Ano X - Nº 34 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita
Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985
Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: Grafipovoa Design Editorial: Bsolus - Business Solutions Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09
Setembro de 2011 Certificação de Qualidade Santa Casa da Misericórdia obteve um certificado de Conformidade perante a Norma ISO 9001:2008 para todas as Valências do seu âmbito de atuação, apresentando-se assim como uma Instituição de vanguarda.
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Programa Consulta a Tempo e Horas: Santa Casa da Misericórdia assinou acordo de Cooperação com a ARS-Norte com vista ao atendimento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde
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Semana Aberta: Terceira edição repetiu o êxito das anteriores e reuniu especialistas e população em geral em volta do tema da prevenção
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Responsabilidade ambiental: Esta Misericórdia inaugurou um ecoponto colocado nos jardins do edifício Nossa Senhora da Misericórdia.
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Fazer mais com menos: SCMPL envolve funcionários incutindo espírito de prevenção face à realidade atual do país.
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Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso
Comitiva Brasileira recolheu contributos com a Santa Casa Comitiva brasileira visitou as instalações das Unidades de Cuidados Continuados da SCMPL
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Em destaque
Comitiva Brasileira recolheu contributos com a Misericórdia Povoense Uma comitiva institucional e técnica composta por representantes da Confederação das Misericórdias e do Ministério da Saúde brasileiros, de entre outros, visitou as Unidades de Cuidados Continuados da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, no dia 14 de junho. A Instituição Povoense foi escolhida para partilhar a experiência já desenvolvida no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), uma vez que os visitantes tinham como propósito recolher contributos para uma eventual implementação deste modelo no seu país. Esta equipa integrou elementos do Ministério da Saúde Brasileiro, do Governo Estadual e Federal, Médicos, Enfermeiros, Presidentes das Misericórdias dos Estados de S. Paulo e do Rio de Janeiro e outras federações, e uma Arquiteta. A visita iniciou pelas 9h00, no Hospital António Lopes (HAL), e foi conduzida pelo Provedor da Santa Casa, acompanhado pelo Presidente da Câmara Municipal, Manuel Batista, bem como por alguns Mesários e funcionários da Instituição. No salão Nobre do HAL, Humberto Carneiro apresentou a Santa Casa e deu as boas vindas à comitiva. Para além da Unidade de Convalescença e da Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes, integradas na RNCCI, a visita passou ainda pela Creche/JI Nossa Senhora da Misericórdia e pelos serviços de apoio (Cozinha e Lavandaria Centrais), tendo terminado com um almoço de confraternização no refeitório da Unidade de Longa Duração e Manutenção. De lembrar que, em articulação com a CMB – Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, a União das Misericórdias Portuguesas promoveu visitas de elementos desta Confederação a Unidades de Cuidados Continuados Integrados das Misericórdias do nosso País.
Provedor da Santa Casa satisfeito pela visita O Provedor da Misericórdia Povoense manifestou o seu agrado por ver reconhecido, com esta visita, o trabalho desenvolvido pela Santa Casa. “É com muita satisfação que vejo reconhecido todo o trabalho da Santa Casa da Misericórdia em prol da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e é gratificante ter sido selecionada para que uma comitiva de alto nível da Confederação das Misericórdias Brasileiras, do Governo Brasileiro e do Ministério da Saúde viesse visitar as nossas Unidades da Rede de Cuidados Continuados”, considerou Humberto Carneiro, explicando que tal sucede “porque há um reconhecimento já hoje, por parte não só da Rede de Cuidados Continuados, mas também da própria Unidade de Missão e da União das Misericórdias, de que, na Póvoa de Lanhoso, temos boas práticas e temos duas Unidades de referência nacional”. A comitiva veio recolher contributos com vista à implementação no Brasil de um modelo semelhante à nossa Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. “É gratificante como Provedor da Santa Casa da Misericórdia e como Português que as Misericórdias e Hospitais de Benfeitoria e também filantrópicos e o próprio Governo Brasileiro se interessassem pelo modelo que está a ser implementado em Portugal. Eles já conheciam o modelo que deu
origem ao nosso que é o modelo catalão e, sabendo que o nosso está muito mais desenvolvido, vieram-nos visitar”. O Provedor Humberto Carneiro afirmou ter recebido impressões positivas dos visitantes.
“É com muita satisfação que vejo reconhecido todo o trabalho da Santa Casa da Misericórdia em prol da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e é gratificante ter sido selecionada para que uma comitiva de alto nível da Confederação das Misericórdias Brasileiras, do Governo Brasileiro e do Ministério da Saúde viesse visitar as nossas Unidades da Rede de Cuidados Continuados”, disse Humberto Carneiro “As pessoas que vêm de fora reconhecem o valor dos nossos funcionários e as nossas formas e métodos de trabalho. Para nós é gratificante, quanto mais não seja por servir de exemplo de boas práticas, o que representa para nós um reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido”, acrescentou o responsável
pela entidade Povoense. Humberto Carneiro salientou, contudo, a diferença de escalas das realidades em Portugal e no Brasil: “Enquanto nós temos 400 Misericórdias, eles têm 2100 Misericórdias; enquanto nós temos uma Rede que é representada em 70 por cento por Misericórdias e que tem como objetivo as seis mil camas, a Confede-
ração das Misericórdias Brasileiras tem 250 mil camas, 50 por cento das camas (leitos) brasileiras do serviço nacional de saúde do Brasil, tem uma dimensão de 17 federações estaduais, tem 450 mil trabalhadores, 150 mil médicos, e tem uma dimensão completamente distinta da nossa”.
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Visita proveitosa e enriquecedora No final da visita às duas Unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, os visitantes mostraram-se bem impressionados com as boas práticas e os procedimentos implementados, destacando ainda aspetos como a humanização e a vontade de estar na vanguarda como alguns dos elementos que podem justificar a excelência dos serviços prestados pela Instituição Povoense.
unidades que vão precisar de ser adaptadas. Certamente a Póvoa de Lanhoso vai ficar no nosso registo para que nós façamos estudos, venham pessoas do Brasil e possam visitar estas instalações.
Edson Rogatti, Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, considerou que as Unidades da Santa Casa são “excelentes”.
Presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia Brasileiras, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Júnior, destacou qualidade e eficiência do projeto Povoense.
Como surgiu esta visita? A escolha foi da União das Misericórdias. Nós estamos aqui com um grupo do Brasil, composto pela Federação das Misericórdias do Brasil, por representantes do Ministério da Saúde, por representantes da Secretaria da Saúde do Estado e pretendemos implantar um projeto semelhante e um projeto – piloto no Brasil. Pedimos apoio da União das Misericórdias de Portugal e eles nos indicaram algumas Misericórdias com perfis diferentes (Unidades que têm o serviço de cuidados continuados integrados junto da Unidade Hospitalar, unidades com serviços que não estão juntos). Essa é a nossa primeira visita e estamos muito bem impressionados com o que temos visto.
O que lhe chamou mais a atenção neste projeto da Santa Casa? A realidade é diferente, mas também não é. Temos no Brasil muitas Misericórdias pequenas que não têm sido bem aproveitadas e não temos esse tipo de oferta de serviço. O nosso objetivo é aproveitar essa ideia e implantar no Brasil. O que é que nós vemos aqui? Apesar da simplicidade do serviço ele é muito bem oferecido, é de grande qualidade e também eficiente, poucos profissionais realizando grande atividade. A gente acha que isso é perfeitamente aplicável no Brasil e tenho a certeza que essa visita vai-nos trazer ideias e informações que contribuam para o nosso projeto. Resumidamente, o que pode dizer destas unidades? São unidades muito bem implementadas, seja a Unidade de Convalescença, que foi adaptada, seja a de Longa Permanência, que é nova. É essa experiência que a gente vai levar certamente para o Brasil, porque nós vamos ter situações idênticas, unidades novas e
Que ideia leva deste projeto da Santa Casa? Nós estamos fazendo, em São Paulo, um projeto parecido com esses dos hospitais até 50 leitos. Como ficámos sabendo que aqui é uma das melhores Unidades de Portugal, voltámos para fazer uma visita aqui para a gente poder implantar isso que vocês já têm aqui lá no Estado de São Paulo, adaptado à nossa realidade, mas nos moldes daqui. Estamos procurando ver tudo o que tem aqui para a gente poder fazer para os nossos hospitais pequenos lá como vocês fizeram aqui. O que acha destas unidades? Excelentes, excelentes. Isso mostra que Portugal também é avançado na área da Saúde nesses tipos de tratamento. O que nós temos muito em São Paulo é a alta complexidade, grandes hospitais e não tem quem cuida desses pacientes que precisam. Temos de implantar isso no Brasil urgente.
O Presidente da Federação das Misericórdias e Hospitais Filantrópicos do Estado do Rio de Janeiro e Provedor da Santa Casa de Campos no Estado do Rio, Benedito Marques dos Santos, mostrou-se impressionado com a “humanização”.
Que opinião leva destas Unidades? Nós estamos impressionados com o avanço tecnológico, mas o que mais nos impressiona é a questão da humanização. A humanização através de técnica, através da multidisciplinaridade que é fundamento desse tipo de atendimento. A cronicidade, a longa permanência, o paciente agudo isso tudo nos traz aqui para uma visita de experiência, que levamos para o Brasil. Continua Portugal a ajudar o Brasil como ajudou e vem ajudando, nessa amizade permanente. E agora nós levamos para o Brasil esse tratamento continuado que Portugal está servindo de exemplo, está servindo de modelo
Editorial Dr. Humberto Carneiro
e isso nos agrada muito justamente porque essa experiência está vindo de Portugal. Saio daqui satisfeitíssimo e com agrado pleno do que vi. Foi esta humanização que mais lhe chamou a atenção? A humanização, porque o tratamento continuado, o crónico, a longa permanência, ela tem fundamento nessa questão da humanização. É o trato, o carinho, o respeito à criatura humana que está desejado em todo o mundo, não é só em Portugal. E quando a gente vê um exemplo desse, há de entender que Portugal está no caminho certo.
A Médica Alzira de Oliveira Jorge considerou experiência muito produtiva e enriquecedora. Que opinião leva das Unidades que visitou? O Ministério da Saúde do Brasil achou a visita muito interessante. É um prazer para a gente estar aqui, conhecer essa experiência e, com certeza, nós vamos aproveitá-la muito. No Brasil, nós estamos num processo de reorganização dos serviços no sentido da constituição das Redes de atenção à Saúde. Então essa experiência da Rede de Cuidados Integrados e Continuados de Portugal vai servir como um exemplo e como uma experiência que tem dado certo e que pode-nos ajudar a pensar como aprimorar os nossos serviços. Foi muito interessante, muito produtivo para nós conhecer esta experiência. Como considera essa experiência? Nós achamos fantástica a experiência. Acho que os resultados são muito bons e várias questões relacionadas ao prontuário, ao próprio cuidado com o paciente, à utilização de protocolos de uma forma mais flexível, o envolvimento dos técnicos e dos profissionais de saúde com esse paciente, a participação da comunidade, a participação do cuidador, tudo isso são elementos que, provavelmente, são o sucesso dessa experiência. Para o Brasil, e especialmente para a gente que é do Ministério da Saúde, essa experiência vai ser muito enriquecedora e vai-nos ajudar a repensar o nosso processo no sentido de construir Redes de atenção não só para a questão do crónico, do idoso, mas também para a construção dessas Redes de atenção em todo o sistema de saúde brasileiro. Está sendo para a gente um prazer vivenciar essa experiência e, com certeza, vamos aproveitá-la muito.
Luiz de Mello, Assessor do Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, destacou o vanguardismo da Santa Casa. Que opinião leva destas unidades da Santa Casa? Aproveitámos muito a visita aqui à Instituição para conhecer um pouco mais de tudo o que nós vimos buscando no Brasil. No Brasil temos um grande número de Santas Casas, que necessitam de uma outra vocação, de uma outra criatividade, porque a questão do financiamento é uma questão que precisa ser superada e então aqui essas alternativas, estas experiências são riquíssimas. Isto é muito importante para que a gente possa desenvolver um projeto e, com o apoio do Governo do Estado e com o apoio também do Ministério da Saúde, possa aproveitar as experiências da Santa Casa da Misericórdia. O que destaca desta visita? Além da gente encontrar uma entidade secular, a gente percebe que ela está com o pé no futuro e a convivência do antigo e do moderno e do avançado e do novo é uma coisa que me deixa muito impressionado. Ver que é uma entidade que busca a modernização, que busca estar à frente do seu tempo e que, por conta disso, é que está aí com a excelência no seu serviço e na atividade que presta. Vamos ver se a gente consegue estreitar mais os nossos laços e aproveitar toda a experiência da Santa Casa com as nossas Santas Casas irmãs. Foi uma visita muito proveitosa, esperamos que daqui saiam as linhas com que a gente possa escrever o nosso projeto. O grupo técnico foi constituído por: José Luiz Spigolon – Administrador Hospitalar, Superintendente da CMB e Membro do Conselho Consultivo do DCEBAS/Ministério da Saúde; Paulo Carrara de Castro – Médico, Chefe de Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de S. Paulo; Nana Izique Almeida – Arquiteta Urbanista, Assessora em Projetos Arquitetónicos do CEALAG; Gilberto Scarazatti – Médico; Marisa Lea Cirelli Sarrubo – Enfermeira (Saúde Pública), Especialidade em Administração Hospitalar; Maria de Fátima da Conceição – Administradora Hospitalar, Representação da CMB no Ministério da Saúde; e Alzira de Oliveira Jorge – Médica. O grupo institucional foi constituído por: José Reinaldo Nogueira de Oliveira Júnior – Presidente da Confederação; Edson Rogatti – Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de S. Paulo; Benedito Marques dos Santos – Presidente da Federação das Misericórdias do Estado do Rio de Janeiro; Paulo César Campista; Maria de Lourdes; Mirócles Campos Veras Neto – Presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado do Piauí; e Luiz de Mello - Assessor do Secretário da Saúde do Estado de São Paulo.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
Povoenses, A conjuntura internacional, que nos dá indicações de uma continuada e profunda crise económica e social, obriganos a encarar o presente e o futuro da nossa Instituição ainda com mais tenacidade. Obriga-nos a ter cada vez mais presente a premissa de gestão que sempre nos norteou de “fazer mais com menos”. Obriga-nos a ser, cada vez mais, eficientes e eficazes nas nossas decisões e acções. Obriga-nos nestes momentos de instabilidade a intervir de uma forma mais atenta. É nestes momentos que emerge a nossa verdadeira missão de cuidar dos nossos utentes, com humanismo, afecto e carinho, com uma preocupação redobrada na ajuda aos doentes, idosos e aos mais desprotegidos. Convivemos, já, com a dificuldade das famílias em assumirem os seus compromissos mais elementares. Verificase uma forte retracção no consumo, seja de bens de primeira necessidade, seja no cumprimento de responsabilidades assumidas com instituições de crédito. Este quadro de situação pode, nos tempos mais próximos, agravar-se e influenciar a relação entre a nossa Misericórdia e a comunidade povoense, seja ao nível das valências de infância, seja nas valências seniores ou mesmo nas valências de saúde. Enquadrada nesta preocupação de manter as respostas mais adequadas ao momento que atravessamos, a Mesa Administrativa, nos últimos tempos, promoveu reuniões com os funcionários/colaboradores da Instituição, alertando-os para a necessidade de se poupar naquilo que é acessório (no contexto actual) para podermos canalizar meios e recursos para aquilo que é verdadeiramente essencial. Essa tarefa tem-se revelado aliciante. A receptividade dos nossos recursos humanos tem sido fantástica. É importante realçar que este esforço de poupança e maior racionalização não põe em causa a qualidade pedagógica das nossas valências de infância, o bem-estar dos nossos idosos ou o tratamento dos nossos doentes. Temos de fazer este esforço suplementar também porque nos últimos anos as Misericórdias têm sido muito prejudicadas por algumas decisões políticas do poder central. E a decisão mais penalizadora tem a ver com a não dedução do IVA referente a obras a efectuar. Todos os investimentos que façamos custam-nos mais 23%. Dou apenas dois exemplos. Precisamos de fazer investimentos de vulto no Lar de S.José para o adequar às exigências, por nós assumidas como fundamentais, na melhoria da qualidade de vida dos nossos idosos. Precisamos de adaptar o Hospital António Lopes, com obras de remodelação do Bloco operatório, adaptando-o às novas exigências, resultantes da contratualização com o Ministério da Saúde, para as Consultas a Tempo e Horas - CTH. Um acréscimo de 23% no custo da obra é demasiado penalizador para a nossa Misericórdia. Apesar das dificuldades, e como sempre defendemos, devemos encarar os problemas e as dificuldades como uma oportunidade e não como uma ameaça. Saberemos, com espírito de serviço e humildade, cumprir a nossa missão misericordiana. Assim Deus nos ajude. Humberto Carneiro
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Em destaque Semana Aberta
III Semana Aberta “À Descoberta do HAL” com balanço positivo
De 13 a 17 de junho de 2011, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso promoveu a III Semana Aberta “À Descoberta do HAL”. Palestras, workshops, rastreios e outras atividades foram as propostas subordinadas ao tema escolhido para este ano: “Mais vale prevenir que ficar doente”. Como tem acontecido com as edições anteriores, desta vez, o balanço desta iniciativa só podia ser positivo. Atendendo a números registados, destaquem-se as 1012 presenças nas diferentes palestras durante a Semana, os 321 rastreios diversos realizados e os 160 participantes na Caminhada Saudável/Sessão de Aeróbica. Esta Semana Aberta pretendeu alcançar diversos objetivos. Permitir a vigilância da saúde por parte da Comunidade Povoense e a realização de vários rastreios de saúde, de forma gratuita, foram dois dos propósitos, a que se juntam a promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis. Mas esta iniciativa, que é já uma referência na programação anual da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, procurou dar mais visibilidade ao Hospital Antó-
nio Lopes e às suas valências; e motivar os profissionais, que puderam assim dar a conhecer o seu trabalho e envolver-se mais de perto na vida da Instituição, de entre outros objetivos. O programa proposto apresentou a possibilidade de realização de rastreios diversos, a que acorreu, mais uma vez, a população: rastreios de risco cardiovascular, rastreios de nutrição, rastreios de perfil lipídico – avaliação de colesterol e triglicerídeos, de oftalmologia, dentários, auditivos e de podologia. Houve ainda momentos destinados ao aconselhamento clínico a rastreados com alterações. Ao nível dos rastreios, 126 visitantes realizaram rastreios ao nível do perfil lipídico - colesterol e triglicerídeos, 62 ao nível auditivo, 36 em termos de podologia, 12 de oftalmologia e sete ao nível dentário. A realização de palestras sobre temáticas diversas também foi novamente aposta da organização, tendo-se realizado as seguintes: “Prevenção de Quedas na 3ª Idade” (pela terapeuta Dra. Catarina Pestana), “Cirurgia Estética” (pelo médico Dr. Maurício Milet), “Como prevenir
o Cancro do Estômago e do Intestino” (pela enfermeira Rosa Silva e pela enfermeira Dulce Ferreira), “O que comer para prevenir o Cancro do Intestino” (pela nutricionista Dra. Maria Clara), “Prevenção de Patologia Respiratória” (pela Terapeuta Dra. Inês Cardoso), “Cardápios Económicos e Saudáveis” (pela nutricionista Dra. Maria Clara), “Prevenção de Patologias Profissionais” (pela terapeuta Dra. Sofia Guimas), “Prevenção de Incontinência Urinária” (pela terapeuta Dra. Maria João Ferreira), “Tratamento científico de doenças da Próstata” (pelo médico Dr. Vila Mendes), “Sexualidade na Adolescência e Prevenção das DST” (pelo médico Dr. Luís Carlos Vicente), “Prevenção do Cancro do Colo do Útero” (pela Enfermeira Márcia Pereira e pela Enfermeira Alexandra Silva), “O que é a Diabetes e como se controla” (pelo médico Dr. Mário Almeida), “Desmistificação de mitos sobre a alimentação na Diabetes” (pela nutricionista Dra. Maria Clara), “Cirurgia da Tiroide” (pela médica Dra. Virgínia), “AVC – O que é a Trombose e como se previne” (pelo médico Dr. Mário Almeida) com o testemunho “Eu tive uma trombose
porque não preveni” (pela utente D. Lurdes Ribeiro), “Higiene e Saúde Vocal” (pela terapeuta Dra. Natacha Gigante) e “Prevenção e Controle da Doença Tabágica” (pelo médico Dr. Luís Carlos Vicente). Nestas palestras estiveram presentes 1012 pessoas. Referências ainda para a Mesa Redonda “Tratamento de Obesidade” (pela nutricionista Dra. Maria Clara, pelo médico Dr. Maurício Milet e pelo médico Dr. Maia da Costa); para as iniciativas “Caça ao Tesouro/Vamos ser pequenos grandes cozinheiros” (pela nutricionista Dra. Maria Clara) e “Vamos brincar com o Hospital dos Pequeninos”; para a aula de ginástica para todas as idades “Vamos ser mais saudáveis” (pelo professor Miguel Gonçalves); para o momento de “Exercícios respiratórios” (pela terapeuta Dra. Inês Cardoso); para o jogo “Conhecimento dos benefícios sociais – serviço social” (pela Dra. Isabel Sousa e pela Dra. Salomé Alves); e para a Caminhada Saudável/Sessão de Aeróbica no Pontido (sob orientação do professor Miguel Gonçalves), em que participaram 160 pessoas. Houve ainda a realização de alguns
workshops: “Poder e motivação para cuidar de si” (pela psicóloga Dra. Elisabete Ferreira), “Suporte Básico de Vida” (pela enfermeira Olga Gonçalves) e “Alimentos equivalentes e rotulagem nutricional” (pela nutricionista Dra. Maria Clara). A maior parte das propostas realizou-se na tenda instalada em terrenos junto ao Hospital António Lopes, mas alguns rastreios realizaram-se em consultórios e outras atividades, como a Caminhada, decorreram pelas artérias da vila da Póvoa de Lanhoso. A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso agradece às seguintes entidades ou pessoas a título individual que, de alguma forma, contribuíram para a realização desta III Semana Aberta “À descoberta do HAL”: Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Becel, Panibral, Laboratório de Análises Clínicas Botelho Moniz, GNA-Gabinete Nacional de Audição Lda., Gertal, Bramédica, aos Palestrantes e Equipas de todos os Rastreios, a todos os profissionais, colaboradores e estagiários.
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Projeto Bem Envelhecer II promove envelhecimento ativo O Bem Envelhecer II surge na sequência do projeto Bem Envelhecer, que teve o seu início em 2008 e que terminou em 2010, desejando dar continuidade ao trabalho desenvolvido no primeiro projeto, com a inovação de ações e aumentando o leque de entidades parceiras, que integram o grupo de trabalho criado e dinamizado no âmbito do Núcleo Distrital de Braga da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza. O objetivo é dar continuidade a um trabalho de promoção do envelhecimento ativo junto dos utentes, contribuindo para aumentar a sua qualidade de vida, isto é, os níveis de bem-estar físico, mental e social de 60 por cento dos destinatários, até ao final do projeto. Especificamente, este projeto ambiciona combater o isolamento e a solidão, promover a participação social e cívica, promover as capacidades de cognição, a capacidade criadora e o espírito de iniciativa, promover a motricidade e o bem-estar físico, dinamizar o trabalho em rede e o intercâmbio institucional interconcelhio, tendo em linha de conta que a estratégia de um plano comum entre instituições de diversos concelhos constitui uma mais-valia na medida em que permite a transferência de conhecimentos e experiências entre os diferentes atores, o contacto com espaços e comunidades diferentes. Bem Envelhecer II pretende promover o envelhecimento ativo junto dos utentes das entidades participantes para um período de três anos, prevendo-se processos de avaliação do impacto das ações na qualidade de vida dos destinatários. São critérios de seleção do grupo: ser utente/cliente das entidades parceiras; ter 55 ou mais anos; ser autónomo, isto é, ter a capacidade de tomar e executar decisões1 deliberadas (controlo) para satisfazer necessidades e atingir objetivos, de forma consistente com os valores individuais; ter capacidade de ex-
ercer de forma independente as atividades da vida diária. Pode ter mobilidade reduzida (ex. muletas; andarilhos) e/ou estar em situação de isolamento e/ou solidão. Os recursos materiais e humanos são das próprias entidades parceiras e, de acordo com o tipo de ações a desenvolver, procurar-se-á a colaboração de outras entidades tais como Autarquias, Juntas de Freguesia, Centro de Saúde, Escolas de Formação Profissional, Empresas, de entre outras. As ações previstas são: Ação A – Voluntariado; Ação B - Peddy-paper; Ação C - Ginástica sénior; Ação D - Workshops sobre questões ambientais; Ação E - Workshops teatro/ música; Ação F – Redes Sociais (exemplos: rede de “pen-friends” intrageracioanal dirigida a todos os idosos do Bem Envelhecer II e Social Networking dirigida apenas aos idosos mais vulneráveis quanto ao critério e (ação em parceria com a Universidade do Minho). Idosos “estudantes por um dia” na UM Utentes do Serviço de Apoio Domiciliário participaram, no passado dia 8 de junho, no Peddy-Papper “Estudantes universitários por um dia” organizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, em parceria com o Núcleo Distrital de Braga da EAPN, no campus de Gualtar - Universidade do Minho, que assinalou o início do projeto Bem Envelhecer II. Esta atividade teve como principal objetivo proporcionar aos participantes a descoberta de uma nova realidade (a realidade académica), tendo sido proposta a cada sénior a tarefa de ser estudante por um dia, de forma a atingir o objetivo de completar uma “licenciatura”. O evento, que contou com a presença da RTP e da SIC, baseou-se na realização de atividades físicas,
de jogos de desenvolvimento cognitivo, de atividades de enfermagem, no visionamento de documentário sobre o namoro, em jogos de palavras cruzadas, e englobou ainda o almoço na cantina da Universidade do Minho, a atuação do Coro Universitário e a entrega de diplomas, de entre outras ações. Seniores participaram em Workshop de “Separação de Resíduos” no Campo do Gerês As IPSS concelhias juntaram-se, no passado dia 13 de julho, para mais uma atividade inserida no projeto “Bem Envelhecer II”. Esta ação teve como principal objetivo proporcionar aos participantes a descoberta de novas culturas, bem como sensibilizar para a importância da separação dos lixos e da reciclagem, tendo em conta a necessidade premente de proteção do meio ambiente; fomentar o civismo e o respeito pelo ambiente; e promover a cooperação e o trabalho em equipa. O evento baseou-se na visita ao núcleo museológico e na participação em Workshop, envolvendo ainda a atuação de concertinas, almoço e entrega de diplomas, de entre outros aspetos. Entidades parceiras do Projeto Bem Envelhecer II: ADCL – Associação para o Desenvolvimento das Comunidades Locais, Centro Social da Armada, Centro Social da Paróquia de Chorense, Centro Social da Paróquia de Souto, Centro Social e Paroquial de Cervães, Centro Social e Paroquial de Cibões, Centro Social e Paroquial de Covide, Centro Social e Paroquial de Moimenta, Centro Social e Paroquial de Rio Caldo, Centro Social e Paroquial da Sobreposta, Centro Social e Paroquial de Vilar, Centro Social e Paroquial de Vilar da Veiga, Centro de Solidariedade Social de Valdosende, Cruz
Vermelha Portuguesa/ Delegação de Braga, EAPN – Núcleo Distrital de Braga, Fraterna, Fundação Bomfim, Patronato N. Senhora da Torre, Município de Terras de Bouro (Rede Social), Santa Casa da Misericórdia da Póvoa Lanhoso, Santa Casa da
Misericórdia de Vieira do Minho, Universidade do Minho/Instituto de Ciências Sociais. Salomé Alves, Diretora-Técnica do Serviço de Apoio Domiciliário
Capacidade de decisão refere-se ao funcionamento cognitivo (raciocínio, memória, atenção, tomada de decisão, compreensão de informação, etc.); decisão deliberada corresponde à identificação de um problema, um processo de raciocínio face às alternativas, avaliando o seu mérito relativo e a seleção de uma só alternativa e respetiva execução ou não. 1
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Em destaque certifição de qualidade
SCMPL CERTIFICA TODAS AS VALÊNCIAS A
Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso é uma das poucas do país que tem todas as suas valências certificadas pela ISO 9001:2008, o que é bem demonstrativo da preocupação constante que dedica à qualidade na prestação de serviços à comunidade e no seu próprio funcionamento. Um Sistema de Gestão da Qualidade pode ser definido como uma estrutura organizacional que define todos os processos, procedimentos e recursos necessários para atingir “qualidade” no serviço prestado. É uma dinâmica que requer envolvimento e comprometimento de todos os elementos, desde a gestão de topo até à pessoa com menos responsabilidades, exigindo assim que entre todos se crie uma linguagem comum. Só através da criação deste fio condutor é que a implementação de um Sistema destes surte efeito, levando a que todas as vantagens que lhe estão inerentes comecem a sobressair. Atualmente, devido à exigência dos mercados e à necessidade de marcar a diferença perante a concorrência, são cada vez mais as Instituições
que recorrem à implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade. Objetivando a sustentabilidade e com um emblema de modernidade, implementam sistemas que lhes garantam uma melhor organização, uma melhoria na qualidade do serviço prestado e um aumento da satisfação com a consequente fidelização do cliente. Segundo dados do IPAC – Instituto Português de Acreditação, existem atualmente 279 Instituições com atuação no setor da “saúde e ação social” certificadas pela Norma ISO 9001:2008, representado assim cerca de seis por cento dos certificados de conformidade obtidos em Portugal. A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, que tem por missão satisfazer as carências sociais, promover a saúde e bem-estar e contribuir para o aumento das qualificações pessoais, tendo por base o Humanismo Cristão, não fugiu à sua responsabilidade. Ciente do papel que desempenha na comunidade, a preocupação de prestar cuidados/serviços assentes nos princípios da qualidade e que vão de encontro com as neces-
sidades do utente e da comunidade envolvente têm sido uma constante. Do total das 398 Misericórdias ativas no nosso país, somente oito têm um certificado de conformidade perante a Norma ISO 9001:2008, sendo a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso a que dispõe de uma maior abrangência a este nível dado que, atualmente, todas as suas valências estão certificadas pela referida Norma. O processo iniciou em 2005, nas valências sociais. Desde esse ano que esta Instituição mantém um Sistema de Gestão da Qualidade implementado, o que contribuiu para uma melhor organização dos serviços e para a melhoria contínua do Sistema. Em 2007, o Sistema foi alargado ao Hospital António Lopes e, em 2009, à Farmácia da Misericórdia. Com o aparecimento de novas valências, entendeu-se que não fazia sentido desvirtuá-las do restante Sistema pelo que, na última auditoria, decorrida em novembro de 2010 e efetuada pela eiC – Empresa Internacional de Certificação, todas as valências da Instituição foram alvo de avaliação. Nesta auditoria,
o Sistema foi alargado ao Centro de Formação da Misericórdia e à Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes, que entrou em funcionamento apenas cinco meses antes da auditoria. Com esta realidade, esta Santa Casa da Misericórdia obteve um certificado de Conformidade perante a Norma ISO 9001:2008 para todas as valências do seu âmbito de atuação,
Nota: Para este artigo foi consultada a Base de Dados de Sistemas de Gestão Certificados do IPAC – Instituto Português de Acreditação, de 22/05/2011.
apresentando-se assim como uma Instituição de vanguarda com uma constante preocupação e consciência do seu papel perante a comunidade. Sónia Fernandes Responsável da Qualidade da SCMPL
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A leitura na infância Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo em casa e na escola e continua pela vida inteira...
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promoção da leitura em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países, passou a constituir um grande objetivo a nível nacional. O Plano Nacional de Leitura (PNL) tem como grande finalidade despertar a necessidade de leitura, integrando-a no quotidiano. Num mundo onde, cada vez mais, os meios de comunicação dominam o interesse dos mais novos é fundamental despertar o gosto pela leitura desde muito cedo, cativando a atenção e o interesse das crianças e continuar a fazê-lo à medida que elas crescem. A criança que ouve histórias desde cedo, que tem contacto direto com livros e que é estimulada, terá um desenvolvimento favorável ao seu vocabulário, bem como à prontidão para a leitura. As práticas familiares e sociais em que as crianças participam desde muito cedo têm um papel determinante na construção do futuro leitor. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais tenra idade. Quanto mais cedo a criança tiver contacto com os livros e perceber o prazer que a leitura produz,
maior será a probabilidade de ela se tornar um adulto leitor. Da mesma forma, através da leitura, a criança adquire uma postura crítico-reflexiva, extremamente relevante à sua formação cognitiva. É importante também que o livro seja tocado pela criança, folheado, de forma a que ela tenha um contacto mais íntimo com o objeto do seu interesse. A partir daí, ela começa a gostar dos livros, percebe que eles fazem parte de um mundo fascinante, onde a fantasia se apresenta por meio de palavras e de desenhos. A criança passa a interagir com as histórias, acrescenta detalhes e personagens. Quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como os medos, os sentimentos de inveja e de carinho, a curiosidade, a dor, além de ensinarem infinitos assuntos. Garantir a riqueza da vivência narrativa desde os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também da sua imaginação. Com atividades desenvolvidas a par-
tir dos livros, a criança experimenta várias vivências que abrangem todas as áreas de desenvolvimento e respetivos domínios considerados nas Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar. “As histórias lidas ou contadas pelo educador, recontadas e inventadas pelas crianças, de memória ou a partir de imagens, são um meio de abordar o texto narrativo, que, para além de outras formas de exploração noutros domínios de expressão, suscitam o desejo de aprender a ler” (M.E., 1997: 70)
Assim, atendendo a que a criança é um ser social, integrada em diferentes contextos que contribuem para a sua formação, o Jardim de Infância, enquanto instituição de ensino/ educação, deve desenvolver esforços concertados na promoção de hábitos de leitura e na formação de leitores competentes. O Jardim de Infância desempenha assim um papel muito importante no processo de construção do hábito da leitura. Cristina Oliveira, Coordenadora da Creche/JI N. Sra. da Misericórdia
Referências Bibliográficas: AZEVEDO, F. (2007). Formar leitores da teoria à prática. Porto: Ed. Técnicas Lda. MARTINS, M.A. (2000). Pré-história da aprendizagem da leitura. Lisboa: ISPA Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: M.E.-D.G.E.B. VIANA, F.L. (2001). Melhor Falar para melhor ler. Braga: IEC-UM
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Formandos da Alfabetização certificam competências
Formandos da Alfabetização certificam competências E
m Dezembro de 2008, esta Santa Casa arrancou com um projecto em regime de voluntariado, que pretendia promover um curso de Alfabetização. Este curso de Alfabetização, a funcionar no Centro de Formação da Misericórdia, teve por primeiro objectivo atribuir competências de leitura e de escrita aos formandos que integrassem esta turma. O projecto avançou, os formandos foram aparecendo e foram ficando e o objectivo de “aprender a ler e escrever” passou a ser pequeno. Os participantes começaram com actividades em artes decorativas; depois, entraram no mundo da informática; e, em 2010, motivados pela professora e fruto dos resultados obtidos, ingressaram no Centro de Novas Oportunidades a funcionar na Escola Secundária
da Póvoa de Lanhoso, com objectivo de verem as suas competências certificadas através do processo de Reconhecimento, Validação, Certificação de Competências. Com ajuda da professora Rosa Carneiro, continuaram com o processo de aprendizagem, escreveram a sua história de vida e, no dia 14 de Julho, apresentaram-se a júri para defender o seu trabalho. Estes formandos, que inicialmente não sabiam ler nem escrever ou que possuíam sérias dificuldades ao nível da leitura e da escrita, viram as competências certificadas para um grau escolar de 4º, 6º e/ou 9º anos, facto que enche de orgulho não apenas aos próprios, mas também às pessoas que os acompanharam e acompanham nesta Instituição.
Envelhecimento: perdas e ganhos O envelhecimento é um processo que comporta ganhos e perdas, para cuja adaptação concorrem variáveis de natureza intrínseca e extrínseca aos indivíduos. Os seres humanos têm as capacidades necessárias à luta pela sobrevivência num mundo natural que é inóspito. Estas capacidades vão sendo perdidas à medida que a idade avança. As capacidades físicas, sensoriais e cognitivas são estratégias essenciais que vão perdendo a eficiência quando a sobrevivência já não é biologicamente importante. Estas perdas
vão-se manifestando com o avançar da idade, de forma progressiva e a um ritmo variável. O processo de envelhecimento humano apresenta três componentes: componente biológica, social e psicológica, bio-psico-social (Fonseca, 2006). A tomada de consciência destas perdas deve levar o indivíduo a adaptar toda a sua forma de viver e atuar no seio da sociedade em que se insere e, deste modo, reduzir os efeitos restritivos que estas perdas acarretam e capitalizar todas as capacidades que permanecem. É do sendo comum que os mais ve-
lhos são reserva de sabedoria e experiência pelo que devem ser respeitados. Embora esta velha máxima seja mais usual em determinadas culturas, esta ideologia deveria ser preservada em todas as sociedades. Com o avançar da idade, o cérebro humano vai funcionando mais como um órgão predominantemente capacitado para interpretar as perceções ao nível afetivo do que um órgão que “destila” um saber abstrato e intelectual (Daniel Serrão). Ganhamos em afeto o que perdemos em lógica. As decisões passam a ser tomadas de acordo com as
experiências anteriormente vividas, não necessitam de raciocínio lógico e abstrato complicado, tornando-se, deste modo, mais humanas e com um maior grau de emotividade. Por isso se diz, e bem, que a idade sénior é a idade da sabedoria. Eis o que ganhamos com o progresso da idade. E este ganho é fonte de uma permanente alegria que é sinal distintivo de um envelhecimento saudável e ativo (Daniel Serrão). Martine Ferreira, Diretora-Técnica do Lar de São José
Referências Bibliográficas: REDITEIA. “Envelhecimento Ativo”. REAPN FONSECA, António Manuel (2006). “O Envelhecimento. Uma abordagem psicológica.” 2.ª ed. – Lisboa: Universidade Católica Portuguesa.
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Em destaque Responsabilidade ambiental
Unidades de CC da SCMPL, na RNCCI, numa perspetiva de Inovação Social Numa sociedade cada vez mais exigente e num mundo dominado por tecnologias em rápida evolução, uma boa ideia e uma forte motivação individual ou de um grupo de pessoas, características que normalmente acompanham a criação das organizações do setor não lucrativo, nem sempre são suficientes. Por outro lado, por mais importante, valioso e meritório que seja o voluntariado, o setor não lucrativo não pode estruturar-se e desenvolver-se apenas com base em boas vontades. Torna-se premente portanto, contribuir para uma atitude profissional, sublinhando o nexo de causalidade existente entre a capacidade das organizações e o seu respetivo impacto social. O sucesso deste esforço depende, no entanto, da habilidade para unir o conhecimento com a execução, o saber e o saber fazer, bem como para conjugar a formação individual com a melhoria organizacional, sobretudo quando a dimensão e complexidade dos problemas assim o exigem. O risco que enfrentamos, de agravamento das desigualdades na distribuição de rendimentos e da fragilização da coesão social, é demasiado elevado, não se admitindo contemporizações. Compete, deste modo, às organizações do setor não lucrativo, a tarefa de evitar cenários em que se enfraqueçam os veículos de uma solidariedade cada dia mais necessária, assumindo de forma eficaz a sua função a este nível. Os desafios de hoje são diferentes dos de ontem. É necessário que as Organizações agarrem o futuro e percebam o que se passa à sua volta e a implicação de não agarrarem as oportunidades que vão surgindo. O financiamento público será cada vez mais escasso e o capital social ganhará cada vez mais importância no sentido de garantir a sustentabilidade económica, financeira e estratégica de organizações como a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, e mais concretamente das suas Valências de Saúde – Hospital António Lopes e Unidade de Longa Duração e Manutenção Dona Elvira da Câmara Lopes. Uma das funções destas valências é a função da inovação. E porquê? Ao contrário das empresas, a Misericórdia, embora apresente insistentemente resultados positivos, não tem a imposição de o fazer para garantir a sua exis-
tência, tem sim a imposição de garantir a existência de boas condições sociais e de saúde para os Povoenses. Mas, os utilizadores, clientes ou utentes, vão tornar-se cada vez mais exigentes, e os financiadores – Estado, empresas e benfeitores privados também. Todos eles se tornarão, de forma crescente, exigentes em relação às Valências de Saúde, e como tal, temos de nos preparar. E para isso devemos ser capazes de sermos cada vez mais exigentes connosco próprios profissionalizando-nos, e criando nesse processo mecanismos autorreguladores que sejam o primeiro garante da boa conduta. Uma missão bem redigida, objetivos bem definidos e estratégias bem desenhadas aos vários níveis da gestão, um sistema de avaliação eficaz, um código de conduta, são alguns exemplos. Assim, a atual crise tem de ser aproveitada como um ponto de viragem. Todas as grandes recessões do passado levaram à emergência de novos setores e a criação de novas empresas. A Misericórdia, não deixou de acompanhar nem evitou a oportunidade! Surge com Obra, surge com resposta social na Saúde da Póvoa de Lanhoso, com propostas e respostas como momentos de criatividade social: 1.Criou novos espaços de colaboração – a grande dificuldade é ligar, intermediar e pôr em contacto pessoas com ideias, pessoas com problemas e pessoas com os recursos institucionais e capacidade financeira. Não havia este tipo de solução na área social, mas com o surgimento das Valências de Saúde, foram criados espaços/centros de inovação, que são hoje, já reconhecidamente, centros de excelência, e quem sabe no futuro de formação, na Área da Prestação de Cuidados de Saúde / Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. 2.Aprendeu com o Mundo – Sociedades com grandes carências sociais e escassez de recursos têm um maior incentivo para inovar radicalmente. As inovações podem e devem ser replicadas. Como tal, a Misericórdia é hoje uma Instituição “aberta”, local em que as conversas e colaborações são muitas vezes a base de novas formas de pensar e de fazer, servindo para que todos se identifiquem e “sintam a camisola”.
As Valências de Saúde aprenderam e aplicaram tudo o que de bom e melhor há nesse “mundo” e colocam à disposição da população todo esse conhecimento e serviços. 3.Desenvolveu financiamento de impacto social – o sistema financeiro atual não está vocacionado para financiar o tipo de inovação necessária para dar resposta aos grandes desafios sociais. Mas a Misericórdia acompanhou o País na criação de uma iniciativa Mundial, na área da inovação e envelhecimento, na implementação de uma Rede Nacional de Cuidados Continuados. Uma ação que mobilizou entidades nacionais, regionais, setor público, setor financeiro e outras organizações sem fins lucrativos. É fundamental criar o ambiente para que surjam muitas ideias, dar oportunidade a que as mesmas sejam testadas, em pequena escala. Nós, fomos projeto–piloto, estivemos desde o início com o País neste desafio. Mas ao mesmo tempo é preciso reconhecer que não bastam centenas de projetos-piloto, por muito interessantes que possam ser. É decisivo identificar os casos bem-sucedidos, como as nossas Valências de Saúde e criar condições para uma inovação em mais larga escala. Um financiamento mais adequado é uma das condições imperativas! 4.Usou o “procurement” público para impulsionar novas respostas – o “procurement” está normalmente associado a: comprar melhor, normalmente pelo melhor preço. Para tal, importa capacitar os recursos humanos, para que os mesmos se equipem dos recursos necessários para participar nesse complexo processo, normalmente só ao alcance de empresas privadas de alguma dimensão. A Misericórdia já o faz há algum tempo, pois como empreendedora social é hoje mais apta a responder aos desafios com que se depara. 5.Experimentou “obrigações de impacto social” – as “Social Impact Bonds” permitem levantar no mercado dinheiro para expandir o trabalho das organizações especializadas em questões sociais. Ao possibilitar a mobilização de investimentos não estatais, as Obrigações de Impacto Social irão levar à canalização de mais recursos para serviços preventivos, os quais podem ter um impacto direto, por exemplo, nos
Santa Casa inaugura Ecoponto
Em parceria com a Braval – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., e com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, esta Santa Casa inaugurou, no dia 14 de junho, um ecoponto nos jardins do edifício N.ª Sra. da Misericórdia. A inauguração contou com a presença do Provedor desta Santa Casa, Humberto Carneiro, do Diretor Geral Executivo da Braval, Pedro Machado, e do Presidente da Câmara Municipal, Manuel Batista, além de alguns membros da Mesa Administrativa, funcionários e utentes das valências sociais. O
crescentes custos sociais e de saúde. Caso seja bem-sucedida, esta nova categoria – os ativos financeiros com impacto social (propostos pelo nosso Provedor Dr. Humberto Carneiro num Congresso Nacional há 2 anos atrás) – promete ser um formidável instrumento de inovação social. 6.Estimulou a ajuda mútua – as mais importantes formas de apoio mútuo decorrem de interação voluntária entre as pessoas e não envolvem qualquer transação. Quando, no nosso dia a dia, tratamos de alguém doente, proporcionando ajuda a um amigo ou familiar, visitamos um parente idoso ou damos simplesmente atenção a um colega, tudo isso faz parte daquilo que se designa “economia da atenção”. A nova Rede Nacional de Cuidados Continuados a que pertencemos tem um enorme impacto em cada um de todos nós. Estamos presentes nesta Missão, e a Saúde de toda a população continuará a poder contar connosco. 7.Abriu serviços públicos aos cidadãos – quando se fala em serviços públicos, fala-se da resposta a problemas de natureza pública. Face aos constrangimentos económicos, os governos estão sob pressão crescente. De um lado, crescem as ne-
objetivo é o de promover a reciclagem em toda a Instituição, começando por incutir este valor nos mais novos. Desta forma, a Braval irá disponibilizar à SCMPL um ecoponto, um Ponto Eletrão para recolha de REEE, papelões, contentores para recolha de óleos e mini-ecopontos escolares. Este é mais um passo que a Instituição dá em prol da sua missão, demonstrando a sua preocupação com o meio envolvente e vincando o seu papel na educação ambiental dos mais novos.
cessidades sociais, agudizadas pela crise. Do outro, há a necessidade de fazer mais com menos recursos. Os tempos atuais exigem, mais do que nunca, inovação, mas uma nova natureza da inovação: participada, em rede, colaborativa. Tudo isso exige uma nova atitude por parte dos responsáveis e por parte da sociedade civil. Como tal, estamos envolvidos em vários projetos e programas relacionados com o envelhecimento, com o desenvolvimento das estratégias de saúde mais adequadas à área da Inovação Social, que melhorem a qualidade de vida dos idosos, reduzindo os custos. Apraz-me concluir que a Inovação Social mostra que é possível crescer e, ao mesmo tempo, dar resposta aos desafios sociais. Daí a sua relevância e atualidade. Abertura, criatividade, confiança e capacidade para pensar de forma diferente. Enquanto se observa um fechar de portas por esse País fora, aqui abrem-se a quem mais precisa. Daí a importância destas Valências de Saúde e desta Misericórdia para todos nós! Nelson Ferreira, Diretor-tecnico da Unidade de Longa Duração e Manutenção
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Em destaque Programa Consulta a Tempo e Horas
Acordo de Cooperação com a ARS-Norte A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso foi uma das Instituições que assinou, no passado dia 29 de março, um Acordo de Cooperação com a ARS-Norte, na sequência de protocolo estabelecido com a União das Misericórdias Portuguesas. Isto significa que, desde o dia 1 de abril, a Instituição presta cuidados de saúde aos utentes do Serviço Nacional de Saúde, que apenas pagam as taxas moderadoras em vigor, fixadas pela tutela, nos casos em que não houver isenção. Para ter acesso aos serviços da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, ao nível de consultas de especialidade e de cirurgias, o utente é referenciado pelo respetivo médico de família, através de uma plataforma informática denominada “Programa CTH - Consulta a Tempo e Horas”. Poderão ser referenciados para os serviços da Misericórdia Povoense, ao nível do Hospital António Lopes, utentes pertencentes ao ACES Gerês/Cabreira, ao ACES Terras de Basto, ao ACES Guimarães/Vizela e ao ACES Alto Tâmega e Barroso. Este Acordo de Cooperação abrange consultas e eventuais cirurgias ao nível das especialidades de cirurgia vascular, de cirurgia geral, de ginecologia, de oftalmologia, de ortopedia, de otorrinolaringologia e de urologia.
Descrição
A Consulta a Tempo e Horas (CTH) é um sistema eletrónico de referenciação dos pedidos de primeira consulta de especialidade hospitalar no SNS, efetuados pelo médico assistente dos utentes.
Objetivos
- Facilitar o acesso dos cidadãos à 1ª consulta de especialidade hospitalar, tratando de igual modo todos os utentes na marcação da consulta; - Informar os cidadãos, com transparência, sobre o estado do pedido de consulta e o tempo de resposta do hospital; - Envolver os hospitais e as unidades de cuidados de saúde primários na melhoria da capacidade de resposta do SNS, aumentando a eficácia e eficiência na prestação de cuidados.
Acesso
O Utente pode, por via do seu médico de família, solicitar a marcação da 1ª consulta de especialidade para o Hospital António Lopes, da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, para as seguintes especialidades: • Cirurgia Geral • Cirurgia Vascular • Ginecologia • Oftalmologia • Ortopedia • Otorrinolaringologia • Urologia A sua consulta é marcada em três dias e será consultado em 30, 60 ou 150 dias, no máximo.
Quem tem acesso?
Todos os Utentes do SNS dos seguintes concelhos: • Póvoa de Lanhoso • Amares • Braga • Boticas • Cabeceiras de Basto • Chaves • Fafe • Guimarães • Mondim de Basto
Cobrança
Ao Utente será cobrado apenas a taxa moderadora (2.25€), no caso de ser isento não pagará qualquer valor.
• Montalegre • Ribeira de Pena • Terras de Bouro • Valpaços • Vieira do Minho • Vila Pouca de Aguiar • Vila Verde • Vizela
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Em destaque Fazer mais com menos
Fazer mais com menos A
Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso (SCMPL) entendeu por bem, na primeira metade deste ano, abordar de uma forma mais incisiva o contexto atual da sociedade e da Instituição. Não é que no passado não o tenha feito, mas, desta vez, optou-se por uma abordagem diferente e percetível para todos. As reuniões entre mesários e coordenadores bem como o habitual “brainstorming” de sexta-feira nos Serviços Administrativos Centrais continuam a manter-se, mas, este ano, optou-se por alargar este método, de uma forma geral, a todos os colaboradores da SCMPL, sem exceção. Em maio passado, foram constantes as reuni-
ões entre os diferentes setores da SCMPL na perspetiva de transmitir a todos os colaboradores de uma forma direta e percetível todo o contexto financeiro, social e de atividade que envolve esta Santa Casa. Desta forma, pretendeu-se que todos ficassem esclarecidos sobre a situação atual em que se encontram todos os mesários e aqueles que dependem da SCMPL. É notório o aumento das dificuldades da população em geral, quer a nível financeiro quer a nível social, de maneira que, para continuarmos a crescer com qualidade e profissionalismo e, ao mesmo atender, a um maior número de solicitações, esta Santa Casa tem de fazer mais e todos os colaboradores e funcionários
têm de dar um pouco mais de si. Para além disto, se o aumento do desemprego, a diminuição do número de subsídios e pensões da população e a estagnação dos montantes comparticipados pelo Estado às instituições afetam diretamente as principais fontes de receita, esta Misericórdia está consciente de que esse esforço ainda terá que ser maior do que o previsto. São estes desafios e necessidades que levam a que a gestão da Instituição tenha de ser o mais competente possível e, tal como há um ano referi neste mesmo jornal, a mesma seja abordada numa perspetiva cada vez mais empresarial e eficiente. A necessidade de encontrar sinergias internas e de extrair o melhor de
cada um de nós deverá ser o primeiro passo para determinar a capacidade de enfrentar os sucessivos desafios. Pelo país fora não faltam casos de empresas a fechar, de instituições tecnicamente falidas, de cortes nos recursos humanos, da degradação dos serviços e incumprimentos sucessivos, mas esta Santa Casa, atualmente, não se revê nestas situações e, mais do que nunca, pode olhar à volta e acreditar que continuará a honrar os Povoenses e a cumprir a obra da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. André Castro, Assessor da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso
Santa Casa aprova Relatório de Atividades e Contas de 2010 Os Irmãos da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso aprovaram por unanimidade o Relatório de Atividades e Contas referente a 2010. De acordo com os documentos apresentados pela Mesa Administrativa liderada pelo Provedor Humberto Carneiro, a Instituição terminou o exercício do ano em análise com um resultado líquido positivo de 110 mil 122 euros. O referido Relatório permite ainda constatar que a Santa Casa da Misericórdia registou, em 2010, “Custos e Perdas” na ordem dos 8 milhões 692 mil euros e “Proveitos e Ga-
nhos” de cerca de 8 milhões 802 mil euros. No capítulo das execuções, a Santa Casa assegurou condições financeiras para fazer investimentos em equipamentos para novos serviços, aproveitando financiamentos públicos para aumentar a oferta na área da saúde. A este nível, o que mais se destacou no ano referido foi a construção da Unidade de Longa Duração e Manutenção, D. Elvira Câmara Lopes, que implicou um investimento aproximado de 2 milhões e 500 mil euros. “Temos gerido esta Santa Casa com critérios de solidez, assente no equilíbrio organizacio-
nal, visando a melhoria dos serviços prestados aos beneficiários. Temos procurado dotar a nossa Instituição de um conjunto de instrumentos e recursos de gestão e organização suscetíveis de aumentar a eficácia dos resultados, sejam sociais ou financeiros. Pensamos que estamos no bom caminho”, considerou o Provedor, Humberto Carneiro, segundo o qual as dificuldades que o país atravessa afetam a Misericórdia Povoense. “Nas contas de 2010 estão espelhadas algumas dificuldades que temos vindo a sentir e que resultam, essencialmente, do facto
das contribuições públicas terem tendência a diminuir, não havendo condições de contrapor a essa factualidade um aumento das comparticipações dos utentes. O momento de dificuldade que as famílias atravessam reflete-se, também, nas nossas valências de rendimento, de que a Farmácia é o exemplo mais evidente com uma progressiva quebra de receitas”, sublinhou. Esta Assembleia Geral realizou-se no dia 26 de março, pelas 15 horas, no Salão do Lar de São José.