Básica
Filiado a`
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bancária Publicacao do RN ´ , ~ do Sindicato dos Bancarios Ano XXXIII
Nº 01 08 a 14 de janeiro de 2018
PRECISAMOS DERROTÁ-LA
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m meio às festas de nal de ano, o governo Temer segue a todo o vapor nas negociatas para tentar aprovar a Reforma da Previdência, cuja votação está prevista para 19 de fevereiro. Não vamos baixar a guarda e 2018 vai começar com luta para impedir esse grave ataque. Pa r a t e n t a r
convencer a população da Reforma da Previdência, o governo está usando o discurso de que o novo texto é mais “enxuto” e “ataca privilégios”, mantendo direitos. Uma grande mentira! A proposta de mudança na Previdência é um gravíssimo ataque que acaba com o direito à aposentadoria dos brasileiros. Na prática, a
maioria dos trabalhadores – que começa a trabalhar muito cedo, mas enfrenta o d e s e m p r e g o , a informalidade e contratos de trabalho precários ao longo da vida–, não conseguirá nunca mais se aposentar. Juntamente com a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência é uma reivindicação histórica do chamado “mercado”.
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Isso porque o objetivo desses setores é retirar recursos da Seguridade Social, da qual a Previdência faz parte, para destinar ao pagamento da Dívida Pública (que benecia esses mesmos setores). É preciso organizar desde já a Greve Geral que pare o país para barrar essa reforma.
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humor e Reflexão
editorial
A SERVIÇO DE QUEM?
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desembargadora Judite Nunes acatou p e d i d o d a Pr o c u r a d o r i a - G e r a l d o Estado e considerou ilegal a ‘‘greve’’ das polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte. Na decisão, ela determinou que os policiais retomem imediatamente suas funções. Em caso de descumprimento, as associações e sindicatos que representam as categorias podem ser punidas. As multas vão de R$ 2 mil a R$ 30 mil. Os trabalhadores mantiveram a Operação Padrão que vêm fazendo devido à falta de pagamento e também à falta de estrutura da segurança pública do nosso Estado. A Justiça, mais uma vez, a serviço da burguesia e seus interesses. Há 22 meses
o Governo do Estado vem atrasando os salários dos servidores. O mais básico para qualquer trabalhador e sua família, a sua sobrevivência. E até agora a Justiça não deu qualquer punição ao Estado. Essa é uma prova de q u e a L e i d e Responsabilidade Fiscal é algo que só serve para punir trabalhador, uma vez que o Governo, mesmo sem cumprir o elementar, não foi punido por nada. Por isso defendemos que nossas chas não devem ser depositadas na Justiça que muitas vezes está a serviço dos interesses do capital. Criticamos a PM quando agride os trabalhadores, defendendo o s p a t r õ e s , m a s reconhecemos a justeza das reivindicações e sua disposição de luta.
fábula
O ASNO E O JARDINEIRO m asno a serviço de um jardineiro comia pouco e
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trabalhava muito. Ele pediu a Zeus que o libertasse de seu cativeiro fazendo-o trabalhar para um outro patrão. Zeus o ouviu e ele foi vendido a um oleiro. Mas, de novo, o asno reclamou: carregava ao mesmo tempo terra e barro, de modo que seu fardo era maior ainda que antes. Pediu uma vez mais para mudar a situação e foi vendido ao dono de um curtume. E eis que ele caiu de novo nas mãos de um patrão pior que os anteriores. Ao ver o trabalho que tinha de fazer, o asno dizia gemendo: —Pobre de mim! Por que não quei com meus primeiros donos! Este, pelo que estou vendo, terminará me tirando a pele! Um novo chefe faz lembrar com saudade o antigo. Fonte: Fábulas de Esopo (2013), Coleção L&PM POCKET, vol. 68.
BB É OBRIGADO A FAZER CONCURSO PÚBLICO PARA CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR
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Justiça do Tr a b a l h o decidiu, em ação civil pública (ACP) movida pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF): o Banco do Brasil S.A. não pode realizar concurso interno para ascensão na carreira, devendo promover certame público com a previsão especíca para as funções que o banco deseja contratar. A ação é fruto de investigação do MPT, a qual constatou a prática ilícita no Banco do Brasil. Até então, os cargos de nível superior como os de advogado, engenheiro, arquiteto, entre outros, eram providos por meio de seleção interna. Contudo, os empregados que concorrem a essas vagas foram aprovados em concurso de nível médio, para o cargo de escriturário. “É evidente que não se pode considerar progressão na carreira o fato de que um escriturário (nível médio), após mera promoção passe a desempenhar as funções de engenheiro ou advogado (nível
superior), por exemplo. Não há nenhuma anidade entre as atividades, o nível de especialidade e a formação exigidos são totalmente diversos”, explica o procurador Sebastião Vieira Caixeta. O relator do processo, desembargador Ribamar Lima Júnior, concordou com a tese ministerial e lembrou que, mesmo “promovido” a uma função de nível superior, com alto grau de subjetividade, o empregado ca sujeito, a qualquer tempo e a critério da instituição, a ser “devolvido” ao cargo de escriturário. “Não posso discordar do MPT quando diz que o procedimento caracteriza ‘enviesada ascensão funcional’, pois está claro que engenheiros, arquitetos, contadores, analistas de TI e advogados, por exemplo, não podem ser considerados integrantes da mesma carreira administrativa dos escriturários, daqueles se exigindo trabalho totalmente diverso, geralmente mais complexo e/ou estratégico e, ainda, escolaridade superior”. Para o magistrado, “mesmo que se considerasse que a carreira é única, forçoso seria reconhecer que
apenas alguns, em detrimento de outros, conseguem, simplesmente, a s c e n d e r, s e m n e c e s s i d a d e d e concorrer com todo e qualquer interessado na vaga. E observe-se que mesmo estes privilegiados, que não realizam, necessariamente, um trabalho de especial dúcia, podem perder a vantajosa situação a qualquer momento, ao livre arbítrio de seu empregador”, concluiu. Efeitos ex nunc A Terceira Turma do TRT-10 reformou a Sentença anterior – a qual determinava o retorno de todos os empregados ao cargo de escriturário e a realização de concurso público para provimento das vagas de nível superior –, por entender que “muitos empregados já ocupam a função há décadas, consolidando - se uma estabilidade nanceira e social que não pode ser desconsiderada”. Outro argumento utilizado é de que a determinação causaria ao banco um “grave e incontornável caos administrativo”, pois a instituição necessitaria de algum tempo para recrutar e treinar novos trabalhadores. Com o novo julgado, a
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decisão passa a conferir efeitos ex nunc – a partir de agora –, não afetando os empregados que atualmente ocupam as funções de nível superior. Liminar O acórdão da terceira turma declarou nula a norma interna do banco que dá suporte às designações irregulares para o exercício de cargos de nível superior. Pa r a o d e s e m b a r g a d o r Ribamar Lima Júnior, “não mais poderão ser designados escriturários para ocupar funções especícas de nível superior com amparo nessa instrução normativa, a partir do julgamento destes recursos”. O MPT conseguiu a antecipação de tutela para proibir, desde já, a nomeação de escriturários para as prossões de nível superior, devendo haver prévia aprovação em concurso público para a área especíca. Se descumprir o comando judicial, o banco pagará multa diária de R$ 5 mil. (As informações são do MPT DF/TO)
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SINDICATO DENUNCIA PRÁTICA ILEGAL AO PROCON
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o dia 27 de dezembro o Sindicato dos Bancários do RN esteve no Procon estadual para fazer uma denúncia formal contra o Banco do Brasil que, de forma impositiva e inibidora da ação de escolha dos consumidores, vem orientando seus funcionários a não receber boletos acima de R$ 2 mil. E m p e t i ç ã o apresentada ao Procon, o SEEB esclarece: ‘‘A determinação do Banco é nula de pleno direito, pois fere normas constitucionais, infraconstitucionais e a Resolução da ONU 29248, que editou uma série de normas relativas à proteção do consumidor,
por se tratar de parte hipossuciente na relação de consumo. É q u e a o estabelecer o limite de recebimento de boletos em espécie, o Banco do Brasil incorre em mau atendimento e má prestação de serviço.’’ E ainda: ‘‘O Banco pretende se beneciar de sua própria torpeza e afronta a ordem pública e o interresse social (art. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias), bem como os arts. 3º, § 2º,6º, 14, 18, 24, 31, 36, 39, II, do Código de Defesa do Consumidor, por se tratar de prática abusiva, vez que
o banco ignorou todos os dispositivos legais citados ao estabelecer a recusa na prestação de serviço, bem como não solucionar os defeitos na prestação do serviço e não estabelecer a publicidade necessária ou prazo para solução do vício.’’
Aguardamos um posicionamento do órgão de scalização, uma vez que o objetivo do banco é afastar os clientes das agências e fazer dos bancários meros vendedores de produtos.
Marun e Temer chantageiam governadores para aprovar Reforma.
SANTANDER IMPLEMENTA PONTOS DA REFORMA TRABALHISTA
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s bancos saem na frente e não se envergonham de, assim como as universidades privadas, saírem na frente e implementar as mudanças apresentadas pela Reforma Tr a b a l h i s t a , a p e n a s p a r a aumentar os próprios lucros. Apesar do Santander ter lucro projetado de R$ 10 bilhões em 2017, o banco passou a implementar pontos da reforma trabalhista de Michel Temer: demissões em massa, imposição do fracionamento de férias e mudanças na forma de compensação de horas extras sem qualquer negociação coletiva. E, ainda, anunciou alteração das datas dos créditos do salário, do 13º e aumento da mensalidade dos planos de
saúde em 20%. Além disso, a alta direção do banco saiu em defesa da aprovação da reforma da previdência, que dicultará o direito à aposentadoria e rebaixará os valores dos benefícios. Por isso, sabemos que 2018 será um ano de muita luta e resistência. Precisaremos do apoio de todos em mais essa batalha.
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CAIXA É USADA PARA COMPRAR VOTOS A FAVOR DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
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discurso do governo Temer de "diminuir a inuência política" na Caixa caiu por terra de uma vez por todas. Na terça, 26, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun conhecido por sua “dancinha” de comemoração quando a Câmara arquivou a segunda denúncia contra Temer – admitiu que o governo pressiona governadores e prefeitos a trabalhar a favor da aprovação da Reforma da Previdência em troca da liberação de recursos do governo federal e nanciamentos de bancos públicos, como a Caixa. Marun declarou pública e abertamente que vem pressionando governadores e congressistas. Antes da conssão desavergonhada, o jornal Estado de S. Paulo já havia publicado matéria revelando que o ministro levantou todos os pedidos de empréstimos na Caixa por estados, capitais e grandes cidades, condicionando a assinatura dos contratos à entrega de votos pelos governadores e prefeitos que exercem inuência sobre deputados. É preciso lembrá-lo que a Caixa Econômica Federal é patrimônio do povo brasileiro.
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PDG: O PIRULITO NA BOCA DA CRIANÇA O Banco do Brasil lançou o Programa de Desempenho Gratificado (PDG), e muitos colegas estão achando positivo. O cumprimento de metas já é, infelizmente, uma realidade e muitos acham que é assim mesmo. “Melhor com o PDG, pelo menos seremos remunerados por vendas de produtos”, muitos dizem. Mas não é bem assim. O PDG não é bom para os funcionários. Veja o porquê:
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A FIDELIZAÇÃO DA ESCRAVIDÃO COMO ´´PRESENTE´´ DE FIM DE ANO
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esse fim de ano, o Bradesco deu um verdadeiro presente de grego para os bancários. Nas duas úl mas semanas de 2017, funcionários de Natal juntamente com dois funcionários vindos do Ceará foram convocados para trabalhar no “Fidelize”, projeto em que o Bradesco compra as folhas de pagamento de funcionários e faz a migração ou abertura de contas para o banco. Durante esse período, os funcionários veram que dar conta de abertura e migrações de contas de mais de 1.200 empregados da Prefeitura de Monte Alegre-RN, além da
migração de contas de mais 1.000 aposentados provenientes de agências implodidas do Banco do Brasil pelo interior do Estado. Como se já não bastasse a alta sobrecarga de trabalho para os bancários atuarem em apenas d u a s s e m a n a s , o B ra d e s c o improvisou uma sala minúscula dentro de um espaço cedido pela p refe i t u ra , o n d e n ã o h av i a estrutura alguma para atendimento. Nesse período, bancários e novos clientes veram que enfrentar o suor e a sede com o calor intenso na sala sem ar condicionado, apenas com ven ladores que não davam conta do calor infernal, sem água disponível nos primeiros dias para beber e se refrescar, com mesas e cadeiras plás cas, sem estrutura sica e ergonômica para se sentarem e terem o mínimo de
conforto. Além disso, não havia banheiros disponíveis perto da sala, os bancários nham que sair do prédio em que estavam até outro espaço da prefeitura, o que levava cerca de 10 minutos de caminhada para chegar até o outro banheiro e não ter sequer papel higiênico e tranca nas portas. Em meio a esse verdadeiro inferno que contrasta com o clima cristão de fim de ano, o ritmo de t ra b a l h o fo i ex t re m a m e nte intenso e desgastante. Clientes eram obrigados a chegar o mais cedo possível, por volta das 5h-6h da manhã, para só serem atendidos após muitas horas de espera e suor. O trabalho dos bancários consis a em preencher e corrigir inúmeros cadastros, fazer digitalizações, pegar os cartões e assinaturas, as senhas, ex p l i ca r o s p ro c e d i m e nto s ,
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entregar chaves de segurança, vender produtos etc. Nesse ritmo, muitos não conseguiam se levantar para nada, e a espera do lado de fora pela “fidelização” só aumentava e irritava ainda mais os clientes. Passado esse período, agora 2018 reserva outro problema: como atender a todo esse con ngente de novos clientes na pequena agência de Monte Alegre-RN? Com apenas 5 funcionários e apenas dois caixas eletrônicos para atendimento? O Sindicato dos Bancários do RN vai a c o m p a n h a r e o b s e r va r o s p róx i m o s “ F i d e l i ze s ” q u e o Bradesco realizar aqui no Estado, e se as condições de trabalho con nuarem ruins como a que foi realizada em Monte Alegre, iremos denunciar ao Ministério Público do Trabalho.
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’’OS PODEROSOS PODEM MATAR UMA, DUAS OU TRÊS ROSAS, MAS JAMAIS CONSEGUIRÃO DETER A PRIMAVERA INTEIRA‘‘
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’São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o l a z e r, a s e g u r a n ç a , a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição’’. Pode até parecer papo de comunista, mas trata-se do artigo 6º da Constituição Federal, mesmo assim, tais direitos são violados todos os dias pela sociedade e o estado brasileiro. É para lutar por um desses direitos tão elementares que o Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) foi criado há 13 anos no Rio Grande do Norte e de lá pra cá já conquistou moradia digna para pelo
menos 2.500 famílias. Hoje, na capital potiguar, existem três ocupações do movimento social e uma em f a s e d e organização. Pelo menos outras 13 já foram encerradas por terem conquistado seus objetivos. Organização Se a primeira impressão é a que ca, pode ter de que certeza que a impressão que temos ao entrar nas ocupações do MLB é de muita organização. As regras para participar do movimento são rígidas. É proibido som depois das 22 horas, uso de bebidas e drogas também é vedado, as crianças precisam estar estudando, violência física ou verbal contra crianças e mulheres não é permitida e mesmo que as pessoas não quem em tempo integral em suas moradias precisam participar das atividades do movimento para permanecerem ativos e
serem beneciados pelas conquistas da luta. A coordenação de cada ocupação é escolhida entre os próprios moradores que têm por objetivo manter e aplicar as regras da comunidade. Pequenos conitos como discordância entre vizinhos são resolvidos na base da c o n v e r s a e d o esclarecimento de que após três advertências o indivíduo é excluído do projeto. A l é m d o s coordenadores também existem os líderes de rua, estes são responsáveis pelos detalhes como a limpeza de cada rua, a responsabilidade pelas ligações de água e luz e a manutenção dos animais de estimação dentro das próprias residências. Cooperação O movimento costuma estudar o terreno antes de ocupar. Primeiro dene-se pela utilização de uma área pública ou privada, estudase as dívidas do local, se será possível fazer as ligações de água e energia
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elétrica e as diculdades jurídicas que poderão ser enfrentadas. Os moradores, em s u a m a i o r i a desempregados e/ou autônomos (sem renda xa), se viram como podem. É comum encontrar dentro das ocupações pequenos comércios de variedades, bazar e lanches que garantem o mínimo para os que ali estão sonhando com a casa própria. A maior parte das moradias conquistadas foi através de programas de Governo (federal ou municipal) e as pessoas contribuem com 10% da sua renda (quando recebem a casa) e são proibidas de vendê-las. As mulheres são protagonistas na luta. Estão presentes em ampla maioria e participam ativa e politicamente através do Coletivo Olga Benário. O S E E B - R N reconhece e agradece o apoio que nos é dado nas lutas do dia a dia pelo MLB.
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8 DE MARÇO: MAIS PERTO DO SONHO
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ocupação 8 de Março (nome dado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher) cou conhecida em toda a capital potiguar no dia 4 de outubro de 2017, quando quase 100 barracos foram atingidos por um incêndio de grandes proporções (e sem conclusões de causa, uma vez que a perícia só foi feita mais de 10 dias depois do acidente), mas já existe há cinco anos em um terreno devoluto do Estado no bairro do Planalto. A mais antiga ocupação do MLB em atividade, atualmente, está às vésperas de receber suas moradias. Os prazos dados para a entrega já mudaram inúmeras vezes e a antecipação ocorreu em parte devido ao acidente, mas isso não diminui a expectativa de quem está prestes a conquistar sua casinha, como a empregada doméstica desempregada, Fátima da Silva. Morando na ocupação há mais de 3 anos ela relata ter diculdades de conseguir emprego quando diz onde m o r a . ‘ ‘A s p e s s o a s a i n d a t ê m preconceito’’, relatou. O coordenador da ocupação, Marcos Antônio Ribeiro, conta que uma das maiores diculdades encontradas é a falta de estrutura do próprio bairro. Falta creche, escola, postos de saúde, transporte e tantos outros serviços. ‘‘Falta vaga em creche, a gente vai e ocupa secretaria, ocupa prefeitura para exigir as vagas, e assim nossa luta vai sendo diária, não é apenas as casas’’, esclareceu.
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PADRE SABINO: UM PEQUENO CONDOMÍNIO
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m terreno enorme e com dívidas impagáveis no bairro das Rocas ao lado do campus do IFRN. Quem passa por fora e vê o portão recém-pintado e fechado com guarita e tudo mais, nem imagina que ali estão 98 barracos que abrigam cerca de 180 pessoas que visam conquistar moradia digna. O nome, Padre Sabino, é uma homenagem ao padre que encabeçou vários movimentos sociais no bairro de Mãe Luíza e beneciou várias das famílias que hoje estão na ocupação. Com barracos de 25 metros quadrados (5m x 5m, medida padrão em todas as ocupações), o local lembra um pequeno condomínio que já conta, inclusive, com obras de saneamento realizadas pelos próprios moradores. O perl das famílias é o mais variado possível. Mães e pais solteiros com lhos, idosos e LGBTs sozinhos, famílias numerosas com até 8 lhos. A mais velha moradora, D. Aneci da Costa, uma pensionista de 64 anos que disse precisar lutar por sua moradia pois não conseguia mais pagar o aluguel e manter suas necessidades básicas, contrasta com a energia e vitalidade do pequeno Levi Lucas, de apenas 15 dias, morador mais novo do local. Levi, o mais novo dos cinco lhos de Paula de 31 anos, foi concebido e nasceu em um lugar que respira luta, e o choro estridente mostra que terá fôlego suciente para conquistar sua unidade habitacional, que está prometida para ser construída no bairro do Planalto, sob o nome de Villagio de Prata, sem previsão de entrega.
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TIRADENTES: MUITA LUTA PELA FRENTE
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á um ano e sete meses 160 famílias passaram a conviver em uma área no bairro de Felipe Camarão, na resistência e luta por moradia. A Ocupação Tiradentes é a mais nova do MLB e foi iniciada por um grupo de 18 famílias que chegaram a erguer casas de alvenaria as quais foram destruídas após uma ação de reintegração de posse da Prefeitura de Natal. Com isso, os trabalhadores perceberam que juntos seriam mais fortes e, unidos, ocuparam a área. Muitas conversas já foram travadas com o município que já apresentou um projeto com 160 moradias, uma praça e um ginásio. No entanto, a ideia é construir tudo no mesmo local onde as famílias estão atualmente e não há um planejamento de como isso irá acontecer, se serão realocadas ou não. Por isso, eles vivem apenas na esperança do que está por vir. A coordenadora da ocupação, Renata Carla, conta que com o aumento do desemprego na capital a procura pelo local tem aumentado bastante. ‘‘Mas aqui não dá mais pra receber ninguém, a gente encaminha pra coordenação-geral para que se organize, as pessoas estão entendendo que a nossa luta é muito justa’’, declarou. A ocupação abriga 80 crianças de até12 anos e 45 adolescentes de 12 a 15 anos, todos eles na escola. E são nesses pequenos que devemos depositar a esperança de um mundo mais justo. Crianças que estão crescendo entendendo a importância de lutar com educação e consciência política.
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AÇÃO 7ª E 8ª HORAS: INFORMAÇÕES SOBRE OS HONORÁRIOS DOS ADVOGADOS DE BRASÍLIA
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a Ação Coletiva da 7ª e 8ª Horas da CEF ( N º 0 2 0 2 5 06/2004), foi contratado um escritório de advocacia em Brasília para atuar no âmbito do TST da Capital Federal, e essa contratação foi decisiva para a vitória dos bancários e bancárias do Rio Grande do Norte, autores da ação. Sobre o pagamento dos honorários advocatícios Assim como foi previamente decidido em assembleia realizada no dia 23 de abril de 2009, os substituídos devem repassar ao Sindicato 3% do valor que cada um receber, seja por acordo, seja por sentença. O Sindicato dos Bancários do RN vai centralizar o recebimento dessa quantia, e depois vai repassar ao referido escritório de Brasília (Siqueira Advogados). Como proceder Assim que receber, e aqueles que já zeram acordo, deverão fazer o depósito identicado ou transferência do valor na conta do Sindicato dos Bancários do RN (dados abaixo desta publicação). Também será necessário avisar que fez o
acordo, e levar o recibo do depósito/transferência para secretaria do Sindicato, sob os cuidados de Joana D’arc ou Genessi Pessoa que farão o r e c i b o . O u t r a possibilidade é enviar o comprovante para o seguinte e-mail: secretaria@bancariosrn.co m.br e solicitar o recibo. Outras informações No dia 27 de dezembro de 2017, foi creditado o incontroverso, que é o valor já reconhecido pela Caixa. Porém, a diferença foi contestada e foi embargada pela Caixa e será analisada pelo Juiz. DADOS BANCÁRIOS Va l o r = 3 % d o v a l o r recebido (acordo ou incontroverso).
Pegadinhas
da língua portuguesa
Por João Bezerra de Castro
A PRIMEIRA VEZ QUE
Segundo o Professor Domingos Paschoal Cegalla, na expressão a primeira vez que, de sentido temporal, a palavra que é geralmente considerada conjunção. Por isso, não se deve antepor-lhe a preposição em. Exemplos: .“A primeira vez que eu vi São Paulo / Fiquei um tempão parado / Esperando que o povo parasse.” (Ednardo/Augusto Pontes, Aguagrande) .“Era a primeira vez que Jorge se separava de Luísa.” (Eça de Queirós, O Primo Basílio) Obs.: Na canção O Grande Amor da Minha Vida, Roberto Carlos escreveu: .“A primeira vez em que eu te vi / Eu nunca me esqueci daquele dia”. Rigorosamente falando, o verso deveria ter a seguinte estrutura: “A primeira vez que eu te vi”. Ressaltamos, porém, que os poetas e escritores, por força da licença poética, têm a liberdade de desviar-se das normas poéticas ou gramaticais para alcançar o efeito desejado.
Outras expressões semelhantes, a exemplo de a segunda vez que, a terceira vez que, a última vez que, cada vez que, toda vez que (todas as vezes que), etc., sempre com a palavra vez, são denominadas “expressões adverbiais fixas”, nas quais o que deixa de ser pronome e passa a ser considerada conjunção. Nesses casos, a preposição em não deve ser empregada antes do que. Exemplos: .Foi esta a segunda vez que (e não em que) me aborreci com os companheiros. .“Era a última vez que via o patrão.” (Adonias Filho, Corpo Vivo) .“Cada vez que a via, sentia um friozinho na barriga.” (Não se diz *cada vez em que) .“Toda vez que há eleições no Brasil, renovam-se as esperanças.” (Sacconi)
Se as expressões temporais começarem por na (em + a), no (em + o), ou pelo verbo haver, o que é pronome relativo e, assim, o emprego da preposição em é indispensável na norma culta escrita. Exemplos: .“Na hora em que ele enxergava uma cobra, bastava pregar os olhos nela, a cobra não se mexia do lugar.” (Bernardo Guimarães, A dança dos ossos)
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Estado do Rio Grande do Norte BANCO DO BRASIL Agência: 3525-4 Conta-corrente: 2234-9
.“No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, / Eu era feliz e ninguém estava morto.” (Fernando Pessoa, Aniversário) .Na última vez em que a vi, disse-me que estava desempregada. .Há momento em que a vida nos parece sem sentido.
O Professor Evanildo Bechara registra que a preposição em pode ser omitida, na linguagem coloquial, em expressões temporais do tipo na hora (em) que, no dia (em) que, no momento (em) que, no instante (em) que, etc. Exemplos: .O dono da casa entrou no momento que o ladrão saiu.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Agência: 033 Conta-corrente: 003/264-4
.No período que trabalhávamos na mesma empresa, não éramos amigos. .“Deixa pra lá, não é pra ficar me lembrando dessas coisas que eu só saio do boteco na hora que fecha.” (João Ubaldo Ribeiro)
EXPEDIENTE Luta Bancária é uma publicação do Sindicato dos Bancários do RN
SEDE/NATAL: Av. Deodoro da Fonseca, 419 - Petrópolis - Natal (RN) - CEP 59020-025 FONES: (84) 3213-0394 // FAX: (84) 3213-5256 Conselho Editorial Eduardo Xavier Gilberto Monteiro Matheus Crespo
Jornalista Responsável Ana Paula Costa (1235 JP/RN) Ilustração Brum e Luiz Renato Almeida Assistente de Comunicação Juliana Cortês Impressão Unigráfica Tiragem 4 mil exemplares
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(84) 99828-3663 @bancariosrn Sindicato dos Bancários do RN Independente e de luta
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