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COM AS CARTAS NA MESA Bancários iniciam organização para Campanha Salarial 2009 VIDA SINDICAL 11º Congresso Estadual define nova direção da CUT
CIDADANIA A importância de inserir bancários na vida política
ISSN 1981-0237
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO • JUNHO/JULHO DE 2009 • Nº 36 • ANO VlI
DIRETORIA GERAL Alessandro Greco Garcia - Banco do Brasil Ana Luiza Smolka - Banco do Brasil Ana Maria Marques - Itaú Anselmo Vitelbe Farias - Unibanco Audrea Louback - HSBC Carl Friedrich Netto - Banco do Brasil Carla Francielle Faust - HSBC Claudi Ayres Naizer - HSBC Edson Correia Capinski - HSBC Edna do Rocio Andreiu - HSBC Elize Maria Brasil - HSBC Erie Éden Zimmermann - Caixa Eustáquio Moreira dos Santos - Itaú Genésio Cardoso - Caixa Genivaldo Aparecido Moreira - HSBC Hamilton Heffo - HSBC Ilze Maria Grossl - HSBC Jefferson Tramontini - Caixa João Batista Melo Cavalcante - Caixa Jorge Antonio de Lima - HSBC José Carlos Vieira de Jesus - HSBC José Florêncio Ferreira Bambil – Banco do Brasil Karin Tavares - Santander Karla Cristiane Huning - Bradesco Kelson Morais Matos - Bradesco Leonardo André de Araújo - Caixa Lílian de Cássia Graboski – ABN/Real Luceli Paranhos Santana - Itaú Maeve Luciane Vicari - Bank Boston Salete Aparecida Santos Mendonça Teixeira - Caixa Sidney Sato - Itaú Ubiratan Pedroso - HSBC Valdir Lau da Silva - HSBC Vanderleia de Paula - HSBC
CONSELHO FISCAL
DIRETORIA EXECUTIVA Presidência Otávio Dias – Bradesco (otavio@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria Geral Carlos Alberto Kanak - HSBC (kanak@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Finanças Antonio Luiz Fermino - Caixa (fermino@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Organização e Suporte Administrativo Marco Aurélio Vargas Cruz – HSBC (marco@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Imprensa e Comunicação Sonia Regina Sperandio Boz - Caixa (soniaboz@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Formação Sindical Marcio Mauri Kieller Gonçalves – Itaú (marciokieller@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Igualdade e da Diversidade Denívia Lima Barreto – HSBC (denivia@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e Individuais Marisa Stedile – Itaú (marisa@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho Ademir Vidolin - Bradesco (ademir@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais André Castelo Branco Machado - Banco do Brasil (andre@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Cultura Herman Felix da Silva - Caixa (herman.felix@bancariosdecuritiba.org.br)
Efetivos Luiz Augusto Bortoletto - HSBC Ivanício Luiz de Almeida - Itaú Denise Ponestke de Araújo - Caixa Suplentes Deonísio Schimidt - HSBC Tania Dalmau Leyva - Banco do Brasil Bras Heleison Pens - Itaú
FILIADO À
As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos autores.
Secretaria de Mobilização e Organização da Base Júnior César Dias - Unibanco (junior@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Assuntos de Políticas Sociais e estudos Sócio-Econômicos Pablo Sérgio Mereles Ruiz Diaz - Banco do Brasil (pablo@bancariosdecuritiba.org.br) Secretaria de Assuntos das Demais Categorias do Ramo Financeiro Margarete Segalla Mendes - HSBC (margarete@bancariosdecuritiba.org.br) Secretário de Esportes e Lazer Selio de Souza Germano – Itaú (selio@bancariosdecuritiba.org.br) Rua Vicente Machado, 18 - 8º andar • CEP 80420-010 • Fone (41) 3015-0523 Presidente: Otávio Dias (otavio@bancariosdecuritiba.org.br) Secretária de Imprensa: Sonia Boz (soniaboz@bancariosdecuritiba.org.br) Jornalista Responsável: Patrícia Meyer (5291/PR) Colaboração: Fábio Souza e Renata Ortega • Diagramação: Mainardes.com Impressão: Maxigráfica • Tiragem: 7.500 mil • ISSN 1981-0237
Revista Bancári@s: Edição 36 Junho/Julho de 2009 Capa: Noviski Impressão: Maxigráfica ISSN 1981-0237
ÍNDICE Bancos Período que antecede a campanha salarial é marcado por debates nas negociações específicas nacionais em bancos públicos e privados
Campanha Salarial Bancários se preparam para as negociações: crise não será aceita como justificativa para barrar o aumento real e a melhoria da PLR
Vida Sindical 11° CECUT constrói plano de luta dos trabalhadores e elege nova direção estadual
Cidadania Trabalhadores podem contar com representação consciente e responsável na Câmara de São José dos Pinhais
Qualidade de vida Quando a dedicação no trabalho se transforma em fator que prejudica a saúde, a vida profissional e o bem estar do bancário
Jurídico Assessoria esclarece dúvidas jurídicas. Saiba mais sobre planos de saúde, auxílio doença e auxílio por acidente de trabalho
Prestação de Contas Assembleia aprova por unanimidade a prestação de contas anual do Sindicato. Veja os detalhes
Cultura Espaço Cultural oferece entretenimento aos trabalhadores. Confira a agenda de julho e agosto
Aconteceu Espaço do Leitor e Recomendamos Memórias da Luta
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EDITORIAL EDITORIAL
Assessoria de Comunicação Contraf/CUT.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região foi anfitrião do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do HSBC, entre os dias 2 e 4 de junho. Após três dias de debates, que contou inclusive com apresentação de representantes do banco e ato no Palácio Avenida, os cerca de 80 dirigentes estipularam as prioridades da campanha específica no HSBC.
O que os trabalhadores bancários querem
Bancári@s
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Desde 15 de setembro do ano passado o mundo vem assistindo e ouvindo notícias sobre uma das maiores crises do sistema financeiro mundial. O Brasil vive uma condição especial diante desta crise. Possui um sistema financeiro considerado sólido, em condições privilegiadas. No final do ano passado, o governo federal e a equipe econômica liberaram R$ 150 bilhões através do compulsório ao sistema financeiro, com intuito amplamente divulgado de fomentar o crédito. Tal medida foi muito interessante, mas, de fato, o que assistimos em seguida foi o anúncio de uma das maiores fusões do hemisfério sul: a aquisição do Unibanco pelo Itaú. Nem é preciso dizer que os trabalhadores bancários ficaram apreensivos, temendo perder seus empregos. Enquanto o mundo e os trabalha
dores brasileiros sofrem com a crise, contabilizando seus impactos, os banqueiros seguem fazendo suas negociatas, inclusive aumentando as provisões 37% acima do determinado pelo Banco Central e apresentando expressiva lucratividade. Como se não bastasse o lucro que não se reflete em uma PLR digna aos trabalhadores, os banqueiros utilizam de recursos contábeis para reduzir a distribuição dos resultados e descumprir as regras de pagamento acertadas com o movimento sindical. Tudo com o objetivo de ter mais lucro. O que dizer então perante a informação de que em nenhum lugar no mundo o spread bancário é tão alto quanto no Brasil? Para empréstimos à pessoa física, o diferencial chega a ser 10 vezes mais elevado para o brasileiro em relação ao crédito equivalente no exterior. A taxa real de juros total (juros adicionados aos serviços administrativos,
riscos de inadimplência, margem de lucro e tributação) do HSBC na Inglaterra é 6,60% ao ano, mas no Brasil, o banco esfola os seus clientes com nada menos que 63,42% ao ano. O Santander, por sua vez, cobra na Espanha 10,81% ao ano, mas no Brasil essa taxa é de 55,74%. São necessárias e urgentes medidas para alterar a legislação brasileira, em especial a reforma no artigo 192 da Constituição, que regulamenta a Sistema Financeiro Nacional. Os acontecimentos recentes no setor bancário, com as fusões e aquisições entre grandes bancos só tende a agravar este quadro. O que queremos são mais bancos, maior competitividade no setor, mais opções, mais trabalhadores, e não a concentração do sistema, colocando em risco o emprego dos trabalhadores, bem como conquistas históricas de muitas lutas. Otávio Dias, presidente
bancos
ITAÚ UNIBANCO
Denúncia de assédio moral gera auditoria nas agências A ação incisiva do Sindicato gerou ganhos nas condições de trabalho dos bancários. Em reunião realizada no dia 02 de junho, o Itaú Unibanco firmou o compromisso de auditar as agências denunciadas por assédio moral. A mesa de discussão entre os representantes da entidade e do banco foi conquistada após um protesto realizado em maio, que afetou o funcionamento de três agências de Curitiba (Mercês, Deodoro e Curitiba). Compromissos do banco– Durante a reunião, a direção do Itaú Unibanco, que dizia ignorar o problema, se comprometeu a ampliar as ações investigativas para outras unidades, garantindo sempre aos funcionários o sigilo das informações prestadas. As
auditorias incluem entrevistas individuais para identificar o perfil dos gestores e inibir as práticas de desrespeito, ameaça e humilhação. Nova reunião será agendada para apresentar os resultados ao Sindicato. Para os dirigentes, o protesto foi positivo, pois abriu o canal de negociação com banco. “Conseguimos providências concretas de combate ao assédio moral. Além disso, restabelecemos o diálogo, vencemos a resistência em debater este problema e poderemos apresentar novas denúncias”, avalia Anselmo Farias, dirigente sindical e trabalhador do Unibanco. O Sindicato também recebeu um correio eletrônico de agradecimento
dos bancários pela ação sindical, reconhecendo o empenho da entidade em resolver o problema de forma rápida. O trabalhador comenta: “Temos colegas nas agências que sofrem tanto com o terrorismo dos gestores que mesmo tomando remédios tarja preta não conseguem dormir durante a noite, tem a vida social abalada, vivem chorando e chegam a tecer comentários como 'pegar a arma dos vigilantes para acertar o gerente e depois tirar sua própria vida'. Isto reflete o tamanho do ódio e repugnância em relação à cobrança excessiva e desumana dos gerentes, diante das ações tendenciosas e do tratamento de ridicularização na frente de colegas e ainda das metas abusivas”.
INCENTIVO À APOSENTADORIA
Inscrições para o programa começam em julho Após a adesão, o desligamento poderá ser efetivado em até 12 meses a critério da área ou departamento. (veja o quadro). Têm opção de do FUNBEP quanto do Plano de A pressão do movimento sindical surtiu efeito e assegurou aos bancários participar do programa bancários Aposentadoria Complementar têm o em vias de se aposentar um programa de aposentados ou em condições de se melhor benefício suplementar a partir incentivo mais justo. Dentre os avanços aposentar pelo INSS, com pelo menos dos 55 anos de idade. Desta forma, o conquistados em 10 de junho estão a 50 anos de idade e que estejam lotados Sindicato está solicitando que o Itaú adesão voluntária e o pagamento de em prédios administrativos. O prazo de Unibanco pague a totalidade das contrimeio salário por ano trabalhado limitado inscrição começa em julho e se encerra buições da modalidade autopatrocínio para os trabalhadores que aderirem ao a seis salários – e não mais 30% do em agosto. Plano de Benefícios Pre- programa de incentivo à aposentadoria. salário limitado a cinco vencimentos
•Meio salário por ano trabalhado, limitado ao total de seis salários; •PLR de 2,2 salários e adicional de R$ 1.980 para bancários do Itaú; e PLR de até 2,2 salários, mais adicional de R$ 1.530 para bancários do Unibanco. Os bancários receberão o mesmo valor da PLR de 2008; •Plano de saúde garantido por mais 24 meses, além do período já previsto pela CCT, que pode chegar a até mais
9 meses; •Valores equivalentes a 13 cestasalimentação, o que corresponde a R$ 3.548,48 de crédito no cartão alimentação; •O banco irá pagar todas as verbas rescisórias, inclusive a multa de 40% sobre o montante do FGTS; •A opção ao programa de aposentadoria não dá quitação total do contrato de trabalho.
O QUE É PRECISO MELHORAR... •O programa precisa ser estendido aos trabalhadores das agências. •A idade mínima para as mulheres deve ser reduzida para 48 anos. •As contribuições para o plano de benefícios previdenciários na modalidade autopatrocínio deverão ser pagas na totalidade pelo banco.
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CONFIRA QUAIS SÃO OS DIREITOS PARA QUEM ADERIR AO PROGRAMA
bancos
HSBC
Sindicato sediou Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais
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Os problemas dos trabalhadores do HSBC são nacionais. Esta foi uma das conclusões do encontro de dirigentes do banco realizado no Espaço Cultural, em junho. Cerca de 80 dirigentes de todo o país participaram do evento que definiu a pauta de reivindicações e debateu as estratégias para negociação junto ao banco inglês. Dentre os problemas está a falta de funcionários, a ausência de transparência em relação ao programa próprio de remuneração e os salários injustos pagos pela empresa. Os dirigentes também questionaram a redução na rede de agências e a falta de transparência da empresa em relação aos seus posicionamentos, o que causa muito desconforto. “O HSBC está adotando uma linha estratégica clara de atender aos grandes correntistas, privilegiando as agências premier e deixando de lado os demais clientes. Para o funcionário, o banco também só vende ilusões. Alguns são promovidos, mas isto não significa incremento salarial condizente com o que merecem pela nova função. Só assumem mais responsabilidade e trabalho. Não podemos aceitar esta postura de desvalorização profissional”, afirmou Marco Aurélio Cruz, dirigente sindical. Prioridades – Ao final do Encontro, encerrado em 04 de junho, os dirigentes estipularam as prioridades da campanha específica no banco: a necessidade de aprofundar as discussões sobre o programa próprio de remuneração variável (PPR) e a exigência de uma revisão do HSBC em sua postura sobre a previdência complementar, o Plano de Cargos e Salários (PCS) e o Papa-filas. Ficou a cargo dos dirigentes não apenas fomentar o debate sobre as questões, como a construção de uma proposta atendendo as demandas apresentadas pelos trabalhadores. A COE/HSBC deverá encaminhar também, por meio da Contraf/CUT, a realização de uma
campanha nacional de valorização dos trabalhadores, com os motes: contratação já, PCS e basta de demissões. HSBC afirma que permanece no país – Os representantes do HSBC Edwin Schulze, Gilmar Lepchak, Antonio Carlos e Sergio Loução foram responsáveis por apresentar as perspectivas do banco inglês no país. Segundo os executivos, a estratégia de negócios da empresa é investir no varejo. Contradizendo rumores de que o cenário de concentração do setor atingiria o banco, eles enfatizaram que o HSBC está traçando para o Brasil uma trajetória de longo alcance. “O movimento é de investimento, não de desinstalação.”, comentou um dos representantes. Sobre a remuneração variável e as alterações nas regras do programa próprio que geraram insatisfação, Schulze explicou que tudo não passou de um problema de comunicação e que os trabalhadores não estavam suficientemente atentos para os
O movimento sindical considerou as explicações vazias e pouco satisfatórias, salientando que ninguém entende o programa de remuneração, o que significa que não se trata de um problema pontual de comunicação, mas de descaso. Protesto – No dia 03 de junho, o Palácio Avenida foi palco de um protesto nacional contra a postura que o HSBC adota em relação aos bancários e clientes. Nas intervenções dos dirigentes, a denúncia direta à população curitibana dos principais problemas do banco inglês. Foi enfatizado que o HSBC teve um propósito claro, desde que comprou, à preço de banana, o Bamerindus e chegou ao Brasil: “nocautear” trabalhadores e clientes. "Eu era feliz e não sabia", ironizou Jorge Antônio, presidente do Sindicato de Niterói, falando sobre as mudanças que ocorreram na gestão de pessoas com o fim do Bamerindus, dentre elas: demissões em massa, adoecimento, remuneração injusta e desvalorização, assim como metas abusivas e sobrecarga de trabalho.
SANTANDER REAL
Bancários protestam em todo o país Pagamento do adicional de PLR, fim das demissões e manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores dos dois bancos foram as principais reivindicações neste mês de junho.
A garra dos trabalhadores do Santander Real garantiu o pagamento de R$ 500 como parcela adicional da PLR, creditado no dia 19 de junho. O valor está muito aquém do que os bancários merecem, especialmente porque o banco pagou bônus milionários de até R$ 1,4 milhão para superintendentes e fixou a remuneração anual média de R$ 8,6 milhões para os 26 diretoresexecutivos em 2009. Entretanto, foi uma vitória dos protestos nacionais organizados pelos trabalhadores. Demissões – Outro grave problema enfrentado pelos trabalhadores bancários do Santander são as demis
sões. Entre março de 2008 e março de 2009, o banco espanhol extinguiu 3.300 empregos no Brasil. As dispensas desrespeitam um processo de negociação que já conquistou vários mecanismos para evitar as demissões, como a criação de um centro de realocação profissional e os aditivos à convenção coletiva que estabeleceram a licença remunerada pré-aposentadoria (pijama) e incentivos para aposentadoria. Saúde e previdência – Os trabalhadores também repudiam as mudanças sem negociação com as entidades sindicais realizadas pelo banco no HolandaPrevi e nos planos de itados.
assistência médica e odontológica. Em relação ao plano de previdência, por exemplo, o Santander, ao invés de estender o antigo HolandaPrevi, do Real, para os bancários que não tinham plano com uma patrocinadora, criou um novo plano. Para quem já tem o HolandaPrevi, o novo plano é péssimo, com redução de mais de 50% dos valores depositados. A orientação dos sindicatos é de que ninguém faça adesão. As alterações nos planos de assistência médica e odontológica também significam prejuízos aos trabalhadores, já que o nível e abrangência do plano variam de acordo com o cargo, o que significa uma adaptação discriminatória.
BRADESCO
Inovar é... melhorar a vida dos bancários Melhores condições de trabalho, remuneração justa, plano de cargos e salários, segurança, auxílio educação e licença maternidade, entre outras... Essas são as verdadeiras novidades que os bancários do Bradesco querem ver implementadas. Por isso, o movimento sindical de todo o país está retomando a Campanha de Valorização dos Funcionários do banco. Com o mote Inovar é..., a mobilização destaca reivindicações históricas dos bancários e pretende discuti-las de forma descontraída por meio de um álbum de figurinhas. Como participar – Os bancários sindicalizados de Curitiba e região do Bradesco estão recebendo, periodicamente, pacotes de figurinhas, que compõem um álbum de 13 páginas. Os desenhos relembram os bonequinhos do Amar é..., famosos por ilustrar capas de cadernos e adesivos na década de 1980. Com as figurinhas em mãos, os bancários poderão reviver a tradicional brincadeira de troca para completar o álbum.
Premiação – O Sindicato também premiará os dez primeiros sindicalizados que completarem o álbum da Campanha e apresentarem a entidade. O trabalhador poderá escolher entre um vale CD (no valor máximo de R$ 25), dois convites para a tradicional feijoada, servida aos sábados no Espaço Cultural, ou um mês gratuito de qualquer atividade oferecida pelo Sindicato (musculação, dança de salão ou pilates). “Mais do que premiar os bancários, o objetivo é conscientizar os trabalhadores do Bradesco sobre a importância da união e da organização para avançarmos em relação a estas reivindicações, que implicam diretamente em melhores condições de trabalho e remuneração”, enfatiza Ademir Vidolin, dirigente sindical e trabalhador no Bradesco. Ele destaca ainda que as trocas de figurinha são uma ótima oportunidade para os bancários trocarem também suas opiniões sobre as reivindicações e as condições de trabalho na empresa.
bancos
CAIXA ECONÔMICA PCC: bancários oficializam proposta Após um debate rico e intenso, foram definidos os pontos estruturantes da proposta para o Plano de Cargos e Salários (PCC) dos empregados da Caixa Econômica Federal. A deliberação final aconteceu na plenária nacional realizada no dia 16 de junho, em São Paulo, com a
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participação de 146 delegados. Tendo em vista a construção de um PCC mais justo e sem discriminações, o grupo de trabalho recebeu 155 sugestões, que foram sintetizadas a partir de 1.480 contribuições enviadas por trabalhadores de todo o país. O
proposta focada na valorização das funções e suas comissões, além da extinção do CTVA para a criação do Ajuste de Remuneração de Função (ARF). Confira abaixo os principais pontos definidos:
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bancos Campanha Salarial 2009
Jogando as cartas na mesa Bancários se preparam para campanha salarial pressionados por um cenário de crise. Que expectativas ter em relação à campanha salarial dos trabalhadores bancários em um momento econômico de incertezas, provocado pela crise mundial? A resposta do movimento sindical bancário é unânime: será uma campanha forte, organizada e centrada na luta por uma remuneração mais digna e justa. “Os bancos brasileiros não foram afetados pela crise e continuam lucrando muito. A crise não será aceita como justificativa para barrar o aumento real e a melhoria na regra e no pagamento da Participação nos Lucros e resultados que é o que a categoria merece”, afirma Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. A afirmação do presidente do Sindicato foi confirmada pelo anúncio do Banco Central de que, na contramão da crise internacional, os 50 maiores bancos que operam no Brasil apresentaram um lucro líquido somado de R$ 7,596 bilhões no primeiro trimestre de 2009. Apesar do resultado positivo, as empresas financeiras extinguiram 1.534 postos de trabalho no mesmo período. Foram desligados 8.236 bancários e contratados apenas 6.882 entre janeiro e março. O que significa uma inversão do que ocorreu em 2008, quando houve um
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aumento de 3.139 novas vagas no mesmo período. “As demissões estão concentradas nos grandes bancos privados, principalmente em razão das fusões do ItaúUnibanco e Santander-Real, contrariando os compromissos assumidos publicamente pelos presidentes dessas empresas de que não haveria fechamento de postos de trabalho”, destacou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf/CUT. A pesquisa realizada pela Contraf/CUT e pelo Dieese demonstra também que houve redução nos salários pagos. A remuneração média dos bancários contratados nos primeiros três meses de 2009 é 54,45% inferior à média dos desligados no mesmo período. Os desligados no primeiro trimestre recebiam remuneração média de R$ 3.939,84. Já os contratados têm remuneração média de R$ 1.794,46. Este cenário demonstra a importância da união dos trabalhadores bancários para esta campanha salarial. “A alta rotatividade na categoria bancária e lucratividade dos bancos, características comprovadas pelas estatísticas divulgadas recentemente, demonstram que é justo e imprescindível a elevação e simplificação da Participação nos Lucros e Resultados, a valorização dos pisos salariais e um plano de cargos e salários para todos”, diz Otávio Dias. “É o momento de mostrarmos a nossa força aos patrões e reverter este panora-
ma desfavorável que se apresenta”. Ponto de partida – A Campanha Salarial começou com a distribuição da consulta a base, que foi devolvida até dia 25 de junho. Nos dias 04 e 05 de julho será realizada a Conferência Estadual dos Bancários. Já entre 17 e 19 de julho, durante a Conferência Nacional em São Paulo, haverá a definição da minuta de reivindicações a ser entregue para a Federação Nacional dos Bancos. Se cumprida a tradição, cerca de duas semanas após o término da conferência nacional é realizada a entrega. “É um processo pautado pelo debate, transparência e democracia. Todas as reivindicações apontadas pelos trabalhadores são exaustivamente discutidas local, regional e nacionalmente. As inscrições para as delegações que vão para a conferência estadual são abertas e gratuitas, e dentre os presentes são eleitos os representantes para a conferência nacional”, explica Otávio Dias. Re p r e s e n t a n t e s p a t r o n a i s resistem em corrigir salários acima da inflação – De acordo com o Dieese/PR, as negociações salariais das categorias que tiveram suas data-base no primeiro semestre de 2009 foram muito mais duras que no ano anterior. Os trabalhadores conseguiram reposição da inflação e ganho real, entretanto, se em 2008 o aumento real se concentrou na faixa entre 2% e 3%, agora têm ficado entre 0,5% e 2%. Além disso, segundo o Dieese/PR, os acordos estão demoran-
do mais para ser fechados este ano. Por outro lado, setores pouco afetados pela crise, como o bancário por exemplo, poderão conseguir um desempenho melhor. Campanha já começou – O Comando Nacional e os representantes dos bancos já estiveram reunidos algumas vezes, no primeiro semestre deste ano, para debater uma nova regra para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reivindicação que não foi atendida em 2008, quando a mesma regra do ano anterior foi aplicada. Entre as premissas apresentadas pelos bancários para balizar os debates durante a campanha nacional da categoria estão: indicadores transparentes de apuração para que todos possam fazer o cálculo de quanto receberão; indicadores coletivos e não individuais; não-desconto dos programas próprios de remuneração; e em caso de fusão e incorporação, os parâmetros têm de ser revistos para que ninguém seja prejudicado. Além disso, é urgente definir qual será a referência a ser utilizada. Por exemplo, se for o lucro, será o líquido, o bruto ou o recorrente? Se haverá outra fonte de receita para compor a PLR, como a prestação de serviços e qual balanço será utilizado. O principal avanço da reunião do dia 29 de maio foi a concordância dos bancos em debater o conceito de lucro que será utilizado para o cálculo da PLR. Hoje, cada banco aplica um conceito diferente. “Não queremos repetir a regra da PLR aplicada no ano passado”, afirma Otávio Dias. “É essencial que a regra seja mais clara para o trabalhador bancário”, conclui. Para ficar informado sobre a Campanha Salarial 2009, acesse www.bancariosdecuritiba.org.br.
Vida Sindical
Bancários participam ativamente do 11° CONGRESSO ESTADUAL DA CUT Uma delegação de 11 trabalhadores bancários participou, entre os dias 19 e 21 de junho, do 11º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores (CECUT), etapa preparatória ao 10º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que se realizará entre 05 e 08 de agosto. A crise econômica mundial e seus impactos para os trabalhadores foram os temas mais debatidos durante as atividades do congresso. Neste cenário, os primeiros e maiores prejudicados são os trabalhadores, o que evidencia o papel da CUT em mobilizar a classe para defender a manutenção de seus direitos e empregos. Além da crise, três outros importantes painéis estiveram em pauta: Conferência Nacional de Comunicação, Igualdade de Oportunidades na Vida, no Trabalho e no Movimento Sindical, e a Campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso!”. Nova direção estadual da CUT é eleita – A eleição da nova direção da CUTPR foi a última atividade do 11º CECUT. Não houve disputa de chapa. A chapa única foi referendada pelos trezentos delegados que participaram do evento e, dessa forma, o petroleiro Roni Barbosa foi reeleito para o cargo de presidente. Confira os principais cargos na direção executiva da CUT-PR: Vice-Presidência: Raimundo Ribeiro Santos Filho – Bahia [Sintrapav-PR]; Secretaria
CUT/PR
Evento construiu um plano de luta dos trabalhadores do Paraná para o próximo período e elegeu uma nova direção estadual para a Central.
Geral: Marisa Stedile [Bancários de Curitiba]; Tesouraria: Valdemir Bibiano do Prado – Negão [Bancários de Londrina]; Secretaria do Meio Ambiente: Neveraldo Oliboni [STR Nova Prata/Fetraf-Sul]; Secretaria de Formação Sindical: Isabel Cristina Gonçalves [Sindesc];Secretaria de Relações do Trabalho: José Alexandre dos Santos – Zezão [Sintracon Curitiba]; Secretaria de Comunicação: Miguel Angel Alvarenga Baez [APP-Sindicato]; Secretaria de Políticas Sociais: Luiz Antônio Ribeiro de Souza – Luizinho
Sindicato lamenta falecimento do companheiro Bolacha Bancári@s
O movimento sindical bancário perdeu, no dia 23 de abril, o dirigente Márcio Rogério Garrido de Lima, conhecido por todos pelo simpático apelido de “Bolacha”. Pai de três 12 filhos, ele deixa esposa e um legado de trabalhador exemplar e homem ponderado. Recentemente, era diretor regional da FEEB/PR (gestão 2008/2012), mas já havia exercido a função de secretario de esportes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, entre 2002 e 2005, na gestão de
Marisa Stedile. “O Márcio, ou Bolacha, era bancário do ex-Banco Nacional, atual Unibanco. Na base, trabalhamos juntos, e Ele sempre se mostrou um funcionário exemplar. Depois, realizou um competente trabalho frente a Secretaria de Esportes. Sentimos muito sua partida, mas se Deus precisou dele, temos que nos conformar e pedir que descanse em paz...”, enfatiza Anselmo Farias, trabalhador do Unibanco e dirigente sindical.
[Sintcom-PR]; Secretaria de Organização e Política Sindical: Maíra Beloto de Camargo [Sismmac]; Secretaria da Mulher Trabalhadora: Regina Perpétua Cr uz [SindiVigilantes Curitiba]; Secretaria da Juventude: Patrick Baptista [Sismuc]; Secretaria de Política Racial: Tainara Maria Motta [APP/NS MetroSul] e Secretaria de Saúde: Carlos Aparecido da Silva – Carlão [SindServ Cambé]. Os bancários Jorge Ferreira (Metralha), Edílson José Gabriel, Eliana Maria dos Santos e Maria de Fátima Costamilan também compõe a direção.
cidadania
Bancário, vereador e cidadão O trabalhador bancário Ubiratan Pedroso, ou Bira do Banco, assumiu em janeiro deste ano uma importante função no cenário político do Paraná. Bira, que atua já há 17 anos no Bamerindus/HSBC, elegeu-se vereador na Câmara de São José dos Pinhais. O bancário tem uma forte atuação sindical desde 2004, e agora está liberado de forma integral para atender as demandas sindicais e de sua nova atribuição. O que o motivou a participar do Sindicato foi a consciência de que poderia contribuir na luta por melhores condições de trabalho. Na Câmara, ele é presidente da Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes. Acima de tudo, o bancário é um cidadão que deseja participar diretamente de ações que possam transformar a sociedade. Para o vereador, por exemplo, minimizar o desemprego é uma de suas prioridades. Certamente, esta preocupação em assegurar a renda e o sustento das famílias é decorrente da consciência política, fortalecida na atuação sindical. Em entrevista a revista Bancári@s, Bira defende a necessidade de uma participação ativa dos trabalhadores no cenário político de nosso país. Bancári@s: O que o motivou a entrar na política e concorrer às eleições para Câmara de Vereadores de São José dos Pinhais? Bira: Em 2004, fui candidato a vereador a pedido do Partido dos Trabalhadores e
fizemos uma excelente votação. Ano passado, vencemos o pleito na Prefeitura e me elegi vereador. A vontade de melhorar a vida das pessoas é o principal motivo de eu estar na política. Bancári@s: Qual seu perfil na atuação política? Bira: Quero pautar minha atuação política de forma transparente e sempre ligada aos interesses da comunidade, evitando o perfil assistencialista. O vereador é eleito para fazer leis, fiscalizar o Executivo e apoiar os movimentos reivindicatórios legítimos de uma sociedade. Pretendo atuar de forma diferenciada no parlamento, apresentando projetos e liderando debates que sejam úteis para a cidade. Bancári@s: Qual sua opinião sobre os trabalhadores que estão desacreditados da política brasileira? Bira: Estamos passando por um processo de esgotamento do modelo atual de democracia representativa. O fato é que precisamos com a máxima urgência de uma reforma política. É uma das mais difíceis mudanças que teremos que encarar, mas se não ocorrer o Brasil estará em risco devido a um modelo totalmente anacrônico e ultrapassado de se fazer política. Hoje, nossos representantes eleitos se sentem donos do mandato, agem segundo sua forma de pensar, sem prestar contas. Como não temos a cultura de cobrar e participar, chegamos ao descrédito em
relação à classe política e a total falta de transparência. Bancári@s: Por que é importante que os trabalhadores bancários se envolvam na esfera política? Bira: Todo trabalhador deve se manifestar politicamente, afinal, é através da política que são definidos seu salário, a saúde da sua família, a segurança pública e a educação dos seus filhos. Não vejo como existir uma atuação dos trabalhadores que seja desvinculada da política. Para os bancários esta atuação é ainda mais expressiva, visto que a categoria tem uma longa tradição dentro do movimento sindical, o que os leva a expandir suas atuações para outros espaços de poder, além do sindicato.
Benefícios da participação de bancários na política “Para os trabalhadores é fundamental a presença de políticos identificados com nossas questões. O exemplo que podemos citar é da atuação do senador Paulo Paim (metalúrgico e líder sindical). Em seu currículo estão projetos como o que valoriza o salário mínimo nacional atrelando ao crescimento do PIB, o que extingue o fator previdenciário e reajusta os benefícios dos aposentados na mesma proporção que os demais assalariados. Se os trabalhadores não elegem seus representantes, o espaço parlamentar será ocupado pelo lobby do grande capital, como banqueiros, ruralistas e empresariado.”
Marisa Stedile, secretária de Assuntos Jurídicos
Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários
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“As decisões políticas se refletem na vida dos trabalhadores. Na Câmara Federal tramitam projetos prejudiciais aos trabalhadores, como o que permite a terceirização. Também há projeto bons, como o que propõe a ratificação da Convenção 158 da OIT que proíbe a demissão imotivada. O papel do sindicato é influenciar e pressionar para que os parlamentares aprovem projetos de interesse social. Se tivermos parlamentares comprometidos com a categoria, temos a certeza que votarão com os trabalhadores, o que não acontece quando são eleitos representantes do empresariado.”
qualidade de vida
UMA VIDA PROFISSIONAL
INTERROMPIDA Na busca pela realização profissional e pessoal, o bancário dificilmente prevê que seus projetos e idéias possam ser distorcidos, afetando seus valores, autoconfiança e saúde. O relato a seguir demonstra que uma jornada de dedicação e responsabilidade no trabalho pode, muitas vezes, ser interrompida por doença ou até mesmo por uma demissão repentina, ambas causadas pela rotina estressante imposta pelo banco. Quando ingressei no banco, há 10 anos, a sensação que tive é a de que estava chegando a uma festa. Depois de algumas sessões de seleção pessoal, você é escalado para o que chamam de grandes oportunidades de crescimento profissional na organização. Logo, você aceita a vaga sem questionar, afinal, trata-se de um banco, lugar aparentemente limpo, organizado e com pessoas bonitas e inteligentes. Foi o que fiz, certo de que ali estava a minha grande oportunidade. Na certeza de que o banco proveria meu sustento e também cuidaria do meu futuro, fiquei feliz com tudo aquilo. Conheci muitas pessoas, aprendi coisas novas e trabalhei muito mais do que precisava para atingir os resultados que esperavam de mim, sempre seguindo o conselho dos meus “líderes” de que a minha dedicação seria recompensada. Após alguns anos, fui transferido, atendendo ao desafio proposto pelo “meu protetor”. Trabalhei ainda mais, lutei pelos interesses do banco com afinco e dedica
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ção, deixando de lado meus sonhos pessoais. Levei a empresa, cuja camisa sempre vesti, a um lugar invejável no mercado de trabalho, pois com a vitória do banco eu também me orgulhava. Depois de mais algum tempo, veio um novo convite, mais uma oportunidade de carreira e crescimento. Mesmo diante de condições de transferência não favoráveis do ponto de vista financeiro, atendi o apelo dos diretores que insistiam em dizer que o banco precisava de mim. Fui convencido e assumi novas responsabilidades. Mais próximo do “poder”, percebi que não compreendia muito o significado de trabalhar. Como um louco, buscava me superar, antever os problemas e, de forma pró ativa, atender as expectativas dos gestores. Remuneração, benefícios, vida pessoal, tudo estava em segundo plano, pois eu estava ali para atender o banco. Ao poucos, as coisas começam
ram a mudar sutilmente. O que eu havia aprendido não mais acontecia. Na organização, o bancário normalmente ficava em determinada função por um período de tempo até adquirir as famosas “competências” que o cargo exigia. Sucessivamente, ele ia, então, galgando posições. Mas eu percebi que essa lógica não estava mais sendo seguida, que companheiros com menos experiência e ainda em processo de aprendizado eram apadrinhados e chegavam mais facilmente aos postos pelos quais os outros tanto trabalhavam e ansiavam. Ao perguntar aos meus gestores o motivo do preterimento, ouvia respostas genéricas, que eu devia ter paciência, que precisava me mostrar mais comprometido. Mas eu nunca parava para refletir sobre essas respostas. Até que, um dia, vi com clareza o que eu significava para o banco: apenas uma “peça da engrenagem”. Todos aqueles anos de trabalho duro não significavam nada. Tentei banir esses pensamentos de minha mente, sufocando-os com as boas lembranças do passado e tentando acreditar que as injustiças e favorecimentos que via eram apenas delírios de minha mente “ansiosa”. Eu continuava aguardando as avaliações de final de ano com grande expectativa, certo de que minha chefia me reconheceria.
Por muitas vezes, fui repreendido por tarefas e resultados comerciais que não eram de minha responsabilidade. Cheguei até a fazer coisas que considero absurdas para provar minha competência. Mesmo assim, fui taxado de incompetente. Já aqueles que ocupavam os cargos de decisão, por razões que eu até hoje desconheço (mas, com certeza, diferente daquelas adotadas em um ambiente de meritrocacia), lá estavam, protegidos pelos senhores da verdade absoluta, a salvo para poder usar suas “habilidades comerciais”. Em ambientes assim, há ocasiões em que amigos leais te informam que você foi indicado para um cargo que exige profundo conhecimento do mercado que domina. Você fica cheio de expectativas, aguardando o momento de tal promoção. E quando chega a hora, você é chamado para uma conversa com aquele que se diz “líder” (mas, na verdade, é apenas um diretor) e ouve: 'você é um bom profissional, só que não é participativo e não sabe trabalhar em times' e que o cargo almejado precisava de alguém com o perfil de jogador. Depois que passei por isso, comecei a receber avaliações medíocres, mesmo com excelentes avaliações de colegas de trabalho. Recebi aumentos pífios e, até mesmo, desprezo deste diretor. Fui alvo de gozação em público por parte dele. Diante das humilhações corriqueiras e no ímpeto de buscar ajuda, resolvi
denunciar ao RH do banco. Elaborei um relatório expondo minha dedicação e excelência no trabalho e exigindo respeito por parte de meus gestores. Pleiteei até uma transferência para outra área, uma oportunidade para recomeçar. Acreditei fielmente que o RH me ajudaria, já que se mostraram tão solícitos no atendimento. Mas a “espera” por uma resposta gerou em mim um clima de tensão, ansiedade e instabilidade emocional. Passei a ser uma pessoa extremamente irritada e a me preocupar excessivamente com o trabalho, ou melhor, com medo de perdê-lo. Boatos e desconfiança em relação aos outros começaram a invadir minha mente. Não me reconhecia mais. Comecei a ter dificuldades para dormir, me concentrar e para tomar decisões simples. Minha autoconfiança estava comprometida. Mesmo assim, continuei tentando ser ouvido e não procurei ajuda médica. Até que, de surpresa, recebi uma terrível notícia: estava demitido! E que a demissão já estava prevista há meses e só não havia ocorrido ainda porque meu superior direto teria me dado uma nova chance. Mas o banco chegou a conclusão que minha performance não estava de acordo com a política do RH, pois eu não soube aceitar o fato de que outra pessoa foi promovida ao cargo a que fui indicado e já não atingia mais as metas do banco.
Nesse dia, o chão foi tirado dos meus pés. De repente, me vejo num hospital, sendo atendido por vários profissionais que tentavam acalmar meus batimentos cardíacos. E eu me perguntando o que uma pessoa de 38 anos, jovem, cheia de vida, de sonhos, com um condicionamento físico bom, estava fazendo ali. Que vida era aquela? Após uma crise de ansiedade e estafa mental, decidi retomar o controle. Reencontrei meus valores, meu orgulho e paixão pela vida. Mais do que isso, decidir viver! Só que eu precisaria conviver com uma seqüela do banco, uma síndrome do pânico. Mas todo aquele ambiente hostil, que tive que suportar nos últimos meses da minha vida como bancário, não fazia mais parte da minha história. Alguns dias em casa e eu descobri que existe vida após o banco. O tempo de escravidão havia terminado. Posso ter saído cambaleando no momento da demissão, mas saí íntegro e absolutamente certo de que tenho valores, que o reconhecimento não está nas mãos dos outros e de que para ser feliz é preciso dizer não. *Se você tem presenciado ou observado abusos e injustiças contra os trabalhadores bancários no ambiente de trabalho, denuncie! Entre em contato pelo e-mail: sindicato@bancariosdecuritiba.org.br ou pelo telefone (41) 3015-0523.
jurídico
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Benefício Acidentário Por Diego Martins Caspary Assessor jurídico do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região maioria dos afastamentos tem ocorrido mediante a concessão do Auxílio Doença (B31), quando na verdade o benefício devido deveria ser o Geralmente, o trabalhador procura orientação médica e continua trabalhando. Porém, o fato de continuar exercendo a atividade tende a agravar o quadro clínico apresentado. O trabalhador deve, portanto, procurar auxílio médico e, por conseguinte, pleitear o afastamento devido para que possa efetuar o tratamento indicado, visando à melhora em relação ao problema de saúde adquirido.
Doença por Acidente de Trabalho (B91), tendo em vista ser a patologia decorrente da atividade laboral do trabalhador. As desvantagens de não se obter o auxílio de caráter acidentário são inúmeras. Dentre elas, podemos
destacar a menor estabilidade quando do retorno ao trabalho, a falta de depósito do FGTS, entre outros. Como o trabalhador deve agir – O procedimento, então, a ser adotado pelo trabalhador acometido por problema de saúde deve ser o de procurar orientação técnica e, se for o caso, utilizar o judiciário para fazer valer seus direitos. As ações judiciais são encaminhadas para uma vara especializada em acidente de trabalho, na Justiça estadual, onde o autor passa por perícia médica judicial, através de médico indicado pelo próprio juiz, portanto, isento, sem qualquer relação com empregador, tampouco com INSS. Nesta perícia médica será efetuada avaliação sobre a extensão do problema de saúde, bem como, se existe relação com o ambiente de trabalho, encaminhando-se, então, para o benefício devido, seja ele Auxílio-Doença por Acidente de Trabalho (B91), Auxílio-Acidente (B94) ou Aposentadoria por Invalidez Acidentária (B92). Para maiores esclarecimentos procure a Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
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Hoje em dia, existe um contingente muito grande de bancários com problemas de saúde. A LER/DORT, bem como distúrbios psiquícos, estão se tornando cada vez mais comuns entre os trabalhadores da área. A atividade exercida pelos bancários exige esforço e repetitividade, ensejando diversos males. Além disso, existe intensa cobrança por produtividade, metas a serem cumpridas, etc. Geralmente, o trabalhador procura orientação médica e continua trabalhando. Porém, o fato de continuar exercendo a atividade tende a agravar o quadro clínico apresentado. O trabalhador deve, portanto, procurar auxílio médico e, por conseguinte, pleitear o afastamento devido para que possa efetuar o tratamento indicado, visando à melhora em relação ao problema de saúde adquirido. Auxílio Doença X Auxílio por Acidente de Trabalho – Nesta etapa inicia um novo problema ao trabalhador. A partir do 16º dia de afastamento do trabalhador, o Instituto Nacional de Seguro Social passa a ter responsabilidade sobre o mesmo. No entanto, a
prestação de contas
Assembleia aprova contas do Sindicato Em assembleia realizada no dia 21 de maio, no auditório do Espaço Cultural e Esportivo, os trabalhadores bancários aprovaram por unanimidade a prestação de contas anuais da entidade. Desta forma, o Sindicato dos Bancários renova seu compromisso com a transparência e com a ética, princípios essenciais para a entidade e para a Central Única dos Trabalhadores. Para o secretario de finanças, Antonio Fermino, uma prestação de contas efetiva é imprescindível para a credibilidade do Sindicato perante a base e toda a sociedade. “Temos o dever de zelar para que a gestão dos recursos financeiros do Sindicato atenda de forma fiel aos interesses da categoria”, afirma.
A íntegra do balanço patrimonial está disponível na página da Internet do Sindicato.
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cultura
ACONTECEU
PREMIAÇÃO
Bancário do Santander ganha notebook
O primeiro sorteio da Campanha de Sindicalização 2009 promovida pela entidade foi realizado no dia 29 de abril. O bancário Marcio Fernando Bittencourt, do banco Santander, foi o ganhador de um notebook. Os próximos sorteios serão nos dias 29 de agosto e 21 de dezembro. Serão sorteados entre todos os sindicalizados uma TV LCD e uma moto Titan. A campanha de sindicalização da entidade visa fortalecer a categoria, ampliando a representatividade do Sindicato em 20%, e também abrange um programa específico para incentivar filiações. Indicações de sindicalizações que sejam confirmadas pela Secretaria Geral da entidade podem ser trocadas por prêmios, que variam de feijoada no Espaço Cultural até uma bicicleta de 18 marchas. No dia 04 de junho, as primeiras trocas já foram realizadas no Espaço Cultural e Esportivo.
ITAÚ UNIBANCO Sindicato organiza luta por emprego
No dia 6 de maio, o Sindicato e a Comissão de Organização dos Empregados dos bancos Itaú e Unibanco promoveram uma reunião para discutir a implementação de uma Campanha Nacional pela Defesa e Manutenção do Emprego. O encontro contou com a participação de Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “O encontro foi positivo, pois conseguimos detalhes importantes sobre a fusão entre os bancos, o que é fundamental para esclarecer e tranqüilizar os trabalhadores de que nossa prioridade será acompanhar e fiscalizar essa transição”, avalia Maeve Vicari, dirigente sindical e trabalhadora no Itaú.
SAÚDE
BB: Bancários sofrem ataques cardíacos nas agências Bancári@s
No mês de maio, três bancários do Banco do Brasil sofreram ataques cardíacos nos locais de trabalho – dois deles em uma mesma agência e o outro em uma agência 20 Estilo. Para os dirigentes sindicais, os casos demonstram que é urgente a contratação de mais funcionários para as unidades do banco. É visível que os problemas cardíacos dos trabalhadores são decorrentes de um clima insustentável que se estabelece nas
agências do BB, de estresse e sobrecarga. Desde que assumiu as contas do Estado do Paraná, as unidades superlotadas, com clientes descontentes, se tornaram características do banco na capital. É lamentável que a sobrecarga de trabalho seja um dos fatores responsáveis pelo adoecimento destes bancários. A Cassi alega que o ambiente de trabalho não tem influência nestes casos.
HSBC: Renovado acordo específico Os bancários do HSBC aprovaram, no dia 06 de maio, os acordos específicos do banco, essenciais para assegurar os direitos dos trabalhadores dos departamentos de Gestão de Fraudes e Call Center. Com a validação dos acordos, fica assegurado aos trabalhadores o cumprimento da jornada de trabalho, pausas, escalas e folgas. Consulte mais detalhes no site do Sindicato.
Cicloturismo conquista bancários Em um dia ensolarado, cerca de 30 pessoas, entre trabalhadores bancários e familiares, aceitaram o convite do Sindicato e participaram de uma pedalada de 35 km, pelo Caminho do Vinho, em São José dos Pinhais. O grupo era composto, em sua maioria, por “marinheiros de primeira viagem”, ou seja, trabalhadores bancários não atletas, que toparam o “desafio” de pedalar e desfrutar a paisagem que contemplava ainda um almoço e uma breve confraternização. “Respeitamos o limite de cada um e todos saíram satisfeitos”, comentou Selio Germano, secretario de Esportes e Lazer do Sindicato. Uma nova pedalada já está sendo programada para julho. Mais informações na página 15.
CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO
FETEC-CUT-PR
Bancários recebem faz mudanças prêmios por indicações na diretoria Os primeiros trabalhadores que toparam o desafio e participaram ativamente da Campanha de Sindicalização 2009 realizando indicações de colegas, receberam seus merecidos prêmios, no dia 04 de junho, no Espaço Cultural e Esportivo. Os bancários Ezequiel Ferreira Dallabrida e Kelly Francine da Silva, do HSBC, realizaram respectivamente, 16 e 10 indicações. Ezequiel ganhou uma bicicleta e uma camisa do Grêmio,
enquanto Kelly ganhou uma bicicleta. Há outros bancários que já formalizaram seu pedido de troca, mas ainda não compareceram para receber os prêmios. A Campanha de Sindicalização 2009 continua e há duas formas de participar: cruzando os dedos e esperando os sorteios de uma moto, em 29 de agosto, e uma TV LCD, em 21 de dezembro, ou arregaçando as mangas e realizando indicações de colegas para a filiação no Sindicato.
No dia 6 de junho, a FETEC-CUTPR realizou Plenária do Sistema Diretivo, conforme previsão estatutária. A reunião, que ocorreu no Espaço Cultural, aprovou mudanças na composição da Diretoria Executiva da entidade, além de fazer uma análise conjuntural e debater os preparativos para a Campanha Salarial 2009. O trabalhador bancário Elias Hennemann Jordão, do Bradesco, foi nomeado presidente da entidade.
HSBC fecha agências e sindicato protesta O motivo da mobilização dos bancários foi a insatisfação diante das alterações ocorridas no PSV/PPR, das demissões pontuais que estão acontecendo no banco em todo o país e do fechamento de 43 agências no mês anterior, nenhuma na capital
paranaense. O sindicato também exige mais contratações. Protestos semelhantes também foram realizados 21 em Londrina, Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Assis Chateaubriand e Campo Mourão, nesta última cidade sem paralisação das atividades da agência.
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No dia 29 de abril, o Sindicato promoveu ato em três agências premier do HSBC em Curitiba. As unidades Centro Cívico, Água Verde e Comendador Araújo, agências que atendem aos grandes correntistas, só abriram as portas ao meio-dia.
Recomendamos
Es
p
r o t i o ç d o le a
Cicloturismo Participei do Cicloturismo dos Bancários e gostei muito. Foi a primeira vez que participei desse tipo de atividade e foi muito bom, bem organizada e muito agradável. Espero que o Sindicato promova sempre eventos assim, que são uma oportunidade de lazer aliada a atividade física saudável, além de podermos conhecer outros colegas amantes do ciclismo. Obrigado pela oportunidade e aguardo a próxima pedalada. Diogo, bancário. O passeio do cicloturismo foi ótimo. Não tenho nem sugestões a fazer, pois estava tudo muito bem organizado. Parabéns à Secretaria de Esportes e Lazer e a equipe que o ajudou a organizar. Para os próximos, podem contar com minha presença. Walcyr, bancário Diante do contentamento dos bancários que participaram do Cicloturismo no dia 16 de maio, a Secretaria de Esportes e Lazer do Sindicato prometeu e irá fazer uma segunda pedalada em julho, conforme anúncio da página 15. Portanto, os bancários podem ficar tranquilos de que os passeios ciclísticos terão sequência. Para quem ainda está inseguro em participar, que a avaliação positiva dos colegas sirva como incentivo. A atividade respeita os limites de cada um, tem um clima agradável de muito companheirismo, há toda uma infraestrutura de apoio e sempre belas paisagens para se apreciar. Para mais informações escreva para: selio@bancariosdecuritiba.org.br
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22 O sindicato agradece os correios eletrônicos enviados. Continuem encaminhando seus comentários sobre a revista. E-mail: imprensa@bancariosdecuritiba.org.br
Livro: O processo Autor: Franz Kafka Gênero: Romance Páginas: 272 Ano de Lançamento: 2005, pela Cia de Bolso Na manhã em que completaria 30 anos, o bancário Josef K é preso em seu próprio quarto e levado a julgamento. Sem saber o motivo da detenção, o funcionário dedicado começa a exigir esclarecimentos do inspetor rude e agressivo que o acusa. Tentativas inúteis, já que a acusação é desconhecida, o tribunal obscuro e o processo judicial inatingível. Assim é O processo, romance de Franz Kafka, escrito na década de 1920, que faz uma crítica direta do sistema judiciário. Ambientado em um mundo paralelo, onde não existe saída lógica, o texto trás a tona muitas perguntas e poucas respostas.
Filme: O plano perfeito Direção: Spike Lee Gênero: Ação/Drama Tempo de duração: 129 minutos Ano de Lançamento: 2006 Nova York. Um ousado assalto a banco. Dezenas de reféns dentro da agência do Manhattan Trust e outras dezenas de peritos e policiais fora dela. O “circo armado” lembra o clássico Um dia de Cão, com Al Pacino. Entretanto, diferentes do complexo e sensível personagem ladrão vivido pelo galã, em O plano perfeito os assaltantes são profissionais, com um plano minuciosamente arquitetado. Os ladrões parecem estar sempre um passo à frente da polícia, mas o que parece ser apenas mais um assalto a banco se transforma em uma trama ainda mais complexa.
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Memorias da
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As conquistas de 2008
polícia e da imprensa. No balanço da campanha 2008, outro ponto positivo foi a decisão judicial contra o HSBC. A 10ª Vara de Trabalho de Curitiba determinou que o banco não poderia, durante a campanha salarial, alterar os horários de entrada e saída dos trabalhadores. O Sindicato ingressou com a ação após receber contínuas denúncias de que o banco estava antecipando o horário de início de expediente, especialmente nas sedes administrativas, para 3 ou 4 horas da madrugada, como “plano de contingência” para burlar a greve. Em
seguida, o banco foi flagrado descumprindo a decisão judicial. Também foi lamentável a postura de violência psicológica e prática antissindical cometida pelo banco HSBC, obrigando os trabalhadores a exercerem suas atividades em locais insalubres ou mesmo de suas residências, burlando o direito de greve dos bancários. Apesar destas tentativas de sufocamento do movimento sindical, as conquistas das últimas campanhas salariais demonstram que os obstáculos estão sendo vencidos gradativamente e muita resistência virá por aí.
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Nesta edição, nos preocupamos em resgatar com a categoria como foi a campanha salarial do ano passado. Há pontos positivos e outros negativos, mas a história serve para que possamos seguir com passos firmes rumo ao futuro; por mais conquistas na Campanha Salarial 2009. A Campanha Salarial de 2008 foi finalizada após 15 dias de resistência. Mais de dez centros administrativos permaneceram sem expediente e dezenas de agências fechadas. A maciça adesão dos trabalhadores garantiu uma série de conquistas: principalmente valorização do piso salarial, aumento real – mantendo o cenário de ganho real desde 2004 e manutenção dos direitos. Vale lembrar que os banqueiros pressionaram por alterações em áreas vitais da Convenção como estabilidade pré-aposentadoria, o vale-transporte e o auxílio-creche/babá. O fim da greve e a aceitação da Convenção 2008/2009 foram marcados por uma das maiores assembléias conjuntas da história da categoria bancária de Curitiba e região – que atraiu aproximadamente 1,4 mil trabalhadores. Outro ponto forte foi a manutenção de uma mobilização coesa, provando a grande capacidade de organização mesmo diante de decisões judiciais favoráveis aos banqueiros, pressão da