer da pele e prestou orientações de prevenção da doença. Em maio, será realizado o I Simpósio de Oncologia Cutânea, evento da SBD Nacional, e, no dia 20 de junho, a SBD-MG promoverá a próxima reunião mensal, com a presença já confirmada do Prof. Elemir Macedo de Souza.
Santa Catarina
Entre os dias 5 e 7 de março, Florianópolis sediou a 23a Jornada Sul Brasileira de Dermatologia, realizada sob a coordenação do novo presidente da SBD-SC 2015/2016 o dermatologista Daniel Holthausen Nunes, em parceria com as Regionais SBD-PR e SBD-RS. O evento contou com a participação de mais de 250 inscritos e mais de 30 palestrantes de alto prestígio. “Com certeza a Jornada foi de grande sucesso, graças à presença de todos os palestrantes, além dos citados, os quais contribuíram com seus conhecimentos. A ajuda dos associados também foi de grande valia, já que previamente ao evento um e-mail foi enviado para cada associado solicitando a sugestão de temas e aqueles com maior citação foram abordados, o que resultou numa programação completa e diversificada, como é a nossa rotina dermatológica”, considera o presidente da SBD-SC, Daniel Holthausen Nunes.
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Paraíba
Rio de Janeiro
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A tesoureira Karla Renata Meira, a associada sorteada, Priscilla Kelly Soares, o palestrante Sérgio Hirata, a presidente da SDB-PB, Sandra Lemos, e o vice-presidente, Victor Coutinho
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Ações da atual Diretoria da SBD-Resp
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional São Paulo, sentindo a dificuldade da presença de seus associados em eventos cada vez mais numerosos e pulverização financeira da indústria que nos apoia, resolveu em concordância com a SBD Nacional diminuir o número de eventos no estado de São Paulo. Serão apenas quatro eventos, apenas um dia de educação médica continuada, um deles tendo uma Jornada com pacientes no dia 26 de setembro. Os eventos de educação médica continuada abordarão temas diversos, como, por exemplo, o do dia 20 de junho: o envelhecimento. Contaremos com a participação de colegas de outas especialidades para assuntos como menopausa e envelhecimento, andropausa e a necessidade ou não da reposição hormonal, depressão e envelhecimento, reabsorção óssea da face e suas relações com os preenchimentos faciais, além dos temas relacionados ao envelhecimento facial e corporal na visão do dermatologista. Em agosto, como parte da programação do Congresso Brasileiro de Dermatologia, teremos um evento multidisciplinar de DST. Todos os eventos da Resp contarão com a presença de uma personalidade médica ou não, para abordar e provocar temas diferentes daqueles que sempre discutimos. A cada evento, uma surpresa! Em novembro, realizaremos um evento conjunto da Resp e da SBD: a Radesp com a Cosmiatria e Laser na cidade de Campos do Jordão. Será o marco da união entre a SBD e a SBD Regional São Paulo. Este ano, realizamos também em conjunto com a SBD, o II Curso Teórico-prático de Anatomia da Face e Pescoço em Cadáver Fresco, com apoio científico do Laboratório Cristalia e da empresa de eventos MCI, na conceituada Universidade de Stanford, sob a coordenação dos doutores Gabriel Gontijo, Tatiane Curi, Nicole Perim e Reinaldo Tovo. O curso, destinado apenas aos sócios da SBD, contou com a presença da conhecida dermatologista americana Ellen Marmur, de Nova Iorque, e do cirurgião Dr. Jonathan Sykes, de Sacramento. O foco do curso não foi apenas a cosmiatria (preenchimentos e toxina botulínica), mas a anatomia principalmente ligada à cirurgia dermatológica: zonas de perigo, bloqueios neurais, inervação e vascularização da face, complicações cirúrgicas e cosmiátricas, e também o modo de tratá-las. Tivemos uma parte teórica e depois a dissecção das peças anatômicas auxiliadas por Ipads com pro-
gramas em 3D de anatomia colocados em cada bancada de dissecção. Além do vestuário próprio, cada aluno ganhou um aplicativo: um programa de anatomia para utilização em celular ou Ipad. Uma das vantagens do curso, além da grade científica, foi a presença de apenas dois alunos por peça anatômica, custo menor a cada ano, demonstração da anatomia cirúrgica e cosmiátrica das mãos e a realização do evento sempre na cidade do Meeting da Academia Americana de Dermatologia (AAD) visando facilitar o deslocamento dos sócios da SBD nos Estado Unidos. Aliás, preparem-se: no próximo ano teremos outro curso: o III Curso Teórico Prático de Anatomia da Face e Pescoço em Cadáver Fresco, a ser realizado no dia 3 de março na cidade de Washington, um dia antes do próximo Meeting da AAD, que acontecerá na capital americana. Entre outas atividades a SBD-Regional de São Paulo oferece em sua sede cursos de micologia, gestão em consultório, treinamento de secretárias para clínicas e consultórios dermatológicos, aulas de reciclagem em praticamente todos os capítulos das doenças dermatológicas, grupos de discussão sobre cabelos, dermatoscopia, laser e gordura corporal.Estamos estudando a possibilidade de benefícios aos associados, apoio a entidades carentes, e sempre agindo em conjunto com as decisões da SBD Nacional. Todos os colegas dermatologistas do Brasil estão convidados a participar dos nossos eventos. Aguardamos vocês! Diretoria 2015/2016, Comissão Científica e de Cursos, coordenadores de Campanha, representante dos residentes e funcionários da SBD-Resp
Ceará
Realizada no fim do ano passado, a Jornada Cearense reuniu cerca de 50% dos associados da Regional e contou com a presença de palestrantes locais e da SBD Nacional abordando temas como laser e cosmiatria, doenças infecciosas e dermatoses de grande relevância clínica.
S ERVIÇOS CREDENCIADOS
IV Jaderp – SP
Instituto de Dermatologia Prof. Azulay da Santa Casa do Rio de Janeiro – RJ
O Instituto de Dermatologia Prof. Azulay da Santa Casa do RJ encontra-se em novo ciclo de expansão com a recente aquisição de um microscópio com cinco cabeças, quatro focos cirúrgicos, dois wavetronics, uma maca cirúrgica elétrica, uma câmera fotográfica, um dermatoscópio e um frax. Segundo o chefe de Serviço, David Azulay, o Instituto também colhe os frutos do seu trabalho coletivo e da sua organização. “Faz pouco tempo que soubemos que um artigo nosso publicado nos ABD ‘Doenças sexualmente transmissíveis na gestação: uma síntese de particularidades ocupou o quarto trabalho mais acessado no Scielo com 722.553 buscas. E também foi muito significativo ganhar um Fotofinder como prêmio por ter sido o terceiro lugar entre os Serviços Credenciados em número de publicações sobre dermatoscopia/nevos ou melanoma. Gostaríamos de agradecer muitíssimo o prêmio oferecido pela nossa SBD e desejar à nova Diretoria votos de muito sucesso!”, ressalta o dermatologista.
Mogi das Cruzes – SP
Faculdade de Medicina do ABC – SP
Até o dia 19 de maio estão abertas três vagas para o curso de Cirurgia Dermatológica da Faculdade de Medicina do ABC com duração de um ano. A prova ocorrerá no dia 22 de maio, e o início das atividades será em 1o de junho. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.fmabc.br ou no setor de Pós-graduação na Faculdade de Medicina do ABC, situado na Avenida Príncipe de Gales, n. 821 – Príncipe de Gales – Santo André, SP. Outras informações podem ser obtidas com Felipe pelo telefone (11) 4993-7283.
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Sob a coordenação da ex-presidente da SBD Denise Steiner, o Serviço da Universidade de Mogi das Cruzes foi o anfitrião da 2a Reunião do Grupo Unicinco, composto pelo Complexo Hospitalar Heliópolis (CHH), Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos (CHPBG), Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Centro Universitário Lusíada Santos (Unilus) e Instituto Lauro Souza Lima de Bauru (ILSL), ocorrida no dia 1o de abril. O objetivo do encontro foi promover a atualização, a integração e a discussão dos casos entre professores e residentes do primeiro ano dos Serviços Credenciados da SBD. A programação científica englobou aulas sobre imunossupressores e imunomoduladores em dermatologia, ministrada pelo dermatologista Mário Pires, e sobre acne (clínica e tratamento) com a dermatologista Monica Aribi. A chefe do Serviço, Denise Steiner, ressalta a importância da troca de experiências para o aprimoramento de todos, em especial os que estão iniciando o período de estudos. “Como os residentes do primeiro ano dos Serviços da SBD fazem os rodízios necessários de clÍnica dermatológica, essa é valiosa oportunidade para sua integração com outros residentes”, ressalta.
JSBD
O Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e o VI Distrito Dermatológico da SBD-Resp realizarão nos dias 22 e 23 de maio a quarta edição de sua Jornada de Dermatologia. O evento, já consagrado como um dos maiores e mais bem organizados do interior do país, contará com mais de dez cursos práticos e dois dias de programação teórica que incluirão sessões interativas, dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica. A programação completa pode ser conferida pelo site www.sbdresprp.org.br. As inscrições para o evento já estão abertas.
Unitau – SP
Mar/Abr 2015
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O Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté iniciou no dia 29 de março os preparativos para o Acampamento Dermacamp 2015, que vai acontecer de 10 a 13 de dezembro. Em meio a brincadeiras, as crianças e suas famílias, num total de mais de 60 pessoas, estiveram no I Encontro Dermacamp 2015, realizado na sede da SBD Resp, em São Paulo e que já marca a integração com médicos, monitores e famílias. Será o 15o ano do acampamento, que leva integração social e qualidade de vida para crianças com problemas graves de pele. O tema principal já foi escolhido: será “O Circo”, e crianças de todo o país e de todas as idades podem participar. As inscrições são feitas pelo médico dermatologista da criança no site www.dermacamp.org.br. “É sempre bom lembrar que todo o trabalho é voluntário, e as crianças de oito a 12 anos participam de graça nos Encontros e no Acampamento.
Parte do grupo participante do I Encontro Dermacamp em março, em SP Médicos residentes podem inscrever-se como voluntários e voltar a ser crianças por alguns dias, num ambiente de alegria e felicidade. Se você quiser vir conhecer a grande Família Dermacamp antes, já está convidado para a nossa festa junina, o Arraial Dermacamp, em 27 de junho, na sede da SBD Resp, em São Paulo”, informa o chefe do Serviço, Samuel Mandenbaum.
Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) – AM
Com o intuito de contribuir com a formação dos residentes e pós-graduandos dos Serviços Credenciados pela SBD, a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), de Manaus, AM, disponibiliza vagas para estágios de um mês com a possibilidade de utilização do alojamento institucional. A FMT-HVD possui expertise em doenças infecciosas e tropicais, além de enfermaria com dez leitos exclusivos. Os interessados devem entrar em contato com o Departamento de Pós-graduação da instituição pelo e-mail depog@fmt.am.gov.br.
Hospital Universitário e Maternidade Therezinha de Jesus – MG
Na foto, está o dermatologista Aloisio Gamonal, chefe do novo Serviço de Dermatologia credenciado pela SBD: o Hospital Universitário e Maternidade Therezinha de Jesus, da Faculdade de Medicina Suprema de Juiz de Fora (MG), ladeado pelas residentes Luandra Gabriel Rezende e Lais de Freitas Vieira.
Faculdade de Medicina do ABC – SP
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) – RJ
Foi inaugurado em abril o novo Centro de Estudos do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Na foto, está a equipe de médicos dermatologistas com os residentes.
Até o dia 19 de maio estão abertas três vagas para o curso de Cirurgia Dermatológica da Faculdade de Medicina do ABC com duração de um ano. A prova ocorrerá no dia 22 de maio, e o início das atividades será em 1o de junho. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.fmabc. br ou no setor de Pós-graduação na Faculdade de Medicina do ABC, situado na Avenida Príncipe de Gales, n. 821 – Príncipe de Gales – Santo André, SP. Outras informações podem ser obtidas com Felipe pelo telefone (11) 4993-7283.
D EPARTAMENTOS
>> Cabelos e unhas
>> Psicodermatologia
A coordenadora do Departamento, Dra. Tania Nely Rocha, realizou enquete no Grupo de Psicodermatologia no Facebook para avaliar a participação de dermatologistas como coordenadores de ambulatórios de psicodermatologia em hospitais e clínicas de saúde, bem como levantar dados de quem atua como professor em faculdades de medicina/Serviços de residência em dermatologia, e os temas das aulas/grupos de estudos que ensinam a psicodermatologia. A dermatologista Luci Mello, do Rio de Janeiro, informou que insere o tema no grupo de discussão e orienta o médico a abordar o paciente de forma integral. Já a médica Érica Monteiro, do grupo de História e Filosofia da Unifesp, e que atua na área de humanidades em saúde, relatou que trabalha com medicina preventiva. Coordenadora da residência do Ambulatório de Cosmiatria da Faculdade de Medicina do ABC,
“Desde fevereiro de 2010, quando o ambulatório foi criado representando o primeiro Departamento de Doenças do Cabelo do Rio Grande do Sul, sob a coordenação da Dra. Giselle Martins Pinto, dedica-se ao diagnóstico precoce e controle das principais patologias, servindo como referência na realização de exames de cabelo, como biópsias, mapeamento digital do couro cabeludo, tricograma, entre outros. Como o intuito também é passar a experiência e o conhecimento adquiridos a residentes e cursistas em dermatologia e a colegas dermatologistas, o ambulatório organiza o Simpósio de Atualização em Doenças do Cabelo”, realça o coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, José Rogério Regis.
Bel Takemoto ressaltou a importância do modo de lidar com expectativas irreais em cosmiatria, bem como de prestar atenção ao paciente de maneira integral, além da receita. Outros médicos que participaram da enquete foram a Dra. Marcia dos Santos Senra, assessora do Departamento de Psicodermatologia e coordenadora do Ambulatório de Psicodermatologia no Hospital da Lagoa no Rio de Janeiro, a Dra. Cristiane Benvenuto, de São Paulo, também assessora do Departamento, e o Dr. Roberto Doglia Azambuja, fundador desse Departamento e coordenador do ensino da psicodermatologia em Brasília. “Caro colega, entre em contato conosco para nos colocar a par de como tem sido o seu trabalho profissional no campo da psicodermatologia”, convida a Dra. Tania N. Rocha.
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Novo periódico – No início deste ano foi lançada a primeira publicação dedicada exclusivamente à pesquisa e ao tratamento de cabelos, unhas e apêndices cutâneos, a Skin Appendage Disorders. O periódico, que tem como editor-chefe, Antonella Tosti, e como membro do corpo editorial, o dermatologista Nilton Di Chiacchio (SP), fornece ao leitor informações sobre procedimentos, diagnósticos e abordagens terapêuticas inovadoras, além das principais pesquisas e desenvolvimentos científicos no campo dermatológico. Acesse a edição digital em www.karger.com/Journal/Home/261870.
JSBD
Com a participação de cerca de 200 congressistas foi realizado, no final de fevereiro, o II Simpósio de Atualização em Doenças do Cabelo do Ambulatório de Cabelo da Santa Casa de Porto Alegre, juntamente com a VIII Jornada do Serviço de Dermatologia. O encontro debateu assuntos exclusivamente relacionados a doenças do cabelo, como alopecias cicatriciais e não cicatriciais, dermatoscopias, tratamentos usuais das principais patologias e novas abordagens terapêuticas em alopecia. Dedicada exclusivamente a dermatologistas e residentes em dermatologia e patologia, a segunda edição contou com a presença de três palestrantes internacionais: o dermatologista Robin Unger, especialista em transplante de cabelo e responsável por essa área no Hospital Monte Sinai, em Nova York (EUA); a dermatologista da Universidade de Miami, Antonella Tosti, responsável pelo ambulatório de doenças do cabelo; e a patologista e dermatologista Mariya Miteva, que atua na mesma instituição de ensino. Também participaram 15 palestrantes nacionais: os dermatologistas Aline Donati (SP), Ana Letícia Boff (RS), Bruna Duque Estrada (RJ), Débora Cadore de Farias (SC), Giselle Martins Pinto (RS), Isabella Doche (SP), José Rogério Regis (MG), Leonardo Spanhol Abraham (DF), Lorena Dourado (GO), Mariana Andrade Lima (PE), Patrícia Damasco (DF), Yanna Kelly (SP), Rodrigo Pirmez (RJ), Renan Minotto (RS), Mariana Scribel (RS) e Laura Freitag (RS), bem como residentes de Serviços Credenciados da SBD.
D EPARTAMENTOS
>> Teledermatologia
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Dando continuidade ao excelente trabalho desenvolvido pelo Dr. Maurício Paixão na gestão da Dra. Denise Steiner, pretendemos tornar o ambiente interativo educacional da SBD (www.sbdeducacional.com.br) o ponto de encontro de discussão científica da nossa Sociedade. Ferramentas hoje utilizadas para esse fim, como redes sociais (Facebook, Whatsapp), que são extremamente ágeis, dão brechas para que opiniões pessoais, fotos de pacientes (muitas vezes tiradas sem o consentimento formal e assinado pelo mesmo) possam “vazar” para outros grupos ou ser utilizadas para outros fins. Os mediadores desses grupos, com a melhor das intenções, não têm como controlar o que é partilhado e por quem são partilhadas essas informações. A criação de perfis falsos (fakes) é extremamente simples e, dessa forma, qualquer pessoa é capaz de acessar essas informações. Acredito que a telemedicina é uma realidade de que não nos podemos esquivar, mas, pelo contrário, como instituição que representa a dermatologia, devemos assumir uma postura ética para a regulamentação das segundas opiniões e diagnóstico a distância. Assim, é possível reconhecer como procedimento médico e, efetivamente, entrar em tabelas remuneratórias do Sistema Único de Saúde (SUS) e de convênios. Vamos submeter a teledermatologia à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (Conitec), para obter o respaldo necessário. Considerando a atual legislação, o uso de redes sociais está em completo desacordo com a Resolução 1643/2002 do Conselho Federal de Medicina (CFM) em seu Art. 2º - “Os serviços prestados através da Telemedicina deverão ter a infraestrutura tecnológica apropriada, pertinentes e obedecer às normas técnicas do CFM pertinentes à guarda, manuseio, transmissão de dados, confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional”. Então, todos os colegas que opinam e discutem casos clínicos nesses termos estão incorrendo no risco de ser responsabilizados legalmente por sua opinião, que, nesse caso, não deixa de ser um segunda opinião formativa, conforme o Art. 4º - “A responsabilidade profissional do atendimento cabe ao médico assistente do paciente. Os demais envolvidos responderão solidariamente na proporção em que contribuírem por eventual dano ao mesmo”. Uma extensão desse projeto é a possibilidade de desenvolver um aplicativo da SBD para esse fim, com senha específica para cada associado, tanto para baixar quanto para acessar o aplicativo, registrando e recuperando as informações prestadas e postadas.
Vários serão os desafios dessa nova gestão, com grandes tribulações no cenário político nacional. Somos uma das maiores sociedades médicas de especialidade, mas ainda não somos fortes porque não somos unidos. Vejo isso nas ações da Sociedade que parcamente são abraçadas pelos associados que não estão diretamente envolvidos com a SBD ou com os Serviços Credenciados. Enquanto não tomarmos consciência de que a SBD somos todos nós, dermatologistas, e de que ela não é uma instituição à parte, continuaremos fracos politicamente. Somos os provocadores da mudança, mas devemos ter nossas metas alinhadas para um plausível planejamento estratégico de ações. Nesse ponto, a atual Diretoria, presidida pelo Dr. Gabriel Gontijo, vai trabalhar para suprir os anseios do sócio dermatologista, agregando e unindo em prol de uma causa comum, que é a valorização da profissão. DANIEL HOLTHAUSEN NUNES Coordenador do Departamento de Teledermatologia (2015-2016) Presidente da Regional SBD-SC (2015-2016) Chefe do Serviço de Dermatologia Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC)
O BITUÁRIO
SBD lamenta morte de dermatologistas de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo
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SBD informa e lamenta o falecimento de três grandes dermatologistas, de dois deles na mesma semana de março. No dia 24, faleceu um dos fundadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Dr. Délio Delmaestro. Dois dias depois, morreu o Prof. Ney Romiti, chefe de Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Santos – Fundação Lusíadas (Unilus)/Hospital Guilherme Alvaro. Ambos eram profissionais marcantes na dermatologia e exemplos para uma geração de médicos. No final do mês de fevereiro, dia 23, partiu outro expoente da medicina e da dermatologia mineira, o Dr. Carlos Adolpho de Carvalho Pereira,
aos 77 anos, um dos diretores da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, professor titular de dermatologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Em nome dos dermatologistas brasileiros, a SBD expressa seu pesar por essas três grandes perdas e se solidariza com os familiares, colegas das Regionais, amigos, alunos e admiradores desses médicos, que dedicaram partes importantes de suas vidas ao ético exercício da profissão, sempre lutando em prol de uma assistência de qualidade e da valorização da categoria. A seguir, conheça um pouco mais da trajetória desses três saudosos dermatologistas de nosso país.
Prof. Carlos Adolpho de Carvalho Pereira Graduado em medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1961), especialista em dermatologia pela SBD (1968) e doutor em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o doutor Carlos Adolpho atuou no corpo clínico da Santa Casa durante 52 anos, tendo sido chefe dos ambulatórios do hospital durante 10 anos e membro da Irmandade Nosso Senhor dos Passos – mantenedora da SCMJF – ao longo de 37 anos. Atualmente ocupava o cargo de vice-presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, desde 2010. Foi diretor da Faculdade de Medicina da UFJF, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora e um dos fundadores e presidente da Unimed Juiz de Fora. i
Prof. Délio Delmaestro Um dos fundadores da Regional Espírito Santo, em 1982, o Prof. Délio foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), à qual, mesmo aposentado, doava seu tempo, prestando atendimento no Hospital das Clínicas duas vezes por semana. Exemplo para uma geração de médicos, era conhecido como um dos grandes profissionais da área no Espírito Santo, principalmente na luta contra a hanseníase e o câncer da pele. Seu legado servirá de inspiração para as gerações médicas futuras e para familiares e colegas que desfrutaram de seu convívio e foram agraciados com sua amizade ao longo da vida. i
Prof. Ney Romiti Um dos nomes mais importantes da medicina de Santos, o Prof. Ney Romiti era conhecido pela dedicação à formação profissional e preparação de novas gerações de médicos para os desafios da profissão; ministrou aulas durante 48 anos no curso do Centro Universitário Lusíada (Unilus). Formado pela Faculdade Nacional de Medicina no Rio de Janeiro, em 1958, o especialista iniciou os estudos em dermatologia na Ludwig-Maximilians, da Universidade de Munique, Alemanha, titular da cadeira desde 1950. Durante cinco anos, de 1960 a 1965, Munique foi o o
segundo lar de Ney Romiti. Em 1965, retornou ao Brasil e dois anos depois, quando já trabalhava na Santa Casa de Santos, recebeu o convite para dar aulas na Faculdade de Medicina de Santos. Em 1967, dois anos após ter retornado ao Brasil, cria o Departamento de Dermatologia na Faculdade de Medicina de Santos, desenvolvendo em 1974 tese sobre a síndrome de Gianotti-Crosti, dermatose na época ainda desconhecida no Brasil. No mesmo ano e até 1999 passa a ser diretor da Faculdade de Medicina de Santos e também professor titular do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Santos. O professor teve vários livros publicados e traduzidos. i