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Ano 5 • 17ª Edição Entidade de Caráter Social e Filantrópico

. .pAprender ara construir no presente. o futuro.



Bons motivos para abrir essa edição. Enfim, nossa comemoração pelos 86 anos da Seleta em Campo Grande e 104 anos de nosso início em Corumbá. O sucesso da Seleta é combustível estimulante para a nossa caminhada. Ao andarmos pelos mais diversos cantos desse nosso estado, nos deparamos com os frutos da nossa entidade. Mencionar e citar vários ex-alunos que hoje ocupam lugares de destaque e projeção no cenário empresarial, institucional e financeiro, sobremaneira, se confirma a importância e qualidade da educação oferecida GRATUITAMENTE à população campo-grandense. Retratar e relembrar alguns expoentes que por aqui iniciaram suas vidas profissionais é a justa homenagem a todos que onde quer que estejam levarão sempre a Seleta como base da sua formação. A Seleta consolidou-se como uma entidade de fato e direito, cativando lugar junto aos parceiros e empresas e instituições conveniadas e também no coração das famílias de todos que por nossas salas de aula receberam ensino e carinho cidadão. Aliás, a diferença fundamental para o nosso sucesso, é a valorização do ser humano e a sua importância junto à sociedade civil. Os profissionais altamente qualificados e dedicados se empenham na educação dos jovens trabalhadores que são encaminhados para o mercado de trabalho que, imediatamente reconhece na Seleta, um celeiro de valores éticos e morais. Aos leitores deixo as minhas palavras para enaltecer o que foi feito e melhorar o que for possível, pois é dessa maneira que construiremos a nossa querida capital cada vez melhor e um Mato Grosso do Sul excepcional. Parabéns a S::S::C::H:: e Feliz Aniversário a nossa capital.

Rubens Pereira Presidente da Seleta Quadro de Campo Grande


Ação Social

DE MÃOS DADAS Ações sociais: 63% dos recursos são destinados a projetos sociais e assitenciais

Fazer o bem ao próximo; ajudar a melhorar a vida daqueles que vivem em situação de risco são alguns dos propósitos da Seleta. Ao assumir a direção da Entidade, a diretoria triênio 2010/2013 assumiu o compromisso de ampliar as ações sociais, que em 2010 representavam apenas 57% dos recursos investidos. Hoje a promessa é realidade e 63% dos recursos são investidos em obras sociais.

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Desenvolvido pelo Departamento Feminino, o projeto Ateliê do Bebê atendeu, somente no primeiro semestre de 2012 mais de 30 gestantes. São banheiras montadas com enxovais para os recém nascidos, confeccionadas pelas próprias seletianas. A união e o trabalho dessas mulheres, com o apoio da diretoria da Entidade ajudam a melhorar a condição de muitas famílias.

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ENTREVISTA Juiz Federal Odilon de Oliveira

08 Revista Visão Seleta é uma publicação bimestral da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária Presidente: Rubens Pereira Vice-presidente: Gilbraz Marques da Silva Jornalista responsável: Mirella Bernard DRT 121/MS Design Gráfico: Alex Freitas Revisão: Renata Castro Impressão: Gráfica Seleta Rua Pedro Celestino, 3283 Bairro: São Francisco CEP: 79002-320 Contato: Telefone (67) 3357-7300 comunicacao@seletams.com.br

Agradecimentos aos nossos parceiros e colaboradores: Dandara Fernandes (modelo) Krügel Foto e Vídeo Re&Gina Moda Feminina


SUPERAÇÃO Clayton Jonas

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MERCADO DE TRABALHO Construindo o futuro

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MERCADO DE TRABALHO Novos Talentos

MERCADO DE TRABALHO Primeiro passo

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14 MERCADO DE TRABALHO Por conta própria

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Entrevista

ENTREVISTA Juiz Federal Odilon de Oliveira

“É preciso empregar o jovem, dar a ele uma oportunidade. Se ficar na rua não tem outro caminho a não ser o crime” Inimigo número 1 do narcotráfico internacional, o juiz federal Odilon de Oliveira já condenou centenas de traficantes, confiscou imóveis, fazendas, veículos, aviões e mais de R$ 2 bilhões em dinheiro vindos do tráfico. Titular da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, o magistrado foi premiado pela ONU em 2011, em reconhecimento ao trabalho de combate a corrupção e ao crime organizado. Atualmente uma nova atividade tem envolvido o juiz, são palestras motivacionais e de orientação para jovens, com o intuito de prevenir, esclarecer e principalmente mostrar os impactos causados pelo tráfico de drogas no Brasil. Em visita a Seleta, o juiz federal ministrou uma palestra aos alunos do curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório, na oportunidade conversou com a equipe Visão Seleta. EDUCAÇÃO x TRÁFICO Sabemos que a educação é a principal arma contra o consumo e o tráfico de drogas. E investir em

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uma educação de qualidade é o caminho para que os jovens tenham um futuro melhor. O juiz federal Odilon de Oliveira, vai além e acredita que todo o dinheiro arrecadado com o tráfico deveria ser destinado a educação. “O culpado de tudo é o traficante, ele criou o problema, então é ele que tem que custear. Confiscar os bens desses criminosos é aplicar justamente no concerto do mal que ele criou”. Mas no Brasil infelizmente não existe lei que permite esse destino. “A justiça brasileira não permite o leilão dos bens, nem a destinação do dinheiro antes de transitar em julgado, ou seja, um processo é transitado em julgado quando não cabe mais recurso e no Brasil isso demora cerca de 10 anos. Nossos legisladores deveriam criar uma lei que permita a venda desses bens antes de serem julgados e que sejam destinados para recuperação de viciados em drogas”, destaca o Magistrado. Ele ressalta ainda que os jovens precisam de uma preparação para enfrentar a vida. “Ele não precisa ter envolvimento com drogas, é preciso investir na prevenção.

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Investir em complexos educacionais e em entidades como a Seleta, que ensina, prepara e principalmente deixa esse jovem menos tempo na rua, é o caminho para solucionar esse problema”. LEI X REALIDADE “O que falta não é apenas criar a lei e sim paixão pela realidade. As pessoas que ficam em gabinetes não conhecem a realidade da sociedade”, frisa o juiz federal. Hoje mais de R$ 2 bilhões em bens esperam por leilões. São bens apreendidos de traficantes nos últimos anos e que deveriam ser vendidos para abastecer o Fundo Nacional Antidrogas, mas, em vez disso, se deterioram a espera de decisões judiciais liberando a venda. As falhas dos órgãos públicos responsáveis por promover os leilões elevam para mais de 14 anos a média de tempo de espera entre a apreensão e a alienação dos bens. “É preciso modificar a lei. Com esse recurso daria para acolher toda juventude”, lembra o magistrado, que vai além e afirma

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Entrevista

que a classe empresarial também pode colaborar. “Os empresários também são responsáveis pela realidade dos jovens. Temos entidades que qualificam os jovens e cabe as empresas oferecer a oprtunidade de trabalho. Se cada empresa reservar 5% de suas vagas para os jovens, sem dúvida o problema seria resolvido”. JOVENS x CRIMINALIDADE A criminalidade é um dos problemas sociais mais graves que a população brasileira enfrenta atualmente. A participação de adolescentes, e até de crianças, como protagonistas nesse cenário é cada vez maior. “O jovem entra no mundo do crime por várias razões e a principal delas é a desestrutura familiar”, ressalta o juiz federal. O magistrado lembra ainda que o desemprego é muito alto, o que também contribui. “As famílias não têm oportunidade na vida. Pai e mãe precisam trabalhar e estão cada vez mais ausentes dos lares. Crianças que são educadas por terceiros, pela televisão. São jovens sem rumo”, alerta. Para isso o juiz aponta recursos “É preciso empregar o jovem, dar a ele uma oportunidade. Se ficar na rua não tem outro caminho a não ser o crime”. EXEMPLO PARA OS JOVENS “O jovem quer ter esperança. É preciso ter uma chama acessa e nós somos os exemplos que mantém a chama acessa”, ressalta o magistrado. Para o juiz Odilon de Oliveira, que hoje ministra centenas de palestras para jovens, é preciso incentivar os jovens. “Eles precisam de incentivos, de exemplos e muitos desses exemplos essa juventude precisa engolir, como políticos corruptos. Eles precisam enxergar uma luz e nós podemos ser essa luz”.

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Superação

“Durante o curso na Seleta aprendi principalmente a respeitar o próximo” O sorriso nos lábios é por um simples motivo: conseguir baixar músicas pela internet. Parece simples para nós, mas para Clayton Jonas é uma vitória. Ao receber nossa equipe em sua casa, onde mora com a mãe, um irmão e os avós maternos, no bairro Portal Caiobá, a primeira coisa que ele disse foi que não conseguia baixar músicas, uma de suas paixões. Então, prometemos que após nossa entrevista iríamos ajudá-lo. O resultado não poderia ter sido melhor, ele finalmente conseguiu. São essas conquistas que deixam o dia a dia do jovem de 21 anos mais alegre e confiante. Clayton foi Menor Aprendiz da Seleta em 2007, fez o curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório e foi encaminhado para o mercado de trabalho. Quando ainda estava trabalhando, em 2009 foi espancado por dois vizinhos, o que o deixou em estado vegetativo, devido às graves lesões cerebrais. Mas tudo isso faz parte do passado e o que o jovem mais quer é recomeçar. Mesmo com dificuldades na fala, mas com

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brilho nos olhos, Clayton nos conta o que aprendeu na Entidade. “Eu aprendi principalmente a respeitar o próximo. Aprendi a importância de ter um emprego”. Ele relata que com o salário que ganhava pagava a faculdade de Ciências Contábeis e ainda ajudava a mãe. “O ticket alimentação eu dava pra ela, com o resto pagava a faculdade, comprava roupas e equipava meu som”. Sempre ao lado do filho, dona Helena vibra a cada vitória. “Agora ele voltou a estudar. Está progredindo a cada dia”, Clayton interrompe “Eu já to achando fácil o que a professora ensina”. A mãe explica que o jovem já lembra o conteúdo. “Ele acha fácil porque começa a lembrar do que já estudou”. E para incentivar o filho, ela também voltou à sala de aula. “Levava ele todos os dias, ficava lá esperando a aula terminar. Um dia a professora perguntou por que eu não voltava a estudar, foi quando decidi retomar os estudos”. Dona Helena lembra ainda que a memória do filho está voltando aos poucos. “No ano passado

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ele caiu em si e viu o estado em que estava. Ficou desesperado, revoltado. Expliquei o que tinha acontecido e ele mais uma vez nos surpreendeu, a vontade de se recuperar foi maior do que a raiva”. A rotina de Clayton inclui ainda exercícios em casa e hidroginástica. “Os exercícios na piscina estão ajudando muito, ele já consegue andar sozinho”, relata a mãe. Outro equipamento que faz parte da rotina é o computador. “Eu adoro ficar no computador e agora que aprendi a baixar música ficou melhor”, comemora. Clayton começou a fazer curso de Informática na Seleta, mas como ele mesmo diz “Tem que dar tempo ao tempo. Ainda não consigo acompanhar. É muita informação”, por isso parou o curso. Para o futuro, Clayton tem muitos sonhos e planos. Mas o primeiro ele mesmo conta “Quero voltar a andar”. Depois voltar para faculdade e claro ao trabalho. O jovem deixa um recado para aqueles que estão no curso. “Aproveitem ao máximo cada dia que estão no curso. O trabalho é muito importante na vida da gente”.

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NOVOS TALENTOS Ao longo desses 86 anos de história, a Seleta – Quadro de Campo Grande investe na qualificação de jovens para o primeiro emprego. São milhares de adolescentes que encontram na Entidade o caminho para conquistar esse sonho. E não são apenas os que querem começar no mercado de trabalho, mas também aqueles que procuram a qualificação para o trabalho próprio, para se tornarem empreendedores. A Seleta, por meio dos cursos de Auxiliar Administrativo e de Escritório e da Escola Profissionalizante 26 de Agosto capacita essas pessoas e a vitória não é apenas deles e sim nossa. Abrir um pequeno negócio hoje pode ser objeto de realização pessoal e não uma alternativa por falta de opção melhor. Ao desenvolver um comportamento empreendedor, as pessoas ampliam as possibilidades de escolha e desenvolvem o crescimento profissional. No Brasil, o empreendedorismo se popularizou a partir da década de 90, o que contribuiu para a crescente participação desse tipo de empresa na economia do país. Nos últimos cinco anos, em média, mais de 600 mil novos negócios, anualmente, foram registrados no Brasil. Do outro lado estão os jovens que buscam o primeiro emprego e começam a construir o futuro profissional. São jovens que lutam por uma vida melhor e que encontram nas empresas a oportunidade de crescer. Oferecer emprego e educação aos jovens é contribuir para um país melhor. Nesta edição iremos contar histórias de sucesso. Histórias de pessoas que, com a ajuda da Entidade, foram atrás dos seus sonhos e não mediram esforços para concretizá-los.

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Mercado de Trabalho

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Regina Bento, supervisora de Recursos Humanos; Adão Gabriel, estagiário; Nádia Rodrigues, assitente administrativo e Luciana Lyrio, gerente de RH

CONSTRUINDO O FUTURO Eles deixaram de ser aprendizes para se tornarem funcionários efetivos e assim conquistarem definitivamente seu espaço no mercado de trabalho. São jovens qualificados pelos programas Adolescente e Menor Aprendiz, que hoje ocupam cargos efetivos nas empresas onde começaram. Aos 17 anos, o estagiário administrativo Adão Gabriel Centurião da Silva é exemplo de perseverança. Ele fez o curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório na Seleta em 2010. Chegou sem saber o que queria profissionalmente e foi aprendendo aos poucos que é preciso qualificação para conquistar uma vaga. “Fiz o curso pensando em entrar no mercado de trabalho. Quando fui chamado para trabalhar, não imaginava que ia ficar, mas graças ao meu esforço e a qualificação que tinha consegui permanecer na empresa”. Adão trabalha na Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), uma das parceiras da Seleta. Lá ele arrumou uma nova família e algumas

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mães. Uma delas é a gerente de Recursos Humanos, Luciana Lyrio que não esconde o carinho pelos jovens. Hoje a empresa tem além de Adão outros 19 adolescentes. “Não somos apenas uma empresa que oferece emprego, somos pais e mães. Cobramos, conversamos, puxamos orelha quando é preciso, tudo para que eles cresçam como pessoa e profissionalmente”. Luciana ressalta que os jovens precisam de incentivos. “Aqui nós acompanhamos tudo, principalmente o desempenho na escola. Confiro os boletins, se estão mal eu chamo pra conversar. Além do emprego, procuramos dar a esses jovens a oportunidade de crescer, de construir uma base sólida que vão levar para vida inteira”. Falando em escola, Adão passou por problemas e chegou a repetir o ano, mas com a ajuda das ‘mães’ da empresa deu a volta por cima. “Quando soube que ele tinha reprovado fiquei muito brava”, conta Luciana “Chamei ele na hora e procurei saber o

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Mercado de Trabalho

que tinha acontecido. Dei a ele toda liberdade para que estudasse aqui dentro se fosse preciso. Vi nos olhos dele que ele queria uma nova chance”, lembra Luciana. E os puxões de orelha deram certo. Adão hoje cursa o 3º ano do Ensino Médio, pretende prestar concurso para própria empresa e ainda fazer faculdade de Engenharia Civil. “Eu só tenho a agradecer as broncas, desde a época que fazia curso até hoje. Tenho certeza que toda essa preparação vai me ajudar a crescer ainda mais”. Outra empresa parceria da seleta e que oferece oportunidade para os jovens, é a Metta Agrocenter. A parceria teve início há pouco mais de 1 ano e já colheu bons frutos. “Antes da Seleta não tínhamos essa mão de obra na empresa e hoje posso dizer que com a presença desses jovens, quem ganhou fomos nós”, ressalta o gerente administrativo André Luiz de Mattos. A Metta possui hoje 16 adolescentes, todos

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qualificados por meio do curso de Auxiliar Administrativo e de Escritório, e que desenvolvem atividades diversas na empresa, como recebimento, separação, conferência e empacotamento de mercadorias, entre outras. “Com essas atividades eles adquirem experiência, muitos se destacam e mostram interesse em continuar na empresa”, afirma André. É o caso da operadora de caixa Amanda Brandão de Freitas. Ela começou como Adolescente Aprendiz na empresa e hoje é funcionária. “Fui chamada para trabalhar aqui em 2011 e quando acabou meu contrato logo fui contratada. Acredito que a minha qualificação, o que aprendi na Seleta e os puxões de orelha durante o curso me ajudaram a conquistar o emprego, pois estava bem preparada”, declara. A jovem, contratada em fevereiro deste ano, tem planos e muitas expectativas. “Quero crescer profissionalmente e começar uma faculdade, a de fisioterapia”.

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Empreendedorismo

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PRIMEIRO PASSO “A Seleta tem um nome respeitado.

É exemplo na qualificação de jovens”

Thaís Miyuki, Rosymeire Macedo e Katilene Martins

A arquiteta Katilene Martins Arteman é exemplo de que quando se investe na qualificação de jovens o futuro tem sucesso garantido. Ela fez o curso de Auxiliar de Escritório, assim denominado na época, em 1994, na Seleta. O que hoje parece um grande acaso ou como ela mesma diz “quando é para Visão Seleta • Agosto, Setembro | 2012

acontecer”, mudou a vida da jovem profissional. “Eu estudava na escola 26 de Agosto, e um dia vi uma grande fila no portão da Seleta, eu e duas amigas, fomos ver o que estava acontecendo e nos disseram que era inscrição para um curso”. Movida pela curiosidade e vontade de se qualificar, ela fez a inscrição, entrou no curso e logo após terminar as aulas, que tinha duração de 1 mês foi encaminhada para secretaria estadual de Saúde. “Fiquei um tempo na secretaria, mas não me adaptei, ai me transferiram para secretaria de Fazenda. Cheguei muito segura, pois sentia que estava preparada para o mercado”, ressalta. Ela nos conta que o atendimento ao público, relacionamento pessoal e comportamento foram alguns itens que ela jamais esqueceu. “Tudo aconteceu muito rápido, mas eu estava pronta para assumir a responsabilidade”. E estava mesmo, tanto que ficou como aprendiz até os 18 anos e depois foi contratada pela secretaria. Lá ficou até os 21 anos. Katilene, que trabalha em um escritório de engenharia e arquitetura, lembra da Seleta com carinho e é garota propaganda da Entidade. “Eu indico muito a Seleta. Tenho jovens da minha família que fizeram o curso e sempre que posso falo da Entidade. Acredito e confio no trabalho desenvolvido e principalmente no comprometimento com o futuro desses adolescentes. É um nome respeitado”.

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Empreendedorismo

“Demorei uns três meses para conquistar meus clientes, mas hoje posso dizer que o movimento só aumenta”

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POR CONTA PRÓPRIA Mais de 51% das Empreendedoras pesquisadas possuem entre 40 e 60 anos de idade No dicionário, empreendedor é aquele que toma a seu cargo uma empresa. Alguém ativo, arrojado e que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum. A palavra é logo associada a pessoas que abriram seu próprio negócio, como uma loja ou restaurante. Mas os campos para negócios vão muito além. Conforme pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor – GEM, o número de pessoas que abriram o próprio negócio no Brasil já chega a dois milhões. O país está em 2º lugar no mundo em número de empreendedores ficando apenas atrás da China e os principais segmentos vão desde restaurantes, salões de beleza a hotéis e pousadas. Outro número interessante é que desses novos empresários 49,3% são mulheres, o que comprova que nossas entrevistadas estão no caminho certo. A Seleta, por meio da Escola Profissionalizante 26 de Agosto já qualificou milhares de pesVisão Seleta • Agosto, Setembro | 2012

soas que buscam nos cursos profissionalizantes a oportunidade de ter o próprio negócio. Sejam cabeleireiras, manicuras ou depiladoras o que essas pessoas desejam é conquistar seu espaço. Em 2009, Odiléia Andrade da Conceição, conhecida no salão como Léia fez o curso de cabeleireiro na Entidade. Vinda da cidade de Corumbá, ela relata que já havia feito um curso comunitário na área, mas nada profissional. “Quando ainda morava em Corumbá fiz um curso foi quando me apaixonei pela profissão. Morando em Campo Grande soube da Seleta e vim conhecer o trabalho. Me apaixonei mais ainda. O curso me ajudou a aperfeiçoar a prática que eu tinha e principalmente me incentivou a abrir meu salão”. O salão Fashion Hair, localizado no bairro São Jorge da Lagoa, está em funcionamento há seis meses, ao lado da casa de Léia e ela garante que a clientela só cresce. “Demorei uns três meses para

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Empreendedorismo

Ao serem comparados os quatro anos da pesquisa (2008-2011) verifica-se que, é cada vez maior a participação de mulheres que estejam a frente de pequenos empreendimentos, tanto pela quantidade de empregados como pelo faturamento das empresas.

Taynara

Léia

conquistar meus clientes, mas hoje posso dizer que o movimento só aumenta”. Do outro lado da rua, mas precisamente em frente ao salão Fashion Hair, mora Taynara Fernandes Lopes, também ex-aluna da Seleta, só que no curso de Depilação. Taynara, que conheceu a Entidade através da vizinha, fez o curso este ano e já montou uma sala para atender a vizinhança. Natural de Toledo, no Paraná, a depiladora está a seis meses em Campo Grande e nos conta que nunca teve a oportunidade de fazer um curso profissionalizante. “Eu até tinha interesse, mas onde eu morava não tinha cursos como os da Seleta. Posso dizer que as aulas superaram a minha expectativa, me deu mais segurança, me mostrou o jeito certo de atender os clientes”. A sala, montada em um cômodo da casa onde mora com a família, é apenas o começo. “Ainda não tenho muito cliente, quero

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Rosi

montar um novo espaço, expandir meu negócio e isso é só uma questão de tempo”. DE ALUNA A PROFESSORA A cabeleireira Rosilene Cabral Barbosa, proprietária do salão Rosi Studio Hair, foi aluna da Seleta no ano de 2003. Já são nove anos como profissional e cinco como empresária. Rosi relata que sabia apenas fazer escova e que aprendeu sozinha, em casa mesmo. “Não sabia nada de cabelo. Como morava no bairro soube que a Seleta oferecia curso de cabeleireiro. Comecei a fazer as aulas e descobri que era o que eu realmente gostava”. Após trabalhar em vários salões, a empresária montou o próprio negócio e enfatiza que a constante atualização é muito importante. “O profissional tem que estar atualizado, saber das novidades do mercado, por isso que sempre faço novos cursos, seja

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“O profissional tem que estar atualizado, saber das novidades do mercado, por isso que sempre faço novos cursos, seja aqui em Campo Grande ou fora”.

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Empreendedorismo

Cargos ocupados pelas Empreendedoras nas Empresas 2008

2009

2010

2011

35%

35%

25%

6%

65%

65%

75%

94%

Sócia-Proprietária Outros cargos Fonte: Dados do Prêmio Sebrae Mulher Empreendedora (2008-2011)

Arte e Depilação / Taynara 67 9689-2030 / 8166-6185

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aqui em Campo Grande ou fora”. Rosi agora inicia uma nova etapa. Ela montou a própria escola de cabeleireiro. “Tenho muitos amigos que trabalham na área e eles sempre reclamavam da falta de cursos de aperfeiçoamento. Vendo essa necessidade, fui buscar qualificação e abri a escola”. O curso, reconhecido pelo Sindicato dos Cabeleireiros (Sindprocab/MS), tem duração de 12 meses e já possui mais de 10 alunos. “Fiz o curso de Instrutora de Cabeleireiro, pelo Centro Técnico do sindicato, fui à prefeitura regularizei a escola e hoje posso passar o que sei para outros colegas”, relata. Ao falar das duas atividades, ensinar e atender clientes, Rosi destaca a paixão pelas duas. “É muito bom ensinar outras pessoas, mas atender os clientes que chegam até o salão também é muito gratificante. Hoje tenho certeza que é a profissão certa”.

Fashion Hair / Léia 67 9222-7630

Studio Hair / Rosi 67 3213-6764 / 9215-8113

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