Lubgrax - Ed. 01

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CAPA

Ano I – Nº 01 – Novembro/Dezembro 2009 - www.lubgrax.com.br

Aditivos

Coadjuvantes de primeira grandeza

Additives

C

M

Y

Supporting players of great grandeur

CM

MY

CY

CMY

K

Bases

De olhos bem abertos

Bases

Eyes wide open

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2ª CAPA

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PALAVRA DO EDITOR EXPEDIENTE REVISTA LUBGRAX Ano I Nº 1 – Novembro/ Dezembro 2009

Capa:

Imagem: Shutterstock Produção: Sérgio Rodrigues Diretor

Sérgio Ávila Editoras responsáveis

Maristela Rizzo – MTB 25.781 maristela@lubgrax.com.br Miriam Mazzi – MTB 20.465 miriam@lubgrax.com.br Edição de arte e Editoração

Alex Andrade alex@artediagramacao.com.br Editora de fotografia

Iara Morselli iara@lubgrax.com.br

Marketing e eventos

sergio@lubgrax.com.br Gerente comercial

Fernando Mila fernando@lubgrax.com.br Circulação e assinaturas

Milene P. Camargo milene@lubgrax.com.br Tradução

Marcio Mendonça marcio.mendonca@uol.com.br Pré-impressão e Impressão

Van Moorsel

Lubgrax é uma publicação da Sergio Avila Editora e Eventos, dirigida a profissionais e executivos de toda a cadeia produtiva de lubrificantes, óleos, fluidos e graxas, associações, entidades, universidades entre outros.

RESILIÊNCIA PARA RECOMEÇAR

D

e onde menos se imagina é que mais surpresa aparece, e encanta, e motiva. Há cravados quatro meses, um profissional de renome, executivo da área de comunicação, se viu frente a frente com o já familiar desafio de ter novamente a vida nas mãos. Recomeçou, então, o grato exercício de sonhar, e voou tão longe que retrocedeu no tempo, quando, então, apaixonado que estava pelo mercado químico, tratou de registrar um título de revista segmentada que, assim, à primeira vista, não seduziu nem conquistou seguidores. Guardada na gaveta das oportunidades, ficou a revista Lubgrax durante uma década. Eis que o destino prega lá suas peças de ironia. Não é para todos a árdua tarefa de reconstruir a própria história, e com poucos elementos, quando se imaginava repousar as chinelas à sombra das roseiras. Aquele velho título, que dez anos hibernou à espera do verão sem nunca ter exibido suas páginas, foi a carta na manga da vez. Simples assim é o nascimento de Lubgrax, cuja primeira edição temos o prazer desmedido de entregar a você, leitor. A revista que se propôs, lá atrás, ser um veículo de comunicação para um segmento incipiente na época, nasceu pela sofisticação da economia brasileira, que avolumou seu mercado consumidor e sua infraestrutura também de maneira contundente no último decênio. Tal e qual gigante adormecido, Lubgrax, pelas mãos calejadas de palavras e de experiências empresariais de toda sorte de Sérgio Ávila, chega num momento em que o noviciado não é mais do mercado de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas, mas do setor editorial de revistas segmentadas, cujas brechas acolheram, com ansiedade, a nova publicação. A surpresa, neste caso em particular, é um espetáculo que vem sendo proporcionado pelos entrevistados que nos atendem com euforia e com informações; por todos os potenciais anunciantes, que aclamam e fazem programações para veicular campanhas de produtos inéditos ou não; pelos entusiastas amigos, poucos, mas leais, que não deixam, em momento algum, qualquer um desta modesta equipe em companhia da solidão; e, por fim, por todos e cada um de nós que não esmoreceu, não desistiu, bateu o pé, tirou de onde não havia mais nada, mas conseguiu fechar esta primeira edição com muita fé, suor e resiliência. Motivados pelas alvissareiras respostas de todos os setores e encantados por um mercado que vem nos descortinando um grande número de oportunidades de entrevistas, análises, reportagens, coberturas e tudo o mais que o jornalismo é capaz de transformar em história, entregamos a você, leitor, um tira-gosto para aguçar o seu instinto. Esta é a primogênita de uma série de leituras sérias e compromissadas com a evolução do setor de lubrificantes, óleos, fluidos e graxas.

Boa leitura! Equipe Lubgrax

Circulação: Nacional

Tiragem: 5 mil exemplares

Rua da Consolação, 359 – conjunto 14 01301-000 – São Paulo, SP, Brasil Tel (11) 3151-5140 sergioavilaeditora@sergioavilaeditora.com.br

(da esquerda para direita) Fernando Mila, Maristela Rizzo, Sergio Avila, Miriam Mazzi, Sergio Rodrigues, Milena Camargo e Iara Morselli.

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SUMÁRIO

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Entrevista

10

Mercado de lubrificantes

14

Mercado – Visão Empresarial

22

II Simpósio de Lubrificantes e Aditivos

30

Rerrefino

32

Notícias & Produtos

36

Aditivos para lubrificantes

42

Perfil Fabricante – Mercado Sucroalcooleiro

60

Distribuição – Carbono

64

Ponto de vista

66

Pesquisa & Desenvolvimento

68

Guia de Produtos

73

Editorialista convidado

74

CADERNO GRAXOS – VEGETAIS E ANIMAIS

42

Perfil do Fornecedor – Resitec

50

Equipamentos – EPT Technologies

54

Óleos vegetais e animais

56

RELAÇÃO DE ANUNCIANTES Empresa

Página

Aboissa

3ª capa

Agecom

29

Oxiteno

35

Associquim/Sincoquim

59

quantiQ

4ª capa

Bandeirante Brazmo

47

Resitec

2ª capa

BYK-Chemie

19

Uniamerica

Lanxess/ RheinChemie

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M.Cassab Miracema-Nuodex/Liovac

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LUBE NEWS RESILIENCE TO START OVER

More surprises come up where you least expect them. And they dazzle and motivate you. Exactly four years ago, a renowned communication executive found himself facing the challenge, with which he was already familiar, of being master of his fate once again. Then, he caught up with the rewarding exercise of dreaming. And he flew so high that he went back to a time when, in love with the chemical market, he went ahead and registered the name of an industry magazine that, at first, neither appealed nor gained followers. And resting in the opportunities drawer the Lubgrax magazine stayed for a decade. Then, fate played its ironic tricks. Rebuilding one’s own history with only a few elements and at a time when one expected to be enjoying retirement is not a task that just anyone can undertake. That old magazine name, which hibernated for ten years waiting for an opportunity to be put on the pages of a new publication, was the card in the man’s sleeve. As simple as that is the birth of Lubgrax, the first issue of which we are now enormously pleased to deliver to you readers. The magazine, which had been proposed as a publication for an industry that was incipient at that time, has now become reality thanks to the sophistication of the Brazilian economy, whose consumer market and infrastructure have grown steeply over the past ten years. Much like a sleeping giant, Lubgrax, brought to you by the skilled hands and all sorts of business experiences of Sérgio Ávila, comes at a time when it is not the market in lubricants, fluids, oils and grease products that is incipient, but the industry magazine market, which eagerly received the new publication to fill in the gap. In this particular case, the surprise lies in the euphoric response that we’ve been getting from each person we have interviewed, who’s provided us with information to which there seems to be no end due to the previous lack of space for that, from all potential advertisers, who have acclaimed the publication and are scheduling ads for both existing and new products, from enthusiastic friends, which are not many, but are loyal and have at no time failed to come through for this modest team, and, finally, from each and every one of us who was not discouraged,

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did not give up, put his foot down and found strength where there seemed to none left to close this first issue with a lot of faith, sweat and resilience. Motivated by the auspicious response from all segments and dazzled by a market that has been providing us with countless opportunities for interviewing, reviewing, reporting, covering and doing all other things that journalists can to turn fact into documented history, we serve to you readers a snack to sharpen your instincts. May this be the firstborn in a series of serious reading materials committed to the evolution of the lubricants, oils, fluids and grease industry. Enjoy reading!

LOOKING FOR A PLACE UNDER THE SUN Slowly but surely, the lubricants market has been expanding in terms of the number of businesses joining the supply and distribution chain, making up a whole that has been proving greater and greater in value. There are plenty of reasons for the companies to be so interested. In addition to the industry’s dynamic nature, the economic growth over the past few years has paved the way for an increased demand for lubricants in the nation, a market estimated at 1.3 million cubic meters per year. Distributors, for their part, also covet a share in this growth market. No wonder. A large portion of the market for lubricants and raw materials to produce them is taken up by distribution companies. Carbono Química has recently joined those who look for a place under the sun in the lubricants market. In 2009, Carbono, which sells around 10 percent of the materials used in lubricant formulations, has started investing and rearranging its product range. In 2010, this will be the distributor’s target market, as the company will implement specific actions for this segment. RAW MATERIALS BUSINESS TURNED GREEN Resitec, a traditional, renowned supplier of emulsifiers for synthetic rubber polymerization, since its acquisition in 2006 by two foreign companies —South Africa-based Chemical Services and US-based MeadWestvaco— has put in motion a process of diversifying its business. The goals that Resitec has set itself

include expanding the presence of the two multinationals in the Brazilian territory, and reaching new markets by supplying cuttingedge technology products, including tall oil fatty acid and tall oil pitch, both aimed at the lubricants industry. To get there, it has chosen MiracemaNuodex to be its distribution and marketing partners, as not only does the company have a firmly-established brand in the industries to be served, it also has the desired capillarity for the new business venture. Resulting from a joint-venture between a Japan-based group and businessmen Shigeaki Ueki, former Minister of Mines and Energy, and Rodolfo Rohr, founder of companies like Ceralit, Otilb and MiracemaNuodex, Resitec was founded in 1979 and has grown solidly since. The need for opening new business fronts has paved the way for a restructuring process and the resulting entrance of new partners. The first step taken by the new controllers of Resitec was to bring from Norway a highly automated production plant for fractioning crude tall oil (CTO). Conveniently located in Santa Catarina, the plant has been up and running since October 1st. “Brazil has produced CTO for many years, exporting it crude to then import it refined from the United States and Europe,” says Bernardo CM de Mello, business director. Tall oil is byproduct of the kraft paper manufacturing process, where pinewood is used as raw material. Since the set of plants producing paper between Brazil and Argentina use pinewood, Santa Catarina’s geographic position favors logistics in this industry both in receipt of raw materials and shipment of products. According to Mello, the fractioning of CTO will allow Resitec to supply the market with two products that are indispensable to lubricant manufacturing: tall oil fatty acid (TOFA) and tall oil pitch (tall oil resin or tallol). Still according to the Mello, Resitec’s production capacity will be sufficient to supply the Brazilian and South American markets and to export a surplus. “Our capacity is consistent with the amount of raw material available in Brazil, Argentina and Chile,” he says, explaining that, for now, in order to adapt the market volume for the production volume, the raw material is being purchased only in the domestic market. Compared to other fractioning locations, the Brazilian plant still has a small production

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LUBE NEWS capacity, but it can grow. The plant brought from Norway, for example, would produce as much as 70,000 tons per year, a volume considered small by European standards, and that’s why it had been shut down. “Here, it has been installed with a capacity that is lower, but can be gradually increase its production until we reach that level,” says Mello. PRE-SALT OIL NOT ENOUGH As the next presidential election approaches, the government’s optimism about the positive effects of the recently discovered pre-salt oil reserves on Brazil’s economy is undoubtedly justifiable. Combined with the 2014 FIFA World Cup, the 2016 Olympic Games and the very election, which has traditionally been an economic booster in Brazil, we seem to have all of the ingredients we need for continuous growth over the next decade. However, we should have no illusions, and nor should the government: all of these events need a comprehensive investment program to be carried out with skill and honesty. There are both examples of cities whose structure and financial situation were destroyed by their hosting the Olympic Games, such as Athens and Montreal, and many cases of economies where the discovery of oil and gas undermined industrial development in the long run. Venezuela and the Netherlands are clear examples of the latter case, and the term “Dutch disease” precisely denotes the mean effect that plentiful natural resources has had on that country’s industry. Exporting oil is and will continue to be a great business and a safe source of dollars to strengthen an economy’s hard currency reserves, but it is also a powerful tool to appreciate the local currency and undermine its industrial competitiveness. Regrettably, we are watching that same mistake being made in agriculture and the mineral industry. Brazil has become a world leading exporter of commodities, transferring to all countries all of the industrial processing activities, and then purchasing back processed products. In other words, unskilled labor stays in Brazil, while highly skilled professionals find their jobs in other countries; we export cheap raw materials, and import expensive processed products. Therefore, we will have an opportunity to add to our country’s industrialization if we know how to use oil as leverage for new investments in Brazil.

THE BRAZILIAN LUBRICANT MARKET Based on data provided by the main players and regulatory agencies —National Oil Agency (ANP, in Portuguese), Aliceweb, National Union of Fuel and Lubricant Distributors (known for short as Sindicom)— and papers presented by prominent professionals in this market, this study brought to you by Lubgrax Magazine shows the approximate figures of the Brazilian lubricant market. In Brazil, the lubricant market is currently shared by eight large companies who are members of Sindicom: Petrobras, with a market share of 25 percent, Chevron, with 16.5 percent, Ipiranga, with 11.2 percent, Shell, with 7.7 percent, Exxon, with 15 percent, Petronas, with 11.4 percent, Repsol, with 5.6 percent, and Castrol, with 7.6 percent. These companies represent 82 percent of the total market in lubricants, while the remaining 18 percent are not members of Sindicom, according to data provided by the ANP. Concerning the materials provided by these companies, the largest volume sold is that of HDD (Diesel), followed by PCMP (Gasoline/Ethanol), with 29 percent, lubricants for industrial applications, with 24 percent, automatic transmission fluids, with 11 percent, and grease product, with only 4 percent. For the most part, the total apparent market in lubricants reported for 2008 was 1.395 million cubic meters, divided into automotive (56%), industrial (36%), grease (5%), and basic oils (3%). Such amounts represent growth of 3.1 percent over 2007. concerning the industry’s trade balance, imports in finished goods were virtually twice as much as the exports, reaching 60,500 cubic meters against 31,500 cubic meters, making up a 52-percent deficit. On the other hand, the total market in basic oils (1.360 million cubic meters) is led by the domestic production, with 54 percent, against 31 percent for imports and 15 percent for re-refining. According to producers and importers of raw material, the three main consumer segments for basic oils are oils locally produced by Petrobras refineries (65%), oils brought by ANP-authorized importers (20%), and rerefined oil (around 15%) from the recycling of oils used in the Brazilian market. It is worth pointing out that both the importation and production of basic oils have sustained increases in the course of the year, thereby not

reflecting the fall in consumption reported for the last quarter. PRODUCT SPECIFICATION TRANSFORMED INTO REALITY Chief executive officer at quantiQ (formerly Ipiranga Química) Fernando Rafael Abrantes assures that the lubricant industry is strategic to the company. In fact, that’s why quantiQ has partnered Lubrizol, whose products are distributed by quantiQ to companies which aren’t directly reached by it, and with whom it has recently held a seminar in São Paulo. With a degree in Civil Engineering from the Rio Grande University Foundation, in Rio Grande do Sul, and post-graduation in Civil Engineering from the Federal University of Rio Grande do Sul, Abrantes also took the Senior Executive Programme at the London Business School. He led the restructuring of Ipiranga Química (currently quantiQ) back when he joined it in 1996 based on this People, Processes, Profitability management model, which multiplied by the company’s value by more then ten. In 2007 he was presented with an award by the Brazilian Association for Quality of Life (ABQV) for best Global Program. Two years earlier, he’d received the 2004 Business Excellence award from the FGV (Getulio Vargas Foundation). In addition to his position at quantiQ, Abrantes is vice president at the São Paulo State Chemical and Petrochemical Wholesalers Union (known for short as Sincoquim) and at the Brazilian Association of Chemical and Petrochemical Manufacturers (known for short as Associquim). In this interview, available in Portuguese only, the CEO provides his outlook for the industry in Brazil, and points out that quantiQ is very well-prepared for the challenges facing it. “We are ready with cutting-edge technology products that meet all market requirements and with a strategy of getting new partners,” he says, adding that it is the mission of the people involved to achieve profitability. “We provide a technical lecture program for our customers whereby we keep up a permanent communication channel for new technologies and an intensive exchange of information,” he says. INCREASED DEMAND FOR QUALITY Around 250 people appeared at the Millennium Convention Center on October 29 for the 2nd Symposium on Lubricants and Additives held by the AEA (Brazilian Automotive Engineering Association) in partnership with

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LUBE NEWS the IBP (Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels). For an audience consisting of experts on a variety of fields, the two entities flew in lecturers from the United States and Asia to share their experiences. With opening speeches delivered by AEA president José Edison Parro, IBP Supply and Petrochemistry manager Ernani Figueiras, Simone Hashizume and Pedro Nelson, coordinators of the Technical Committee for the symposium, and Mines and Energy Ministry director Claudio Ishihara, the symposium was aimed at showing the variety of lubricants and additives available in the market and the importance of selecting the right product for each kind of vehicle. RESPECT FOR NATURE Latin America’s leading re-refining company Lwart Lubrificantes has been improving its collection and re-refining methods for three decades. Lwart Lubrificantes, part of the Lwart Group and located in Lençóis Paulista, State of São Paulo, has also been engaged in the business of collecting contaminated oils for more than three decades, for which it employs 822 people, spread over 15 collections centers conveniently located throughout the country. The company also has two industrial units in Lençóis Paulista, São Paulo, and Feira de Santana, Bahia. With state-of-theart technology plants, the units re-refine 120 millions liters of used lubricant oils per year, making it the largest company in the business in Latin America. LUBRICATE YOUR MINDSET A few years ago, I learned from my guru that humans are unfinished beings, and thereupon began to realize that not everyone acknowledges that. Nevertheless, life goes on. But evidence has shown a close relation between new eras and the development of human beings, i.e. it is clear that what used to be successful a while ago is no longer successful now and will certainly not be in the future. TAILORED TO MEET NEW REQUIREMENTS As a direct destination for new investment, the Brazilian market draw the attention of EPT Technologies, a US-based company specializing in high-technology engineering applied to bioenergy and process chemistry, including lubricant processing. The head office has re-

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cently decided to establish an office for South America in São Paulo to develop engineering designs for several customers in those fields. Specifically for the lubricants market, EPT Technologies is providing cutting-edge production technologies that were previously available only in the United States and Europe. According to Pinheiro, those technologies contemplate highly sustainable parameters, such as low power consumption per kilogram converted and closing the product cycle. WARMING UP THE ENGINES Never before have “green” technologies been attached to much importance. The world market moves more and more towards developing and planning actions and products that contribute to meeting the urgent need to reduce impacts on the environment. It was in this context that Fuchs Brazil succeeded in standing out in the sugar and ethanol market. A manufacturer of oils and grease lubricants, the company was established in 1973, originally as Renolub Lubrificantes, and then given its current name in September 1995. The company showed what its main goal was from the outset: to provide customers in the Brazilian market with the best in products, technologies and services, an attitude that has made Fuchs a world leader in several lubricant segments. Today, the company has a market share of around 5 percent, supplying approximately a hundred sugar and ethanol mils, out of a universe of 660 mills in Brazil. The lubricants supplied by Fuchs to the sugar and ethanol industry are essentially grease lubricants, hydraulic oils, compressor oils, protective oils, anticorrosive oils, specialty solvents, cleaning grease products, metal processing oils and other products. OPTIMIZING POLLUTANT DEGRADATION BY ADDING MICROORGANISMS IN INDUSTRIAL WASTE TREATMENT PLANTS The purpose of this text, the full version of which is available in Portuguese only, is to demonstrate the efficiency in pollutant degradation achieved by the used lubricant oil re-refining process waste treatment plant of Lwart Lubrificantes Ltda. by using microorganism addition procedures and controls. The diagnostic results obtained through analytic monitoring in determining the organic compound phenol show a better performance of microorganisms in pollutant degradation. The changes introduced allowed the concentration of

the pollutant present in the effluent to decrease, reducing treatment costs and improving efficiency at the waste treatment plant. SUPPORTING PLAYERS OF GREAT GRANDEUR If you ever had the opportunity to watch the movie “Girl, Interrupted,” based on the memoirs of author Susanna Kaysen and starred by Wynoma Ryder and Angelina Jolie, you what it’s like when a supporting actress steals the scene. In that case, Jolie, who got the Oscar for Best Supporting Actress, plays an outstanding, wacky character that comes to mind when the remember the movie. Without her, as accurately as the story was told on the big screen, it probably would never have touched the audiences as it did. As an analogy, additives are the “Jolies” of the lubricant industry. Without them, lubricant oils would not be able to reach the performance levels —more and more stringent, by the way— required by customers, be they manufacturers of equipment, automobiles or any other products that use lubricants. “We can say that our relationship with the lubricants industry is one of total interdependence,” confirms Claudio Lopes, president of the Brazilian Association of Lubricant Manufacturers, known for short as Abrafa, and sales manager, Brazil and Paraguay, at Afton Chemical, one of the world’s leading suppliers of additives for fuels and lubricants. Displaying growth rates that keep up with those of Brazil’s GDP, the additives industry is now more than ever struggling to improve the quality of their lubricants. And the hard battle has been finding support in the initiatives of Abrafa. According to Lopes, it is essential for all players in the industry to use their knowledge in order to set quality levels, “so that they can start meeting the requirements of the most representative part of the Brazilian fleet and, as a result, those of end consumers and the environment,” he says. SKF GREASE CERTIFIED BY WEG SKF Brazil’s LGHP2 grease has just been certified as the official lubricant for WEG’s electric motors. The Swedish company was already responsible for supplying the roller bearings used in pieces of equipment manufactured by WEG, who is present all over the world with its products and solutions. SKF’s LGHP2 grease ensures outstanding lubrication performance in rollers and spheres for electric motors. Made from polyurea, the grease enables equipment to operate under

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LUBE NEWS extreme conditions —temperatures that may range from minus 40ºC to plus 150ºC—, preventing corrosion and preserving the useful life of both roller bearings and motors. KLÜBER LUBRICATION SOUTH AMERICA RECEIVES AWARD The Freudenberg Group, which includes Klüber Lubrication, organizes an annual competition to recognize initiatives in health, safety and environment among the actions taken as part of the its continuous improvement program called “We All Take Care!”. This year, Klüber Lubrication South America (KLSAM) ranked third globally and was presented with a special award for having carried out a regional project that is integrated with South America, comprising ergonomic improvement initiatives. The competition included 303 projects sent by plants spread over 53 countries. The Freudenberg Group’s continuous improvement program is aimed at reducing risks of accidents at the workplace to zero (zero accidents) by raising employee awareness that caring for health and safety is a duty of everyone within the organization. For the group, this is one of the sustainability pillars of the business, and since the introduction of the “We All Take Care!” program, the rate of accidents per 1,000 employees has been falling dramatically, from 11 per 1,000 in 2003 to 3.2 per 1,000 in 2008, which represents a 71-percent reduction in the accident rate for the Freudenberg Group worldwide. SAP CREATES COUNCIL OF OIL AND GAS CUSTOMERS IN LATIN AMERICA Along with major companies in the oil and gas industry, SAP has created the SAP Oil & Gas Council in Latin America. It is an confidential, cooperative, open network of high-level executives that will provide the basis for exchange of ideas, cooperation and the development of best practices all over the region. Benefits for council members include the opportunity to be part of a group of elite professionals with whom they can share experiences, to participate in SAP’s knowledge transfer meetings, to access a set of best practices that can be reproduced, to be constantly in touch with SAP executives specializing in oil and gas, and to know beforehand SAP’s upcoming strategic actions for the industry. SURVEY FINDS INAPPROPRIATE PREVENTIVE MAINTENANCE A survey shows that only four out of every

ten vehicles with 10 to 15 years of use undergo preventive maintenance, while for newer vehicles, used for up to two years, seven out of ten are taken to the garage for preventive maintenance. Vehicles used for 10 to 15 years that do not undergo preventive maintenance amount to more than 5 million units, which is more than the combined fleet of the States of Rio de Janeiro, Minas Gerais and Bahia, estimated at 4.9 million. Of the total 27.8 million vehicles circulating in Brazil, according to the Sindipeças Fleet Study, 20 million, or 63 percent, are more than five years old. Regarded as a relatively new fleet, with an average age of nine years, the problem lies in the conditions of those vehicles, as a survey conducted by GIPA, an international agency specializing in after sales, shows that preventive maintenance rates decrease as car age increases. Useful preventive maintenance tips for vehicles are available from the website at www.carro100.com.br. PETROBRAS SIGNS DEAL TO ACQUIRE CHEVRON CHILE ASSETS Petrobras completed on November 04 an agreement to purchase the assets of Chevron Chile SAC, the company that manufactures and markets Texaco lubricants in Chile. The transaction, worth approximately US$12 million, is expected to be concluded within a month, with the transfer of total control of the entirety. The agreement includes a lubricant plant in Santiago, with capacity of 15,900 cubic meters per year, and the acquisition of 23 tanks used to store for feedstock and finished products. Additionally, it involves a trademark use license, the Texaco lubricant formulation, and the basic product supply agreement between Petrobras and Chevron (United States), ensuring product continuity for a 24-month period, enough time to allow the transition to be made to the Petrobras Lubrax lubricant trademark. The agreement will enable Lubrax to increase its share in the Chilean lubricant market to six percent. With this transaction, Petrobras consolidates its position in the Chilean lubricant market, boosting opportunities in the different distribution channels that the company has had in Chile since its acquisition of Esso Chile Petrolera. SHELL LAUNCHES EXTRA-CLEANING DIESEL FOR ENGINES Enhanced engine cleaning properties are the main improvement of the New Shell Diesel Formula, a fuel for heavy-duty vehicles like trucks

and buses. The formulation components prevent deposits from forming on injectors, helping to reduce fuel consumption. The main benefits provided by the New Shell Diesel Formula include savings of up to 3 percent in fuel consumption and the resulting reduction in CO2 emissions. Shell Diesel Formula has been on the Brazilian market since 1993, and many years were invested in research and development before the new formula could be launched worldwide in 2007. Brazil is the ninth market where Shell has made its New Shell Diesel Formula available. EYES WIDE OPEN The lubricant market had never been in the spotlight as much as it has over the past few years. With the discovery of pre-salt oil reserves, the introduction of new engines, the growing demand for environmentally friendly products in several niche markets around the world, and increasingly strict regulations have made base suppliers very optimistic about the maturity of the industry. This is demonstrated by the increase in business in this market through new investments and expansion of product ranges, as well as the coming of new players betting on the growing need for a more sustainable attitude in the market as whole. A PERFECT MATCH The year 2009 has seen good news in the vegetable oil market. By January 2010, the diesel sold at Brazil’s fuel stations will contain a 5-percent addition of biodiesel to its formulation. As a result, the market celebrates in advance its achievement of a goal that was only expected for 2013. Such increase means that 2.3 billion liters of biodiesel will be consumed by motor vehicles in Brazil, contributing a lot to the vegetable oil supply chain, which has been engaged in intensive conversations with the government to further expand the mandated biodiesel addition rate in the domestic market. Such that the Brazilian Biodiesel Union, known for short as Ubrabio, has stated that a rate of 10 percent can be achieved by 2015. Another possible benefit out of such change is the decrease of around 9.6 percent that the government expects in biodiesel prices, which are currently 30-percent higher than those of mineral diesel. That measure, combined with the Brazilian companies’ efforts towards a more sustainable production, brings about extremely positive prospects for growth in the vegetable oil market.

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ENTREVISTA – FERNANDO ABRANTES

ESPECIFICAÇÕES TRANSFORMADAS EM REALIDADE DE PRODUTOS Por Miriam Mazzi

F

ernando Rafael Abrantes, diretor-presidente da quantiQ (antiga Ipiranga Química), assegura que o setor de lubrificantes é estratégico para a companhia. Tanto que, em função disso, estabeleceu parceria com a Lubrizol, de quem é o distribuidor para empresas que não possuem atendimento direto e com a qual realizou, recentemente, um seminário em São Paulo (ver boxe). Graduado em engenharia civil pela Fundação Universidade do Rio Grande (RS) e pós-graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Abrantes participou também do Senior Executive Programme na London Business School. Foi o responsável pela reestruturação da Ipiranga Química (atual quantiQ) em 1996, quando ingressou na companhia, baseado em seu modelo de gestão “Pessoas – Processos – Rentabilidade”, tendo multiplicado por mais de dez vezes o valor da empresa. Nos últimos dois anos, a companhia assinalou crescimento de 32% e receita bruta de R$ 803 milhões em 2008. Atualmente, além do cargo na quantiQ, Abrantes é vice-presidente do Sincoquim (Sindicato do Comércio Atacadista de Produtos Químicos e Petroquímicos no Estado de São Paulo) e da Associquim (Associação Brasileira dos Fabricantes de Produtos Químicos e Petroquímicos). Nesta entrevista, o executivo também analisa o futuro do setor no Brasil, desafio para o qual afirma estar a quantiQ muito bem preparada. “Estaremos prontos com produtos de alta tecnologia e alinhados com as demandas dos mercados e com a estratégia de nossos parceiros”, diz ele, que atribui às pessoas a estratégica missão de alcançar a rentabilidade do negócio. “Temos um programa de palestras técnicas com nossos clientes por meio

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ENTREVISTA – FERNANDO ABRANTES das quais manteremos um permanente canal de divulgação de novas tecnologias e de uma intensa troca de informações”, diz. Lubgrax: Estrategicamente, qual a relevância do setor de lubrificantes nos negócios da quantiQ? Fernando Abrantes: O mercado de lubrificantes, que para a quantiQ também inclui o mercado de metalworking, tem significativa importância estratégica dentro do crescimento de negócios da empresa. Temos hoje um portfólio bastante abrangente de matérias-primas para o setor, inclusive contemplando produtos próprios (formulações específicas para fluidos de metalworking). Com a parceria com a Lubrizol, demos um importante salto em portfólio, tecnologia e apoio técnico. Lubgrax: Percentualmente, quanto esse setor representa do faturamento da empresa? Abrantes: Entre os mais de 50 segmentos de mercados atendidos pela quantiQ, o de lubrificantes tem uma importante participação, ao redor de 4%, com sólidas perspectivas de crescimento. Lubgrax: A participação da empresa se restringe ao segmento de lubrificantes automotivos? Abrantes: A atuação da quantiQ é abrangente, desenvolvendo negócios nos segmentos automotivo, industrial e de metalworking. Nossa linha de produtos possui aplicação em formulações para todos os segmentos mencionados. Lubgrax: Analisando o mercado brasileiro de lubrificantes, qual é o market share da quantiQ? Há perspectivas de incremento da participação? Abrantes: Na realidade, a quantiQ, como fornecedora de matérias-primas, não tem participação direta no mercado de produto final. A estimativa por intermédio de nossos clientes é muito difícil de consolidar.

Lubgrax: Do ponto de vista mercadológico, o que significa a parceria com a Lubrizol? Como ela se concretiza ou concretizará e o que deverá trazer de novidade para o mercado nacional? Abrantes: A parceria da quantiQ com a Lubrizol a coloca em uma posição de vanguarda tecnológica, além do respaldo técnico com base em laboratórios de altíssimo nível baseados nos Estados Unidos e Europa. Esse apoio técnico é parte integrante e de destaque do pacote oferecido por essa parceria. A Lubrizol é uma empresa global que tem no Brasil um de seus importantes e estratégicos mercados. Fazer parte dessa equação estratégica é motivo de orgulho para a quantiQ. Para nós, da quantiQ, isso traz a oportunidade de levarmos produtos de alta tecnologia, oferecendo a nossos clientes também a oportunidade de desenvolverem formulações de lubrificantes e metalworking para qualquer exigência de seu mercado final. A quantiQ é hoje o distribuidor da Lubrizol

A parceria da quantiQ com a Lubrizol a coloca em uma posição de vanguarda tecnológica, além do respaldo técnico com base em laboratórios de altíssimo nível baseados nos Estados Unidos e

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ENTREVISTA – FERNANDO ABRANTES Lubgrax: Quais os produtos oferecidos pela quantiQ para o setor de lubrificantes? Há novidades a caminho? Abrantes: O portfólio quantiQ é hoje composto de óleos minerais básicos, aditivos para as áreas automotiva, industrial e metalworking, além de blends, ceras Fischer Tropsch e polietilênicas, biocidas, denaturantes, fluidos e emulsões de silicones, sílica pirogênica e outras especialidades químicas, assim como intermediários químicos e solventes. As novidades sempre virão pelo lado de novos aditivos.

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ção não deve ser entendida como um fato de menor valia, na realidade ela representa mais um esforço tecnológico para atender as características do mercado quanto a suas condições de consumo. Além disso, existe o desenvolvimento local de novos

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para empresas que não possuem atendimento direto, abrangendo um número grande de clientes, independentemente de seu potencial de consumo. Lubgrax: Levando em conta que são esperados grandes investimentos no Brasil nos próximos anos, assim como a entrada de grandes empresas mundiais no País, tendo em vista ampliar e aperfeiçoar o mercado de lubrificantes, quais as estratégias de expansão da quantiQ e quais são suas armas competitivas? Abrantes: Essa é a vantagem de ter um portfólio atualizado e de ter parcerias com empresas líderes e globais, tais como Lubrizol, Sasol Wax, Dow, Wacker, Petrobras, Braskem, Huntsman, Celanese, entre outras. Para esses desafios estaremos prontos com produtos de alta tecnologia e alinhados com as demandas dos mercados e com a estratégia de nossos parceiros. Também faz parte de nossa estratégia um programa de palestras técnicas com nossos clientes, por meio das quais manteremos um permanente canal de divulgação de novas tecnologias e uma intensa troca de informações.

Lubgrax: Por falar em lançamentos, como está estruturada a área de pesquisa e desenvolvimento da quantiQ no Brasil? Existe apenas a “tropicalização” de produtos ou realmente se cria novidades no País? Abrantes: Em seus produtos próprios, voltados a formulações, misturas de óleos de processo básico, a quantiQ possui laboratório de desenvolvimento no qual as necessidades de especificações dos clientes são transformadas em realidade de produtos. Para os aditivos de formulação, a quantiQ é apoiada por suas representadas, e em particular pela Lubrizol, por meio da alta tecnologia e conhecimento que ela dissemina em seus laboratórios nos Estados Unidos. A tropicalização não deve ser entendida como um fato de menor valia; na realidade ela representa mais um esforço tecnológico para atender as características do mercado quanto a suas condições de consumo. Além disso, existe o desenvolvimento local de novos produtos. Lubgrax: Na sua avaliação, quais são as perspectivas de curto e médio prazos para o mercado brasileiro de lubrificantes? E as tendências, em termos de produtos? Abrantes: O mercado brasileiro de lubrificantes tem demonstrado um crescimento importante nos últimos anos, seguindo tanto o crescimento da frota automotiva quanto o crescimento industrial, em um parque industrial sofisticado e diversificado.

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ENTREVISTA – FERNANDO ABRANTES Nos grandes mercados globais, a tecnologia dos lubrificantes mostra clara tendência de novas exigências de performance e sustentabilidade ao mesmo tempo, com novas aditivações e diferentes óleos básicos. Essa tendência irá também chegar ao mercado brasileiro em futuro próximo. Neste sentido, a quantiQ também está se preparando com linhas de produtos que atendam a novas exigências no momento em que forem demandadas por nossa indústria. Lubgrax: O termo “ecologicamente correto” se aplica ao setor?

Abrantes: Com toda a certeza. Como em todos os outros setores industriais, vemos também que os setores de lubrificantes e metalworking se mobilizam e se estruturam para atender a demandas ecológicas e de sustentabilidade. Isso tem se traduzido em formulações que possuem componentes de óleos básicos diferentes do chamado grupo I (óleo mineral puro), como os grupos II e III, produtos mais hidrogenados, todos com mais baixo conteúdo de aromáticos e maior índice de viscosidade. Consequentemente, teremos uma aditivação voltada a esses novos produtos.

Como em todos os outros setores industriais, vemos também que os setores de lubrificantes e metalworking se mobilizam e se estruturam para atender as demandas ecológicas e de sustentabilidade

SINERGIA LUBRIZOL O mercado de lubrificantes para automóveis foi o tema da série de seminários “Sinergia”, realizados, desta vez, com a parceria da Lubrizol. No Caesar Business Paulista, em São Paulo, os participantes – clientes, fornecedores e convidados – tiveram a oportunidade de assistir a várias palestras sobre o setor, proferidas pelo diretor de vendas José Silorico Viana, e do gerente de contas Marcelo Guimarães Araújo, ambos da Lubrizol, que discorreram sobre o mercado de lubrificantes automotivos com o objetivo de conceder uma visão geral do segmento, abordando mercado em volume, principais produtos comercializados, composição (formulação), características técnicas dos componentes e ensaios de laboratório necessários para controle de qualidade. De acordo com dados apresentados, o mercado brasileiro atualmente é constituído por 82% de empresas associadas ao Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) e 18% não associadas. Em relação ao market share, a Petrobras é a que possui a maior fatia (25%), seguida de Chevron (16,5%) e Ipiranga (11,2%). O gerente de vendas da Lubrizol, Marcelo Hipolito, ainda forneceu um panorama global sobre a atuação da companhia, que é uma das líderes mundiais no fornecimento de lubrificantes automotivos, e que é formada pela Lubrizol Additives e Lubrizol Advanced Materials. “No mundo inteiro, um em cada três carros utilizam nossa tecnologia”, enfatizou. A quantiQ, uma das maiores distribuidoras de produtos químicos do

Brasil, atua em 52 segmentos do mercado industrial, concentrados em 14 macromercados, com um portfólio de mais de 700 produtos, entre commodities e especialidades químicas. Possui estrutura de vendas baseada no conhecimento profundo dos mercados atendidos e dos produtos oferecidos, com equipes estruturadas em 11 unidades de negócios, com atuação exclusiva por mercados. A quantiQ tem presença em todo o Brasil por meio de uma estrutura comercial e logística com centros de distribuição em Canoas (RS), Guarulhos (SP), o maior centro de soluções para a indústria química na América Latina, numa área de 104 mil metros quadrados, e Duque de Caxias (RJ), apoiados por filiais logísticas em Simões Filho (BA) e Recife (PE), além de filiais comerciais em Rio Grande (RS), São Paulo e Santos (SP) e Salvador (BA).

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UM PERFIL OTIMISTA Apesar de o mercado estar concentrado em poucas empresas, com a entrada dos produtores asiáticos o cenário tende a se modificar. Enquanto isso, nos bastidores, novas tendências e necessidades de mudanças de comportamento podem definir as bases do setor para os próximos anos.

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aseado em números fornecidos pelos principais agentes e órgãos legisladores – Agência Nacional do Petróleo (ANP), Aliceweb, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e de trabalhos apresentados pelos principais profissionais do mercado, esse estudo apresentado pela revista Lubgrax tem como pretensão apresentar valores aproximados movimentados pelo mercado brasileiro de lubrificantes, além de destacar as atuais tendências e comportamentos de mercado que movimentam esse setor. Atualmente, no Brasil, o mercado de lubri-

Market Share das maiores empresas

Fonte: Sindicom 14 • Lubrificantes.indd 14

ficantes é formado basicamente por oito grandes empresas que fazem parte do Sindicom: Petrobras, com 25% de market share; Chevron, 16,5%; Ipiranga, 11,2%; Shell, 7,7%; Exxon, 15%; Petronas, 11,4; Repsol, 5,6% e Castrol, com 7,6%. Do mercado total de lubrificantes, essas empresas representam 82% do setor, sendo que 18% ainda não aparecem como participantes do Sindicom, de acordo com dados da ANP. Dos materiais fornecidos por essas empresas, o maior volume comercializado é de HDD (Diesel), com 32%, seguido pelo PCMO (Gasolina/Álcool), com 29%; lubrificantes para a área industrial, 24%; fluidos para transmissão automática ATF/GO, 11%; e os greases, aparecendo apenas com 4%. De uma forma geral, o mercado total aparente de lubrificantes, em 2008, registrou 1,395 milhão de m3, divididos entre automotivos (56%), industriais (36%), graxas (5%), e óleos básicos (3%). Tais valores representaram crescimento de 3,1% sobre 2007. Em relação à balança comercial do setor, as importações do produto acabado praticamente foram o dobro das exportações, alcançando 60,5 mil m³ contra 31,5 mil m³, ou seja, déficit de 52%. Por outro lado, o mercado total de óleos básicos – de 1,360 milhão de m³ – reflete a soberania da produção nacional, com 54%, contra 31% de importação e 15% de rerrefino. De acordo com produtores e importadores de matéria-prima, os três principais seg-

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LUBRIFICANTES mentos consumidores de óleos básicos são óleo básico produzido localmente nas refinarias da Petrobras (65%), o básico trazido pelos importadores autorizados pela ANP (20%) e o básico rerrefinado (por volta de 15%), resultante da coleta dos óleos usados no mercado brasileiro. Vale destacar, ainda, que tanto importação quanto produção de óleos básicos se mantiveram altas ao longo de 2008. Falando especificamente de lubrificantes, o mercado de lubrificantes e aditivos para o mercado automotivo apresentou queda de 4,9% no período entre janeiro e setembro de 2009, quando comprado ao mesmo período de 2008. No segmento industrial, essa queda foi maior, 14,7%, enquanto o setor de graxas atingiu decréscimo de 15,5%. Mesmo assim, o ambiente é de recuperação após a queda sentida no segundo bimestre deste ano, com as empresas apresentando aumento de consumo após o período negro de abril, o que leva a crer que o mercado atingirá as mesmas margens apresentadas no início deste ano, no período pré-crise ÓLEOS BÁSICOS Dentro do grupo de óleos básicos, sem sombra de dúvidas a predominância é dos óleos parafínicos produzidos na Europa (34%), América do Norte (30,5), Ásia (21%), África (8%) e América do Sul (6,5%). Juntos, esses continentes oferecem uma capacidade total de produção de 50 milhões de toneladas/ano, sendo 34 milhões ainda pertencentes ao Grupo I (rota solvente), 12,8 milhões provenientes de hidrorrefino e 3,4 milhões de óleos do grupo III, (hidroprocessamento e refino). Dentro desse mercado, a Exxon Mobil desponta como produtora líder, com 14,1%, seguida pela Shell, com 8,4% e Petro China, com 6,2%. A Petrobras aparece na oitava posição com 2,2%. No caso dos óleos naftênicos a grande provedora dentro do mercado nacional é a Lubnor,

Distribuição por segmento

que é responsável pela produção de 60 mil m³/ano, através de sua fábrica instalada em Fortaleza/CE. Outros 30 mil m³/ano chegam via importação pela sueca Nynas, através do porto de Santos/SP. Enquanto isso, dentro do mercado internacional, vemos com grande assombro a expansão do mercado asiático no mercado de óleos naftênicos. No calcanhar da Ergon (EUA), que anunciou aumento de capacidade de 600 mil toneladas métricas/ano para cerca de 900 mil toneladas métricas/ano em 2009, vem a chinesa PetroChina Karamay, que sai da capacidade estabelecida em 2006 de 400 mil toneladas métricas/ano para 800 mil toneladas/ ano. Juntas, as empresas americanas chegam a 1,8 milhão de toneladas, enquanto as asiáticas, se somarmos as capacidades das chinesas CNOOC (com as plantas Taizhou e Binzhou) e Sinopec JI’nan Branch, seguem palmo a palmo na conquista desse mercado. MIGRAÇÃO Em palestra fornecida pela Lubrizol, no projeto Sinergia, da quantiQ (veja matéria Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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LUBRIFICANTES nesta edição), Marcelo Hipólito, gerente de vendas da companhia, discorreu sobre a tendência atual no mercado de migração para óleos GII e GIII. Segundo ele, atendendo às necessidades de qualidade da indústria automobilística nos EUA e Europa, foi estabelecido um sistema de classificação que leva em consideração os teores de enxofre, saturados e índice de viscosidade.

Dessa forma, com o aumento das exigências tecnológicas e ambientais, a tendência é de migração para óleos dos grupos II e III, dentro do mercado de lubrificantes. Segundo Hipólito, além dos efeitos do teor de saturados e de enxofre, que impactam diretamente no meio ambiente, o índice de viscosidade mais alto garante uma melhor performance do motor pela utilização de óleos de menor

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS LUBRIFICANTES Tendo por objetivo acompanhar sistematicamente a qualidade dos óleos lubrificantes comercializados no País, bem como proporcionar uma importante ferramenta para o direcionamento das ações de fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes (PMQL) elegeu como alvo os óleos lubrificantes para motores automotivos comercializados no mercado revendedor. O PMQL compartilha a estrutura de instituições e centros de pesquisa contratados pela ANP para a execução do Programa de Monitoramento de Combustíveis (PMQC), sendo que, no caso do PMQL, as contratadas têm como atribuição a coleta e o envio das amostras para análise no Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP. As amostras são coletadas em pontos de revendas, como postos revendedores, supermercados, lojas de autopeças, oficinas mecânicas, concessionárias de veículos, distribuidores e atacadistas. Os principais itens avaliados são: • Rótulos: verificação de existência das informações requeridas pela legislação pertinente, bem como se estão colocadas de forma clara a não induzir o consumidor a um falso entendimento com respeito à origem e às características do produto • Registro: verificada a existência da cadastro na AN P, tanto da empresa como do produto; • Qualidade: avaliada a qualidade da amostra em consonância com os dados declarados e aprovados na ocasião do registro do produto na ANP. Lançado em forma de programa piloto em 2003, o trabalho, na época, obteve os seguintes índices de conformidades: rótulo, 57,3%; qualidade, 46,8%; e registro, 13,8%. Em 2006, teve início o PMQL,

Monitoramento da qualidade de lubrificantes

com amostras sendo coletadas no Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. No ano seguinte, houve a publicação do 1º Boletim do PMQL no site da ANP, tendo expansão da coleta para Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A partir de 2009, acontece a publicação detalhada do nível de desempenho e grau de viscosidade dos óleos lubrificantes analisados. As coletas se estendem para Ceará, Espírito Santo, Alagoas, Sergipe e Piauí. Resultados positivos De 2006 até setembro deste ano, os índices de monitoramento do PMQL melhoraram substancialmente (ver gráfico). As não conformidades em relação à qualidade, por exemplo, recuaram de 47% para 21,9% no período; em relação aos registros a queda foi de 22,6% para 11,1%; e os rótulos incorretos caíram de 35,5% para 14,1%. Também o PMQL influenciou positivamente o registro de óleos e graxas lubrificantes e aditivos comercializados em frascos para óleo motor, cuja exigência passou a ocorrer por intermédio da Portaria ANP nº 131, de 1999. Em 2007, esta portaria foi substituída pela ANP nº 10/07, que passou a incluir mais rigor na análise dos processos de solicitação de registro. No ano passado, foi implantado o novo Sistema de Registros de Produtos (SRP), com atualização dos dados e disponibilização online dos trâmites dos processos de registros. Em 2009, houve o cancelamento das empresas que não revalidaram seus produtos e a abertura para consulta, no site da ANP, dos produtos registrados. Com todas essas ações, o número de registros (ver gráfico) cresceu de 1123 em 1999 para quase 5 mil em 2008.

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Registro de produtos

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LUBRIFICANTES viscosidade e que não apresentam grandes variações de viscosidade com a mudança de temperatura. “Aliado a isso, temos hoje um déficit no mercado local de cerca de 300 mil m³/ano e para 2020 estima-se que esse déficit chegue a 800 mil m³/ano, o que seria um fator importante para a migração dos óleos lubrificantes nacionais”, estima ele. Hipólito ainda informa que, enquanto em 1988 a produção americana de óleos básicos parafínicos era de 200mil BPD em 34 plantas, atuando basicamente com o grupo I, em 2008 a capacidade foi para 190mil BPD em 11 plantas, porém somente 70mil BPD corresponde ao G I, o que aponta para uma queda de 65% de produção de óleos desse grupo em 20 anos. Ao mesmo tempo, em 1988 a produção na América Latina de óleos básicos parafínicos

Óleos Parafínicos Produção Internacional

G I era de 50mil BPD em 18 plantas e em 2008 a capacidade foi para 41mil BPD em 10 plantas. Para o profissional, isso leva o mercado para três questões fundamentais que definirão a viabilização da manutenção da produção de

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Óleos Naftênicos Produção Internacional

óleos G I: custo de petróleo competitivo e acesso a matéria-prima; maximização da produção de “bright stock” para aumento da rentabilidade da planta e o foco das empresas para a produção de óleo G I. “Aos produtores de GI as alianças com produtores de GII e GIII são a alternativa para a redução de investimentos e garantia de atendimento às demandas dos mercados. Além disso, no mercado industrial os naftênicos podem significar uma boa alternativa para os parafínicos do GI. RECUPERAÇÃO Levando em conta que o principal consumidor de lubrificantes ainda é o automotivo, vale conferir alguns dados do setor, fornecidos pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Segundo a entidade, hoje a frota brasileira de veículos conta com pouco mais de 27,8 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, com idade média de 9 anos. Além destes, o Brasil possui atualmente uma frota de mais de 8,5 milhões de motos e 539,1 mil tratores, com idades variando de 4 anos e 8 meses e 12 anos e 2 meses, respectivamente.

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Analisando apenas a frota de motocicletas, o Sindipeças observa que houve um crescimento de unidades vendidas, entre 2000 e 2008, de 243%. Nesse patamar, resta um importante obstáculo para toda a cadeia de fornecedores e distribuidores de lubrificantes: a conscientização dos consumidores sobre o uso adequado desses produtos, seja simplesmente no aspecto da manutenção correta, seja questão da velha disputa entre preço e qualidade. Uma mostra dessa situação pode ser verificada pelas informações prestadas por Norival de Almeida Silva, caminhoneiro há mais de 35 anos e presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (SindicamSP), que hoje conta com mais de 6 mil sócios assíduos. A atual frota de São Paulo, na categoria Autônomo, é de 264.246 caminhões de pequeno, médio e grande portes. Esse número corresponde a 53% da frota, dentro da categoria autônomo de todo Brasil, cujo total é de 502.117 veículos. Na prática, o caminhoneiro troca óleo de câmbio e diferencial a cada 100 mil quilômetros. No motor essa manutenção ocorre entre 10 e 15 mil km. “Apesar de o caminhoneiro entender a importância do lubrificante para a conservação de seu patrimônio, atualmente ele não tem condições de pagar ainda mais por um produto diferenciado, além de também não entender as vantagens dessa aquisição. É necessário que as empresas invistam em propaganda para instruir esse profissional sobre os benefícios e vantagens de seus produtos”, visualiza Silva. Segundo ele, apesar de o Sindicam ainda não ter trabalhos específicos que auxiliem o caminhoneiro a realizar uma manutenção de qualidade em seus veículos, a entidade já está analisando alguns projetos que serão implementados em parceria com uma grande marca de lubrificantes.

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The Innovation Principle. Innovation is the most important formula for success. At BYK we know that innovation demands forward thinking about new products and processes, effective services and strong partnerships. It takes imaginative applications of state-of-the-art technologies. Ultimately, innovation requires knowledge, experience and the drive to discover new solutions. That’s BYK’s Innovation Principle – . Put it to work for you. Together, we can help you achieve a decisive competitive advantage.

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ATRIBUIÇÕES DA ANP A partir da Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997, a ANP passou a responder pela implementação da política nacional de petróleo e gás natural, com ênfase na garantia de suprimentos de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados e de biocombustíveis, na proteção dos interesses dos consumidores quanto à qualidade, preço e oferta dos produtos, e na especificação da qualidade dos derivados do petróleo, gás natural e biocombustíveis. Mas foi apenas em 1999, por intermédio das Portarias ANP 125 a 131, que houve a abertura do mercado a agentes econômicos independentes. Até então, o governo interferia no mercado. Em 2009, quando completou dez anos de existência, a ANP, por meio das Resoluções nº 16 a 20, passou a tratar também de legislações ambientais. O novo marco regulatório alterou, ainda, a exigência de capital mínimo para as empresas atuarem no setor; de autorização para abertura de filiais; exigência para a realização de testes mínimos de qualidade para a produção e desenvolvimento de lubrificantes; definição clara da produção em terceiro e da produção pela empresa que apenas possui registro de produtos; e revogação da autorização quando do não do exercício da atividade. A ANP regula e fiscaliza um setor pujante: são três refinarias e 121 produtores de lubrificantes. Além disso, até outubro, contava com o registro de mais de 3,5 mil lubrificantes industriais; 2,9 mil lubrificantes automotivos e perto de 2,3 mil graxas lubrificantes.

Números do mercado

Números do mercado

Perspectivas De acordo com Rosângela Moreira de Araújo, superintendente de Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos da ANP, os próximos passos da agência visam dar continuidade ao estabelecimento

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e revisão das especificações, alinhando-as às normas internacionais; permitir o registro dos lubrificantes pela internet; estudo da utilização dos óleos vegetais como óleos básicos; avaliação da quantidade dos básicos rerrefinados; harmonização das exigências de rótulos com as de outros órgãos; ampliação da coleta de amostra em embalagens diferentes de um litro; intensificar as ações em prol da melhoria dos índices de conformidade.

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL

DE OLHOS BEM ABERTOS

Com as recentes mudanças dentro do mercado de lubrificantes e o direcionamento do mercado brasileiro por produtos mais sustentáveis, qualificados e rentáveis, as empresas fornecedoras de insumos e lubrificantes passam a ver o setor com outros olhos. Por Maristela Rizzo

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Produto D’Altomare

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mercado de lubrificantes nunca esteve tanto em evidência como nestes últimos anos. Com a descoberta das camadas pré-sal, o lançamento de novos motores, a crescente exigência do mercado mundial por produtos mais amigáveis para diferentes nichos de mercado, aliado à maior rigidez dos órgãos de regulamentação, as expectativas dos fornecedores de bases são positivas, apostando muito no amadurecimento do setor. Uma mostra é a intensificação das empresas nesse mercado por meio de novos investimentos e ampliação de linhas, assim como podemos perceber também a entrada de novos players dentro do setor, que apostam na necessidade crescente por uma postura mais sustentável do mercado como um todo. Como Izabel Tereza Lacerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora, comenta, o potencial desse mercado está atrelado à frota de veículos no mercado brasileiro e à atividade industrial, que, por sua vez, estão atrelados ao crescimento do País, sendo pontos importantes de suporte às perspectivas de crescimento. De acordo com a profissional, existe uma tendência à produção de lubrificantes com viscosidades cada vez mais baixas, com a utilização de aditivos especiais que proporcionam economia de combustível e redução na emissão de poluentes. “O Brasil está atento a essas mudanças e isso pode ser evidenciado através dos lançamentos de produtos no mercado com essas características e benefícios”, verifica.

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL Indo ao encontro das estimativas positivas, Anselmo França, gerente de vendas da Divisão Industrial da D’Altomare Química visualiza que o mercado de lubrificantes industriais, de uma forma geral, apesar de ter sofrido muito com a crise econômica iniciada no último trimestre do ano passado, já demonstra boa recuperação a ponto de tudo indicar que 2010 apresentará o mesmo desempenho do primeiro semestre de 2008, no momento pré-crise. “Estamos investindo continuamente em recursos humanos e tecnológicos, tanto que, em 2010, teremos lançamentos de novos produtos, os quais vêm ao encontro das necessidades do mercado de metalworking. São produtos de desempenho diferenciado aos atuais do mercado, bem como ecologicamente corretos”. PORTFÓLIO AMPLIADO Acreditando também em crescimento constante, ao redor de 3% ao ano, a quan-

tiQ, através de sua unidade de negócios Lubrificantes e Metalworking, vem ampliando o portfólio de seus produtos, incluindo novos aditivos que signifiquem economia no produto final, valorizando os aspectos de meio ambiente e desenvolvendo novas formulações específicas às necessidades dos clientes. “Outra ação importante tem sido a intensa troca de informações decorrente de encontros periódicos com os clientes, no programa de palestras técnicas denominado Sinergia, pelo qual divulgamos as novas tecnologias dos produtos de nossas representadas”, pontua João Roberto Rodrigues, gerente da Unidade Petroquímica, Química de Base e Agrobusiness, Household, Lubrificantes e Produtos Manufaturados da quantiQ. A solidificação e ampliação de linha de produtos, também tem sido a pauta da Arinos Química, que também tem aperfeiçoado sua equipe de negócios com treinamentos específicos, esforços que têm ido ao encontro

Izabel Tereza Lacerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora

Área de envase da Arinos

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL

Anselmo França, gerente de vendas da Divisão Industrial da D’Altomare Química

da visão da empresa de grande potencial de crescimento para esse mercado, a partir do ponto de que as bases para lubrificantes estão diretamente ligadas aos equipamentos das indústrias e à grande reserva de petróleo pré-sal. “Para um país desenvolver esse segmento, necessariamente precisa contar com matéria-prima básica, que é o petróleo, e nisso o Brasil já é autossuficiente, além de deter as maiores reservas mundiais”, informa Anilton Ribeiro, gerente de tintas industriais da empresa, completando ainda que, somado a esse fato, o Brasil possui um grande mercado consumidor, que é a indústria automotiva, fato que tem chamado a atenção das grandes montadores, que já apresentam projetos de ampliação e instalação de novas indústrias. Outra tendência prevista pelo gerente, na linha de lubrificantes, é a utilização dos óleos minerais de terceira geração, onde a performance e durabilidade dos mesmos é três vezes superior aos óleos básicos usados atualmente. “No Brasil estamos na primeira geração dos óleos minerais básicos e a qualidade do petróleo não está comparável aos níveis internacionais. Com a mudança para a terceira geração, isso permitirá que, com a mesma matéria-prima, possa se obter um resultado muito superior em rendimentos e com tendências de menor agressividade ao meio ambiente”, pondera. MERCADO AUTOMOTIVO O movimento das montadoras e do mercado consumidor brasileiro vai ao encontro do mercado dos óleos básicos do Grupo III, que no Brasil gira em torno de 18 mil toneladas/ano, mas que já apresenta tendência, segundo alguns especialistas do mercado, de chegar a 30 mil toneladas/ano, ou mais, em 2012. “Muitos carros modernos, inclusive alguns de 1.0, já estão saindo de fábrica com cárter preenchido com óleo de viscosidade 5W-30/5W-40, o chamado primeiro enchimento, que exige a utilização de óle-

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os básicos do Grupo III em sua formulação. A tendência é que os proprietários também utilizem óleos com as mesmas características nas trocas”, vislumbra Armando Stilhano Neto, gerente de negócios da Metachem, empresa que detém, grosso modo, mais de 50% do mercado brasileiro de básicos do Grupo III. Ele ainda ressalta que a utilização de formulação de óleos lubrificantes à base de óleos básicos do Grupo III já em si é uma tecnologia nova, pois no passado, os poucos lubrificantes sintéticos utilizados no segmento automotivo eram formulados a partir de óleos básicos do Grupo IV (polialfaolefinas), que tornavam o preço final proibitivo ao consumidor. “Hoje, com o advento dos óleos básicos do Grupo III, os preços recuaram e permitiram a popularização do lubrificante sintético”, comemora. Mesmo assim, o mercado de básicos sintéticos (básicos do Grupo III e IV), representa menos do que 3% do total de óleos básicos movimentados anualmente no Brasil. Porém, trata-se de um segmento com grande potencial de crescimento, enquanto o óleo básico convencional tem crescimento muito mais tímido. No aspecto de lubrificantes em geral, quando comparamos o mercado nacional com o americano e o europeu, percebemos que o Brasil ainda tem muito para amadurecer. Com a concretização dos indícios de recuperação da indústria automobilística, além de outras fatias do mercado industrial brasileiro, a matriz logística brasileira que é calcada no transporte rodoviário, será beneficiada, o que culminará no aumento de consumo de lubrificantes. “O que devemos ter em mente é que a melhoria tecnológica dos produtos é um grande milestone a ser sempre perseguido pelos fabricantes”, orienta Rodrigo Gabriel, diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa da Carbono, empresa que tem prospectado o setor de lubrificantes com foco na sustentabilidade. Por conta dis-

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL

so, a companhia, apesar de ainda não ter uma predominância de venda para esse segmento, acredita na perspectiva de taxas de crescimento acelerado, acima de 7% ao ano, na participação do faturamento deste mercado dentro dos números da Carbono. “Vemos com bons olhos a expansão dos números do setor, mas também podemos ver claramente que no setor de óleos básicos, que influencia muito o mercado como um todo e que, por sua vez, acabou ficando sujeito às oscilações da crise e da taxa de câmbio, ainda existem muitos altos e baixos, mesmo no final da crise, atrapalhando um pouco a dinâmica dos clientes”, pondera ele, acrescentando ainda que mesmo os óleos básicos não fazendo parte do portfólio da Carbono, acredita que a empresa deve ficar atenta a esses

Centro de armazenagem da D’Altomare

produtos, uma vez que compõe mais de 80% na fórmula de produtos de seus clientes. Alexandre Leone, gerente de mercado da Carbono, acredita que existe um aprimoramento tecnológico nos constantes lançamentos de produtos no mercado. “Todos buscam performance sem deixar de lado o caminho da sustentabilidade, tanto no quesito ambiental quanto econômico. O Brasil está atento a essas mudanças, mas a base tecnológica dos produtores começou a mudar há poucos anos, e agora começa claramente a mostrar suas mudanças no consumidor final”, observa ele, acrescentando que mesmo o consumo de óleos básicos está evoluindo. “Hoje, comparativamente, o volume de óleos mais leves aumentou em relação ao passado, bem como o consumo dos lubrificantes sintéticos, ainda pequeno em relação ao resto do mundo, que mostra sinais de crescimento.”

Arinos: lubrificantes respondem por 15% da divisão industrial

MAIOR APOIO Perspectivas positivas à parte, o mercado ainda enfrenta algumas dificuldades para sua consolidação que poderiam ser sanadas com uma maior atuação do governo no sentido de diminuir o imposto de importação para algumas matérias-primas utilizadas pelos fabricantes de aditivos e bases de lubrificantes, além de reduzir a alíquota de IPI aplicada no lubrificante final. Outra necessidade apresentada pelo setor Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL

Armando Stilhano Neto, gerente de negócios da Metachem

é por aumento na fiscalização a fim de combater irregularidades. “Existem, atualmente, pequenos fabricantes que não possuem quaisquer condições de produzir e comercializar lubrificantes”, denuncia Izabel, da Petrobras, afirmando ainda que existem muitas empresas que descumprem a legislação vigente que regula as atividades de produção, importação e comercialização de lubrificantes. Nesse sentido, a Agência Nacional do Petróleo vem conseguindo mobilizar agentes deste segmento na melhoria da qualidade dos produtos finais, visando o atendimento das novas regulamentações. Prova disso é que, enquanto em 2007 houve apenas 835 registros de óleos e graxas lubrificantes, em 2008 esse número foi mais do que quintuplicado, chegando ao marco de 4.925 registros efetuados (veja matéria nesta edição). Ainda assim, o setor esbarra em outro obstáculo que se mostra mais trabalhoso para ser suplantado: a falta de percepção da maioria dos clientes de que a utilização de um lubrificante adequado não é custo, mas sim um investimento altamente vantajoso. GALERIA Com as mudanças percebidas dentro do mercado de lubrificantes é válido saber um pouco mais sobre os principais fornecedores desse setor. Dessa forma, a Lubgrax traz um pequeno perfil da atuação dessas empresas, apresentando seus portfólios, investimentos e participação dentro do segmento de lubrificantes.

Rodrigo Gabriel, diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa da Carbono

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ARINOS O mercado de bases para lubrificantes representa 15% para a divisão industrial da empresa, que atua dentro do mercado com os produtos usados na fabricação de óleos de corte, graxas e óleos lubrificantes, como o ácido isononanóico (aditivo antioxidante), glicóis e diglicóis (solventes de alta performance de baixo odor ), cloreto metileno (solvente auxiliar para limpeza de sistemas),

aminas (aditivos com função de neutralizantes), nonil fenol etoxilado (aditivo com função de surfactante ) e parafina clorada (aditivo que confere características de melhoria nos sistema de alta pressão), sendo este último o carro-chefe da empresa, representando 28% das vendas. CARBONO Acreditando muito no direcionamento da sustentabilidade para o setor, a Carbono tem focado sua atuação com suas três linha principais (carbonatos orgânicos, solventes hidrogenados e tensoativos e aminas) que têm esse conceito embutido. Esse mercado ainda tem uma participação tímida no faturamento da empresa, que apresentou 1,5% em 2008. Já em 2009 a crise no primeiro semestre fez com que a companhia não alcançasse crescimento em participação de faturamento, embora o segundo semestre já tenha se mostrado mais atrativo. Devido a isso, o foco da empresa será realmente em 2010, onde espera um aumento significativo na fatia de faturamento desse mercado. A linha de matérias-primas da Carbono abrange os seguintes itens: carbonatos orgânicos e solventes hidrocarbônicos hidrogenados, que são indicados como diluentes/veículos para diversas formulações, atuando como agente multipropósito e de baixa toxicidade; tensoativos etoxilados e propoxilados, além de aminas primárias. Nesta linha de aminas a empresa possui um trabalho interessante com formuladores de lubrificantes que já geram vendas para a Carbono: a substituição de DEA (dietilenoamina), comprovadamente carcinogênica, pela DGA (diglicolamina). Essa substituição é fácil e tem um efeito muito importante no caminho da sustentabilidade em produtos do setor. Com esse portfólio a companhia busca atender os segmentos automotivo, industrial, metalworking e doméstico através da oferta de matérias-primas e aditivos para óleos de corte, hidráulicos, semissintéticos, sintéticos e graxas.

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL D’ALTOMARE QUÍMICA Fornecedora de especialidades químicas, para o mercado de lubrificantes industriais, a D’Altomare está focada na área de metalworking, para o qual fornece as seguintes especialidades: bases lubrificantes - Polialquilenoglicol (PAG), Fluidos de Silicone e Óleo Mineral Branco; antiespumantes a base ou isentos de silicone; aditivos de Extrema Pressão (EP), inibidores de corrosão e de lubricidade; e, biocidas. Sendo que, destes, o produto mais comercializado pela empresa é o PAG, cuja participação percentual no total das vendas é de 40%. “Para nós as vendas de bases, dentro do segmento de lubrificantes industriais, representa 70% do nosso faturamento. Ele explica que o mercado de lubrificantes é dividido em industrial e automotivo, sendo que dentro dos industriais há a segmentação para metalworking, que é o foco de atuação da empresa. “Neste segmento, estamos participando atualmente em 10% do mesmo”, informa. METACHEM A empresa é a agente e distribuidora exclusiva da Neste Oil (Finlândia) para o Brasil e alguns países do América Latina, como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Colômbia, com os óleos básicos do Grupo III e polialfaolefinas (óleos básicos do grupo IV). A Neste Oil atua no mercado de lubrificantes com a marca Nexbase, formada por básicos dos Grupos III e IV. Os óleos básicos do Grupo III fornecidos pela Metachem são indicados para a formulação de lubrificantes totalmente sintéticos (fully synthetic) e parcialmente sintéticos (erroneamente conhecidos como semissintéticos). As polialfaolefinas também são utilizadas para a formulação de lubrificantes sintéticos, porém atualmente são mais voltadas para aplicações industriais (lubrificantes industriais).

A companhia também fornece aditivos e correlatos para a indústria de lubrificantes, como antioxidantes (BHT), ácido sebácico (formulações de graxas), p-formaldeído, ácidos graxos de tall oil e também tall oil destilado, aditivos para extrema pressão (aditivos EP) etc. Desses, o carro-chefe da Metachem é o óleo básico do Grupo III, que representa mais de 50% dentro da unidade de negócios industrial da empresa, representando aproximadamente 35% do faturamento da Metachem como um todo. Com essa atuação, hoje a distribuidora possui mais de 50% do mercado brasileiro dentro do segmento de básicos do Grupo III. Como a questão de ampliação do mercado depende mais da parte logística, pois os básicos do Grupo III não são fabricados no Brasil e sim importados, principalmente da Europa e Ásia, a empresa implementará, em breve, investimentos em grandes tancagens e estoques de segurança.

Alexandre Leone, gerente de mercado da Carbono

OXITENO De acordo com Adriano Sales de Oliveira, da área de desenvolvimento e aplicação da Oxiteno, a empresa fornece produtos empregados nas áreas de lubrificação industrial (indústria alimentícia e de cosméticos) e automotiva. São: etanolaminas, aditivo neutralizante, alcalinizante e inibidor de corrosão; copolímeros EO/PO, agente de lubricidade e lubrificante sob extrema pressão; etilenoglicol anticongelante e antifer vura; poliglicóis, agente de lubricidade para óleos de corte; óleos minerais brancos, lubrificante de fibras têxteis sintéticas e naturais para máquinas/esteiras usadas em produções de alimentos e cosméticos e aditivo de lubricidade em produção de polímeros; e vaselina, lubrificantes, também utilizados em máquinas e esteiras usadas para produção de alimentos e cosméticos. Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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MERCADO – VISÃO EMPRESARIAL

João Roberto Rodrigues, gerente da Unidade Petroquímica, Química de Base e Agrobusiness, Household, Lubrificantes e Produtos Manufaturados da quantiQ.

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PETROBRAS A Petrobras Distribuidora possui uma linha completa de óleos lubrificantes, graxas e fluidos para os segmentos automotivo, motocicletas, industrial e náutico. No setor automotivo conta com a linha Premium, composta por quatro produtos, onde se destacam o Lubrax Valora, que possui viscosidade SAE 5W-30 e é um aditivo especial que auxilia na economia de combustível, e também o Lubrax Tec Turbo, que é o lubrificante oficial da Fórmula Truck. No segmento de motocicletas, o portfólio da empresa conta com um lubrificante para motores de quatro tempos aprovado e recomendado pela Suzuki, o GP Lubrax. Já na área industrial possui como destaque uma linha de lubrificantes sintéticos para compressores. Por fim, uma linha completa de lubrificantes para os motores náuticos que equipam as embarcações de esporte/lazer. “Desde 2007, a Petrobras Distribuidora tem feito grandes esforços para atender seus clientes deste segmento”, ressalta Izabel. Dentre todas essas linhas, os produtos do segmento automotivo são os mais representativos, respondendo por mais de 50% do total das vendas da empresa. Considerando o acumulado até setembro de 2009, a participação da Petrobras Distribuidora é de 28,26% de market share

Sindicom (considerando as empresas filiadas ao Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) e de 22,7% de market share total, considerando todos os fabricantes de óleo do mercado brasileiro. A empresa já prepara novos lançamentos para a área de motocicletas. QUANTIQ O portfólio da Unidade de Negócios Lubrificantes e Metalworking da empresa é hoje composto de óleos minerais básicos, aditivos para as áreas automotiva, industrial e metalworking , além de formulações especiais, ceras Fischer Tropsch e polietilênicas, biocidas, denaturantes, fluidos e emulsões de silicones, sílica pirogênica e outras especialidades químicas, assim como intermediários químicos e solventes. Os clientes que compõem a carteira desta unidade de negócios são oriundos dos segmentos de lubrificantes automotivos e industriais, que englobam também os principais mercados de metalworking, hidráulico e engrenagens. “Nesta unidade de negócios, existe o equilíbrio entre a linha de óleos básicos, as formulações especiais com os solventes e os óleos básicos e a linha de aditivos da Lubrizol”, ressalta Rodrigues. Em termos de novidades a empresa está colocando para o mercado novas formulações e misturas de óleos de processo básico, bem como de solventes, desenvolvidas em laboratório e instalações próprias da quantiQ, transformando as necessidades de especificações dos clientes em realidade de produtos. Para os aditivos de formulação, a quantiQ é apoiada por suas representadas por intermédio de alta tecnologia e conhecimento que dissemina em seus laboratórios nos países de origem e, no caso de alguns segmentos, também no Brasil, mostrando o esforço tecnológico para atender as características do mercado nacional.

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II SIMPÓSIO DE LUBRIFICANTES E ADITIVOS

AUMENTA EXIGÊNCIA POR QUALIDADE Montadoras aumentam níveis de exigência, enquanto empresas fornecedoras buscam diversidade para atender melhor a essa demanda.

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Milenium Centro de Convenções recebeu cerca de 250 pessoas no último dia 29 de outubro para o II Simpósio de Lubrificantes e Aditivos, organizado pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Com a grande diversidade de especialistas na plateia, as duas entidades trouxeram palestrantes dos Estados Unidos e da Ásia para dividir as experiências e apresentar os acertos feitos em seus países. O simpósio, que contou com a abertura do presidente da AEA, José Edison Parro, Ernani Filgueiras, gerente de abastecimento e petroquímica do IBP, Simone Hashizume e Pedro Nelson Belmiro, coordenadores do comitê técnico do evento, e do diretor do Ministério de Minas e Energia, Claudio Ishihara, teve como objetivo apresentar as diversidades de lubrificantes e aditivos disponíveis no mercado e a importância da escolha do produto adequado para cada tipo de veículo. O evento teve apresentações de profissionais da

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Petrobras, Petronas, ExxonMobil, Agência Nacional do Petróleo, Abrafa, Mercedes-Benz, General Motors, FPT Powertrain Technologies e IBP. Heraldo Porto, consultor na área de petróleo, abriu o simpósio com uma explanação sobre a evolução dos preços internacionais do petróleo”. Numa linha do tempo, expôs os momentos econômicos que afetaram os preços do produto e os motivos que causam as altas e as baixas nos preços. “A crise do petróleo teve início em 1973; teve seu ápice em 1980 e continuou até 1993. Nos primeiros 120 anos de comercialização do produto, a política das empresas foi norteada pelas margens de refino, o que possibilitou preços de mercado”, explica Porto. Segundo o consultor, é o refino que gera o combustível, por isso a lucratividade do produto está sempre na chamada margem de refino. Questionado sobre previsões de preços, Porto apresentou os fatores responsáveis pela volatilidade dos valores. “Hoje eu posso dizer que fatores geopolíticos, como o Irã e as sanções do Ocidente, a política de Hugo Chavez e os últimos acontecimentos na Nigéria, acrescidos do próprio mercado do petróleo e agravados pela economia mundial são as causas que implicam na volatilidade do preço. Já amanhã não é possível prever.” DURABILIDADE Na sequência teve início o Painel de Lubrifi-

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II SIMPÓSIO DE LUBRIFICANTES E ADITIVOS cantes Básicos e o primeiro especialista a se apresentar foi Bernardo Noronha, gerente de comércio interno de lubrificantes e parafinas da Petrobras. Segundo Noronha, o mercado de lubrificantes mundial está caminhando para os óleos de rerrefino, que são os refinados a partir de lubrificantes já utilizados. Seguindo nesse trajeto, acredita poder prevê um aumento de oferta do produto para 2010, redução do perfil de viscosidade e fazer com que os preços do petróleo do Grupo II se façam competitivos com os do Grupo I. Duas outras opções de lubrificantes foram apresentadas pelos representantes da Petronas Base Oil Melaka, Ammar Tahir, gerente de marketing para o Oriente Médio, e Mohamed Radzif Bin Abdull, especialista em tecnologia de óleo base grupo III e pela profissional da ExxonMobil, Sandra Mazzo Skalski. Os representantes da Petronas apresentaram o Etro, e o defendem por sua sustentabilidade em relação às emissões de gases ao meio ambiente, oferecendo maior durabilidade e economia de combustível. Segundo Abdull, a qualidade do Etro está no processo de produção. Já a ExxonMobil levou ao público o seu produto de base sintética, que consegue diminuir o gasto em energia em cerca de 8%. “O produto pode ter preço superior aos demais no mercado, mas como 96% de seu custo está relacionado à energia, ao diminuir esse percentual e por oferecer menor manutenção é possível fazer uma economia bem além daquela oferecida pelos demais produtos disponíveis”, explica Sandra. DEZ ANOS DE ANP A ANP também teve um momento dedicado aos seus dez anos de atividades de agência reguladora e aproveitou o simpósio para expor o trabalho feito em relação aos lubrificantes. “A ANP atua no monitoramento da qualidade de lubrificantes e diagnostica sistematicamente a qualidade do lubrificante. Analisa se ele atende às exigências de registro e se está de acordo com o que consta no rótulo do produto. Com isso, gera maior transparência ao processo e facilita a pesquisa ao banco de dados”, expõe

Rosangela Moreira Araujo, superintendente de bicombustíveis e de qualidade da ANP. Na segunda parte do simpósio, o público presente pôde assistir a uma bem-humorada palestra do americano, radicado no Brasil por alguns anos, Douglas McGregor, representante da Abrafa. Em seu painel, McGregor transcorreu sobre os fatores geradores de economia num veículo. O objetivo era mostrar o quanto o óleo de boa qualidade contribui nesse processo. “Primeiramente, o veículo precisa estar aerodinâmico. Além disso, o lubrificante deve estar com o nível de viscosidade de acordo com modificadores de atrito exercendo suas funções corretamente e com o coeficiente P-V”, explica McGregor. Para o painel Níveis Mínimos de Desempenho dos Óleos Lubrificantes Automotivos, foram convidados representantes da Mercedes-Benz, General Motors e FPT Powertrain Technologies, que puderam expor as experiências dessas empresas no setor. Charles Correa Conconi falou sobre as mudanças no Sistema de Aprovação para Lubrificantes e Fluidos Automotivos da Mercedes-Benz e explicou que para atender às exigências a empresa interessada em fornecer óleos lubrificantes à montadora deve atender aos requisitos básicos ambientais e de qualidade. Para finalizar o evento, foi composta uma mesa-redonda para discutir o panorama atual do mercado de lubrificantes. Composta por Eduardo Freitas do Sindicom, José Eduardo Godoy, do Simepetro, Maria Conceição França, da ANP, e Cláudio Ishihara, do Ministério de Minas e Energia, moderada por Pedro Nelson Belmiro, do IBP, foi concluído que as montadoras desejam óleos melhores do que os próprios motores fabricados por elas e segundo projeções do Sindicom o mercado automotivo está se levantando e acredita em melhoras realmente significativas para 2010.

Mohamed Radzif Bin Abdull, especialista em tecnologia de óleo base grupo III da Petronas

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EM RESPEITO À NATUREZA

Maior empresa do setor de rerrefino da América Latina, a Lwart Lubrificantes, há mais de três décadas, vem aprimorando seus métodos de coleta e rerrefino. Hoje a empresa rerrefina 120 milhões de litros de óleo lubrificante usado por ano e prepara novos voos: dar continuidade ao seu plano de desenvolvimento sustentável. Por Miriam Mazzi

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e até pouco tempo a atividade de rerrefino de óleos lubrificantes era considerada uma espécie de “prima pobre” da cadeia produtiva do setor, essa não é mais a realidade, ao contrário. Graças a ações tanto das empresas que desbravaram o negócio quanto de entidades e associações ligadas ao setor, como a ANP (Agência Nacional de Petróleo), que vem, notadamente nos últimos anos, endurecendo a luta contra os forasteiros e aventureiros, o segmento de rerrefino está caminhando a passos largos rumo à profissionalização. Entre as iniciativas da ANP em prol do setor destacam-se duas: uma, já consolidada, que regulamenta a autorização do exercício da atividade de rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado; e outra, ainda por vir, que implantará a avaliação da qualidade dos óleos rerrefinados. Conforme Rosângela Moreira de Araújo, superintendente de biocombustíveis e de qualidade do órgão regulador, esse trabalho deverá ser iniciado provavelmente em 2010. Trata-se de um negócio apetitoso, ainda mais por contar com um número relativamente reduzido de competidores: 17 em todo o Brasil, segundo relatório da superintendência de abastecimento da ANP, datado de setembro de 2009. Em relação ao tamanho do mercado, de acordo com o Sindirrefino (Sindicato das Indústrias de Rerrefino), o Brasil gera mais de 500 milhões de litros de óleo lubrificante usados, porém só metade desse volume é direcionada ao rerrefino. A outra metade muitas vezes é destinada

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para usos ilegais, principalmente para queima indiscriminada, sem tratamento prévio de desmetalização, gerando emissões fora dos padrões adequados ao ambiente. Atualmente, o óleo básico rerrefinado representa cerca de 15% do abastecimento do mercado brasileiro. A Lwart Lubrificantes integra o seleto grupo de empresas autorizadas pela ANP para o exercício do rerrefino, atividade que mantém há mais de 30 anos. Mas não é tudo: a empresa também detém o registro nº 1 de coletor autorizado pelo órgão, por ter sido a primeira a cumprir rigorosamente as exigências estabelecidas pelas portarias da ANP (ver boxe). Para viabilizar essa condição, realizou um rigoroso trabalho em nível nacional, treinando motoristas, inovando sua identidade visual, padronizando e renovando a sua frota própria, composta por mais de 250 caminhões. Hoje, é tida como a maior coletora de óleo lubrificante usado disponível para rerrefino de todo o País. De acordo com o diretor Thiago Trecenti, a Lwart Lubrificantes é líder no setor e divide com outras nove empresas filiadas ao Sindirrefino o rerrefino de todo o volume direcionado para coleta no Brasil. OTIMIZAÇÃO LOGÍSTICA Empresa do Grupo Lwart, sediada em Lençóis Paulista (SP), a Lwart Lubrificantes também efetua coleta de óleos contaminados há mais de três décadas, atividade para a qual conta com 822 colaboradores próprios, distribuídos em 15 centros de coleta estrategicamente localizados pelo País.

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RERREFINO – LWART

Fotos: Divulgação Grupo LWART

Há, ainda, duas unidades industriais, em Lençóis Paulistas e Feira de Santana (BA). Dotadas de modernos parques tecnológicos, as unidades rerrefinam, anualmente, 120 milhões de litros de óleo lubrificante usado, fazendo da Lwart a maior empresa do setor na América Latina. “Temos um eficiente sistema logístico, com profissionais treinados para a coleta e transporte de cargas perigosas”, informa seu diretor, Thiago Trecenti, esclarecendo que a equipe recolhe o óleo lubrificante usado em inúmeras fontes geradoras – postos de serviços, centros de troca de óleo lubrificante, concessionárias, indústrias, transportadoras etc. –, que segue para as unidades produtivas. São elaborados boletins diários sobre volumes coletados e disponíveis nos centros de coletas, além de dados sobre o fluxo de veículos envolvidos nesse transporte. “Dessa forma otimizamos o controle logístico”, assegura. Os centros de coleta estão capacitados e credenciados pelos órgãos fiscalizadores de meio ambiente de cada um dos Estados. Toda a atividade industrial, de coleta, transporte e ar-

mazenagem da Lwart é certificada por órgãos fiscalizadores por meio da emissão de licenças de operação. A empresa também é certificada pela ISO 9001. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Como a maioria das atividades intimamente ligada à preservação do ambiente, pois tanto a coleta como o rerrefino evitam que o óleo lubrificante usado polua solo, água e ar, o rerrefino ainda carece de mais esclarecimento entre as fontes geradoras. Para ampliar essa conscientização, a Lwart realiza palestras e treinamentos por todo o País, com o objetivo de sensibilizar as fontes geradoras e consumidores sobre a legislação e a importância de se encaminhar o óleo usado para o rerrefino. “Além disso, divulgamos a necessidade de se contratar parceiros devidamente licenciados para esse trabalho”, inclui Trecenti. O ano de 2009 certamente não deixará saudade para muitos setores. É o caso do rerrefino, cujo impacto provocado pela crise mundial deflagrada no final de 2008 afetou negativamente a demanda por óleo básico. “Com a queda da cotação do petróleo os preços caíram drasticamente. A coleta de óleo usado também foi afetada, pois com a baixa atividade industrial, a geração de óleo usado diminuiu”, explica Trecenti, completando que, mesmo com todos esses problemas, o setor não está deixando de cumprir suas obrigações ambientais e a previsão, segundo ele, é que as metas de coleta de óleo usado definidas pelo Conama para o ano serão atingidas. As perspectivas para 2010 são um pouco melhores na avaliação do diretor da Lwart. “Com a retomada das atividades industriais e a boa expectativa das vendas de veículos, a geração de óleo usado deve melhorar, e a demanda por óleo básico deve subir”, estima, acrescentando que a preocupação continua sendo com os preços dos óleos básicos, uma vez que a composição do valor sofre influência da taxa de câmbio, e a valorização do real frente ao dólar trará reflexos negativos.

ThiagoTrecenti, diretor

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RERREFINO – LWART Mas a Lwart mostra-se bem preparada para os novos desafios. Uma das armas é fruto da aquisição, em 1º de setembro do ano passado, do controle acionário da baiana Brasquímica Lubrificantes, localizada em Feira de Santana (BA), que atuava no mesmo segmento. “A aquisição de 100% do capital social da Brasquímica consolidou a visão empreendedora e de crescimento sustentável do Grupo Lwart”, conceitua o diretor. A nova unidade, chamada Lwart Nordeste, conta com capacidade de processamento de 18 milhões de litros/ano e tecnologia diferenciada

(extração dos aditivos com injeção de propano e fracionamento com torre de destilação) da utilizada na matriz. “A integração de know-how e tecnologias viabilizará melhorias no processo de rerrefino como um todo. Com essa iniciativa, a Lwart dá continuidade ao seu plano de desenvolvimento sustentável pela forte atuação no negócio de coleta e rerrefino de óleos lubrificantes em todo território nacional, ampliando sua base de clientes, sua capacidade de processamento, logística e qualidade, além de gerar novos empregos”, enfatiza Trecenti.

DESTINAÇÃO REGULAMENTADA A destinação correta para o descarte de óleo usado está fundamentada na Resolução nº. 362, instituída pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente). Essa resolução considera que o rerrefino do óleo lubrificante usado ou contaminado é instrumento prioritário para a gestão ambiental. Assim, todo o óleo lubrificante usado deve, obrigatoriamente, ser recolhido e ter destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o ambiente, sendo proibidos quaisquer descartes em solos, águas superficiais, sistemas de esgoto ou lançamento em águas residuais. Portarias da ANP (Agência Nacional de Petróleo) ditam normas para o gerenciamento do recolhimento, coleta e destinação final dos óleos lubrificantes usados. Segundo essas portarias, os produtores e os importadores de óleos lubrificantes acabados são responsáveis pela coleta e destinação final do óleo lubrificante usado ou contaminado, proporcionalmente ao volume de óleo acabado que comercializam, podendo, para tanto, contratar empresas credenciadas e especializadas para a atividade de coleta. RERREFINO Conforme a ANP, o óleo lubrificante se degrada e contamina

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com o uso, devendo ser trocado ao fim de sua vida útil. A correta destinação do óleo usado é o processo de rerrefino, que remove os produtos de oxidação, aditivos e contaminantes, retornando-o à condição de óleo básico. Esse óleo básico é reutilizado na formulação e produção dos óleos lubrificantes. Assim, a Portaria Interministerial nº 464, de 29/08/07, estabelece o percentual regional e nacional mínimo de coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado, de acordo com a participação de produtores e importadores no mercado de óleo lubrificante acabado. Por não ser classificado como reciclagem, pois o seu processo industrial é semelhante ao do refino de petróleo em complexidade e tecnologia, o rerrefino é uma atividade gerida pela qualidade. Dessa forma, o processo de refino consiste em resgatar as propriedades originais do óleo básico, matéria-prima nobre oriunda do petróleo, que é um recurso não renovável e que não terá outra safra. Por meio do processo de rerrefino, de cada litro de óleo lubrificante usado obtém-se 700 mililitros de óleo básico. O óleo básico rerrefinado é comercializado com as grandes, pequenas e médias produtoras, que aditivam o óleo básico e comercializam nos mercados consumidores o óleo lubrificante.

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O compromisso da Oxiteno com seus clientes se reflete na constante busca por inovações. Na agilidade para desenvolver novos produtos em diversos segmentos. Nos investimentos em fontes renováveis de matéria-prima. Na posição de maior produtora de óxido de eteno e derivados da América Latina.

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NOTÍCIAS & PRODUTOS

GRAXA DA SKF HOMOLOGADA PELA WEG A SKF do Brasil acaba de ter a sua graxa LGHP2 homologada como lubrificante oficial dos motores elétricos da WEG. A indústria sueca já é responsável pelo fornecimento dos rolamentos utilizados nos equipamentos da WEG, que está presente no mundo todo com seus produtos e soluções. Segundo José Roberto Aguiar, engenheiro de aplicação da SKF do Brasil, a homologação da graxa LGHP2 como opcional para uso nos motores elétricos da WEG reforça o posicionamento da SKF no mercado de graxas especiais para rolamentos. “Isso representará um incremento de 35% no volume de graxas comercializadas no mercado de reposição industrial”, prevê o executivo. Para homologar uma nova graxa em seu portfólio, a WEG exige que o produto atenda a uma séria de rígidas especificações técnicas. A graxa LGHP2 da SKF se enquadra completamente em todas as exigências, pois passou por testes prévios realizados no

próprio centro de pesquisas da companhia na Holanda. A graxa LGHP2 da SKF garante alto desempenho em aplicações de lubrificação de rolamentos de rolos e esferas para motores elétricos. Composta por poliuréia, ela permite o bom funcionamento do equipamento em situações extremas – temperaturas que podem variar de 40º C negativos até 150º C positivos –, evitando corrosão e mantendo intacta a vida útil do rolamento e do motor. O produto também possui substâncias que conferem baixo nível de ruído aos motores. Além disso, a graxa LGHP2 pode ser misturada com outras graxas com espessantes à base de lítio ou complexo de lítio (desde que se façam alguns testes prévios), o que permite que ela seja utilizada para complementar a lubrificação já existente ou para substituir a graxa anterior, sem perder suas características e performance. Para se ter uma ideia da qualidade do produto, durante os testes a LGHP2

foi submetida a um esforço de 10 mil RPM, sob uma temperatura de 150º C positivos, obtendo como resultado mil minutos de funcionamento. Em outra avaliação para detectar o nível de corrosão, a graxa da SKF foi submetida a um banho de salmoura com 100% de água do mar, sem sofrer qualquer alteração. “Trata-se de um produto top, que oferecerá aos clientes da WEG o que há de melhor em tecnologia e eficiência para lubrificação de motores elétricos”, completa Aguiar.

KLÜBER LUBRICATION AMÉRICA DO SUL PREMIADA

O Grupo Freudenberg, do qual a Klüber Lubrication faz parte, promove uma competição anual para valorizar iniciativas de saúde, segurança e ambiente, entre ações que fazem parte do programa de melhorias contínuas do grupo, o “We All Take Care!” Neste ano, a Klüber Lubri-

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cation South America (KLSAM) conquistou a terceira colocação em âmbito global e recebeu prêmio especial por ter atuado com um projeto regional e integrado para a América do Sul, com iniciativas voltadas à melhoria dos aspectos ergonômicos. A disputa contou com 303 projetos enviados por unidades espalhadas em 53 países. Osmar Saito, HSE Manager da unidade brasileira, conta se tratar de uma iniciativa que apresentou resultados tangíveis. Nesse sentido, ele destaca o fato de o projeto consistir em avaliar as condições de cada ambiente de trabalho, estabele-

cendo uma política de ergonomia para a região. Ele conta que, segundo tais critérios, foi realizada uma análise do grau de adaptabilidade dos equipamentos de movimentação da fábrica, dos móveis dos escritórios, equipamentos de informática e acessórios e iluminação. “Devemos fazer o ambiente de trabalho adequado às pessoas e não esperar o contrário”, ressalta o executivo, destacando o Programa de Ginástica Laboral, cujo piloto ocorreu nas áreas de logística, produção e atendimento ao cliente da companhia. Segundo ele, as sessões ocorrem três vezes por semana e duram 15 minutos. >>>

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NOTÍCIAS & PRODUTOS >>> O programa de melhorias contínuas do Grupo Freudenberg tem como meta a redução dos riscos de acidentes no ambiente de trabalho a uma taxa “zero” (zero accidents) por meio da conscientização dos colaboradores no sentido de que a preocupação com a saúde e segurança é um dever de todos dentro da organização. Para o grupo, esse é um dos pilares de sustentabilidade do negócio e desde a introdução do “We All Take Care!” o índice de acidentes por mil funcionários tem caído drasticamente, de uma taxa de 11 por mil em 2003 para 3,2 por mil em 2008, o que representa uma redução de 71% da taxa de acidentes nas empresas do Grupo Freudenberg em todo o mundo. A Klüber Lubrication, empresa de origem alemã presente em mais de 60 paí-

ses, fornece soluções em lubrificação para assegurar o perfeito funcionamento e a preservação de elementos mecânicos de equipamentos para atividades industriais, como correntes, engrenagens, barramentos, contatos elétricos, rolamentos, válvulas, sistemas pneumáticos e hidráulicos. A empresa fornece graxas e óleos (sintéticos e minerais) para uma ampla gama de indústrias: automotiva, têxtil, siderúrgica, alimentícia, mineração e cimento. Presente no Brasil há 37 anos, onde lidera o mercado em que atua, a empresa conta com uma equipe de 92 funcionários, dispostos na unidade fabril em Alphaville (Barueri, SP) e em centros de serviços em diversas regiões; na América do Sul, está presente também na Argentina e no Chile. O Grupo Freudenberg, de origem

alemã, atua nos segmentos de vedação, controle de vibrações, não tecidos, lubrificantes especiais, agentes desmoldantes, filtração, dentre outros. No Brasil, está presente com seis empresas: FreudenbergNOK, Freudenberg Não-Tecidos, Klüber Lubrication, EagleBurgmann, Chem-Trend e Vibracoustic (esta, uma joint venture).

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NOTÍCIAS & PRODUTOS

SAP CRIA CONSELHO DE CLIENTES DE PETRÓLEO E GÁS NA AMÉRICA LATINA

Com a participação das principais empresas do setor de gás e petróleo, a SAP criou o Conselho de Gás e Petróleo (SAP Oil & Gas Council) na América Latina. Trata-se de uma rede aberta, colaborativa e confidencial, na qual participam executivos de alto nível e que servirá como base para a troca de ideias, colaboração e desenvolvimento das melhores práticas em toda a região. Entre os benefícios que os membros do conselho poderão obter estão as possibilidades de pertencerem a um grupo

de profissionais de elite, com quem poderão compartilhar experiências, participar de sessões de transferência de conhecimentos da SAP, ter acesso a uma base das melhores práticas que possam ser reproduzidas, estar em constante contato com executivos da SAP especializados em gás e petróleo e conhecer com antecedência quais serão as próximas ações estratégicas da SAP para o setor. Os membros do conselho participarão de encontros pessoais e eventos, realizados via web, além de ter ainda à sua disposição um website específico para a comunidade. As soluções da SAP para o setor de gás e petróleo são responsáveis globalmente pela produção de 40 milhões de barris de petróleo por dia. Apoiada na sua experiência com mais de 1,1 milhão de usuários neste setor, a SAP oferece funcionalidades que atendem as suas necessidades específicas.

Entre os clientes que já fazem parte do Conselho de Gás e Petróleo da SAP, estão: Alvo Distribuidora, Ancap, BR Distribuidora, Braskem, Chaco, Cosan, Ecopetrol, Ipiranga, National Gas Company, Pan American Energy, Pemex, Petrobras, Petroecuador, Petroleum Company of Trinidad & Tobago, Petronect, Recope, TBG e Transpetro. A SAP é o líder mundial em software de gestão de negócios. Oferece serviços e aplicações que permitem que empresas de todos os tamanhos, em mais de 25 setores da indústria, gerenciem seus processos de negócio de forma mais eficiente. Com cerca de 89 mil clientes em 120 países, a empresa tem suas ações negociadas em diversas bolsas de valores em todo o mundo, incluindo a Bolsa de Valores de Frankfurt e a Bolsa de Valores de Nova York, sob o símbolo “SAP”.

PESQUISA DETECTA MANUTENÇÃO PREVENTIVA INADEQUADA Antônio Carlos Bento, coordenador do GMA, Grupo de Manutenção Automotiva.

Pesquisa revela que em cada 10 veículos com idade entre 10 e 15 anos, apenas quatro fazem manutenção preventiva; já os mais novos, com até dois anos, de dez veículos sete

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vão à oficina para receber cuidados preventivos. O número de veículos ente 10 e 15 anos de idade que não fazem manutenção preventiva representa mais de 5 milhões de unidades e é superior à frota circulante de automóveis dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, estimada em 4,9 milhões. Do total de 27,8 milhões de veículos que circulam pelo Brasil, segundo Estudo da Frota Circulante do Sindipeças, 20 milhões (63%) possuem mais de 5 anos de idade. Considerada uma frota rela-

tivamente nova, com idade média de 9 anos, o problema incide exatamente na questão das condições dos veículos, pois pesquisa da GIPA, órgão internacional especializado em pós-venda, revela que o índice de manutenção preventiva cai de acordo com o aumento da idade do carro. Os dados revelam que em cada dez carros até 2 anos, sete fazem manutenção preventiva, já em veículos com idade entre 10 e 15 anos, apenas quatro em cada dez são cuidados de forma preventiva. >>>

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NOTÍCIAS & PRODUTOS >>> Essa constatação é preocupante, pois com o uso e o aumento da idade, há um desgaste natural das peças que precisam ser repostas por outras de qualidade, conforme recomenda o manual do fabricante para garantir as boas condições do veículo. “O motorista brasileiro ainda não tem o hábito de cuidar preventivamente de seu veículo, muitas vezes, isso acontece por falta de informação sobre o assunto”, revela Antônio Carlos Bento, coordenador do GMA, Grupo de Manutenção Automotiva. Como forma de sensibilizar o dono do carro mostrando os benefícios da manutenção preventiva para garantir um veículo seguro para trafegar e reduzir as emissões de poluentes e consumo de combustível, o GMA tem o programa Carro 100% / Caminhão 100%, que consiste em campanha

institucional para conscientizar motoristas e treinamento para mecânicos sobre os conceitos básicos da manutenção preventiva, que é mais em conta, em média, 30% do que a corretiva. O maior problema da falta de manutenção é que o veículo pode colocar em risco a vida dos ocupantes e de outras pessoas, sendo um fator determinante que pode contribuir para que acidentes graves aconteçam. “O motorista deve se preocupar com as condições de seu veículo para garantir até a sua própria segurança no trânsito”, completa Bento. O programa Carro 100%/ Caminhão 100% reúne uma série de ações que visam conscientizar o motorista sobre a importância da manutenção preventiva do veículo, bem como realiza treinamento para melhorar a capacitação de profis-

sionais de oficinas. Criado, em 2008 pelo GMA, que reúne todas as entidades que representam o setor da reposição automotiva (Sindipeças, Andap, Sicap, Sincopeças-SP e Sindirepa-SP), o programa também conta com o apoio do Ministério das Cidades, Denatran - Departamento Nacional de Trânsito, e CET - Companhia de Engenharia de Tráfego. Dicas e informações sobre manutenção preventiva de veículos podem ser obtidas pelo site:www.carro100.com.br.

AVISO A Sergio Ávila Editora está formando o Banco de Logotipos das empresas fornecedoras e fabricantes do mercado de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas. Os logotipos serão utilizados para ilustrar matérias e Guia de Produtos. Envie o logo da sua empresa no formato PDF, JPEG, TIFF ou Adobe Ilustrator, com 300 dpis de resolução e, no mínimo, 10cm de largura, aos cuidados de Miriam Mazzi, pelo e-mail miriam@sergioavilaeditora.com.br

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PETROBRAS ASSINA ACORDO PARA ADQUIRIR ATIVOS DA CHEVRON CHILENA No dia 4 de novembro a Petrobras assinou um acordo para a compra de ativos da Chevron Chile SAC, empresa que produz e comercializa lubrificantes Texaco no Chile. A operação, que envolve US$ 12 milhões, deverá ser concluída em um mês, com a transferência total do controle acionário. O acordo inclui uma fábrica de lubrificantes na capital chilena, Santiago, com capacidade de produzir 15.900 metros cúbicos por ano, e a aquisição de 23 tanques para o armazenamento de matérias-primas e produtos acabados. Além disso, inclui a cessão de uso da marca, a formulação de lubrificantes Texaco e o contrato de fornecimento de produtos básicos entre a Petrobras e a Chevron (Estados Unidos). Dessa forma, garante-se a continuidade dos produtos por um período de 24 meses, tempo que permitirá a transição para a marca de lubrificantes Lubrax, da Petrobras. O acordo permitirá à Lubrax au-

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mentar para 6% sua participação de mercado no segmento de lubrificantes no Chile. Além disso, a Petrobras consolida seu posicionamento no mercado chileno de lubrificantes e amplia suas oportunidades nos diferentes canais de distribuição que a empresa passou a deter naquele país após adquirir os

ativos da Esso Chile Petrolera. A Petrobras iniciou suas atividades no Chile em 2005, com um escritório de representação comercial. A compra das ações da Chevron Chile representa a continuidade do processo de consolidação da companhia naquele país. Atualmente, a empresa opera 230 postos de combustíveis em território chileno, além de distribuir e vender combustível em 11 aeroportos e seis terminais de distribuição, com 16% do mercado varejista e 7% do setor industrial. Essa operação está alinhada ao Plano Estratégico da Petrobras, que estabelece a expansão da empresa em regiões como a América Latina, contribuindo para o crescimento dos países onde opera. Presente em 28 países em quatro continentes (Américas, África, Ásia e Europa), a Petrobras é uma empresa integrada de energia, líder mundial em exploração e produção de petróleo em águas profundas.

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SHELL LANÇA DIESEL PARA LIMPEZA EXTRA DO MOTOR Foto: Divulgação/Shell Brasil

Gilberto Pose e Luís Fernando Sabino, da Shell, durante o lançamento do Novo Shell Fórmula Diesel na Fenatran

A capacidade extra de limpeza interna do motor é a principal melhoria do Novo Shell Fórmula Diesel, combustível destinado a veículos pesados, como caminhões e ônibus. Seus componentes previnem a formação de depósitos nos bicos injetores, o que ajuda a reduzir o consumo de combustível. O lançamento da nova formulação aconteceu na Fenatran, entre os dias 26 e 30 de outubro, em São Paulo. Desde novembro, o produto estará disponível nos principais postos Shell no País. Depois de 16 anos no mercado brasileiro, o produto mantém seus benefícios para motores mecânicos e, agora, volta-se especialmente para os eletrônicos, que representam quase a totalidade das unidades produzidas no País. A modernização da frota brasileira trouxe novas demandas para os combustíveis vendidos e a necessidade de atender cada vez mais aos rigorosos níveis de qualida-

de do ar e emissões de CO2 (por requerimentos da legislação). A progressiva substituição de motores mecânicos por eletrônicos influencia diretamente na queima do combustível e em seu rendimento. “A evolução fez com que as folgas do motor ficassem menores. Assim, a limpeza interna passa a ter mais influência no desempenho do veículo”, explica o engenheiro de combustíveis da Shell, Gilberto Pose. A economia de até 3% no consumo de combustível e a consequente redução nas emissões de CO2 estão entre os principais benefícios do Novo Shell Fórmula Diesel. “Em um ano, esse percentual de economia de combustível reduz em até 3,3 toneladas as emissões de CO2 ao meio ambiente por um único veículo, seja ônibus ou caminhão”, reforça o gerente de tecnologia de combustíveis da Shell nas Américas, Luís Fernando Sabino. A detergência é feita por um

composto químico de moléculas que aderem aos depósitos de sujeira e os removem, melhorando o fluxo do combustível no motor, especialmente na bomba e nos bicos injetores, peças responsáveis pela distribuição do diesel na câmara de combustão. Isso prolonga a vida útil dos equipamentos e aumenta o intervalo entre as manutenções. A utilização deste componente de detergência de última geração diminui as chances de entupimento nos orifícios do bico injetor, o que ajuda a reduzir o consumo de combustível e a melhorar o rendimento do motor. Outra vantagem do produto é o antiespumante, que confere mais segurança ao abastecimento por diminuir as chances de derramamento no processo. Além disso, o componente garante mais agilidade à operação: com o Novo Shell Fórmula Diesel é possível reduzir em mais de 50% o tempo de enchimento do tanque, quando comparado ao diesel comum. Ou seja, pode-se abastecer dois veículos no tempo de um. O combustível conta ainda com anticorrosivo que protege os componentes do motor. O Shell Fórmula Diesel é comercializado no País desde 1993 e para a nova formulação foram investidos anos em pesquisa e desenvolvimento até o lançamento mundial, em 2007. O Brasil é o nono mercado da Shell a disponibilizar o Novo Shell Fórmula Diesel a seus consumidores.

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COADJUVANTES DE PRIMEIRA GRANDEZA

Foto: Shutterstock

ADITIVOS PARA LUBRIFICANTES

Ingredientes indispensáveis aos lubrificantes – nos quais acrescentam características as mais diversas –, os aditivos estão sendo aprimorados pelos fabricantes em resposta às novas exigências de performance e qualidade. Por Miriam Mazzi

S Claudio Lopes, presidente da Abrafa

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e você é daqueles que teve a oportunidade de assistir ao filme “Garota Interrompida”, baseado nas memórias da escritora Susanna Kaysen, com Wynona Ryder e Angelina Jolie, sabe o que significa quando a atriz coadjuvante rouba, literalmente, a cena. No caso, Jolie, que conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, é a figura marcante e tresloucada que nos vem à mente quando o longa roda pela memória. Sem ela, a história, por mais corretamente que tenha sido contada nas telonas, jamais arrebataria o público da forma comovente que o fez. Analogamente, os aditivos são a “Jolie” do mercado de lubrificantes. Sem eles, os óleos lubrificantes não conseguiriam atingir os níveis de performance – cada vez mais exigentes, aliás – requeridos pelas indústrias, sejam de equipamentos, automobilística ou de outro setor qualquer. “Podemos dizer que nossa relação com a indústria de lubrificantes é de total interdependência”, ratifica Claudio Lopes, presidente da Abrafa

– Associação Brasileira de Fabricantes de Aditivos (ver boxe) – e gerente de vendas Brasil/Paraguai da Afton Chemical, uma das principais fornecedoras globais de aditivos para combustíveis e lubrificantes. Apresentando índices de crescimento equiparáveis aos do PIB nacional, o segmento de aditivos luta, mais que nunca, pela melhoria na qualidade dos lubrificantes. A árdua batalha tem encontrado respaldo em iniciativas da Abrafa. Conforme Lopes, é fundamental que todos os agentes do setor usem seu conhecimento para estabelecer níveis de qualidade “e com isso passem a atender a parte mais representativa da frota brasileira, beneficiando, por consequência, o usuário final e o ambiente”, diz. A questão qualidade não é uma discussão recente no Brasil. Ainda que, tecnicamente, o País ocupe os mesmos patamares qualitativos de países desenvolvidos, o quesito preço tem sido um

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ADITIVOS PARA LUBRIFICANTES vilão no aprimoramento do setor, uma vez que favorece a oferta de óleos com nível de qualidade inferior. “Isso resulta em aumento dos custos de manutenção, declínio da durabilidade dos equipamentos, além de contribuir para elevação das emissões”, argumenta o presidente da Abrafa. PROGRAMA BENEFICIA QUALIDADE Nem só de entraves vive o setor. Desde 26 de outubro de 2006, por meio da Resolução ANP nº 29, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) vem dando continuidade ao Programa Nacional do Monitoramento de Qualidade de Combustíveis – PMQC, visando atender ao disposto no artigo 8º da Lei 9.478/1997, em particular o que trata da garantia de qualidade e do suprimento de combustíveis ao mercado nacional. O programa é coordenado pela Superintendência de Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos – SBQ desde 1998 e abrange todo o território nacional desde setembro de 2005. Os principais objetivos do PMQC são o levantamento dos indicadores gerais da qualidade dos combustíveis comercializados no País e a identificação de focos de não conformidade, visando orientar e aperfeiçoar a atuação da área de fiscalização da Agência. Além da Superintendência de Fiscalização do Abastecimento - SFI, o programa também serve como gerador de subsídios para ações dos Ministérios Públicos, Procons e Secretarias de Fazenda que firmam convênios com a ANP. Promove, adicionalmente, a disseminação cultural quanto à qualidade dos combustíveis, proporcionando desenvolvimento tecnológico do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, bem como a formação de mão de obra especializada. O PMQC conta para sua execução com uma rede de 21 instituições e centros de pesquisas. Nesse Programa o universo de postos revendedores de cada Estado é dividido em regiões com um número semelhante de postos revendedores. Os postos revendedores são selecionados com base em sorteios aleatórios realizados pela instituição contratada para efetuar a coleta e análise de amostras de gasolina, álcool e óleo diesel.

“Essa é uma iniciativa elogiável que veio para disciplinar o mercado e reduzir as fraudes e isso beneficia não somente a indústria de lubrificantes, mas os usuários de lubrificantes em especial. O programa traz àqueles que trabalham com seriedade maior segurança para investir em melhorias de processo e qualidade, e também maior garantia de uma concorrência saudável”, acrescenta Lopes. DESAFIOS De acordo com o presidente da Abrafa, a indústria brasileira teve a oportunidade de um longo aprendizado, paralelamente à indústria automobilística. “Por causa do Proálcool, no final dos anos 70, muitos testes foram realizados em parceria com a indústria de lubrificantes e automobilística até que fosse possível concluir que a tecnologia usada nos lubrificantes para motores movidos a gasolina também opera bem com motores a álcool. Esse aprendizado se aplica aos veículos flex. A legislação ambiental mais rígida também traz um grande desafio aos formuladores”, opina Lopes, concluindo que os desafios do setor são grandes, mas “nossa indústria é de alta tecnologia, investe e continuará investindo em pesquisa e desenvolvimento para superar todos eles”, tranquiliza. Sobre as perspectivas para o setor de lubrificantes, Lopes pondera que a indústria automobilística terá que se adequar às exigências do Conama, o que vai demandar novas tecnologias de lubrificantes. “Todos os agentes de mercado estão trabalhando em conjunto para rever os níveis mínimos de qualidade. As discussões promovidas por órgãos como o IBP e a AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) são muito importantes para se discutir especificamente os assuntos relativos a óleos básicos, qualidade dos lubrificantes e demandas tecnológicas”, diz, reiterando que a indústria de aditivos dispõe de tecnologia e vontade para superar todos os desafios que se apresentarem. Especificamente sobre o segmento que representa, Lopes analisa que os principais direcionadores são as exigências ambientais, cujo Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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ADITIVOS PARA LUBRIFICANTES

Fabio Couto Forastieri, gerente de vendas Brasil – Biocidas Industriais

impacto determina tanto a evolução dos equipamentos quanto das tecnologias de lubrificantes e aditivos mais avançadas. “Acredito que teremos de desenvolver produtos que atendam a demanda por uma nova geração de aditivos com menor teor de enxofre, fósforo e cinzas sulfatadas (tecnologia “Low SAPs”) e também possibilitem uma nova geração de aditivos que proporcionem maior economia de combustível e maior durabilidade do motor”, diz. PERSPECTIVAS Para Fernando Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex, empresa que tem significativa participação no mercado brasileiro de aditivos, a previsão para o setor é de crescimento, principalmente a partir de 2010, tendo em vista o investimento que vem sendo feito no País em setores como agronegócio, construção civil e construção naval. “Além disso, a perspectiva de negócios com o pré-sal e a indústria em geral, que está pegando carona nesses segmentos, é muito animadora”, diz. O gerente comercial da Miracema-Nuodex também vê potencial de crescimento no mercado em função de vários setores industriais ainda estarem “iniciando” quando comparado com o cenário nacional. “Podemos citar o mercado automotivo nacional em relação ao mercado americano, onde o americano tem duas vezes mais carros por habitantes. Só isso nos dá uma ideia de quanto o consumo de óleo pode crescer. Há, ainda, o número de usinas de agronegócios que estão sendo instaladas no País”, informa, completando que sua análise está baseada num estudo que prevê dobrarmos o número dessas usinas até 2015. A substituição de aditivos por outros mais “verdes” é uma das tendências apontadas por Scandoleira, “caso do nosso aditivo à base de bismuto, uma inovação tecnológica totalmente verde, que já está em uso em grandes empresas do mercado”, exemplifica. Na sequência, Lubgrax traz informações de alguns fornecedores de aditivos para o setor de lubrificantes, com destaque para novas tecnologias de produtos.

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ARCH QUÍMICA A empresa oferece biocidas (bactericidas e fungicidas) para controle microbiológico do sistema. Esses biocidas preservam o sistema lubrificante do ataque de bactérias e fungos, evitando a degradação do mesmo. As principais marcas para esse mercado são: Densil, Omadine, Omacide, Triadine e Proxel, “todas alinhadas com as tendências internacionais”, reforça Fabio Couto Forastieri, gerente de vendas Brasil – Biocidas Industriais Os produtos são direcionados para óleos solúveis, graxas e lubrificantes, todos à base de água, sendo o carro-chefe os biocidas para óleos solúveis. “A Arch Química é líder nesse segmento”, inclui Forastieri, acrescentando que, no curto e médio prazos, o potencial desse segmento deve seguir a tendência da indústria automotiva e de aço, principais clientes que utilizam os óleos solúveis. Com foco principal no atendimento ao cliente com serviços voltados ao monitoramento microbiológico e desenvolvimento de novos “blends” de biocidas de acordo com as necessidades e restrições do mercado, a Arch Química também está preparada, conforme o gerente de vendas, para oferecer soluções à substituição de biocidas atualmente utilizados e não aprovados pela Comunidade Europeia. “A tendência mundial não é o desenvolvimento de novas moléculas, mas a migração das já existentes para novas aplicações ou a elaboração de novos ‘blends’ com as moléculas já existentes”, argumenta, justificando que o custo de registro de uma nova molécula acaba inviabilizando o processo de surgimento de novas. “A utilização do Densil DG20 ou do Densil DN como fungicida é uma tendência muito forte no mercado. As vantagens com relação a outras moléculas são a performance técnica acompanhada da facilidade de utilização da mesma”, exemplifica. A Arch Química Brasil é uma empresa de especialidades químicas subsidiária da Arch Chemicals Inc, que está sediada na cidade de Norwalk, em Connecticut (EUA). Com vendas anuais que totalizam mais de US$ 1 bilhão,

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ADITIVOS PARA LUBRIFICANTES possui fábricas, unidades de negócios e serviços nos cinco continentes, onde trabalham aproximadamente 3 mil colaboradores. Com soluções inovadoras para atender os seus clientes, é líder mundial na área de tratamento de madeiras e tratamento de águas, tanto para consumo humano e industrial quanto para piscinas, além de possuir importante atuação em mercados com produtos de performance para indústrias de adesivos, refrigeração e tecnologia espacial, ingredientes ativos para indústrias de cosméticos e biocidas. No Brasil, onde opera há mais de 30 anos, destaca-se a sua liderança no tratamento de águas de piscinas, com as marcas HTH, Pace e HTH Linha Profissional, todas elas com uma linha de produtos de reconhecida qualidade no mercado. BYK-CHEMIE Por intermédio da subsidiária Dieck Peters, a BYK oferece ceras ao mercado de lubrificantes. Em geral, são ceras sintéticas à base de polietileno ou polipropileno, conforme explica o gerente-geral para América Latina Aurélio N. Rocha, completando que a linha de ceras mais vendidas pelo grupo para o mercado de lubrificantes são as da linha Hardomer, que são emulsões de ceras sintéticas. Embora a participação da empresa no mercado brasileiro ainda seja relativamente pequena, uma vez que a maior atuação até o momento se concentra na Europa e Ásia, Rocha vê com bons olhos o futuro, considerado promissor. “O Brasil é um mercado em forte crescimento, com a perspectiva de sermos uma das maiores potências econômicas da próxima década e, portanto, haverá uma fatia do mercado para todos os que trabalham de forma séria e apresentam soluções e produtos de qualidade”, pondera. De acordo com Rocha, no próximo ano a BYK promoverá treinamentos técnicos para seus colaboradores do Brasil e também para o corpo técnico comercial do representante exclusivo, a Bandeirante Brazmo. “A ideia é capacitar toda a equipe para que tenhamos na área de lubrificantes o mesmo serviço e atendimento já

reconhecido por outros mercados, como tintas, vernizes e plásticos”, antecipa. EVONIK Para esse segmento a Evonik oferece a linha Aerosil, de sílicas pirogênicas, utilizadas como agente reológico em graxas, fazendo com que a influência da temperatura seja mínima sobre a viscosidade. Conforme a gerente de vendas Inorganic Materials, Beatriz Zaki, a Evonik, visando complementar seu portfólio para o segmento, também representa outras empresas, como a Chemetall, com a linha Austro Tecc. “Destacamos o bissulfeto de molibdênio, um lubrificante sólido muito utilizado na indústria metalúrgica e também como um aditivo para graxas especiais. Seu baixo coeficiente de fricção o faz atuar como um modificador de atrito”, explica. Outra representada é a Oxiris, com o Ionol CP (BHT), um antioxidante primário fenólico. Sua principal função é reagir com radicais livres e hidroperóxidos, retardando reações em cadeia que possam oxidar o fluido base. “Em geral, esse aditivo é utilizado em diversas graxas, óleos hidráulicos e óleos minerais, em preferência a antioxidantes com aminas substituídas, os quais podem causar escurecimento no fluido”, diz. A Evonik é um grupo industrial sediado na Alemanha e com operações por todo o mundo. Atua nas áreas de química, energia e negócios imobiliários. O Grupo Evonik conta com 41 mil colaboradores e gerou um faturamento de 15,9 bilhões de euros em 2008; 60% desse valor foi obtido fora da Alemanha. No Brasil, atua há 55 anos na área química, possui sede administrativa na capital paulista e três fábricas: uma de peróxido de hidrogênio em Barra do Riacho (ES); uma de negro de fumo em Paulínia (SP); e de catalisadores químicos em Americana (SP). Mantém ainda o centro técnico de poliuretanos e o laboratório de colorantes em Americana, e o laboratório de nutrição animal em Guarulhos (SP). Além disso, conta com três centros de distribuição, situados em Cascavel (PR), Guarulhos e Itajaí (SC).

Aurélio Rocha, gerente-geral para América Latina

Em geral, esse aditivo é utilizado em diversas graxas, óleos hidráulicos e óleos minerais, em preferência a antioxidantes com aminas substituídas, os quais podem causar escurecimento no fluido

Beatriz Zaki, gerente de vendas Inorganic Materials

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Vanessa Coelho, vendedora técnica da Rhein Chemie – Divisão de Lubrificantes

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LANXESS/RHEIN CHEMIE A Rhein Chemie, uma empresa do Grupo Lanxess, tem em seu portfólio uma completa linha de aditivos para óleos lubrificantes industriais, tanto como componentes e pacotes para aplicações mais diferenciadas nesse segmento. “Podemos mencionar algumas vantagens que nossos produtos oferecem para diversas aplicações, por meio da relação de custo e benefício, como lubricidade, aprovação FDA, proteção corrosiva, produtos biodegradáveis, resistência ao desgaste mecânico, facilidade em processos em óleos solúveis”, lista Vanessa Coelho, vendedora técnica da Rhein Chemie – Divisão de Lubrificantes da Lanxess, informando que os aditivos comercializados pela empresa dispensam a necessidade de adicionar emulgadores, pois os pacotes para óleos solúveis contêm excelente resistência à solda, devido ao alto teor de enxofre. Para as empresas que trabalham com bases ésteres e estão sofrendo com o aumento do TAN (total acid number), ataque da hidrólise, e querem aumentar o tempo de vida de seus óleos, a RheinChemie apresenta como solução um aditivo base carbodiimida, que oferece muitas vantagens. Além disso, há espessantes para graxas, principalmente a poliuréia, e aditivos apropriados para todos os tipos de graxas. Conforme Vanessa, esses produtos são direcionados para os segmentos hidráulico, metalworking e de graxas, todos em aplicações industriais. Os carroschefes para o segmento são a linha de aditivos extrema pressão, usados em processos pesados com boa resistência à solda, e os aditivos com alto teor de enxofre ativo. Há cerca de um mês, a Rhein Chemie lançou uma linha inovadora e completa de aditivos para óleos solúveis. Especialmente indicada para melhorar a performance dos óleos solúveis, a série atende, com um único produto, às necessidades das indústrias metalmecânica em operações de corte em metais. A tecnologia é o principal diferencial da série que inclui pacotes com emulgadores. Essa característica reduz o custo, pois elimina a

necessidade de acrescentar emulgadores na formulação dos óleos solúveis. A nova série, com um total de 12 produtos, pode ser dividida em quatro grupos: aditivos de lubricidade, aditivos EP (extrema pressão), inibidores de corrosão e pacotes de aditivos (incluindo emulgadores). O lançamento oferece soluções especiais para fluidos de usinagem solúveis em água. Além disso, a nova série possui vários produtos que podem ser adequados para o uso de fluidos HFC, limpadores de metais aquosos e antifreezing. A Lanxess é uma empresa química de atuação mundial espalhada por 46 localidades em 23 países e com aproximadamente 14.300 colaboradores em todos os continentes. Hoje, seu portfólio abrange produtos para química básica e fina, pigmentos orgânicos e inorgânicos, plásticos de engenharia, químicos para borracha e borrachas sintéticas, produtos químicos para couros, produtos de conservação de material, químicos funcionais, resinas para o tratamento de águas, entre muitas outras soluções para o seu negócio e para o seu dia a dia. No Brasil, a empresa tem hoje 900 funcionários alocados nas cidades de São Paulo, Porto Feliz (interior de São Paulo), São Leopoldo (RS), um escritório em Recife (PE) e indústrias da Lanxess Elastômeros em Duque de Caxias (RJ), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Triunfo (RS). Como fornecedora de produtos para diversos setores da indústria química, a Rhein Chemie oferece cerca de 4 mil preparados de substâncias ativas e especialidades químicas feitas sob medida para a indústria de borracha, lubrificantes e plásticos, assim como para a química de poliuretano. MIRACEMA-NUODEX Tradicional fornecedora de matérias-primas para o mercado de lubrificantes, a MiracemaNuodex oferece vários aditivos para o setor de lubrificação industrial: • de extrema pressão, que agem como uma “barreira”, impedindo o contato destrutivo metal contra metal. “Os aditivos EP somente agem

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A essência da nossa química:

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ADITIVOS PARA LUBRIFICANTES • Abaixador de ponto de fluidez: agentes químicos que baixam o ponto de fluidez do lubrificante pela modificação da estrutura dos cristais de parafina que vão se formando no seio do óleo em conseqüência do abaixamento da temperatura. • Adesividade: aditivos de cor clara à base de poli-isobutileno em óleo mineral a fim de reduzir o gotejamento e respingamento, minimizando as perdas. • Emulgadores: produtos químicos que conferem ao óleo mineral a propriedade de emulsificação em água. • Ésteres: fluido sintético que substitui óleo mineral, tendo excelentes resistência térmica e lubricidade. Conforme Scandoleira, os grandes carroschefes da Miracema-Nuodex são o agente de lubricidade e os aditivos extrema pressão. Ainda conforme ele, o negócio de aditivos para lubrificantes, fluidos, óleos e graxas representa aproximadamente 35% do faturamento da empresa, que detém cerca de 30% do mercado brasileiro de aditivos para esse setor. A empresa recentemente investiu em novos equipamentos para a produção de aditivos para graxa. “Além disso, novos aditivos têm sido constantemente lançados no mercado e contratos com grandes empresas de lubrificantes estão sendo fechados. Essas ações nos darão a direção para onde o mercado está focado e informações da real necessidade de produto e desenvolvimento que o mercado de lubrificante necessita”, diz.

quando há condições de extrema pressão com o rompimento da película lubrificante. Quando isso ocorre, o calor liberado provoca uma reação química que induz à formação dos novos compostos, explica Fernando Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex. • Antidesgaste: substâncias químicas adicionadas aos lubrificantes para reduzir o desgaste das partes metálicas. Age por adsorção na superfície metálica, formando um filme fortemente aderido ao metal, evitando o contato entre as partes móveis. Essa película funciona também como anticorrosivo. • Lubricidade: óleos orgânicos de origem animal com excelente capacidade de aderência em superfícies metálicas por causa da presença de pequenas quantidades de ácidos graxos livres, de natureza polar, que exercerem uma ação superficial que ocasiona uma adsorção molecular na interfase metal-óleo. • Anticorrosivos: os agentes corrosivos podem ser produtos resultantes da própria oxidação do óleo, como também agentes externos contidos no ar atmosférico ou, então, no caso de motores de combustão interna, ácidos formados na combustão. Nas formulações de óleos lubrificantes esses aditivos são utilizados para neutralizar a corrosão provocada por água ou substâncias corrosivas.Também podem ser formadores de película, protegendo as partes metálicas contra atmosferas úmidas. • Melhoradores de índice de viscosidade: compostos químicos que reduzem a variação de viscosidade em função da temperatura.

Novos aditivos têm sido constantemente lançados no mercado e contratos com grandes empresas de lubrificantes estão sendo fechados. Essas ações nos darão a direção para onde o mercado está focado e informações da real necessidade de produto e desenvolvimento que o mercado de lubrificante necessita

Fernando Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex

SOBRE A ABRAFA Instituída na época em que o governo controlava os preços dos produtos de quase toda a cadeia dos derivados do petróleo, inclusive lubrificantes e aditivos, a Abrafa (Associação Brasileira de Fabricantes de Aditivos), naquela época, tinha como função intermediar os interesses da indústria de aditivos com o governo. Hoje, a associação, que é formada por Afton Chemical, Chevron Oronite, Infineum e Lubrizol, trabalha para conseguir representatividade perante diversas entidades públicas e privadas, como IBP

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(Instituto Brasileiro de Petróleo), ANP (Agência Nacional do Petróleo), Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), Simepetro (Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo) ANFAVEA ( Associação Nacional dos Fabricantes de Veiculos Automotores) e outras, visando atender as necessidades do setor de aditivos, auxiliando sua melhoria e crescimento e fomentando a expansão do mercado nacional.

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Foto: STUDIO IMAGEMAKER / TATO ANDRADE – Divulgação ABOISSA

Óleos vegetais e animais Mais verde nos lubrificantes

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PERFIL DO FORNECEDOR – RESITEC

VERDEJOU NO SETOR DE MATÉRIAS-PRIMAS Com novos acionistas desde 2006 – a sul-africana Chemical Services Ltda e a americana MeadWestvaco – a Resitec quer se apresentar com pompa ao mercado de lubrificantes. Afinal, conta com uma linha de produtos capaz de aguçar o desejo de todos os fabricantes que investem na sustentabilidade do planeta. Para essa desafiadora tarefa, estabeleceu parceria com a Miracema-Nuodex, expert na distribuição e comercialização de matérias-primas para o setor. Por Miriam Mazzi

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um ambiente marcado pela concorrência acirrada, lançar-se em novos negócios já é uma árdua batalha, ainda mais quando a essa iniciativa se soma à comercialização de produtos inéditos no mercado. Para muitas empresas, o desafio é tamanho que se faz necessário um detalhado projeto de ação que envolve a inclusão de parceiros com mais tempo de estrada na trajetória que se pretende seguir. Esse é o ousado trabalho que vem sendo implantado pela Resitec, tradicional e reconhecida fornecedora de emulsificantes para polimerização de borracha sintética. Desde que foi adquirida, em 2006, por duas companhias estrangeiras – a sul-africana Chemical Services e a americana

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MeadWestvaco –, a empresa deu início ao processo de diversificação de seus negócios. Os objetivos a serem alcançados: ampliar a presença das multinacionais no território brasileiro e atingir novos mercados por meio da oferta de produtos com tecnologia de ponta, entre eles o ácido graxo de tall oil e breu de tall oil, ambos direcionados ao setor de lubrificantes. Para chegar lá, a parceira de distribuição e comercialização escolhida foi a MiracemaNuodex, que, além de deter uma imagem de marca consolidada nos setores a serem focados, possui a capilaridade desejada para o novo empreendimento. Fruto de uma joint-venture de um grupo japonês com os empresários Shigeaki Ueki, ex-ministro

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PERFIL DO FORNECEDOR – RESITEC de Minas e Energia, e Rodolfo Rohr, fundador das empresas Ceralit, Otilb e Miracema-Nuodex, a Resitec foi inaugurada em 1979 e, nos anos seguintes, cresceu solidamente. A necessidade de desbravar novas frentes de atuação abriu espaço para a reformulação estatutária e consequente entrada de novos sócios. Em julho de 2006 foi celebrada nova joint-venture, desta vez com Chemical Services, grupo sul-africano que mantém 21 unidades de negócios espalhadas pelo mundo, e com MeadWestvaco, empresa dos setores de embalagens e químico, com faturamento anual de US$ 4 bilhões. NOVA EMPRESA, NOVAS METAS O primeiro passo dos novos controladores da Resitec foi trazer da Noruega uma unidade produtiva altamente automatizada para o fracionamento do crude tall oil (CTO). A indústria, instalada estrategicamente em Santa Catarina, está em operação desde o dia 1º de outubro. “Durante muitos anos o Brasil fabricou o CTO, exportando-o na forma bruta para, depois, importá-lo, refinado, dos Estados Unidos e da Europa”, informa Bernardo Mello, diretor-presidente. O tall oil é um subproduto originado na fabricação do papel kraft, que utiliza o pinus como matéria-prima. A localização geográfica de Santa Catarina, considerado o núcleo das fábricas de papel entre Brasil e Argentina que utilizam o pinus, favorece a logística desse setor, tanto na captação da matéria-prima como no escoamento da produção. O fracionamento do CTO, conforme Mello, vai permitir à Resitec oferecer ao mercado dois produtos imprescindíveis à indústria de lubrificantes: o ácido graxo de tall oil (em inglês, tall oil fatty acid, ou Tofa) e breu de tall oil (tall oil roesin, ou TOR). A instalação da unidade produtiva no sul do País é um marco na América Latina, já que é a primeira voltada ao fracionamento de tall oil na região. Até aqui o fracionamento só era feito nos Estados Unidos, Europa, África do Sul, China e Nova Zelândia. A capacidade produtiva, de acordo com Mello, será suficiente para suprir os mercados brasi-

leiro e sul-americano e com excedente para exportação. “A capacidade está alinhada à quantidade de matéria-prima disponível no Brasil, Argentina e Chile”, lista, explicando que, por enquanto, em função da adequação do volume de mercado ao volume de produção, a matéria-prima está sendo captada apenas no mercado doméstico. Comparativamente a outros centros de fracionamento, a capacidade de produção da fábrica brasileira é ainda pequena, mas pode crescer. A unidade trazida da Noruega, por exemplo, atingia 70 mil toneladas/ano, volume considerado pequeno para os padrões europeus, por isso havia sido desativada. “Por aqui, ela foi instalada com uma capacidade menor, mas há a possibilidade de aumentar gradativamente a produção até atingirmos esse patamar”, revela Mello.

Bernardo Mello, diretor-presidente

VERSATILIDADE Tanto o ácido graxo como o breu de tall oil apresentam características fundamentais à produção dos lubrificantes. No caso do ácido graxo, por exemplo, pode substituir o óleo de soja na produção de resinas alquídicas empregadas na produção de tintas, reduzindo o tempo do processo. Além disso, por não contar com o ácido linoléico em sua composição, o ácido graxo garante maior estabilidade da cor, evitando o amarelecimento. O ácido graxo de tall oil também pode ser um substituto inteligente para o ácido oléico de origem animal, usado em muitas formulações de aditivos para lubrificantes. De acordo com Mello, além de apresentar propriedades similares às de seu concorrente, oferece a vantagem de um custo mais baixo. “O posicionamento da Resitec é praticar preços competitivos em ambos os casos”, enfatiza. Outra opção para o mercado brasileiro de lubrificantes será uma mistura de ácido graxo com breu, conhecida por destilled tall oil (DTO), até aqui indisponível para o País com o mesmo nível de qualidade de Estados Unidos e Europa. Tratase de uma matéria-prima composta por 25% a 30% de breu e utilizada na fabricação de óleos de corte e como base para emulsificantes. Além Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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PERFIL DO FORNECEDOR – RESITEC disso, a mistura apresenta melhor estabilidade de cor e de cristalização e menor odor. UM PARCEIRO DE PESO O lançamento do DTO no Brasil pela Resitec foi um dos fatores que selou a parceria da empresa com a Miracema-Nuodex. A procura de um distribuidor já havia começado, conforme relembra Mello, mas foi decisivo o fato de a Miracema-Nuodex ser um dos principais fabricantes de DTO no País. “A Miracema-Nuodex encontrava muita dificuldade para fabricar um produto compatível com a qualidade americana e europeia, porque não fracionava o CTO, fazia apenas uma destilação simples”, diz, acrescentando que, aproveitando a tecnologia das matrizes da Resitec, a nova mistura será comercializada e distribuída pela parceira, que já detinha know-how do produto e um estreito relacionamento com os clientes. A parceria entre Resitec e Miracema-Nuodex, a partir de então, ganhou novos contornos e proporções. No chamado “pacote de distribuição” entregue à Miracema estão os ácidos graxos e o breu de tall oil. Uma outra inovação que chega ao Brasil por meio da tecnologia dos acionistas da Resitec: matérias-primas vegetais para a indústria de lubrificantes. “Com essa união, a Resitec poderá se concentrar na eficiência de produção e qualidade, enquanto a distribuição e comercialização ficam com a Miracema, que possui grande visibilidade e experiência nessas atividades”, destaca. VERDEJOU A vanguarda tecnológica dos acionistas

também vai permitir à Resitec alçar novos voos. A intenção é trazer outros produtos para serem fabricados localmente ou, pelo menos, “tropicalizados” regionalmente. Há um ano, a Chemical Services trabalha no desenvolvimento de um polímero vegetal que pode substituir, com inegáveis vantagens ecológicas, a utilização de óleos minerais e poli-isobuteno (PIB), substâncias que determinam a não biodegradabilidade dos lubrificantes tradicionais. Com isso, começa a ser desenhado o setor de biolubrificantes no Brasil. “Atualmente, o lubrificante tradicional é composto por óleo mineral básico, PIB, cuja função é ajustar a viscosidade, e um pacote enorme de aditivos, dependendo das características que se deseja para aquele produto. Já no biolubrificante a viscosidade é determinada pelo polímero vegetal”, informa o executivo. Na prática, o polímero vegetal, sob condições específicas de polimerização, assume o poder de determinar a viscosidade do lubrificante, apresentando uma ampla faixa, que vai de viscosidade ISO de 32 centistokes até 17 mil centistokes. De acordo com Mello, esse novo produto tem como um de seus alvos os fabricantes de lubrificantes para engrenagens abertas, como aquelas usadas pela indústria de cana-de-açúcar. “Essas indústrias vêm sofrendo uma grande pressão para utilizar lubrificantes biodegradáveis”, atesta o diretor, completando que a Resitec já atende a dois clientes que fornecem essa matéria-prima para o setor sucroalcooleiro. Esse produto foi desenvolvido em parceria com a Lubrizol, que auxiliou na elaboração de um pacote de aditivos específicos para uso em biolubrificantes. Estudos efetuados pela Resitec apontam biodegradabilidade do produto de 96% em 26 dias. RENOVÁVEL E SUSTENTÁVEL Apesar de ainda recente, o acordo de distribuição e comercialização com a MiracemaNuodex deve render bons números no curto prazo. Mello calcula entre 300 e 400 toneladas

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PERFIL DO FORNECEDOR – RESITEC de matérias-primas por mês o volume comercializado anualmente no mercado brasileiro. Mas esse montante tende a ser superado em breve. “O mundo não pode mais ter o mesmo patamar de consumo de recursos, principalmente os não renováveis”, argumenta o diretor da Resitec, destacando que a empresa trabalha com matérias-primas 100% renováveis, o que lhe garante uma vantagem competitiva no médio e longo prazos. Por conta dessa constatação, a matriz da Resitec começa a implantar o conceito de sustentabilidade, que envolve a avaliação do ciclo de vida de todos os produtos fabricados. “Na minha avaliação, o mercado de lubrificantes terá de passar pelo processo de ‘esverdeamento’ nos próximos cinco anos. É óbvio que o primeiro passo já foi dado com a recuperação. O segundo será a obrigatoriedade de os fornecedores fabricarem produtos renováveis, no sentido de coexistirem com a sustentabilidade do planeta. Esse será o grande desafio do mercado de lubrificantes”, prevê, assegurando que a companhia está muito bem posicionada no desenvolvimento de matérias-primas para a área de lubrificantes com bases sustentáveis e renováveis.

Outra novidade para o mercado brasileiro vem da MeadWestvaco dos Estados Unidos. “Temos projetos para sermos um dos mais importantes fornecedores de matérias-primas para as indústrias de produtos químicos para petróleo”, antecipa. Alguns desses produtos, conforme Mello, estão em processo de “tropicalização” e vários outros, fabricados pela matriz, chegam a partir de 2010 ao País. Fernando C. Scandoleira, gerente comercial

CASAMENTO PERFEITO A parceria da Miracema-Nuodex com a Resitec é dessas uniões com data marcada para acontecer. Nesse caso, as competências entre as áreas comercial e produtiva das empresas convergiram, há um mês, para o que Fernando Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex, define como “casamento perfeito”: cada qual oferecendo como contribuição à união suas “fortalezas” de marketing. Conforme Scandoleira, a parceria entre ambas as empresas prevê que a Resitec, dona da excelência de produção do material, fabricará o tall oil e derivados dele, e a Miracema-Nuodex, com a excelência de marketing e assistência técnica reunidas ao longo de 55 anos de atividades, fará o trabalho de marketing industrial, englobando ações como vendas, desenvolvimentos, assistência técnica etc. Fazem parte do acordo o tall oil e seus derivados e também alguns agentes de lubricidade, todos com base vegetal. Sobre uma eventual canibalização entre os produtos, já que a Miracema-Nuodex produz uma linha própria similar, Scandoleira assegura que elas não conflitam; dessa forma, será posicionada como complemento de portfólio, “o que beneficiará nossos clientes de uma

maneira geral”, tranquiliza, completando que, acima de tudo, a parceria contribuiu com a competitividade de ambas, que oferecerão ao mercado produtos de ótima qualidade, com regularidade de fornecimento e a preços justos. Inicialmente limitada ao Brasil, a união de esforços entre as empresas deve atravessar fronteiras em breve. De acordo com estimativa do gerente comercial, em um ano será possível ampliar a comercialização a outros mercados. “Considerando que a Miracema-Nuodex atua em pelo menos 36 outros países, definiremos o contrato também para atuação fora do mercado nacional”, antecipa. Para divulgar a união e os produtos será iniciada uma agressiva campanha de marketing que conta com veiculação em revistas segmentadas e propaganda cooperada com os representantes de vendas das empresas. A Miracema-Nuodex atua no mercado desde 1954, produzindo especialidades químicas para uma vasta gama de aplicações industriais. Considerada uma das mais bem conceituadas e bem estruturadas empresas do setor, detém aproximadamente 30% de market share do mercado de aditivos para lubrificantes industriais.

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EQUIPAMENTOS – EPT TECHNOLOGIES

SOB MEDIDA PARA NOVAS NECESSIDADES O potencial dos mercados de lubrificantes, combustíveis e biocombustíveis é um dos alvos da EPT Technologies, que fincou bandeira em São Paulo para atender a toda a América do Sul. Graças a acordo comercial estabelecido com a Moinho Pirâmide, tradicional fornecedora de moinhos e dispersores para as indústrias de tintas, ambas as empresas passam a oferecer serviços e equipamentos de alta tecnologia ao setor. Por Miriam Mazzi

N Gilmar Pinheiro, diretor comercial para a América Latina e sênior Consultant

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ão é de hoje que o mercado sul-americano vem despertando a atenção de multinacionais de todas as partes do planeta. Embora o processo de entrada de novas companhias globais, no Brasil, tenha atingido seu ápice nos anos seguintes ao da abertura da economia, em 1990, hoje há novos motivos para a região e o País retomarem sua atratividade econômica: os combustíveis e os biocombustíveis. Rota certa para os novos investimentos, o mercado brasileiro chamou a atenção da EPT Technologies, sediada nos Estados Unidos, empresa especializada em engenharia de alta tecnologia aplicada aos setores de bioenergia e química de processos, incluindo o processamento de lubrificantes. Recentemente, a matriz decidiu se instalar na América do Sul, fixando escritório em São Paulo para desenvolver projetos de engenharia direcionados a diversos clientes desses segmentos. Não é recente a história que a união faz a força. E foi justamente para somar esforços que a EPT Technologies firmou acordo com a Moinho Pirâmide, empresa que atua há 25 anos na área de calderaria. “Como somos uma empresa de tecnologia e projetos de engenharia, ou seja, de serviços, ficaremos com a parte de desenvolvimento de projetos e de processos, cabendo

à Moinho Pirâmide a execução da calderaria”, detalha Gilmar Pinheiro, diretor comercial para a América Latina e Sênior Consultant. EQUIPAMENTOS Especificamente para o mercado de lubrificantes, a EPT Technologies está colocando à disposição modernas tecnologias de produção disponíveis somente nos Estados Unidos e Europa. De acordo com Pinheiro, essas tecnologias contemplam parâmetros altamente sustentáveis, baixo consumo de energia por quilo convertido e fechando o ciclo do produto. “Além disso, a tecnologia permite reciclar completamente o lubrificante já utilizado, trazendo grandes ganhos para o ambiente e gerando resultados econômicos para toda a cadeia produtiva e de consumo”, garante. Graças à parceria tecnológica com a EPT Technologies, a Moinho Pirâmide também fornecerá ao mercado, mediante projetos e patentes da EPT, reatores para os mais diversos processos químicos (de alta complexidade), torres de fracionamento para combustíveis, petróleo, recuperação de solventes, trocadores de calor etc. Tradicionalmente, a Moinho Pirâmide fornece equipamentos para a indústria de tintas e vernizes, tais como moinhos verticais, dispersores e tanques reatores. A grande vantagem dos equipamentos que

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EQUIPAMENTOS – EPT TECHNOLOGIES serão comercializados pela EPT Technologies na América do Sul, conforme Pinheiro, é que, por serem projetados de acordo com necessidades específicas e realidade de cada cliente, apresentam excelente economia de energia, sustentabilidade dos processos e excelente relação custo/benefício. Pinheiro explica que “os equipamentos dimensionados para os setores de lubrificantes e combustíveis tinham um padrão de cálculo estrutural semelhante para todos os casos, variando somente a escala produtiva”, completando que a EPT Technologies mudou esse conceito para projetos taylor made, que fazem uso de novas ferramentas de projeto e cálculo. “Dessa forma, temos condição de proporcionar a nossos clientes imbatíveis taxas de retorno sobre seus investimentos”, destaca. AGRESSIVIDADE Com o objetivo de estender aos clientes do setor de lubrificantes, combustíveis e bioenergia as novas tecnologias das quais atualmente já desfrutam os clientes da EPT Technologies no Primeiro Mundo, a companhia, segundo previsão de Pinheiro, tem ambições comerciais bastante agressivas para os próximos cinco anos. O motivo para tal apetite? Pinheiro responde: “A excelente fase que este segmento vai atravessar no curto prazo.” Na avaliação da companhia americana, baseada na sua experiência e presença internacional, o crescimento anual do mercado brasileiro nos segmentos de lubrificantes, combustíveis e bioenergia deverá ser “significativo e constante” na próxima década. “O Brasil será um dos grandes players internacionais nestes setores”, diz o executivo, reafirmando sua crença com a decisão da companhia de se instalar no País e com as recentes descobertas de novas jazidas de petróleo na camada do pré-sal. “Sem dúvida, temos uma forte vantagem estratégica nestes segmentos e, obviamente, todo o potencial de desenvolvimento que o Brasil como um todo tem pela frente já está se transformando em realidade, ou seja, muito mais

que um potencial temos uma efetiva realização em curso”, assegura. OTIMISMO Para aproveitar o novo cenário de possibilidades, a estratégia mestra da Moinho Pirâmide será a de converter a tecnologia da EPT Technologies em produtos como torres de fracionamento, condensadores, reatores etc, visando competir de forma linear com as grandes empresas internacionais que já atuam no Brasil e globalmente. Um dos exemplos é o uso de reatores que trabalharão com conceitos de recirculação e troca térmica externas ao vaso (tradicionalmente são todas internas), o que proporcionará significativos ganhos aos clientes. Conforme Pinheiro, outros equipamentos com tecnologia exclusiva também estão sendo discutidos, e negócios, sendo fechados. “No entanto, não podemos comentar mais detalhes”, diz, justificando que a EPT Technologies e a Moinho Pirâmide primam pela ética no relacionamento com os clientes e pela proteção de suas tecnologias e propriedades intelectuais e de patentes. Sobre 2010, o executivo afirma que a expectativa é de excelente performance no mercado de lubrificantes e combustíveis em geral. Tais resultados, de acordo com ele, serão compartilhados com a EPT Technologies e com a Moinho Pirâmide, que almejam alcançar significativa participação nesse setor.

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ÓLEOS VEGETAIS E ANIMAIS

CASAMENTO PERFEITO Com o aumento da taxa de biodiesel utilizada no diesel consumido no Brasil, mais a iniciativa privada das empresas de desenvolverem produtos mais sustentáveis e o advento das Olimpíadas 2016, o setor de óleos vegetais passa a ter estimativas bastante favoráveis para um crescimento contínuo e duradouro.

Por Maristela Rizzo

As discussões ambientais estão cada vez mais presentes e a busca por soluções que agreguem sustentabilidade tendem a continu-

ar crescendo

Étore Silva, gerente da unidade Óleos Industriais da Cargill

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O

ano de 2009 já apresentou boas novas para o mercado de óleos vegetais. Até janeiro de 2010, o diesel vendido nos postos brasileiros passará a conter 5% de sua fórmula composta por biodiesel. Com isso o mercado comemora a antecipação de uma meta que só seria alcançada em 2013. Esse aumento significa que cerca de 2,3 bilhões de litros de biodiesel passam a ser consumidos pelos veículos automotores no Brasil, o que beneficiará muito a cadeia de fornecimento de óleos vegetais, que tem insistido com o governo para ampliar ainda mais o percentual de biodiesel misturado de forma compulsória no mercado nacional. A União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) tem manifestado ser possível atingir a marca de 10% até 2015.

Outra vantagem possível com essa alteração é a estimativa do governo de que o preço do bioedisel, que hoje custa cerca de 30% a mais do que o diesel mineral, sofra uma redução em torno de 10%. Essa medida, aliada com a procura das empresas brasileiras por manterem uma produção mais sustentável, faz com que as perspectivas de crescimento do mercado de óleos vegetais sejam extremamente positivas. Conforme Luiz Fernando Zagolin, gerente de negócios para o Mercosul da Eastman, que atua com vendas focadas em antioxidantes para fabricantes de biodiesel de origem vegetal, com a legislação vigente e a necessidade de um combustível alternativo ao diesel, acrescido da possibilidade futura de exportações, as estimativas são muito animadoras. “Além disso, com as Olimpíadas de

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ÓLEOS VEGETAIS E ANIMAIS 2016 no Brasil acreditamos em uma movimentação maior, mercadológica, em geral, focada principalmente na área de construção civil e transporte.” A mesma tendência de crescimento é observada por Étore Silva, gerente da unidade Óleos Industriais da Cargill, que oferece para o mercado de lubrificantes óleos vegetais e ésteres. Segundo ele, há uma tendência de crescimento de produtos de base vegetal, pois além de conferirem boa performance, são de fonte renovável. “As discussões ambientais estão cada vez mais presentes e a busca por soluções que agreguem sustentabilidade tendem a continuar crescendo”, comenta o profissional, orientando ainda que é preciso avaliar também a demanda por esse tipo de produto, pois ela estará sempre sujeita às condições de custo e benefícios do produto, dependendo da tecnologia empregada. OBSTÁCULOS Como nenhuma história é perfeita, o setor de óleos vegetais ainda enfrenta alguns problemas, incluindo a necessidade de maior apoio do governo no sentido de desoneração e descentralização, segundo alguns, e maior incentivo, de acordo com outros. “O uso de produtos de base vegetal e animal deveria ser incentivado pelo governo, pois são bases que utilizam recursos naturais, não agridem o meio ambiente e podem trazer outros benefícios, como, por exemplo, ganhos em crédito de carbono, assunto ainda a ser explorado”, pondera Silva. Já na parte de consumo, Zagolin observa que existe uma falta para alguns produtores de biodiesel no Brasil de visão da necessidade de antioxidantes listados e aprovados no “No harm List”. O profissional ressalta que existem produtores e exportadores na Argentina buscando produtos com essas características para preservar a estrutura do biodiesel e dos motores, principalmente nas exportações para a Europa.

“Alguns produtores no Brasil ainda não se atentaram a isso e não estão considerando essas necessidades em um possível mercado globalizado”, alerta. Em relação à inserção do mercado nacional de óleos vegetais dentro do cenário mundial, a Cargill pontua que, hoje, o Brasil se encontra no mesmo contexto. A diferença fica limitada à variedade e na quantidade de óleos produzidos no País, se comparado aos que existem na Europa ou Ásia. “Temos qualidade e escala, e isso é um diferencial”, manifesta Silva. PERFIL A Eastman atua no mercado nacional com o Bioextend 30 HP, uma solução de antioxidante de alta performance e baixa utilização para o mercado de biodiesel. “A quantidade de antioxidante utilizada em um fabricante é pequena, algo em torno de 250ppm a 700ppm, dependendo da matéria-prima utilizada sendo assim o volume desse produto pequeno quando comparado ao uso de outros aditivos”, informa Zagolin. A Cargill oferece ao mercado de lubrificantes óleos vegetais e ésteres, direcionados, principalmente, para aplicação em usinagem e siderúrgica. São óleos que fornecem boa lubricidade e, além disso, são de fonte renovável, além de possuírem odor agradável quando comparado aos outros produtos utilizados nesse mercado. “Os óleos vegetais que utilizamos oferecem maior resistência à oxidação, o que era um fator limitante para seu uso em lubrificantes”, explica Silva, relatando também que os ésteres produzidos pela empresa são usados na formulação de lubrificantes e têm a vantagem de conferir boa lubricidade, maior estabilidade, além de ser fonte renovável. Dentro da produção da empresa, vale destacar que, além do mercado de lubrificantes, a Cargill também atende o setor de tintas, refrigeração e até de móveis e estofados com soluções de matéria-prima de fonte renovável, tendo, inclusive, desenvolvido um

Com as Olimpíadas de 2016 no Brasil, acreditamos em uma movimentação maior, mercadológica, em geral, focada principalmente na área de construção civil e

transporte

Luiz Fernando Zagolin, supervisor de contas para o Mercosul da Eastman

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ÓLEOS VEGETAIS E ANIMAIS óleo isolante para transformadores feito de matéria-prima vegetal. Recentemente, a empresa trouxe para o Brasil um bioplástico chamado Ingeo, feito de açúcares, que representa mais uma solução para a indústria que busca agregar a sustentabilidade à sua marca e a seus produtos. Importante player dentro desse mercado,

a Aboissa Óleos Vegetais dispõe de uma extensa linha de produtos vegetais e animais. Especificamente para o setor de lubrificantes são utilizados os óleos de babaçu bruto, óleo de babaçu refinado, óleo de palma bruto, óleo de palma refinado, óleo de palmiste bruto, óleo de palmiste refinado, óleo de coco da praia, óleo de coco refinado e cera de carnaúba tipo 3.

O LADO DO FABRICANTE para a inserção e divulgação de seus lubrificantes no mercado brasileiro. Para isso está realizando, entre outras atividades, a contratação de profissionais do segmento, fechamentos de contratos e acordos de parcerias com distribuidores no Brasil, tanto para a linha automotiva como para a linha industrial. A meta inicial é de participação de cerca de 20% no mercado onde participam as empresas e companhias de menor porte em relação àquelas conhecidas do mercado consumidor. “Em médio prazo, poderemos ter essa informação, fazendo com que a Agecom tenha ‘sua fatia’ em auditorias de share feitas pelos órgãos e sindicatos do setor, buscando um posicionamento entre as grandes produtoras no mercado brasileiro”, antecipa Celso Miari, supervisor de vendas. Atualmente, a empresa está investindo em uma nova indústria, situada na região do ABC, na Grande SãoPaulo, próxima de duas importantes rodovias: Anchieta e Imigrantes. Para isso Celso Miari, supervisor de vendas e Luciane Marçon, coordenadora técnica da adquiriu modernos equipamentos de envase para frascos de 1 Agecom: investimento em novas unidades e lançamentos de produtos na pauta litro, 500 ml e bombonas de 20 litros. Fez investimentos também A Agecom Produtos de Petróleo comercializa uma linha com- em tecnologias avançadas para os laboratórios de controle de pleta de lubrificantes automotivos e industriais para lubrificação de qualidade e desenvolvimento de produtos. Ainda neste ano, a Agecom Produtos de Petróleo pretende lanmotores movidos a gasolina, álcool, diesel, GNV e bicombustíveis, óleos para engrenagens industriais e automotivas, sistemas çar no mercado brasileiro produtos para o segmento de PCMO, de transmissões automáticas, linha agrícola, sistemas hidráulicos HDMO e para o segmento industrial. Também apresentará novas industriais, compressores de ar, fluidos de corte integrais e solúveis, embalagens, como a de quatro litros. óleos para lubrificação de máquinas de costura, teares e outros. Os produtos Agecom apresentam qualidade superior, fabricados com óleos básicos refinados e aditivos de alta tecnologia. São fabricados com extrema exigência de controle de qualidade, desde a entrada das matérias-primas até o envase final dos produtos. Seus produtos são utilizados nos segmentos PCMO, HDMO, 4 e 2 tempos, ATF, HTF, Gear – óleos lubrificantes para engrenagens automotivas e industriais. O carro-chefe da empresa é o produto Vorax SL 10W40 – Semi-Sintético. A linha de óleos lubrificantes para motores a gasolina, álcool, GNV ou bicombustíveis – PCMO – responde por 35% do market share da empresa. “No momento estamos desenvolvendo óleos lubrificantes industriais para o segmento de óleos de corte, com a utilização de óleos vegetais e/ou animais”, informa Luciane Marçon, coordenadora técnica. No ano de 2009, a Agecom iniciou um estruturado trabalho

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AQUECENDO OS MOTORES Após a compra da marca Tribotec, a Fuchs do Brasil aumentou sua participação dentro do mercado de álcool e açúcar e já estima crescimento com a implantação de novos produtos e serviços. Por Maristela Rizzo

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PERFIL FABRICANTE – MERCADO SUCROALCOOLEIRO

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verde nunca esteve tão em voga como agora. O mercado mundial movimenta-se cada vez mais para criar, desenvolver e programar ações e produtos que colaborem com a necessidade premente de redução de impactos ao ambiente. Tal atitude encontrou eco dentro do setor sucroalcooleiro, onde grande parte das usinas começou a adotar estratégias de diferenciação de produtos, adotando características de processamento que fossem ao encontro de uma atividade ambientalmente amigável. Nesse caminho passaram a utilizar em suas produções matérias-primas condizentes com seus novos processos, produtos esses fornecidos também por fabricantes que estivessem no caminho desse novo cenário ecológico. Foi nesse processo que a Fuchs do Brasil conseguiu se destacar dentro do mercado sucroalcooleiro. Fabricante de óleos e graxas lubrificantes, a empresa surgiu em 1973 como Renolub Lubrificantes, passando para seu atual nome em setembro de 1995. Desde o princípio a companhia mostrou seu principal objetivo: oferecer ao mercado brasileiro os melhores produtos, tecnologias e serviços, postura essa que fez da Fuchs a líder mundial em diversas áreas de lubrificação. No setor sucroalcooleiro a situação não foi muito diferente. Apesar de a Fuchs atuar desde o princípio com esse mercado, sua participação passou a ser mais significante a partir de 2007 com a aquisição dos produtos da marca Tribotec, da então empresa Tribotécnica. “Com as propostas de inclusões mundiais de novos produtos menos agressivos ao meio ambiente, acreditamos no desenvolvimento desse importante setor na matriz energética”, comenta Abel da Silva Laranjeira, diretor geral da Fuchs do Brasil. Hoje a empresa participa com praticamente 5% desse setor, atendendo atualmente cerca de cem usinas sucroalcooleiras, dentro de um universo de 650 usinas existentes no Brasil. Essencialmente, os lubrificantes fornecidos

pela fabricante para o setor sucroalcooleiro são na forma de graxas, pastas de montagem, óleos hidráulicos, óleos para compressores, protetivos, anticorrosivos, solventes especiais, desengripantes, óleos de processo com metais, entre outros. “A base pode ser mineral, sintética, semi-sintética e vegetal, e abrangem todos os setores das usinas sucroalcooleiras. Ainda dentro dessa gama de produtos, possuímos uma linha especial atóxica de grau alimentício com homologação pelo NSF (National Sanitation Fundation)”, esclarece Antonio Malkov, coordenador técnico e de vendas da Fuchs do Brasil. Dessa lista, os mais consumidos pelas usinas são as graxas e óleos sintéticos e semi-sintéticos, devido ao fato de apresentarem rendimento superior aos convencionais, compensando a relação custo e beneficio, além de atenderem as necessidades do setor por serem compatíveis com o meio ambiente. A meta da Fuchs do Brasil é atingir, nos próximos três anos, participação de 15% dentro do mercado sucroalcooleiro através de lançamento de produtos de alto rendimento que ofereçam amplo espectro de atuação a custos compatíveis com o desempenho, além da contratação de profissionais técnicos para o acom-

Antonio Oliveira, vice-presidente para América do Sul e Abel da Silva Laranjeira, diretor geral da Fuchs do Brasil: preparados para a expansão

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PERFIL FABRICANTE – MERCADO SUCROALCOOLEIRO panhamento no cliente. “Constatamos que grande parte do setor está familiarizada com a alta tecnologia empregada nos equipamentos e do setor produtivo, mas ainda há espaço para melhorar, principalmente com relação ao meio ambiente”, verifica Antonio Oliveira vicepresidente da Fuch´s Lubritech América do Sul. Com essas ações a Fuchs do Brasil enxerga o setor sucroalcooleiro, como um mercado de vital importância ao meio ambiente. Só no primeiro período de 2009 o consumo de combustível foi aproximadamente 40% de alcool (Etanol), um fato inédito no mundo, devido ao fato de o insumo ser aproveitado quase que na totalidade. “Trata-se de uma matriz energética renovável, se contrapondo aos combustíveis fósseis, que contribuem de forma negativa com o aquecimento global”, pontua Oliveira.

Com a marca Tribotec, Fuchs amplia participação no mercado sucroalcooleiro

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A FUCHS NO MUNDO A Fuchs Petrolub AG, matriz do grupo situada na cidade de Mannheim, na Alemanha, foi fundada em 1931 por Rudolf Fuchs, que mais tarde foi sucedido por Manfred Fuchs. Atualmente o grupo é presidido por Stefan Fuchs, neto do patriarca e fundador. Aos poucos o grupo foi se expandindo até o ponto de se tornar o maior fabricante inde-

pendente de lubrificantes do mundo, posição atingida graça à postura de sempre atender os setores com tecnologia e inovação. Em 54 países o grupo é reconhecido por fornecer lubrificantes de última geração e produtos especiais para lubrificação e processos. Especificamente falando de Brasil, a companhia é líder no mercado de fluidos solúveis em água para usinagem de metais. Outra referência da empresa dentro do mercado mundial é a postura de sempre oferecer diferenciais, como atendimento personalizado, assistência técnica atuante e ótimo relacionamento tanto no aspecto comercial como técnico. Localizada na cidade de Jandira (SP), a Fuchs do Brasil oferece em sua linha de produtos uma ampla gama de lubrificantes, fluidos, graxas e aditivos para os diversos setores da economia brasileira, atendidos pelas suas quatro divisões: Industrial, Automotiva, Fuchs Lubritech e O&M. Área de produção: ampla gama de lubrificantes, fluidos, graxas e aditivos para os diversos setores

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PERFIL FABRICANTE – MERCADO INFORME SUCROALCOOLEIRO PUBLICITÁRIO

M.CASSAB FECHA ACORDO COM OXITENO PARA DISTRIBUIÇÃO AUTORIZADA COM ABRANGÊNCIA NACIONAL O Grupo M.Cassab, em suas divisões de Química Fina e Química Industrial, informa a finalização de acordo com a OXITENO sendo nomeado Distribuidor Autorizado com abrangência nacional a partir de Maio/2009. Esta parceria visa a melhoria da integração da cadeia de valores entre produtor, distribuidor e clientes com ampliação de serviços comerciais e de assistência técnica, pontos fortes do Grupo M. Cassab. A M.Cassab que possui matriz em São Paulo, conta com filiais estrategicamente posicionadas no Brasil e exterior, profissionais altamente qualificados e um vasto portfólio de produtos com destaque para conservantes, espessantes, emolientes, solventes e tensoativos e especialidades químicas que possibilitam atender as mais exigentes demandas dos mercados: Alimentício, Borrachas, Cosméticos, Detergentes, Farmacêutico, Lubrificantes, Têxtil, Tintas, Vernizes e Resinas, Intermediários Químicos entre outros. A estrutura operacional da M.Cassab conta com laboratórios analítico e de desenvolvimento, equipados com alta tecnologia e um departamento de Pesquisa&Desenvolvimento, possibilitando a ampliação constante do seu pacote de produtos e soluções a todos seus clientes. SOBRE A OXITENO A Oxiteno, empresa do grupo Ultra no setor de química e petroquímica, é a maior produtora de óxido de eteno e seus principais derivados na América Latina. Líder no segmento de especialidades químicas, sua linha de produtos inclui tensoativos, solventes e intermediários orgânicos. Os solventes oxigenados e especialidades químicas da OXITENO proporcionam um alto desempenho nas propriedades de dispersão, solubilização, diluição, emulsificação, coalescência e evaporação, entre outras, fundamentais à produção e ao uso de tintas e vernizes. A Oxiteno tem produção local no Brasil, no México e na Venezuela e filiais na Argentina, nos Estados Unidos e na Europa. Uma das linhas de crescimento da empresa é o desenvolvimento de novos processos industriais. A Oxiteno mantém um conselho científico e tecnológico formado por cientistas e especialistas da indústria química de todo o mundo, como forma de estimular a inovação constante e de manter-se sempre na ponta das mais avançadas tendências mundiais M. Cassab e Oxiteno, renovando o presente e construindo o futuro.

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DISTRIBUIÇÃO – CARBONO

EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL A expansão do mercado de lubrificantes despertou a atenção da Carbono, que está ultimando os detalhes de estrutura e portfólio para competir e ampliar seu faturamento no setor. Por Miriam Mazzi

P Rodrigo Gabriel, diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa

aulatina, mas firmemente, o mercado de lubrificantes vem ampliando o contingente de empresas que se inserem à cadeia produtiva e de distribuição, tendo como meta garantir uma fatia de um bolo que vem se revelando cada vez mais apetitoso. Há motivos de sobras para tal interesse das companhias. Além do dinamismo natural do setor, a expansão da economia nos últimos anos abriu espaço para o crescimento da demanda de lubrificantes no País, cujo mercado é estimado em 1,3 milhão de metros cúbicos ao ano. Os distribuidores, por sua vez, também cobiçam um quinhão desse potencial promissor. Não é para menos: grande parte da comercialização dos lubrificantes e de matérias-primas para sua produção é feita por intermédio das empresas de distribuição.

A Carbono Química, recentemente, se juntou a essa linha de frente dos que buscam um lugar ao sol no mercado de lubrificantes. “Até 2008, este não era um mercado-alvo para nós, mas a partir de então passamos a considerá-lo como sendo um prospect”, informa o diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa da empresa, Rodrigo Gabriel. Em 2009, a Carbono, que vende para cerca de 10% dos formuladores de lubrificantes, começou a reorganizar o seu portfólio e a investir, “ainda que timidamente”, conforme Gabriel, na estrutura interna. O objetivo foi atender os formuladores (produtores) de lubrificantes. “Usamos o ano de 2008 para explorar e aprender as diversas nuanças e sub-segmentos. Em 2009, nosso foco de investimentos passou a ser maior, envolvendo contratação de pessoas e pesquisa de fornecedores que pudessem aumentar com sinergia o portfólio de produtos oferecidos pela Carbono”, diz, completando que, em 2010, este será um mercado-alvo da distribuidora, que passará a desenvolver ações específicas para o segmento. SUSTENTABILIDADE No portfólio de matérias-primas direcionadas ao setor pela Carbono estão carbonatos orgânicos e solventes hidrocarbônicos hidrogenados, indicados como diluentes/veículos para diversas formulações, atuando como agente multipropósito e de baixa toxicidade. Entre os vários segmentos atendidos pela Carbono estão automotivo, industrial, metalworking e doméstico. “Oferecemos a essas indústrias as nossas matérias-primas e aditivos para óleos de corte, hidráulicos, semissinté-

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DISTRIBUIÇÃO – CARBONO ticos, sintéticos e graxas, com tecnologia e suporte diferenciados”, assegura o diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa. A consonância com práticas sustentáveis e amigáveis é uma das premissas da Carbono, segundo Gabriel. “Todas as nossas matérias-primas e aditivos oferecidos ao setor são produtos ecologicamente corretos”, ratifica o gerente de mercado Alexandre Leone, listando, entre as características sustentáveis dos produtos o excelente desempenho, a biodegradabilidade e a baixa toxicidade, tanto para o sistema quanto para o formulador e para o ambiente de trabalho. Tais características se traduzem em baixos riscos físicos para as instalações, onde são ou serão construídas. “Esses fatores são de extrema importância ao nosso negócio, já que para nós a sustentabilidade é, sim, uma realidade sobre a qual mantemos a nossa plataforma de negócios e desenvolvimentos”, conceitua Gabriel. PERSPECTIVAS OTIMISTAS A participação do setor de lubrificantes no faturamento da Carbono ainda é tímida, cerca de 1,5% em 2008, mas tende a crescer, conforme expectativa do diretor de desenvolvimento e inteligência administrativa. “Em 2009 tivemos o advento da crise no primeiro semestre e não enxergamos crescimento em participação de faturamento nesse período, mas o segundo semestre já começou a se mostrar mais atrativo”, argumenta, reforçando que para 2010 é esperado um aumento significativo na fatia de faturamento desse mercado dentro da Carbono, em torno de 7%, taxa que é aguardada também para os anos seguintes. A única nuvem neste céu que promete ser de brigadeiro é, na avaliação de Gabriel, o vaivém das taxas de câmbio, cujo impacto é imediato e, muitas vezes, duro no setor de óleos, que representam mais de 80% nas fórmulas dos clientes da Carbono. “Vemos com bons olhos a expansão dos números do setor, mas também podemos ver claramente que o segmento de óleos básicos, que influencia muito o merca-

do como um todo, acabou ficando sujeito às oscilações da crise e taxa de câmbio, pois ainda existem altos e baixos, mesmo no final da crise, atrapalhando um pouco a dinâmica dos clientes. Mesmo não sendo um produto do nosso portfólio, temos de ficar atentos ao seu comportamento”, analisa. Gangorras do dólar à parte, a Carbono está preparando o terreno para novas investidas. De acordo com Gabriel, há dois anos está em andamento um projeto de investimentos na estrutura da distribuidora e no uso de ferramentas de comunicação, como a veiculação de anúncios em mídia especializada. “Julgamos essencial começar associar a nossa marca a esse mercado. A partir do momento em que elevamos o status do setor de lubrificantes de prospect para mercado-alvo da empresa, significa que estamos com planejamento de investimentos a fim de aumentar nossa capacidade técnica e de atendimento. E em 2010 esse mercado será alvo da Carbono”, finaliza. A Carbono Química, antiga Dipel, fundada em 1965, é uma das principais distribuidoras de produtos químicos e solventes hidrocarbonetos do País. Sediada em São Bernardo do Campo (SP), conta também com mais três unidades de negócios: uma em Ribeirão Preto (SP), uma em Paranaguá (PR) e outra em Vitória (ES). Por meio de um moderno e equipado sistema logístico, atende cerca de 3 mil clientes cadastrados.

Alexandre Leone, gerente de mercado

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PONTO DE VISTA

SOMENTE O PRÉ-SAL NÃO É SUFICIENTE Por Fernando Figueiredo

S Fernando Figueiredo, formado em Direito pela Universidade de São Paulo – Largo São Francisco, onde se aprofundou em direito tributário, é vicepresidente da Basf para América do Sul. Na companhia, na qual atua desde 1994, é responsável pelas áreas química, jurídica e comunicação social.

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em nenhuma dúvida é extremamente justificável a euforia do governo às vésperas das eleições presidenciais com os efeitos positivos que a descoberta petrolífera na área do pré-sal pode ter sobre a economia nacional. Aliado à Copa do Mundo de 2014, às Olimpíadas de 2016 e às próprias eleições, um tradicional motor da economia no Brasil, temos todos os ingredientes para termos uma próxima década de crescimento contínuo. Porém, é preciso que não nos enganemos e, principalmente, o governo não se autoengane: todos esses eventos carecem da realização de um programa abrangente de investimentos a ser realizado com competência e honestidade. Da mesma forma que existem os exemplos de cidades em que a estrutura e a situação financeira foram destruídas pela realização das Olimpíadas, como Atenas e Montreal, existem muitos casos de economias onde a descoberta de gás e petróleo afundou, a longo prazo, as suas possibilidades de desenvolvimento industrial. A Venezuela e a Holanda são ótimos exemplos e a expressão doença holandesa designa, exatamente, esse efeito perverso que os recursos naturais abundantes exerceram sobre a indústria do país. Exportar petróleo é hoje e continuará sendo no futuro um grande negócio e uma fonte segura de dólares para engordar as reservas cambiais, porém, ao mesmo tempo, um instrumento poderoso para valorização da moeda local e destruição da competitividade industrial. Lamentavelmente, estamos assistindo esse erro se perpetuar nos setores agrícola e mineral. O Brasil se tornou campeão mundial de exportação de commodities, transferindo para outros

países todas as atividades industriais, as quais depois adquirimos sob a forma de produtos industrializados. Em outras palavras, os empregos baratos ficam no Brasil e os empregos de alto nível estão no exterior; exportamos matérias-primas baratas e importamos caros produtos industrializados. Portanto, temos uma oportunidade de aumentar o índice de industrialização no País se soubermos utilizar o petróleo como alavancador de novos investimento no Brasil. As descobertas do pré-sal são importantes, sim, mas precisamos a partir daí estabelecer um programa de investimento na cadeia química derivada do petróleo. Começando por centrais petroquímicas e refinarias, mas continuando em toda a cadeia “down stream”, chegando até os produtos de consumo das prateleiras dos supermercados ou dos postos de gasolina, como é o caso dos lubrificantes. Aqui reside o perigo. É forçoso reconhecer que uma das grandes omissões do governo Lula foi não dar a importância necessária ao desenvolvimento industrial, pois as indústrias brasileiras têm sido deixadas à mercê de seus concorrentes estrangeiros. Os setores de calçados, têxtil e brinquedos, desde longo tempo, têm sido castigados pela concorrência desleal dos concorrentes asiáticos e muito pouco tem sido feito pelo governo para protegê-los dessa avalanche predatória. No setor químico, os déficits anuais na balança comercial atingem cifras astronômicas face ao crescente volume das importações. O Brasil tem todas as condições para terminar com isso, pois possui os recursos humanos com a capacidade técnica e os empresários com capacidade financeira para reverter o quadro, mas é necessário garantir as condições básicas para o crescimento da indústria. Começando pelas matérias-primas. Alguns avanços importantes já foram feitos com a nova lei do gás, mas é imprescindível um marco regulatório que estabeleça uma política de preço confiável e competitiva por muitas décadas, pois os investimentos na cadeia química são altos, de capital intensivo e de retorno a longo

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PONTO DE VISTA prazo, assim, estabilidade no custo dos insumos é uma condição essencial. Já que falamos em capital intensivo, é imprescindível garantir fontes de crédito a longo prazo, seja com financiamento do BNDES, com juros adequados à realidade internacional, seja com o acesso ao mercado de capitais, cuja remuneração é baseada nos retornos dos investimentos. Neste particular, um ponto muito importante é que tendo o Brasil alcançado o investiment grade, a porta dos financiamentos internacionais está aberta para os empresários, permitindo, assim, um bom mix de linhas de créditos para os investimentos se o governo estabelecer regras claras e eficientes. Outro ponto fundamental na indústria química é o custo da energia. Muito se tem falado sobre isso no Brasil: uns garantindo que será o caos; outros assegurando que os investimentos previstos serão suficientes. Um ponto positivo para o nosso país é que temos uma matriz energética bastante diversificada, porém, os custos ainda deixam muito a desejar. Além disso, o primeiro passo do governo no setor foi desalentador, tendo culminado com concessões absurdas ao Paraguai, relativas à energia de Itaipu, o que, com certeza, resultará em aumento de custo para a indústria nacional. Também nesse segmento industrial os investimentos são de longuíssimos prazos e capital intensivo, o que exige um prévio e competente planejamento governamental. Desnecessário dizer que se o Brasil desenvolver um plano para crescimento na geração e transmissão de energia, o impacto na atividade econômica será positivamente avassalador. Porém, só esperar, pode, ao contrário, ser desastroso para todo o parque industrial brasileiro. Geração e transmissão de energia são mais uma oportunidade que deve ser explorada. Na parte de pesquisa temos hoje uma boa estrutura tanto nas empresas como nas universidades, e a legislação fiscal estabelece incentivos que podem ser considerados adequados para estimular a atividade. Claro, o assunto deve ser acompanhado permanentemente a

fim de se garantir o contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento das pesquisas. Para terminar este artigo, dois temas complicados para o governo, ou melhor, três: a reforma trabalhista e os encargos sociais relacionados e a eternamente prometida reforma tributária. Na parte trabalhista, o Brasil tem se inspirado nas políticas sociais dos países europeus, os quais convivem, desde bem antes da atual crise, com número elevado de desempregados, bem ao contrário dos Estados Unidos, onde hoje existe elevado nível de desemprego – atualmente semelhante ao nível crônico dos países europeus -, porém isso ocorre depois de mais de 20 anos de emprego crescente. Todos os estudiosos independentes são unânimes em apontar a flexibilidade da legislação trabalhista americana como o principal fator desse desenvolvimento. Os encargos sociais no Brasil estão no nível de países escandinavos, e a contrapartida do governo, em nível de países africanos. Bem, talvez seja um exagero, digamos em nível de países asiáticos. Quanto à eterna reforma tributária, sou cético. Continuará sendo eterna. Na verdade, antes de qualquer reforma tributária é necessário uma reforma do Estado, pois o que define a quantidade de tributos que deve ser arrecadado é o tamanho do Estado que queremos. Se queremos um Estado assistencialista, com variado e elevados deveres sociais, não existe alternativa: os tributos deverão continuar elevados; se, porém, quisermos um Estado promotor do desenvolvimento humano e social baseado na iniciativa privada como princípio e na atividade estatal como suplementar, então poderemos reduzir o tamanho do Estado e, consequentemente, a carga tributária. No momento, duvido que algum político brasileiro esteja disposto a rever a rota assistencialista. Quem sabe estou errado e, inspiradas pelo novo espírito olímpico, as nossas lideranças políticas, aproveitando todas essas oportunidades que se apresentam, conduzam o País definitivamente para o Primeiro Mundo. Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

OTIMIZAÇÃO NA DEGRADAÇÃO DE POLUENTES POR MEIO DE DOSAGEM DE MICRO-ORGANISMOS NA ESTAÇÃO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS (*) Amauri Aparecido Montanhero

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1. RESUMO ste trabalho tem por objetivo apresentar a eficiência na degradação de poluente da estação de tratamento de efluentes industriais do processo de rerrefino de óleos lubrificantes usados da Lwart Lubrificantes Ltda, por meio de controles e procedimentos de dosagem de micro-organismos. Os resultados do diagnóstico obtidos através de monitoramento analítico na determinação do composto orgânico fenol mostraram um melhor desempenho dos micro-organismos na degradação dos poluentes. Com as alterações efetuadas conseguiu-se reduzir a concentração do poluente presente no efluente, diminuir os custos do tratamento e melhorar a eficiência na estação de tratamento de efluentes.

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2. INTRODUÇÃO Os estudos foram realizados na ETE - Estação de Tratamento de Efluentes – da Lwart Lubrificantes Ltda; os ensaios analíticos, efetuados no laboratório e monitorados por corpo técnico da Lwart Lubrificantes em conjunto com a Hábil Serviços Indústria e Comércio Ltda, empresa especializada em soluções para tratamento de águas. Durante o processo produtivo da Lwart Lubrificantes são gerados efluentes líquidos que apresentam características diferenciadas, como compostos orgânicos dos derivados de petróleo, substâncias inorgânicas e compostos de efluente doméstico e sanitário. Os efluentes são tratados através de dois estágios: primário e secundário. No processo primário o tratamento é físico, realizado por caixas separadoras de óleo e água, e tem como objetivo separar e captar o óleo lubrificante usado gerado de processo e limpeza. No processo secundário o tratamento é biológico, efetuado com lagoas aeradas por meio de difusores de microbolhas, aeradores submersos que captam o oxigênio do ar e insuflam no efluente das lagoas. A degradação dos poluentes é efetuada com micro-organismos aeróbios, que viabilizam uma eficiência significativa, adequando ao efluente características que

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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO permitam lançá-lo em corpos de água, conforme estabelecem as normas ambientais. O efluente industrial, por apresentar concentrações elevadas de DQO, DBO5, fenol e óleos e graxas, passa pelo tratamento primário e, posteriormente, é direcionado para o sistema de equalização onde o pH é corrigido e conduzido para a ETE. A estação recebe também o efluente doméstico para tratamento adequado. Este estudo apresenta dados obtidos no monitoramento contínuo dos efluentes gerados no processo industrial de rerrefino de óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUC). Cargas tóxicas prejudicam o sistema biológico de uma estação de tratamento de efluentes e reduzem a sua eficiência, por essa razão o objetivo deste trabalho foi o monitoramento do composto orgânico fenol e também de outras variáveis que interferem no tratamento do efluente, como ponto de inserção do microrganismo, oxigênio dissolvido, temperatura, pH e carga orgânica. A redução da concentração de fenol no efluente, através do processo de dosagem de microrganismos, elemento responsável na degradação biológica de poluentes presentes no efluente, visa melhorar a eficiência da ETE. Os fenóis ocorrem em quantidade significativa nos óleos minerais médios e pesados obtidos do alcatrão da hulha e contêm, principalmente, o fenol comum, que apresenta características líquida e ácida, baixo ponto de fusão e ponto de ebulição elevado e pouca solubilidade em água. 3. MATERIAIS E MÉTODOS A ETE da Lwart Lubrificantes tem capacidade hidráulica para 10800 metros cúbicos de água e é composta por um sistema de cinco lagoas, onde quatro lagoas são aeradas em série, com profundidade de 4 metros e uma lagoa de decantação facultativa, com 3 metros de profundidade, apresentando uma capacidade hidráulica de aproximadamente 2000 metros cúbicos cada. As lagoas são revestidas com PEAD - polietileno de alta densidade, material impermeabi-

lizante, com objetivo de não ocorrerem infiltrações das lagoas para o solo. O sistema de aeração é constituído por 14 aeradores submersos e 88 pares de difusores de membrana, distribuído da seguinte forma: 6 aeradores e 50 pares de difusores de membrana na primeira lagoa, 3 aeradores e 30 pares de difusores na segunda, 2 aeradores e 4 pares de difusores na terceira, 2 aeradores e 4 pares de difusores na quarta e um aerador na quinta lagoa. Os aeradores submersos captam oxigênio da atmosfera, injetando no efluente uma quantidade significativa de oxigênio. Os difusores de membrana estão situados no fundo das lagoas, sobrepostos ao material impermeabilizante, e são alimentados por sopradores que produzem microbolhas, promovendo a oxigenação e agitação da massa líquida nas lagoas. O oxigênio injetado é utilizado para promover a homogeneização do efluente, facilitando a degradação dos poluentes pelos micro-organismos, realizando a limpeza do efluente, além de ser utilizado para as funções vitais dos próprios micro-organismos. O sistema de aeração tem outras características importantes, como aeração escalonada, na qual a quantidade de oxigênio injetado é proporcional à necessidade dos micro-organismos e concentração dos poluentes. Na primeira lagoa localiza-se o maior número de aeradores e difusores, situação esta que faz gerar uma quantidade de oxigênio significativa, ocorrendo uma maior degradação dos poluentes e consequentemente uma melhor eficiência. O objeto de estudo foi a primeira lagoa, que recebe toda a concentração de poluentes e onde se encontra a maior parte dos equipamentos geradores de oxigênio. É indispensável que ocorra degradação significativa desses poluentes, com o objetivo de obter um efluente com qualidade para o processo de lançamentos em corpos de água. Os micro-organismos utilizados no processo de degradação dos poluentes são um conjunto de Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO biodigestores compostos de enzimas, bactérias selecionadas e nutrientes, que atuam nos sistema de tratamento biológico de efluentes industriais. Para realização dos estudos referente à eficiência na degradação dos poluentes, anteriormente foram realizados estudos pertinentes ao controle do pH, temperatura, formação da população de micro-organismos e ao processo de geração de oxigênio na lagoa. O monitoramento da quantidade de oxigênio dissolvido em diversos pontos da lagoa determinou o melhor posicionamento dos aeradores submersos, equipamento responsável pela geração de oxigênio, visando eliminar os pontos nulos onde ocorria a ausência de oxigênio. Esses procedimentos foram adotados para selecionar o melhor ponto de inserção dos microrganismos na primeira lagoa, visando obter a melhor formação da população de microorganismos, o aumento na degradação dos poluentes no efluente e consequentemente melhorar a eficiência do sistema. Os pontos de coleta das amostras do efluente para avaliação comparativa da eficiência das campanhas foram realizados nos seguintes pontos: posterior à calha medidora de entrada do efluente e final da primeira lagoa. Todas as amostras foram coletadas atendendo os procedimentos do guia de coleta e preservação de amostra de água da CetesbCompanhia de Saneamento de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo e analisadas conforme metodologia para determinação de fenol 8047 da Hach. Foram realizadas três campanhas com duração de 50 dias cada, onde foram monitorados em laboratório próprio, através procedimentos analíticos diários, o controle do pH, temperatura, concentração de fenol, oxigênio dissolvido e análise microscópica do efluente para verificação da formação da população de micro-organismos. Na primeira campanha de monitoramento dosavam-se 2 (dois) quilogramas de micro-organismos no início da lagoa, onde os resultados apresentados eram satisfatórios e atendiam a legislação ambiental. Na segunda campanha de monitoramento

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manteve-se a dosagem de 2 (dois) quilogramas de micro-organismos, determinando o ponto ideal de inserção, posterior aos estudos de posicionamento dos aeradores submersos e da concentração de oxigênio dissolvido na lagoa. Na terceira campanha de monitoramento reduziu-se a quantidade de micro-organismos dosados para 1 (um) quilograma com dois objetivos: manter a eficiência da degradação dos poluentes na lagoa e reduzir os custos de tratamento da ETE. 4. RESULTADOS As informações obtidas por meio dos resultados do parâmetro analisado no efluente da Estação de Tratamento de Efluentes da Lwart Lubrificantes foram objetos de estudo para caracterização do efluente em relação à degradação do poluente, definição do ponto de inserção do micro-organismo para uma melhor eficiência na degradação do poluente e consequentemente para redução dos custos na aplicação do micro-organismo. Os resultados das campanhas de monitoramento são apresentados nas tabelas a seguir: Tabela 1 – Resultados obtidos para análise de fenol na amostra de efluente coletado na calha medidora de vazão de entrada do efluente na ETE e na saída do efluente da lagoa nº 1, dosando 2 (dois) quilogramas de micro-organismo no início da lagoa nº1. Tabela 2 – Resultados obtidos para análise de fenol na amostra de efluente coletado na calha medidora de vazão de entrada do efluente na ETE e na saída do efluente da lagoa nº 1, dosando 2 (dois) quilogramas de micro-organismo no ponto determinado em função dos resultados de oxigênio dissolvido da lagoa nº 1. Tabela 3 – Resultados obtidos para análise de fenol na amostra de efluente coletado na calha medidora de vazão de entrada do efluente na ETE e na saída do efluente da lagoa nº 1, dosando 1 (um) quilograma de micro-organismo no ponto determinado em função dos resultados de oxigênio dissolvido da lagoa nº1.

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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO Tabela 1– Resultado do tratamento de efluentes da ETE Período: 12.01 a 02.03.2007 - Dosagem: 2 kg - Local: início da lagoa entrada mg fenol

saída 1ª lagoa mg fenol

somatória

439,42

163,48

resultados

25

25

17,58

6,54

menor valor

3,52

0,49

maior valor

29,16

13,80

média

redução %

Eficiência %

62,80

Tabela 2 – Resultados do tratamento de efluentes da ETE Período: 03.03 a 21.04.2007 - Dosagem: 2kg - Local: meio da lagoa data

entrada mg fenol

saída 1ª lagoa mg fenol

somatória

276,74

59,36

resultados

20

20

média

13,18

2,97

menor valor

3,13

0,04

maior valor

23,44

9,11

redução %

Eficiência %

77,47

Tabela 3 – Resultados de tratamento de efluentes da ETE Período: 23.04 a 11.06.2007 - Dosagem: 1kg - Local: meio da lagoa data

entrada mg fenol

saída 1ª lagoa mg fenol

somatória

408,05

19,52

resultados

27

27

15,11

0,72

menor valor

4,31

0,26

maior valor

26,82

2,39

média

redução % 5. CONCLUSÃO Com os resultados do efluente conclui-se que com a dosagem de micro-organismo no ponto determinado em função do monitoramento de oxigênio dissolvido, houve evolução na eficiência de degradação do composto fenol de 62,77% apresentado na Tabela 1 para 79,94% na Tabela 2, ocorrendo um aumento na eficiência de degradação do poluente de 27,35 %. Consequentemente, com os resultados apresentados na Tabela 2 indicando uma evolução

Eficiência %

95,23 na eficiência de degradação do poluente, reduziu-se a dosagem de micro-organismo em 50%, mantendo a eficiência na degradação do poluente, como indica os resultados apresentados na Tabela 3. Considerando os resultados apresentados no efluente por meio do monitoramento do composto fenol, adotou-se a dosagem de 1 (um) quilograma de micro-organismo no ponto de dosagem determinado pelo monitoramento de oxigênio dissolvido. Revista LUBGRAX • novembro/dezembro 2009 •

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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO Concomitantemente através da dosagem de 1 quilograma de micro-organismo no processo de tratamento de efluentes, ocorreu uma redução de 50% nos custos do tratamento biológico através da dosagem de micro-organismo na Estação de Tratamento de Efluentes da Lwart Lubrificantes. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Metodologia para Determinação de Fenol Hach 8047 DR/2010 SPECTROPHOTOMETER – HANDBOOK Páginas 645 à 650 Adapted fron Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Procedure is equivalent to USEPA method 420.1 for wastewater

Guia de coleta e preservação de amostras de água Agudo, Edmundo Garcia (et al.),CETESB, São Paulo, SP, 1987. Química Orgânica Morrison, Robert T., tradução de Manuel Alves DA Silva, 10ª edição, Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 1993. Impactos Ambientais do Refino de Petróleo Mariano, Jacqueline Barboza, Editora Interciência, Rio de Janeiro, RJ, 2005. (*) Amauri Aparecido Montanhero é gerente de meio ambiente da Lwart Lubrificantes, mestre em Tecnologia Ambiental pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) com formação em Química Industrial pela Universidade do Sagrado Coração (USC)

Estação de tratamento de efluentes da Lwart

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EDITORIALISTA CONVIDADO

LUBRIFIQUE SEU MODELO MENTAL *Por Carlos Fernando Abreu

A

prendi há alguns anos, com meu guru, que os seres humanos são seres inacabados e a partir daí comecei a perceber que nem todos reconhecem essa situação. Apesar disso, a vida continua. Mas as evidências têm demonstrado uma estreita relação entre o desenvolvimento desses seres e as novas eras, ou seja, está claro que o que fazia sucesso ali já não faz mais aqui e certamente não fará lá. Como saber o que fará sucesso e produzirá riqueza quando uma solução que ainda não é dominada por grande parte da população mundial economicamente ativa, como o “e-mail”, que já tem seus dias contados, ou já vem sendo tratado com sabor de “eu quero mais”? Como saber o que pode ser perene como riqueza quando se acompanha grandes riquezas se dissolvendo em todos os setores da economia mundial enquanto a humanidade continua demandando fortemente tais setores? Ora, está claro que ao descobrir que a riqueza perene não está ligada somente à dimensão econômica descortinou-se um mar de possibilidades, mas transferir essa descoberta, os balanços, a tempo de salvar os patrimônios em risco passou a ser o grande desafio de líderes e educadores. Depois de anos dando certo sem mesmo saber por que, de repente as velhas táticas e modelos de gestão passam a não dar certo e mesmo quando tenta abraçar aquelas novas propostas que tem visto sem acreditar muito, o líder continua a experimentar resultados não sustentáveis, “mas estamos usando as melhores técnicas da atualidade e temos apoio dos melhores consultores e ainda assim a coisa não vai bem. O que acontece?” Bem, vamos tomar o exemplo de algumas riquezas sustentáveis que estão por perto e tentar perceber o que acontece nos dias de hoje. Quando, no fim de uma jornada de criação, um grupo de colaboradores deixa aquela

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organização, como fica o poder de geração de riqueza, estagnado nas instalações ou vivo em cada colaborador? Quando se olha para a Microsoft, isso fica muito claro, pois com cada cérebro educado, motivado e criativo vai para casa todo o poder de realização, o mesmo poder necessário à indústria química para produzir moléculas eficientes e amigáveis, à industria da construção civil para desenvolver soluções que atinjam o maior número de pessoas, à indústria farmacêutica, a equipamentos industriais, de geração de energia, enfim, tudo que esses colaboradores demandam, já que estão em constante processo de aprimoramento. Assim, fica claro que o sistema técnico continuará tendo seu papel, mas é o desenvolvimento do sistema humano que está alavancando as eras que vivemos e definindo as próximas e, portanto, as riquezas sustentáveis estarão ligadas a modelos de gestão em que o sistema humano tem seu genuíno reconhecimento e participação. Quanto mais rápido os líderes perceberem que colaboradores despertos e educados criam mais e se levados a participar estarão comprometidos, mais rápido esses líderes farão parte de equipes vencedoras. Mesmo com as evidências de riqueza unicamente na dimensão econômica de cada era vivida pela humanidade até então, percebemos que a motivação para novas eras está associada à dádiva da evolução humana, que mesmo com poucas, mas definitivas referências de sucesso, deixa claro que o modelo de gestão do futuro deve reconhecer a força do propósito. E assim, bem-vindos os negócios conduzidos por equipes motivadas por uma causa que as fortalece, garante a dimensão econômica e conta com líderes genuinamente interessados em clientes, internos e externos e suas demandas. (*) Carlos Abreu é diretor comercial da BB Química

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3ª CAPA

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4ª CAPA

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