Semmais 04 outubro 2014

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16 anos

Distribuído com o

A REGIÃO

SOMOS TODOS

NÓS

edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

VENDA INTERDITA Sábado | 4 outubro 2014

www.semmaisjornal.com

Diretor: Raul Tavares semanário — edição n.º 828 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbal

Cultura 9

Negócios 13

Negócios 14

Teatro "O Bando" comemora 40 anos com a peça 'Quarentena'

Sines ganha turismo industrial com Galp Energia

Alegro de Setúbal abre 12 de Novembro e garante interagir com população e cidade Fotos: DR

Plano de turismo de Lisboa abre nova rota para a Arrábida e Tejo O novo plano estratégico da Entidade Regional de Turismo de Lisboa passa pela primeira vez pela Arrábida e Estuário do Tejo como apostas estratégicas. É um novo trunfo da aposta turística, afirmando «um mosaico de experiências» ÚLTIMA

Pub.

Polícias e Justiça podem vir a juntar-se num só edifício

Técnicos europeus testaram alarme de tsunami em Setúbal

Atual A ideia foi manifestada pelo atual juíz presidente da Comarca de Setúbal e tem o apoio da Câmara sadina. As várias polícias, PSP, GNR e PJ estão mais reservadas sobre essa hipótese.

Atual O sistema de alarme de maremoto e tsunami instalado no Parque de Albarquel, em Setúbal, funciona bem, segundo os especialistas, mas é «pouco audível». O teste foi realizado quinta-feira.

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ABERTURA Especialistas europeus avaliam exposição da zona a perigos do mar

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Costa de Setúbal em risco testou sistema de alerta de tsunamis

Bombeiros auxiliaram técnicos europeus nas várias fases previstas no decorrer dos testes em Albarquel

A exposição a falhas tectónicas da zona costeira de Setúbal é um risco já conhecido. O parque Urbano de Albarquel tem sistema de alerta, agora testado e melhorado por técnicos europeus.

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geração de maremotos ou tsunamis, associados a eventos sísmicos com epicentro no mar, mas também a movimentos de vertente e erupções vulcânicas submarinas, pode ter consequências devastadoras no distrito de Setúbal, que é uma zona de risco, uma vez que um dos principais focos potenciais geradores de maremotos são as estruturas tectónicas ativas, com direção Norte /Sul, localizadas na margem continental entre Setúbal e o Cabo de S. Vicente. Esta foi uma das razões que estiveram na base da instalação de um sistema de alerta de tsunamis existente no Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal, há sensivelmente três anos. O sistema permite, através de um sinal sonoro e de informação escrita e falada, em português e em inglês, alertar os populares para a ocorrência de um tsunami e consequente necessidade de evacuação dos locais costeiros. O sistema instalado inicialmente era ativado de forma manual, o que exigia que alguém desse o sinal ao aperceber-se de uma atividade sísmica que pudesse originar um maremoto. Esta semana, uma equipa composta por três peritos internacionais deslocou-se a Setúbal para testar o equipamento e melhorá-lo. A equipa técnica do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia, entidade que desenvolveu o equipamento, realizou testes com um protótipo que, de forma computorizada, simulou uma subida do nível do mar correspondente à de um tsunami.

No momento em que o equipamento, colocado no rio a cerca de três quilómetros do parque urbano de Albarquel, reconheceu a alteração do nível das águas fez acionar de forma automática a informação de alerta sonoro e a do painel digital informativo. Os testes realizados permitiram que a informação percorresse em tempo real, com uma fração de segundos, a distância entre o sensor e aquela zona de lazer. Alessandro Annunziato, um dos elementos da equipa de cientistas, mostrou-se satisfeito com os resultados dos testes realizados e admitiu ao Semmais que, apesar de se tratarem de eventos raros, a região tem um índice de risco sísmico e,

consequentemente, da ocorrência de maremotos, que deve ser tido em conta. Porque «apesar de raros, estes eventos podem ocorrer, e é importante que os sistemas de alerta funcionem para ajudar a proteger as populações». O equipamento instalado no Parque Urbano de Albarquel é único no nosso país e as experiências realizadas em Setúbal fazem parte de uma atividade europeia de investigação que pretende encontrar e melhorar os mecanismos de alerta de catástrofes e reduzir o tempo de transmissão do alerta às populações em risco, minimizando assim os efeitos. Marta David

Equipamento funcional, mas pouco audível Na manhã de quinta-feira os populares que se encontravam no Parque Urbano de Albarquel foram alertados pelo som de uma sirene que dava conta da ocorrência de um maremoto e por uma informação sonora que aconselhava o afastamento da zona costeira. A reação quase imediata foi a de procurar um dos elementos da companhia de bombeiros que se encontrava no local para chamar a atenção para o facto de o painel estar a transmitir essa informação. Para Alessandro Annunziato «é esta a reação que se espera dos populares perante o sinal, com o equipamento funciona na perfeição». Ainda assim o sinal sonoro existente é pouco pronunciado e num dia de verão, por exemplo, em que o PUA é local de eleição para centenas de setubalenses usufruírem de um dia de praia, o sistema apresenta falhas. O técnico explica que este é um equipamento que está ainda a ser testado, mas admite que para ter os efeitos desejados em caso de catástrofe, «teria de ter maior potência sonora e deveriam ser colocadas mais sirenes um alertar os populares de forma mais célere».

Mudanças a caminho do abismo

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mundo está a viver um secular processo de drásticas mudanças políticas e sociais que, para muitos, é sinal mítico de um ‘arrastamento para a frente’. Há, contudo, em algumas nuances desta aparente metamorfose, retrocessos enfáticos. O radicalismo islamista, a ganância financeira, o aumento do fosso das desigualdades a Ocidente, e o pronúncio, a décadas, de outras guerras mais contundentes, como as alterações climáticas e os seus efeitos, a devastação ambiental provocada pelo consumo desregrado, as migrações forçadas pela força bélica, a escassez de água no globo, entre outras. Seria fastidioso enumerá-las todas. Mas há uma hecatombe maior que está no seio de todas elas, que se prende com a orgânica das famílias e os graus de pertença. Estes pressupos-

EDITORIAL

Raul Tavares

tos foram os alicerces de muitas sociedades e tem vindo a derrapar a cada estágio de desenvolvimento. É um perigo e uma ameaça, porque se perscrute na individualidade sobre tudo o resto, com contornos que ainda não são fáceis de avaliar na sua extensão. Não sei bem como se resolverá esta equação. Sobretudo, não vejo os políticos e os senhores do poder a atender sobre ela, como se o futuro fosse apenas deixar andar. E isso pode ser, a prazo, o maior dos abismos. Um ‘buraco negro’ que se será tarde para deitar a mão.

CRÓNICA UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

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embram-se daquela peça de Teatro do saudoso António Feio e do José Pedro Gomes, intitulada “Conversas da Treta” e que falava de um “Suponhamos”. Ora, hoje à volta do nosso café vamos tomá-lo com um “suponhamos”... Suponhamos então que eu arrendo em permuta o meu escritório. Instalo-me imediatamente no novo e prometo deixar alguém ocupar o meu a partir de Novembro, por exemplo. Imaginem que em Novembro não tenho as obras do meu terminadas. Estou em incumprimento? Estou, pois. Imaginem agora que arranjo um espaço alternativo para poder instalar as pessoas que fizeram a permuta comigo. Não o faço em Novembro conforme prometi, mas faço-o, sei lá, como isto é um “suponhamos”, estamos à vontade, por isso, imaginem que o faço em Janeiro de 2015. Estarei em incumprimento? Parece-me evidente que sim. A vocês não?

Paulo Edson Cunha Vereador PSD/Seixal Agora imaginem que para atenuar esse incumprimento, combino com a parte contrária arranjar-lhes um espaço alternativo onde eles ficarem provisoriamente. O que estou a fazer? Resposta: Nada mais do que a minha obrigação e a salvaguardar o mal menor, para mim e para com os terceiros com quem contratei. Ora meus amigos, é precisamente o que se passa com o último Protocolo que o Benfica fez com a Câmara Municipal do Seixal. O Sr. Presidente da Câmara não cabe em si de orgulho por ter feito um excelente Protocolo e defendido exemplarmente os interesses municipais, quan-

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

Outono

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doro o outono. Adoro a forma como a palavra assenta firmemente no papel. Adoro os tons, as cores – aqueles castanhos, vermelhos, dourados. Adoro o jeito sensível da doce luz brilhante

Margarida Nieto Estudante


ESPAÇO PÚBLICO

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Apaches, Punks, Existencialistas, Hippies, Beatniks de todos os tempos uni-vos!

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mundo ocidental, seja isso o que for, está submetido a uma “ordem” velha de mais e ousada de menos. Uma certa “normalidade” cinzenta. De fato e gravata, aprumados pela “correção” da mediocridade, um pelotão de líderes que não sabem olhar para o futuro, reeditam as receitas do passado. Olhem, por uma vez, para a Europa. Aqui voltaram, depois de um breve interregno, os países “grandes” e os países “pequenos”. Voltou a disciplina (também orçamental) para os “fracos” enquanto vigora o livre arbítrio para os “fortes”. A Alemanha e a França foram os primeiros a dar o “exemplo” e a ignorar o valor do deficit orçamental que eles próprios impuseram. Em nome do rigor. Para os outros, claro. Tudo bem, sigamos em frente. À nossa volta as soluções do “mais do mesmo” provocam a continuidade da continuidade da continuidade. Um longo caminho para

Jorge Humberto Silva Turismo Semmais lado nenhum. À nossa volta mandam os mesmos, obedecem os de sempre. À nossa volta a mesma “calmaria”, o mesmo “compromisso”, a mesma falsa obediência. Subserviência pública, rebeldia no café. Os mais ricos sonham com o dinheiro dos mais pobres, através dos impostos que o Estado cobra, com as designações mais apropriadas: resgate, apoio, participação, subsídio e o mais que esta particular criatividade permita. Os mais pobres têm salários tão mínimos que o impulso de contar com o tal Estado é avassalador. Aí o nome é subsídio ou po-

breza mínima garantida. Os nem ricos nem pobres pagam tudo. Rigorosamente tudo. E cada vez mais tudo. São os mais ou menos. Os mais ou menos são a base e a natureza deste país. Na verdade carregam este país às costas. Os mais ou menos transformaram-se, afinal, nos mais pagadores e nos menos recebedores. Pagam cada vez mais. Recebem cada vez menos. Num supremo e final amor pelos seus “raptores financeiros” os mais ou menos ambicionam ser como os ricos. Aliás veem-se como ricos. Procuram comportar-se como ricos. Quando na verdade, ironia das ironias, são cada vez mais pobres. Portugal tornou-se, ele próprio como país, um mais ou menos. Mais ou menos competente. Mais ou menos europeu. Com mais ou menos futuro. O mais ou menos é afinal a imagem da nossa pior qualidade: não

somos, nem deixamos de ser. Somos qualquer coisa de intermédio. O meio-termo é assim o nosso referencial. A nossa forma de estar. Um “estado de espírito” que nos faz aceitar o inaceitável. É precisamente esta vulnerabilidade que nos deixa tão inseguros perante as pressões e os lobbies (dos legítimos aos totalmente ilegítimos). É esta vulnerabilidade que nos leva a pagar tudo: uma imensidão inconsequente de subsídios que começam no Estado Central e acabam na Freguesia. Todos os interesses se acham com direitos. Direitos financeiros, claro. Imagine quem é que os paga? Talvez você. As atividades, as iniciativas são agora um serviço. Um serviço privado. Mas pago como se de serviço público se tratasse. Todos têm a sua importância. E, consequentemente, têm de ser reconhecidos. Um país sem um único prémio Nobel vivo é, afinal, um país de importantes. Basta ir a uma

inauguração, a uma entrega de prémios, a uma qualquer comemoração para apreciar o rosto, a posse e a vaidade da importância. Pobre vaidade, afinal. Apenas outra forma de pobreza. Homenageio por isso os que não querem ser importantes. Os que não querem mandar. Os que não querem dar lições. Os que não querem ser parte do “sistema” dos contactos, dos conhecimentos, dos amigos dos amigos e dos facilitadores. A promiscuidade é apenas mais um resultado do mais ou menos. Porque, na verdade, mais ou menos é tudo a mesma coisa. Exatamente por isso Apaches, Punks, Existencialistas, Hippies, Beatniks de todos os tempos uni-vos! A vossa união é o nosso resgate para outra coisa diferente. Certamente melhor. Nota: O título desta crónica é “roubado” de Caetano Veloso, álbum “Cores, Nomes”, (1982).

Mais um dia de Abril

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do o que ele fez foi ter conseguido atenuar ligeiramente o incumprimento contratual do Benfica no Protocolo anterior. Como já anteriormente expliquei, se o Benfica tem de entregar à posse da Câmara dois campos - o Estádio do Bravo e um sintético e em troca ficar com os terrenos municipais e construir os seus campos e se já tem a posse da sua parte e até já construiu e a utiliza e ainda não cumpriu a parte que lhe compete (e nem discuto os motivos desse atraso), então o mínimo que o Benfica tinha de fazer era encontrar uma situação alternativa que atenuasse o interesse da Câmara e foi o que se conseguiu. O mal menor e não mais do que isso - a cedência por uma época do seu Campo n.º 6, neste caso para os escalões jovens do Seixal FC treinarem. Claro que o Protocolo deixou muitas pontas soltas e que na prática vamos obrigar crianças a terem de ir tomar o seu justo e retemperador duche a 200 metros de onde treinam (e com o frio e

a chuva não deve ser bom), mas pelo menos têm onde treinar. No fundo, no fundo o que me chateia nesta discussão, que por vezes se trata de uma verdadeira “conversa da treta” é o facto de a Câmara ainda apresentar isto como uma grande vitória, quando a sua performance deixa muito a desejar. OK, pronto, desta vez pelo menos não é tão mau. Mas quem votou neles /CDU) para defenderemos interesses do município foi para fazerem o menos mau, ou para conseguirem os melhores resultados? Vocês sabem a resposta. E quando não o conseguem, pelo menos que tenham a humildade de o dizerem, em vez de fazerem o habitual foguetório de vitórias que nem morais são. É quase como o meu clube (O Benfica, para quem não sabe) estar todo contente por ontem só ter levado 3 na Alemanha, ou ter marcado um golo. Já imaginaram o que diríamos? Por isso pedimos que sejam humildes e realistas. Só isso.”

esta quarta-feira comemorámos o 44º aniversário da fundação da CGTP - Intersindical Nacional (1 de Outubro de 1970). Mas porque estamos em pleno decorrer das Comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril, “igualmente entendemos assinalar” - transcrevemos um propósito da Associação Conquistas da Revolução – “o 29º aniversário da inauguração do Monumento ao 25 de Abril e às Nacionalizações (1 de Outubro de 1985), bem à vista em plena Praça de Portugal, na nossa capital sadina” (conquistasdarevoluça.blogspot.pt). Da autoria dos escultores Virgílio Domingues e António Trindade e do Arquitecto Rodrigo Ollero, foi erguido pela iniciativa dos órgãos representativos dos então cerca de 5 mil trabalhadores dos Estaleiros da Setenave (hoje Lisnave, em consequência da privatização), com o empenho do Município. No actual combate que travamos contra as troikas nacional e estrangeira que atentam à nossa soberania nacional e bem estar do povo,

nunca é desproporcionado manter acesa a denúncia de que em relação à Lisnave os sucessivos Governos não acompanharam o plano de viabilização da empresa assinado entre o Grupo Mello e o Estado Português em 1997, e muito menos a exigência do cumprimento integral das suas responsabilidades, nomeadamente quanto ao quadro de pessoal que o acordo previa de 1339 trabalhadores, hoje reduzido a apenas 278, ao que se somou a recusa de incorporar cerca de 200 da Gestenave e da Erecta que contribuíram para a viabilidade da Lisnave. E não é desproporcionado continuar a denunciar a venda da empresa a pataco a privados, com uma maioria de trabalhadores agora contratados precariamente como nas praças de jorna do antigamente. Eis porque neste meados da semana, solidários com a quinzena de luta da CGTP-IN pela mudança de politica e de governo, pelo progresso e desenvolvimento, em prol do emprego, dos salários justos, da saúde, educação e segurança social que o PS, PSD e CDS-PP fustigam, foi tem-

po de recordar os longos dias e noites, e em particular as noites, em que os operários da Setenave, em contínuo labor de fulgurantes maçaricos, sobrelevaram rumo ao céu, as chapas antes produzidas num dos locais de trabalho mais emblemáticos da construção e defesa de uma das conquistas da Revolução, as Nacionalizações, entre os sapais da Mitrena. Caprichosamente, a uma jovem que muito cedo apanhava indiferentemente uma rápida dos TST ou para a Praça de Espanha ou para a Gare do Oriente, dissemos-lhe que na volta não se esquecesse de mais um dia de Abril, no dia a dia das viagens. Ia falar-lhe da Rotunda do Monumento que, uma vez entrados na cidade, acolhe a primeira paragem obrigatória do regresso a casa. - “Sim, todos os fim de tarde desço lá, porque moro mais acima, na Avenida Bento de Jesus Caraça. Também gosto da régua, que está lá”..

que voa por entre as ramagens nuas das árvores, aterrando numa pequena poça de água que reflete, de um certo ponto de vista, quem caminha no passeio. E, então, aparecem camisolas de lã, farfalhudas, aconchegantes, fazendo par com os cachecóis amarelos, encarnados, castanhos, tentando imitar a pobre copa das árvores da rua e o vasto manto outonal abaixo delas. Por entre a brisa fria, azul, surge

de rompante um odor quente que nos faz inspirar e saborear com as narinas o tom seco e acastanhado, próprio da estação. E cobrimos a mente com cores secas, folhas de plátano e sopros de luz, tal como cobrimos os olhos com as pálpebras leves para conseguirmos decifrar aquele odor. Café. Forte, amargo. A névoa aromática decifra-se e encaixa perfeitamente naquele dia outonal, completa-o. O sabor deixa-se confundir com

os tons de outono e o travo quente com os agasalhos. Pequeno, intenso. E os mercados chamam as romãs, mergulhando naquele ácido tom encarnado. Chamam as castanhas, as batatas-doces, as nozes, as avelãs – clássicas, elegantemente formadas e assentes nas bancadas chamando, por sua vez, quem passa por elas. Sedutoras. Os casacos compridos e a bele-

za de um espontâneo passeio à chuva deixam-nos um travo do inverno que se aproxima, enquanto os tons quentes nos deixam o sabor do verão que se afasta. E o vento passa-nos por entre cada fio de cabelo, obrigando-os a esvoaçar por entres os odores e as cores, acaricia-nos o interior do ouvido, arrepiando-nos, fazendo-se ouvir, fazendo-se sentir. O burburinho da multidão acon-

chega-nos, envolve-nos qual manto sonoro, e sente-se a azáfama. Os leves encontrões, os toques de quem anda apressado sem reparar, de quem foge da chuva miudinha, sentem-se e chegam até a magoar, mas aconchegam, ao longo da rua. E assim nos deixamos inundar pelos tons, pelas cores, os odores, as imagens, os sons e os toques que se abrem para nós juntamente com o leque outonal.

Valdemar Santos Militante do PCP

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ATUAL Justiça reuniu em Tróia e presidente dos juízes falou em exclusivo ao Semmais

«A confiança

na justiça

corre risco de contaminação» Roberto Dores

Tem faltado reflexão? Diria antes que é necessário refletir sobre as questões relacionadas, por exemplo, com os novos direitos sociais, com os direitos que as pessoas querem ver garantidos. A sociedade vai refletir sobre isso, que é fundamental. É preciso termos uma justiça com estatuto de independência, independência financeira. Como é que os juízes foram e devem ser formados? Este congresso tem chamado a sociedade à discussão? E convidámos um conjunto de pessoas para darem o pontapé de saída sobre todos os temas que depois temos tratado e discuti-

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alerta foi lançado pelo presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses em pleno congresso, que hoje termina em Tróia. Mouraz Lopes considerou «preocupante» e «gravíssima» a situação nos tribunais resultante dos problemas na plataforma informática ‘Citius’, pelo que, segundo o juiz conselheiro, é natural que apesar do tema do congresso ser “Estatuto e Diálogo com a Sociedade”, os problemas na plataforma informática acabem por estar a marcar o encontro. «É um problema muito grave que tem de ser resolvido rapidamente», refere em declarações ao Semmais. O que pode a sociedade esperar deste congresso em Tróia? Temos que falar da defesa da cidadania num estado de direito, sendo um tema complexo para lá das normais narrativas judiciárias. Entendemos que a sociedade e os seus juízes têm que discutir que juízes querem e que justiça querem. Há hoje um conjunto de políticas que, cada vez mais, colocam em causa direitos fundamentais e que fazem emergir a importância do estatuto profissional dos juízes.

do entre os juízes. Pensámos que o congresso iria ocorrer em tempos mais calmos e mais propícios para a reflexão. Mas por via das situações a que estamos a assistir não vai ser totalmente possível. Está a falar da reforma da justiça e dos problemas informáticos no Citius. Recordo que já considerou preocupante e gravíssima a situação nos tribunais, dizendo ser preciso enfrentar o problema com transparência. Mantém? Não vale a pena omitir um problema que é grave e está afetar a justiça em Portugal. Temos que o enfrentar para tentar encontrar soluções no curto ou médio prazo. É natural que os problemas na plataforma informática ‘Citius’ se torne uma questão omnipresente neste encontro, porque se trata de um problema que não era expectável que tivesse a profundidade que teve. A questão chega a ser dramática Acha que todo este caos, como é designado pelos próprios profissionais da justiça, poderá, de alguma forma, contaminar a confiança dos cidadãos?

Esperamos que não contamine, mas incorremos nesse risco. É isso que os juízes querem evitar, mas é preciso que encontrem rapidamente soluções para um problema muito grave, que até agora ainda não foi realmente percecionado com a gravidade que na sua globalidade comporta. É por isso que temos que resolver problemas do ‘Citius’ para não contaminar confiança na justiça. E como entra aqui a discussão sobre o novo estatuto dos juízes? Gostaríamos que a implementação do novo mapa não ofuscasse a necessidade de termos um estatuto profissional adaptado a estes tempos, para que se evitem coisas que têm acontecido no passado, devido à pouca blindagem constitucional que o estatuto deve ter. Continuamos a ter um conjunto de normas estatutárias que podem ser alteradas ao sabor das maiorias políticas. Está falar para o Governo… Para os vários governos. Um pouco como acontece noutros países, onde há a tentativa de politizar e controlar algumas independências e com várias questões que, às vezes, se traduzem

em violações dos direitos fundamentais. Por exemplo? As questões remuneratórias, por exemplo. Há países que têm nas constituições um conjunto de princípios que não podem ser mexidos e que garantem a independência financeira dos tribunais. Só se toca no estatuto dos juízes se houver uma maioria qualificada. Queremos ter isso na nossa lei. Queremos ter estatuto disciplinar único que corresponda aos deveres exclusivos que temos, desde o direito à reserva e direito ao domicílio em determinado tipo de comarcas. Mas também queremos um sistema normativo sancionatório, quando os deveres são postos em causa, mas que seja só nosso e não de toda a Função Pública. Porque os juízes têm deveres exclusivos que mais ninguém tem.

Cavaco Silva pediu independência por mensagem e ministra garantiu actualização remuneratória O Presidente da República afirmou esperar que a revisão dos Estatutos dos Juízes dê «particular atenção» a valores como a independência, imparcialidade, isenção e subordinação à lei. Através de uma mensagem enviada ao X Congresso dos Juízes Portugueses, Cavaco Silva realçou a necessidade de que «a revisão dos estatutos dos magistrados judiciais tome em particular atenção os valores essenciais da independência, imparcialidade, isenção e subordinação à lei». Na missiva, lida pelo

presidente da Associação Sindical dos Juízes, Cavaco Silva lembrou que «Portugal enfrenta exigências em diversos domínios da sua vida coletiva, que não se esgotam na necessidade de salvaguardas equilíbrios financeiros e económicos». Entretanto, a ministra da Justiça garantiu que a independência dos juízes é «absolutamente intocável» e disse que estão a ser estudadas várias possibilidades que permitam a «atualização condigna» do estatuto remuneratório dos magistrados. «O princí-

pio da independência dos juízes constitui uma das vertentes da densificação do Estado de direito e o núcleo essencial do estatuto dos juízes», disse Paula Teixeira da Cruz na sessão de abertura do congresso. «Assumo, pois, aqui convosco o compromisso solene de que tudo farei para que o princípio da independência dos juízes, consagrado na Constituição, tenha adequado desenvolvimento e reforço no Estatuto dos Magistrados Judiciais», acrescentou.

PSP, GNR, PJ e Palácio da Justiça podem reunir-se num só espaço OS COMANDOS distritais da PSP, GNR, Judiciária e o próprio Palácio da Justiça podem vir a usufruir dum espaço conjunto no concelho, no terreno entre a Avª. Antero de Quental e a Avª. do Alentejo, desde o acesso ao Novotel até à nova rotunda dos Quatro Caminhos. A ideia da criação destas instalações, um tipo de Campus da Justiça, já foi lançada pela autarquia ao Governo, pelo que se espera um feedback. Manuel Sequeira, Juiz Presidente do Tribunal da Comarca de Setúbal, disse ao Semmais que o atual Palácio da Justiça não possui as condições adequadas para o exercício de todas os serviços prestados. «Nem com as atuais obras de remodelação e ampliação, o tribunal vai servir da melhor forma os interesses da justiça», disse. E sublinhou que vão ainda ficar a faltar «salas de testemunhas e gabinetes para magistrados, e insuficiente salas para audiências, para além de problemas com o estacionamento» Quando tomou posse, em Junho, Manuel Sequeira reuniu-se com o Ministério da Justiça reivindicando um novo espaço mas, afirma, «a resposta foi um silêncio». A Câmara de Setúbal apoia a ideia. O vice-presidente da autarquia, André Martins, explica que esta proposta do responsável pela Comarca de Setúbal, «pode potenciar todos os serviços num espaço que já tinha sido idealizado e com melhores acessibilidades e logística». O autarca salienta que no âmbito da requalificação da zona ribeirinha de, «o Palácio da Justiça enquadra-se na perfeição nessa estratégia. André Martins explica que «haveria uma contrapartida na cedência do Palácio da Justiça à autarquia que poderia passar por permuta de terrenos, apesar de ser ainda muito cedo para falar disso». Entretanto, da parte das autoridades policiais apenas a PJ gaba a ideia, por falta de condições no espaço que detém, adjacente à Igreja do Grilo. Um responsável da PSP afirmou ao Semmais «desconhecer» a intenção camarária, declinou «queixas de falta de condições da atuais instalações», mas reconheceu que uma deslocação seria «bem-vinda». Por parte do comando da GNR, o tenente-coronel, Jorge Goulão frisou ao nosso jornal que as obras de melhoria e reabilitação do Comando Territorial de Setúbal «surgem no sentido de fornecer melhores condições aos agentes, sendo descabida a hipótese de deslocalização para um novo espaço». Rogério Matos



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Tráfego fluvial na Atlantic Ferries aumenta face a 2013

A AUTORIDADE Tributária penhorou o pavilhão Antoine Velge, devido a uma dívida da SadiSetúbal – Imobiliária S.A. às Finanças, no valor de 751 mil euros. O clube corre assim o risco de não poder realizar o habitual jantar de aniversário naquele espaço desportivo. É que o pavilhão Antoine Velge pode vir a ser vendido em hasta pública no próximo mês. O imóvel tem um valor superior a 1 milhão de euros e as propostas para a aquisição do pavilhão decorrem até ao dia 26 de novembro. Fonte da direcção do V. Setúbal frisou que o problema «não foi causado pela actual direcção». Além disso, não está afastada a possibilidade de a SadiSetúbal pagar a dívida. Tentámos ouvir o presidente Fernando Oliveira mas, até ao fecho desta edição, não foi possível, remetendo-nos a mesma fonte para um comunicado nos próximos dias.

O TRÁFEGO fluvial entre Setúbal e Tróia, através da Atlantic Ferries, aumentou entre janeiro e setembro em comparação com o mesmo período do ano passado. 2013 foi mesmo o “annus horribilis” para a atividade da empresa, registando o menor número de utentes desde 2003. João Madeira, diretor da empresa, refere ser necessário fazer uma análise da rentabilidade daquele serviço. «É preciso perceber o que é a Atlantic Ferries, qual o papel desta e quem é o seu concorrente para verificar como se dispõe no mercado». Ao identificar as auto-estradas como a principal alternativa no que diz respeito ao acesso à Península de Tróia, o diretor da transportadora do Sado explica que «se comparar a quebra que houve na rodovia entre 2011 até 2013, tal não é muito diferente da quebra registada na Atlantic Ferries». E explica: «Houve essa ten-

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Finanças penhoram pavilhão Antoine Velge

O tráfego entre Setúbal e Tróia tem oscilado nos últimos anos

dência, muito fruto das condições económicas que o país sofreu mas é importante referir que a maior parte dos clientes vêm uma ou duas vezes para a praia». O responsável, acredita, contudo, que foi o ano de inversão e a partir de agora haverá uma retoma em termos de tráfego. «As boas notícias dizem que 2014 é um ano de clara mudança, com o aumento do número de clientes e se as condições climatéricas tivessem ajudado, haveria a certeza de

que estes dados seriam bastantes superiores», afirmou ao Semmais. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, 2012 tinha sido o ano mais fraco desde 2003 para o transporte fluvial entre Setúbal e Tróia, com pouco menos de um milhão e cem mil passageiros transportados. Por outro lado, 2008 foi o ano com maior tráfego na zona, atingindo a Atlantic Ferries 1,7 milhões de passageiros. Rogério Matos

Pub.

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A MARINA de Setúbal irá ser construída na doca de recreio junto ao Clube Naval Setubalense pelo município e pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). A garantia foi deixada pelo vereador André Martins, durante um seminário internacional “Cidades portuárias e a relação porto-cidade: a náutica de recreio e o turismo náutico”, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Mar, que decorreu no passado dia 3, no Forum Luísa Todi. Segundo André Martins, o local escolhido reúne «inegáveis vantagens urbanísticas», uma vez que contribui para «melhorar a sua re-

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Município e APSS unem esforços para construir marina

Plateia muito composta

lação com a zona ribeirinha». Além disso, reconhece que a zona fica perto de vários equipamentos culturais e turísticos e «potencia os investimentos públicos realizados».

Vítor Caldeirinha na abertura

Já Vitor Caldeirinha, presidente da APSS, revelou que a entidade está já no terreno à procura de apoios financeiros para a construção da marina. «Já apresentámos algumas propostas à tutela para que a zona

que foi ocupada pela população volte para as mãos da cidade». Vários especialistas e operadores nacionais e internacionais, relacionados com as temáticas abordadas, deram o seu contributo num colóquio onde foi discutido também o cais intermodal. Além deste seminário, o Dia Mundial do Mar foi celebrado em Setúbal com «forte afluência» de público, que, assim, não perdeu oportunidade de visitar os veleiros Sagres, Creoula e Vera Cruz. Só no primeiro dia, 3 500 crianças entraram a bordo destes três ícones da marinha à vela nacional.

ANESPO em Congresso em Setúbal assinala 25 anos de ensino profissional CERCA de 25 por cento dos jovens atingem os 18 anos sem qualquer qualificação profissional o que os inibe de ingressar de forma efetiva no mercado de trabalho. Esta foi uma das principais notas deixadas por José Luís Presa, presidente da ANESPO, a Associação Nacional de Escolas Profissionais, durante a sessão de abertura do seu VI Congresso que decorreu quinta e sexta-feira, em Setúbal, e reuniu perto de duas centenas de profissionais ligados. quando se assinalam os 25 anos do ensino profissional em Portugal. Segundo aquele dirigente esta percentagem é um sinónimo do «défice de qualificação profissional existente em Portugal, comparativamente com o resto da Europa» e a aposta de conseguir aumentar o número de estudantes no ensino profissional pode ser a resposta para colmatar essa necessidade de qualificação. Nos últimos 25 anos o número de escolas profissionais no país tem aumentado de forma significativa e o distrito tem contribuído para esse aumento. A região dispõe de nove polos ou escolas profissionais que formam milhares de jovens nas mais variadas áreas. Melhorar e aumentar a capacidade de resposta às necessidades formativas existentes é um dos objetivos a que se propõem os dirigentes, mas para isso «as escolas profissionais não podem viver com constantes percalços devido às flutuações das políticas nacionais de educação», conforme frisou Maria das Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, referindo-se aos recentes acontecimentos na Escola Profissional de Setúbal. Marta David


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POLÍTICA Deputado socialista Pedro Marques afasta-se da atividade política Pedro Marques, eleito várias vezes deputado do PS na Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, renunciou ao cargo de deputado para se dedicar aos trabalhos de consultadoria. O demissionário, que cola-

borou na campanha do futuro secretário-geral do PS, António Costa, foi, nos últimos anos de oposição, uma das vozes mais ativas do grupo parlamentar do PS nas áreas da economia, finanças públicas e segurança so-

cial. Era apontado como ministro do futuro Governo liderado por António Costa mas a decisão de abandonar a política estava tomada há vários meses, antes das eleições europeias.

Candidato a primeiro-ministro, apoiado pela nova líder federativa, apenas não ganhou em Sines

‘Primárias’ de António Costa confirmam novo ciclo ‘rosa’ na região

Palmela, a subirem a fasquia de ganlos Beato, apoiante de António Coshos eleitorais acima dos 80%. Mesta, fez questão de cá vir votar», conmo em Grândola e Alcácer do Sal, fidenciou ao Semmais um dirigenonde a federação distrital do PS nas te local. Do lado de Seguro, as expecúltimas Autárquicas, lideradas por Madalena Alves Pereira tativas eram outras. «HaNova líder (principal rosto de apoio via a noção de que seAna Catarina a António José Seguro), riam muito mais renhiMendes ganha perdeu o poder, com prodo o desfecho eleitoral, em toda a linha cessos muito atribulados, mas os resultados conos ‘costistas’ não tiveram o menor firmaram que o partido no distridos problemas. «Sentimos uma vito não estaria assim tão do lado do líder, como tinham ditado os ragem nas secções e um regresso a um PS que é fundador em Grânresultados para a liderança da disdola do grande ciclo de desenvoltrital e no congresso», afirmou um vimento. Até o ex-presidente Car‘segurista’ convicto.

A nova líder da federação ‘rosa’ também ganhou pulso com as ‘primárias’. Ana Catarina Mendes destronou o reinado de Madalena Alves Pereira, nas eleições federativas de 5 de Setembro, com 54,42% dos votos e conseguiu, no congresso de Sines, 39 mandatos para a Comissão Política Distrital (CPD) contra 26 afetos à sua antecessora. Falta apurar os mandatos por inerência, mas também aqui é expectável maior número de posições para a deputada socialista. «Estamos a falar de um fim de ciclo, que foi gerido de forma integrada pela direção nacional e pela federação liderada por Madalena Alves Pereira e Amélia Antunes (ex-presidente da Câmara do Montijo e muito próxima de António José Seguro», afiança um crítico da ex-líder da federação. E acrescenta: «Repare-se que Madalena Alves Pereira tinha vencido as eleições para presidente da federação, em 2012 com cerca de 63% dos votos. É ou não é um fim de ciclo?». A próxima etapa, dizem os socialistas é voltar a colocar o PS como maior partido do distrito e preparar as próximas autárquicas. «A região precisa de um PS forte, coeso e que volte a estar virado para a realidade da região e seus desafios», concluem as nossas fontes.

A COMISSÃO Política do PSD de Setúbal critica a câmara sadina de ter cometido «várias ilegalidades» no licenciamento do LIDL em Azeitão e de correr o risco de ter que «indemnizar», por via judicial, os proprietários daquele supermercado. «A Câmara permitiu a instalação da superfície comercial na União das Freguesias de Azeitão, cometendo um erro, pois aprovou o licenciamento com uma área superior a 1500 metros quadrados quando o loteamento do terreno efetuado no passado condicionava essa mesma área a cerca de 600 metros quadrados», explica o líder da concelhia, Nuno Carvalho. Segundo os social-democratas de Setúbal, os moradores da zona foram prejudicados e o tribunal pode levar a que a superfície comercial venha a ser demolida. «Os munícipes que adquiriram a sua habitação previamente à instalação do LIDL foram penalizados no seu direito enquanto proprietários e surpreendidos enquanto munícipes pelo desrespeito que o executivo da CDU revelou perante a lei», garante do PSD de Setúbal. Afirmando que já haviam alertado a Câmara para este desfecho, os social-democratas questionam se a autarquia «vai cumprir a decisão judicial do Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada» e quais os custos para a resolução do problema.

O Partido Socialista está unido e forte para enfrentar este grande e difícil desafio de Governar Portugal depois de um Governo que apostou tudo na destruição do Estado: através do ataque ao Serviço Nacional de Saúde, como podemos constatar no Hospital Garcia de Orta onde faltam 80 médicos e onde os tempos de espera para algumas consultas de especialidade atingem 2 anos, na destruição da escola pública e basta olhar para o início do ano letivo que estava estabilizado há anos e o Ministro Nuno Crato conseguiu tornar um caus com o famigerado concurso de professores, na devastação da justiça com as alterações ao programa Citius que provocou uma hecatombe na gestão de processos nos tribunais, na destruição da segurança social onde se retira a milhares de idosos

o Complemento Solidário para Idosos, onde se passam competências fundamentais para o domínio do terceiro sector e onde se descartam direitos de cidadania e se substituem por programas assistencialistas. Toda esta destruição do Estado nos últimos 3 anos, que levou 40 anos de democracia a construir, foi acompanhada pela desvalorização do valor do trabalho e o empobrecimento dos trabalhadores, pela destruição de postos de trabalho com um aumento nunca visto do desemprego e a promoção da emigração que atingiu valores que não se verificavam desde a década de 60 do século passado. Nós queremos outro Portugal. E no dia 28 nasceu a esperança de um outro Portugal, porque para alcançarmos e ambicionarmos um outro Portugal precisamos de um

líder forte, capaz do diálogo e da procura de soluções firmes e duradouras, mas também precisamos dos e das melhores para ajudar neste grande desígnio e o PS tem gente capaz, gente que fez parte do passado e gente nova, mas todos e todas com energia, vontade e perseverança para operar a mudança necessária e desejada. O Partido Socialista está pronto. As legislativas de 2015 são o nosso grande objetivo. Um objetivo que tem a ambição de voltar a colocar Portugal na senda do progresso e do desenvolvimento, numa sociedade decente que promove a igualdade de oportunidades para todos, que combate a pobreza, que cria oportunidades para as pessoas e que aposta e acredita nos portugueses e nas portuguesas para levantar Portugal.

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Costa ganhou em toda a linha surpreendendo os ‘seguristas’. Foi também a terceira vitória interna de Ana Catarina Mendes, a nova líder federativa, que destronou o reinado de Madalena Alves Pereira. vitória expressiva de António Costa no distrito de Setúbal, nas primárias socialistas do último domingo, conquistando 79,13% dos votos, contra 20,39%, alcançados pelos ‘seguristas’ da região, confirmou a abertura de um novo ciclo político liderado agora pela deputada Ana Catarina Mendes. Confirmado como candidato a primeiro-ministro pelos socialistas para as próximas legislativas, Costa apenas não conseguiu levar a melhor em Sines, «uma surpresa», no dizer de muitos socialistas, até porque contava com o apoio do atual e único presidente ‘rosa’ do Litoral Alentejano, Nuno Mascarenhas. De resto foi uma ‘razia’, com Almada, Sesimbra, Moita, Alcácer e

Catarina Mendes foi um dos rostos mais visíveis da candidatura de Costa

O Partido Socialista está pronto!

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s eleições primárias do PS tiveram um resultado expressivo, inequívoco e auspicioso. Expressivo pelo número de cidadãos e cidadãs, militantes e simpatizantes do Partido Socialista que participaram, 174 mil pessoas. Inequívoco porque o resultado alcançado por António Costa não deixou margem para dúvidas, 68%. Auspicioso porque o envolvimento dos simpatizantes e a verdadeira espectativa de mudança que esta eleição gerou permite-nos afirmar que há uma verdadeira alternativa

PSD de Setúbal ‘ataca’ Câmara no processo da demolição do LIDL

Catarina Marcelino Deputada do PS para Portugal. E essa é a questão que nos deve interessar a todos, a alternativa, através da mudança de Governo nas próximas eleições legislativas para que o nosso país tenha uma oportunidade, para que a política de austeridade seja substituída por uma política de investimento e crescimento económico. Como diz António Costa “se pensarmos como a direita acabamos a governar como a direita” e Portugal merece melhor.


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CULTURA

Quarto

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ivisão, compartimento, dependência. Quarto: ¼ de quê? Quarto, quartel, quarteirão. Quarto, câmara, camarata, «camareiro». «Câmara escura» e «música de câmara». Estar «acamado», «leito de morte», «câmara ardente». Quarto de bebé, de hóspedes, de arrumações, «quarto escuro»; quarto de hospital, de hospício, de hotel; «serviço de quartos». Hotéis e hospitais classificam-se pelo número de camas de que dispõem. O quarto acompanha o nascimento e a morte; a dor e o prazer ao longo dos tempos. Hoje em dia, pouco se nasce ou morre em casa, no próprio quarto ou no quarto de família que acompanhou gerações. Os sem-abrigo: os sem-casa, sem-quarto, sem-cama. Claustrofobia: o medo dos espaços fechados. O castigo no «quarto escuro». A «solitária», o cárcere. Para o adolescente ocidental, o quarto é o alargamento do «estádio do armário». Com todas as janelas que o computador e as novas tecnologias permitem. «Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única central realidade que não está em nenhum e está em todos», escreveu Fernando Pessoa. «Cama, mesa e roupa lavada»: índice de bem-estar. Quarto: o espaço do sono, do sonho, do sexo. Os elementos do quarto: cama, lençol, janela, porta, cortinas. O quarto é fuga ou prisão. Por vezes, penitência, castigo, mortificação do corpo - eremitério, cela, claustro; prancha ou enxerga. «Quartos despidos»: a nudez do quarto por oposição à nudez dos corpos no quarto a dois. «Ter-te-ia desejado só para mim / Com o mundo como quarto de Hotel.», diz Aragon a Elsa. O quarto é um universo historicamente feminino, «gineceu». O quarto é um tempo e um espaço; um templo ou um temporal. «Lembra-te que quando um homem sai do quarto, deixa lá tudo o que aconteceu… quando é uma mulher a sair, leva

tudo com ela», escreveu Alice Munro. «A Room of one’s own», de Virginia Woolf: a defesa de um espaço próprio («room» tem aqui um significado alargado) e de independência financeira - só assim a mulher poderá ser escritora. O quarto, a cama, a leitura: livros de cabeceira e histórias para adormecer. O quarto e a escrita: Emily Dickinson fecha-se no seu quarto e será nesse espaço que escreverá os seus poemas. Edith Wharton escrevia na cama, tal como Françoise Sagan e Colette (na sua «jangada-cama»). Proust escrevia no quarto - Scriptorium e ateliê. Saint-Pol Roux, quando se ia deitar, colocava na porta a seguinte indicação: «Silêncio, o Poeta trabalha». No séc. XVIII, Xavier de Maistre fecha-se durante quarenta e dois dias no seu quarto lendo, pensando e escrevendo «Voyage autor de ma chambre» - o quarto, mesmo o de uma habitação, pode ser crescente ou minguante. O pintor do Quarto é Vincent Van Gogh: «Tive uma nova ideia (…) é simplesmente o meu quarto de dormir (…) a contemplação do quarto deve repousar a cabeça, a imaginação». Edward Hopper é outro pintor de quartos: «Room by the sea»; «Sol num quarto vazio». «Quartos Imaginários», belíssimo livro a partir de quadros de Nikias Skapinakis em que este imagina os espaços dos quartos de outros pintores, poetas, fotógrafos, escritores; quadros de referências e sentidos múltiplos. «O Quarto», de H. Pinter; «Quarto com Vista», de E. M. Forster; «O Quarto de Jacob», de Virginia Woolf; «O Quarto de Jack», de Emma Donoghue; «História dos Quartos», de Michelle Perrot. «A Arte da Sesta» proposta por Thierry Pacquot. Quarto: o espaço do «otium», «O Direito à Preguiça», de Paul Lafargue porque, como afirmou Blaise Pascal: «Toda a infelicidade dos homens provém de um único facto: não saberem permanecer em repouso num quarto.»

“Dá asas ao teu talento!” é o lema da 10.ª Gala S. Vicente dos Pequenos Cantores proposto às crianças e jovens do distrito para fazerem parte do espetáculo que tem lugar este sábado, dia 4 de outubro, às 16 horas,

no cinema S. Vicente, em Paio Pires. O evento, inédito no município, tem por objetivo estimular a produção de música portuguesa e incentivar o aparecimento de novos autores, compositores e intérprete.

Casting na Casa da Cultura seleccionou quatro elementos

Bruno Frazão regressa aos palcos Piadas políticas e críticas sociais da nova revista prometem animar a população. António Luís

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só Pagode” é o título da nova revista popular de Bruno Frazão, que deverá estrear em Dezembro, no palco do Grupo Desportivo “Independente”. Trata-se de uma co-produção com aquela colectividade do Bairro Afonso Costa, em Setúbal. O autor promete um espectáculo divertido, com muitas piadas políticas nacionais e internacionais, diversas críticas sociais e religiosas, e sobre a forma e o abandono a que a terceira idade é votada. Os textos, encenação e os figurinos são de Bruno Frazão e a música é de Manuel Carlos Casalão. Em palco vão estar cerca de doze atores, a cantora Sara Margarida e seis bailarinos. Os ensaios estão a decorrer no Grupo Desportivo “O Independente”. Orçada em cerca de 5 mil eu-

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Maria Teresa Meireles

Pequenos cantores mostram talento em Paio Pires

Os ensaios da nova revista popular decorrem no “Independente”

ros, a revista popular “É só Pagode” conta com o apoio logístico e de divulgação do município sadino, sendo que a produção aguarda por ajudas financeiras de entidades privadas que «podem beneficiar em termos fiscais através da lei do mecenato cultural». «Esta é a minha quinta revista popular, não contando com as duas mini-revistas estreadas na Palhavã com os mais novos», refere Bruno Frazão, que admite que Setúbal tem estado carente deste tipo de espectáculo devido «à falta de vontade» de algumas entidades em investir. «Existem muitos criadores disponíveis, mas não se fazem omeletes sem

ovos. A crise não se justifica até porque a revista e sempre rentabilizada pelas bilheteiras», vincou. Para juntar novas caras ao espectáculo e para não cansar tanto o público, Bruno Frazão realizou na quarta-feira, na Casa da Cultura, um casting para escolher novos atores, cantores e bailarinos. «É sempre bom termos caras novas para que o espectáculo não seja tão monótono», sublinhou Bruno Frazão, que revelou que ao casting compareceram 23 pessoas, sendo que desse lote foram seleccionados cinco pessoas mas apenas quatro aceitaram o desafio, os actores Andreia Vieira e Xavier Viana, e dois bailarinos.

Talentos de Corroios brilham no Pedra D´Ouro

As vencedoras de cada escalão

SARA Rodrigues, de 11 anos, com o tema “Inspiração de menina”, de Ana Videira e José Orlando, e Mariana Dias, de 14 anos, com a canção “À espera de te encontrar”, de Ana Videira e Jorge Miguel, ambas de Corroios, sagraram-se vencedoras, no escalão infantil e juvenil, do 3.º Festival da Canção Infanto-Juvenil Pedra D´Ouro 2014, uma organização do Grupo Desportivo da Volta da Pedra, no concelho de Palmela. Alexandrina Pereira, a presidente da colectividade, faz um balanço «muito positivo» do certame, sublinhando que, mais uma vez, foi possível realizar «um evento que já entrou no coração

das pessoas da pequena localidade de Volta da Pedra. Tivemos casa cheia de amigos, de crianças e de canções, tornando muito agradável uma tarde solarenga de S. Pedro. Mais uma vez foi fundamental o apoio do município, de algumas empresas e de particulares. Agradecemos a todos o carinho demonstrado por esta iniciativa». No total estiveram a concurso 12 concorrentes, 5 juvenis e 7 infantis. O público elegeu Gonçalo Gomes e Beatriz António, de Venda do Pinheiro, como os melhores cantores em palco, enquanto Mariana Dias recebeu ainda o Prémio de Melhor Intérprete.

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Força Aérea festeja centenário

Inserido nas comemorações do centenário da Sociedade Musical Sesimbrense, a banda da Força Aérea dá um concerto de aniversário em Sesimbra. Teatro João Mota, Sesimbra, 21h30.

Encontro de coros

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O Coral Luísa Todi promove o VI Encontro de Coros, com entradas a 5 euros, que conta com as participações do Orfeão de Portalegre, Coral Ninfas do Lis (Leiria) e do coral da casa. Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30.

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Palmela de Quarentena

40 anos do 25 de Abril

Concerto para todos

Pelo 3.º ano consecutivo, o Conservatório Regional de Artes do Montijo leva alunos e professores às ruas do Montijo, num percurso que culmina no teatro com um concerto para todas as idades. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 11h30.

No ano em que se assinala os 40 anos do 25 de Abril, o município apresenta a peça “Marx na Baixa”, que conta a história de um homem barbudo de há dois séculos, vestindo um fato e gravata, carregando uma mala, talvez de livros, talvez de ideias. E se esse homem fosse Karl Marx? Forum José M. Figueiredo, B. Banheira, 21h30.

Sexta

O Teatro O Bando comemora 40 anos com a produção com “Quarentena”, um grande projecto que contempla concertos encenados, intervenções artísticas, eventos de grande escala e espectáculos teatrais. Teatro O Bando, Palmela, 20 horas.

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A CURTA-METRAGEM “Luminita”, do realizador setubalense André Marques, venceu o grande prémio do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Drama, na Grécia, que terminou a 20 de Setembro, e que teve em competição 92 filmes de vários países. O realizador de 29 anos sente-se «muito feliz» pelo facto do seu trabalho ter sido «reconhecido a nível internacional, mais uma vez». André Marques gostaria que que «os cinemas fossem ainda mais acessíveis e estivessem cheios de pessoas para ver muitas produções nacionais, de qualidade e feitas por sangue novo. É só o Estado português querer porque o que não falta é talento em Portugal. Falta haver mais dinheiro e distribuir melhor o que já existe». André Marques dedica-se ao cinema desde 2005, altura em que ainda estudava no 2.º ano de faculdade, na Escola Superior de Teatro e Cinema. Além de dedicar-se às curtas, o jovem trabalha também na área da publicidade. O filme, feito em 2013, na Roménia, sobre dois irmãos que não comunicam há anos e se encontram no funeral da mãe, o que os leva a lidar com o luto, as obrigações enquanto filhos e o sentimento de perda, é exibido entre outubro e novembro no Porto, Coimbra, Braga, Évora e Figueira da Foz, depois de ter estreado no verão em Setúbal e Lisboa.

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Curta-metragem de realizador setubalense distinguida em festival internacional grego

André Marques sorri mais uma vez com “Luminita”

Esta quarta curta-metragem de André Marques está ainda nomeada para os Prémios Sophia 2014, da Academia Portuguesa de Cinema, cuja cerimónia se realiza a 8 de outubro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O filme é um dos quatro nomeados na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção. Este galardão grego junta-se ao “Prémio do Público” no Curtas Vila do Conde, aos prémios “Especial do Júri” e “Melhor Guião” no Festival Internacional de Cinema de Gijón, Espanha, à “Menção Honrosa do Júri” no Festival de Cinema Luso-Brasileiro, em Santa Maria da Feira, e ao “Prémio de Melhor Caracterização” do Fic Bueu, Espanha.

Ofertas Semmais ­­• Inscreva-se já Ganhe convites para “Portugal à Gargalhada” Temos convites para oferecer aos nossos leitores para assistirem à nova revista de Filipe La Feria, “Portugal à Gargalhada”, em cena no Teatro Politeama, em Lisboa. Marina Mota, Maria João Abreu, Joaquim Monchique, José Raposo, Paula Sá e Ricardo Soler são os cabeças de cartaz desta revista que aposta em cenários e figurinos deslumbrantes e critica e satiriza os principais acontecimentos políticos e sociais do País. Para se inscrever no passatempo ligue 918 047 918 ou 969 431 085.


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LOCAL Setúbal distingue jovens talentos Jovens setubalenses que se destacaram em diferentes áreas são homenageados pelo município na Festa Jovem Revelação de Setúbal, dia 10, às 22 horas, no Fórum Luí-

Feira de velharias na Moita

sa Todi. As distinções entregues pelo município, este ano nas áreas de cultura, desporto e moda, são concedidas a 22 jovens setubalenses.

É já nos dias 11 e 25, a partir das 8 horas, que a Feira de Antiguidades e Velharias regressa ao Largo do Mercado da Moita. O evento é promovido pelo município desde 2012,

sempre nos segundos e quartos sábados de cada mês, no âmbito do programa de Dinamização e Animação do Mercado Municipal da Moita.

Feira tradicional de Alcácer apresenta programa diversificado com aposta na prata da casa

Alcácer promove doçaria, gastronomia e artesanato

António Luís

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gastronomia, a doçaria, o artesanato, o turismo e os artistas do concelho vão estar em destaque na Feira Nova de Outubro de Alcácer, que decorre até domingo, no parque de feiras. A vereadora Ana Chaves deposita «boas expectativas» na presente edição, dado que as condições climatéricas são muito animadoras. «Esperemos receber muitos visitantes que, assim, ficam a conhecer melhor os vários produtos de qualidade do concelho. Temos uma feira centenária, com muita tradição e muito enraizada nas suas gentes. Era uma feira onde

Almada cresce como destino turístico AS UNIDADES hoteleiras do concelho registaram, em 2013, quase 290 mil estadias, o que representa uma subida de 11 por cento, face a 2012. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Almada fortaleceu o 3.º lugar em número de dormidas, no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, com 287 762 em 2013, face às 259 139 dormidas em 2012, ou seja, um crescimento de 11 por cento. Neste ranking, e à frente de Almada, estão apenas Lisboa (1.º lugar) e Cascais (2.º lugar). Na Península, Almada mantém o 1.º lugar, representando 39 por cento das dormidas na região (37,4 por cento em 2012), à frente de Setúbal e de Sesimbra.

Calendário erótico já deu frutos

os habitantes abasteciam a despensa para o inverno», vincou. Cinquenta e um expositores, tasquinhas e espectáculos musicais, a maioria com artistas do concelho, fazem parte da programação. «Este ano demos a primazia aos artistas e grupos locais, para projectar o seu trabalho», sublinhou a autarca. Como novidade, Ana Chaves destaca o reconhecimento público que irá ser feito à antiga presidente do município, Gracieta Baião, entre 1985 e 1994, eleita pela CDU. É no domingo, a partir das 15 horas, no pavilhão das Actividades Económicas. «Foi nos mandatos de Gracieta Baião que arrancou a construção do actual pavilhão do

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Do programa, é de destacar, no domingo, o reconhecimento público à antiga presidente do município Gracieta Baião, que impsulsionou obras no concelho.

As pontencialidades do concelho estão bem presentes no certame

recinto de feiras e exposições. Foi ela a mentora deste pavilhão que está actualmente a ser requalificado pelo actual executivo». Ontem, dia 3, o palco da zona das tasquinhas foi animado a partir das 21 horas com dois espectáculos de Stand Up Comedy com Serafim e Aldo Lima. Às 23h30 ac-

Santiago aplaude ‘novo rosto’ para a costa de Santo André O PRESIDENTE do município de Santiago do Cacém mostra-se satisfeito com o avanço significativo na requalificação da costa de Santo André. É que a 30 de Setembro passado, foi publicado, em Diário da República, o lançamento do concurso público para a empreitada que vai dar um novo rosto à costa de Santo André, a cargo da Polis Litoral Sudoeste. Na opinião do edil, Álvaro Beijinha, trata-se de um avanço «importante para a tão desejada» requalificação da costa/lagoa de Santo André, cujo projeto foi apresentado à população a 5 de março deste ano. Na altura, Álvaro Beijinha recordou que «ao longo de mais de 20 anos que temos vindo a procurar solução para este problema. Durante anos, em inúmeras reuniões junto das várias entidades que tutelaram o espaço, reivindicámos reiteradamente a resolução do problema». Os objetivos principais da requalificação, que apresenta uma grande componente de proteção ambiental, passam por reordenar

os acessos rodoviários e estacionamentos; reordenar os acessos pedonais; garantir o cumprimento dos requisitos para a categoria de praia acessível; proteger os sistemas naturais, nomeadamente as dunas; criar um percurso de visita ao monumento de homenagem aos 17 pescadores falecidos na tragédia que ocorreu em 1963; criar infraestruturas de apoio à prática balnear; e criar um percurso ambiental pedagógico. A intervenção custa 680 mil euros, onde o município assegurará uma importante comparticipação financeira do valor total da obra, na ordem dos 120 mil euros. A expectativa da Polis Litoral Sudoeste aponta para a conclusão da obra antes do início da época balnear 2015.

tuou a banda Os Germes, culminando a noite com a atuação da DJ Christian F. No pavilhão das Actividades Económicas, este sábado, às 16 horas, há demonstração da Escola de Karate-do-Shotokai Murakami-Kai do concelho, seguindo-se, uma hora depois, a actuação do

Palmela promove gastronomia à base de coelho O MUNICÍPIO está a promover nos restaurantes locais os pratos à base de coelho em mais uma edição do “Palmela, Experiências com Sabor!”. A 4, 5, 10, 11 e 12 deste mês, o público pode provar o famoso prato Coelho à Moda de Palmela, iguaria maior do receituário tradicional palmelense, que surge, pela primeira vez, em formato Fins-de-Semana Gastronómicos, para se dar a conhecer ao público, na sua versão mais clássica, ou reinventado pela criatividade dos nossos chefs, sempre com recurso a produtos locais. São catorze os restaurantes que participam nesta iniciativa, que dá continuidade aos objetivos de promoção do produto gastronomia e vinhos, de grande importância no contexto da oferta turística do concelho e da região. Se gosta de bons petiscos e de bons vinhos, não deixe de visitar um dos restaurantes associados e experimentar a boa gastronomia e os vinhos da região premiados em importantes concurso de Portugal e do estrangeiro.

Coro da Universidade Sénior do Torrão, Coro da Universidade Sénior de Alcácer e do Grupo Feminino Cantares do Xarrama. No palco da zona das tasquinhas, os visitantes podem assistir às atuações de Susana Pedro e Carlos Pedro (20 horas), Maria Mirra (21h30), Romana (23 horas) e Dj Kika Lewis (0h30). No dia 5, realiza-se uma corrida de touros, a partir das 17 horas, com os cavaleiros João Moura, Vitor Ribeiro e António Maria Brito Paes, e os grupos de forcados amadores de Évora e Santarém, e as ganadarias são de Dias Coutinho. A partir das 21 horas, no pavilhão das actividades económicas exibe-se o Grupo de Sevilhanas da Sociedade Firlarmónica Matos Galamba, e no palco das tasquinhas, a partir das 22 horas, actuam Dó-Mi-Nós, enquanto às 23h30 é a vez do grupo Salácian Matia.

Bombeiros de Setúbal ajudam LATI O JARDIM-DE-INFÂNCIA e ATL “O Palhacinho”, da Liga dos Amigos da Terceira Idade, no Faralhão, ganharam recinto desportivo graças às vendas do calendário arrojado dos Sapadores de Setúbal. O presidente da LATI, Sertório Herrera, está satisfeito com este gesto, na medida em que o campo desportivo permite «às crianças uma maior oferta de actividades», sobretudo com a «prática de jogos colectivos que estimulam o espírito de equipa». Os bombeiros, que imitaram uma tradição norte-americana, prometem para breve uma nova colecção de calendários. «Vamos realizar uma edição de 2015 com o tema cancro da mama no homem», contou o bombeiro Tiago Silva.

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Concelho tem água controlada

A ÁGUA para consumo humano do concelho é 100 por cento segura, segundo o relatório anual sobre o Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano de 2013, apresentado em setembro, pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. O estudo salienta que no país existem 34 concelhos com o valor máximo, e que a água da torneira está bem controlada e é de boa qualidade. No caso da região de Lisboa todos os municípios cumprem, pelo terceiro ano consecutivo, o objetivo de 99 por cento de água segura, destacando-se Sesimbra e Mafra, com 100 por cento. No documento pode ainda ler-se que em termos globais, o indicador de água segura supera os 98 por cento em 2013, quando em 1993 não ia além dos 50.

Alcochete venera S. Francisco de Assis A FREGUESIA de S. Francisco está em festa este fim-de-semana, para celebrar o Dia de S. Francisco de Assis. A programação, com forte componente musical, a par da missa em honra de S. Francisco, que se realiza este domingo, às 10 horas, inclui ainda a actuação de sevilhanas, ranchos folclóricos, DJ´s, largadas de touros, manhã infantil, motas clássicas, demonstração de Zumba e baile.

Workshop sobre sísmos em Sines

OS BILHETES para a 15.ª edição do SeixalJazz 2014, que aposta numa programação de elevada qualidade, já se encontram à venda na bilheteira do auditório municipal do Fórum Cultural do Seixal e na agência ABEP dos Restauradores, em Lisboa. O bilhete individual por concerto tem o custo de dez euros e a

O CENTRO de Artes recebe a 15 e 16, um workshop destinado a divulgar os resultados da participação portuguesa no projeto Strategies and tools for Real Time EArthquake RisK ReducTion. Tendo como caso de estudo o Complexo de Sines, é analisada a vulnerabilidade sísmica das suas principais estruturas e equipamentos e os benefícios da implementação de sistemas de alerta precoce para vibrações no Complexo. Do projeto resultam ainda recomendações para a redução do risco sísmico em estruturas e equipamentos, bem como o estudo das interdependências do Complexo. O workshop contará com a apresentação dos principais trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Superior Técnico e conta com apresentações sobre sistemas de alerta precoce. Inclui visita ao Complexo.

assinatura para os cinco dias de jazz custa quarenta euros. Os jovens até aos 25 anos, os reformados e os trabalhadores das autarquias do Seixal usufruem de um desconto de 25 por cento na compra dos ingressos. Os concertos do SeixalJazz 2014 acontecem nos dias 17, 18, 23, 24 e 25 de outubro, sempre às 22 horas.

Barreiro debate regeneração urbana O 3.º SEMINÁRIO sobre Regeneração Urbana Cidade Sol e Quinta da Mina “Cidade para Todos” tem lugar no dia 29, às 9 horas, na EST, e é aberto ao público em geral. A iniciativa apresentará o percurso de todo um trabalho desenvolvido durante 5 anos e irá debater o futuro da Cidade Sol e Quinta da Mina. O município definiu para aquela zona uma estratégia de desenvolvimento que inclui, entre ou-

tros, a Coesão Social e a Qualificação da População.

O PRESIDENTE do município e os presidentes da Juntas de Grândola, Santa Margarida da Serra, Azinheira dos Barros, Carvalhal e Melides assinaram dia 2 os acordos de execução e os contratos de transferência de competências da Câmara para as juntas de freguesia. Na mesma cerimónia foram ainda assinados os protocolos de colaboração entre a Câmara e as Juntas visando o apoio do município a atividades de relevante interesse público concelhio organizadas e desenvolvidas pelos órgãos executivos das freguesias. Esta assinatura culmina um «processo longo de estudos técnicos e de discussão franca e cooperante entre as entidades, no sentido de privilegiar a maior qualidade do serviço público autárquico e transferir para as juntas as competências que se justificassem e os meios suficientes e adequados ao seu cumprimento. Há um reconhecimento geral da importância do

tram-se no dia 10, a partir das 9 horas, no pavilhão de exposições, com o “Dia Sénior Mais Ativo – Atividades de Exercício Físico, Saúde e Bem-Estar”, no dia 24, com o 1.º Torneio Boccia Moita Sénior, a partir das 10 horas, no pavilhão municipal, e também no dia 25, às 9h30, com uma aula de Ginástica, no parque das Canoas, no Gaio. A encerrar, está programado o “Baile de Outono… A Menina Dança?”, dia 28, às 14h30, em Alhos Vedros.

INICIATIVAS

Música exploratória O 11.º Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro decorre até domingo. O evento, que conta com artistas da Alemanha, Holanda, Inglaterra, Áustria e Estados Unidos, entre outros, assinala este ano a passagem de 10 anos desde o início deste que é dos mais prestigiados eventos nacionais no âmbito da música contemporânea.

Almada Mexe

Novo rosto para bairro avança

Grândola reforça delegação de competências nas freguesias

Moita com actividades para os idosos durante todo o mês O MUNICÍPIO dedica todo o mês aos séniores do concelho, para celebrar o Dia Internacional da Pessoa Idosa. Na biblioteca da Moita, no dia 24, às 14h30, é apresentado o livro “Grito da Boa Fortuna”, de Augusto Guerreiro. “Seniores a Bordo” convida todos os idosos para um passeio pelo rio Tejo, nos 8 e 10, no varino “O Boa Viagem. Arraiolos e Tomar são os locais dos passeios dos dias 14, 16 e 20. As atividades desportivas cen-

Bilhetes para o Seixal Jazz à venda

O programa Almada Mexe Comigo, promovido pelo município, agendou para este mês várias atividades físicas, ao ar livre, em diversos locais do concelho. O programa inclui aulas de Surf Adaptado, na praia do Castelo, destinadas a pessoas com deficiência motora cognitiva e visual, ou aulas de Equitação.

Debate na Seixalíada O Dia Mundial do Coração é assinalado no Seixal, este domingo, das 9 às 12.30 horas, no parque da Quinta dos Franceses, com uma aula aberta de aeróbica, várias atividades desportivas e o passeio Família pelo Coração, ao longo da zona ribeirinha. O município volta a associar-se à data e a promover atividades físicas e de sensibilização da população para a importância de um estilo de vida saudável.

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Água boa em Sesimbra

Os protocolos de delegação de competências foram assinados esta semana

trabalho realizado sublinhando-se a definição de critérios consensualizados e uniformes cumprindo integralmente os princípios da igualdade, da não discriminação e da prossecução do interesse público». Os novos acordos, contratos e protocolos assinados representam

um aumento superior a 6 por cento das transferências de verbas do município para as juntas, num total de 420 mil euros por ano, que decorre do grau de rigor e exigência dos estudos técnicos efetuados e do reforço de competências das Juntas de Freguesia.

Montijo regenera bairro da Caneira O MUNICÍPIO do Montijo investiu cerca de 5 mil euros para melhorar a qualidade de vida no Bairro da Caneira, um dos mais problemáticos da cidade. Atendendo a que a integração bem-sucedida das populações realojadas, não pode limitar-se à atribuição de uma casa, a autarquia tem vindo a envidar esforços, no acompanhamento destas populações nas suas zonas de residência.

A intervenção começou pela recuperação de equipamentos e limpeza das áreas envolventes, em Julho, e foi recuperado o polidesportivo, com o apoio de jovens moradores e o apoio da empresa Mondo Portugal. Em Agosto foi realizado o corte de ervas e realizada limpeza das ruas. No futuro, o município promete um acompanhamento, de maior proximidade, aos residentes do bairro.

Estudo sobre luz solar A Universidade alemã de Wuppertal e a Herdade de Eco-Turismo Valdelinho dão uma conferência de imprensa, no dia 8, às 11 horas, em Santiago, para serem dados a conhecer ao país os primeiros resultados da investigação científica pioneira sobre a luz solar na região, que decorre já desde o dia 6 de Setembro deste ano.

S. André com nova loja O supermercado “Alentejano” abriu portas dia 2, em Santo André, no edifício da antiga Petrocoop. Álvaro Beijinha enaltece a «criação de 30 empregos», destacando o facto do Alentejano não ser «uma megassuperfície», o que faz com que «do ponto de vista daquilo que é o pequeno comércio não haja uma concorrência desleal».



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NEGÓCIOS

Sines lança-se ao turismo industrial e Galp abre as portas da refinaria

O que podem ver os turistas?

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Quem visitar a refinaria vai «sentir a força» de uma instalação que exporta 40% da sua produção, segundo os responsáveis da Galp. Os turistas poderão ainda testemunhar toda a complexidade da refinaria, a par da sua evolução cronológica feita em três fases (1978, 1994 e 2014) e vão ter oportunidade de falar com alguns trabalhadores. Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, tem expectativas elevadas em torno da exploração do turismo industrial, enquanto Mónica Morais de Brito revela que o objetivo do Sines Tecnopolo passa ainda por transferir o projeto para `as mãos` de empreendedores, contribuindo para «gerar novos negócios».

A experiência piloto é considerada como um complemento ao tradicional turismo de ‘sol e mar’.

É

uma experiência piloto no país. Começou a aposta de Sines no turismo industrial, estando os promotores convictos de que será um complemento ao tradicional turismo de sol e mar, acompanhado de perto pela gastronomia. Uma «mais-valia» pura e dura e sem reticências ou preconceitos, como assume a diretora da incubadora de empresas “Sines Pub.

Tecnopolo”, Mónica Morais de Brito, que conta neste projeto com o empenho da Galp Energia. Objetivo: abrir portas a quem queira visitar à refinaria. A maior instalação industrial do país. A iniciativa foi batizada com o nome de “Sines -Turismo Industrial Sustentável”, sendo que Mónica Morais de Brito aponta ao êxito da conjugação entre turismo e indústria – um casamento improvável, à partida – admitindo que, como sublinha, «não se pode pensar em turismo de massas, porque se trata antes de um produto de nicho, mais virado para estudiosos e curiosos». Contudo, ressalva, «acreditamos

que se juntarmos a indústria ao turismo de sol e mar, teremos aqui um maior potencial para atrair cada vez mais gente ao concelho. Qualquer turista que venha a Sines será um potencial consumidor», insistiu durante a apresentação do projeto aos jornalistas, que incluiu uma visita pela refinaria, na qual marcou presença Luís Palha da Silva, vice-presidente do Conselho de Administração da Galp e vice-presidente da Comissão Executiva, para quem o projeto vai para além da política de responsabilidade social da empresa, já que a «Galp encara o turismo industrial como a arte de fazer coisas. «Em os aspetos estéticos e históricos não

temos a capacidade de posicionar o investimento industrial. Sem arte não há o apelo à visita», sublinhou. As sessões vão ter lugar, nesta primeira fase, até final do ano, à ordem de duas por mês, sempre às sextas-feiras, destinando-se a pequenos grupos, sendo que as marcações estarão sempre muito dependentes da disponibilidade da refinaria. Os promotores admitem que a marca “Galp” será decisiva para projetar esta aposta, que deverá ser acompanhada de rotas temáticas e de um centro de acolhimento para visitantes. Mas numa segunda fase, avançou ainda Mónica de Brito, o mesmo projeto poderá ainda vir a ser

alargado a outras empresas sedeadas no parque industrial de Sines que manifestem interesse em aderir. Casos da EDP, REN, Repsol ou a PSA. Para Martinho Correia, diretor da Refinaria da Galp em Sines, este «casamento», entre a indústria e o turismo, acaba por ser natural «e uma boa oportunidade de desenvolver a relação de confiança com a comunidade. Os turistas vêm para ver o mar e a terra, mas agora também poderão ver os avanços que existem na zona em termos tecnológicos», sublinhou, acrescentando que a Galp encara o desafio com «grande entusiasmo». Roberto Dores


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NEGÓCIOS Últimos trabalhos decorrem a bom ritmo e responsáveis querem interagir com a cidade

Alegro de Setúbal abre portas ao público a 12 de Novembro Os responsáveis do Alegro estão com sentimento do dever cumprido. O projeto orçado em 110 milhões de euros vai criar 500 postos de trabalho António Luís

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s obras do centro comercial Alegro, em Setúbal, decorrem a «bom ritmo» e a Immochan prevê, tal como tinha planeado, a abertura do espaço ao público no dia 12 de Novembro, com todas os espaços prontos. O investimento de 110 milhões de euros «não foi ultrapassado». O Alegro de Setúbal irá Grande azáfama com as obras da superfície comercial que promete revolucionar a entrada nobre de Setúbal criar mil postos de trabalho directos e 500 indirectos. Estas garantias foram mento único, onde todas as peças Devido à exigência de algumas foram desenhadas por Pedro Godadas aos jornalistas na quinta-feira, marcas, as dimensões de área de lodurante uma visita ao empreendimes, um designer português, em exjas do shopping tiveram de ser ammento guiada por Mário Costa, director clusivo para o centro comercial sapliadas em cerca de 5 mil metros quada Immochan, imobiliário do grupo dino. drados. «Não estávamos à espera Mário Costa define o novo Aleque as marcas nos pedissem áreas Auchan encarregue pela obra. tão grandes», revelou Mário Costa. Com uma área de 45 mil meAquele responsável define o novo gro, como um projecto que irá inteCom 96 por cento dos espaços tros, o Alegro apresenta 27 mil Alegro como um projecto que irá dar ragir com a população, sobretudo metros quadrados de área de um «grande impacto» a Setúbal e aos nas valências de cultura, entretenicomerciais alugados, o Alegro, conlocável. Nos 3 pisos enconconcelhos limítrofes. «Além de fixar mento e desporto. «É um centro cosiderado um centro comercial de últram-se 115 lojas, 9 salas de a população local, irá tammercial que vai ao encontima geração, valoriza e proporciocinema e um health Club-Fibém atrair pessoas de todo tro dos desejos da popuna aos clientes uma experiência diDiretor Mário Costa pretende tness Hut. Mango, H&M, FNAC, o Sul de Portugal, porque lação, com forte aposta no gital, quer através de paredes digiinteragir com a Sport Zone, Lefties, Bershka, não existe nenhuma sulazer, através do campo tais, que interagem com os clientes, população de jogos, cinemas, evenZara, Stradivarius, Pull & Bear, perfície deste género, moquer através de mesas e écrans ditos e zonas interactivas. gitais ou dos elevadores com ecrãs entre outras, são as marcas derna e ampla, em toda As pessoas podem passar aqui um esta região». que irão marcar presença no LED que permitem também esta inAlegro de Setúbal. Os três níMário Costa não tem dúvidas de grande dia», frisou. Além disso, conteracção. veis de subterrâneos de estaque se trata de um investimento «sesidera que o shopping irá gerar um A localização do Alegro, na prin«grande desenvolvimento» a Setúcionamentos têm capacidaguríssimo» e que «fazia muita falta cipal entrada da cidade vindo da A2, bal, sobretudo na visita de turistas, de para 2 600 viaturas. Uma a Setúbal». «Há muitos anos que a permitiu toda a requalificação urmas também em termos de requaparede de escalada e vários cidade aguardava pela construção banística e paisagística desta zona lificação viária que dará a Setúbal de um centro comercial com estas de Setúbal. Em termos ambientais, parques infantis também faforam preservadas as espécies vezem parte do projecto. dimensões», explicando que, ao ní«uma nova entrada, com novas rogetais, com a criação de zonas vervel do mobiliário, o Alegro de Setútundas, e irá colocar Setúbal no mapa, des e espaços de convívio. bal apostou na criação de equipaem grande destaque».

Um Mundo Alegro

Salário mínimo nacional O TEMA em voga esta semana é o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) de 485,00€ para 505,00€, após um congelamento de três anos. A primeira situação a destacar é que nem a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), nem nenhuma das associações empresariais que eu conheça, nomeadamente a Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal (ACISTDS), se opôs a este aumento do salário mínimo. Antes pelo contrário, pois considero que uma das missões dos empresários é o dever social, ou

seja, a criação de postos de trabalho e a defesa da melhoria das condições de vida dos seus funcionários. Quem aufere o salário mínimo em Portugal encontra-se no limiar da pobreza e, como tal, qualquer aumento tem uma implicação directa no poder de compra, dado o acréscimo de capital circulante, o aumento do consumo e, consequentemente, das vendas, nomeadamente no sector do comércio a retalho. Ou seja, assiste-se a uma melhoria da economia nacional. A Remuneração Mínima Mensal Garantida (RMMG) manteve-se con-

Francisco Carriço* Colaborador gelada durante três anos por imposição da Troika e o nosso governo, constituído por “Meninos Obedientes”, logo veio instituir esta obrigação como medida competitiva para a economia portuguesa. Não são as medidas salariais miserabilistas que irão transformar Portugal num país competitivo, mas sim a qualificação adequada dos nossos re-

cursos humanos, bem como o abaixamento dos impostos e das taxas bancárias. É necessário trabalhar por objectivos, para uma melhoria contínua da qualidade dos nossos produtos ou serviços, sempre na defesa da qualidade de vida das nossas equipas de trabalho. Urgente seria debater-se um patamar a fixar para o salário máximo, tanto no sector público como no privado, à semelhança do que já acontece nos países nórdicos, o que no modelo nacional poderia corresponder, por exemplo, a dez vezes o salário mínimo. Ou seja, se o nosso SMN aumentou agora para 505,00€, o Salário Máximo Nacional seria de 5.050,00€.

Europa gera impasse no mega investimento da Autoeuropa A NOTÍCIA de a Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada para apurar se o financiamento público que Portugal quer conceder à Volkswagen Autoeuropa, num valor superior a 36 milhões de euros, respeitam as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais, surpreendeu esta semana a Comissão de Trabalhadores (CT) da unidade de Palmela. Este aparente revés num investimento que assume mais de 600 milhões de euros e pressupõe a criação de novos 500 postos de trabalho pode representar, segundo António Chora da CT da Autoeuropa, «um risco para o futuro do projeto e colocar em causa o futuro da própria fábrica». O líder sindical, que receia «um chumbo de Bruxelas», afirmou à imprensa, que a informação que detinha «é que não havia nenhum impedimento». E explicou: «O anúncio do investimento chegou até a ser atrasado para que fossem dadas todas as garantias». A Comissão Europeia levanta questões que se prendem com os montantes em causa, uma vez que “os auxílios aos grandes projetos de investimento que excedam certos montantes têm que ser notificados individualmente, porque acarretam um maior risco de distorção da concorrência com os mais pequenos”. Neste caso, foi o Estado português que notificou, em Junho, o apoio à introdução da tecnologia de produção de automóveis - designada “Modularer Querbaukasten” ou MQB -, na fábrica da Volkswagen instalada em Palmela. Outra preocupação manifestada pela União Europeia prende-se com a proporção do auxílio relativamente aos custos de investimento elegíveis, que pode ser superior ao permitido pelas orientações da União Europeia.

Assim, todos lutaríamos por um salário mínimo condigno à condição humana de quem trabalha e se encontra no patamar mínimo de rendimento. Por outro lado, deixaríamos de ver muitos políticos, ex-políticos, administradores públicos e privados com salários completamente proibitivos e injustos em relação ao trabalho e às responsabilidades que acarretam, sobretudo quando comparados com o resto da sociedade.

* Presidente da Direcção da ACISTDS – Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal


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DESPORTO Campo da Várzea com relvado sintético

Desportos de mar animam Sesimbra

A cerimónia de inauguração do novo relvado sintético do Campo da Várzea, em Setúbal, decorre este sábado. A intervenção no recinto desportivo, responsabilidade da

O Circuito Hurricane/SCS volta à água, este fim-de-semana, em Sesimbra, numa prova inserida no SCS Wave Fest 2014. As provas nas modalidades de Surf, Bodyboard e

câmara municipal, teve um custo de mais de 160 mil euros e incluiu a construção da caixa de areia para receber o relvado sintético que cobre o campo de futebol de 11.

Empreendimento é tido como mais uma alavanca da zona turística

Centro de estágios desportivos em Tróia é projeto para 2015

Rogério Matos

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O projeto está a ganhar pulso e a administração do Tróia Resort admite grande entusiasmo. É mais uma aposta para atração de negócios e um trunfo para a região.

João Madeira, diretor do Tróia Resort animado com o projeto

construção de um centro de estágios desportivos afirma-se fruir não só dos campos mas tamcomo o projecto de maiores bém das infra estruturas de habidimensões que a estância turístação já existentes e do clima protica Tróia Resort tem planeado pício para a actividade desportipara o 2015. va», afirma ao Semmais. A entrada em funcionamenA ideia de instalar em Tróia um to está agendada para o início do centro de estágios desportivos surpróximo verão, altura da pré-épogiu através dum contato com o exca do futebol europeu, pelo que terior e a construção duma infraesas obras devem começar entre Detrutura desportiva que não estava zembro e Janeiro. contemplada no projeTróia já teve João Madeira, dito inicial do resort foi rano passado um rector-geral do empidamente identificada centro deestágios preendimento turísticomo uma área onde haimportante co, classifica o centro via a necessidade de apostar no futuro. «Tróia possuía de estágios como um grande projeto que vem dinamizar não só o antigamente um centro de estágios local, atraindo um novo segmencom muito sucesso e visibilidade to que até agora não existia em pela Europa fora», lembra João MaTróia, mas também toda a região. deira, acrescentando que «com cer«Olhando à volta, o centro de esteza que o centro de estágios vai tágio surge como um serviço que trazer novidades que vão deixar as não existe na região nestes molpessoas muito agradadas». des, onde as equipas podem usuQuestionado sobre potenciais

clientes para a nova infraestrutura, o diretor do Tróia Resort admite ser cedo para falar sobre o assunto mas não reserva «grande entusiasmo» com a concretização deste projeto. O futebol, desporto rei na Europa, não será o único alvo do Tróia Resort, que aponta também para o rugby, «desporto recentemente profissionalizado cujas equipas também podem usufruir do centro de estágios», afirma o responsável. Os terrenos depois de Soltróia são os escolhidos para albergar a infraestrutura que neste momento ainda estão em fase de projecto. «É um processo relativamente simples», adianta João Madeira, acrescentando que «o alojamento para as equipas já existe, apenas é necessário agora a construção de relvados».

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Vitória de Setúbal recebe Arouca na terceira fase da Taça de Portugal

Vitória já venceu a Taça de Portugal

A TERCEIRA eliminatória da Taça de Portugal, marcada para dia 19 deste mês, conta já com a participação de equipas do escalão principal do futebol nacional. Para além do FC Porto-Sporting, jogo grande desta eliminatória, o sorteio ditou outro encontro entre clubes primodivisionários e o Vitória de Setúbal vai receber o Arouca. Quanto às restantes duas equipas do distrito em competição ainda na segunda principal prova do calendário Nacional, o Cova da Piedade, a disputar o Campeona-

to Nacional de Seniores, desloca-se ao terreno do Chaves que milita atualmente na II Liga. O Amora Futebol Clube, que esta época está nos distritais tem também pela frente um clube do segundo campeonato e desloca-se a Santa Maria da Feira. De recordar que na segunda ronda da Taça, o Cova da Piedade derrotou o Silves, por uma bola a zero, e o Amora afastou o União da Madeira, por três a dois após prolongamento. Os jogos estão marcados para dia 19 de Outubro, à tarde.

Skimboard vão ser disputadas nas categorias: Open, Feminino, Sub-18, Sub-16 e Sub14 (Surf), Open (Bodyboard), Open e Sub16 (Skimboard).

O sentido adeus ao Diniz Vital

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astiço, comunicativo, coleccionador de bons amigos, convicto apaixonado do futebol em que se destingiu desde os 14 anos de idade. Simbolicamente tinha 3 amoresGrândola (onde nasceu), Setúbal (onde se projectou) e Évora (onde se popularizou desde os bons velhos tempos do Lusitano). Falamos de Diniz Vital, guarda-redes de evidência, cidadão digno de apreço. Deixou-nos recentemente e já que não tivemos ensejo de lhe dizer adeus, atempadamente, numa das típicas arcadas do centro de Évora, passamos a escrito a homenagem que lhe desejávamos prestar, em vida. Vital, apesar da sua baixa estatura (talvez, 1,70m, já a passar de moda…), foi um bom guarda-redes, ajudado pela sua agilidade e rapidez de reflexos. E também pelo seu espírito de permanente boa disposição, capaz de sorrir cada vez que as coisas não lhe corriam de feição. Foi internacional A com o excelente Carlos Gomes que se lhe “antecipou” ao deixar-nos. Quando a Selecção Militar, às ordens do inesquecível Otto Glória, ainda nos anos 50, esteve em plano de evidência, o “magala” Diniz Vital marcou presença de proclamada valia que o histórico Vitória de Setúbal soube de seguida aproveitar. A partir de 1962, no tão desejado Estádio do Bonfim, lídimo orgulho da Cidade do Sado, Vital mereceu a primazia actuante que dois técnicos de excelência lhe proporcio-

David Sequerra Colaborador naram: Fernando Vaz e José Maria Pedroto. E no seu jeito, muito peculiar, Diniz Vital, tornou-se figura de proa nos domínios do Vitória de Setúbal, actuando bem para além da sua condição de “balzaqueano” até virar treinador sem o mesmo destaque conseguido enquanto praticante. Voltou ao seu Alentejo, nomeadamente a Évora, e tentou ser feliz. Mas foram muitos e sucessivos os dissabores por que passou e dos quais me iam dando conhecimento quando dos nossos fugazes reencontros na Cidade Museu. Dificuldades económicas, escassez de saúde pessoal, morte prematura de um filho, conduta menos elogiável de muitos dos seus pseudo-amigos. A vida não lhe foi propícia e a morte ceifou-o aos 82 anos de idade. Em Setúbal há, por certo, quem me acompanhe neste testemunho de apreço e de pesar. Companheiros como “Xico” Polido, Carlos Cardoso, Herculano, FernandoTomé e dirigentes da estirpe de Nicolau da Claudina, Mário Picoito, Rogério Carvalho e o seu presidente de há meio século, Fernando Pedrosa, hão-de lembrar-se do folgazão Vital. Calculo que alguns deles, tal como eu, não tiveram ensejo de lhe dizer, frente a frente, um derradeiro e sentido adeus. Muitos leitores deste nosso “Semmais” também se lembram bem do “keeper” Diniz Vital que aplaudiram em tardes animadas no Bonfim. Deixou saudades e não será esquecido!

Prova noturna de Canoagem no Montijo A FRENTE Ribeirinha do Montijo recebe, este sábado, a partir das 20h30, a quinta edição da Noturna de Canoagem, um evento organizado pela Câmara Municipal do Montijo e pelo Clube Atlético do Montijo que pretende promover a modalidade e oferecer uma noite diferente com o objetivo de enaltecer a ligação da cidade do Montijo ao rio Tejo. Durante cerca de duas horas, os participantes vão poder apreciar a frente ribeirinha do Montijo, a sua fauna e flora no-

turna num ambiente animado e lúdico que pretende também potenciar os recursos naturais, ecológicos, paisagísticos e desportivos do concelho. Segundo a organização, que acredita num grande sucesso, a prova constitui também «uma excelente oportunidade para a prática desportiva da modalidade de canoagem num ambiente natural único do concelho do Montijo e, igualmente, uma forma diferente e saudável de comemorar a data histórica de 5 de Outubro.»


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ÚLTIMA

Arrábida e Tejo são prioridades na rota do Turismo de Lisboa Pela primeira vez estas duas áreas protegidas são consideradas estratégicas para diversificar a oferta turística na grande região e Lisboa e Península de Setúbal. Um novo trunfo, afirmando a margem sul do Tejo como «um mosaico de experiências».

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que esta aposta vai proporcionar o ambicionado «mosaico de experiências únicas que visa despertar no visitante o desejo de conhecer e regressar à região». Acrescenta ainda o dirigente ser esta «a primeira vez que abordamos de forma integrada a cidade e a região», acreditando que esta nova abordagem territorial «vai produzir resultados», revelando também que a centralidade prevista para o Arco do Tejo assenta no próprio Estuário «e na sua forte oferta equestre». Segundo Vítor Costa, o Plano Regional de Turismo de Lisboa 2015-2019 “estará concluído no tempo apropriado para começar a ser desenvolvido no início do próximo ano”.

Expedição encontra 26 novas espécies no Sado Não faltam argumentos para «vender» turisticamente a Arrábida, as recentes notícias reforçam a riqueza da região em termos de biodiversidade. É que a expedição científica M@ rbis, que está em curso na zona, acaba de descobrir mais 26 espécies, que eram conhecias pela ciência, embora não se soubesse da sua presença no Sado. A descoberta traduz o resultado obtido após 92 mergulhos e 3500 fotografias que testemunharam a existência de 14 brio-

zoários, dez algas, um peixe e um molusco que vão agora integrar a base de dados deste projeto iniciado em 2010 e que pretende catalogar toda a biodiversidade marinha das águas portuguesas. Das 26 novas espécies agora identificadas, é para o caboz Gobius bucchichi que os cientistas voltam as atenções, tendo sido detetado por censos visuais pela primeira vez. Este peixe é uma espécie característica das águas mediterrânicas.

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serra que se estende entre Setúbal, Palmela e Sesimbra se encaixe no apelidado «mosaico de exrevelação é feita na edição periências» que o turismo lisboede Setembro da Revista ta quer difundir, sendo anunciaTurismo de Lisboa. A Arráda uma abordagem que «alavanbida e o Estuário do Tejo são aponca nos ativos da serra, permitintados, pela primeira vez, como as do o desenvolvimento do turismo de natureza e da enologia», apostas estratégicas prioritárias, sublinha o diretor adentre 2015 e 2019, na Despertar desejo tentativa de diversificar a junto da Associação de do visitante oferta turística. O Plano Turismo de Lisboa, Máem conhecer e Regional de Turismo de rio Machado, no editoregressar à região Lisboa (PRTL) já aponta rial que assina naquela publicação. mesmo para a criação de O mesmo responsável destaduas novas centralidades, prevendo uma promoção em produtos compleca ainda que a estratégia a desenmentares que sejam atrativos para volver nos próximos anos assenque quem visita a capital possa ficar ta no «reforço da relação existenmais tempo e regresse mais tarde. te entre a cidade de Lisboa e a reDaí que, sobretudo, a célebre gião», admitindo Mário Machado Roberto Dores

Pub.


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