Informativo da Associação Brasileira de Brangus
Ano II – Nº 16 – Dezembro de 2014 Distribuição Gratuita
repórter
Brangus conquista o Brasil Escolhidos os grandes
Temporada de
ABB faz parceria com
DA RAÇA BRANGUS NA EXPOINTER
AQUECIDA PARA O BRANGUS
E BRANGUS BURGER
CAMPEÕES
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REMATES
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Rubaiyat Páginas 40/42 //////////////////////////////
Palavra do Presidente
Expediente Editor: Gustavo Paes Revisão: Gustavo Paes Fotos: Alexandre Teixeira e Elder Oliveira Filho Projeto Gráfico: Adelino Bilhalva Diagramação: Silvio Oliveira Capa: Silvio Oliveira
Próximos do final do ano, me pergunto QUEM TERIA IMAGINADO ? Que poderíamos ter um projeto de carne certificada nos frigoríficos, com remunerações tanto para o produtor como para a ABB? Que pudéssemos ser parceiros, nada mais nem nada menos, que de Rubaiyat, considerado o melhor res-
REALIZAÇÃO
taurante de carnes de São Paulo? Que o melhor hambúrguer (escolhido pela revista Veja São Paulo) tenha nosso selo de +55 (51) 3084-4717
qualidade? Que tenhamos boutiques de carne em Mato Grosso
Raul Victor Torrent ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BRANGUS Rua Tropeiro 192 Caranda - Bosque II Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79032-411 Fone: (67) 3026.8300 www.brangus.org.br
Presidente Associação Brasileira de Brangus
sangue está dando resultado fantástico e em lugares como o Estado do Pará? Que nosso número de sócios ativos e Sócios
filhos e netos de nosso sócios e amigos? Que a revista Brangus Repórter seja referência no setor, chegando a todos os países do Mercosul? Que a ABB participe de projetos/palestras e congressos ativamente? Que tenhamos casa própria em Londrina e Esteio? Que depois de algum tempo, formamos uma equipe na ABB comprometida com o projeto BRANGUS, altamente profissional e competente? Emfim, a resposta e uma só: NÓS IMAGINAMOS e seguiremos imaginando um futuro SEM FRONTEIRAS para a BRANGUS.
CONSELHO TÉCNICO Joal Brazalle Leal José Ivelto Castagna Carlos Waihrich Filho Antonio Martins Bastos Filho Antonino de Souza Dornelles Ângela Linhares da Silva Luiz Fernando C. da Silva - Suplente Antonio Celso de O. Figueiredo – Suplente Francisco Palácios Junior - Suplente
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de marcas como a Angus? Que nosso projeto de fêmeas 1/2
guito (na revista Granja Kids) seja lido com interesse pelos
CONSELHO ADMINISTRATIVO Lucas Lemos Monteiro Sergio Bastos Tellechea Erik Evandro Donatto Neilor Antonelli Fernanda Mariano da Rocha Antonio Carlos Corrêa Osório
Representante junto ao Frigorifico Silva: Carlos Waihrich Filho
dade se encontre nas gôndolas dos melhores lugares, ao lado
Amigos cresce sem pressa, mas sem pausa? Que nosso Bran-
DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Raul Victor Torrent Vice-Presidente: Roberto Junqueira Neto Diretor Secretário: Ricardo Weiler Diretor Tesoureiro: Grey de Souza Poli
CONSELHO FISCAL Luiz Anselmo Cassol Francisco José F. Jacinto Julio Falcão Machado Lorenzo Acauan - Suplente Nércio de Souza Filho - Suplente
e Rio Grande do Sul? Que nossa logomarca de carne de quali-
BOAS FESTAS! Até a próxima.
NovOS SóCIOS 2014
SÓCIOS AMIGOS
Nome Santiago Fermin Wirsch Marcelus Gomes Justus Pedro Peres Mendes Lucas Maciel Gouvêa Eduarda Soares Schmidt
Claúdio de Sottomaior Filho William H. Labaki Flavio Luce Chaves Miguel Siva Neto
Estado Data PR 09/10/14 PR 06/11/14 RS 14/11/14 SP 14/11/14 RS 19/11/14
Mercado
Brangus de Norte a Sul do país Novo rebanho da raça sintética foi registrado no Estado do Pará, onde as altas temperaturas e a umidade exigem um animal melhor adaptado
O
Brangus, uma raça sintética criada há mais de cem anos nos Estados Unidos a partir do cruzamento das raças Aberdeen Angus e do Brahman, não para de crescer e se expandir pelo Brasil afora. No começo de outubro, o agropecuarista Carlos Eduardo Ribeiro do Valle, conhecido como Cadu, registrou 210 ventres Brangus meio sangue Nelore/Angus, se tornando o segundo criador a registrar bovinos da chamada “raça sem fronteiras” no Estado do Pará, na Região Norte do país. O evento ocorreu durante um dia de campo na propriedade de Carlos Eduardo, a Fazenda Mutirão, localizada no município de Paragominas, no Leste do Pará, a 314 quilômetros da capital, Belém. O encontro reuniu aproximada-
mente 120 pessoas, entre criadores da região e proprietários de frigoríficos locais, inclusive do Estado vizinho, Maranhão. O presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), Raul Víctor Torrent, e o médico veterinário Gerson Valmir de Lima, que é técnico da entidade em Dourados, no Mato Grosso do Sul, também participaram do dia de campo. A Fazenda Mutirão se destaca pela grandiosidade dos números. Tudo nela é superlativo. A propriedade, formada por seis glebas, possui nada menos do que 25 mil hectares. No entanto, 80% da área é formada por florestas (Reserva Legal) e 20% destinada para a exploração agropecuária. Nos capins das variedades braquiária, mombaça e massai, pastam cerca de 6 mil cabeças de gado, principalmente da raça Nelore, que são
usadas para fazer cruzamento industrial com Angus e o Charolês. Recentemente, o agropecuarista também passou a utilizar bovinos Brangus com as fêmeas da raça Nelore. Carlos Eduardo conta que optou pelo Brangus porque ele é um animal que se adapta melhor às regiões mais difíceis de criação do gado europeu. “Estamos criando Brangus porque ela é a raça sintética que melhor se adapta do Brasil Central para cima”, ressalta. O criador destaca que procura a interação entre a rusticidade, fertilidade, longevidade e grande resistência à infestação de ectoparasitas do zebu, junto à fertilidade, à habilidade materna e à precocidade do Angus. “A produção de carne e carcaça de altíssima qualidade foi outro motivo que nos levou a decidir
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Mercado pela raça, pois pretendemos conquistar prêmios [bônus] dos frigoríficos, que pagam mais por um produto de qualidade diferenciada”, salienta Carlos Eduardo. “Tudo que tem sangue Angus tem melhor aceitação e é mais valorizado pelos frigoríficos. A carne Brangus tem sabor, suculência e marmoreio”, completa o agropecuarista. A maior tolerância ao calor também pesou na escolha dos animais Brangus, revela o criador, de 68 anos. Na região de Paragominas, em plena Floresta Amazônica, a temperatura mínima fica, em média, nos 22ºC. Já a máxima, sobre até os 35ºC. Às vezes, chega a fazer até mais calor. E a umidade é quase insuportável. “A raça Brangus detém 37,5% de sangue zebuíno, portanto, suporta melhor o forte calor e a umidade característica da região. Não adianta trabalharmos com touros europeus puros no Norte do país, pois não se adaptarão. Este tipo de animal deverá ser utilizado na inseminação artificial”, afirma. “O Brangus é uma boa ferramenta para o pecuarista conseguir qualidade na carne no clima amazônico até com monta natural”, acrescenta Cadu. O criador não tem preferência pela cor da pelagem do Brangus, mas sim por animais de pelo curto, característica fundamental para adaptação do cruzamento nesta região,em função das altas temperaturas. Nos cruzamentos, apenas 1% dos bovinos nascem mais lanudos. “Mas a nossa percentagem de animais que nascem com problemas de pelo é bem baixa”, avalia. O presidente da ABB ficou muito satisfeito em participar do dia de cam-
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po, onde conheceu criadores da região e proprietários de frigoríficos. Ele destacou a iniciativa de Cadu em reservar o lote de 210 fêmeas meio sangue Nelore x Angus,Brangus 12B, para fazer o Brangus 3/8. “Nós estávamos fazendo uma campanha na associação para que os criadores não matassem os ventres meio sangue e é com muita satisfação que vejo essa iniciativa de um grande criador”, sublinha. Na avaliação de Torrent, a raça Brangus é a melhor opção para a produção de carne no Brasil. Tanto que ela já tomou conta do Mato Grosso do Sul e também vem crescendo em outros Estados, como Goiás, São Paulo, Paraná,Mato Grosso do Sul e agora o no Pará. “A raça Brangus agrega as principais características que buscamos quando selecionamos animais para pecuária de corte, que é produção de carne de qualidade, precocidade e rusticidade, pontos fundamentais para a viabilidade de todo o processo”, sublinhaTorrent. O pecuarista gaúcho frisa que os animais da raça estão sendo utilizados em programas de cruzamento industrial, principalmente por sua qualidade de carne e velocidade de terminação. “As principais vantagens econômicas da raça Brangus são a precocidade, tanto sexual como na terminação, além da indiscutível qualidade da carne. Com isso, o pecuarista tem um incremento de produção com maior giro de capital na propriedade”, observa. Durante o dia de campo na Fazenda Mutirão, o técnico da ABB Gerson
Valmir de Lima registrou 210 fêmeas Brangus, sendo 30 delas 3/8 e o restante, meio sangue. “É o início de um trabalho. Estas fêmeas despertaram grande interesse dos presentes, pois perceberam a grande vantagem do uso destes animais, tanto na utilização de cruzamentos comerciais, como na formação da raça Brangus”, diz o médico veterinário. Ele ressalta que, em função do calor e da alta umidade da região, é preciso fazer uma seleção rigorosa dos animais. “Pelos curtos e finos é o ideal para a região, além de umbigos curtos”, recomenda. Como a fazenda é muito extensa e os animais percorrem grandes distâncias, é necessário precaução. “As fazendas da região ainda possuem muita madeira caída nos pastos, resultado de formações recentes, portanto, selecionar animais de umbigos curtos é necessário”, alerta o profissional.
CARLOS EDUARDO Tudo que tem sangue Angus tem melhor aceitação e é mais valorizado pelos frigoríficos. A carne Brangus tem sabor, suculência e marmoreio
eço: Av.Senador Pinheiro Machado, 3000 – Sala 02 97.800-000,São Luiz Gonzaga – RS ne: 55 3352 7072 www.solucaogenetica.com.br
Endereço: Av.Senador Pinheiro Machado, 3000 – Sala 02 Cep: 97.800-000,São Luiz Gonzaga – RS Telefone: 55 3352 7072 Site: www.solucaogenetica.com.br
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Mercado
Integração lavoura-pecuária A Fazenda Mutirão trabalha no sistema de integração lavoura-pecuária. As lavouras de milho, soja e arroz ocupam uma área de 800 hectares. Na propriedade ainda são cultivados capins braquiária, mombaça e massai. O agropecuarista também destinou uma área de 1,2 mil hectares para a reposição de espécies nativas, em parceria com a empresa Amata, de Paragominas. O trabalho vem sendo realizado pela Amata nas Fazendas Ilha Verde, Flamboyan e Taquarussú, que pertencem à sociedade. As fazendas sempre mantiveram as áreas de Reserva Legal acima do previsto no Código Florestal Brasileiro – de 80% da área da propriedade, situação bastante rara no Brasil e mais ainda na região onde está situada, uma das mais afetadas pelo desmatamento na Amazônia. O objetivo do projeto é aumentar ainda mais esse percentual, integrando futuramente a pecuária à atividade florestal. Há quatro anos foram plantadas
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2,2 milhões de mudas de Paricá (Shizolobiumamazonicum) e de outras 15 espécies nativas da Região Amazônica, em diferentes composições e modelos de plantio. “O Paricá se presta muito bem para a produção de MDF”, explica Carlos Eduardo. As gramíneas e os grãos são usados para fazer silagem e servem de alimento para os bovinos das raças Nelore e Brangus e os animais cruzados, que são terminados em sistema de confinamento. Os animais entram no confinamento com o peso ideal e, em média, permanecem confinados durante 60 dias. Já os que estão com peso abaixo da cabeceira, ficam um pouco mais, cerca de 90 dias. Os exemplares são abatidos aos 22 meses, com uma média de 540 quilos, conforme Carlos Eduardo. “Os animais que não atingirem o peso ideal, serão engordados a pasto e devem sair no começo do ano que vem, com 30 meses”, projeta. Cadu recorda perfeitamente o dia
em que adquiriu as duas primeiras das seis glebas que formam a Fazenda Mutirão. “Comprei em 17 de outubro de 1973, há 41 anos”, diz. O então fazendeiro tinha 20 e poucos anos e a disposição característica dos jovens. “Eu fui por uma estrada que terminava em um rio. Daí, atravessei o rio a nado e caminhei no meio da mata fechada até chegar no local onde construiria a minha propriedade, às margens de um rio”, conta o agropecuarista, que ainda possui uma fazenda em Naviraí (MS). A maioria do plantel da Fazenda Santa Helena, de 3 mil cabeças, é gado Nelore, mas lá também ele está iniciando a criação da raça sintética Brangus. “Tenho 150 fêmeas registradas Brangus”, afirma Cadu, que não dispensa o avião para se deslocar entre as propriedades. “Avião é a minha caminhonete”, diz ele. “Avião é coisa simples, é modo de vida, não é frescura. É necessidade. O trânsito na saída de Belém é um inferno”, finaliza.
Mercado
CADU Estamos criando Brangus porque ela é a raça sintética que melhor se adapta do Brasil Central para cima
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Exposições
Escolhidos os grandes campeões da raça Brangus na Expointer Cabanha Juquiry, de Uruguaiana, conquistou quatro dos seis principais títulos em disputa na feira de Esteio
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Exposicões
A
Cabanha Juquiry, de Uruguaiana (RS), foi a grande vencedora da raça Brangus durante a 37ª Expointer, realizada de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre. O criatório, de propriedade do pecuarista Ricardo Bastos Tellechea, conhecido como Ringo, conquistou as faixas de Grande Campeã e Terceira Melhor Fêmea, nas fêmeas, e de Grande Campeão e Terceiro Melhor Macho, entre os reprodutores. O julgamento da “raça sem
fronteiras” foi realizado no dia 1º de setembro e contou com a participação de 41 exemplares de cabanhas do Rio Grande do Sul e de São Paulo. As fêmeas foram as primeiras a entrar na pista central do Parque Assis Brasil, a partir das 9h. Os 18 animais foram avaliados pelo jurado argentino Carlos Ojea, que foi auxiliado pelo zootecnista Maurício Belo da Silva, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa-RS), e Sergio Amuchategui, da Argentina. A Grande Campeã foi Garantida (box 1320), que é filha do touro Ebano 4045 Gladiador TE e da vaca Rediba Naranjo
3396. A fêmea, de 730 quilos e 33 meses, também conquistou o título de Campeã Vaca Adulta na Expointer 2014. “Ela é um animal excepcional, de exceção, e neste ano já tinha sido Grande Campeã na ExpoLondrina, no Paraná”, afirmou Ricardo Bastos Tellechea. O título de Reservada Grande Campeã ficou com a novilha CSH 153 Mine (box 1314), de propriedade do criador Erick Evandro Donatto, da Cabanha Santa Helena, de Santa Adélia (SP). “A gente achava que ela se sairia bem, mas os outros animais levados à pista também eram de excelente qualidade”, observou
Donatto, acrescentando que CSH Mine já havia sido Reservada Grande Campeã na ExpoLondrina, em Londrina (PR), e na 12ª Expoutono de Uruguaiana. A Terceira Melhor Fêmea foi a box 1317, da Cabanha Juquiry. A novilha, de 648 quilos, é filha de CX Tanque 23/T e Juquiry Figura 6071. O resultado agradou o médico veterinário João Carlos Wayss Pinheiro, o Toco, responsável pelo plantel do tradicional criatório de Uruguaiana. “Tínhamos muita confiança nela. Essa novilha já tinha sido Campeã Terneira na Expointer do ano passado”, afirmou o profissional.
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Exposições
MACHOS O julgamento dos 23 machos ocorreu às 15h30min. Depois de uma acirrada disputa, o jurado Carlos Ojea decidiu que o título de Grande Campeão deveria ser entregue ao animal tatuagem 6070 (box 1278), da Cabanha Juquiry. Filho do touro Kori’s Sensation 872/7 e da fêmea Juquiry Figura 6071, o terneiro, de 1 ano de idade e 465 quilos, recebeu a faixa de Grande Campeão das mãos do presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB) e do Núcleo Brangus Sul, Raul Victor Torrent. “Não esperávamos, já que é a primeira vez que ele participa de um julgamento, mas este título é muito gratificante, valoriza o trabalho que vem sendo realizado”, sublinhou Ringo. A faixa de Reservado Grande Campeão foi entregue ao terneiro JMT Zarco 9861, da JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS), um touro geração 2013, filho do CCR Sleep Easy 46T3 com a mãe JMT 6352. O jurado Carlos Ojea destacou a movimentação fácil e harmônica do animal, um requisito importante para reprodutores funcionais, aptos para o trabalho no campo. Quando entregou a faixa, o diretor
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de feiras da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong, registrou a importância de um terneiro superar adversários mais velhos e de maior peso. “Fico feliz quando se premia um terneiro. Sinal de que o futuro da raça está garantido”, salientou. “Projetamos um grande futuro para este touro”, disse o médico veterinário Carlos Waihrich Filho, que administra a JMT Agropecuária. A faixa de Terceiro Melhor Macho ficou com o animal box 1297, da Cabanha Juquiry. O macho, de 25 meses e 776 quilos, é filho do touro CX Tanque 23T e da vaca Juquiry Figura 6071. “É um reprodutor muito bom e também conquistou o título de Campeão Dois Anos”, comemorou Ringo. Ojea, que além da Expointer e de Palermo, na Argentina, também será jurado da raça Brangus em Houston, nos Estados Unidos, e no Congresso Mundial Brangus, no México, destacou a qualidade dos animais que participaram do julgamento na Expointer. “São todos muito bons, os criadores estão de parabéns”, ressaltou o jurado argentino.
Carlos Ojea São todos muito bons, os criadores estão de parabéns
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Exposições
Leilão de doses de sêmen e embriões Tradicional pregão movimentou os associados antes da entrega de prêmios na última Expointer e teve como novidade a oferta de um quadro
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m pouco antes da entrega de prêmios aos proprietários dos animais que se destacaram durante o julgamento da raça Brangus na 37ª Expointer, a Associação Brasileira de Brangus (ABB) realizou o tradicional leilão de doses de sêmen e embriões. Os criadores e admirados da raça sem fronteiras também puderam dar seus lances para um quadro do artista plástico argentino Jose Acunã, especialista em pintar cavalos de diferentes raças,
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além de outras espécies de animais. A tela, com a imagem de um touro, estava avaliada em R$ 6 mil. O objetivo do evento, realizado na Casa do Brangus, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), foi arrecadar fundos para custear as despesas da entidade durante a maior mostra agropecuária da América Latina. As agências ABS Pecplan, Lagoa da Serra Ltda., Cort Genética Brasil, Maya Genética, Solução Genética, Cia Sêmen e Alta Genetics/Progen, doaram
570 doses de sêmen dos touros Brangus e Red Brangus Tsunami Ninja, BRTX 8048, Guarani, Negrito, Nato, Hooligan, Spartacus, Lotus, Capitão Nascimento, Guajuvira, Igapó, Russo, Panzer e Euro. Com o presidente Raul Torrent, Pedro Surreaux Ribeiro Tellechea, e o diretor comercial da GAP Genética, João Paulo Schneider, o Kaju, fazendo mais uma vez o papel de pisteiros, o leilão movimentou os associados da ABB. A Casa do Brangus estava completamente lotada e as doses de sêmen foram
disputadas lance a lance pelos branguistas. O leilão foi conduzido pelos funcionários do escritório Tellechea & Bastos. A JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS), saiu na frente e comprou as primeiras doses do leilão. Os administradores da fazenda escolheram o as doses de sêmen do touro Tsunami Ninja. No final do trabalho, o leilão faturou cerca de R$ 33 mil com a venda das doses de sêmen e outros R$ 5 mil, com a obra de Jose Acuña.
Expointer
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Institucional
Eduardo Macedo Linhares recebe distinção durante a Expointer Tradicional pecuarista teve participação decisiva na expansão da raça Brangus no Brasil Central
U
m dos grandes nomes da pecuária gaúcha, o agropecuarista Eduardo Macedo Linhares, proprietário da GAP Genética, de Uruguaiana (RS), foi homenageado pela Associação Brasileira de Brangus (ABB), durante a última edição da Expointer, em Esteio (RS). Ele recebeu uma placa no coquetel para entrega dos prêmios dos destaques da raça Brangus na feira. Linhares,
de 84 anos, que estava acompanhado da família, ficou bastante emocionado com a premiação. A solenidade ocorreu no dia 1º de setembro, na Casa do Brangus, localizada no Boulevard do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, e foi acompanhada por mais de 100 pessoas. O presidente da ABB, Raul Víctor Torrent, foi quem entregou a placa ao tradicional agropecuarista. O dirigente destacou o trabalho de
Linhares, um dos mais antigos selecionadores da chamada “raça sem fronteiras”. “Hoje, vamos homenagear alguém pelo trabalho que ele fez pelo Rio Grande do Sul e Mato Grosso”, anunciou o presidente da ABB, revelando na mesma hora quem receberia a distinção. Torrent ressaltou que Linhares, que seleciona bovinos Brangus há 29 anos, é um dos maiores responsáveis pelo crescimento da raça
em todo o Brasil, especialmente no Centro-Oeste. O presidente da ABBB disse que o agropecuarista foi um dos primeiros a perceber que o Brasil Central seria o novo mercado para melhorar a qualidade da carne brasileira. “Ele começou com o Brangus e fui subindo. Ele está hoje em Jaciara, no Mato Grosso, e segue trabalhando, com muito carinho e dedicação, por esta raça maravilhosa”, salientou Torrent.
Eduardo Macedo Linhares Uma emoção muito grande receber esta distinção da Brangus aqui na Expointer. Quero dividir esta honraria com minha família e com nossos colaboradores. os méritos desta jornada são de todos que nos auxiliaram e acreditaram no desenvolvimento do nosso projeto para a raça Brangus 14
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Exposições
A Expointer 2014 em números A
37ª edição da Expointer, que ocorreu de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), registrou um faturamento em todos os setores de R$ 2,79 bilhões, sendo R$ 2,713 bilhões em máquinas, R$ 12,419 milhões em animais, R$ 1,4 milhão em artesanato, e R$ 1,953 milhões na agroindústria familiar. Durante os nove dias de feira, passaram pelo parque 502.074 pessoas. O sucesso de público, que superou as últimas três edições da mostra de Esteio, também foi motivado pelo novo acesso, via BR-448 (Rodovia do Parque), que garantiu mais fluidez ao trânsito, consolidando a nova estrada como o principal caminho para a feira. O rendimento da Expointer, apontada como a maior feira de agronegócio da América Latina, foi considerado
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positivo, tanto pelo governo do Estado, quanto pelos setores produtivos representados pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag). “O número é espetacular. “Superamos nossas expectativas e confirmamos o bom momento vivido pelo campo”, avaliou o titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa-RS), Cláudio Fioreze. O secretário destacou que, além do novo acesso pela BR-448, foram apresentadas durante a Expointer melhorias como as obras de contenção de cheias, lavatório de bovinos de corte e camping com mais 111 boxes. O vice-presidente da Farsul, Ge-
deão Pereira, também ressaltou os números da feira. “Os resultados deste ano nos impressionam ainda mais. O produtor já tomou muito crédito e a conjuntura internacional é desfavorável. Portanto, são números fantásticos. São um recado de confiança do mercado”, salientou o pecuarista. O secretário do Desenvolvimento Rural, Elton Scapini, destacou a participação do agricultor familiar no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, que representa em torno de 30% da nossa economia. “Temos um crescimento sistemático de expositores e visitantes. Maior diversidade e qualidade dos produtos a cada edição”. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, completou: “A agricultura familiar está consolidada na Expointer. Tivemos um número recorde e uma excelente Feira, o que era o esperado pelo contexto que vivemos aqui”, salientou.
Cláudio Fioreze Superamos nossas expectativas e confirmamos o bom momento vivido pelo campo
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Mercado
Brangus participa da Vitrine da Carne Gaúcha Especialista em cortes e chefe de cozinha prepararam deliciosos pratos à base de carne Brangus durante a 37ª Expointer
E
m setembro, o aposentado Gilberto Dessbesell, de 59 anos, decidiu se dirigir ao Parque Estadual de Exposições Assis Brasil para acompanhar as novidades da 37ª edição da Expointer, em Esteio. Um dos primeiros lugares que ele visitou no parque foi a Vitrine da Carne Gaúcha, localizada no estande do Programa Juntos para Competir, no Pavilhão Internacional. Dessbesell, que reside em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, se deliciou com um prato
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preparado à base de carne Brangus. “Está uma maravilha, realmente muito boa”, elogiou o aposentado, frequentador assíduo da Vitrine da Carne, uma das atrações mais populares da maior feira de agronegócio da América Latina. Na última Expointer, realizada de 30 de agosto a 7 de setembro, a raça Brangus participou pela segunda vez da Vitrine da Carne Gaúcha, uma parceria de entidades ligadas ao campo – Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e Ser-
viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) e à cidade – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS) e as associações de raça. A demonstração de fracionamento e elaboração de receitas com a carne de animais da chamada “raça sem fronteiras” foi bastante concorrida e levou um grande número de pessoa até o Pavilhão Internacional do parque Assis Brasil. A atividade ocorreu no dia 3 de setembro, às 10h30min. A ação foi comandada pelo consultor em cor-
Gil Tozatti Fernandes A carne é de altíssima qualidade e se destaca pelo sabor e maciez
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Mercado tes e manipulação de carnes Marcelo Conceição, o Bolinha, do Açougue do Bola, de Porto Alegre (RS), e pelo chef Daniel Bonho, professor do curso de Tecnólogo em gastronomia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo. Os dois foram auxiliados pelo zootecnista e técnico da Associação Brasileira de Brangus (ABB) Gil Tozatti Fernandes, que falou sobre a origem e as características da raça Brangus. “A raça Brangus é uma raça que existe há
30 anos no Brasil é criada em todo o Brasil e países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Austrália”, salientou o especialista. “A carne é de altíssima qualidade e se destaca pelo sabor e maciez”, acrescentou Fernandes. Instalados em uma área envidraçada e refrigerada – onde a temperatura máxima é de 15 graus para garantir a qualidade da carne – cercada por arquibancadas, Bolinha e o chefe Daniel Bonho magnetizavam a plateia, formada quase que exclusivamente por pro-
dutores rurais e suas atentas esposas. Com o auxílio de uma afiada faca e do inseparável microfone, Bolinha cortou meia carcaça de um bovino Brangus. O animal, produzido a campo, tinha menos de 18 meses e pesava entre 106 e 110 quilos ao ser abatido, no Frigorífico Silva, em Santa Maria (RS). A qualidade inigualável da carne Brangus agradou Bolinha. Em meia hora de apresentação, ele desossou um dianteiro e surpreendeu as pessoas ao mostrar novos cortes para se-
rem preparados na panela, grelha ou espeto. “Se o boi é de primeira não existe carne de segunda, mas a carne Brangus é um show de qualidade”, destacou o especialista, mostrando que mesmo cortes menos nobres como o acém (ou agulha) são tão saborosos em um espeto como a picanha, maminha, alcatra ou costela. “Em São Paulo, o acém alcança preços exorbitantes, semelhantes ao da picanha”, revelou Bolinha, que trabalha no ramo de carnes há 28 anos.
DEGUSTAÇÃO Na sequência, o chefe Daniel Bonho recolhia os cortes e preparava os pratos com as carnes desossadas em uma chapa bem quente, regada com azeite de oliva extra-virgem. Tudo ao vivo. O objetivo era confeccionar receitas rápidas e fáceis e que podem estar presentes no dia-a-dia da população e diversificar pratos com as carnes bovina, bubalina, ovina e suína. Em questão de poucos minutos, a plateia que acompanhava a oficina
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pôde degustar pequenos cubos de vazio com pene ao molho vermelho ou iscas temperadas com coentro. Pequenas porções de felicidade na Expointer. Coordenada pelo consultor da Farsul Luiz Alberto Pitta Pinheiro, a Vitrine da Carne Gaúcha foi realizada pela primeira vez durante a Expointer 2009. “A atividade tem como objetivo mostrar que a carne de qualidade é resultado de um processo que come-
ça no campo e depende de cuidados agronômicos (bons pastos) e veterinários (sanidade animal)”, ressaltou Pinheiro. Conforme o presidente do Sistema Farsul, Carlos Rivacci Sperotto, “a iniciativa tem o mérito de expor a qualidade da carne produzida no Estado e demonstrar os padrões de higiene empregados no abate e no trato das carnes até o consumidor”. Neste ano, 39 carcaças foram desossadas na Vitrine Gaúcha, de acor-
do com a organização. O projeto tem o apoio das associações de raças, que a cada dia serão responsáveis pelo produto trabalhado, fazendo a apresentação da raça e/ou espécie e seus atributos. Participaram da ação as raças Angus, Braford, Brangus, Devon, Hereford, Simental e Zebu, além da Cooperbúfalo, Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).
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Exposições
São Borja sediou a 5ª Exposição de Rústicos Brangus Sul Mostra integrou a programação da Expofeira de São Borja (Fenaoeste) e reuniu alguns dos principais criatórios gaúchos da “raça sem fronteiras”
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município de São Borja, localizado na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com a Argentina, sediou, em outubro, a 5ª edição da Exposição de Rústicos Brangus Sul. O evento, que foi promovido pelo Núcleo Brangus Sul, foi realizado no Parque General Serafim Dornelles Vargas, nos dias 10 e 11 de outubro, e foi um dos destaques da programação da Expofeira de São Borja (Fenaoeste), que é considerada uma das maiores exposições agropecuária da Fronteira Oeste do Estado. A exposição contou com a participação de alguns dos principais criatórios
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de Brangus da Fronteira Oeste do Estado, como a PAP Rolim Acauan (Fazenda Santa Maria) e a Cabanha Santa Inês, de Santana do Livramento, e a Estância São Rafael e a Cabanha Ave Maria, de São Borja. A GAP Genética, Cabanha Brangus Juquiry, Cabanha La Cautiva, todas de Uruguaiana, também estiveram presentes na exposição. A chegada dos animais ocorreu às 8h do dia 10 de outubro. O julgamento dos exemplares rústicos ocorreu no dia 11, na pista central do Parque General Serafim Dornelles Vargas, a partir das 14h. A avaliação foi feita pelo pecuarista Antonio Martins Bastos Filho, proprietário da Cabanha São Bibiano, de Uruguaiana,
um dos mais antigos criatórios de bovinos da raça Brangus do país. Com exemplares de altíssima qualidade, a vaca de tatuagem 1/245, da Estância São Rafael, foi a Grande Campeã Individual da feira. Entre os machos, o título de Grande Campeão Rústico Individual ficou com Don Hugo 067, da La Cautiva, de Uruguaiana, de Raul Victor Torrent. Entre as fêmeas, o Trio Grande Campeão foi Juquiry TE 7423 Tanque, Juquiry TE 7523 e Juquiry 7441 Tanque, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana. O título de Trio Reservado de Grande Campeão coube a Juquiry TE 7869 Csonka, Juquiry TE 7875 Csonka e Ju-
quiry TE 7877, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana. O Terceiro Melhor Trio foi Brangus 2011 da Ave Maria, Brangus 2025 da Ave Maria e Brangus 2078 da Ave Maria, da Sucessão Manoel Palmeiro/Ave Maria, de São Borja. Já entre os machos, o Trio Grande Campeão foi GAP J009/12 TE, GAP J1237/12 e GAP J1523/12, da GAP Genética, de Uruguaiana, enquanto o Trio Reservado de Grande Campeão foi AML R525, AML R609 e AML R613, da AML Agropecuária, de Santana do Livramento. O título de Terceiro Melhor Trio ficou com Juquiry 5720, Juquiry 5784 e Juquiry 5820 Arangá, da Cabanha Juquiry, de Uruguaiana.
Exposicões
ANIMAIS RÚSTICOS FÊMEAS Campeonato Terneira: Juquiry TE 7869 Csonka, Juquiry TE 7875 Csonka e Juquiry TE 7877, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana
MACHOS Terceiro Melhor Trio: Brangus 2011 da Ave Maria, Brangus 2025 da Ave Maria e Brangus 2078 da Ave Maria, da Sucessão Manoel Palmeiro/Ave Maria, de São Borja
Campeonato Vaca Jovem: Juquiry TE 7423 Tanque, Juquiry TE 7523 e Juquiry 7441 Tanque, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana
Melhor Fêmea Rústica: Juquiry TE 7423 Tanque, da Cabanha Juquiry, de Uruguaiana
Trio Grande Campeão: Juquiry TE 7423 Tanque, Juquiry TE 7523 e Juquiry 7441 Tanque, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana
Grande Campeã Rústico Individual: MR 1/245, da Estância São Rafael, de São Borja, de Beatriz e Fernanda Mariano da Rocha
Trio Reservado de Grande Campeão: Juquiry TE 7869 Csonka, Juquiry TE 7875 Csonka e Juquiry TE 7877, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana
Campeonato Terneiro: Juquiry TE Lead Gun, Juquiry TE 6072 e Juquiry TE 6078, da Brangus Juquiry, de Uruguaiana
Trio Reservado de Grande Campeão: AML R525, AML R609 e AML R613, da AML Agropecuária, de Santana do Livramento
Campeonato 2 Anos: AML R525, AML R609 e AML R613, da AML Agropecuária, de Santana do Livramento
Terceiro Melhor Trio: Juquiry 5720, Juquiry 5784 e Juquiry 5820 Arangá, da Cabanha Juquiry, de Uruguaiana
Campeonato Touro Jovem: GAP J009/12 TE, GAP J1237/12 e GAP J1523/12, da GAP Genética, de Uruguaiana
Grande Campeão Rústico Individual: Don Hugo 067, da La Cautiva, de Uruguaiana, de Raul Victor Torrent
Trio Grande Campeão: GAP J009/12 TE, GAP J1237/12 e GAP J1523/12, da GAP Genética, de Uruguaiana
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Mercado
Temporada de remates aquecida para o Brangus
Média da raça sem fronteiras ficou em R$ 7.510,89
O
s remates da Primavera Gaúcha registraram faturamento recorde com pistas limpas e genética bovina europeia valorizada nesta temporada. Os bovinos da raça sintética Brangus, que se adaptam com facilidade às condições climáticas do Brasil Central, com altas temperaturas e umidade, foram destaque nos concorridos leilões, alcançando boas médias. Os remates atraíram compradores de outros Estados, ávidos por adquirir a genética de ponta produzida nos campos gaúchos “O desempenho do Brangus foi excelente. Nos últimos três anos, vêm crescendo o número de reprodutores vendidos nos remates e a média também está aumentando”, afirmou o presidente do Sindicado dos Leiloeiros Rurais do Rio Grande do Sul (Sindiler-RS), Jarbas Knorr. Mesmo com oferta menor de animais na comparação com o ano passado, as vendas de touros na temporada superaram em 6,2% o faturamento de 2013, de acordo com levantamento realizado pelo Sindiler. “A produção de carne bovina vive momento especial. A demanda está aumentando e elevou
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o preço do boi gordo”, disse Knorr. De setembro a outubro, foram levados à pista em torno de 10 mil animais durante os remates do circuito de primavera no Rio Grande do Sul. A média dos reprodutores ficou em R$ 8,5 mil. Em 2013, a média foi um pouco menor, R$ 7,7 mil. A alta é reflexo especialmente de lances de compradores de fora do Estado, que buscam a genética gaúcha para fazer cruzamento com o zebuíno Nelore. “O incremento nas vendas e das médias dos remates é explicado pela demanda dos criadores do Brasil Central. O Brangus é uma raça que se adapta muito bem ao calor e à umidade”, ressaltou o presidente do Sindiler. Para o leiloeiro Fábio Crespo, a raça teve um “excelente desempenho” nos leilões de primavera. “O Brangus atraiu uma procura importante de todo o país”. As médias, segundo ele, variaram de leilão para leilão, mas ficaram em torno de R$ 8 mil. “Teve remate com média geral de R$ 8 mil, mas outros com média geral de 10 mil, R$ 11 mil”, ressaltou Crespo, que trabalhou em dois pregões onde a “raça sem fronteiras” foi levada à pista. O leiloeiro Pedro Sanchotene
Martins Bastos, da Bastos & Tellechea, de Uruguaiana, trabalhou no leilão da Cabanha Umbu, onde a raça sintética foi um dos destaques. “O Brangus foi muito bem no leilão da Cabanha Umbu, que foi o primeiro remate da Primavera Gaúcha 2014 aqui na Fronteira Oeste. Teve bastante liquidez”, salientou. O médico veterinário Carlos Waihrich Filho, integrante do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Brangus (ABB), entende que o investimento é feito para atender ao mercado consumidor. “As pessoas passaram a exigir carne de melhor qualidade”, afirmou Waihrich, que administra a JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS). Ele percebeu a maior procura por criadores de outras regiões no leilão realizado em Santa Maria. Das vendas de R$ 1,36 milhão com 150 touros e 170 fêmeas da raça Brangus, mais de 60% foram para fora do Estado. A maioria das transações foi feita por pecuaristas dos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. “A introdução do sangue europeu em animais Nelore está rendendo ganhos
maiores aos pecuaristas do Centro-Oeste, por isso a procura vem aumentando ano a ano”, acrescentou. O relatório de vendas do Sindiler mostrou que 5.036 touros foram vendidos durante o circuito de remates. A média geral ficou em R$ 8.492,00. O faturamento dos pregões foi de R$ 42.768 milhões, segundo o balanço do Sindiler. Foram comercializados 1.078 animais da raça Brangus. O levantamento apontou ainda que a média dos exemplares Brangus ficou em R$ 7.510,89. No ano passado, a média dos touros Brangus dos remates da Primavera Gaúcha fechou 20% acima da verificada em 2012, quando foi de R$ 6,67 mil. O leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, observou que os indicativos de alta de preços salientados no início da temporada de primavera da pecuária gaúcha foram confirmados. “A nossa avaliação de início se confirmou. Acreditávamos em liquidez nas pistas e quem tivesse genética de qualidade iria ter resultado positivo. E as médias foram 10% maior do que no ano passado”, avaliou. Da raça Brangus, a Trajano Silva Remates realizou os leilões Selo Racial, GAP Genética e Capanegra Agropecuária.
Mercado
Leilão da São Xavier ultrapassa R$ 1 milhão em faturamento Cabanha de Tupanciretã ofertou 50 exemplares Brangus Pelo segundo ano consecutivo, coube à Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS), abrir a temporada de remates da Primavera Gaúcha. O leilão, realizado no dia 23 de setembro, no Parque de Exposições da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria (RS), teve pista limpa. O evento comercial, que integrou a programação da 47ª Expofeira de Santa Maria, teve faturamento total de R$ 1.039.700,00, com média de R$ 8,8 mil para os touros PO, R$ 6 mil para os PC e R$ 3,6 mil para as novilhas. Já a média das terneiras ficou em R$ 2,6 mil. Foram levados à pista 140 touros, sendo 60 Angus e Red Angus, 30 Brangus; 30 Braford e outros 20 Limousin, além de 60 ventres (30 Angus e Red Angus, 20 Brangus e dez Braford. “Registramos uma valorização acima das expectativas para os nossos reprodutores”, afirmou o diretor técnico da Cabanha São Xavier, Camilo Vianna,
organizador do remate. “Ficamos contentes em observar que muitos dos compradores estavam retornando de compras em anos anteriores, o que significa que nossa genética tem dado resultado em suas fazendas e mostra que estamos no caminho certo em nossa seleção, focada no desempenho a campo dos animais”, acrescentou. Em 2013, o leilão da São Xavier ofertou 120 animais, sendo 23 reprodutores da raça Brangus. Os 18 touros Brangus saíram pior uam média de R$ 5,1 mil. Ainda foram comercializados 49 touros e 30 fêmeas Angus. O remate da cabanha de Tupanciretã registrou um faturamento de R$ 507,8 mil. Além de Brangus, a São Xavier também se dedica à criação de bovinos das raças Angus e Limousin, cavalos da raça Crioula e ovinos Ile de France. A propriedade desenvolve pecuária em integração com cultivos de soja, milho, trigo, aveia e azevém.
CAMILO VIANNA Registramos uma valorização acima das expectativas para os nossos reprodutores
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Mercado
14º Leilão Brangus JMT forra a pista com 272 animais José Moacyr Teixeira faz a maior oferta da raça no ano e vende touros acima da média nacional A temporada de leilões da Primavera Gaúcha começou aquecida. Em 24 de setembro, o criador José Moacir Teixeira promoveu o 14º Leilão Brangus JMT, da Cabanha JMT, que é referência na produção de reprodutores da raça Brangus no Sul do Brasil. O evento aconteceu no Parque da UFSM, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, como parte da 47ª Expofeira de Santa Maria, e movimentou R$ 1,4 milhão. A pista foi forrada por 272 animais de pelagem escura e vermelha, que alcançaram média de R$ 5.270,00. Os 121 reprodutores colocados à venda saíram a R$ 8.413, movimentando o total de R$ 1 milhão. A maior valorização foi de um filho do Don Ciríaco, de pelagem vermelha, 3 anos, 900 quilos e 45 centímetros de CE, arrematado por R$ 24 mil. Nas fêmeas, 151 matrizes arreca-
daram R$ 415.550,00, com registro de preço médio de R$ 2.752,00. “Os resultados foram extremamente satisfatórios, com muita agilidade em pista e excelente liquidez. Prova disso é que tivemos crescimento de 25% na receita do pregão”, destacou José Teixeira. Em 2013, a média geral ficou em R$ 7,23 mil para os machos e R$ 2,46 mil para as fêmeas. O animal mais valorizado foi o touro JMT 8031, comercializado por R$ 13,5 mil. O faturamento do leilão foi de R$ 1,1 milhão. A seleção genética da JMT começou no início dos anos 1990, com a introdução de sêmen importado da Argentina no rebanho da fazenda. Na segunda metade da década de 1990, uma parceria com a segunda maior cabanha de Brangus dos Estados Unidos, trouxe grande quantidade de embriões e sêmens norte-americanos, elevando ainda mais a qualidade do rebanho.
Atualmente, o grupo tem uma parceria exclusiva para o Brasil com a Cow Creek Ranch, a maior produtora de material genético Brangus dos EUA. O manejo de ciclo completo e integração com a agricultura é realizado nos cerca de 2,2 mil hectares da propriedade, localizada no município de São Gabriel, na Fronteira Oeste do RS. Segundo o administrador da propriedade, o médico veterinário Carlos Waihrich Filho, são utilizados os mais modernos métodos de avaliação de desempenho para a seleção dos reprodutores que seguirão transmitindo a genética JMT. O plano também é de um investimento maior em irrigação para minimizar os efeitos do clima. “Já possuímos 230 hectares irrigados. A meta em dois anos é atingir 720 hectares. Isso evita prejuízos em uma eventual estiagem”, afirmou Waihrich.
carlos Waihrich Filho Já possuímos 230 hectares irrigados. A meta em dois anos é atingir 720 hectares. Isso evita prejuízos em uma eventual estiagem
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Exposições
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Mercado
Remate da Cabanha Umbu faturou R$ 834 mil Dentro do calendário dos Remates de Primavera, foi realizado no dia 25 de setembro o Remate da Cabanha Umbu, que ocorreu na sede da propriedade, em Uruguaiana (RS). Foram ofertados animais das raças Aberdeen Angus, Red Angus, Angus, Brangus e Red Brangus. No total foram vendidos 179 animais, sendo 68 machos e 111 fêmeas, totalizando vendas no valor de R$ 834 mil. O título de maior comprador foi para Leandro Silva Neto e de maior vendedor ficou com Ângelo Bastos Tellechea. A média total dos animais foi de R$ 4,65 mil, com R$ 7,36 mil para os machos e R$ R$ 3 mil para as fêmeas. Em 2013, o pregão da Umbu ofertou 363 animais, entre machos e fêmeas das raças Angus e Brangus. Da
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“raça sem fronteiras” entraram em pista 4º touros e 170 ventres. A raça Angus teve uma representação menor, 60 touros e 70 ventres. As vendas somaram R$ 929,47 mil, com média de R$ 5,96 mil para os machos e R$ 2,42 mil para as fêmeas. O lote mais valorizado foi de um reprodutor, que saiu por R$ 9,75 mil. Os criatórios da Cabanha Umbu estão basicamente voltados à produção de reprodutores bovinos, fêmeas e machos, das raças Aberdeen Angus e Brangus, ambas direcionadas para a variedade vermelha (Red). São completados com a criação de ovinos das raças Corriedale e Ideal e eventualmente seus cruzamentos com animais tipo carne.
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Mercado
Selo Racial ultrapassa os R$ 3 milhões em faturamento Leilão teve compra de reprodutores por criadores do centro do país
Mesmo com um forte temporal que assustou os organizadores durante a madrugada, o leilão Selo Racial, realizado no dia 26 de setembro, na sede da Cabanha Azul, em Quaraí (RS), teve como marca a superação, não só na organização como também nas vendas. O faturamento total chegou a R$ 3,05 milhões na venda de 471 lotes de animais das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford. O valor superou em 25% os números do ano passado. Para o leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, um dos grandes destaques foi a busca pela genética das cabanhas que promoveram o evento por compradores de outras regiões do país, especialmente Sudeste e Centro-Oeste. A surpresa foi a venda de matrizes da raça Brangus. “Chamou a atenção da valorização destas fêmeas da raça, tivemos um lote que valeu mais de R$ 9 mil, que foi uma surpresa para nós”, disse o leiloeiro. O diretor da Cabanha Corticeira, Felipe Cassol, destacou que, em 11 anos da realização do remate, já foram comercializados mais de 5 mil reprodutores e que os clientes que adquiriram material genético do Grupo Selo Racial comprovaram resultados positivos no rebanho. O
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criador acrescentou ainda que o momento da pecuária de corte no Brasil é bom e quem investe está tendo retorno. “A pecuária de corte está em um momento excelente, é um dos poucos negócios no Brasil que tem crescimento. Temos uma perspectiva muito boa pela frente, precisamos investir muito em genética qualificada”, sublinhou. O remate, organizado pelas cabanhas Cia. Azul, Corticeira, Rincon Del Sarandy e Tradição Azul, com o Condomínio Rural Weiler como convidado, teve média de R$ 6,49 mil por lote. O destaque foi o Hereford, com R$ 6,38 mil, enquanto o Braford teve média de R$ 6,31 mil. Já o Brangus fechou com média de R$ 6,15 mil e o Angus R$ 5,9 mil. Em 2013, foram ofertados 450 exemplares – 200 machos e 250 fêmeas – das raças Brangus, Angus, Hereford e Braford. O faturamento do leilão foi de R$ 2,34 milhões, alta de 19,38% em relação às vendas do ano anterior. A média dos animais, entre machos e fêmeas, ficou em R$ 5,4 mil. Naquele ano, entre 25% e 30% das vendas do leilão foram para compradores dos Estados de São Paulo e Paraná, que vêm ao Rio Grande do Sul em busca de genética de qualidade.
FELIPE CASSOL A pecuária de corte está em um momento excelente, é um dos poucos negócios no Brasil que tem crescimento. Temos uma perspectiva muito boa pela frente, precisamos investir muito em genética qualificada
Mercado
GAP Genética fatura R$ 5,4 milhões em leilão marcado pela liquidez
Foram levados à pista da Estância São Pedro 602 animais das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford, além dos 36 lotes de cavalos Crioulos Mais uma vez, a pista da Estância São Pedro, em Uruguaiana (RS), foi o palco de um leilão promovido pela GAP Genética, no dia 28 de setembro. A oferta de 602 touros e ventres das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford, além dos 36 lotes de cavalos Crioulos, foi totalmente vendida e trouxe um faturamento de R$ 5,4 milhões. Só nos bovinos, o total foi de R$ 4,17 milhões, com média de R$ 6,93 mil. Já nos equinos, o faturamento foi de R$ 1,24 milhão. O leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, que conduziu a parte de bovinos do leilão - a de cavalos Crioulos teve
Gonçalo Silva no martelo - considerou o resultado positivo. Lembrou principalmente um dos principais objetivos da GAP Genética, que era o de ter pista limpa e rapidez nas vendas. “Foi um remate excepcional em todos os sentidos. Tivemos liquidez, agilidade e a participação de compradores de diversos Estados brasileiros”, salientou. As médias registradas por raça tiveram o Braford como grande destaque das vendas, com R$ 8,48 mil, seguido do Brangus, com R$ 7,7 mil. Já o Hereford teve média de R$ 7,03 mil, enquanto o Angus chegou a média de R$ 5,98 mil. No cavalo Criou-
lo, a média de comercialização foi de R$ 34,43 mil. Segundo o diretor comercial da GAP, João Paulo Schneider, o Kaju, mais do que bater recordes e alcançar grandes médias, a liquidez e a satisfação do cliente é o que buscam os organizadores do leilão. “Assim como no setor terciário, onde se busca a redução de preço para aumentar competitividade e ganhar mercado, a GAP está na mesma busca. É importante adquirir um produto com uma seleção muito rigorosa e por isso acabam pagando por um valor acima da média”, observou. “Isto é muito bom, mas por
outro lado é preciso ter sustentabilidade. Não queremos bater recordes, mas queremos que o produto seja extremamente adequado para o que cada um pode dispender para o seu negócio”, completou. Em 2013, a GAP Genética levou à pista 600 animais, incluindo bovinos das raças Brangus, Angus, Hereford e Braford, além de cavalos Crioulos. A maior oferta foi da “raça sem fronteiras”, com 240 exemplares, sendo 130 machos e 110 fêmeas. O remate faturou mais de R$ 4,04 milhões, com a venda de 552 bovinos. A média ficou em R$ 7,3 mil.
João Paulo Schneider Não queremos bater recordes, mas queremos que o produto seja extremamente adequado para o que cada um pode dispender para o seu negócio
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Mercado
Remate da Capanegra ultrapassa os R$ 540 mil em vendas Touros da raça Brangus foram o destaque, com média acima dos R$ 10 mil No dia 7 de outubro foi a vez de a Associação Rural de Bagé (RS) receber o 6º Leilão Capanegra Agropecuária. O tradicional remate teve um faturamento total de R$ 558.510,00, com a venda de 110 bovinos das raças Angus e Brangus. A média geral do evento ficou em R$ 5.077,00. O Brangus movimentou R$ 142,8 mil. O grande destaque ficou com os touros, que tiveram uma média de R$ 10,3 mil na venda de oito lotes. Já as fêmeas, fecharam com R$ 2,32 mil de média na comercialização de 26 lotes. No Angus, a média foi de R$ 8,3 mil para os 29 touros Aberdeen Angus e R$ 9,47 mil para os seis machos Red Angus, enquanto as fêmeas ficaram com média de R$ 2,87 mil para os 37 lotes de fêmeas Aberdeen Angus e R$ 3 mil para as quatro fêmeas Red Angus. O leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, que conduziu as vendas, considerou a liquidez e a agilidade do remate como pontos positivos, além das médias expressivas. “Principalmente nos touros fechamos com uma boa média. Além disso, tivemos pista limpa em um leilão muito rápido”, afirmou. Ele destacou a tradição da Capanegra no cenário da produção pecuária no Rio Grande do Sul.
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“É uma genética de mais de cem anos de seleção, com origem das Cabanhas Azul e GAP”, observou. O gerente da Capanegra, o médico veterinário José Francisco Moura, ficou satisfeito com o resultado do evento. Ele disse que esperava boas vendas especialmente pelo momento de valorização do mercado, principalmente pelas duas raças que vêm batendo recordes de venda de sêmen e valorização de preços nos frigoríficos. “Os remates iniciais estão com ótimas vendas, o mercado com muita liquidez. E a valorização da carne está levando a uma procura por reprodutores e matrizes”, ressaltou. A Capanegra, que realizou seu primeiro remate de produção em outubro de 2009, é uma empresa familiar que trabalha na produção de carne, lã e cereais e está situada nos municípios de Dom Pedrito, Santana do Livramento, Quaraí e Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Estado. Além de bovinos Brangus e Angus, a propriedade, que pertence ao pecuarista Fernando Dornelles, desenvolve uma pecuária de ciclo completo com a raça Hereford, e também investe na criação de ovinos das raças Merino Australiano e Corriedale.
José Francisco Moura Os remates iniciais estão com ótimas vendas, o mercado com muita liquidez. E a valorização da carne está levando a uma procura por reprodutores e matrizes
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13º Leilão Touros da Fronteira fatura R$ 1,1 milhão Remate levou à pista 217 animais das raças Angus e Brangus
Em 17 de outubro, o Sindicato Rural de Santana do Livramento (RS) foi palco do 13º Leilão Touros da Fronteira, tradicional evento da Expofeira do município, que esse ano chegou a sua 76ª edição. Passaram pela pista 217 animais. O faturamento foi de R$ 1,1 milhão, com média geral de R$ 5.171,00. A oferta foi composta por machos e fêmeas das raças Angus e Brangus. A média para os 95 touros foi de R$ 8.638,00 e para as 122 fêmeas de R$ 2.472.00. Para Elizabeth Linhares, da AML Agropecuária, a pista limpa e o volume de vendas reflete a confiabilidade do mercado no trabalho do grupo de promotores. “Sempre temos uma grande disseminação de compradores e excelente liquidez, o que nos deixa satisfeitos, pois não nos caracterizamos por ser um remate caro, e sim, de qualidade”, destacou a pecuarista. O Brangus arrecadou R$ 541.050, com a venda de 96 lotes. Do grupo saíram 51 reprodutores com uma média de R$ 8.026,00 e 45 fêmeas a R$ 2.926,00. Também foram vendidos 121 animais Puros de Origem (PO) e Puros por Cruza (PC) da raça Angus, movi-
mentando R$ 581.250,00. Os destaques foram os touros. A média para os 28 animais puros foi de R$ 9.991,00, enquanto os demais 16 lotes saíram a R$ 8.221,00. Nas fêmeas, média de R$ 2.160,00 para os 62 exemplares PC e de R$ 2,4 mil para os 15 PO. Em 2013, o Leilão Touros da Fronteira ofertou 238 animais das raças Angus e Brangus e registrou um faturamento de R$ 1,02 milhão. A média dos reprodutores Brangus ficou em R$ 7,4 mil, e, a das fêmeas, em R$ 2,5 mil. O destaque do leilão foi a venda de um touro integrante do Trio Grande Campeão Rústico da 75ª Expofeira de Livramento, da Cabanha Santa Inês, que foi vendido pro R$ 15 mil. Formado em 2001, o Touros da Fronteira nasceu da união de criadores das raças Angus e Brangus, com o objetivo em comum de buscar o aperfeiçoamento e qualidade genética de seus animais. O grupo é integrado pela AML Agropecuária, Cabanha Cantagalo, Cabanha Santa Inês, Cabanha Sigma Brangus, Cabanha Santa Rita/ Diamante e Estância São Miguel do Sarandy, além da convidada Estância São Izabelino.
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Mercado
Tellechea & Associados teve faturamento de R$ 2,1 milhões A média dos animais ficou em R$ 5,44 mil
Com pista limpa, a 29ª edição do Remate Tellechea & Associados faturou R$ 2,1 milhões, com a venda de 170 touros e 220 fêmeas das raças Angus e Brangus e equinos da raça Crioula. O tradicional leilão foi realizado no dia 19 de outubro, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. A média dos animais ficou em R$ 5,44 mil, confirmando a expectativa de preços valorizados de reprodutores nesta temporada de primavera. No Brangus, as fêmeas foram maioria, com 82 lotes a R$ 2.987,00. Os 71 machos da categoria alcançaram a maior valorização do evento, sendo cotados a R$ 9.842,00. O destaque do remate foi a venda de 50% do terneiro Juquiry TE 6070 Sensa-
tion, Grande Campeão da raça Brangus na Expointer 2014, por R$ 60 mil. “A raça Brangus foi o diferencial do remate”, destacou o médico veterinário João Carlos Pinheiro, o Toco, da Cabanha Juquiry, de Uruguaiana. O novo sócio de Ricardo Bastos Tellechea na propriedade do animal é o pecuarista Washington Umberto Cinel, da Brangus Brasil, também de Uruguaiana. “Além do terneiro, ainda foi vendido o touro Juquiry TE 05702 Tanque, que foi Grande Campeão em Uruguaiana, em outubro”, acrescentou Toco. “A genética é o grande diferencial. Oferecemos animais para aprimorar rebanhos com a produção de terneiros mais precoces”, destacou o proprietário da Cabanha BT Jun-
co, Pedro Ribeiro Surreaux Tellechea, que promoveu o leilão em parceira com a Brangus Brasil, de Washington Umberto Cinel, Cabanha do Posto, de Sérgio Bastos Tellechea, e Brangus Juquiry, de Ricardo Bastos Tellechea, o Ringo. Em 2013, a receita do leilão foi R$ 1.477.800,00, com a venda de 327 bovinos das raças Aberdeen Angus e Brangus e equinos Crioulos. Foram levados à pista 96 fêmeas Angus e Red Angus, 96 fêmeas Brangus, 47 touros Red Angus, 38 touros Aberdeen Angus, 42 touros Brangus e seis equinos. A média geral ficou em R$ 4.519,27, enquanto a média dos bovinos foi de R$ 4.435,51. A média dos touros ficou em R$ 8 mil, enquanto as fêmeas saíram por R$ 2,4 mil.
Pedro Ribeiro Surreaux Tellechea A genética é o grande diferencial. Oferecemos animais para aprimorar rebanhos com a produção de terneiros mais precoces.
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Mercado
Liquidez no 54º Remate Cabanha São Bibiano
Vendas em Uruguaiana cresceram 36% na comparação com 2013 e acompanharam o boi gordo Um dos tradicionais leilões do Rio Grande do Sul, o 54º Remate Cabanha São Bibiano, de Uruguaiana, ocorreu no dia 31 de outubro, em Uruguaiana. Promovido pelo pecuarista Antônio Martins Bastos Filho, o remate colocou à venda 419 lotes de Angus, Brangus e cavalo Crioulo com a genética trabalhada pelo criatório desde a década de 1930, contando também com a participação especial de Júlio Alberto Silveira Filho, Rancho Agricultura, Agropecuária RRK e Estância Tapera. O leilão faturou R$ 1,7 milhão, com média geral de R$ 4.078,00. Foram comercializados 110 reprodutores e 290 fêmeas. A oferta de Brangus foi segmentada entre animais de diferentes pigmentações. Nos produtos de pelagem vermelha, a média para as 62 fêmeas foi de R$ 2.957,00 e dos 15 touros de R$ 7.104.00. Já nos lotes pretos, 109 fêmeas foram cotadas a R$ 2.709,00 e 24 machos a R$ 6.980,00. Entre eles um filho de Quilpo 2014 do Raul em vaca
GAP Z217 foi arrematado pelo criador Carlos Alberto Martins Barros por R$ 12 mil. O garrote de 17 meses chegou ao pregão com peso de 680 quilos e 41 centímetros de CE. Também passaram pela pista 12 éguas Crioulo à média de R$ 4.725,00, perfazendo R$ 56,7 mil. Sobre a receita 26,88% superior a de 2013, o proprietário da São Bibiano Antonio Martins Bastos Neto afirmou que ela ficou acima de sua expectativa. “Por uma questão conjuntural, aumentei a oferta de fêmeas e reduzi a de machos. E, por isso, acreditava que não passaria de R$ 1,6 milhão”, comentou. “Por outro lado, os lances refletiram o mercado. Houve um comportamento mais ou menos linear com o valor do quilo do boi”, resumiu. Mais valorizado exemplar do leilão, o touro Brangus (Tat 4547) foi arrematado por R$ 12 mil pelo veterinário Marcelo Teixeira Napoleão, da Estância Itapitocai, de Uruguaiana. Napoleão, que também arrematou o segundo reprodutor mais valorizado, o touro An-
gus (Tat 7263), disse que os comprou pelas condições de lhe produzirem estoque de sêmen para uso próprio da cabanha. “São touros de ponta, que antes de usarmos no gado, coletaremos sêmen para o congelamento”, afirmou. “Não são todos que têm sêmen viável ao congelamento, mas a gente vai tentar”, acrescentou. Entre as fêmeas, a mais valorizada foi a Angus (Tat 7418), adquirida pela Cabanha Catanduva, de Glorinha (RS). O pecuarista Fábio Gomes atribuiu a compra de R$ 8,8 mil à necessidade de renovação do plantel. Outro que investiu pesado na renovação do rebanho foi o criador André Veiga Barbanti, de Santo André (SP). Para “refrescar” o plantel, ele comprou cinco lotes por R$ 60,48 mil e incrementou a representação da Fazenda Santo André com 15 fêmeas. “Sou criador há 15 anos e percebi que minha criação estava muito fechada, restrita às minhas próprias linhagens”, disse. “Então, desde o ano passado venho ao Rio Gran-
de do Sul para renovar com o que há de melhor por aqui”, completou. Somente nesta temporada, Barbanti comprou 50 bovinos nos leilões de ponta do Estado. Em 2013, o remate da São Bibiano faturou R$ 1,29 milhão, com a comercialização de 341 dos 373 animais levados à pista. Foram ofertados 60 touros Brangus e 80 Angus. Entre as fêmeas, a oferta foi de 100 ventres Brangus e outros 100 da raça Angus. Além dos ventres e touros, o catálogo de vendas do leilão, que teve como convidados as cabanhas Santa Ângela, Rancho Agricultura e Estância Tapera, incluía 15 potrancas e dois reprodutores da raça Crioula. Naquele ano, a média dos touros Brangus foi de R$ 6.143,18, enquanto a dos Red Brangus ficou em R$ 6.630,00. As fêmeas Brangus saíram por R$ 2.166,67 e as Brangus “B”, por R$ 1,5 mil. As fêmeas Red Brangus tiveram uma média de R$ 2.169,23, enquanto os ventres Red Brangus “B” registaram média de R$ 2,1 mil.
AnToNIO MARTINS BASTOS Por uma questão conjuntural, aumentei a oferta de fêmeas e reduzi a de machos E, por isso, acreditava que não passaria de R$ 1,6 milhão
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Condomínio Rural Weiler faz média de R$ 9,8 mil para touros Leilão Seleção Brangus 2014 ocorreu em 30 de outubro de 2014, no Sindicato Rural de Lavras do Sul O Condomínio Rural Weiler, de Lavras do Sul (RS), novamente ofereceu um grupo muito selecionado de touros Brangus e mais de 130 matrizes registradas, entre terneiras (2013), novilhas prenhes e vacas com cria ao pé. A oferta de fêmeas foi reforçada por lotes da convidada GAP Genética, de Uruguaiana. Entre os destaques da comercialização está o touro Red Brangus K042, vendido para a GAP Genética, por R$ 21 mil. O exemplar é um filho de Don Ciríaco, tem dados superiores na avaliação genética (IND F 16,7, Deca 1) e fenótipo muito destacado. Chamou também atenção a valorização das fêmeas jovens (terneiras Brangus 2013
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“PS” e “B”) com diversos lotes com valores próximos de R$ 3,5 mil. O leilão teve pista ágil com a venda de diversos lotes para o Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. O maior comprador em número de animais foi a Fazenda Santo André, de André Veiga Barbanti, localizada em Reginópolis (SP). Após a venda de matrizes registradas convidados especiais ofereceram mais de 150 fêmeas comerciais Angus e Brangus e estes lotes tiveram também muito boa liquidez. As médias obtidas por categoria para os animais registrados (PS/B) foram de R$ 9,8 mil para os touros, R$ 3,7 mil para as vacas com cria, R$ 3,5 mil para as novilhas prenhes e R$ 2,7 mil para as terneiras (2013).
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BT Basca registra faturamento de R$ 898 mil Mariana Franco Tellechea e filhos levaram à pista de Uruguaiana, 182 animais das raças Angus e Brangus Na tarde de 30 de outubro, Mariana Franco Tellechea e filhos abriram as porteiras da Cabanha Paineiras em Uruguaiana (RS), para receber amigos e convidados no Leilão BT Basca. O remate é dos mais aguardados da Primavera Gaúcha e levou à pista touros e matrizes Angus e Brangus de alto valor genético. O martelo do leiloeiro Fábio Crespo
foi batido para sacramentar a venda de 182 animais POs (Puros de Origem) e PCs (Puros por Cruza) à média de R$ 4.934,00, resultando na movimentação financeira de R$ 898 mil. O Brangus movimentou R$ 220.260 com a venda de 40 animais. Os touros atingiram média de R$ 7,5 mil, com 15 lotes. As fêmeas também
tiveram boa cotação, com 25 exemplares negociados a R$ 4.310,00. Também foram vendidos reprodutores Angus, que alcançaram o preço médio de R$ 9 mil para 63 lotes. As 79 fêmeas saíram a R$ 1.401,00. Além do trio de promotoras, a oferta foi reforçada por animais das cabanhas Reconquista e Basca.
MÉDIAS DE OUTROS LEILÕES LUCIANO ZAMBONI 08/08/2014 - 140 Leilão Brangus Campo Grande/MS Reprodutores Fêmeas JOSÉ LUIZ NIEMEYER DOS SANTOS 06/07/2014 – Leilão Terra Boa Guararapes/SP 16 Touros AGRÍCOLA ANAMÉLIA 14/09/2014 - Leilão Brangus e Braford Pesidente Prudente Presidente Prudente/SP 42 Touros
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Média
Total
R$ 7.291,16 R$ 3.993
R$ 168.700 R$ 46.400
R$ 12.630,00
R$ 202.080,00
R$ 7.194,28
R$ 302.160,00
IDEIA i.dei.a (éi) sf (gr idéa) 1 Representação mental de uma coisa concreta ou abstrata. 2 Imagem. 3 Filos Modelo eterno e perfeito do que existe. 4 Delineamento, esboço. 5 Talento inventivo; engenho. 6 Pensamento, concepção, plano. 7 Mente, imaginação. 8 Opinião, conceito. 9 Concepção primária que dá origem e desenvolvimento a uma obra de literatura ou de arte. 10 Noção, conhecimento.
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ABB e Rubaiyat dão nome aos bois
Em meio a um intenso processo de expansão, o premiado grupo de restaurantes reforça seu envolvimento com a Associação Brasileira de Brangus e passa a identificar suas casas com um selo da entidade Texto de Romualdo Venâncio e fotos de Dárcio Tutak
O
s criadores de bovinos Brangus podem se considerar privilegiados, seja pelo produto que selecionam em suas fazendas, seja pela exclusiva e premiada vitrine da qual dispõem. Há 25 anos os donos do Restaurante Rubaiyat optaram por trabalhar com a raça e criaram uma relação que extrapolou o ambiente comercial. O nome da empresa virou sinônimo de carne e genética Brangus e a família à frente do grupo passou a participar também das atividades associativas envolvendo a raça. Com a implantação do Programa de Certificação da Carne Brangus, essa aproximação se intensificou: as unidades do Rubaiyat estão identificadas com um selo da Associação Brasileira de Brangus (ABB). “Participar dessa divulgação é algo muito natural para nós. Mais que isso, é um prestígio ter a marca da ABB na nossa casa”, afirma Belarmino Iglesias Filho, sócio e presidente do Conselho Administrativo do Rubaiyat. O empresário conta que até seus clientes veem essa parceria entre o restaurante e a entidade com naturalidade, pois já sabem que são criadores de Brangus. Destaca ainda que por trás desse selo da ABB há uma importante evolução da cadeia produtiva de carne bovina. “Com a aceleração do cruzamento industrial e a utilização em larga escala das raças britânicas, não se discute mais se o produto é bom ou não”, diz Belarmino Filho. Para ele, a massificação da produção na base da cadeia trouxe consistência ao fornecimento de carne e resultou em uma inversão na ordem do setor. “A partir dessa condição, fomos buscar a valorização do produto, afinal podemos programar a oferta. Hoje, é preciso se
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esforçar para comer um bife mediano.” Na opinição do presidente da ABB, Raul Victor Torrent, essa parceria com o Rubaiyat é um passo valioso para divulgar o Brangus junto aos consumidores mais exigentes. “Tudo o que pregamos como imprescindível no processo de melhoramento genético nas fazendas de nossos associados é visando à satisfação do consumidor final. E quando temos essa confirmação em uma rede de restaurantes como o Rubaiyat, que trabalha há tanto tempo com a raça, é de fato uma grande conquista”, declara o dirigente. Belarmino Filho acrescenta que o selo da ABB é uma certificação de qualidade, rastreabilidade e confiabilidade. “É a certeza de uma carne macia, tenra e saborosa.”
Belarmino Iglesias Filho O que a raça fez por nós foi trazer esse primor para nosso produto e nos colocar entre as melhores carnes do mundo. Inclusive com ganhos na produtividade da fazenda, tanto na genética quanto no gado comercial
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Expansão e retomada Em 2012, o fundo de investimentos N+1 Mercapital adquiriu 70% do Grupo Rubaiyat. A família de Belarmino Filho continuou como sócia do empreendimento e ele assumiu o cargo de presidente do Conselho Administrativo. Esse novo momento deu início a uma maratona de trabalho para o empresário, pois as metas de expansão eram ambiciosas. No ano seguinte à negociação, foi inaugurada uma nova unidade em Brasília (DF). Em 2014, vieram mais duas, uma na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e outra no México. E vem mais por aí: em fevereiro de 2015 será aberto o Rubaiyat Chile. Além dessas casas novas, o grupo conta com as três unidades de São Paulo (Figueira, Alameda Santos e Faria Lima) e uma em Madri (Espanha). Belarmino Filho tem também sociedade com o restaurante Cabaña Las Lilas, em Buenos Aires, na Argentina. Essa parceria sul-americana abrange também o direcionamento da seleção genética do gado Brangus.
Boa parte do abastecimento de carne bovina dos restaurantes do Rubaiyat no Brasil – são mais de 20 mil pratos por mês – é feito por produtos que vêm da Fazenda Barra Dourada, em Dourados (MS), propriedade da família Iglesias. Mas com o maior número de unidades, foi necessário recorrer a importações, na maior parte da Argentina e um pouco do Uruguai. “Temos entre 3 mil e 4 mil animais Brangus para recria e engorda. Com esse volume de gado, conseguimos cobrir 70% de nossa demanda por contrafilé, para o bife de chorizo e o baby beef; 100% do filé-mignon; e apenas 10% das picanhas”, detalha Belarmino Filho. Durante o processo de negociação e formação da nova sociedade e o início da expansão do grupo foi preciso uma dedicação intensa do empresário, o que lhe privou de estar mais próximo da fazenda. A distância da rotina na propriedade aumentou por conta de um AVC sofrido por seu pai, que foi quem iniciou toda essa histó-
ria. Somente agora é que Belarmino Filho está voltando a vivenciar melhor o ambiente da produção agropecuária. “Já consigo ir à fazenda e andar a cavalo. Quando isso não é possível é sinal de que você está muito atarefado”, comenta. O empresário está empolgado e quer retomar também a participação no processo de seleção e até retornar ao circuito de exposições. “Quero voltar com os animais às pistas de julgamento dentro de uns dois anos, desde que eu possa acompanhar de perto”, conta Belarmino Filho. A preparação para que isso aconteça já começou. Com a assessoria técnica do diretor de Genética da Cabaña Las Lilas, Claudio Fioretti, o empresário reduziu seu plantel de 1,2 mil matrizes para apenas 400, mantendo o que há de melhor nesses 25 anos de criação. A partir daí, a meta é ter entre 100 e 120 touros para venda em leilão. A primeira etapa aconteceu no dia 7 de dezembro deste ano, em um
remate virtual realizado pela Central Leilões, com a oferta de 100 touros. “Também vou colocar à disposição dos compradores algumas doses de sêmen do touro Romário”, diz Belarmino Filho. Como prova de que as conquistas da raça também resultam da integração entre os criadores, o empresário faz questão de ressaltar que essa retomada teve o incentivo de outro entusiasta. “Foi o Ladislau Lancsarics, da Brangus HP, que me estimulou a resgatar esse direcionamento da seleção genética, com um rebanho mais enxuto e um padrão de qualidade ainda mais elevado.” Pelo visto, a longa e positiva história do Rubaiyat com o Brangus tende a se estender por muito mais tempo. “O que a raça fez por nós foi trazer esse primor para nosso produto e nos colocar entre as melhores carnes do mundo. Inclusive com ganhos na produtividade da fazenda, tanto na genética quanto no gado comercial”, declara Belarmino Filho.
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Brangus Burger marca território na capital nacional da gastronomia
Hambúrguer produzido pela Goldy Alimentos Premium e certificado pela ABB ganha espaço em estabelecimentos de alto padrão da cidade de São Paulo. Qualidade da carne é fator primordial na conquista do exigente público Texto de Romualdo Venâncio e fotos de Dárcio Tutak
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S
aborosíssimo!” Quando o consumidor se depara com tal adjetivo na embalagem de algum produto alimentício espera, no mínimo, uma surpresa ao paladar. Se a expectativa é correspondida, é praticamente certo que voltará a comprar o produto. É por conta dessa relação que o Brangus Burger vem conquistando espaço em lojas de alto padrão da cidade de São Paulo (SP), principal centro gastronômico do país, e de outros municípios paulistas. Marcar território nesse mercado é um desafio e tanto, pois a competição é acirrada e o nível de exigência dos clientes é elevado. Fatores como a qualidade da carne, a segurança alimentar e a apresentação diferenciada são decisivos nesse processo. O Brangus Burger é uma aposta de William Labaki, proprietário da Goldy Alimentos Premium, localizada em São Paulo. O empresário já vinha trabalhando com produtos di-
ferenciados no segmento de hamburgueres e percebeu que havia demanda para uma opção com mais gordura e muito sabor. Por ser a qualidade da matéria-prima um item preponderante, elegeu o Brangus como a raça bovina com a qual trabalharia. “Além da qualidade da carne, essa escolha deve-se à rusticidade dos animais no manejo extensivo de criação adotado em nossa propriedade, a Fazenda Sanhaço Azul, em Avaré (SP)”, explica. Lançado em 2012, o Brangus Burger foi desenvolvido pela parceria entre a Goldy e o Frigorífico Cowpig (Boituva, SP), com o suporte técnico do zootecnista Luis Artur Loyola Chardulo, da Unesp de Botucatu (SP), especializado em qualidade de carne. Por ainda estar no início de sua criação de Brangus, Labaki teve de buscar fornecedores do gado para o abate. Um dos principais é o selecionador Wilson Gottardi, da Fazenda Palmares (Cesário Lange/SP). A produção também é
William Labaki Gerentes de lojas, encarregados do setor, escolas de gastronomia e chefs de restaurantes aprovaram a ideia e mostraram boa aceitação, mesmo já existindo concorrentes no mercado
Brangus Burger no Empório Santa Maria
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Mercado abastecida por animais terminados no confinamento do Cowpig. “Todos os bovinos têm características fenotípicas bem definidas”, garante o empresário. O Brangus Burger é um hamburguer de 210 gramas produzido exclusivamente com carne de bovinos Brangus, a partir dos cortes patinho e coxão mole, e com um processo específico de fabricação. “Queria padronizar a gordura dos hamburgueres, seja em quantidade, seja em qualidade”, comenta Labaki. Em relação ao volume, foi definida a porção de 15%. Para assegurar a qualidade, é utilizada apenas gordura limpa que vem da desossa e é moída duas vezes com disco 5 antes de ser adicionada à carne. Entram ainda na receita óleo de girassol e extrato de alecrim. “São ingredientes naturais, dentro dos padrões considerados tipo exportação e que atendem aos mais exigentes consumidores”, destaca. Além do produto em si, Labaki tratou de cuidar da apresentação
William Labaki no Pão de Açúcar
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para atrair o consumidor também pelo visual. As embalagens cartonadas contêm duas unidades do Brangus Burger acondicionadas individualmente em envelopes metalizados e lacrados. “São fatores de diferenciação sem paralelo para esse tipo de produto no mercado varejista de São Paulo”, afirma. Considerando o público-alvo desse hamburguer, tal primor é essencial. “São consumidores exigentes, de alto poder aquisitivo e que não abrem mão da qualidade.” Atualmente, o Brangus Burger é encontrado em lojas da capital paulista como Pão de Açúcar, Emporium São Paulo, Casa Santa Luzia, Rede St Marche, Empório Santa Maria, Varanda Cidade Jardim e Casa London; no cardápio do clube esportivo Sociedade Harmonia do Tênis; e em algumas boutiques de carne no interior do Estado. Por mês, a Goldy comercializa cerca de 3 mil unidades do Brangus Burger, e a tendência é de crescimento. “Apesar de ainda estarmos em fase de consolidação e conquista
de mercado, há nichos promissores como restaurantes, hamburguerias e food trucks”, avalia Labaki. A expectativa foi reforçada por duas relevantes conquistas deste ano. Uma delas é o fato de o Brangus Burger ter recebido a melhor classificação em um teste de degustação promovido pela Revista Veja São Paulo, com 12 marcas de hamburgueres industrializados, e avaliado por quatro chefs de conceituadas hamburguerias da capital paulista. A outra é a parceria com a Associação Brasileira de Brangus (ABB), oficializada durante a 37ª edição da Expointer – a Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários –, que aconteceu entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro, em Esteio (RS). Durante a programação da raça no evento, a Goldy e a ABB apresentaram o produto aos selecionadores de Brangus. “Passar pelo crivo desse público é realmente um passo importante, pois todos são profundos conhecedores das características da
Mercado carne do Brangus”, comenta Raul Victor Torrent, presidente da ABB. “A receptividade foi ótima”, acrescenta. Labaki e Torrent ainda aproveitaram o evento para buscar novas oportunidades de negócios com frigoríficos e criadores do Rio Grande do Sul. Expandir a atuação além das divisas de São Paulo é uma das metas do empreendimento, e para isso são necessárias outras indústrias, pois o Cowpig tem apenas inspeção estadual. Mais um avanço durante a Expointer foi a assinatura do contrato para que a Goldy utilize o selo de certificação de carne Brangus da ABB no Brangus Burger. Assim como Labaki foi ao Rio Grande do Sul falar diretamente com
os criadores de Brangus, Torrent esteve em São Paulo para ver de perto onde e como é ofertado o Brangus Burger. Após passar por Empório Santa Maria, Varanda Cidade Jardim, Pão de Açúcar (Real Parque) e Casa Santa Luzia, o dirigente foi convidado por Labaki para um almoço com o hamburguer de Brangus na Sociedade Harmonia do Tênis. “É excelente ver o quanto nossa raça está ganhando mercado em várias direções e com diferentes opções de produtos. Ainda mais disputando espaço com outras marcas já consagradas e em estabelecimentos de padrão tão elevado. O horizonte para nosso crescimento é de fato muito amplo”, diz Torrent.
Fonte: http://beefworld.com.br/noticia/veja-brangus-burgerconquista-preferencia-de-chefs-paulistanos-em-teste http://vejasp.abril.com.br/materia/osmelhores-hamburgueres-de-sao-paulo
Raul Torrent e William Labaki na Casa Santa Luzia
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Artigo
Desempenho produtivo de novilhas Brangus Jaime Tarouco
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ma linha de pesquisa do Grupo de Pesquisa em Nutrição de Ruminantes (GNR) da Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenado pelo professores Harold Ospina Patino e Jaime Tarouco, busca avaliar o efeito de sistemas de manejo alimentar sobre os índices produtivos e reprodutivos em sistemas de produção de ciclo curto. A pesquisa tem uma duração de três anos e objetiva avaliar o uso de cadeias forrageiras e suplementação no pós-desmame sobre o ganho de peso, idade à puberdade e taxa de concepção de bezerras Brangus acasaladas precocemente. Consideramos que aumentos na eficiência e produtividade da pecuária de corte só poderão vir com a diminuição na idade do primeiro parto e a raça Brangus é uma das que apresenta maior potencial para explorar sua precocidade sexual, no crescimento e na terminação, de modo a obter uma unidade de produto de qualidade conhecida e superior, produzida em períodos de tempo e com custos menores. O primeiro trabalho foi realizado na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, localizada no município de
Eldorado do Sul, com uma duração de 112 dias e teve como objetivo avaliar o desempenho produtivo e desenvolvimento do trato de novilhas suplementadas com diferentes níveis de milho. Foram utilizadas 39 novilhas da raça Brangus fenotipicamente homogêneas com idade e peso vivo inicial médios de 184±17 kg e 269±27 dias, respectivamente. A área experimental constituía-se de 13 piquetes de um hectare semeados com Azevém (Lolium perenne Lam), utilizando-se três novilhas por piquete. Os tratamentos avaliados foram: sem suplementação e suplementação com níveis de grão de milho equivalentes a 0,5% do peso vivo (% PV), 1,0% PV e 1,5% PV. Todos os animais foram pesados a cada 28 dias após um período de jejum completo de 12 horas. As variáveis avaliadas nas novilhas foram frame, peso vivo, ganho médio diário, escore de condição corporal (15), escore de trato reprodutivo (1 -5). Para estimar a disponibilidade de matéria seca de cada piquete, foram coletadas cinco amostras de 0,25m2 por hectare no início e fim do experimento, cortadas rente ao solo, secadas em estufa a 105ºC por 72 horas. Durante todo o experimento foi mantida uma oferta de forragem em torno de 7885 quilos de matéria seca por hectare.
A idade inicial e peso vivo inicial foram semelhantes entre os tratamentos (P > 0.05). Não foram observadas diferenças estatísticas entre tratamentos para frame (P > 0.05), entretanto, o escore de condição corporal, ganho médio diário, taxa de lotação animal (kg/ha) e escore de trato reprodutivo foram maiores conforme o aumento dos níveis de suplementação com milho em pastagem de Advêm (Tabela 1). Cada % de aumento no nível de suplementação com milho (% do peso vivo) aumentou linearmente o ganho médio diário em 90 gramas por dia e o escore de trato reprodutivo em 0.24 unidades. Isto pode ser explicado, pois a energia degradável no rúmen poderá produzir maior quantidade de proprionato, que é precursor da glicose, aumentando assim o GMD e melhorando as condições reprodutivas das novilhas para seu acasalamento, possibilitando assim emprenhar aos 14 meses. Cada porcentagem de aumento no nível de suplementação com milho (% do peso vivo) também aumentou a taxa de lotação média em relação ao tratamento sem suplementação, resultando em aumento das taxas de lotação em 4.7; 5.7 e 8.4 % para os níveis de suplementação de 0.5; 1 e 1.5 %, respectivamente.
Com os resultados obtidos e calculando os custos de produção, foi possível observar que o tratamento com 0.5 % de suplementação com milho apresentou maior ganho líquido por hectare (R$ 72.71) que os outros tratamentos. Entretanto, mesmo que as novilhas suplementadas com 1% (R$ 14.24) e 1.5% (R$ -68.98) do peso vivo apresentarem menor ganho líquido (R$), somente estas atingiram o peso requerido para a cobertura (285 quilos), pois atingiram 65% do peso vivo de uma vaca adulta (440 quilos) que é preconizado na literatura mundial. Isto é muito importante, pois no sistema de produção atual o que se deseja é a redução a idade ao primeiro acasalamento, e isto foi possível através dos maiores níveis de suplementação. Em conclusão, a adição de níveis de suplementação com milho em pastagem de inverno aumentou linearmente o ganho médio diário e desenvolvimento do trato reprodutivo de novilhas aos 12 meses de idade, também permitindo um aumento da carga animal por hectare. Sendo assim, a suplementação energética em pastagem de inverno pode ser uma ferramenta muito útil para os sistemas de produção do Rio Grande do Sul.
Efeito do nível de suplementação sobre o desempenho produtivo de novilhas Brangus em pastejo Variável Disponib. MS inicial (kg/ha) Disponib. MS final (kg/ha) Idade inicial (días) PV inicial (kg) PV final (kg) Ganho médio diário (kg/dia)* Taxa de lotação média (kg/ha)* Taxa de lotação média (UA/ha)* Escore de trato reprodutivo (1-5)*
Nível de suplementação (% PV) 0 0.5 1.0 1.5 2510 2490 2486 2490 2358 2771 2870 3028 248 279 275 270 173 181 187 197 278ac 285ab 291a 263c 0.790a 0.864b 0.889c 0.927c a b c 733 767 774 794d a b c 1.63 1.70 1.72 1.76d a b c 2.16 2.45 2.54 2.56d
UA = unidade animal (1 UA = 450 kg) *Regressão linear (P < 0.05) Médias com letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente (P < 0.05)
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Foto: Alexandre Teixeira
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Artigo
Saiba manejar o novo capim-sudão, BRS Estribo A nova forrageira anual de verão, lançada em 2013, vem oferecer ao mercado sementes certificadas, e importantes vantagens em relação à variedade comum da gramínea
A
pesar de o uso do capim-sudão comum ainda ser novo na Região Sul, muitos produtores já conhecem suas vantagens quando comparado a outras gramíneas de verão muito utilizadas na região. Ao colocá-lo em paralelo com o milheto, por exemplo, o sudão comum apresenta um ciclo mais longo e fazendo a comparação com o sorgo ele não apresenta risco de toxidade aos animais. Mas então quais os diferenciais que a cultivar BRS Estribo
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têm em relação ao sudão comum? E como manejá-lo? Esta cultivar foi desenvolvida com base no processo de seleção no material genético de capim-sudão comum utilizado no Rio Grande do Sul. Buscando a produtividade como principal característica, foram selecionados os materiais chegando-se a um material não só mais produtivo, mas também mais rústico e com alto perfilhamento. Além disso, nessa nova cultivar o colmo (cana da planta) é mais fino que no sudão comum. “Isso faz com
que o animal coma mais facilmente o colmo com a folha. Ou seja, quando bem manejado, só com o bocado do animal se consegue o rebaixamento do pasto, não precisando roçar”, afirma a pesquisadora da área de manejo de pastagens Márcia Silveira. Além desses diferenciais, o capim-sudão BRS Estribo é mais precoce para o plantio, que tem como consequência um ciclo produtivo mais longo. “Realizamos trabalhos com plantio em outubro e pastejo sob lotação contínua em novembro,
ou seja, de 20 dias a um mês antes do sorgo”, relata a pesquisadora. “E também verificamos que o BRS Estribo ainda se apresentava mais produtivo ao final de abril, início de maio. Isso significa pelo menos 45 dias a mais que o sorgo”, acrescenta. O manejo desta cultivar também tem se mostrado mais flexível, sendo uma característica marcante que, associada ao ciclo mais longo e à maior produtividade, tem levado ao interesse e adoção desta planta forrageira no meio produtivo.
Artigo De acordo com a pesquisadora, depois de formada a área, a preocupação é com o manejo e, neste caso, seja ele contínuo ou intermitente (rotativo), o objetivo maior é trabalhar bem a estrutura do pasto, “caracterizada pela distribuição de folha, colmo e material morto na forragem produzida e que é
consumida pelos animais para que se tenham bons resultados em termos de produto animal”, diz Márcia Silveira. Assim, antes de propor uma recomendação prática de manejo, será feita uma abordagem de algumas questões que permitem entender melhor como manejar o BRS Estribo. Desta
forma, manejo do pastejo nada mais é do que uma forma de gerenciar os estágios da produção, a fim de tornar o sistema mais produtivo e mais ‘’fácil’’ de ser conduzido. Para facilitar a compreensão, abaixo segue uma figura ilustrativa das etapas da produção animal em pasto.
Representação esquemática das etapas que compõem a produção animal em pasto. (Adaptado de HODGSON (1990)) RECuRSOS Solo, clima e plantas
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CRESCiMENtO
fORRAGEM CONSuMiDA
utilizAÇãO Oportunidade de manipulação: MANEjO - intermitente - Contínuo com taxa de lotação variável
PRODuÇãO
CONVERSãO
PRODutO ANiMAl
Recomendações do uso do sudão BRS Estribo para formação de pastagens: • Realizar análise do solo a ser utilizado; • Utilizar adubação de formação e manutenção, mediante necessidade das culturas, conforme recomendação baseada na análise de solos; • Realizar tratamento de sementes em áreas com histórico frequente de uso de sorgo ou sudão; • Densidade de semeadura: 25 quilos de sementes/ha; • Semeadura preferencialmente em linha, utilizando espaçamento de 17 a 45 centímetros entre linhas;
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Artigo Nesta figura observa-se que as maiores oportunidades de manipulação ocorrem na etapa entre a produção de forragem e consumo da forragem produzida, que é a etapa de Utilização. Ou seja, uma vez que a forragem foi produzida (fase de crescimento), ela precisa ser consumida pelo animal (fase de utilização) para se transformar (fase de conversão) em produto (carne, leite, lã). Esta fase de Utilização pode ser manipulada por meio do Manejo. Dentro deste contexto, para as anuais de verão o método de manejo mais utilizado tem sido o de lotação intermitente (rotativo). Recomenda-se que no primeiro pastejo a altura de resíduo
seja baixa a fim de se estimular o perfilhamento das plantas. Segundo os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul Danilo Sant’anna e Márcia Silveira, o capim-sudão BRS Estribo também pode ser manejado pelo método de lotação contínua com taxa variável, desde que observada a recomendação para o primeiro pastejo no método intermitente. Ou seja, realizar um bom rebaixamento do pasto no primeiro pastejo, objetivando perfilhamento e melhor formação do estande de plantas. O manejo de BRS Estribo sob lotação contínua com taxa variável de janeiro a meados de junho de 2013 no CPPSUL proporcionou os resultados abaixo:
PRODUÇÃO de forragem, ganho mÉDIO DIÁRIO, GANHO POR ÁREA E CARGA MÉDIA DO CAPIM-SUDÃO brs estribo sob lotaçÃO CONTÍNUA ÁREA
PRODUÇÃO DE FORRAGEM (KG/HA) 10.338
1. Visando ganho de peso individual 2. Visando ganho 13.637 de peso por área
GANHO MÉDIO DIÁRIO(G) 865
GANHO POR ÁREA (KG GANHO/HA) 438.7
520
533.1
Local: Bagé (RS) Período de utilização: 07/01/2013 a 18/06/2013 Disponibilidade inicial de forragem: em torno de 5.926 kg/ha
50
Observa-se que a cultivar BRS Estribo manejada em lotação contínua (30 centímetros) possibilitou gerar bons resultados em termos de GMD e ganho por área, sendo que uma carga menor (3.5 UA/ha) resultou em uma elevada produção animal individual, pois os animais tiveram oportunidade de escolher a forragem, ingerindo sempre a de melhor qualidade, com maior ingestão de nutrientes. Todavia, ocorreu uma ‘’subutilização’’ da forragem disponível com uma menor produção animal por área. Por outro lado, o aumen-
PASTEJO LOTAÇÃO CONTÍNUA Capim-Sudão BRS Estribo: 30 cm de altura 2. Visando ganho de peso por área
PASTEJO ROTATIVO
CARGA MÉDIA (UA)
GRAMÍNEA
3.5
Capim-Sudão BRS Estribo
5.6
to da taxa de lotação para 5 UA/ha provocou uma pequena redução no ganho por animal e o aumento de produção por área. Diante do exposto, o manejo deve ser direcionado para proporcionar grandes quantidades de massa de folhas, já que essas são qualitativamente superiores aos colmos e, além disso, são preferidas pelos animais. Desta forma, para o capim-sudão BRS Estribo, as recomendações práticas de manejo que possibilitam grandes quantidades de folha para pastejo animal são:
ALTURA DO PASTO (CM) Altura de entrada Altura de saída 50-60 5-10
Mais estudos têm sido conduzidos na Embrapa Pecuária Sul com o objetivo de refinar estas recomendações de manejo buscando intensificar a produção animal a pasto. “Mas o produtor pode fazer uso, além das recomendações citadas, de observações do comportamento de plantas e animais para nortear o manejo”, ressalta Danilo Sant´Anna.
CONFIANÇA NOS TOUROS PROVADOS ABS ABS COMPARTIDO BN2270
Compartilhamos suas virtudes! - Destaca-se pelo equilíbrio e musculatura. - Biotipo “azebuado”, é indicado para gado mais “europeu”.
PN DEP
PD
ACC
DEP
ACC TOP
TM DEP
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0,23 0,73 9,58 0,66 15% 3,47 0,52 8,26 23,07 0,65 5%
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1,50 0,77 5% ERBra - 2013
QUILPO 2270 CHARLY | Reg.: 133128 | Nasc.: 09/11/2010 | Criador: Quilpo Norte, CBA TILITA ÑATITO 560 T/E “CHARLY” x QUILPO 493 TRANSFORMER “TROPERO”
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Combina facilidade de parto e ganho de peso. - Genética reconhecida: Tsunami x Lanin.
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2,84 0,52 10,06 20,61 0,65 10% 0,16 0,76 ERBra - 2013
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EXPRESSÃO RACIAL
ABRAÇOS QUE NUTREM CONFIANÇA.
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Institucional
Núcleo Brangus Sul fará eleição em dezembro Associados da entidade escolherão nova diretoria
D
urante a cerimônia de entrega de prêmios, na última Expointer, em Esteio (RS), o presidente do Núcleo Brasil Sul, Raul Víctor Torrent, provocou surpresa a boa parte dos presentes na Casa do Brangus ao anunciar que deixará a presidência da entidade. Uma eleição será realizada em dezembro, para escolha da nova diretoria. Torrent, que também é presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), estava à frente do Núcleo Brasil Sul há seis anos. Bastante emocionado, Torrent lembrou que foi incentivado pelo amigo Átila Dorneles, da Estância Olhos D’Água, de Alegrete (RS), a aceitar o desafio de presidir o Brangus Sul, em 2008. O dirigente, que assumiu a presidência do Núcleo no dia 15 de dezembro de 2008, disse que atuou pela união dos branguistas com muito entusiasmo e determinação. Trabalho que foi facilitado pela qualidade do que ele estava “vendendo”, o Brangus, a raça sintética que mais vendeu sêmen em 2013, conforme dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). “O cargo me exigiu muito trabalho, muita dedicação, muito tempo, mas essa tarefa foi facilitada porque o produto que estava vendendo era muito bom, a raça Brangus”, explicou. “Era só chegar no momento certo”, acrescentou o pecuarista de Uruguaiana (RS). Torrent destacou ainda que duas palavras marcaram seu trabalho à frente do Núcleo Brangus Sul: paixão e acreditar. “Paixão pelo que se faz e acreditar no produto, que é muito bom”, disse. O dirigente sublinhou a importância de renovar os quadros da entidade. “Acredito que já cumpri a minha parte com o núcleo. Já fiz a cota que achava que tinha de cumprir”, reiterou. “Agora é preciso um sangue novo, uma renovação,
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e acho que mudanças são sempre boas. As instituições ficam e os homens passam”, acrescentou. Torrent considera que um de seus principais feitos comandando o Núcleo Brangus Sul foi conseguir o registro de propriedade da marca raça Brangus frente ao Registro de Marcas e Patentes. Mas salientou como sua principal obra a construção da Casa do Brangus, localizada no Boulevard, um dos pontos mais charmosos do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Ele recordou que a casa que foi entregue caiu quando a reforma foi iniciada. “Tivemos de começar tudo do zero e construímos a casa atual no período de 36 dias”, observou. “Foi um grande desafio, porque faltavam poucos dias para a feira começar e nós víamos as outras entidades com suas sedes prontas”, completou. O dirigente falou das dificuldades para concluir a obra e lembrou que o Núcleo possuía em torno de R$ 10 mil em caixa quando ele assumiu o comando da entidade. “Tivemos de correr atrás de tempo e dinheiro. Não tínhamos escritório, porque o Núcleo funcionava em uma cabanha, que emprestava um telefone e uma mesa. Hoje, temos um escritório que funciona no prédio do Sindicato Rural de Uruguaiana, que funciona de segunda-feira a sexta-feira, durante o horário comercial, com uma secretária. E todos os móveis e computadores são próprios”, destacou Torrent. A obra e a compra do mobiliário exigiram um investimento pesado, conforme o dirigente. “Atualmente, a Casa do Brangus está avaliada em, no mínimo, R$ 187 mil”, salientou. A nova sede possui dois andares e quatro banheiros, em um total de 235,59 metros de área construída e todo o mobiliário próprio.
RAUL TORRENT O cargo me exigiu muito trabalho, muita dedicação, muito tempo, mas essa tarefa foi facilitada porque o produto que estava vendendo era muito bom, a raça Brangus
social
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Evento
Congresso Mundial de Brangus
C
omunicação prévia promocional e convocação: O evento foi muito bem organizado pelas ações (preto e vermelho) de Brangus Mx. Destaca-se o trabalho profissional na comunicação prévia de promoção do evento, que mais tarde se viu refletido no sucesso da sua convocação, os
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visitantes mexicanos provenientes de muitos Estados do país anfitrião, alguns localizados a mais de 3 mil quilômetros de Mérida. A respeito das comitivas estrangeiras, exceto a EU, que surpreendeu com não mais do que dois criadores e sim, os presidentes das duas associações (IBBA e IRBBA) mais alguma empresa de
genética, que também não enviou representantes institucionais nem criadores. Estiveram presentes os seguintes países: Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Belice, África do Sul e Austrália. Estiveram presentes aproximadamente 200 produtores mexicanos e 60 estrangeiros.
Evento
DIA 1
DIA 2
Em um ambiente de coleguismo e cordialidade, foram desenvolvidas todas as atividades propostas na agenda. Na segunda-feira, dia 10, foi realizado um passeio que consistia em visitar três estabelecimentos (Ranchos/Cabanas), os quais mostraram em geral poucos animais, de nível variado, diferentes biótipos, sem informações e os anfitriões não expuseram os seus sistemas produtivos. O último rancho foi a exceção com relação à qualidade de animais, onde foram expostas fêmeas e machos de genética EU importados em pé. Na volta ao hotel, aconteceu uma reunião da FIBRA na qual se chegaram a consensos em questões de vital importância para o Brangus em nível mundial.
Na terça-feira, dia 11, pela manhã e prévia inauguração das palestras, tomaram a palavra os presidentes das Associações Mexicanas e o governador, depois começaram as palestras que se tomaram o dia todo. Como crítica, diria que até aquele dia a agenda de palestras não estava definida, sem detalhes como horários e palestrantes de cada mesa. Temáticas e Palestrantes: Em geral, de bom nível e bem expostas, o único ponto negativo foi a qualidade de tradução simultânea.
A respeito de cada associação participante, apenas a Argentina fez uma apresentação. A África do Sul, sede do próximo Congresso Mundial a ser realizado entre os dias 9 e 14 de maio de 2016, projetou um vídeo promocional de lançamento do evento. Esse, em minha opinião, foi outro ponto de pouco seguimento por parte dos organizadores, uma vez que uma parte da manhã estava no início destinada para as apresentações dos países participantes, algo que não aconteceu. Martín García Fernández foi o responsável pela apresentação da Brangus 1 As avaliações Genéticas Nacionais Argentina e nos 20 minutos de que dis no México, pelo Dr. Moisés Montaño punha mostrou a crescente atualidade do Brangus na Argentina e na região, para Bermudes; depois fechar com vocabulário simples, 2 Os progressos no sequenciamento do genoma na Pecuária, pelo Dr. Jerry destacando os objetivos comerciais da criação da ALBrangus em 2012 e como Taylor; 3 Importações e Exportações de Carne, encerramento apresentou um vídeo da ALBrangus em Corrientes 2012. A sua pelo MVZ Enrique Sánchez Cruz; apresentação satisfez às expectativas dos 4 Inovação Genômica na Indústria da Pecuária, pelo Dr. José F. García; presentes, deixando a imagem de lideran5 Comercialização da Carne no Mundo, ça da AAB como instituição e a sua missão de trabalhar em conjunto com as demais por Kevin Good; associações, ressaltando dois pilares: mon6 Seleção Genômica para o Brangus na Próxima Década, pelo PhD Rodolfo tar uma estratégia e crescer no bloco para abastecer a futura demanda mundial de Cantet. carnes de qualidade e obter canais bidirecionais para o intercâmbio de genética entre todas as associações.
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DIA 3 E 4 Quarta e quinta-feira fora os dias escolhidos para o julgamento de ambas as associações. Com juízes argentinos (Carlos Ojea Rullán e Mauricio Groppo) que tiveram destacadas atuações, o julgamento aconteceu com boa presença de público e no marco da Exposição Pecuária de Mérida, que concentra a todas as raças da região. O prédio, muito confortável, conta com uma pista coberta e contígua às arquibancadas existe uma excelente confeitaria coberta desde onde é possível acompanhar as avaliações. O
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DIA 5 prédio está nos arredores da cidade. Para encerrar a quinta-feira e depois de finalizados os julgamentos, começou o leilão dos campeões, os valores tiveram uma média de US$ 6.500 e o evento aconteceu durante a janta. Os 400 animais que concorrerem na exposição eram da genética EU. Nos reprodutores pretos foi possível observar melhor nível e biótipo mais uniforme, e no vermelho, alguns exemplares destacados e grande diversidade de biótipos (200 R e 200 N).
Na sexta-feira, a proposta era turística até a tarde, para depois terminar o dia em uma propriedade na qual aconteceu a solenidade de encerramento do Congresso e entrega de prêmios das exposições. O nosso presidente, Jaques, em representação da AAB, entregou presentes aos anfitriões de ambas as associações, como forma de reconhecimento; e num ambiente de coleguismo e nostalgia foi encerrado um congresso muito bem organizado que abre expectativas de melhora comercial, fortalecimento de vínculos e, fundamentalmente, trabalho conjunto para atingir objetivos, que na sua ampla maioria foram coin-
cidentes para todas as associações. Um dado interessante é o valor da invernada, que atualmente bate todos os recordes; um bezerro macho britânico ou Brangus bem definido é vendido entre 6 e 7 US$/kg, com destino aos currais dos Estados Unidos, demanda impulsionada pela super colheita do milho. Aqueles que não são exportados - no Sul do país - entre 3 e 4 US$, de uma qualidade que seria muito difícil vender no nosso país. A respeito das ações futuras da ALBrangus, foi feita a proposta de realizar o próximo encontro no Uruguai em 2015, e o seguinte na Bolívia, em 2016.
Reunião FIBRA - 10 de Novembro 2014 Congresso Mundial Brangus. Mérida, Yucatán. México Jorge Maldonado, Presidente da Associação de Brangus Vermelho do México faz abertura da reunião e das boas-vindas a ela no Congresso Mundial Brangus 2014. Federico Maisonnave da Associação de Brangus do Paraguai faz a tradução Espanhol-Inglês e vice-versa para que todos compreendam e a acompanhem. A seguir, Jorge e Enrique Quevedo, presidente da Associação de Criadores de Brangus do México apresentaram detalhes sobre o planejamento e execução do atual Congresso Mundial. Dizem que receberam o patrocínio do Governo Nacional. Relataram que o orçamento total para a realização do evento
foi de $800.000 (dólares americanos) e que isso foi o maior desafio, uma vez que não tinham muita ideia de quantas pessoas participariam dele. A seguir, Martín García Fernández, vice-presidente da Associação Argentina de Barngus, destacou a ideia de que a entidade deveria trabalhar para ampliar o mercado comercial e não concorrer entre as associações pelos criadores registrados nos respectivos mercados. Também disse que cada Associação e País deveriam advogar e trabalhar em protocolos sanitários para abrir os mercados com vistas à livre circulação de genética para melhorar o acesso de todos os criadores (em nível mundial). Também sugeriu
que cada país deveria pensar a forma de trocar informações e conhecimento entre elas pelo bem-estar e crescimento da raça. Buck Thomason (criador de Brangus USA) disse que os protocolos de exportação de cada país muitas vezes dependem da interpretação do funcionário de plantão nas repartições públicas. Sias Boysen, presidente da Associação de Criadores de Brangus da África do Sul sugere que a FIBRA organize um Conselho para que (este) desenvolva a sua constituição e regulamentos. Marcos Borges, presidente da Associação Internacional de Criadores de Brangus Vermelho, comentou que a mesa da FI-
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Evento
BRA era realmente esse Conselho que Boysen sugeria organizar, de forma que essa estrutura não deveria ser alterada. No entanto, esteve de acordo em organizar um marco regulamentário para que a FIBRA começasse a se desenvolver e crescer. A seguir, foram feitos vários comentários que trataram sobre a necessidade de gerar um espaço físico (por exemplo, uma página web) para abrigar a FIBRA, onde todos os países pudessem colocar toda a sua informação atualizada. Tommy Perkins, vice-presidente executivo da Associação Internacional de Criadores de Brangus (IBBA pela sua sigla em Inglês) coincidiu plenamente com o comentário feito por Martín García Fernández, de que todos os países deveriam se preocupar e tomar medidas para fomentar o intercambio genético em nível comercial e que várias associações estavam fazendo grandes avanços na conquista desses mercados, melhorando as oportunidades para o gado Brangus. Além disso, Perkins comentou que os protocolos sanitários de cada país dependem das autoridades públicas correspondentes, e que estas mudam. Tam-
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bém concordou em que a FIBRA tinha uma baixa consideração e identidade e agradeceu à Associação de Criadores de Brangus da Austrália por ter lhe entregue (antes da reunião) a informação sobre a FIBRA que está na sua página web para a sua melhor compreensão. Perkins comunicou aos participantes que, como ato de boa fé e de forma gratuita, a IBBA vai elaborar uma página web para receber a FIBRA e vai mantê-la atualizada. Por último, Perkins se desculpou com os organizadores do Congresso pela limitada participação dos criadores norte-americanos. Disse que o governo dos Estados Unidos, nos últimos dias, tinha comunicado sobre o baixo nível de segurança em território mexicano para os cidadãos norte-americanos e que isso fez com que vários não participassem do evento. Depois, Martín García Fernández aconselhou a mesa que todas as associações participantes na reunião deveriam designar uma pessoa responsável para fazer a ligação entre a página web da FIBRA e a sua associação correspondente. Também sugeriu que, uma vez que a IBBA monte e atualize a página web, transfira a responsabilidade da sua ma-
nutenção para a Associação de Criadores de Brangus da África do Sul. A manutenção da página web da FIBRA deveria ser mantida pelo organizador do próximo Congresso Mundial. Martín García Fernández sugeriu incluir neste documento os seguintes pontos: 1) Cada país deverá fornecer informação técnica (sobre a raça) para ser compartilhada entre todas as associações. Isso deveria incluir (mas não se limitar a) artigos de pesquisa, trabalhos, etc. A informação deveria ser publicada na página web, para a sua distribuição em tempo real e com acesso livre e gratuito; 2) Todos os países deverão incentivar o intercâmbio de recursos humanos entre as associações de forma que possam unificar o conhecimento e trabalho a respeito dos registros, transferências e outras regulamentações; além de promover a relação entre o staff e as suas administrações; 3) Deverá ser desenvolvida uma tabela de equivalências de homologação de variedades entre associações e os respectivos planos de criação;
Martín García Fernández todos os países deveriam se preocupar e tomar medidas para fomentar o intercambio genético em nível comercial
Evento
4) Todos os países deveriam trabalhar juntos para gerar uma avaliação genética mundial (global) para pais provenientes de cada região. A respeito da avaliação genética das fêmeas, cada país fornecerá a sua base de dados de pais, e isso será suficiente. Sem prejuízo do que antecede, cada associação contará com a sua própria avaliação genética (Dep’s) interna. Esse ponto (4) refere-se à realização de uma avaliação Genética Global “Inter-Bull”. John Rafferty, diretor da Associação de Criadores de Brangus da África do Sul destacou a importância de que todos os países se comprometam a trabalhar para gerar uma marca reconhecida mundialmente com o nome e/ou a raça Brangus. A seguir, foi solicitado a Tommy Perkins que fizesse a proposta para que os Estados Unidos fosse o organizador do Congresso Mundial Brangus 2018. Ele declarou que tem plena confiança na IBBA/IRBBA e que acredita que contam com suficiente habilidade, conhecimento e recursos para organizar um excelente Congresso Mundial Brangus, onde poderão ser incluídos vários pontos apresentados nesta reunião. Nesse
sentido, será organizada uma reunião espacial de avaliação dos progressos alcançados pela FIBRA com relação a eles. Por unanimidade se aprovou que a IBBA e a IRBBA sejam os organizadores do Congresso Mundial Brangus 2018 em território norte-americano. Jorge Maldonado esclareceu que gostaria que participassem da escolha dos campeões em pista um representante de cada delegação participante do Congresso, como se faz na Argentina (Palermo). Perkins comentou que ficou muito impressionado com a forma como foram escolhidos e apresentados os campeões na Exposição de Palermo, 2014. Marcos Borges sugeriu que seja confeccionada uma bandeira da FIBRA e que em cada solenidade de encerramento seja feita uma “Entrega de Bandeira” por parte da delegação organizadora para a delegação que vai organizar o próximo Congresso Mundial, neste caso, entre o México e a África do Sul. Sias Boysen declarou a sua gratidão a todos os participantes da reunião por terem colaborado nesta noite em favor de obter grandes progressos. A sessão foi levantada e encerrada.
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Artigo
Prosa sobre perdas e ganhos e os negócios do boi gordo
V
ou logo avisando; não esperem uma prosa melosa de fim de ano, pois só tenho a oferecer experiências pessoais e “informações de curral”, nem sempre agradáveis. Neste segundo semestre acompanhamos de forma intensa as atividades de confinamento e o mercado do boi gordo. Em agosto, o valor da arroba vendida ficou entre R$ 120,00/125,00. Com o efeito da forte seca em quase todo o país, a escalada dos preços foi firme e constante. No início de novembro os negócios atingiram R$ 145,00 para a arroba do boi gordo em SP. Ainda esperamos realizar as ùltimas vendas a R$ 150,00 até o final do mês. HAPPY OLD YEAR! GANHOS para quem se estruturou e acreditou na terminação em confinamento, atividade que fatalmente vai crescer por necessidade e resultados, conforme tratamos em prosas anteriores. PERDAS para quem não se preparou para os inevitáveis efeitos do “clima cada vez mais louco”, que vem assombrando as atividades mais extensivas. Viu seu rebanho sofrer na
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seca e colherá perdas de produtividade e rentabilidade. Aliás o assombro é grande! Os velhinhos dão testemunho da gravidade da falta d’agua no nosso interiorzão; nascentes, represas, lagos e rios secos e secando. Coisa nunca vista. A turma das cidades....sei lá. E o fogo, que lambeu com força as poucas frações de reservas naturais, matas ciliares e àreas de nascentes. Dói o coração. PERDEU a fauna, a flora e o futuro para nossa espécie. Muito sombrio. Opa!...mas voltando ao assunto do boi, segue observações sobre os negócios do “boi prêmio” nos frigoríficos aqui de SP. Proteja a canela. - Frustação com a certificação Angus. As exigências são difíceis de serem atendidas e mesmo com vontade e planejamento o resultado financeiro decepciona. PERDA. - Falta de informação e trabalho para o desenvolvimento de um programa que seja viável no Brasil tropical. É necessário um plano de aproximaçã com frigoríficos em regiões próximas aos mercados mais desenvolvidos e garantias de fornecimento de animais padronizados ao
longo de todo o ano. PERDA. - Frigoríficos usando novas marcas, tipo “Raças Britânicas” e marcas não certificadas, sem benefícios claros ao produtor. Porém demonstram um mercado “prêmio” em desenvolvimento. PERDA/GANHO. - A raça Brangus, em suas diversas composições de sangue, tem, na nossa opinião, o maior potencial para atingir o grande mercado “prêmio”. Paradigmas deverão ser quebrados é verdade, mas com objetividade e comprovações técnicas pode-se obter bons benefícios para a raça. A presidência da ABB trabalha no assunto. GANHO. Quem também PERDEU (e muito) foi o empreendedor, que trabalha com risco próprio, cria empregos, suporta impostos e custos absurdos. É responsável pela geração de capital e riqueza no país, mas viu a máquina governista “fazer o diabo” nas eleições. Agora vai ter mais do mesmo, até a economia do país colapsar de vez. Boa sorte! GANHOU quem foi prudente, não se endividou, está líquido e portanto com opções para se defender das dificuldades próximas. Boa viagem! E finalmente PERDEU quem não
acompanhou o Jornal Brangus, muito bem editado e produzido e útil aos criadores (emprego garantido, chefe?). Mas GANHOU (minha admiração) quem acompanhou nossas prosas. O Ibope apontou um crescimento expressivo no número de leitores, que agora quase podem formar um time de basquete. OBRIGADO A TODOS E HAPPY NEW YEAR!
Roberto Argollo Maciel Técnico da Associação Brasileira de Brangus
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Perfil
O outro lado do criador José Luiz Niemeyer dos Santos
N
ão convide o agropecuarista José Luiz Niemeyer dos Santos, criador de bovinos das raças Brangus e Nelore, para caçar ou pescar. Preocupado com a preservação do meio ambiente, ele proíbe a caça e a pesca em suas propriedades. De vez em quando, as pescarias até são liberadas, desde que os pescadores tenham bom senso e soltem as peças que ainda não tenham alcançado o tamanho mínimo. E nem exagerem na quantidade. “Eu não gosto, mas pescaria até pode”, afirma Niemeyer, que, junto com a irmã Olívia Augusta Niemeyer dos Santos, administra a Fazenda Terra Boa, localizada em Guararapes, pequeno município de pouco mais de 30 mil habitantes, localizado no interior de São Paulo. A Terra Boa foi implantada em área adquirida em 1948 por José Travassos dos Santos, pai dos atuais proprietários. Desde sua fundação, a fazenda foi administrada levando em consideração o impacto ambiental e social de cada decisão, preservação de cursos de água, conservação de solo, cuidados com a água consumida pelos funcionários e obediência às leis trabalhistas. Esse cuidado com o meio ambiente foi reconhecido ainda na década de 1950. “Em 1958, a Terra Boa recebeu o título de Campeã Conservacionista Regional, outorgado pela Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, devido à aplicação de boas práticas agropecuárias conhecidas na época”, destaca Niemeyer, que nasceu no Rio de Janeiro. Ele lembra que, em 2004, a Terra Boa foi a primeira fazenda brasileira a receber a certificação ambiental ISO 14.001 e três anos mais tarde, a Global G3 da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) de Sustentabilidade Genética. No final de 2012, a fazenda passou por mais algumas adequações para encaixar-se também às exigências de Boas Práticas Agropecu-
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árias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que visa o bem-estar animal, além da conservação dos recursos naturais. A Terra Boa ocupa uma área de 1.780 hectares, sendo que, desse total, 360 hectares são reserva legal, registrada em cartório há mais de 15 anos, e 200 hectares são áreas de preservação permanente. Neste ano, a propriedade foi a grande campeã do Prêmio Fazenda Sustentável, da Revista Globo Rural. “Na Terra Boa, nós reciclamos o lixo, cuidamos da água e usamos o sistema de plantio direto, entre outras práticas sustentáveis”, ressalta o agropecuarista. Niemeyer tem escritório em São Paulo e é obrigado a viajar muito para ir até a fazenda, que fica nas proximidades de Araçatuba. Se fosse possível seguir em linha reta até a propriedade, seria preciso mais de seis horas para vencer os 552,1 quilômetros. Como Niemeyer viaja muito de avião, ele vai acumulando milhas e milhas aéreas. E gasta essas milhas fazendo uma das coisas que mais gosta: viajar com a família. Esses passeios sempre costumam incluir o Velho Continente. “Viajamos muito para a Europa. Geralmente, os roteiros começam por Paris [França] e dali vamos para outros países. Mas nada é muito planejado”, revela.
O agropecuarista confessa que não gosta de cozinhar e mantém uma distância segura das panelas. Mas admite ser “guloso” e diz apreciar quase tudo, preferencialmente pratos à base de carnes, que são preparados pela sua esposa ou pela irmã. “Cozinhar não é o meu hobby, mas gosto muito de carne, mas nada de especial”, salienta. Os peixes também fazem parte do cardápio de Niemeyer, que recentemente se surpreendeu com a receita de um hotel de Ribeirão Preto, no interior paulista. “Gostei muita de uma tilápia”, diz. Agora, o fraco de Niemeyer são os doces. “Gosto muito de doces e adoro chocolate”, completa o criador, que aprecia bons vinhos e uísque. “De vez em quando, também tomo uma cerveja”, sublinha. A lida na fazenda obriga o agropecuarista a fazer uma série de atividades que exigem muito fôlego e disposição. Por isso, diariamente ele faz exercícios físicos para manter a forma. “Eu acordo e já vou para a ginástica”, observa o criador, de 76 anos. “Isso me ajuda no dia-a-dia na fazenda, onde tenho de abrir porteiras e montar a cavalo para recorrer o gado”, explica Niemeyer, que seleciona Nelore há 50 anos, e, há uma década, os bovinos da raça sintética Brangus. Quando não está trabalhando, Niemeyer gosta de assistir filmes de
qualidade, seja na TV ou no cinema. “Quando o filme é bom, eu gosto”, resume. O último título que ele viu foi “Relatos Selvagens”, terceiro longa do diretor Damián Szifrón, que é a produção nacional mais assistida da história da Argentina e estava sendo exibido em 118 salas brasileiras. “Gostei muito dessa produção argentina, é uma tragicomédia bem divertida”, elogia. Essa exigência com qualidade também é levada para a música. Niemeyer aprecia relaxar ouvindo música, especialmente música popular brasileira. “Gosto de música de qualidade e ouço de tudo, desde que não seja sertaneja”, brinca, revelando ser um admirador da cantora gaúcha Elis Regina, a pimentinha, que morreu em 1982. Outro hobby é acompanhar os jogos do Corinthians, o segundo time brasileiro com o maior número de torcedores, atrás apenas do Flamengo. Ele assiste aos jogos instalados confortavelmente no sofá da sala, mas antes costumava frequentar os estádios para ver o “timão” jogar. O agropecuarista pretende conhecer o novo estádio, construído no bairro de Itaquera. “Ainda não conheço o Itaquerão, mas ficou muito bonito. Com o metrô ao lado, ficou mais fácil ir ao estádio ver os jogos”, finaliza Niemeyer.
Eu acordo e já vou para a ginástica. Isso me ajuda no dia-adia na fazenda, onde tenho de abrir porteiras e montar a cavalo para recorrer o gado
Técnicos
Técnicos da Associação Brasileira de Brangus
João Batista de Barros Minuzzi Júnior Rua G1, 104 - Sinop (MT) CEP: 78500-013 Fone: (66) 8425 2573 (66) 9202 3563 minuzzivet@hotmail.com
Joel Scroferneker Caixa Postal 157 Cachoeira do Sul (RS) CEP: 96508-970 Fone: (51) 9975 1985 joel.necker@gmail.com
Cristiano Leal Alves Rua Severiano Amaro dos Santos 700/41 - Ribeirão Preto (SP) CEP:14021-620 Fone: (67)8122 8266 lealcristiano@terra.com.br
Gerson Valmir de Lima Rua Alameda das Hortências, 265 Bairro Portal Dourados (MS) CEP: 79826-290 Fone: (67) 9971 1247 familialima5@uol.com.br
Eduardo Salomoni Caixa Postal 242 Bagé (RS) CEP: 96400-971 Fone: (53) 9967 5919
Pedro Adair dos Santos Caixa Postal 156 Santo Antônio da Patrulha (RS) CEP: 95500-000 Fone: (51) 9837 6501 adairps@hotmail.com
Francisco Assis Borges Rua Jeribá, 1038 apto 07 Chácara Cachoeira Campo Grande (MS) CEP: 79040-120 Fone: (67) 9984 2522 chicoaborges@ig.com.br
Eldnir de Souza Alves (Alves) Rua dos Expedicionários Brasileiros, 172 - Centro Rancharia (SP) CEP: 19600-000 Fone: (18) 99748 8521 eldniralves1@yahoo.com.br
Gil Tozatti Fernandes Rua Uruguaia, 899 Santana do Livramento (RS) CEP: 97573-541 Fone: (55) 3244 1025 gtfernandes.9@gmail.com
Renato Pinto Paiva Rua Quinze de Novembro, 1.391 (loja) Uruguaiana (RS) CEP: 97500-510 Fone: (55) 9977 7281 rppaiva@uol.com.br
Luiz Marcos de Oliveira Penna Av. Afonso Penna, 4730/504 Ed. Solar dos Pássaros Chac.Cachoeira - Campo Grande (MS) CEP: 79040-010 Fone: (67) 9981 5625 nhuvai@uol.com.br
Roberto Argollo Maciel Rua Pedro Barbiere, 9003 Chácara 56 Ribeirão Preto (SP) CEP: 14093-210 Fone: (16) 99223 4509 bmaciel@uol.com.br
Renata Pereira Avenida da Saudade, 500 - apto 72 - Vila Euclides Presidente Prudente (SP) CEP: 19014-010 Fone: (18) 98131 7274 renata@brangus.org.br
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Nascida em Concórdia, Entre Ríos, a Los Corrales criou uma proposta genuína e inovadora, arraigada na tradição argentina e nos nobres frutos da terra. Com um estilo exclusivo, desenvolvemos uma linha completa de roupas de campo, artigos em couro, calçados, prataria crioula, equipamento de polo e acessórios como guaiacas, cuias, facas, chapéus, entre outros. Nossos artigos são confeccionados por artesãos que trabalham dia e noite, sempre preocupados com os detalhes, colocando seu coração em manter o padrão de qualidade dos produtos da Los Corrales.
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