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PLANTAÇÃO DE IGREJA

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BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

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Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Mateus 28:19,20

Era a manhã do sábado, um dia muito especial na cultura dos judeus, Maria Madalena, acompanhada por outras mulheres, foram ver o sepulcro onde o corpo de Jesus fora colocado. A cena era indescritível, Jesus estava lá, à princípio elas não o reconheceram, seu aspecto era como um relâmpago e a sua veste muito branca. Elas ficaram espantadas, tiveram medo, mas ao mesmo tempo alegres ao constatarem que era Jesus e ele estava vivo. Saíram dali correndo para avisar os discípulos. Todos eles viram Jesus, em vários encontros diferentes. Mas no último e grande encontro marcado por Ele, os discípulos recebem a incumbência de evangelizar o mundo, levarem as pessoas à conversão, batizando-as, para que elas fizessem parte da Igreja de Cristo, ensinando-as a viverem segundo os Seus ensinamentos, no poder do Espírito. Este texto ficou conhecido como a Grande Comissão. Deus o Pai enviou Jesus para a salvação do mundo, e Jesus Cristo nos enviou para continuarmos a fazer discípulos, “Assim como o Pai me enviou, assim também eu os envio a vós”. Jo 20.21

Plantar igrejas é parte da tarefa missionária. Os novos convertidos precisam de igreja - um lugar para se reunirem, manterem a comunhão cristã e assim se multiplicarem. A Grande Comissão de Mateus não pode ser obedecida sem plantação de igrejas.

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1. O QUE É PLANTAR IGREJAS

A plantação de igrejas é o estabelecimento de um corpo organizado de crentes em um novo local. O processo de plantar uma igreja envolve o evangelismo, o discipulado de novos crentes, a formação de líderes e a organização da igreja de acordo com o modelo do Novo Testamento.

O Apóstolo Paulo, por ocasião das suas viagens, sempre tentava passar bastante tempo em cada cidade para estabelecer um corpo local de crentes e treinar a liderança (Atos 14.21-23). Mais tarde, ele tentava revisitar essas igrejas para confirmar e incentivá-los na fé (Atos 15:41; 1 Tessalonicenses 3:2). As igrejas que ele estabeleceu, então, enviavam os seus próprios missionários, dando assim continuação à obra de plantação de igrejas (1 Tessalonicenses 1:8).

A plantação de igrejas possui um foco específico dentro da maior obra de “missões”. Os plantadores de igrejas são missionários que concentram os seus esforços na pregação e no ensino da Palavra de Deus. Outros missionários que se especializam em determinadas habilidades talvez não sejam considerados “plantadores de igrejas” oficialmente, mas fornecem um serviço valioso aos que o são.

A Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista define que “A igreja é uma comunidade de discípulos que vão sendo aperfeiçoados até se tornarem parecidos com Jesus. O ato de plantar igrejas vai disseminando novas comunidades fazendo com que o Evangelho permaneça para as futuras gerações.

A Grande Comissão nos ordena a fazer discípulos em cidades ou bairros onde não há igrejas ou há poucas, ou entre povos sem igreja, implica na plantação de novas igrejas. Se o nosso alvo é que o Evangelho esteja permanentemente enraizado em uma cidade ou bairro, precisamos de uma igreja local capaz de se multiplicar. Essa foi a estratégia da igreja primitiva para cumprir a grande comissão conforme Atos 14. 21-23. Para o Apóstolo Paulo, fazer discípulos significava o amadurecimento e fortalecimento dos novos convertidos estabelecidos em igrejas locais.

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O objetivo principal dos plantadores de igreja deve ser glorificar ao Senhor em uma comunidade ao fundar uma igreja ou congregação com um grupo de crentes que seja autônomo e auto propagador. Quando este objetivo é alcançado e a igreja é capaz de cuidar de si mesma, o plantador de igrejas geralmente segue a uma comunidade diferente e começa o processo novamente.”

Algumas igrejas evangélicas têm desafiado e capacitado seus líderes e pastores para serem plantadores de novas igrejas, criando estratégias e metas. Cabe citar o exemplo da Convenção Batista Brasileira, que estabeleceu a meta de “1 igreja para cada 10.000 habitantes e 4,2 milhões de membros em 2020, baseada nos cinco princípios do livro de atos: Oração; Evangelização discipuladora; Formação de líderes; Compaixão e graça; Plantação de novas igrejas”. Fonte: http://igrejamultiplicadora.org.br/new/visao-brasil-2020

2. O SURGIMENTO DA IGREJA NO LIVRO DE ATOS

O livro de Atos aborda o estabelecimento e o crescimento da Igreja entre o povo judeu e entre os gentios. Este livro continua, até os dias de hoje, sendo o manual perfeito para plantadores de igrejas, transcendendo milênios. Neste livro estão registrados os passos a serem seguidos para a plantação e estabelecimento de igrejas fortes e multiplicadoras, independente da sua localização no globo terrestre mesmo em circunstâncias adversas.

Jesus foi o mestre da escola de treinamento dos apóstolos, os primeiros plantadores de igrejas. A plantação de igrejas teve início quando o evangelho se moveu de Jerusalém para a Judéia, Samaria e as partes mais remotas da terra.

O livro de Atos traz evidências sobre o estabelecimento e crescimento da igreja entre judeus e gentios, desde Jerusalém até Roma. Eles fizeram discípulos e plantaram igrejas por meio da pregação do evangelho, ministrada pelos apóstolos.

• A descida do Espírito Santo. “E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram

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sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”

Atos 2. 2-4 • Batismo dos novos crentes. “Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas”. Atos 2:41 • Comunhão: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Atos 2.42 • Multiplicação: “louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos”. Atos 2:47 • Perseguição e dispersão dos crentes: A perseguição surgiu depois da morte de

Estêvão, pela qual a igreja de Jerusalém foi dispersa. “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.” At 26.9-11 • Edificação e crescimento da igreja: Congregações locais eram estabelecidas em

Jerusalém, na Judéia, Galileia e Samaria: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do

Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” At 9.31

3. EXPANSÃO DA IGREJA NO MEIO DOS GENTIOS

Apesar da ordem deixada por Jesus antes de subir aos céus, para que os discípulos fossem e fizessem discípulos de todas as nações, durante muitos anos a Igreja ficou restrita aos judeus, sem nenhuma tentativa no sentido de evangelizar os gentios.

Os judeus, mesmo convertidos, tinham uma mentalidade preconceituosa sobre a salvação dos gentios. Somente o poder de Deus poderia arrancar deles tais sentimentos e condutas preconceituosas. Existiam dúvidas sobre o fato de judeus e gentios receberem salvação de igual modo. Os judeus os consideravam impuros. Até da sua comida se recusavam a participar por não ser preparada de acordo com a Lei de Moisés.

Deus interveio diretamente nesta situação providenciando um contato entre duas pessoas, Cornélio, um gentio interessado no Evangelho, e Pedro, o pregador

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judeu. Deus queria mostrar que o evangelho não era patrimônio de nenhuma raça ou sistema religioso.

Cornélio era oficial romano, morador de Cesaréia, capital romana da Palestina, homem piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, At 10.30. Ele desejava entender acerca da salvação. Em um momento de oração, um anjo o visitou indicando onde ele deveria procurar o mensageiro que poderia tirar as suas dúvidas.

Cornélio seria o ponto de contato entre a Igreja e os gentios. E Deus estava moldando um pregador judeu para completar o seu plano de alcançar os gentios com a salvação.

Nesta ocasião, Pedro estava em viagem evangelística na Judéia, chegando até Jope, At 9.32-43. Por onde Pedro passava, pessoas estavam se convertendo e milagres estavam acontecendo, um deles foi a ressureição de Dorcas, atos 9.40. Ele não tinha entendimento a respeito do que Deus estava para fazer e porque deveria permanecer ali, mas Deus estava apenas realizando o seu plano.

Pedro se preocupava sobre como o Evangelho poderia chegar aos gentios. Como judeu, ele sabia das implicações sobre qualquer tipo de aproximação e convivência com os gentios. Pela lei judaica, ele não poderia se hospedar ou comer a comida dos Gentios, ela era considerada imunda pelos judeus. Se ele fizesse isso, os judeus convertidos poderiam se escandalizar.

Enquanto Pedro estava em Jope, Deus visitou Cornélio no seu período de oração, através de uma visão onde um anjo lhe aparecia e lhe orientava a chamar Pedro. Pedro também teve uma visão onde um lençol descia até ele com toda a sorte de animais. O apóstolo ficou perplexo sobre qual seria o significado da visão. Neste momento, chegam alguns homens pedindo-lhe que fosse pregar na casa de Cornélio, o gentio.

Depois da visitação poderosa de Deus na família de Cornélio, Pedro entendeu que havia chegado a hora dos gentios entrarem na Igreja, At 10.17-20. Daquele momento em diante a Igreja de Jesus não pararia mais de crescer entre povos, línguas e nações espalhadas por toda a terra.

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4. PAULO E SEUS COMPANHEIROS NAS VIAGENS MISSIONÁRIAS

No início do seu ministério, Paulo e seus companheiros pregavam nas sinagogas de cada cidade. Mas devido ao fato de muitos judeus rejeitarem a Cristo e se indignarem com a pregação, os missionários reconheceram o chamado de Deus para testemunhar aos gentios. Em muitos lugares por onde os apóstolos passaram para estabelecer as primeiras igrejas, eles sofreram espancamento, foram presos.

Segunda Jornada Missionária (Atos 15:36-18:22): Paulo estava pronto para participar de uma outra viagem missionária. Ele pediu a Barnabé que se juntasse a ele para visitar as igrejas de sua primeira viagem missionária. Um desacordo, no entanto, causou sua separação. Deus transformou esta disputa em algo positivo, pois agora havia duas equipes missionárias. Barnabé foi para Chipre e Paulo foi com Silas para a Ásia Menor.

Deus dirigiu Paulo e Silas para a Grécia, levando o Evangelho à Europa. Em Filipos, a equipe missionária foi espancada e presa. De repente, Deus fez com que um terremoto abrisse as portas da cela para libertá-los de suas correntes. O carcereiro e sua família acreditaram em Cristo, mas os funcionários do governo imploraram que fossem embora.

Ao chegar em Atenas, Paulo proclamou, no areópago, o único Deus verdadeiro que podia ser conhecido e adorado sem ídolos feitos por mãos humanas. Novamente, alguns desprezaram, enquanto alguns acreditaram. Paulo ensinou estabeleceu igrejas, fez muitos discípulos de todas as origens: Timóteo, Lídia, Aquilha e Priscila.

Terceira Jornada Missionária (Atos 18:23-20:38): Nesta última viagem, Paulo fervorosamente pregou na Ásia Menor. Deus confirmou a sua mensagem com milagres. Atos 20:7-12. A perseguição e oposição ao Evangelho, fortificaram os cristãos verdadeiros.

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5. JESUS O PERFEITO MODELO DE UM PLANTADOR DE IGREJA

Jesus tinha um plano de ministérios que deve ser o plano de ministério daqueles que são seus discípulos, chamados para gerar novos discípulos e plantar igrejas. Paulo descreve o seu plano de ministério em Filipenses 2. 4 a 8

“Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.

E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.

Assim como Cristo se esvaziou para cumprir a sua missão, para plantar uma igreja bíblica, e relevante, também precisamos nos esvaziar. Sem deixar de lado os princípios básicos e inegociáveis da fé cristã, precisamos contextualizar o evangelho no mundo.

A encarnação de Cristo é um exemplo para todo plantador de igreja. Se ele, sendo filho de Deus, renunciou à sua glória e vivenciou de maneira plena e integral a experiência humana, nós, como plantadores de igreja, também devemos corajosamente, esvaziar-nos a nós mesmos, tornando-nos mais servos e mais “semelhantes aos homens”. As igrejas que fazem diferença no mundo são aquelas que vivem para servir e a encarnação é condição essencial para o serviço. Precisamos plantar igrejas mais interessadas na glória do Pai, seguindo o exemplo do Filho, no poder do Espírito.

Atualmente fala-se muito sobre a importância da implantação de projetos com capacidade para transformar pessoas, famílias e comunidades, mas as tecnologias sociais não possuem poder suficiente para transformar e resgatar as pessoas da perdição eterna. Ao passarem pelos projetos sociais, nem por isso se sentem inseridas em um grupo onde podem desenvolver o senso de pertencimento, onde possam se sentir acolhidas. A Igreja, através da mensagem do evangelho de Jesus, tem esse poder de acolher, salvar e transformar pessoas, famílias e comunidades.

A Igreja tem capacidade para nutrir e integrar. Os novos crentes precisam ser integrados em rebanhos locais, e, onde não houver um rebanho, o evangelista sábio

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estabelecerá novas igrejas. Sua obra não é completa até que uma igreja ali exista, para nutrir e envolver os novos crentes no ministério do evangelho.

“Quando pregamos as Boas Novas de Jesus nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação de pessoas, e quando plantamos igrejas nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação da sociedade em que vivemos. A questão, então, não é se devemos ou não plantar igrejas, mas como plantá-las”! BAUSELL, Adrien 2014 “Plantar Igrejas é a Melhor Estratégia de Crescimento.

Onde a igreja chega, o Reino de Deus chega. Onde o Reino de Deus chega, a transformação tem que chegar na esfera espiritual e social. Onde existe uma igreja plantada, o índice de criminalidade, violência, exploração, corrupção, fome e miséria devem ser reduzidos; os relacionamentos devem ser restaurados, a operação do mal deve ser detida.

Venha o teu Reino! Assim orou Jesus. O Reino é estabelecido na terra quando se estabelece na vida das pessoas. Devemos orar pela salvação e libertação das pessoas. Orar é expressar o desejo do coração de Deus, “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. I Tm 2.3 e 4

6. CARACTERÍSTICA DE UM PLANTADOR DE IGREJAS

1. Oração: está convencido de que orar é mais do que uma prática devocional; 2. Integridade: honra os compromissos, se pauta pelos princípios cristãos, não se corrompe moralmente. 3. Chamado de Deus: possui e exibe uma vontade de se entregar ao serviço de

Deus e à Igreja, expressa convicção de que Deus o deseja proclamando a Palavra para iniciar uma nova igreja. 4. Vida Familiar: o marido e a esposa partilham da visão ministerial; eles têm um acordo explícito com relação ao papel de cada um e envolvimento com o ministério. 5. Conscientização: é responsável no cumprimento das tarefas; é uma pessoa autocontrolada levando uma vida disciplinada; usa o tempo da melhor forma para servir a Deus e a igreja. 6. Humildade: lidera com confiança em Deus, sem demonstração de afirmações

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egoístas. 7. Liderança: lidera outros no sentido de cumprir a missão; respeita os sentimentos, pontos de vista e habilidades dos outros, coloca as pessoas conforme seus dons e as necessidades e oportunidades do ministério. 8. Administração: organiza as tarefas do ministério em um plano de ação fácil de ser seguido, o qual avalia e revisa; identifica os recursos requeridos; efetua o ministério através de outros. 9. Pregação: proclama a palavra de Deus de maneira redentora, convincente e vitoriosa. 10. Treinamento de líderes: edifica seguidores maduros de Cristo, utilizando seus dons no ministério. 11. Flexibilidade e estabilidade emocional: mantém o equilíbrio emocional; é paciente e sincero, não é mal-humorado, capaz de rir de si mesmo. Dá boas vindas a novas responsabilidades, reage com eficiência à mudança. 12. Sensível: é centrado no outro, demonstrando amor, paciência e doçura em todas as suas relações; é sensível às dores e lutas dos outros; valoriza aqueles que não sãs valorizados pela sociedade e nega a si mesmo para o bem dos outros. Timothy J. Keller J. Allen Thompson

7. POVOS NÃO ALCANÇADOS E A PLANTAÇÃO DE IGREJAS

JOHNSTON, Patrick, livro “A Igreja é maior do que você pensa”, aborda a questão da Janela10/40 onde grandes faixas da superfície do globo continuam sem uma testemunha cristã nativa. Dos 6 bilhões de pessoas do mundo, aproximadamente, 1,4 bilhão, nunca tiveram a chance de ouvir o evangelho e mais de 95% dessas pessoas vivem dentro da janela 10/45.

Na Janela 10/45 estão 90% das pessoas mais pobres do mundo, dos excluídos, das crianças maltratadas e menos alfabetizadas. É o lugar onde as doenças como AIDS, tuberculose e malária se espalham sem tratamento e sem controle. É também a área menos acessível a qualquer esforço missionário, tanto em razão do sistema político e opressão e perseguição religiosa como pela localização geográfica.

Além dessas dificuldades existe a fortaleza espiritual que Satanás estabeleceu

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na janela 10/40, com certeza ele irá resistir a qualquer iniciativa para que esses povos conheçam Jesus, o alvo das missões mundiais no terceiro milênio deve ser uma igreja para cada povo e o evangelho para cada pessoa.

Jesus declara no texto da grande comissão sobre fazer discípulos de todos os povos. É necessário ter seguidores de Jesus em todos os povos.

Plantar uma congregação de crentes em uma pequena tribo pode ser significativo, mas uma igreja entre 6 milhões de tibetanos ou algumas igrejas entre os 200 milhões de bengalis, significa menos que uma gota num barril. Esses povos precisam ter a bíblia traduzida para terem pessoas e igrejas fortes. Culturas que não tem a Bíblia traduzida nas suas línguas tendem a desaparecer como foi ocaso do desaparecimento da grande igreja norte-africana entre a chegada do Islã em 698 e o século XII.

Para Willian Carey, a tradução da Bíblia era tão importante que se tornou o principal impulso do seu ministério. Louvamos a Deus pelo ministério das sociedades bíblicas ao redor do mundo, da Associação Wycliffe de Tradutores da Bíblia, e outras organizações que tem investido esforços na tradução da Bíblia para as línguas que ainda não tem as Escrituras.

No Brasil, a igreja cresceu muito nos últimos 30 anos. A Região Nordeste apresentou a maior taxa de crescimento de evangélicos na última década. Existem entre 110 mil a 140 mil igrejas evangélicas de todos os tipos. Porém a necessidade ainda continua. Para alcançar o Brasil precisamos:

• Plantar entre 100 a 150 mil novas igrejas nos lugares certos; • Identificar os lugares que ainda não foram alcançados; • Motivar a Igreja para plantar novas igrejas em lugares estratégicos; • Preparar líderes para as igrejas existentes e as que vão surgir; • Mobilizar missões para os grupos que não serão atingidos naturalmente (tribos, grupos étnicos urbanos, ricos, sertanejos, ribeirinhos e outros lugares fora de mão.

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8. PROCESSO PARA PLANTAÇÃO DE IGREJAS

• Estudo do cenário social onde a igreja deverá ser plantada. • Elaboração prévia de um projeto levando em consideração as características da população da região. • Seleção e treinamento adequado do plantador. • Estabelecimento de parcerias estratégicas. • Supervisão pastoral e administrativa do plantador. • Definição clara de um ciclo visando a autossuficiência. • Compromisso com a multiplicação do processo.

Segundo Clinton Sathler Linz César, a igreja que emerge deste processo deverá ser grandemente caracterizada:

• Pelo constante diálogo com a cultura • Pela criatividade nos seus métodos • Por uma adoração inspiradora • Por uma pregação bíblica, com integridade e relevância. • Por uma espiritualidade transformadora • Pelo compromisso com a ética cristã • Por um modelo participativo de liderança • Por relacionamentos afetivos e acolhedores • Pela compaixão e ação para com os que sofrem • Por uma paixão evangelística.

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