Especial Greve
Nº 07
16 de outubro de 2015
www.bancariosrn.com.br
Diário da luta
Informativo diário da greve dos Bancários do RN
Independente e de luta
SEJA SÓCIO
Sem resposta dos bancos e do governo
greve se fortalece M
ovimento de greve chega ao 10º dia fortalecido no RN. Agências permanecem fechadas e categoria mostra que manter a paralisação é o caminho da vitória. Para o diretor do Sindicato, Juvêncio Hemetério, esse é um a v a n ç o . ‘‘ E s t a m o s n u m a g u e r r a e h o j e avançamos a nossa artilharia’’, avaliou.
O SILÊNCIO DA FENABAN, DO GOVERNO DILMA E DA CONTRAF CUT NÃO CALARÁ A NOSSA LUTA!
11 DIAS DE GREVE! Assembleia Organizativa, segunda, às 17h no Sindicato Dúvidas: 3213-0394 www.bancariosrn.com.br
16 de outubro de 2015
LB Especial Greve
em busca de justificar a privatização da caixa governo segue precarizando serviços
A
Caixa Econômica Federal lidera, pelo terceiro mês seguido, o ranking de reclamações de clientes bancários. Em setembro, o Banco Central (BC) recebeu 842 reclamações contra a instituição consideradas procedentes. Segundo o BC, a maioria das queixas contra a Caixa é de irregularidade relativa a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços de cartões de crédito.
Para fazer o ranking, as reclamações são divididas pelo número de clientes da instituição financeira que originou a demanda e multiplicadas por 1 milhão. Assim, é gerado o índice, que representa o número de reclamações de cada instituição financeira para cada grupo de 1 milhão de clientes. No caso da Caixa, o índice ficou em 10,88. Em seguida, vem o Bradesco, com índice em 9,28. Em terceiro lugar ficou o Itaú, com 7,69. No ranking estão as instituições financeiras com mais de 2 milhões de clientes. A maioria das reclamações registradas em setembro foi relacionada à restrição de portabilidade de operações de crédito consignado, com 435 casos considerados procedentes. Em seguida estão as irregularidades relativas à integridade, confiabilidade,
segurança, ao sigilo ou à legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito (411 casos). Em terceiro lugar ficaram as queixas relativas a débito em conta de depósito não autorizado pelo cliente, com 293 situações. Em nota, a Caixa disse que adota medidas para aprimorar o atendimento, produtos e serviços, para garantir a satisfação dos clientes. O que vemos é um cenário montado para justificar a futura privatização da empresa. É a cultura do quanto pior melhor. “A Caixa vive dizendo que adota medidas para melhorar o atendimento, mas não especifica quais são e as reclamações continuam sendo gigantescas. A Caixa tá empurrando com a barriga um problema crônico que é a falta de pessoal”, avaliou Marta Turra, coordenadora-geral do SEEB RN.
A origem dos lucros:
Bancos fecharam 6.003 postos de trabalho só em 2015
D
esde o início da greve, os bancários destacam o crescimento dos lucros dos bancos em detrimento ao percentual oferecido aos trabalhadores. Os bancos alegam crise econômica, mas não conseguem justificar a origem de tanto lucro. É claro que a alta dos juros e o aumento de tarifas são as principais, mas é preciso destacar outros dois pontos: o corte de postos de trabalho e o achatamento salarial. Segundo estudo divulgado pelo DIEESE de janeiro a agosto de 2015 foram fechados 6.003 postos de trabalho no setor financeiro. O saldo negativo do período resultou de 23.807 admissões contra 29.810 desligamentos. De
acordo com a análise por Setor de Atividade Econômica (CNAE) os cortes de empregos estão concentrados nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Caixa que, sozinha, respondeu pelo corte de 2.261 postos de trabalho em oito meses. Já os outros bancos, juntos, foram responsáveis por 3.793 demissões no mesmo período. O f a t o d e o s desligamentos a pedido superarem a dispensa sem justa causa deve-se, especialmente, à adesão de bancários aos planos de aposentadoria da Caixa Econômica Federal e do Banco www.bancariosrn.com.br
do Brasil. O impacto dos planos de aposentadoria dos bancos públicos no saldo negativo de empregos verificado no setor bancário, no período, também pode ser constatado na informação sobre a faixa etária que concentrou a maioria dos desligamentos, entre 50 a 64 anos. Para o diretor do SEEB RN, Gilberto Monteiro, a combinação do aumento das tarifas, alta dos juros com o achatamento salarial da categoria vem gerando essa lucratividade exorbitante. “De 2013 pra cá as tarifas aumentaram 169%, some-se a isso esses fechamento de postos e o nosso achatamento salarial, a gente percebe qual a origem desse lucro”, avaliou.