| Versão impressa ‑ 250 mil exemplares # 314
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Matheus Muniz, da confecção Slave Wave: vendas por WhatsApp e foco na produção de máscaras
REINVENTAR-SE É POSSÍVEL
Com muita criatividade e cuidado redobrado com as finanças do negócio, empreendedores conseguem fazer diferente durante a crise do coronavírus Pág. 6 A força do marketplace Elo7 durante a pandemia Pág. 3
Como os profissionais do bem-estar atuam de longe Pág. 4
Distanciamento social incentiva clubes de assinatura Pág. 10
2 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Tudo já mudou TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor
O cenário em que vivemos hoje, após quase três meses de isolamento social no Brasil devido à crise do coronavírus, é de incertezas. Ainda não sabemos quando teremos a “normalidade” de volta ou se mesmo conseguiremos retomar a vida tal qual era antes. Eu arrisco dizer que não: mesmo que a pandemia seja transitória, as transformações provocadas por ela vão permanecer. Embora muitas dessas mudanças possam tornar nosso cotidiano mais difícil, creio que a maior parte delas será positiva. É esse o caso da transformação digital. As mudanças já estavam em curso, com a utilização dos meios digitais para bater papo, trabalhar, comprar, vender, aprender, ensinar, meditar, fazer exercícios ou uma consulta médica. Só que em outro ritmo. A realidade da pandemia fez com que as experiências no mundo digital tivessem que ficar prontas “para ontem”. Pequenos negócios, mesmo em setores mais tradicionais, tiveram de aderir ao universo digital para não perder receita ou para minimizar os prejuízos da queda do fluxo
de clientes. Não só as plataformas de venda tiveram de ser aperfeiçoadas, mas também a própria presença das empresas nos canais digitais. O perfil no Instagram passou a ser a nova fachada da loja. E isso é ótimo. Diversas entidades e empresas têm, inclusive, protagonizado ações nesse sentido, como as parcerias entre Sebrae e Magalu, que abriu sua “loja” para inclusão de pequenos negócios, e entre Faesp e Sebrae, com o desenvolvimento da Pertinho de Casa, uma plataforma digital que conecta produtores rurais, empresários e consumidores, por meio de uma ferramenta de georreferenciamento. Isso nos leva a outra lição aprendida nesses meses de quarentena: a importância da rede de apoio aos pequenos negócios e da colaboração entre empreendedores. A angústia e a desesperança são sentimentos naturais em um momento tão delicado, mas o fato de saber que há outros empreendedores, associações e entidades empenhadas em não deixar os pequenos negócios à deriva traz um grande alívio.
Nesse contexto, o papel do Sebrae se torna ainda mais relevante – e é isso que está guiando o trabalho de nossos colaboradores. Assim como foi preciso mergulhar no mundo digital para ganhar um respiro, é o momento de fazer um raio-X do negócio e ser mais assertivo no cuidado com as finanças. É hora de rever custos, buscar novos fornecedores, repensar o gerenciamento de estoque, cortar desperdícios. O que deve guiar os pequenos negócios nesse momento é, também, a educação financeira. A gestão eficiente é essencial para melhoria do trio de ‘idades’: produtividade, competitividade e longevidade de seu empreendimento. Estou certo de que, apesar de todo o trauma, a pandemia vai nos deixar ensinamentos valiosos. Ainda que distantes fisicamente, o sentimento de união é o que está fazendo os pequenos negócios resistirem e se reinventarem. Contem com o Sebrae, busquem nossos canais de atendimento, saibam que estamos presentes. Sobreviveremos e seremos melhores.
Destaques Sebrae firma parceria com Magazine Luiza para e-commerce de pequenos negócios O Sebrae e a rede varejista Magazine Luiza firmaram parceria para ajudar os empreendedores durante a pandemia de coronavírus. A iniciativa proporciona aos pequenos varejistas acesso à plataforma do Parceiro Magalu (parceiromagalu.com.br), um ambiente digital que inclui novos canais de vendas por meio do site, marketing, logística de entrega, ferramenta de faturamento e instrumentos de análise de dados em tempo real para gestão da loja, entre outros benefícios. A medida busca facilitar o ingresso dos empreendimentos de menor porte na economia digital e ajudá-los a enfrentar a queda nas vendas. Com a parceria, o Sebrae disponibiliza sua capilaridade no território nacional
e know-how de capacitação, consultoria e inovação tecnológica para os pequenos negócios, preparando-os para o mundo digital. Os clientes do Sebrae receberão um diagnóstico de maturidade para e-commerce, orientação sobre os benefícios do marketplace e estratégias para alavancar as vendas, orientação sobre como vender mais como parceiro Magalu e capacitação em gestão de loja online. Além disso, será oferecida consultoria em estratégias digitais, composta de uma consultoria de gestão, envolvendo temas como precificação, estoque, fluxo de caixa, logística, ceritificação digital. A iniciativa também inclui consultoria tecnológica (Sebraetec), relacionada ao cadastro da empresa na plata-
forma, fotografia, cadastro e descrição de produtos, bem como divulgação nas redes sociais. Para participar, o empreendedor precisa ser optante do Simples Nacional (MEI, micro ou pequena empresa) e ter um CNPJ ativo há pelo menos três meses, estar habilitado a emitir nota fiscal digital, ter uma conta corrente do CNPJ e contar com uma certificação digital. A adesão à parceria é gratuita. Na operação, será cobrada uma comissão de 3,99% sobre as vendas até o mês de julho. A partir daí, o porcentual da comissão volta ao valor original de 15%. A pré-condição é que sejam produtos que os Correios possam entregar, ou seja, com menos de 30 quilos.
A parceria será realizada inicialmente em Pernambuco e São Paulo, como projeto-piloto. Depois, será expandida para um Estado em cada região do país e, por fim, sendo consolidada no restante do País.
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Entrevista do mês
O e-commerce dos criativos Com 130 mil participantes ativos, o Elo7 se consolidou como o canal de vendas de produtos autorais Divulgação
C
riado em 2008, o marketplace Elo7 faz a ponte entre consumidores de produtos autorais, ou seja, artesanais, e empreendedores de todo o Brasil. A plataforma chega aos seus 12 anos de existência com 130 mil vendedores ativos em mais de 3,8 mil cidades do País. O balanço da sua primeira década mostra que, desde sua fundação, o Elo7 apresentou crescimento de 40% ao ano. Atualmente, o site soma 230 milhões de pageviews, 21 milhões de visitantes ao mês e 7 milhões de produtos anunciados. “O Elo7 sempre teve como objetivo unir vendedores e compradores de todo o Brasil, para que ambos se encontrassem de forma online independentemente das fronteiras geográficas. Essa sempre foi a demanda mais intensa dos lojistas: conseguir chegar aos compradores de diferentes Estados e cidades do País”, afirma o engenheiro de produção e CEO do Elo7, Carlos Curioni. “Desde o nascimento do marketplace, foram mais de 30 milhões de produtos vendidos e que fizeram casamentos, nascimentos, aniversários, casas novas e inúmeros outros momentos serem ainda mais especiais”, completa Curioni, que conversou com o Jornal de Negócios. Como surgiu a ideia de criar o Elo7? O Elo7 foi criado para ser o canal de divulgação e vendas de pequenos empreendedores criativos como artesãos, designers e estilistas que buscam expandir o mercado para suas criações, mas não tinham nenhuma plataforma dedicada a esse segmento. Desde então, todo o desenvolvimento de produto e divulgação permanece focando nesse propósito que viabiliza ao pequeno produtor viver de seu talento e suas criações. Como é o modelo de negócio? Os vendedores se cadastram na plataforma, criam uma loja própria, cadastram seus produtos e estão
O que deve fazer quem anuncia no Elo7 para se destacar? A parte básica refere-se ao produto vendido: foto, descrição e preço de acordo com um posicionamento são fundamentais. Mas o verdadeiro diferencial para vender bem e se destacar no Elo7 está no atendimento. Desde o primeiro contato até perguntar ao comprador como foi o evento em que o produto foi usado: esse é o grande segredo que faz do Elo7 um lugar único para se comprar produtos personalizados.
Carlos Curioni, CEO do Elo7: objetivo é unir vendedores e compradores independentemente das fronteiras geográficas
aptos a vender. O Elo7 é remunerado pela venda com uma comissão que varia de 6% a 18% dependendo do tipo de anúncio selecionado. Não há custo fixo ou mensalidade para manter a loja no Elo7.
Para isso, desenvolvemos ferramentas específicas, como a tecnologia Talk7, um chat integrado aos passos de compra, disponíveis para compradores e vendedores concluírem suas transações.
Além do tipo de produto, qual a diferença do Elo 7 para outros marketplaces? A maior diferenciação do Elo7 é a conexão humana que existe entre compradores e vendedores. Diferente de e-commerces e marketplaces tradicionais, que vendem produtos catalogados e massificados, o Elo7 vende produtos que são personalizados para ocasiões especiais dos compradores. Essa personalização passa por uma comunicação fluída entre compradores e vendedores.
Como foi unir ambiente digital e artesanato? Foi natural, apesar do antagonismo aparente entre esses termos. Nossos vendedores são criativos, empreendedores e conectados. Esses vendedores, mesmo 12 anos atrás, já usavam as redes sociais e canais digitais para divulgar seus produtos. O Elo7 veio para oferecer uma ferramenta ainda melhor e mais especializada para esse fim. O casamento foi imediato.
Com a pandemia de coronavírus, houve mudança de perfil de quem vende no Elo7 ou dos produtos anunciados? Houve uma mudança importante na demanda em dois grupos. Algumas categorias relacionadas a eventos, como festas e casamento, tiveram queda, enquanto que categorias como produtos para o segmento de bebês e decoração apresentaram aumento. Nossos vendedores estão reagindo muito rápido a essas mudanças. Por fim, com os impactos do momento, há uma oportunidade grande para vendedores com capacidade de produzir máscaras de tecido. Há alguma ação prevista para um futuro próximo, já pensando na retomada da economia, após a crise passar? Entendemos que qualquer negócio digital vai se beneficiar no médio prazo. Há uma quantidade muito grande de pessoas que estão tendo sua primeira transação online nesse momento. Inclusive, percebemos isso no site, com um número grande de novos compradores. Oferecendo uma boa experiência nessas primeiras compras, esses clientes vão continuar comprando e os negócios online vão ganhar participação no mercado. Especificamente para nosso segmento de atuação, entendemos que as pessoas vão buscar ainda mais conexões e propósito em seu dia a dia e nós oferecemos exatamente isso no que se refere a consumo.
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Fit e zen, a
Profissionais correm para se adaptar e para poder oferecer Divulgação
Ruth Nakabayashi dá aulas de yoga e meditação online durante a pandemia
Gisele Tamamar
N
esses dias de quarentena, a sala, a varanda, o quintal ou até mesmo um cantinho no quarto viraram academia, espaço de meditação ou de exercícios de relaxamento. Com a distância forçada, os empreendedores ligados às atividades físicas e de bem-estar precisaram se adaptar para oferecer os serviços aos seus alunos de forma remota. As redes sociais e as plataformas de vídeo passaram a ser os principais canais de conexão com os clientes. A empresária Ruth Nakabayashi, do Centro de Treinamento de Pranic Healing, foi uma das que precisaram
aderir ao mundo virtual. A quarentena fez com que a empreendedora passasse a dar mais atenção para os canais digitais: reformulou o site e as redes sociais. Todo o faturamento do negócio, com atuação em São Paulo e Taubaté, estava concentrado nos cursos e atendimentos presenciais de pranic healing (cura prânica), uma terapia baseada em energia sem toque que usa prana, chi ou energia vital do corpo para melhorar a saúde, seja ela física ou psicológica. A primeira experiência online ocorreu em 2019 com a meditação online no Facebook para captação de alunos. “Com a quarentena e o
cancelamento dos cursos, passamos a oferecer a meditação todos os dias para ajudar as pessoas a terem calma interior e equilíbrio para superar as dificuldades”, relata Ruth, que conta com audiência de pessoas de outros países. Já as aulas de yoga, retomadas depois de 20 anos, são realizadas em uma plataforma de vídeo que permite a visualização das posições dos alunos. Nesse caso, o pagamento das aulas faz parte da campanha de doação espontânea. “Não é para as pessoas ficarem estressadas com dinheiro. O aluno decide a mensalidade e, pelo menos, nos ajuda com a manutenção”, diz. A profis-
sional também passou a realizar os atendimentos a distância e aguarda a autorização do órgão responsável pela regulamentação da prática para dar cursos online. “As pessoas precisam de um suporte espiritual nesse momento, é uma questão de autocuidado, de saúde. A meditação traz inúmeros benefícios já comprovados, entre eles a serenidade, a paz interior, a atenção no momento presente e isso ajuda a reduzir a ansiedade, a depressão que causa medo e consequentemente afeta nosso sistema imunológico tornando mais suscetíveis a doenças e outros problemas”, reforça Ruth.
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distância
atividades físicas, yoga e meditação no mundo virtual
PA R A ATUA R ONLINE Escolha um bom provedor de internet para que a conexão não fique travando ou não caia durante as aulas. Faça pacotes de aulas com vários tipos de preços e treinos para que o aluno possa escolher o que é melhor para o bolso neste momento de crise.
Prepare-se para ter uma boa interação com os alunos durante os treinos e pós-treinos. Assim como nas academias, coloque músicas e passe exercícios para estimular o aluno e deixar a sensação de querer continuar participando das aulas online.
Trabalhe como se estivesse na academia presencialmente com seus alunos – busque tornar os treinos online humanizados. Esteja disponível nas redes socias para tirar dúvidas e dar orientações aos alunos.
Fonte: Carla Valéria Pessoa, analista de negócios do Sebrae-SP
Do ponto de vista do negócio, levar as aulas presenciais para o ambiente virtual é a principal maneira de manter as empresas sustentáveis, aponta a analista de negócios do Sebrae-SP Carla Valéria Pessoa. “É uma saída para reter os alunos, evitando demissões e até mesmo o fechamento das empresas, pois ainda não sabemos até quando viveremos essa situação de quarentena”, afirma. Carla reforça que a prática de atividade física ajuda não apenas o condicionamento físico, mas também provoca sensação de bem‑ -estar e mantém as pessoas ativas, além de ter um papel importante no sistema imunológico. “A prática do exercício fisco neste momento passa a ser mais um aliado tanto para o corpo quanto para a mente”, destaca, reforçando que essas mensagens podem ser utilizadas pelos profissionais para divulgar seus serviços.
DECISÃO RÁPIDA Oferecer aulas online sempre esteve nos planos da Roma Academia, de Votuporanga, mas a pande-
mia fez com que a plataforma de ensino fosse colocada no ar em três dias. “A plataforma se fez necessária pelo lado financeiro, mas principalmente para continuarmos com o nosso propósito de levar saúde, alegria, conhecimento e a arte da dança para as pessoas em um momento tão complicado”, conta o sócio Rodrigo Garcia. Para criar a “Roma in Home Fitness”, Garcia e a sócia, Mari Mattos, contaram com a ajuda de um amigo para realizar as gravações e edições dos vídeos em um fim de semana. Ao entrar no site, o aluno tem acesso a uma série de aulas que envolvem música, como zumba, strong e fitdance, além de um guia diário de exercícios. A atualização é feita semanalmente. Os alunos pagam R$ 49 por mês ou R$ 79 por dois meses para acessar a plataforma. Antes da pandemia, o valor do passe livre era de R$ 70 para as aulas presenciais. Para incentivar a adesão virtual, quando a academia retomar as aulas presenciais, o valor de R$ 49 mensal será mantido durante cinco meses para os usuários pagantes da academia virtual. O sucesso das
aulas incentivou a empresa até a investir em uma plataforma mais robusta no futuro. “A necessidade das pessoas se exercitarem não mudou. O que mudou foi a forma de entrega e estamos nos reestruturando para isso”, afirma Garcia. Em Ribeirão Preto, a proprietária da Ellas Fitness, Talita Danelo Alves, também precisou se reinventar. A academia utiliza um método de circuito exclusivo para mulheres, além de oferecer aulas coletivas e atendimento de nutricionista e avaliação física e mental. “Estamos trabalhando com motivação, treinos e aulas ao vivo diariamente, receitas fáceis e gostosas que a nossa nutricionista fornece. Desenvolvemos todos os dias estímulos diversos para que elas se sintam motivadas e não desistam de cuidar da saúde”, diz Talita. A estratégia da educadora física é fazer as aulas e treinos pelas redes sociais para manter a conexão com as alunas e divulgar o trabalho para potenciais clientes. O desafio é com a gestão financeira. As alunas com as mensalidades pagas terão as
aulas repostas após o retorno das atividades. Quem optar pela renovação tem a opção de comprar um voucher para uso futuro. “Isso nos auxilia como forma de entrada de dinheiro e não somente saída. Mesmo diante da insegurança, nossas alunas continuam conosco e contribuindo nesta fase tão difícil”, diz. O desafio da professora de yoga Cleusa Mori, de Registro, também é manter o caixa saudável com a diminuição das aulas, já que muitos alunos tiveram resistência em aderir ao atendimento virtual. “Captei alguns alunos com valor bem abaixo do praticado no estúdio”, conta. Segundo ela, seu faturamento caiu 60% em abril. Para Carla Pessoa, do Sebrae-SP, para atingir o ponto de equilíbrio financeiro é preciso fazer um levantamento de custos – com provedor de internet, impulsionamento, equipamento de vídeo etc, além dos custos do local físico – e pensar em pacotes promocionais. A partir daí, é respirar fundo, meditar e esperar a crise passar.
Terapia online cresce O isolamento social provocou um aumento no número de acessos e atendimentos nas plataformas de saúde emocional. O Zenklub, por exemplo, registrou uma alta de 160% de acessos na plataforma e um aumento de 90% no número de clientes. O período é referente ao início do isolamento (meados de março) até o fim de abril. Em março, o Conselho Federal de Psicologia publicou uma resolução para regulamentar e flexibilizar os atendimentos psicológicos durante a pandemia da Covid-19. Para dar conta dos atendimentos, o Zenklub ampliou a rede credenciada de 250 para 400 especialistas, como psicólogos, psicanalistas e terapeutas. Durante a quarentena, a startup lançou a iniciativa #JuntosEstamosZen, que oferece atendimento de 30 minutos a R$ 1 para a primeira consulta. A empresa ainda registrou uma alta de 400% no número de empresas parceiras que passaram a oferecer o serviço para seus funcionários ou clientes como benefício. Criado em 2016, o Zenklub prevê um crescimento de 300% no faturamento no ano. O mercado também conta com outras plataformas de atendimento online, como a Telavita e a Vittude. No caso dessas duas empresas, os preços das consultas são definidos pelos psicólogos e variam de acordo com a experiência, formação e histórico do profissional.
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LIÇÕES PARA
Com criatividade e gestão organizada, empreendedores investem em Ana Carolina Nunes
A
epidemia do novo coronavírus tem colocado muitos pequenos negócios à prova. Uma pesquisa feita pelo Sebrae no final de março apontou que 89% dos das micro e pequenas empresas tiveram queda no faturamento logo nos primeiros dias de restrições das atividades comerciais. Mas em meio às preocupações e incertezas que a crise de saúde pública trouxe aos negócios ao tirar os consumidores das ruas como forma de contenção da disseminação da doença, alguns empreendedores conseguiram repensar suas atividades e criar soluções para continuar vendendo mesmo estando fisicamente longe dos clientes.
O que todos eles têm em comum é criatividade e iniciativa. “Muita gente fica parado, vendo a situação se normalizar, esperando os boletos chegarem, mas o que diferencia qualquer empresário em qualquer momento é fazer a venda ativa, independente de crise”, diz Fernanda Bueno, consultora do Sebrae-SP. O momento está exigindo dos empreendedores não apenas proatividade, mas saber se reinventar e inovar. A inovação não significa necessariamente investimento em tecnologia, pode ser uma inovação em um processo, na forma de vender ou até de se comunicar com o cliente. O que não pode, reforça a consultora, é esperar a solução “cair do céu”.
Com o isolamento dos consumidores e a impossibilidade de saírem às compras, o caminho dos empreendedores tem sido chegar até o cliente pela venda online, seja pela via que for. Para Juliana Berbert, também consultora do Sebrae-SP, a crise antecipou uma realidade, que é a transformação digital das empresas e a demanda do consumidor por canais de compra online cada vez mais acentuada, principalmente entre os mais jovens. “Quem ainda não tinha se adaptado a essa mudança terá de ter uma resposta ágil neste momento. E quando a transformação não é planejada, ela acontece assim, fazendo e aprendendo”, diz.
A tendência é de que o hábito de comprar a distância se mantenha mesmo com a reabertura do comércio físico. Nesse período de isolamento, o consumidor está se acostumando com a praticidade e a comodidade da compra online – mesmo entre aqueles que eram mais resistentes a esse modelo. “Isso vai mudar muito a cara dos negócios daqui para frente”, avalia Juliana. A seguir, o Jornal de Negócios conta a história de quatro empreendedores, de diferentes áreas, que tiveram de colocar em prática, sem aviso prévio, um novo jeito de existir no mercado.
Dez maneiras de fazer diferente
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Não se desespere. Entenda e assimile as novas práticas e os novos processos para atender o seu cliente.
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Se não tem a gestão do seu negócio em dia, vai ter de correr atrás e fazer essa lição de casa. Só assim você vai saber suas forças e fraquezas e quais as alternativas, incluindo as que estão sendo oferecidas pelos governos.
Esteja próximo do cliente, se faça presente. Presença digital não é apenas para fazer as vendas. Rede social funciona como uma plataforma de relacionamento com o seu cliente. E esse relacionamento que você construir durante a crise, será valorizado quando ela passar. Mantenha a prospecção sempre. É o momento de incluir isso na rotina, já que a prospecção deve ser frequente mesmo sem crise.
É difícil ser bom em tudo, então peça ajuda para o operacional do dia a dia (contas, pedidos com fornecedores, pagamentos e recebimentos) e dedique mais tempo para estudo, pesquisa e estratégia.
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Aproveite para mapear processos, rever o modelo de negócio, analisar resistências que você tinha. Estude formas de pagamento e segurança dos dados.
A crise mostrou, mais uma vez, a importância de ter um cadastro de clientes atualizado. Se você tiver o nome e número de WhatsApp de seus clientes já é um primeiro passo. E lembre-se de que o cadastro do marketing (preferências, estilo, perfil) é diferente do cadastro do financeiro.
Estabeleça prazos para os seus objetivos.
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Inspire-se nos melhores, o que chamamos de benchmark. Busque referências para se basear.
Conte com o Sebrae-SP. São 117 cursos gratuitos online e atendimento remoto dos consultores. Entre em contato pelo sebraesp.com.br ou 0800 570 0800. Fonte: Consultoras do Sebrae-SP Fernanda Bueno e Juliana Berbert.
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RECOMEÇAR
alternativas para manter as finanças no azul mesmo durante a crise
Matheus Muniz, da Slave Wave: do balcão para o WhatsApp
UMA NOVA ROUPAGEM Analytics, SEO, Google Ads, hashtags, newsletter. Palavras que são bastante comuns quando se fala em marketing digital, mas que não faziam parte da rotina do empreendedor Matheus Muniz. Arquiteto de formação, ele sempre atuou nos negócios da família: uma fábrica que produz cerca de 8 mil peças mensais para três lojas de roupas femininas que vendem por atacado. Com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, Muniz se viu obrigado a mergulhar nos conceitos e estratégias de marketing digital para manter os negócios ativos – agora no e-commerce criado no ano passado, mas que praticamente não tinha operação. O investimento no marketing digital foi fundamental para divulgar o novo endereço da marca, a Slave Wave, que até então, tinha portas abertas nos dois principais centros de compras de vestuário na região central de São Paulo, Brás e Bom Retiro. “Montei o e-commerce em outubro, me preparando para em algum momento começar a vender online também”, conta. E esse momento chegou: muito antes do planejado e de maneira abrupta. Com o fechamento do comércio de rua, Muniz também precisou fazer alterações para vender online, começando pela equipe do balcão, que passou a vender pelo WhatsApp. Além do novo canal de vendas, as vendedoras tiveram de adaptar também sua memória. “Elas vendiam peças pensando no estoque que elas lembravam da loja, mas não tínhamos mais aquela opção de cor ou tamanho, foi preciso treiná-las para um novo modelo mental de estoque, que agora está centralizado”, relata.
Até porque a fábrica enxugou seu mix de peças de vestuário para, além de facilitar a operação, poder incluir na linha de produção a confecção de máscaras de tecido e uniformes, que têm abastecido mercados de bairro e motéis. Com a “mudança” das lojas para o endereço virtual, foi preciso rever outros detalhes da operação. Além de mais assertividade na comunicação na internet e impulsionamento de posts nas redes sociais, a Slave Wave reduziu os preços para atacado, passou a vender no varejo, aumentou possibilidade de parcelamento, caprichou na descrição das peças – fator fundamental nas vendas online – e se dedicou mais ao pós-venda. As ações estão valendo a pena. O site, que até então era mais “um catálogo básico online do que um e-commerce”, como o próprio Muniz define, agora responde por praticamente o mesmo faturamento médio das lojas físicas. “Sabemos que roupa não é prioridade neste momento, mas temos que nos adaptar. As pessoas estão trabalhando em casa, então passei a usar imagens nesse contexto”, conta. O empresário avalia que o consumo vai diminuir, mas acredita que terá clientes mais fiéis após a crise. “Estamos estreitando nossa relação com os clientes e ganhando novas frentes de ação no comércio online, lojas de outros Estados estão nos descobrindo”. Com os resultados positivos, Muniz já revê seu modelo de negócio para a retomada. “Mesmo com a reabertura, vou manter a agressividade das ações e promoções do e-commerce.”
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Eduardo Mota, da Alegremente: brincadeiras entregues em casa
Há pouco mais de seis meses, o publicitário Eduardo Mota havia inaugurado o Alegremente – Espaço de Brincar na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. O espaço tinha como proposta reunir crianças durante o contraturno da escola para brincar, explorando experiências e a memória afetiva. O serviço funciona por compra de pacotes de horas para usar ao longo do mês e as crianças podem frequentar o espaço acompanhadas dos pais ou sozinhas a partir dos 3 anos de idade. “A ideia é criar o vínculo com as famílias, resgatando atividades antigas, usando muita textura, material visual, contação de história e oficina de música, como uma maneira também de fortalecer a inteligência emocional”, explica Mota.
UMA BELEZA DE GESTÃO Debruçar-se sobre o fluxo de caixa foi a primeira atitude da profissional de beleza Tássia Morais quando precisou fechar as portas do seu salão, o Toque Finnal, na zona sul de São Paulo, por causa da crise do novo coronavírus. Com uma atividade que depende basicamente de contato próximo com as clientes, Tássia precisou de muita dedicação à gestão e muita criatividade para não entrar no vermelho. O salão, com seis anos de atividades, havia acabado de passar por uma reforma, que consumiu boa parte da reserva financeira do negócio e ainda deixou parcelas da compra de material de construção. Assim que desmarcou as clientes agendadas, Tássia fez uma provisão de fluxo de caixa até dezembro, considerando um cenário otimista (15 dias fechado), um realista (um mês fechado) e um pessimista (três meses fechado). Assim, ela pôde ter uma visão real do tamanho do impacto da crise em seus negócios. “Nunca tinha feito um fluxo de caixa tão bom como fiz agora, faz muita diferença ter isso na ponta do lápis, até para saber se preciso de crédito e quanto preciso. Eu me sinto outra empreendedora”, diz. Com essas informações em mãos, procurou três instituições para
pesquisar linha de crédito e encontrou a melhor opção na Desenvolve SP, agência de fomento do governo paulista. Além disso, negociou o aluguel com o proprietário: 50% do valor de abril e isenção dos pagamentos de maio e junho. A partir de julho, o montante que não foi pago será diluído nos alugueis mensais até o fim do ano. Tássia aproveitou também para fazer pesquisa com as clientes, tanto as mais próximas como aquelas com as quais já tinha perdido o contato. Foi a partir dessas conversas que ela criou “combos” com serviços para serem utilizados até o fim do ano que atendem às demandas das clientes e ainda envolvem as diferentes profissionais do salão: cabeleireira, manicure, depiladora e designer de sobrancelhas. Os valores dos serviços não tiveram desconto, mas, para incentivar a compra, ela anunciou um sorteio entre as compradoras e também incluiu alguns serviços com pouca demanda, como um spa de unhas. “Estou usando a criatividade para sobreviver”, afirma. Em paralelo, Tássia criou uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para as quatro funcionárias comissionadas e afastou temporariamente uma funcionária contra-
tada. Com as iniciativas, ela tem conseguido perto de 50% do faturamento médio do salão, mas que vão segurar as contas no azul, alinhadas Tássia Morais, dona de um salão de beleza: cenários na ponta do lápis
ao crédito e à negociação do aluguel. “Eu não fico desesperada porque sei bem qual é a minha situação. Vou voltar diferente”, afirma.
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PENSANDO DENTRO DA CAIXA Mas com a decretação da quarentena no Estado de São Paulo no final de março, Mota colocou toda a proposta do Alegremente dentro de uma caixa. Literalmente. Foi essa a solução que encontrou para manter o negócio operando. E, de quebra, consegue atender os pais que estão tendo de dividir o trabalho em casa com os cuidados com os filhos. Como a ideia já existia antes, o lançamento da caixa de atividades para as crianças foi bastante rápido, com as primeiras vendas acontecendo ainda dentro do mês de março. No entanto, a concorrência também foi bem ágil e ele se deparou com sua ideia sendo replicada por outros, o que impactou em suas vendas. Para se diferenciar, Mota passou a oferecer duas opções de caixa: uma para crianças entre 3 meses
e 4 anos, com material que explora a coordenação motora e funciona como alternativa ao celular ou tablet para acalmar e ocupar as crianças; e outra destinada para crianças de até 10 anos, com brinquedos educativos e materiais como massinha, EVA, giz de cera, lápis de cor e tinta. Todas as caixas são acompanhadas de uma carta de apresentação e um roteiro sobre como usar para ser lido pelos pais em companhia das crianças. Com as caixas, Mota tem conseguido manter em torno de 80% do faturamento médio mensal desde que começou a operar. Enquanto isso, os dois funcionários fixos do espaço foram afastados dentro das normas que permitem suspensão total ou parcial do contrato de trabalho por 60 dias com subsídios do governo. Ao mesmo tempo, ele estava tentando
negociar o aluguel do imóvel onde funciona a empresa, entre outros cortes de custos fixos. Uma dificuldade no meio desse processo foi estabelecer parcerias para rechear as caixas, como com uma loja de brinquedos que não quis vender no modelo consignado. “As pessoas são resistentes a se abrir, a inovar”, lamenta. Apenas uma loja de roupas infantis topou ser parceria no novo produto, que, inclusive, deve continuar mesmo após a abertura das atividades como um novo braço do negócio. Mota destaca três pontos importantes nesse processo de mudança. Em primeiro lugar, ter o cadastro atualizado dos quase 400 clientes que já passaram pelo espaço. Seu primeiro canal de divulgação foi pelo WhatsApp e, assim, ele conseguiu também
PODER PARA O CLIENTE Até mesmo quem trabalha com marketing digital precisou adaptar os negócios para enfrentar a crise causada pelo novo coronavírus. Fernando Vitolo é dono da agência Younik, aberta em 2013, que hoje atua com estratégia de marketing de conteúdo em vídeo para empresas, do planejamento ao monitoramento de resultados. Com a impossibilidade de sair para reuniões e para gravar os vídeos por causa da quarentena, a solução encontrada por Vitolo foi ensinar seus clientes a produzir esse material, com um curso pago sobre a melhor maneira de usar o celular para gravar, orientando sobre luz e enquadramento, por exemplo, e sobre como explorar a plataforma YouTube, que tem registrado aumento de audiência com a crise. “Os números subiram muito. Todos os meus clientes que já têm canal cresceram, tanto em número de inscritos como em visualizações”, diz. Os vídeos gravados pelos clientes também podem ser encaminhados para a equipe da agência continuar o trabalho de edição, pós-produção, montagem e divulgação, todos em home office. Com os cursos, a Younik chegou a faturar 20% a mais no mês de abril do que na média mensal do último ano. Além disso, o plano da empresa para 2020 previa dez novos clientes e, mesmo em meio à crise, 30% da meta foi alcançada. “Vejo que os empreendedores mais desesperados são os que estão tendo menos resultados. É preciso
aquela valiosa divulgação “boca a boca”. As redes sociais também foram exploradas para reforçar a propaganda e chegar a novos clientes. Outro ponto foi fazer uma ação de pós-venda para receber um feedback sobre as caixas. Além de adequar seus kits, a ação apontou uma nova demanda: uma opção de caixa com atividades que as crianças possam fazer sozinhas, sem a companhia de um adulto. E, finalmente, foi ter a gestão do negócio organizada, com planilhas atualizadas e mapeamento de todos os custos e recebimentos da empresa. “Muitos empreendedores dizem que não têm tempo para organizar planilhas, mas eu acho que a gente consegue dedicar tempo para aquilo que priorizamos e ter a gestão organizada deve ser uma prioridade”, afirma.
Divulgação
Fernando Vitolo, da agência Younik: serviços de marketing reinventados
pensar, respirar e, o mais importante, estar aberto à inovação”, diz. Vitolo fez o curso Empretec e faz parte do ALI (Agente Local de Inovação), ambos do Sebrae, e prevê que a participação nesses projetos vai ajudar a criar novas soluções
para seu negócio. “O ALI, por exemplo, tem ajudado a potencializar coisas que já vinha panejando. Claro, como em todas as crises, tudo é muito incerto. Mas o empreendedor tem que ter a flexibilidade de se adaptar ao ambiente em que está”, recomenda.
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Hora de fidelizar
Clubes de assinatura – de marmitas fit a produtos pet – crescem com distanciamento social Marcia Brandão, da Delícias Nutritivas: marmitas diárias e personalizadas
A empreendedora oferece opções como marmitas saudáveis, salada de pote e caldos para delivery e investe em personalização e descontos para atrair e manter uma clientela fiel. “Todos os detalhes da entrega são previamente combinados. Ele pode escolher se quer receber a comida quentinha ou congelada. Se deseja receber comida para consumir naquele mesmo dia ou se já quer receber o cardápio da semana inteira”, explica. Ao optar pelo clube de assinaturas, o cliente escolhe se deseja aderir a um plano semanal ou mensal – com descontos maiores. Além disso, ele pode escolher entre as opções disponíveis no cardápio de ingredientes ou deixar a personalização a cargo da empresa. Com as medidas de isolamento social para a prevenção do novo coronavírus, a empreendedora criou um novo pacote voltado a atender as famílias que estão em casa. Assim, ela produz e entrega as marmitas individuais para cada integrante da família, sempre levando em conta a quantidade de calorias que cada um precisa e também os seus gostos pessoais. Com isso, ela já contabiliza um aumento recente
de 35% nas vendas de seu clube de assinaturas. “Entender o cliente e ver a necessidade dele é o sucesso do negócio. Hoje, cerca de 40% do faturamento vem do clube de assinaturas, que eu consegui implantar sem onerar meu negócio”, afirma. Uma das maiores pet shops online do Brasil, a Petlove também comemora o sucesso do seu clube de assinaturas. “A assinatura é o grande sucesso da nossa loja. Representa 65% do volume de faturamento da companhia e cresce muito mais do que a Petlove cresce por ano”, diz Marcio Waldman, fundador e CEO da empresa. Waldman confirma que a procura pelo clube de assinaturas – que oferece ração, brinquedos e diversos outros itens de maneira programada – aumentou durante o período de distanciamento social. “Recebemos muitos clientes novos, que nunca compraram com a gente. Grande parte deles já se tornou assinante na primeira interação.” Atualmente, o empreendedor observa que a taxa de cancelamento ou pausa de assinaturas é cada dia menor e a empresa registra hoje uma de suas menores taxas de abandono. Planejamento
Patricia Gonzalez
P
ensar em fidelização de clientes em tempos tão instáveis para os negócios pode parecer contraditório. Contudo, na prática, isso vem acontecendo com empreendedores que investiram na criação de clubes de assinatura para estreitar relacionamento com seus consumidores. As possibilidades vão muito além dos famosos clubes de vinhos. Qualquer empresário pode criar o seu, desde que observe alguns pontos de atenção. A consultora de negócios do Sebrae-SP Caroline Minucci reforça que, para ter sucesso com um clube de assinaturas, o produto ou serviço
precisa ser de consumo recorrente. “Não adianta querer implantar um clube de assinaturas de um produto se essa necessidade não é real. Nesse caso, não tem efeito. Você precisa conhecer os hábitos de seu cliente e saber se esse ele consome esse produto ou serviço de forma contínua”, avalia. Ao observar que alguns clientes compravam os mesmos produtos com certa frequência, a nutricionista e empreendedora Marcia Brandão, dona da Delícias Nutritivas com a irmã Silvia Brandão, lançou um clube de assinaturas para seus clientes em 2018 – cerca de um ano e meio após abrir o seu negócio.
Montando um
C L U B E
Idealizar como o processo vai acontecer, tanto internamente como os processos para os clientes.
Logística
Divulgação
Relacionamento
Nicho bem definido
Item básico, não pode haver falhas. A encomenda precisa chegar em dia e horário combinados. Em caso de atrasos ou erros, comunicação honesta é fundamental.
O clube precisa ser uma experiência, não só entregar um bom produto ou serviço. O atendimento precisa ser impecável.
Deve ser sempre feita, mesmo por quem já tem um clube de assinaturas bem-sucedido. Quem está fora deve saber como é bom estar dentro do clube.
Seja específico na divulgação, no relacionamento do dia a dia e também nas vendas. É preciso mostrar intimidade com quem você está conversando.
Fonte: Caroline Minucci, consultora do Sebrae-SP.
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Divulgação
Liderança, parceria e propósito
DANIELA ABDALA Gestora estadual de comércio varejista do Sebrae-SP
A moda em tempos de Covid-19 Vivemos um momento de grande incerteza no setor da moda. O varejo, em especial, é um dos segmentos mais atingidos pela crise causada pelo coronavírus, já que os produtos perderam seu apelo de compra diante da pandemia. Há dois grandes desafios em se tratando da moda: como sobreviver durante a crise e como se preparar para a retomada. É preciso focar na reestruturação do negócio. Reorganize o fluxo de caixa, renegocie valores e prazos, avalie as demais operações da empresa e defina ações de curto prazo. Adapte o negócio para as mudanças e para os novos hábitos de consumo. Invista no relacionamento com o cliente, use as redes sociais para oferecer conteúdo e para criar proximidade e interação. A crise vai passar e o cliente precisa sentir sua presença e apoio para lembrar da marca no futuro. É importante ter empatia e entender os sentimentos de compra do cliente nesse momento. Essas percepções ajudarão a criar novos argumentos de venda e a preparar uma roupagem nova e mais atraente para os produtos.
Seja estratégico, utilize o tempo para planejar a retomada. Analise como será a relação com seus clientes após a Covid-19. Avalie o mix de produtos e reorganize o sortimento considerando os novos hábitos de consumo. Estudos apontam que os novos hábitos como o home office e a preocupação com a saúde mudarão a forma de consumo da moda. A tendência é a preferência por produtos úteis e duráveis, que ofereçam conforto e proteção, peças atemporais, produtos multifuncionais e uma forte presença da moda homewear e loungewear. Outro passo sem volta é a transformação digital. Em se tratando de pequenos varejos de moda, são poucos os que têm loja virtual ou atuam com marketplaces. Aposte nas mídias sociais mais eficientes para interagir com seu cliente e avalie os canais de venda online que atendam às necessidades do cliente e que a empresa possa abraçar com segurança. Repense a loja física como um canal de experimentação, onde o cliente pode vivenciar a marca, degustar produtos e consumir serviços.
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
Tem sido repetido diariamente que a pandemia de coronavírus vai causar uma série de mudanças na sociedade e que o mundo não será mais o mesmo daqui para frente. É esperado que as pessoas se relacionem de modo diferente entre si e com as empresas. Passado o momento mais agudo da crise, viveremos uma fase intermediária em que muitos cuidados ainda serão necessários. Não estaremos à vontade enquanto a medicina não nos assegurar um tratamento ou vacina. A Covid-19 evidenciou uma fragilidade do ser humano que ele não considerava ou simplesmente esqueceu que existia. As empresas e os mercados também mostraram toda sua vulnerabilidade. É dado como certo que a economia mundial registrará uma retração sensível este ano. Pensando em termos de microeconomia, três fatores despontam como norteadores de empresas de qualquer porte e setor: liderança, parceria e propósito. Crises forjam líderes, não há dúvida. É na adversidade que o verdadeiro líder exerce seu comando. É a voz da serenidade, do bom senso, do conhecimento, da segurança para tomar decisões e conduzir a equipe. Na turbulência atual, hesitar pode significar desperdiçar um tempo precioso, per-
der ou deixar de ganhar dinheiro e não conseguir salvar o negócio. Parceria significa saber criar um círculo de colaboração em que os participantes podem obter algum benefício que sozinhos não conseguiriam. O concorrente não é inimigo, os integrantes da cadeia produtiva não são meros fornecedores ou compradores, mas todos podem trabalhar em conjunto para conquistar mercado de forma justa e ética. Propósito é atuar de forma mais humana e não enxergar o consumidor como um cifrão. É ter uma postura que indique, mesmo nas pequenas coisas, que a empresa se importa com o bairro, a cidade, o país, as pessoas. É entregar ao cliente o que ele precisa, resolver um problema dele, criar uma conexão e ter o reconhecimento. É nesse mundo diferente que os negócios vão ser feitos e é de empresas conscientes que esse mundo vai precisar.
WILSON POIT, diretor‑superintendente do Sebrae‑SP
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CONSULTORIA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
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tornar
a
comunicação mais acessível ao cliente com defi ciência auditiva, o Sebrae ‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com an tecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente ou seu representante
poderá
se
inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800.
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Fisgando mesmo na crise
É
Laboratório da Pesca cria soluções de relacionamento com os clientes durante a pandemia
comum escutar a expressão “o mar não está para peixe” em tempos de crise, mas também é verdade que diante das adversidades é possível encontrar soluções. Assim como pescar exige observação, estratégia, paciência e criatividade, os sócios Henrique Kagohara, Danilo Almeida e Danilo Carvalho uniram os comportamentos empreendedores às características dos pescadores para fazer a loja Laboratório da Pesca crescer 17% em faturamento em março, em meio à pandemia do novo coronavírus. Localizado na zona sul de São Paulo, o Laboratório da Pesca abriu suas portas em janeiro de 2018, mas sua concepção vem de 2016. “Ficamos mais de um ano planejando”, comenta Kagohara. Mas o que fazer quando surge uma a crise como essa, que inviabiliza viagens para pesca esportiva? Quando a pandemia chegou ao Brasil, em março, o Laboratório da Pesca estava em seu terceiro melhor mês. Com uma meta ambiciosa de crescer 40% em relação ao mesmo período de 2019, os sócios explicam que em janeiro e fevereiro conseguiram até superá-la. Já em março, cresceram 17%. “Fechamos as portas e ainda faltavam dez dias para completar o mês”, lembra Kagohara. Os sócios trataram de encontrar soluções para seguir faturando. “Começamos a fazer vendas pelo WhatsApp e fizemos um acordo com um cliente pescador, que também é motoboy, para entregarmos nossos produtos em domicílio. Definimos o raio de entrega e estipulamos o valor do frete – metade do custo pago
Danilo Almeida (esq.), Henrique Kagohara e Danilo Carvalho: planejamento ajudou a enfrentar a crise
pelo cliente e metade em crédito de produtos para o nosso cliente entregador”, explica Kagohara. “Além disso, estamos focados em ações de relacionamento com o cliente e também em controles internos”, completa Almeida. Os sócios explicam que, seguindo orientações do Sebrae-SP, estão reduzindo custos fixos como contratos de internet e aluguel, bem como desligando eletrodomésticos responsáveis por 50% do consumo de energia. Aproveitam também para remodelar o e-commerce e estruturar de forma clara as características do público, visando oferecer o serviço adequado. “Nossa parceria com o Sebrae começou desde o plano de negócios que montamos no início e segue agora com as orientações do programa ALI (Agentes Locais de Inovação) e dos cursos de finanças e marketing que fizemos. Nosso oxigênio foi o planejamento com
EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
projeções. Pensamos sempre um mês e meio na frente. Planejamos compras e custos com antecedência para sermos o mais assertivos possível”, destaca Kagohara. O consultor de negócios do Sebrae-SP José Venâncio Jr. diz que um dos principais acertos do Laboratório da Pesca foi planejar. “Como todos os empresários, eles levaram um susto inicial, mas não pararam”, comenta. Venâncio destaca três fatores que fazem a empresa se manter sustentável na crise: boa gestão financeira, trabalho de relacionamento com os clientes e estratégia em antecipar situações. Para ele, os empresários precisam pensar na retomada desde já. “Comportamento e necessidades dos clientes devem mudar. E o Laboratório da Pesca está trabalhando nesse sentido. Estão fazendo o dever de casa muito bem.” A agente local de inovação Mariana Martins destaca que a
empresa criou um relacionamento com seus clientes para mostrar que está à disposição. “Eles escutam os clientes e se mostram presentes. Não empurram venda, mas acolhem os clientes”, destaca. Mariana comenta uma campanha de sucesso nas redes sociais de incentivo ao cuidado com os materiais de pesca. Essa ação gerou vendas, pois os clientes perceberam que precisavam comprar novos materiais ou sentiram falta de equipamentos que não possuíam. “Isso é relacionamento efetivo”, completa. “Nunca pensamos em parar, estamos sempre fazendo alguma coisa. O aprendizado aprendizado com o Sebrae-SP tem feito a diferença. Agora já estamos pensando nos próximos passos”, conclui Kagohara.
PROGRAMA ALI – AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO Além de consultorias específicas sobre finanças e marketing, por exemplo, o Sebrae-SP oferece o Programa ALI – Agentes Locais de Inovação. O programa gratuito tem como foco capacitar pequenos negócios, elevando o grau de inovação, aumentando a capacidade competitiva e participação no mercado. Os agentes são graduados e possuem formação específica para atuar junto às micro e pequenas empresas, além de serem bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), capacitados pelo Sebrae. Para informações ligue gratuitamente para o Sebrae-SP no 0800 570 0800.
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos
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JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens: gettyimages.com e
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TEC &
LIVROS INNER DEV – COMO DESBUGAR SUA MENTE (Albatroz) A proposta deste livro é “desbugar” a mente do leitor, ou seja, minimizar os “bugs” ou bloqueios emocionais que o impedem de realizar seus objetivos e sonhos, além de apresentar o método Inner Dev (Desenvolvimento Interior) para que ele tenha a oportunidade de colocá-lo em prática, por meio de uma linguagem simples e objetiva.Ao “desbugar” a mente, uma pessoa se sente mais segura, autoconfiante, realizada e próspera, tanto no plano pessoal como profissional. Ela terá a oportunidade de descobrir o que a psicologia positiva chama de “felicidade de longa duração”, que é um sentimento focado na valorização dos momentos simples da vida, como aquela motivação interna que temos para nos levantar da cama todas as manhãs e realizar nosso propósito.
O LIVRO NEGRO DO EMPREENDEDOR (Best Seller) Se 95% dos empreendedores fracassam antes do quinto ano, por que apenas 0,02% dos textos que tratam de administração se dedicam a analisar os motivos desse fenômeno? Insiste-se em escrever detalhadamente sobre os bem-sucedidos. Não seria muito mais lógico revelar quais são as pedras em que tropeçam 95% dos empreendedores do que analisar cerca de 5% de homens ou mulheres que tiveram sucesso? Partindo dessa premissa, Fernando Trias de Bes analisa o fracasso para trilhar o caminho do sucesso.
AS CARTAS DE BEZOS (Sextante) A Amazon revolucionou a maneira como as pessoas fazem suas compras e foi a empresa que mais rapidamente atingiu a marca de US$ 100 bilhões em vendas. A chave para seu crescimento foi ter uma obsessão pelos clientes, um espírito inovador, pensar a longo prazo e correr riscos, entre outros fatores. Nas cartas que escreveu aos acionistas por mais de 20 anos, Jeff Bezos, fundador da Amazon, revelou como transformou sua empresa em um dos maiores casos de sucesso de todos os tempos.
CURSO GRATUITO AJUDA RESTAURANTES A ENFRENTAR A CRISE O aplicativo de delivery iFood lançou um curso gratuito para ajudar os restaurantes a enfrentar a pandemia da Covid-19. O material intitulado “Formação para restaurantes em tempos de Covid-19” foi feito em parceria com a escola de negócios Conquer, de cursos de formação para desenvolvimento profissional e negócios. As aulas serão ministradas por empresários, executivos e mentores de instituições como Sebrae, Associação Paulista de Supermercados (Apas) e da própria Conquer. O curso tem a carga horária de 12 horas e a duração de quatro semanas, com conteúdo diário. Para participar, basta se cadastrar em https://online.escolaconquer.com.br/gestao-ifood-conquer/
PLATAFORMA PERMITE AOS PEQUENOS NEGÓCIOS VENDEREM PARA O EXTERIOR Os pequenos negócios passaram a ter uma nova oportunidade de vendas para o exterior. Iniciativa desenvolvida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio do Sebrae, proporciona a inscrição em plataforma online em que as micro e pequenas empresas brasileiras interessadas em expandir suas vendas ou prestação de serviços para o mercado internacional podem se cadastrar gratuitamente. Tratase da ConnectAmericas, que fomenta o comércio exterior e investimentos nos países da America Latina e Caribe. Ao se cadastrar, a micro e pequena empresa pode encontrar clientes e fornecedores por meio de anúncios de compra, receber dicas de como internacionalizar o negócio, participar de cursos e webinars com especialistas, entre outros benefícios. Para fazer parte do ConnectAmericas, basta acessar o site https://connectamericas.com/pt e se cadastrar de forma gratuita.
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IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE Com o aumento da procura dos pequenos negócios pelo e-commerce, que cuidados os empreendedores precisam tomar com a segurança digital?
PETROBRAS: ABERTAS INSCRIÇÕES EM PROGRAMA PARA STARTUPS
A adoção do certificado Divulgação
O Sebrae e a Petrobras estão com inscrições abertas para o Programa Petrobras para Inovação – Módulo Startups, voltado a atrair soluções tecnológicas para bens e serviços de startups e pequenas empresas de todo o País. Pelo edital, serão até R$ 10 milhões disponíveis para viabilizar a geração de inovações com implantação efetiva nas operações da companhia. Poderão ser inscritos projetos nas seguintes áreas: tecnologias digitais, robótica, eficiência energética, catalisadores, corrosão, redução de carbono, modelagem geológica, tecnologias de inspeção e tratamento de água. Cada proposta poderá receber recursos da ordem de R$ 500 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão. As inscrições estarão abertas até o dia 28 de junho e poderão ser feitas em https://platform.younoodle.com/competition/edital_petrobras_sebrae_2020.
Por Dean Coclin, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da DigiCert
SSL/TLS é fundamental. SSL significa Secure Sockets Layer e é a tecnologia padrão para manter segura uma conexão à internet e proteger todos os dados confidenciais enviados entre dois sistemas, impedindo que criminosos leiam e modifiquem qualquer informação. Os dois sistemas podem ser um servidor e um cliente (site de compras e navegador) ou um servidor para outro servidor (aplicativo com informações pessoais identificáveis para outro informações de folhas de pagamento). A SSL/TLS usa algoritmos de criptografia para
A Vida e a História de Madam C. J. Walker (2020)
embaralhar as informações em trânsito, impedindo que os
A série da Netilix é inspirada na história da empresária Madam C. J. Walker, a primeira mulher negra a se tornar milionária nos Estados Unidos. Filha de escravos, ela construiu um império com cosméticos. Na sua trajetória como empreendedora, ela teve de enfrentar não só os desafios de montar um negócio, mas também racismo, casamentos frustrados e problemas de autoestima, já que sua empresa surgiu de um problema capilar que quase a deixou careca.
hackers as leiam. Com isso, dados pessoais, como números de cartão de crédito, nomes, telefone e endereços, permanecem protegidos. Além do certificado SSL/TLS, é importante investir em certificados de cliente para assinatura de e-mail, criptografia de e-mail, autenticação de usuário e autenticação de dispositivo. As MPEs devem considerar soluções que usem um agente que possa ser implantado externamente e internamente, garantindo uma varredura que ajudará a encontrar vulnerabilidades. Essas certidões são fornecidas por empresas de Autorida-
VÍDEO: AMIGAS DE CONTABILIDADE Luciana e Elaine são amigas de infância e sócias da Liderança Contabilidade, em Taubaté.
Veja a história:
des Certificadoras (CA). Na hora de escolher, em vez de considerar apenas o preço, analise a reputação da empresa, veja a lista de seus principais clientes, informe-se sobre o atendimento ao cliente e também pergunte quais outras ferramentas a CA oferece, como um gerenciador de certificados centralizado, que irá ajudar na automatização de tarefas. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.
https://youtu.be/fj6dc--O04A
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Volta por cima
Após sair de uma clínica de reabilitação, Denis Sá teve a ideia de criar a escola de inglês Enjoy Denis Sá, sócio da Enjoy: “Não pare de estudar e, se precisar, recorra ao Sebrae”
Marcos Leodovico*
“T
rabalho com escolas profissionalizantes há exatos 27 anos. Eu fazia a divulgação de cursos em escolas públicas na cidade de São Paulo e gostava disso. Tive a oportunidade de mudar de vida e fazer faculdade, mas ganhava muito bem e só resolvi fazer faculdade em 2002. Minha primeira aventura como empreendedor foi em 1995, no Espírito Santo. Lá montei dez escolas de cursos profissionalizantes dentro das escolas públicas em parceria com o governo do Estado, mas como tinha vício em drogas, acabei quebrando. Um dia decidi fechar tudo no Espírito Santo e me mudar para a Bahia, no começo de 1999, onde montei outra escola perto de Porto Seguro.
Mas eu não me sentia bem e as coisas não estavam dando certo. Por sorte, minha mãe soube da situação e foi me resgatar – não cheguei a ficar seis meses na Bahia. Quando voltei a São Paulo, em 2000, tinha o sonho de voltar a ter o meu negócio, mas o vício ainda falava mais alto. Até fui trabalhar em uma rede de escolas, mas não conseguia me equilibrar; um dia estava limpo e nos outros estava drogado. Foi quando cheguei ao fundo do poço. Fui até minha mãe e disse que não queria mais sofrer. Fiquei internado em uma clínica durante oito meses e lá conheci o Oswaldo Segantim Júnior, que viria a ser meu sócio. Eu percebia que ele falava bem e chamei-o para trabalhar comigo assim que saíssemos de lá – ele riu de mim.
Em 2002, saí da clínica e fui trabalhar em uma escola de inglês – e também foi nesse período que decidi cursar publicidade e propaganda para me aprofundar nos negócios. Foi quando tive a ideia de oferecer cursos no período da tarde e aos sábados. Teve muita demanda e acabei me tornando sócio da escola, abrindo mais unidades na cidade de São Paulo. Oswaldo saiu da clínica e acabou se tornando meu sócio. Em 2005, nós nos desligamos dessa escola. Queríamos continuar com as escolas físicas, mas tínhamos o sonho de vender os cursos não só para alunos das escolas públicas, mas mudar o modelo comercial e tornar o negócio mais sustentável. Foi quando o Oswaldo conheceu o Empretec, do Sebrae. Ele voltou dizendo que estávamos “brincando de empre-
sário”. A partir daí, mudamos tudo: tiramos CNPJ – básico para quem tem empresa –, começamos a colocar metas e a dar um rumo para a nossa escola de inglês. Em 2006, com a mudança já implementada, o negócio começou a girar, decidimos nos mudar para um prédio maior, em Santo André, e também mudar de nome. Deixamos de ser “Universidade do Inglês” para nos chamarmos Enjoy. Somos uma escola de inglês profissionalizante, onde você aprende e usa o inglês em situações de trabalho. Em 2015, decidimos virar franquia, mas erramos muito e tivemos de reformular tudo. Ficamos dois anos apenas estruturando a franquia para vender corretamente e para as pessoas certas. Contratamos um consultor, estruturamos todo o negócio e aprendemos como deveríamos fazer. Em 2017, abrimos nosso mercado para todo Brasil e hoje contamos com 75 unidades em 18 Estados. Quando tivemos a notícia do isolamento, migramos os cursos para as plataformas online, mas percebemos que eram poucos os acessos. Então, tivemos a ideia de distribuir as apostilas para as pessoas que não tinham condições ou não sabiam como acessar. Desenvolvemos um material que pode ser impresso em preto e branco e que ajuda esses alunos a continuar com suas aulas de inglês. Criamos até um material em inglês sobre a Covid-19 para eles ficarem sabendo mais a fundo sobre o vírus e sobre como os outros países se comportam em meio essa pandemia. Para quem quer começar o próprio negócio, minha dica é conhecer o Empretec e fazer uma faculdade. Não pare de estudar e, se precisar, recorra ao Sebrae para tudo.” *Estagiário sob supervisão dos editores