Otávio Dias ∞ Bradesco
Presidência otavio@bancariosdecuritiba.org.br Antonio Luiz Fermino • Caixa
Carlos Alberto Kanak • HSBC
Secretaria Geral fermino@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Finanças kanak@bancariosdecuritiba.org.br
Audrea Louback • HSBC
André C. Branco Machado • Banco do Brasil
Secretaria de Organização e Suporte Administrativo audrea@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Imprensa e Comunicação andre@bancariosdecuritiba.org.br
Genésio Cardoso • Caixa
Cristiane Zacarias • HSBC
Secretaria de Formação Sindical genesio@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Igualdade e da Diversidade cristiane@bancariosdecuritiba.org.br
Karla Cristine Huning • Bradesco
Ana Maria Fideli Marques • Itaú
Secretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e Individuais karla@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho anafideli@bancariosdecuritiba.org.br
Marcio M. Kieller • Itaú
Ana Luiza Smolka • Banco do Brasil
Secretaria de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais kieller@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Cultura anasmolka@bancariosdecuritiba.org.br
Júnior César Dias • Itaú Unibanco
Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do Brasil
Secretaria de Mobilização e Organização da Base junior@bancariosdecuritiba.org.br
Secretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconômicos pablo@bancariosdecuritiba.org.br
Lilian de C. Graboski • Santander
Genivaldo A. Moreira • HSBC
Secretaria de Assuntos do Ramo Financeiro *Aguardando liberação
Ademir Vidolin - Bradesco Alessandro Greco Garcia - BB Ana Paula Araújo Busato - BB Anselmo Vitelbe Farias - Itaú Armando Antonio Luiz Dibax - Itaú Carlos Francisco Liparotti Deflon - Caixa Claudemir Souza do Amaral - Santander Claudi Ayres Naizer - HSBC Clovis Alberto Martins - HSBC Darci Borges Saldanha - Itaú Davidson Luis Zanette Xavier - BB Débora Penteado Zamboni - Caixa Denívia Lima Barreto - HSBC Edison José dos Santos - HSBC Edivaldo Celso Rossetto - HSBC Eustáquio Moreira dos Santos - Itaú Gerson Laerte da Silva Vieira - BB
Secretaria de Esportes e Lazer genivaldo@bancariosdecuritiba.org.br
Herman Felix da Silva - Caixa João Paulo Pierozan - Caixa Jorge Antonio de Lima - HSBC José Carlos Vieira de Jesus - HSBC José Carneiro Ferreira - HSBC Karin Tavares - Santander Kelson Morais Matos - Bradesco Nilceia Aparecida Nascimento - Bradesco Orlando Narloch - HSBC Rodrigo Pilati Pancotte - BB Sélio de Souza Germano - Itaú Sidney Sato - Itaú Sonia Regina Sperandio Boz - Caixa Tarcizo Pimentel Junior - HSBC Ubiratan Pedroso - HSBC Valdir Lau da Silva - HSBC Vanderleia de Paula - HSBC Vandira Martins de Oliveira - Itaú
Efetivos
Suplentes
Ivanício Luiz de Almeida - Itaú Unibanco Denise Ponestke de Araújo - Caixa Margarete Segalla Mendes - HSBC
Tânia Dalmau Leyva - Banco do Brasil Edna do Rocio Andreiu - HSBC Carolina M. Mattozo - Banco do Brasil
Blog "Vi o mundo"
12 Entrevista Autor do livro “A Privataria Tucana” fala com exclusividade sobre o papel do Banestado na trama das privatizações da Era FHC.
SEEB Curitiba
14 Dados alarmantes Dados do INSS revelam que afastamentos por transtornos mentais e comportamentais crescem anualmente, sem perspectiva de mudança.
18 A voz do morro
Arquivo SEEB Curitiba
Em visita ao Rio de Janeiro, jornalista Paula Padilha faz o perfil do cineasta, escritor e morador da favela Santa Marta, Repper Fiell.
30 Memórias da luta Fundado em 06 de julho de 1932, Sindicato dos Bancários de Curitiba e região completa 80 anos de história, lutas e conquistas.
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Cartas do leitor Editorial Bancos Conjuntura Entrevista Capa Vida sindical Cidadania Cultura Formação Opinião Jurídico Saúde Aconteceu Memórias da luta Humor fevereiro 2012
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CSO Shopping Palladium Em dezembro de 2011, o Banco do Brasil tomou a decisão unilateral de proibir que os bancários utilizem as cantinas e refeitórios que ficam no Centro de Suporte Operacional (CSO Shopping Palladium). Segundo o BB, a ordem de fechamento partiu da diretoria, sob alegação de ser proibido que o trabalhador se alimente no local de trabalho. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região recebeu diversas reclamações:
“Os funcionários CSO do Banco do Brasil estão vivendo a ‘era do chicote’ e do ‘feitor’. Não sei onde esses gerentes aprenderam administração. Numa época em que as empresas lançam mão de estímulos e apoio aos funcionários, o BB fica cada vez pior. Chamam a atenção de todos em público, muitas vezes sem motivo, expondo as pessoas ao ridículo. Onde já se viu proibir os funcionários de almoçar na cantina? Tem um refeitório, onde quase cem pessoas almoçavam todos os dias e agora nem isso. Cobram produção e metas abusivas lançando mãos de desestímulos? Em que era estas pessoas estão vivendo?” Bancária do BB Assim que ficou sabendo da situação, o Sindicato exigiu uma reunião com a diretoria do BB para esclarecer o assunto. Ainda no mês de janeiro a situação foi resolvida e o refeitório reaberto.
Os últimos soldados da Guerra Fria Autor: Fernando Morais Páginas: 416 Editora: Cia das Letras
O livro narra a aventura de um grupo de espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista com sede na Flórida e ramificações na América Central, e que conta com o apoio tácito nos Estados Unidos.
Tudo pelo poder Gênero: Drama Tempo de duração: 101 min Ano de lançamento: 2011
A história se passa algumas semanas antes do partido democrata escolher seu candidato à presidência dos Estados Unidos, quando um jovem diretor de comunicação desnuda as trapaças do jogo da política em que ele precisa se meter para conseguir uma indicação.
A revista Bancári@s é uma publicação bimestral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação. Presidente: Otávio Dias • otavio@bancariosdecuritiba.org.br Sec. Imprensa: André Machado • andre@bancariosdecuritiba.org.br Rua Vicente Machado, 18 • 8° andar CEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523 www.bancariosdecuritiba.org.br Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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Conselho Editorial: Ana Smolka, André Machado, Carlos Kanak, Genésio Cardoso, Eustáquio Moreira Santos e Otávio Dias Jornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR) Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata Ortega Projeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega Diagramação e Capa: Fabio Souza Revisão: Maria C. Périgo Impressão: Multgraphic • Tiragem: 8.200 Contato: imprensa@bancariosdecuritiba.org.br
SEEB Curitiba Contraf-CUT
Projeto piloto do Itaú, que prevê funcionamento de agências das 8h às 20h, motivou manifestação do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região no dia 27 de janeiro. Preocupação do movimento sindical é com as condições de trabalho e segurança dos bancários.
2012: Da saúde à política No final de 2011, Roberto Setúbal, executivo do Itaú, anunciou que a estratégia da empresa para o próximo ano seria de melhorar de forma “agressiva” os índices de eficiência operacional para elevar a lucratividade. Em outras palavras, o que Setúbal pretende é diminuir ainda mais os custos do banco com a folha de pagamento e aumentar a pressão por produtividade sob os trabalhadores. Para isso, demitiu mais de 4 mil trabalhadores em 2011 – somente em Curitiba e região foram desligados 202 bancários – e tornou seu programa de metas, o Agir, ainda mais agressivo. Talvez não seja explícito a primeira vista, mas a realidade do Itaú importa para todos os bancários, pois as inovações na gestão no banco de Setúbal têm sido referências para as demais instituições financeiras. Um exemplo é a individualização das metas, adotada pelo Banco do Brasil no programa Sinergia em 2012, que busca se assemelhar cada vez mais ao Agir. O que a classe patronal tem fingido não ver, no entanto, é que esse modelo de gestão leva,
cada vez mais, bancários ao adoecimento. É por isso que, nesta edição da Revista Bancári@s, o apelo do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região a todas as instituições financeiras é de PARE. A matéria de capa traz índices alarmantes de afastamentos pelo INSS e adoecimento da categoria em 2011, números que não param de crescer a cada ano. Embora as doenças relacionadas às LER/Dort ainda afetem muitos trabalhadores, os dados apontam para um aumento desenfreado de doenças de transtornos mentais e comportamentais, fruto de uma organização do trabalho deficitária. O número de bancários que utilizam ansiolíticos para encarar a rotina nos bancos é assustador. O segundo tema de destaque nesta edição é o das privatizações em âmbito nacional e estadual. Em decorrência da aprovação da legislação que prevê a administração de serviços públicos por Organizações Sociais no Paraná e das concessões privadas para administração dos principais aeroportos do país, que ressuscitam o Plano Nacional de Deses-
tatização do governo FHC, o debate chamou a atenção dos movimentos sociais e sindical. Considerando o ano eleitoral, é chegado o momento de pensar quais os rumos desejados para as administrações municipais nos próximos anos. Por fim, na sessão de entrevistas, uma conversa exclusiva com o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor do livro “A Privataria Tucana”, lançado no final de 2011 e já entre os mais vendidos. Um dos principais temas da obra é a privatização do Banestado, que, segundo o autor, foi a “maior lavanderia de dinheiro do mundo”. Ribeiro Jr passou 12 anos perseguindo o caminho que o dinheiro sujo das privatizações percorreu em paraísos fiscais antes de voltar para o Brasil. Agora, após todas as denúncias, aguarda a abertura de processo judicial contra os responsáveis pelas mais de mil páginas de documentos que entregou ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Boa leitura! A Direção fevereiro 2012
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Itaú: Política de demissões continua BANCO FECHOU SDIS NO DIA 24 DE NOVEMBRO, DESCARTANDO A MAIORIA DOS FUNCIONÁRIOS. CPSA SE ENCONTRA PRATICAMENTE NA MESMA SITUAÇÃO
Em maio do ano passado, o Itaú anunciou que iria extinguir a Superintendência de Desenvolvimento Industrializado de Sistemas (SDIS) em Curitiba, sem nenhuma justificativa. Seis meses após o comunicado, o banco cumpriu seu objetivo: o fechamento da SDIS foi concretizado no dia 24 de novembro de 2011, deixando à deriva 55 bancários, especialistas na área de Tecnologia da Informação – trabalhadores oriundos do antigo Banestado, incorporados ao Itaú após a privatização, ocorrida no ano 2000. De acordo com Sidney Sato, dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, que trabalhava na Superintendência, a situação foi desastrosa. “O Itaú propôs que quem quisesse continuar no banco deveria se mudar para São Paulo. Quem escolheu essa opção teve que se virar com transporte, mudança, moradia. Os salários ficaram com os mesmos valores e não há garantia de manutenção 06
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do emprego no próximo ano”, salienta o dirigente. Ele destaca ainda que a maioria dos bancários da SDIS tem, em média, 25 anos de profissão, portanto, está em vias de se aposentar. Do total de trabalhadores do setor, 21 bancários se transferiram para São Paulo. Outros 26 bancários, na faixa de 45 a 50 anos de idade, ficaram desempregados. “Poucos foram beneficiados com o pagamento de estabilidade pré-aposentadoria”, acrescenta Sidney Sato. CPSA Outro setor de Curitiba que está fechando e possui funcionários na mesma situação é o Centro de Processamento de Serviço de Agência (CPSA). No mês de novembro, o Itaú realizou uma reunião com os representantes dos trabalhadores e se comprometeu a realocar o maior número possível de bancários em outras unidades, até o dia 31 de
dezembro de 2012. Contudo, a maioria dos bancários também foi demitida e o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) prometido pelo banco – composto por 12 meses de vale-refeição e até três avisos prévios, além de 24 meses de plano de saúde para todos – foi apenas parcialmente cumprido. Política de demissões Ao longo de 2011, o Itaú manteve a prática de alta rotatividade entre os bancários, com demissões em todo Brasil. As estimativas são de que cerca de 100 trabalhadores sejam desligados do banco diariamente no país. Somente em Curitiba e região, no ano passado, 202 bancários foram demitidos, 146 deles sem justa causa. Outros 55 trabalhadores pediram demissão, por não suportarem as condições de trabalho. Enquanto isso, entre os meses de janeiro e dezembro, o Itaú lucrou R$ 14,6 bilhões.
Youtube
BB investe em propaganda do Banco Postal BANCO COMPRA ESPAÇO EM NOVELA DA GLOBO PARA SUGERIR MOVIMENTAÇÕES BANCÁRIAS PELO CORREIO
Com a grande quantidade de contas abertas no país nos primeiros dias de 2012, o Banco do Brasil está investindo pesado em propagandas sobre seu novo correspondente, o Banco Postal, que iniciou suas atividades no dia 02 de janeiro em todo o país. Já no dia 14, o BB escancarou em rede nacional de televisão uma de suas intenções: tirar idosos de dentro das agências bancárias e empurrar para dentro dos Correios. A inserção foi feita na novela das 18h, com um diálogo entre dois idosos sobre os serviços prestados pelo Banco Postal: pagar faturas, abrir conta bancária, realizar saques e demais ser-
viços prestados pelos correspondentes bancários. Tudo isso, reforçando a forma rápida e sem filas. Outra propaganda comercial que aparece no horário nobre da televisão é um clipe musical sobre o correspondente nos Correios, utilizando uma canção que se popularizou na voz da cantora Paula Fernandes. No melhor estilo “comercial de margarina”, pessoas sorrindo passeiam em frente a uma agência dos Correios, ao som de “Quero ser pra você...”. E os bancários? O movimento sindical denuncia desde julho de 2011, com a assinatura do
acordo, que o BB quer o Banco Postal para “ampliar o atendimento bancário” e que o principal problema desta parceria é a precarização das relações de trabalho, já que utiliza funcionários dos Correios para prestar serviço bancário sem a equiparação salarial, por exemplo. No Banco Postal, os salários chegam a ser 80% menores que dos bancários e não há direitos assegurados pela Convenção Coletiva de Trabalho. O outro problema é a falta de segurança. Nas agências bancárias, portas com detectores de metais e vigilantes são obrigatórios. Já nos Correios, todos ficam expostos.
Sindicalizações no Bradesco EM 2012, O OBJETIVO DO SINDICATO É VISITAR TODAS AS AGÊNCIAS DO BANCO NA BASE PARA APROXIMAR-SE DOS BANCÁRIOS
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região quer trazer mais bancários do Bradesco para fazer parte da entidade e contribuir nas mobilizações e lutas da categoria. Por isso, começou a realizar, em janeiro, reuniões por locais de trabalho nas agências e departamentos do banco. O objetivo é dialogar com os bancários, contar um pouco da história do Sindicato e das lutas da categoria, falar sobre a importân-
cia da união e angariar novas filiações. “O Sindicato pretende visitar todas as agências até o final do ano para estabelecer uma proximidade, de fato, com os trabalhadores”, salienta Otávio Dias, presidente da entidade. “O Bradesco ampliou o número de agências em Curitiba e região e queremos que os novos funcionários entendam que o Sindicato é uma ponte entre eles e o banco”, explica Elias Jordão, presi-
dente da FETEC-CUT-PR. As primeiras reuniões foram realizadas nas agências das cidades de Araucária e São José dos Pinhais. “Nós queremos destacar a importância da nossa representatividade. Que quanto mais apoio temos dos bancários, maior é a facilidade de negociação com o banco”, completa Karla Huning, diretora da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato. fevereiro 2012
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Caixa: Problemas no ponto persistem COM A PROIBIÇÃO DAS HORAS EXTRAS, GESTORES PRESSIONAM PARA QUE TRABALHO SEJA REALIZADO SEM REGISTRO DE JORNADA
No final de 2011, a Caixa Econômica Federal anunciou a proibição do registro de horas extras de seus funcionários, sob o argumento de cortar custos. O problema é que a empresa possui número reduzido de empregados em relação à quantidade de serviço a ser realizado durante o expediente. Com isso, os bancários passaram a ser pressionados a finalizar o ponto e continuar trabalhando, quando as atividades extrapolam a jornada diária de 6 ou 8 horas. Na opinião do secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Antonio Luiz Fermino, agindo desta forma, os bancários ajudam a Caixa a omitir a falta de funcionários e a sobrecarga de trabalho a que estão submetidos. “Trabalhar após o fim da jornada sem marcar o ponto é um risco para o trabalhador. Se, por exemplo, acontecer um acidente de trabalho no retorno à residência após uma hora do fim da jornada, o banco não vai reconhecer”, alerta o dirigente. As denúncias que chegaram ao Sindicato, relatando que em determinados setores como 08
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o de retaguarda (redimensionada com quadro reduzido) há trabalho depois do expediente, sem registro de hora extra, são uma clara demonstração de assédio moral, de que gestores fazem pressão velada para que o trabalho seja realizado. “Esse tipo de atitude vai contra nossa campanha de mais contratações na Caixa, pois, assim, com o mesmo número de funcionários o trabalho é realizado e sem os custos de horas extras. O que precisamos é mostrar para a empresa que precisamos de mais empregados”, finaliza Fermino. O Sindicato orienta todos os bancários a não realizarem esse tipo de procedimento. Caso os gestores estejam coagindo os funcionários a trabalharem além do expediente, essa situação deve ser denunciada. Reestruturação no Paraná
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está acompanhando a situação dos funcionários da Caixa Econômica Federal que tiveram sua função alterada pelo projeto piloto de reestruturação do banco, que começou no início de 2012 no Paraná e, até o fechamento desta edição, estava temporariamente suspenso. Enquanto a reestruturação permanece suspensa, bancários da Reret que ficaram sem função aguardam um posicionamento da empresa. Por pressão do Bacen, a Caixa teve que recriar as retaguardas que haviam sido extintas em meados do ano passado, sob protesto do movimento sindical. Contudo, elas foram recriadas sem a quantidade necessária de pessoal, com a proibição de horas extras e a orientação de “driblar o dia a dia”, que está sendo entendida como driblar o Sipon. Com o projeto piloto de reestruturação, algumas gerências e cargos de assistente dentro das agências também foram extintos. O Sindicato está exigindo que todos os comissionados sejam realocados.
SEEB Curitiba
Cenário no HSBC é de reivindicações BANCÁRIOS EXIGEM ALTERAÇÕES NO PPR E NÃO COMPENSAÇÃO DA PLR
No dia 31 de janeiro, foi retomada a mesa de negociação permanente entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos filiados e o HSBC, para reivindicar alterações nos programas próprios do banco (PPR/ PSV), discutir previdência complementar, saúde e condições de trabalho e emprego. A diretora de Recursos Humanos do HSBC, Vera Saikali, participou da reunião e admitiu falhas no programa do banco, mas salientou que nada será alterado para o pagamento do PPR 2011. Para a direção do HSBC, não basta atingir as metas, os bancários precisam prestar esclarecimentos de como e o que está sendo feito para o cumprimento. Metas e remuneração Na avaliação do movimento sindical, os bancários se esforçam e adoecem para atingir metas e garantir o pagamento do PPR, mas, no final das contas, a com-
pensação com a PLR acaba gerando uma insatisfação generalizada, pois os funcionários se sentem enganados. É preciso ressaltar que a PLR é garantida em aditivo na Convenção Coletiva de Trabalho. A Lei Federal n.º 10.101/2001 prevê a possibilidade de compensação com programas próprios das empresas, não sendo necessariamente obrigatória. Ainda conforme o contrato do PPR, o CEO pode fazer alterações. “Cabe lembrar também que o movimento sindical conquistou a PLR adicional, que privilegia o pagamento linear, valorizando o coletivo, que precisa ser melhorada no HSBC, por estar relacionada diretamente à lucratividade do banco”, destaca Carlos Alberto Kanak, coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE/HSBC) e dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
Reivindicações e melhorias Os bancários reivindicam garantia de pagamento do PPR para todos; não compensação com a PLR; negociação com o movimento sindical, com o objetivo de eliminar as metas abusivas; e fim do CDP como critério individual. “Atualmente, o programa próprio do banco é unilateral, com metas inatingíveis e com situações em que as próprias decisões do banco dificultam o cumprimento dessas metas, como decisões financeiras, jurídicas e regras de mercado, por exemplo. Nós não vemos outra saída ao banco que não seja separar o PPR da PLR, deixando mais claras as regras e critérios”, critica Kanak. Na reunião com os representantes dos trabalhadores, o HSBC se comprometeu a manter as negociações permanentes, com um calendário que será definido pela Contraf-CUT. fevereiro 2012
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A retomada das privatizações CONCESSÃO DE AEROPORTOS E DENÚNCIAS SOBRE PRIVATIZAÇÕES OCORRIDAS NA ERA FHC TRAZEM À TONA OS FANTASMAS DA VENDA DE BENS PÚBLICOS NO PAÍS
O leilão de privatização dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos foi realizado pelo Governo Federal no dia 06 de fevereiro. E as empresas vencedoras nas concessões ainda terão acesso a empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com até 80% do valor do investimento total. As empresas privadas que levaram as concessões terão que administrar (e colher os lucros) pelo período de 20 a 30 anos, dependendo do aeroporto. E tudo isso para locais que já foram construídos com dinheiro público, ficando para as 10
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empresas apenas despesas de manutenção e reformas. Outro aeroporto também já está no caminho da privatização: em novembro de 2011, a presidente Dilma esteve em Natal, no Rio Grande do Norte, inaugurando a nova modalidade de administração de aeroportos, através de empresas privadas. O diferencial é que, nesse caso, a construção da estrutura precisa ser finalizada. O aeroporto, localizado na cidade de São Gonçalo do Amarante, só tem uma pista de pouso, mesmo depois de mais de 10 anos do início da construção.
A privatização destes aeroportos brasileiros foi regulamentada pelo Decreto nº 7.531, publicado dia 22 de julho de 2011, no Diário Oficial da União. O Decreto incluiu os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas no Programa Nacional de Desestatização (PND), que jamais foi revogado. O PND foi criado no ano de 1990, pela Lei nº 8.031, que posteriormente foi substituída pela Lei nº 9.491, de 9 de setembro de 1997, em vigor até hoje, e que incluiu os aeroportos, como já citado, no segundo semestre do ano passado. O Governo Federal justifica as privatizações com o argumento dos grandes eventos chegando ao Brasil, como a Copa do Mundo de futebol, em 2014, e as Olimpíadas de 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Já o período de exploração das atividades pela iniciativa privada supera em muitos anos esses acontecimentos. O Brasil está à venda? O fantasma da privatização volta ao Brasil durante um período curioso, já que foi recém lançado o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, que investigou e publicou denúncias de lavagem de dinheiro na época das privatizações ocorridas nos governos de Fernando Henrique Cardoso. Cópias de documentos do que ele chama de “caminho do dinheiro sujo” foram inseridas na obra. O jornalista está percorrendo diversas cidades do país para divulgar essas denúncias e, até o fechamento desta edição, ainda aguardava a abertura de processo judicial oriunda das mais de mil páginas de documentos que disse ter entregado para o Ministério Público Federal e para a Polícia Federal (saiba mais sobre o livro na entrevista exclusiva com o autor, publicada nas páginas 12 e 13 desta edição). Em outra instância, o país também poderá acompanhar os desdobramentos da CPI da Privataria, que será aberta este ano na Câmara Federal, sob a relatoria do deputado Protógenes Queiroz. O jornalista Amaury Ribeiro Jr acredita na eficiência da CPI, como uma forma mais rápida de punição, e também na relatoria do ex-delegado da Polícia Federal, já que ele saberia exatamente como seguir o caminho do dinheiro sujo. E o Paraná? Todas essas denúncias, que respingam em familiares e aliados de José Serra, que era ministro
de FHC, estão embasadas principalmente em documentos sigilosos das investigações da CPMI do Banestado, o banco paranaense que foi privatizado e está sob o comando do Itaú. O jornalista que investigou as privatizações afirma que o Banestado foi “a maior lavanderia de dinheiro do mundo”. Os empresários beneficiados com as privatizações na era FHC teriam utilizado o banco para mandar dinheiro para paraísos fiscais. Assim como no resto do Brasil, em que os aeroportos começaram a ser vendidos com autorização do Governo Federal por meio de um decreto publicado no Diário Oficial, os paranaenses também se surO Governo preenderam com a entrega da estrutura de hospitais Federal justifica as públicos pelo governo esprivatizações com tadual para as chamadas Organizações Sociais (OS). Em o argumento dos dezembro de 2011, no fim grandes eventos das atividades parlamentares, a base aliada de Beto Richa chegando ao Brasil, na Assembleia Legislativa contudo o período passou por cima de protestos da sociedade e aprovou, de exploração das durante a noite, a criação atividades pela das OS e a possibilidade desiniciativa privada sas empresas administrarem bens públicos. supera em muitos A pá de cal que culminou anos esses na criação das Organizações Sociais e no início da gestão acontecimentos.” de hospitais públicos por estas organizações, claramente uma forma de privatização, terceirização e precarização dos serviços públicos, ocorreu na noite do dia 05 de dezembro, quando os deputados estaduais aprovaram, durante a madrugada, a lei das OS. A Assembleia Legislativa do Paraná, formada pela maioria da base aliada do governador Beto Richa (PSDB), acelerou a votação. As manifestações foram acompanhadas pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Os manifestantes queriam a retirada do projeto de lei da pauta de votações, para que ele fosse discutido com a sociedade, que audiências públicas fossem realizadas. Mas o rolo compressor do Governo Estadual impediu qualquer medida democrática com participação popular.
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Banestado, uma lavanderia de dinheiro AMAURY RIBEIRO JR, AUTOR DE "A PRIVATARIA TUCANA", AFIRMA QUE BANCO PARANAENSE FOI O PRINCIPAL DUTO DE DINHEIRO SUJO DAS PRIVATIZAÇÕES
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O jornalista Amaury Ribeiro Jr foi o primeiro a publicar uma matéria de denúncia de lavagem de dinheiro no Banestado. Passou 12 anos, como ele mesmo define, “seguindo” o caminho que o dinheiro sujo das privatizações percorreu em paraísos fiscais antes de voltar para o Brasil. Foi réu em mais de 30 processos judiciais contra as denúncias que publicou em grandes jornais e não perdeu nenhuma dessas ações. Em 2011, publicou o livro “A Privataria Tucana”, com farta documentação que incrimina pessoas próximas a José Serra, inclusive seus familiares. Entregou mais de mil páginas de documentos para o Ministério Público Federal e Polícia Federal para que as A que ponto a gente adenúncias sejam investigadas. chegou. Num país E, até agora, não recebeu nenotificação judicial. em que o presidente nhuma Ele acredita que a CPI da do Banco Central, Privataria, que foi pedida que deveria coibir os pelo deputado federal Protógenes Queiroz, pode ser o ilícitos financeiros, caminho mais ágil para punir usava o mesmo duto os responsáveis pelos desvios. E espera que as investigações de dinheiro sujo do da CPI do Banestado sejam retomadas. Leia a entrevista Banestado.” exclusiva de Amaury Ribeiro Jr para a Revista Bancári@s. Bancári@s: No livro, os documentos sigilosos da CPMI do Banestado são citados diversas vezes como fonte de suas investigações sobre as empresas ligadas aos familiares de José Serra, que utilizaram doleiros que agiam através das contas CC-5 para lavagem de dinheiro. A que você atribui a condenação de vários doleiros do caso Banestado pelas Varas Federais Criminais e, ao mesmo tempo, a falta de responsabilização dos empresários envolvidos, como a filha e o genro de Serra? Amaury Ribeiro Jr: Houve um acordo entre o fevereiro 2012
Governo Federal e a base oposicionista. Quando as denúncias (da CPMI do Banestado) começaram a chegar no presidente do Banco Central, o governo FHC não só fez um acordo, como blindou o Henrique Meirelles. Fazendo isso, a investigação não poderia continuar. A que ponto a gente chegou. Num país em que o presidente do Banco Central, que deveria coibir os ilícitos financeiros, usava o mesmo duto de dinheiro sujo do Banestado. A investigação não agradava. Foi por isso que pegaram os doleiros, alguns até acabaram falando alguma coisa. Pelo menos teve um consolo nas duas CPIs do Banestado, porque teve uma aqui no Paraná também e outra em Brasília. Através de multas e condenações, muito desse dinheiro (das lavagens) foi repatriado. Bancári@s: Houve envolvimento do Governo Estadual na lavagem de dinheiro? A. R. J.: O Governo do Paraná deixou que um banco estatal, que serve para atender os interesses do estado, se transformasse numa mega lavanderia. Os funcionários do banco estavam envolvidos com esses doleiros. A agência do Banestado em Nova Iorque foi a maior lavanderia de dinheiro do mundo. Foram o Governo do Paraná (de Jaime Lerner) e o Governo Federal dos tucanos que fomentaram essa lavanderia. O Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de FHC e Serra, apontado como o responsável e articulador dos desvios quando assumiu um cargo na área internacional do Banco do Brasil) baixou uma portaria que possibilitou tudo. Eles usaram um esquema criado com o pretexto de facilitar a vida dos comerciantes para gerar um esquema muito maior. O Governo do Paraná também facilitou essa lavanderia. Porque os doleiros não iam conseguir se não tivesse conivência. Bancári@s: Você citou no livro que os dados sigilosos seriam entregues para a Justiça assim que esse material fosse publicado. Você acredita que suas denúncias contextualizadas no livro possam acarretar
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em algum tipo de punição? A. R. J.: Eu entreguei toda essa documentação para o Ministério Público Federal e para a Polícia Federal depois que o livro foi lançado. Agora, você apurar ilícito financeiro não é uma coisa fácil. Eu aprendi porque foram anos de trabalho (12 anos de investigação para o livro), 3 ou 4 no Brasil. E agora a Polícia Federal tem que apurar, tem que seguir esse caminho. O que conta não é o documento isolado. No ilícito financeiro você tem que acompanhar as várias fases da transação. A pessoa que quer lavar dinheiro, o que ela faz, qual é o objetivo. É dissimular a origem do dinheiro. Então o dinheiro começa a rodar, rodar, rodar e você tem que seguir. No caso do dinheiro sujo do Banestado, antes de sair do banco ele ficava rolando por dez contas diferentes no próprio Banestado em offshores. As contas eram abertas em offshores com os mesmos nomes lá nos paraísos fiscais, depois voltavam. Mas tem gente com competência na Polícia Federal para apurar isso. Essas pessoas precisam ser provocadas para investigar. Bancári@s: Você cita que a meta do governo do PSDB nos oito anos sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso era “vender tudo o que der para vender”, e que havia a intenção de fazer o mesmo com o Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal, privatizando ou tornando esses bancos de “segunda linha”. Por que esse projeto não foi concretizado? A. R. J.: Se não fosse a pressão dos movimentos populares, dos sindicatos, eles teriam feito isso com certeza. Esse é o grande mérito, os movimentos populares conseguiram interromper as privatizações. Mas nesses setores, a força dos movimentos sociais conseguiu evitar. A reação da sociedade impediu a venda desses bancos públicos. Bancári@s: Você afirma em alguns trechos do livro investimentos de fundos de pensão em empresas privadas que usaram essa verba para participar dos leilões de privatização, como no caso da Previ, mas sem o controle acionário desse fundo mantido por funcionários do Banco do Brasil na gestão das empresas privatizadas. O dinheiro público desses fundos ainda fomenta interesses privados, sem interferir na gestão ou essa prática não existe mais? A. R. J.: Os fundos de pensão entraram como sócios. Isso não acabou. É uma briga para ter o controle dessas empresas (privatizadas). Por exemplo, o Dantas (Daniel Dantas, sócio de empresas de telefonia) começou a brigar com os sócios italianos pelo controle da empresa, e quem ia decidir essa questão? Era a Previ.
A agência do Banestado em Nova Iorque foi a maior lavanderia de dinheiro do mundo. Foram o Governo do Paraná (de Jaime Lerner) e o Governo Federal dos tucanos, que fomentaram essa lavanderia.”
As cotas da Previ é que decidem quem manda no conjunto. É muito dinheiro que tem nesses fundos de pensão. Bancári@s: Qual desfecho você acha que terá a CPI da Privataria, que teve assinaturas recolhidas na Câmara Federal após o lançamento do livro com as denúncias? A. R. J.: Com a CPI é o jogo mais rápido. Você pode ter os maiores técnicos do Brasil lá dentro (investigando). Você pode ir para os Estados Unidos checar documentos. Pode quebrar as operações de câmbio, pode quebrar o sigilo financeiro, o sigilo fiscal. Quando quebrarem o sigilo dessas empresas, eu não tenho nenhuma dúvida de onde vai chegar. Vocês vão ver. Por isso que eu acredito que a CPI da Privataria vai ajudar muito. Vai mostrar, vai mapear o dinheiro da privatização. Eu conheço várias pessoas do setor público que já falaram que querem colaborar com a CPI, com o delegado Protógenes (deputado federal que está colhendo assinaturas para abertura da CPI da Privataria na Câmara Federal). Ele tem muita experiência e vai ser o relator da CPI.
A Privataria Tucana Autor: Amaury Ribeiro Jr. Páginas: 344 Editora: Geração Editorial fevereiro 2012
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Saúde bancária: dados alarmantes NÚMEROS DOS INSS MOSTRAM QUE AFASTAMENTOS POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS NÃO PARAM DE AUMENTAR
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Que os trabalhadores do sistema financeiro estão entre as categorias que mais adoecem em virtude do trabalho, não se trata de novidade. O fato preocupante, desta vez, é que o número de adoecimentos mentais não para de crescer a cada ano em todo o Brasil, sem uma perspectiva de mudança. Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram 3.398 afastamentos (trabalhadores em geral) por depressão entre os meses de janeiro e outubro de 2011, mais 449 casos em virtude de transtornos de comportamento. Se comparado com 2010, nos dez primeiros meses daquele Apesar dos registros ano, haviam sido 3.294 casos de LER/Dort ainda e 397, respectivamente. Esses números indicam serem superiores, um crescimento, no período, o número de de 3,5% nos afastamentos provocados por doenças relaadoecimentos cionadas à depressão e 13% psicossomáticos naqueles ligados a transtornos cresce a cada ano, de comportamentos. Ainda conforme o INSS, os números assim como a de beneficiários por acidentes pré-disposição dos como traumatismos, queiadoecidos em buscar maduras e fraturas, em geral, tiveram uma diminuição. “Toatendimento.” dos estes dados nos mostram que o mercado de trabalho já se tornou um dos principais causadores de doenças psicossomáticas, pois nenhum outro grupo de doenças apresentou crescimento tão grande nos benefícios de auxílio-doença concedidos”, analisa Ana Fideli, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Os números comprovam a validade da preocupação do movimento sindical: no primeiro semestre de 2011, o aumento das concessões de auxílio-doença fevereiro 2012
acidentário para casos de transtornos mentais e comportamentais foi quatro vezes maior que a expansão no número total de novos afastamentos autorizados. É importante lembrar que existem dois tipos de auxílio-doença concedidos pelo INSS: os acidentários, que representam cerca de 16% do total e incluem os casos em que o médico perito identifica o vínculo entre o problema de saúde e a atividade profissional (e garante estabilidade por até um ano após o retorno ao emprego); e os previdenciários, quando essa ligação não é clara. A raiz do problema Segundo o diretor de Saúde e Segurança Ocupacional da Previdência Social, Remígio Todeschini, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o crescimento econômico acelerado dos últimos anos somado ao surgimento de tecnologias mais avançadas de comunicação são algumas das causas da expansão desmedida do número de adoecidos pelo trabalho. Para ele, a forma como a organização do trabalho evoluiu está exigindo mais dos trabalhadores, principalmente no que diz respeito ao envolvimento mental. Conforme Todeschini, o Governo estuda, inclusive, a adoção de medidas para intensificar a fiscalização das condições de trabalho. Embora os dados do INSS sejam gerais, um levantamento realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo atesta que as condições de trabalho em instituições financeiras têm gerado, cada vez mais, adoecimento: entre os bancários da base da entidade, mais de 65% afirmam já ter sofrido estresse. De acordo com os trabalhadores, ainda, parte considerável das doenças está relacionada a cobranças excessivas. Para 65% dos funcionários de agências e 52% dos de centros administrativos, a pressão excessiva por cumprimento de metas é um grande problema; 72% dos caixas e 63% dos gerentes declararam sofrer pressões
abusivas para superar as metas; e 42% dos bancários afirmaram ter sobrecarga de trabalho. Curitiba e região Durante o ano de 2011, a Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou 732 atendimentos. Deste total, 427 bancários foram atendidos pela primeira vez e 305 já faziam acompanhamento permanente. Neste universo, 368 trabalhadores apresentaram sintomas de adoecimento por LER/Dort, 333 com sintomas relacionados a doenças psicossomáticas e 31 com ocorrência de ambos. “Assim como os números do INSS, os atendimentos da Secretaria de Saúde refletem o aumento dos adoecimentos por depressão, transtornos mentais e comportamentais na categoria bancária”, acrescenta Ana Fideli.
No que diz respeito à Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), durante 2011, foram registradas, na base de Curitiba e região, 120 casos de acidente do trabalho ou doença profissional de bancários. Destas, 62 CATs informavam o INSS sobre doenças de LER/Dort e 50 delas sobre transtornos mentais e comportamentais. “Apesar dos registros de LER/ Dort ainda serem superiores, o número de adoecimentos psicossomáticos cresce a cada ano, assim como a pré-disposição dos adoecidos em buscar atendimento”, finaliza Ana Fideli. Compõem esse quadro, ainda, os dados obtidos em um levantamento realizado com 385 trabalhadores do Banco do Brasil: destes, 30,6% (118 bancários) se disseram vítimas de assédio moral em seu ambiente de trabalho. E, mais preocupante, 28,5% (110 bancários) declararam utilizar ansiolíticos.
Regras facilitam diagnóstico de doenças do trabalho
Em 2007, o Ministério da Previdência Social adotou novas regras para o diagnóstico das doenças provocadas pelo trabalho. Com a criação do chamado Nexo Técnico Epidemiológico, passou a ser calculada a frequência de determinadas doenças por grupos de atividade. Isso facilitou para o trabalhador provar para o médico perito que seu problema de saúde foi provocado pelo trabalho. Se antes, era o trabalhador que devia provar como adquiriu a doença, depois das mudanças, foi a empresa que passou a ter que comprovar que o trabalho não
adoeceu o funcionário. Conforme os números do INSS, a adoção das novas regras levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008. Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, passaram de apenas 612, em 2006, para 12.818, em 2008. Após este ajuste inicial, o crescimento foi de 5%, em 2009, e, em 2010, houve um recuo de 10%. Por isso, o aumento registrado em 2011 causou tanta preocupação. fevereiro 2012
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EM COMEMORAÇÃO AOS SEUS 80 ANOS, SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO SEDIA 14ª CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BANCÁRIOS
Em 2012, será realizada a 14ª edição da Conferência Nacional dos Bancários, evento que reúne representantes dos trabalhadores do Brasil inteiro para discutir e deliberar sobre as reivindicações da categoria. Neste ano também, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região celebra 80 anos de fundação, se firmando entre as entidades representativas mais antigas do país. Diante destes dois importantes acontecimentos, a direção do Sindicato paranaense pleiteou, em 2011, a realização do encontro nacional de bancários em Curitiba. “E, para nossa alegria, a proposta foi aceita. Assim, desde os primeiros dias do ano, estamos nos preparando para recepcionar os dirigentes sindicais e delegados de todo o país”, comemora Otávio Dias, presidente do Sindicato anfitrião. A Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada pela primeira vez em Curitiba, já tem data marcada: 20, 21 e 22 de julho. Além dos debates e grupos de trabalho para discutir e votar as demandas que irão compor a minuta 2012 de negociação com a Fenaban, bem como a plenária deliberativa final, a programação do evento vai incluir uma festa comemorativa aos 80 anos. “Queremos que os participantes da Conferência conheçam a cidade e entrem em contato com a realidade da capital paranaense, onde se concentram mais de 18 mil bancários”, completa Otávio Dias. Calendário de comemorações Além da Conferência Nacional dos Bancários, que se realizará no mês de julho, o Sindicato está preparando um calendário especial de comemorações para festejar suas oito décadas de história. Ainda no dia 06 de julho, data em que se comemora a fundação oficial
da entidade, no ano de 1932, deve acontecer o lançamento do livro de memórias, fruto do trabalho de pesquisa e levantamento bibliográfico do projeto Memória e História do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. A obra resgata toda a história da entidade, através de documentos históricos e depoimentos de dirigentes sindicais. Para completar os festejos, deve ser realizada também uma festa especial para o dia 28 de agosto, Dia do Bancário. Campanha de filiação Em 2012, o Sindicato também retoma sua Campanha de Filiação, desta vez, em caráter permanente. Em uma data tão especial, a entidade não poderia deixar de premiar aqueles que contribuem cotidianamente com o fortalecimento das lutas e conquistas da categoria. Os bancários que indicarem colegas de trabalho para sindicalização poderão trocar as indicações por camisetas do Sindicato (06 indicações) ou iPod nano (10 indicações). Serão realizados ainda, entre todos os filiados, três grandes sorteios: 30 de abril (01 iPad 2 32GB), 28 de agosto (06 iPad 2 32GB) e 20 de dezembro (06 iPad 2 32GB). Confira o regulamento e saiba como participar acessando www.bancariosdecuritiba.org.br. fevereiro 2012
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Uma voz no Santa Marta REPPER FIELL: CINEASTA, ESCRITOR E RESPONSÁVEL PELA RÁDIO COMUNITÁRIA DO MORRO QUE É MUITO MAIS DO QUE A FAVELA DO MICHAEL JACKSON E DA MADONNA Por Paula Zarth Padilha
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A favela Santa Marta é localizada no morro mais íngreme do Rio de Janeiro. Para chegar até o topo, os moradores subiam 788 degraus há até pouco tempo. Mas o local passou a ser ponto turístico após a pacificação prometida pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que subiu o morro em 2008. Desde então, a favela é marcada por um oponente prédio dividindo a área de moradia e a área de mata. E lá de cima a vista é indescritível. A ocupação trouxe o bondinho, os turistas, a conta de luz e a água regularizada. Tirou as armas das mãos dos civis. Mas trouxe a temida desocupação no alto do morro, a especulação imobiliária, e, recentemente, calou a voz da rádio comunitária, liderada pelo Repper Fiell, (descrito por ele como uma designação de repentista, como se autodenomina), que conta aqui o posicionamento de um dos seis mil moradores. Ele destaca que não fala em nome da comunidade. Fala seu ponto de vista, de um morador da Favela Santa Marta. Fiell faz questão de dizer que mora numa ‘favela’. Porque ‘comunidade’ é mais uma forma de embelezamento para turis-
tas. Mas a beleza do Santa Marta está em suas escadarias, em seus moradores, numa surpreendente organização se encarada por quem não mora no Rio de Janeiro. Nos dias 18 e 19 de novembro de 2011, Repper Fiell foi o guia de um grupo de sindicalistas e jornalistas de todo o Brasil, que foram visitar seu reduto durante a noite. O trajeto foi simples: 100 degraus, bar do Zé Baixinho e o espaço Coletivo Visão da Favela Brasil, que reúne uma biblioteca, uma rádio comunitária e equipamentos utilizados para captação e edição de imagens. Fiell faz lá seus clipes musicais. E também faz filmes. O seu curta de 12 minutos, intitulado “788” (Núcleo de Cinema Cria Filme e Lá Casa Loca, 2008), retrata a dificuldade de locomoção dos moradores no Santa Marta, de uma forma que não é vista em outros filmes sobre as favelas do Rio de Janeiro. E o resultado foram duas premiações: no Brasil (Melhor Imagem – Festival Favela É isso aí) e na Holanda (Festival Câmera Mundo), como melhor filme de ficção. Alan, ator que protagoniza “788”, é também um dos comunicadores da rádio comunitária Santa Marta (FM 103,3),
que sobrevive com doações dos moradores que colaboram com a programação. A rádio foi fechada pela Polícia Federal e pela Anatel no dia 3 de maio de 2011. Agentes dos dois órgãos foram até o local, um pequeno espaço entre as escadarias do morro, e apreenderam o transmissor do único veículo de comunicação que falava com os moradores sobre notícias locais e de interesse da favela. Fiell garante que a voz do Santa Marta não será calada. Além de suas músicas e filmes, do espaço na rádio e do grande traquejo que tem em levar sua mensagem, ele também é escritor. O livro “Da favela para as favelas – História e experiência do Repper Fiell” (uma realização do Coletivo Visão da Favela Brasil, agosto 2011) é um guia para o morador do Santa Marta e de outras favelas que não quer somente ser mais um dentro das “comunidades”. O Repper conta sua trajetória, mas sua biografia tem um diferencial: ele alerta e mostra os caminhos para todos que querem uma alternativa para a falta de estudo, de trabalho decente, para o tráfico. E, ao mesmo tempo, o livro conta como Fiell se politizou contra a mídia consumista, “que diz o que você quer usar, o que você quer vestir”. Ao ser questionado se sobrevive da arte ou precisa de um emprego com carteira assinada para manter suas produções, Fiell respondeu: “Eu sou um camelô. Vendo meus CDs e DVDs, produzo filmes a custo zero, vendo as camisetas do Santa Marta”. O espaço onde funciona toda a estrutura do Visão Favela e da rádio comunitária é alugado. Fiell paga R$ 350 por mês num local que não deve ter mais do que 30 metros quadrados. A questão de espaço e moradia piorou muito depois da ocupação pela UPP. “Aqui não tem mais lugar para morar. O governo chegou aqui e quer tirar os moradores que têm suas casas lá na parte de cima do morro. Mas ninguém sabe onde essas pessoas serão realocadas. Elas não querem sair, elas querem melhor estrutura onde elas estão”, manifesta-se Fiell. Ele conta que a questão habitacional na favela Santa Marta está perto do limite. Em outras experiências, o governo construiu predinhos para os moradores realocados, mas com espaços menores. E isso ninguém lá quer trocar o seu espaço por um outro bem menor. O que o morador do Santa Marta quer? “Eu falo por mim. Eu sei o que eu quero. Eu quero passar a minha mensagem, dizer para todos aqui que nós temos direitos, não só deveres, e que nós temos
uma opção que não é o tráfico, não é o subemprego. E essa opção começa pela leitura, pela politização. Não falo em nome da comunidade, mas se tem uma coisa que todo mundo aqui precisa é de escola”. Fiell conta que começou a ler no trajeto entre casatrabalho. Lia os principais jornais da categoria sensacionalista do Rio de Janeiro. E achou que algo estava errado. Que ele não precisava de tênis caro, de corrente de ouro no pescoço. E que esses jornais influenciavam para Eu quero passar a isso. Então ele começou a ler. minha mensagem, Um amigo indicou o Núcleo Piratininga de Comunicação dizer para todos (NPC) e Fiell, que não tinha aqui que nós temos completado os estudos, foi até lá fazer cursos. direitos, não só Atualmente, ele é padeveres, e que nós lestrante e dá seu depoimento nas edições anuais do curso temos uma opção de comunicação do NPC, coque não é o tráfico, ordenado por Vito Giannotti não é o subemprego. e Claudia Santiago. No encerramento do seu livro, faz E essa opção indicações de leitura que incomeça pela leitura, cluem biografias de Che Guevara, Carlos Mariguella, Flopela politização.” restan Fernandes, Malcolm X. E também estudos de linguagem, sobre o capitalismo e o comunismo. E enquanto os governos e empresários possuem plenas condições de investimento em cultura, educação, saúde e deixam as favelas por sua própria conta, pessoas como o Fiell passam sua mensagem: com tão pouco fazem muito pelos moradores do morro Santa Marta.
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Contribuições midiáticas do Repper Fiell
Livro: Da favela para as favelas – História e experiência do Repper Fiell (2011) DVD: O trabalho é sério (2008) Curta metragem: 788 (2008) CD: Árbitro da própria vida (2006) Mundo Cão (2002) Coletivo Visão da Favela Brasil (www.visaodafavelabrasil.com.br) Rádio Comunitária Santa Marta/103,3 FM (www.radiosantamarta.com.br) Contato: fiellateamorte@gmail.com fevereiro 2012
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Fotos: EveryStockPhoto
Arte em migalhas EM CURITIBA, ARTISTA TEM DIFICULDADE DE ACESSO ÀS LEIS DE INCENTIVO À CULTURA
Viver de arte no Brasil continua sendo um desafio. Quem não consegue patrocínios, daqueles com números recheados de zero, ou não vem de um “berço” artístico, continua patinando para conseguir produzir por aqui e dependendo de editais do Ministério da Cultura ou de leis estaduais e municipais. A maior parte destas leis, como a Rouanet, criada no governo de Collor, prevê o patrocínio de artistas através da renúncia fiscal para as empresas que apoiarem os projetos culturais. No entanto, esses mecanismos têm sido apropriados pelas grandes empresas, que financiam suas próprias fundações culturais, como fazem os bancos privados, ou têm concentrado os recursos para artistas já consagrados, os quais as empresas têm maior interesse em vincular sua imagem. Além do mais, outro problema desse modelo é que muitas empresas desconhecem e desconfiam desses mecanismos 20
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de renúncia fiscal e resistem a apoiar os projetos. “A principal dificuldade de participação nas leis de incentivo é a fase de captação de recursos, pois não fica claro para a empresa que benefício ela pode ter ao vincular seu nome com um projeto cultural”, define Ludmila Nascarella, atriz curitibana que tem uma produtora cultural para realização de eventos. O exMinistro da Cultura, Juca Ferreira, também questionou essa realidade: “Por que submeter os artistas a essa via crucis de ir aos departamentos de marketing das empresas se o dinheiro é público?”. Esse é o problema central desse modelo. O governo Lula iniciou uma série de avanços no modelo de fomento à cultura do país, com os Pontos de Cultura, Pontos de Leitura, o Mais Cinema, entre outros. Contudo, as mudanças mais profundas na lei Rouanet reivindicadas pela classe artística não saíram do papel. No Paraná, o governo de Beto Richa,
na contramão de todo debate nacional de mudança nas leis de incentivo, criou nesse ano um Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), que mantém a mesma lógica de patrocínio da lei Rouanet, com isenção fiscal do ICMS. “O Paraná está parado há algum tempo, a lei é de difícil acesso, principalmente pela dificuldade na captação de recursos, mas é melhor que nada. Infelizmente, os artistas se contentam com migalhas”, define Nascarella. Em Curitiba, o processo para inscrição nos editais municipais também é um dificultador para os artistas. “Enquanto no resto do país todos os procedimentos para solicitar incentivo para a cultura são realizados de forma on-line, por aqui tem que colocar uma pasta embaixo do braço e gastar até R$ 100 em documentos para protocolar uma requisição de incentivo à cultura”, conclui a produtora cultural.
O contraponto na imprensa sindical ESCRITOR QUE AJUDOU A FUNDAR A CUT TRABALHA PELA IMPRENSA SINDICAL NO NÚCLEO PIRATININGA DE COMUNICAÇÃO
Os sindicatos de trabalhadores lutam diariamente pela ampliação dos direitos nas categorias que representam, mas ao mesmo tempo, vivem se digladiando com a informação que esses trabalhadores consomem e acreditam: da imprensa hegemônica, dominada há anos por grandes grupos de comunicação que atuam no país. E o que esses grupos menos querem é informar a sociedade. E mais: para Vito Giannotti, coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), a imprensa brasileira presta um desserviço à população ao defender somente seus próprios interesses. “Eles querem passar os valores deles, para a sociedade deles, a sociedade que está aí. Se nós estamos dizendo que queremos disputar a hegemonia, temos que disputar de forma mais permanente possível, diariamente. Esse é o ideal”, opina. O NPC é uma entidade que realiza há mais de 20 anos cursos de comunicação para dirigentes
sindicais e jornalistas de sindicatos de trabalhadores. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região participa, todos os anos, do curso de formação. Em entrevista exclusiva, Giannotti afirmou que a comunicação sindical teve avanços mas também retrocessos nos últimos anos e que os trabalhadores devem receber informação diária, para que haja esclarecimento sobre os conteúdos veiculados pelos jornais de maior audiência no país, como o Jornal Nacional, por exemplo, ou as novelas e demais programas de entretenimento do horário nobre da Rede Globo, que detém a maior audiência no país. “Uma comunicação que não seja chata, enfadonha e repetitiva. Que seja uma comunicação leve, dinâmica, para que a gente coloque aos poucos nossos valores, nossa visão de mundo, nossa perspectiva, como conquistar determinadas coisas”, defende Vito. Novos materiais Vito acredita que a melhora dos materiais de divulgação facilita a aceitação, assim como a ampliação do alcance dos informativos através das redes sociais. “Com a internet é possível melhorar a cara de materiais, das cartilhas, jornais, revistas, ampliar com o uso do twitter, do facebook, boletim eletrônico, mas ainda estamos muito devagar”. Ele acredita que tentar divulgar na imprensa
hegemônica assuntos de interesse dos trabalhadores é uma ferramenta enferrujada. “Eu não uso, não gosto, não me interessa. É uma ilusão mendigar migalhas na imprensa. Nós devemos construir a nossa imprensa. Nós temos capacidade, temos profissionais, jornalistas e dirigentes sindicais bons para fazer a nossa mídia”. O Núcleo Piratininga de Comunicação defende em seus debates e cursos que os sindicatos de trabalhadores promovam investimentos em mídia própria. “Agora, nossa mídia tem que ser muito bonita, muito bem feita. Se quisermos disputar com o outro lado, temos que ser no mínimo tão bonitos e tão bons quanto ele”, alerta Giannotti sobre a diferença de qualidade entre todos os produtos veiculados na mídia hegemônica com relação aos materiais produzidos por entidades sindicais. E como mostrar para os trabalhadores que a grande mídia não atende seus interesses? Vito acredita que comentando diariamente a novela, o Jornal Nacional, o programa de auditório. “Comentando, mostrando, analisando, sem ser de maneira chata, de maneira ressentida. Pode ser de maneira alegre”. Ele sugere para a categoria bancária, por exemplo, um boletim eletrônico que comente os assuntos tratados nas novelas, nos telejornais. Mas também a produção própria de materiais de rádio e TV, que evidencie os interesses da categoria. fevereiro 2012
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E o emprego bancário?
André Machado, secretário de imprensa e comunicação 22
É comum escutar bancários direcionando os usuários do sistema financeiro para os correspondentes. Se não for um cliente com “potencial”, filtrase a pessoa antes mesmo da porta giratória. Essa é a diretriz dos bancos e muitos bancários sentem-se aliviados com a medida. Compreensível, devido à sobrecarga de trabalho e à cobrança insana de metas de vendas de produtos, as quais dificilmente um beneficiário do bolsa-família poderá ajudar a cumprir. Mas aonde isso vai chegar? Os bancos dizem que os correspondentes não prejudicarão a categoria bancária, nem causarão desemprego. Mas o projeto do setor é transferir todo serviço possível, mantendo internamente somente a parte negocial e o atendimento à clientela segmentada. Na realidade, essa redução de funções realizadas por funcionários do quadro próprio dos bancos já está ocorrendo, basta analisar os processos de centralização e enxugamento dos setores de suporte, a terceirização da cobrança, a diminuição dos guichês de caixa. Todavia, o crescimento vertiginoso do sistema bancário na última década talvez ofusque essa trajetória. Afinal de contas, houve um crescimento de 20% no número de bancários e de agências em todo o Brasil na última década. Como falar, então, em ameaça ao emprego, em um cenário de expansão? É necessário que lembremos que o número de clientes dobrou e houve um crescimento de mais de 180% no número de transações bancárias nesse período, muito superior ao crescimento das estruturas próprias dos bancos. Por isso, as agências continuam lotadas e o volume de trabalho não diminuiu, mesmo com a expansão dos correspondentes. Os bancos nunca confessarão suas intenções com essa modalidade de expansão. Mas olhemos com mais atenção a esta história: o discurso inicial, a partir da metade da década de 1990, foi o da “bancarização”. Ou seja, os bancos diziam querer incluir os excluídos, permitindo que tivessem acesso aos serviços bancários. A Caixa Econômica Federal foi pioneira e
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credenciou o primeiro estabelecimento como correspondente (uma padaria), em 2001, na cidade de Solidão, no sertão pernambucano. Curiosamente, nesse mesmo período, os bancos passaram a fechar as agências em cidades mais pobres. Em 2000, havia no Brasil 1.659 municípios sem agências bancárias. Esse número passou para 1.974 em 2010 (35% dos municípios do país), evidenciando uma contradição entre o discurso e a prática dos bancos. As cidades mais pobres ficaram ainda mais solitárias, pois sobraram somente os correspondentes. Em 2000, o Conselho Monetário Nacional, atendendo ao pedido dos banqueiros, publicou uma resolução (2.707) acabando com a restrição para o funcionamento de correspondentes nos mesmos municípios onde houvesse uma agência bancária. Daí em diante, os correspondentes proliferaram: em 2000, eram 13 mil locais realizando pagamentos e recebimentos; hoje, são mais de 210 mil, fazendo cadastro, abertura de conta, cartões, operações de crédito e câmbio, entre outras. Com o tempo, os bancos passaram a contratar correspondentes nas proximidades das suas agências, para migrar o atendimento às pessoas de “chinelinho” (expressão utilizada por um representante da Febraban para definir os mais pobres). Hoje, há agências e correspondentes funcionando nos mesmos prédios, absorvendo grande parte dos serviços antes realizados por bancários. Os bancos ainda encontram barreiras para aplicar integralmente seu projeto de terceirização, sejam pelos entraves legais ou pela grande resistência dos sindicatos. Há um projeto de Decreto Legislativo (214/11), do Deputado Federal Ricardo Berzoini (PT-SP), tramitando no Congresso Nacional, que pretende restringir as funções dos correspondentes e interromper esse modelo de expansão precária e fraudulenta. Apoiar esse projeto e abrir as portas das agências para todos é uma questão de sobrevivência para os bancários brasileiros.
Balanço jurídico de 2011 ASSESSORIA JURÍDICA DO SINDICATO FUNCIONA DIARIAMENTE NA SEDE DA ENTIDADE PARA ORIENTAR OS BANCÁRIOS
Em 2011, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região representou os trabalhadores em várias ações judiciais. Com a chegada do novo ano, é importante rever o trabalho desenvolvido ao longo de 2011 pela Assessoria Jurídica da entidade, com a intenção de prestar contas aos bancários e deixá-los cientes do andamento das ações. Segue abaixo o levantamento de algumas ações ajuizadas e seus desdobramentos. Bancário, se você tiver alguma dúvida ou necessitar de assistência, entre em contato com a Secretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e Individuais do Sindicato. O telefone é (41) 3015-0523 e o e-mail juridico@bancariosdecuritiba. org.br. A equipe de advogados também faz atendimento diário aos sindicalizados, das 10h às 12h, na Sede Administrativa (Av. Vicente Machado, 18, 8° andar), basta agendar seu horário. BB: 7ª e 8ª horas Em 2011, as ações de 7ª e 8ª horas movidas pelo Sindicato contra o Banco do Brasil e a Caixa obtiveram êxito. Em relação ao BB, as ações foram ajuizadas em três momentos: o primeiro em 2006, com a maior parte destas ações em fase de
execução de pagamento. Muitos bancários beneficiados nestas ações receberam ao menos parte dos valores pretendidos e já trabalham com jornada de seis horas diárias, sem redução de salários. O segundo grupo teve suas ações ajuizadas em 2010. Neste caso, já houve julgamento em primeira instância, com os recursos tramitando no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-9) ou no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, todos aguardando julgamento. O terceiro grupo teve ajuizamento de ação em 2011, também pedindo o reconhecimento da 7ª e 8ª horas como extras e a redução de jornada sem redução salarial. Caixa: 7ª e 8ª horas Os processos foram distribuídos no final de 2010 e foram julgadas em primeira instância, aguardando julgamento de recurso no TRT ou TST. Contudo, o dirigente do Sindicato Antonio Luiz Fermino, funcionário da Caixa, afirma que o problema, nestas ações, é que a Caixa está usando todos os recursos disponíveis. “O objetivo da Caixa é atrasar os pagamentos devidos. O banco questiona, por exemplo, vícios de exe-
cução. E faz quase um ano que o Sindicato aguarda decisão desses recursos na Justiça do Trabalho”, afirma. As ações em execução incluem a que contempla as horas extras dos analistas (RT 20581-2004). Neste caso, a rescisória ajuizada pela Caixa foi julgada improcedente. Na execução, a impugnação apresentada pelo Sindicato foi parcialmente acolhida e o recurso da Caixa foi rejeitado. O processo aguarda julgamento pelo TRT. Besc/BB: Plano de Saúde Em 2011, o Sindicato também ajuizou ação contra o Banco do Brasil para proteger os interesses dos bancários oriundos do antigo BESC, especialmente em relação ao Plano de Saúde. Isso se deu porque o BB não permite que tais empregados possam usufruir do plano da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), deixando muitos sem cobertura médica, dependendo do Sistema Único de Saúde. A ação, que visa à obrigação do banco em estabelecer um critério para permitir a adesão dos interessados na Cassi, foi julgada procedente em primeira instância e no TRT. fevereiro 2012
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O que fazer em caso de doença SINDICATO ORIENTA TRABALHADORES EM SITUAÇÃO DE RISCO, SOBRE DIREITO À ABERTURA DE CAT E REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA
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A Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região elaborou uma série de questões que reúnem as principais dúvidas sobre saúde e condições de trabalho na categoria bancária. Na edição 47 da Revista Bancári@s, você ficou sabendo como identificar quando é a hora de parar, refletir sobre sua condição e procurar ajuda. O texto também explicou sobre atestados, Código Internacional de Doenças (CID) e regras do INSS. Após reconhecer se você precisa de ajuda, nesta A CAT é um edição, saiba quando você tem direito à abertura da Comunidocumento que cação de Acidente de Trabalho notifica o acidente (CAT) e à realização de perícia médica para afastamento por de trabalho, de trabalho. incluindo as doenças acidente Quando a Comunicação ocupacionais e de Acidente de Trabalho (CAT) é emitida? profissionais. Vale A CAT é um documento lembrar que assaltos que notifica o acidente de trabalho, incluindo as doenças são considerados ocupacionais e profissionais. acidentes típicos, Em caso de acidente típico, dentro do posto do trabalho, com ocorrência o banco é obrigado a emitir dentro dos locais a Comunicação, mesmo que o atestado seja inferior a 15 de trabalho.” dias. Vale lembrar que assaltos são considerados acidentes típicos, com ocorrência dentro dos locais de trabalho. A CAT deve ter o carimbo do banco e avaliação do médico do trabalho para ter validade. Solicite também uma cópia do Boletim de Ocorrência (BO). Em caso de acidente de trajeto (de casa para o trabalho e do trabalho para casa), o banco também fevereiro 2012
é obrigado emitir CAT, mesmo que o atestado seja inferior a 15 dias. Nestes casos, o banco tem o prazo de 48 horas para emitir a Comunicação. A notificação é importante, mesmo que não gere estabilidade de emprego. Quando eu tenho direito à estabilidade no emprego após emissão da CAT? A estabilidade de emprego só acontece se o trabalhador se afastar pela Previdência Social e se o perito reconhecer como acidente de trabalho mediante apresentação da CAT (benefício espécie B91). Ao retornar ao trabalho, o funcionário tem 12 meses de estabilidade de emprego. Em casos de doenças que possam ter nexo com o trabalho, é preciso verificar o Código Internacional de Doenças (CID) e se este está relacionado na lista de doenças do trabalho. O trabalhador pode enviar uma carta por escrito ao banco, enquanto estiver nos 15 primeiros dias de atestado e solicitar a emissão da CAT. Se o banco se recusar a emitir a Comunicação, denuncie ao Sindicato. Nestes casos, os bancos deveriam fornecer um documento por escrito informando ao trabalhador sobre o motivo da negativa da emissão de CAT, mas na prática isso não acontece. É importante ressaltar que as notificações dos acidentes e das doenças do trabalho são importantes, pois além de entrar para as estatísticas da Saúde Pública, podem te ajudar futuramente numa ação judicial contra o banco. Como acontece o afastamento pelo INSS? O afastamento do trabalhador pela Previdência Social deveria ser requisitado pelo próprio banco, mediante apresentação dos atestados médicos, após o décimo sexto dia de afastamento. Como na prática isso não acontece, com o seu atestado em mãos, apresente em 48 horas no banco e agende sua perí-
cia no INSS pela internet. Utilize o endereço www. mpas.gov.br; acesse Agência Eletrônica do Segurado/ Requerimento de Auxílio Doença. O procedimento também pode ser agendado pelo telefone 135. O número de protocolo do requerimento do auxíliodoença deve ser guardado e apresentado ao banco. O Sindicato também pode fazer isso por você, basta entrar com contato com a Secretaria de Saúde. Com o requerimento do auxílio-doença em mãos, ele deve ser encaminhado imediatamente ao banco, junto com atestado de afastamento. O banco deverá assinar o requerimento ou fornecer documentação de encaminhamento para o INSS. E eu corro o risco de ficar sem receber enquanto espero a concessão do benefício? A Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários garante a todos os afastados que o banco antecipe os salários até o dia da perícia. Com isso, depois de passar pela perícia médica do INSS, o perito deverá te fornecer o Comunicado de Decisão. Com este documento em mãos, tire uma cópia e leve para o banco. Lembrando que após receber os valores retroativos do INSS, você deverá devolvê-los ao banco, através de depósito em conta corrente. Esse procedimento deve ser informado ao banco formalmente. É muito importante, logo após perícia médica no INSS, comunicar o resultado ao banco. Solicite um protocolo da documentação entregue. Se o banco prometer dar retorno e isso não ocorrer após uma semana, envie uma declaração, solicitação ou ofício por escrito, através de AR nos Correios, pois assim você tem um comprovante que enviou a documentação. O que eu faço se eu tiver alta do INSS mas continuar sem condições de trabalho? O Sindicato alerta que, se você recebeu alta do INSS após passar por perícia, você deve comunicar o banco o mais rápido possível. Você tem o direito de recorrer ao INSS na Junta de Recursos, mas não fique aguardando essa decisão, pois a Previdência demora para agendar e o resultado pode demorar de 3 a 6 meses. Neste período, você pode entrar com novo pedido de benefício ou recorrer judicialmente, com uma ação na Justiça Federal (doença comum) ou Justiça Estadual (acidente de trabalho). Ainda tem dúvidas? Procure o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
O Sindicato disponibiliza a toda categoria plantão social na Secretaria de Saúde, além de advogados trabalhistas e previdenciários na Secretaria Jurídica. Não deixe a situação se arrastar para procurar ajuda. Sempre tire cópia de toda a documentação fornecida ao banco e ao INSS. Você também pode encaminhar suas dúvidas pelo e-mail saude@ bancariosdecuritiba.org.br ou ligando para o Sindicato no telefone (41) 3015-0523.
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27.10.2011
SEEB Curitiba
Sindicato fecha agência da Caixa em SJP O Sindicato dos Bancários fechou, no dia 27 de outubro, a agência Gralha Azul da Caixa Econômica, localizada no bairro Aeroporto, em São José dos Pinhais, devido à falta de condições mínimas de trabalho. Os funcionários foram realocados e o atendimento ao público foi suspenso no local. Diante do fechamento da agência, o superin-
tendente substituto se comprometeu a instalar os caixas no andar de cima da agência, onde a reforma já foi finalizada, e a realocar todos os funcionários. Mediante o acordo com o movimento sindical, as condições de trabalho e atendimento foram restabelecidas no dia seguinte, por meio de uma reorganização provisória.
03.11.2011
SEEB Curitiba
BB: Sindicato fecha agência Novo Mundo Na manhã do dia 03 de novembro, a Agência Novo Mundo do Banco do Brasil amanheceu fechada em virtude das inúmeras denúncias recebidas pelo Sindicato de assédio moral, até mesmo durante a greve, violação do ponto (acarretando desvio de função) e afastamentos significativos no quadro de funcionários devido às precárias condições de traba-
lho. Um representante da Superintendência Estadual, o gerente regional do BB e mais dois representantes da Rede de Gerências Regionais Gestão de Pessoas (Gepes) compareceram ao local para uma reunião com os representantes do Sindicato. Foi solicitada oficialmente ao BB a apuração dos fatos denunciados e a verificação do ponto eletrônico.
11.11.2011
Contraf-CUT
Financiários assinam Convenção Coletiva
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Foi assinada no dia 11 de novembro, pela Contraf-CUT e a Fenacrefi, entidade patronal das financeiras, a Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012 dos financiários. O acordo garantiu reajuste de 11% no piso, com ganho real de 4,28%, e de 8% nas demais verbas (ganho real de 1,47%), acompanhando os aumentos salariais conquistados pelos
bancários. A inflação acumulada até 1º de junho, data-base dos financiários, foi de 6,44% segundo o INPC, enquanto o índice na data-base dos bancários foi de 7,40%. O acordo incluiu ainda a incorporação da cláusula relativa à prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, conquistada pelos bancários em 2010, que visa combater o assédio moral.
16.11.2011
Em assembleia realizada no dia 16 de novembro, os trabalhadores do Bradesco aprovaram por unanimidade o Acordo Coletivo sobre o Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada, que faz a marcação do ponto. De acordo com a Portaria 373 do Ministério do Trabalho e Emprego, sistemas alternativos de registro e marcação de entrada e saída dos
funcionários devem estar contemplados nas convenções e acordos coletivos. No mês de maio, o banco fez uma demonstração do novo sistema à Comissão de Organização de Empregados do Bradesco (COE/Bradesco) e ficou constatada sua eficácia. O sistema permite verificar se há extrapolação e se as horas extras são pagas corretamente.
Contraf-CUT
Bancários do Bradesco aprovam Acordo Coletivo
02.12.2011
No dia 02 de dezembro, bancários do Itaú Unibanco de todo país fizeram o Dia Nacional de Lutas por emprego decente. Em Curitiba, o Sindicato fechou os prédios do Centro de Processamento de Serviços de Agência (CPSA) e a agência do Itaú na Rua João Negrão, no Centro da cidade. Apesar do lucro imenso, que bateu
um novo recorde e alcançou R$14,621 bilhões, a ganância dos patrões faz vítimas diariamente. O banco cortou 2.496 vagas nos nove primeiros meses de 2011 e ganhou o título de campeão de demissões do sistema financeiro. Em dezembro de 2010, o banco contava com 102.316 trabalhadores. Em setembro do ano seguinte, o número já havia reduzido para 99.820.
SEEB Curitiba
Dia Nacional de Luta no Itaú Unibanco
05.12.2011
No início do mês de dezembro, Curitiba foi palco de uma grande jogada política: centenas de trabalhadores do serviço público, especialmente da área de saúde, realizaram diversas manifestações na Assembleia Legislativa do Paraná pedindo a retirada de pauta do Projeto de Lei nº 915/2011, para a criação de Organizações Sociais (OS),
que seriam as instituições responsáveis pela gestão de serviços públicos estaduais, como escolas e hospitais. Enquanto policiamento foi designado para coibir brutalmente o movimento dos protestantes, estudantes e representantes dos movimentos sindical e social, os deputados aprovaram na surdina o projeto de lei.
Blog do Tarso
Bancários protestam contra privatização estadual
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06.12.2011
SEEB Curitiba
Sindicato fecha agência do Itaú Unibanco Após receber denúncias, o Sindicato esteve na agência Batel do banco Itaú no dia 06 de dezembro. Em virtude das obras da reforma que aconteciam no local, foi verificado que não existiam condições de manter bancários trabalhando e o atendimento de clientes. Por isso, a agência foi fechada e o atendimento só foi liberado quando as condições
de trabalho foram restabelecidas. O Sindicato alerta os bancos quanto ao risco de expor os trabalhadores a esse tipo de situação. Aos bancários e clientes, o pedido é para que, sempre que observarem falta de condições de trabalho ou para o atendimento, entrem em contato com o Sindicato, pelo telefone (41) 3015-0523.
11.12.2011
SEEB Curitiba
Sindicato promove festa para crianças carentes Mais de 250 crianças da comunidade Jardim Colonial, na Fazenda Rio Grande, participaram da Festa de Natal promovida pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região no dia 11 de dezembro. O evento contou com contribuições solidárias de diversos voluntários, que preparam apresentações de teatro – uma peça educativa, inclusive,
contra o uso de drogas –, vinda do Papai Noel, música, artesanato e brincadeiras. Também teve pintura de rosto para as crianças se divertirem e uma oficina de beleza, com a realização de serviços gratuitos como corte de cabelo e manicure. Um dentista voluntário também disponibilizou atendimento móvel para as crianças.
12 e 13.12.2011
SEEB Curitiba
Dirigentes do HSBC reunidos em Curitiba
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Foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, uma reunião nacional da Comissão de Organização dos Empregados do HSBC (COE/HSBC) em Curitiba. Dirigentes sindicais de todo o país estiveram reunidos para debater as principais demandas específicas no banco inglês. Um dos pontos prioritários da reunião foi o debate sobre a Por-
taria 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 21 de agosto de 2009, que disciplina o registro eletrônico de ponto e a utilização do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto. Também estiveram em pauta saúde e condições de trabalho, remuneração variável (PLR, PSV e PPR), previdência complementar e segurança bancária.
21.12.2011
No dia 21 de dezembro, representantes dos bancários de todo o país estiveram em Curitiba, sede brasileira do HSBC, para protestar contra as demissões constantes e a falta de efetividade nas negociações específicas com o banco. Os dirigentes sindicais se concentraram, a partir das 7h, no Centro Administrativo HSBC Vila Hauer, que teve a abertura dos portões
retardada. Apesar do maior número de desligamentos se concentrarem na capital paranaense – somente em 2011, já totalizam 650 demissões –, o HSBC adota como prática em todo o Brasil descartar seus funcionários com frequência. Diante disso, os dirigentes sindicais conclamaram os bancários para a mobilização por melhores condições de trabalho.
SEEB Curitiba
Bancários do HSBC fazem ato nacional
28.12.2011
Em assembleia realizada no dia 28 de dezembro, os funcionários do HSBC aprovaram por unanimidade a autorização para a diretoria do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região assinar o Acordo Coletivo de Trabalho sobre o sistema alternativo eletrônico de controle de jornada de trabalho (ponto eletrônico). Na avaliação do movimento
sindical, o acordo assinado possibilita a ação efetiva no controle e fiscalização da jornada dos trabalhadores, além dos bancários terem garantias de controle da jornada realizada. Durante a assembleia, o Sindicato também reforçou a necessidade do HSBC retomar as negociações permanentes com os representantes dos trabalhadores.
SEEB Curitiba
Bancários do HSBC aprovam ponto eletrônico
28.12.2011
No dia 28 de fevereiro, os trabalhadores da BV Financeira estiveram reunidos em assembleia no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários para discutir e deliberar sobre a proposta de Aditivo ao Acordo Coletivo sobre Jornada de Trabalho aos Finais de Semana, com período de vigência de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2012. Com a aprovação da
proposta, Curitiba foi a primeira cidade a assinar um acordo que regulariza a situação dos funcionários que tem jornada de trabalho aos fins de semana. O documento garante, entre outras, uma folga em sábado e domingo consecutivos em no mínimo a cada oito semanas, folgas postecipadas e tíquetes pelos dias efetivamente trabalhados.
SEEB Curitiba
Funcionários da BV Financeira assinam acordo
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Arquivo SEEB Curitiba
A fundação de uma história NO ANO EM QUE O SINDICATO COMPLETA 80 ANOS, LIVRO HISTÓRICO RESGATA LUTAS E CONQUISTAS DOS BANCÁRIOS DE CURITIBA E REGIÃO
O calendário marcava 06 de julho de 1932. Em todo o país, repercutiam as tentativas de criação de entidades representativas da categoria bancária. No Paraná, o descontentamento com as condições de trabalho preparava o terreno para um fato histórico: a fundação do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região – na época, denominado Sindicato dos Bancários do Paraná. Fazia apenas um ano que a Lei Sindical (19.770, de 19 de março de 1931) havia sido criada, transformando os sindicatos em instituição de direito público. Foi, então, que a categoria organizada começou a participar ativamente dos embates decisivos para a conquista e manutenção dos direitos dos trabalhadores. Já em 1934, os bancários contribuíram na organização da primeira grande greve nacional. No calendário, a data era 6 de julho: começava a paralisação que durou três dias e reuniu oito dos 10 sindicatos existentes. Dois meses depois, um decre30
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to-lei regulamentou o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários, consolidando o sindicalismo bancário no país. O momento histórico vivido a partir de 1937, no Estado Novo, determinou o andamento das lutas e conquistas. Greves passaram a ser consideradas uma prática antissocial e a atuação das entidades sindicais se restringia a angariação de novos sócios e assinaturas de acordos de revisão salarial. Mesmo com um cenário repressor, entre 17 e 23 de dezembro de 1938, o Sindicato representou os trabalhadores do Paraná no I Congresso Brasileiro de Bancário, realizado na cidade de Recife. O calendário marcava 5 de julho de 1939, quando a Lei n°. 1.402 eliminou o pluralismo sindical e cancelou os registros de todas as entidades oficializadas até então. Para a realização de um novo registro, passou a ser obrigatória a aceitação de novas regras fixadas pela legislação. Assim, foi só em 27 de março de 1942
que o então Sindicato dos Bancários do Paraná conseguiu a emissão de sua Carta Sindical, que determinou o reconhecimento jurídico e político da entidade. A partir desta conquista, o número de filiações dispara. Se em 1937 a entidade somava pouco mais de 500 bancários sindicalizados, na década de 1950, este número vai ultrapassar 6 mil filiações. Saiba mais Se você se interessou pela história contada aqui, saiba que sua reconstituição é resultado de pesquisas e levantamentos bibliográficos do projeto Memória e História do Sindicato dos Bancários de Curitiba. Propondo-se a contar a história da entidade com base em arquivos documentais e relatos de dirigentes sindicais, este trabalho vai sistematizar todas as informações em um livro de caráter histórico. O lançamento acontece ainda em 2012, na ocasião do aniversário do Sindicato. Aguarde!
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