Luta Bancária 26 de 2016

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BANCÁRIA Nº 26

14 a 20 de novembro de 2016

Luta

Ano XXXI

Jornal do Sindicato dos Bancários do RN

www.bancariosrn.com.br

Independente e de luta

SEJA SÓCIO

DIA 25: GREVE GERAL

A

Av. Salgado Filho foi tomada por manifestantes em um grande ato unificado realizado na manhã do dia 11 de novembro. A mobilização faz parte da jornada de lutas contra os ataques que os estudantes, trabalhadores e aposentados vêm sofrendo do governo Temer. Como se não bastasse o índice de desemprego que atinge 22 milhões de pessoas (dados do IBGE), Temer e seus comparsas querem retirar direitos trabalhistas e sociais históricos, limitar a juventude estudantil sem as mínimas possibilidades de acesso à educação básica, além de congelar os investimentos em áreas importantes para a população brasileira, como educação, saúde e segurança. O Sindicato dos Bancários participou do ato junto a outras entidades e estudantes, passando pela Caern, em

apoio à luta contra a privatização da Companhia de Águas e Esgotos do RN. Logo em seguida os manifestantes seguiram em direção ao estádio Arena das Dunas, onde estudantes e trabalhadores gritavam palavras de ordem contra o governo Temer, grandes empresários e banqueiros que se utilizam do dinheiro público para lucrar ainda mais. Para Gilberto Monteiro, coordenador-geral do SEEBRN, “Somente a união da classe trabalhadora nas ruas, a unidade das lutas, para combater os grandes ataques que estão sendo anunciados e preparados pelo Governo Temer. Mas não só o governo federal, como também o governo municipal e estadual que têm trazido aos servidores públicos grandes transtornos”.

ASSEMBLEIA 17 DE NOVEMBRO A categoria deve se preparar para a GREVE GERAL contra a PEC 55, terceirização da atividade-m e reformas trabalhista e previdenciária. Participe da Assembleia e ajude a construir o movimento.


Opinião

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Editorial

avanços da pec 55 coloca em risco direitos sociais

Charge

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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, no dia 9 de novembro de 2016, o relatório do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) favorável à Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos. O placar da aprovação foi de 19 votos favoráveis e sete contrários. Após aprovarem o texto-base, os senadores da comissão rejeitaram um destaque ao texto e preservaram o conteúdo da proposta aprovada pela Câmara. O destaque queria estabelecer um referendo popular para determinar se a proposta entraria ou não em vigor. Afinal, democracia pra quê? A crise fiscal brasileira é sobretudo uma crise de arrecadação econômica e as desonerações fiscais sem contrapartida concedidas pelo governo e ampliadas pelo Congresso. Ou seja, uma crise do Sistema ampliada pela política de endividamento público. A medida estabelece que as despesas da União só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior e é considerada pelo governo um dos principais mecanismos para tentar reequilibrar as contas públicas do país. Entretanto, a ‘‘PEC do fim do mundo’’ vai afetar a parcela mais pobre da sociedade, limitando investimentos em saúde, segurança e educação. A ideia é criar o cenário ideal para aumento dos lucros dos banqueiros com consequente retirada de direitos dos trabalhadores. Há muitas outras opções que passam pela elevação de impostos sobre os que hoje quase não pagam (os mais ricos têm mais de 60% de seus rendimentos isentos de tributação segundo dados da Receita Federal), o fim das desonerações fiscais que até hoje vigoram e a garantia de espaço para investimentos públicos em infraestrutura para dinamizar uma retomada do crescimento. Mas para o governo, o mais importante é jogar a crise nas costas do trabalhador!

O LEÃO E O GOLFINHO U

m leão que perambulava por uma praia cruzou com o olhar de um golfinho. Logo convidou-o a se juntar a ele. —Eu e tu faremos uma dupla perfeita, pois reinaremos, tu sobre os animais marinhos, e eu sobre os terrestres. O golfinho aprovou com alegria essa ideia. Ora, o leão mantinha de longa data uma guerra contra um touro selvagem. Pediu então a ajuda do golfinho. Mas este, por mais que tentasse sair da água, não conseguia, e o leão acusou-o de traição. O golfinho respondeu: —Não me acuses, é minha natureza que me faz viver na água e não me permite pisar em terra firme. Devemos escolher aliados que possam nos socorrer em hora de perigo. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.

Inscrições abertas para o curso de CPA 10

O

Sindicato dos Bancários do RN está recebendo inscrições para os interessados no curso de CPA-10. A previsão de início das aulas é 22 de novembro com o professor Roberto Sérgio. Mais informações com Helena, no Sindicato: 3213-0394


Bancos BB Midway Mall e Escritórios de Negócios: o que fala a Superintendência sobre essas unidades

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indicato solicitou uma reunião com a Superintendência do Banco do Brasil do RN e com a Gepes Natal para conversar sobre o fechamento da agência Midway e da criação dos Escritórios de Negócios que em breve estarão funcionando. Participaram da reunião Ronaldo Alves de Oliveira e Rodrigo Firmino, superintendente e gerente de negócio, respectivamente, e Paulo César Neto, gerente da Gepes. Pelo Sindicato os diretores Paulo Eduardo Xavier, Wellington Medeiros e Gilberto Monteiro. O diretor Gilberto levou aos representantes do Banco do Brasil a inquietação dos bancários com relação às mudanças que estão por vir no âmbito do Estado, especialmente com relação ao fechamento da agência Shopping Midway Mall. O diretor perguntou objetivamente ao superintendente Ronaldo se algum dos funcionários envolvidos nessa movimentação iria ser prejudicado, por exemplo, com a perda da função. O superintendente nos garantiu que todos os comissionados serão realocados na mesma função em outras unidades do Banco, informando, inclusive, que o assunto já foi conversado com os funcionários daquela agência. Em sintonia com o superintendente Ronaldo, Rodrigo Firmino e Paulo César confirmaram que nenhum funcionário sairá prejudicado em virtude do encerramento do prefixo 4717-1. Com relação às movimentações envolvendo a nova unidade Escritório de Negócios, os representantes do Banco também afirmaram que os empregados podem ficar tranquilos que ninguém sofrerá qualquer prejuízo com as mudanças. Esperamos que as afirmações do Banco se concretizem e que, de fato, nenhum bancário ou bancária venha a perder a sua função.

STF adia julgamento da terceirização e não define data

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o dia 9 de novembro a ministra Carmen Lúcia, do STF, decretou o fim da sessão sem que o plenário tivesse debatido o tema da terceirização. A ministra informou que uma nova data será divulgada no dia 16/11. Os ministros do Supremo devem definir a procedência da extensão da expressão “atividade-fim”, ao analisar o pedido da CENIBRA (empresa de produção de celulose) que pretende contratar outra empresa para atividades de florestamento e reflorestamento. O processo tramita no STF como Recurso Extraordinário 958252 e pode derrubar decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que definiu a terceirização praticada pela Cenibra (Empresa Brasileira de Celulose) como “transferência fraudulenta e ilegal” de mão de obra.

03

Sindicato ajuíza ação contra desconto do Imposto de Renda no abono

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SEEB-RN, através de sua assessoria jurídica, ajuizou ação contra a União por considerar indevido o desconto do Imposto de Renda sobre o abono salarial recebido após a greve. Não é justo que, além de terem seus salários corroídos sem a devida reposição da inflação, os bancários sejam punidos com outras formas de desconto. Para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o abono é verba indenizatória, logo não deveria incidir sobre ele desconto de imposto de renda. O assunto, porém, é controverso, mas o SEEB-RN lutará para resguardar o direito dos bancários.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Estado do Rio Grande do Norte, entidade sindical com sede na Av. Deodoro, 419, Petrópolis, Natal/RN, por seu Coordenador-Geral, no uso de suas atribuições legais, convoca todos os seus associados, quites com suas mensalidades e que estiverem no gozo dos direitos sociais conferidos no seu Estatuto, para a Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 17/11/16, às 18h, em primeira convocação, e às 18h30min, em segunda convocação, na sede do Sindicato dos Bancários RN, para discutir e deliberar sobre a seguinte ordem do dia: 1) Indicativo de Greve Geral no dia 25/11/16; 2) Escolha dos delegados para Encontro da FNOB que será realizado nos dias 3 e 4/12/2016 na cidade de Porto Alegre (RS); 3) Discutir sobre a liberação, com ônus para o Sindicato, de dirigente sindical. Natal(RN) 11 de novembro 2016. Gilberto Monteiro


Livro

04

Pegadinhas da Língua Portuguesa II nas agências

O

Sindicato dos Bancários do RN continua visitando as agências da capital e interior fazendo a entrega do livro Pegadinhas da Língua Portuguesa II.

BB Macaíba

BNB Macaíba

Bradesco Macaíba

Caixa Macaíba

BB Igapó

BB Igapó

BB Igapó

BB São Gonçalo do Amarante

BNB São Gonçalo do Amarante

BB Nordestão

Caixa São Gonçalo do Amarante

Caixa São Gonçalo do Amarante

Caixa São Gonçalo do Amarante


Bancos

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20 de novembro: Dia Nacional da Consciência Negra e m consequênc ia de sua morte. A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois e s t e personagem histórico representou a luta do negro contra dia 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos, decorrentes do processo de escravidão do período colonial. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares,

O

a escravidão. Entretanto, a luta do povo negro continua. As pesquisas sobre racismo são unânimes em afirmar que, no Brasil, não há democracia racial e que os temas da desigualdade social e discriminação por causa da cor da pele estão diretamente ligados à

educação, à cultura e à formação pessoal e profissional. Um exemplo claro é a presença dos negros em instituições bancárias. Pesquisa encomendada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em 2008 apontava que naquele ano apenas 12% dos funcionários dos bancos da cidade de São Paulo eram negros. Já em 2014, o número subiu para 16%, mas o índice está abaixo do aceitável, uma vez que os negros correspondem a 53,7% da população. Dentre os que conseguem entrar no mercado, apenas 26% dos bancários negros conseguem ser promovidos nos bancos. A data deve construir o debate em cima desses temas e saídas para diminuir com maior velocidade a desigualdade devido a cor da pele.

Bradesco: para uns, um Natal Luz, Clima de terror na Aymoré para outros, um chicote de couro

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s metas impostas pelos bancos estão cada vez mais absurdas e o Sindicato dos Bancários já denunciou inúmeras vezes as estratégias assediadoras utilizadas pelos gestores para alcançá-las. Não bastasse isso, agora o Bradesco inventou um incentivo para os gestores: diretor, gerente regional e alguns gerentes que baterem as metas de consórcio do ano até o dia 15 de novembro (ou seja, aquela que deveria ir até o final de dezembro), ganharão uma viagem para o Natal Luz de Gramado (RS). Para uns, a viagem, para outros, o chicote. Para conquistar a tão almejada viagem, regionais e gerentes têm colocado o chicote pra cantar nas agências. O Sindicato lembra que assédio moral é crime e que está vigilante para coibir essa prática. O prêmio pode até ser bom, desde que não passem por cima dos limites dos colegas para conquistá-lo.

A

F i n a n c e i r a Ay m o r é iniciou alguns desligamentos no último mês e tem deixado os colegas apreensivos. Por enquanto não há notícia de novas demissões, mas a insegurança entre os trabalhadores é grande. É importante que os colegas mantenham-se vigilantes e avisem o Sindicato sobre qualquer abuso. Em momentos de crise a conta só sobra para o trabalhador.


Pegadinhas

Bancários debatem déficit na CASSI

da língua portuguesa COMENTÁRIOS SOBRE O USO DO ACENTO GRAVE NO “A” DAS LOCUÇÕES Por João Bezerra de Castro

No texto anterior (COMENTÁRIOS A RESPEITO DO EMPREGO DO ACENTO GRAVE NO “A”), tratamos do emprego do acento indicador da crase: a + a/as ou a + aquele, aquela e aquilo. Neste, apresentamos algumas frases em que o acento grave no “a” sinaliza a preposição “a” das locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas. 1. Há consumidores que só fazem compras à vista. Comentário: O uso do acento grave no “à” das locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas é ponto divergente entre os mestres da língua portuguesa: uns afirmam que se não há o artigo definido “a” antes do substantivo feminino, não há crase, portanto não se acentua. Por outro lado, existem autores que defendem o uso do

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Sindicato dos Bancários do RN realizou na noite de 10 de novembro, no Auditório José Campelo Filho, um debate sobre o rateio do déficit da CASSI. Entre os participantes estavam Ângelo Argondizzi, conselheiro Fiscal eleito da CASSI, defendendo o NÃO ao referendo do Banco; e o aposentado do BB, Hermínio Sobrinho defendendo o SIM. O Sindicato convidou o Banco para participar, mas, apesar da confirmação do superintendente de que iria enviar um representante, o Banco do Brasil optou por fugir do debate O plebiscito sobre a aceitação ou não da proposta de rateio do déficit da CASSI foi marcado a toque de caixa pelo Banco para ser iniciado a partir do dia 11/11. Tudo isso foi definido unilateralmente pelo presidente da Caixa de Assistência e DIPES e comunicado no dia 9, via boletim. Tanto o Conselho Deliberativo da CASSI quanto os diretores eleitos sequer foram consultados sobre estes prazos. Hermínio foi o primeiro a defender seu ponto de vista baseado em alguns argumentos: o estatuto não será alterado, o memorando já foi assinado pelas entidades representativas e a contribuição é transitória e emergencial. “Como tirar a Cassi da situação que está hoje? Não há alternativa, nem proposta de sustentabilidade de médio e longo prazo. É emergencial dar uma sobrevida à Cassi”, afirmou. Já Ângelo foi taxativo na defesa do NÃO e argumentou com base na história das últimas mudanças estatutárias (96 e 07) que claramente prejudicaram os bancários e tiraram da empresa parte da obrigação com a saúde dos funcionários. “Banco de mercado com espírito público, esse espírito já desencarnou desse corpo há muito tempo. Quer tirar aposentados e que os ativos contribuam sozinhos. O aporte extraordinário sequer segue a paridade. O Banco busca se desresponsabilizar da saúde dos funcionários e concorrer com o mercado”, destacou. A maior parte dos presentes destacou falhas no memorando que será votado no plebiscito sobre o rateio do déficit e reafirmou a posição com o NÃO.

acento grave nas locuções formadas de substantivos femininos, mesmo que se trate da simples preposição “a”, por motivo de clareza. Sobre a frase “compras à vista”, o Professor Sacconi afirma que o uso do acento grave no “a” não é obrigatório e esclarece o seu ponto de vista: “No português do Brasil se tornou tradição usar acento no “a” antes de palavra feminina, nas locuções, mesmo nos casos em que não ocorre a crase”. E acrescenta: “Se você usar o acento aí estará conforme à tradição da língua portuguesa usada no Brasil; se você não usar o acento, estará correto também, porque esse não é um caso de crase. Tanto não é que, se substituirmos à vista por a prazo, o artigo “o” (de prazo) não aparece”. Como o acento grave, nesse caso, é utilizado apenas para assinalar a loc. adv. (à vista), e não o encontro de a + a, ele é opcional. 2. “Homem pinta a máquina.” Comentário: Na fala, essa frase é ambígua, ou melhor, admite dupla interpretação. Na escrita, a ambiguidade é desfeita com o emprego do acento grave no “a”. Sem acento, a forma verbal “pinta” não pede a preposição “a”: A máquina é pintada pelo homem. Com o acento, significa que o pintor utiliza a máquina como instrumento de trabalho: ele pinta com máquina. Assim, o acento grave no “a” é um imperativo de clareza. 3. A noite, é preciso ter muito cuidado ao sair de casa. Comentário: A frase só será perfeita com o acento grave no “à”. A locução adverbial “a noite” exprime circunstância de tempo. Por isso, deve conter a preposição “a”. O substantivo feminino “noite” indica tempo determinado em oposição a “manhã”, “tarde”, isto é, deve ser antecedido do artigo feminino “a”. Portanto, a frase correta exige o acento grave no “à”: À noite, é preciso ter muito cuidado ao sair de casa. 4. O feitor cometeu um crime cruel: matou o escravo à fome. Comentário: Há diferença de sentido entre “matar a fome” (saciar a fome) e “matar à fome” (matar à mingua). Por motivo de clareza, usa-se o acento grave no “à”: à fome. Observações: 1. Quando não se trata de crase, a tradição é acentuar o “a” nas locuções que exprimem circunstâncias, mesmo que o uso seja facultativo. 2. Impossível o “à” diante de substantivo plural. Se tais locuções começam com “às”, o acento é obrigatório: às claras. 3. Com substantivos masculinos, não se usa “à”. Por isso: a bordo, a frio, a granel, a jato, a nado, a óleo, e assim por diante, sem acento.

Independente e de luta

Básica

06

Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP: 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 | 3213-4514 | 3213-3020 | 3213-2831 // FAX: (84) 3213-5256

Conselho Editorial Eduardo Xavier Gilberto Monteiro Matheus Crespo Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração BRUM e Luiz Renato Almeida

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Estagiária Juliana Cortês Impressão Unigráfica Tiragem 4.4 mil exemplares

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