Luta Bancária 02 de 2017

Page 1

Básica

Filiado a

Luta BANCÁRIA Publicação do Sindicato dos Bancários do RN Ano XXXII

Nº 02 31 de janeiro a 05 de fevereiro de 2017

BNB: bancários param contra o fechamento de agências

N

o dia 20 de janeiro o Sindicato dos Bancários do RN e os funcionários do Banco do Nordeste realizaram mobilizações nas agências da Av. Prudente e Centro, engrossando a campanha contra o encerramento das unidades do BNB no Nordeste. O Banco, que tem uma grande importância social na região, anunciou no último dia 13 o fechamento de 19 agências da instituição, sendo uma delas a agência Nova Betânia, em Mossoró-RN. “Não podemos deixar que políticas transitórias sejam acatadas dentro da instituição. Desde 1952, o BNB está na luta para se desenvolver na região Nordeste, e por isso precisa ser assistido e fortalecido”, pontuou Francisco Ribeiro, funcionário do BNB e diretor do SEEB-RN. O Banco já vinha num processo de expansão de sua rede de agências devido à região demandar mais créditos para fomentar o desenvolvimento, principalmente nos pequenos municípios do sertão nordestino. Mas, seguindo a mesma política do governo Temer utilizada para o Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, o BNB apresenta o seu pacote de maldades aos trabalhadores bancários e à população do Nordeste, reestruturando as unidades para cortar gastos e obter lucros ainda maiores para o pagamento da dívida pública, já que o BNB é uma instituição federal. Com isso, parou o projeto de

expansão, repercutindo negativamente não só para a região Nordeste, como também internamente para os trabalhadores. O fechamento das agências do BNB também preocupa os aprovados do último concurso do banco, realizado em 2014. Segundo o Acordo Coletivo de 2014/2015, o BNB deveria ampliar o quadro de pessoal, mas até agora só foram chamados 200, de 1.300 concursados. “O representante do banco foi enfático ao dizer que ‘enquanto houver crise, não pretende contratar ninguém’.”, relatou Thiago Lopes, um dos aprovados no concurso de 2014. Mas, para os bancos não existe crise! Os números não mentem: só no primeiro semestre de 2016, o BNB lucrou R$ 225,6 milhões, valor 42,6% maior do que o obtido no mesmo período de 2015. “Todo esse processo começa com a reestruturação das instalações e depois passa pela reestruturação de cargos e salários. Não podemos ficar achando que o que está sendo feito em o u t r a s regiões e unidades, n ã o v a i afetar a g e n t e . Infelizmente vai”, afirmou Gilberto Monteiro, coordenador -geral do

SEEB-RN. É válido ressaltar que a crise econômica tão usada nos argumentos não é de responsabilidade dos trabalhadores, mas sim dos banqueiros, dos grandes empresários, dos especuladores e dos governos que estão a serviço dos interesses da classe dominante e do capital financeiro. “É muito importante que a gente faça esse tipo de mobilização, pois significa que nós não vamos aceitar calados! ”, concluiu Juary Chagas, Conselheiro Fiscal do SEEB-RN. Assembleia No dia 26 de janeiro os bancários do BNB se reuniram em assembleia no auditório do Sindicato e a p r o v a r a m a regulamentação da Implantação do Ponto Eletrônico e Controle de Jornada dos Empregados do BNB, objeto da cláusula 22ª do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017.

www.bancariosrn.com.br

LIVRO Na coluna Entreletras o destaque é o livro ‘‘A margem do oposto’’ de Aline Gurgel.

pág. 02

demissões

Bradesco inicia demissões de bancários oriundos do HSBC.

pág. 03

despedida

Juvêncio Hemetério se despede do BB, mas permanece na luta.

pág. 04


2

Editorial

Pelo jeito, não importa o escolhido, vem chumbo grosso para o trabalhador

A

fábula

Folha de São Paulo publicou matéria no dia 29 de janeiro, em que ventilava os nomes dos mais cotados a serem indicados pelo presidente Michel Temer para a vaga deixada por Teori Zavascki no Supremo. E a conclusão não é nada boa para o trabalhador: todos têm perfil pró-mercado. Segundo a matéria, os possíveis indicados são o ministro Ives Gandra Filho, presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho); o ministro João Otávio Noronha, a também ministra Isabel Gallotti e o ministro Luiz Felipe

Salomão, todos três do Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com o jornal todos “têm posições convergentes com as do governo e pró-mercado”. Podemos destacar que Gandra Filho é um recorrente defensor da flexibilização da CLT. João Otávio Noronha é egresso da iniciativa privada: foi diretor jurídico do Banco do Brasil e membro do conselho de administração de diversas empresas. Isabel Gallotti é descrita no meio jurídico como ''amigável ao mercado, cujas decisões costumam beneficiar instituições

financeiras''. Já Salomão costuma se posicionar a favor de bancos, sob a alegação de pensar “no impacto que isso vai representar para todos os clientes”. Ao que parece, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. O alinhamento com os posicionamentos do governo só reforçam a ideia de que não podemos nos apoiar na Justiça Burguesa, é só nas ruas que conseguiremos barrar os ataques propostos pelo Governo Temer à classe trabalhadora.

O ASNO E O LOBO

U

m asno estava pastando num campo quando viu um lobo vindo a seu encontro. Fingiu então estar mancando. Ao encontrar o asno, o lobo lhe perguntou o que o fazia mancar daquele jeito. —Ao pular a cerca, entrou um espinho em meu pé — respondeu o asno. — Basta que tu o tires e depois poderás me comer sem o risco de engoli-lo. O lobo obtemperou. Levantou a pata do asno e, enquanto examinava com cuidado o casco, levou um coice no queixo, que lhe quebrou os dentes. E o lobo em estado lastimável exclamou: — Bem feito! Quem me mandou bancar o médico, eu que fui instruído por meu pai nas artes de açougueiro? Cada qual em seu ofício. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

EXPEDIENTE

Humor

Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN

SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Gilberto Monteiro Matheus Crespo Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração Brum e Luiz Renato Almeida Estagiária Juliana Cortês Impressão Unigráfica Tiragem 4.2 mil exemplares

@bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta

www.bancariosrn.com.br imprensa@bancariosrn.com.br secretaria@bancariosrn.com.br

www.bancariosrn.com.br

N

o dia 13 de janeiro a bancária Aline Gurgel, da Caixa Econômica Federal, lançou o livro À margem do oposto no auditório do Sindicato dos Bancários do RN. Apesar de ser um livro de contos, reunindo cinco história maravilhosas, uma poesia nomeia o livro, poesia esta que carrega consigo a carga emocional de ligação com este Sindicato. O texto ganhou o Concurso Literário da nossa Jornada Cultural de 2014. Assinado pela também bancária, escritora, poeta e artista plástica Jania Souza, o prefácio é um convite prazeroso à leitura dos textos que se seguem. “Seus manuscritos encantam pelo jogo da palavra e discurso bem-elaborado a prender o exigente leitor do princípio ao fim em sua fluente narrativa”. “A chaga de Madalena”, conto de abertura do livro, ficou em primeiro lugar no Concurso de 2016, categoria contos. Além de outros textos que se destacaram na Jornada Cultural, Aline também participou de outros concursos, sempre com destaque. Aline é uma mulher que se destaca em tudo que se propõe a fazer. Seja como bancária, escritora, seja ao lado dos seus na luta de classes, ela ainda surpreende como exímia dançarina e brindou a todos que puderam comparecer ao lançamento de seu livro, com uma linda apresentação de dança do ventre. A luta feminista e a feminilidade são temas que se entrelaçam em seus textos inebriando os leitores e conduzindo a uma leitura voraz e questionadora.


3

Bradesco parte pro ataque e inicia demissões de funcionários do HSBC

A

p ó s anunciar no jornal Folha de São Paulo, em novembro de 2016, que pretendia fechar agências e demitir funcionários devido à conjuntura econômica, o Bradesco começou o ataque sobre os trabalhadores oriundos do H S B C . A p ó s a concretização da compra do HSBC, em julho de 2016, o Bradesco, por diversas vezes, descartou demissões em massa, mas depois mudou o discurso e já começa a demitir. Em Natal, as primeiras demissões começaram na segunda quinzena de janeiro e o banco não dá garantias de que outras não estejam por vir. Com a compra, o número de correntistas do Bradesco aumentou em mais 5 milhões em 529

por empresa interposta, e o s q u e a t u a m pessoalmente ainda que sob o rótulo de pessoa jurídica ou como autônomos) sem prévia negociação com o sindicato profissional. O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), em decisão do desembargador relator Cássio Colombo Filho, atendeu pedido do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPTPR), em ação civil pública proposta em 2015. Foi concedida a liminar de tutela de urgência antecipatória. No caso de descumprimento da decisão, o banco deverá pagar multa de R$ 20 mil p o r e m p r e g a d o dispensado, em favor de entidade assistencial indicada pelo MPT. A decisão vale para os estabelecimentos de todo o país.

municípios, com 851 agências, 464 postos de atendimento, 669 postos de atendimento eletrônico, 1.809 ambientes de autoatendimento, 4.728 caixas eletrônicos e contando com um contingente de 21 mil trabalhadores e passou a ser o terceiro maior banco em número de ativos, ficando atrás apenas do Banco do Brasil e Itaú/Unibanco. O Bradesco vem usando da artimanha de demitir paulatinamente os trabalhadores devido à decisão do TRT-PR que vale para todo o país. O Banco Bradesco está proibido de dispensar os seus empregados coletivamente (dispensa em massa) em razão da aquisição do HSBC e a absorção destes profissionais (incluindo os prestadores de serviços terceirizados, contratados

BB derruba liminar e fechará agências no RN

A

pesar da Justiça ter concedido liminar em caráter de urgência em dezembro passado, o BB conseguiu derrubá-la e já anuncia data para o fechamento das agências no RN. A primeira a receber o aviso de fechamento foi a da Base Naval em que o aviso na porta alerta para o encerramento das atividades

no dia 10 de fevereiro. Para os bancários segue a luta, uma vez que esse é apenas um dos desdobramentos da reestruturação anunciada no final de 2016 pelo Banco. Estima-se que, pelo menos, 45 pessoas tenham perdas bruscas nas gratificações. O Banco continua objetivando o corte de ‘‘gastos’’.

Edital O SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, por seu Coordenador-Geral, no uso de suas atribuições estatutárias, convoca todos os empregados do Banco do Brasil S/A, para comparecerem à Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 02/02/2017, às 18h em primeira convocação, e às 18h30min em segunda convocação, na sede do Sindicato dos Bancários RN, situado na Av. Deodoro da Fonseca, 419, Petrópolis, nesta Capital, para apreciar a seguinte matéria da ordem do dia: 1. Discutir e deliberar sobre a adesão ao ACT celebrado entre o Banco do Brasil S.A. e a Contraf, para instituição das Comissões de Conciliação Voluntária no âmbito dos sindicatos filiados. Natal-RN, 27 de janeiro de 2017 Gilberto Luís Fernandes Monteiro Coordenador-Geral

www.bancariosrn.com.br

Brasil alavanca lucros do Santander

O

Brasil foi responsável por 21% do lucro global do Santander em 2016, o melhor resultado em todo o mundo. No país, o banco teve lucro líquido gerencial de R$ 7,3 bilhões em 2016, um crescimento de 10,8% em relação a 2015. Apenas no quarto bimestre, a instituição faturou R$ 1,989 bi, resultado 23,8% superior ao obtido no mesmo período do ano anterior. Na contramão dos resultados, o Banco extinguiu 2.770 postos de trabalho em 12 meses no Brasil. A empresa não admite que os números são construídos pelo esforço de seus funcionários. Números O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 13,3%, com crescimento de 0,5 p.p. em doze meses. A carteira de crédito ampliada do Santander teve variação negativa de 2,5% no período, atingindo R$ 322,8 bi, impactada pela variação cambial do período. As operações com pessoas físicas cresceram 7,8% em 2016, chegando a R$ 91,4 bi, enquanto com pessoas jurídicas alcançaram R$ 130,6 bi, queda de 8,1% em doze meses. O segmento de pequenas e médias empresas apresentou queda de 7,6% no ano passado. No caso das grandes empresas a redução foi de 8,3%. O í n d i c e d e inadimplência superior a 90 dias apresentou aumento de 0,2 p.p. no período, ficando em 3,4%. No entanto, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) reduziram 10,4%, totalizando R$ 13,2 bilhões.


4

FUI DO BB, NÃO DA LUTA!

Por Juvêncio Hemetério, bancário aposentado do BB e diretor do SEEB-RN

N

ão sairia agora. Minha mudança de plano deveu-se à proposta de reforma da previdência. Após a Campanha Salarial deste ano, era a data planejada, que coincidia com o atingimento do fator 85/95, a soma da idade com o tempo de contribuição. Isso alcançaria o benefício do INSS quase integral, mas o famigerado Governo Temer acaba com essa regra e nenhum setor patronal, seja petismo, seja peemedebismo/peessedebismo, defende manter o fator transitório. A única possibilidade de eu ficar seria conseguirmos esticar a entrada em vigor desta nova-velha reforma até set/2017, coisa em que não acredito neste momento. Vislumbro que muitas lutas virão, inclusive a greve geral, pois os ataques surgem de todos os lados: o fim da desaposentação; o acordado sobre o legislado (ACE); PEC do teto; flexibilização da jornada e da CLT; reforma da previdência; mudanças no Ensino Médio e um longo etc. São 33 anos e 10 meses, uma vida vivida intensamente dentro do Banco do Brasil, política e profissionalmente. Àquela época era orgulho de minha mãe, mais do que ter uma filha médica, ver um filho trabalhando no BB. Filho de uma professora lutadora e de um pai ausente, morávamos fronteiriços aos ricos do bairro Tirol. Lá ouvia os adolescentes,

filhos de papai, contarem as aventuras nos bailes carnavalescos na AABB, centro da diversão natalense nos anos 80, e acalentei, “cá comigo”, o desejo de um dia participar dessa festa momesca. Pois bem, realizei meu sonho, mas vi que não era meu lugar, pois as pessoas e o ambiente não combinavam comigo. Daí voltei para os barezinhos da Praia dos Artistas e de Areia Preta, mais democráticos e palco de muitos debates políticos. Nossa luta começou ainda na UFRN, em 1980, reivindicando eleições diretas para a UNE. Veio o ano 81 e junto a fundação do PT no RN. Em 1983 aderi à Convergência Socialista, corrente interna do PT, trotskista. Nesse mesmo ano entro no BB e no Sindicato como oposição ao grupo vinculado ao PCB. Também em 83 participo da fundação da CUT, sendo membro da executiva estadual/RN. Hoje construímos a CONLUTAS. Chegou 1986, quando participei da chapa encabeçada por Paulo Laguardia, Elias, Alécio, Abimael do Sebo Vermelho, entre outros. 89 foi o ano de muitas lutas/greves e eleição presidencial com Lula indo para o 2º turno contra Collor. A categoria ousou com o apoio massivo ao PT, enquanto a então Diretoria do SEEB/RN apoiava Roberto Freire, PCB à época. Naquele ano também houve eleição do Sindicato, e eu encabecei uma

chapa formada por um grupo de ativistas que até hoje estão na luta política e/ou sindical. Ano 92 com o PT já governando algumas prefeituras e estados, dando sinais claros de degeneração política e conciliação patronal, saio juntamente com outros militantes da Convergência Socialista para fundar o PSTU. Após 16 anos de militância nesse Partido, saí, junto com outros ativistas, motivado por um grau de centralização burocrática de sua Direção, para fundar o Grupo de Ação Socialista (GAS) que, logo em seguida, se evaporou. Hoje meu partido é “o coração partido”, porém livre para pensar e opinar sem amarras e com a língua solta. Assim, tô mais feliz, leve, com minha mulher, Liana, e os meus dois filhos, criados, formados e encaminhados na vida por esforço deles próprios. Chega o ano de 2004. Após 20 anos na Oposição Bancária, derrotamos os traidores da CONTRAF/CUT, numa eleição que diziam que nós éramos xiitas, isolacionistas, barulhentos como uma carroça vazia e sem propostas. O tempo e a disposição de luta, com independência dos patrões e dos partidos políticos, sem negá-los, mostraram a nossa coerência política e competência administrativa e financeira. Saio aposentado do Banco do Brasil para participar mais ativamente do Sindicato dos

Bancários e da luta com outros trabalhadores. Também para ajudar os companheiros e a categoria bancária no enfrentamento com as políticas neoliberais de ataques via Governo Temer, o Legislativo e o Judiciário político (vide o caso da permanência de Renan Calheiros na presidência do Senado e a declaração do ministro que a “desaposentação quebraria a Previdência”). Não será fácil, pois os três poderes burgueses estão unidos, azeitados a favor dos patrões e do imperialismo. As reformas na CLT, na Previdência e a terceirização na atividade-fim nos remetem a pensar e a agir com mais firmeza, com ousadia redobrada, porque estão em jogo nossa sobrevivência, nosso emprego, nosso bem-estar na velhice. Portanto, não há espaço p a r a p e n s a r m o s n a comissão/função, na ascensão profissional como projeto individual. A Luta é coletivo e geral, unida a outras categorias. Esta será minha tarefa no SEEB/RN: convencer a base e membros da Direção dos Bancários da necessidade de enfrentar o Governo, seus sócios minoritários no movimento sindical e os patrões. FORA TEMER, FORA TODOS! GREVE GERAL JÁ! Há braços de luta!

Pegadinhas

da língua portuguesa

SUPERLATIVO

Por João Bezerra de Castro

Usa-se o grau superla vo para expressar qualidades num grau máximo ou muito

2. Os adje vos terminados em –a, -e, -o perdem essas vogais:

elevado. Classifica-se em absoluto e rela vo.

bonito: boni ssimo; cuidadosa: cuidadosíssima; elegante: elegan ssimo.

É absoluto quando a qualidade expressa pelo adje vo não é posta em relação a outros

3. Os adje vos terminados em –z fazem o superla vo em –císsimo:

elementos. É rela vo quando ocorre uma comparação com um grupo de seres: Apodi é

atroz: atrocíssimo; capaz: capacíssimo; feliz: felicíssimo; feroz: ferocíssimo.

o jogador mais rápido do me (superla vo rela vo de superioridade). Carlos é o aluno

4. Os adje vos terminados em –l (exceto –vel), -r, -u não alteram sua forma:

menos esforçado da turma (superla vo rela vo de inferioridade).

fácil: facílimo ou facilíssimo; legal: legalíssimo; regular: regularíssimo; cru: cruíssimo.

O superla vo absoluto pode ser:

5. Os adje vos terminados em –io, -ia, com uma consoante antes desse final, fazem o

.Analí co: quando o adje vo é acompanhado de uma palavra intensificadora,

superla vo com dois ii:

geralmente um advérbio indicador de excesso, a exemplo de muito, extremamente,

necessário: necessariíssimo; ordinário: ordinariíssimo; precário: precariíssimo;

i m e n s a m e n t e , ex t r a o r d i n a r i a m e n t e , exc e s s i v a m e n t e , g r a n d e m e n t e ,

primário: primariíssimo; sério: seriíssimo; sumário: sumariíssimo. A tendência da língua

excepcionalmente, etc.: A bancária ficou extremamente nervosa na audiência.

à fuga ao hiato (i-í) leva a que apareçam formas com fusão dos dois ii: necessaríssimo,

.Sinté co: quando juntamos ao adje vo os sufixos superla vos –íssimo (o mais

ordinaríssimo, precaríssimo, primaríssimo, seríssimo, sumaríssimo.

comum), -imo ou –érrimo. Com o superla vo absoluto sinté co, o adje vo não deve vir

6. A forma erudita exige bom conhecimento da origem la na das palavras, como é o

acompanhado de nenhum advérbio. Por isso, o certo é dizer: A torre é al ssima (e não

caso de: dulcíssimo (dulcis = doce); macérrimo (macer = magro); paupérrimo (pauper =

*muito al ssima).

pobre). Existem também as formas populares, de origem vernácula: docíssimo,

Observações:

magríssimo, pobríssimo. Ao lado de macérrimo e magríssimo, ocorre frequentemente a

1. Os adje vos terminados em –vel formam o superla vo sinté co em –bilíssimo:

forma anormal magérrimo, usada por escritores modernistas e registrada no VOLP.

agradável: agradabilíssimo; amável: amabilíssimo; horrível: horribilíssimo; indelével:

7. Certos setores da imprensa, principalmente ligados à moda e ao colunismo social,

indelebilíssimo; móvel: mobilíssimo; notável: notabilíssimo; respeitável:

criaram superla vos que não devem ser empregados na linguagem formal, como:

respeitabilíssimo; sensível: sensibilíssimo; terrível: terribilíssimo; volúvel: volubilíssimo.

chatérrimo, chiquérrimo, elegantérrimo, gostosésima, riquérrimo, tranquilésimo.

www.bancariosrn.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.