Luta Bancária 33 de 2018

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Básica

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bancária Publicacao do RN ´ , ~ do Sindicato dos Bancarios Ano XXXIII

Nº 33 26 de novembro a 02 de dezembro de 2018

AS DEFINIÇÕES DE ’’RAPOSA TOMANDO CONTA DO GALINHEIRO‘‘ FORAM ATUALIZADAS

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os poucos o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vem dando forma a sua equipe e mostrando que a ordem é vender tudo. Nos Bancos Públicos nada mais privatista. Para quem duvidava que os bancos públicos estavam na mira, os futuros presidentes do BB e da CEF são especialistas em enriquecer banqueiro vendendo o patrimônio público. Rubem Novaes do BB já declarou que vai "privatizar tudo que for possível" no Banco. Seu colega Pedro Guimarães na Caixa tem no currículo o comando da privatização do Banespa. Será preciso muita luta e organização dos Bancários destes bancos e dos trabalhadores das demais empresas estatais para impedir a entrega do nosso patrimônio. O ditado que fala sobre a raposa tomando conta do galinheiro vem sendo atualizado diariamente com as indicações. A luta será árdua. - Paulo Guedes (ministro da economia) - É um dos fundadores do Banco Pactual – que posteriormente foi comprado e integra hoje o BTG Pactual, um dos maiores do país. Também criou o BR Investimentos, hoje parte da Bozano Investimentos – empresa que investe em ações privadas. - Joaquim Levy (presidente do BNDES) - foi secretárioadjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda com FHC, foi secretário do Tesouro Nacional de Lula (2003-2006) e comandou o Ministério da Fazenda com Dilma. Passou quatro anos no cargo de diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos Bradesco. Deixou o posto de diretor-nanceiro do Banco Mundial para voltar à administração pública. - Ilan Goldfajn (presidente do Banco Central)economista-chefe e sócio do Banco Itaú com trabalhos e publicações sobre metas de inação e dívida pública. Herança do Governo de Michel Temer.

- Rubem de Freitas Novaes (presidente do Banco do Brasil) - professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atuou como diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Tem formação acadêmica e prossional semelhante a Paulo Guedes, com passagens pela Universidade de Chicago (EUA), o berço do liberalismo econômico. ‘‘A orientação é eciência, enxugamento e privatização do que for possível. Vamos buscar bons resultados e tornar o banco cada vez mais competitivo, mas de uma maneira enxuta’’, declarou. - Pedro Guimarães (predidente da Caixa Econômica Federal) - PhD em economia pela Universidade de Rochester, com especialização em privatizações, tem mais de 20 anos de experiência no mercado nanceiro, com passagem por diversas instituições – como Banco Bozano, Simonsen, Banco BTG Pacutal e Banco Brasil Plural. Guimarães, sócio do Banco de Investimentos Brasil Plural, foi um dos responsáveis por fazer o levantamento das estatais que poderiam ser vendidas na gestão Bolsonaro. Ele trabalhou com Guedes no BTG Pactual, na época em que o futuro ministro era sócio do Banco de Investimentos. Para o diretor do SEEB RN, Juvêncio Hemetério, apesar das raposas, é preciso ir para o enfrentamento e lutar para não perder direitos. ‘‘Estado mínino, estatais enxutas para depois privatizar, esse é o modelo. Vamos ao enfrentamento, mas a forma papai-mamãe, previsível da nossa de luta já era. Te r e m o s q u e radicalizar, seremos t a x a d o s d e baderneiros, mas é q u e s t ã o d e sobrevivência: está em jogo o nosso o salário, o benefício da aposentadoria e o emprego’’, declarou.

Veja também

CRISE

PDE

CUT sucumbe ao m do Imposto Sindical e coloca a luta dos trabalhadores em risco. PÁG.02 www.bancariosrn.com.br

Caixa reabre PDE visando privatização. PÁG.03


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02 26 de novembro a 02 de dezembro de 2018

humor e Reflexão

editorial

CUT: DEPENDÊNCIA DO IMPOSTO SINDICAL COMPROMETE A LUTA DOS TRABALHADORES

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a semana passada a crise nanceira vivida pela Central Única dos Trabalhares (CUT) foi objeto de uma extensa matéria da Revista Época. Após colocar o prédio próprio à venda e demitir cerca de 45% do quadro funcional, a Central vive fazendo contas para nanciar a sua sobrevivência. Apesar de, por muitos anos, ter defendido o m do imposto sindical, a CUT preferiu se adaptar às condições de braço do Governo do PT e à dependência do nanciamento governamental. Em 2012 quando houve um plebiscito sobre o Imposto, a CUT chegou a fazer campanha: ‘‘Defendemos o m do imposto sindical e sua substituição pela contribuição da negociação coletiva, decidida livremente em assembleia da categoria. Porque é necessário garantir que o sindicato tenha todas as condições para defender os seus direitos.’’

Entretanto, o m do nanciamento, que rendia à Central até R$ 56 milhões por ano, pegou os pelegos de ‘‘calças curtas’’ e agora vários malabarismos estão sendo feitos para manter a luta. Infelizmente toda a classe trabalhadora irá sofrer as consequências. Sabemos que o Governo de Jair Bolsonaro será extremamente direitista, liberal e entreguista e a resistência será a única saída para os trabalhadores. O fato da maior Central Sindical do país estar à beira da bancarrota nanceira é um golpe duro, e deveremos cobrar destes representantes que apresentem saídas e se voltem realmente às suas bases. Todavia nos parece que a lição não foi aprendida pela Central: nos bancários, mancomunada com os banqueiros, criaram o imposto via convenção coletiva. Agora a CUT é dependente do patrão. Pior, pois antes era dependente do Governo e do Congresso Nacional.

fábula

O CAÇADOR U

m caçador estendeu sua rede pregando-a às paredes de seu pombal. Colocou-se a alguma distância e esperou para ver o que ia acontecer. Pombos selvagens se aproximaram dos pombos domésticos e terminaram presos nas malhas. O caçador foi logo correndo para pegá-los. —Por que vocês não advertiram seus irmãos da armadilha que lhes foi estendida? — perguntou ele aos pombos domésticos. Os pombos responderam: —Melhor escapar de sua ira do que agradar nossos companheiros. Não censuremos os criados que, por amor a seus patrões, violam as leis da amizade que os unem a seus próprios parentes. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

bancários solidários 2018

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ais um ano o Sindicato dos Bancários do RN se soma à iniciativa do bancário aposentado do BB, Klebinho, em sua campanha natalina para minimizar o sofrimento de famílias carentes durante o Natal. Para isso, pedimos encarecidamente que o depósito de sua contribuição seja feito na conta do parceiro da campanha, MCL - Distribuidora de Cestas Básicas, CNPJ 08.588444/0001-00, localizada na av. Cap. Mor Gouveia, 2147, Natal-RN. Fone (84) 98893-2806 (Tatiana). Para contribuir com R$ 22, deposite na conta-corrente 46.732-4, Agência 0716-1, em nome de Euzemário Gomes de Souza (Proprietário da MCL)

(84) 99965-8435

Fora da caridade não há salvação

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26 de novembro a 02 de dezembro de 2018 03

CAIXA REABRE PDE E 1,6 MIL BANCÁRIOS PODERÃO ADERIR AO PROGRAMA

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Caixa Econômica Federal anunciou, em 23 de novembro, que vai reabrir a partir do dia 26 o Programa de Desligamento do Empregado (PDE). Os bancários que quiserem aderir ao programa tem até a próxima sexta-feira (30/11) para fazer o pedido. CONDIÇÕES PARA ADESÃO – aposentados pelo INSS até a data do desligamento, com exceção de aposentados por invalidez; – que estejam aptos a se aposentarem pelo INSS até 31 de dezembro deste ano; – com no mínimo 15 anos de trabalho na Caixa até a data do desligamento; – com adicional de incorporação de função de conança ou cargo em comissão/função graticada até a data de desligamento. INDENIZAÇÃO Os bancários que aderirem ao plano receberão indenização de 9,8 salários base limitado a R$ 490 mil. O pagamento será feito em parcela única até 10 dias após o desligamento. Como se trata de indenização, não é cobrado imposto de renda sobre esse valor. LIMITE DE 1,6 mil BANCÁRIOS Caso o número de pedidos supere a marca dos 1.626, a Caixa deniu a ordem de critérios para escolher quem ca e quem sai do programa. SAÚDE CAIXA O Saúde Caixa está garantido para os empregados que se aposentem até 31 de dezembro. Os bancários que não estiverem aposentados, podem manter o plano por até 24 meses sem a possibilidade de prorrogação.

LEGAL

FIM DO DIREITO À 7aE 8a HORAS EXTRAS DOS BANCÁRIOS?

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Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários (2018/2020) foi rmada em 31/08/2018 e após a divulgação da referida convenção, cou clara a obstaculização ao direito à 7ª e 8ª horas como extra. A regra mencionada passa a vigorar nas ações ajuizadas a partir do dia 01/12/2018. Desse modo, pela redação da CCT, todos os bancários que têm direito à 7ª e 8ª horas extras somente poderão ajuizar reclamação trabalhista, sem obstáculos de entendimentos jurídicos, até o dia 30/11/2018, a m de resguardarem os seus direitos. Explico. A cláusula 11ª CCT, em seu parágrafo primeiro, dispõe que nos casos em que se pleitear a 7ª e 8ª horas como extra, ou seja, o enquadramento do bancário no art. 224, caput, da CLT (jornada de 6 horas diárias), havendo decisão em que se condene o Banco a pagar a 7ª e 8ª horas, cará autorizada a compensação das horas extras pelos valores já recebidos a título de graticação de função. Com a compensação entre as horas extras e a graticação de função, o trabalhador bancário, mesmo com decisão favorável, pode não ter nada a receber pela 7ª e 8ª horas, justamente pelo fato de haver compensação. Os bancários interessados em dirimir suas dúvidas poderão procurar o Sindicato nas quartas e quintas-feiras, às 17h, ou entrar em contato através do WhatsApp (84) 98737-0808. São documentos necessários para a propositura da ação: CPF, RG, comprovante de residência, CTPS e contracheques. Por: Benedito Oderley Rezende Santiago.

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04 26 de novembro a 02 de dezembro de 2018

Pegadinhas

QUINTA CULTURAL ENCERRA TEMPORADA 2018 EM GRANDE ESTILO

da língua portuguesa COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS

Por João Bezerra de Castro

ÁTONOS NAS LOCUÇÕES VERBAIS

No texto anterior, tratamos da colocação dos pronomes oblíquos átonos atrelados a uma forma verbal simples. Neste, cuidaremos dos pronomes átonos atrelados a

Jubileu Filho e Valéria Oliveira

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projeto Quinta Cultural encerrou sua segunda temporada em grande estilo reunindo no palco do auditório José Campelo Filho a poetisa Drika Duarte e os músicos Valéria Oliveira e Jubileu Filho. Drika passeou pelo conteúdo de seus sete livros publicados. Com poesias românticas, de protesto, exaltando a consciência negra, a força da mulher entre outras temáticas, ela conquistou a plateia formada por bancários, estudantes do colégio Padre João Maria e integrantes do Movimento de Luta nos Bairros (MLB). Valéria e Jubileu apresentaram o show “Sacrário” com um repertório composto por canções do CD “Impressões” passando por sambas do CD “Em águas claras”, uma homenagem a Clara Nunes, desaguando no mais recente trabalho lançado: “Mirá”. O Projeto nalizou a segunda temporada tendo tudo para emplacar uma terceira, valorizando ainda mais a arte e a cultura potiguar.

uma locução verbal. Nas locuções verbais formadas por verbo auxiliar + verbo principal no infini vo, os pronomes oblíquos átonos, conforme as circunstâncias, podem estar em próclise ou ênclise ora ao verbo auxiliar, ora ao infini vo. Exemplos: .Devo-me defender (ênclise ao verbo auxiliar); Devo defender-me (ênclise ao verbo principal); Devo me defender (próclise ao verbo principal, situação em que não se usa hífen entre o verbo auxiliar “devo” e o pronome “me”, porque o pronome oblíquo se liga fone camente ao verbo principal “defender” e não ao verbo auxiliar “devo”). .Não devo defender-me, ou Não me devo defender, ou Não devo me defender. Obs.: Todas as colocações acima são adequadas. Só não é possível iniciar a frase com o pronome oblíquo (*Me devo defender). Também não se admite ênclise ao verbo auxiliar no caso da presença de par cula nega va (Não *devo-me defender). Domingos Paschoal Cegalla afirma: Na fala brasileira os pronomes átonos são antes semitônicos e se juntam, geralmente, ao infini vo. É uma colocação própria do português falado no Brasil e não deve ser censurada, pois cons tui um fato linguís co inques onável. Exemplos: .“Mas agora já sabemos nos defender.” (Guimarães Rosa) .“Não posso me confessar autor dessas barbaridades.” (Carlos Drummond de Andrade) Nas locuções de infini vo com preposição entre os dois verbos, são adequadas as seguintes construções: Exemplos: .Há de acostumar-se, ou Há de se acostumar. .Nunca deixei de te ajudar, ou Nunca deixei de ajudar-te. Nas ocorrências de auxiliar + gerúndio, quatro são as opções de colocação adequada: ->Ênclise ao gerúndio (ligado por hífen): As sombras foram dissipando-se. ->Ênclise ao auxiliar (ligado por hífen): As sombras foram-se dissipando. ->Próclise ao auxiliar: As sombras se foram dissipando. ->Próclise ao gerúndio: As sombras foram se dissipando. Nos tempos compostos (auxiliar + par cípio) os pronomes átonos, na língua culta formal, se juntam ao verbo auxiliar e não ao par cípio, podendo ocorrer a próclise, a ênclise ou a mesóclise. Jamais se pospõe pronome átono ao par cípio. Exemplos: .“Nós o nhamos alertado várias vezes.” (próclise) .“Os soldados haviam-se recolhido aos quartéis.” (ênclise) .“Ter-lhe-á o guarda facilitado a fuga?” (mesóclise)

Drika Duarte

EXPEDIENTE Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Marcos Tinôco Matheus Crespo

Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN)

(84) 99965-8435 @bancariosrn

Ilustração Brum Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares

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Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

www.bancariosrn.com.br imprensa@bancariosrn.com.br secretaria@bancariosrn.com.br


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