Luta Bancária 22 de 2017

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Básica

Filiado à

Luta BANCÁRIA Publicação do Sindicato dos Bancários do RN

Ano XXXII

Nº 22

24 a 30 de julho de 2017

A porta da rua é serventia

dos não foi por falta de aviso bancos Senador usa “sucesso” da abertura da Caixa aos sábados para justificar projeto

L

ançado no início de julho, o Programa de I n c e n t i v o a o Desligamento (PID) do BNB foi o primeiro da nova “safra” de planos de demissão dos bancos no Brasil. Safra essa surgida com o incentivo da aprovação d a l e i d a terceirização e das Reformas Trabalhista e da Previdência. Além do BNB estão com Planos de Incentivo à Demissão a Caixa Econômica Federal e o Bradesco. No caso do BNB a causa é uma só: a previdência. O corte nos salários dos funcionários é tão

profundo quando chegam à aposentadoria que a maioria opta por continuar trabalhando. E é como as empresas s e m p r e a l e g a m “funcionários antigos são mais caros”. A Caixa reabriu seu PDVE, dando continuidade à primeira fase, encerrada em 31 de março. Inicialmente 4.645 aderiram ao plano, a meta é desligar 10 mil trabalhadores. O público-alvo do PDVE do Bradesco são trabalhadores com mais de 10 anos de banco, bem como aposentados ou em condições de se aposentar junto ao

INSS. No Regulamento apresentado aos funcionários, fica claro que o objetivo é se livrar dos funcionários mais antigos (e “mais caros”) como também dos adoecidos. Tanto que uma das cláusulas é que os funcionários com ações jurídicas contra o banco terão que abrir mão assinando documentos renunciando s ações. BNB O anúncio do Programa se deu cinco meses após o Banco tê-lo apresentado aos sindicatos, por ocasião de uma reunião sobre o plano de

reestruturação do Banco. O Programa tem orçamento prévio, portanto, nem todos que se interessarem poderão fazer a adesão. É uma medida paliativa, de caráter indenizatório, que não resolve o verdadeiro problema, que é o previdenciário e as deformações no plano Benefício Definido (BDCapef) causadas ao longo de anos pelo descaso e má gestão. Em outras palavras: o plano anunciado não resolve o problema! O que se reclama do Banco é uma solução para a renda previdenciária! Continua na pag 3


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Editorial

MINHA CASA, MINHA DÍVIDA

Parlamentares sonegadores legislam em causa própria

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m janeiro o Governo Federal enviou ao Congresso um texto para um novo Refis, programa de parcelamento de débitos tributários e previdenciários concedido com descontos generosos de juros e multas. A expectativa era de arrecadar R$ 13,3 bilhões este ano, mas a medida foi alterada pelos p a r l a m e n t a r e s , derrubando a arrecadação para R$ 420 milhões e perdoando até 73% das dívidas. A coisa fica ainda pior ao sabermos que os deputados e senadores que

fizeram as alterações devem à União R$ 532,9 milhões. O valor inclui as dívidas na pessoa física à União, os débitos nos quais eles são corresponsáveis e também o endividamento de empresas das quais são sócios ou diretores. Enquanto Temer sancionava a Reforma Trabalhista, uma Comissão Mista da Câmara dos Deputados aprovou o relatório sobre a MP 783 (o Refis citado no início do texto). Na prática, um pacote de bondades para empresários sonegadores. A MP prevê desconto

nos juros e nas multas para empresas devedoras de impostos atrasados e parcelamento “a perder de vista” de dívidas resultantes de multas por sonegação. É uma verdadeira legalização da corrupção. Não é apenas através do ‘ ‘ r o u b o ’ ’ e d o ‘‘pagamento de propinas’’ que os recursos somem dos cofres públicos. A sonegação é um grande mal no país e transfere o peso tributário para os mais pobres. Não podemos engolir mais essa conta que é um verdadeiro tapa na cara do trabalhador.

O JARDINEIRO E O CÃO

U

m jardineiro desceu ao fundo de um poço para tirar seu cão que caíra lá dentro. Pensando que seu dono descera para enterrá-lo ainda mais, o cão voltou-se contra ele e mordeu-o. O jardineiro saiu do poço lamentando a dor: "Bem empregado. Quem mandou eu querer tirar do aperto quem lá se meteu voluntariamente?" Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

EXPEDIENTE

Humor

Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

Poesia de Marcos Antonio Campo, bancário do BB Uma visão de espaço Uma linha, um traço U m r i s c o perpendicular Uma imagem de lar Um sonho Um espaço crescido Um cômodo absorvido Uma parede, três dimensões Um sem número de opções Um projeto Um apartamento, um edifício Um cadastro com artifício Um banco, uma simulação Uma expectativa de aprovação Um contrato Uma tabela PRICE e os juros Uma SAC e os seguros Um cartório e a escritura Um banco e a fatura Uma dívida

Uma mudança Um nascer de esperança Uma ausência de água e luz Uma parede com uma cruz Um habite-se

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Gilberto Monteiro Matheus Crespo Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração Brum e Luiz Renato Almeida Assistente de Comunicação Juliana Cortês Impressão Unigráfica Tiragem 4.2 mil exemplares

Uma parede rachada Uma rua enlameada Uma chuva forte Uma ausência de transporte Um problema

@bancariosrn

Um Um Um Um Um

Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

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simples quadrado sonho realizado começar de novo espaço de ovo útero.


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Propostas tentam convencer bancários a pedir demissão Quem pode? As regras préd e fi n i d a s s ã o ‘‘considera-se e l e g í v e l o funcionário cujo contrato de trabalho tenha se iniciado anteriormente a 1º/01/2000 e que, em 31/12/2016, contasse com idade igual ou superior a 50 anos e aposentado pela Previdência Social ou em condições legais para requerer o benefício de aposentadoria; desligamento do funcionário ocorrerá entre o 16º dia e 45º dia corrido, contados da data de adesão’’. O que oferece? Piso e teto indenizatórios de R$ 50 mil e R$ 400 mil, respectivamente; e o orçamento é de R$ 54,4 milhões.

Quem Pode? a) aposentados pelo INSS, até a data do desligamento; b) que venham a se aposentar pelo INSS até 31/12/2017; c) que tenham 15 anos de contrato de trabalho vigente com a Caixa, até a data do desligamento; d) que recebem adicional de incorporação de função/cargo em comissão/função gratificada até a data de desligamento (sem exigência de tempo mínimo de contrato de trabalho com a Caixa). O que oferece? A Caixa oferece 10 (dez) remunerações base do empregado (referência 31/01/2017), a indenização é limitada ao valor de R$500 mil reais.

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Quem pode? Funcionários com mais de 10 anos de banco, bem como aposentados ou em condições de se aposentar junto ao INSS. O que oferece? - indenização de 0,6 da remuneração fixa do mês de junho de 2017 por ano trabalhado, limitada a 12 salários; aviso prévio; saldo de salário; 13º salário; férias acrescidas do terço constitucional (vencidas, simples e/ou proporcionais); levantamento do saldo do FGTS; indenização de 40% sobre os depósitos do FGTS; plano de saúde e odontológico por 18 meses; vale alimentação e auxílio cesta alimentação no valor equivalente a seis meses.


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BELEZAS NATURAIS DO RN É O TEMA DO I CONCURSO FOTOGRÁFICO DA JORNADA CULTURAL DOS BANCÁRIOs

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odos os anos, durante o mês de agosto, o Sindicato dos Bancários do RN promove a Jornada Cultural. Uma série de eventos e concursos em alusão ao dia do bancário (28 de agosto) que visa estimular a produção cultural e criativa da categoria. Este ano a Jornada está ganhando mais um concurso para incentivar um hobbie que tem se tornado comum entre os bancários: a fotografia. O tema escolhido para este primeiro concurso foi BELEZAS NATURAIS DO RN. O Regulamento já está disponível em nosso site e quem tiver interesse é só se inscrever. Também estão abertas as inscrições para o já tradicional concurso literário. Não fiquem de fora!

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ESCLARECIMENTO

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obre o mural de fotos que retratou as paralisações das agências durante a Greve Geral de 30/6, foi publicada uma foto da quase totalidade dos colegas da Agência Parque das Colinas da Caixa - mostrando aqueles que estavam em frente à porta giratória, onde se encontrava a comissão de esclarecimento greve. A foto pode ter dado a entender que todos ali estavam ajudando no piquete, ou, ao menos, estavam de acordo com a greve. E não era o caso. Mas foi o retrato do dia da paralisação, inclusive demonstrando o clima saudável de coleguismo entre todos os empregados, tanto dos que apoiaram a greve quanto dos que pretendiam ingressar na agência, mas que respeitaram o piquete e compreenderam o movimento. Isto é o mais importante. Todos estamos no mesmo barco e a luta é por todos.

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Caio e Jadson sobem ao palco juntos e tocam a alma da plateia

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m uma noite iluminada de muita música e poesia, Caio Padilha e Jadson Lima subiram juntos ao palco do auditório do Sindicato dos Bancários do RN e marcaram a quarta edição do Quinta Cultural. Um auditório cheio aplaudiu de pé os artistas que trouxeram a musicalidade e a alma do sertanejo em um show de interpretação. Caio apresentou o show “ARRIVALS: Rabecas e Arribaçãs”, o primeiro trabalho de estúdio em que ele se

debruçou sobre a r a b e c a , instrumento que tem sido seu companheiro desde 2011, quando passou a m i n i s t r a r oficinas para jovens e adultos em diversas instituições dentro e fora do Brasil. Em 2012/2013 foi solista com sua rabeca numa série de apresentações com a Orquestra Sinfônica da UFRN (Parcerias Sinfônicas 100 Anos de Gonzagão), experiência essa que abrilhantou o show. A c o m p a n h a d o d o percussionista Sami Tarik, “ARRIVALS” foi incrementado ainda pela poesia de Jadson Lima, que entrelaçou seu tom de poeta apaixonado pelas coisas do Nordeste, com originalidade e muita desenvoltura na arte de declamar. Quem tem um pezinho no

interior do Nordeste com certeza foi transportado para suas melhores lembranças pelo clima que tomou conta do show. Jadson classificou o projeto como “maravilhoso”. “Caio me convidou e eu fiquei superfeliz, é um projeto que Natal estava precisando, de muita valia essa mistura de poesia com música”, disse. Veja Tabela dadPrimeira Rodadaa Caio estacou importância do Projeto. “Um oásis no meio do deserto cultural que a gente tá vivendo nessa cidade, no estado. É um momento muito delicado no país, como localmente também. Tira a gente de um lugar quase depressivo, de um lugar de e s q u e c i m e n t o , d e invisibilidade que a sociedade traz pra gente que tem um trabalho de composição, um trabalho autoral, original, não tá imitando ninguém, tá fazendo um trabalho potiguar. É um prazer enorme fazer parte disso”, declarou.

Pegadinhas

da língua portuguesa

TERMOS DESNECESSÁRIOS

Por João Bezerra de Castro

A arte de escrever bem exige segurança na escolha das palavras. Por isso, devemos

Observações sobre o uso de “inclusive”: 1. O Professor Pasquale afirma: O vício é tão

usar somente as que são indispensáveis ao entendimento da mensagem. Seguem

arraigado que as pessoas chegam a dizer que “o presidente inclusive incluiu no projeto

exemplos de frases que contêm termos desnecessários:

o fim da estabilidade”. 2. O Professor Cegalla ressalta: Não se deve censurar o uso de

.No seu pronunciamento, Temer disse que não há crise no Brasil.

inclusive no sen do de até mesmo e de expressões equivalentes, denota vas de

O pronome possessivo “seu” está sobrando: No pronunciamento, Temer disse que...

inclusão: Ele não lhe pagou a dívida, inclusive disse-lhe desaforos. 3. O Houaiss

.Pedro caiu da bicicleta. No acidente, fraturou os “seus” dedos da mão direita.

registra: O adv. inclusive, assim como a forma inclusivamente, tem modernamente

Na linguagem culta, devemos evitar o uso do pronome possessivo antes de palavras

uso preposicional, equivalente a “até”: traga-os todos, inclusive os dois amarelos.

referentes a partes do corpo, ou faculdades do espírito, quando tais palavras es verem funcionando como complemento na mesma pessoa que o sujeito da oração:

.“Os pescadores, eles voltaram de mãos vazias.” O pronome “eles” é inú l nessa frase.

.No debate, perdi a “minha” paciência. Enxugando: No debate, perdi a paciência. .“Os polí cos, que eram respeitados no passado, agora são vaiados nas ruas.” Basta: Os .Hoje inclusive choveu muito em Natal. A palavra “inclusive” virou modismo. Tornou-

polí cos, respeitados no passado, agora são vaiados nas ruas.

se um vício de linguagem. Em geral, é desnecessária à frase: Hoje choveu muito em Natal.

.O funcionário contratado é excelente profissional e que tem sólida formação jurídica.

.“O gol foi legí mo, inclusive porque os jogadores adversários não reclamaram.” Basta

Sem esse “que” a frase ficará perfeita, pois ele não exerce nenhuma função.

re rar o “inclusive” da frase, para que ela fique perfeita. Emprega-se o advérbio inclusive (inclusivamente, com inclusão de; até, até mesmo)

.“De uma maneira geral, as mulheres têm verdadeiro horror a baratas.” O emprego do

como antônimo de exclusive (com exclusão de; apenas; exclusivamente). Exemplos:

ar go “uma” nessa expressão é desnecessário. A mesma orientação serve para “de

.Jorge leu a revista toda, inclusive os anúncios.

modo geral” (e não *de um modo geral), “de forma geral” (e não *de uma forma

.Todo o governo é corrupto, inclusive o presidente.

geral): De modo geral, a segurança no Rio Grande do Norte vai de mal a pior.

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