Luta Bancária 07 de 2018

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Básica

Filiado a`

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bancária Publicacao do RN ´ , ~ do Sindicato dos Bancarios Ano XXXIII

Nº 07 26 a 31 de março de 2018

Ilustração: Brum

PRONTOS PARA O DESAFIO

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odos os anos os bancários enfrentam uma batalha pesada em sua campanha salarial. O oponente é o patrão de um dos setores mais fortes da economia. Mesmo assim, conseguem com força e organização avançar e minimizar os danos da exploração do capital. E m 2 0 1 7 o s trabalhadores do Brasil foram atacados com a destruição das leis trabalhistas. A chamada R e f o r m a Tr a b a l h i s t a , capitaneada pelo deputado potiguar Rogério Marinho (PSDB), praticamente extinguiu os direitos dos

trabalhadores e colocou em xeque, na mesa de negociação, todos os direitos já conquistados. Os bancários do RN acompanharam no início do mês de março a difícil greve dos vigilantes que enfrentaram a tentativa dos patrões de retirar direitos históricos da categoria. Amparados pela nova legislação, os donos das empresas de segurança ameaçavam retirar benefícios que poderiam reduzir em até 30% o salário dos trabalhadores. Essa é a conjuntura posta para os bancários em 2018. Os banqueiros virão com sede para retirar

direitos e aumentar seus lucros. É hora de organizar. Diferente dos outros anos, após 31 de agosto os bancários perderão tudo que está garantido no Acordo Coletivo. Por isso, a organização terá que c o m e ç a r c o m antecedência. O calendário já esta sendo encaminhado pela CONTRAF CUT, que é quem negocia pela categoria nacionalmente, e devemos fazer nossa parte. Mais do que nunca o resultado da conquista será p r o p o r c i o n a l à organização e força dos trabalhadores. Com uma agravante: dessa vez a luta não será apenas para

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conquistar, a resistência terá que ser grande para que não haja perda de direitos. E isso atinge todos as esferas da linha de produção. Desde o caixa até o gerente estão ameaçados, logo, é imprescindível a coesão do movimento. Apesar do cenário não ser dos mais animadores, é preciso transformar essa apreensão em luta e partir pra cima dos patrões. Se o que valerá é o acordado, os bancários precisam ser protagonistas na negociação para arrancar um acordo vantajoso!


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humor e Reflexão

editorial

POLÍTICA E JUSTIÇA NÃO DEVERIAM SE MISTURAR

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a semana passada dois incidentes envolvendo o poder judiciário se destacaram no noticiário nacional: a troca de ofensas entre dois ministros do STF e declarações discriminatórias e mentirosas feitas em uma rede social por uma desembargadora do Rio de Janeiro. N o c a s o d o s m i n i s t r o s , Lu i z R o b e r t o Barroso fez duras críticas a Gilmar Mendes durante o julgamento sobre doações ocultas a campanhas. As acusações foram fortes e levaram a ministra Cármen Lúcia a suspender a sessão.

J á a desembargadora do TJRJ, Marília de Castro Neves Vieira, propagou notícias falsas sobre a vereadora executada, Marielle Franco, e fez outras declarações racistas e discriminatórias em suas redes sociais. Ela está sendo investigada pelo CNJ. Por trás de ambos os c a s o s t e m o s u m denominador comum: a indicação política. É preciso que questionemos estas indicações, em que o apadrinhamento se sobrepõe ao interesse coletivo e a letra fria da lei.

fábula

O LEÃO E O JAVALI

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ra verão e os animais estavam sedentos. Um leão e um javali foram matar a sede numa pequena fonte. Estavam brigando para ver quem ia beber primeiro. A briga terminou numa luta sangrenta. De repente, tendo-se separado momentaneamente para recuperar o ar, viram os abutres que só estavam esperando que um deles morresse para devorá-lo. Pararam então de brigar: —Melhor carmos amigos que servir de pasto aos abutres e aos corvos. Querelas e disputas nos expõem ao perigo. Melhor acabar com elas.

Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

METADE DOS TRABALHADORES DO RN ESTÁ NA INFORMALIDADE

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o contrário do que sustentavam os defensores da Reforma Trabalhista, até agora não houve qualquer efeito positivo na geração de empregos. Isso é o que vem mostrando vários estudos pelo Brasil. N o R N, o j o r n a l Tribuna do Norte trouxe matéria no dia 18 de março em que destaca a migração dos trabalhadores para a informalidade.

‘‘Dos 1,3 milhão de trabalhadores inseridos no mercado privado local, no quarto trimestre do ano passado, 627 mil se dividiram em ocupações precárias, sem nenhum vínculo empregatício ou garantia previdenciária. O número corresponde a 50,2% da massa trabalhadora ativa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE). Num dos efeitos da crise econômica, ao longo do ano passado, o quantitativo de trabalhadores domésticos informais chegou a 69 mil, um número recorde. Egressos, a maioria deles no mercado formal, eles tiveram que se adequar à nova realidade e obtiveram ganhos mensais médios de R$ 471. Das 93 mil pessoas que desempenhavam tal função no estado, somente

25 mil estavam formalizadas. Enquanto o número de informais subiu, o número de registros de Carteira de Trabalho assinadas caiu. Os reexos disso vão além da economia.’’ Os dados por si só já desmontam os argumentos dos que previam geração de empregos e melhora da economia. Mas eles são ainda mais graves, pois fazem com que a economia recue ainda mais. E a matéria ainda naliza. ‘‘O mercado de trabalho no RN encerrou 2017 com saldo negativo de vagas. Somente em dezembro foram fechados 2.851 postos formais de trabalho, numa tendência diferente ao longo do segundo semestre do ano, que acumulava saldo positivo em contratações‘’.

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NOTA DE REPÚDIO

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Sindicato dos Bancários repudia a forma como o bancário Onézimo Pereira da Costa foi transferido de agência à sua revelia. Bancário da Caixa, ele atuava na agência Ribeira e foi deslocado, sem qualquer aviso prévio para a agência Alecrim, pelo gerente Welter Santana. Com ampla atuação sindical, a transferência do bancário poderia ter ocorrido de forma mais respeitosa e sem causar mal-estar para o funcionário.


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TRT DARÁ MEDALHA DA ORDEM DO MÉRITO JUDICIÁRIO A ROGÉRIO MARINHO E NEVALDO ROCHA

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ssociações de magistrados e sindicatos de servidores do judiciário federal estão repudiando a decisão do Conselho de Administração da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho da 21ª Região de conceder a ordem "Djalma Aranha Marinho" ao

Deputado Federal Rogério Marinho e ao empresário Nevaldo Rocha. As Entidades tentaram fazer com que os dois saíssem do rol de homenageados, mas sem sucesso. Eles alegam que ‘‘a Ordem do Mérito é uma homenagem institucional e a atuação do empresário e do deputado em relação ao melhoramento das condições das diversas c a t e g o r i a s d e trabalhadores não condiz com merecimento de tal

comenda’’. O deputado federal Rogério Marinho, relator da Reforma, fez uma verdadeira destruição na legislação trabalhista. Já Nevaldo Rocha é presidente de um dos grupos de maior demanda em causas trabalhistas no RN, além de ser pai de Flávio Rocha, empresário que lançou o manifesto "Brasil 200" como plataforma para a futura eleição presidencial que, em seu item 7, diz: EMPREENDEDORES E

BANCOS FORAM OS MAIORES BENEFICIADOS COM O REFIS

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s bancos, setor mais lucrativo da economia, foram os maiores beneciados com o Res, programa de parcelamento de débitos tributários da União. Itaú, Santander, Safra e Rural tiveram abatimento de mais da metade das suas dívidas pelo governo federal. Juntos, os quatro bancos negociaram uma dívida total de R$ 657,3 milhões, mas terminaram se comprometendo a pagar apenas R$ 302 milhões. Em 2017, o Itaú obteve o maior lucro da história de uma instituição nanceira no país, R$ 24,8 bilhões, crescimento de 12,3% em relação a 2016. Por sua vez, o Santander tem no Brasil sua maior fonte de lucro em todo o mundo. No ano passado teve o seu melhor resultado no país, embolsando mais de R$ 9 bilhões, crescimento de 35,6% em 12 meses. Mesmo com estes resultados impressionantes, os bancos no Brasil seguem cortando postos de trabalho. Juntos, Itaú, Santander e Bradesco extinguiram quase 18 mil empregos. Dados estes que se chocam com o perdão de dívidas por parte do Governo. O perdão concedido pelo governo federal no parcelamento de débitos tributários, o Res, deve chegar a R$ 62 bilhões, o dobro do calculado inicialmente pela Receita Federal. Isso porque, diferente da primeira versão do programa, o Res aprovado tem regras mais generosas, que permitem descontos de até 70% em multas e 90% nos juros. www.bancariosrn.com.br

COLABORADORES NÃO SÃO INIMIGOS, ELES COOPERAM PELO C R E S C I M E N TO N A NAÇÃO. A JUSTIÇA DO TRABALHO DEVE SER EXTINTA. A homenagem ocorrerá no dia 4 de abril em evento fechado no TRT.


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ABERTA NOVA TEMPORADA DO QUINTA CULTURAL

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o m a a l m a alimentada. Assim s a í r a m d o auditório José Campelo Filho os espectadores do Quinta Cultural ocorrido na noite de 22 de março. Aline Gurgel, Sami Tarik, Jubileu Filho, Lipe Guedes, Dinei e Jania Souza abrilhantaram o palco e presentearam o público com música e poesia da melhor qualidade. Os autores potiguares deram o tom das apresentações. A arte do Rio Grande do Norte foi a grande exaltada da noite. Jania Souza destacou a importância do incentivo que o Sindicato dos Bancários do RN dá à cultura e se declarou ‘‘fruto’’ do concurso literário do Agosto Cultural. ‘‘[o projeto] mobiliza a cena cultural da cidade e também motiva os bancários tão estressados do dia a dia. Isso motiva o fazer arte do bancário’’, avaliou Jania. Para Aline Gurgel, que fez sua segunda participação no projeto, a primeira participação foi o incentivo que faltava para que ela se lançasse como cantora. ‘‘As pessoas gostaram da primeira apresentação e isso fez com que eu pudesse avançar mais e dar passos mais brilhantes nesse caminho. Lancei um show meu em dezembro e é uma honra pra mim abrir essa temporada’’, destacou Aline. Sami Tarik é quase um veterano do Quinta Cultural, pois já acompanhou diversos outros cantores, mas dessa vez teve a oportunidade de além de acompanhar Aline, apresentar um show seu. ‘‘Natal está precisando de outros projetos como esse, a gente tá precisando muito desse apoio. A cultura potiguar precisa disso’’, lembrou. Segundo o próprio artista, o show serviu para mostrar uma face do compositor e do ‘‘cantautor’’ com canções do primeiro trabalho solo dele, o álbum ‘‘Executivo do Pandeiro’’.

Pegadinhas

da língua portuguesa

Por João Bezerra de Castro

ABLAÇÃO, ABLUÇÃO, OBLAÇÃO

As três grafias e pronúncias dos substan vos que in tulam este texto são muito parecidas, mas não são iguais. Trata-se de parônimos, isto é, são palavras que se assemelham na escrita e na pronúncia, mas têm significados diferentes. Ablação, substan vo feminino, trissílabo, oxítono, vem do la m abla o (ação de rar) e significa: 1. Ação ou resultado de arrancar, de remover, de arrebatar. 2. Em cirurgia, remoção de uma parte do corpo, seja por excisão ou por amputação, especialmente devido a tumor; ex rpação. 3. Em Astronáu ca, perda de material da super cie de um veículo espacial, por fusão ou vaporização, quando de seu regresso à super cie terrestre. 4. Em Geologia, conjunto de fenômenos que iniciam o transporte dos detritos das rochas. 5. No estudo da foné ca, é o mesmo que aférese, ou seja, supressão de um ou mais fonemas no início da palavra. Ex.: tava, por estava; Zé, por José. Exemplos: .Por recomendação médica, era inadiável a ablação do membro gangrenado. .“As amazonas, segundo a lenda, faziam a ablação dos seios para melhor manejarem o arco e a flecha.” (Cegalla) Ablução, substan vo feminino, trissílabo, oxítono, vem do la m ablu o (ação de lavar, de limpar, purificação) e significa: 1. Ação ou efeito de abluir(-se); lavagem. 2. Lavagem do corpo ou de parte dele, com esponja embebida em água ou com toalha molhada. 3. Em religião, significa purificação por meio da água, ritual comum a várias religiões. 4. Na liturgia católica, é a lavagem ritualís ca das mãos que o sacerdote efetua durante a missa, sugerindo purificação; a parte da missa em que ocorre essa cerimônia. Obs.: Existe a ablução areenta, feita com areia em regiões sem água, especialmente por muçulmanos quando viajam pelos desertos. Exemplos: .“Os an gos judeus faziam abluções antes de se sentarem à mesa.” (Sacconi) .“Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café...” (Rubem Braga, Ai de Ti, Copacabana!) Oblação, substan vo feminino, trissílabo, oxítono, do la m obla o (oferta) e significa, em religião, ato de fazer uma oferta a Deus ou aos santos; oferecimento a Deus dos elementos eucarís cos, feito pelo sacerdote; oferta, oblata. Ex.: A oferta do pão e do vinho, na missa, é uma oblação. Por extensão, qualquer oferta ou oferecimento.

EXPEDIENTE Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Gilberto Monteiro Matheus Crespo

Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN)

(84) 99828-3663 @bancariosrn

Ilustração Brum e Luiz Renato Almeida Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares

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Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

www.bancariosrn.com.br imprensa@bancariosrn.com.br secretaria@bancariosrn.com.br


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