02/10/14

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Na Campanha Nacional dos Bancários 2014, os funcionários dos bancos querem mais respeito e valorização. Por isso, trabalhadores de todo o país estão unidos para lutar por mais emprego, melhores condições de trabalho e saúde, remuneração digna, segurança bancária e igualdade de oportunidades.

Bancos podem... Em 2013, os seis maiores bancos que atuam no Brasil – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander – lucraram juntos R$ 56,7 bilhões. Esses mesmos bancos arrecadaram, também no ano passado, R$ 96,4 bilhões com cobrança de tarifas bancárias e prestação de serviços. Tais dados comprovam que o sistema bancário nacional é um dos segmentos empresariais mais rentáveis do país e do mundo. Apesar disso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) continua se valendo do discurso da crise internacional para não atender as reivindicações dos bancários.

...mas não querem Mesmo obtendo lucros estrondosos, desde 2011 os bancos cortaram 34.466 postos de trabalho no Brasil. Por meio de estratégias como a terceirização e o investimento em novas tecnologias, eles têm reduzido custos e colocado a categoria bancária em risco. Prova disso é que, hoje, existem cerca de 22.700 agências no país e mais de 405 mil correspondentes bancários. Ademais, em 2013, as operações feitas pela internet já superaram as presenciais. Ou seja, o resultado dessa reestruturação impacta diretamente no emprego bancário, com demissões, rotatividade e achatamento salarial.


Bancários precisam... Como se já não bastasse o encolhimento da categoria, a brutal pressão pelo cumprimento de metas e o assédio moral estão aumentando os casos de adoecimento físico e psíquico entre os trabalhadores. Somente em 2013, 18.671 bancários foram afastados por motivo de doenças do trabalho. Além disso, cresce a cada ano o número de funcionários que utilizam medicação controlada para suportar o ambiente profissional. O atual modelo de gestão adotado pelos bancos, com prioridade máxima na produtividade e no resultado final, criou um ambiente inóspito e propício ao adoecimento.

...e podem mais Desde 2003, os bancários fazem greve para pressionar os bancos a negociarem. Em dez anos de paralisação, a categoria garantiu um acúmulo de 18,3% de aumento real nos salários e 38,7% nos pisos. Cabe lembrar que até aquele ano, os bancários amargavam perdas consideráveis. Além da valorização, a união da categoria já demonstrou que pode melhorar as condições de trabalho. As greves garantiram, em 2009, um acordo de combate ao assédio moral, em 2010, o fim da exposição dos rankings individuais e, em 2013, a proibição do envio de SMS para cobranças de metas. E é possível ir além!

Não esqueça! A greve é um direito garantido ao trabalhador pela Constituição Federal e pela Lei nº 7.783, de 1989, frente ao esgotamento da via negocial. Além disso, o interdito proibitório não impede a greve, trata-se apenas de um instrumento legal utilizado pelos bancos para fragilizar a unidade dos bancários.



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