Edição Semmais 03 Novembro 2018

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semmais

SÁBADO 3 DE NOVEMBRO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 1013 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

JOAQUIM SANTOS, PRESIDENTE DA CÂMARA DO SEIXAL, EM EXCLUSIVO

«O NOSSO CONCELHO JÁ ESTÁ NO RADAR DOS GRANDES INVESTIMENTOS» O edil seixalense fala de um concelho pujante que está a viver os resultados de uma estratégia de desenvolvimento iniciada há uma década. Sem esquecer a sua dimensão industrial o Seixal, de Joaquim Santos, aposta no desenvolvimento económico e no bem-estar das populações. P8-9

SOCIEDADE

TERMINAL DE CONTENTORES EM CONSULTA PÚBLICA Com a relocalização da infraestrutura garantida, no novo EIA, a câmara do Barreiro prepara-se para dar parecer favorável ao projeto cujo concurso público internacional deverá ser lançado até março de 2019 pela APL P4

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CAMIONISTAS DA REGIÃO ABASTECEM DEPÓSITO EM ESPANHA P5 NEGÓCIOS

DISTRITO GANHA 2538 NOVAS EMPRESAS EM NOVE MESES P13

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SOCIEDADE

ATORES E MÚSICOS ABRAÇAM A MISSÃO DE PROMOVER O ALENTEJO

Entidade Regional de Turismo nomeia novos embaixadores do Alentejo Os novos embaixadores do Alentejo estiveram reunidos em Beja. Entre os promotores da região estão os irmãos Rosado, os “Anjos”, que apesar da sua forte ligação aos concelhos de Sesimbra e Seixal, voltaram às suas fieis origens alentejanas «com muito orgulho». TEXTO CARINA MARTINHO COELHO IMAGEM DR

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aborear vinhos, andar de charrete, percorrer as muralhas do Castelo de Beja, apreciar o Cante Alentejano foram algumas das atividades que os “Anjos” (Nélson e Sérgio Rosado), Dalila Carmo, José Fidalgo e Sofia Ribeiro puderam experienciar, no primeiro fim de semana como embaixadores do Alentejo. A paisagem alentejana não é novidade para os novos embaixadores, que ressalvam a importância da responsabilidade que têm agora em mãos, ao aceitarem o convite para serem o rosto da região.

A seu lado tiveram Sílvia Rizzo, que acompanha o projeto de perto há três anos consecutivos, enquanto embaixadora, desta vez também na qualidade de madrinha. Conta que «de certa forma, venho falar um bocadinho da minha experiência enquanto embaixadora aos novos embaixadores, sendo que todos nós temos esse papel. A ideia é trazermos mais visibilidade, passarmos a mensagem». A função de um embaixador passa por «elucidar e ensinar as pessoas, na forma como os portugueses podem gerir o seu orçamento familiar», diz José Fidalgo, que defende que a relação preço/ qualidade do turismo

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em Portugal é, muitas vezes, superior à que se encontra no estrangeiro. Também Sofia Ribeiro considera que o seu papel, enquanto embaixadora, se centra em mostrar «as coisas maravilhosas que há nesta terra; o que as pessoas podem viver, o que podem fazer, onde podem descansar». Portanto, divulgar é a palavra de ordem, algo que já fazia parte do dia-a-dia dos Anjos. «Foi com muito orgulho que aceitámos o convite, mas é apenas um oficializar. Impute-nos muito mais responsabilidade sermos embaixadores, mas já o éramos», afirma Sérgio Rosado. O conceito de embaixador surgiu há cerca de sete anos, no seguimento da

promoção do Alentejo e da sua evolução. Para tal, é fundamental que se aposte «na qualidade e na excelência. O Alentejo não é um destino para um turismo de massas, é um destino que tem de ter grande qualidade no

serviço que oferece. Para nós, esse é um fator decisivo e prioritário», explica o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, Ceia da Silva. Os embaixadores concordam e reconhecem que «a ideia não é massificar, mas

sim ter um turismo diferenciado e de gente esclarecida», como diz Nelson Rosado. Importa, por isso, «que haja uma evolução de forma sustentada, do ponto de vista qualitativo e não quantitativo», defende Dalila Carmo.


SOCIEDADE

Balcão Único 700 mulheres estiveram reunidas na avenida em Setúbal no X Congresso do MDM do Bocage O Movimento Democrático de Mulheres reuniu 350 congressistas e inaugura esta centenas de convidadas no Fórum Luisa Todi para prestar tributo à mulher e definir as linhas orientadoras de ação para os próximos quatro segunda feira anos. Garantir às mulheres o exercício de todos os direitos económicos, “A IGUALDADE NA VIDA, O COMBATE DO NOSSO TEMPO” FOI O TEMA DO ENCONTRO

sociais, políticos e culturais é a meta a que o MDM se propõe. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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ais de 700 mulheres participaram no X Congresso do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), que decorreu em Setúbal, no Fórum Municipal Luísa Todi, subordinado ao tema “Igualdade na vida, o combate do nosso tempo”. Efeméride que serviu para assinalar, também, os 50 anos do MDM «como tributo às mulheres de Setúbal, do país e do mundo pela sua luta pela igualdade, o progresso e a paz», reconhece o secretariado do Movimento ao Semmais. Vindas de todo o país estiveram em Setúbal mais de 350 congressistas, além de mais de uma centena de convidadas, em representação de organizações portuguesas e de movimentos sociais parceiros, que «discutiram os problemas mais urgentes da vida das mulheres, enquanto mulheres, trabalhadoras e mães». No plano internacional, o secretariado do MDM evidencia a presença da presidente da Federação

Democrática Internacional de Mulheres, Lorena Peña, deputada e ex-presidente da Assembleia Legislativa da República de El Salvador, e de organizações de mulheres de Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné, Chipre e Espanha. «A solidariedade com as mulheres do mundo e a exigência da paz estiveram fortemente presentes», admite o secretariado do MDM que assume o compromisso «de continuar a desenvolver e reforçar ações de solidariedade com as mulheres de todo o mundo contra a guerra e pela Paz, e exigir ao Governo Português, no respeito pela Constituição da República Portuguesa, que assuma uma posição clara em cumprimento do direito internacional, contra as guerras militares, económicas e de ingerência sobre a soberania dos povos». A ratificação dos tratados das Nações Unidas pelo desarmamento e pela Paz, também foi um ponto de abordagem no congresso que exigiu «uma verdadeira política de igualdade alicerçada na justiça so-

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cial e no desenvolvimento do País», combatendo e eliminando as «desigualdades, as discriminações e as violências que persistem no quotidiano das mulheres». «Para o MDM o combate pela igualdade na vida representa garantir às mulheres o exercício de todos os direitos económicos, sociais, políticos e culturais, cuja realização será uma ilusão se não estiver inserida numa dinâmica de progresso ou se o seu exercício por todos for limitado», vinca o Movimento Democrático. O X Congresso do MDM nomeou um novo Conselho Nacional que dirigirá a ação do Movimento nos próximos 4 anos, que conta com um total de 120 mulheres de 17 distritos

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do continente e das duas Regiões Autónomas, «confirmando o carácter nacional do MDM». Das linhas de ação aprovadas destaca-se a preparação das comemorações do Dia Internacional da Mulher do próximo ano que integra uma Manifestação Nacional de Mulheres, «que será de afirmação da unidade das mulheres na defesa dos seus direitos, a par de uma maior atenção à vida local», através dos núcleos do MDM espalhados no País. «Abordar os problemas concretos das mulheres, aumentando a sua consciência social para uma participação mais ativa em prol dos seus direitos e aspirações, é fundamental, ressalva o secretariado do MDM.

o dia 5 a câmara do Barreiro inaugura o novo Balcão Único de Serviços (BÚS), na avenida do Bocage, e encerra definitivamente os postos de atendimento do largo das obras e dos TCB. Segundo Rui Braga, vereador da gestão territorial e equipamentos, «as pessoas habituaram-se a pagar, nesses locais, as faturas de água e tratar dos processos de urbanismo e agora vão poder fazer isso, e muito mais, num só serviço, na avenida do Bocage». O Balcão Único ficará localizado num edifício municipal, de dois andares, que foi renovado de forma a albergar, no piso inferior, oito postos de atendimento e, no piso superior, os serviços técnicos e de secretariado. A equipa que assegura o atendimento «é a mesma que estava afeta aos postos do largo das obras e dos TCB». Trata-se de um investimento de 150 mil euros,

previsto no orçamento municipal, que «permitirá aos cidadãos tratar de assuntos relacionados com os serviços de administração geral, águas, atividades económicas, fiscalização, obras, planeamento e urbanismo», esclarece Rui Braga. A ideia da autarquia é «aumentar o número de Balcões Únicos e englobar mais valências», mas, também, clarifica o vereador, «replicar noutras zonas, mais distantes da sede de concelho, o conceito das lojas de proximidade como a que inauguramos este ano no mercado 1º de Maio». O Balcão Único de Serviços na avenida do Bocage funcionará, numa primeira fase, das 9h00 às 16h00, com interrupção à hora de almoço, mas o objetivo, garante Rui Braga, é «ter o serviço a funcionar de forma ininterrupta e quem sabe, a médio prazo, conseguir alargar o horário para lá das 16h00». E.S.

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CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL Notária Maria Teresa Oliveira Sito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal Certifico, para efeitos de publicação que no dia trinta e um de outubro de dois mil e dezoito, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 74 do livro 345-A, de escrituras diversas, na qual: Paulo Jorge da Silva Pisco e mulher Fátima Cristina Dias Pereira, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais, respetivamente, de Angola, e da freguesia do Monte, concelho do Funchal, residentes na Rua Nova Lisboa, número 15, 5º andar direito, Setúbal, contribuintes números 195854616 e 168257793. Justificaram a posse, invocando a usucapião, dos seguintes imóveis: a) Fração autónoma designada pela letra “D” – primeiro andar esquerdo, destinada a habitação, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Avenida dos Ciprestes, número 80, freguesia de São Sebastião, concelho de Setúbal, descrito na Segunda Conservatório do Registo Predial de Setúbal sob o número oito mil e sessenta e cinco, da dita freguesia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 5534. b) Fração autónoma designada pela letra “B” – garagem número dois, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Quinta da Alegria à Estrada dos Ciprestes, Praceta da Meia Laranja, números 57 a 61, freguesia de São Sebastião, concelho de Setúbal, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número mil novecentos e setenta, da dita freguesia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 13151. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 31 de outubro de 2018. A Notária, Maria Teresa Oliveira

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO, INDÚSTRIA, SERVIÇOS E TURISMO DO DISTRITO DE SETÚBAL ASSEMBLEIA GERAL Convocatória Nos termos da alínea h) do n.º 1 do artigo 13.º dos Estatutos e para efeitos do disposto nos mesmos convoco a Assembleia Geral da Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal, para reunir ordinariamente em plenário, na sede da Associação, na Rua Manuel Livério, n.º 20 – Setúbal, no próximo dia 22 de Novembro de 2018 pelas 20:00 horas. ORDEM DE TRABALHOS PONTO ÚNICO – Apreciação e votação do Relatório e Contas do exercício de 2017. Não havendo à hora marcada, o número legal de presenças, a Assembleia Geral funcionará meia hora mais tarde com qualquer número de sócios presentes. Nota: O Relatório e Contas referido, bem como a contabilidade, encontram-se patentes na Sede da Associação, durante a hora de expediente, e poderá ser consultado no sítio da ACISTDS em www.acsds.pt. Setúbal, 2 de Novembro de 2018 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral a) Albertino José da Rocha Vieira Figueira

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SOCIEDADE

DIA 10 DE NOVEMBRO A POPULAÇÃO É CONVIDADA A CONHECER O PROJETO

Terminal de Contentores do Barreiro em consulta pública até 7 de dezembro O Terminal de Contentores do Barreiro será construído na área da Quimiparque, «afetando menos a paisagem ribeirinha». O vereador Rui Braga falou ao Semmais sobre esta ferramenta de desenvolvimento económico, «importantíssima para o município», apontando março de 2019 como mês de lançamento do concurso público da obra. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

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epois de rejeitar o primeiro Estudo de Impacte Ambiental (EIA), em que a construção do terminal de contentores bloqueava a vista do Barreiro sobre Lisboa e o Estuário do Tejo, o gestor do território- a autarquia do Barreiro- a maioria socialista do executivo «considera que há condições para vir ao novo estudo com parecer positivo», revela o vereador Rui Braga. O autarca justifica a decisão com a relocalização do projeto da frente da avenida da praia para o parque empresarial da Quimiparque. «Foi a condicionante que nos fez rejeitar o primeiro EIA e pedir a sua reformulação», lembra. O documento está em consulta pública até 7 de dezembro e, «para estimular o debate e promover o conhecimento», Rui Braga, vereador

da autarquia, revela que «vai realizar-se, dia 10 de novembro na Academia Musical dos Amigos das Crianças, uma sessão de esclarecimento «aberta à população em que vamos explicar o que correu mal na última consulta pública». O Terminal de Contentores do Barreiro apresenta um volume de negócios de 600 milhões de euros, num «investimento importantíssimo para o concelho», divido em duas fases, e com benefícios económicos e de desenvolvimento que irão marcar o nosso território», ressalva o vereador do desenvolvimento económico e estratégico. «Além dos 500 postos de trabalhos diretos, na fase de construção, não podemos ignorar os impactos indiretos associados às empresas que aqui se vão fixar posteriormente, aumentando as oportunidades de emprego para os barreirenses e dando um impulso relevante à economia local», augura

Rui Braga. «Todos (os partidos) fomos unânimes em reconhecer que, ultrapassada a questão da localização, o projeto é benéfico e é para avançar». A certeza de Rui Braga acaba por ser corroborada pelas declarações de Bruno Vitorino, vereador social democrata na câmara do Barreiro, quando afirmou, em junho deste ano, que se trata de «um projeto estruturante para o Barreiro». Concurso lançado até março de 2019 Além da localização também a dimensão do terminal era uma condicionante, no primeiro estudo ambiental, com o vereador socialista a admitir que «apesar da revisão do tamanho da infraestrutura esta continua a ser um complemento fundamental ao terminal de Lisboa, com capacidade para 1,8 milhões de TEUS». Rui Braga enaltece que as expetativas da autarquia são «elevadas», relativa-

Alojamento para estudantes subiu 22 euros em Setúbal

O

preço médio do arrendamento para estudantes no distrito de Setúbal aumentou este ano, segundo dados das plataformas imobiliárias, que dão conta de uma subida do valor das rendas de 222 para 244 euros, totalizando mais 22 euros mensais. O crescimento é de 9,9% segundo as contas feitas pelo Idealista. A par da valorização do valor das rendas, o número de estudantes internacionais a arrendar casa ou quarto, através da plataforma Uniplaces, também cresceu, com «mais de 88% das reservas a serem feitas por estudantes de outras nacionalidades», o que representa uma

subida de cerca de 8% em comparação com 2017. É também olhando para o fenómeno na região que o próprio PCP já alertou que qualquer ganho conseguido através da redução do valor das propinas «está comprometido com os preços galopantes que são praticados na habitação», onde rapidamente se chegam «a valores muito elevados e onde não há mecanismos de controle», segundo o deputado Jorge Machado. Como o Semmais já tinha noticiado em setembro, aquando das colocações dos alunos, Setúbal exibe hoje carências habitacionais para estudantes, somando 843 camas e 306 alunos deslocados,

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traduzindo o terceiro mais alto rácio médio do país com 36%. Os números revelados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior são relativos ao ano letivo 2016 e 2017 e mostram que a oferta vem sendo cada vez menor, sobretudo devido ao avanço do turismo que tem provocado a subida dos preços das habitações em Setúbal. Alguns proprietários dos imóveis que em tempos se destinavam a estudantes passaram a apostar na criação de unidades de alojamento local, abrindo caminho à subida de preços - que a maioria dos alunos não pode pagar - levando à diminuição da oferta. R.D.

mente ao concurso público que a Administração Portuária de Lisboa deverá lançar «no primeiro trimestre de 2019», existindo, ainda assim, a consciência de que «o investidor privado, que vier a concurso e ganhar, terá a seu cargo a exploração, concessão e construção de todo o projeto. Inclusive as dragagens no Tejo,

dossier puramente técnico que já foi validado pelos respetivos técnicos, que também caberão ao promotor». Apesar de ao longo dos últimos anos ter sido feito «um debate maduro sobre o terminal, e a população estar a par das etapas do processo», a autarquia do Barreiro vai organizar, no dia 10 de

novembro, dentro do período da consulta pública, uma sessão de esclarecimento na qual participarão, entre outros, autarcas, responsáveis da IP e da APL. Prevê-se que a obra em causa tenha uma duração de 6 anos, o que significa que, se tudo correr como previsto, o novo terminal estará funcional em 2025.

INICIATIVA INTEGRA SEMANA DO EMPREGADOR

Barreiro acolhe debate sobre o “Futuro do Trabalho”

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o âmbito da Semana do Empregador, que decorre de 5 a 9 deste mês, o Espaço Memória, no Parque industrial da Baía do Tejo, no Barreiro, acolhe esta segunda feira, às 14h30, o workshop “O Futuro do Trabalho”. A iniciativa é promovida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP, IP), com o apoio da câmara do Barreiro, e envolve as entidades empregadoras e a Delegação Regional de Lisboa e Vale

do Tejo que pretendem dar relevo ao papel do IEFP, I.P, e dos serviços da autarquia, no contexto da profunda mudança do mundo do trabalho, perante a evolução tecnológica e automação, e da sua generalização. Entre os oradores do workshop estão, entre outros, Maria do Carmo Guia, diretora do Centro de Emprego do Sul Tejo, Frederico Rosa, presidente da câmara do Barreiro, Pedro Dominguinhos, presidente do Instituto

Politécnico de Setúbal, Nuno Maia Silva, diretor executivo da Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET), Dora Rego, diretora de recursos humanos da Baía Tejo, SA, Natividade Coelho, diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal, Paulo Matos, diretor de unidade de prestações e contribuições do CDSS Setúbal e José Paulo Luís, diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal.


SOCIEDADE

VIAGENS PELA EUROPA NUNCA SÃO EM VÃO

Camionistas da região atestam em Badajoz

A

s diferenças de preços do combustível, entre Portugal e Espanha, já acionaram o alerta entre os próprios camionista do distrito de Setúbal. A poupança é de 28 cêntimos por litro de gasóleo, o que soma 280 euros por cada mil litros. Um convite aos profissionais para abastecerem do lado espanhol aproveitando as viagens pela Europa. José Mendes, camionista de Sesimbra, prepara-se para abastecer o camião num posto de combustível de Badajoz, antes de seguir viagem para Roma. Explica que tem as contas feitas e que a poupança é grande: «São 700 euros no total da viagem. Vale bem a pena vir até aqui atestar, porque é uma forma de tornar a empresa mais

concorrencial. Em duas viagens mensais a Itália já estamos a falar de 1400 euros. Não há comparação possível», testemunha ao Sem Mais. José Mendes está na área de serviço de San Martin (zona industrial de Badajoz) com o colega Vítor Dimas, também do concelho do Sesimbra. Aguarda vez para encher os dois depósitos do camião antes de partir para Paris. «São mil litros e dá para poupar quase 300 euros», diz, alertando que «o nosso Governo devia dar mais atenção a isto. Carrega nos impostos, mas depois perde dinheiro, porque as pessoas acabam por arranjar alternativas. Já viu quantos camiões portugueses estão aqui?», questionava. Contava-se uma fila de

nove, sendo a maioria dos camionistas moradores na zona de fronteira. Vamos a contas, tendo a Galp como ponto de partida. Na Galp do lado espanhol o gasóleo estava a 1.30 euros e a gasolina

Feira do Chocolate de Grândola espera mais de 19 mil visitantes

A

Feira de Chocolate de Grândola, evento que na opinião da vereadora Carina Batista «está consolidado e tem evoluído favoravelmente todos os anos», está de regresso de 9 a 11 de novembro ao parque de feiras e exposições. Esta já é uma das feiras temáticas «mais importantes da região e com um importante alcance a nível nacional», segundo a autarca que evidencia a «inovação de edição para edição e a aposta num programa de qualidade, diversificado e para toda a família». Esta 12.ª edição da Feira do Chocolate de Grândola mostra o potencial do Parque de Feiras e Exposições da Vila Morena que tem «sofrido ao longo dos

últimos anos varias obras de requalificação que melhoraram bastante as condições deste importante espaço municipal», salienta Carina Batista. Nomeadamente, lembra a vereadora, «a intervenção que realizámos o ano passado na cobertura dos pavilhões, e mais recentemente, na nave central que este ano vai acolher o espaço de show cook». Tendo em conta os mais de 19 mil visitantes e os cerca de 60 expositores da feira «o impacto deste certame na economia local é evidente», ressalva Carina Batista. Um factor de desenvolvimento económico a que se junta outra iniciativa da autarquia – “Ementas com Chocolate e São Martinho”- «à qual aderiram este ano 17 restaurantes do Conce-

lho e que está a decorrer até 11 de novembro com muita procura, também», garante. Durante os três dias da Feira haverá muita animação com «Estátuas e Gigantones de Chocolate, o Bobo de Chocolate, o Marionetista Chocolateiro Gigante e a Marioneta, o Choco Louco e o Chef Dueto», além de José Malhoa e Rouxinol Faduncho que são dois dos artistas convidados da edição deste ano. Para o último dia do certame, dia de São Martinho, está previsto um magusto com a participação das associações do concelho e a presença de um “Vendedor de Castanhas” especial: António Santos, recordista do Guinness com a estátua alusiva ao São Martinho. E.S.

a 1.36, enquanto em Portugal o gasóleo chegava ao 1.46 euros e a gasolina a 1.62. Se a poupança no gasóleo era de 15 cêntimos, na gasolina fixava-se nos 26. Mas os portugueses

sabem que a gasolineira de San Martin - ali perto - exibe preços mais generosos. O gasóleo está a 1.18 euros e a gasolina a 1.26. Quer dizer que um salto, ao lado de lá, vale uma poupança de 28

cêntimos no gasóleo e 36 na gasolina. «Com estes preços em Portugal face a Espanha do que estão à espera? Temos que zelar pelos nossos interesses e pelas nossas famílias», diz Jesuíno Rico, que viajou desde o Montijo e segue para Bruxelas, admitindo que quando regressar a Portugal voltará a abastecer em Badajoz. «Há algum tempo que faço sempre isto. Gostava que contribuir mais para ajudar a nossa economia, mas temos pena. Quem nos ajuda a nós?», pergunta, enquanto um dos funcionários da área de serviço confirma o que está à vista. «Segundas e sextas são os dias dos camionistas portugueses atestarem aqui. E cada vez há mais», garante. R.D.

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9 a 11

2018

Novembro Parque de Feiras e Exposições

9 novembro sexta-feira

JOSÉ MALHOA COM BANDA 22:00

10 novembro sábado

ROUXINOL FADUNCHO

“MAIS DO MESMO”

22:00

Organização:

Patrocínios:

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LOCAL

GRÂNDOLA ALCÁCER DO SAL

‘Soldados da paz’ ganham novos equipamentos de proteção individual Bombeiros de Alcácer ganharam novos equipamentos de proteção, uma oferta concedida pelo Intermarché da terra. Uma prenda muito útil e elogiada.

O

quartel dos Bombeiros Mistos de Alcácer do Sal recebeu no passado dia 31 de outubro, uma cerimónia de entrega de equipamentos de proteção individual por parte do Grupo Mosqueteiros/ Intermarché à corporação de bombeiros de Alcácer. No ato, marcaram presença o presidente do município, Vítor Proença, assim como o restante executivo permanente, o administrador do Intermarché Alcácer, Ricardo Monteiro, o comandante e o presidente da direção dos Bombeiros Mistos da terra. O edil discursou e enalteceu «os apoios que os administradores do Intermarché Alcácer têm dado no concelho, não só à componente desportiva, mas também a nível social», assinalando «com gratidão tudo aquilo que estes proprietários estão a fazer por este corpo de bombei-

ros”. O edil aproveitou a ocasião para transmitir que, no Orçamento do Município para 2019, está prevista uma verba suplementar ao apoio anual aos ‘soldados da paz’ de Alcácer, no valor de 45 mil euros, para a aquisição de equipamento. Ricardo Monteiro, administrador do Intermarché Alcácer, referiu que «a população da terra não ficou indiferente a esta causa, comprando o livro solidário “Pafi e o incêncio no parque de merendas”, cuja receita reverteu a favor dos bombeiros portugueses, e participando, desta forma, na oferta destes equipamentos». No âmbito da política de responsabilidade do Grupo Os Mosqueteiros, nos últimos anos foram entregues em todo o país 50 viaturas de combate a incêndios florestais e, desde 2014, oferecidos 3 mil fatos completos.

Ligação da ZIL ao C1 já arrancou Já começou a empreitada para construção da 2.ª fase da Variante Circular José Amaro, que fará a ligação da ZIL ao IC1, seguindo o conceito de continuidade da infraestrutura rodoviária já construída na 1.ª fase. A obra, há muito reivindicada pelos empresários da ZIL, dará um contributo para afirmação e reforço da Zona Industrial Ligeira, dotando esta infraestrutura de excelentes acessibilidades. A empreitada está a cargo da empresa Construções J.J.R. & Filhos S.A., terá um custo superior 1 milhão de euros e contempla a execução de faixa de rodagem, passeios e ciclovia numa distância de 1,36 quilómetros, bem como, a execução de passagem hidráulica, passagens inferiores, rede de drenagem de pluvial, iluminação pública, rede de rega e plantação de árvores em toda a extensão da Variante. Será ainda instalada uma rede subterrânea de média tensão para concretizar o reforço da expansão da ZIL.

PALMELA ALCOCHETE

Multibanco vai ser instalado em S. Francisco O edil, a Caixa de Crédito Agrícola de Entre Tejo e Sado e o presidente da Junta de S. Francisco, assinaram, a 24 de outubro, o protocolo para a instalação de um multibanco naquela freguesia. O ato simbólico, precisamente realizado na data em que este executivo municipal celebrou um ano de mandato, decorreu no salão nobre dos paços do concelho e contou com a presença dos vereadores e do executivo da Junta de Freguesia de S. Francisco. O edil destacou a importância do ato para o município, para a junta de freguesia e para a população de S. Francisco relativamente a um processo que tem sido «moroso», em boa parte devido aos vários contactos infrutíferos mantidos com outra entidade bancária para que recolocasse de novo um ATM em S. Francisco. «Esta entidade foi sensível ao nosso apelo e não quis deixar de fazer connosco esta parceria, servindo uma vez mais a nossa população», vincou. 6 | SEMMAIS | SÁBADO | 3 DE NOVEMBRO | 2018

BARREIRO

Mês da fotografia inspira barreirenses O 5.º Mês da Fotografia arrancou no dia 1, com uma cerimónia no auditório Augusto Cabrita, que está a celebrar o 15.º aniversário. Este ano, há várias exposições para ver, bem como encontros prévios com fotógrafos à inauguração de algumas das suas exposições, uma apresentação da coleção dedicada à fotografia lançada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Também há sessões de cinema organizadas com o Cineclube. Nas exposições, destacam-se: “A Fabulosa Máquina de Fazer Parar o Tempo”, com fotografia À La Minute, na biblioteca; “Lá Tinha – Barreiro em filme”, na ADAO, e “Photography and Materiality”, na Baía do Tejo. Este espaço tão emblemático acolherá, ainda, a sessão “Dar a conhecer Fotógrafos do Barreiro: Mário Costa Mano – um fotógrafo amador”, numa apresentação, no Espaço Memória, do técnico municipal Fernando da Motta, e uma “Visita em modo Polaroid no Parque Industrial”.

Moscatel volta a ser rei em festival Com organização do município e da Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal, decorre a 10 e 11 de novembro, em Palmela, mais uma edição do Festival do Moscatel. O evento conta com um mercado, no dia 10, das 15 às 23 horas, e no dia 11, das 15 às 20 horas, no qual o visitante encontrará uma mostra permanente de vinhos moscatel e poderá provar e comprar Moscatel de Setúbal, Moscatel Roxo e brancos e espumantes produzidos com esta casta. Esta é também uma oportunidade única para contactar diretamente com os produtores da Adega Camolas, Adega de Palmela, Casa Agrícola Assis Lobo, Casa Agrícola Horácio Simões, Casa Ermelinda Freitas, Cooperativa de Pegões, Damasceno, Malo Wines, Quinta do Monte Alegre, Sivipa, Venâncio da Costa Lima e Adega Xaxier Santana. O festival terá a presença de fabricantes de produtos regionais confecionados com Moscatel e várias atividades paralelas.


LOCAL

SINES

Município debate “Ser Siniense” O município, através do Arquivo Municipal e do Serviço Educativo e Cultural, promove no dia 23 de novembro, entre as 10 e as 12h30, no Centro de Artes de Sines, um debate sobre o tema “Ser Siniense”, integrado nas comemorações dos 656 anos do município. Em Ano Europeu do Património Cultural, a identidade do concelho de Sines vai ser discutida tendo como parceiros os escritores, artistas e criativos locais, sempre em relação / confronto com as vertentes nacional / local e a criatividade. Segundo a edilidade, a comunidade de Sines tem vindo a «revolucionar-se, desde a vila piscatória dos anos 60 do século XX à vila industrial dos anos 80, até à atualidade. A partir dessa evolução e das respostas a um inquérito realizado ao longo de 2018, convida-se as escolas e toda a população a participar numa discussão sobre o que somos hoje».

SETÚBAL

Agrupamento Luísa Todi conquista Bandeira Eco-Escolas As escolas básicas Luísa Todi, Afonso Costa e N.º 4 dos Pinherinhos, foram as três escolas do Agrupamento Luísa Todi que ergueram, no dia 29 de outubro, a Bandeira Verde Eco-Escolas, no âmbito da educação ambiental no ano letivo passado.

SANTIAGO DO CACÉM

Santo André deu a provar a tradição Saborear a tradição com pratos feitos com produtos locais foi a proposta do 4.º Festival Gastronómico - Sabores da Lagoa, do Mar e da Terra que decorreu na Lagoa de Santo André de 26 a 28 de outubro. Segundo o presidente da Junta de Santo André, David Gorgulho, a iniciativa «pretende projetar, cada vez mais, a freguesia e o nosso Litoral Alentejano bem como as suas gentes e tradições. O nosso património gastronómico local é um motivo de orgulho e constitui um importante ativo económico e turístico que devemos promover e potenciar». O evento pretende igualmente apoiar a restauração local em época baixa. Durante o festival, para além da gastronomia, as tardes e as noites foram sempre animadas com os habituais bailaricos e momentos marcados pela música popular, aos visitantes foi também proporcionado um espaço de exposição e venda de licores, doces e frutas de produtores locais. Não faltaram pratos para todos os gostos.

ALMADA

Férias de Natal aceitam inscrições para jovens Vem aí mais uma edição das Férias Jovens de Natal 2018, programa municipal dirigido a crianças e jovens dos 6 aos 17 anos, com inscrição gratuita a decorrer de 5 a 16 de novembro. O programa municipal terá lugar de 17 a 28 de dezembro, na Caparica, no Feijó, no Laranjeiro e na Sobreda. Têm prioridade de participação crianças e jovens de famílias em comprovada situação de carência económica. Esta iniciativa do município pretende proporcionar às crianças e jovens que estudem, residam e/ou cujos pais, encarregados de educação ou representantes legais trabalhem no concelho de Almada, um conjunto de atividades lúdico-pedagógicas, culturais, desportivas e recreativas, que privilegiam o contacto e a interação dos participantes com os equipamentos e programas municipais, permitindo novas experiências.

E

stamos aqui hoje para hastear esta bandeira que é muito importante, pois representa aquilo que nós fazemos no dia-a-dia para preservar o nosso ambiente e o nosso planeta, para que possamos viver num mundo sem poluição», declarou o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, durante a cerimónia de hastear da Bandeira Verde, na EBásica dos Pinheirinhos que pela primeira vez conquista este prémio. «Esta bandeira simboliza que vocês todos têm atitudes corretas! Não é assim?!”, questionou o autarca, recebendo um uníssono e sonoro “siiiiim” dos alunos que se juntaram no pátio para a cerimónia. «Sempre que tomamos uma atitude errada, a seguir somos nós

próprios que pagamos com isso», assegurou Nuno Costa, revelando que as pequenas atitudes no dia-a-dia como reciclar, não deitar lixo para o chão, poupar água, etc. são muito importantes para preservarmos o nosso ambiente e termos um mundo melhor para nós todos, para os nossos familiares e gerações futuras». Já o vereador Ricardo Oliveira, responsável pela Divisão de Educação do município sublinhou o impacto das ações dos mais jovens em Setúbal. «Vocês são uma grande ajuda para que possamos ter uma cidade mais bonita e por isso têm direito a esta bandeira que ganharam com as vossas atitudes, com o que aprenderam na escola e com aquilo que transmitem para as vossas casas. Estão todos de parabéns».

SESIMBRA

SEIXAL

O Dia Nacional do Mar vai ser assinalado em Sesimbra, no dia 16, com a conferência “O Mar – Um Universo de Recursos”, que inclui as apresentações do DLBC Costeiro: Financiamento para a Economia do Mar na Península de Setúbal, pela Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal, e da Escola Azul, um programa educativo do Ministério do Mar, que pretende distinguir as escolas que trabalham o oceano, coordenado pela Direção-Geral de Política do Mar e com o apoio científico e de cooperação da Ciência Viva. O evento termina com uma ação de valorização do carapau, promovida pela Docapesca. A data de 16 de novembro, escolhida em 1994 para celebrar o Dia Nacional do Mar, coincide com a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que estabeleceu os limites marítimos inerentes à Zona Económica Exclusiva e à Plataforma Continental.

Até ao dia 5 de novembro, estão abertas as inscrições para expositores no Mercado de Natal da Aldeia Natal do Seixal, que vai decorrer no núcleo urbano antigo do Seixal entre os dias 1 e 23 de dezembro. A Aldeia Natal do Seixal integra um mercado de Natal com exposição e venda de artesanato e gastronomia. Este evento está aberto à participação de artesãos a título individual, associações, oficinas de artesanato, assim como expositores de produtos alimentares tradicionais. O custo de participação é de 70 euros (IVA incluído) por cada um dos períodos de funcionamento (de 1 a 12 de dezembro e de 13 a 23 de dezembro) com os seguintes horários: segunda a quinta-feira, das 14 às 19 horas, e às sextas-feiras, sábados e domingos, das 11 às 22 horas. Os interessados devem contactar o Posto Municipal de Turismo através do email posto.municipal.turismo@ cm-seixal.pt ou pelo telefone 915 335 347.

Dia Nacional do Mar assinalado com conferência

Aldeia Natal abre inscrições até dia 5

2018 | 3 DE NOVEMBRO | SÁBADO | SEMMAIS | 7


ENTREVISTA

JOAQUIM SANTOS, PRESIDENTE DA CÂMARA DO SEIXAL, EM EXCLUSIVO

«Vamos receber no Seixal o maior investimento desde há 50 anos» A dinâmica económica do Seixal está em alta, diz o presidente da câmara seixalense, que pontua um conjunto de investimentos na área do turismo. Joaquim Santos, anuncia para breve a instalação de uma mega fábrica no concelho e reafirma as acessibilidades e transportes como o maior problema. TEXTO RAUL TAVARES

Desta vez o hospital vai mesmo avançar

IMAGEM CMS

Nas suas mais recentes intervenções tem sublinhado uma grande dinâmica do Arco Ribeirinho Sul, com o Seixal a marcar pontos. Isso quer dizer exatamente o quê? É preciso antes fazer um enquadramento, porque se trata de uma estratégia que está a ser seguida há pelo menos uma década. Ou seja, temos vindo a capacitar o nosso território para o que designamos como pontos notáveis de oportunidades de investimento, tendo como objetivo dar um novo impulso ao desenvolvimento da indústria e serviços e desenvolver a área turística, o urbanismo e a habitação. Para todas estas frentes dispomos de áreas ou pontos notáveis que temos vindo a promover. Umas que já estão no terreno, já apareceram à luz do dia, outras que estamos a preparar, as quais vão aparecendo à medida que vamos sentindo que existe procura e que do ponto de vista do planeamento as coisas estão organizadas. Quando tomei posse, em 2013, todos diziam que o Seixal estava adormecido. E nós dissemos que o Seixal ia ter uma nova vida, uma nova dinâmica. Na altura, nem todos acreditaram, mas hoje é evidente que o Seixal vive e fervilha de atividade e é um caminho que ainda está em crescendo. Como se mede isso em termos concretos? Em torno da Baía do Seixal, por exemplo, estamos com cinco projetos estruturantes de desenvolvimento económico, turismo, restauração e requalificação de núcleos urbanos antigos. Estamos a falar do Hotel Mundet, o Hotel da Quinta da Trindade, o Porto de Recreio do Seixal, o Hotel do Largo dos Restauradores, o Eco Resort da Ponta dos Corvos e o Porto de Recreio de Amora. Trata-se de um processo de regeneração onde o Seixal é exemplo sob vários pontos de vista, desde logo pelo conjunto de edifícios que estão a ser recuperados e a ser transformados para novos usos, como bares, restaurantes, gelatarias, lojas de souvenirs, alojamento local e para novos habitantes. Investimos cerca de dois milhões de euros nesta intervenção que sustenta uma nova visão para o núcleo histórico do Seixal, que contempla cerca de seis hectares. E estamos a trabalhar nos restantes núcleos urbanos antigos. Iremos avançar seguidamente para o núcleo urbano de Arrentela e depois para o de Amora. Em que fase estão esses projetos? O que está mais avançado é, na frente ribeirinha do Seixal, o Hotel Mundet que terá cerca de cento e cinquenta quartos, com temática ligada à cortiça e que está em fase de pré-qualificação com quatro interessados. Depois ainda temos projetos, tanto para a zona do Seixal, como a zona de Amora, em fase de estudo urbanístico, mas já com manifestação de interesse, nomeadamente para a criação de um centro náutico, com espaço de lazer e uma unidade hoteleira associada. Essa última iniciativa inclui a resolução do processo do Campo da Medideira? Faz parte, sim, da estratégia de requalificação daquela zona, associando o Estádio Municipal da Medideira, o porto de recreio de Amora, um centro náutico, o hotel e o prolongamento da zona ribeirinha de Amora em mais um quilómetro até à Medideira. Porque atualmente está interrompida naquela área do núcleo urbano antigo de Amora, perto da rua dos Operários. A ideia é levá-lo, numa fase subsequente, mais à frente, onde adquirimos 8 | SEMMAIS | SÁBADO | 3 DE NOVEMBRO | 2018

A luta para a construção do hospital do Seixal ainda não cessou. Joaquim Santos, acredita que «desta vez» a unidade «vai ser construída», lembra o compromisso do município em financiar em 4 milhões de euros para os arranjos exteriores e acessibilidades e lembra uma intervenção do ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que reza assim: «Há décadas que a região de Setúbal se viu afastada dos investimentos necessários na área da saúde, está na hora de recuperar esse atraso». «A edificação do hospital do Seixal passa por essa estratégia, como também a ampliação e requalificação dos três hospitais da península, Garcia de Orta, e centros hospitalares do Barreiro e Setúbal. Porque o Seixal não compete com nenhum hospital», sublinha. Para o edil do Seixal, as pessoas de Almada e do Barreiro acham que só os hospitais daqueles concelhos é que não avançam, mas isso, refere, «é bairrismo básico que faz com que nada avance». E garante que o hospital do Seixal irá responder a Sesimbra, Seixal e Almada num quadro de complementaridade com o Hospital Garcia de Orta. «A unidade vai servir Sesimbra e o Seixal, mas vai também libertar o Garcia de Orta», afirma.

no final do ano passado um terreno, com cerca de 20 mil metros quadrados, onde pretendemos instalar a 2.ª fase do Núcleo de Náutica de Recreio de Amora. Estamos a elaborar um plano de estudo urbanístico da zona.

vindo a trabalhar para a tornar mais atrativa de modo a podermos constituir-nos como uma excelente montra do que é a Margem Sul e da sua qualidade de vida e do que o turista de Lisboa pode encontrar de diferente.

Uma espécie de plano de pormenor? Uma espécie, porque não é bem isso. Queremos concluí-lo até setembro de 2019, e vai introduzir não só a nossa visão, mas também a visão que possa surgir por parte dos particulares com interesses nestas zonas. O objetivo é gerar uma nova dinâmica para este núcleo urbano antigo como está a acontecer no Seixal.

Que diferenças pode o ‘turista de Lisboa’ encontrar deste lado? A tranquilidade, não só da zona, como do rio. É que o rio do lado de cá é tranquilo, do outro lado é mais agressivo. Aqui oferecemos locais tranquilos, porque Lisboa está massificada e um tanto ou quanto elitista, e nós não queremos ser mais um território “very typical”, queremos manter aquilo que nos distingue, a nossa autenticidade.

Podemos estar a falar de uma nova centralidade no concelho? Sim. Veja, se calhar aqui há uns tempos as pessoas quando pensavam em deslocar-se para a Margem Sul, tinham como destino a Caparica, Sesimbra, Setúbal ou mesmo Alcochete. Neste momento, o Seixal intrometeu-se nestes destinos. No mínimo acrescenta oferta no coração da península… Claramente, mas não estávamos preparados e agora estamos a ficar, com uma nova e diversificada oferta com especial relevo nas frentes ribeirinhas, mas onde vão surgindo também outros espaços nas zonas mais interiores do concelho. Tem números que indiciem crescimento turístico no concelho? Posso dizer-lhe que entre 2016 e 2017 registámos no posto de turismo 160% de aumento. Mais do que duplicámos. E isto apenas refere as pessoas que foram ao posto de turismo procurar informações. Em termos de alojamento local existiam no concelho 63 alojamentos locais até ao final do ano de 2017 e em 2018 (até ao final de julho), foram registados 67 novos alojamentos locais, perfazendo mais de 130 no total, mais do dobro daqueles que existiam no final do ano anterior. Que peso tem o turismo nesta sua visão estratégica? Somos um concelho com características únicas, com uma frente ribeirinha extraordinária, sobre a qual temos

Mas tem a noção de que o Seixal e outros concelhos da Península não têm potenciado o facto de estarem a dez, quinze minutos, do centro da capital? É verdade, nós temos condições naturais únicas, e isso vai ser decisivo na procura turística. A nossa baía é única, e isso diferencia mesmo que concelhos como Almada e Barreiro venham a ter as suas frentes ribeirinhas qualificadas. Pelas características únicas que temos, e pela capacidade de planeamento e de conservação, conseguimos ter essa oferta diferenciada que aposta na tranquilidade e na qualidade de vida tanto para os que vivem, como para aqueles que nos visitam. Portanto, do ponto de vista da atração turística, temos a baía como base da estratégia e… … E depois um conjunto de áreas patrimoniais que são também singulares. Só para falar da mais importante, que até está um pouco escondida, que é o núcleo da Olaria Romana, um dos mais importante do país, e único monumento nacional que temos dos séculos II e III depois de Cristo. Estamos a preparar um projeto para lhe dar a visibilidade merecida. Vamos desenvolver este projeto no Parque Urbano de Miratejo, onde se situará um centro de interpretação. Temos lá os fornos e ao lado uma réplica onde podemos demonstrar como funcionavam os fornos romanos de há dois mil anos. Temos o privilégio de ter este património no território e queremos dar usufruto desta riqueza histórica para lazer e para estudo de especialistas.


ENTREVISTA Que tipo de turista está a prever para o Seixal? O que vem e regressa a Lisboa… O mercado interno é muito importante para nós, porque o concelho do Seixal, em virtude de ter potenciado a sua vertente industrial, deixou ficar um pouco mais escondido o seu potencial turístico e de lazer e hoje é cada vez mais visitado também por gentes vindas de outras regiões do país. Mas também nos interessam os turistas estrangeiros que visitam Lisboa, claro. E os que adquirem residência em Portugal, que já têm algum peso no concelho. Principalmente franceses e suecos, mas também suiços que compram a sua casa aqui. Estão a 15 minutos do Terreiro do Paço, usando o transporte fluvial. E com ganhos, porque as casas são a um preço mais acessível, a zona é tranquila e tem uma ótima qualidade de vida. Há um problema que o senhor sabe existir, que é a falta de camas. Se se verificar um ‘boom’ turístico, o Seixal não está preparado… É verdade, não estamos ainda preparados. Temos apenas o hotel de Belverde. Mas, como referi, estamos a desenvolver o concurso para o Hotel Mundet e depois tem aparecido mais algum alojamento local, incentivado até pela nossa política de apoio à transformação de casas antigas para residências turísticas de diversa tipologia. Apoio em que medida, fala de fundos? Temos diversos apoios no quadro das Áreas de Reabilitação Urbana e existe ainda um Instrumento Financeiro para a Requalificação Urbana que apoia 100 por cento neste tipo de iniciativa governamental, o IFRRU, que temos pena que não seja mais conhecido. Muitas pessoas têm essa aspiração e não têm meios. O nosso interesse é regenerar, gerar dinâmicas e trazer e fixar mais pessoas.

Falou em alguns projetos, mas temos problemas com acessibilidades, em Corroios, por exemplo… Se me perguntar sobre o nível da mobilidade que o concelho precisa, refiro em primeiro lugar uma rede de transportes eficaz e com preço justo, porque não podemos onerar mais este serviço público. Na Margem Sul há pouca oferta, outra parte está degradada e é cara. Há pouca intermodalidade. Admite que é um problema? Não só admito, como afirmo que a mobilidade, nomeadamente os transportes públicos, é o nosso principal problema. Precisamos requalificá-la, ampliá-la e reduzir o custo para o utente. Para tirar pessoas do automóvel para os transportes públicos. Referia-me às acessibilidades internas… Essa é a segunda questão, que tem a ver com os eixos viários. E, neste aspeto, temos de falar sobre as estradas nacionais, a EN-10 e a EN-378. Sem esquecer as regionais. Há uma estrada nacional que está no Plano Rodoviário Nacional 2000, que é a Estrada Regional 10 (com a ponte Seixal-Barreiro), uma via estruturante para o Arco Ribeirinho Sul, que liga Almada, Seixal e Barreiro até ao nó da A33 na Moita. É uma ligação por dentro, uma via de 2+2, quase como um itinerário complementar que vai ligar estes quatro concelhos. Essa via que estamos a falar, na sua opinião, é mesmo estruturante e tem de avançar Tem mesmo de avançar até porque, neste momento, temos um problema de interioridade sub-metropolitana da península de Setúbal. Estamos a 1 quiló-

Não se está a esquecer dos problemas ambientais… Eu diria que fazer um porto aqui ou em Alverca do Ribatejo levanta questões ambientais, é só uma questão de especificidade local e acautelar efeitos mais negativos. Mesmo colocando na equação o porto de Setúbal, que agora até vai ser ampliado no seu calado? O porto de Setúbal precisa também de ter um porto de Lisboa interior com mais capacidade. E para que isso funcione também precisa de uma via ferroviária adequada à atividade portuária. Tudo isto está gizado do ponto de vista do contributo dos municípios da região de Setúbal para a revisão do PROT-AML (Plano Regional do Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa), numa estratégia que faz sentido para a região e para o país. Havendo condições económicas, acha que se deveria voltar ao triângulo de investimento, plataforma logística, terceira travessia do Tejo e até TGV? Acho que sim. Se o norte da AML tem uma área logística na Bobadela, porque é que não podemos apostar no Poceirão, que é onde passa a linha que vem por Madrid? Se essa linha vai por Évora e vem para aqui, porque não se faz o centro logístico nesta zona? Temos de defender o nosso território e o que seja melhor para o país. Para nós, parece-nos evidente que tendo esta ligação a Évora por alta velocidade ferroviária, que faça sentido passar pela terceira travessia do Tejo, na zona do Barreiro, com centro logístico no Poceirão. Desse ponto de vista, acha que a região continua a ser ostracizada, ou é mais um estigma… Se fizermos uma análise sobre os investimentos realizados

Queria perceber do seu ponto de vista sobre o posicionamento económico do concelho, ainda não falámos da indústria, dos serviços… Na baía e na sua envolvente a aposta é turismo, lazer, gastronomia e restauração, para o bem-estar e qualidade de vida da população. Depois temos uma segunda coroa, com um conjunto de áreas muito importantes, a começar pelo conhecido projeto Arco Ribeirinho Sul, junto à Siderurgia, no território hoje inserido na “Lisbon South Bay”, onde temos 500 hectares disponíveis para indústria. Vamos ter uma grande fábrica no Seixal, que será conhecida em breve, naquele que vai ser um dos maiores investimentos industriais no concelho de há cinquenta anos para cá, a seguir à Siderurgia Nacional. E o que podemos saber sobre esse investimento? Que é mesmo uma coisa em grande, ainda por cima num setor ligado à inovação, ciências da saúde e farmacêutica. Não tenha dúvidas de que vai ser uma grande intervenção que vai trazer muito emprego e criar riqueza. Temos também uma zona em Amora com uma área com 400 hectares, no Pinhal das Freiras, que pode ter usos diversos. Na zona de Corroios, temos duas áreas de grande dimensão que também estão capacitadas para acomodar empreendimentos da indústria, serviços e logística. Eu diria que o Seixal quer manter essas características que tem mantido desde os princípios do século XX, que é uma grande ligação à indústria, mas que essas indústrias sejam amigas do ambiente e que consigam gerar mais-valias para suportar toda a requalificação dos centros históricos e outras dinâmicas de desenvolvimento. Tem sentido reflexos da venda da marca “Lisbon Souht Bay”, refiro-me à procura destes territórios por parte de investidores? Claramente. Eu costumo dizer que já estamos a perder capacidade de falar com todos os que nos procuram. Nas últimas semanas tivemos brasileiros, chineses, árabes, holandeses, turcos e israelitas. Isso comprova que o Seixal está a tornar-se atrativo? O Seixal já é atrativo e já está no radar dos negócios dos grandes investimentos. Recordo que há três anos, quando lançámos a marca “Lisbon Sout Bay”, muita gente ironizou até com este processo, mas quando esta nova fábrica for anunciada, será a primeira grande concretização do projeto que inclui os territórios geridos pela Baía do Tejo, alguns dos detratores deste projeto serão seguramente os primeiros a querer aparecer, pretendendo associar-se ao mesmo. Não diz é quando o vai anunciar. Não o posso fazer ainda, mas em princípio até final do ano será anunciado.

Uma eleição ‘encravada’ para digerir com mais trabalho Joaquim Santos ainda não consegue explicar os resultados das últimas eleições, nas quais, apesar de a CDU ter conseguido ganhar, o PS subiu muito em relação às eleições anteriores. «Talvez um sentimento de querer mudar, situação que nos obriga a refletir de forma humilde e continuar a trabalhar com o mesmo empenho, honestidade e competência de sempre», diz. E reafirma uma «certa injustiça», porque, sublinha, «o nosso empenho tem sido total, as mudanças estão à vista e o concelho tem vindo a melhorar ano após ano». O autarca releva também a «estabilidade política» que se conseguiu após as eleições, mesmo sem maioria, com as forças políticas da oposição, com exceção do BE, a aceitarem pelouros. «A democracia funciona bem no Município do Seixal e assim tem sido desde as primeiras eleições autárquicas, porque o interesse do concelho tem estado acima dos partidos. Prova disso é que temos muitas decisões tomadas por unanimidade e os vereadores da oposição dispõem das mesmas condições que os da CDU, embora com o aproximar dos atos eleitorais para 2019, estejamos a notar algumas alterações de comportamento, o que não será benéfico para o futuro, porque os interesses das populações devem estar acima de qualquer agenda eleitoral», explica.

metro, em linha reta, do Barreiro, e para lá chegar tem de se fazer um percurso de 13 quilómetros. Ora, é um constrangimento que não aproxima nem traz mais-valias de coesão territorial. Imagine-se o terminal de contentores do Barreiro se não houver uma ligação rápida, será mais difícil para as empresas, que por esta razão podem preferir instalar-se noutro local. Já vi que é favorável à implementação do terminal de contentores no Barreiro… Claramente, até porque Lisboa já disse que não quer mais área de carga na sua zona ribeirinha. Mas o porto de Lisboa vai continuar a crescer e a precisar cada vez mais de contentorização portuária. Neste domínio, a Margem Sul pode ser um excelente apoio.

na última década na região, do ponto de vista do investimento público central, chegamos a essa conclusão. A região de Setúbal tem sido preterida em relação a outras e isso não abona a favor dos governos. Vamos fechar com a gestão do município, nomeadamente a questão financeira, já o referiu por diversas vezes; o pior já passou… Estamos bem financeiramente. O orçamento de 2018 tem um valor de 86,5 milhões e já estamos a preparar o 2019, que deverá situar-se nos 89 milhões de euros. Estamos bem e a melhorar de ano para ano. De 2017 para 2018, conseguimos um saldo positivo de cerca de 20 milhões. Em cinco anos, por exemplo, reduzimos a dívida em 50 milhões, mesmo tendo aumentado o valor de investimento todos os anos. 2018 | 3 DE NOVEMBRO | SÁBADO | SEMMAIS | 9


CULTURA

CLUBE DE TEATRO SÉNIOR DO PROJETO TRADIÇÕES GANHA ÓSCAR

Revista “A Vida a Sorrir” sobe este sábado ao palco do Grupo Desportivo Independente Vinte atores amadores seniores voltam a mostrar toda a sua vitalidade e talento num espetáculo revisteiro à portuguesa, com rábulas muito divertidas, tendo Bruno Frazão como encenador. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

A

revista “A vida a sorrir”, do Clube de Teatro Sénior do Projeto Tradições, da Junta de Freguesia de S. Sebastião, em Setúbal, recebeu o prémio de “Melhor Peça Seniores em Cena”, atribuído na Gala de Óscares do grupo Envelheres, que se realizou dia 17 de outubro, no auditório Charlot. O galardão, atribuído na gala dos 10 anos do grupo Envelheseres, que

desenvolve atividades com os idosos, premiou a atuação deste clube na estreia da revista à portuguesa “A vida a sorrir” que se realizou em abril, no Fórum Luísa Todi, no âmbito do “Seniores em Cena”. Na altura, o espetáculo, dirigido por Bruno Frazão, foi muito participado, com cerca de 400 pessoas a encher o Fórum Luísa Todi para ver a interpretação dos cerca de 20 atores amadores seniores que mostraram toda a sua vitalidade e talento.

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Dia da Pessoa Idosa festejado no GDI A peça volta à cena, já este sábado, pelas 20 horas, no Grupo Desportivo Independente, com entrada livre, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Pessoa Idosa. A iniciativa é precedida de jantar, mediante o pagamento de 10 euros. Composto por rábulas satíricas, o espetáculo aborda diversos temas da atualidade em áreas como a política local, a emigração jovem, os sem-abrigo, a violência doméstica, a

educação, a saúde, entre outras, tudo apimentado com muito humor, proporcionando ao público uma hora de muita diversão, música e cor. Ainda no âmbito do pro-

grama “Fins-de-semana Seniores ao Teatro”, a Junta vai levar os seniores da freguesia a assistir ao espetáculo de teatro musicado “Zé Gato”, da ATAS, no dia 24, às 16

horas, no GDI. O mesmo acontece no dia seguinte, à mesma hora, na sede do Bairro Santos Nicolau, para a estreia de “O teatro veio ao bairro Santos Nicolau”.

Circo Victor Hugo Cardinali mostra os grandes elefantes africanos

O

circo famoso Victor Hugo Cardinali está em Setúbal, no Parque Santiago, até domingo, para apresentação do seu magnífico espetáculo, com grandes novidades. A atração principal são os dois gigantes elefantes africanos. Luís Cardinali, da gerência, realça ao Semmais que o espetáculo é «bastante animado e diversificado», destacando os trapezistas, os malabaristas, os transformistas e o homem das flechas. «Durante 2 horas, o público

tem a oportunidade de se emocionar e aplaudir a fina-flôr do circo português», vinca, acrescentando que o circo segue depois para Lisboa, para o Parque das Nações, onde apresentará os grandes espetáculos de Natal para várias empresas e público em geral. «A capacidade das bancadas sobe de 700 para 3 200 cadeiras, quando estamos em Lisboa nessa altura, para fazer face às grandes enchentes que nos dão uma certa estabilidade durante o ano». Os animais, que são

«muito bem» tratados e já «fazem parte da família» circense, também são a atração no espetáculo, nomeadamente os cavalos, os camelos, os póneis e os elefantes africanos. O circo Victor Hugo Cardinali pode ser visto em Setúbal esta sexta-feira e sábado, às 21h30, no sábado também às 16 horas, e no domingo a sessão tem lugar às 16 horas. Há aquecimento central, sanitários e bar com bebidas e pipocas. Para se habilitar a convites para o circo basta ligar 96 943 10 85.

Convites para “Eu saio na próxima, e você?” e “ParqueMania” Temos convites para oferecer aos nossos leitores para irem assistir aos magníficos espetáculos em cena nos teatros Politeama e Maria Vitória, ambos em Lisboa. O primeiro, uma grande comédia/musical, que tem como protagonistas João Baião e Marina Mota, tem o selo de qualidade de Filipe La Feria e vai estar em cena até final do ano. Já, a revista “ParqueMania”, de Flávio Gil, Renato Pino e Miguel Dias, com Paulo Vasco, Miguel Dias, Rosa Villa e Susana Cacela, entre outros, é uma luxuosa e divertida revista popular à portuguesa. Se tenciona passar uma noite animada, basta ligar 96 943 10 85 ou 918 047 918 e solicitar os seus convites. Ligue apenas de segunda a sexta-feira.

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 3 DE NOVEMBRO | 2018


CULTURA

DEOLINDA DE JESUS «Nunca fui sonhadora mas sim realista» A fadista Deolinda de Jesus, de 58 anos, de signo Aquário, setubalense de gema, acabou de lançar o seu novo CD “Travo de Sal”. Gosta de trabalhar para obter os seus objetivos, mas sem sonhos. Gostava de conhecer o continente americano.

SETÚBAL3NOVEMBRO22H00 NOVO ÁLBUM DOS FUGLY CASA DA CULTURA A banda de noise e garage, Fugly, apresenta o novo álbum Millennial Shit, que gira à volta do romance jovem e das noites loucas e espalhafatosas em que tudo de mau e bom acontece.

BARREIRO3NOVEMBRO15H30

POR ANTÓNIO LUIS IMAGEM DR

Que livro anda a ler ou leu ultimamente? Nenhum.

Qual o seu maior sonho profissional? Nunca fui sonhadora. Fui sempre realista, trabalhei sempre e continuo a trabalhar para obter os meus objetivos.

Qual o último filme que viu no cinema? Os filmes de Harry Potter, mas não me lembro qual foi o último.

E pessoal? Conseguir os meus objetivos. Mas sem sonhos, sempre.

Melhor peça de teatro? Não tenho ido ao teatro, que me desculpem os grandes atores que temos em Portugal.

Cidade preferida? Setúbal, a minha terra.

Melhor música de sempre? Para mim existem tantas… Por exemplo “No teu poema”, de José Luis Tinoco.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “HERDEIROS DO MAR”

Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? O continente americano.

BIBLIOTECA MUNICIPAL

Um desejo para 2018? Que Portugal fique melhor em tudo e que cresça cada vez mais sem corrupções.

E defeito? Teimosa.

Quem convidaria para um jantar a dois? O meu esposo Ivo, sempre.

Como se chama o seu animal de estimação? Não tenho.

SEIXAL3NOVEMBRO21H30

Quem é o homem mais sexy do Mundo? Sei lá.

O que levaria para uma ilha deserta? Todo o precioso conforto para sobreviver.

FORUM CULTURAL

Complete: A minha vida é… Todos os dias uma aventura.

Dia ou noite? Dia e noite.

O que não suporta no sexo oposto? Numa pessoa não suporto a inveja, seja homem ou mulher.

O que mais teme na vida? Envelhecer sem recursos.

Não deixe de assistir à apresentação do livro “Herdeiros do Mar”, de André Martins, de 26 anos, natural de Corroios. Conta a história de Thomas, um rapaz que vive na ilha pacata de Mérilla.

SARA TAVARES APRESENTA CD Sara Tavares apresenta o CD “Fitxadu”, sendo acompanhada por Rolando Semedo (guitarra acústica), Ivan Gomes (guitarra elétrica), João Gomes (teclas), Pity (baixo) e Ivo Costa (bateria).

ALCOCHETE3NOVEMBRO09H MOSTRA DE “RECANTOS”

GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO Não perca a exposição de fotografia “Recantos de Alcochete”. A beleza e os pormenores de Alcochete não passam despercebidos a nenhum fotógrafo amador. Até dia 23.

Comida e bebida preferida? Cozido à portuguesa, um bom peixe grelhado, cerveja, vinho tinto e água.

Qual a sua maior virtude? Ser humilde qb e genuína.

A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém. O maior desgosto da sua vida? Não tenho tido grandes desgostos.

Qual o seu maior vício? O meu maior vício é cantar.

CINEMA

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HALLOWEEN

PALMELA3NOVEMBRO21H30 DANÇA COM “ALENTO” TEATRO S. JOÃO “Alento”, de Pedro Ramos, é o espetáculo integrado na programação da Semana(s) da Dança 2018. O bailado explora e investiga o segredo latente na substância da qual somos feitos.

SANTIAGO3NOVEMBRO21H30 ENCONTRO DE COROS CENTRO DE ARTES Inserido no XIV Encontro de Coros, o Coral Atlântico recebe o Coral do Troviscal, de Oliveira do Bairro, e o Coral de Candeleda, de Espanha.

MOITA3NOVEMBRO21H30

BAILADO NA BAIXA DA BANHEIRA FORUM JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO A Companhia de Dança Contemporânea de Évora apresenta o bailado “Tristão e Isolda”, com direção e coreografia de Nélia Pinheiro, e bilhetes a 3,66 euros, para maiores de 12 anos.

DATA DE LANÇAMENTO 25/10/2018 NACIONALIDADE ESTADOS UNIDOS GÉNERO TERROR, THRILLER ELENCO JAMIE LEE CURTIS, JUDY GREER, NICK CASTLE REALIZADOR DAVID GORDON GREEN DURAÇÃO 190 MINUTOS

Jamie Lee Curtis retorna ao seu papel icônico como Laurie Strode, que chega ao seu confronto final com Michael Myers, a figura mascarada que a assombra desde que ela escapou por pouco de sua matança na noite de Halloween, quatro décadas atrás. O mestre de horror John Carpenter será o produtor executivo e atuará como consultor criativo neste filme, juntando forças com o atual produtor de terror do cinema, Jason Blum (“Get Out”, “Split”, “The Purge” e “Atividade Paranormal”). Inspirado pelo clássico de Carpenter, os cineastas David Gordon Green e Danny McBride criaram uma história que traça um novo caminho a partir dos eventos do filme de 1978, e Green também dirige. Não perca este excelente e arrepiante filme de terror no confortável e moderno cinema City do Centro Comercial Alegro de Setúbal. 2018 | 3 DE NOVEMBRO | SÁBADO | SEMMAIS | 11


NEGÓCIOS

HERDADE DA BARROSINHA INVESTE MAIS DE 400 MIL EUROS EM NOVOS PROJETOS

Seis casas de turismo rural e taberna renovada prontas para acolher os turistas com dignidade Uma taberna renovada e a criação de 24 novas camas é o que os turistas podem encontrar na Herdade da Barrosinha onde podem descansar e contemplar a natureza. Localizada a 2 quilómetros de Alcácer, a Herdade convida a várias atividades e dispõe de loja de vinhos. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR

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ara acompanhar o crescimento do turismo no Alentejo e dotar o concelho de mais camas, a Herdade da Barrosinha, em Alcácer do Sal, acaba de inaugurar as Casas da Barrosinha, compostas por 6 novas casas de turismo rural. O investimento, superior a 400 mil euros, permitiu a criação de 24 camas e envolveu também a renovação da Taberna típica. As Casas da Barrosinha transmitem uma sensação de «perfeita harmonia com a natureza», uma vez que estão situadas juntas ao Sado. São o lugar ideal para relaxar, desfrutar da

natureza, degustar o sabor e riqueza da gastronomia local e dos vinhos produzidos na herdade, mas também para fazer uma caminhada ou refrescar-se na piscina. Contam com 1 ou 2 quartos, sala de estar, kitchenette e terraço e estão equipadas com decoração atual, com influências rústicas de linhas simples e confortáveis. A abertura destes novos espaços surge numa altura em que o hotel está encerrado para obras de ampliação e requalificação, devendo abrir as portas daqui a um ano. O novo hotel terá 34 quartos, piscina e sala de conferências para 150 pessoas. A Herdade inaugurou também a Taberna, um

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Vinhos topo de gama na Barrosinha

espaço de «convívio para os trabalhadores e para o público», que surge renovada, sem perder o estilo rústico, com provas de vinhos e degustações. Carlos Trindade, administrador da Companhia Agrícola da Barrosinha,

reconhece com o novo hotel de 4 estrelas a funcionar, o projeto assumirá uma «nova relevância» no contexto turístico do Alentejo. O responsável admite que a Barrosinha irá lutar por um projeto «mais ambicioso», sobretudo

na «área da imobiliária, a longo prazo». A Barrosinha marca a diferença na região, uma vez que conjuga «produção de vinho com o turismo de qualidade», através de «uma oferta diversificada de produtos».

A Herdade lançou recentemente as novas gamas de vinho Colheita Selecionada, de 2017 e o Grande Reserva Tinto, de 2012. O espaço de Enoturismo dispõe ainda de mel, compotas, queijos e bolos. Com produção de 200 mil litros de vinho por ano, a Herdade dispõe de atividades agrícolas, florestais e cinegéticas, das quais se destacam a produção de vinho, gado bovino, arroz, cortiça, pinha e caça.

APLICAÇÃO FOI DESTACADA ENTRE OITO PROJETOS

‘Story Map’ do Porto de Sines reconhecida no Encontro de Utilizadores ESRI

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astaram «cinco meses» para a administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), com o apoio da Universidade de Évora, desenvolver a aplicação ‘Story Map’ através da qual é possível conhecer o progresso histórico do Porto de Sines nos últimos 40 anos. A aplicação ArcGIS Story Maps – ArcGIS Online apresenta a «evolução histórica» do Porto de Sines através de mapas, imagens, vídeos e textos «que se revelaram importantes para a afirmação deste porto no contexto nacional e internacional», segundo fonte da APS que revelou ao Semmais que maior parte do tempo de desenvolvimento da aplicação foi «dedicado

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à investigação, recolha e preparação dos elementos-chave a constar da mesma». O desenvolvimento desta aplicação, cuja apresentação «intuitiva e interativa» mereceu uma distinção no concurso de Story Maps, do Encontro de Utilizadores de Tecnologia ESRI 2018, «no qual estiveram a concurso 8

projetos», enquadrou-se nas comemorações dos 40 anos do Porto de Sines, assinalados em 2017. A APS reforça que esta aplicação inovadora permite «contar a história do porto, de forma simples e acessível, reunindo vários elementos multimédia num único documento digital disponível na Internet». E.S.


NEGÓCIOS

EXISTEM 34 MIL NOVAS EMPRESAS NO PAÍS

Setúbal foi o distrito onde nasceram mais empresas Ainda não terminou e, 2018, já é o ano recorde de nascimento de empresas na região. Por mês, em média, foram registadas 282 empresas contra uma média de encerramento de 10 por cada 28 novas. Os setores do imobiliário e da construção são os mais beneficiados. últimos 12 meses - outubro de 2017 e setembro de 2018 - tendo surgido 3182 empresas no distrito. Neste caso a região volta a ser apenas ultrapassada por Lisboa (em claro destaque) e Porto e igualada por Braga. Nos dados mais recentes setembro confirma a recuperação económica do distrito no último ano, com 258 empresas criadas, quando há ano se contavam 231 novas unidades empresariais. Ou seja, uma variação homóloga positiva de 11,7%, apenas superada pelos distritos de Beja e Santarém As boas notícias para a região estendem-se à redução do número de insolvências de empresas

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR

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distrito de Setúbal está no pódio dos nascimentos de empresas em Portugal no último ano, apenas atrás de Lisboa e Porto. A região assistiu este ano à criação de um total de 2538 empresas até ao mês de setembro de 2018, o que traduz uma média mensal de 282 empresas e uma variação homóloga acumulada de 19,5% face aos 2123 registos do ano anterior. Os dados são revelados no barómetro da «Informa D&B», onde também é possível apurar que a região alcançou uma quota nacional de 7,3% nos

Campanha Usados Nissan Jornal Sem Mais_01.pdf

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desde janeiro até maio. O barómetro da Informa D&B revela uma queda de 4,7 pontos percentuais, comparando as 107 insolvências registadas entre janeiro e setembro de 2017 com as 101 deste ano. Segundo o rácio rela-

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tivo aos últimos 12 meses, ainda segundo o mesmo documento, por cada 28 empresas que abriram na região encerram dez. Quer isto dizer que 2018 será «o ano de recorde de nascimento de empresas», sublinha o Baróme-

tro Informa D&B relativo ao final do 3º trimestre, assumindo que a tendência no prazo de pagamento aos fornecedores também se manteve consistente com o verificado nos primeiros meses de 2018 – 14,9%, o nível mais

baixo desde 2007. Os serviços contribuíram com a maior fatia, tendo sido criadas mais empresas no setor desde o início do ano, um aumento homólogo de 8,9%. Dentro desta categoria estão os «serviços profissionais às empresas, serviços de saúde, as atividades de animação turística e agências de viagens», enquanto o turismo impulsiona ainda outras atividades. Já o setor imobiliário também surge na linha da frente, tal como a construção. Os negócios de transportes dispararam 54,4%, enquanto o setor das telecomunicações quase duplicou a constituição de novas empresas na última década.

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OPINIÃO

EDITORIAL

104.000. Mais que um Número. Menos que uma realidade.

RAUL TAVARES DIRETOR

Os meus amigos brasileiros

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ma boa parte dos meus amigos brasileiros, os que vivem por cá e os que nunca deixaram o solo do Brasil, andam animados com a premissa de mudança lançada pela vitória de Bolsonaro. Tirando um ou outro, a grande parte são pessoas de esquerda, que nunca imaginariam votar num homem como o presidente eleito deste grande país multicolor que tanto nos diz. Mas mesmo sabendo tratar-se de um populista refinado, burgesso, racista, xenófobo, sexista e por aí fora, votaram nele. A mim e, como parece, à maioria dos portugueses, a noite do último domingo deu alguma urticária e uma vontade enorme de gritar ‘ai Brasil o que foste fazer’. Nos últimos dias cai na realidade. Há, mesmo, uma expetativa positiva quanto à possibilidade deste homem guiar este gigante das américas. Só que as expetativas de que os meus amigos falam, é baseada nas suas vontades férreas de acabar com a violência gratuita nas ruas, e em suas casas (68 mil homicídios o ano passado), e cortar a direito com os corruptos do ‘mensalao’, e de outras máfias que a ganância promove e alimenta. Na verdade, Bolsonaro é um político do regime e uma pessoa de poucas vizinhanças. Não é de ficar, não é confiável e parece estar disposto a executar um programa de extrema-direita, com laivos de ditador, num país onde, digo e confirmo, a tolerância é pedra basilar. Portanto, desejo muito que as expetativas dos meus amigos corram pelo melhor, e esta é a minha parte da tolerância face à eleição brasileira. A outra parte é confiar que um homem só não faz a treva. E que os órgãos de soberania do país irmão ficaram longe de ser tomados de assalto. O importante, ágora, e esperar com cautela e aprender a lição de uma esquerda que se queimou a si própria, pela mesma ganância que alimenta o carácter de selvageria que está a contagiar o mundo ocidental.

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04.000. Um número em movimento. Pendular. Todos os dias. Entre a margem sul e a margem norte do Tejo. Um tempo quase perdido. Uma realidade no avesso da sustentabilidade. 104.000 veículos. 74.000 pela A2 (ponte 25 de abril). 31.000 pela A12 (ponte Vasco da Gama). Números, mais números e siglas. Quase um modo de vida. Quase um desperdício. Quase um tempo perdido. Quase? Ou totalmente? Então porque é afinal a opção de tantos? Na realidade na Península de Setúbal todos os caminhos vão dar a Lisboa. Quase todos os transportes e quase todos os carros é para lá que se dirigem. Trabalhar em Lisboa e viver na Península de Setúbal (podem dizer margem sul se preferirem) é assim um modo de vida. 104.000 é (e vale a pena repetir os 6 dígitos) o número que nos deveria fazer refletir. E todos, mesmo todos, vão dar à mesma cidade de sempre. Experimentem agora juntar a Fertagus, a Transtejo, a Soflusa e todos os

expressos para o Oriente e para a Praça de Espanha. Na verdade somos todos Lisboetas (até o próprio Centeno). E daí? Perante a pergunta as óbvias respostas. É bom. É mau. É terrível. É fantástico. Estamos perante um clássico: ao chegarmos a um problema complexo nada como uma resposta simples. Assim evitamos pensar e, para além do mais, fica tudo na mesma. Lisboa não saiu do sítio de sempre. A Península de Setúbal não se deslocou um milímetro. Porém fica sempre aquele irritante. Qual é a verdadeira questão? Aquela a que realmente podemos responder? Aquela que podemos ajudar a resolver? E para essa resposta esqueçam lá Lisboa. Pensemos antes em nós. A resposta está na Península de Setúbal. Na sua capacidade de afirmação. Na sua capacidade de se reinventar. De ser melhor. De ter mais qualidade de vida. De forma a reduzir o tal do número. Pensem bem. Se estivéssemos próximos de Beja ou de Portalegre seria melhor?

TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

Vejam bem. Quando temos êxito quantos dos nossos clientes ou visitantes veem de Lisboa? Invertendo o sentido do tal número. O Centro Histórico de Setúbal está a renascer. Vem em todas as notícias. Está ao alcance dos vossos olhos. E não continua próximo (40 Km) de Lisboa? Ou por acaso moveu-se? A questão não está no número de quilómetros. A questão está muito mais no número de empregos criados. Se não existem empregos suficientes as pessoas (você, eu) vão trabalhar em Lisboa. Ou estudar. Ou ver espetáculos. Ou simplesmente jantar. O que faz falta é aumentar a oferta. Se isso e quando isso acontecer vamos todos ver que mais ficam e menos vão para a

outra margem. O recente 1º. Fórum Empresarial AISET (a associação que junta as principais empresas da Península de Setúbal) lançou alguns temas muito interessantes para reflexão. Um deles precisamente a necessidade de aumentar o investimento na Região. Sublinhou a questão dos fundos comunitários (ou melhor da sua ausência) como elemento quase decisivo para essa decisão. Pode ser que sim. De qualquer modo apenas com mais Península de Setúbal teremos menos deslocações para a margem norte. Mais empregos. Mais empresas. Mais ofertas. E também, não o esqueçamos, melhores serviços públicos. 104.000. Poderiam ser muito menos. Serão?

Bertolt Brecht, de novo

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boa alma de Sé-Chuão, que temos em cena até 11 de Novembro, é a quinta peça de Bertolt Brecht que estreámos nos últimos 37 anos: para além de A excepção e a regra (1981), Mãe Coragem e seus filhos (2000), A mãe (2010) e Santa Joana dos matadouros (2011), a CTA montou ainda dois espectáculo a partir de excertos de peças (Guerra? Não, obrigado!, 1980) e poemas (Canções de Brecht, 2008) do fundador do Berliner Ensemble. Juntamente com Shakespeare, Brecht é o autor mais representado no nosso reportório. A escolha de peças que interpelem os espectadores, que os inquietem, e que os levem a reflectir sobre como vai o Mundo tem sido a trave-mestra do nosso percurso, iniciado há quase meio século. E um dramaturgo como Brecht pertence sem dúvida ao cânone daqueles

que escreveram (também) para o futuro. Só que, como afirma Peter Kleinert, o encenador d’A Boa Alma: “É preciso desempoeirar as suas obras e relê-las à luz dos dias de hoje”. Nas últimas quase quatro décadas Peter Kleinert encenou numerosas peças de Brecht na Alemanha, Reino-Unido, Áustria, França, EUA e Austrália; e dirigiu o Departamento de Interpretação de uma das principais escolas de teatro europeias: a Ernst Busch, de Berlim. É com os alunos finalistas desta escola que tem montado regularmente, desde 2011, vários espectáculos na Schaubühne am Lehniner Platz. Pelo que neste regresso a Brecht o percurso de Kleinert afiança-nos um trabalho de pesquisa genuína, que passa não só pela inovação estética, mas também pela capacidade de fazer relevar o manancial de in-

BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO DIRETOR DA CTA

quietação que A boa alma de Sé-Chuão ainda mantém. Nesta parábola escrita há cerca de 80 anos, Chen Te, uma prostituta tornada empresária, depara-se com a perplexidade de que “é impossível ser uma boa pessoa num mundo cruel”. E nos nossos dias? Kleinert pergunta-nos: “Conseguiremos manter os nossos princípios éticos perante a miséria existente neste mundo, de que a crise dos refugiados é apenas um exemplo? Estaremos prontos a abdicar (de parte) da nossa prosperidade?”.

A pergunta que esta nossa A boa alma de Sé-Chuão coloca, plasmada na parábola que Brecht imaginou, e que decorre numa remota província chinesa, é clara: seremos ainda capazes de perspectivar a humanidade de uma forma global, abdicando de uma “pequena” parte do desenvolvimento económico (e decorrente conforto material) que alcançámos; ou, ao invés, estaremos nós a ponto de, nas palavras de Peter Kleinert, “tornar a Europa numa fortaleza”? Entretanto, em palco, acontece um concerto rock.

Diretor Raul Tavares | Editora-Chefe Eloísa Silva I Redação Anabela Ventura, António Luis, Cristina Martins, Marta David, Roberto Dores I Coordenação Comercial Cristina Almeida I Marketing Digital Bernardo Lourenço | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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OPINIÃO

O Status quo da política

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actualidade política recente tem estado particularmente subordinada a duas temáticas que, embora de alcance diverso, assumem relevante importância no que ao desenvolvimento do País concerne – a apresentação e apreciação parlamentar da Proposta de Lei do Orçamento de Estado para 2019 e a instalação na Base Aérea n.º 6 (BA6) do aeroporto complementar ao Aeroporto Humberto Delgado. Se a praxis política e a liturgia parlamentar pressuporiam a existência de entendimentos divergentes no que à matéria de natureza orçamental respeita, a recuperação pela sociedade civil da questão atinente ao modelo de aeroporto que melhor servirá os interesses estratégicos nacionais aparenta ter provocado constrangimentos no Governo, encontrando-se, em ambos os processos, manifestações indecifráveis de quase bipolaridade política nalguns dos seus protagonistas. Na realidade, se, para os cidadãos, se mostra expectável a existência de leituras diferenciadas de decisões de relevante in-

teresse nacional, o nível de contradição observado não pode deixar de suscitar perplexidade. Relativamente ao Orçamento do Estado, assistimos a declarações de insatisfação e repúdio de soluções fiscais, sociais e de investimento de personagens políticos que, no quadro da legislatura anterior, suportaram e implementaram as mais gravosas políticas tributárias, providenciais e de degradação do serviço público no contexto democrático que habitamos. No plano inverso e analisando as prestações dos membros do Governo, igualmente nos sentimos acometidos por uma incapacidade intelectual de percepção do estado supostamente idílico proclamado, que o quotidiano e o nevoeiro sebastiânico não permitem vislumbre. O Governo prossegue na tentativa crescentemente fragilizada de instalação de um aeroporto complementar na BA6, desconsiderando os interesses estratégicos nacionais e os estudos realizados relativamente a matérias fundamentais, nomeadamente de repercussão na saúde humana, ambientais, segurança de ae-

ronaves, ordenamento do território, acessibilidades e mobilidade, que a instalação de uma plataforma aeroportuária necessariamente suscita. A semana anterior introduziu no conhecimento e na discussão públicos um factor ainda não revelado – a absoluta desconformidade e consequente não aceitação pela comissão de avaliação respectiva do estudo de impacte ambiental apresentado. Acerca desta matéria de primordial importância, o Primeiro-Ministro havia afirmado recentemente que a decisão era irreversível e que somente se encontrava dependente do estudo de impacte ambiental. Confrontando as declarações de António Costa com a arrasadora opinião técnica da referida comissão relativamente ao estudo apresentado, seria expectável que, honrando a palavra dada, o Primeiro-Ministro houvesse removido esse carácter de irreversibilidade da decisão e prosseguisse com o interesse público através da adopção de uma outra decisão que tivesse por conteúdo a construção faseada do novo aeroporto no Campo de

ATUALIDADES LUÍS MIGUEL FRANCO COLABORADOR

Tiro de Alcochete. Pura ingenuidade! O Estado é laico, mas o Primeiro-Ministro é um crente na aparição miraculosa de um qualquer estudo que definitivamente resolva a quadratura do círculo em que o silencioso ministro da ausência de planeamento e infraestruturas o enredou. Os presidentes das câmaras municipais dos concelhos cujos territórios integram a BA6 têm produzido declarações verdadeiramente notáveis, demonstrando o desespero perante o carácter reversível de uma realidade que consideravam irreversível ou recorrendo a conceitos que revelam não dominar, contribuindo, porém, enormemente para a evolução da ciência política, através da dissertação acerca das rotas migratórias das aves e acerca do desenvolvimento eco-

nómico local potenciado pela existência de uma cidade aeroportuária com serviços concentrados, que provocaria os efeitos inversos dos supostamente ambicionados. Na sua rubrica semanal “Global”, Paulo Portas, a propósito do movimento de migração existente na América do Sul e criticando países que adjectivou de “falhados”, aproveitou para citar Oliveira Salazar, recordando que este “não se importava com a emigração, porque, quanto mais pessoas emigrassem, menos problemas ele teria”, esquecendo-se que o “seu” Primeiro-Ministro Passos Coelho, muito mais recentemente, convidou e induziu centenas de milhares de portugueses para a emigração. Bipolaridades. (A grafia usada corresponde, por vontade do autor, à do anterior acordo ortográfico)

A Orgia, O Bacanal, O Orgasmo e a Disfunção Eréctil

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esengane-se, desde já, o leitor que o artigo não versa sobre sexualidade, apesar do título, vou falar sobre Orçamento. Em primeiro lugar, uma partilha familiar, num destes domingos as notícias da hora de almoço abrem com o título: “Rio diz que orçamento é uma Orgia Orçamental”, são 13h em ponto com a família reunida para o habitual almoço de Domingo e de repente o meu Henrique de 11 anos pergunta: - Pai, o que é uma orgia? Fiquei enrascado confesso. Sobre a orgia orçamental de Rio, diz este, enumerando as novidades como a oferta de manuais escolares até ao 12.º ano na rede pública, a redução da propina máxima do ensino superior ou passe único nos transportes públicos nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto a preços mais baixos, Rio admitiu que “toda a gente gosta disto” e que “não é possível discordar destas medidas por si”. No entanto, acrescentou, “todas juntas, estas medidas são uma orgia orçamental. São medidas simpáticas, para ver se conquistam as pes-

soas”, disse. Por outro lado, vem o PSD em contradição propor medidas com mais despesa pública o que levou o Deputado Rocha Andrade a expressar: “Se Rui Rio diz que este orçamento é uma orgia, e o PSD defende um orçamento com mais despesa, tenho que chegar à conclusão que o PSD defende um bacanal”. Permitam-me continuar nesta senda e expressar a minha opinião, entendo que este Orçamento como um Orgasmo Orçamental, ou seja, é um culminar prazeroso de uma legislatura sempre em crescendo nos indicadores económicos e na recuperação de rendimentos das famílias. O Orçamento para 2019 para além das boas medidas já referidas por Rio, traz, também, uma diminuição da fatura da eletricidade, o reforço do abono de família, a subida do mínimo de existência do IRS e o aumento de todas as pensões. Paralelamente, consegue-se melhorar as contas do Estado: (i) com uma redução do défice de 0,7% em 2018 para 0,2% em

2019, atingindo assim praticamente o equilíbrio no saldo orçamental (ii) Permite à dívida pública baixar da barreira dos 120% sobre o PIB, atingindo os 118,5% em 2019 (iii) Melhorar a nossa posição externa, aumentando a capacidade de financiamento da economia portuguesa ao exterior de 1,0% do PIB em 2018 para 1,2% em 2019 (iv) Manter a criação de emprego depois de terem sido criados 321 mil empregos desde o início da legislatura. O crescimento do emprego é estimado nos 0,9% com a taxa de desemprego a atingir os 6,3% em 2019 (v) Reduzir a carga fiscal em 0,1pp para os 34,6% do PIB. Com tudo isto e pelo 3º ano consecutivo a economia portuguesa crescerá em 2019 acima da média europeia (2,2% versus 1,9%). Sim é efetivamente um momento de clímax, atinge-se o grau máximo de resultados na história da democracia, sim é mesmo um Orgasmo Orçamental. O que estará a fazer a expressão Disfunção Eréctil a fazer no título? É isso que vos quero falar, de política orçamental local, neste

ATUALIDADES BRUNO RIBEIRO BARATA AUTARCA DO SEIXAL

caso concreto do Orçamento da Câmara Municipal do Seixal. O Presidente Comunista da Câmara do Seixal tem-se demonstrado, ao longo dos anos, incapaz de concretizar investimento no município. Agrava esta incapacidade a existência de disponibilidade orçamental e receita no orçamento do município fruto da boa situação económica que o país atravessa – mas o Presidente nada concretiza. O Partido Socialista do Seixal votou contra o orçamento de 2019 da Câmara Comunista viabilizado com as abstenções do Partido Social Democrático e do Bloco de Esquerda -, porque entende ser inaceitável os investimentos no concelho serem sempre protelados. Até 31/07/2018 o presidente da Câmara apenas investiu 2,6M€

quando no orçamento tem inscrito 19,3M€, ou seja, em sete meses do ano de 2018 apenas concretizou 13% do investimento. O valor previsto de investimento, no orçamento proposto pela Câmara Municipal, para os de 2019 a 2022, apresenta a seguinte distribuição: 11M€ para 2019; 20,4M€ para 2020; 31,5M€ para 2021 e 17M€ para 2022. Sim, acertou, a abrupta promessa para 2021 coincide com o ano das eleições autárquicas. Sim, estamos perante uma disfunção eréctil orçamental, pois o executivo comunista da Câmara Municipal do Seixal evidência uma incapacidade constante e recorrente em manter um investimento que permita desenvolver e melhorar o concelho do Seixal.

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