Luta Bancária 24

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BANCÁRIA Nº 24

29 de setembro a 4 de outubro de 2015

Luta

Ano XXX

Jornal do Sindicato dos Bancários do RN

www.bancariosrn.com.br

Independente e de luta

SEJA SÓCIO

CAMPANHA SALARIAL 2015

“Eu não vejo a foto, eu vejo o filme” E

stamos em plena campanha salarial, dialogando e construindo com os bancários e bancárias do RN uma forte greve. Isso mesmo, greve! É o que querem os banqueiros e o combalido governo Dilma. Durante as reuniões que fazemos nas unidades, os carreiristas do Banco do Brasil,continuam alegando que “se eu fizer greve ficarei marcado pelo superintendente e...”. É o que mais se ouve. Há vários anos dizemos que isso é um mito e que o bancário não constrói sua carreira em setembro, mas no cotidiano, de janeiro a dezembro, com profissionalismo e competência, “por meritocracia”, como quer o BB. E mais, que não há solução para as nossas demandas coletivas no campo do individualismo nem do egoísmo. Furar greve pelo carreirismo é esperteza e oportunismo. E

explorar os colegas em luta é um comportamento desleal, indigno, vergonhoso e desonesto. Para provar que as alegações dos carreiristas não vingam, os diretores do Sindicato Gilberto Monteiro, Eduardo Xavier e Wellington Medeiros foram buscar respostas dos superintendentes Raimundo Perez Ferraz Júnior e José Carlos Cavalcanti, e dos gerentes Paulo César (PC), da Gepes Natal, e Rodrigo Firmino Freire Gurgel, da Super-RN. Gilberto Monteiro levou a queixa de alguns bancários no que se refere à condicionante de que, para concorrer a outros cargos, a agência precisa cumprir a etapa ouro no Sinergia. Para os representantes do Banco essa afirmação não é pertinente. Os representantes do Sindicato também indagaram a Raimundo Perez qual política de comissionamento ele adota na seleção para os cargos e se o

candidato é retaliado caso exerça o direito de greve. Raimundo Perez não poderia ter sido mais objetivo: “Eu não vejo a foto, eu vejo o filme”. E, com ênfase, completou: “C-O-M-P-E-T-Ê-N-CI-A”. Mesma opinião têm Cavalcanti e PC. Agora, os carreiristas não precisam mais temer qualquer retaliação, podendo aderir à greve e mostrar, também, que são bons na luta. Não basta ser bom escriturário, caixa executivo, assistente, supervisor, analista, assessor, gerente.... Tem que ser completo, tem que ser bom classista, tem que ser protagonista na luta. É neste momento que os bancários necessitam estar unificados e solidários para melhor precificar a sua mão de obra. E o preço é a nossa pauta de reivindicações, não apenas o percentual de reajuste. Todos à greve!

CONVOCAÇÃO

ASSEMBLEIA GERAL Dia 5 de outubro de 2015, segunda-feira, às 18h30

No Auditório José Campelo Filho | Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis PAUTA: DELIBERAR SOBRE A GREVE A PARTIR DO DIA 6!


Opinião

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Editorial Não ao golpe da Contraf CUT

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ais uma vez a Contraf CUT vem se mostrando um grande instrumento de manobra usado para defender o governo do PT. Dessa vez, frente ao elevadíssimo lucro do setor bancário, a Contraf atrasou enquanto pôde o calendário de mobilização. Na última sexta-feira, 25 de setembro, a Fenaban apresentou como proposta aos bancários um reajuste de 5,5% mais um abono de R$ 2.500. Uma afronta aos trabalhadores do setor que somente no primeiro

semestre deste ano lucrou R$ 36,3 bilhões. Um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado somente entre os cinco maiores bancos que operam no País (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa). Se levarmos em consideração que além do fator econômico tivemos mais quatro rodadas de negociação visando debater saúde do trabalhador, metas abusivas, segurança, isonomia, igualdade e liberdade sindical e em todos os casos a

Fenaban preferiu fazer vistas grossas e não apresentar nenhuma proposta concreta para solucionar os problemas enfrentados pela categoria, é notório o interesse da Confederação em defender o Governo. E este enfrenta um desgaste político criado por suas próprias escolhas e por isso mesmo os trabalhadores não podem ser responsabilizados pela crise. Banqueiros e governo só entendem uma linguagem: É GREVE!

Um instrumento da luta dos trabalhadores

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Sindicato dos Bancários do RN inaugurou na noite de 25 de setembro o auditório José Campelo Filho. O espaço será um instrumento de luta dos trabalhadores, como bem destacou o diretor de formação política Juvêncio Hemetério Filho. Ele justificou a escolha do nome de José Campelo para designar o auditório dos bancários do RN. Campelo era presidente do Sindicato em 1964 quando a Entidade sofreu intervenção da ditadura civilmilitar, foi preso e torturado e teve seus direitos políticos cassados por 10 anos. A direção do SEEB RN teve muita identificação com Campelo após ler o relatório Veras (publicação do DHNET) em que Campelo, em resposta a seu inquisidor, diz ‘‘que é materialista dialético: que verificou que no regime socialista as possibilidades de solução de muitos problemas nacionais; esclarece que pessoalmente não necessitava daquela solução, mas sim, para os outros que não

possuíam condições iguais ao respondente’’. O auditório estará à disposição de oposições combativas e de luta sem a cobrança de taxas e, principalmente, servirá de casa para os bancários do RN em sua Campanha Salarial. Os bancários do RN agora terão um local adequado para discutir estratégias de luta contra banqueiros e governo. Solenidade A solenidade de inauguração contou com a presença do deputado estadual cassado e contemporâneo de Campelo, Floriano Bezerra; do expresidente do SEEB RN Horácio Paiva e ainda a da filha de Campelo, Ana Júlia Targino Campelo. Os diretores Marta Turra e Juvêncio Hemetério representaram a atual gestão na mesa da solenidade enquanto o diretor Gilberto Monteiro com a esposa de Campelo, Marli Campelo, e sua filha Ana Júlia, realizaram o descerramento da placa.


Bancos

Opinião * Por HERMÍNIO SOBRINHO Atual Diretor Regional da ANABB no RN Conselheiro Fiscal da AFABB RN Coordenador do Conselho de Usuários da CASSI RN

ELEIÇÕES GERAIS 2015 DA ANABB (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL) De 01.10 a 03.11.2015 HERMÍNIO SOBRINHO - CANDIDATO AO CONSELHO DELIBERATIVO COM O Nº 160 POR UMA ANABB DOS E PARA OS ASSOCIADOS, PEÇO OS SEUS VOTOS E APOIOS.

P

rezados (as) Colegas Associados (as) da ANABB,

Nesta eleição vocês terão a oportunidade de, com seus votos, escolherem os candidatos que irão compor nos próximos quatro anos o Conselho Deliberativo (21), Conselho Fiscal (3 titulares e 3 suplentes), Diretorias Regionais (66) e Representantes de Agências (1 titular e 1 suplente por agência). Apresento como currículo um histórico de lutas de 35 anos em defesa dos legítimos interesses do funcionalismo do Banco do Brasil, atuando no movimento sindical e em entidades associativas. Experiência acumulada pelo trabalho realizado com coerência, ética e transparência. Por duas vezes Diretor Estadual e como atual Diretor Regional da ANABB no RN acumulei a experiência da convivência com as bases dos associados, ouvindo suas críticas e sugestões; buscando soluções; atendendo, defendendo e

encaminhando as suas demandas às esferas superiores e competentes; sabendo de suas necessidades e das suas expectativas em relação à atuação da ANABB, e cobrando que seja cumprido o seu objetivo maior que é a defesa dos legítimos interesses dos associados. Sempre atuei na defesa intransigente dos interesses coletivos do funcionalismo em geral e dos associados da ANABB nas relações e nas discussões sobre CASSI, PREVI e nos embates com o Banco do Brasil. Entro nesta disputa com um grupo de colegas Diretores Regionais candidatos ao Conselho Deliberativo que comungam dos mesmos ideais e objetivos, e para os quais peço prioridade dos seus votos: 100 - ADELMO VIANA GOMES, 125 - CELSON MATTE, 221 – PEDRO CARVALHO MARTINS e 238 – SÉRGIO WERNECK, e para o C o n s e l h o F i s c a l 3 11 FRANSCISCO MARIQUITO. Mais uma vez peço os seus VOTOS DE CONFIANÇA para continuar nesta luta, agora no Conselho Deliberativo da ANABB. Meu compromisso é com vocês associados, e com uma gestão desatrelada totalmente de interesses e benefícios grupais e pessoais. Para Diretor Regional da ANABB no RN apoio e conto com os seus votos ao nome do companheiro de lutas DAMIÃO CASADO DE REZENDE - Nº 591, para continuar e avançar com o nosso trabalho.

03

A RAPOSA E A SARÇA

U

ma raposa estava escalando uma cerca. Ao escorregar, foi cair em cima de uma sarça. Os espinhos deixaram suas patas sangrando e, louca de dor, ela disse para o arbusto: - Pobre de mim! Esperava de ti socorro e só fizeste aumentar minhas dores. A sarça respondeu: - Que engano o teu, quereres te agarrar em mim quando sou eu que tenho o hábito de agarrar os outros. Pobre de quem vai pedir ajuda a quem só sabe fazer o mal. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

Em três anos, tarifa bancária subiu nove vezes mais que a inflação

A

s tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do país nos últimos três anos cresceram até 169%, percentual 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período, mostra a associação de consumidores Proteste. O levantamento comparou as tarifas das cestas informadas nas tabelas das próprias instituições bancárias. O maior aumento foi na cesta Exclusive Fácil (antiga Conta Fácil Bradesco Super) do Banco Bradesco, que em 2013 custava R$ 23 mensais, e no próximo mês passará a custar R$ 61,90. O consumidor terá um custo anual de R$ 742,80, ou seja, R$ 466,80 a mais que em 2013. No levantamento, também foram encontrados pacotes de serviços com valores de até R$ 74 mensais, como o cobrado pelo Banco Santander na cesta de serviço Van Gogh Max. O custo anual do pacote soma R$ 888. A pesquisa verificou tarifas dos bancos Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander. A Proteste lembra que os bancos têm obrigação de divulgar o valor de todas as tarifas e taxas cobradas, além de deixar claro quais serviços estão inclusos nos pacotes oferecidos. Fonte: Agência Brasil


´E Grave? So´ com greve!

O

s bancários do RN decidiram em assembleia na noite de 28 de setembro entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 6 de outubro (terça-feira). Os bancários entendem que não há outra linguagem que os banqueiros entendam que não a greve. A pauta foi entregue no início de agosto e apesar de cinco rodadas de discussão, infelizmente a Fenaban não se dignou a apresentar uma proposta justa à categoria. A proposta é de apenas 5,5% mais um abono de R$ 2.500, um retrocesso aos tempos de FHC em que os bancários viram seus salários se deteriorarem sem reajuste e maquiados por abonos. A luta é pelo fim do assédio moral, contratação de mais bancários, reposição das perdas, fim da terceirização, fim da mesa única, projetos que visem a melhoria da saúde do trabalhador e estabilidade no emprego. É preciso construir um movimento organizado e coeso. A participação da categoria nas comissões de esclarecimento na porta dos bancos é de fundamental importância para que a greve seja forte e conquiste um reajuste justo e abra novamente as negociações para os demais pontos.

Independente e de luta

Básica

04

Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 | 3213-4514 | 3213-3020 | 3213-2831 // FAX: (84) 3213-5256

Pegadinhas

da língua portuguesa

COBOGÓ OU COMBOGÓ? Por João Bezerra de Castro

A resposta certa à pergunta acima é: as duas formas são corretas. Trata-se da denominada variante ortográfica (ou variante gráfica), isto é, cada uma de duas ou mais ortografias admitidas para uma mesma palavra, sem variação do sentido. A variante ortográfica não deve ser confundida com a variante prosódica, pois esta se refere a cada uma de duas ou mais pronúncias da mesma palavra, em relação à posição da sílaba tônica. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa registra, por exemplo, as formas homilia e homília como substantivos femininos. Quanto ao substantivo cobogó, transcrevemos quatro definições para que os leitores verifiquem algum tipo de incoerência entre os dicionaristas e, se assim desejarem, construam uma definição que lhes seja mais conveniente: Cobogó (co.bo.gó) sm. Arq. Cons. Peça de construção vazada, feita de cerâmica, cimento, gesso etc., utilizada em paredes e fachadas com o fim de obstruir a incidência direta dos raios solares mas permitir a ventilação e a entrada de luz natural [Formação: Das iniciais dos sobrenomes Coimbra, Boeckmann e Góis (possivelmente dos engenheiros que iniciaram o uso desse tipo de elemento vazado, em PE, nos anos 1930). Variante: combogó.] (Novíssimo AULETE) Cobogó [Das iniciais dos sobrenomes dos engenheiros (Co)imbra, (Bo)eckmann e (Gó)is.] S.m. Const. Elemento vazado, de cerâmica ou de cimento, empregado na construção de paredes perfuradas, para proporcionar a entrada de luz natural e de ventilação. [Forma paralela: combogó.] (Novo Dicionário Aurélio) Cobogó s.m. ARQ CONSTR. Brasil tijolo perfurado ou elemento vazado, feito de cimento utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas, com a função de quebra-sol ou para separar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação; combogó. Etimologia iniciais dos sobrenomes dos engenheiros Coimbra, Boeckmann e Góis. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa) Cobogó s.m. (o) Arquitetura Tijolo furado ou elemento vazado, feito de concreto ou de cerâmica, usado para separar o interior do exterior, sem impedir a entrada de claridade e de ar. Variante: combogó. Foi inventado por três arquitetos brasileiros, na primeira metade do século, que o batizaram com a união de suas iniciais: Coimbra, Boeckmann e Góis. (Grande Dicionário Sacconi) Observação: Existe o substantivo masculino cabocó. Definição, segundo o Dicionário Aurélio: 1. Pequeno canal, calha ou levada, por onde corre a água que sai dos cubos das rodas hidráulicas, em engenho de cana; cobocó, covocó, cavouco. 2. Variedade de queijo, tipo prato, de feitio aproximadamente esférico. Conselho Editorial Marcos Tinôco Beatriz Oliveira Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração Brum

Estagiária Juliana Cortês

@bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN

Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares

Independente e de luta

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