Luta Bancária 12 de 2018

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Básica

Filiado a`

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bancária Publicacao do RN ´ , ~ do Sindicato dos Bancarios Ano XXXIII

Nº 12 14 a 20 de maio de 2018

APÓS 2 ANOS AMORDAÇADOS, É HORA DOS BANCÁRIOS SE ORGANIZAREM PARA LUTAR!

O

s bancários vivem um de seus períodos mais difíceis, com redução de milhares de postos de trabalho em todos os bancos, ameaça a direitos históricos e deterioração geral das condições de trabalho. Após quase 2 anos desde a última g r e v e d a categoria, governos e p a t r õ e s aproveitaram a trégua imposta p e l a Contraf/CUT desde 2016 para avançar e m s e u s ataques. As consequências do acordo bienal foram planos de demissões, fechamentos de agências e cortes de funções, que levaram o terror aos locais de trabalho, com cerca de 40 mil bancários a menos, aumento do assédio moral e da insegurança

bancária, e da redução salarial que atingiu milhares de bancários descomissionados. Enquanto tudo isso acontecia no interior dos bancos e a Reforma Trabalhista era aprovada,

colocando em perigo direitos históricos da categoria, além de se abrirem as portas da terceirização total do emprego bancário, a

Contraf/CUT só pensou em reaver a cobrança do imposto sindical e fazer campanha política para o PT. O acordo bienal em 2016 foi um desastre premeditado! Os trabalhadores foram entregues de bandeja p a r a sofrerem todos os ataques possíveis sem poder fazer greve c o m o forma de resistência. Mas este ano será diferente! Os trabalhadores podem e d e v e m reagir, com u m a campanha salarial poderosa, que reverta cada um dos ataques implantados e avance em conquistas! Continua na página 3

Veja também

BELÉM

SOBRECARGA

O encontro da FNOB é um espaço democrático e feito pela base.

O Banco do Brasil vem enxugando o quadro de funcionários .

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02 14 a 20 de maio de 2018

humor e Reflexão

editorial

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA

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o editorial do Luta Bancária 11, falamos sobre a necessidade de se abordar a estatização dos bancos para reforçar a economia brasileira, assunto que foi tema de editorial no Jornal do Brasil de 15 de abril. Em dezembro de 2017 o Datafolha divulgou que sete em cada dez brasileiros é contra a privatização de estatais. Na contramão disso tudo, duas notícias ganharam destaque na última semana. A aprovação do relatório que prevê as regras de privatização da Eletrobrás, apresentado em 9 de maio. E o anúncio feito pelos Correios que pretendem fechar 513 agências em todo o país nos próximos meses e demitir em torno de 5.300 trabalhadores. A intenção do governo de sucatear as empresas públicas está

notória em tudo que vem apresentando nos últimos anos. O anúncio de fechamento de agências visa beneciar as empresas franqueadas, entregando de mão beijada para empresários o lão de entregas de encomendas e postagens nas regiões. Quem sofrerá os efeitos dessa medida são os trabalhadores, seja os que perderão os empregos, seja os que cam e serão ainda mais sobrecarregados e prejudicados com piores condições de trabalho, assim como a população que cará sem o serviço, principalmente em áreas mais pobres. É preciso que os trabalhadores e trabalhadoras se levantem contra esse ataque aos direitos e empregos. É possível barrar todos esses ataques com organização de classe.

fábula

O MENINO E O GAVIÃO

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ma mulher consultou o oráculo a respeito de seu lho. Os adivinhos previram que ele seria morto por um gavião. Assustada, a mulher trancou o lho no quarto de guardados, esperando assim poupá-lo da morte prevista. Todo dia, na mesma hora, ela ia alimentá-lo com o maior cuidado para que ele não saísse. Um dia, porém, quando o menino foi mexer nuns apetrechos que estavam em cima de um armário, veio sobre ele uma foice cujo gavião foi certeiro em seu pescoço, mantando-o na hora. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

FICHA DE INSCRIÇÃO / DELEGADO SINDICAL CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, BANCO DO BRASIL, BNB E BANCOS PRIVADOS

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08 a 10 de maio de 2018

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ENCONTRO DA FNOB CONTRA O TEATRO DE SEMPRE DA CONTRAF/CUT

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os dias 1º e 2 de junho, em Belém, ocorrerá mais um Encontro da Frente Nacional de Oposição Bancária, que reúne os 3 sindicatos de bancários que são de luta e independentes (RN, MA e Bauru), além de oposições combativas de vários estados. Neste encontro, se pretende organizar a luta pela pauta de reivindicações integral dos bancários, como a reposição das perdas salariais acumuladas, o m de todas as metas, a garantia da estabilidade no emprego, a incorporação automática de funções após 10 anos, a defesa dos planos de saúde e aposentadoria sem reajustes, “equacionamentos” ou restrições de serviço, e por melhores condições de trabalho. As agências estão cada vez mais superlotadas pela falta de pessoal, que foi desligado e não foi reposto. Por isso, uma das principais lutas da campanha em 2018 deve ser pela reposição imediata de todos os bancários a menos em cada banco! O encontro da FNOB é um

espaço democrático e feito pela base, diferente dos encontros da Contraf/CUT, promovidos em hotéis de luxo e com a participação de banqueiros e governantes corruptos, como sempre acontece. Para a Contraf, tudo vai bem para os bancários e o acordo de 2 anos sem lutas foi ótimo. A única reclamação deles é por terem perdido o imposto sindical. Se depender da Contraf e daqueles que participam de seus fóruns, mais uma vez os bancários entrarão numa campanha pedindo a inação ocial (de uns 3%) mais um “ganho real” ctício e inexpressivo, para acabar não ganhando nada e tendo a greve traída por alguma migalha. Os trabalhadores, ao contrário, sabem que tudo vai mal! Por isso, a FNOB defende o m do imposto sindical, que

BB: ASSÉDIO EXPLÍCITO PARA CAIXAS DA PSO

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m e-mail enviado pelo coordenador da PSO Natal, Marcelo Jansen, no dia 4 de maio, a todos os caixas, vemos claramente como funciona a pressão e o assédio dentro dos bancos. Além do atendimento que é dado aos clientes, os bancários são coagidos a venderem produtos com uma ameaça bem direta: ‘‘perdemos nosso espaço para outros’’. Veja a íntegra da mensagem: ‘‘Pessoal, ontem pedi um esforço concentrado no vidinha, mas parece que fui quase que absolutamente ignorado pela grande maioria. Não voltarei a versar quanto à importância de nos adaptarmos aos novos tempos. Agora somos uma unidade com viés negocial. Todos temos de nos adaptar e rápido. Caso contrário outros virão e farão o trabalho que nós não zermos. Perderemos nosso espaço para outros, todos nós. Nossa boa atuação fortalece a sustentabilidade de nossa função e nossa existência. O caixa que simplesmente autentica é gura do passado, o caixa do presente enxerga todo contato com o cliente como uma oportunidade de negócio e a aproveita. Ressalto que esta é uma competência básica!’’ Práticas assediadoras como esta não serão ignoradas pelo Sindicato. Com a redução de pessoal, a espera média é de 2 horas na la de atendimento. Isto porque os Gerentes de Módulo abrem caixas e envelopes, desviando suas funções de controle e gerenciamento.

apenas sustentava a burocracia parasita dos sindicatos sem trabalho de base e com poucos liados (que são a maioria entre os sindicatos da CUT e Força Sindical). E queremos mostrar que é possível construir uma campanha e uma greve diferentes: feitas pelos próprios trabalhadores, com uma pauta forte e levada até o nal, sem traições. Chega do teatro de sempre! Lutar de verdade é urgente!

FALTA DE PESSOAL E SOBRECARGA DE TRABALHO

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Banco do Brasil vem enxugando o quadro de funcionários com transferências para escritórios digitais e aposentadorias e demissões incentivadas. Enquanto isso, nas agências, bancários sobrevivem a sobrecarga de trabalho aos trancos e barrancos, se esforçando para prestar um serviço minimamente de qualidade. Algumas agências têm enfrentado agravantes nos problemas. A agência Mor Gouveia é um exemplo. Em pleno dia 8 de maio, com uma quantidade de funcionários já reduzida, o quadro de pessoal foi diminuído para treinamentos internos. Total falta de sensibilidade.

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04 14 a 20 de maio de 2018

Sindicato dos Bancários RN Demonstrativo Financeiro Exercício 2018 DISCRIMINAÇÃO RECEITAS Mensalidades Bancárias Aluguéis de Imóveis Renda de Capital Reforço Sindical / Ações Judiciais Comissões de Conciliação Voluntária ( CCV ) Contribuição CSP CONLUTAS Mensalidades

Janeiro 2018 225.883,90 182.813,04 1.530,00 48.109,20 2.533,28 (9.101,62)

Fevereiro 2018 214.215,39 182.859,16 1.530,00 37.927,85 1.000,00 (9.101,62)

Março 2018 220.823,20 180.697,79 1.530,00 42.723,12 4.473,91 500,00 (9.101,62)

DESPESAS Pessoal Água / Luz / GLP Telecomunicações Segurança Patrimonial Combustíveis Máquina Xérox Honorários Contábeis Material de Expediente Tarifas Bancárias Despesas Subsede de Caicó Despesas de Custeio Taxi Cantina Material de Limpeza Despesas c/ Postagem Desp. da Área de Lazer / Manutenção / Construção Prestadores de Serviços ( Área de Lazer ) Honorários Advocatícios Custas - Processo Manutenção e Cons. do Prédio / Equipamentos Manutenção e Reparos / Veículos / Seguros Manutenção e Reparos / Informática / Compras Luta Bancária Subsidio Temporário Dirigente Sindical Estacionamento Movimentos Sociais / Doações / Atos Públicos Promoções e Eventos Congressos / Encontros e Eleições Outras Publicações Comissão Nacional BNB DIAP Condomínio Residencial Luna Park Condomínio Mendes Carlos Viagens Intermunicipais e Interestaduais Despesas Tributárias / Impostos Depreciações/Amortizações

165.153,96 51.912,70 7.671,66 1.831,02 340,13 1.689,06 595,96 8.001,02 432,06 122,02 740,00 24,29 939,68 503,44 2.487,90 10.296,11 2.978,00 12.141,21 3.299,99 2.313,23 3.422,79 4.480,00 23.824,96 149,00 5.083,88 124,25 230,00 314,00 1.900,00 520,00 689,14 8.524,60 7.571,86

121.321,70 59.555,93 1.979,47 1.529,17 340,13 1.055,32 593,90 4.036,47 360,18 27,55 720,00 60,05 30,00 1.015,06 934,17 2.381,00 2.103,09 2.720,00 12.141,21 2.853,32 1.623,36 3.772,13 1.760,00 69,00 4.939,30 230,00 315,04 2.199,75 36,72 897,66 2.162,53 8.880,19

197.078,99 63.174,08 4.034,84 2.636,25 340,13 1.673,05 580,96 4.036,47 318,68 132,42 960,00 78,00 884,50 2.609,65 34.710,28 3.444,00 12.141,21 3.854,20 2.210,70 814,43 7.996,44 2.740,00 175,00 21.048,37 11.586,50 970,00 230,00 314,00 1.575,25 1.050,58 428,12 1.450,69 8.880,19

Receitas

225.883,90

214.215,39

220.823,20

660.922,49

100,00

Despesas

165.153,96

121.321,70

197.078,99

483.554,65

73,16

60.729,94

92.893,69

23.744,21

177.367,84

26,84

RESUMO

SUPERÁVIT /DÉFICIT

Notas:

JAN_FEV_MAR 2018 ACUM. 660.922,49 546.369,99 4.590,00 128.760,17 7.007,19 1.500,00 (27.304,86) 483.554,65 174.642,71 13.685,97 5.996,44 1.020,39 4.417,43 1.770,82 16.073,96 1.110,92 281,99 2.420,00 84,34 108,00 2.839,24 1.437,61 7.478,55 47.109,48 9.142,00 36.423,63 3.854,20 8.364,01 4.751,02 15.191,36 8.980,00 23.824,96 393,00 31.071,55 11.586,50 124,25 970,00 690,00 943,04 5.675,00 1.607,30 2.014,92 12.137,82 25.332,24 -

Neste 1º trimestre de 2018 tivemos algumas rubricas que chamaram a atenção pelos valores relevantes:

Desp. da Área de Lazer / Manutenção / Construção

: Benfeitorias para construção do Muro e outras reformas

Subsidio Temporário Dirigente Sindical : Pagamentos a Juary Luis Chagas e José Robério V de A Paiva Movimentos Sociais / Doações / Atos Públicos : Doações para edições de livros e compra de refeições p/ greve dos vigilantes Promoções e Eventos : Aquisições de materiais para comemoração do dia das mulheres Água / Luz / GLP: Valor referente ao mês de janeiro, em virtude do vazamento na cisterna da sede administrativa.

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% 100,00 82,67 0,69 19,48 1,06 0,23 (4,13) 73,16 26,42 2,07 0,91 0,15 0,67 0,27 2,43 0,17 0,04 0,37 0,01 0,02 0,43 0,22 1,13 7,13 1,38 5,51 0,58 1,27 0,72 2,30 1,36 3,60 0,06 4,70 1,75 0,02 0,15 0,10 0,14 0,86 0,24 0,30 1,84 3,83 -


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2018: A SAÍDA PARA OS TRABALHADORES

SÃO AS LUTAS, E NÃO AS URNAS

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esde a última eleição, em 2014, que já se fala na próxima eleição, agora em 2018. Isso vale para os partidos políticos, mas também para muitos sindicatos e entidades, aparelhadas por interesses eleitorais. Há quase 4 anos, no nal de 2014, Dilma era reeleita e, mesmo antes de tomar posse em seu 2º mandato, anunciava que venderia as ações da Caixa, privatizaria portos, rodovias e aeroportos, leiloaria nosso petróleo e faria uma Reforma da Previdência. De lá para cá, Dilma foi derrubada, seu vice-presidente, Michel Temer, assumiu, e os ataques que Dilma não conseguiu fazer foram levados a d i a n t e p o r Te m e r. S ã o a n o s consecutivos de arrocho, aumento do desemprego e retirada de direitos, e nenhuma das principais candidaturas que se apresentam para as eleições deste ano é capaz de romper com estas medidas. Os trabalhadores já elegeram todos os principais partidos e a vida nunca melhorou. As promessas de campanha são rasgadas e as diferenças na campanha se

transformam em acordos entre todos eles no Congresso, ganhe quem ganhar, mantendo a corrupção e o lucro de banqueiros, grandes empresários e da agroindústria; retirando direitos sociais e impondo “reformas” contra o povo. Do outro lado, nas ruas se ouve cada vez mais a voz da resistência! A juventude ocupou escolas pelo país todo e impediu que a educação fosse ainda mais sucateada. As mulheres se mobilizaram como nunca, e o feminismo ganhou inuência junto do avanço da luta de classes, com greves e mobilizações em quantidade e força recordes. A Greve Geral de 28/4 do ano passado mostrou a força da ação conjunta dos trabalhadores, paralisou a Reforma da Previdência e colocou o governo Temer a ponto de cair. Este era e ainda é o caminho para a mudança de vida da maioria da população! A mudança passa pelas ruas, e não pelas urnas! Infelizmente, mais uma vez, as principais centrais sindicais traíram a luta, e foram negociar a volta do www.bancariosrn.com.br

imposto sindical, além de optar por não derrubar Temer e deixá-lo “sangrando” até a volta triunfal de Lula em 2018. Mas quem não avança retrocede, e o resultado foi que Temer pôde sair da lona, voltou à pauta da Reforma da Previdência, e ela só não passou porque os trabalhadores ainda estão dispostos a lutar. A burocracia sindical, por sua vez, viu Dilma cair, Lula ser preso e, ainda assim, só pensa em eleição. Estão embriagados por cargos, repasses de verbas e pela institucionalidade, e são incapazes de fazer algo diferente. Por isso, a mudança, além de passar pelas ruas, passa por organizar a base dos trabalhadores! É preciso rearmar o sindicalismo combativo e a unidade dos trabalhadores, desempregados, aposentados e estudantes, através de comitês de luta pelo país, que defendam a prisão para todos os corruptos e corruptores e Fora Todos eles! A Greve Geral, as lutas das mulheres e as mobilizações dos estudantes mostraram: só a luta direta é o caminho.


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06 14 a 20 de maio de 2018

O MAR DE SILVIA E O CORDEL DE CLÁUDIA PROMETEM ENCANTAR O QUINTA CULTURAL

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próximo Quinta Cultural ocorre no dia 24 de maio, a partir das 19h, no auditório José Campelo Filho, sede do Sindicato dos Bancários d o R N. A n o i t e s e r á embalada pela poesia de Cláudia Borges de Oliveira, e a musicalidade de Silvia Sol. A contadora de estória, poeta cordelista, membro da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel-ANLIC e de outras associações culturais, Cláudia Borges de Oliveira é natural de São Vicente-RN e reside em São José de Mipibu, onde trabalha como educadora social, promovendo cultura e educação. Nascida em uma família de artistas, Silvia Sol estudou piano na infância e começou a cantar aos 12 anos, fazendo backing vocal na banda de rock dos anos 60 do seu pai. Atuando na noite potiguar desde 2006, iniciou nos estudos de canto lírico na EMUFRN para criar um movimento artístico autoral/musical na cidade de Natal/RN, o MPSol (Movimento Popular do Sol). Musicalmente eclética, Silvia passeia em ritmos que vão desde os tambores de terreiro e batuques de capoeira a música erudita. De 2012 a 2014, realizou uma temporada musical em Doha/ Qatar, com mais dois músicos natalenses, o percussionista Sami Tarik e o musicista Caio Padilha, com o “Tocandira Trio”. O trabalho consistiu na pesquisa da música árabe com a fusão da raiz nordestino-brasileira. De volta ao Brasil, Silvia Sol se dedica a um projeto musical com o tema Mar, acompanhada do violonista Leonardo Costa, pesquisando e resgatando músicas brasileiras de grande valor e também dando andamento às composições próprias e parcerias com outros compositores.

Pegadinhas

da língua portuguesa

Por João Bezerra de Castro

PLURAL DOS DIMINUTIVOS

Conforme o final da palavra básica, os sufixos diminu vos -inho (-ito) e -zinho (-zito) têm a seguinte distribuição: 1. Se o substan vo primi vo termina em -s ou -z no singular (ou em uma dessas consoantes seguida de vogal), a derivação se faz com o sufixo -inho (-ito). O plural se faz acrescentando -s apenas ao sufixo. Exemplos: cartaz + inho = cartazinho > cartazinhos; cuscuz + inho = cuscuzinho > cuscuzinhos; lápis + inho = lapisinho > lapisinhos; país + inho = paisinho > paisinhos (pa-i-si-nhos, com hiato); princesa + inha = princesinha > princesinhas. 2. As palavras proparoxítonas e as terminadas em sílaba nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo -zinho (-zito) na formação do diminu vo. O plural, nesse caso, se faz passando o substan vo primi vo para o plural, suprimindo-se o “s” e acrescentando-se o sufixo -zinhos (ou suas flexões). Exemplos: árvore > árvore(s) = arvorezinhas; balão > balõe(s) = balõezinhos; baú > baú(s) = bauzinhos; cão > cãe(s) = cãezitos; chapéu > chapéu(s) = chapeuzinhos; degrau > degrau(s) = degrauzinhos; pá > pá(s) = pazinhas; pai > pai(s) = paizinhos (pai-zi-nhos, com ditongo); pé > pé(s) = pezitos; romã > romã(s) = romãzinhas. Observações: 1. Quando a palavra primi va forma o plural apenas com a desinência “s”, basta pôr o “s” depois do sufixo diminu vo. Ex.: alemã > alemã(s) = alemãzinhas, situação diferente de alemão > alemãe(s) = alemãezinhos. 2. Os acentos gráficos (agudo e circunflexo) não são necessários no diminu vo porque a sílaba tônica é a penúl ma (zi). O l permanece porque não é acento. É sinal de nasalização. 3. Às vezes há convergências gráficas, que o contexto dissolverá: pazinha (curta paz) > pazinhas; pazinha (pá pequena) > pazinhas. 3. Se o substan vo primi vo termina por vogal átona ou consoante (exceto -s ou -z, conforme item 1, acima), a escolha entre -inho e -zinho é indiferente. O plural se faz, pois, seguindo uma das regras acima. Exemplos: corpo: corpinhos ou corpozinhos; colher: colherinhas ou colherezinhas; flor: florinhas ou florezinhas; folha: folhinhas ou folhazinhas; papel: papelinhos ou papeizinhos; pastor: pastorinhos ou pastorezinhos. Segundo Bechara, esta sistema zação evita plurais de di cil explicação morfológica, do po de pazezinhas (pazes curtas), rapazezinhos, luzezinhas e assemelhados. Mesmo contrariando a regra ortográfica oficial, bons escritores abonam as formas barzinhos, colherzinhas, florzinhas, mulherzinhas, evitadas pela língua padrão. Ex.: .“... contam os seus amigos que, quando na mocidade, frequentava noturnamente os barzinhos da Lapa...” (Manuel Bandeira) .“... tapete alvadio semeado de florzinhas azuis.” (Eça de Queirós) .“Em escolas de São Paulo, bebês de 2 anos (...) sentam-se ao computador e produzem complexos desenhos de ursinhos, bolinhas e florzinhas digitais.” (Ruy Castro)

EXPEDIENTE Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Marcos Tinôco Matheus Crespo

Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Estagiária Vanessa Islany Ilustração Brum Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares

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(84) 99828-3663 @bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

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