w w w. s e m i n a r i o d e c i n e m a . c o m . b r Salvador | Bahia | 25 a 30 de Julho de 2011 | Teatro Castro Alves | icba | Sala Walter da Silveira | Sala Alexandre Robatto
NA CULTURA BRASILEIRA, O QUE NÃO FALTA É TALENTO. NEM O APOIO DA OI. artes visuais
teatro
cinema
música
dança
novas tecnologias
A Oi é uma das maiores investidoras do país na área cultural. E, através do seu Programa de Patrocínios Culturais Incentivados, apoia projetos nas áreas de teatro, cinema, música, dança, artes visuais, patrimônio cultural, publicação e documentação, cultura popular, espaços culturais e novas tecnologias. A Oi é a favor da democratização do acesso à cultura e faz questão de reconhecer e valorizar os mais diversos talentos brasileiros.
Cineasta apresenta em avant-première O homem que não dormia
sumário
editorial
Fazer e saber Os anos ensinam e, na edição em que se faz Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual aprimorou ainda mais o seu formato, com o objetivo de oferecer ao público uma programação que, na medida justa, se equilibre entre as discussões acadêmicas e o fazer dos realizadores.
Academia e realizadores Mesas e Diálogo são atrações no Teatro Castro Alves | Página 10
O dilema cubano
Filme de Miguel Coyula expõe divisões ideológicas da ilha de Fidel Castro | Página 13
O império dos curtas
Mostra competitiva do Seminário destaca principais produções nacionais e locais | Página 15
Mais: a proposta mantém-se vigorosa, amparada em critérios estéticos e ideológicos, o que só vem a fortalecer a espinha dorsal de um evento que sempre trafegou por caminhos que passam longe do senso comum.
Zelito e Boal
Isso se sente, por exemplo, na composição das mesas, as quais vão abordar temas importantes do audiovisual e que serão debatidos por um renomado grupo de teóricos e realizadores de todo o mundo, garantindo, assim, a pluralidade de opiniões.
Três vezes Leonard Retel Helmrich
Documentário retrata obra e pensamento do criador do Teatro do Oprimido | Página 16
A explosão zeitgeist
Norte-americano Peter Joseph projeta filme e discute mundo globalizado | Página 18 Cineasta holandês projeta filme, participa do Diálogo e ministra workshop | Página 20
Bertolucci passado a limpo
Obra do mais internacional dos cineastas italianos é atração do Seminário | Páginas 22, 23, 24 e 25
O novo must do Seminário, a sessão Diálogo, também promete iluminar as tardes de inverno no Teatro Castro Alves. E a própria diversidade de temas abordados e os perfis dos convidados – Peter Joseph, Zelito Viana, Gilberto Vasconcelos e Antoine de Baecque – por si só já garantem a qualidade do “espetáculo”. Como também de indiscutível qualidade serão os filmes apresentados, escolhidos através de critérios pertinentes ao perfil do Seminário. Da mostra das principais películas de Bernardo Bertolucci à apresentação do inédito O Homem que não Dormia, de Edgard Navarro, passando pela mostra competitiva de curtas, o cinema de tela grande também vai dar as cartas no evento. Por fim, no foyer do Teatro Castro Alves, o Lounge Multimídia, que se tornou uma espécie de evento dentro do evento, anuncia-se, como sempre, instigante, por conta de sua proposta de oferecer aos espectadores uma programação vasta e diversificada. Assim, no seu sétimo ano, o Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, cada vez mais confirma-se como um evento que une o saber e o fazer, algo que não é pouco, principalmente diante da escassez de eventos que comunguem as duas coisas. Bom Seminário! Raul Moreira, editor
Ave, Edgard Navarro!
Premiado diretor baiano lança em avant-première no Seminário O homem que não dormia | Páginas 26 e 27
O dilema da distribuição
Longas baianos enfrentem dificuldades para entrar em circuito por conta da lógica do mercado | Páginas 28 e 29
A crítica e a província
Crítico André Setaro analisa dificuldades em abordar filmes baianos | Página 30
Tempos de fruição e crítica
Lounge Multímidia apresenta novas tendências da linguagem audiovisual e chama para debate | Páginas 32 e 33
Filmes imperdíveis
Artur Omar e Ricardo Miranda são atrações do Seminário | Página 32
CineFuturo
Guia completo do evento | Páginas 33 a 50 SeminÁrio Magazine | Edição e textos: Raul Moreira | Editor de arte: Sérgio Fujiwara | Consultoria gráfica: Angela Fujiwara | Revisão: Jane Lemos | Tratamento de imagens: Charles Robert | Impressão e acabamento: Venture Gráfica
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Teatro Castro Alves - Sala Principal
Retrospectiva
BERNARDO BERTOLUCCI
2 feira | 25 de julho 14h | Abertura do CINEFUTURO - VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual a
Mostra Internacional | Augusto Boal e o Teatro do Oprimido | Zelito
Diálogo 1 | Zelito Viana (BRA), Maria do Rosário Caetano (BRA) 18h30 | Mostra Competitiva de Curtas | TEMPO DE CRIANÇA | Wagner Novais, RJ, ficção, digital, 2010, 12min. 35mm, 2010, 15min.
Mostra Internacional | FINISTERRAE | Sergio Caballero Lecha, Espa-
nha, ficção, digital, 2010, 80min. 20h30 | Mostra Competitiva de Curtas | A MORTE DE D.J. EM PARIS | Igor Penna, BA, ficção, digital, 2011, 20min Mostra Internacional | MEMÓRIAS DO DESENVOLVIMENTO | Memorias del Desarrollo | Miguel Coyula, Cuba, ficção, digital, 2010, 113min. 3a feira | 26 de julho 10h | Mesa redonda 1 | Arte Experimental Contemporânea | Francois Bonnnenfant (FR), Arthur Omar (BRA) 15h | Diálogo 2 | Peter Joseph (USA), Messias Bandeira (BRA) 18h30 | Mostra Competitiva de Curtas | ENTRE VÃOS | Luísa Caetano, DF, documentário, digital, 2010, 20min Mostra Internacional | PLANOS PARA AMANHÃ | Planes para Mañana | Juana Macías, Espanha, ficção, digital, 2010, 92min. 20h30 | Mostra Competitiva de Curtas | TEMPESTADE | César Cabral, SP, animação, digital, 2010, 10min. Mostra Internacional | ZEITGEIST MOVING FORWARD - O FUTURO É AGORA
| Peter Joseph, Estados Unidos, documentário, digital, 2011, 161min
4a feira | 27 de julho 10h | Mesa redonda 2 | Periferias, Política e Estética | Ivana Bentes (BRA), François Rabaté (FR), Leonard Retel Helmrich (Holanda) 15h | Diálogo 3 | Gilberto Felisberto Vasconcelos (BRA), João Carlos Teixeira Gomes (BRA) 18h30 | Mostra Competitiva de Curtas | A POEIRA E O VENTO | Marcos Pimentel, MG, documentário, 35mm, 2011, 18min. Mostra Internacional | A ILHA INTERIOR | La Isla Interior | Félix Sabroso e Dunia Ayaso, Espanha, ficção, digital, 2009, 91min 20h30 | Mostra Competitiva de Curtas | CORTE SECO | Matheus
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Estréia de O homem que não dormia de Edgard Navarro, sexta-feira, 21h. Vianna, BA, documentário, digital, 2011, 14min CALMA MONGA, CALMA! | Petrônio de Lorena, PE, ficção, 35mm, 2011, 18min. Mostra Internacional | OS CAVALOS DE GOETHE | Arthur Omar, Brasil, doc., digital,
2011, 70min.
5a feira | 28 de julho 10h | Mesa redonda 3 | Cinema Transcendental | Charles Tesson (França), Antoine de Baecque ( França) 15h | Mostra Internacional | GODARD, TRUFFAUT E A NOUVELLE VAGUE | Emmanuel Laurent, França, documentário, digital, 2010, 91min. (foto) Diálogo 4 | Antoine De Baecque (FRA), roteirista do filme 18h30 | Mostra Competitiva de Curtas | SALA DE MILAGRES | Cláudio Marques e Marília Hughes, BA, documentário, digital, 2011, 13min. ESC4ESCAPE | Alexandre Guena, BA, ficção, digital, 2011, 20min. Mostra Internacional | DJALIOH | Ricardo Miranda, Brasil, ficção, digital, 2011, 80min. (foto) 20h30 | Mostra Competitiva de Curtas | HARUO OHARA | Rodrigo Grota, PR, ficção, digital, 2010, 16min. Mostra Internacional | POSIÇÃO ENTRE AS ESTRELAS | Stand van de Sterren | Leonard Retel Helmrich, Holanda | Indonésia, documentário, digital, 2010, 115min. 6a feira | 29 de julho 10h | Mesa 4 | Cinema Político Contemporâneo | Peter Joseph (EUA), Miguel Coyula (Cuba) 15h | Mostra Internacional | Short matters | Seleção de curtas da Academia Européia de Cinema Programa 1 TUSSILAGO | Jonas Odell, Suécia, Animação, 2009, 15min. (foto) LUMIKKO (The Little Snow Animal) | Miia Tervo, Finlândia, documentário, 2009, 19min. VENUS VS ME | Nathalie Teirlinck, Bélgica, ficção, 2009, 27min. BLIJF BIJ ME, WEG (Stay, Away) | Pal-
oma Aguilera Valdebenito, Holanda, Ficção, 2009, 24min . RENDEZ-VOUS A STELLA PLAGE | Shalimar Preuss, França, Ficção, 2009, 18min. AMPELMANN (Lights) | Giulio Ricciarelli, Alemanha, Ficção, 2009, 14 min. MARIA´S WAY | Anne Milne Inglaterra, Espanha, documentário, 2009, 16min. ITT VAGYOK | Here I am | Bálint Szimler, Hungria, Ficção, 2010, 37min. 18h30 | Mostra Competitiva de Curtas | ACERCADACANA | Felipe Calheiros, PE, documentário, 35mm, 2010, 20min Mostra Internacional | EU, TAMBÉM | Yo, también | Álvaro Pastor e Antonio Naharro, Espanha, ficção, digital, 2009, 105min. 21h | Mostra Competitiva de Curtas | OLHO DE BOI | Diego Lisboa, BA, ficção, digital, 2011, 18min Mostra Internacional | O HOMEM QUE NÃO DORMIA | Edgard Navarro, Brasil, ficção, 35mm, 2011, 100 min. (foto)
sábado | 30 de julho 15h | Curtas Internacionais | Short matters | Seleção de curtas da Academia Européia de Cinema Programa 2 Out of Love/Onskeborn | Birgitte Staermose Dinamarca, Ficção, Documentário, 2009, 29min. The External World | David OReilly, Alemanha, Animação, 2010, 15min. Talleres Clandestinos | Catalina Molina, Áustria, Argentina, Ficção, 2010, 40min. Hanoi – Warsaw | Katarzyna Klimkiewicz, Polônia, Ficção 2009, 30min. Diarchia/Diarchy | Ferdinando Cito Filomarino, Itália, Ficção, 2010, 20min. Amor | Thomas Wangsmo Noruega, Ficção, 2009, 14min Les Escargosts De Joseph | Joseph’s Snails | Sofhie Roze, França, Animação, 2009, 12min 21h | Encerramento do CINEFUTURO | VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual Mostra Competitiva de Curtas | Filmes vencedores Cerimônia de encerramento
3a feira | 26 de julho 14h | ÚLTIMO TANGO EM PARIS | Ultimo Tango a Parigi | Estados Unidos, ficção, digital, 1973, 136min. 16h | ASSÉDIO | Besieged | Estados Unidos, ficção, digital, 1999, 93min. 18h | O CONFORMISTA | Il Conformista | Estados Unidos, ficção, digital, 1971, 107 min.
5a feira | 28 de julho 14h | PARTNER | Itália, ficção, digital, 1968, 105min 16h | OS SONHADORES | The Dreamers | Itália, ficção, digital, 2003, 115min. 18h | O PEQUENO BUDA | Little Buddha | Estados Unidos, ficção, digital, 1994, 123min.
4a feira | 27 de julho 14h | O CÉU QUE NOS PROTEGE | The Sheltering Sky | Estados Unidos, ficção, digital, 1990, 138min. 16h | BELEZA ROUBADA | Stealing Beauty | Estados Unidos, ficção, digital, 1996, 118min. 18h | LA LUNA | Estados Unidos, ficção, digital, 1979, 142min.
6a feira | 29 de julho 14h | A ESTRATÉGIA DA ARANHA | Strategia del ragno | França, ficção, digital, 1971, 100min. 16h | AMORE E RABBIA | Agonia | Itália, ficção, digital, 1969. 30min.
sábado | 30 de julho 14h | 1900 - Parte 1 | Estados Unidos, ficção, digital, 1977 Intervalo 1900 - Parte 2 | Estados Unidos, ficção,
digital, 1977
P KSHO WOR SHOT LE G
“SIN MA” CINE rich l Helm d Rete lho u J Leonar e d
30 às 17h 8, 29, Dias 2 2h e de 13h 1 s à ICBA de 9h itut e Inst h t e o G
O ÚLTIMO IMPERADOR | The Last Emperor | Estados Unidos, ficção, digital, 1987, 163min.
SALA WALTER DA SILVEIRA Mostra Amor à Francesa
A MULA TEIMOSA E O CONTROLE REMOTO | Hélio Vilella Nunes, SP, ficção,
Goethe Institut - ICBA
Viana, Brasil, documentário, digital, 2010, 105min. (foto)
3a feira | 26 de julho
5a feira | 28 de julho 15h | HIROSHIMA MEU AMOR | Hiroshima Mon Amour | Alain Resnais, França/Japão, ficção, digital, 1959, 90min. 17h | SOB OS TETOS DE PARIS | Sous les toits de Paris | René Clair, França, ficção, 1930, 96min.
15h | AS DAMAS DO BOSQUE DE BOULOGNE | Les Dames du bois de Boulogne | Robert Bresson, França, ficção, digital, 1945, 90 min. (foto) 17h | MADAME BOVARY | Claude Chabrol, França, ficção, digital, 1991, 140min
Les Demoiselles de Rochefort | Jacques Demy, França, ficção, digital, 1967, 91min. (foto) Sábado | 30 de julho
6a feira | 29 de julho
4a feira | 27 de julho 15h | UM DIA NO CAMPO | Une Partie de Campagne | Jean Renoir, França, ficção, digital, 1936, 40min 17h | CAIS DAS SOMBRAS | Le Quai des Brumes | Marcel Carné, França, 1938, 91min.
15h | GUARDA–CHUVAS DO AMOR | Les Parapluies de Cherbourg | Jacques Demy, França | Alemanha, musical, digital, 1964, 91min 17h | DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS |
15h | MÁ FÉ | Mauvaise Foi | Roschdy Zem, França, ficção, digital, 2006, 88min. (foto) 17h | O AMOR ESTÁ NO AR | Ma Vie en L’air | Rémi Bezançon, França, ficção, digital, 2005, 103min.
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NOVO TCA
SALA Alexandre Robatto Retrospectiva Sandrine Bonnaire e animações francesas 3a feira | 26 de julho 14h AOS NOSSOS AMORES | A Nos Amours | Maurice Pialat, França, ficção, digital, 1983, 100 min. 16h MULHERES DIABÓLICAS | La Cérémonie | Claude Chabrol, França, ficção, digital, 1995, 11min. (foto)
Sábado | 30 de julho
16h Animações francesas | Pro-
grama 2 | On N’est Pas Des Machines
5a feira | 28 de julho 14h PODERÁ SER AMOR ? | Je crois que je l’aime | Pierre Jolivet, França, ficção, digital, 2007, 90min. 16h O NOME DELA É SABINE | Elle s’appelle Sabine | Sandrine Bonnaire, França, documentário, digital, 2007, 85min.
14h PODERÁ SER AMOR ? | Je crois que je l’aime | Pierre Jolivet, França, ficção, digital, 2007, 90min. 16h XEQUE – MATE | Joueuse | Caroline Bottaro, França, ficção, digital, 2009, 97min. (foto)
6a feira | 29 de julho 4a feira | 27 de julho 14h Animações francesas | Programa 1 | Animations Citoyennes
14h Animações francesas | Programa 3 | Entre Chien et Loup 16h Animações francesas | Programa 4 | Enfantillages
Teatro Castro Alves | Foyer Lounge Multimídia De 25 a 30 julho |15h Mostra de Animações Francesas Resolument animés | Decididamente animados PROJETO ESPECIAL: DUAL CHANNEL
Teatro Castro Alves Diálogos 25/07 | 14h | ZELITO, BOAL E O TEATRO DO OPRIMIDO | Zelito Viana (BRA) e Maria do Rosário Caetano (BRA) 26/07 | 15h | O CINEMA NA ERA DA VIRALIDADE | Peter Joseph (USA) e Messias Bandeira (BRA)
26/07 | 3a Feira | 18h30 ALEX COLEMAN | A máquina exposta: fragmentos de uma memória recombinada (armação sádica#6)
27/07 | 15h | KIVIDEOBIOPSICOMASSAFOLK | Gilberto Felisberto Vasconcelos (BRA) e João Carlos Teixeira Gomes (BRA)
27/07 | 4a Feira | 18h30 FERNANDO RABELO | Flying Saucers
28/07 | 15h | A NOUVELLE VAGUE – GODARD e TRUFFAUT | Conversa com Antoine De Baecque (FRA),
roteirista do filme Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague
28/07 | 5a Feira | 18h30 DANILO BARATA | “Celestial Movements”
Mesas-redonda
29/07 | 6a Feira | 18h30 AYRSON HERÁCLITO | A painter and his cultural Landscape
26/07 | 10h | ARTE EXPERIMENTAL CONTEMPORÂNEA | François Bonenfant (FRA) e Arthur Omar (BRA)
30/07 | Sábado | 17h JOÃOZITO | Série Umidades
Lançamento de Livros 28/07 | 5a Feira | 18h Cinefilia | Antoine de Baecque | 2011 Viagem ao Afganistão | Arthur Omar | 2010 Avatar: O futuro do Cinema e a Ecologia das Imagens Digitais | Erick Felinto e Ivana Bentes | 2010 Ensaios no real: O documentário brasileiro hoje | Org. Cezar Migliorin | 2010 Zelito Viana - Histórias e Causos do Cinema | Betse de Paula | 2011
27/07 | 10h | PERIFERIAS, POLÍTICA E ESTÉTICA | Ivana Bentes (BRA), François Rabaté (FRA) e Leonard Retel Helmrich (Holanda)
28/07 | 10h | CINEMA TRANSCENDENTAL | Antoine De Baecque (FRA) e Charles Tesson (FRA) 29/07 | 10h | CINEMA POLÍTICO CONTEMPORÂNEO | Peter Joseph (USA) e Miguel Coyula (CUB)
Exposição | GALERIA PAULO DARZÉ 22/07 | 6a Feira | 20h A Imagem Pulsátil de Arthur Omar O artista plástico estará presente para uma noite de autógrafos do livro Viagem ao Afeganistão (Cosac Naify).
25 de Julho | 2a feira | 10h Preparação de projetos para o Berlinale Co-Production Market e World Cinema | Fund - European Film Market 2012 PEX A | Sonja Heinen | Alemanha | Festival de Berlim IL PALESTRAS RAS B DO 26 de Julho | 3a feira | 10h INEMA C Exibição alternativa no mercado espanhol | Cine español en ruta HOTEL IA VICTOR Diego Rodríguez | Espanha | Cine Español en Ruta (Cinema Espanhol itinerante) SOL ARINA M 27 de julho | 4a feira | 10h Distribuição e exibição: alternativas no mercado brasileiro | André Sturm | Brasil | Diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) CICLO DE
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ACESSIBILIDADE . PERMEABILIDADE . CONVERGÊNCIA . TRANSPARÊNCIA IDENTIDADE . FORMAÇÃO PROFISSIONAL . REQUALIFICAÇÃO
Mesas matutinas Diálogos vespertinos Mesas redondas e sessão Diálogo, no Teatro Castro Alves, vão reunir alguns dos principais teóricos e realizadores do cinema mundial em cinco dias de debates
Já no ano passado, o forde cair no caricatural? Para mato das mesas e das disdiscutir o tema da mesa Pecussões do Cine Futuro, o riferias, Política e Estética, Seminário Internacional de estão escalados o cineasta Cinema e Audiovisual, se holandês Leonard Retel Heldiferenciaram, pelo menos mrich, autor do aclamado quando comparado a ouPosição entre as Estrelas, Ivatras edições. Agora, visando na Bentes, diretora da Escola uma melhor interação com de Comunicação da UFRJ, e o público e disposto a criar François Rabaté, professor uma maior dinâmica nas da Universidade de Paris. reflexões, as mesas serão Da realidade ao onírico realizadas apenas no perí- Ivana Bentes: estetização como elemento experimenodo da manhã, enquanto da miséria em pauta tal de uma arte total. Em um o Diálogo vai ocupar as tarmundo que vive um procesdes do evento no Teatro Castro Alves. so de “desencantamento”, na mesa CineAs razões, no caso, partem do prin- ma Transcendental, o crítico e historiacípio que foi detectado, nos anos ante- dor francês Charles Tesson, professor da riores, um certo cansaço do público que Universidade Paris III, vai discutir com o submetia-se à maratona de mesas nos conterrâneo Antonie Baecque, ex-crítico dois períodos, agravado pelo fato de que da revista francesa Cahiers du Cinéma muitos palestrantes estendiam-se em nos anos 1980-90 e roteirista do docusuas explanações, deixando o ambiente mentário Godard, Truffaut e a Nouvelle monótono. “Assim é mais interessante”, Vague (Emmanuel Laurent, 2009), as radiz Fabíola Nascimento, que promete zões e como é possível restituir a crença acompanhar as discussões todos os dias. no mundo e no próprio cinema. A exemplo dos anos anteriores, o SePor sua vez, a sessão Diálogo, que vai minário, na sua sétima edição, vai reunir ocupar quatro tardes do Teatro Castro alguns dos principais teóricos e reali- Alves, além das intervenções de Peter zadores do cinema mundial. Será uma Joseph e de Zelito Viana (ver matérias mistura de quem faz e de seus proces- no Magazine), vai contar com a presos teóricos, além da abordagem aca- sença do sociólogo, escritor e profesdêmica, mesmo. Uma das mesas, Arte sor marxista Gilberto Vasconcelos, na Experimental Contemporânea, vai expor, fala Kivideobiopsicomassafolk, dia 27, a por exemplo, o pensamento do francês partir das 15h, entrecortada pela projeFrançois Bonenfant, diretor artístico do ção de uma série de vídeos do próprio festival “Cinema du Real”, como também autor e com a participação do jornalista as variáveis do experimentalista brasilei- João Carlos Teixeira Gomes. ro Arthur Omar, que flerta com cinema, Por fim, para fechar a sessão Diálogo, vídeo, música, fotografia, poesia. dia 28, a partir das 15h, o crítico Antonie Outro tema importante refere-se à De Baecque, após a projeção de Godard, discussão do império do “cinema fave- Truffaut e a Nouvelle Vague, vai falar do la”. Até que ponto o cinema brasileiro e processo do construção do documenmundial, ao apropriar-se da estética da tário e das escaramuças entre Godard e pobreza e da miséria não corre o risco Truffaut, uma vez que assina o roteiro.
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Cuba sim, Cuba não! Filme Memórias del Desarrollo expõe os dois lados da pós-revolução cubana
Considerado a sequencia Memórias do Subdesenvolvimento, obra-prima do cinema latino-americano, Memórias del Desarrollo, de Miguel Coyula, é atração do Seminário Do Seminário Magazine
Quando ganhou as telas, no final dos anos 60, Memórias do Subdesenvolvimento, filme do saudoso Tomás Gutiérrez Alea baseado no romance homônimo de Edmundo Desnoes, foi considerado um documento poético, carinhoso e ao mesmo tempo crítico da revolução cubana. Através do olhar de Sérgio, um homem de 38 anos que se vê sozinho depois que sua mulher e os seus pais resolvem migrar para os EUA, os espectadores dividem com o protagonista o mundo de Havana, numa mistura de ficção e documentário. Na época, período no qual o sonho da revolução socialista vivia dias de glória, principalmente na América Latina, por conta da luta dos segmentos de esquerda contra os regimes militares apoiados pelos EUA, muitos eram os que se “diziam cubanos”. Em outras palavras: a Cuba de Fidel Castro, com sua “revolução morena’, era, por assim dizer, a
utopia da época e a afirmação, quem sabe, do Estado ideal. Porém, os anos se passaram e Cuba, para não ser engolida pelos EUA, tornouse refém da ex-URSS, uma dependência econômica que rendeu-lhe uma boa sobrevivência por certo período, quando ostentou índices educacionais e de saúde pública de fazer inveja a muitas nações do dito primeiro mundo. No entanto, com o esfacelamento do país comunista no final dos anos 80, os muros cubanos também ruíram. Vieram, então, os tempos de tormento, de luta contra a pobreza e a paranoia. Antes, quando o Partido Comunista assumiu a pasta da cultura em Cuba, Desnoes refugiou-se nos EUA, país arquirrival dos irmãos Castro. Lá, não se uniu aos grupos dos contra de Miami, não. Situou-se em uma posição intermediária, dando aulas em Stanford e, depois, passou a viver em Nova Iorque, onde escreveu Memórias do Desenvolvimento (Memorias del Desarrollo), livro que tornou-se filme homônimo através das lentes do também cubano Miguel Coyula, o qual será exibido no Seminário, no Teatro Castro Alves, dia 25, às 20h50. Resumo da película: Sérgio, mais velho, é o alter ego de
Desnoes, que vive o dilema de ser crítico da política cubana, mas não a ponto de reverenciar a vida capitalista dos EUA. Tanto que vive em conflito com a nova geração de cubanos que não conheceu a revolução, tornando-se, aparentemente, um ser perdido em busca do mundo ideal. Ainda que não seja considerado uma obra-prima, como o fora Memórias do Subdesenvolvimento, o filme de Coyula agradou pelo recorte fragmentado, pela opção por uma linguagem dos “novos tempos”, a ponto de frequentar com sucesso os principais festivais de cinema do mundo, ganhando, inclusive, o prêmio de Melhor Filme do Havana Film festival em Nova Iorque. Os mais puristas, no entanto, inclusive o próprio Desnoes, que colaborou no roteiro, não aceitaram de bom grado a opção de Coyula, algo que só serviu para apimentar a película, tornando-a “ponto discursivo” em muitas rodas. Tanto que, em São Paulo, por exemplo, onde foi exibido no Festival Latino-Americano de Cinema, gerou controvérsias. Ciente e convicto de sua opção, o diretor Coyula vai estar presente na apresentação no TCA de Memorias del Desarrollo, onde vai explicar as razões pelas quais, algo que promete panos pra mangas.
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Curtas nacionais e baianos serão exibidos na mostra competitiva do Seminário. Variedade de produções é retrato da febre que tomou conta do Brasil.
Acercadacana
Tudo em pouco tempo
Do Seminário Magazine
Hoje, por conta dos editais e pela vontade e facilidade de se fazer, são realizados no Brasil uma infinidade de curtas, maioria dos quais em bitola digital. Por sorte, devido às centenas de mostras e festivais espalhados país afora, boa parte é exibida, garantindo, assim, a satisfação de seus autores e de um público cada vez mais ávido. Os curtas, aliás, tornaramse um “problema” nas grandes mostras e festivais brasileiros. Isso porque, seja em Brasília, no Recife ou em Tiradentes, só para citar três exemplos, depois da exibição dos curtas da noite, boa parte do público abandona as salas de projeção, tomados pela urgência dos tempos atuais, pois, produções com mais de 50 minutos são considerados enfadonhas. Há três anos que o Seminário exibe na sua programação no Teatro Castro Alves uma mostra competitiva, na qual mescla filmes “estrangeiros” e locais. Na atual edição, a curadoria nacional coube à jornalista e mediadora Maria do Rosário Caetano, que selecionou 8 curtas de outros estados, enquanto os 4 baianos foram escolhidos a partir de critérios do Seminário. Assim, o público baiano terá a oportunidade de se deparar com joias que frequentaram os principais festivais e mostras do Brasil. Entre eles, por exemplo, A Mula Teimosa e o Controle Remoto, de Hélio Villela Nunes, que conquistou público e a crítica nos festivais de Brasília e Tiradentes com sua simplicidade cativante. Outro, o pernam-
A Morte de DJ em Paris
Corte Seco
Haruo Ohara
A Poeira e o Vento
Calma, Monga, Calma!
A Mula Teimosa e o Controle Remoto
Entre vãos
Olho de Boi
Sala de Milagres
Tempestade
Tempo de Criança
Esc4escape
bucano Acercadacana, de Felipe Calheiros, arrematou, no ano passado, o Candango de Melhor Curta e Montagem do Festival de Brasília. De Pernambuco outra pérola: Calma, Monga, Calma!, de Petrônio de Lorena, curta que inflamou o Cine PE e afirma, mais uma vez, a criatividade e profissionalismo dos primos do Recife em fazer bom cinema. Outro blasonado que vai ser projetado no Seminário é Tempestade, de César Cabral, uma animação paulistana que conquistou o Cine PE, faturando, além da direção de arte e fotografia, o prêmio de Melhor Curta. Entre vãos, da brasiliense Luísa Caetano, também porta as melhores credenciais, assim como o mineiro A Poeira e o Vento, de Marcos Pimental, o carioca Tempo de Criança, de Wagner Novais, e o paranaense Haruo Ohara, de Rodrigo Grota. Por sua vez, a Bahia se faz presente com 4 curtas. Um deles é Sala de Milagres, da dupla Cláudio Marques e Marília Hughes, conhecidos por sua incursões etnográficas e as quais rendem-lhes muitos frutos, principalmente fora. Outro local, Corte Seco, de Matheus Vianna, com seus 14 minutos, documenta os processos de transformação das folhas de sisal, enquanto ESC4ESCAPE, de Alexandre Guena, destaca a inquietude de quatro sociopatas que buscam saídas para as suas inquietações. Completam a seara local, A Morte de DJ em Paris, de Igor Pena, baseado em um conto homônimo do escritor minero Roberto Drummond e que foi exibido na sessão Short Film Corner, no Festival de Cannes, este ano. Por fim, Olho de Boi, de Diego Lisboa, curta que conta com o performático Carlinhos Brown dando vida a um Preto Velho, fecha a mostra do Seminário.
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Zelito e o Teatro do Oprimido Produtor e cineasta cearense é autor de documentário que ressalta a importância do dramaturgo e teórico Agusto Boal, morto em 2009 Do Seminário Magazine
Se fosse o Brasil um país que minimamente respeitasse e propagasse a trajetória de certos artistas, redundância seria apresentar Zelito Viana e Augusto Boal. No entanto, como não o é, fundamental se faz informar, para as novas e velhas gerações, quem vem a ser dois dos destaques do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual. Sim, Zelito Viana, cineasta e produtor, vai acompanhar a projeção, dia 25, a partir das 14h, na sala principal do Teatro Castro Alves, de seu documentário Augusto Boal e o Teatro do Oprimido, para depois, na sessão Diálogo, falar da importância do dramaturgo para o teatro e também como ele o influenciou em sua carreira. “O filme é um documentário clássico, atento ao que o personagem tem a dizer sobre arte, teatro e política. Boal é pouco conhecido no Brasil, mas o método de representação que ele criou nos anos 1970 é muito pesquisado no mundo, assim como o
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de Stanislavski e Brecht”, diz o produtor e diretor. Mais Zelito: Augusto Boal e o Teatro do Oprimido representa a ideia de registro de resgate, o documentário como uma operação que ressalta a importância de uma pessoa com um pensamento influente para novas gerações. Esse tipo de filme é importante como a revelação de um retrato de um artista que se perpetua na imagem”. Morto em 2009, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, Augusto Boal afirmou uma vez: “O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores – porque atuam – e espectadores – porque observam. Somos todos “espectatores”. Amigo de longa data de Augusto Boal, Zelito Viana o considera tão importante para o teatro como o foram Stanislávski e Brecht. E foi a percepção da descoberta de um “tesouro” que o levou a realizar o documentário. No entanto, o trabalho foi interrompido com a repentina morte de Boal, em maio de 2009, por insuficiência respiratória. “Ele não estava prestes a morrer. A leucemia estava controlada. Eu tinha ideia de viajar com ele para fora, para gravá-lo em atividade”, recorda Zelito.
Zelito mostra cara de Boal
Segundo Zelito, a produção teórica de Boal e seu método de democratização da produção teatral são o foco do filme. Para tanto, foram realizadas quatro longas entrevistas com o próprio Boal, além de outras com Chico Buarque, Ferreira Goulart, Aderbal Freire, Cecília Boal e pessoas que trabalham com seu método em vários países. Em tempo: Zelito Viana é irmão do comediante Chico Anysio e pai do ator Marcos Palmeira. Engenheiro de formação, em 1965 resolveu adotar o cinema como profissão, tanto que, ao lado de Glauber Rocha e de outros cineastas, fundou a Mapa Filmes, a mítica produtora de películas como A Grande Cidade, Terra em Transe, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, entre outros. Produziu e dirigiu curtas, longas e dezenas documentários, além de programas para a televisão.
Do Seminário Magazine
Afinal, quem é Peter Joseph? Quando se abre o Google, são muitas as referências do norte-americano nascido na Carolina do Norte, denominado de ativista, diretor de filmes não comerciais e criador do movimento Zeitgeist. Fez fama ao dirigir, narrar e compor a trilha sonora de dois documentários que foram vistos por centena s de milhões de pessoas, via Google e Bit Torrent: Zeitgeist, the movie ( 2007) e Zeitgeist: Addendum (2008). Atração do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, Peter Joseph vai se explicar na sessão Diálogos, dia 26, a partir das 15h, no Teatro Castro Alves, na fala O Cinema na Era da Viralidade, que será mediada pelo professor Messias Bandeira, da Ufba. Defende o norteamericano que na “era das redes sociais a viralidade pode ser uma estratégia, mas também ocorre de forma espontânea”. Em outras palavras: vai debater o reflexo dessa inovação inclusive na sétima arte. Mais: também dia 26, no mesmo Teatro Castro Alves, a partir das 20h40, será projetado na sala principal a última cereja de Peter Joseph: Zeitgeist: Moving Forward - O futuro é agora, peripécia de 161 minutos que dá continuidade a um longo trabalho documental que se propõe a apresentar um caminho para a transição do atual paradigma socioeconômico monetário que rege a sociedade no mundo inteiro. O tema, faz saber o cineasta e ativista, “transcenderá questões de relati-
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Quem é Peter Joseph? Cineasta norteamericano que ficou famoso mundialmente ao distribuir filmes gratuitamente na rede e alcançar mais de 300 milhões de acessos, vai falar ao público do Seminário vismo cultural e ideologias tradicionais e passará a estabelecer, como objetivo central, o redesenho de uma empírica vida na Terra em nome da sobrevivência humana e social”. Diz ele: “Ao invés de continuar desafiando as imutáveis leis naturais, o objetivo é criar um novo paradigma de sustentabilidade social denominado “economia baseada em recursos”. Filho da classe média norte-americana, Peter Joseph estudou música clássica. Compôs e atuou até os 20 anos, para, a partir daí, começar a trabalhar na produção dos seus filmes. Em pouco tempo, deixou a sua marca na opinião pública mundial ao realizar o premiado Zeitgeist: The Movie, com o qual obteve 100 milhões de visitas,
Furação Peter Joseph parece contemplar o seu zeitgeist
números que o levaram ao pedestal de autor do filme mais visto no mundo. Há quem diga que Peter Joseph é mais um daqueles personagens que surgiram depois do 11 de setembro, quando os EUA ficaram nus após o atentando às torres gêmeas e perderam, sucessivamente, o status de potência hegemônica acima de tudo e de todos. Sim, porque na cauda da tragédia do Tio Sam, uma infinidade de “profetas” gestados nas suas próprias entranhas deram-se a pregar e apontar soluções, a denunciar teorias conspiratórias, as quais ganharam vida justamente na rede, onde tudo se pode. No entanto, o mérito de Peter Joseph, independentemente de suas convicções, muitas vezes discutíveis, foi o fato de ele haver subvertido a ordem. Isso porque, de forma surpreendente para um desconhecido, se projetou no universo on line à base de downloads, conquistando inúmeros discípulos, muitos dos quais brasileiros, a partir do movimento zeitgeist, termo alemão que significa “o espírito de uma era”. Eis Peter Joseph!
Raul Moreira do Seminário Magazine
Mestiço de boa cepa, filho de pai holandês e mãe indonesiana, independentemente da qualidade de seus documentários, o engajamento de Leonard Retel Helmrich e o método de filmagem que desenvolveu por si só fazem dele uma das principais atrações do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual. No evento, Helmrich terá projetado o seu último filme, o premiado documentário Posição entre as Estrelas, vai participar da mesa Periferias, política e estética, além de ministrar um workshop no Instituto Cultural Brasil–Alemanha (Icba), durante três dias, oportunidade na qual vai ensinar o seu particular método de manuseio de câmeras filmadoras. Formado em cinema na Holanda, em 1986, Helmrich realizou o seu primeiro longa em 1990, O Mistério Phoenix. Um ano depois, o seu documentário Objetos Móveis foi premiado em um festival de cinema em São Francisco, nos EUA, período no qual o holandês já se notabilizava por sofisticar um método de filmagem denominado Single Shot Cinema. Foi então que decidiu viajar para a Indonésia, a terra dos seus antepassados por parte de mãe. Na época, o país ainda vivia sob a batuta do ditador Suharto, que morreu em janeiro de 2008 e durante 32 anos governou o país com mão de ferro, deixando uma herança de violações de direitos humanos e mais de 500 mil mortes nas costas. No entanto, há quem o considere como o “pai” do desenvolvimento da Indonésia.
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O holandês que captura a realidade Polivalente, o cineasta Leonard Retel Helmrich participa de mesa, projeta documentário e ministra workshop
Posição entre as Estrelas enfoca periferias deslocadas do terceiro mundo
Em 1995, Leonard Retel Helmrich resolveu fazer um documentário sobre a Indonésia e chegou a retratar o ditador Suharto, tanto que, com o seu consentimento, o filmou em seu palácio, em Jacarta. Alguns dias depois, seguiu para outro ponto do país, para registrar uma manifestação contra o governo, onde foi preso e acusado de espionagem. Depois de ficar alguns dias detido, foi expulso da Indonésia e designado persona non grata. Passaram-se alguns anos e Helmrich voltou à Indonésia, com a queda do ditador. Pôde, então, prosseguir no seu trabalho de pesquisa e documentação a respeito da transformação do país, que vivia, inclusive, um processo de islamização. Para tanto, concentrou-se em seguir uma família durante meses e, a partir da percepção de como ela vivia, expôs um
forte mosaico das condições de vida da Indonésia pósSuharto. Foi o ponto de partida para que Helmrich construísse uma sequência de documentários abordando os temas sociais da Indonésia, que começou com Shape of The Moon, de 2004, até a sua última realização, Posição entre as Estrelas, um dos filmes mais aguardados do Seminário. Pelo fato de viver na pele o lado do colonizado e do colonizador, sem falar do conhecimento de causa que adquiriu na sua experiência na Indonésia, Helmrich apresenta-se como uma referência importante na mesa Periferias, política e estética. E os felizardos que participarem de seu workshop no Icba terão a oportunidade de saber como o crítico Andre Bazin, da renomada Cahiers du Cinéma, o influenciou.
A hora de Bertolucci Conhecido como o mais internacional dos cineastas italianos, parte da obra de Bernardo Bertolucci será exibida no Icba: Último Tango em Paris é destaque
Brando e Schineder em cena que imortalizou Último Tango em Paris. Atriz, morta em fevereiro, jamais perdoou ator e diretor
Raul Moreira do Seminário Magazine
Em maio, na abertura do Festival de Cannes, na França, uma cena comoveu os que se encontravam no Palácio dos Festivais. Locomovendo-se com a ajuda de uma cadeira de rodas, o cineasta Bernardo Bertolucci recebeu um troféu honorário das mãos do presidente do evento, o francês Gilles Jacob, uma espécie de troféu pela carreira. Visivelmente emocionado, Bertolucci agradeceu e disse que o prêmio
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era a sua “Palma de Ouro” e o dedicava a “todos os italianos que têm força para lutar, criticar, se indignar”. As palavras, para quem conhece a atual conjuntura política e econômica da Itália, por conta da “ditadura Berlusconi”, foram uma clara mensagem de contestação, até porque saíram da boca de alguém que se notabilizou no início de sua carreira por praticar um cinema político, quase militante. Diretor de Último Tango em Paris e O Último Imperador, Bertolucci, considerado o mais inter-
nacional dos cineastas italianos, é o principal homenageado do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual: durante uma semana, no Instituto Cultural Brasil– Alemanha (Icba), alguns de seus principais filmes serão projetados. Por questões de saúde, o cineasta italiano não se sentiu em condições de vir ao Brasil. No entanto, gravou um vídeo de agradecimento, que será projetado na abertura do evento, no Teatro Castro Alves: “O Brasil é um país que eu aprendi a amar e
respeitar a partir de amigos como Glauber Rocha, Paulo César Sarraceni e Gustavo Dahl”. Ainda que o grande público o conheça pela referência de O Último Imperador, Bertolucci é considerado um “cineasta político”. E, como ele mesmo reconhece, sua inclinação ideológica se deve à postura e engajamento do pai, o saudoso Attilio Bertolucci, poeta e crítico de formação marxista, que gostaria de vêlo homem de letras. Porém, o cinema era o grande veículo de expressão na Itália dos anos 60. E, apesar do fraco pela poesia, tanto que venceu um concurso literário, Bertolucci, como parte dos jovens europeus daquele período, acreditou que a Sétima Arte era o melhor veículo para transformar o mundo. Não é à-toa que se aproximou daquele que foi considerado o mais maldito dos cineastas italianos, Pier Paolo Pasolini, que lhe concedeu a assistência de direção em Accatone, em 1961. Um ano depois, o jovem Bertolucci lançava
o seu primeiro filme, A Morte (La Commare Secca), marcado por uma forte carga marxista e de denúncia à opressão social dos subúrbios de Roma. Bem recebido pela crítica, até porque na época a Itália era considerada o mais “comunista” dos países da Europa. Passaram-se dois anos e ele confirmou o seu talento em Antes da Revolução (Prima della Revoluzione), filme a que a crítica francesa se rendeu em 1968, quatro anos após ser exibido no Festival de Cannes. E o fez porque, na atitude do personagem que muito bem poderia ser o alter ego de Bertolucci, encontravamse ancorados todos os ideais do famoso maio de 1968. Curiosamente, na Itália, a película pouco foi comentada. Em Cinema Político Italiano, livro das jornalistas e pesquisadoras Angela Prudezni e Elida Resegotti, Bertolucci, já na idade da razão, definiu Antes da Revolução: “Só uma determinada realidade, de um momento histórico, consegue produzir filmes com aquele
Bertolucci recebe Pama de Ouro honorária em Cannes. No agradecimento, cineasta cutuca “ditadura Berlusconi”
potencial. Os filmes têm um modo de ser datados que pode ser negativo, e outro modo que, ao contrário, considero positivo. E isso acontece quando um filme consegue transmitir a sensação, quase o perfume de uma época e de um momento”. Curiosa foi a sua impressão ao comentar o fato de que assistiu a Antes da Revolução nos anos 90: “Ao revê-lo, sinceramente, senti um certo mal-estar pelo excesso de literatura presente, por exemplo, nos diálogos. O aspecto literário do filme talvez possa hoje parecer excessivo. Mas quem sabe seja uma sensação apenas minha”. Na verdade, apesar do seu olhar crítico, há quem considere Antes da Revolução o ponto de partida para o cineasta se tornar mais refinado, culto e livre de complexos, como se percebeu em suas obras posteriores, a exemplo de Partner (Parceiros), Amor e Raiva (Amore e Rabia)
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e, principalmente, O Con- lon Brando, monstro sa- morrer, em fevereiro, Maformista (Il Conformista), grado de Hollywood e re- ria Schneider havia afirde 1971, considerado pela belde por natureza, quem mado em uma entrevista crítica o seu filme mais ganhou o papel. Para que os dois arruinaram bem acabado e no qual viver a mulher-fetiche, a sua vida, por conta do distanciou-se dos ideolo- Bertolucci escolheu uma que ela chamou de “viogismos ao pintar a trama atriz desconhecida de lência estúpida”, quando, baseada em um romance nome Maria Schneider. na famosa cena da mande Alberto Moraiva com Começava, então, uma teiga, foi penetrada por cores transgressivas. das mais controvertidas trás por Brando. O caminho seguido relações da história do No final, Último Tanpelo cineasta, no entan- cinema mundial. Talvez go em Paris transformouto, acabou não se em um fenômeagradando a parte no, tanto de crítica da crítica italiana como de púbico. de esquerda, que Nos EUA, a bilheteconsiderou o filme ria foi imensa, as“fora de tempo e sim como a recepde propósito”. “O tividade da crítica. filme de BertolucNa França, alguns ci foi feito menos jornais o puseram para provocar uma no pedestal de um satisfação intelecdos melhores filtual nos não conmes da história. Na formistas que para Itália, no entanto, descobrir neles o o filme só foi lanconformismo laçado em 1975. Potente”, afirmou o rém, uma semana crítico Jean-Claudepois, a polícia de Guiguet, em confiscou todas as texto de 1971. cópias e BertolucNa realidade, O ci foi processado Conformista foi o por obscenidade. prenúncio para o Conflito edipiano de Schineder não afetou Brando. Para completar, explosivo Último Experiência de monstro sagrado superou dificuldades a Suprema Corte Tango em Paris, a Italiana ordenou obra mais controque todas as cópias versa de Bertolucci e que pelo fato de ser quem era, fossem destruídas, além lhe rendeu fama mundial. Brando se recusou a de- de condenar o cineasta a Objeto de estudos e teses, corar suas falas em várias quatro anos de prisão e reza a lenda o filme nas- cenas, obrigando Berto- caçar os seus direitos poceu a partir das fantasias lucci a espalhar cartazes líticos. Somente em 1987, do cineasta, que certa vez pelo set de filmagem, e Último Tango em Paris foi viu uma mulher desco- deixava o problema de projetado na Itália. nhecida na rua e imagi- enquadrá-lo por conta da Mesmo com toda nou manter relações se- criatividade do fotógrafo pressão, Bertolucci conxuais com ela sem saber Vittorio Storaro. seguiu se concentrar em quem era. Com uma ideia Além do mais, o pró- seus projetos, tanto que fixa, escreveu o roteiro, ao prio Bertolucci reconhe- materializou, em 1976, lado dos amigos Franco ceu que durante as gra- 1900 (Novecento: Ato I e Arcalli e Agnes Varda. Para vações teve de enfrentar II), uma espécie de painel o papel principal, pensou a fixação edipiana de Ma- da Itália entre o início do inicialmente em Jean- ria Schneider por Brando, século 20 e o fim da SeLois Tyrintigant e Domi- problema pequeno dian- gunda Guerra Mundial. nique Sanda, a dupla de O te da cena em que a atriz No entanto, apesar da Conformista. se disse “estuprada” pelo farta verba de produção, Mas no final foi Mar- ator e diretor. Antes de do elenco estrelar, que
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contava com Gérard Depardieu, Roberto De Niro, Donald Sutherland, Burt Lancaster e Dominique Sanda, o filme fracassou por conta da estratégia dos produtores norteamericanos, que o dividiram em duas partes, quando a ideia do cineasta era lançá-lo com pouco mais de 5 horas de duração. Hoje, mesmo se reconhecendo o maniqueísmo na forma com a qual o diretor costurou o enredo e um certo simplismo político, há quem diga que 1900 foi mais um filme premonitório de Bertolucci. Isso porque, na sua pesquisa, ele foi atrás dos processos de construção e afirmação da ideologia fascista, valendo-se, claro, da psicologia dos personagens, que no final constituem-se em sujeitos à mercê de forças descomunais da história. Um processo que talvez se repita atualmente na Itália, dividida entre os que apoiam um regime de inspiração autoritária de Silvio Berlusconi e outros que o abominam. Após realizar La Luna (1979) e A Tragédia de um Homem Ridículo (La Tragedia di un Uomo Ridicolo), de 1982, cinco anos depois Bertolucci torna-se um cineasta do “star system”, mesmo. O seu O Último Imperador conquistou 9 estatuetas do Oscar, entre elas a de melhor filme e direção. Já O céu que nos Protege (Il Thè nel Deserto), de 1990, apesar do apuro, da temática existencialista e das boas atuações de
John Malkovich e Debra Winger, foi visto apenas como um filme correto, no padrão Bertolucci, como o foi, também, O Pequeno Buda (Piccolo Buddha), de 1993. Passam-se os anos e Bertolucci continuou produzindo um filme a cada dois, três anos. Re-
alizou Beleza Roubada (Io Ballo da Sola), em 1996, Assédio (L’Assedio), em 1998, The Cello (O Violoncelo), em 1999, e, finalmente, Os Sonhadores (The Dreamers), de 2003, a sua última peripécia cinematográfica de relevo. Curiosamente, foram filmes que as verbas orçamentárias foram diminuindo em proporção crescente, algo que Bertolucci disse não se incomodar, pois os projetos eram proporcionais à sua pretensão. Dinheiro, aliás, sempre foi um tema que Bertolucci considerou fundamental no cinema, principalmente para afirmar a “potência” de um cineasta. No seu depoimento no livro Cinema Político Italiano, ele cita Glauber Rocha, que defendia a tese segundo a qual o verdadeiro diretor de cinema é aquele que consegue encontrar na medida justa o dinheiro que precisa para fazer o filme. Aos 70 anos e condenado a uma cadeira de rodas, a fibra de Bertolucci, pelo menos a partir de suas palavras, parece intacta. Em Cannes anunciou que pretende fazer um filme para ser projetado em 3D. Enquanto não vem, resta, tão-somente, rememorar um cineasta que conseguiu oferecer uma obra de qualidade homogênea e que, no equilíbrio entre a superabundância e a rarefação, entre o barroquismo e a sobriedade, sempre manteve a elegância da alma de poeta.
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A redenção de Edgard Navarro Aclamado cineasta baiano lança no Seminário o seu segundo longa, O homem que não dormia. Maturado durante mais de 30 anos, filme pode afirmar maturidade cinematográfica do diretor Raul Moreira do Seminário Magazine
Caro Edgard Navarro, Os anos devem ter lhe ensinado que o sofrimento e a alegria de viver são proporcionais aos nossos desejos. Não sei se a depressão um dia bateu-lhe a porta, mas a sua imagem está associada a uma pulsão descomunal, sem máscaras, sentimento que se tornou público ao longo dos seus mais de 35 anos de carreira. Agora, no Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, a sua derradeira peripécia cinematográfica, O homem que não dormia, vai ser projetada pela primeira vez, em seu terreiro, a Cidade da Bahia. E, como você mesmo reconhece, trata-se de um filme que, diante dos seus, pode representar a catarse liberatória ou condená-lo de vez ao limbo de suas angústias. Sim, o cinema constituiu-se como um instrumento através do qual você, em todos os seus trabalhos, sem exceção, expôs as suas tensões e fraturas, a dor de viver, mesmo, a qual, queira ou não, foi dividida com os espectadores.
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No SuperOutro, por exemplo, o média-metragem que muitos consideram uma obra-prima, claro que é você o personagem vivido por Bertrand Duarte, um homem deslocado em seu tempo, perdido entre a loucura e o sonho de redenção, representado no voo do Su-
a coragem de se arriscar na pretensão de um filme autobiográfico. O diabo é que independentemente dos prêmios arrebatados no Festival de Brasília em 2005, ficou a sensação de um filme podado, talvez pelos produtores ou por você mesmo, delibera-
Evelin Burchegger e Betrand Duarte em cena de O homem que não dormia, de Edgard Navarro
perOutro, a escapar livre acima de um mundo que o aprisionava. Felizmente para nós e, infelizmente para você, talvez o SuperOutro não o tenha libertado. Então, muitos anos depois, Eu me Lembro nos fez compreender um pouco do seu mundo, pois você, no seu primeiro longa, teve
ção, quem sabe, nascida da preocupação em construir uma narrativa linear que fosse capaz de frequentar sem problemas as salas de cinema, o que não aconteceu. Sim, Eu me lembro, visto e revisto, após a explosão do Festival de Brasília, é um filme que não emociona e, no qual,
Conflitos de personagens dão o tom em O homem que não dormia
difícil é reconhecer a volúpia e a anarquia de um cineasta que ao longo de praticamente todos os seus trabalhos sempre flertou com o “quase abjeto”, com as supostas imundices escondidas pelo mundo conservador de uma terra atrasada e perdida na pasteurização de seu próprio imaginário. Agora, em O homem que não dormia, fica a sensação de que você, mais experiente, será senhor absoluto de sua obra. Por isso, nós, cá, na poltrona de observadores atentos, seremos mais exigentes na leitura crítica de seu segundo longa, não dando-lhe os descontos que o fizemos em Eu me lembro. Até porque, como você mesmo fez público, O homem que não dormia levou pelo menos 32 anos de gestação, desde o dia em que aquele baseado de boa erva, em 1978, abriu-lhe o sentido do delírio, lembra? Então, como na época você pecava de juventude, é de se pensar que os anos e a experiência, indicaram-lhe o caminho e o fizerem perceber que certos projetos só vingam com muitas décadas de maturação.
Foram os anos para você entender as razões pelas quais, para sonhar o que os outros não sonharam, a buscar um entendimento de como os seus personagens fabulados em um Brasil profundo existiriam à luz da razão. Certo que houve, claro, no meio do caminho, o perigo de que o perdêssemos, que você não suportasse a pressão, que jogasse a toalha. Sim, as aves agourentas já dizem que o seu filme é difícil, para poucos, que não vai fazer bilheteria, por conta da densidade dos personagens, por invocar um mundo que só existe no imaginário dos poetas enjaulados. E se assim o for, dane-se as regras, ainda que você deve estar atento ao compromisso de nos propiciar um filme vigoroso e revelador, que nos transporte ao seu mundo e nos faça nele viajar. Porque O homem que não dormia, pelo menos até o seu próximo filme, quem sabe, é a sua redenção, a sua possibilidade de alcançar a tal “coisa”, a felicidade, pois, pelo seu lado místico, presente em seu agir e nas suas próprias palavras, a razão
é outro processo. E nós sabemos, através de fulano e beltrano, que todos aqueles que colaboraram nas filmagens de longas semanas na Chapada, em Igatu, o fizeram no mais absoluto desprendimento e entrega. Na prática, então, você encontrou os colaboradores e atores certos, como provavelmente realizou os planos que desejava, sem falar que a montagem é responsabilidade sua, como é sua a identidade da obra, que anuncia-se, é impossível negar, autoral, no sentido mais amplo da palavra. Resumindo: parece que você conseguiu realizar o filme que desejava, não? Assim, na sexta-feira, quando a sala principal do Teatro Castro Alves estiver apinhada, você mais uma vez vai se desnudar e, quem sabe, transformar em luz as suas sombras. E, de antemão, no conforto de quem espera, nós nos antecipamos e, em alto e bom som, podemos lhe dizer: Relaxe, Edgard: você não deve nada a ninguém, como também, pense, não deve tanto a si mesmo. Ou deve?
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do Seminário Magazine
Antes, nos chamados tempos bicudos, a dificuldade era realizar. Agora, quando a etapa básica foi superada, afirmando, quem sabe, um novo ciclo, o entrave é a distribuição. A exemplo de outras regiões que também se deparam com uma realidade inóspita, exceção para um certo segmento do eixo Rio/ São Paulo, o cinema produzido na Bahia corre o risco de não ser visto pelo grande público. A problemática da distribuição do chamado cinema made in Brazil não é novidade, por conta do fato que a indústria norte-americana domina mais de 85% dos filmes projetados nas salas de exibição. O restante torna-se uma disputa de foice, com um detalhe: boa parte das migalhas, obviamente, vai para uma e outra produção europeia, para os ditos filmes globais, como também para os de temática espírita, por exemplo, além dos que escapam aos rótulos e se afirmam por outras qualidade, como Tropa de Elite 2. Assim, quando a Bahia vive uma explosão de filmes finalizados para entrar no mercado, como
O cinema baiano empacou na distribuição Apesar da retomada, marcada pela produção anual de inúmeros longas, filmes baianos encontram dificuldades para ganhar as salas de exibição do país Gravação de Os filhos de João. Filme conquistou prêmios no Brasil e no exterior
Filhos de João, de Henrique Dantes, Jardim das Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro, O Trampolim do Forte, de João Rodrigo, O Homem que não Dormia, de Edgard Navarro, Antônio Conselheiro, o Taumaturgo dos Sertões, de Walter Lima, e Pau Brasil, de Fernando Belens, diretores e produtores são obrigados a dar-se aos malabarismos para dividir o “quase nada”. As dificuldades, no caso, se dão para todos. O falado Filhos de João, por exemplo, que em 2009 ganhou quatro prêmios no Festival de Brasília e colecionou outros mundo afora, finalmente vai entrar em cartaz, em agosto, inclusive em Salvador. E só o fará graças ao fato
de que levou R$ 220 mil do edital de distribuição da Petrobras, verba administrada pela carioca Pipa Produções, que vai cuidar da logística da distribuição, organizando a produção de cópias em 35 mm e em sistema digital, sem falar da comunicação e da assessoria de imprensa. Detalhe: o contrato com as salas de exibição é arriscado, pelo fato de que o filme é obrigado a fazer uma bilheteria mínima, sob risco de sair de cartaz em uma semana. “É uma situação de risco, realmente”, diz o diretor e produtor Henrique Dantas, que destaca outros dois famosos obstáculos: “É uma luta desigual contra os filmes norte-americanos e o que sobra temos que disputar com os filmes do Rio e de São Paulo, que respondem por mais de 90% da produção nacional”.
Henrique Dantas levanta a bandeira em busca de uma política mais eficaz para a distribuição de filmes baianos
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Sem entregar os pontos, mesmo sabendo das dificuldades, Dantas vislumbra soluções que passem por processos de união e cooperação entre os que estão à margem. “Precisamos nos organizar, unir forças e criar meios para que possamos nos afirmar, até via cooperativa”, diz o cineasta. Mais complicada é a situação de quem construiu sua obra em cima de temáticas específicas, como é o caso do diretor Pola Ribeiro. Calculando que o seu Jardim das Folhas Sagradas vai entrar em cartaz em outubro, o cineasta bateu à porta de muitas distribuidoras. No entanto, a resposta que ouviu da maioria foi insatisfatória, pois poucas se mostraram interessadas em investir em um filme que aborda questões ligadas ao candomblé, ainda que a discussão proposta no filme seja mais ampla. “Foi por isso que resolvi criar a minha própria distribuição”, disse o realizador, que, através de diferentes estratégias de divulgação e de operacionalização, vai lançá-lo, num primeiro momento, em Salvador, Brasília, Aracaju e Petrolina, em Pernambuco.
Em Salvador, por exemplo, Pola trabalha com a possibilidade de se associar a 48 instituições ligadas ao movimento negro, regalando-lhes cerca de 20 mil ingressos, os quais seriam bancados pela iniciativa privada. “Seria perfeito para atingir o público que desejo”, diz o cineasta, que, paralelamente, anuncia promover seminários on line em capitais brasileiras para discutir as questões do candomblé na contemporaneidade, assim como encartar material de divulgação em jornais de grande circulação. Por sua vez, a produtora Sylvia Abreu, da Truque, a mais famosa produtora da Bahia, também encontra dificuldades para escoar a sua produção. Pau Brasil, por exemplo, filme de Fernando Belens exibido em 2009 no Seminário, só agora encontrou um distribuidor interessado. “Eles até que reconhecem o valor do filme, mas o consideram denso”, confessou Sylvia. Para a produtora, que assina dois dos filmes de Edgard Navarro, uma das soluções para melhorar a distribuição dos filmes baianos passa
pela boa vontade do governo da Bahia. Isso porque, como praticamente todas as etapas da cadeia, desde a produção à finalização, normalmente contam com o financiamento do Estado, seja através de editais, do Faz Cultura ou mesmo do Fundo de Cultura, fundamental se faz incluir uma verba obrigatória de distribuição: “Tratase de algo lógico, pois não tem sentido bancar um filme com dinheiro público para que no final ele seja arquivado em uma gaveta”. Já o cineasta José Walter Lima, que busca uma distribuidora para o seu “Conselheiro”, acredita que as dificuldades relacionadas à distribuição refletem a ausência de uma política destinada a organizar a inteira cadeia, desde a produção ao escoamento. “O problema é estrutural”, diz Lima, que cita o exemplo da França como referência para o Brasil: “Há mais de 50 anos que eles se organizaram e, por isso, são os únicos que conseguiram diluir em seu território a hegemonia do cinema norte-americano”. O cineasta é do parecer que, somente a partir da criação de ações conjuntas, organizadas pelo Estado, se poderá construir um ambiente favorável ao cinema brasileiro. “Por incrível que pareça, nós retrocedemos desde que a Embrafilme foi extinta”, diz saudoso Lima, invocando os tempos em que filmes como Dona Flor e seus Dois Maridos eram vistos por milhões de pessoas.
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Artigo
A distonia do crítico sua linguagem, de modo a permitir que se reconheça, durante o trajeto, aquilo que é importante e o que não é. Uma função, portanto, que, mesmo antes de se reportar à apreciação estética da obra considerada no seu conjunto, incide sobre a
depreciativa, cai na vala comum do esquecimenSobre ser o crítico de cito. Mas quando se trata nema um intérprete pride filme baiano, tudo se vilegiado da obra cinemamodifica, considerando tográfica, na suposição de que o crítico conhece os ter um repertório fílmirealizadores da província co capaz de capacitá-lo e, de hábito, um comencomo exegeta, não signitário, mesmo que fundafica, com isso, que procementado e diplomático, da, na sua análise, de é visto como ofenmaneira arrogante, sa ou tentativa de impositiva e pedandenegrir o cineaste. Mas muito pelo ta. Surge, portancontrário: a verdato, para o crítico, a deira crítica deve ser angústia de criticar um condutio para o cinema baiano, a evidenciar ao leitor aflição de, constaas valências ocultando a ausência de tas de um filme. O inspiração desse ou crítico deve ser um daquele realizador, intérprete e dar, nos emitir uma opinião seus escritos, a sua desfavorável. E não impressão sustentase pode fechar os da por um embasaolhos para as difimento teórico. culdades imensas Existem várias que é se fazer cineespécies de críticos: ma na Bahia. A ano ensaísta, o críti- Carlos Petrovich em Conselheiro, o Taumaturgo gústia crítica, que co, o comentarista dos Sertões, filme baiano de José Walter Lima interfere, inclusive, e o resenhista. Se, no processo neuroem outros tempos, vegetativo do crítio crítico de um jornal ti- sua sucessiva racionaliza- co, é avassaladora. Devo nha uma titularidade no ção, quer dizer, a tradução confessar que, quando seu veículo, nos dias que em termos lógico-discur- vou ver um filme baiano, correm, no entanto, todo sivos do sentido poético entro sempre na sala de mundo se acha no direito que ela exprime através projeção querendo gostar de ser crítico de cinema, dos procedimentos de da obra anunciada. Por assim como todo brasilei- significação que lhe são outro lado, muitas vezes, ro se considera um técni- próprios. É necessário o crítico, para não ferir co de futebol. O vocábulo que o aspirante a crítico suscetibilidades – e aqui crítico caiu numa geleia construa primeiro um não se trata de covardia geral de tal modo foi de- repertório para depois se ou omissão, mas compreaventurar na análise fíl- ensão de um panorama gradado e vulgarizado. Quando me pergun- mica. A crítica é a arte da de mendicância –, contam o que é a crítica ci- paciência. fere à sua imaginação as Quando se faz uma asas da ficção, dando ao nematográfica, gosto de responder: a rigor, a fun- crítica a um filme estran- texto um tom mitológico ção da crítica de cinema geiro ou mesmo a um e até parnasiano. é ajudar o espectador brasileiro, tomando o O crítico do cinema a percorrer o itinerário olhar de um crítico que baiano não passa, a rigor, do filme com um míni- exerce a sua função na de um distônico. mo de conhecimento da Bahia, a exegese, quando *André Setaro é crítico de cinema Por André Setaro*
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Celestial movements, de Danilo Barata. Fruto do prêmio de residência artística Videobrasil WBK Vrije Academie, a instalação aborda os processos de iniciação e do transe. O artista desenvolve pesquisa sobre a produção contemporânea com foco na performance, imagem e arte ele-
biente natural e das sucessivas forças sociais, econômicas e culturais, internas e externas. Programação à parte, o provocador e inquieto Flávio Lopes faz questão de ampliar as fronteiras de seu discurso e se colocar diante do rumo das políticas culturais, as quais, de certa
pes, que cita outro agravante: “É preciso remover de nosso imaginário o entulho autoritário e personalista que herdamos como cultura política”. Ainda segundo Flávio Lopes, justamente pela falta de diálogo, a sociedade encontra dificuldade para entender o poder encarna-
Flávio Lopes: “O homem contemporâneo assiste passivamente a lógica do mercado se transformar na medida mais bem acabada do mundo”
A descompressão do Lounge No seu quinto ano, Lounge Multimídia confirma-se como uma das principais atrações do Seminário. Curador Flávio Lopes ultrapassa evento e expõe fraturas das políticas culturais do Seminário Magazine
No ano passado, quando inaugurou uma nova roupagem, o Lounge Multimídia afirmou-se, definitivamente, como uma atração à parte do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual. E se assim se deu, foi não apenas pela sua arrojada proposta estética, mas, também, pelo fato de que o seu público circulante, composto de milhares de pessoas, deparou-se com uma programação vasta e diversificada. Organizado desde a sua primeira edição pelo videoartista Flávio Lopes, este ano o Lounge investiga a
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projeção multi-tela como lugar privilegiado de experimentação. Quatro videoartistas da Bahia e um mineiro foram convidados para ocupar as duas plataformas de exibição multi channel criadas no foyer. “Tais plataformas servem de gatilho para deflagrar uma série de provocações estéticas em busca de um diálogo com a audiência difusa que transita pelo espaço, que vem se consagrando como uma das ações mais intrigantes do Seminário”, diz Lopes. O curador defende que o Lounge é um espaço de descompressão, híbrido de área de convivência e de exibição e, no qual, se propõe a investigar os mais recentes vetores da cena da arte, o vídeo multi channel: “São trabalhos inéditos em Salvador, fruto do sofisticado desenvolvimento da linguagem de um conjunto de artistas que despontam na cena da arte brasileira como a mais nova tradução da poiesis contemporânea”.
Entre as atrações do projeto Dual Channel, na terça-feira, a partir das 18h30, será exibido A máquina exposta: fragmentos de uma memória recombinada, de Alex Coleman & The Sadistics. A obra, no caso, expõe dados do computador pessoal de Coleman, que também é usado por amigos e parceiros de uma produtora de cinema e vídeo. Por sua vez, na quartafeira, também a partir das18h30, será projetado no foyer, Flying Saucers, do artista mineiro Fernando Rabelo. O trabalho foi desenvolvido pelo artista durante uma residência no Vrije Academie em Den Haag/Holanda, em parceria com o World Wide Visual Festival. Nele as imagens se formam a partir de gráficos interativos, que reagem de acordo com os sons emitidos no ambiente. Já na quinta-feira, sempre dentro do projeto Dual Channel, será projetado
Imagem de A painter and his cultural Landscape, de Ayrson Heráclito
trônica. Em sua trajetória artística, trabalha com poéticas que articulam o vídeo, arte eletrônica, fotografia e cinema. Por fim, na sexta-feira, será a vez do artista Ayrson Heráclito expor a sua videoinstalção A painter and his cultural Landscape. Trata-se, segundo palavras do próprio autor, de um trabalho que aborda o conceito de hibridação entre artes visuais e o audiovisual. Heráclito parte do ponto a ideia do artista frente a sua “paisagem cultural”, obras conjugadas do homem e da natureza . Ilustram a evolução da sociedade e dos estabelecimentos humanos ao longo dos tempos, sob a influência dos condicionamentos materiais e/ou das vantagens oferecidas pelo seu am-
forma afetam toda a cadeia da produção cultural, como o Seminário e o próprio Lounge Multimidia. Isso porque, na sua opinião, uma vez deflagrado os primeiros movimentos do novo quadro da Secretaria de Cultura da Bahia, vive-se a expectativa em torno de quais seriam as perspectivas de participação da sociedade civil na construção de um novo contrato social que possa superar o atraso e a apatia das políticas culturais. “Temos muito que avançar na elaboração e implemento de novos critérios que orientem as ações do Estado, para que haja transparência em seus processos, universalização de seus serviços e descentralização de poder em suas ações”, diz Flávio Lo-
do na função do Estado de uma forma republicana. “A atividade do gestor só faz sentido se exercido em conjunto com a sociedade civil e não apenas em seu nome”, brada o videoartista, que defende também a urgência em se superar a crise de representatividade da democracia brasileira. No final, como acredita Lopes, diante do vazio deixado pelo abandono das grandes utopias, é fácil perceber que pouquíssimas ideias se mostram capazes de seduzir o imaginário coletivo para uma relação de troca mais ampla que a mera identificação com as mercadorias: “O homem contemporâneo assiste passivamente a lógica do mercado se transformar na medida mais bem acabada do mundo”.
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rapidinhas rapidinhas rapidinhas rapidinhas rapidinhas Mostras Sandrine Bonnaire e curtas Uma das atrações do Cine Futuro, o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, é a Mostra Sandrine Bonnaire, programada para a sala Alexandre Robatto, nos Barris. A atriz foi destaque ao ser dirigida por diretores franceses do quilate de Jacques Doillon, André Téchiné, Claude Sautet, Patrice Leconte, Jacques Rivette e Claude Chabrol. Também na sala Alexandre Robatto acontece a Mostra de Animação Francesa, com curtas sociais destacando temas como ecologia, guerras e justiça.
Amor francês Imperdível se faz a Mostra Amor à Francesa, na sala Walter da Silveira. Durante uma semana, serão projetados filmes de alguns dos principais diretores franceses, entre eles Robert Bresson, Claude Chabrol, Jean Renoir, Marcel Carné, Jacques Demy e Rémi Bezançon.
Artur Omar e a percepção histórica Atração do Seminário, Artur Omar, além de participar da mesa Arte experimental contemporânea, terá projetado na sala principal do
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Ricardo Miranda: montador de Glauber Rocha dirigiu longa Djalioh.
Teatro Castro Alves o longa Os Cavalos de Goethe, documentário experimental. A temática, segundo o autor, invoca uma discussão entre a luz e a escuridão, entre a história e o esquecimento, entre a morte e a resistência do instante. Partes das cenas foram filmadas no Afeganistão, em 2002. “O olho do espectador é chamado ao tribunal da percepção histórica”, diz Omar.
Mercado Durante três dias, no Hotel Sol Marina, na Vitória, acontece o encontro Mercado audiovisual: dificuldades e alternativas, no qual os participantes vão expor a situação dos mercados cinematográficos de três países: Brasil, Espanha e Alemanha. O gaúcho Marcelo Strum vai falar das condições do mercado brasileiro, como também o fará o espanhol Diego
Rodriguez em relação ao seu país. Também participa a alemã Sonja Heinen, ligada ao festival de Berlim. O evento, aberto ao público, é uma iniciativa do Seminário e do Cinema do Brasil.
Ricardo Miranda e o seu Djalioh Montador de A Idade da Terra, de Glauber Rocha, entre tantos filmes, inclusive alguns na derradeira fase do Cinema Novo, Ricardo Miranda terá projetado no Seminário o seu Djalioh, uma ficção de 80 minutos adaptada livremente do conto Quidquid volueris – estudos psicológicos, de Gustave Flaubert. Miranda, que é professor na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, foi o responsável pela montagem de Anabazys, documentário de Joel Pizzini e Paloma Rocha que dá um sentido ao amado e odiado Idade da Terra.
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STUDIO BRASIL APRESENTA
Programação
07 DE OUTUBRO NOS CINEMAS ANTÔNIO GODI • JOÃO MIGUEL • HARILDO DEDA • ÉRICO BRÁS • AURISTELA SÁ • EVELIN BUCHEGGER • BANDO DE TEATRO OLODUM de Fotografia ANTÔNIO LUIZ MENDES POLA RIBEIRO, SOLANGE LIMA e JOÃO TORREÃO Direção POLA RIBEIRO Roteiro POLA RIBEIRO e HENRIQUE ANDRADE Direção Direção Direção Direção Produção Efeitos Montagem MARCOS PÓVOAS Musical PEDRO AUGUSTO de Arte GILSON RODRIGUES Executiva SOLANGE LIMA de Produção PAULO ALCÂNTARA Cenografia IVANA CALUMBY Especiais FRITZ GUTMAN Preparação Participação Música de Elenco MÁRCIO MEIRELLES Figurino MAURÍCIO MARTINS Especial LAZZO MATUMBI, MARIENE DE CASTRO e VIRGÍNIA RODRIGUES Tema MARIA BETHÂNIA e GERÔNIMO Produção
Ministéri o da Cultur a
Programação | Teatro Castro Alves | Diálogo | Mesas Redondas | Palestrantes
Diálogo 25 de julho | 14h ZELITO, BOAL E O TEATRO DO OPRIMIDO | Zeli-
to Viana (BRA) e Maria do Rosário Caetano (BRA)
Uma conversa com o cineasta Zelito Viana sobre sua trajetória no cinema e na televisão, e a influência de Augusto Boal em sua carreira. Uma vida dedicada ao cinema, de engenheiro a produtor e diretor cinematográfico. Uma longa trajetória desde a fundação da Mapa Filmes com Glauber Rocha, produzindo filmes que fazem parte da história do cinema brasileiro, até a realização de seus próprios filmes, como o apresentado neste VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual. Um personagem da nossa história que tem muitas histórias a revelar. 26 de julho | 15h O CINEMA NA ERA DA VIRALIDADE | Peter Jose-
ph (USA) e Messias Bandeira (BRA)
O americano Peter Joseph ganhou fama no mundo inteiro com a produção dos filmes da trilogia Zeit-
Palestrantes geist. A divulgação de seus filmes foi feita inteiramente na internet e cerca de 300 milhões de pessoas assistiram. Na era das redes sociais, a viralidade pode ser uma estratégia, mas também ocorre de forma espontânea. Qual o reflexo dessa inovação na sétima arte? 27 de julho | 15h KIVIDEOBIOPSICOMASSAFOLK | Gilberto Felisber-
to Vasconcelos (BRA) e João Carlos Teixeira Gomes (BRA).
O sociólogo, escritor e professor Gilberto Felisberto Vasconcelos aborda a análise dos signos produzidos pela mídia hegemônica. Autor de vídeos como Esporte Mata, Criminalidade Acadêmica, O Dólar Contra o Sol na Terra do Etanol, Kivídeorádio, Golpe de Estado e Capitalismo e Crise Financeira. 28 de julho | 15h A NOUVELLE VAGUE – GODARD e TRUFFAUT |
Conversa com Antoine De Baecque (FRA), roteirista do filme Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague.
Mesas redondas Curadoria e mediação de Ivana Bentes 26 de julho | 10h ARTE EXPERIMENTAL CONTEMPORÂNEA | Fran-
28 de julho | 10h CINEMA TRANSCENDENTAL | Antoine De Baec-
çois Bonenfant (FRA) e Arthur Omar (BRA)
que (FRA) e Charles Tesson (FRA)
A produção de arte experimental contemporânea nos Centros de Arte e Mídia internacionais e os novos circuitos para a produção audiovisual de ponta. Cinema, videoarte, midiarte e novas estéticas. As novas mídias e as artes híbridas.
A radicalidade do cinema como experiência estética e obra de arte total. Num mundo “desencantado”, um debate com cineastas, autores, estetas e pensadores que apostam no cinema do sublime, no sonho, no imaginário, e num cinema mental, capaz de nos restituir a crença no mundo e no próprio cinema. Cinema como criação de mundos.
27 de julho | 10h PERIFERIAS, POLÍTICA E ESTÉTICA | Ivana Bentes (BRA), François Rabaté (FRA) e Leonard Retel Helmrich (Holanda)
O cinema brasileiro e internacional não cessam de produzir filmes sobre as favelas, a pobreza, a cena urbana local e global, deslocando os centros de poder tradicionais. Temas e personagens de um presente urgente, que se esforçam para não cair nas tipificações e caricaturas. Como diferentes grupos sociais passam a disputar os discursos e a fazer seus próprios filmes?
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29 de julho | 10h CINEMA POLÍTICO CONTEMPORÂNEO | Peter
Joseph (USA) e Miguel Coyula (CUB)
O que podemos considerar como um cinema político hoje? Quais seus desafios e limites? Um mapeamento de temas, autores, personagens e filmes que habitam esse campo e suas diferentes estratégias cinematográficas para encarar as questões do presente.
ANTOINE DE BAECQUE | FRANÇA | Antoine De Baecque foi um dos principais críticos do Cahiers du cinéma nos anos 1980-90. Seus extensos artigos sobre Andrei Tarkovski se desdobraram num livro inteiramente dedicado ao cineasta russo, publicado em 1989. Na década de 90, retornou sistematicamente à obra de Tim Burton, acompanhando sua evolução e traçando as diretrizes de um livro que seria publicado em 2005. No período 1996-98, foi redator-chefe do Cahiers. Entre 2001 e 2006, trabalhou na seção de cultura do jornal Libération. Publicou várias obras, entre elas a biografia de François Truffaut (1996, em parceria com Serge Toubiana), La nouvelle vague - portrait d’une jeunesse (1998) e La cérémonie du pouvoir (2002). Recentemente, escreveu o roteiro do documentário Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague (Emmanuel Laurent, 2009) e lançou a celebrada biografia de Godard (2010). ARTHUR OMAR | BRASIL | Arthur Omar é um dos grandes nomes do experimentalismo no Brasil, com uma obra multimídia que abarca cinema, vídeo, fotografia, música e poesia, além da reflexão teórica. Seu trabalho surge no início da década de 1970, quando atua como diretor e roteirista de cinema. Realizou cerca de 30 filmes e vídeos e o longa que apresentará no CINEFUTURO: Cavalos de Goethe (2011). A carreira em vídeo, desenvolvida a partir dos anos 80, mantém o caráter artístico e experimental, divulgando-o mundo afora. Em 1999, teve retrospectiva dos seus filmes e vídeos no MOMA-NY, Museu de Arte Moderna de Nova York, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e de São Paulo, exposições no Oi Futuro, MASP, MAM-SP, Videobrasil, etc. Autor dos livros A Lógica do Êxtase (CCBB), O Zen e a Arte da Fotografia (Cosac Naify), Antropologia da Face Gloriosa (Cosac Naify), O Esplendor dos Contrários (Cosac Naify) e Viagem ao Afeganistão (Cosac Naify. 2011). Participa de mostras de arte dentro e fora do Brasil. CHARLES TESSON | FRANÇA | Crítico e historiador de cinema. Professor de história e estética de cinema na Universidade de Paris III. Foi editor
da Revista Cahiers du Cinéma de 1998 a 2003. É autor dos livros Hong Kong cinéma, com Olivier Assayas, Cahiers du cinéma, 1985; Satyajit Ray, Cahiers du cinéma, 1992; Luis Buñuel, Cahiers du cinéma, 1995; Photogénie de la série B, Cahiers du cinéma, 1997; Les grands réalisateurs, com Jean A. Gili, Daniel Sauvaget e Christian Viviani, Larousse, 2006; Théâtre et cinéma, Cahiers du cinéma, 2007; Akira Kurosawa, Cahiers du cinéma, 2008; Abbas Kirostami, com Laurente Roth, Jean-Michel Frodon e Alain Bergala, Cahiers du cinéma, 2008. FRANÇOIS BONENFANT | FRANÇA | Diretor Artístico Associado do Festival «Cinéma du Reel» (França), Coordenador Educacional de Cinema e Artes Visuais do Le Fresnoy - Studio National des Arts Contemporains na França. FRANÇOIS RABATÉ | FRANÇA | Pesquisador do IDATE (Instituto de Audiovisual e Telecomunicações da Europa), realizador dos documentários Noires Mémoires et Mémoires d’Esclavage, La Guerre de l’Ombre, e Mon Très Cher Ennemi, Jours tranquilles à Villiers-le-Bel, Immigrés : travailleurs de père en fils. Trabalhou como professor de Letras Modernas e Ciência da Arte, Cinema e Comunicação na Universidade de Paris, Montpellier III et Avignon. GILBERTO FELISBERTO VASCONCELOS | BRASIL | Jornalista, escritor, sociólogo e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, autor de vários livros, entre eles: A Questão do Folclore no Brasil: do Sincretismo à Xipofagia, EDUFRN - Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009; As Ruínas do Pós-Real, Editora Espaço e Tempo, 1999; O príncipe da moeda, Espaço e Tempo; A ideologia curupira, Brasiliense; De olho na fresta, Graal; O xará de Apipucus, sobre Gilberto Freyre. JOÃO CARLOS TEIXEIRA GOMES | BRASIL | Ensaísta, jornalista, poeta e professor de literatura brasileira. É de sua autoria, entre muitos: Gregório de Matos, o Boca de Brasa: um estudo de plágio e criação intertextual (1985); Camões contestador
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Programação | Teatro Castro Alves | Palestrantes e outros ensaios (1978), A tempestade engarrafada (1995) ; A Obsessão Barroca da Morte de Manuel Bernardes e Quevedo e «Memórias das Trevas - Uma devassa na vida de Antônio Carlos Magalhães». É autor ainda de Glauber Rocha, esse vulcão (1997, homenagem ao amigo fraterno, o polêmico intelectual, o cineasta brilhante que foi Glauber Rocha). IVANA BENTES | BRASIL | Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJ, diretora da Escola de Comunicação da UFRJ. Coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/ UFRJ. Pesquisadora do campo do audiovisual, cinema, cultura digital, tecnologias da comunicação. Publicou os livros Glauber Rocha: cartas ao Mundo (Companhia das Letras), Ecos do Cinema: de Lumière ao Digital (Editora UFRJ), Arte e Tecnologia: Corpos Virtuais (Oi Futuro) e Avatar: O Futuro do Cinema e a Ecologia das Imagens Digitais (Ed. Sulina).
administração acadêmica, produção multimídia, música, indústria fonográfica, gestão de empresas de comunicação, produção cultural e educação mediada por computadores. MIGUEL COYULA | CUBA | Cineasta cubano, fez seu primeiro curta aos 17 anos com uma câmara de vídeo VHS, o que levou à sua admissão na Escola Internacional de Cinema de San Antonio de Los Baños, Cuba (EICTV). Ganhou vários prêmios em Cuba com os curtas-metragens Bailar Sobre Agujas (1999), Buena Onda (1999), e Clase Z Tropical (2000). Em 2000, foi para os Estados Unidos a convite do Festival de Cinema Latino Providência. Seu primeiro longa-metragem é Red Cockroaches (2003) que ganhou mais de vinte prêmios. Seu filme Memórias del Dessarrollo é uma “continuação/atualização” do clássico Memorias del subdesarrollo (1968) de Tomás Gutiérrez Alea, que também recebeu vários prêmios.
LEONARD RETEL HELMRICH | HOLANDA | Cineasta holandês, trabalhou como diretor de teatro e câmera na Holanda antes de ir para a Indonésia para fazer uma série de documentários que ganharam prêmios no mundo inteiro. Seu filme Shape of The Moon ganhou prêmio de Melhor Documentário no Festival Sundance 2005 e no Festival Internacional de Documentário de Amsterdam (IDFA), em 2004.
PETER JOSEPH | ESTADOS UNIDOS | Diretor americano de filmes não-comerciais e ativista. Ele escreveu, dirigiu, produziu e compôs a trilha musical e narrou os dois filmes documentários Zeitgeist, The Movie, em 2007, e sua sequência, Zeitgeist: Addendum, em 2008.. Ele decidiu lançá-los para serem gratuitamente distribuídos pela internet via Google video e BitTorrent, para encorajar o alcance mundial destes filmes. Ele também é o fundador do Movimento Zeitgeist, uma organização com mais de 30.000 inscritos por todo o mundo. Em Portugal, o número ultrapassa 5.000 inscritos; no Brasil, 8.000 inscritos; e na Argentina, 11.000.
MARIA DO ROSÁRIO CAETANO | BRASIL | É uma pesquisadora importante a serviço do cinema latino-americano e, dentre eles, do cinema brasileiro. Autora de trabalhos notáveis como Cinema Latino-Americano – Entrevistas e Filmes e Alguma Solidão e Muitas Histórias: A Trajetória de um Cineasta Brasileiro, sobre João Batista de Andrade. Foi crítica de filmes no jornal Folha de São Paulo. Há alguns anos, produz o boletim cultural Almanaque na internet, no qual compartilha as experiências e informações que adquire durante os muitos festivais de cinema que frequenta por ano. MESSIAS BANDEIRA | BRASIL | Possui Graduação em Comunicação - Jornalismo, Mestrado e Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA. É Coordenador Acadêmico do IHAC. É músico e produtor cultural. Tem experiência nas áreas de Comunicação (com ênfase em Hipermídia e Cibercultura), Gestão de Ciência e Tecnologia, Gestão Universitária, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologias da informação e comunicação, cultura digital e desenvolvimento, indústrias de conteúdo e copyright,
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ZELITO VIANA | BRASIL | Produtor e cineasta. Fundou com Glauber Rocha a Mapa Filmes, empresa que realizou, entre outros, Terra em transe (1966), O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1968) e Cabeças cortadas (1970). Entre suas produções, destacam-se Menino de engenho (1965), dirigido por Walter Lima Jr; Quando o carnaval chegar (1972), de Carlos Diegues; e o documentário Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho. Foi produtor e diretor dos filmes: Os condenados (1973), Morte e vida severina (1976), Terra dos índios (1978) e Avaeté, semente de vingança (1985). Em 1999, dirigiu seu projeto Villa Lobos, uma vida de paixão. Em 2009, lança Bela noite para voar, ficção sobre o Presidente Juscelino Kubitschek e, em 2011, Augusto Boal e o Teatro do Oprimido, exibido neste Seminário.
Programação | Teatro Castro Alves | Mostra Internacional AUGUSTO BOAL E O TEATRO DO OPRIMIDO | Zelito Viana, Brasil, documentário, digital, 2010, 105min.
A trajetória do teatrólogo Augusto Boal, que entendia o teatro como meio de transformação subjetiva do ser humano e de transformação objetiva da sociedade, desde o início de sua carreira no Teatro de Arena de São Paulo até os dias de hoje. Em paralelo, o filme mostra a evolução do Teatro do Oprimido que está em plena atividade em 72 países desde a década de 70 | 25 de julho | 14h A ILHA INTERIOR | La Isla Interior | Félix Sabroso e Dunia Ayaso, Espanha, ficção, digital, 2009, 91min. Gracia, Martín e Coral são três irmãos muito di-
“na indignidade social dos homens”. Adaptação livre do conto Quidquid Volueris - estudos psicológicos, de Gustave Flaubert | 28 de julho | 18h30 EU, TAMBÉM | Yo, también | Álvaro Pastor e Antonio Naharro, Espanha, ficção, digital, 2009, 105min. Daniel é um jovem de Sevilla de 34 anos, é o primeiro europeu com Síndrome de Down que obteve um título universitário. Começa sua carreira de trabalho na administração pública onde conhece Laura. Os dois começam uma relação de amizade que chama atenção do seu ambiente familiar e de trabalho. Esta relação se converte num problema para Laura quando Daniel se apaixona por ela. Esta mulher solitária que despreza as normas encontra nele a amizade e o amor que não tinha recebido em toda sua vida | 29 de julho | 18h30 FINISTERRAE | Sergio Caballero Lecha, Espanha, ficção, digital, 2010, 80min.
ferentes que lutam para mudar suas vidas. Três náufragos de si mesmos. Mesmo sabendo o que precisam, acabam sem poder ajudar uns aos outros, talvez porque seus problemas sejam parecidos demais. Martín quer deixar a casa dos pais e ir a Paris para escrever. Gracia quer separar a realidade da ficção em que sua vida de atriz a transformou. Coral só quer ser amada | 27 de julho | 18h30 DJALIOH | Ricardo Miranda, Brasil, ficção, digital, 2011,
Dois fantasmas que estão cansados de viver na terra das sombras decidem realizar o Caminho de Santiago até o fim do mundo e, uma vez lá, dar início a uma etapa terrena e efêmera no mundo dos vivos. Esta é uma jornada introspectiva na qual os fantasmas passam por terras inóspitas, encontram estranhos seres e personagens surrealistas. Eles precisam lidar com situações inesperadas, encarar suas próprias tensões e as dúvidas que envolvem a condição de ser um fantasma | 25 de julho | 18h30
Djalioh é um ser estranho. Nascido no Brasil, vai para a França aos 16 anos e apresenta-se de maneira não convencional, revelando-se “o idiota da família”. Incompreendido pela sociedade, sofre por amar Adele, que está de casamento marcado com o primo Paul, pai de criação de Djalioh. Em Flaubert, Djalioh acaba por matar e morrer em frustrado processo de compreensão da sociedade européia. Sem poder falar, desejar e agir socialmente, este herói romântico vai se transformar
GODARD, TRUFFAUT E A NOUVELLE VAGUE |
80min.
Emmanuel Laurent, França, documentário, digital, 2010, 91min.
Celebrando os 50 anos da Nouvelle Vague, o documentário relembra a apresentação de Os Incompreendidos,
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de François Truffaut, no Festival de Cannes em 1959, e a criação de Acossado, de Jean-Luc Godard, mostrando assim o nascimento do movimento que mudou a forma de se fazer cinema na França e revelou ao mundo dois dos maiores cineastas de todos os tempos, Truffaut e Godard. Retrata também a amizade naquela época entre os dois artistas de personalidades distintas | 28 de julho | 15h MEMÓRIAS DO DESENVOLVIMENTO | Memorias del Desarrollo | Miguel Coyula, Cuba, ficção, digi-
tal, 2010, 113min.
Mostra Competitiva de curtas nacional | Teatro Castro Alves
PLANOS PARA AMANHÃ | Planes para Mañana | Juana Macías, Espanha, ficção, digital, 2010, 92min.
A história de quatro mulheres: Inês, Antonia, Mariam e Mónica. No dia em que as conhecemos, suas vidas estão a ponto de mudar radicalmente. Nas suas mãos, elas têm a opção de começar de novo. No seu coração, a vertigem de romper com tudo aquilo que foram construindo durante anos. Todas elas lutam contra a rotina e os estereótipos e têm oportunidade de começar do zero, mas para isso devem romper com os padrões em que têm vivido até agora e reinventar a si mesmas | 26 de julho | 18h30 POSIÇÃO ENTRE AS ESTRELAS | Stand van de Sterren | Leonard Retel Helmrich, Holanda | Indonésia,
documentário, digital, 2010, 115min.
Sérgio, um intelectual cubano, abandona a revolução e o dito «subdesenvolvimento» de seu país e descobre que também não se encaixa em sua nova vida nos EUA | 25 de julho | 20h30 OS CAVALOS DE GOETHE | Arthur Omar, Brasil, documentário, digital, 2011, 70min.
Um documentário experimental contendo cavalos, homens e uma imagem da guerra encarnada em quadros que se movem aos milímetros. Combates entre cavaleiros suspensos no tempo, filmados no Afeganistão em 2002. Através de um prisma, a teoria das cores de Goethe informa sobre a relação entre luz e escuridão, entre a história e o esquecimento, entre a morte e a resistência do instante. O olho do espectador é chamado ao tribunal da percepção histórica | 27 de julho | 20h30 O HOMEM QUE NÃO DORMIA | Edgard Navarro, Brasil, ficção, 35mm, 2011, 100 min.
Alguns habitantes de um lugarejo remoto são acometidos pelo mesmo pesadelo. A chegada de um peregrino de origem misteriosa irá deflagrar o conflito interno em que vivem aquelas pessoas, determinando uma ruptura radical em suas vidas | 29 de julho | 21h
Através dos olhos da avó Rumidjah, uma mulher cristã e idosa, moradora dos subúrbios de Jakarta, vemos a evolução da sociedade econômica da Indonésia e de como a influência da globalização reflete na vida de sua jovem neta Tari e seus filhos Bakti e Dwi. Leonard Retel Helmrich segue esta família de uma maneira única com sua técnica cinematográfica do ”Single Shot Cinema”. Sem entrevistas e voiceovers, Leonard coloca o espectador muito próximo da Indonésia. Posição entre as estrelas é a parte final de uma trilogia que segue os documentários premiados Eye of the Day e Shape of the Moon | 28 de julho | 20h30
ACERCADACANA | Felipe Calheiros, PE, documentário, 35mm, 2010, 20min.
CORTE SECO | Matheus Vianna, BA, documentário, digital, 2011, 14min.
Nos anos 90, com a valorização do etanol e a expansão do latifúndio canavieiro, 15 mil famílias foram expulsas dos seus sítios na zona da mata de Pernambuco. Maria Francisca decidiu resistir. | 29 de julho | 18h30
Da folha à fibra, das mãos às máquinas. As etapas de um ciclo. | 27 de julho | 20h30 2011, 20min.
A MORTE DE D.J. EM PARIS | Igor Penna, BA, fic-
ção, digital, 2011, 20min.
O curta-metragem conta a história de um tímido professor de francês de uma pequena cidade no Brasil que resolve abandonar seu mundo fragmentado para realizar seu sonho: conhecer Paris e conquistar a Femme Bleue, o protótipo de mulher idealizada por ele, mas nada será tão fácil. | 25 de julho | 20h30 A MULA TEIMOSA E O CONTROLE REMOTO | Hélio Vilella Nunes, SP, ficção, 35mm, 15min.
2010,
A estória de uma amizade num duelo sem palavras. | 25 de julho | 18h30 A POEIRA E O VENTO | Marcos Pimentel,
ZEITGEIST MOVING FORWARD - O FUTURO É AGORA | Peter Joseph, Estados Unidos, documentário,
MG, documentário, 35mm, 2011, 18min.
digital, 2011, 161min.
Zeitgeist: Moving Forward dá continuidade a um longo trabalho documental que se propõe a apresentar um caminho para a necessária transição do atual paradigma socioeconômico monetário que rege a sociedade no mundo inteiro. Este tema transcenderá questões de relativismo cultural e ideologias tradicionais e passará a estabelecer, como objetivo central, o redesenho de uma empírica vida na Terra em nome da sobrevivência humana e social. Ao invés de continuar desafiando as imutáveis leis naturais, o objetivo é criar um novo paradigma de sustentabilidade social denominado “economia baseada em recursos” | 26 de julho | 20h30
ESC4ESCAPE | Alexandre Guena, BA, ficção, digital,
Interior do estado de Minas Gerais. Uma pequena vila no meio do nada. Isolamento. Montanhas. Silêncio. O homem. A paisagem. O tempo. | 27 de julho | 18h30 CALMA MONGA, CALMA! | Petrônio de Lorena, PE,
Quatro sociopatas buscam uma saída para suas inquietações numa cidade repleta de pessoas programadas para nascer e morrer. Crl Z. Assim como seus personagens, o filme procura dialogar com seus detratores e público multiplicador, no badalado mundo das artes e cinema. | 28 de julho | 18h30 ENTRE VÃOS | Luísa Caetano, DF, documentário, digital, 2010, 20min. Entre Vãos é um documentário etnolírico que se passa no Vão de Almas, comunidade remanescente quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO). Lizeni é uma menina kalunga de dez anos e é ela quem conduz nosso olhar por entre as brincadeiras de infância e o mundo adulto dos pais, além de nos revelar sonhos em contraposição à realidade do dia-a-dia em família. | 26 de julho | 18h30 HARUO OHARA |Rodrigo Grota, PR, ficção, digital, 2010, 16min. Hoje você vê a flor. Agradeça à semente de ontem. | 28 de julho | 20h30 OLHO DE BOI | Diego Lisboa, BA, ficção, digital,
ficção, 35mm, 2011, 18min.
2011, 18min.
Psicopata misteriosa chama a atenção da polícia e do jornalismo investigativo através de ataques simiescos aos varões da sociedade recifense. | 27 de julho | 20h30
Junca quer ir à escola com seus novos sapatos, mas para isso terá de enfrentar os meninos mais velhos da rua, seu pai e a sua própria fé. | 29 de julho | 21h
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SALA DE MILAGRES |
amada. Segue uma rotina rígida de afazeres até que mudanças inesperadas em sua rota alteram seu destino. | 26 de julho | 20h30
Cláudio Marques e Marília Hughes, BA, documentário, digital, 2011, 13min.
Um dia e uma noite na romaria de Bom Jesus da Lapa. | 28 de julho | 18h30
TEMPO DE CRIANÇA | Wagner Novais, RJ, ficção, di-
gital, 2010, 12min.
TEMPESTADE | César Cabral,
engolido pelo seu próprio umbigo e descobre o mundo perturbador dos “navel - gazers”, que são pessoas que conseguem se transformar em caracóis se comunicando com o próprio umbigo... | 30 de julho | 15h LUMIKKO | The Little Snow Animal | Miia Ter-
Uma construção dramática e poética sobre o cotidiano de uma menina, que tem que ser grande quando a mãe não está em casa. | 25 de julho | 18h30
vo, Finlândia, documentário, digital, 2009, 19min.
TALLERES CLANDESTINOS | Catalina Molina, Áustria | Argentina, ficção, digital, 2010, 40min.
Mostra dos curtas indicados para 23rd European Short Film Award | 2010 | ACADEMIA EUROPEIA DE CINEMA
Juana, uma jovem boliviana, está tentada a se mudar para a Argentina para trabalhar como costureira. Seu marido e filho ficam em sua terra natal. Não demora muito para que a ilusão de que terá uma melhor condição financeira comece a desmoronar. A demanda do seu empregador se torna cada vez mais absurda e as condições de trabalho se tornam insuportáveis. Juana começa a fazer planos para voltar à Bolívia, mas, para seu chefe, deixar o trabalho não é uma opção. | 30 de julho | 15h
AMOR | Thomas Wangsmo, Noruega, ficção, digital,
THE EXTERNAL WORLD | David OReilly, Alemanha,
SP, animação, 10min.
digital,
2010,
Um marujo solitário navega, através de oceanos tumultuados por tempestades, em busca do reencontro com sua
Não é errado querer amor – você só tem que procurá-lo no lugar certo. | 29 de julho | 15h MARÍA’S WAY | Anne Milne, Inglaterra | Espanha, documentário, digital, 2009, 16min.
Short Matters | Teatro Castro Alves
Em uma cidade onde pessoas jovens e ricas fazem o que for preciso para conseguir o que querem, Thomas oferece um serviço único. | 30 de julho | 15h
eles começam a lutar de brincadeira, porém, de repente, um acidente acontece. Em pânico, Giano não sabe se Luc está morto ou inconsciente. | 30 de julho | 15h
AMPELMANN | Lights | Giulio Ricciarelli, Alemanha,
HANOI – WARSZAWA | Katarzyna Klimkiewicz, Polô-
2009, 14min.
ficção, digital, 2009, 14 min.
Lights é uma comédia. É a história de um policial de uma pequena cidade que tem o sonho de se tornar herói. Seu único problema é que a pacífica vila no fim do mundo em que mora não oferece oportunidade para heroísmos. Então ele decide tomar medidas próprias para que a presença dele como policial se faça necessária. | 29 de julho | 15h BLIJF BIJ ME, WEG | Stay, Away | Paloma Aguilera
Valdebenito, Holanda, ficção, digital 2009, 24min.
Cinco fragmentos que descrevem os problemas de uma relação entre três membros de uma família, principalmente o dilema da mãe, dividida entre seu parceiro e sua filha. | 29 de julho | 15h
animação, digital, 2010, 15min.
nia, ficção, digital, 2009, 30min.
Encurralados ao atravessar a fronteira, traídos por intermediários desonestos e perseguidos pela polícia: esta é a sina dos imigrantes ilegais que vêm do Vietnã para tentar se estabelecer na Polônia. Dentre eles, está Mai Anh, que atravessa a fronteira para encontrar seu namorado. Porém o encontro deles em um país estrangeiro não irá ocorrer como imaginaram... | 30 de julho | 15h ITT VAGYOK | Here I Am | Bálint Szimler, Hungria,
ficção, digital, 2010, 37min.
Victor não consegue dormir, então perambula pela rua. Ele se encontra com vários amigos e também com estranhos. Procura algo, assim como todos nós. | 29 de julho | 15h LES ESCARGOTS DE JOSEPH | Joseph’s Snails | Sophie Roze, Fran-
DIARCHIA | Diarchy | Ferdinando Cito Filomarino, Itália, ficção, digital, 2010, 20min.
ça, animação, 2009,12min.
digital,
Giano e Luc mal se conhecem. Eles estão dirigindo pela floresta para se abrigar da chuva na mansão de Luc. Depois de quebrar a tensão conversando,
Joseph é um menino tímido que coleta caracóis. Um dia, ele é
María´s Way é um documentário que retrata uma forma moderna de peregrinação e a vida de uma mulher que espera pela chegada dos andarilhos no seu pequeno pedaço do Caminho de Santiago. | 29 de julho | 15h
Um menino aprende a tocar piano. | 30 de julho | 15h TUSSILAGO | Jonas Odell, Suécia, animação, digital, 2009, 15min.
ONSKEBORN | Out of Love | Birgitte Staermose, Dinamarca, fic- ção e documentário, digital, 2009, 29min.
Uma fusão entre documentário e ficção, Out of Love retrata a vida de crianças que vendem cigarros na rua numa tentativa de sobreviver diante das consequências da guerra de Kosovo. Através da narrativa das crianças, o filme conta uma interessante e triste história que envolve memórias, perdas e medos. | 30 de julho | 15h RENDEZ-VOUS A STELLA-PLAGE | Shalimar Preuss,
França, ficção, digital, 2009, 18min.
Norbert Kröcher, um terrorista alemão, foi preso em Stocolmo em 1977. Ele estava liderando um grupo que planejava sequestrar uma política sueca, Anna-Greta Leijion. Alguns suspeitos foram presos nos dias seguintes, uma dessas pessoas foi a ex-namorada de Kröcher, ”A”. Essa é a sua história... | 29 de julho | 15h VENUS VS ME | Nathalie Teirlinck, Bélgica, ficção, di-
gital, 2009, 27min.
Envolvida no reino de seus pensamentos, Marie, uma garota de 12 anos, tem problemas em crescer. Quando sua mãe traz para casa um namorado novo, a comunicação entre eles parece ficar impossível. Frenética, Marie tenta reconquistar sua mãe enquanto silenciosamente encontra conforto no mundo das memórias. | 29 de julho | 15h Em Stella-Plage, voluntários realizam funerais para mortos esquecidos ou desconhecidos. Na praia, o telefone de uma cabine está tocando. Um casal que está passando por ali atende. Do outro lado da linha, uma mãe está tentando encontrar sua filha. | 29 de julho | 15h
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rETROSPECTIVA bERTOLUCCI | INSTITUT GOETHE | TEATRO ICBA 1900 | PARTE 1 | PARTE 2 | Estados Unidos, ficção,
digital, 1977
Olmo, filho bastardo de camponeses, e Alfredo, herdeiro de uma rica família de latifundiários, são amigos desde a infância, mas a origem social fala mais alto e os coloca em diferentes lados políticos e ideológicos. | 30 de julho | 14h AMORE E RABBIA | Agonia | Itália, ficção, digital, 1969, 30min.
Amore e Rabbia é um filme de cinco episódios: «A indiferença», de Carlo Lizzani; «Agonia», de Bernardo Bertolucci; «A sequência da flor de papel», de Pier Paolo Pasolini; «O amor», de Jean-Luc Godard; e «Discutamos, discutamos», de Marco Bellocchio. O filme dirigido por Bertolucci conta a história de um padre que, à beira da morte, enfrenta um dilema moral. | 29 de julho | 16h
se tornou viciado em heroína. A sua tentativa desesperada de afastar o filho da droga resulta numa relação quase incestuosa entre os dois. | dia 27 de julho | 18h O CÉU QUE NOS PROTEGE | The Sheltering Sky | Estados Unidos, ficção, digital, 1990, 138min. Kit e Pot Moresby, um casal de Nova York, viajam para a África em busca de aventura. George Tunner, um amigo, os acompanha. Eles esperam que novas experiências possam lhes dar um novo rumo na vida. Depois de uma discussão, Port fica vagando, conversa com um desconhecido e conhece uma prostituta. Mas o que ele não imaginava é que sua noite teria um final trágico. | 27 de julho | 14h O CONFORMISTA | Il Conformista | Estados Uni-
anos. Tornou-se um pseudo-imperador da Manchúria, quando esta foi invadida pelo Japão. Foi aprisionado pelos soviéticos e devolvido à China como prisioneiro político em 1950. | 29 de julho | 16h PARTNER | Itália, ficção, digital, 1968, 105min A história de Jacob, um estudante com ideias revolucionárias cuja existência solitária é abalada pelo aparecimento de seu duplo, que o incentiva a ter um maior engajamento político. Partner é fundamental para a compreensão de Os Sonhadores (2003), filme do diretor sobre a mesma época. | 28 de julho | 14h
ASSÉDIO | Besieged | Estados Unidos, ficção, digital,
Sr. Kinsky passa o tempo compondo músicas em sua mansão. Inesperadamente, chega Shandurai, uma refugiada africana que se faz sua empregada. Aos poucos, o amor por Shandurai brota no coração de Kinsky, fazendo com que sua devoção para com ela o afaste de tudo o que possui de mais precioso e desafie sua própria integridade. | dia 26 de julho | 16h A ESTRATÉGIA DA ARANHA | Strategia del ragno | França, ficção, digital, 1971, 100min. O jovem Athos Magnani Jr. retorna à sua cidade natal a pedido de Draifa, viúva de seu pai, morto em circunstâncias estranhas há 30 anos. À medida em que Athos investiga o passado do pai, ele se envolve na teia criada por Draifa e passa a se identificar cada vez mais com Athos Senior, até se perder em alucinações onde eles são a mesma pessoa. | 29 de julho | 14h
Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad encontra dois monges budistas tibetanos sentados na sua sala de estar, conversando com sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle, pois acreditam que o filho de Dean, um garoto de 10 anos, possa ser a reencarnação de Lama Dorje, um lendário e místico budista. | 28 de julho | 18h OS SONHADORES | The Dreamers | Itália, ficção,
digital, 2003, 115min (foto)
Após o suicídio de sua mãe, Lucy, uma garota americana de 19 anos, viaja para a Itália onde irá passar um tempo com velhos amigos da família. Lucy tem dois objetivos - descobrir quem é seu verdadeiro pai e rever um antigo namorado para quem tem se guardado esse tempo todo. O espírito inocente e jovem de Lucy provoca em todos uma profunda agitação. | 27 de julho | 16h
Em maio de 1968, o jovem estadunidense Matthew vai a Paris para estudar francês. Completamente apaixonado por cinema, ele rapidamente faz amizade com a jovem francesa Isabelle e seu irmão gêmeo Theo. Os três têm, em comum, uma enorme paixão pelo cinema, sobretudo pelos filmes clássicos. A amizade entre eles começa a florescer. | 28 de julho | 16h
LA LUNA | Estados Unidos, ficção, digital, 1979,
O ÚLTIMO IMPERADOR | The Last Emperor |
142min.
Estados Unidos, ficção, digital, 1987, 163min.
Caterina, uma cantora de ópera americana, resolve levar Joe, o seu filho adolescente, numa longa turnê pela Itália. Mas ela entra em choque quando descobre que o seu filho solitário e problemático
Pu Yi, declarado imperador da China com apenas três anos, viveu enclausurado na Cidade Proibida até ser deposto pelo governo revolucionário, enfrentando o mundo pela primeira vez aos 24
BELEZA ROUBADA | Stealing Beauty | Estados
Unidos, ficção, digital, 1996, 118min.
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dos, ficção, digital, 1994, 123min.
Enquanto procura um apartamento em Paris, uma bela jovem conhece um americano, cuja esposa recentemente cometeu suicídio. O desejo entre os dois surge instantaneamente e eles começam um voraz relacionamento. | 26 de julho | 14h
AS DAMAS DO BOSQUE DE BOULOGNE | Les Dames du bois de Boulogne | Robert Bresson, França, ficção, digital, 1945, 90min.
Para se vingar de seu amante que a abandonara, uma mulher do mundo arma-lhe um casamento com uma jovem de bordel, com a cumplicidade de sua mãe. | 26 de julho | 15h
Na Itália, Marcello passa a trabalhar para o ditador Mussolini. Ao casar-se com uma jovem do regime, começa a conformar-se cada vez mais com a situação do país. Em uma viagem para Paris com dupla intenção - lua de mel e missão do governo -, a história começa verdadeiramente. | 26 de julho | 18h O PEQUENO BUDA | Little Buddha | Estados Uni-
Unidos, ficção, digital, 1973, 136min. (foto)
Mostra Amor à Francesa | SALA WALTER DA SILVEIRA
dos, ficção, digital, 1971, 107 min.
1999, 93min.
ÚLTIMO TANGO EM PARIS | Ultimo Tango a Parigi | Estados
CAIS DAS SOMBRAS | Le Quai des Brumes |
musical, digital, 1964, 91min.
Geneviève Emery, cuja mãe possui um comércio de guarda-chuvas, é uma adolescente de 17 anos que se vê obrigada a decidir entre esperar por seu amor, um mecânico de 20 anos que foi servir ao exército na Argélia, ou se casar com um comerciante de diamantes, que se propõe a criar o bebê que ela espera como se fosse seu. | 29 de julho | 15h
Marcel Carné, França, 1938, 91min.
Numa estrada nebulosa, um soldado solitário busca refúgio num bar de beira de estrada, onde várias almas perdidas remoem as suas melancolias. O soldado é Jean (Jean Gabin), e sua solidão é interrompida quando ele encontra Nelly (Michele Morgan), uma andarilha depressiva e se apaixonam. | 27 de julho | 17h DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS | Les Demoiselles de Rochefort | Jacques Demy, França, ficção,
digital, 1967, 91min.
Delphine e Solange são duas irmãs gêmeas encantadoras e espirituosas de 25 anos. Delphine, a loira, dá aulas de dança e Solange, a ruiva, aulas de música. Elas vivem, então, da música e sonham ir para Paris e ter uma vida de fantasias. | 29 de julho | 17h GUARDA– CHUVAS DO AMOR | Les Parapluies de Cherbourg | Jacques Demy, França | Alemanha,
HIROSHIMA MEU AMOR | Hiroshima Mon Amour | Alain Resnais, França | Japão, ficção, digital, 1959, 90min.
Participando de um filme sobre a paz em Hiroshima nos anos 50, atriz francesa passa a noite com um arquiteto japonês às margens do Rio Oda. Tudo isso traz lembranças de sua juventude na cidade de Nevers durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual foi perseguida, quando se apaixonou por um soldado alemão. | 28 de julho | 15h MÁ FÉ | Mauvaise Foi | Roschdy Zem, França, ficção,
digital, 2006, 88min.
Clara, judia, e Ismael, muçulmano, são um casal feliz até o dia em que ela engravida. A relação do casal passará, então, por duras provas e terá de achar seu caminho entre o peso das tradições, os reflexos identitários e outras pressões familiares. | 30 de julho | 15h
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MADAME BOVARY | Claude Chabrol, França, ficção, digital, 1991, 140min.
Emma Rouault, de origem camponesa, casa com o médico viúvo Charles Bovary. A vida no interior e o marido a aborrecem, e muito. Convidada para participar de um baile de máscaras, em que predominam o luxo e a música, Emma conhece o mais belo dia de sua existência. | 26 de julho | 17h O AMOR ESTÁ NO AR | Ma Vie en L’air | Rémi Bezançon, França, ficção, digital, 2005, 103min.
Instrutor de uma companhia aérea, Yann Kerbec avalia as capacidades dos pilotos com simuladores de vôo, em situações extremas. Mas Yann tem um problema: ele tem pavor de avião, um pânico originado no seu nascimento e que o impediu, quando jovem, de seguir a mulher de sua vida do outro lado do mundo. Hoje, ele tem 30 anos e desenrola o fio de seu trauma com nostalgia e humor faz o balanço de
PODERÁ SER AMOR ? | Je crois que je l’aime | Pierre Jolivet, França, fic-
sua histórias de amor fracassadas por conta de sua fobia. | 30 de julho | 17h
ção, digital, 2007, 90min.
SOB OS TETOS DE PARIS | Sous les toits de Paris | René Clair, França, ficção, 1930, 96min. Um cantor de rua parisiense, apaixona-se por uma moça e é forçado a lutar contra o namorado dela, com a ajuda de canções, mímica e pouca conversa. Esta comédia de suspense situa-se na linha divisória entre os filmes mudos e os falados. | 28 de julho | 17h UM DIA NO CAMPO | Une Partie de Campagne | Jean Renoir, França, ficção, digital, 1936, 40min Monsieur Dufour, comerciante em Paris leva sua família para um ensaio no campo. Enquanto pesca com o noivo de sua filha, sua esposa, madame Dufour, e sua filha Henriette aproveitam o dia na companhia de dois rapazes... | 27 de julho | 15h
das ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz num hospital psiquiátrico, passa a viver numa estrutura adaptada a ela e dessa forma reencontra a felicidade. | 28 de julho | 16h
Lucas, 43 anos, um homem de negócios divorciado, sente-se irresistivelmente atraído por Elsa, 38 anos, uma ceramista sofisticada a quem encomendou um fresco para a fachada do seu edifício de escritórios. | 28 de julho | 14h e 30 de julho | 14h
Animações Francesas | SALA ALEXANDRE ROBATTO RESOLUMENT ANIMÉS | DECIDIDAMENTE ANIMADOS “Decididamente animados” é um conjunto de cerca de 60 curtas de animação franceses organizados em 6 programas temáticos, com curadoria do Festival de Animação de Annecy. O CineFuturo apresenta 4 programas da coleção, são eles: ANIMATIONS CITOYENNES | Curtas sociais | Sobre temas variados como a ecologia, a guerra, a liberdade, a justiça. | 27 de julho | 14h
ON N’EST PAS DES MACHINES | Não somos máquinas | Reflete sobre a tecnologia e o mundo contemporâneo. | 27 de julho | 16h ENTRE CHIEN ET LOUP | Entre cães e lobos | São curtas sobre bichos animados. | 29 de julho| 14h ENFANTILLAGES | Brincadeiras de criança | Traz brincadeiras sobre temas infantis e universais. | 29 de julho | 16h
Mostra Sandrine Bonnaire | SALA ALEXANDRE ROBATTO AOS NOSSOS AMORES | A Nos Amours | Mauri-
ce Pialat, França, ficção, digital, 1983, 100 min.
Em uma pequena vila de Corse, a vida apagada e discreta de Hélène é composta por dias que se conectam e se parecem... Tudo se confunde no dia em que ela surpreende um jovem casal de americanos jogando xadrez no terraço de um hotel. Inicialmente curiosa, em seguida completamente apaixonada por tal jogo, Hélène se propõe com total obstinação a dominar as regras do xadrez. | 30 de julho | 16h MULHERES DIABÓLICAS | La Cérémonie | Clau-
de Chabrol, França, ficção, digital, 1995, 11min.
Suzanne, quinze anos, acumula aventuras amorosas sem conhecer o amor de verdade. Quando seus pais se separam, ela tem que enfrentar a hostilidade da mãe e do irmão, que condenam veementemente seu comportamento. | 26 de julho | 14h JOUEUSE | Xeque – Mate | Caroline Bottaro, França,
ficção, digital, 2009, 97min
Discreta e calada, Sophie é escolhida pela rica família Lalièvre para tomar conta de sua mansão e faz amizade com a curiosa e intrometida Jeanne, dona do correio local. | 26 de julho | 16h
O Ciclo de Palestras, realizado em parceria com o Programa Cinema do Brasil, será realizado em Salvador, no Hotel Sol Victoria Marina, nos dias 25, 26 e 27 de julho de 2011, das 10h às 12h30. Palestra 1 | Preparação de projetos para o Berlinale Co-Production Market e World Cinema Fund - European Film Market 2012 | Sonja
Heinen | Faz parte do Berlin International Film Festival desde 2003 como Diretora do Berlinale Co-Production Market e, a partir de 2004, também na função de Gestora de Investimentos do World Cinema Fund.
Berlinale Co-Production Market | O sucesso do Berlinale Co-Production Market é expressivo: mais de 40% dos projetos submetidos já foram realizados. Sonja explicará a importância de que o projeto tenha vocação para a coprodução internacional e o que desperta o interesse dos parceiros internacionais no Co-Production Market. Sonja também apresentará o funcionamento do World Cinema Fund e trará informações sobre como os produtores brasileiros podem participar, o que o produtor deve fazer para apresentar um projeto e quais os critérios de seleção. | 25 de Julho | 10h
Sandrine Bonnaire, França, documentário, digital, 2007, 85min.
Palestra 2 | Exibição alternativa no mercado espanhol | Diego Rodríguez | Especialista em Fes-
A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filma-
Cine Español en Ruta é um projeto do Ministério
O NOME DELA É SABINE | Elle s’appelle Sabine |
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Ciclo de Palestras | Hotel Sol Victória Marina
tivais de Cinema e exibição alternativa. É diretor do Projeto Cine Español en Ruta (Cinema Espanhol Itinerante).
da Cultura da Espanha e do ICAA (Instituto de Cinematografia e das Artes Audiovisuais) que tem como objetivo amenizar os problemas de distribuição e exibição dos filmes espanhóis levando uma seleção de produções recentes do país a cidades que dificilmente teriam essa oportunidade, ou pela falta de salas de cinema ou pela falta de programação de filmes espanhóis independentes nas salas comerciais. O projeto reúne atualmente um circuito de exibição alternativa que compreende setenta cidades espanholas e vinte cidades fora do país. | 26 de Julho | 10h Palestra 3 | Distribuição e exibição: alternativa no mercado brasileiro | André Sturm |
Diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som), Presidente licenciado do SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de SP) e Diretor do Programa Cinema do Brasil. É diretor, produtor e distribuidor. Entre 2004 e 2011 também atuou como exibidor, à frente do cinema Belas Artes.
O mercado exibidor tradicional a cada dia fica mais inacessível. Os grandes filmes de Hollywood são lançados com mais cópias e ocupam as salas de maneira voraz, não deixando espaço para as cinematografias diversas. É necessária uma ação do Estado sobre isso, mas enquanto isso não acontece, existem formas diversas de chegar ao público que podem ser utilizadas e que alcançam grande sucesso. | 27 de Julho | 10h
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Lounge Multimídia | FOYER DO TEATRO CASTRO ALVES De 25 a 30 julho | 15h > Mostra de Animações Francesas | RESOLUMENT ANIMÉS | DECIDIDAMENTE ANIMADOS PROJETO ESPECIAL: DUAL CHANNEL 26/07 | Terça-Feira | 18h30 ALEX COLEMAN | A máquina exposta: fragmentos de uma memória recombinada (armação sádica#6) A obra expõe dados do computador pessoal de Alex, que também é usado por amigos e parceiros de uma produtora de cinema e vídeo. Cenas apagadas, rascunhos, idéias avulso, fotos e texto, trazem a tona todo tipo de arquivos encontrados no hard disk da máquina. Memórias afetivas, conversas descompromissadas, fotos de família misturadas com arquivos da rede, combinando todo tipo de material. É como ter acesso aos sonhos de alguém. 27/07 | Quarta-Feira | 18h30 FERNANDO RABELO | Flying Saucers O artista mineiro apresenta o resultado da performance “flying saucers”. Este trabalho foi de-
senvolvido por Fernando durante uma residência artística no Vrije Academie em Den Haag/Holanda, em parceria com o World Wide Visual Festival. Nele as imagens se formam a partir de gráficos interativos, que reagem de acordo com os sons emitidos no ambiente.
Realização
Produção
28/07 | Quinta-Feira | 18h30 DANILO BARATA | “Celestial Movements” Fruto do prêmio de residência artística Videobrasil WBK Vrije Academie, a instalação aborda os processos de iniciação e do transe.
Direção Geral
José Walter Lima Coordenação Geral
Neusa Barbosa
29/07 | Sexta-Feira | 18h30 AYRSON HERÁCLITO | A painter and his cultural Landscape O trabalho aborda o conceito de Hibridação entre as artes visuais e o audiovisual. Referindo-se a idéia do artista frente a sua “paisagem cultural”. Obras conjugadas do homem e da natureza ilustram a evolução da sociedade e dos estabelecimentos humanos ao longo dos tempos. 30/07 | Sábado | 17h JOÃOZITO | Série Umidades
Lançamento de Livros | FOYER DO TEATRO CASTRO ALVES 28 de julho | Quinta-Feira | 18h
Direção de Produção
Sibele Américo Curadoria
Mesas Redondas Ivana Bentes Mostra Competitiva de Curtas Maria do Rosário Retrospectiva Bernardo Bertolucci Fiorella Amico
Caetano
Coordenação
Mesa Redonda Ivana Bentes Comunicação Bertrand Duarte Mostra Internacional Natália Reis Lounge Multimídia Flávio Lopes Ciclo de Palestras Laura Ballester Monferrer Paula Gastaud (Cinema do Brasil) Financeira Daniela Floquet Gestão de Projetos Milena Raynal Conceito Cenográfico Lounge Multimídia
Joãozito Participação Especial
Fernando Marinho Produção
Alexandre Lucena Joana Marambaia Rebeca Castro Produção Técnica
Cláudia Salomão Assistentes de Produção
Cine
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filia | Antoine de Baecque | 20 11
rin | 2010 Cezar Miglio
Avatar: O futuro do Cinema e a Ecolo gia das Imagens Digitais | Erick
Felinto e Ivana Be ntes |
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Viagem ao Afeganistão | Arthur Omar | 2010
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2011
Manolo Araujo Pedro Benevides Saulo Robledo Comunicação
Apresentador Nonato Freire Comunicação On-Line Lucas Debarbo Assessoria de Imprensa João Saldanha | Agnes Textos de Apresentação Júlio Góes Editor do Seminário Magazine Raul Moreira Projeto Gráfico Sérgio Fujiwara Programação Visual Ângela Fujiwara
Cardoso
Fotografia Priscila Rodrigues Edição Karine Barreto Programação de Formatos Gabriela Barreto Tradução Andris K. Walter | Natália Reis Revisão Aline Monteiro | Natália Reis Legendagem Quatro Estações Tradução Simultânea Tisel Bahia Projeção TCA Alltech Sonorização João Américo
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secretaria do audiovisual -minc