MAI 2020 | Nº 01
BOLETIM ESPECIAL SEBRAE AMAPÁ
Impactos do coronavírus nos pequenos negócios do Estado do Amapá em faturamento e a mobilização das MPEs para enfrentar a crise. Com essa pesquisa pode-se observar que, as pequenas empresas, na maioria, vão precisar de apoio e de políticas que possam, em curto prazo, proporcionar a retomada do negócio, sem endividamentos empresariais desnecessários. Apoio na área de gestão, pois a oferta de financiamentos deverá ser alta. Contudo, quantas estão preparadas para recebê-los? Principalmente recursos de curto prazo. Alguns empreendimentos
deverão voltar ao patamar inicial do negócio, começar de novo e talvez do jeito certo, com mais maturidade empresarial. O isolamento social, com certeza, está criando na sociedade novas necessidades, fato este que permitirá a detecção e modelagem de tendências e, principalmente, o fortalecimento dos canais de apoio a difusão do empreendedorismo por oportunidade.
Iraçu Colares Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Amapá Waldeir Garcia Ribeiro Diretor Superintendente do Sebrae Amapá Bruno Ricardo da S. Castro Gerente da Unidade de Soluções Inovadoras e Competitivas
Marciane Costa do Espírito Santo Diretora Técnica do Sebrae Amapá
Jenane Gomes Penha Moraes Vanusa Regina M. Collares Analistas de Negócios da UNIC
Marcell Houat Harb Diretor de Administração e Finanças do Sebrae Amapá Richard Batista Maia Consultor Técnico
Boletim elaborado pela Unidade de Soluções Inovadoras e Competitivas - UNIC com base na pesquisa realizada pela Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional que mensurou o Impacto do Corona Vírus nos Pequenos Negócios.
Pesquisa realizada pela unidade de gestão estratégica do Sebrae Nacional com mensurações no período de 19 a 23 de março e a outra de 03 a 07 de abril de 2020.
1
Variação percentual do volume de vendas dessa última semana em relação a uma semana em tempos de normalidade. (Média por região).
67%
70%
69,30% 62,40%
60%
Amapá
Norte
Brasil
50%
40% 67%
31,90% 62,40%
21,10% 69,30%
40%
Aumentou Diminuiu
40%
Aumentou
31,90%
30%
Podemos observar que no país inteiro houve queda no faturamento em mais de 60%. No Amapá não foi diferente, mas o que chama atenção é que existem depoimentos de que também ocorreu aumento de vendas em alguns segmentos de pequenos negócios, e esse aumento foi superior à média da região norte e nacional. Por ser um estado quase isolado, esse fato pode ter ocorrido por causa dos estoques das empresas que ainda perduravam no início dos efeitos da pandemia em solo tucuju. Como co n s e q u ê n c i a d a s p r i m e i r a s m e d i d a s
2
80%
Diminuiu 21,10%
20% 10% 0%
Amapá
Norte
Brasil
mitigadoras dos efeitos do novo coronavírus, houve uma aceleração do consumo de determinados produtos, principalmente daqueles ligados a necessidades essenciais como alimentos e produtos hospitalares, e isso pode ter ocasionado a variação acima da média no percentual de vendas no período mensurado para alguns dos segmentos.
Foi perguntado: quais os itens de custo que mais pesam no seu negócio no dia a dia? (admite mais de uma resposta por pesquisado).
Custo com matéria-prima Custo com pessoal Custo com aluguel Custo com impostos Empréstimos/dívidas Outros
Amapá
Norte
Brasil
43% 48% 19% 19% 43%
47,30% 39,20% 36,10% 29,40% 42,10% 14,10%
43,70% 41,60% 44,40% 37,10% 39,80% 13,60%
60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
o st Cu
Amapá Norte
m co
ia ér at m o st Cu
m co
l oa ss e p o st Cu
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l ue ug l a o st Cu
m co
s da ívi d o/ tim s é pr Em
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Brasil
Fonte dos dados deste boletim: DATASEBRAE – UGE – SEBRAE/NA | Modificada por Richard Maia. Consultor SEBRAE, em 12.05.20.| https://datasebrae.com.br/corona/
2
Na questão anterior, duas informações chamam a atenção para os custos das despesas de empresas amapaenses:
1
Custo com pessoal. Esse é o maior custo
2
Custos com matéria-prima e empréstimos
declarado na pesquisa pelos amapaenses, mais estão empatados. Chama atenção principalmente de 6% superior à média nacional. Com certeza por os empréstimos, pois ele é maior que a média se tratar de empresas do setor de comércio e regional e nacional. Significa que as empresas serviço que são muito dependentes de mão-de- amapaenses trabalham praticamente para pagar obra, e são a maioria no Estado.
empréstimos e seu nível de endividamento tende a ser elevadíssimo.
3
Como o seu negócio está sendo afetado, até este momento, pelo coronavírus em termos de faturamento mensal? Amapá
Norte
Brasil
Aumentou Diminuiu Permaneceu igual
5%
3,30%
2,50%
90% 5%
90% 2,30%
89,20% 3,20%
Não sabe ainda/não quis responder
0%
4,30%
5,19%
100% 90% 80% 70% 60% Amapá
50%
Norte
40% 30%
Brasil
20% 10% 0% Aumentou
Diminuiu
Permaneceu igual
Não sabe ainda/não quis responder
Podemos observar que o estado do Amapá tem A p e n a s 5 % d o s p e q u e n o s n e g ó c i o s impacto semelhante ao restante do país. Para e n t rev i st a d o s m a n i fe st o u a u m e n t o n o 90% dos entrevistados houve queda no faturamento e 5% manutenção em suas faturamento, percentual semelhante na média receitas. Não apresentando grandes destaques regional e pouco abaixo em nível nacional. no período pesquisado.
3
4
Número de pessoas ocupadas na empresa atualmente (familiares, empregados fixos e temporários formais e informais): Média 8 6
6,8
6,2
5,5
4 2 0
Amapá
Norte
Brasil
Os pequenos negócios amapaenses, na média, custo declarado. Podemos inferir a partir disso são os que menos empregam na comparação que os salários pagos no Estado são maiores que entre a região norte e a média nacional. No item nas demais regiões, e isso impacta diretamente nº 2, o fator mão-de-obra é o que apresenta maior na elevação desse indicador.
5
Você precisa (rá) pedir empréstimos para manter seu negócio/empresa em funcionamento sem gerar demissões? Sim
Amapá Sim Não Não sabe
Norte
Brasil
57,10%
60,10%
54%
60%
19,10% 23,80%
11,10% 28,80%
14,60% 31,40%
50%
Nesse item, percebemos que mais de
Não sabe
57,10%
60,10% 54%
40% 30%
50% das empresas do país precisam
20%
buscar recursos para não demitir, mas
10%
chama atenção que na questão nº 2 o
0%
item empréstimos apresenta a média de
Não
70%
28,80%
31,40%
23,80% 19,10% 11,10%
Amapá
Norte
14,60%
Brasil
41,63% de impacto nos custos das empresas. Por si só, já é um percentual muito alto. E as empresas, ainda buscarão mais recursos de terceiros? Nesse momento, deverá existir uma grande análise do impacto desse empréstimo nos resultados previstos pela empresa e, principalmente, se o endividamento através desse mecanismo será de fato uma solução ou aumento do problema que já é grave pelo qual os pequenos negócios do Amapá estão submetidos.
4
6
Por quanto tempo o (a) Sr (a) acredita que possa manter seu negócio, sem fechá-lo permanentemente, com as restrições de movimentação de pessoas adotadas até agora? Amapá 43% 24% 19% 14%
Até 1 mês De 2 a 3 meses Mais de 3 meses Não sabe
Norte 33,30% 28,60% 17,20% 20,90%
Brasil 35,80% 29,60% 14,70% 19,90%
Nessa questão, um percentual das empresas entrevistadas declara que até três meses podem suportar as medidas restritivas. Mas, no Estado do Amapá, 43% - a grande maioria -,
declara que não suporta mais de um mês. Ações devem ser pensadas, imediatamente pelas instituições públicas e privadas para suporte e amenização dos efeitos da crise nas pequenas empresas. Para muitas delas, já pode ser tarde. 50% 45%
43%
40%
33,30%
35%
35,80%
30% 25%
28,60% 24% 29,60%
Amapá 19%
20%
20,90% 17,20%
15%
14%
Brasil 19,90%
14,70%
10%
Norte
5% 0% Até 1 mês
7
De 2 a 3 meses
Mais de 3 meses
Não sabe
Sua empresa mudou de funcionamento com a crise? A partir da questão 7 passamos para uma avaliação entre efeitos nos pequenos negócios da Região Norte em comparação ao resto do Brasil. Dados coletados no período de 03 a 07 de abril.
Decidimos fechar a empresa de vez Interrompemos o funcionamento temporariamente Sim, mudamos o funcionamento Não mudamos a forma de funcionar
Norte
Norte 3% 51% 39% 7%
Brasil 4% 59% 30% 7%
Brasil
70%
59%
60%
51%
50%
39%
40%
30%
30% 20% 10%
3%
7%
4%
7%
0% Decidimos fechar a
Interrompemos o
Sim, mudamos o
Não mudamos a
empresa de vez
funcionamento
funcionamento
forma de funcionar
temporariamente
Observamos que a decisão estratégica mais aplicada foi a i n te r r u p ç ã o te m p o r á r i a , porém, em muitos casos essa interrupção não suportou o período de isolamento social aplicado até agora, tendo como consequência a adaptação ao novo formato social e inserção de mudanças na forma de funcionamento do negócio. Uma das vantagens das micro e pequenas empresas é a facilidade de adaptação ao mercado e/ou até mesmo reinvenção de sua forma de atuar. Por isso, observa-se que 39% de empresas mudou o funcionamento.
5
8
Qual a mudança do funcionamento? (admite mais de uma resposta por pesquisado) Norte 16% 9% 5% 56% 29%
Teletrabalho (home office) Rodízio de funcionários Drive thru Horário reduzido Apenas para entregas ou on-line
Brasil 22% 15% 6% 41% 42%
Com a necessidade de modificação em seu formato de funcionamento, também ficou evidente a adoção de medidas mais bruscas e outras procurando atenuar os efeitos imediatos sobre as empresas. O modelo de trabalho home office foi
adotado por um percentual relevante, porém, como exige uma estrutura maior de algumas empresas para adaptação e isso está diretamente ligado ao número de colaboradores, a maioria dos empreendedores optou inicialmente pela redução do horário e em alguns casos passou a operar apenas com entregas ou atendimento on-line. Empresas especialmente do segmento de alimentação fora do lar, tiveram mais do que nunca que exercitar a reinvenção e implantar o serviço de delivery para que a queda em seu faturamento fosse pelo menos atenuada. Norte
Brasil 56%
60% 50%
42%
41% 40%
29%
30%
22% 20%
16%
15% 9%
10%
5% 6%
0% Teletrabalho
Rodízio de
(home office)
funcionários
Drive thru
Horário
Apenas para
reduzido
entregas ou on-line
9
Interrompemos o funcionamento temporariamente Decisão da empresa
Determinação do Governo
90%
79%
80%
73%
70% 60% 50% 40% 30%
27% 21%
20% 10% 0%
Norte
Brasil
A interrupção temporária declarada por 73% das empresas da região Norte na pesquisa, foi para atendimento as medidas restritivas impostas pelo poder público como forma de prevenção ao contágio do novo coronavírus. 27% foram de empresas que não possuem estrutura e não suportam um período de isolamento social. O número de microempresas e empresas de pequeno porte preparadas para suportar interrupção temporária é bem pequeno. Na região norte, muitas empresas estão há mais de dois meses com seus estabelecimentos parados (pesquisa realizada entre 03 e 07 de abril). Provavelmente não irão mais funcionar ou, após essa pandemia, os empreendedores tentarão retornar adaptados à nova realidade econômica da região e do Brasil.
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