JORNAL DOS FUNCIONÁRIOS DO HSBC | CONTRAF-CUT | SETEMBRO DE 2015
BRADESCO E HSBC
REAFIRMAM À CONTRAF-CUT
QUE NÃO HAVERÁ DEMISSÃO EM MASSA
A
tendendo à reivindicação da Contraf-CUT e das comissões dos empregados dos bancos, diretores do HBSC e do Bradesco estiveram na sede da Confederação, na última sexta-feira (18), em São Paulo, para esclarecer dúvidas da venda do banco inglês. Os representantes dos bancos voltaram a afirmar que não háverá demissão em massa e se comprometeram a manter transparência e diálogo com os funcionários sobre o processo de fusão. O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, abriu a reunião destacando que a defesa do emprego é prioridade na Campanha Nacional dos Bancários 2015. “Queremos acompanhar todo o processo de integração entre os bancos, saber o desenho organizacional que HSBC e Bradesco apresentam para os funcionários para garantir o emprego e os direitos dos trabalhadores dos dois bancos”, reforçou. O diretor executivo do banco, André Cano, destacou que o banco não trabalha com a possiblidade
de liquidar as operações do HSBC e que ficou impressionado com o nível profissional dos funcionários. “Não temos intenção de fechar qualquer agência do HSBC. O HSBC é forte em alta renda, onde o Bradesco precisa ganhar mais força. Estamos comprando a carteira de clientes e capital humano, que será integrado ao Bradesco com transparência”, afirmou. Para Cristiane Zacarias, coordenadora da COE HSBC, ainda é preciso um acordo pela garantia de emprego. “Embora o Bradesco diga que não haverá demissão em massa, ele é um dos que mais vem demitindo. E por isso queremos garantias de emprego não no discurso, mas num acordo.”
Assédio Moral
Cristiane aproveitou a oportunidade para relatar ao diretor de RH do HSBC, Juliano Marcílio, o aumento de casos de assédio moral após o anúncio da negociação. “Soubemos de gestores que estão usando o processo de fusão para aumentar a pressão e o excesso de cobrança sobre os funcionários, alegando que só os
‘ melhores’ serão contratados pelo Bradesco. A ansiedade do gestor não pode prejudicar os funcionários”, alertou. O diretor do HSBC não refutou as denúncias, mas afirmou que alguns gestores fogem da filosofia da instituição e que os casos serão apurados.
Denúncia afasta gestores
No início do mês, 14 agências do HSBC, em Curitiba, amanheceram fechadas para exigir imediata providência do banco em relação às inúmeras denúncias de assédio moral que a entidade estava recebendo. Segundo a dirigente sindical, as atitudes do gestor têm levado os bancários ao adoecimento e ao uso de medicação controlada. “O HSBC, quando assume certos descontroles e práticas de gestão, como o que vemos hoje, leva para dentro da instituição um modelo de gestão que explora, adoece e descarta os trabalhadores. A situação já não é boa para os bancários, diante disso, fechar os olhos para o sofrimento que o assédio moral causa é um crime”, acrescentou Cristiane.
CONTRAF-CUT REIVINDICA MESA DE NEGOCIAÇÃO SOBRE PLR A Contraf-CUT solicitou ao HSBC uma mesa específica para tratar da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O banco comunicou aos funcionários um resultado de US$ 191 milhões, pelos critérios do International Financial Reporting Standards (IFRS), que são normas internacionais de contabilidade. Porém, na imprensa, que levam em conta as normas brasileiras, o lucro pulicado foi de R$ 31 milhões. “Embora não seja ilegal, de acordo com a legislação brasileira, julgamos imoral e desrespeitoso com os funcionários”, julgou Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e membro da COE do HSBC. Outro fato que também interfere no benefício dos trabalhadores é a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD), que subiu quase 100% neste ano. Uma razão para as PDDs subirem seria o aumento da carteira de crédito do banco. Esse não é o caso do HSBC. A carteira dele não subiu tanto para justificar o aumento do banco inglês. Outra razão seria a perspectiva de inadimplência em alta. O HSBC registrou uma inadimplência maior que o sistema financeiro, mas, ainda assim, o montante provisionado a mias foi muito elevado.