Ano XI - Nº30 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita
Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985
Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: GráficaAmares Tiragem: 7500 Design Editorial: www.tamanhoreal.com Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Pessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084 Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09
Julho de 2010 ULDM da Santa Casa integra Rede Nacional A Unidade de Longa Duração D. Elvira Câmara Lopes vai integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Pág. 06
Santa Casa participa em estudo pioneiro Unidade de Convalescença escolhida para integrar Estudo HALT relacionado com a utilização de antibióticos. Pág. 10
HAL com nova Direcção Clínica Conheça com que expectativas a nova Direcção Clínica encara este desafio de gestão. Pág. 04
Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso
Semana Aberta aproxima HAL e comunidade Provedor da Santa Casa faz balanço positivo da 2ª edição da iniciativa que reuniu especialistas, profissionais e a comunidade.
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Abertura II Semana Aberta
Hospital António Lopes promove estilos de vida saudáveis Provedor da Santa Casa faz balanço muito positivo da II Semana Aberta do Hospital António Lopes De 17 a 21 de Maio, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso promoveu a II Semana Aberta “À Descoberta do Hospital”, dedicada aos “Estilos de Vida Saudáveis”, com os objectivos de informar e levar as pessoas a participarem em palestras, rastreios, workshops e outras actividades, bem como dar a conhecer o Hospital António Lopes (HAL). No rescaldo da iniciativa, o Provedor Humberto Carneiro fez um balanço positivo, revelando que participaram nas actividades propostas mais de mil pessoas e que foram realizados mais de 1100 rastreios médicos, pelo que foi uma aposta ganha e que lança as bases para a terceira edição. VISITANTES SATISFEITOS
Alguns visitantes foram pessoas que já tinham participado na edição anterior, mas também houve “estreantes”, que revelaram opinião positiva sobre a iniciativa. Maria Martins, de Galegos, que assistiu à palestra sobre nutrição, tomou conhecimento do evento através de um cartaz, tendo os temas propostos chamado a sua atenção. “São assuntos interessantes e úteis”, referiu, explicando que já conhecia o HAL. “A minha mãe está na Unidade de Convalescença, já conheço alguns serviços prestados aqui e estou satisfeita”, concluiu. Laura Silva, igualmente de Galegos, aproveitou para fazer alguns rastreios. “Esta é uma oportunidade muito boa e, ainda por cima, gratuita. Acho que esta iniciativa é válida e deve continuar”, considerou. A possibilidade de fazer um controlo de alguns indicadores de saúde foi o que levou Paula Macedo, de Taíde, até à tenda que serviu de suporte à Semana Aberta, depois de ter sabido da iniciativa através da imprensa. “É a primeira vez que venho e acho isto muito bem”, referiu, concordando ser importante que a Instituição abra assim as suas portas à população. Maria Cândida dos Santos, de Garfe, participou apenas na Caminhada. “Acho isto óptimo e deve continuar. É o segundo ano que participo. Por razões de trabalho, não pude assistir a mais nada nem fazer rastreios. Se pudesse, viria”. Manuel da Silva, o marido, também participou na Caminhada. “É bom para a gente caminhar e viemos outra vez. Desconhecia a realização desta Semana, mas já fui informado e acho que é uma coisa boa e importante. Estas iniciativas
deveriam ser realizadas mais vezes e mais divulgadas”, salientou. João Martins, aluno da Escola Secundária, assistiu à palestra sobre sexualidade. “Foi muito interessante, aprendemos sempre coisas novas e é importante o debate de temas de saúde para a população em geral”, considerou, no geral. Já o colega Luís Beltrão referiu que teve oportunidade de participar num dos exercícios. “Ouvi a palestra sobre o Cancro da Mama e foi uma das mais interessantes, pela forma como as coisas foram tratadas. Assisti também à da Hipertensão. Fui alertada para o problema, eu já tenho cuidados, em termos de exercício e alimentação, mas foi importante para as pessoas que têm e que têm que ter cuidados específicos por causa disso”, referiu Alice Freitas, de Rendufinho. “Acho muito importante que o HAL dê a conhecer que existem vários rastreios, o que tem, os seus serviços e valências”, notou. Apesar de estarem dirigidos à população em geral, Patrícia Bastos, enfermeira que esteve nos rastreios, referiu que foram sobretudo os idosos que mais os procuraram, “porque têm mais patologias e sentem mais necessidade de vigilância”. Explicou ainda que algumas pessoas, com patologias crónicas, aproveitaram os rastreios numa perspectiva de vigilância e que outras, sem patologias, os aproveita-
ram para fazer um despiste ou detecção precoce. “Quando detectamos alguma alteração mínima, fazemos educação para a saúde, ensinos sobre estilos de vida saudáveis, alimentação adequada, exercício físico, mas, quando há valores muito elevados, aconselhamos a pessoa a agendar uma consulta ou encaminhamos para o SAP, e houve encaminhamentos para o SAP do HAL, em casos de valores muito alterados”, referiu aquela profissional. PROGRAMA DIVERSIFICADO
A realização de palestras diversas, rastreios, workshops, uma caminhada e visitas guiadas ao HAL foram as propostas da Semana Aberta, dirigida especialmente à população em geral, de todas as idades, mas também ao público escolar e utentes da Instituição. As propostas realizaram-se numa tenda montada especificamente para acolher algumas acções da Semana, bem como para receber uma mostra dos diferentes serviços prestados no HAL. Realizaram-se ainda no interior das instalações do HAL e no exterior. Durante a iniciativa, a população pôde aproveitar para fazer gratuitamente os mais diversos rastreios (Risco Cardiovascular, Perfil Lipídico, Dentários, Densitometrias Ósseas, Oftalmológicos, Auditivos, de Podologia), para manutenção
ou despiste, seguidos de aconselhamento clínico a rastreados com alterações. Os visitantes puderam verificar o estado das suas vacinas. No dia 17, dedicado a “Vida Sénior Saudável/Crescer com Saúde”, realizou-se ainda uma Caça ao Tesouro, no HAL, e a Palestra “Como prevenir o abuso e a negligência na população idosa” pela psicóloga Ana João Santos. Houve ainda a visualização de um filme e a palestra “Ajudar a Cuidar” pela Dra. Isabel Sousa e pela Dra. Salomé Alves da área de Serviço Social; a palestra “Alimentação na Idade Sénior” pela nutricionista Dra. Maria Clara; o workshop sobre a “Incontinência Urinária” pela Fisioterapeuta Maria João Baptista, a palestra “Estratégias de reabilitação para o desenvolvimento normal de uma criança” pela Terapeuta da Fala, Dra. Natacha Gigante e pela Terapeuta Ocupacional Sofia Guimas e uma formação de feridas com abordagem às feridas crónicas – Produtos de Tratamento de Feridas da Paul Hartmann pelo enfermeiro Manuel Azevedo. O dia finalizou com a actividade “Como cozinhar comida saudável/Hábitos a mudar” pela Nutricionista Ana Araújo. Estava ainda agendada a palestra sobre “Úlceras de Pressão” pelo Dr. Maurício Milet, mas que acabou por se realizar na sexta-feira, dia 21 de Maio, à tarde. No dia 18 de Maio, dedicado ao
tema “Viver com Dor Crónica”, realizou-se ainda, para além dos rastreios referidos, a palestra “Medidas não farmacológicas de controlo da dor crónica” pelas Enfermeiras Márcia Queirós e Sofia Trigo. A tarde englobou diversas palestras: “Artrose – evolução e tratamento” pelo Dr. Carlos Vilela, “O que é a dor crónica” pelo médico Dr. Elísio Matos e a equipa da Dor Crónica do Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E. Guimarães/ Fafe e “Prevenção do Cancro da Mama” pelo testemunho real da senhora Helena e pela Enfermeira Supervisora Rosa Silva. Realizou-se ainda o workshop “Necessidades e estratégias nas dependências” pelos fisioterapeutas Inês Cardoso e Bruno Rodrigues e a Terapeuta Ocupacional Sofia Guimas, e a actividade “A dança com saúde” pelo professor Augusto Henriques, já à noite. No dia 19 de Maio (“Prevenir as Doenças”), foi projectado um filme e realizou-se a palestra “Ajudar a Cuidar” pela Dra. Isabel Sousa e pela Dra. Salomé Alves da área de Serviço Social. Depois, realizou-se a palestra “Sexualidade na Adolescência e prevenção das DST”, pelo médico Luís Carlos Vicente; e a actividade “Anima com Riso”, através do pelouro da Saúde da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. “Unidade de Convalescença: suas potencialidades e o papel da reabilitação”, pela equipa multidiscipli-
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nar da mesma através da Fisioterapeuta Catarina Pestana, a Enfermeira Olga Gonçalves e o Dr. Luís Vicente, foi a palestra que se seguiu. O dia finalizou com o workshop “Referenciação na RNCCI”, pela Rede, e com a palestra “Primeiros Socorros – Suporte Básico de Vida” pelos Enfermeiros António Costa e Paulo Moura. No dia 20 (“Viver com Hipertensão”), a nutricionista Dra. Maria Clara orientou o workshop “Culinária Saudável”, iniciativa seguida da palestra “Prevenção e Controlo da doença tabágica” pelo Dr. Luís Carlos Vicente. Depois, realizou-se a actividade “Arte como Terapia”, pelo Espaço
T – Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária, e a palestra “Exercício para o coração – condicionantes do exercício para benefício”, pelas enfermeiras Márcia Queirós e Fátima Rodrigues, após a qual se realizou uma sessão de mobilidade tendo como base exercícios que solicitem o sistema cardio-respiratório, pela Fisioterapeuta Inês Cardoso. A tarde finalizou com a palestra “Vida Saudável com a hipertensão” pelo médico Dr. Mário Almeida. À noite, realizou-se a Segunda Caminhada Saudável, pelas ruas da Vila da Póvoa de Lanhoso, com exercício de aeróbica, no anfiteatro do Pontido, com
a colaboração do Pelouro da Saúde da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso com a participação de largas dezenas de pessoas. No dia 21 (“Viver com Diabetes”), referência para a sessão de Pilates, pela Fisioterapeuta Carla Abreu, para a mesa redonda “Conselhos dietéticos e devices”, por Sílvia Saldanha, para a palestra “Pé diabético” pelo médico Dr. Pratas Balhau, e para o workshop “Aprender a viver com a diabetes”, com as enfermeiras Márcia Queirós e Sofia Trigo. Na sessão de encerramento intervieram o administrador do Hospital António Lopes e o Provedor da Santa Casa.
COMEÇAR A PENSAR A III SEMANA
II SEMANA ABERTA
Para o Provedor da Santa Casa, os números verificados ajudam a aferir o sucesso da II Semana Aberta e lançam o desafio de preparar a terceira. “Para o ano, estaremos aqui novamente a falar de Saúde e de outras áreas de intervenção, direccionadas para utentes e população de todas as idades, que necessitam de conselhos e de ser acompanhados, para que as pessoas percebam que têm no HAL e na Santa Casa um parceiro, uma entidade que se preocupa com elas e com toda a comunidade e em levar a sua missão ao extremo no que diz respeito ao bem estar da população”, assegurou o Provedor. Humberto Carneiro recordou as razões da iniciativa. “A Semana Aberta teve como objectivo inicial fazer com que os Povoenses viessem ao HAL e conhecessem o actual HAL, porque, desde a sua reabertura em 1998, o HAL sofreu profundas alterações, no que diz respeito aos cuidados prestados à comunidade, pela existência de diferentes protocolos com o Ministério da Saúde, mas também acompanhando a evolução dos tempos e as dinâmicas na área da saúde”, referiu o Provedor. Humberto Carneiro relembrou que o HAL começou por integrar a
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), desde o seu arranque, como experiência-piloto, “o que levou a grandes transformações estruturais e funcionais” no HAL. Referindo que o Hospital mantém a filosofia de servir a população mais carenciada da Póvoa de Lanhoso, objectivo que levou à sua fundação por António Ferreira Lopes, Humberto Carneiro sublinhou que, contudo, agora “as dinâmicas na saúde são diversas e a área de influência do HAL alargou-se ao distrito de Braga e a outros”, essencialmente devido à integração da Unidade de Convalescença do HAL na RNCCI, com a qual o HAL começou a receber utentes também de outros concelhos do Distrito. “Estas dinâmicas levaram a que o próprio HAL se adaptasse na sua estrutura, organização e funcionalidade e temos consciência de que estas dinâmicas não eram do conhecimento da população nem dos povoenses, pelo que entendemos, no ano passado, que era necessário dar a conhecer à população esta nossa realidade actual”, explicou. Em jeito de balanço, o Provedor considerou que “o sucesso foi conseguido e os números falam por si”, aludindo aos cerca de 1200 visitan-
AGRADECIMENTOS • Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso • Irmãos Coutinho, LDA Cozinhas • Pingo Doce • Recheio • Loja Zézinha • Supermercados Primavera • Espaço T • Becel • Panibral • Laboratório de Análises Botelho Moniz • Widex • Prof. Augusto Henriques
tes que ficaram a conhecer melhor a realidade de funcionamento do HAL, a respeito do qual referiu que tem hoje uma realidade diferente da inicial. “Hoje temos a Unidade de Convalescença, com 28 camas, que, para nosso orgulho, é considerada uma Unidade de Referência da RNCCI”, considerou. Sobre o Bloco Operatório, com diferentes especialidades, afirmou aí residir um dos próximos desafios. “Temos uma dimensão adequada em termos de ambulatório, mas não em termos de internamento, pelo que é um desafio que temos de ultrapassar. Com perseverança e dedicação de todos nós e dos nossos clínicos, iremos encontrar soluções para aumentar o número de cirurgias de internamento. Iremos contratualizar com o Ministério da Saúde, não só em termos de internamento, mas também em termos de consultas externas”, revelou, considerando ser aquela uma nova força para a dinâmica do HAL. Sobre a Semana Aberta, Humberto Carneiro sublinhou ainda o “empenho e a dedicação de todos os colaboradores e funcionários da Instituição, que, de uma forma voluntária, se dedicaram à organização do evento” e que permitiram que a Instituição se desse ainda
mais a conhecer à comunidade local. E finalizou agradecendo aos colaboradores da instituição e patrocinadores do evento (ver Agradecimentos). Ainda no encerramento, Agostinho Vieira, referiu ser para ele muito gratificante, enquanto Administrador do HAL, ter reunido um núcleo tão importante de contributos nas diferentes áreas de saúde, os quais contribuíram para a informação dos Povoenses de modo a terem um estilo de vida mais saudável e a prevenirem eventuais problemas. “O nosso papel foi o de alertar para a prevenção. É um percurso que temos de fazer. Toda a prevenção que promovemos nesta Semana nem sempre é suficiente e, por isso, nós, comunidade de saúde, nas diferentes áreas e especialidades, estamos cá para receber e orientar aqueles que são acometidos de alguma doença”. Aquele responsável agradeceu ainda a todos os que contribuíram para a Semana e adiantou que a realização destas iniciativas pretende que o maior número possível de pessoas se desloque ao HAL para conhecer o seu estado de Saúde e que o HAL possa contribuir, dentro das diferentes áreas de actuação, para uma melhoria do estado de Saúde de cada um.
NÚMEROS • Nutricionista Ana Araújo • Palestrantes e Equipas de todos os Rastreios • Paul Hartmann • Todos os profissionais e estagiários • Todos os colaboradores da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso • Unidade de Saúde Familiar Terras de Lanhoso • NOVARTIS
VISITANTES 1200 durante a Semana Aberta. 240 média diária RASTREIOS 1120 (5 dias) inscritos • Densitometria Óssea 100 (1 dia) • Oftalmologia 80 (1 dia) • Dentário 15 (1 dia) • Auditivo 60 (1 dia) • Cardiovasculares 453 (5 dias)
• Podologia 27 (1 dia) • Perfil Lipídico (colesterol e triglicerídeos) 311 (5 dias) • Controle de vacinas 74 (3 dias) ACTIVIDADES NOCTURNAS 250 participantes na Caminhada “Damos Saúde” 30 participantes na iniciativa “Como cozinhar comida Saudável” 30 participantes na “Dança com Saúde”
Editorial Dr. Humberto Carneiro
Caros povoenses: No passado dia 22 de Junho a ULDM Dona Elvira Câmara Lopes recebeu os seus primeiros utentes. Esta Unidade de Longa Duração é já considerada pela Rede Nacional de Cuidados Continuados uma referência modelo, no que concerne às extraordinárias condições edificadas, para a prestação de cuidados de saúde. E isso orgulha-me muito enquanto Provedor. Mas orgulha-me muito mais o facto de, a Póvoa de Lanhoso poder contar, a partir de agora, com mais um equipamento vocacionado para o cumprimento da missão misericordiana de cuidar dos enfermos. Que irá contribuir para auxiliar as famílias que não possuem condições logísticas para tratar dos seus doentes da forma que eles merecem e com os cuidados que requerem. Gostaria de relevar, também, o facto do Hospital António Lopes, através da sua Unidade de Cuidados Continuados, ter sido escolhido para integrar o projecto europeu “Halt”, que possui o seu centro de investigação na Bélgica. Em Portugal apenas 6 unidades de saúde foram convidadas. A integração neste projecto, que visa fazer uma avaliação das infecções, bem como do uso de antibióticos nas unidades de cuidados continuados, resulta do reconhecimento da Unidade de Missão pelo trabalho que estamos a desenvolver ao nível dos cuidados continuados integrados. E isso é, também, motivo de orgulho para todos nós. Ainda no que respeita à saúde, gostaria de deixar uma pequena nota relativamente à denúncia, por parte da ARS-Norte, do protocolo que permitia o funcionamento do SAP aos fins-de-semana, feriados e pontes no Hospital António Lopes. Porque entendemos que a falta de respostas na área da saúde, nos períodos não cobertos pelo SNS, prejudicaria os povoenses, decidimos avançar com um serviço de consulta aberta que, embora com custos para os utentes, responderá, em primeira linha, às emergências médicas ou mesmo à necessidade de consultas preventivas. Por último, gostaria de anunciar um outro projecto de investimento que irá avançar a muito curto prazo. Trata-se da remodelação de parte das instalações do Lar de S.José, visando proporcionar uma melhoria das condições de habitabilidade aos nossos idosos. Assim Deus nos ajude
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HAL com nova Direcção Clínica
Hospital com Nova direcção Clínica Dr. Mário Almeida é o novo Director Clínico. Dr. Luís Vicente assume Direcção Técnica do HAL
O Hospital António Lopes (HAL) tem nova direcção clínica desde o início do ano, liderada pelo Dr. Mário Almeida, que assumiu as funções de Director Clínico do HAL, auxiliado pelo Dr. Luís Vicente, como Director Técnico da Unidade de Convalescença e Coordenador do SAP e Consulta Externa de Clínica Geral, e pelo Dr. Manuel Santos, como Director do Bloco Operatório. O SANTA CAUSA procurou conhecer as expectativas daqueles clínicos ao assumirem as novas funções de coordenação.
“Expectativas muito elevadas, mas com noção da dificuldade da tarefa” É com “expectativas muito elevadas, mas também com noção da dificuldade da tarefa”que o Dr. Mário Almeida encara o novo desafio que abraçou. “Para além da imposição legal de Director Clínico, havia a necessidade absoluta de ter alguém que tivesse apetência e um mínimo de conhecimento da unidade para conseguir pôr tudo isto a funcionar de forma coordenada e foi, por isso, que aceitei esta tarefa que não é fácil, mas que tenho o maior gosto em executar”, resume. “Com a saída do anterior Director Clínico, foi necessário encontrar alguém que pudesse assumir essas funções, que são de lei, e eu, como me encontrava a trabalhar já há algum tempo aqui a dar apoio à Unidade de Convalescença como médico, a fazer algumas consultas abertas, acabei por ser requisitado no bom sentido, uma vez que já tinha feito um período de direcção clínica algum tempo depois da reabertura do Hospital”, refere o clínico, que sublinha que este retomar de funções exercidas no passado no HAL acontece agora “em situações totalmente diferentes, melhores”. Comparando passado e presente, refere: “Tivemos condições para instalar uma unidade de saúde da melhor forma que conseguíssemos. E foi extremamente interessante, muito exigente e correu bastante bem, porque sempre tivemos todo o apoio da casa. Ao dizer ‘nós’ estou a referir-me aos médicos, aos enfermeiros e, em particular, às direcções. Como Director Clínico, desta vez retomo
com o Hospital a funcionar de forma totalmente diferente. É uma unidade que está, em simultâneo, aberta ao exterior, com uma consulta aberta para dar apoio à urgência, e também está orientada, em temos de internamento, para duas situações principais: a Unidade de Convalescença e os doentes pós – cirúrgicos”. O Dr. Mário Almeida explica ainda que se trata “de uma estrutura funcional muito diferente e mais exigente para a tarefa de um Director Clínico, porque o HAL cresceu, com a dinâmica que lhe foi dada nos últimos anos. Se fisicamente não se nota muito que tenha crescido, em termos funcionais e em termos do que se passa cá dentro, do corpo de profissionais que trabalha cá e do número de diferentes classes profissionais que cá trabalha, o HAL cresceu bastante”. Ainda que com expectativas elevadas, o clínico conhece as dificuldades da função. “Quando me propuseram inicialmente assumir o cargo, tive muitas dúvidas, porque este cargo é muito exigente num Hospital que funciona como o HAL. Eu trabalho noutro hospital e apenas cá estou duas tardes por semana. Eu tinha a noção de que não era possível fazer o bom trabalho que me pediam tendo tão pouca presença efectiva aqui. Na altura, a solução que foi encontrada recaiu sobre mim, pelo grau de conhecimentos que tinha do HAL e pelas funções de prática que já tinha desta posição, pois, para além de ter sido Director Clínico originalmente neste Hospital, também já tinha sido Director Clínico de um hospital privado em Guimarães, o que acabava por ser um pouco o aproveitar
do know how que eu tinha nesta eles acontecem, pode levar alárea. No entanto, precisava de guns a sentirem-se defraudados outra pessoa ou pessoas, que nas suas expectativas. Também permitissem colmatar a minha aqui está algum aspecto da funfalta de disponibilidade de tem- ção do Director Clínico. Não se po”. pode defraudar as expectativas A solução passou também por dos profissionais, que são eleoutro clínico. “Conversámos vadas”. Daí que conclua que com o Dr. Luís Carlos Vicente um dos aspectos da sua acção e estabelecemos uma estrutura passa por “coordenar e zelar que eu acho muito interessante para que tudo funcione bem e do ponto de vista conceptual. servir de árbitro de jogo e amiO Dr. Luís Carlos, que está cá go de colaboradores, de modo mais vezes, é a pessoa que está a que todos estes esforços não mais no terreno, junto dos do- tenham sentidos diferentes”. entes, dos profissionais, e é ele Direcções diferentes conduzique coordena a riam a preparte executijuízo para os Acredito neste Hospital, va do dia-a-dia. utentes que acredito que tem prestado O meu papel procuram o passa por co- um bom serviço à popula- HAL. “Essa é ordenar tudo ção e acredito, acima de a primeira e a isto com ele do tudo, que pode vir a prestar preocupação ponto de vista ainda melhor serviço. que imporestratégico. A ta realmente, situação é inporque quanteressante e, quando pergunta do eu falo em pôr todos os coquais são as minhas expecta- laboradores a funcionarem no tivas, a partir do momento em mesmo sentido, esse sentido é que encontrámos esta solução, o da prestação de serviços de refiro que são muito elevadas.” saúde à população. A este respeito acrescenta ain- A pessoa que cá vem tem que da que “este HAL, desde o iní- ter noção de que vai ser bem cio até agora, conta com uma tratada, tratada da melhor macolaboração extremamente ac- neira possível com os meios tiva de todos os grupos profis- de que nós dispomos. E que, sionais e de todos os indivíduos não sendo os mesmos meios que cá trabalham. As pessoas de um hospital mais central, estão motivadas, estão interes- são meios bastante razoáveis sadas, disponibilizam muito de para os recursos que seriam de si e acreditam no projecto. Se, esperar de uma unidade desta por um lado, é mais fácil de ge- natureza. A expectativa que terir este grupo de pessoas, por nho é de que as pessoas, os cooutro lado, também exige mais laboradores e o serviço sejam de quem tem de gerir, porque sempre os melhores e sempre tudo isto tem de ser coordenado focados no utente que procura num esforço que ponha todos a o nosso apoio, porque as pesremar na mesma direcção. soas que procuram o HAL são Se isso não for feito, se não pessoas que estão fragilizadas houver um cuidado, alguma de alguma maneira e procuram diplomacia, alguma capacida- ajuda. Nesta unidade, sempre de de antever problemas ou tive mais facilidade do que em de reagir rapidamente quando qualquer outra pelos colabora-
dores que temos. Além da parte técnica e da segurança de quem nos chega estarem garantidas, as pessoas têm noção que são encaradas como alguém que está fragilizado, que precisa do nosso apoio e a quem vamos dar algo mais. À pessoa que entra pela porta em busca de ajuda eu costumo dizer que, se não lhe podermos fazer nada de concreto nessa hora, se a pessoa tiver de sair para voltar depois, ou com umas análises ou com exames, ao sair da porta já tem de ir melhor do que quando veio e isso consegue-se entendendo o que a pessoa tem, procurando resolver pelo menos algumas das dúvidas, colocando-nos ao nível do doente que precisa da nossa ajuda. Por um lado, é tratar o doente do ponto de vista técnico e, por outro lado, é estar ao lado do doente e sermos parceiros nos cuidados dele, porque a melhor medicina, para mim, é aquela que se consegue quando o doente, o médico e toda a restante equipa são parceiros que têm como objectivo resolver aquele problema. Tudo o que aqui fazemos, todos os cuidados que temos e todas as minhas tarefas são direccionados nesse sentido”. Em síntese, refere: “Tenho uma tarefa difícil e muito exigente que me entusiasma bastante. Acredito neste Hospital, acredito que tem prestado um bom serviço à população e acredito, acima de tudo, que pode vir a prestar ainda melhor serviço. Conto com a colaboração de todos os profissionais que cá trabalham e vou dar o meu máximo, dentro dos limites de tempo que tenho, que são muito curtos, para poder colaborar nesse objectivo”.
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Unidade de Convalescença com novo Director Técnico
NOVA DIRECÇÃO CLÍNICA DO HAL Mário Jorge de Almeida
O Dr. Luís Vicente assumiu as funções de Director Técnico da Unidade de Convalescença e de Coordenador do SAP e Consulta Externa de Clínica Geral. “Eu já colaborava com a Unidade de Convalescença, era médico prestador de serviços na Unidade de Convalescença. Apareceu este convite, ponderei e aceitei o cargo de Coordenador, mas também faço prestação de cuidados médicos. Assumi seguir a linha que estava já traçada quer pela Misericórdia quer pelo Dr. Vítor Coutinho e o espírito da Unidade de Convalescença, na prestação de serviços, coordenando uma equipa multidisciplinar, interdisciplinar, que tem como alvo a população que nos é referenciada por hospitais, centros de saúde, através da Rede”, refere. “Esta referenciação é feita através dos hospitais, dos centros de saúde, das ACES e das USF’s, através da Rede, com a coordenação da Equipa Coordenadora Local, que está sediada em Amares. Eles fazem a referenciação e nós cá estamos para prestar os cuidados em 30 dias de reabilitação intensiva a esses utentes”, explica ainda, a respeito da Unidade de Convalescença, que é tida como de referência e de excelência “e de bom desempenho, desempenho esse que tem a ver com essa equipa multidisciplinar e que segue ainda os procedimentos que já estavam implementados. Será dar continuidade ao trabalho que já estava implementado
e melhorar sempre, fazer uma avaliação contínua, dos nossos procedimentos, identificar carências, prioridades de intervenção, e melhorar”, sublinha. Como mensagem final, explica que a “Unidade de Convalescença está aberta à comunidade; depende muito da referenciação, de uma referenciação adequada por parte da comunidade e por parte das entidades competentes e que está habilitada a reabilitar situações que são muito bem tipificadas, com base numa diferenciação adequada e que tem capacidade para reabilitar essas situações num prazo de 30 dias, permitindo que o utente readquira uma autonomia que lhe permita ser inserido novamente na família, no meio social e até laboral”. Refere ainda que “esta Unidade de Convalescença é para reabilitar situações transitórias de perda de autonomia e os utentes referenciados para aqui têm que ter um potencial de reabilitação. A lei permite que, num prazo de 48 horas, esse utente seja avaliado pela equipa multidisciplinar e, se porventura não tiver o tal potencial de reabilitação, se a situação não for transitória, pode-se devolver o doente a uma unidade de agudos”. ansitória, pode-se devolver o doente a uma unidade de agudos”.
Nota Informativa Na sequência da não renovação, por parte da ARS-Norte, do Acordo de Cooperação celebrado com esta Misericórdia, para o funcionamento, no Hospital António Lopes, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), aos fins-de-semana, feriados e tolerâncias de ponto, informa-se a população que este serviço encerrará no dia 30 de Junho de 2010. Atenta às necessidades dos povoenses, esta Santa Casa assegurará, no Hospital António Lopes, a partir do dia 1 de Julho de 2010, um serviço de Consultas Médicas na modalidade de Consulta Aberta, em regime não convencionado, a funcionar aos sábados, domingos e feriados, no horário das 13 às 20 horas. Póvoa de Lanhoso e Santa Casa da Misericórdia, 23 de Junho de 2010 O Provedor, (Dr. Humberto Manuel Martins Carneiro)
Concluiu a Licenciatura em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, da Universidade Nova de Lisboa, em 1990. Realizou e concluiu o internato complementar da especialidade de Saúde Pública nos Centros de Saúde de Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia) e no Centro de Saúde do Bonfim (Setúbal) de 1997 a 2000. No Hospital António Lopes é o Director Técnico da Unidade de Convalescença e Coordenador do SAP e da Consulta Externa de Clínica Geral.
Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1982. Foi admitido no Colégio da Especialidade de Medicina Interna em 1998. A partir de 1998 colaborou na elaboração e implementação do plano de instalação do Hospital António Lopes da Santa Casa da Misericórdia. Após um interregno, em 2008, regressou ao Hospital António Lopes, onde passou a colaborar na Consulta Aberta e a disponibilizar consultoria de Medicina Interna aos doentes internados na respectiva Unidade de Convalescença.Em Janeiro de 2010 foi nomeadoDirector Clínico do Hospital António Lopes.
Luís Carlos Vicente
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Santa Casa com Certificação Electrónica junto do IAPMEI No passado dia cinco do mês de Maio, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso procedeu à sua Certificação Electrónica junto do IAPMEI, obtendo o estatuto de Não PME/Grande Empresa. Desde então, passou a constar da lista de Instituições com estatuto de Não PME/Grande Empresa, de acordo com a Recomendação da Comunidade de 6 de Maio de 2003 (2003/361/CE), podendo assim candidatar-se às Linhas Gerais de apoios por parte da Administração Pública e outras entidades protocoladas neste âmbito. Este processo procura sobretudo possibilitar o acesso às iniciativas estatais de financiamento e investimento de uma forma mais simples e transparente, contribuindo para que as medidas e apoios em vigor, sejam aplicados apenas às empresas que possuam as qualidades estabelecidas.
Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes
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Valências ULDM A Misericórdia da Póvoa de Lanhoso tem uma nova Valência: a Unidade de Longa Duração e Manutenção D. Elvira Câmara Lopes. A ULDM tem como objectivo fundamental contribuir para a recuperação e manutenção global dos utentes, prestando melhores cuidados de saúde, com humanismo, solidariedade e harmonia. Com capacidade para 29 camas, a ULDM Povoense assegura em permanência diversas actividades de manutenção e estimulação. Por decisão da Santa Casa, a ULDM recebeu o nome de D. Elvira Câmara Lopes, esposa do grande benemérito António Lopes.
ULDM D. Elvira Câmara Lopes A Unidade de Longa Duração e Manutenção (ULDM) D. Elvira Câmara Lopes é uma unidade de internamento, constituindo mais uma valência da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados, com carácter temporário ou permanente, que presta cuidados continuados de saúde a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de doença ou processo crónico. Esta Unidade tem como objectivo fundamental contribuir, numa perspectiva integrada, para o processo activo e contínuo de recuperação e manutenção global dos residentes, prestando mais e melhores cuidados de saúde, em
tempo útil, com humanismo e numa perspectiva de solidariedade social e de harmonia. A ULDM tem a capacidade de 29 camas, assegurando diariamente: actividades de manutenção e de estimulação; cuidados de enfermagem diários; cuidados médicos; prescrição e administração de fármacos; apoio psicossocial; controlo fisiátrico periódico; cuidados de fisioterapia e de terapia ocupacional; animação sociocultural; higiene, conforto e alimentação; apoio no desempenho nas actividades da vida diária; e apoio nas actividades instrumentais da vida diária.
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Valências Educação
Bullying,
uma brincadeira de mau gosto
(ou quando a brincadeira se torna assunto sério) POR Dra. Isabel Sousa | Directora-Coordenadora CATL S. Nicolau De ano para ano tem vindo a aumentar a violência na comunidade escolar, podendo esta ser verbal ou física. Este tipo de violência, de seu nome “BULLYING”, é ainda pouco conhecido, pois foi inserido na nossa linguagem há relativamente pouco tempo. A palavra “BULLYING” é originária do verbo de língua inglesa “to bully”, que significa maltratar. O termo surgiu na Grã-Bretanha para designar uma forma de crueldade que se dava na relação entre crianças e adolescentes. A Associação Brasileira de Protecção da Infância e Adolescência, por exemplo, diz o seguinte do “BULLYING”: “…é quando se usa do poder ou da força para intimidar ou perseguir os outros. As vítimas de intimidação
normalmente são indefesas e incapazes de motivar outras pessoas para agirem em sua defesa”. Este problema deve-se, em grande medida, à divisão das crianças ou jovens em grupos, os quais em muitos dos casos, ridicularizam os colegas, que consideram desenquadrados dos seus padrões e os tentam escarnecer através de piadas ou violência física. Também Olweus (2000) nos revela nos estudos sobre o “maltrato entre iguais” que se trata de um fenómeno que atinge tanto os adolescentes como as crianças, constituindo, assim, uma grande preocupação para os educadores, dada a sua influência no desenvolvimento dos alunos. Este tipo de agressões pode ser le-
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vado a cabo quer por um aluno individualmente quer por um grupo, sendo que muitas situações extremas podem chegar a situações de violência sexual. Todos estes problemas trazem graves consequências que podem passar por estados de angústia, raiva e depressão. É importante realçar que muitas dessas depressões podem mesmo levar ao suicídio. Embora pareça impensável, a realidade é que muitos jovens, não tendo motivação suficiente e capacidade para levantar a moral, não o conseguem evitar. Nos últimos anos, a violência na escola tem tido cada vez maior visibilidade social, em grande parte, devido à acção dos meios de comunicação social. Todavia, pode dizerse que nas escolas portuguesas as situações de violência são raras. Apesar disso, a violência constitui uma preocupação fundamental, dado o potencial impacto negativo quer na vítima quer nos agressores quer, ainda, no clima geral da escola. Em Portugal, tal como em outros países, as raparigas são com maior frequência vítimas de agressões indirectas (como seja a exclusão social, rumores pejorativos, entre outras) enquanto os rapazes são mais frequentemente vítimas de agressões físicas e de ameaças (Pereira et al., 1996). Segundo o estudo desenvolvido pelos autores (Pereira. B., Almeida, A.T., Valente, L., & Mendonça, D., 1996), numa amostra de 6200 alunos em escolas públicas das áreas urbanas, suburbanas e rurais no Norte de Portugal, verificou-se que 21% dos alunos referem já ter sido agredidos por colegas,
comportamentos violentos mais frequentes são insultos, seguidos de agressões físicas, rumores pejorativos e roubo. Esse estudo também verificou que a maior parte das situações ocorrem no recreio.
sendo que 18% afirma já terem tido
um comportamento agressivo. Os
O PROBLEMA DO BULLYING
De ano para ano tem vindo a aumentar a violência na comunidade escolar, podendo esta ser verbal ou física. Este tipo de violência, de seu nome “BULLYING”, é ainda pouco conhecido, pois foi inserido na nossa linguagem há relativamente pouco tempo. As causas que apontam para esta forma de violência parecem ser psicológicas dado que, geralmente, tanto as vítimas como os agressores manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares.
CAUSAS DO BULLYING As causas que apontam para esta forma de violência parecem ser psicológicas dado que, geralmente, tanto as vítimas como os agressores manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares. As vítimas, normalmente, não têm amigos, apresentam uma aparência física mais frágil do que a dos seus pares e são muito protegidos pelos pais (principalmente pelas mães). Normalmente, os pais dos agressores e das vítimas não estão ao corrente da situação e isto torna esta mesma situação mais problemática. Os autores são, comummente, indivíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afectivo entre os seus membros. Os seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o “BULLYING” têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos antisociais e/ou violentos, podendo vir a adoptar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas. Nas escolas portuguesas tem-se levado a cabo programas de intervenção no combate à violência (como por exemplo: intervenção nos re-
creios, desenvolvimento da relação escola-comunidade-família…). Contudo, a investigação mostra que a violência, quer seja sistemática quer ocasional, é um fenómeno multifactorial com diversas causas, sendo que as escolas têm um papel preventivo de grande realce. Se fazes parte destes grupos etários, nunca te isoles do mundo e, se sofreres de “BULLYING”, não dês importância e tenta mostrar indiferença às críticas, contudo, se as coisas se tornarem piores, procura a ajuda dos teus pais, amigos e profissionais a quem possas contar os problemas. Em casos mais extremos, denuncia os agressores às autoridades locais.
Bibliografia consultada Olweus, Dan, (2000), Bullying at School. Oxford: Blackwell Publishers, Ltd. Pereira, B. et al., (1996), “O bullying nas escolas portuguesas: análise das variáveis fundamentais para a identificação do problema.”In Almeida, Silvério e Araújo (Org.) Actas do II Congresso Galaico-Português de Psicopedagogia da Universidade do Minho. Braga: Universidade do Minho. Pereira, B., Neto, C. & Smith, P., (1997), “Os espaços de recreio e a prevenção do bullying na escola”. In Neto, C. (Ed.). Jogo e desenvolvimento da criança. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, U.T.L., pp. 238-257. Veiga, F. H., (1995), Transgressão e Autoconceito dos Jovens na Escola. Lisboa: Fim de século. Veiga, F. H., (1999), Indisciplina e Violência na Escola: Práticas Comunicacionais para Professores e Pais. Coimbra: Livraria Almedina.
Valências Infância
Brincar ao ar livre POR Dra. Cristina Oliveira | Coordenadora da Creche-Jardim de Infância Nossa Senhora da Misericórdia
Riquíssimo em vistas, texturas, sons, cheiros e oportunidades para movimento, o espaço exterior alarga em muito o reportório das experiências sensório-motoras das crianças. O tempo de calor oferece-nos a possibilidade de brincar ao ar livre com as crianças da creche. Brincar ao ar livre é uma excelente
forma de experimentar sensações com todos os sentidos. Lá fora, os bebés ouvem, cheiram, sentem e vêem. Uma ida ao parque proporciona aos bebés uma mudança completa de cenário, com coisas diferentes para ver, e mudanças de temperatura e de movimentação do ar para experimentar. O exterior é composto de coisas no-
vas: relva, terra para escavar, o céu, as nuvens, as flores, as folhas das plantas e a luz natural. Brincar ao ar livre ajuda os bebés a descobrir o mundo, a desenvolver a destreza física e ainda estimula as defesas naturais do organismo. O brincar é imprescindível para a criança e também a situação ide-
al para aprender, devido à carga de motivação e interesse que costuma comportar em si. Para as crianças o brincar é uma necessidade através da qual exploram o meio mais imediato e comunicam com ele, actuam sobre os objectos, libertam emoções, desenvolvem competências motoras, cognitivas, linguísticas e sociais. O desejo de brincar é um excelente sinal de saúde física, cognitiva e emocional. Durante o tempo de exterior, os bebés observam, exploram e brincam sozinhos ou com os outros ao seu próprio ritmo e com o seu próprio nível de interesse e de desenvolvimento. As experiências de brincadeira só serão positivas se proporcionarmos às crianças as condições favoráveis para que assim aconteça. Daí a importância que tem deixarmos que a criança brinque, proporcionando-lhe ocasião para tal: espaços amplos e seguros que possibilitem a liberdade de movimentos e exercício corporal, assim como objectos e materiais apropriados, que ajudem à observação, manipulação, exploração e motricidade. Para que a deslocação do interior do
edifício para o exterior seja fácil, o parque deve ficar tão perto quanto possível da sala de actividades, com acesso directo. Um espaço com relva é um bom exemplo, pois as crianças mais pequenas podem-se mexer e, se caírem, não se magoam. É um espaço onde realizam actividades motoras e, ao mesmo tempo, onde podem observar a natureza. Um espaço onde podemos colocar objectos como escorregas, casinhas, túneis e bolas, onde as crianças possam brincar, esconderse, subir, descer, dar voltas, jogar à bola, etc.
Referências Bibliográficas POST, J.; HOHMANN, M. 2000. Educação de bebes em infantários: Cuidados e primeiras aprendizagens. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. ROJO, C.; TORÌO, A.; ESTÉBANEZ A.2006. Lua Cheia: Material de Apoio Didáctico. Rio de Mouro: Everest Editora
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Em destaque Saúde
Misericórdia Povoense escolhida para Projecto HALT Nos últimos anos, têm-se desenvolvido esforços para melhorar o uso de antibióticos e aumentar a prevenção e o controlo de infecção nas unidades de cuidados continuados. O abuso ou a utilização incorrecta de antibióticos estão na origem da resistência antimicrobiana, ou seja, os antibióticos deixam de ser eficazes nos tratamentos. Por vezes, estes microrganismos resistentes conduzem às infecções existentes nas unidades de saúde.
Têm sido desenvolvidos estudos em Hospitais, mas nunca antes em unidades de cuidados continuados. Para fazer face a esta situação, foi desenvolvido um estudo para avaliar o uso de antibióticos e as infecções nas unidades de cuidados continuados em vários países da Europa, sendo que, em Portugal, foram seleccionadas apenas seis instituições, constituindo a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso (SCMPL) a única da região Norte, motivo de prestígio para todos os povoenses, visto ter sido seleccionada pela Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados em Portugal e também pela Direcção Geral de Saúde. O estudo, designado de projecto HALT, consistia na recolha de dados relativos aos residentes com sinais e sintomas de infecção ou a fazer uso de antibióticos no próprio dia do estudo na Unidade de Convalescença da SCMPL. Para cada utente com as referidas
características foi preenchido um questionário, sendo que é sempre preservada a sua identidade. Os referidos questionários são posteriormente enviados para o Departamento de Epidemiologia da Instituto de Saúde Pública da Bélgica onde se encontra o centro de investigação deste projecto. Verificamos que, no dia de realização do estudo na nossa unidade, tínhamos 25 em 28 camas ocupadas, sendo que três utentes apresentavam sinais ou sintomas de infecção ou estavam a fazer uso de antibiótico. Para a realização deste estudo contámos com a participação de alguns colaboradores da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Com este estudo estamos a colaborar para a utilização de antibióticos de forma mais correcta e ficaremos a saber quais as infecções mais prevalentes nas unidades de cuidados continuados, para que possamos estar num ciclo de melhoria contínua.
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Valências Lar S. José
Utentes de férias na Apúlia POR Dra. Martine Ferreira | Directora Técnica do Lar de São José
Depois de uma vida inteira de trabalho, finalmente os nossos idosos têm oportunidade de conviver e de passear, ou seja, de aproveitar os prazeres que a vida lhes pode proporcionar. Este ano, a colónia de férias no Centro Social João Paulo II, na Apúlia, decorreu de 4 a 13 de Maio. Os nossos idosos aproveitaram esta oportunidade para usufruir de um espaço diferente, saindo da rotina, e para gozarem da companhia de pessoas de outras localidades, tendo trocado com elas experiências e vivências passadas. Durante aquele período, apesar de o sol não ter brilhado como eles gostariam, foi ainda assim possível realizar vários passeios, assim como várias deslocações à beira mar. Ainda no decorrer daqueles dias, os nossos idosos receberam também um grupo de idosos do Lar São José, que efectuou uma visita aos colegas que estavam na colónia de férias. Acreditamos que este tipo de experiências proporciona aos nossos seniores as condições necessárias para a construção de formas de vida mais motivadoras e providas de maior sentido, como se pode comprovar dos testemunhos junto deles recolhidos.
UNIDOS, Une-te a nós! Em colaboração com a SimpliDesign e a Loja D’Eventos, a JSQUIMO promove uma acção de solidariedade designada UNIDOS, Une-te a nós!, que decorre no período de 01 de Março a 30 de Setembro de 2010. Esta acção tem como objectivo primordial ajudar na angariação do máximo de receitas possível, em prol dos mais necessitados. A SCMPL foi uma das Instituições contempladas tendo-lhe sido atribuída uma quota de rifas, cujo valor de venda reverterá totalmente para a Instituição. Em 30/Setembro/2010, às 11h30 será efectuado o sorteio de um automóvel – FIAT 500 Preto, no posto de turismo de braga. O número premiado será publicado nos jornais regionais. Conheça o Regulamento, Sorteio nº 10/2010 autorizado pelo Governador Civil de Braga
TESTEMUNHOS “Os companheiros eram muito simpáticos. A comida era um encanto.” Ana Dias
“Foi tudo muito bem. O tempo é que esteve um bocado fraco. A D. Irene acompanhou-nos muito bem.” Silvina Sousa
“Gostei muito. Havia cantares ao desafio e os passeios foram muito agradáveis.” Rosa Oliveira
“Foi bom, é pena não ser o dobro do tempo. Passeei todos os dias, ia a pé até Ofir, gosto muito de passear. Foi uma maravilha.” Joaquim Machado
“Gostei muito de estar na praia e dos passeios.” José Almeida “Foi uma maravilha. A D. Irene era uma boa companhia, muito atenciosa.” José Costa
Compre uma rifa e ajude a Santa Casa com Locais de venda: Valências da SCMPL
“Eu estava lá mais uma semana, não me aborrecia. Aquilo é bom. O tempo é que mão esteve muito bom, mas deu para passear.” Joaquim Sousa