Guia sobre a Covid e suas manifestações cutâneas

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GUIA SOBRE A COVID E SUAS MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA


DIRETORIA 2021 - 2022 PRESIDENTE Mauro Yoshiaki Enokihara | SP VICE-PRESIDENTE Heitor de Sá Gonçalves | CE TESOUREIRO Carlos Baptista Barcaui | RJ SECRETÁRIA-GERAL Cláudia Carvalho Alcantara Gomes | RJ 1o SECRETÁRIO Geraldo Magela Magalhães | MG 2o SECRETÁRIO Beni Moreinas Grinblat | SP

DEPARTAMENTO DE DERMATOLOGIA E MEDICINA INTERNA Coordenador: Paulo Ricardo Criado Assessores: Camila Arai Seque Karina Aguiar de Freitas

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Para ajudar você a entender de forma didática e simplificada como a covid-19 pode afetar sua pele, seus cabelos e suas unhas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preparou este pequeno guia que traz informações importantes, de forma bem acessível. Lembre-se: em caso de dúvidas, procure um médico dermatologista, o especialista mais bem capacitado para tratar desse assunto. 3


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Informações SOBRE A COVID-19 E SUAS MANIFESTAÇÕES NA PELE, CABELOS E UNHAS!

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A COVID-19 PODE AFETAR A PELE Embora os sintomas principais da covid-19 sejam respiratórios, ela também pode acometer outros órgãos, como rins, cérebro e trato gastrointestinal. No caso da pele e anexos, estima-se que seis a cada 100 pessoas com covid-19 apresentarão alguma manifestação cutânea. O número parece baixo, mas identificar o quadro cutâneo nestas situações é fundamental, pois ajuda no diagnóstico precoce da covid-19 e no acompanhamento dos casos.

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MANCHAS VERMELHAS NA PELE: A MANIFESTAÇÃO MAIS COMUM A covid-19 pode causar diversos tipos de lesões na pele, como: manchas vermelhas pelo corpo, manchas arroxeadas nas pontas dos dedos, urticária, vesículas e bolhas. Dentre elas, as manifestações mais comuns são as manchas vermelhas, chamadas “exantema” ou “rash”. É um quadro comum em outras infecções virais, como dengue e sarampo, e em doenças de pele, como alergia a medicamentos (farmacodermias). Surgem nos primeiros dias da covid-19, podem coçar e descamar, e melhoram espontaneamente com a recuperação do quadro clínico.

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LESÕES NA PELE PODEM SER O PRIMEIRO SINTOMA DA COVID-19 Apesar de a maioria das manifestações cutâneas surgirem logo após o início dos sintomas gerais da covid-19, as lesões na pele, como urticária e exantema, podem aparecer antes de outros. Ou seja, manchas na pele podem ser o primeiro sinal da infecção pelo coronavírus, o que possibilita o diagnóstico precoce da doença em uma fase ainda pouco sintomática.

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LESÕES DE PELE PODEM SER O ÚNICO SINTOMA DA COVID-19 Tal afirmação ainda é discutida na comunidade científica, mas há relatos em que lesões de pele foram o único sintoma da covid-19. Esses casos não apresentaram nenhum outro sintoma, como falta de ar e tosse, mas somente manifestações cutâneas, especialmente na forma de urticária e manchas arroxeadas nas pontas dos dedos (chamada pseudo eritema pérnio).

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LESÕES DE PELE PODEM OCORRER EM TODAS AS FASES DA COVID-19 Manchas vermelhas do tipo exantema costumam aparecer nos primeiros dias de sintomas da covid-19. Lesões do tipo urticária podem preceder os sintomas gerais ou surgir concomitante a eles. Já manifestações vasculares, como manchas arroxeadas nas pontas dos dedos (pseudo eritema pérnio), úlceras e necrose de extremidades, ocorrem tardiamente, após duas a quatro semanas do início dos sintomas da covid-19.

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“DEDOS COVID” OU PSEUDO ERITEMA PÉRNIO: O QUE SÃO? São manchas arroxeadas ou avermelhadas nas pontas dos dedos dos pés, mãos, nariz e orelhas que podem ser acompanhadas de leve inchaço, aumento da sensibilidade, sensação de queimação e dor. Tais sintomas podem dificultar tarefas simples, como lavar louça com água fria ou calçar sapatos fechados. Melhoram espontaneamente em algumas semanas ou com auxílio de medicações analgésicas e antiinflamatórias, se necessário. Esse quadro pode ser o único sintoma da covid-19 ou surgir tardiamente no curso da doença, e, em geral, pode ocorrer em pessoas onde o RT-PCR nasofaríngeo é negativo, ou mesmo a sorologia (anticorpos) da covid-19 pode ser negativa. Atualmente aceita-se que a maioria dos pacientes apresenta um sistema imune que logo elimina o vírus, porém, gera uma resposta inflamatória nos vasos da pele que causa tais lesões.

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CRIANÇAS PODEM TER LESÕES DE PELE ESPECÍFICAS Crianças habitualmente são pouco sintomáticas, ou até mesmo assintomáticas, quando acometidas pela covid-19. Em relação à pele, isso acontece também. O quadro cutâneo mais comum em crianças são os “dedos covid”, que indicam pouca gravidade da doença. No entanto, as crianças podem apresentar reações graves à covid-19, como a síndrome inflamatória multi-sistêmica, que felizmente é bastante rara.

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É IMPORTANTE EXCLUIR OUTRAS DOENÇAS DE PELE MESMO NO CONTEXTO DA COVID-19 As lesões cutâneas decorrentes da covid-19 podem ser parecidas com outras doenças de pele, como as causadas por outras infecções virais (sarampo, dengue), alergia a medicamentos, alterações da vascularização etc. Mesmo em tempos de pandemia, “nem tudo é covid”. Portanto, é importante a avaliação da lesão de pele por um dermatologista para diagnóstico e tratamento corretos.

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QUEDA CAPILAR INTENSA É COMUM APÓS A COVID-19 A queda capilar intensa, também chamada de eflúvio telógeno, é uma condição frequente que ocorre após diversas doenças e/ou situação de estresse, como infecções, internações, cirurgias, uso de medicações, perda de peso importante, fadiga, síndrome de burnout, traumas, entre outros. A covid-19 é mais um dos fatores desencadeantes dessa queda capilar intensa, que se inicia de um a três meses após a infecção viral. A duração é variável e medidas como alimentação adequada e lavagem dos cabelos na frequência recomendada podem ajudar. Em alguns casos, o tratamento específico com suplementação de nutrientes e medicações pode ser necessário, devendo ser orientado por dermatologista.

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VACINAS CONTRA A COVID-19 PODEM CAUSAR LESÕES NA PELE Reações cutâneas podem ocorrer após a aplicação de qualquer tecnologia de vacina contra a covid-19. As vacinas mediadas por vetor viral (Oxford Astrazeneca, Janssen) e por RNA mensageiro (Pfizer, Moderna) apresentam mais reações. A mais comum é a reação no local da aplicação da vacina, que pode ser imediata ou tardia (dias após). Ela consiste em inchaço, vermelhidão e dor local, que podem ser bastante intensos e necessitar de tratamento com sintomáticos. É importante ressaltar que, até o momento, não existe reação cutânea à vacina que impeça a aplicação da segunda dose ou dose de reforço, quando indicadas. Estima-se que reações adversas às vacinas ocorram em menos de 0,01% das pessoas imunizadas, de forma que o risco de óbito se adquirir covid-19 sem estar vacinado é em torno de 2,5%, o que é imensamente maior. Assim, vacine-se.

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GESTÃO 2021 - 2022


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