BANCÁRIA Nº 05
09 a 15 de março de 2015
Luta
Ano XXX
Jornal do Sindicato dos Bancários do RN
www.bancariosrn.com.br
Independente e de luta
SEJA SÓCIO
PL 4330 é desarquivado Trabalhadores precisam se unir para barrar mais este ataque
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Terceirização
nquanto Centrais Sindicais se calam frente ao ataque que a classe trabalhadora vem recebendo do Executivo, o Legislativo já se prepara para dar o bote. O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou, no dia 25 de fevereiro, que colocará o PL 4330 em votação em abril. O projeto de lei prevê a regulamentação da atividade fim das empresas, precarizando ainda mais as relações de trabalho. No setor bancário o PL é visto como o fim do concurso público e o primeiro passo para a extinção da categoria bancária. A proposta, que ainda aguarda análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), será levada diretamente ao Plenário. "Mesmo que a CCJ não resolva, a gente leva para o Plenário", ressaltou o presidente. Cunha, que se reuniu com representantes de centrais sindicais, disse que acertou com eles o mês de março para debater o assunto. Sabemos que este assunto não precisa de debate. Deve ser amplamente rechaçado pela classe trabalhadora que está perdendo seus direitos, ganhando menos e perdendo suas garantias trabalhistas. A proposta teve sua tramitação marcada pela polêmica, e, por diversas vezes, sua votação na CCJ foi inviabilizada pela oposição dos trabalhadores. Agora, temos que reforçar essa batalha. Somente a luta dos trabalhadores poderá barrar este absurdo.
não!
VEJA OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE O PL 4330 VAI CRIAR PARA OS TRABALHADORES Derruba a súmula 331 do TST que impede que as empresas terceirizem a atividade fim e que tem permitido importantes vitórias na Justiça do Trabalho. Acaba com a responsabilidade subsidiária. Ou seja, a empresa que contrata não terá mais que arcar com as obrigações trabalhistas em caso de problemas com a empresa contratada. Permite a quarteirização. Significa que uma empresa pode contratar outra que por sua vez já contrata uma terceira empresa, diminuindo salários e precarizando as relações. Queda na qualidade do serviço. Isso porque vai aumentar a rotatividade no serviço e diminuir os salários e os treinamentos dados ao trabalhador. Aumento de acidentes e de adoecimentos. É de conhecimento público que oito em cada 10 acidentes de trabalho ocorrem com trabalhadores terceirizados. Permite a existência de empresas sem empregados. Para isso basta que a empresa firme contrato com outra responsável pela contratação de todos os funcionários.
Leia os destaques desta edição Denúncias
Encontro
Mulher
Greve
Após xingar bancários, empresário se envolve em esquema criminoso.
Bancários da Caixa continuam campanha contra a privatização do Banco.
Dia da mulher é lembrado em manifestação no centro de Natal.
Vigilantes fazem greve e fecham agências bancárias.
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Opinião
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Editorial
A CABRA E O ASNO
A lista de Janot
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ntre as 54 pessoas envolvidas na Operação Lava-Jato que constam em 28 pedidos de abertura de inquérito encaminhados no dia 3 de março pela ProcuradoriaGeral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) estão os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de acordo com informações publicadas pela imprensa. Apesar do alegado segredo de Justiça, já sabemos, no entanto que nomes como o do senador Aécio Neves (PSDB) e da presidente da república, Dilma Roussef (PT) estão fora
da lista. No RN apenas o exdeputado federal Henrique Eduardo Alves estaria na lista dos 54, mas fora da lista dos 28, ou seja, não será aberto nenhum inquérito contra ele. Infelizmente estamos vendo o patrimônio brasileiro ser dilapidado enquanto os partidos políticos se engalfinham em acusações. Seria necessário que a corrupção na nossa maior estatal fosse investigada com isenção, e acima de tudo, que tudo que nos foi roubado fosse devolvido. Até porque a credibilidade construída a duras penas pela empresa já foi por água abaixo.
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ma cabra e um asno viviam na mesma casa. A cabra ficou com ciúme porque o asno recebia mais ração do que ela. Ela lhe disse: - Que inferno é a sua vida! Quando não está no moinho, está carregando um fardo! Quer um conselho: quer descansar? Faça como se estivesse tendo uma crise de epilepsia e caia num buraco. O asno achou que era um bom conselho: caiu de propósito e quebrou os ossos. Seu dono foi atrás de um médico para socorrê-lo. - Se lhe der um chá de pulmão de cabra, ele vai se restabelecer. A cabra foi sacrificada e o asno ficou curado. Quem maquina contra os outros termina fazendo o mal a si próprio. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.
BB reduz quadro de funcionários no RN
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epois de anunciar que convocará 2.600 novos funcionários em todo o país, o Banco do Brasil reduziu o quadro de funcionários no RN.
Se o atual quadro já não era suficiente para a demanda, a redução vai prejudicar ainda mais o atendimento. Isso significa sobrecarga de trabalho para o bancário e pior atendimento para o cliente.
Político que acusou bancários de bandidos e marginais é acusado de participar de esquema denunciado na operação Sinal Fechado Ximbica não se retratou com funcionários do BNB e agora tem que se explicar à Justiça por participação em esquema criminoso
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m 24 de junho de 2013, em uma reunião de produtores rurais na Anorc, o empresário e ex-senador José Bezerra Júnior, mais conhecido como Ximbica, se referiu aos funcionários do BNB como bandidos e disse ser a instituição um ‘‘banco de marginal’’. Tal atitude provocou indignação entre os funcionários, e o SEEB RN e a AFBNB exigiram um posicionamento da direção do Banco. Em reunião, o preposto da instituição disse apenas que tudo não passava de um erro de interpretação e que o empresário queria dizer que o banco estava ‘‘à margem’’. Sem convencer a ninguém, o caso ficou apenas na memória dos acusados.
Agora, à luz de novas denúncias da Operação Sinal Fechado, o empresário está tendo que se explicar sobre envolvimento em esquema criminoso. Ele teria emprestado o dinheiro que foi pago como propina para a aprovação de um projeto de inspeção veicular no Departamento de Trânsito do RN que visava financiar campanhas eleitorais. O esquema teria financiado a campanha da ex-governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e sido orquestrado pelo senador José Agripino (DEM). As denúncias são feitas pelo Ministério Público com base em depoimento do empresário George Olímpio. Ele seria o dono da empresa que se beneficiaria com a
obrigatoriedade da inspeção veicular e que teria pago mais de R$ 1 milhão para garantir a aprovação do projeto. Nesse mesmo esquema foi denunciado o atual presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, que também nega o envolvimento. Denúncias Cabe ao Ministério Público apresentar as provas cabíveis para provar as acusações feitas. Mas será que neste contexto também caberia um erro de interpretação de texto ou os termos ‘‘bandido’’ e ‘‘marginal’’ poderiam ser utilizados para caracterizar pessoas que utilizam dinheiro público para benefício próprio?
Bancos
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Bancários da CAIXA participam de manifestação em defesa do banco
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ancários de todo o Brasil se manifestaram no dia 27 de fevereiro contra a abertura de capital da Caixa Econômica Federal. Em Natal eles se reuniram na Caixa da Ribeira, onde foi realizado um Ato Público e depois na Agência do Alecrim. Em outras agências os bancários se manifestaram com camisetas e cartazes mostrando que não será fácil para o governo vender o patrimônio do povo brasileiro. Os trabalhadores entendem que além de
vergonhoso para o país, seria um sério ataque aos funcionários da Caixa que hoje é o único banco estatal do Brasil. Além de deixar de fomentar os programas sociais, se forem vendidas ações da empresa, a Caixa começará a seguir a lei de mercado. Menos direitos para os trabalhadores e mais arrocho salarial. O Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública faz parte de uma série de ações que o movimento associativo e sindical
tem realizado em todo o país para mobilizar os empregados e a sociedade contra qualquer tentativa de abertura de capital do banco. No RN é coordenado pelo Sindicato dos Bancários e pela Apcef. Durante o dia 7 de março os bancários da Caixa se reuniram em Encontro na Área de Lazer do Sindicato dos Bancários para traçar estratégias de defesa da empresa. A cobertura completa você verá em edição exclusiva.
Após escândalo de lavagem de dinheiro HSBC ameaça fechar as portas no Brasil
Safra é acusado de coação e de contratar detetive para perseguir clientes
pós ter comprado o Bamerindus a preço de banana em uma negociação cheia de politicagem. Após ter explorado os trabalhadores brasileiros em busca de lucros exorbitantes para manter o funcionamento deficitário dos bancos europeus. Após ser denunciado por “ajudar” criminosos a sonegarem impostos nos seus países de origem. O HSBC anuncia que pretende fechar as portas no Brasil por falta de lucratividade. O anúncio foi feito no dia 24 de fevereiro pelo presidente mundial do HSBC, Stuart Gulliver que, sob alegação de que a fraqueza do Produto Interno Bruto (PIB) prejudicou seus negócios no país, a instituição reportou prejuízo antes de impostos de US$ 247 milhões (R$ 711,1 milhões) em 2014. Gulliver deu um ultimato aos funcionários no Brasil: se, em um ou dois anos os resultados positivos não voltarem, o banco poderá ser posto à venda. Mais uma vez a conta é empurrada para os trabalhadores. Enquanto isso, a imprensa brasileira silencia sobre o maior escândalo de lavagem de dinheiro da história, que ajudou 8 mil brasileiros a sonegar impostos. Isso nos leva a questionar: a quem interessa que esses crimes não sejam investigados e divulgados? Empresas brasileiras que são acusadas há anos de sonegação de impostos podem estar envolvidas, bem como políticos de vários partidos. Neste momento o que importa é que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que, na pior das hipóteses, o banco venda seu funcionamento para alguma instituição que mantenha todos os trabalhadores em seus postos.
Justiça colocou no banco dos réus o superintendente de Segurança do Banco Safra. Ele é acusado de coação ao ter contratado detetive particular para perseguir clientes que têm conseguido reverter nos tribunais cobranças de dívidas baseadas em contratos assinados em branco. O investigador, que já foi indiciado por homicídio, seguiu — armado de revólver, munições, faca e algemas supostamente para “fetiche sexual” — um funcionário de uma loja de calçados em Campinas, no interior de São Paulo, em 2012.
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Bancos
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Justiça mantém ação penal contra ex-presidente do Banco do Nordeste
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ejam o que faz o BNB para a sociedade, explorando seus empregados. Vai ver que é por isso que não paga hora extra, faz e propõe acordos miseráveis para suas dívidas com os trabalhadores e responde a tantos casos de assédio moral. A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou, por unanimidade, habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, para suspender ação penal em que Smith e mais dez pessoas são acusados de
gestão fraudulenta, que pode ter causado prejuízo superior a R$ 1,274 bilhão aos cofres da instituição. P a r a o r e l a t o r, desembargador federal Ivan Lira de Carvalho, o conjunto processual, baseado em auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), é “indiscutível a presença de indícios de materialidade delitiva”. Na decisão, Carvalho sustenta que a peça acusatória não deixa dúvidas que, ao ocultarem a real situação do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), faltou ao ex-presidente e aos
demais acusados observância ao princípio da prudência. Para o Ministério Público Federal (MPF), a denúncia está fundamentada em prova pericial e depoimentos de testemunhas. Além disso, foram analisados mais de 150 milhões de registros de sete sistemas informatizados do BNB e produzidos mais de 80 relatórios eletrônicos, com mais de 600 mil páginas comprovando as conclusões obtidas pelo órgão. Fonte: EBC
Direção do Sindicato participa Bancários participam de de reunião nacional da Conlutas manifestação do Dia da Mulher
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s diretores do Sindicato dos Bancários do RN Alcides Dantas, Marcos Tinôco e José Xavier estiveram na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas ocorrida em São Paulo nos dias 27, 28 de fevereiro e 1º de março. Na ocasião foram debatidos a conjuntura nacional e as providências a serem tomadas para o 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. O Congresso está previsto para acontecer entre os dias 4 e 6 de junho, em Sumaré-SP. Nessa reunião foi definido o objetivo, a organização, temática, trabalhos e painéis que serão apresentados durante o evento. Também foi amplamente debatida a atual conjuntura do país com a reeleição da presidente Dilma Reussef (PT) que já começou com um pacote de ataques aos trabalhadores, como as Medidas Provisórias 664 e 665 que retiram direitos trabalhistas, aumentos de energia e combustível, bem como as manifestações e greve ocorridas por todo o país.
Sindicato dos Bancários do RN participou, no dia 5 de março, de uma manifestação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Reunindo sindicatos, movimentos populares e feministas, o Ato Público ocorreu na Praça Kennedy, centro de Natal. Todos os participantes reforçaram os problemas enfrentados ainda nos dias de hoje pelas mulheres, em uma sociedade que se mostra tão machista. Para a coordenadora-geral do SEEB RN, Marta Turra, em uma categoria mojoritariamente feminina, como os bancários, é inadmissível que ainda encontremos tantas disparidades de salários para homens e mulheres nas mesmas funções. A diretora de Raça, Gênero e Orientação Sexual, Izôlda Capistrano, também ressaltou a importância da data. "Precisamos sempre lembrar essa luta de tantas mulheres que morreram em busca de direitos iguais para reforçar a ideia de que ainda temos muitas lutas para travar", declarou.
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Greve dos vigilantes fecha agências bancárias
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pós três dias de greve, os vigilantes patrimoniais do Rio Grande do Norte suspenderam a greve que afetava o atendimento em agências bancárias e na Previdência Social. Mesmo com o fim da paralisação, a categoria ainda não entrou em acordo com as empresas de segurança privada e o julgamento do dissídio coletivo foi marcado. O Sindicato dos Bancários do RN declarou apoio à greve dos trabalhadores liderados pelo Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes que reivindica reajuste de 12% e vale-alimentação de R$ 15 por dia. Antes de encerrarem as negociações, os patrões haviam oferecido um reajuste de 6,23% (menor que a inflação) e a implantação do vale-
Bradesco e Itaú: campeões de insegurança
Não ao banco de horas negativo
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Sindicato dos Bancários do RN recebeu denúncia de que teve gerente mandando colocar no banco de horas, as horas não trabalhadas dos bancários por causa da greve dos vigilantes. Ou seja, colocando no banco de horas os dias da greve dos vigilantes, os bancos, inclusive os públicos, querem aproveitar o momento para aumentar os seus lucros. Assim, não pagarão as horas extras. A orientação do Sindicato é que não aceitem esse tipo de pressão que está gerando um banco de horas negativo.
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urante a greve dos vigilantes, o Sindicato dos Bancários foi obrigado a recorrer à Polícia Federal para garantir que as agências não abrissem sem segurança. Mesmo assim, agências do Bradesco e do Itaú permaneceram abertas durante os três dias, colocando trabalhadores e clientes em risco. O Sindicato orientou que os bancários permanecessem nas agências para garantir que não fossem considerados faltosos. Mas que se recusassem a trabalhar e mexer com dinheiro.
alimentação apenas em 2017 no valor de R$ 4. Durante a greve o Sindicato foi obrigado a fazer denúncias à Polícia Federal para evitar que os trabalhadores fossem obrigados a trabalhar sem segurança. A orientação era que bancários não mexessem com numerários, mas em caso de ausência total de vigilantes, nem mesmo as agências deveriam ser abertas, para evitar que criminosos se aproveitassem para sequestrar os trabalhadores e obrigá-los a abrir cofres reservas. A própria população era orientada para evita procurar as agências, pois com a ausência de vigilância, até mesmo os saques nos caixas eletrônicos tornavam-se atividade de risco.
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Quando a cabeça não pensa... *Joserrí de Oliveira Lucena MBA em Negócios Financeiros, Especialista em Desenvolvimento Sustentável, Historiador, Professor, Bancário e Dirigente do SEEB/RN
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Quando a cabeça não pensa, o corpo padece”, diz o ditado popular.
Pegadinhas
da língua portuguesa
PLURAL MAJESTÁTICO Por João Bezerra de Castro
Quando a cabeça não pensa, tomam-se decisões emocionais, instintivas, e os remendos para corrigi-las tendem a ser ainda mais desastrosos... não tem arrependimento que evite de o corpo padecer as consequências das ações de quando a cabeça não pensa... aliás, padecem o corpo e a vida, não raro, dos outros também. A cabeça entendida como pai de família, as lideranças, os representantes... e o corpo como a família, os liderados, os representados; nesses casos, há mais sofrimento para o corpo, que para o piolho*; quando a cabeça só tem 1 só neurônio, que pela absoluta falta de interação não decide nada, no máximo o corpo vai pela cabeça dos outros... Há líderes amebíases se dizendo representantes da classe trabalhadora, mas os tais não passam de piolhos que parasitam o “corpo” e o conduz como massa de manobras da vontade de uma Medusa Bucéfala* que não sabe pra que lado vai - e o pior: não sabe que não sabe – e por isso acha que somos nós, os trabalhadores, que devemos arcar com o custo Brasil da corrupção, mediante arrocho salarial, forte redução de benefícios sociais e com corte de verbas para políticas públicas. Esses parasitas estão com os dias contados; o quinhão de representantes chapa-branca na Câmara Federal foi reduzido de 83 para 51 deputados nas eleições (2014). Quando a cabeça não pensa, o corpo fica como uma Mula Sem Cabeça*, e sai aloprando, soltando fogo e assombrando todo mundo... Notas Explicativas: * Piolho: inseto que parasita a cabeça alheia; * Medusa: criatura da Mitologia Grega, cujos cabelos eram serpentes; quem a olhasse diretamente era transformado em pedra; * Bucéfalo: foi o cavalo de guerra de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia; * Mula Sem Cabeça: figura do folclore brasileiro, de galope violento e relinchar estridente e lança chamas de fogo pela cabeça; soluça como uma criatura humana. Reza a tradição que é a mulher do padre.
Qualquer semelhança com nomes, lugares, circunstâncias, figuras e trocadilhos, não é mera coincidência.
Independente e de luta
Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 | 3213-4514 | 3213-3020 | 3213-2831 // FAX: (84) 3213-5256
CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA, bancário aposentado e sócio do Sindicato, quer saber se há erro na frase destacada em negrito: “Já não olhamos para o céu. Passamos a ser cartomantes de nós mesmos, sempre com a visão voltada para uma das mãos, onde desfilam as mídias que viciam uns e enervam outros”. A frase de Josuá, gramaticalmente perfeita, é apropriada para comentar o emprego da palavra “mesmo”. Quando a palavra mesmo é usada para enfatizar, reforçar ou realçar um substantivo ou um pronome, ela é variável, ou seja, deve concordar em gênero e número com o termo enfatizado. Nesse caso, mesmo equivale a próprio. Exemplos: .“As mães mesmas ensinavam os filhos a ler.” .Mariana não sai de casa sem levar consigo mesma a chave da despensa. .Não falei com a atendente, falei com o médico mesmo. .Pedro e Sandra mesmos trouxeram o convite de casamento. .“Camilo, em si mesmo, estimou o obstáculo, e esperou.” (Machado de Assis, conto A cartomante) Portanto, devemos empregar: “eu mesmo” (homem); “eu mesma” (mulher); “nós mesmos” (homens, ou homens e mulheres juntos); “nós mesmas” (apenas mulheres). Quem se refere a uma mulher deve dizer você mesma, ela mesma; a duas ou mais mulheres: vocês mesmas, elas mesmas. A palavra mesmo fica invariável quando significa “realmente”, “de fato”, “até”, “inclusive”. Exemplos: .As bancárias fizeram mesmo o que prometeram? (mesmo = realmente) .“Os dois acusados são mesmo criminosos.” (mesmo = de fato) .“Mas, olhe cá, mana Gloria, há mesmo necessidade de fazê-lo padre.” (Machado de Assis, Dom Casmurro) Na frase acima, mesmo tem o sentido de realmente, de fato. .“Mesmo os fãs pareciam indiferentes à chegada do cantor.” (=Inclusive, Até) Como expediente retórico, algumas pessoas usam nós, mas querem dizer eu. Trata-se do plural de modéstia ou plural majestático. Tal situação ocorre quando a primeira pessoa do plural (nós) está no lugar do singular (eu). Exemplo: .“Nós mesmo percebemos isso.” (Sacconi) Nesse exemplo, quem fala ou escreve é, na verdade, uma única pessoa. Outro exemplo: .”Nós somos presidente de todos os brasileiros.” (Dad Squarisi) Frase perfeita para o plural majestático, pois se refere a uma só pessoa: Eu sou presidente de todos os brasileiros. Quanto à frase de Josuá, ela pode apresentar duas formas: “Passamos a ser cartomante de nós mesmo” se a primeira pessoa do plural expressa um só indivíduo, ou “Passamos a ser cartomantes de nós mesmos” se o pronome nós se refere a duas ou mais pessoas. Conselho Editorial Beatriz Oliveira Marcos Tinôco Marta Turra Edição Ana Paula Costa (1235 JP/RN)
Estagiária Sylara Silvério
@bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN
Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares
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