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Edição Especial

Sindicato dos Bancários de Curitiba e região

ano 20·1ª quinzena dezembro de 2014

www.bancariosdecuritiba.org.br

Conquistas

SP Bancários

Bancários barram demissões em 2014

Foi preciso uma audiência pública e três reuniões de negociação para o banco suspender as demissões de bancários em todo o país.

APÓS MANIFESTAÇÕES E PARALISAÇÕES EM TODO O BRASIL, HSBC SUSPENDE DEMISSÕES, PAGA INDENIZAÇÃO AOS DEMITIDOS E REVÊ DESLIGAMENTOS IRREGULARES Após três rodadas de negociação com a direção do HSBC, no dia 18 de novembro, os representantes dos funcionários conseguiram garantir a suspensão das demissões sem justa causa até 31 de dezembro. Na reunião, o banco inglês também apresentou a relação completa dos demitidos – totalizando 549 bancários em todo o país, exceto securitários e comerciários – e informou que irá realizar, futuramente, novas contratações. Os bancários também conquistaram indenização aos desligados entre 01 de novembro de 2014 e 31 de abril de 2015, com extensão de três meses do vale-alimentação (R$ 431,16) e três meses de permanência no Plano

de Saúde além do prazo estabelecido pela CCT 2014/2015. “A extensão destes benefícios é uma forma de encarecer novas demissões, que venham acontecer no próximo ano”, destaca Elias Jordão, presidente do Sindicato. Além disso, o HSBC aceitou revisar e reverter, de forma administrativa, as demissões irregulares (bancários em estabilidade préaposentadoria, grávidas, afastados por motivos de saúde ou portadores de doenças crônicas) e analisar, por meio de uma comissão paritária, os casos de trabalhadores com doenças ocupacionais apresentadas pósdemissão e em vésperas de adquirir estabilidade pré-aposentadoria. “As demissões irregulares foram discriminatórias e causaram dano psicológico que jamais será reparado pelo banco. Consideramos urgente o retorno destes bancários ao trabalho”, destaca Áudrea Louback, representante de Curitiba na Comis-

são de Reintegração. De olho – Um termo específico, que garante as conquistas dos trabalhadores, está sendo preparado. Além disso, o Sindicato está acompanhando a situação dos demitidos e dos funcionários que permanecem no banco. “Uma vez que a re-

dução no quadro de funcionários não é acompanhada por redução de trabalho, nós ficaremos atentos aos casos de excesso de horas extras, sobrecarga de trabalho e cobranças abusivas pelo cumprimento de metas”, conclui Edna Andreiu, diretora do Sindicato.

Negociações começaram em Curitiba Após quatro dias de paralisação em Curitiba, foi aberto o canal de diálogo entre o HSBC e o movimento sindical. No dia 12 de novembro, foi realizada uma audiência pública mediada pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), na capital paranaense. O procurador Alberto Emiliano de Oliveira Neto orientou o banco a suspender as demissões e iniciar negociação com os representantes dos trabalhadores. Ele ressaltou ainda que, diante

da possibilidade de um número expressivo de desligamentos, espera-se que o empregador procure a entidade representante previamente para buscar alternativas. “Enquanto foi preciso que o Sindicato buscasse o MPT-PR para que o banco explicasse o que estava acontecendo, o HSBC utilizava helicópteros e a Polícia Militar para burlar os protestos”, critica Cristiane Zacarias, coordenadora nacional da COE/HSBC.


2 | Sindicato dos Bancários de Curitiba e região

1ª quinzena | dezembro | 2014

Lutas

Demitiu, parou e parou todas as 29 agências do HSBC de Curitiba, os Centros Administrativos e mais 22 agências no interior. “Mesmo durante as paralisações, muitos bancários foram demitidos em contingências. Com isso, o banco perdeu a confiança dos bancários que permanecem trabalhando”, afirma a coordenadora da COE/HSBC. No último dia de paralisação (13), continuaram fechadas todas as agências bancárias da capital paranaense e outras 23 agências no interior do Paraná. Foi somente após a primeira reunião de negociação (13), quando o HSBC suspendeu as demissões, que as paralisações cessaram. “As paralisações foram a resposta imediata à postura intransigente e irregular do HSBC. Como se já não bastassem as acusações divulgadas pela imprensa por conduta criminosa, o banco atua de forma perversa quando trata de seus trabalhadores. Inclusive, responsabilizando-os por erros de gestão e má administração do banco”, finaliza Cristiane Zacarias.

Fotos: Joka Madruga/SEEB Curitiba e SEEB Curitiba

CURITIBA LIDEROU PROTESTOS QUE BARRARAM lisação se estendeu para 14 agências de Curitiba. O terceiro dia de protestos (11) manteve a paralisação DEMISSÕES. PARALISAÇÃO NA CAPITAL e fechou 17 agências no interior do estado. Com PARANAENSE DUROU CINCO DIAS o aumento das demissões nacionais, aderiram às No dia 06 de novembro, o HSBC iniciou um manifestações também outros estados, como Rio processo de demissões em massa em todo o país. de Janeiro, Pernambuco e Mato Grosso. “O HSBC No dia seguinte (07), o Sindicato dos Bancários de foi desleal com seus trabalhadores, agindo de forma Curitiba e região e a Fetec-CUT-PR reagiram com sorrateira. Durante as paralisações, muitos bancáprotestos e manifestações. “Uma das primeiras rios procuraram o Sindicato para obter informanotícias que tivemos foi que um gestor chamou ções, pois o RH do banco dizia não saber de nada”, 20 bancários em uma sala e os demitiu coletiva- afirma Carlos Kanak, diretor do Sindicato. Cachorrada do HSBC – No dia 12 de novembro, mente”, relata Cristiane Zacarias, coordenadora nacional da COE/HSBC. No primeiro dia de pa- o Sindicato realizou um ato em frente ao Palácio ralisação, ficaram fechados os Centros Adminis- Avenida, para informar a população sobre demistrativos HSBC Palácio Avenida, Vila Hauer, Xaxim sões que o banco estava promovendo. Em alusão e Kennedy, nove agências da capital e mais nove à “cachorrada” que o HSBC vinha fazendo com agências no interior do Paraná. Em São Paulo, o seus funcionários – demitindo-os pouco antes Centro Administrativo onde estão lotados 1,2 mil do Natal –, foram distribuídos cachorros-quentes para os transeuntes da Travessa Oliveira Belo. Neste funcionários também parou. Diante do silêncio do banco, no dia 10, a para- mesmo dia, o Sindicato intensificou a mobilização

A Folha Bancária é o informativo quinzenal produzido pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região • Av. Vicente Machado, 18 - 8º andar • Fone: (41) 3015-0523 • Fax: (41) 3322-9867 • Presidente: Elias Jordão • Secretaria de Imprensa: Genésio Cardoso • Jornalista responsável: Renata Ortega (8272/PR) • Redação: Renata Ortega e Paula Padilha • Projeto gráfico: Fabio Souza • Diagramação e Arte final: Alinne Oliveira • Impressão: Multgraphic • Tiragem: 6.000 exemplares • sindicato@bancariosdecuritiba.org.br • www.bancariosdecuritiba.org.br


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