REVISTA
Ago/14 - Ano I - N0 1
A MARCA DO BRAFORD BRASILEIRO
GENÉTICA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA APLICADA NO CAMPO
A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE
www.itapororo.com.br
Editorial
Foto: Felipe Ulbrich
Nononono
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6 Pitangueira, a marca do Braford brasileiro 06 Genética Pitangueira melhora a produção da carne 18 Produção de animais melhoradores 26 Pitangueira exporta sêmen e embriões 32 Touros a serviço da seleção genética 36 Pitangueira participou do Circuito Feicorte 2013 40 A palavra dos leiloeiros 42 Cavalos mais resistentes para o trabalho 46 Ovelha Crioula, rusticidade e qualidade da lã 50 Dia D, a vitrine da Pitangueira 54
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REVISTA PITANGUEIRA Julho de 2014
www.pitangueira.com.br contato@pitangueira.com.br Itaqui-RS: (55) 3433.2255 Rondonopolis-MT: (66) 3423 2688
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EXPEDIENTE Diretor Executivo Henrique Borges Editor Jairo Nether Reportagem Gustavo Paes Contato com a Redação redacao@futurars.com.br Projeto Gráfico Adelino Bilhalva Diagramação Silvio Oliveira Fotografia Alexandre Teixeira, Felipe Ulbrich e divulgação Fotos Capa
Produção
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Pitangueira
Pitangueira, a marca do Braford brasileiro
Foto: Chaleco Lopes
Grupo conquistou, por dez anos consecutivos, o título de campeão do ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford
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A
história da Pitangueira remonta ao ano de 1965, em Itaqui, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina, quando o técnico agrícola Pedro Monteiro Lopes iniciou uma lavoura de arroz em terras arrendadas. Nos anos seguintes, a lavoura de arroz, que tinha apenas 20 quadras, cresceu, e, logo, ele também estava plantando arroz em Uruguaiana (RS). Com visão empresarial, conhecimento técnico e prática adquirida no dia a dia, as áreas de arroz cresceram. Cinco anos mais tarde, Pedro Monteiro Lopes concluiu o curso de Direito na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Nesta época, já era um respeitado orizicultor, com lavouras próprias e produção destacada. Em 1975, veio a diversificação, com a invernada de bois, atividade que, por muito tempo,
foi a única forma de exploração pecuária da empresa. Em 1976, o agropecuarista adquiriu sua primeira fazenda, em Itaqui. Nascia ali, o Grupo Pitangueira. Em 1982, buscando dar mais ênfase à pecuária, o Grupo Pitangueira adquiriu uma fazenda que havia pertencido ao presidente João Goulart, em Rondonópolis (MT). Deu-se, então, início a um dos mais inovadores projetos de desenvolvimento sustentável do CentroOeste brasileiro. Na Fazenda Três Marias, a Pitangueira investiu na pecuária como atividade econômica de forma integrada e sem agressões ao meio ambiente. Ainda no início da década de 1980, o Grupo Pitangueira inaugurou sua indústria de arroz, também em Itaqui, para dar vazão e valorizar a grande produção oriunda das lavouras da empresa e de outros parceiros no município. Com a
indústria funcionando, logo surgiram as marcas próprias: Arroz Pitangueira e Pitangueira Ouro, que atualmente têm a companhia do Arroz Doray, o primeiro do país a receber certificação da Emater/ Ascar como produto livre de agrotóxicos. A seleção genética da Pitangueira começou no final dos anos 1970, com a raça Nelore Mocho, cuja produção inicial era em torno de 30 a 40 touros por ano. Já no início da década de 1980, ingressou na raça sintética Braford, em busca de um ecotipo ideal para produção de carne, que aliasse precocidade, rusticidade e qualidade de acabamento. Nos primeiros anos de produção, a oferta de touros no mercado não ultrapassava a marca de 70 animais por ano. Ainda no início dos anos 1980, a Pitangueira estreou no circuito oficial de exposições agropecuárias do RS, começando por Itaqui e Uruguaiana, e também
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Pitangueira participou da Expointer, em Esteio (RS). Hoje, a Pitangueira participa de diversas exposições nos Estados do RS, Paraná, São Paulo e Mato Grosso, além de feiras no exterior, com uma oferta de 400 reprodutores Braford, 100 Nelore e 25 Hereford por ano. Considerada um criadouro de referência na raça Braford, a Pitangueira conquistou, por dez anos consecutivos, o título de campeã do ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). Além disso, foi uma das primeiras empresas a integrar o Projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB), parceria da ABHB e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Sônia e Pedro Monteiro Lopes durante premiação aos vencedores do Ranking de Criadores da Raça Braford
MELHORAMENTO GENÉTICO O Braford Pitangueira apresenta animais de alto padrão genético adaptados às diferentes regiões climáticas do país. Resultado do cruzamento das raças Hereford e Nelore e de investimento permanente em programas de aperfeiçoamento genético, dentre eles a Conexão Delta G, associação composta por 53 fazendas de 28 empresas que foi desenvolvida para suprir a necessidade de aumento na produtividade e a eficiência econômica na pecuária de corte. O Grupo Pitangueira esteve presente, desde o início, em 1997, nos Projetos de Melhoramento Genético para fins de emissão de CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção) encaminhados pela Conexão Delta G e aprovados pelo Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa). “Eles começaram com a participação de aproximadamente 1,5 mil vacas Braford controladas e 200 ventres Nelore. Ao longo dos anos, a criação de Nelore foi sendo transferida para o Centro-Oeste
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do Brasil, ficando para o Sul a criação do Braford e a inserção do controle de animais Hereford (cerca de 200 matrizes)”, conta a médica veterinária Fernanda Varnieri Brito, do GenSys. “A Pitangueira teve uma participação ativa desde o início da formação da Conexão Delta G, contribuindo com o crescimento e solidificação do progra-
ma”, afirma a profissional. “O objetivo da empresa ao fazer parte de um programa de melhoramento genético como o da Conexão Delta G foi o de utilizar e difundir tecnologia de melhoramento genético animal a fim de produzir e incentivar a produção de animais funcionais, adaptados e produtivos que atendam às expectativas de mercado”, completa Fernanda.
Trabalho reconhecido
O pesquisador Joal Brazzale Leal, da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), na Região da Campanha gaúcha, é um admirador do trabalho da Pitangueira na seleção genética da raça Braford. “O Pedro Monteiro Lopes faz um trabalho excepcional, tem um gado de qualidade, é quem mais vende touros Braford no país e foi fundamental na seleção genética do Braford”, afirma. “Não é a toa que ele venceu, por dez anos seguidos, o ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford no Braford de argola”, completa Leal, que é muito requisitado para trabalhar como jurado da raça sintética em feiras agropecuárias. Tendo atuado como presidente do Conselho Técnico da Associação de Hereford no período em que foram dados os primeiros passos para a formação do Braford, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul destaca a qualidade genética do touro Big Brother, o principal dos oito reprodutores da Pitangueira que se encontram atualmente em coleta. “O Big Brother é o touro que, na minha ava-
liação, fez o nome da Pitangueira. É um animal muito procurado pelos pecuaristas e tem a dose de sêmen mais cara da raça”, salienta o pesquisador. O agropecuarista Carlos Viacava, da CV Nelore Mocho, de São Paulo, lembra que ele e Pedro Monteiro Lopes foram os precursores na criação de Nelore Mocho no Brasil, em 1986. “Nós começamos juntos, com animais de um amigo nosso em comum, o fundador da Guaporé Pecuária S/A, Ovídio Miranda Brito, que foi quem registrou o primeiro Nelore Mocho pela Associação Brasileira de Criadores de Nelore”, recorda Viacava.
Carlos Viacava
O pecuarista lembra que Pedro Monteiro Lopes foi seu vice-presidente na direção do Clube do Nelore Mocho e destaca o trabalho da Pitangueira na seleção genética da raça Braford. “O Pedro Monteiro Lopes faz um ótimo trabalho de seleção genética do Braford, que dá melhor resultado se for cruzamento com o Nelore Mocho”, ressalta. “Ele liderou o ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford por dez anos porque é um criador muito técnico, que está sempre buscando informações e novas tecnologias”, avalia Viacava.
Joal Brazzale Leal
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Mais que um funcionário, um amigo As histórias do agropecuarista Pedro Monteiro Lopes e do zootecnista José Humberto Braccini se cruzaram no começo da década de 1970, quando o diretor do Grupo Pitangueira arrendou as terras que pertenciam a umas tias de Braccini, na localidade de Passo do Silvestre, na divisa entre Uruguaiana e Alegrete. Às vezes, o jovem zootecnista aparecia por lá e ajudava na condução das lavouras de arroz. O gurizote foi aprovado em um concurso para a Secretaria Estadual da Agricultura do RS, onde fazia o serviço de seleção bovina. Mas, trabalhar no governo do Estado e prestar serviços para um fazendeiro incomodava Braccini. “Ele era uma pessoa muito ética e achava que ficava mal trabalhar na Secretaria da Agricultura e fazer serviço para mim, mas tinha sobra de competência, uma capacidade de trabalho incrível”, recorda Pedro Monteiro Lopes. Braccini foi convidado pelo agropecuarista para fazer o projeto inicial
José Humberto Braccini
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da Pitangueira e aceitou o convite. Virou diretor da Itapemasa Petróleo e Máquinas S/A, mas seguia prestando alguns serviços para a Pitangueira. A amizade entre os dois se fortalecia mais a cada dia. Tanto que no começo de 1999, Pedro Monteiro Lopes comprou uma fazenda no Estado de Mato Grosso e o colocou como sócio. “Ele me ajudava, era um parceiro para todas as horas, um amigo, um companheiro”, diz o agropecuarista, emocionado. Mas nem tudo sempre dava certo. Depois de uma investida mal-sucedida na Argentina, no final dos anos 1990, os dois voltaram a se concentrar no projeto da Pitangueira. O amigo inseparável ficou do seu lado, lembra Pedro Monteiro Lopes. “Ele sempre foi mais amigo do que funcionário. Ele trabalhava com um ideal, de quebrar paradigmas, gostava de desafios, que é o que nutre o homem”, elogia. Os dois, no entanto, quase sempre acertavam. As áreas próprias para o cul-
tivo de arroz na beira de rios em Itaqui estavam quase todas ocupadas. Eles resolveram tentar viabilizar as plantações em locais distantes dos mananciais, com a construção de barragens para garantir o abastecimento de água. “A Pitangueira fez mais de 15 barragens, sendo duas delas muito grandes”, salienta. Braccini e Pedro Monteiro Lopes também projetaram o primeiro projeto de irrigação de lavoura de arroz com rede elétrica. “Tinha 24 quilômetros de extensão, e ia de Itaqui até a Pitangueira”, observa Pedro Monteiro Lopes, acrescentando que outro passo importante da dupla foi a integração da lavoura orizícola com a pecuária. Braccini, o mais antigo dos cerca de 300 funcionários da empresa de Itaqui, morreu no começo de maio deste ano, depois de lutar contra um câncer. Ele deixou esposa e dois filhos. E a saudade de todos que um dia tiveram o prazer de conviver com ele no Grupo Pitangueira.
TROFÉU PITANGUEIRA Após dez anos consecutivos no topo da raça Braford - a Pitangueira liderou de 2000 a 2011 o ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) - a empresa liquidou com seu plantel de elite em 2012 e passou a vender exclusivamente animais rústicos. Com a saída do Grupo Pitangueira das pistas, a entidade criou o Prêmio Pitangueira, distinção entregue pela ABHB ao touro Braford com o maior somatório de pontos durante todo o ano. A premiação foi criada com o intuito de estimular outros criadores a participarem do ranking da ABHB, conforme o diretor do Grupo Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes. “Durante dez anos, nós fomos melhor naquilo que nos propusemos a fazer. Agora, entendemos que devemos dar oportunidades aos outros, principalmente aos criadores que estão ingressando na raça. Com o nosso afastamento, mais criadores participarão do
ranking”, destaca o agropecuarista. O primeiro Troféu Pitangueira foi entregue em 2012 ao touro Pitangueira 38-1214 Bitrem, adquirido em 50% por R$ 108 mil pela
Estância Aurora, de Uruguaiana. Em 2013, o vencedor foi o touro São Miguel 38-A135 Xerife, da Agropecuária Odair Gonzalez, também de Uruguaiana.
Sônia e Pedro Monteiro Lopes com o Troféu Pitangueira
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Carne de qualidade O Grupo Pitangueira foi pioneiro ao lançar, há 17 anos, uma marca própria para comercializar a carne que produz em total harmonia com o meio ambiente. A carne Pitangueira é produzida a partir de novilhos jovens, criteriosamente selecionados, e comercializada em bandejas com cortes nobres como picanha, vazio, maminha, costela e entrecot. Os cortes da Pitangueira podem ser encontrados na rede de supermercados Duda e nos postos Pitangueira, em Itaqui e Maçambará. A empresa não descarta a ideia de aumentar o número de cortes e atender outras cidades da região. “Com o custo do transporte seria muito difícil concorrer com outros supermercados. Nós optamos por ter carne de qualidade o ano inteiro”, frisa o engenheiro agrônomo Alcides Ramos, do departamento de pecuária da Pitangueira. A empresa obedece a uma sistemática própria e vem aperfeiçoando esse processo ao longo dos anos, segundo o diretor do Grupo Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes. A preocupação com qualidade está presente em todas as etapas e começa no campo, quando os animais são selecionados no desmame. Aqueles que são escolhidos recebem vermifugação regular e são engordados em campos melhorados ou pastagens. Os exemplares são transportados para o frigorífico em um caminhão boiadeiro adaptado, com piso revestido de borracha e laterais de madeira. “O motorista que transporta os animais trabalha na empresa há mais de 20 anos e faz esta operação com muito cuidado, para evitar esquimoses nos animais. Outra preocupação dele é dirigir devagar e sempre nas horas mais frescas do dia”, reforça Alcides. Os animais são abatidos no frigorífico Classic, de Itaqui, entre os 13 e 24 meses de idade, podendo chegar no máximo 12 - Revista Pitangueira
até os 30 meses de idade. As novilhas devem pesar entre 369 e 380 quilos, e os novilhos, entre 400 e 430 quilos. “A carne Pitangueira é produzida somente com Braford Pitangueira. Temos apenas produção própria e não compramos carne de terceiros”, ressalta o agropecuarista. Até conseguir lançar a carne com marca própria no mercado, Pedro Monteiro Lopes enfrentou muito descrédito. “Começamos como uma utopia. As pessoas diziam que não daria certo e, até mesmo os próprios clientes da empresa, não apostavam em nosso projeto”, lembra. “Mas também, não é fácil ter animais gordos o ano inteiro”, afirma o agropecuarista, reconhecendo as dificuldades para ter uma carne de marca própria. Em 2013, foram abatidos 1,8 mil bovinos. Neste ano, a meta é aumentar o número para 2 mil cabeças. E crescer, mas sempre com os pés no chão.
Alcides Ramos
Foto: Alexandre Teixeira
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Novas tecnologias a serviço da pecuária O Grupo Pitangueira acredita que para o aumento da produtividade dos rebanhos é necessário a utilização de animais com potencial genético superior, além de outros fatores importantes, como manejo sanitário e nutricional adequados. A empresa trabalha com um programa de melhoramento genético, o GenSys, da Conexão Delta G. O programa é realizado há mais de 30 anos e iniciou na raça Hereford, depois no Braford e, por último, em 1993, na raça Nelore, contando hoje com mais de 1 milhão de produtos analisados. A avaliação dos animais é feita por meio das características fenotípicas a campo, para selecionar o animal mais adaptável e as melhores condições fenóticas. Quando um terneiro é desmamado, os técnicos da fazenda fazem avaliações objetivas (peso e tamanho) e medidas subjetivas (conformação da carcaça, musculosidade e precocidade). Essa avaliação é enviada para o GenSys, que analisa os dados. “Após essa etapa, é feita uma nova avaliação fenotípica aos 18 meses. Os animais que mais se destacarem são escolhidos para serem touros, raçadores”, explica o engenheiro agrônomo Alcides Ramos, do departamento de pecuária da Pitangueira. Entre as técnicas de reprodução assistida usadas em larga escala na Pitangueira, destaca-se a IA (inseminação artificial) e a IATF (inseminação artificial a tempo fixo). Estas técnicas são ainda mais utilizadas e de maior abrangência para promover o melhoramento genético dos rebanhos. A empresa pretende montar uma central de transferência. O local escolhido para receber a estrutura ainda não foi definido, mas existe a possibilidade de o laboratório ser erguido na Fazenda Coxilha Negra, em São Borja (RS). “Hoje, a empresa já tem 60 doadoras e quase 200 receptoras implantadas. Isso acelerará o processo, vamos ganhar de 12 a 20 anos de seleção genética”, comemora o engenheiro agrônomo. A empresa conta atualmente com um re14 - Revista Pitangueira
banho de 15 mil cabeças das raças Hereford, Nelore e Braford em suas fazendas no Rio Grande do Sul. A raça sintética responde por 80% do plantel. Já no Mato Grosso, o rebanho é formado por animais das raças Nelore e Braford, sendo que a raça zebuína responde por cerca de 60% do plantel de 10 mil cabeças. Mas estes números devem mudar em breve. “A intenção é inverter estas posições em pouco tempo”, diz Ramos. “Queremos trabalhar com a raça Braford no Mato Grosso, devido a características como marmoreio, desmama de bezerro mais pesado, rusticidade e precocidade”, aponta o técnico, que trabalha há dois anos na Pitangueira. Enquanto essa relação não é invertida, os exemplares Braford da Pitangueira vendidos na Região Centro-Oeste são desmamados no Rio Grande do Sul e levados para o Mato Grosso para fazer a adaptação climática e também uma avaliação genética de sobreano. “Uma parte dos animais já está sendo produzida no Mato Grosso mesmo”, confirma o médico veterinário Eduardo Terra Peixoto, que administra a parte Norte da Pitangueira. Segundo ele, os animais ofertados pela empresa são perfeitamente adaptados ao ambiente do Pantanal, de pelo curto, boa pig-
mentação e com um biótipo mais azebuzado. O período de aclimatação dura 24 meses e a média de adaptação dos bovinos Braford é de 80%. “Nós trazemos eles na desmama, com 7 a 8 meses, e vendemos com dois anos e meio, quase fechando três anos”, explica. Antes de serem negociados, porém, todos os Braford trabalham no rebanho da Pitangueira. “Isso permite que eu veja os animais melhor adaptados ao calor, já que a região apresenta uma temperatura média de 27ºC ou 28ºC, com um calor úmido, especialmente durante o verão, que é a época das chuvas e da estação de monta”, ensina Peixoto. “Com isso, a gente não tem nenhuma reclamação e zero por cento de retorno dos touros”, completa o médico veterinário.
Eduardo Terra Peixoto
Melhoramento de pastagens No Brasil, cerca de 70% das pastagens destinadas ao pastoreio apresentam algum grau de degradação, conforme dados da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Melhorar as pastagens é um dos grandes desafios da pecuária brasileira e uma preocupação constante do Grupo Pitangueira, porque investir em reformas, adotar a rotação de culturas e realizar o manejo adequado das forrageiras aumentam as taxas de lotação e, também, o número de arrobas produzidas por hectare. A técnica, explica o engenheiro agrônomo Rubens Celso Dalenogare, visa o aumento da carga animal por hectare e ganho em produtividade com custos reduzidos de implantação e melhoramento dos campos, onde há diversas espécies de gramíneas e leguminosas de boa qualidade, porém com uma alta deficiência nutricional. “Há um excelente ganho de peso dos animais, devido à alta oferta de plantas bem nutridas, revertendo em ganho considerável para a atividade”, destaca. “A importância da técnica resulta em um melhor aproveitamento dos campos com um baixo custo de implantação, e não altera a estrutura do solo, com isso há uma melhor penetração da água e de nutrientes no solo”, completa. O melhoramento de pastagens já é realizado há alguns anos nas propriedades do Grupo Pitangueira e a técnica vem sendo
aperfeiçoada com a seleção de plantas que melhor se adaptam à região. “O tipo de adubação usada pode ser química ou orgânica à base de casca de arroz dentro de um custo-benefício que traga vantagens à atividade agropecuária, assim como a conservação do ecossistema pastoril”, explica Dalenogare. Primeiro, os técnicos fazem uma avaliação do banco de plantas existentes, cuja predominância é de gramíneas e algumas leguminosas. Após esta etapa, eles realizam uma análise de solo para verificar níveis de Ph e deficiência de nutrientes. “Utiliza-se, em média, duas toneladas por hectare de calcáreo e uma adubação química que gira em torno de 100 quilos de nitrogênio por hectare, 70 quilos de fósforo por hectare e 60 quilos de potássio por hectare no período que antecede a primavera”, frisa o engenheiro agrônomo. Também está incluída neste manejo uma roçada com a finalidade de abrir espaços e luminosidade para as plantas novas, segundo ele. “Com o aumento da fertilidade, ocorre um equilíbrio nutricional das plantas, favorecendo a manutenção da fauna e da flora predominante na região”, acrescenta o especialista. O melhoramento de pastagens é realizado em uma área de aproximadamente 3 mil hectares, distribuídos dentro das fazendas do Grupo Pitangueira. Esse trabalho de renovação em melhoramento
de pastagens nativas é realizado nos meses de setembro a novembro, para um melhor aproveitamento dos campos nos meses de janeiro e fevereiro, que é quando ocorre uma diminuição na oferta de pastos de verão, devido a pouca incidência de chuvas na região. “Com o campo adubado há uma melhor resistência contra a falta de umidade e condições adversas ao ambiente. E, para os meses de inverno, é feito o implante de pastagens artificiais de aveia, azevém, trevo e cornichão”, completa Dalenogare.
Rubens Celso Dalenogare
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Pós-venda para fidelizar os clientes No Grupo Pitangueira, o processo de venda e relacionamento com o consumidor não acaba no momento em que a venda do produto é efetuada. A Pitangueira entende que na concretização da venda é que começa o relacionamento entre empresa e cliente, já que é após a compra que o cliente poderá testar e usufruir o produto e avaliar o negócio que acabou de fazer. Ciente da importância desta relação empresa x cliente, há alguns anos a Pitangueira criou o seu departamento de pós-venda. O objetivo é ajudar os clientes que
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adquirem bovinos Braford, equinos Percheron e ovelhas da raça Crioula com a genética Pitangueira. “A empresa está disponível para ajudar o cliente que adquiriu um produto Pitangueira, seja ele um touro de 2 ou 3 anos, uma novilha de 2 ou 3 anos ou uma novilha prenha”, explica o zootecnista Everton Astrana Cafarate, que por dois anos atuou no departamento de vendas do Grupo Pitangueira. Seu trabalho consistia em assessorar os clientes para que eles conseguissem melhores resultados com os produtos adquiridos, como os touros
de dois anos, por exemplo, que, por serem muito jovens e estarem trabalhando pela primeira vez como reprodutores, precisam de alguns cuidados especiais. Atualmente, o pós-venda da Pitangueira é realizado com o auxílio de uma carteira de clientes e tem reflexo direto nas vendas da empresa. Os técnicos escolhem uma região e fazem um contato com os pecuaristas, por telefone, sendo que em média são realizadas 40 visitas por temporada, atendendo produtores no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.
Pitangueira, uma grande família Em março passado, Delson da Silva completou cinco anos no Grupo Pitangueira. Ele trabalhava na Fazenda Chalet cuidando os exemplares de elite da raça Braford até que o agropecuarista Pedro Monteiro Lopes decidiu liquidar com o plantel para se dedicar exclusivamente aos animais rústicos, em maio de 2012. Hoje, Silva trabalha na fazenda do Cortado, onde acompanha os touros que serão ofertados durante os remates do Grupo Pitangueira. “Cuido de 400 touros e de outros 600 terneiros que serão vendidos no ano que vem”, afirma. Natural de Santa Rosa, na Região Noroeste do Estado, Silva se criou em Uruguaiana,
onde aprendeu a lida campeira. “Tenho orgulho de trabalhar com o seu Pedro e os gerentes, com quem aprendo muito todos os dias”, salienta. Colega de Silva, Alberto de Oliveira, o Neto, está na Pitangueira há dez anos. Desde os 29 anos, ele trabalha como capataz nas fazendas da Fronteira Oeste do Estado. Na Pitangueira, coordena os cuidados com o gado das raças Nelore e Braford na Fazenda Chalet. “Sou do gado. Gosto muito da lida e me criei no campo”, explica Oliveira, que é natural de Itaqui. Ele diz ter muito orgulho de trabalhar na Pitangueira. “A Pitangueira é quase uma família para mim, gosto muito do meu serviço”, completa.
Alberto de Oliveira
Delson da Silva
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Genética Pitangueira melhora a produção de carne
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Criatório produz animais de alto padrão genético, adaptados às diferentes regiões climáticas do país
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om mais de 30 anos dedicado à raça Braford, o Grupo Pitangueira é sinônimo de qualidade na raça sintética, derivada do cruzamento entre o Nelore e o Hereford. A empresa de Itaqui, dirigida pelo agropecuarista Pedro Monteiro Lopes, tem em sua carteira de clientes de Norte a Sul do Brasil diversos criadores que direcionam seus projetos para a produção de carne bovina. O engenheiro agrônomo Diego Fanor Bartmann, de Cachoeira do Sul (RS), é um deles. Cliente da Pitangueira há cerca de dez anos, o jovem, de 34 anos, e o pai, Fanor Bartmann, 76, adquiriram do criatório mais de 50 reprodutores e em torno de 20 terneiras. Os dois começaram a usar a raça Braford no plantel a partir de 2002,
depois que Diego se formou engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entre áreas próprias e arrendadas são em torno de 1,2 mil hectares em que trabalham com integração entre lavoura (cultivo de arroz, soja, aveia e azevém) e pecuária, com um rebanho de que oscila ao longo do ano em torno de 1 mil a 1,2 mil cabeças, dependendo do período. “Optamos pelo Braford por acreditar no desempenho da raça e os resultados que temos obtido nos mostram que estávamos certos”, diz ele. Como trabalham com integração lavoura-pecuária, os campos mais nobres são destinados ao cultivo da soja e a pecuária acaba ficando nos campos mais duros, onde o Braford mostra que tem uma adaptabilidade muito boa.
Diego Fanor Bartmann é cliente da Pitangueira há cerca de dez anos
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“Os animais também se destacam pela precocidade, tanto as fêmeas destinadas à reprodução como os machos, que geralmente são terminados na propriedade, nas pastagens de inverno”, ressalta. “Compramos reprodutores da Pitangueira desde que iniciamos na raça e hoje podemos dizer que nosso gado tem uma base 100% Pitangueira”, diz Diego. “Optamos pela Pitangueira pela qualidade dos animais, o alto nível de seleção do plantel e por acreditar no seu trabalho e nas pessoas que estão engajadas nele”, completa. A pecuarista Vórgia Obino, de Bagé (RS), é outra antiga cliente da genética Pitangueira. Vórgia, que se divide entre a direção da rede de hotéis Obino que tem hotéis em Bagé, São Gabriel, Santa Maria e São Borja – e a criação de bovinos da raça Braford, começou a selecionar a raça em 2008 e atualmente
possui um rebanho de 1,2 mil vacas de cria e cerca de 400 fêmeas registradas. Frequentadora assídua dos leilões promovidos pelo Grupo Pitangueira, a empresária já adquiriu touros, novilhas e vacas doadoras de embrião que foram adquiridas no Leilão Pitangueira Premium. “Fomos o maior investidor da noite”, lembra a pecuarista, que possui duas propriedades, a São Jorge, na divisa entre Bagé e Dom Pedrito, e a Três Passos, em Bagé. Os produtos estão sendo usados para a produção de touros. “Formamos um plantel de 20 doadoras de embriões, sendo que nove delas são de origem Pitangueira, aliadas a vacas importadas da Argentina e algumas dos principais criatórios brasileiros, com o intuito de produzir touros diferenciados”, explica Vórgia. “Escolhemos a Pitangueira porque ela é o principal criatório de
Vórgia e Pedro Obino
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Genética Braford do Brasil que, além de genética diferenciada, faz um excelente trabalho de pós-venda e parceria com seus clientes”, elogia. O agropecuarista Astor Luiz Wallauer, de Cachoeira do Sul (RS), é cliente da Pitangueira há 14 anos. Nesse período, adquiriu diversos reprodutores da raça Braford da empresa de Itaqui. “Devo ter comprado em torno de 50 a 60 touros”, calcula Wallauer, que tem propriedades em Cachoeira do Sul, São Gabriel e Santana do Livramento. O criador usa os reprodutores para fazer repasse nas fêmeas de seu plantel, que tem hoje aproximadamente 2 mil vacas. “Os reprodutores da Pitangueira são muito bons, de altíssima qualidade”, salienta Wallauer, que também cria bovinos da raça sintética Brangus. O endoscopista Luiz Fernando Martinez Pereira, de 46 anos, da Cabanha Parnassá, de Rosário do Sul, começou a criar bovinos da raça Braford há quatro anos. Desde 2011, ele adquire produtos da Pitangueira. “Não recordo a quantidade, mas nós compramos reprodutores, ventres e sêmen”, diz ele. “Eu estou comprando os ventres para fazer uma base para o plantel da cabanha, que terá como foco a venda de touros. Faço inseminação artificial e depois o repasse com reprodutores Braford”, explica Pereira, que também cria em sua propriedade equinos da raça Crioula. A Cabanha Parnassá recém está dando os primeiros passos, mas o plantel já é formado por 120 animais, sendo 110 fêmeas. Pereira frisa que adquiriu o material da empresa de Pedro Monteiro Lopes, que seleciona a raça Braford há mais de 30 anos. “A genética Pitangueira é excelente, uma das melhores do Brasil”, observa. O criador considera os primeiros resultados “muito bons” e pretende começar a participar de exposições com seus animais neste ano. “A ideia é levar os melhores 22 - Revista Pitangueira
animais em todas as exposições da região, como Rosário do Sul, Alegrete, Santana do Livramento e a Expointer, em Esteio”, acrescenta. A precocidade, a qualidade da carne e a docilidade dos animais Braford despertou o interesse do agropecuarista José Hamilton Moss Filho, de 50 anos, que vem investindo na raça sintética desde 2008. Hoje, o criador paranaense conta com um plantel de 800 vacas Braford e outras 4 mil cabeças de gado para corte, que são mantidos na Fazenda Vaca Branca, em Guarapuava (PR), de 1,2 mil hectares. Cliente da Pitangueira desde 2009, Moss destaca a qualidade da genética. “A genética dez vezes campeã consecutiva do ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford contribui significativamente para a melhoria de qualquer plantel Braford de alta qualidade”, afirma Moss. O agropecuarista compra novilhas para cria e touros para repasse. “Como nosso objetivo final é o gado de corte em confinamento, usamos os touros e vacas do Grupo Pitangueira com comprovada aptidão para carne e rusticidade adequada ao nosso meio ambiente. Obtemos animais pesados
José Hamilton Moss (C) junto com os filhos
Luiz Fernando Martinez Pereira
Astor Luiz Wallauer
com 14, 15 meses e com a qualidade da carne Braford, agregando valor ao nosso produto final”, conclui Moss. O pecuarista Ricardo Vieira Borges, da Cabanha Santa Adriana, de São Gabriel, seleciona bovinos da raça Braford há mais de uma década. Atualmente, a propriedade trabalha com um rebanho de 600 ventres controlados pela Associação Brasileira de Hereford e Braford. “Após anos de cruzamentos alternados Hereford e Braford, em 200 foram tatuados os primeiros ventres Braford, dando inicio aí o uso somente de reprodutores Braford, com grau de sangue 3/8”, afirma Borges. O criador conta que a cabanha adquire reprodutores em diversos leilões promovidos pela Pitangueira. “A Pitangueira dá segurança ao comprador, porque ela possui resultados tanto nas pistas como produtora de genética”, declara. Os produtos da Pitangueira são usados na propriedade para produção de touros e fêmeas para o plantel. “Usamos também para venda de reprodutores, já que temos um remate anual de touros e ventres”, explica Borges. “Os resultados são bastante satisfatórios. Conseguimos bons resultados nas exposições que participamos e também retorno econômico”, completa. A Fazenda Brasil, em Porto Nacional (TO), adquiriu, há cerca de um ano, 22 reprodutores e nove fêmeas Braford do Grupo Pitangueira, de Itaqui. A escolha foi motivada pelas características da raça, como precocidade, adaptabilidade, facilidade de manejo, facilidade em ganhar peso, rendimento de carcaça, qualidade de carne e pelagem clara herdadas do Hereford. “Vemos no Braford todas essas características, mais a rusticidade do Nelore”, destaca o administrador da propriedade, o catarinense César Murilo Serpa. “Nossos animais, mesmo os vindos de Itaqui, estão muito bem adaptados às condições climáticas da nossa região”, acrescenta.
O pecuarista vem utilizando sêmen de touros Hereford sobre vacas Nelore e faz o repasse com touros Braford. “Aspiramos as nove fêmeas que adquirimos da Pitangueira, fizemos fertilização in vitro (FIV) e já implantamos 111 embriões. Superamos o nosso objetivo, que era totalizar aproximadamente 100 prenhezes”, explica. “A genética Pitangueira no Braford é o que tem de melhor no Brasil. Então, foi uma decisão natural optar pelos produtos do criatório”, diz Serpa. “A nossa relação com o Pedro Monteiro Lopes não é mais de cliente, mas sim de parceria. A intenção é produzir touros junto com a Pitangueira para comercializar no Tocantins, em 2016”, projeta Serpa. O advogado Humberto Jardim Machado, da Agropecuária Rincão da Figueira, de Dom Pedrito, adquire produtos da Pitangueira há mais de dez anos. Ele diz que costuma participar dos leilões promovidos pelo criatório de Itaqui e adquire os melhores exemplares levados à pista, especialmente durante o Heritage, em Cachoeira do Sul, e o Wolf Genética, em Dom Pedrito. “Enquanto os outros criadores gastavam em torno de R$ 8 mil, eu pagava R$ 15 mil, sempre com o objetivo de ir aumentando a qualidade do meu plantel”, afirma. O advogado, de 62 anos, explica
Ricardo Vieira Borges
Reprodutor da Pitangueira no município de Porto Nacional, Tocantins
Revista Pitangueira - 23
Genética que começou a trabalhar com uma base de fêmeas Hereford, que pertenciam a Anastácio de Oliveira Jardim, que foi criador da raça por mais de 85 anos. “Decidi cruzá-las só com touros Pitangueira, que me deram um upgrade”, ressalta. Machado frisa que os quatro reprodutores que já adquiriu da Pitangueira encontram-se para coleta em centrais de sêmen, o que comprova o alto padrão genético. “Um deles, o Big Ben, é filho do Big Brother, que é considerado o maior raçador da Pitangueira. Ele está alocado na Progen”, destaca. Os outros touros da Agropecuária Rincão são o Vintage, Don Antônio e Dom Pedrito, todos alocados para coleta na CORT, de Uruguaiana. Há 34 anos, o agropecuarista gaúcho João Ernesto Segabinazzi Trojan deixou os campos planos de Uruguaiana para trabalhar no Centro-Oeste, mas especificamente em Primavera do Leste (MT). Ele se orgulha de ser o mais antigo cliente do Grupo Pitangueira no Estado. “Mas hoje já tem criadores que compraram mais do que eu”, brinca o proprietário da Fazenda Luciana. No total, Trojan calcula ter levado para a sua propriedade em torno de 50 touros comerciais durante esse
Humberto Jardim Machado
período. “Uso os reprodutores para fazer cruzamento industrial com vacas Nelore e Braford”, diz. Os resultados têm agradado o agropecuarista. “Os resultados são ótimos, o que comprova a qualidade da genética Pitangueira”, completa. A produção é entregue para
os frigoríficos Marfrig e Agra e também para a boutique de carnes Celeiro, que paga um preço diferenciado. Como Santa Catarina tem status de livre da febre aftosa sem vacinação, o pecuarista Edson Ribeiro Colombo, proprietário da Fazenda Mãe Rainha,
Produtos oriundos da genética Pitangueira na Fazenda Brasil
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de Lages (SC), fica impedido de adquirir animais de outros Estados. O criador dribla essa dificuldade comprando sêmen ou embriões da Pitangueira. “Somos clientes do Grupo Pitangueira há bastante tempo e boa parte da nossa genética vem para uso de inseminação artificial”, relata Colombo, que vem selecionando bovinos da raça Braford desde 2001 e conta atualmente com um plantel de 500 vacas registradas. Colombo e a Pitangueira são parceiros no touro Trevo, um filho do raçador Big Brother, da Pitangueira, com a matriz Mãe Rainha 211. Trevo foi escolhido Grande Campeão da Expointer 2013, e também o animal mais pesado da última mostra de Esteio. “Com o Trevo, que pesava 1.265 quilos e tinha 50 centímetros de perímetro escrotal, pela primeira vez a raça Braford teve o animal mais pesado da Expointer”, lembra o pecuarista, de 33 anos. Por conta da legislação sanitária, após a feira, a
Estância Guatambu, de Dom Pedrito, comprou 1/3 do reprodutor, que está alocado para coleta na Maya Genética, de Bagé. O gaúcho de Jaguarão Fernando Faria Fonseca há sete anos trocou a profissão de engenheiro civil para criar gado em Goiás, na Região Centro-Oeste. Ele cria Nelore e, há dois anos, também começou a selecionar a raça Braford e, desde então, tem sido um dos principais compradores da genética Pitangueira. Fonseca conta que no dia de campo de Rondonópolis (MT), em 2012, ele adquiriu sete touros e estabeleceu um contato muito forte com Eduardo Peixoto, da Pitangueira. Além disso, estabeleceu uma parceria para adquirir um lote de embriões. No ano seguinte, ele comprou 18 novilhas e mais 50% do touro Coronel J164, que está fazendo estação de monta na Fazenda Querência, em Rio
Verde (GO). “A linhagem genética da Pitangueira é excepcional, excelente. Os animais são muito rústicos e adaptados às condições do CentroOeste e produzem terneiros precoces”, elogia o criador, que pretende vender touros Braford na região. O pecuarista Luiz Martins Bonilha Neto, de 65 anos, cria bovinos da raça Nelore em duas propriedades, localizadas em São Paulo e no Norte de Minas Gerais. Cliente do Grupo Pitangueira há cerca de 30 anos, Luiz Bonilha comprava inicialmente exemplares Nelore Mocho, mas depois passou a negociar Nelore. “Não lembro o número certo, mas comprei um grande número de reprodutores durante um leilão em Rondonópolis”, afirma o nelorista. “O trabalho do Pedro Monteiro Lopes é muito bem feito. um trabalho com muita tecnologia de ponta. Ele e as filhas são muito dedicados”, acrescenta o criador.
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Genética
Produção de animais melhoradores Genética Pitangueira também é utilizada para melhorar plantéis de elite
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A
genética do Grupo Pitangueira também é muito procurada por pecuaristas que buscam melhorar seus plantéis de elite. O criador Fernando Torres Cardoso Saraiva, da Fazenda da Divisa, de Alegrete, trabalhava com gado geral e fazia cria, recria e engorde desde 1960. Há 12 anos, porém, ele resolveu selecionar animais da raça Braford e adquiriu matrizes, touros e sêmen. “Muitos produtos foram comprados da Pitangueira, sempre com ótimos resultados”, destaca o pecuarista, de 79 anos.
No remate Pitangueira Premium, realizado em Alegrete, em 2011, para liquidação do plantel de elite da Pitangueira, o criador adquiriu três vacas doadoras. “Fizemos três coletas em 2013 e implantamos 50 embriões em vacas receptoras. Devo ter uns 50 embriões já transferidos para vacas que devem parir agora, em 2014”, conta Saraiva, que usa sêmen do touro Big Brother na inseminação das vacas de sua propriedade. A Fazenda da Divisa também se dedica à criação de ovelhas Corriedale e Hampshire Down,
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Genética
além de um plantel de éguas da raça Crioula registradas. Há cerca de três anos, a Fazenda da Divisa começou a apresentar seus animais nas exposições. Participaram da mostra de Alegrete e da Expointer, em Esteio. “Concorrendo na Exposição Agropecuária de Alegrete, nos dois últimos anos (2012 e 2013) ganhamos o Trio Grande Campeão de Fêmeas Rústicas Braford e a Melhor Fêmea Rústica de ambas exposições. Nestes trios vencedores, uma das novilhas trazia sangue Pitangueira”, salienta o agropecuarista. “Eu só tenho que recomendar o uso do sangue Pitangueira, dez vezes campeão do ranking nacional, uma das cabanhas mais premiadas no Brasil, e, que, certamente, tem contribuído para melhorar a raça Braford em todo território nacional”, acrescenta Saraiva. A Cabanha São Francisco, situada na divisa entre Quaraí e Alegrete, na Fronteira Oeste do Estado, se destaca pela seleção de bovinos Hereford e
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Fernando Torres Cardoso Saraiva
Braford. A propriedade, que pertence ao pecuarista Fernando Cavalcanti, é cliente do Grupo Pitangueira desde 2006. “Compramos uma vaca em um
leilão e sêmen”, contabiliza Cavalcanti. O criador diz que a vaca foi inseminada com sêmen do touro Big Brother e o terneiro foi Grande Campeão na exposi-
ção de Bagé, em 2013. “E a vaca 38 J212 conquistou o título de Terceira Melhor Fêmea Braford na Exposição Nacional 2013”, destaca o pecuarista. A fêmea foi adquirida para fazer transferência de embriões, segundo ele. “Durante o leilão de embriões da Associação Brasileira de Hereford e Braford vendi duas prenhezes na Expointer. Uma para Aceguá e a outra para Alegrete”, observa. “Ficamos com quatro prenhezes para nós e temos quatro animais na cabanha, sendo três machos e uma fêmea”, acrescenta. A Estância Silêncio, localizada no distrito de Harmonia, em Alegrete, é cliente do Grupo Pitangueira há cerca de dez anos. “Compramos sêmen e usamos o material para fazer o melhoramento genético do nosso rebanho”, afirma o engenheiro agrônomo Eduardo Cavalcanti Eichenberg, de 30 anos, que atua junto com o pai, Carlos Edmundo Cirne Lima Eichenberg na administração da propriedade. A empresa rural trabalha com ciclo completo de bovinos, das raças Hereford e Braford, e ciclo
completo de ovinos, das raças Corriedale e Merino Australiano, além de lavouras de arroz e soja. Estas atividades são realizadas em diferentes tipos de propriedades, localizadas na Fronteira Oeste do Estado, nos municípios de Alegrete, Quaraí e Uruguaiana. Na pecuária de corte, principal atividade da propriedade, os objetivos são a produção de machos e fêmeas Hereford e Braford para abate. Os reprodutores da Estância Silêncio são sinônimos de qualidade e rusticidade, pois são selecionados com uma forte pressão de seleção, dentro de um dos maiores rebanhos controlados de Hereford e Braford do Brasil. Além disso, a seleção dos touros e ventres está sempre alicerçada em um sistema de produção a pasto. “Um dos nossos touros, o Fórmula 1, que está em coleta na central ABS Pecplan, é genética Pitangueira”, ressalta o engenheiro agrônomo. “Ele foi Grande Campeão Braford Rústico na Expointer 2007 e foi premiado de novo na Expointer 2011. O lote composto pelos terneiros filhos do
Fernando Cavalcanti
Eduardo Cavalcanti Eichenberg
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Genética reprodutor ganharam o Campeonato de Progênie Braford”, diz o criador. Há quatro anos, o médico veterinário Raul Gonçalves Southall, de 24 anos, que é filho de um dos mais renomados criadores das raças Angus e Hereford, Alfredo William Losco Southall, começou a selecionar a raça Braford. O ambicioso projeto visa transformar a Vacacaí, de São Gabriel, em uma das mais importantes cabanhas da raça sintética. Para atingir este objetivo, Southall adquiriu 15 matrizes da Pitangueira e depois voltou às compras, negociando embriões. “Estou fazendo inseminação artificial e transferência de embriões e já tenho cerca de 50 receptoras prenhas das doadoras que comprei da Pitangueira”, enumera. “A genética Pitangueira é comprovada e o departamento de pós-venda é excelente”, elogia.
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O veterinário formado na Urcamp de Bagé já está levando os animais na Expointer. Na exposição do ano passado, Southall participou com os animais que havia adquirido da Pitangueira. Mas, neste ano, pretende levar sua própria produção à feira de Esteio. “Vamos levar os animais nascidos na propriedade”, adianta. O plantel da Vacacaí está em torno de 80 cabeças. Southall explica que optou pelo Braford pelas características como rusticidade e resistência. “Sempre gostei do Braford que é a raça que hoje o mercado está valorizando”, analisa. O pecuarista Fernando Fabrício de Faria Correa, da Estância Aurora, de Uruguaiana, adquiriu, em 2012, uma cota de 50% do touro Bitrem, o reprodutor mais caro da raça Braford. O animal, de uma tonelada, foi negociado por R$ 108 mil, o que elevou o
Raul Gonçalves Southall
preço total do exemplar para R$ 216 mil. “Entre os destaques das características do animal também está o comprimento de carcaça, daí a razão de seu apelido”, explica o pecuarista. “O Bitrem é um animal diferenciado, com características raras de se encontrar. Ele é um touro exponencial pelas suas características raciais que o Braford exige, como a expressiva cabeça, excelente pigmentação ocular, bons aprumos, correto ângulo de garrão e quase 50 centímetros de perímetro escrotal”, ressalta. O plantel Braford da Estância Aurora, localizada no distrito de Capivari, em Uruguaiana, é de aproximadamente 500 vacas em cria. Na propriedade também são criados ovinos e cavalos crioulos e cultivado arroz irrigado.
Fernando Fabrício de Faria Corrêa
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Parcerias Internacionais
Pitangueira exporta sĂŞmen e embriĂľes
Fotos: Dani Moreira
Pitangueira foi uma das primeiras empresas a integrar o Projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB), parceria da ABHB e Apex-Brasil
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A
consagrada genética Pitangueira também vem conquistando clientes fora do Brasil. Há cerca de 20 anos, a empresa exportou quatro reprodutores da raça Nelore Mocho para o Uruguai. “Vendemos quatro touros em pé, sendo que dois foram para o criador Ricardo Mattos e outros dois para a família Dutra”, recorda o diretor da Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes. Desde 2010, a Pitangueira exporta sêmen para o Paraguai e, há dois anos, também para o Uruguai. A empresa mantém uma estreita parceria com o pecuarista Fernando Mattos, proprietário da Estância La Victoria, um importante criatório da raça Braford no Uruguai, e com o criador Victor Eduardo Delmas, do Paraguai. “Nesse período, exportamos cerca de 100 doses de sêmen para o Uruguai e outras 600 doses para o Paraguai”, enumera o diretor do Grupo Pitangueira. ‘É uma realização muito grande exportar sêmen, especialmente para o Uruguai, que é o berço dessa genética no mundo”, ressalta o agropecuarista.
Existe o interesse de pecuaristas de vários países da América do Sul em adquirir animais da Pitangueira, mas as negociações são dificultadas por problemas legais, conforme Lopes. “Criadores da Bolívia, Panamá e Colômbia já manifestaram interesse em adquirir o Braford Pitangueira, o que, para nós, é motivo de muito orgulho, mas empecilhos entre os ministérios impedem que as negociações evoluam”, afirma. Mesmo assim, durante o Leilão Pitangueira Premium, que marcou a liquidação do plantel Braford de elite do criatório de Itaqui, em 2012, a Pitangueira também concretizou vendas externas, para países considerados mercados prioritários do Projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB). A iniciativa é uma parceria da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ali Mohamed Osman, do Condomínio Chaco Brahman, do Paraguai, adquiriu a fêmea Pitangueira
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Parcerias Internacionais I 27 com prenhez e bezerro ao pé por R$ 38,4 mil. Osman também comprou a fêmea Pitangueira J 03 com prenhez por R$ 16,8 mil. A parceria La Victoria Sociedade Delmas, de Fernando Mattos e Victor Eduardo Delmas, adquiriu a fêmea Pitangueira I 08 com prenhez e bezerro ao pé por R$ 16,8 mil. Ao longo dos últimos 25 anos, Mattos, que também é membro da Sociedad de Criadores de Braford e Cebú del Uruguay, entidade da qual já foi presidente, adquiriu um grande número de embriões e doses de sêmen da Pitangueira. O touro mais usado no plantel de aproximadamente mil ventres registrados da Estância La Victoria foi o consagrado reprodutor Big Brother. “Mas também usamos outros descen-
Rebanho Braford de Fernando Mattos (C), no Uruguai
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dentes, como Barão da Pitangueira e Bitrem”, lembra o pecuarista. Mattos diz que os resultados são ótimos e elogia o trabalho de melhoramento genético realizado pela Pitangueira. “Não há dúvida que falamos na melhor genética Braford do Brasil, fato este confirmado com a obtenção de dez rankings anuais consecutivos realizados pela ABHB”, ressalta. “A formação do Braford da Pitangueira origina-se num valioso e prolongado trabalho em melhoramento genético no Nelore Mocho combinado com um excelente Hereford, o que proporcionou um material de primeira qualidade dando sustento à formação de plantéis sintéticos excepcionais”, acrescenta. O Braford vem crescendo fortemen-
te no Uruguai e hoje se consolida como a terceira raça de corte no país, frisa Mattos. “Apesar da tradição conservadora do pecuarista uruguaio, cada vez mais produtores se familiarizam e adotam a raça pelas suas próprias virtudes como a rusticidade e adaptação a diversos sistemas de produção, com altos rendimentos”, elogia. Um exemplo claro desta expansão do Braford é o avanço do florestamento, que já supera um milhão de hectares, ou seja, 8% da área destinada à pecuária no Uruguai. “Neste sistema de silvo-pastoreio que o Braford melhor tem respondido e está sendo incorporado por mais produtores florestais que adotam a pecuária como atividade secundária”, completa o criador.
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Touros em Centrais
Touros a serviço da seleção genética Oito touros da Pitangueira encontram-se em coleta em centrais de inseminação artificial
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Touros em Centrais
O
Grupo Pitangueira mantém atualmente oito touros nas centrais para coleta e comercialização de doses de sêmen. Os maiores destaques, no entanto, são os reprodutores Big Brother, Bitrem Pitangueira, Pitoco e Barão da Pitangueira. O reprodutor Big Brother, que foi Grande Campeão da Expointer 2003, encontra-se atualmente na Progen Inseminação Artificial/Alta Genetics, de Dom Pedrito (RS). O diretor da Progen, Fábio Goularte Barreto, se rende em elogios ao animal. “O Big Brother é o touro mais importante da América do Sul no Braford. É um reprodutor que foi Grande Campeão em Esteio e é destaque em sumários. Trata-se de um animal excepcional que onde entrou, fez a diferença”, declara. Barreto diz que um touro vale o que ele reproduz e o fato de ele ter sido Grande Campeão na Expointer às vezes
não significa muito. “Mas o diferencial dele estar numa central de coleta é que os filhos dele são avaliados”, argumenta o diretor da Progen. Outro reprodutor da Pitangueira alocado na Progen é Pitoco, bicampeão da Expointer 2004 e 2005. Barreto observa que Pitoco é um animal mais voltado para a produção de carne e vem sendo muito utilizado por criadores do Brasil Central para cruzamento industrial. “O forte dele é a musculatura, com carcaça moderada e profunda e excelente pigmentação”, descreve. O touro Barão da Pitangueira, que foi Grande Campeão em Bagé (RS) e Pelotas (RS), em 2008, encontra-se atualmente em coleta na Maya Genética, de Bagé, e deverá entrar em coleta na ABS Pecplan. O Barão da Pitangueira é um touro Braford de ponta, com maior número de registros”, salienta o gerente de corte da Maya Genética, Juliano Aliev. “Ele é voltado para a produção de
Fábio Goularte Barreto, da Progen
Big Brother, Grande Campeão da Expointer 2003
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novilhos com alto padrão racial. Trata-se de um touro muito interessante. A procura por sêmen dele é muito boa e tudo que se produz é vendido”, encerra. Já o reprodutor Bitrem da Pitangueira encontra-se alocado na CRV Lagoa há cerca de dois anos. O touro sagrou-se campeão em todas as exposições que participou, finalizando sua carreira em pista com os mais importantes prêmios da raça: Grande Campeão Nacional e Grande Campeão na Expointer 2012. “O Bitrem é um dos principais reprodutores em coleta na CRV e vem sendo usado em rebanhos puros no Rio Grande do Sul e nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, destaca o gerente de produto Corte Taurinos da CRV Lagoa, Cristiano Leal. “É um dos melhores reprodutores do criatório Pitangueira e faz jus ao seu apelido, pois tem dois metros de comprimento corporal, somados à musculatura e precocidade de sobra”, finaliza.
Juliano Aliev, da Maya Genética
Cristiano Leal, da CRV Lagoa
Bitrem da Pitangueira Grande Campeão Nacional e Grande Campeão na Expointer 2012
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Circuito Feicorte
Pitangueira participou do Circuito Feicorte
Fotos: Dani Moreira
Empresa foi a Ăşnica que participou de todas as etapas regionais do Circuito Feicorte NFT 2013
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A
Pitangueira foi a única empresa que participou de todas as etapas regionais do Circuito Feicorte NFT 2013, evento que percorreu alguns dos principais polos de produção pecuária do Brasil. Os encontros, promovidos pelo Agrocentro (que realiza a Feicorte, em São Paulo) e a Nutrition for Tomorrow Alliance (aliança de marketing cooperativado formada por empresas da cadeia de proteína animal), foram realizados em Cuiabá (MT), nos dias 13 e 14 de março, Palmas (TO), entre 7 e 11 de maio, Campo Grande (MS), nos dias 30 e 31 de julho, Ji-Paraná (RO), de 3 a 4 de outubro, e Paragominas (PA), nos dias 7 e 8 de novembro. Em cada edição foram realizados dois dias de workshop com palestras e debates para integração dos pecuaristas com os palestrantes convidados, uma feira de negócios (com cerca de 30 expositores) com as principais empresas da cadeia produtiva da carne e um leilão. Quase 6 mil pessoas - de 18 Estados do Brasil e da Bolívia - parti-
Pedro Monteiro Lopes (D) durante a etapa realizada em Palmas (TO)
ciparam das cinco etapas do Circuito Feicorte, que passou por regiões que somam um total de 100 milhões de cabeças de gado. “Participamos, junto com a Associação Brasileira de Hereford e Braford, com o objetivo de divulgar a genética Braford Pitangueira, um animal adaptado às condições das regiões Centro-Oeste e Norte do país, visando tanto o comércio local como a exportação”, observa a diretora-executiva do Grupo Pitangueira, Clarissa Rohde Lopes Peixoto. O Circuito Feicorte foi lançado em 2012 com objetivo de difundir conteúdo de referência e levar aos pecuaristas as tecnologias disponíveis para a garantia do seu negócio por meio das empresas de destaque em cada segmento. Por esse objetivo, a Feicorte foi levada, em um formato customizado, para as principais regiões de produção de gado de corte do Brasil. Na primeira edição foram promovidas quatro etapas regionais (MT, BA, GO e MS), com a participação de 4 mil pessoas, representando mais de 17 milhões de cabeças de gado.
Clarissa Rhode Lopes e Eduardo Terra Peixoto na Feicorte 2013
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Mercado
A palavra dos leiloeiros
Fotos: Dani Moreira
Demanda para a raรงa Braford tem sido grande no Norte e Centro-Oeste do Brasil
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Mercado
N
o começo de fevereiro, o Serviço do Registro Genealógico da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) contabilizou 51 mil animais registrados em 2013. A quantidade é recorde e superou em 5 mil exemplares o melhor resultado anterior, obtido em 2008. O Braford liderou o número de registros, já que é mais rústico e se adapta melhor a todas as regiões do Brasil, conforme a entidade. A ABHB informou ainda que a demanda para a raça Braford tem sido grande em Estados como Goiás e Minas Gerais. O leiloeiro Cláudio José Pagano Gasperini, que tem escritório em Sete Lagoas (MG), confirma o bom momento da raça Braford nas regiões Centro-Oeste e Norte do país. “O pessoal está querendo encurtar o ciclo produtivo e isso o Braford consegue facilmente, agregando a carne do futuro com a rusticidade que a base zebuína do Braford consegue ter”, afirma o profissional, que é natural de Porto Alegre, mas está radicado em Minas Gerais desde a década de 1980. “Existe um mercado potencial para o Braford se expandir”, observa. Gasperini comandou o martelo no último Leilão MT, promovido pela
Paulo Horto
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Pitangueira em Rondonóplis (MT), que ofertou bovinos da raça Braford e atraiu compradores dos Estados de Mato grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. “A média foi superior a R$ 8 mil. A oferta de touros aumentou de 48 para 83 em relação ao remate do ano anterior, e, mesmo assim, o preço ainda subiu 20%”, diz Gasperini. “O que temos visto são leilões com liquidez total, o que mostra o interesse que o Braford vem provocando nos criadores. É um mercado enorme que a raça tem a conquistar neste país”, salienta o profissional, que trabalha há 24 anos como leiloeiro. O leiloeiro Paulo Horto, da Programa Leilões, de Londrina (PR), considera que a raça Braford está em um momento muito interessante. “Com uma carne de extrema qualidade, o interesse de grandes redes de restaurantes e as marcas específicas que os frigoríficos lançaram, fez com que o consumo da carne de Braford aumentasse significativamente. Ao meu ver, este será um grande ano para os criadores de Braford”, estima. Os consumidores tem buscado cada vez mais qualidade em seus pratos, e as carnes de qualidade tem invadido os mercados e as casas dos brasileiros.
Cláudio José Pagano Gasperini
Paulo Horto pondera que o Braford tem registrado uma grande procura em todo país, pois trata-se de uma raça com grande facilidade de adaptação às condições climáticas. “A Região Centro-Oeste tem sido a grande compradora dessa genética, muitos criadores têm investido pesado na raça, pois sabem que o futuro da pecuária será cada vez mais pautado em cima da carne de qualidade”, avalia. Conforme o leiloeiro, os remates da raça Braford têm sido muito ágeis e costumam ter em torno de 100 a 120 animais. “Como a raça está vivendo um grande momento, normalmente essa oferta não é suficiente para atender à demanda. Os leilões têm liquidez total e alcançam grandes médias”, acrescenta. A Programa Leilões sempre foi muito parceira de seus clientes, possui uma estrutura que permite prestar um serviço de qualidade durante os leilões e uma boa equipe de pós- venda, diz Paulo Horto. Esses fatores fazem com que os clientes, na grande maioria, fiquem muito
satisfeitos com o trabalho e continuam adquirindo animais nos leilões realizados pela leiloeira. Segundo ele, o principal leilão da raça que a empresa realizou para o Grupo Pitangueira foi o da etapa do Mato Grosso, em Rondonópolis, e a de Cachoeira do Sul. “Foram dois grandes leilões, com médias muito expressivas”, finaliza. O leiloeiro Fábio Crespo, da Crioulo Remates, de Porto Alegre, confirma que a raça Braford encontra-se em franca expansão no país. “O Brasil inteiro quer o Braford, pela rusticidade, precocidade e qualidade inigualável da carne”, afirma o profissional. Segundo ele, os leilões da raça promovidos pela Pitangueira no ano passado tiveram liquidez. “Os leilões tiveram pista limpa, não sobrou touro nem ventres. As médias foram condizentes com a qualidade dos touros. Os clientes souberam valorizar a genética Pitangueira”, observa Crespo, que comandou o martelo no leilão Wolf e Pitangueira, em Dom Pedrito.
Fábio Crespo
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Foto: Carolina Terra
Percheron
Cavalos mais resistentes para o trabalho Os Percheron inicialmente foram cruzados com éguas da raça Crioula. Recentemente, também começaram a ser cruzados com fêmeas das raças Quarto de Milha e Árabe
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Percheron
A
lém dos bovinos Braford e Nelore e das ovelhas da raça Crioula, a Pitangueira também cria cavalos da raça Percheron. A iniciativa começou há sete anos, quando foram importadas sete éguas com cria e um reprodutor. Os primeiros animais vieram da Mi Querência S.A. e Cabanha Castilla, de Paisandu, no Uruguai, mas depois uma nova leva foi adquirida da Argentina e da Cabanha do Itapororó, de Alegrete, de propriedade do agropecuarista Nestor de Moura Jardim. Animais fortes, que conseguem puxar até dois mil quilos, os Percheron inicialmente foram cruzados com éguas da raça Crioula. Recentemente, também começaram a ser cruzados com fêmeas da raça Quarto de Milha, além de experiências com a raça Árabe, depois que o criador Mário Píffero Monteiro, do Haras Mundo Novo, de Itaqui, doou seis exemplares. A ideia para os cruzamentos surgiu a partir da observação do diretor do Grupo Pitangueira. Ele notou que, em suas propriedades, os funcionários estavam ganhando peso, o que exigia animais mais fortes. “Antes, os empregados pesavam em torno de 65 quilos. Hoje, eles têm cerca de 80 quilos, mais o peso dos arreios. Os animais menores não aguentam carregar tanto peso”, destaca Pedro Monteiro Lopes. O resultado destes cruzamentos foram cavalos dóceis e de doma mais fácil que os
Joaquim Milano
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Crioulos e os Quarto de Milha. Eles suportam mais peso, apesar de não serem tão ágeis para os trabalhos campeiros. Mas destacam-se por serem mais largos do que altos e são cerca de 20% mais pesados que uma das espécies que lhe deu origem. “Eles são muito resistentes, com grande poder de tração e podem reduzir o uso de máquinas e tratores nas lavouras”, ressalta o médico veterinário Joaquim Milano. Outra vantagem do uso dos animais cruzados é a docilidade da espécie, que facilita a doma. Pedro Monteiro Lopes conta que a quantidade de indenizações por queda fez com que muitos criadores parassem com a criação de éguas e comprassem cavalos já amansados. Por isso, Pedro acredita que os cruzados, rústicos e fortes, possam conquistar uma parcela do mercado. Afinal, diminuem os riscos de acidentes nos trabalhos dos peões. “Os peões pararam de se machucar durante a doma”. Comemora o diretor do Grupo Pitangueira. Milano, que já trabalhava com equinos Percheron na Cabanha Itapororó, acompanha o projeto da Pitangueira desde o início. Durante três meses, ele ajudou a escolher os animais para a cabanha do agropecuarista Pedro Monteiro Lopes. Agora, presta consultoria e visita a propriedade a cada seis meses. “O plantel Percheron da Pitangueira é de altíssima qualidade, por-
que o primeiro reprodutor era muito bom e a seleção genética vem sendo muito bem feita”, elogia Milano, que é técnico da raça na Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC). Atualmente, o plantel de Percheron da Pitangueira é formado por 27 fêmeas e sete machos puros, além de 30 animais cruzados. Os equinos são criados na Fazenda Coxilha Negra, em São Borja (RS). Os exemplares vêm sendo aproveitados nas propriedades rurais do Grupo Pitangueira, com o objetivo de otimizar o sistema de distribuição de forragem e suplementação mineral do rebanho. A seleção genética da Pitangueira vem rendendo bons resultados nas pistas. A égua PO Princesa, de quatro anos e meio, que é considerada pelos técnicos da ANC como a melhor fêmea da raça no Rio Grande do Sul, conquistou o título de Grande Campeã e foi
escolhida a campeã da categoria durante a Expointer 2013. Antes dela, a fêmea Margot já tinha obtido o principal título na mostra de Esteio (RS). Entre os machos, o reprodutor Pitangueira RP 143 foi Grande Campeão da Expointer 2012. O projeto de Pedro Monteiro Lopes, a longo prazo, é preparar equinos para a polícia, por conta de eventos como as Olimpíadas, em 2016. Ele informa que um grupo de 60 éguas está sendo posto em cobertura com esta finalidade. A procura pelos cavalos já existe e eles podem ser comercializados por R$ 5 mil, enquanto um Percheron puro custa em torno de R$ 25 mil. “As negociações estão evoluindo”, adianta o diretor do Grupo Pitangueira. O engenheiro mecânico da Petrobras José Antônio Galarza, um dos sócios da Agropecuária Xiriscal, de Dom Pedrito, na Fronteira Oeste, adquiriu duas éguas
mestiças Percheron do Grupo Pitangueira no ano passado. A compra foi efetivada durante a última edição do Leilão Heritage, realizado em Cachoeira no Sul, no Centro do Estado. “Durante o remate, nós conversamos com o diretor do Grupo Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes, e ele nos falou que estava usando os animais para montaria. Gostamos da ideia e decidimos comprar as éguas”, diz o pecuarista. Galarza explica que as duas fêmeas Percheron foram adquiridas para serem cruzadas com cavalos da raça Crioula, criados nas fazendas Xiriscal, São Marcos e São Francisco, todas localizadas em Dom Pedrito. “Ele é um cavalo mais forte e resistente, e cerca de 10 centímetros mais alto do que um Crioulo. A intenção é aumentar a estatura dos cavalos usados na lida campeira, já que o peso dos trabalhadores vem aumentando”, explica o criador.
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Ovelha Crioula
Rusticidade e qualidade da l達 50 - Revista Pitangueira
As variedades escolhidas pela Pitangueira para formar o rebanho foram a Serrana e Fronteira
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Ovelha Crioula
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Grupo Pitangueira também se destaca na criação de ovelhas Crioulas, que é considerada uma raça local, com origem dos rebanhos introduzidos pelos jesuítas no Rio Grande do Sul, durante o século 17, e do cruzamento com outras raças importadas a partir da colonização portuguesa. Atualmente, o rebanho da Pitangueira é formado por 311 animais, sendo que 160 são fêmeas em reprodução. Os ovinos são criados na Fazenda Coxilha Negra, localizada em São Borja. As variedades escolhidas pela Pitangueira para formar o rebanho foram a Serrana e Fronteira. A maior parte dos ovinos é da variedade Serrana,
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também conhecida como Crioula Preta, encontrada principalmente no Nordeste gaúcho e Planalto catarinense. “A Pitangueira optou por essa variedade desde o início da criação, durante a década de 1980, pois ela era explorada de forma intensiva e semi-intensiva em conjunto com a lavoura em locais onde existiam limitantes para a ovinocultura”, explica a técnica em pecuária formada pela ETA (Escola Técnica de Agricultura) de Viamão (RS) Emanoelle Fiedler, que trabalha com a raça Crioula na Pitangueira desde 2009. Fatores como a prolificidade e rusticidade foram decisivos para a escolha, explica Emanoelle, reforçando que as ovelhas crioulas reproduzem
duas vezes ao ano. Mas, com o passar do tempo, a empresa também passou a usar animais da variedade Fronteira, devido à qualidade do velo. “A Pitangueira acredita no potencial das ovelhas Crioulas, por ser uma raça grande produtora de lã, com variedade natural de cores, e pela sua inerente rusticidade”, ressalta a especialista, que foi fazer um estágio na Pitangueira, se apaixonou pelas ovelhas Crioulas e não saiu mais da empresa. Emanoelle destaca ainda outra característica das ovelhas Crioulas da Pitangueira: a qualidade insuperável da carne. “Elas possuem carne com sabor diferenciado, com grande marmoreio e saudável, já que são criadas total-
mente a pasto”, salienta a especialista. A empresa comercializa a genética durante a Expointer, em Esteio (RS), no leilão Heritage, e durante todo ano diretamente com o setor de vendas da genética Pitangueira. Os compradores são pequenos e grandes produtores gaúchos. Já a lã é vendida para uma empresa de artesanato da região. A seleção genética da Pitangueira é comprovada nas pistas. Os ovinos da raça Crioula participam de exposições em Uruguaiana (RS) e São Borja e da Expointer. “A Pitangueira já conquistou o título de Campeã RGB na Expointer e venceu os campeonatos que participou nas exposições da Fronteira Oeste”, frisa Emanoelle, que estuda Medicina
Veterinária na Universidade Federal do Pampa (Unipampa) de Uruguaiana. Existem pelo menos 23 criadores de ovinos crioulos no Brasil, totalizando mais de 2,5 mil ovinos, de acordo com dados coletados pela Embrapa Pecuária Sul, que começou a preservar a raça em 1982. A grande maioria dos criadores encontra-se distribuída nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Há, porém, registros nos Estados de Mato Grosso, Mato Groso do Sul, Minas Gerais, Acre, Goiás e São Paulo. Os rebanhos, em sua maioria, são de pequeno a médio porte, com número inferior a 200 ovinos, conforme a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO).
Emanoelle Fiedler
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Eventos
Dia D, a vitrine da Pitangueira Fotos: Felipe Ulbrich
Pitangueira decidiu inverter a lógica e, em vez de levar seus animais em exposições, passou a convidar os clientes para conhecer os animais na fazenda
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Pitangueira promoverá a segunda edição do Dia D em 12 de setembro. O evento, que será a primeira ação da empresa de contato com sua clientela e com o mercado do Sul do Brasil, ocorrerá mais uma vez na Fazenda Espinilho, no município de Maçambará, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. “O evento terá uma intensa programação e esperamos receber aproximadamente 450 visitantes, entre clientes, técnicos e produtores de terneiros de várias regiões de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul”, afirma a diretora de marketing da Pitangueira, Fabiola Rohde Lopes. Em 2012, a Pitangueira decidiu inverter a lógica e, em vez de levar seus animais em exposições, convidou os clientes a conhecer os animais em sua fazenda. A iniciativa será repetida e, a exemplo do ano passado, profissionais do setor estarão presentes e apresentarão a técnica Pitangueira, destacando o manejo, a sani-
dade e a seleção genética desenvolvida em 30 anos. “O objetivo do Dia D é fazer uma apresentação dos produtos da Pitangueira aos clientes em uma época estratégica, em setembro, anterior à comercialização, que ocorrerá em outubro”, explica o zootecnista Everton Astrana Cafarate, que atuou como gerente de pecuária do Grupo Pitangueira por dois anos. Haverá ainda a apresentação de cerca de 200 exemplares Braford rústicos que, em outubro, participarão de seis leilões, em Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, São Borja, Santiago, São Gabriel e Rosário do Sul. Os clientes poderão fazer lances e, se não houver um lance superior nos leilões, os compradores não terão nenhum custo adicional, seja de comissão ou frete. Para esta edição, a Pitangueira fez uma parceria com a Programa Leilões, a leiloeira do Leilão Heritage, que estará presente no evento. “Haverá ainda a possibilidade de a pessoa fazer o pré-
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Eventos
Fabiola Rohde Lopes
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-lance online até a data do evento”, adianta Fabiola. A programação do Dia D também prevê sorteio de mil doses de sêmen e 50 embriões. O maior cliente da Pitangueira – o nome será divulgado durante o evento – receberá uma premiação – provavelmente em produtos Pitangueira. “É surpresa”, brinca Fabiola. Além dos bovinos, também serão apresentados cavalos Percheron e ovelhas da raça Crioula. “A nossa expectativa é muito boa, pois a Pitangueira sempre teve o apoio e foi prestigiada pelos seus
clientes”, completa a diretora de marketing da Pitangueira. Em 2012, o médico veterinário Lissandro de Paula Bayer, de São Borja (RS), foi o primeiro comprador do Dia D. Pelo programa de pré-lance, ele adquiriu o touro Braford tatuagem K390. O veterinário desembolsou R$ 5,5 mil para comprar o reprodutor, que tinha dois anos à época, apostando na qualidade genética da Pitangueira. “Dei o pré-lance no dia do evento porque já conhecia o Pedro Monteiro Lopes, o Cafarate e o trabalho da Pitangueira,
que liderou o ranking da Associação Brasileira de Hereford e Braford por dez anos consecutivos”, destaca. Bayer, que até seis anos criava gado geral, está usando o reprodutor que comprou no Dia D em repasse de IATF (inseminação artificial em tempo fixo) de vacas cruza Braford na Fazenda São Francisco, localizada no distrito de Rincão dos Paula, em São Borja. “Ainda não vi o resultado, mas a expectativa é muito boa”, diz ele, otimista, que promete voltar este ano para acompanhar a oferta de animais no dia de campo da Pitangueira.
Lissandro de Paula Bayer
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Agenda
Agenda Pitangueira Heritage - 11/10/14
Leilão MT - 13/08/14
• Leilão que se caracteriza pela maior oferta anual de touros e ventres que a Pitangueira coloca em pista, sendo esses animais top 3 % da seleção de mais de 1 mil ventres desmamados da safra anual da empresa. • Leilão com abrangência nacional (canal rural). • Maior oferta da empresa de touros de 2 e 3 anos. • Vendas para o PR, MS, TO e RS.
• Leilão que demonstra a adaptação do Braford Pitangueira no Brasil Central e a grande capacidade de expansão para qualquer região, incrementando a produtividade com qualidade de carne, promovendo a sustentabilidade econômica dos sistemas de produção das diversos ambiente desde que trabalhamos com animais selecionados (Braford Pitangueira) para esta adaptabilidade. • Vendas para MS, MT, GO, TO e MG.
Wolf - 24/10/14 • Animais ofertados selecionados pelos seus índices com diferencial de performance pelos seus dados de avaliação com um ótimo biótipo. • Clientes que buscam animal com dados positivos e CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção).
Esse é o mais novo remate! Em 2013 tivemos recém nossa segunda edição e que já mostra que Santiago é um mercado promissor com excelentes expectativas.
Entre Amigos Um dos mais tradicionais eventos de venda agropecuária de Itaqui, no qual participamos como convidados há vários anos.
Criadores de Genética Reunida - 23/10/14 Braford- 08/10/14 Esse leilão já marcou seu espaço na feira de São Gabriel devido ao competente trabalho do parceiro Celso Jaloto, que sempre apresenta um evento organizado, e também por causa da padronização dos animais ofertados.
Aliança Genética - 09/10/14 Foi um remate que surgiu de uma verdadeira “aliança” de amigos que criam raças distintas: Braford, Brangus, Hereford e Angus. Uma fórmula que deu certo e, que por ter essa diversificação de produtos, reúne grande publico.
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Wolf e Pitangueira Santiago - 10/10/14
Um leilão já renomado em Rosário do Sul e região e que reúne um grande número de produtores com uma extensa oferta de animais Hereford e Braford de boa qualidade.
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