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Apresentação

Segundo a determinação do Ministério da Saúde, a COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, que apresenta sintomas clínicos variando de infecções assintomáticas a quadros graves. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a maioria (cerca de 80%) dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos ou com poucos sintomas e, aproximadamente, 20% dos casos detectados requer atendimento hospitalar por apresentar quadros mais graves provenientes da doença. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou, em março de 2020, os primeiros casos do coronavírus no Estado, a partir de então, a contaminação foi ganhando espaço. Em abril do mesmo ano, o uso de máscaras se tornou obrigatório por toda a população nos 385 municípios baianos que reconhecem o estado de calamidade pública. No início de julho, a lei nº 14.019/2020 foi publicada no Diário Oficial da União, no qual reforça que as máscaras podem ser artesanais ou industriais, desde que sigam as recomendações do Ministério da Saúde.

Em um contexto de uma sociedade envolvida em uma pandemia, o artesanato, por meio das máscaras artesanais, se coloca como uma alternativa viável de conectar pessoas e, estas, poderem realizar tarefas simples do dia a dia. É o grande contrassenso da globalização e de um mundo superacelerado, no qual o contato físico precisou ser substituído por conexões virtuais e digitais. Assim como nos primórdios, no qual o artesanato eclodiu nos primeiros artefatos para suprir as demandas da humanidade tanto na vestimenta quanto nos utensílios básicos utilitários, inclusive de caça, o artesanato retoma o seu papel social e, como resposta, atende à necessidade momentânea, utilizando os recursos disponíveis. O “start” de um recomeço surge pelas mãos, na confecção de um artefato que se intitula como uma barreira física de propagação da COVID-19, no qual as autoridades estimulam a produção de máscaras artesanais, como uma maneira estratégica de atender e suprir o grande volume decorrente.

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Nossa baianidade, miscigenada de tradições de múltiplas expressões históricas, culturais, religiosas, geográficas e simbólicas que contextualizam a nossa origem, ganha novo suporte e se adéqua numa perspectiva de novas utilidades. Os saberes tradicionais se transfiguram em fazeres, articulando passado e presente, se adaptando às novas necessidades. O olhar do artesão simbólico, pertencente nos diferentes territórios, expressa sua matriz cultural ou técnica aplicada, muitas vezes com a carga genética dos seus antepassados, refletem suas manifestações criativas e interpretativas nessa coletânea de máscaras artesanais que se subdivide em dois potenciais grupos.

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