BANCÁRIA Nº 08
30 de março a 05 de abril de 2015
Luta
Ano XXX
Jornal do Sindicato dos Bancários do RN
www.bancariosrn.com.br
Independente e de luta
SEJA SÓCIO
FEEB perde ação para o Sindicato
Antônio Bento, FEEB
N
o ano de 2013, a diretoria do Sindicato foi surpreendida com uma Ação movida pela Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte (FEEB). Isso mesmo, a vetusta Federação pelega, ligada à CONTEC, insaciável de dinheiro, queria a condenação do Sindicato ao pagamento de indenização equivalente a 15% do valor do Imposto Sindical recolhido em nossa base territorial nos anos de 2009 a 2013, além das contribuições dos anos subsequentes. Como é do conhecimento dos bancários, a atual diretoria não aceita os recursos do Imposto Sindical cobrado no
mês de março, de cada ano, de todos os trabalhadores brasileiros, sindicalizados ou não. Por esta razão, devolve aos bancários os 60% a que tem direito conforme a legislação trabalhista. Somente na cabeça de pseudossindicalistas, pelegos e oportunistas, a ideia de que este Sindicato estava de posse dos 15% do Imposto Sindical destinados às federações. Não recebemos esses recursos porque eles não nos pertencem. E se tivéssemos recebido, teríamos devolvido, assim como devolvemos para os bancários. No ano passado foram devolvidos mais de R$ 400 mil. Este Sindicato é independente dos patrões (privados e públicos), dos
partidos políticos e de entidades pelegas. Na atual conjuntura do vale tudo, nem todos acreditam que existam entidades sérias e que administram honestamente os recursos que lhes são destinados. Felizmente, os bancários confiam em nosso trabalho e, por isso, mais de 90% deles são associados e contribuem voluntariamente. E isso incomoda os parasitas que vivem dos impostos pagos pelos trabalhadores e que não defendem os interesses da classe. Os dirigentes da tal Federação sabem onde estão os 15% que alegam ser deles. Por que, então, moveram uma Ação contra os bancários do RN? Porque pensavam que a direção do Sindicato ia fazer acordo espúrio, como fizeram outros sindicatos. A Justiça do Trabalho entendeu nossos argumentos. Por isso, os pelegos perderam na primeira e na segunda instância. No Tribunal, após sustentação oral do nosso Advogado João Hélder, os desembargadores, por unanimidade, ratificaram a sentença de 1ª Instância prolatada pelo Juiz George Falcão Coelho Paiva. Presentes à audiência no TRT os diretores Albertina Bertino, Eduardo X a v i e r, G i l b e r t o M o n t e i r o , I z ô l d a Capistrano, Letto Luiz e Tarcísio Cavalcante. A Federação oportunista foi representada por seu dirigente local, o Sr. Antônio Bento Sobrinho. Certamente, deve ter ficado envergonhado com mais essa derrota e desanimado em ver que sua Entidade (ou empresa?) não conseguiu se apropriar de R$ 500.000,00 do nosso Sindicato, além de estar condenada a pagar honorários e custos processuais de R$ 72.000,00.
Leia os destaques desta edição Cortes
Bradesco
Fundos
VP GIP
O BB anunciou corte de custos no valor de R$ 1 bilhão em 2015.
Depois de 30 anos de trabalho, funcionária é demitida.
Sindicato prepara Encontro com diretores eleitos da Funcef.
Caixa não apresenta proposta formal para bancários.
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Opinião
02
Editorial Inflação massacra trabalhadores
P
ela primeira vez, os economistas das instituições financeiras previram que a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá superar a barreira dos 8% em 2015. Se confirmado, será o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A estimativa para o IPCA passou de 7,93% para 8,12%, segundo o relatório de mercado divulgado pelo Banco Central, feito a partir de pesquisa com mais de 100 analistas de bancos, recentemente. Para 2016, a previsão subiu de 5,60% para 5,61%. Segundo analistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, os especialistas
Charge
alegam que a inflação de serviços foi impulsionada pelos ganhos reais de salários. É triste perceber que a crise econômica chegou ao Brasil com força total, e vem corroendo os salários da classe trabalhadora que é sempre obrigada a pagar a conta, enquanto que, quando a economia está tranquila, os lucros são divididos apenas entre a classe patronal. Além disso, os especialistas falam em ganhos reais de salário, mas em nenhum momento lembram das perdas históricas acumuladas pelas categorias nas últimas décadas. Se o fantasma da inflação já ronda os trabalhadores da forma mais assustadora possível, somente a organização dos trabalhadores poderá barrar que contas ainda mais altas sejam empurradas goela abaixo.
AS RÃS QUE QUERIAM UM REI
I
rritadas com a anarquia que reinava entre elas, as rãs enviaram uma delegação a Zeus: queriam um rei. Zeus viu como elas eram ingênuas. Jogou então um pedaço de madeira no açude dizendo-lhes que aquilo era seu rei. A princípio assustadas com o ruído, as rãs fugiram para a parte mais profunda do açude. Depois, como o pedaço de madeira permanecesse imóvel, elas voltaram à superfície e começaram a zombar do seu soberano a ponto de montar em suas costas. Achando-se logradas, voltaram a Zeus e pediram um rei um pouco mais enérgico. Zeus então lhes enviou uma hidra que se lançou sobre elas e as devorou. Mais vale ter como governante um bravo homem, embora lento, que um celerado que semeia o terror. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.
BB estuda cortes de R$ 1 bilhão
S
egundo a coluna Esplanada do Portal UOL, de 26 de março de 2015, o governo foi informado de que a cúpula do Banco do Brasil pretende cortar até R$ 1 bilhão em custos este ano, diante da recessão na economia – e seguindo a linha de redução de despesas do banco. A despeito de ser empresa de capital misto, o Planalto recebeu bem a notícia. Curioso é que enquanto a cúpula discute o corte bilionário, mantém a expectativa de crescer suas despesas entre 5% e 8%. Apesar dos cortes, o BB não abrirá mão dos contratos futuros para o aluguel de três edifícios novos em construção, no setor de Autarquias Norte, em Brasília, que serão sedes de diretorias. De acordo com a assessoria do BB, sobre a nova sede, 'o aluguel das novas torres trará redução de despesas para o BB e melhora na eficiência. O BB ocupava em Brasília 9 prédios alugados’.
Bancos
03
Bradesco demite funcionária à beira da aposentadoria
A
Nilda afirma que já sofria com algumas dores que anunciavam uma doença por esforço repetitivo, mas não era sequer liberada para vir a Natal fazer os exames. A carga de trabalho era intensa, e o cumprimento das metas uma obrigação. Apesar de já ter completado os 30 anos mínimos de serviço que lhe dá direito a solicitar a aposentadoria, ela não pensava ainda em se aposentar, pois sabe que o benefício não custeará suas
bancária Nilda Medeiros Fernandes havia ,completado 30 anos de serviços prestados ao Bradesco de Caicó quando recebeu um ‘‘presente’’: sua demissão. A ela não foi dada nenhuma explicação, a não ser que o gerente regional, Nelson, havia mandado demitir. Ponto. Segundo ela, desde que ele assumiu a gerência regional do Banco (RN/PB), em janeiro de 2015, a pressão sobre os funcionários aumentou consideravelmente.
Fundos de Pensão serão tema de palestra em Natal
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om a crescente onda de denúncias de corrupção em órgãos ligados ao governo, é notória a preocupação da classe trabalhadora com os fundos de pensão. Em matérias veiculadas na imprensa nos últimos dias, foram expostos os problemas enfrentados pela Postalis (Fundo dos Correios). Nele, os trabalhadores já estão pagando a conta: eles terão os salários reduzidos em um quarto a partir de abril de 2015 por um período de 15 anos e meio. Mas, e os demais? O que é possível fazer para evitar o pior?
É no intuito de responder estas e outras perguntas que o SEEB-RN em parceria com a Agecef, Apcef e AEAP estão trazendo a Natal os diretores eleitos da Funcef para uma palestra, prestação de contas e discussão acerca dos rumos e propostas para tentar reverter a situação da Funcef. O Encontro ocorre no dia 16 de abril, às 17h30, no Hotel Holiday Inn, Av. Eng. Roberto Freire, em Ponta Negra. É de interesse de todos entenderem as ingerências políticas nos Fundos e suas consequências para os trabalhadores.
Flagrante
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Agência João Câmara
Agência Ceará-Mirim
m visita a agências da Caixa pelo interior, o Sindicato dos Bancários flagrou sérios problemas de falta de pessoal. Na agência de João Câmara a situação é de aperto total. Já em Ceará-Mirim as pessoas se acotovelavam no autoatendimento, enquanto no interior da agência eram atendidas por um estagiário. O Sindicato irá denunciar a situação à Superintendência e cobrar uma solução, como a contratação dos concursados.
responsabilidades, pois sustenta mãe e filha. Para Nilda ficou apenas o sentimento de frustração. De ter sido usada pelo Bradesco enquanto era de interesse da empresa. ‘‘Estou em busca de outro emprego e lutarei por todos os meus direitos, mas temo pelos meus colegas que estão sendo atropelados por este gestor’’, afirmou. Ela está recebendo orientação da assessoria jurídica do Sindicato dos Bancários para ter acesso a todos os seus direitos.
Giro pelos Bancos O Itaú Unibanco foi condenado pela 3ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro a pagar indenização de R$ 20 milhões por danos morais coletivos e ressarcir clientes lesados por tarifa indevida, cobrada na compensação de cheques sem fundo. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal do Rio e a sentença tem efeitos para correntistas de todo o Brasil, mas cabe recurso. Os valores foram cobrados ilegalmente, segundo o MPF, e devem ser devolvidos em dobro, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor, com correção monetária e juros compensatórios de 0,5% ao mês. De acordo com a sentença, o Itaú Unibanco deve ainda pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 20 milhões devido à cobrança da tarifa, que rendeu ao banco mais de R$ 64 milhões. A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) não conheceu o recurso do HSBC Bank Brasil - Banco Múltiplo contra decisão que o condenou a pagar R$ 50 mil de indenização por dano moral a um bancário. Demitido sob acusação não comprovada de falta grave, o trabalhador afirmou que o banco emitiu nota, divulgada pela imprensa, informando a demissão de quatro gerentes, três caixas e dois supervisores "em razão da comprovação por terem cometido atos administrativos irregulares".
04
TRINCHEIRA
l a g Le
Aposentados não terão direito à ação
N
a edição 07 do Luta Bancária, publicamos um texto informando a alguns aposentados do BB que poderiam ser beneficiados por ação impetrada pela FAABB. Entretanto, esta semana chegou a informação de que o conteúdo da nota não procede. Publicamos abaixo a íntegra da nota publicada pela AFABB RN explicando o ocorrido. Pedimos desculpas pelo equívoco: Comunicamos aos nossos associados que, infelizmente, não procede a execução de sentença definida nos autos da Ação Civil Pública de iniciativa da FAABB, protocolada em 1999. No transcorrer do Processo o perito do judiciário, equivocadamente, apontou que teríamos direito ao abono de R$ 3.000,00 pagos aos funcionários em atividade e que teria sido negado pela PREVI a aposentados e pensionistas. Somente quando anunciado o início da coleta de adesões à execução é que surgiram evidências de que a PREVI havia pago o abono, não na Folha de Pagamento, mas através de crédito em conta corrente. Por oportuno, comunicamos que a colega Isa Musa não deve ser responsabilizada pelo desfecho do Processo, continuando merecedora da nossa solidariedade, nossa confiança e total apoio para continuar no exercício de seus mandato, cujo trabalho tem sido fundamental na luta em defesa dos aposentados, pensionistas e do funcionalismo do Banco do Brasil. Saudações, JAIR ANTUNES DE LIMA (presidente) e EDMUNDO EUGÊNIO DANTAS FILHO (vice-presidente Social e de Atividades Funcionais)
E
m audiência no Tribunal Regional do Trabalho no dia 27 de março, a Caixa não apresentou uma proposta formal sobre a ação da VP GIP da Caixa. Com isso ficou marcada uma nova audiência para o dia 30 de abril em que, espera-se, a Caixa faça a proposta formal. A ata completa da audiência você pode acessar no site do Sindicato.
Independente e de luta
Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 | 3213-4514 | 3213-3020 | 3213-2831 // FAX: (84) 3213-5256
Pegadinhas
da língua portuguesa
EMPREGO CORRETO DE ALGUMAS EXPRESSÕES Por João Bezerra de Castro
Eis alguns exemplos do uso correto de expressões que fazem parte da nossa comunicação. .Alto e bom som: Segundo Domingos Paschoal Cegalla e outros gramáticos, essa é a expressão original e correta, sem a preposição em (*em alto e bom som). Equivale a em voz alta e clara, sem medo de ser ouvido; sem rodeios; sem segredos; claramente: A candidata disse alto e bom som que seu opositor iria privatizar a Caixa Econômica Federal. / Os ministros proclamaram alto e bom som: a inflação está controlada. Obs.: Bons dicionários (Aurélio, Houaiss e Aulete) registram também, ao lado da forma considerada correta pelos gramáticos, a expressão com a preposição “em”. Para Cegalla, a deturpação se deve, provavelmente, à influência de em alta voz. .Círculo vicioso: Essa é a expressão correta, e não *ciclo vicioso. Significa série sucessiva de ideias ou fatos negativos ou que sempre retornam ao ponto crítico inicial; impasse; beco sem saída: Na lógica tradicional, aristotélica, designa uma falha lógica que consiste em definir ou demonstrar uma proposição A por meio de outra B, cuja definição ou demonstração, por sua vez, depende de A. Eis um exemplo citado pelo Professor Pasquale: “Gera-se assim um círculo vicioso do pessimismo. As coisas não andam porque ninguém confia no governo. E ninguém confia no governo porque as coisas não andam”. Para que haja a estrutura de um verdadeiro círculo vicioso, o que é causa passa a ser consequência, e o que é consequência passa a ser causa. Antônimo: círculo virtuoso. .Era uma vez: Significa “há muito tempo”; “numa certa ocasião”. Essa expressão serve para iniciar histórias, especialmente aquelas dirigidas a crianças. Por tradição, mantém-se invariável, ainda quando seguida de substantivo plural: Era uma vez doze bruxas malvadas. Era uma vez dois reis bondosos. .Grosso modo: Como se trata de expressão latina, dispensa a preposição a e deve ser destacada em itálico. Significa de modo grosseiro, genérico ou impreciso; por alto; resumidamente; aproximadamente; sem entrar em pormenores: O promotor explicou, grosso modo, como funcionava o esquema de corrupção. Pronuncia-se grósso módo. .Habeas corpus: Expressão latina = Que tenhas o teu corpo. Ação judicial que objetiva proteger o direito de locomoção lesado ou ameaçado por ato abusivo de autoridade: “O preso foi libertado por meio de habeas corpus”. A expressão completa é habeas corpus ad subjiciendum, e a forma reduzida é habeas. Muitas expressões, de tão repetidas, se tornaram excessivamente desgastas. Por isso, quem deseja se comunicar com fluência e elegância deve evitar expressões do tipo: arrebentar a boca do balão, bola da vez, estar com a corda toda, conquistar o seu espaço, fazer a lição de casa, fazer caridade com chapéu alheio, fechar com chave de ouro, pé na bunda, pelo andar da carruagem, trancado a sete chaves, voz de taquara rachada. Outras, muito em voga, soam oco, e devem ser evitadas. É o caso de *como um todo, muito usada nos meios políticos com o objetivo de dar força ao discurso. Na realidade, serve apenas para inchar a frase. Conselho Editorial Beatriz Oliveira Marcos Tinôco Marta Turra Edição Ana Paula Costa (1235 JP/RN)
Estagiária Juliana Cortês
@bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN
Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares
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