Luta Bancária 01 de 2020

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Básica

Filiado a`

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bancária Publicacao do RN ´ , ~ do Sindicato dos Bancarios Ano XXXV

Nº 01 07 a 19 de janeiro de 2020

ANO NOVO, VELHOS ASSÉDIOS

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ntra ano e sai ano e a prática dos gestores dos bancos continua a mesma: assédio para ampliar os lucros à custa da sobrecarga de trabalho dos bancários. A carta da vez é o que podemos chamar de ‘‘GESTOR FÓRMULA 1'’. O Superintendente Regional Pessoa Física II do Banco do Brasil, Edson Vanderlei Ody, chegou e já apresentou seu cartão de visitas. Vem usando a metáfora da Fórmula 1 para ‘‘incentivar’’ seus subordinados, principalmente das

especializadas. Segundo ele, quem está ali é a turma da alta performance, assim como as e q u i p e s d a categoria de corrida mais famosa do mundo, precisam estar sempre à frente dos demais e os milésimos de segundo, ou seja, as metas cada vez mais absurdas precisam ser batidas em pelo menos 120% para que se mantenham na ‘‘categoria’’. Para Ody quem não se esforça o suciente tem que largar a Fórmula 1 e ir para a Borracharia do Zé, que seriam as demais agências. Com um ar bonachão e amistoso, para encobrir o assédio que vem cometendo, ele declarou: ‘‘Se vocês acharam que em 2019 foi pressão, em 2020 vai ser mais’’.

Além de assediador gosta de se gabar das práticas absurdas que defende. Na primeira reunião que fez com os funcionários contou que quando implantou os digitais, trabalhava no Rio de Janeiro e chegava 7h30 e saía 22h30 todos os dias. Ora, ora, Ody é o típico gestor para quem trabalhar 15 horas por dia é normal, ou seja, e a saúde do funcionário, o tempo para a família e demais áreas? Anal viver não é só trabalhar. É importante lembrar ao novo regional que aqui no Rio Grande do Norte assediador não se cria. Ou alguém esquece de Sérgio Codeiro? O Sindicato dos Bancários está de olho e acompanhando as práticas do gestor. Sabemos que podem vir mais reestruturações e novas perseguições aos bancários, mas não vamos nos calar e todas as providências cabíveis serão tomadas.

No calendário 2020, que o Sindicato confeccionou e está sendo distribuído na categoria, a foto que ilustra o mês de dezembro ‘‘Em riba do pé de turco’’ é de autoria da bancária Eliane Duarte Monteiro, e não de Sônia Regina de Macedo Ribeiro. Pedimos desculpas pelo erro. www.bancariosrn.com.br


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humor e Reflexão

editorial

LEVANTA, SACODE A POEIRA E VAMOS PRA CIMA

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enitivamente 2019 não foi um bom ano para a classe trabalhadora. Foram inúmeros ataques além das maiores taxas de d e s e m p r e g o e precarização de postos de trabalho. Mas não lembramos de tempos f á c e i s p a r a o s trabalhadores. Tudo que foi conquistado foi na luta e na raça, e assim irá continuar. A agenda neoliberal de Paulo Guedes, Rogério Marinho e Jair Bolsonaro continuará a todo gás e cada vez mais teremos todos os direitos questionados. Mas não podemos d e s a n i m a r. É n o s momentos de maior ataque que a classe trabalhadora

se reorganiza e ressurge. Não à toa temos visto trabalhadores de aplicativos se organizarem em todo o mundo para enfrentar a precarização e exploração do trabalho. A digitalização e os aplicativos de mensagem têm colocado os bancários mais uma vez em destaque entre as categorias mais adoecidas e por isso mesmo precisamos pensar em estratégias para enfrentar. Começaremos o ano com a missão de derrotar o aditivo à CCT que coloca na mão da Fenaban o direito dos bancários de usar a Justiça como via de resolução de conitos. Levanta, sacode a poeira e vamos pra cima!

fábula

O PINHEIRO E A SARÇA

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m pinheiro e uma sarça estavam brigando O pinheiro se vangloriava:

— Sou belo, imponente e altivo, sirvo para fazer o teto dos templos e os barcos: como queres te comparar a mim? Ao que a sarça respondeu: Se te lembrares dos machados e das serras que te cortam, preferirás meu destino ao teu. Vida simples, vida segura.

Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

GOVERNO PROPÕE USO DE DINHEIRO PÚBLICO EM SOCORRO A BANCOS

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rojeto de lei complementar enviado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, em 23 de dezembro, prevê o uso de recursos públicos para resgatar bancos em crise. O texto atualiza o marco legal de intervenção e liquidação de instituições nanceiras em diculdades. Hoje o uso de recursos do Tesouro Nacional para esse tipo de socorro é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo a proposta, os recursos do Tesouro Nacional só seriam utilizados quando outras opções fossem superadas, como recolher valores entre os acionistas ou o uso de ações ou cotas de capital de dívidas que a instituição nanceira tenha para receber.

O “regime de estabilização” visa socorrer os bancos para evitar o chamado “risco de crise sistêmica”. O artigo 45 do projeto prevê que o Banco Central ou outra autoridade da resolução vai avalizar o empréstimo da União. Ficará a cargo do Conselho Monetário Nacional, formado por integrantes do BC e do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, aprovar o empréstimo. O projeto ainda prevê que a União, caso necessário, poderá se nanciar emitindo títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal, para ter fundos para salvar os bancos. A Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, proíbe a atuação do Tesouro dessa forma. Nos anos 1990, o governo teve de lançar um www.bancariosrn.com.br

“programa de estímulo à reestruturação e ao fornecimento do sistema nanceiro nacional”, o Proer, para injetar bilhões de reais para salvar bancos. Além de absurda, uma vez que apesar da crise econômica que assola o país temos visto o setor nanceiro bater recordes de lucratividade semestre após semestre, chega a ser um escárnio contra o trabalhador que teve até mesmo o seguro desemprego taxado pelo governo.


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O QUE A GENTE PODE FAZER COM O SEU DINHEIRO HOJE?

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inal de ano, o espírito natalino costuma levar muitos a optar pela caridade para diminuir o sofrimento dos mais necessitados. E foi esse o espírito que tomou

conta do Santander que culminou com a campanha “Sonhos que Transformam”. Nada mais justo que um banco que lucrou só nos nove primeiros meses de 2019 R$

10,433 bilhões dividisse um pouco com quem precisa, não é mesmo? No entanto, o Banco resolveu fazer ‘‘caridade’’ à custa dos funcionários. É que a campanha prevê um desconto automático de 1% da remuneração variável, incluindo o programa de Participação dos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores, que será creditada em fevereiro de 2020, para doar para instituições de caridade. Eles ainda dão a opção do trabalhador não participar, mas para isso será preciso entrar no site disponibilizado pelo Banco e marcar a opção “não”. Ou seja, cará marcado pelo Banco que já costuma assediar por natureza seus funcionários. Quando a gente pensa que o banqueiro já encontrou todas as maneiras de lucrar, eles nos surpreendem. O dinheiro é seu, mas a caridade é do Santander.

SUAS RESPOSTAS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA NÓS

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s t á n o a r o questionário da p e s q u i s a "Mapeamento da saúde mental relacionada ao trabalho em bancários-RN". As respostas dos bancários do estado irão balizar o estudo que está sendo coordenado pelo Nostrum Instituto de Ps i c o l o g i a , a t r a v é s d a professora doutora Alda Karoline Lima da Silva, contratado pelo Sindicato dos Bancários com ns de obter dados cientícos para utilização no setor de saúde e jurídico da Entidade. www.bancariosrn.com.br

A ideia é utilizar os dados para embasar nossas lutas por melhores condições de trabalho que resultem em uma melhoria na qualidade de vida e de saúde da categoria. Portanto é de suma importância a participação do maior número possível de trabalhadores. Se você já fez sua parte, convide um colega para fazer o mesmo. Segue abaixo o link para o preenchimento do questionário. Link: http://bit.ly/sindicatobanca rios


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04 07 a 19 de janeiro de 2020

Pegadinhas

LIMINAR BARRA RESULTADO DO PLEBISCITO DA CASSI

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eis sindicatos de bancários do país, entre eles o SEEB RN, consideram que a proposta do Banco do Brasil para a Cassi foi REJEITADA. Uma Ação solicitando a anulação da alteração estatutária já está na Justiça Federal. Não há como aceitar uma alteração estatutária que quebra o princípio da solidariedade, instituindo cobrança por dependentes e tratando de forma diferente os dependentes dos ativos e os dependentes dos aposentados. Vale lembrar que segundo essa proposta, o Banco do Brasil contribuirá somente sobre os dependentes dos ativos. A Associação Nacional Viva Funci (RJ) conseguiu uma liminar que proíbe o Banco de colocar em prática as seguintes alterações: • Quebra o princípio de solidariedade: ao instituir cobrança por dependentes e permitir que o Banco do Brasil contribua somente com os dependentes dos funcionários na ativa; • Limita 4,5% da folha o aporte do BB: com isso, é ignorado futuros aportes e transfere para os associados os custos necessários para a sustentabilidade do plano, sem qualquer teto; • Aumento da contribuição apenas do associado: enquanto o BB segue contribuindo com 4,5%, o associado vê sua mensalidade subir de 3% para 4%, além do que já gastará a mais com dependentes e coparticipação; • Aumento dos poderes do BB na Cassi: ao ter direito ao voto de minerva em casos de conitos de interesses entre associados e a empresa, o Banco do Brasil tem maior controle na Cassi; • Taxa de administração cessa em 2021: a “proposta aprovada” prevê que o Banco pagará taxa de administração só até 2021, o que obrigará uma nova negociação em condições piores para os associados; • Aumento nas coparticipações: em janeiro Cassi já havia subido, sem consultar os associados, a coparticipação para consultas médicas e sessões de psicoterapia de 30% para 40% para consultas médicas e sessões de psicoterapia de 30% para 40% e para serviços complementares de 10% para 20% e em janeiro de 2019 ano aprovou aumento de: 40% para 50%, em consultas de emergência ou agendadas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares; e, de 20% para 30%, nos serviços de sioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar; • Cobrança de contribuições não expressas no Estatuto: assim como nos planos autopatrocinados, não haverá necessidade de consulta ao corpo social para alterações ou criações de cobrança, cando a decisão apenas ao Conselho Deliberativo da Cassi; • Havendo PDV, PAQ ou PAI: a Cassi perde a respectiva contribuição patronal sobre os dependentes desses associados e a taxa de administração sobre a contribuição dos que aderirem. Fonte: SEEB Bauru

da língua portuguesa

XIFÓPAGO

Por João Bezerra de Castro

Do grego xifo- (apêndice em forma de espada) + -pago (fixo, unido), a palavra xifópago significa, de acordo com o Aurélio: Diz-se de, ou monstro originado da ligação de dois indivíduos na altura do tórax ou da área do apêndice xifoide. No sentido figurado, Diz-se de, ou pessoas intimamente unidas por inclinação e/ou temperamento. O Dicionário Houaiss registra a seguinte definição: Que ou aquele que apresenta uma duplicação do corpo na região do tórax e da cabeça, acima do apêndice xifoide, dando origem a monstruosidade física (diz-se de ser humano geneticamente alterado). Obs.: As palavras formadas com xifo- (elemento de composição) grafam-se sem hífen.

Além dessas duas definições, apresentamos outras palavras e expressões que têm relação com o vocábulo xifópago: Gêmeos xifópagos: Tal expressão designa duas pessoas que nascem ligadas em alguma região do corpo, geralmente na altura do tórax, desde o apêndice xifoide até o umbigo. São também chamados de gêmeos siameses, irmãos siameses ou gêmeos conjugados. .Irmãos siameses: Essa expressão remete-nos ao vocábulo siamês, derivado de Sião, uma designação da atual Tailândia. É uma alusão ao caso dos irmãos gêmeos Chang e Eng, nascidos no Sião em 1811, ligados por uma membrana situada no tórax. Eles viveram sempre unidos um ao outro, pois naquele tempo não havia cirurgia de separação. Morreram em Nova Iorque em 1874. .Teratologia: No campo da Medicina, segundo o Novíssimo Aulete: Especialidade médica que cuida das monstruosidades e malformações orgânicas, ou estudo sobre tais monstruosidades ou malformações: “Tudo nele rompia o equilíbrio normal do corpo humano, como se a teratologia caprichasse em criar sua obra-prima.” (Monteiro Lobato, Urupês) .Teratópago: Que ou o que apresenta teratopagia, isto é, deformidade dupla. .Xifódimo: Mesmo que xifópago. .Xifopagia: Deformidade genética de caráter aberrativo na espécie humana, que consiste em uma duplicação da parte superior do corpo, visível a partir da região do apêndice xifoide, na base do tórax.

Observa-se, pelo exposto, que não existem *irmãos xipófagos no mundo, como se costuma ouvir, pois é assim que se escreve: xi-fó-pa-gos. Crianças que nascem unidas desde o apêndice xifoide até o umbigo dizem-se xifópagas, e não *xipófagas. Não se trata de palavras parônimas simplesmente porque *xipófago não faz parte do léxico português. Trata-se, pois, de um barbarismo ortográfico. É importante memorizar a palavra, procedendo, verbalmente, à separação silábica: xi-fó-pa-gos. Exemplos: .A imprensa divulgou um caso de cirurgia bem-sucedida em gêmeas xifópagas. .Meu vizinho não sabe escrever xifópago, ele escreve *xipófago. .“Ele e mister Boss, o americano supersônico, são inseparáveis como dois xifópagos.”

EXPEDIENTE Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP 59020-025 FONES: (84) 3213-2831/3213-3020 Conselho Editorial Eduardo Xavier Juvêncio Hemetério Marcos Tinôco Matheus Crespo

Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração Brum Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares

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(84) 99965-8435 @bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

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