Semmais 10 marco 2018

Page 1

semmais INFORMATION:

EMBOSS:

TEL: +44 20 7935 0770 FAX: +44 20 7935 3359 ISDN: +44 20 7224 1362 www.claessensglobal.com

COLOURS:

printing colours: for non pantone colours, please see supplied sheet.

DATE: 21/02/2012 CLIENT: SAGRES JOB NAME: SAGRES JOB NUMBER: SAGR 11/01 FILE NAME: SAGR 11/01SagresBrandOnWhite4C VERSION: 1 GENERATION: ADOBE CS 5 SAVED TO: ADOBE CS 5

CLAESSENS HOUSE 3 MANDEVILLE PLACE LONDON W1U 3AP

0

PROCESS CYAN

PROCESS MAGENTA

PROCESS YELLOW

PROCESS BLACK

Non printing colours

EAN CODE: N/A

50

ADDITIONAL INFORMATION/NOTES: THIS ARTWORK FILE CONTAINS NO TRAPPING, SPREAD OR CHOKE, AND THEREFORE DOES NOT CONSTITUTE A REPROGRAPHIC FILE.

100

150

200

WHILST EVERY EFFORT HAS BEEN MADE TO ENSURE THIS ARTWORK IS CORRECT, IT IS THE CLIENT'S RESPONSIBILITY TO ENSURE NO ERRORS HAVE OCCURRED. ©2009 reproduction of this material is strictly prohibited, without prior written consent from the copyright owners.

DISTRITO TEM MENOS 7 MIL DESEMPREGADOS

SÁBADO 10 DE MARÇO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 982 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso

SOCIEDADE

IMUNOALERGOLOGIA EM SETÚBAL CONTINUA A SER «REFERÊNCIA NACIONAL»

A celebrar 25 anos ao serviço da pessoa alérgica o serviço de imunoalergologia de Setúbal carece de especialistas, mas continua a assumir-se como um serviço de referência. Em entrevista ao Semmais, o diretor da unidade lamenta o aumento dos tempos de espera e pede intervenção reguladora da Tutela. P4

SOCIEDADE

LINHA FÉRREA ENTRE ÉVORA E ELVAS TRAZ FÔLEGO AOS PORTOS DA REGIÃO A nova linha ferroviária de 100 quilómetros de extensão entre Évora e Elvas, cujo concurso foi lançado esta semana, vai ser determinante para aproximar as unidades portuárias de Sines e Setúbal das indústrias europeias. O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas fala num fôlego adicional que vem do Interior para o Litoral. P2

DESPORTO

A taxa de desemprego desceu em todo o país com o distrito de Setúbal a apresentar-se determinante para estes resultados. Por concelhos, a maior recuperação coube ao Seixal. Entre géneros são os homens que mais contribuem para os números da empregabilidade. P2

«CLÁSSICA DA ARRÁBIDA» E «VOLTA AO ALENTEJO» ANIMAM O DISTRITO

Integrada no calendário de provas da União Ciclista Nacional, a «Clássica da Arrábida», entre Sesimbra, Palmela e Setúbal, arranca este domingo, às 11h40. A «Alentejana» dará privilégio ao público do Alentejo Litoral por onde os participantes das cinco etapas da prova passam quinta e sexta feira. P11

PUBLICIDADE

A CASA DO PEIXE CERVEJARIA - RESTAURANTE - PETISQUEIRA

, 960 331 167 - RUA GENERAL GOMES FREIRE 138, SETÚBAL PORTUGAL


SOCIEDADE

REGIÃO ABAIXO DA TAXA MÉDIA DE DESEMPREGO NO PAÍS

Setúbal registou uma das descidas mais acentuadas de desemprego em 2017 A economia está a crescer no distrito se for considerada a taxa de desemprego registada. Segundo os dados do INE há hoje menos 7 mil desempregados numa queda que é transversal a todos os concelhos do distrito TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR

S

ão boas notícias para a economia regional. Importa não perder de vista que a taxa de desemprego caiu em todo o país, mas foi no distrito de Setúbal que se registou uma das descidas mais acentuadas de desemprego em 2017. Os números falam por si. Em dezembro de 2016, eram 37969 os desocupados da região, enquanto um ano depois os cadernos do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) assinalam uma queda de 7011 desempregados para um total de 30958. Os dados são revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e colocam mesmo a região abaixo da taxa média de desem-

prego no país, fixada nos 8,9%, tratando-se do valor mais baixo desde 2008, quando o distrito também conseguia garantir uma taxa de desemprego abaixo dos dois dígitos. A queda do desemprego é transversal a todos os concelhos do distrito. Os dados percentuais avançados pelo INE superam as expectativas. Recorde-se que ainda em outubro de 2017, quando elaborou o Orçamento do Estado para 2018, o Governo estimava que a taxa de desemprego no ano passado ficasse em 9,2%. Os números do INE acabam por ir mais à frente da previsão do Governo. «Em termos de média anual, a taxa de desemprego foi 8,9% em 2017, o que representa uma diminuição de 2,2 pontos percentuais em relação a 2016», escreve o Instituto. Há nove anos

que a taxa de desemprego não era tão baixa. Em 2008 estava nos 7,6%. Por concelhos sublinha-se a queda do desemprego no concelho do Seixal, de 6675 para 4855 (-1820), traduzindo a maior recuperação da península, seguindo-se Setúbal, que reduziu de 5622 para 4551 (-1071), enquanto Almada baixou de 7359 para 6432 (-927). Palmela vai de 2271 desempregados para 1716 (-555) e a Moita deu continuidade à tendência, baixando de 3733 para 3242 (-491), tal como o Barreiro de 4011 para 3527 (-484). Já o Montijo regista uma recuperação de 2629 para 2216 (-413) e Sesimbra reduziu de 1752 para 1359 (-393). Santiago de Cacém baixou de 1264 para 911 (-353) , Sines de 1051 para 850 (-201),

Alcácer do sal de 394 para 260 (-134), Alcochete de 688 para 578 (-110) e Grândola de 520 para 461 (-59). E que segmentos populacionais contribuíram mais para a queda da população desempregada? Segundo o INE, foram ambos os sexos, mas mais os homens, em todos os grupos etários, com destaque para as pessoas com 45 ou

mais anos. Também houve lugar no mercado para todos os níveis de escolaridade, sobretudo o das pessoas com, no máximo, o 3.º ciclo, pessoas à procura de novo emprego, trabalhadores provenientes do setor dos serviços e da indústria, construção, energia e água. E ainda as pessoas à procura de emprego há 12 ou mais meses.

MINISTRO E COMISSÁRIA VEEM “GRANDES VANTAGENS” NA LINHA FÉRREA PARA PORTOS DE SINES E SETÚBAL

Concurso para construção da linha férrea entre Évora e Elvas foi lançado esta semana Comissária Europeia para os Transportes estima que o projeto ferroviário de alta velocidade possa garantir o reforço das conexões entre Sines, Setúbal e Espanha. Em Elvas, ao lado do Ministro do Planeamento, Pedro Marques, Violeta Bulch, insistiu na necessidade de completar o Corredor Atlântico. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM CMAS

S

ó o facto do comboio de mercadorias a partir de Sines ter uma redução de custos «superior a 30%», beneficiando desta forma o craescimento da infraestrutura portuária do Litoral Alentejano, já seria motivo de aplauso por parte do ministro do Planeamento e das Infraestruturas Pedro Marques. Mas há mais. «A futura linha beneficiará na mesma medida as acessibilidades ao porto de Setúbal, que vai ganhar igual folgo adicional», sublinhou o governante ao Semmais. Daí que o lançamento do concurso da obra de construção da nova linha ferroviária entre Évora e Elvas, com cerca de 100 quilómetros de extensão - que esta semana teve lugar no

Alentejo – seja encarado como um passo determinante para que Sines e Setúbal vejam a sua aproximação à Europa cada mais vez mais perto à boleia do corredor internacional sul, que ligará os portos da região à fronteira com Espanha. Recorde-se que o troço Évora-Elvas continua a ser principal ligação em falta do corredor ferroviário Atlântico da Europa e por isso Pedro Marques congra-

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

tula-se com o facto de ter Espanha e a Europa ao seu lado. A União Europeia ao nível do financiamento e no caso de Espanha na coordenação das obras, dado que as empreitadas já estão a avançar no lado de lá da fronteira. Quem juntou a sua voz à de Pedro Marques foi a própria comissária europeia para os Transportes, que também marcou presença no lançamento

do concurso, tendo Violeta Bulch destacado «a importância de ligar Sines, onde reside o grande porto de águas profundas, ao centro da Europa», disse ao Semmais, insistindo na necessidade de completar o chamado Corredor Atlântico. Bulch apontou prioridades á conclusão da ligação ferroviária de alta velocidade no troço transfronteiriço entre Évora e Mérida, destacando mesmo que mais importante do que atingir já velocidades acima dos 250 quilómetros por hora o projeto ferroviário de alta velocidade deverá procurar garantir, em primeiro lugar, o reforço das conexões ferroviárias, em particular as que ligam Sines e Setúbal a Espanha. «São necessárias ligações ao Mercado Único e encorajamos que esta conectividade seja uma prioridade entre os corredores referenciados», disse Violeta Bulch, sublinhando que «assim

que o troço transnacional esteja completo», ambiciona que isso possa «estimular a continuação da ligação com as cidades principais», adiantou, referindo-se ao transporte de carga e de passageiros. E alta velocidade? É tabu O primeiro-ministro António Costa disse recentemente ao jornal espanhol ABC que o comboio de alta velocidade é «um tema tabu na política portuguesa» e que «vai sê-lo por muito tempo». Contudo, Bulch diz que o TGV entre Lisboa e Madrid é uma decisão para o governo português, desafiando as partes interessadas neste tipo de projetos a fazer as contas. «Ponham os números em cima da mesa. Que tráfego podem ter? Justifica-se o investimento em linhas de alta-velocidade ou poderia uma linha até 280 km/ hora satisfazer as necessidades dos passageiros?», questiona.


SOCIEDADE

O PRAZO PARA LIMPEZA DE TERRENOS TERMINA ESTA QUINTA-FEIRA

Quem não tiver cumprido os prazos para limpar terrenos particulares pode ser multado O Semmais tentou encontrar quem garantisse a limpeza, nos prazos legais, e não conseguiu. Empresários do sector admitem que o governo «terá que prolongar o prazo por incapacidade de resposta». TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM

A

té à próxima quinta feira todos os proprietários de terrenos localizados em espaços rurais ou florestais terão de realizar a limpeza de terrenos. A limpeza tem que ser feita numa faixa de 50 metros à volta de habitações isoladas, 100 metros na envolvente das localidades; as árvores têm que estar distanciadas cerca de cinco metros das habitações e, entre as copas, distanciadas quatro metros. O Governo foi assertivo na sua intenção ao ponto de ter subido o valor das multas para o dobro, de acordo com o artigo 153.º da Lei do Orçamento do Estado para 2018. Assim, no caso de um proprietário singular, as coimas variam entre os 280 euros e os dez mil euros, enquanto que às pessoas

coletivas poderá ser aplicada uma coima bem mais elevada que varia entre os três mil e os 120 mil euros. Receita que reverte para os cofres do Estado (60%) e para as autarquias e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (20% para cada). Até ao ano passado, as coimas em vigor começavam nos 140 euros, menos de metade do preço atual do custo de limpeza de, apenas, um hectare. Uma realidade constatada pelo Semmais que contactou diversos empresários do sector, a intervir no distrito e não encontrou nenhum «com disponibilidade para proceder ao trabalho antes do fim do prazo». Foi o caso de «António» (nome fictício). Sem tempo «para aceitar qualquer tipo de trabalho», lá foi adiantando que «por hectare, os preços variam entre os 300 e os 400 euros». Questionado se sempre cobrou

estes preços, «António» fez silêncio e admitiu em seguida que «não foge muito ao normal de outros anos». Esta hesitação foi comum a, quase, todos os contactos feitos pelo Semmais. A exceção chega-nos de um empresário que, «por telefone» não revela preços. Esclarece que «sem ver o terreno» não pode ter uma ideia do trabalho e, por isso, «sugere uma visita ao local». Quase com o «encontro marcado», impunha-se a questão; «terá de ser até dia 15, atirámos». Do outro lado quase que conseguimos perceber um «riso comprometido». «Inácio» (nome fictício) só tinha disponibilidade «lá para julho ou agosto», lamentou. Depreendemos que está com mais trabalho do que é normal e a resposta foi positiva. À semelhança de «Inácio» a totalidade de técnicos

ligados ao sector agro-pastoril, que o Semmais contactou, admitem «não conseguir dar resposta em tempo útil». Também por isso, todos são unânimes em afirmar que «o Governo vai ser obrigado a alterar os prazos», acreditam. Enquanto essa prorrogação não «sai», se sair, as obrigações mantêm-se, apesar de até algumas autarquias já terem assumido que o prazo é «impossível de cumprir». A partir de quinta feira, e até ao final do mês, a GNR vai fazer um levantamento dos terrenos por limpar, sinalizando os proprietários que podem ser multados no imediato. A partir de dia 31 de março, de acordo com a lei, a responsabilidade pela limpeza dos terrenos passa a ser das autarquias que têm como prazo, para a limpeza total dos terrenos, o dia 31 de maio.

«Da fábrica que desvanece à Baía do Tejo» é apresentado esta tarde

A

Baía do Tejo, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e o envolvimento da autarquia do Barreiro promovem, pelas 17h00, o lançamento da obra «Da fábrica que desvanece à Baía do Tejo». Trata-se de uma «importante obra» que representa o terceiro momento de uma iniciativa que começou por ser uma Residência Artística, em 2014, dando lugar a uma exposição que culmina agora com este projeto editorial «conceptual e de grande importância», como faz questão de referir a Baía do Tejo Enquanto residência artística, o projeto deu a conhecer um território completamente desconhecido do grande público, mas que se afirmava «capaz de despertar o interesse de diversos artistas de diferentes disciplinas que encontraram nesta plataforma

industrial um universo com grande potencial para ser explorado sob múltiplas perspetivas». Desde 2014 o evento marcou «de forma indelével o parque empresarial da Baía do Tejo no Barreiro, a cidade, a margem esquerda do Tejo, a direita e as comunidades que, a cada um destes níveis, constituem a região da Grande Lisboa». Daí a importância acrescida deste projeto que contribui para a criação do «cluster criativo que a Baía do Tejo afirma e pretende consolidar».

superior à do ano anterior». E conclui: «Convidamos as pessoas a participar nesta Romaria que ganha expressão de ano para ano. Podem participar de cavalo, charrete ou a pé. É um evento a não perder». A partida da romaria está marcada para dia 25 de abril, pelas 9 horas, junto à Igreja Paroquial da Moita e, após a bênção da imagem de N.ª Sr.ª da Boa Viagem, seguem para Viana do Alentejo. Pelo caminho, os romeiros vão pernoitar no Poceirão, Case-

bres, Alcáçovas e junto ao Santuário de Nª Srª. D´Aires. A chegada a Viana, um dos pontos altos da romaria, tem lugar no dia 28 de abril, por volta das 17h30. A Romaria a Cavalo é um dos maiores eventos equestres nacionais que voltou a realizar-se em 2001, depois de um interregno de mais de 70 anos, recuperando no tempo a tradição dos lavradores da Moita, que se deslocavam com os seus animais ao Santuário de N.ª Sr.ª D´Aires, para pedir proteção e boas colheitas.

XVIII ROMARIA A CAVALO MOITA/VIANA DO ALENTEJO FOI APRESENTADA NA BTL

‘Sala de visitas’ de evento tradicional com requalificação à vista O Santuário de N.ª Sr.ª D´Aires e o espaço envolvente, em Viana do Alentejo, a ‘sala de visitas’ da Romaria a Cavalo Moita/Viana do Alentejo, vão ganhar novo rosto para receber com dignidade os participantes deste evento tradicional que de ano para ano vai ganhando novos adeptos e participantes. Só as obras do Santuário estão orçadas em 1 milhão e 800 mil euros. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

A

XVIII Romaria a Cavalo Moita/Viana do Alentejo vai realizar-se entre 25 e 29 de abril, na altura em que prosseguem as obras de reabilitação do Santuário de N.ª Sr.ª D´Aires, estimadas em cerca de 1 milhão e 800 mil euros. Segundo o edil de Viana do Alentejo, Bengalinha Pinto, o município vai também avançar com a requalificação do recinto envolvente ao referido Santuário. «Para avançarmos com tal

obra vamos candidatar-nos a fundos comunitários no presente Quadro Comunitário. Neste momento está a ser elaborado um projeto para criar melhores condições à volta do Santuário». A referida romaria foi apresentada à comunicação social e ao público, no passado dia 3, na Bolsa de Turismo de Lisboa, com a presença de várias entidades. Na ocasião, o edil da Moita, Rui Garcia, lançou o desafio para que todos façam «a ligação entre o Tejo e o coração do Alentejo», passando

«pelos caminhos e pela essência do que é este território entre o Tejo e o Alentejo». O autarca afirmou que «a organização pretende que, ano após ano, este evento cresça e que os mais de 600 cavaleiros e cavalos que no ano passado chegaram a Viana, sejam superados, assim como os que vão partir da Moita. Não percam esta experiência, não há outra igual em Portugal», concluiu. «Experiência única e genuína» Rui Garcia deposita as maiores expetativas na

edição e sublinha que de ano para ano o número de participantes tem vindo a crescer. «Cada vez mais esta festa vai tendo o reconhecimento de todos, porque o facto de ser tornar mais conhecida vai atraindo mais pessoas», relembrando que em 2017 houve «400 inscritos», a participar em «todo o percurso». Já Bengalinha Pinto, sublinha que se trata de uma «experiência única e genuína», tendo a organização a preocupação de trabalhar para que «cada edição ser

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 3


SOCIEDADE

VISTA

ENTRE

SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA DE SETÚBAL ESTÁ DE PARABÉNS

Diretor Filipe Inácio pede mais especialistas e um Estado «regulador»

A celebrar 25 anos o serviço de Imunoalergologia de Setúbal atravessa uma fase difícil. Dispõe de 3 médicos para um universo de um milhão de utentes que, nos casos não urgentes, esperam nove meses por uma consulta de alergia medicamentosa.

IMAGEM SM

O fundador e diretor do serviço Dr. Filipe Inácio, em entrevista ao Semmais, apela à Tutela para que seja, «mais que prestador/pagador, o regulador de um serviço a que muitos doentes não recorrem por dificuldades financeiras». Considerando a especificidade do serviço qual é a sua avaliação da resposta dada no distrito? A acessibilidade aos serviços de saúde não é fácil, no geral. Ou as pessoas encontram um médico não diferenciado que as encaminha da melhor forma, ou as consultas de especialidade são difíceis e não são acessíveis, tenho essa noção. Não é que esta especialidade seja mais cara, de forma geral, todas são. Há pessoas com dificuldades em consultar especialistas e nós temos essa perceção porque somos o único serviço neste Hospital com toda a influência do distrito (um milhão de habitantes) enquanto que todas as outras especialidades estão limitadas aos 230 mil habitantes. A contratação de mais especialistas resolvia a situação? Nós temos tentado resolver da melhor forma possível, mas só nos últimos quatro anos perdi quatro médicos; dois saíram para outros lugares, um reformou-se e duas colegas passaram a meio tempo. Entradas tive zero. Atualmente temos três médicos seniores no quadro, e dois a meio tempo, para um universo de um milhão de pessoas. Não tínhamos tempo de espera e agora temos. Em algumas subespecialidades já estamos a marcar consultas a 9 meses,

como é o caso da alergia medicamentosa. Há situações de exceção, como nos casos de tratamento oncológico e de primeira linha, em que há, obviamente, prioridades. As que não são situações urgentes têm que esperar. Quando é que a situação começou a agudizar-se? Tudo se complicou nos últimos dois anos com a perda destes quatro clínicos e o aumento da área de influência de 230 mil para um milhão de doentes. Hospitais como Garcia de Orta estão a drenar para nós. Nenhum hospital ou centro de saúde tem este serviço e, por isso, mandam para nós. Até do Litoral Alentejano, que deviam ser encaminhados para Évora, estão a socorrer-se de nós. Temos nove mil utentes inscritos. É fundamental ter mais recursos para que as pessoas possam ser vistas mais rapidamente. Mas a melhoria de serviços não se finda com a contratação de médicos especialistas… Não, de modo nenhum. O estado ser pagador e prestador, também, não é bom. O Estado tinha que estar muito seriamente como regulador, quer do serviço público quer do serviço privado para que não haja abusos de nenhum lado. Devia ser uma entidade fortemente reguladora permitindo a autonomia e também a concorrência leal e benéfica entre o privado e o público. E não é difícil fazer isso. Há é falta de vontade política. Seria fácil a regulamentação porque cada patologia tem uma sequência, quer para diagnóstico, ou para indicação terapêutica, por isso é fácil perceber se alguém está a desviar-se daquilo que devia ser o procedimento normal. Se há um consumo exagerado de meios de complementares de diagnostico é fácil de detetar porque, hoje, está tudo informatizado.

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

Apesar de tudo este continua a ser um serviço de referência a nível nacional… Sim. Temos um serviço tecnicamente muitíssimo bem equipado, talvez o melhor equipado do país. Temos um Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular que nos permite fazer técnicas de diagnóstico que não se fazem em mais lugar nenhum do país. Recebemos sangue de doentes de Coimbra, Lisboa, Gaia, para a subespecialidade de alergia medicamentosa, na qual somos referência. Era importante não perder esta capacidade. Temos prestígio, mas precisamos de recursos humanos na alergologia. Estamos no limite da

capacidade formativa, em termos de idoneidade, e isso pode ser fatal. Como assim… Se eu, ou um dos nossos médicos seniores, sair do serviço os nossos seis médicos internos, que ainda estão em formação, terão, obrigatoriamente que sair também, porque perderíamos idoneidade. O cenário é, mesmo, dramático e é, também por isso, por ética e moralidade, que eu não estou reformado. Se eu agora me reformasse eles tinham que ir embora. Eticamente não saio porque não quero prejudicar o serviço. Mas não posso, para bem da especialidade. Há uma

Tão importante como captar mais médicos da especialidade, para o serviço de alergologia, que é único na península de Setúbal e Alentejo Litoral, é, admite o Professor Doutor, «melhorar as acessibilidades das pessoas aos serviços de saúde».

TEXTO ELOÍSA SILVA

médica que vai fazer agora o exame de saída, está no último ano de internamento, e até abril será especialista. Falei com o diretor clínico para que ele contemplasse a possibilidade de permanência dela no serviço, para nos dar alguma tranquilidade. Mas os médicos que fazem formação aqui não têm garantia de vínculo laboral? Nós formamos, mas se não lhes garantirem trabalho, e um vencimento apelativo, eles vão embora. Alergologistas aqui não há, terão que vir de Lisboa e os ordenados não motivam porque grande parte é gasto nos transportes. Assim muitos preferem trabalhar a tempo parcial nos privados e ganham o mesmo que o hospital lhes oferece. Isto vai ser um drama para o futuro, acredite. A mobilidade é muito fácil e é quase mais barato, rápido e fácil vir de Londres para aqui do que do Porto. Eles têm os olhos postos lá fora. Há uma saída de médicos de grande valor que nos fazem muita falta. Podemos perder a especialidade? Espero que não. Mas a capacidade formativa podemos perder. Como pretendem celebrar estes 25 anos do Serviço de Imunoalergologia? Vamos realizar várias iniciativas. Como somos centro de referência na alergia medicamentosa vamos realizar uma conferência para especialistas, dias 15 e 16 de março. Em maio, no Hotel do Sado, vai decorrer o Congresso Nacional sobre Asma na criança e no adolescente. E para setembro está prevista uma comemoração conjunta com o Hospital de Santo António, que celebra 20 anos, na Batalha.


SOCIEDADE

JOÃO PINTASSILGO EXPLICA COMO PRETENDE ‘REVOLUCIONAR’ OS TRANSPORTES COLETIVOS DO BARREIRO

«Nova frota é apenas um instrumento para tornar os TCB uma alavanca de progresso do concelho» O novo homem forte dos TCB está apostado em levar a empresa a uma nova fase de consolidação. Com o reforço da frota, admite alargar os itinerários a mais concelhos vizinhos para além da Moita. E quer resolver falhas em carreiras e horários. Mesmo deficitários, Pintassilgo reconhece a importância e a identidade que os TCB conferem ao concelho e às populações.. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM

Tem sido propalado que a Câmara da Moita deve dinheiro aos TCB por serviços que foram prestados e não cobrados… Trata-se de uma situação lamentável que decorreu de uma decisão precipitada do anterior executivo em 2015, porque avançou para o alargamento dos serviços para a Moita, aproveitando uma alteração legislativa que dava à empresa competências de Autoridade de Transporte. Ocorre que o fez sem ter conseguido unanimidade das forças políticas locais e, mais grave, ao contrário do que foi afirmado na altura, não havendo condições de oferta para assumir essa expansão, sem prejudicar gravemente o serviço prestado aos barreirenses. E a questão das verbas em dívida… É um facto igualmente grave, porque apesar de contratualizado, não foi faturado ao município da Moita o serviço prestado durante 2016 e 2017, no valor de 80 mil euros. Já foi avaliado esse serviço? Vai manter-se… Continuando válido o princípio que nos levou a concordar com esse serviço, apesar de assente no pressuposto de que tínhamos a oferta necessária para o fazer sem prejudicar o serviço prestado aos barreirenses, o facto é que perdemos globalmente cerca de 195 000 viagens, apesar dos ganhos na Moita. O serviço irá manter-se pois, “os

homens passam e as instituições ficam”, além de não se poder brincar com um serviço público desta natureza. Os utentes da Moita atualmente servidos pelos TCB que organizaram as suas vidas contando com os nossos serviços, não têm culpa de decisões pouco ponderadas de terceiros. E é admissível o alargamento a outros concelhos ou este exemplo é desmotivador… Pode ser uma possibilidade, mas só com a chegada da nova frota. E, apesar disso, terá que haver uma reformulação do enquadramento legal dos TCB, nomeadamente no que diz respeito à forma a poder operar para lá dos limites do concelho. Mas tem ideia de que concelhos poderiam beneficiar deste serviço. Há porventura alguma negociação a decorrer? Não há negociações neste momento, mas as câmaras de Palmela e Seixal já manifestaram interesse. O que posso adiantar é que decorrem reuniões de trabalho na AML – Área Metropolitana de Lisboa, nas quais estão a ser discutidos cenários da mobilidade, onde se espera que os TCB venham a ter um papel preponderante na oferta de transporte público na margem sul do Tejo. Em termos financeiros a empresa não é um peso para os cofres da autarquia? Se analisarmos só pela questão financeira tem um peso anual grande, na ordem dos 500 mil euros. Mas se analisarmos

numa perspetiva de investimento, podemos referir que o resultado de um estudo encomendado à TIS, concluiu que cada um euro investido nos TCB tem um retorno de dez euros para a cidade. O peso financeiro seria a autarquia não ter os TCB. Até porque é um instrumento de qualidade de vida dos barreirenses. Quais são os principais estrangulamentos? O deficit tarifário gerado pela participação dos TCB nos passes intermodais e combinados com outras empresas, em que a empresa é apenas compensada pela sua participação no primeiro. No caso do Navegante, que tem carácter metropolitano, é o município que financia, gerando um passivo crónico difícil de resolver. O financiamento é o maior estrangulamento, mas em lado nenhum as receitas dos transportes públicos urbanos ou interurbanos cobrem os custos. E há também falta de carreiras… estão previstas mudanças? Sim, reconhecemos que existem essas falhas em número que consideramos excessivo, seja por avarias ou dificuldade de cumprimento de horários, por razões diversas. Julgamos que tudo isso será minimizado com criação de corredores dedicados para transporte público. Ainda assim, conseguimos estabilizar a oferta e a regularidade das carreiras no final de 2017, com a aquisição de 5 autocarros recondicionados. Temos necessidade de abertura de novas linhas, mas a grande mudança só se verá a partir de 2019 com a chegada progressiva da nova linha.

Como está a decorrer esse processo? O concurso de aquisição de 60 novos autocarros movidos a gás natural encontra-se em fase de análise de propostas. Esperamos ser possível receber as primeiras viaturas no final deste ano. Trata-se de uma renovação contínua, que deverá demorar 8 meses até à conclusão final. E é um instrumento para tornar esta empresa ainda mais importante para o concelho.

Como vê os TCB daqui a uns anos? Como uma alavanca potenciadora do progresso e desenvolvimento do concelho, após adequação do novo regime do serviço público de transporte de passageiros, resolução dos problemas ligados ao financiamento e uma frota moderna, capaz de cumprir a sua missão para a qualidade de vida da população e dos seus utentes.

61 anos de atividade à espera de reequilibrar a longa viagem O responsável máximo pelos TCB não tem dúvida de que a situação atual da empresa é também em parte resultado do crónico subfinanciamento por ausência de comparticipação pelo serviço público prestado na rede de transportes urbanos, situação que só foi minimizada em 2015. «Essa medida, com efeitos a 2012, veio tornar a gestão mais equilibrada, mas deixou uma forte marca e um elevado passivo», acentua João Pintassilgo. Os TCB comemoraram 61 anos de atividade, empregam perto de 200 trabalhadores, e contam com cerca de 70 autocarros, que percorrem 8.400 Km. Diariamente os TCB transportam 30 mil passageiros.

Multas de trânsito caíram a pique no distrito, mas ainda renderam 3,2 milhões de euros TEXTO ROBERTO DORES

A

PSP, GNR e autoridades municipais emitiram, no ano passado, cerca de 312 mil multas de trânsito no distrito, que renderam mais de 3,2 milhões de euros aos cofres do Estado, segundo

dados da Autoridade Nacional de segurança Rodoviária. Um valor que coloca os automobilistas da região no pódio dos que mais pagaram, apenas atrás dos distritos de Lisboa e Porto. Ainda assim, 2017 registou uma redução significativa face às 705 mil multas passadas pelas autoridades em 2016 e até mesmo comparando com

os 604 mil automobilistas autuados no distrito em 2015. As multas por mau estacionamento lideram a lista das infrações às regras de trânsito, com valores que vão dos 10 aos 300 euros, seguindo-se o excesso de velocidade, com autos de 60 a 2500 euros. O uso do telemóvel ao volante (entre 120 e 600 euros) e falta de inspeção nas viaturas (250

a 1250 euros) também renderam uma verba choruda em multas Mas a que deve ser atribuída tremenda redução levando em linha de conta a contabilidade dos últimos três anos? A pergunta fica sem resposta por parte do Ministério da Administração Interna. Já Paulo Rodrigues, dirigente da Associação dos Profissio-

nais da Polícia, alerta que «há desânimo» entre os profissionais e que isso «pode estar a levar a algum facilitismo», admite, enquanto alerta que «as condições de trabalho se têm agravado nos últimos anos», garantindo que algumas viaturas que são utilizadas por agentes no distrito «nem estão capazes de andarem na rua».

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 5


LOCAL

BARREIRO

Deslizamento de terras obriga a vedar Convento dos Loios

SETÚBAL

Rampa de Santa Catarina está no centro da polémica Um grupo de setubalenses lançou nas redes sociais um alerta para o estado de conservação da Rampa. Admitem os «Amigos da Rampa das Baleias» que a Câmara descartou responsabilidades na recuperação do molhe e que a APSS não se pronuncia sobre o assunto.

E

As recentes intempéries não têm dado tréguas a muitas freguesias da orla costeira, como é o caso do Lavradio. «O mau estado de conservação do muro do Convento dos Loios», associado às condições climatéricas adversas, provocou um deslizamento de terras junto às instalações do pólo da própria Junta, provocando a queda parcial do muro e danos na estrutura do Convento. Para garantir as condições de segurança a transeuntes e residentes, a presidente da União de Freguesias de Barreiro e Lavradio, Gabriela Guerreiro, acionou os meios de proteção e socorro que vedaram o perímetro junto ao local. A infraestrutura em causa «será alvo de uma intervenção», pela Câmara do Barreiro proprietária do edifício, mas que só deverá começar no final do mês, atendendo à instabilidade climatérica prevista para estes dias.

MONTIJO

Utentes dos transportes fluviais marcam protesto para dia 14 no Cais do Sodré

m causa está um alegado «megaprojeto» de recuperação do Porto de Setúbal que, segundo a comunidade local que, entretanto, já constituiu um grupo de intervenção nas redes sociais e prepara-se para avançar com um abaixo assinado e uma petição, prevê a «extinção» da rampa de Santa Catarina. Conhecida por rampa das «Baleias». Dizem os elementos do grupo que «a rampa está a ficar degradada e no baixa mar complica imenso a entrada e saída de pequenas embarcações». Mais grave, dizem os fundadores do movimento «Amigos da Rampa das Baleias», é «ver a dificuldade de alguns desportistas náuticos que têm que carregar canoas e Kayaks às costas para praticarem as suas modalidades e desfrutar do nosso rio». Alguém tem que intervir «para que não percamos esta rampa», diz Ricardo André que, no ano passado, já tinha reunido com a autarquia para manifestar a preocupação relativamente ao estado da rampa e à sua alegada

extinção. Da câmara, diz, «a presidente descartou responsabilidades alegando que o terreno é propriedade da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). Apesar de contactada pelo Semmais, a APSS não revelou se está prevista alguma intervenção para a zona da rampa de Santa Catarina ou a quem compete a sua recuperação e manutenção. A falta de respostas «pelas entidades com responsabilidade na gestão do espaço» levou os «amigos da Rampa das Baleias» a «pôr mãos à obra» e a avançar com a recuperação do molhe e da rampa, a título voluntário e particular. Na página de facebook do grupo de amantes do Rio Sado, onde acabou por nascer a petição «Vamos ajudar a recuperar a Rampa das Baleias em Setúbal» é exigida a recuperação «daquela que é a única rampa comunitária de acesso ao rio Sado» e são acertadas ações de limpeza pelos membros do mesmo. A próxima acontece já no domingo, dia 18.

SINES

SESIMBRA

SEIXAL

Depois do lançamento do concurso do troço ferroviário Évora-Elvas, que permitirá, segundo o primeiro ministro António Costa, «abrir as portas da Europa ao Porto alentejano», as potencialidades do mesmo, enquanto porta de entrada e saída de mercadorias para as indústrias localizadas em Portalegre, foram o mote para a deslocação de Maria Adelaide Teixeira, presidente de Câmara do concelho do Alto Alentejo, ao Porto de Sines onde reuniu com o presidente do Conselho de Administração, José Luís Cacho. As ligações rodo e ferroviárias à zona de Portalegre, estiveram em apreciação pelos dois responsáveis, acreditando Adelaide Teixeira que há uma janela de oportunidade «para fomentar o desenvolvimento económico do concelho».

A frente marítima de Sesimbra tem sido fustigada, nas últimas semanas, por ondulação muito forte que causou prejuízos, ainda, incalculáveis. A situação que mais reservas levanta ao presidente da Câmara, Francisco Jesus, é «o muro da praia da Califórnia que sofreu um pequeno deslocamento e já apresenta algumas fissuras», mas há outros três pontos de preocupação. O autarca refere-se «ao deslocamento da sapata de acesso à praia, na marginal poente e à destruição de parte da plataforma do pontão cais das marítimo-turísticas e, ainda, aos passadiços todos da praia da Califórnia que também foram destruídos». Francisco Jesus já reuniu com as autoridades marítimas, de proteção e socorro, mas admite que «só poderá fazer uma avaliação conclusiva daqui a algumas semanas».

O arranque da construção da rotunda ao quilómetro 14 da EN 10 está previsto para dia 13. A obra vai custar cerca de 565 mil euros e terá um prazo de execução de 5 meses. Em maio de 2017 as autarquias e as comissões de moradores do Casal do Marco e de Pinhal de Frades reivindicaram a construção urgente desta e de outra rotunda ao quilómetro 12. De referir que desde 2009 que existe um protocolo assinado com as Infraestruturas de Portugal, para a construção destas duas rotundas, tendo a autarquia ficado com a responsabilidade de elaboração do projeto. Ambas as interseções apresentam «graves problemas» de escoamento de trânsito, com largas filas em especial nas horas de ponta, assim como falta de segurança para os automobilistas e peões, pelo que é «urgente que se resolva esta questão».

Portalegre e APS avaliam interligações concelhias

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

Instabilidade do muro da marginal é preocupante

As comissões do Seixal e do Montijo foram ouvidas esta semana na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República. O objetivo era colocar o assunto da ineficaz resposta que está a ser dada na ligação fluvial entre Montijo e Lisboa na ordem do dia, e denunciar as más condições em que algumas embarcações estão a operar. As comissões do Seixal e do Montijo, e utentes a título individual, já apresentaram várias reclamações a distintas entidades, mas a situação está «cada vez mais débil». Depois da audição desta quinta feira, as Comissões de Utentes do Cais do Seixalinho, Transportes do Seixal e Serviços Públicos do Barreiro agendaram, para dia 14, uma ação de luta que começa com uma concentração no Cais do Sodré, às 17h00, segundo em direção ao Ministério das Finanças para entregar uma carta aberta ao ministro.

Rotunda na EN10 em Paio Pires vai arrancar


LOCAL

ALMADA

SANTIAGO DO CACÉM

O Iberian Festival Awards acaba de revelar os finalistas para as 22 diferentes categorias da 3.ª edição e O Sol da Caparica é um dos grandes destaques da lista, estando nomeado para 8 prémios: Best Major Festival, Best Touristic Promotion, Best Line-Up, Best Cultural Programme, Best Brand Activation, Best Hosting and Reception, Best Infrastructure e Best Lusophone and Hispanic Festival. A cerimónia, que este ano decorrerá em conjunto com o Talkfest, é a única plataforma de reconhecimento a nível ibérico com especial foco nos festivais, de pequeno, médio ou grande porte, sendo uma referência importante para o desenvolvimento do sector. Os prémios reconhecem, apoiam e premeiam os festivais, tendo como principal finalidade promover, celebrar e valorizar todos os profissionais, parceiros e artistas responsáveis pelo seu desenvolvimento, crescimento e melhoria.

A Câmara de Santiago do Cacém promove mais uma edição (12ª) do Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca. A entrega de trabalhos do concurso bienal decorre até ao dia 29 de março, e o vencedor recebe 4000 euros e a garantia de edição da sua obra original. O Prémio, dirigido a autores «maiores de idade naturais de qualquer país integrante da comunidade lusófona», distingue uma coletânea de contos originais, escritos em língua portuguesa, homenageando, em simultâneo, o escritor santiaguense, «figura incontornável da literatura portuguesa, e a sua obra». Com a instituição deste Prémio Nacional a autarquia de Santiago pretende, também, dar um contributo para a revelação de novos criadores na nossa língua que é «garante da soberania nacional e elemento essencial do património cultural português».

ALCOCHETE

MOITA

Durante a Páscoa, Alcochete vive momentos de devoção a N.ª Sr.ª da Atalaia, bem patentes no Círio dos Marítimos, que regista o seu ponto alto na segunda-feira de Páscoa, com a arrematação de bandeiras e fogaças benzidas. Trata-se de uma tradição secular que se mantém viva. A festa arranca no sábado de Aleluia, prolongando-se por mais três dias numa sequência de momentos únicos de devoção e convívio, que anualmente reúnem centenas de pessoas. Na tarde de domingo de Páscoa realiza-se o 1.º cortejo do Círio, que atrai muitos forasteiros à vila. Este desfile de solteiras e casadas percorre as principais ruas da vila na segunda e terça-feira seguintes. O momento alto da festa acontece na segunda-feira, com a realização da missa, seguindo-se a procissão e o leilão de mais de 200 bandeiras e fogaças.

O município adquiriu uma nova viatura todo o terreno para o Serviço Municipal de Proteção Civil. O presidente da autarquia, Rui Garcia, entregou simbolicamente as chaves ao coordenador deste serviço municipal, na passada semana, na Praça da República. «Esta viatura vem dotar o SMPC de melhores condições para desempenhar a sua missão», referiu na altura o edil, acrescentando ainda que há hoje uma consciência crescente sobre a importância que este serviço tem na defesa das nossas populações e dos seus bens «e, portanto, é nosso objetivo equipá-lo com os meios necessários para agir em qualquer caso de emergência ou catástrofe». Neste âmbito, vão ser também adquiridos novos equipamentos de telecomunicações para o Serviço Municipal de Proteção Civil.

PALMELA

GRÂNDOLA

São vários os espetáculos em estreia no programa que, ao longo de março, irá assinalar o Dia Mundial do Teatro no concelho. Promovido pelo município e pelos grupos de teatro amadores do concelho, o programa assenta, em grande medida, no trabalho desenvolvido pelas várias companhias que, um pouco por todo o território, dinamizam atividade teatral e mantêm esta forma de arte bem viva, atual e acessível aos mais diversos públicos. Também O Bando, sediado em Vale dos Barris, e parceiro do município para o desenvolvimento cultural, tem presença marcada nas comemorações, com o “Senhor Imaginário”. Destaque, ainda, para a formação, com um workshop de uma semana com o ator e encenador Nuno Gil sobre o Método Suzuki e View Points. As comemorações terminam com a Queima do Judas, um ritual tradicional que, anualmente, reúne os grupos de teatro e o movimento associativo.

Numa organização do Clube BTT de Grândola decorre este domingo a 4ª edição da maratona «Serras de Grândola». São esperados 300 atletas para este que se assume como um grande evento do calendário desportivo e de competição, representando, ao mesmo tempo, uma excelente forma de divulgação e promoção da Serra de Grândola. Com partida e chegada junto ao Complexo Desportivo Municipal José Afonso, a Maratona BTT “Serras de Grândola” prevê três distâncias 25, 40 e 70 Kms por trilhos que apresentam condições únicas para a prática de diferentes atividades ao ar livre e desporto de natureza. A 4ª Maratona BTT “Serras de Grândola” irá fazer parte do circuito nacional de BTT, fruto de uma parceria entre o Clube BTT de Grândola e a Fundação Inatel. A prova, com início marcado para as 9h00, tem o apoio da autarquia grandolense.

Sol da Caparica nomeado para 8 prémios

ALCÁCER DO SAL

Torrão inaugura extensão de saúde debaixo de polémica

A nova extensão de saúde do Torrão já não é inaugurada no próximo dia 12, depois do edil Vítor Proença ter protestado por não ter sido informado nem convidado para a cerimónia e lamentando que tenha tido conhecimento do ato através do Facebook da Junta. A nova data ainda não foi marcada.

A

nova extensão de saúde localiza-se junto aos bombeiros, ou seja, num local «mais central da vila», sendo, sem dúvida, «uma mais-valia» para a população, pois irá criar «melhores condições de acolhimento aos utentes», reconhece o presidente da Junta do Torrão, Hélder Montinho. Está dotada de dois médicos mas a Junta diz que irá «batalhar» para serem colocados «mais profissionais». O edil Vítor Proença revela que teve conhecimento, no dia 6, da data de inauguração da referida unidade através de comunicado emitido pela Junta do Torrão, através da sua página de Facebook, lamentando que o município não tenha sido avisado previamente, nem pela junta de freguesia, nem pelo Ministério da Saúde, cujo Ministro a nota indica que estará presente no evento, facto que Hélder Montinho contradiz. «O convite no Facebook não refere que a inauguração irá contar com a presença do Ministro da Saúde». Vítor Proença relembra que o município, que «tanto defendeu, incentivou e disponibilizou inclusive um edifício para alojar esta extensão de saúde, tão importante para a população, enviou ofício ao Ministério da Saúde a pedir explicações, até porque o edil reuniu recentemente com o ministro Adalberto Fernandes e nada foi falado sobre o assunto». Tendo em conta o ‘convite’ que a Junta está a assumir, «substituindo-se à ARS Alentejo e à Unidade Local de Saúde do Alentejo Litoral», o município repudia esta atitude e sugere o reagendamento desta inauguração para outra data. Todavia, o autarca Hélder Montinho responde que a Junta, na sua página de Facebook, «não está a substituir nenhuma entidade» e que «apenas está a informar e a convidar a população para estar presente na inauguração das novas instalações». Entretanto, na quinta-feira à tarde, a Junta informa a população que “por razões imprevistas vai ser reagendada a data de inauguração das novas instalações da unidade de saúde do Torrão”.

Círio dos marítimos presta devoção a Sr.ª da Atalaia

Mês do teatro anima o concelho

Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca com inscrições até dia 29

Serviço de proteção civil tem nova viatura

Domingo há maratona de BTT

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 7


CULTURA

DANÇA CONTEMPORÂNEA DE SETÚBAL APOSTA EM JOVENS COREÓGRAFOS

«Queremos que os alunos diversifiquem as suas experiências na dança» Promover e dar oportunidade a jovens bailarinos coreógrafos de mostrarem os seus trabalhos é a principal meta da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal ao promover as coreografias de Ágata Carvalho, Elson Ferreira e Flávio Silva, na principal sala de espetáculos da cidade. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM

A

Academia de Dança Contemporânea de Setúbal (ADCS) estreou ontem, dia 9, no Fórum Luísa Todi, um espetáculo idealizado por três jovens coreógrafos. O espetáculo volta a ser apresentado este sábado, às 21h30, no mesmo local. Ágata Carvalho (26 anos), Elson Ferreira (30) e Flávio Silva (27) desenvol-

veram coreografias originais, cada uma com um tema diferente, em conjunto com a Pequena Companhia/Little Company da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal com o objetivo de permitir que os alunos experimentem diferentes linguagens técnicas da dança. Iolanda Rodrigues, diretora da companhia, realça que as expetativas para este espetáculo são elevadas, sublinhando que espera que o público

PUBLICIDADE

fique «agradado com as novas criações» destes três jovens coreógrafos interpretadas pela Pequena Companhia/ Little Company da ADCS. Estes três jovens coreógrafos, todos portugueses, residem em Mafra, Lisboa e Setúbal. A peça tem como temas “Colapso”, “Passagem do Tempo” e “Sobrevivência”. São os três bailarinos profissionais, sendo que a Ágata Carvalho e o Flávio Silva foram formados na ADCS.

Segundo Iolanda Rodrigues, estes bailados têm como objetivo «promover e dar oportunidade a bailarinos jovens coreógrafos de mostrarem os seus trabalhos» e, por sua vez, «aos nossos alunos a experiência de trabalha-

rem com diferentes coreógrafos e consequentemente diversificar as suas experiências enquanto estudantes de dança, preparando-os assim, para o meio profissional». A falta de instalações com

uma maior dimensão, numa zona central de Setúbal, é a principal carência da ADCS onde estudam 90 alunos. As entradas para o espetáculo custam 5 euros para a plateia e 4 para o balcão.

Coro Setúbal Voz lança videoclipe com chancela própria TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM CSV

J

á soma mais de 2500 visualizações o videoclipe gravado na praia do Creiro pelo coro Setúbal Voz. A ideia é original e tem a assinatura do realizador Miguel Mares e do maestro Jorge Salgueiro com o apoio do diretor Rui Águas, de Rita Santana e de Miguel Mares. O objetivo do videoclipe que tem por base a obra de estreia Musa Ensina-me o Canto, esclarece ao Semmais o presidente da direção Rui Águas, passa pelo reforço da intenção do coro em «construir uma identidade própria, trabalhando um repertório constituído essencialmente por peças dos séculos XX e XXI». A apresentação do videoclipe promocional do coro Setúbal Voz decorreu no salão nobre da Câmara Municipal de Setúbal, e contou com as presenças da Presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, e do Presi8 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

dente da Assembleia Municipal, André Martins. Os três concertos já realizados, no âmbito do novo projeto do coro, aliaram obras nacionais e estrangeiras contemporâneas, num conceito de vanguarda musical, sob a conceção do maestro Jorge Salgueiro, agrupando o som das vozes com piano e eletrónica «como foi o caso da estreia de Musa Ensina-me o Canto, poema de Sophia de Mello Breyner Andresen e música de Jorge Salgueiro», refere Rui Águas. Foi realizada, também, a estreia mundial das obras

«Fernando», de Luís Carvalho, e «Faz-me um vibrato! Uma ópera bué de fixe para um coro contemporâneo», de Vítor Rua. Em março o coro Setúbal Voz aposta na estreia de “Aeonian” , de Hugo Vasco Reis, e em abril “Gargântua Herética 666 (Index Librorum Prohibitorum)”, de Miguel Fonseca. Enquanto se aguardam as novas apresentações, ao vivo, pode-se ir alimentando o espírito com os sons do Coro Setúbal Voz através do Youtube, plataforma onde é possível assistir ao videoclipe de «Musa Ensina-me o Canto».


CULTURA

RAIO

X

ALCOCHETE10MARÇO21H30 ZAMBUJO APRESENTA CD

MÁRIO PRIMO «Gostava que fosse construído um auditório municipal em Santo André»

O diretor do Teatro O Gato, 66 anos, signo Balança, continua a sonhar com um auditório construído de raiz em Vila Nova de Santo André para acolher grandes espetáculos.

FORUM CULTURAL

António Zambujo apresenta o seu último trabalho de originais “Rua da Emenda”, onde coabitam sonoridades do Brasil, França, Uruguai e do continente africano.

ALMADA10MARÇO21H00 UM D. JOÃO PORTUGUÊS TEATRO JOAQUIM BENITE

Não perca a 1.ª parte de “Um D. João Português”, a partir da comédia nova intitulada “O convidado de pedra” ou “D. João Tonorio, o dissoluto”, de Molière. A 2.ª parte é este domingo, às 16 horas.

PALMELA10MARÇO21H00

Qual o seu maior vício? O teatro. Que livro anda a ler ou leu ultimamente? “O Fim da História”, de Luís Sepúlveda.

POR ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

Qual o seu maior sonho profissional? Ter um auditório municipal de teatro em Santo André onde possa desenvolver os projetos e as dinâmicas que aqui ajudei a criar. E pessoal? Ter tempo, saúde e energia para chegar a ver e utilizar essa infraestrutura. Cidade preferida? Apesar de tudo o que ainda está por fazer, Vila Nova de Santo André.

TEATRO O BANDO

Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? Há sempre aspetos interessantes em todos os locais desconhecidos que visito.

O Bando prossegue com o “Todos os caminhos vão dar ao Bando”, trazendo a Palmela a peça “O Pássaro da Cabeça”, do Pé de Vento, a partir do livro homónimo de Manuel António Pina.

Um desejo para 2018 Chegar ao fim com mais ânimo e esperança no futuro.

O PÁSSARO DA CABEÇA

SETÚBAL10MARÇO21H30 O TEATRO FOI À REVISTA SEDE DA AMBA

O grupo cénico da AMBA-Associação de Moradores do Bairro da Anunciada, celebra o Dia Mundial do Teatro com o espetáculo “O Teatro foi à Revista”.

SINES10MARÇO21H30

HISTÓRIA DE MENINO SOLITÁRIO

Qual o último filme que viu no cinema? Há muito que não vejo cinema. Melhor peça de teatro? São muitas, mas posso referir “Contos em viagem, Cabo Verde”, do Teatro Meridional, e “Café com queijo”, dos brasileiros Lume Teatro. Melhor música de sempre? Existem muitos géneros que aprecio e muitos intérpretes de que gosto mas não consigo fazer essa distinção. Qual a sua maior virtude? A persistência. E defeito? A teimosia. A diferença entre a virtude e o defeito não é grande. Como se chama o seu animal de estimação? O meu gato Fuísca.

Quem convidaria para um jantar a dois? A minha mulher.

O que levaria para uma ilha deserta? Não ia para uma ilha deserta.

Quem é a mulher mais sexy do Mundo? Não acredito nessas tretas.

Dia ou noite? Dia.

Complete: A minha vida é… Uma confusão.

O que mais teme na vida? O vazio da velhice e a perda de identidade.

O que não suporta no sexo oposto? Superficialidade, ignorância e leviandade.

A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém.

Comida e bebida preferida? Peixe grelhado e cerveja.

O maior desgosto da sua vida? Ainda está para vir.

CENTRO DE ARTES

“L’Esquisse” surge da vontade de quatro jovens atores, recém-formados na Escola de Teatro Jacques Lecoq, em aplicar os conhecimentos adquiridos no curso em Paris.

SESIMBRA10MARÇO21H30 “ESTA NOITE, MORFEU” TEATRO JOÃO MOTA

Não perca a peça “Esta Noite, Morfeu”, uma criação Sui Generis, com interpretação de Tiago Filipe e Lara Matos, que se centra na história do escultor Franz Xaver Messerschmidt.

GANHE CONVITES PARA “A FÁBRICA DOS SONHOS” Temos 5 convites duplos para oferecer aos nossos leitores que pretendam assistir ao espetáculo de teatro musicado “A Fábrica dos Sonhos”, este domingo, às 17 horas, no Forum Luísa Todi. Trata-se de um trabalho do Grupo Teatral ACTAS, com textos e encenação de Bruno Frazão, enquanto a música foi composta por Artur Jordão, que retrata os sonhos de uma criança que vê o Mundo de forma diferente. Basta ligar 96 943 10 85 e solicitar os ´papelinhos mágicos´.

Papa Francisco agradece canção de músicos portugueses

“S

aibam pois, o senhor João e quantos lhe são queridos, que o Papa Francisco os confiou à Virgem Mãe e de que é penhor a Benção Apostólica que os concede”. Foi assim que, através do seu assessor para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, Monsenhor Paolo Borgia, que o Papa Francisco agradeceu em carta a João Mendonza e a Carlos Barreto Xavier, elementos dos Passione, o envio de um CD com a “Ave Maria” criada em sua homenagem. Na missiva, o Vaticano agradece os “bons préstimos ao Santo Padre”, a obra composta pelo músico Carlos Barreto Xavier, cantada pelo tenor João Mendonza e entregue ao

PUBLICIDADE

Papa Francisco pela Presidência da República como Oferenda Oficial de Estado, aquando da sua última visita à Cova da Iria, em celebração do Centenário das Aparições de Fátima. “Obrigado por vos associardes a mim nesta peregrinação vivida na esperança e na paz”, diz o Santo Padre, abençoando os dois músicos. Este tema “Ave Maria”, um original de Carlos Barreto Xavier, fará parte do álbum de estreia dos Passione que será lançado brevemente. Conta também com temas como Caruso de Lucio Dalla, Hymne a l’Amour de Piaf, Nights in White Satin de Moody Blues, entre outros. 2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 9


POLÍTICA

PARTIDO SOCIALISTA EM PÉRIPLO PELO LITORAL ALENTEJANO

Deputados por Setúbal visitam ULSLA e Centro Paroquial do Torrão numa ação de proximidade A iniciativa dos deputados socialistas insere-se numa «atividade de proximidade com o distrito» que Eurídice Pereira admite ser «regular». A deputada adianta que o objetivo desta visita ao Litoral Alentejano representa a «afirmação de uma rede de trabalho» em prol das populações. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM

N

a próxima segunda feira, dia 12, os deputados socialistas eleitos por Setúbal deslocam-se ao Litoral Alentejano para um contacto direto com unidades de saúde e de ação social. Eurídice Pereira, Catarina Marcelino, Ivan Gonçalves e André Pinotes Batista apostam num «programa de proximidade» que se repete «pelo menos, uma vez por sessão legislativa», como

nacionais, e que se reflete, também, no Litoral Alentejano, Eurídice Pereira relembra que «a abertura de concursos para admissão de médicos de família e especialidade, para vários hospitais é uma boa notícia, mas há mais», revela, acrescentando que «não deixaremos de abordar os investimentos que têm sido feitos em equipamento, assim como não deixará de ser analisada a complicada questão de atração e fixação de médicos na região». As obras de intervenção nas urgências do Hospital

garante Eurídice Pereira. A Deputada setubalense sublinha ao Semmais que as visitas a estabelecimentos de saúde servem «para apurarmos como estão a decorrer a prestação dos cuidados de saúde, quer primários, quer hospitalares». É, acredita, «um dos modos mais eficazes de informação e fiscalização da atividade governativa, incumbência dos eleitos à Assembleia da República que fazemos questão de exercer». Com a falta de profissionais de saúde na ordem do dia das preocupações

do Litoral Alentejano, «que só viram a luz do dia com o atual Governo e que, por certo, vamos ter a oportunidade de visitar», também são um aspeto de importância relevante a ser destacado nesta deslocação que inclui passagens pela Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e pelo Centro Social e Paroquial e Junta de Freguesia do Torrão. A comitiva integra, além dos quatro deputados da Assembleia da República, autarcas e dirigentes do PS, dos 4 concelhos do Litoral Alentejano.

PUBLICIDADE

EDITAL

MARIA DAS DORES MARQUES BANHEIRO MEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAZ PÚBLICO QUE, o Município de Setúbal levará a efeito, no dia 14 de março de 2018, pelas 11:00 horas, na sala de sessões da Câmara Municipal, nos Paços do Município, perante a Comissão designada para o efeito, a hasta pública, para alienação em lote único de material lenhoso no povoamento florestal de Pinhal de Negreiros, da União das Freguesias de Azeitão, no concelho de Setúbal. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na página oficial da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt ou, em alternativa, junto da Secção de Contratação Pública e Património, instalada no edifício dos Paços do Município, em Praça de Bocage, Setúbal, dentro do horário das 9h30 às 16h30. -------------------------------------------------------------------------------------------------- A supra mencionada Hasta Pública, será sujeita às condições constantes do seu Programa de Procedimento e Caderno de Encargos: ------------------------------------------------------------------------------------------------------O valor base de licitação é de €10 350,00 € (dez mil trezentos e cinquenta euro), acrescido de IVA à taxa legal em vigor; ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------À hasta pública pode assistir qualquer interessado e o público, em geral, podendo intervir na praça, concorrendo à arrematação, qualquer interessado e/ou preferentes, pessoas singulares, em nome próprio ou legalmente representadas, ou pessoas coletivas, através dos seus representantes legais, com poderes bastantes para o efeito; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A licitação poderá ser feita pelos interessados, e/ou preferentes, que assim manifestem vontade em participar na praça, devendo previamente apresentar os respetivos documentos identificativos e comprovativos habilitantes, sob pena de constituir causa de não admissibilidade de arrematação; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Os interessados obrigam-se a prestar, relativamente a toda a documentação entregue, os esclarecimentos que a comissão considere necessários; ------------------------------------------------------------------------------Antes da elaboração da lista de participantes na licitação, poderão ser prestados todos os esclarecimentos sobre o presente procedimento e seu objeto, a todos os interessados, porém, uma vez iniciada a licitação, não serão dadas quaisquer explicações; ---------------------------------------------------------------------------------------Não serão aceites lances inferiores a €100,00 (cem euro); --------------------------------------------------------------Uma vez concluída a licitação, a comissão adjudica provisoriamente o imóvel a quem tenha oferecido o preço mais elevado, ou ao preferente que tiver exercido esse direito; -------------------------------------------------------O adjudicatário provisório deve, de imediato, efetuar o pagamento do montante equivalente a 25% do valor da adjudicação, junto da Tesouraria da Câmara Municipal de Setúbal, tendo de proceder ao pagamento dos restantes 75%, no prazo máximo de 2 dias úteis, contados da data da notificação da adjudicação definitiva; -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O adjudicatário provisório, ou o terceiro para quem este contratou, deve comprovar que tem a situação tributária e contributiva regularizada, no dia do ato público; --------------------------------------------------------------Reserva-se à Câmara Municipal de Setúbal o direito de não adjudicação, sem que daí decorra qualquer obrigação de indemnização, seja a que título for; e ------------------------------------------------------------------------Caso a hasta pública tenha ficado deserta ou quando não haja lugar à adjudicação definitiva ou esta seja anulada por motivos não imputáveis à Câmara Municipal, poderá esta proceder à alienação por ajuste direto. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Que a comissão encarregue de promover a presente hasta pública seja composta pelos seguintes elementos: ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Membros efetivos: Presidente – Paulo Jorge Simões Hortênsio; 1.º Vogal efetivo – Alexandre Augusto Ferreira de Lima Freire; 2.º Vogal efetivo – Teresa Maria Lourenço Marques ----------------------------------------------------Membros suplentes: Vogais – Maria João de Sousa Talhadas Henriques e Helena Isabel de Oliveira Moreira ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- E para constar, se mandou lavrar o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------A PRESIDENTE DA CÂMARA, Maria das Dores Meira

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

ELEIÇÕES DECORREM SEM SURPRESAS

PSD elege comissões locais no mesmo dia em que Vitorino reforça liderança na Distrital

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM

À

exceção de Seixal e Alcochete, onde as eleições já decorreram e ditaram a vitória de Fátima Prior e Paulo Gomes da Silva, respetivamente, as restantes concelhias do PSD foram a votos, ontem, no mesmo dia em que os Sociais Democratas reconduziram Bruno Vitorino na presidência da Comissão Política Distrital. Um ato eleitoral marcado pela «união interna de militância», admite o PSD, considerando a apresentação de candidaturas únicas na generalidade das concelhias. Assim, e numa votação sem surpresas, no Barreiro foi eleito Luís Murilhas, em Setúbal foi renovada a confiança política em

Nuno Carvalho, no Núcleo de Azeitão venceu «a solo» Ana Castanheira, em Sesimbra Francisco Luís apresentou-se com uma lista «revolucionária» substituindo Lobo da Silva, na Moita é Luís Nascimento quem assume a liderança dos Social Democratas, enquanto que no Montijo, a eleição de Pedro

Vieira também era «óbvia». O facto de as eleições, inclusive a sua à Comissão Distrital, serem marcadas por candidaturas únicas «é o reflexo de um partido unido e o reconhecimento do trabalho de uma equipa que continua, mas que é reforçada com a entrada de novos quadros do partido».


DESPORTO

VÁRIAS PROVAS NOS PRÓXIMOS DIAS DE NORTE A SUL DO DISTRITO

“Clássica da Arrábida” e “Volta ao Alentejo” trazem as emoções do ciclismo às estradas do distrito Centenas de ciclistas vão animar as estradas do distrito ao longo dos próximos dias com a “Volta ao Alentejo” e “Clássica da Arrábida”. Já este domingo, Sesimbra, Palmela e Setúbal serão o palco, enquanto na próxima semana, nos dias 15 e 16, o Litoral Alentejano recebe a passagem da Alentejana. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM

A

Clássica da Arrábida, prova integrada no calendário da União Ciclista Internacional, tem início este domingo, às 11:40 horas, na avenida da Liberdade, em Sesimbra, e depois de percorrer cerca de 170 quilómetros de estrada, num percurso urbano e rural, com passagem por Palmela, termina em Setúbal por volta das 16 horas. A prova conta com quatro prémios de montanha, um de segunda categoria, em Palmela, logo após a subida da Estrada da Cobra, e três de terceira categoria, no Alto das

Necessidades, no Alto dos Picheleiros e no cruzamento para o Portinho da Arrábida. À Clássica da Arrábida, junta-se, no mesmo dia, o Granfondo Arrábida Specialized 2018, uma prova que vai já na quarta edição e que desafia os participantes em dois percursos de dificuldades distintas, concretamente granfondo, com 116 quilómetros, e mediofondo, com 86. O regresso do contrarrelógio Ao longo de cinco etapas e mais de 750 quilómetros, os ciclistas participantes na Volta ao Alentejo, terão pela frente muita planície, algumas contagens de montanha e um contrarrelógio, que

regressa à Alentejana após alguns anos em que a prova não contou com este tipo de etapa. Apesar de decorrer em quatro dias, a prova conta com cinco etapas uma vez que terá uma dupla jornada, no sábado, onde para além de uma etapa mais curta, de cerca de 65 quilómetros, os atletas terão de enfrentar, durante a tarde, um contrarrelógio de oito quilómetros, em Castelo de Vide. A passagem pelo distrito de Setúbal, nomeadamente por Sines e Grândola, acontece no segundo e terceiro dias, com a cidade de Vasco da Gama a receber a chegada da segunda etapa, cuja partida acontece em Beja e que é a mais longa da

Feito histórico na equipa de natação de Vila Nogueira de Azeitão

A

Onda Azeitão, sob orientação do antigo nadador olímpico Tiago Venâncio, alcançou, pela primeira vez na história do clube, três títulos individuais de campeões regionais, consagrou um vice-campeão regional e conquistou sete terceiras posições nos Campeonatos de Inverno de Lisboa – Pisci-

na Longa. André Magalhães, Diogo Mateus, Diogo Marques, Gonçalo Raposo, João Mateus, João Santos, Ricardo Ferreira, Rodrigo Benavente e Rodrigo Lopes, em diversos estilos, foram os nove nadadores da equipa de Vila Nogueira de Azeitão presentes, entre o total de 390 atletas em representação de clubes

pertencentes à Associação de Natação de Lisboa. Diogo Mateus venceu os 100m bruços masculinos juvenis e chegou ao pódio na prova de 200m, acabando por garantir a sua participação nos campeonatos nacionais de juvenis, juniores e absolutos- piscina longa- que terão lugar na Madeira, de 22 a 25 deste mês.

70 anos ao serviço do Ténis celebrados esta noite

O

Clube de Ténis de Setúbal comemora hoje 70 anos de atividade ao serviço da modalidade e dos setubalenses. Para comemorar a efeméride a «família CTS» vai juntar-se numa cerimónia no Hotel do Sado, a partir das 20h00, durante a qual serão homenageados alguns dos atletas do clube presidido por António Estevão.

O Clube de Ténis de Setúbal, um dos clubes mais antigos do país, teve ao longo do seu historial vários atletas de nível nacional. O expoente máximo é Neuza Silva, atleta setubalense, e Embaixadora da modalidade de Ténis no programa Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016 e que atualmente é a Selecionadora Nacional da Fed Cup e responsável no

Cento de Alto Rendimento pelas jogadoras femininas das seleções nacionais. Fazem parte do clube cerca de 200 atletas, tendo destaque o atleta Diogo Marques, que durante o ano passado foi o primeiro do ranking nacional no escalão Sub18, e que, recentemente, foi nomeado para atleta do ano na Gala do Desporto 2017 promovida a Câmara Municipal de Setúbal.

corrida com mais de 205 quilómetros. No sábado, terceiro dia de competição, Grândola é ponto de partida para a tirada que termina em Arraiolos ao fim de pouco mais de 149 quilómetros. A Volta ao Alentejo atingiu o estatuto de internacional há 22 anos quando, em 1996, o espanhol Miguel Indurain, vencedor do Tour de

France por cinco anos consecutivos, integrou o lote de ciclistas à conquista da “Alentejana”. A prova de ciclismo do Alentejo ficou conhecida em todo o mundo das duas rodas por ser a única que, a cada ano, tinha um vencedor diferente, situação que só se alterou o ano passado quando Carlos Barbero, da Movistar,

juntou a vitória de 2017 ao triunfo já alcançado em 2014. A 36ª Volta ao Alentejo Crédito Agrícola é organizada pela CIMAC – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central e pela Podium Events e tem como diretor Joaquim Gomes, um dos mais conceituados atletas da história do ciclismo nacional.

PUBLICIDADE

ASSOCIAÇÃO ALCACERENSE DE SOCORROS MÚTUOS I.P.S.S AVISO CONVOCATÓRIO Nos termos Estatutários, convoco a Assembleia Geral, desta Associação, para uma realização Ordinária a realizar no dia 27 de Março do corrente ano, a realizar-se na sala de reuniões da sua sede, sita na Travessa do Montepio/Avenida dos Aviadores, da cidade de Alcácer do Sal, pelas 18h00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Um: Apreciação e votação das atas das Assembleias Gerais Ordinárias do dia 26 de Dezembro de 2017 Ponto Dois: Discussão, votação e aprovação do Relatório de Contas e Parecer do Conselho Fiscal relativo ao ano de 2017 Ponto Três: Outros assuntos de interesse para a Associação Se não estiverem presentes, ou representados, metade dos associados, a Assembleia realizar-se-á meia hora depois da hora marcada, com qualquer número de sócios. Alcácer do Sal, 21 de Fevereiro de 2018 A Presidente da Assembleia Luísa Maria Pestana Ferreira Travessa do Montepio/Avenida dos Aviadores |Apartado 23 | 7580 Alcácer do Sal Telefone 265 622 123 | Fax 265 612 912 | e-mail: aasmutuos@sapo.pt

ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA, C.R.L. Assembleia Geral Ordinária Nos termos do Artº 33º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da Adega Cooperativa de Palmela, C.R.L. a reunir em sessão Ordinária, na sua sede em Palmela-Gare, no próximo dia 24 de Março de 2018 pelas 15 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1º Ponto – Discutir e votar o Balanço e Contas, o relatório do Conselho de Administração e parecer do Conselho Fiscal relativos ao ano de 2017. 2º Ponto – Deliberar sobre a aplicação dos resultados. 3º Ponto – Deliberar sobre o seguro colectivo de colheitas incluindo o escaldão a contratar junto da CA Seguros. 4º Ponto – Pedir autorização à Assembleia para contrair uma operação de leasing numa instituição bancária por um período de 4 anos para aquisição de equipamentos. 5º Ponto – Assuntos diversos de interesse para a Cooperativa. Palmela, 05 de Março de 2018 O Presidente da Assembleia Geral Abel Urbano dos Santos Machuqueiro

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 11


NEGÓCIOS

STOCK DE SARDINHA DUPLICOU ENTRE CAMINHA E O CABO ESPICHEL

Quota de pesca pode sofrer melhoria tendo em conta o acréscimo de biomassa A razão está do lado dos pescadores que já vinham alertando as entidades para o facto de haver mais sardinha no mar. Os últimos dados do IPMA revelam um acréscimo de 110% de biomassa da espécie em relação a 2016. Associações do setor admitem uma possível revisão em alta da quota de pesca para 2018.

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

D

epois de em fevereiro começarem a receber os

apoios financeiros num valor global de 267 mil euros, pela paragem da pesca da sardinha, pescadores e armadores recebem agora outra boa notícia. A revelação dos

dados recolhidos pelo cruzeiro científico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que apontam para um aumento de sardinha na costa portuguesa.

A Associação das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco considera o «acréscimo de 110% face à biomassa de sardinha que tinha sido avaliada no final de 2016, é um resultado globalmente muito positivo e vem ao encontro das medidas de gestão do stock nos últimos quatro anos», com reduções anuais de capturas abaixo das 15 mil toneladas. Se a evolução do stock se confirmar, aquando do próximo cruzeiro científico do IPMA previsto para abril, a quota de pesca a propor para 2018 (14.600 toneladas) «deverá sofrer uma ligeira melhoria, uma vez que foi calculada em função das 146 mil toneladas de biomassa avaliadas para Portugal e Espanha». A expetativa da ANOP do

Cerco, de revisão em alta da quota de pesca para este ano, vai ao encontro da posição defendida pela Sesibal, Cooperativa de pescas de Setúbal, Sesimbra e Sines, com Ricardo Santos a admitir que «a frota da sardinha pode, sim, pedir um aumento de capturas para este ano», acrescentando que o saldo da biomassa é «garantia que durante, pelo menos, seis anos, vai haver mais sardinha do que estava previsto nos últimos relatórios». Além disso, o responsável alerta para a necessidade «de levar em consideração as unidades de pesca que já diziam, há muitos meses, que havia mais sardinha no mar», destaca. As quotas de pesca são decididas pelos Estados-Membros com base numa proposta apre-

sentada pela Comissão Europeia, sendo essa proposta fundamentada em recomendações científicas apresentadas pelos respetivos ministros. Da parte do Ministério do Mar ninguém se mostrou disponível para confirmar se Portugal vai, ou não, defender um aumento da quota de pesca da sardinha para este ano, tendo em conta os mais recentes dados do IPMA. Os resultados do último cruzeiro científico realizado pelo IPMA apontam, assim, para 120 mil toneladas de sardinha entre Caminha e o Cabo Espichel numa altura em que faltam dois meses para terminar o período de interdição da pesca da espécie que começou em outubro do ano passado.

Adega de Palmela ganha medalha Casa Ermelinda Freitas novamente distinguida com o PME Excelência 2017 de prata na Alemanha

A

Adega de Palmela conquistou uma medalha de prata no concurso Mundus Vini Spring Tasting 2018, na Alemanha, com o vinho Vale dos Barris Castelão, colheita de 2015. O concurso contou com um painel de quase 270 especialistas em vinhos internacionais de 44 países que avaliaram mais de 6 mil vinhos. Todos os anos os prémios atribuídos são «uma referência e garantia de qualidade para muitos compradores», refere o presidente da empresa, José Manuel Coutinho. O responsável máximo pela adega acrescenta, orgulhoso e esperançoso na conquista de mais prémios no futuro: «Foi, simplesmente, mais uma medalha, que marca início de muitas, que vamos

conquistar durante 2018. Estou confiante na qualidade dos vinhos da nossa adega, que são fruto da qualidade das uvas dos nossos associados, que vêm melhorando ano após ano, devido ao apoio técnico que passaram a ter, para produzirem uvas de qualidade. Sinto que valeu e vale a pena investir na renovação da adega, tornando-a mais competitiva, com a melhor relação qualidade/preço no mercado. É com enorme alegria que vejo as vendas subirem todos os meses». Este Vale dos Barris Castelão 2015 estagia em barricas de carvalho francês e americano durante 4 meses, apresenta uma cor granada intenso, um aroma a frutos silvestres maduros, compota, complexado

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018

A

com notas de madeira nova. De sabor macio, com boa estrutura e taninos aveludados, termina com um final de boca prolongado com sugestões de baunilha, café e algumas notas de chocolate sendo o ideal para acompanhar com os pratos de carne grelhada, caça, e queijo de ovelha curado.

Casa Ermelinda Freitas, de Fernando Pó, foi distinguida com o prémio PME Excelência 2017, distinção esta que é revalidada há já seis anos consecutivos. É com «enorme prazer e muita humildade», que a empresa recebe este prémio que visa distinguir e conferir notoriedade às PME, num justo reconhecimento do seu mérito e do seu contributo para os resultados da economia. Esta distinção é um reforço para que a adega continue a fazer mais e melhor na procura do melhor produto ao melhor preço para satisfação dos seus consumidores. Segundo a gerente Leonor Freitas, esta distinção resulta de «um grande trabalho de equipa, onde a gestão tem procurado

fazer um trabalho de catalisador dos vários saberes e envolvendo todos, investindo sempre na qualidade, o que se tem refletido na economia da empresa, e na sua participação nos mercados nacionais e internacionais». E finaliza, orgulhosa: «Trata-se de um prémio

muito importante, pois vem reforçar todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, estimulando a gestão para continuar a investir no sentido de manter, ou melhorar os seus parâmetros, de forma a que possa continuar a receber esta tão prestigiada distinção».


NEGÓCIOS

NOVA IMAGEM REPRESENTA ESPÍRITO DE VANGUARDA E CRESCIMENTO DE EMPRESA

EDUGEP apresenta nova imagem garantindo o respeito pela diversidade A EDUGEP apresentou a sua nova imagem empresarial, renovada e mais forte. Dizem os administradores que esta nova forma de comunicar é um símbolo do crescimento sustentado e qualitativo da instituição.

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

A

EDUGEP já se implementou no mercado da edução e formação a nível regional, desde 2006, mas

António Canhão e António Gonçalves são ambiciosos e querem que a marca «seja uma referência a nível nacional». Para isso, revelaram os administradores da empresa, era essencial transpor para a imagem comunicacional

«a qualidade com que nos apresentamos aos nossos clientes». A esse propósito, e depois de um período de reflexão e introspeção, António Gonçalves orgulha-se de a nova imagem, apresentada este mês na Casa da Baia

em Setúbal, refletir «o respeito pela diversidade de um projeto personalizado, que se tem renovado e tornado mais forte, através da multiplicidade de ofertas educativas e formativas», declara. Essa multiplicidade é reconhecida pelos clientes, mais de 300, de todo o distrito que recorrem aos serviços complementares e extracurriculares desta empresa que tem tido um «crescimento sustentado, baseado na qualidade». António Canhão acredita que o segredo para o sucesso crescente da EDUGEP «é a nossa intrínseca aposta na qualidade». Não é por acaso, acrescenta, «que trabalhamos diretamente com 43 escolas do distrito de Setúbal e Beja». Ao todo são nove os agrupamentos de escolas que usufruem dos serviços

da EDUGEP que garante ter «ofertas únicas no distrito, contempladas nesta nova imagem que representa, individualmente, os nossos sete serviços». António Gonçalves e António Canhão são unânimes em afirmar que «esta nova forma de comunicar, mais coesa, vai consolidar os nossos pilares na educação, formação e desenvolvimento local e é o reflexo do nosso percurso». A Casa da Baia foi pequena para acolher as dezenas de clientes, docentes, formadores e parceiros da EDUGEP que não quiseram deixar de homenagear a empresa, reconhecida pelo Ministério da Educação como Entidade de Educação Extraescolar, certificada pela DGERT, que se pauta por serviços de excelência, na apresentação da sua nova forma de comunicar com o público.

Uma imagem que «dá asas ao seu futuro» através do Centro Pedagógico, da Language School (certificada pelo Cambridge English Institute), da Escola de Programação, do projeto de Enriquecimento Curricular, da Digital Solutions, da Formação e dos Projetos. Para este ano, avançam os administradores de EDUGEP, as atenções estão focadas na «consolidação da rede de qualificação e no aumento do trabalho em rede com Instituições Particulares de Solidariedade Social e entidades públicas». A par desta intenção, António Gonçalves e António Canhão já preparam a 3ª edição da maior feira tecnológica da região, a E-Tech, que vai decorrer em maio, em Setúbal, e no desenvolvimento de novos projetos nas áreas da educação e desporto.

nunca pode ser lavada para não perder as características que a fazem voar». Além disso, é fundamental «conhecer os ventos, as suas direções e intensidades e preservar a asa que, com a cadeira pode chegar a pesar 15kg». Peso que, em modo de voo, «nem se sente», reforça. Sérgio diz que «além de ser praticável por quem tem vertigens, o parapente é um desporto seguro, devendo ser encarado com responsabilidade».

Sérgio Caldeira reforça que «fazer parapente sem curso é como andar de mota sem saber andar de bicicleta». Por isso a formação «é fundamental e a UonAir.pt tem-se demarcado nessa matéria através de uma ligação constante e permanente com a Federação Portuguesa de Voo Livre, Instituto Português do Desporto e Autoridade Nacional de Aviação Civil», entidades que regulam e supervisionam a modalidade em Portugal.

UONAIR.PT É REFERÊNCIA NO MUNDO DO PARAPENTE

Escola de Alcochete tem formado grande parte dos pilotos da região

TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR

Q

uem passa pela serra da Arrábida, em dias de temperaturas amenas, não lhes consegue ficar indiferente. São dezenas as asas de parapente que sobrevoam o cenário idílico, mas contrastante, entre a pureza da serra e do mar com a «mão humana da cidade», em batismos de voo e certificação de pilotos. Uma imagem que se vê com frequência fora do período balnear «já que durante o verão não podemos aterrar nas praias». Quem esclarece é Sérgio Caldeira, instrutor da UonAir.pt, que durante a época balnear acaba por

optar por zonas de montanha para voar. A escola de voo livre de Alcochete «UonAir.pt», dedica-se ao ensino desta modalidade «nada radical», na nossa região que, diz Sérgio Caldeira, é «das melhores para a prática do parapente quer pela atratividade da paisagem quer pela oferta formativa». Ainda assim, os voos acontecem regularmente um pouco por toda a zona de costa. Sérgio explica que chega a percorrer, num dia, vários pontos referenciados como «propícios para voo livre» porque, garante, «se o vento não estiver de feição, podemos gostar muito, mas não voamos». Primeiro, assume, «está a segurança.

Tendo como ponto de descolagem privilegiada a zona da protegida Arrábida, sendo que há outros como a praia das Bicas ou da Fonte da Telha, falamos de 300 metros de altitude que segundo Sérgio Caldeira, «não amedrontam» as centenas de pessoas que, em formação ou por batismos de voo, que já lhe passaram pelas mãos, sábias, que conhecem de cor as dezenas de cordas que sustentam a asa do parapente. A escola tem sido bastante procurada, nos últimos anos, para a aprendizagem das técnicas do parapente, apesar de há quase quinze anos o interesse pelo voo livre ter crescido «significativamente». Por curiosidade, ou por gosto, muitos

são os clientes que «começando porque alguém lhes ofereceu um batismo de voo, acabam por fazer o curso connosco, adquirir o seu próprio equipamento e começar a voar sozinhos». Sérgio Caldeira alerta, no entanto, para a necessidade de «aprender primeiro para voar depois, porque no parapente também há regras, como na estrada, ao volante de um automóvel», exemplifica. Regras que por saber quando se tem que dar cedência aos outros praticantes, durante os voos, mas, particularmente, por conhecer o equipamento e preservá-lo. Lembra, a este propósito, o instrutor da «UonAir.pt» que «a asa

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 13


OPINIÃO

EDITORIAL

Seixal conquista Prémio Cultural

RAUL TAVARES DIRETOR

A nossa Ponte

A

ponte sobre o Tejo, que foi das poucas obras marcantes do anterior regime, já batizada de muitas formas em função dos momentos políaticos do Estado e da Nação, prepara-se para uma mega-obra. Já fez 50 anos, em 2016 e, como é bom de ver, tem estado constantemente em manutenção. Nem podia ser de outro modo. Trata-se de um equipamento que nas últimas décadas tem suportado mais peso e movimento do que devia. São mais de 150 mil viaturas diárias que a trespassam e mais de 20 milhões por ano. Ocorre agora, que na sequência de um estudo pedido ao LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o seu estado inspira cuidados que vão para além de uma manutenção mais suavezinha. É uma obra de 18 milhões de euros que o concessionário, Lusoponte, pretende que seja suportada pelo erário público. Deixo duas notas finais, porque o espaço desta semana é curto. Não faz sentido ser o Estado a arcar com esta despesa, quando a ponte gera para a sua concessionária 40 milhões de lucro por ano. E talvez fosse o momento de reabilitar a discussão sobre a Terceira Travessia do Tejo, Barreiro-Chelas.

A

Sociedade Portuguesa de Autores irá atribuir no próximo dia 20 de Março, o Prémio de “Melhor Programação Cultural Autárquica 2017” à Câmara Municipal do Seixal. No Seixal, e desde os primeiros instantes da madrugada que todos esperávamos, “o dia inicial inteiro e limpo”, como Sophia de Mello Breyner Andresen poetizou o 25 de Abril de 1974, a Cultura encontra-se bem viva, dinâmica, variada e democrática, cumprindo os objetivos de desenvolvimento cultural do Município e de formação da cultura integral das populações. A Cultura no Concelho abrange não só a programação regular dos auditórios culturais, galerias municipais de exposições, bibliotecas públicas, embarcações tradicionais, núcleos e extensões do Ecomuseu Municipal, mas também projetos de referência, como o Festival de Teatro, o Festival Internacional SeixalJazz ou a Mostra Cultural Associativa, ou projetos abrangentes de promoção do livro e da leitura, como o Dar de Volta, Vitória Vitória…Não acabou a história, Dá-me Música, Autores da Nossa Terra e Noite na Biblioteca, entre tantos outros. Cultura que está assim ao alcance de todos os Munícipes. Ao longo de todo o ano o Fórum Cultural do Seixal, que comemora 25 anos, e o Cinema S. Vicente, disponibilizam um programa regular de espetáculos acessíveis a todos, por onde têm passado nomes sonantes da cultura portuguesa e internacional. Destaque ainda para a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, mais um equipamento cultural de excelência, que tem por objetivo promo-

ver a arte contemporânea, em particular a obra do mestre Manuel Cargaleiro, tendo o edifício sido concebido pelo Arquiteto Sisa Vieira. Para o Concelho do Seixal, este Prémio, mais do que um reconhecimento, é um estímulo para procurarmos ir ainda mais longe na promoção e oferta cultural e no incentivo à criação cultural nas suas diferentes expressões. Um trabalho que não seria possível realizar, sem uma equipa de trabalhadores empenhados, com grande capacidade e criatividade, assente na parceria virtuosa com o Movimento Associativo Cultural do nosso Concelho, onde se destacam as cinco coletividades centenárias e as suas Bandas Filarmónicas que têm sido um autêntico viveiro de músicos para o nosso país. Um dos últimos exemplos é o músico Ricardo Toscano, já hoje um dos grandes nomes do Jazz Português e com reconhecimento internacional e que teve a sua iniciação musical numa Banda Filarmónica do Concelho. Destaque para o Plano Municipal de Desenvolvimento Cultural, em elaboração, que traduz a política cultural em vários eixos, para além da programação cultural, a leitura pública, os equipamento culturais e a arte pública, assim como a visão prospetiva do papel da cultura para o desenvolvimento do concelho. Trabalho de parceria que assenta no Conselho Municipal de Cultura, criado como espaço de referência para a participação do movimento associativo cultural na política cultural do município, e que realizamos também com a Comunidade Escolar e com a Ju-

SIGA O NOSSO CONCELHO JOAQUIM SANTOS PRESIDENTE DA C.M. DO SEIXAL

ventude, desenvolvendo projetos nas mais diversas áreas culturais. E foi numa dessas iniciativas, “O Seixal Graffiti” que o Vhils começou por demonstrar a sua criatividade, sendo hoje uma referência mundial na arte urbana. Pretendemos prosseguir a aposta na Cultura, com um ambicioso programa de investimento onde se destacam o lançamento do Festival de Street Art do Seixal como espaço de afirmação de novas expressões de arte urbana; o apoio aos jovens artistas, através da dinamização do espaço ArteJovem; a abertura e dinamização da oficina coletiva Armazém 56-ArteSx na Mundet já em Abril próximo, para artistas e artesãos do concelho; o início da construção do Centro Internacional de Medalha Contemporânea na Quinta da Fidalga, em Arrentela; a construção de um Centro de Interpretação Patrimonial e Ambiental no Parque Urbano de Miratejo, valorizando o monumento nacional da Olaria Romana do Brasileiro-Rouxinol; o lançamento do concurso para a construção do Centro Cultural de Amora; o desenvolvimento da componente oficinal da Oficina de Artes Manuel Cargaleiro; a centralização do acervo cultural e patrimonial do Município do Seixal, através de uma nova fase de requalificação do património edificado na Mundet e requalifi-

cação do Fórum Cultural do Seixal; a conservação do património dos vários núcleos do Ecomuseu, bem como das Embarcações Tradicionais. A cultura de um país, de uma região ou município constitui um elemento central na sua identidade, na sua perspetiva de desenvolvimento e na afirmação do protagonismo histórico das suas gentes. E ao contrário dos governos, que tendo elevadas responsabilidades na promoção cultural, e onde quase nada tem sido desenvolvido para cumprir essa prerrogativa constitucional, são as Autarquias que têm sido os verdadeiros “ministérios da cultura”, tentando concretizar este direito fundamental das populações, do acesso à cultura. No Concelho do Seixal continuaremos a trabalhar pelo cumprimento do direito constitucional à criação e fruição cultural, por opção e convicção, pois como referiu Bento de Jesus Caraça “A aquisição da cultura significa uma elevação constante, servida por um florescimento do que há de melhor no homem e por um desenvolvimento sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas do quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral e artístico; significa, numa palavra, a conquista da liberdade.”

A mulher de olhos claros pode hoje enfrentar a trovoada

P

ode, porque para hoje o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) convocou, a exemplo do ano passado, uma Manifestação Nacional de Mulheres a decorrer em Lisboa, entre os Restauradores e a Ribeira das Naus, comemorando o 8 de Março. Se não fora ser também uma Manifestação pela Paz, não faríamos retoma, se calhar: correu mundo a suspeição de que exactamente na véspera de Bush pai ter ordenado a primeira invasão do Iraque um alto mandatário seu, de passagem por Bagdad, curialmente informado por um par de seu nível do governo de Saddam das intenções deste em avançar para o Kwueit, o descansou: “Não é assunto que preen-

cha a nossa agenda e as nossas actuais preocupações…” Anos depois, Durão Barroso despedia-se do primeiro contingente da GNR que embarcava para o Iraque orgulhando-os por terem a missão de desbravar terreno aos norte-americanos, a quem na divisão de tarefas cabia descobrir mais profunda e profusamente as armas de destruição massiva (os ingleses e espanhóis poriam bandeiras brancas no Ministério do Petróleo, única forma de o poupar dos bombardeamentos). Mas sim ou não na década de 60 os Estados Unidos da América eles próprios trataram de afundar um vaso da sua marinha de guerra fundeado no porto de Saigão para pretextar o início dos ataques a Norte? Que responder

a um incrédulo? Vem isto a propósito do livro “Clara Zetkin e a luta das mulheres”, impresso em Junho de 2007 para a Editorial Avante! Comunista alemã (desde que aderiu ao KPD em 1919) nascida em 1857, proponente da consagração do 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, a sua biografia termina na obra citada com a anotação de 1932 como o ano em que os nazis, obtendo a maioria dos votos nas eleições para o Parlamento, são corajosamente confrontados com o seu discurso de abertura (30 de Agosto) na qualidade de deputada mais antiga: “É preciso abater o fascismo!” A 30 de Janeiro do ano seguinte Hitler é nomeado chanceler do

POLITICA E CULTURA VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP

Reich pelo presidente Hindenburg e “a 27 de Fevereiro culpa os comunistas pelo incêndio do Reichstag. Em Março o Parlamento vota a favor de plenos poderes para Hitler. O Partido Comunista da Alemanha entra na clandestinidade. Em Maio são dissolvidos os sindicatos” (a um mês de Clara falecer com 76 anos, depois de “ter sido condecorada em Moscovo com a Ordem de Lenine”).

Então dizemos que a actualidade de Clara Zetkin está no exemplo que deu de quem olhou claramente de perto e em redor e denunciou os poderosos inimigos da paz e dos povos e lhes prometeu combate, enquanto os fascistas, os nazi-fascistas, os imperialistas foram e são os exímios em golpes de espessa penumbra para procurar escapar à derrota que a determinação da luta, em todo o mundo, lhes dita.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Eloísa Silva, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 10 DE MARÇO | 2018


OPINIÃO

Até quando?

N

o final do Século XIX, nos Estados Unidos, um grupo de mulheres operárias que fazia greve por melhor salário, melhores condições de trabalho, morreram num incêndio dentro da fábrica. Hoje, em pleno seculo XXI, muitas das razões que nos levam, em Portugal e no Mundo, a assinalar este dia, são exatamente as mesmas causas. Em Portugal as mulheres ganham em média menos 16,8% que os homens, mas se formos às profissões mais qualificadas a diferença é de 28%. As mulheres têm mais sucesso escolar, a taxa de feminização do ensino superior é de 60%, mas estão menos representadas nos cargos de direção das empresas. As mulheres são mais expostas à pobreza que os homens. E a principal razão de hoje ser assim deve-se a mantermos, em pleno século XXI, um modelo de divisão sexual do trabalho que marcou a revolução industrial,

em que as mulheres são as que têm como principal função social reproduzir e cuidar, enquanto aos homens cabe produzir e deter a riqueza. Esta divisão é visível e notória quando olhamos, por exemplo, para os balanços sociais das empresas e analisamos os motivos de faltas ao trabalho: elas faltam por assistência à família, eles faltam por razões de saúde. Também na partilha das licenças parentais, apesar de uma extraordinária evolução nos últimos anos, continuam a ser elas as que mais tempo ficam em casa, mesmo podendo o tempo ser partilhado, de forma igual, entre pai e mãe. É este modelo social, fortemente enraizado e não questionado, que leva a que as mudanças aconteçam muito lentamente, ou que simplesmente não aconteçam, apesar da universalidade da educação para rapazes e raparigas e da legislação protecionista e garantística de direitos que vamos

produzindo. Por isso, o que precisamos mesmo é de reinventar o nosso modelo de relações sociais e laborais e integrar uma nova dimensão que quebre radicalmente esta divisão sexual estereotipada do trabalho que nos é incutida desde a infância, que nos acompanha ao longo da vida e que tem consequências gravosas ao nível dos rendimentos e da realização profissional das mulheres, mas também da frustração e resignação dos homens a não poderem cuidar dos seus. Para que uma mudança disruptiva possa acontecer precisamos de investir verdadeiramente na educação para a cidadania e alterar as relações laborais. Para isso o diálogo social e a concertação social são decisivos. Instrumentos como a contratação coletiva são determinantes para a mudança. Precisamos de um novo modelo que coloque o bem-estar das trabalhadoras e dos trabalha-

Turismo. Números a subir. Prémios a chegar. Otimismo a sufocar.

T

urismo é hoje em Portugal sinónimo de boas notícias. Tudo corre bem. O sol nunca se põe neste setor da economia. Quando turismo apenas duas palavras se aplicam: mais e melhor. Os principais prémios mundiais do turismo (mesmo os principais, World Travel Awards, popularmente conhecidos como os óscares do turismo) designam Portugal como o melhor destino do mundo e Lisboa como o melhor destino de cidade do mundo. Sinceramente, e acompanho estes prémios há alguns anos, nunca pensei que acontecesse. Mas aconteceu. E pronto. O resultado não é, ao contrário de algumas vozes que vos garanto não chegarem nunca ao céu, nem euforia nem autoelogio desmedido. Muito menos aquela velha arrogância. O resultado é muito mais simples. Resume-se a mais responsabilidade. Muitas situações, muitas realidades, vão deixar de ser compreensíveis. E ainda bem. Venha outra exigência. Para todos. Para quem trabalha e para quem investe no turismo. Estes prémios “exigem” empresários em vez de patrões; salários dignos a substituir o “complemento” gorjetas; e a permanente avaliação do investimento público em vez de gastos (e eles querem tanto regressar) sem escala, sem propósito e sem resultados. O aumento de alguns egos não é ainda e por enquanto um indicador turístico. Depois os números. Primeiro os grandes. 57 milhões de dormidas

ATUALIDADES CATARINA MARCELINO DEPUTADA E EX-SCRETÁRIA DE ESTADO

dores no centro do diálogo social, através da obrigatoriedade de temas como a conciliação da vida familiar e profissional a par com a capacidade produtiva. O processo da AutoEuropa é um estudo de caso no âmbito da conciliação da vida familiar com a vida profissional que espero possa servir todo o país. Esta negociação difícil sobre os horários de trabalho e do trabalho ao sábado, trouxe para a mesa este tema tão importante. Nesse contexto, a Segurança Social, a partir do caso AutoEuropa, do acordo de empresa a que chegaram e das necessidades identificadas no plano da conciliação, desenvolveu um projeto piloto,

que servirá certamente a outras empresas e outros trabalhadores no país, de respostas na área da infância que estejam abertas ao sábado, de forma a poder responder às necessidades das famílias. São medias como esta, a par com um novo modelo de contratação coletiva, assentes na realidade do século XXI e que não partam do pressuposto da divisão sexual do trabalho, que o futuro se constrói, quebrando modelos passados que já não correspondem á atualidade, procurando soluções amigas da igualdade entre mulheres e homens, para uma sociedade mais justa e mais decente.

Inquietações e outras que tais…

TURISMO SEMMAIS

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

JORGE HUMBERTO SILVA COLABORADOR

PAULO EDSON CUNHA ADVOGADO

de turistas em Portugal (2017). 14 milhões na Região de Lisboa (AML). A Região de Lisboa a ser a primeira do país nos proveitos/receitas da hotelaria (1.065 milhões de euros). Todos os municípios, rigorosamente todos, da nossa Região a crescer. Alguns, mais importante ainda, a ganharem quota e peso. Outros a crescerem muito porque a base de partida é muito pequena. Mas a crescerem e a “ambicionar” outra realidade. Os destaques (tarefa sempre subjetiva e às vezes mal compreendida) vão para Almada e para Sesimbra. Almada porque já é o quarto município no turismo da Região de Lisboa (os 3 primeiros, já agora, são Lisboa, Cascais e Sintra). Sesimbra porque teve 2 grandes anos turísticos (2016 e 2017) e promete um ciclo de investimentos turísticos (não, não são apenas intenções, são mesmo requalificações de edifícios e a reabertura de antigos projetos) como há muito não se via na nossa Região. Venha por isso o futuro. Já amanhã. Os números são no entanto os números. E os prémios os prémios. E a realidade a realidade. Frequentemente e irritantemente a desafiar o discurso do sucesso. Irritantemente a mostrar algumas realidades que não co-

lam com a euforia. Precisamente estas realidades são aquelas que nos desafiam. E nesse desafio está afinal o verdadeiro sucesso. Aquele que fica (agora diz-se sustentável). Exatamente nesta medida e neste contexto o sufoco. O sufoco que tudo remete e resume ao êxito. Quando basta sair à rua mais próxima ou à praça do lado para entender a magnitude do que há para fazer. Sim, o copo (do turismo) está meio cheio. Tal como o país não é Lisboa e Porto, cada um dos nossos municípios tem uma agenda de desafios para vencer. De que será feita a Caparica do futuro? O Cais do Ginjal será mesmo um espelho da melhor Lisboa? O Barreiro terá finalmente uma oferta de alojamento turístico? Alcochete conseguirá atrair parte dos visitantes do Freeport? O Seixal será um exemplo de turismo náutico no contexto da AML? Setúbal terá acessibilidades às praias da Arrábida, dignas do séc. XXI? Palmela será mesmo o território e o mundo do vinho e do enoturismo? Quantas perguntas? A precisarem de respostas. Todas e qualquer uma delas. Por isso esqueçam lá a euforia dos números e pensem, por uma vez, na realidade das coisas.

H

á cenas que não entendo. Vamos por partes. Imaginem que tenho um funcionário. Zeloso, competente, bom profissional. De repente é detido. São feitas buscas na minha empresa, etc e tal. Eu quero manter a confiança (pessoal) nele. E mantenho. Mas não sei de nada. Pelo menos digo que não sei de nada. Antes de mais, manda o bom senso que eu antes de me associar a esse funcionário, diga, que em vez de que mantenho a confiança nele, antes:”até hoje tudo o que sei dele é de manter a confiança nele, mas vamos ver o que a justiça apura”. Mas não. Eu digo que não sei de nada, mas simultaneamente mantenho a confiança (cega) no meu funcionário. Nem um minuto páro para me questionar: e se for verdade? E se este funcionário me estiver a arrastar para a lama? A mim e à minha empresa? Pois bem, é o que o Benfica está a fazer. Por um lado diz que não sabe de nada. Por outro diz que confia cegamente no que o funcionário está a fazer. O problema é que o Benfica não é uma mera empresa. E tudo o que o funcionário fez, sabe-se. Através do malfadado segredo de justiça, é verdade. Mas sabe-se. É que hoje toda a investigação chega aos jornais antes do próprio processo chegar aos tribunais. E a ironia da situação é que este

processo é sobre a violação do segredo de justiça. Ora, um processo em que quem vioulou o segredo de justiça está a ser acusado, está o próprio processo a ser violado, exactamente no segredo de justiça. Vá lá compreender-se a justiça.. Mas, com tudo o que se sabe, nem isso inquieta a instituição? E como justificar que estamos (o Benfica) a pedir uma indemnização a quem anda a violar a boa imagem do Benfica, através dos e-mails e depois é o próprio Benfica que a anda a denegrir a sua imagem. Por outro lado, com todo este aparato à volta do Benfica, a Câmara Municipal do Seixal continua a assobiar para o lado. Os contratos/protocolos entre a CMS e o Benfica continuam por cumprir, mas “no passa nada” do lado da nossa autarquia. Só esperamos que no meio de tanto aparato o Seixal não seja notícia. É que estamos cansados de ser notícia por maus motivos. É que depois daquelas obras «de Santa Engrácia» que ainda nem sequer acabaram, quando pensávamos que a nossa linda Baía já só podia ser notícia pela excelência da sua beleza e da oferta turística, eis senão quando recuámos no tempo e fomos notícias porque afinal o mar continua a galgar as margens da nóvel estrada ribeirinha. Infelizmente não há maneira de acertarem uma...

2018 | 10 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 15


AMM_JornalSemMais_260x360_Tema3_PaiFilha.pdf

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

1

22/02/2018

15:41


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.