...M.in.ªs....H.QJ.~.J.M.PIA..~..~I~.Q.t!.QR!~ºN.U,Pº.M!N0.º •..?Wç!Q.7....3. • ENTREVISTA I CORONEL ANTONIO CARLOS DOS SANTOS João Gabriel
Perfil
REPORTER
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emilldo a Polícia Milirar lIIilleira arrallhada COIII duas re\'O/ras das praças lIeste lIIês de )ullho, o ClIIlllIlIdome geral da illstitlliçãa, COTOlIel Amôllio Carlos dos Samos afinlla que o 1II0lllemoé de reflexão. Ele recollhece ser lIecessário /lma reamliaçtio 110estrllt/lra da PM. COIIIO lição do ocorrido. o coTOllelcomalldallte afimlll q/le OIIIOlllellto é Ode repellsar a corporaçâa. Para ele. elll 1II0lllellto algum existi/l a possibilidade de o Exército coma/lllar a PM, mas que semiu o risco de /111I ellfrmtalllemo de policiais militares e cil'Ü com os soldados I'erdeolim. corollel Allrôllia Cor/os afinna que lIão f 01'011I policiais lIIilitares os primeiros a al'allçarelll sabre o cordão de imlamellto ao lado tio Quartel de COlllando, lia Praça da Liberdade. 110illício tio IIII11UIIO. Di-. se seguro 110comalldo da PM e qlre o revoltosos serãa pUllidos de acartio COIIIo Código Pellal Militar.
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coronel Antônio Carlos dos Santos, comandante geral da Policia Militar, nasceu em Juréia, municlpio de Monte Belo, No Sul de Minas. Está com 50 anos. Concluiu o clássico na cidade de Muzambinho. Em seguida veio para Belo Horizonte e fez o concurso para Academia da Policia Militar em t 965. Dali, saiu aspirante em dezembro de 7969 e foi escolhido entre 13 colegas para servir na própria Academia. Trabalhou na seção técnica de ensino e como 7 o Tenente foi para o Comando Geral, onde exerceu as funçôes de ajudante de ordem do comandante em 1975. Como capitão chegou a subcomandante do BPChoque. Passou pelo Comando de Policiamento da Capital, Estado Maior, comando da Academia, Assessoria de Comunicação Social. Promovido a tenente coronel, Trabalhou com Eduardo Azeredo como prefeito de Belo Horizonte e agora como Governador chegou ao comando geral como coronel.
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PreCIsamos repensar a nossa corporação
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• Lição "A PRINCIPAL LIÇÃO ÉA DE QUE NÓS PRECISAMOS REVER A NOSSA CONJUNTURA. PRECISAMOS REAVALIAR. PRECISAMOS REPENSAR A NOSSA CORPORAÇÃO. "
• Democracia "A PM NUNCA DEIXOU DE ENSEJAR OU DE PROCURAR NA SUA EVOLUÇÃO UM REGIME DEMOCRÁ TlCO. SEMPRE ESTIVEMOS CONTRA QUALQUER REGIME QUE NÃO FOSSE DEMOCRÁ TlCO."
Coronel, passados cinco dias da revolta dos praças, como é que o senhor classifica o mame:). to para a Polícia Militar? O momento é, principalmente, de renexão. Precisamos refletir. rever, estudar e analisar profundamente. detidamente. tudo o que aconteceu e seus motivos principais. Esta é a parte mais importante para nossa corporação. Vamos verificar o que realmente ocorreu para o acontecimento tão lamentável que vivemos nos últimos dias. O senhor tinha um documen. to assinado pelos demais 12 coronéis que dava toda a dimensão da possibilidade de acontecer o que aconteceu. Esse documento era para ser entregue ao gover. nadar, o que foi feito recentemente, O que aconteceu'! Nós temos uma avaliação de conjuntura constante na Polícia Militar. Estamos sempre mantendo o Governo atualizado do que ocorre na Polícia Militar e da sua moral de tropa. Esse documento realmente foi confeccionado por minha recomendação para um diagnóstico e como alguns fatos não estavam completos como eu havia solicitado. eu o retornei ao chefe do Estado Maior para que fossem complementadas as informações. Então ele não ficou comigo. Eu estava aguardando que estas informações fossem complementadas. Até o presente momento elas não me foram entregues como da forma recomendada. Nós vamos agora recompor esse documento num plano mais avançado. numa avaliação bem mais completa. Qual a principal lição que a PI\l lira, agora, desse acontecimento? A principal lição é a de que nós precisamos rever a nossa conjuntura. Precisamos reavaliar. Precisamos repensar a nossa corporação.
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"EM NENHUM MOMENTO EXISTIU ESSA POSSIBILIDADE. POR SUGESTÃO DO COMANDANTE GERAL AO GOVERNADOR, NÓS PEDIMOS O APOIO DO EXÉRCITO, TÃO SOMENTE ISSO."
. Isso significa repensar demo. craticamente? A Polícia Militar nunca deixou de ensejar ou de procurar na sua evolução um regime democrático. Sempre esti vemos contra qualquer regime que não fosse o democráti. co. Então. todas as nossas medi. das. as nossas mudanças. semprc foram conduzidas numa doutrina de procurar uma melhor prestação de serviço dentro do regime democrático. Em certa parte da história encontramos um trecho que nos diz que com harriga vazia nào tem espada. O senhor admite que haviam praças com a harri. ga mzia? Reconhecíamos que haviam praças com problemas mais graves do que os outros. A população brasileira. toda ela. tem problema de manutenção das suas necessidades básicas. A Polícia Militar não é uma ilha dentro desse contexto na. cional e problemas pessoais mais crílicos do que outros nós tínha. mos conhecimento. Estávamos procurando resolvê.los através dc no"os sistemas em uma fonna de apoiar os no sos policiais. Existiam fatos que. às vezes, não estavam chegando ao nosso comando. proporcionando uma instabilidade maior. O Corpo de Bumheiros é mais reconhecido pela sociedade, Por que o senhor acha que Iam. bém partiu dos batalhões de Bomheiros a rel'olta? O Bombeiro. embora tenha uma atividade especítica. ele integra a corporação como um todo. Na capital houve uma manifestação maior alra vés do Batalhão de Choque e o Bombeiro foi o segundo segmento que mais aderiu a esta manifestação de forma não condizellle com as nossas nonna.s. Quando é que o senhor sentiu que o Exército poderia assumir a Pi\['! Em nenhum momento existiu essa possibilidade do Exércilo as. sumir o comando da PM. Por sugestão desse comandante geral ao Governador. nós pedimos o apoio do Exércitn. tão somente isso.
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l\las o senhor se recorda do episódio anterior quando o coronel Jair assumiu o posto de comandante geral em substituiçào ao coronel Braga. quando o Exército queria colocar um seu coronel no comando da Pl\I? Eu me lembro desse episódio. mas não me lembro, a não ser de cogitações. como ocorreu agora de que o Exército assumiria o coman. do da Polícia Militar. Temos um relacionamento muito grande a muito ameno com o Exército. Tenho certeza. não só pela nossa cabeça, mas também pela do comando do Exército. que não passou essa idéia de assumir o comando da Polícia Militar de Minas Gerais. Quando é que o senhor sentiu que poderia haver um enfrenta. mento entre a 1'1\1 e o Exército? Houve o risco dos soldados do Exército fecharem as ruas da Praça da Liberdade e hal'er en. frenlamento?
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momento de aCirramento de ânimos de forma incontrolável ocorreu na junção dos componentes da Polícia Militar com a Polícia Civil. Esse é o fator que consideramos a explosã<l da irresponsabilidade total, da falta de controle emocional e da falta de bom senso. Entâo no dia 13 que ocorreu o primeiro fato lamentável. nós, acompanhando a manifestação e controlando, através do sistema de acompanhamento. nolamos que os ânimos estavam muito acirrados. Sugerimos ao Governador que podíamos precisar de apoio. Então foi isso, tão somente que ocorreu. Foi tanto que quando o Exército chegou aqui na área a situação já estava contornada, embora tensa. Os oficiais, com quase totalidade dos coronéis, estavam no interior do Quartel de Comando, posicionados para não permitir a ocupação do prédio. Poderia ter havido uma carnificina se não ti. vesse ocorrido o tiro no cabo Valério? Nós tivemos sempre modificar nosso planejamento inicial a cada passo que ocorria um agravamento da situação. Reavaliávamos nosso planejamento com o <}bjetivoúnico de evilar confronto. E muito difícil um soldado da Polícia Militar confrontar-se em combate fatal ou em enfrentamento fatal com um companheiro de farda. A nossa instrução é sempre de enfrentamento com marginal. Nunca pensamos e nunca fomos preparados para enfrentar um companheiro. Então, a . tônica básica do alto comando, especialmente desse comandante geral era evitar, a qualquer custo um confrontamento que viesse trazer mone para nossos companheiros de farda mesmo que eles não esti vessem agindo corretamente.
O senhor quer dizer então que não foram Pl\Is os primeiros a a\'3nçarem sobre o cordão de isolamento'! Com ceneza não foram os PMs. I a manifestação anterior, embora fora das normas. houve respeitabilidade. A entrada da Polícia Civil juntando com a Polícia Militar conseguiu quebrar esse elo de responsabilidade da nossa tropa. FICOU claramente visto pelos jornais e pela televisão que quem furou o cordão de isolamento foi um policiai civil usando colete da Polícia Civil. E agora comandante, o que fazer? Agora é hora de nós pensarmos, de nós examinarmos tudo o que . aconteceu. detalhadamente. É hora de renetir, de rever os erros e procurar colocar a Polícia Militar grandiosa de tanta tradição no seu caminho de evolução para que ela volte a ler a confiabilidade não só do povo mineiro. mas também a confiabilidade total do governo e do país. Esse grupo será enquadrado no Código Penall\lilitar? Nós deixamos patente e claro, a todo momento, que esta corporação nunca caminhou pelos passos da retaliação e da perseguição. Mas também deixamos patente que ela nunca deixou de apurar os fatos que são necessários. Nós vamos apurar ludo. Se couber alguma medida administrativa, o comando a tomará e aquilo que for de competência da Justiça Militar, para lá serão enviados os processos. O senhor admite então que houve crime e indisciplina? Vamos aguardar os processos. O momento agora é de termos o material em mãos para que nós possamos responder. Assim que os IPMs ficarem prontos nós vamos divulgar tudo pela imprensa mostrando a medida do comando no momento adequado com todal a\ informações. Quando o senhor nomeou a comissão de negociações. o comando oficializou os praças para tal. Eles procuraram cumprir o combinado, a exemplo do cabo Júlio, Mesmo assim os membros desta comissão seriam enquadrados no Código Penal Militar? Isto caberá aos levantamentos procedidos pelo Inquérito Policial Militar e se for de competência da Justiça, ela vai pronunciar a esse respeito.
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• Acirramento "O MOMENTO DE ACIRRAMENTO DE ÂNIMOS DEFORMA INCONTROLA VEL OCORREU NA JUNÇÃO DAS DUAS POLICIAS. ESSE É O FATOR QUE CONSIDERAMOS A EXPLOSÂODA IRRESPONSABILIDADE TOTAL"
• Confronto "É MUITO DIF/C/L UM SOLDADO DA POL/CIA MILITAR CONFRONTARSE EM COMBATE FATAL OU EM ENFRENTAMENTO COM UM COMPANHEIRO DE FARDA. A NOSSA INSTRUÇÃO É SEMPRE DE ENFRENTAMENTO COM MARGINAL. "
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Não foi uma estratégia falha trazer pam Belo Horizonle aqueles soldados do interior para parar os revoltosos de Belo Horizonte? Não. não foi uma estratégia falha. A estratégia nossa foi correta. Esse grupo que foi pinçado em todos os Batalhões era de tOlal con. fiabilidade. O que é importante nesse momenlO é a confiabilidade. O senhor ainda está se sentindo ameaçado'! O Quartel de Comando está todo policiado. Eu nunca me senti inseguro, porque movimentei o tempo todo sem segurança pessoal, indo para minha residência, saindo para enconlros necessários sempre na mesma situação anterior. O que estamos preservando é o prédio do Comando que representa a Polícia Militar.
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• .Punições . "NÓS DEIXAMOS PATENTE E CLARO QUE ESTA CORPORAÇÃO NUNCA CAMINHOU PELOS PASSOS DA RETALIAÇÃO E DA PERSEGUIÇÃO. MAS TAMBÉM DEIXAMOS PATENTE QUE ELA NUNCA DEIXOU DE APURAR OS FATOS."
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