15 anos
A REGIÃO
SOMOS TODOS
NÓS
edição especial comemorativa do 15º aniversário do semmais sábado | 20 jul 2013 | director raul tavares | edição n.º 772 | 6.ª série | região de setúbal | distribuído com o
| venda interdita
sumário contas do ambiente 42 os mais influentes 62 últimos autarcas 64 figuras em alta 66
Futuro para honrar esta região singular
O
s que continuam a gralhar sobre os impasses estratégicos e de desenvolvimento do distrito, argumentando uma estagnação ao arrepio das conquistas pós-25 de Abril, não entendem as mudanças radicais operadas na região. Este território privilegiado, com espaços vitais bem demarcados na sua economia endógena e nos seus pulmões sociais e culturais, mudou, e mudou muito. Manteve uma estrutura e um tecido empresarial de dimensões superiores, venceu as amarras do ensino universitário e inverteu migrações urbanas e populacionais que constrangiam o seu desenvolvimento. E mais: ganhou infra-estruturas (talvez em demasia), ultrapassou a maioria das encruzilhadas da mobilidade e das acessibilidades de bitola regional e soube, ainda que aos altos e baixos, manter identidade e coesão. Mas houve derrotas. O pior foi e continuam a ser avanços e recuos, dramáticos para um ritmo de crescimento que se antevia, sobretudo na última década, consistente e assertivo. E nem sempre as lideranças do burgo souberam estar unidas na construção de um lobie que se revelava, a cada tempo, essencial. A região e os seus agentes demoraram uma eternidade em diagnósticos, estudos e experiências. Fomos sempre a região cobaia e não soubemos vencer alguns dos estigmas mais carregados da nossa genética social. E por isso o comboio do progresso chegou a meio gás e assim se manteve. É hora agora de preparar o futuro, sem medos da crise e do funesto ideológico que domina a Europa do dinheiro. Não podemos mais perder tempo em lutas caseiras, em jogos de desenvolvimento de capelinha e de olhares curtos. É preciso não deixar perder mais autonomia, majorações de apoios financeiros, e contrariar o erro do domínio da vizinha região de Lisboa e das suas riquezas per capitas, que nos impedem de crescer a um ritmo mais normal e justo. Por isso esta edição, que é de aniversário, mas é sobretudo de homenagem a uma região singular, com futuro hoje e amanhã. Isso honrar-nos-á a todos. Porque a região somos todos nós.
10
turismo em alta rotação
Depois da estagnação, a Costa Alentejana ganhou marca e mercados.
4
números da região
22
indústrias de peso
16
néctares com brilho
28
ensino privado de luxo
20
e que bons portos
30
catedrais de consumo
Numeros que provam o que o distrito mudou na última década.
Um sector que cresceu muito além-fronteiras e que é já uma força.
Sines e Setúbal estão consolidados e estão a bater todos os recordes.
Continuam a ser uma das grandes alavancas da nossa economia.
Temos dos melhores colégios do país e um que está no top dos tops. Mudaram os nossos hábitos e fazem parte de todas as rotinas.
PENSAR A REGIÃO viriato s. marques
demétrio alves
eugénio fonseca
carlos f. da silva
leopoldo guimarães
cândido teixeira
carlos beato
jorge humberto
Lembra a crise e o que será preciso para alterar o seu rumo.
Com as memórias de outros períodos de desalento social.
Viagem ao ensino superior no distrito ontem e hoje.
Fala de como a região deve continuar a apostar no cluster turístico.
A região pode e deve emancipar-se de Lisboa? Discussão urgente!
Provocatório, defende duas regiões numa só, com Setúbal no eixo.
O sector da saúde na região deve ser reorganizada a bem da eficácia.
O turismo e a sua carteira de ofertas para garantir a ‘Costa Azul’.
Director Raul Tavares Editor Chefe Bruno Cardoso Redacção António Luís, Bernardo Mendonça, Bruno Cardoso, Luís Filipe Sebastião, Marta David e Roberto Dores Fotos D.R, Arquivo Semmais e Humberto Sousa Departamento Comercial Cristina Almeida Departamento Administração Contabilidade Mila Oliveira Projecto Gráfico e Paginação DDLX | José Teófilo Duarte [direcção de arte] | João Silva [design] Impressão Lisgráfica Distribuição VASP Edição Mediasado, Lda – Largo José Joaquim Cabecinha n.º 8-D, Setúbal. Tel.: 935388102 (geral) Email: redaccao.semmais@mediasado.pt Plataformas Digitais www.semmaisjornal.com, Facebook e Twitter. semmais | 15 anos | 3
A região de Setúbal ontem e hoje Bruno Cardoso
POPULAÇÃO RESIDENTE EM 2011 FACE A 2001
778.028 hab
478,8 hab/km2
- 2%
população
+ 5 a 14%
O tamanho da bola è proporcional à população
71.814 hab
A península de Setúbal tem uma das maiores densidades populacionais do país. Já no Litoral Alentejano, o destaque recai sobre o índice de envelhecimento: por cada cem jovens há entre 189 e 215 idosos.
18,4 hab/km2* *inclui Odemira
Península de Setúbal jovens 15,9 a 17,9%
idosos 16,5 a 20,1%
Litoral Alentejano jovens 11,5 a 12,9%
idosos 20,1 a 24,4%
Península de Setúbal EDIFÍCIOS
ALOJAMENTO
1,4 a 1,7% EDIFÍCIOS MUITO DEGRADADOS
edificios e alojamento
27,6 e 29,5% EDIFÍCIOS POR REPARAR
+ 14,5 a 23,9%
+ 16,3 a 22,7%
43,3 e 48,7% EDIFÍCIOS COM ACESSO POR CADEIRA DE RODAS
15,1 e 24,6% EDIFÍCIOS COM MOBILIDADE TOTAL
EDIFÍCIOS A área média dos alojamentos no distrito é de aproximadamente 105 m2, enquanto o número de divisões margeia entre as quatro e as cinco. O Litoral Alentejano tem também das maiores percentagens de alojamento vago no país, enquanto a península das mais baixas no que diz respeito aos alojamentos como residência secundária.
4 | semmais | 15 anos
+ 11,5 a 14,5% Litoral Alentejano 2 a 2,6% EDIFÍCIOS MUITO DEGRADADOS
ALOJAMENTO 27,6 e 29,5% EDIFÍCIOS POR REPARAR
+ 12,8 a 16,3%
29,8 e 37,9% EDIFÍCIOS COM ACESSO POR CADEIRA DE RODAS
15,1 e 24,6% EDIFÍCIOS COM MOBILIDADE TOTAL
40%
9%
80%
6% 60%
3% Litoral Alentejano
2011
2001
40%
21,4 a 26,2% SECUNDÁRIO
100%
43,2 a 45,7% 3º CICLO
12%
77,4 a 79,2%
A taxa de analfabetismo no Litoral Alentejano ainda é uma das maiores a nível nacional, acompanhando o resto do Alentejo e interior. Ainda assim, e comparativamente a 2001, desde cerca de 7%.
PRÉ-ESCOLAR
20%
20%
124.448 (16%) PESSOAS QUE TRABALHAM EM LISBOA
100%
Península de Setúbal 30,6 a 37,7% DESEMPREGO JOVEM (15-24)
49,6 a 52%
80%
emprego e mobilidade
Península de Setúbal
2011
60%
17,8 a 19,8% TRABALHO >45 HORAS
40%
7,7 a 8,9% TRABALHO < 30 HORAS
20% 2001 2011
100% 80%
A taxa de emprego entre a população activa na península de Setúbal é das maiores a nível nacional. E isso reflectese no número de pessoas que sai da região para a de Lisboa para ir trabalhar: 16%. Apenas 2,5% fazem, diariamente, o percurso Lisboa Setúbal para trabalhar.
60%
43,8 a 47,7%
educação
2001
15,5 a 23,6 SUPERIOR
60%
3%
7,7 a 10,6 SUPERIOR
80%
6%
32,8 a 43,7% SECUNDÁRIO
9%
48,5 a 62% 3º CICLO
100%
72,7 a 77,4% PRÉ-ESCOLAR
12%
40%
Litoral Alentejano 22,3 a 24,7% DESEMPREGO JOVEM (15-24)
20%
17,8 a 19,8% TRABALHO >45 HORAS
2001 2011
6,3 a 6,7% TRABALHO < 30 HORAS
semmais | 15 anos | 5
A abrir
Tempos para fazer a história
Viriato Soromenho-Marques, primeiro Director do Semmais
Portugal precisa de mergulhar dentro de si próprio, sem voltar as costas ao mundo. Só nós estaremos em condições de lançar as medidas adequadas para a adaptação do país aos novos riscos.
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V
ivemos um período ímpar na história do nosso país. A aposta europeia, onde Portugal jogou todo o seu capital, sem reserva mental, nem plano B para retirada, está cada vez mais ameaçada de implosão. Precisamos de uma grande estratégia nacional que seja capaz de unir os portugueses, na luta por um futuro europeu que não comprometa a viabilidade da nação, nem a prosperidade das suas regiões. Mas o lugar e a força de Portugal na Europa serão tanto maiores, quanto o país seja capaz de ganhar liberdade de manobra. Portugal precisa de conquistar mais autonomia energética, por razões económicas e ambientais. A aposta recente nas energias renováveis deve ser mantida e aprofundada, com acertos e correcções, visando minimizar impactos económicos e ambientais indesejáveis. O aumento da produção de electricidade a partir de fontes renováveis diminui a nossa dívida pública, melhora a nossa balança de pagamentos, cria empregos em áreas de inovação, aumenta a internacionalização das nossas empresas em mercados externos. Precisamos de aproveitar não só o vento, mas também o sol, a biomassa, a geotermia, as ondas e as marés, não esquecendo que é na eficiência energética, em todos os sectores de actividade, que os maiores ganhos económicos e ambientais serão conseguidos. O país precisa de aumentar a sua capacidade de produção agrícola, apostando nos segmentos de qualidade, como é o caso da “agricultura biológica”, mas também na quantidade de produtos, onde ela seja possível. A delapidação criminosa da Reserva Agrícola Nacional e da Reserva Ecológica Nacional tem de ser interrompida, quer pelo cumprimento da legislação existente, quer pela produção e implementação de nova legislação que corrija a actual. A defesa da capacidade produtiva dos solos, quer actual ou potencial, caminha a par e passo com a defesa e conservação dos ecossistemas naturais e da biodiversidade.
Portugal precisa também de cumprir o tão proclamado desígnio nacional de “regressar ao mar”, através de uma política pública de convergência nacional em torno da valorização dos recursos naturais do nosso Mar Territorial, da nossa Zona Económica Exclusiva e da nossa Plataforma Continental alargada. O país precisa de repensar as suas cidades e o seu sistema de transportes. Há que terminar definitivamente o ciclo do primado da rodovia e do gigantismo das obras públicas. A prioridade deve ser conferida a uma estratégia que torne as cidades em unidades políticas gozando de fortes competências, seja na componente alimentar, seja nas políticas de promoção de emprego. Portugal precisa de mergulhar dentro de si próprio, sem voltar as costas ao mundo. Só nós estaremos em condições de lançar as medidas adequadas para a adaptação do país aos novos riscos, sejam eles os resultantes de um eventual colapso da Zona Euro, sejam os decorrentes da progressão das alterações climáticas. As políticas de ambiente e sustentabilidade devem ser equacionadas como eixo de uma estratégia de emergência nacional que se irá prolongar, seguramente, por muitos anos. No seu âmbito serão criadas novas actividades económicas, abertos novos mercados, instituídas novas áreas de emprego, desde as actividades de trabalho intensivo na área das florestas e da restauração urbana, até aos empregos altamente qualificados nas tecnologias emergentes. Nesses desafios, que colocarão à prova a nossa inteligência e fibra moral, certamente que o Sem Mais Jornal, quinze anos após a sua fundação, não deixará de estar presente no modo como a região de Setúbal viverá esta fase singular da nossa histórica viagem colectiva como povo. Cumprindo o seu papel de jornal empenhado na verdade, que só a perspectiva das grandes causas públicas consegue alcançar.
As escolhas de... Fonseca Ferreira
Urbanista e Professor Universitário
Um factor de identidade
Maria Amélia Antunes Presidente da Câmara do Montijo
Neste 15º aniversário do Jornal Sem Mais saúdo, na pessoa do seu diretor, todos os colaboradores e leitores deste semanário. No contexto de uma crise financeira e económica sem precedentes, a continuidade da imprensa local e regional constitui um fator de identidade e um elemento essencial na luta pelo aprofundamento da democracia e pela afirmação das diferenças. Nesta difícil conjuntura, as instituições locais tudo devem fazer para continuar, de forma cada vez mais sustentada, a sua missão ao serviço dos seus concidadãos, indo ao encontro dos anseios e expetativas. No caso do Montijo, a Câmara Municipal tem desenvolvido, desde 2009, a sua ação priorizando o investimento municipal criterioso, a prestação de serviços aos cidadãos, de acordo com uma estratégia de melhoria contínua e sem pôr em causa a sua sustentabilidade financeira. No Montijo, ao contrário do país, os sacrifícios dos munícipes não têm sido em vão, aqui as taxas e impostos pagos têm sido aplicados na continuidade do apoio à Escola Pública, na construção de novos edifícios escolares, na qualificação do espaço público, etc. Estes resultados só são possíveis devido a uma gestão transparente, rigorosa, eficiente e ao serviço, exclusivo, do interesse público. Montijo é um dos poucos municípios do país sem empresas municipais, é um dos menos endividados e um dos concelhos do país com maior qualidade de vida. A Câmara Municipal do Montijo continuará, dentro das suas possibilidades, a colaborar com a imprensa local e regional no sentido de, em conjunto, promovermos na sociedade portuguesa uma informação mais plural, mais verdadeira, mais isenta e mais próxima dos problemas dos nossos concidadãos.
O muito significativo reforço do tecido produtivo e empresarial, com a instalação/reconversão de grandes industriais exportadoras, como é o caso da Autoeuropa, da Portucel, das duas siderurgias, a Galp em Sines, entre outras. A extraordinária melhoria das acessibilidades, designadamente o comboio da ponte 25 de Abil, o Metro Sul do Tejo, a ponte Vasco da Gama e a melhoria dos portos de Setúbal, Sines e Sesimbra. O reforço dos ‘actores’ municipais, empresariais, culturais e associativos. Não há desenvolvimento territorial sem ‘actores’ fortes e dinâmicos e, nos dias que correm, eles existem na região de Setúbal.
A paragem dos projectos do Arco Ribeirinho Sul, do novo aeroporto, da alta velocidade, da Plataforma Logística do Poceirão, entre outros. Estes são projectos de uma nova geração imprescindíveis para a região de Setúbal e para o país. O enquadramento comunitário que levou a uma forte redução dos apoios financeiros, o que condiciona, neste momento, o desenvolvimento dos projectos instalados quer de novos projectos na Península de Setúbal. Isto quando a Península de Setúbal está abaixo dos 75 por cento da média comunitária e, portanto, deveria ter os apoios máximos que têm as outras regiões do País. Setúbal, por estar integrada na Área Metropolitana de Lisboa, perdeu esses apoios máximos.
José M. Palma
Professor universitário e consultor de ambiente A consolidação do cluster vitivinícola e do tecido industrial na Península. A médio prazo, esta consolidação vai ser extremamente interessante para a região. A candidatura da Arrábida a Património Mundial, que vai demonstrar como é que se pode conciliar o ambiente, o desenvolvimento humano e económico de toda a região da Arrábida.
A construção da Ponte Vasco da Gama, que não conseguiu aliviar o trânsito caótico da ponte 25 de Abril. Não foi uma escolha feliz. Ao invés desta ligação deveria ter avançado a ponte Barreiro-Chelas porque iria ser mais benéfica para a região. - Ainda não foi criada uma visão integrada dos sectores agrícola-indústrial e turístico. Continuamos a demorar muito tempo para que o Litoral Alentejano se torne verdadeiramente um destino turístico glorificador.
Vítor Caldeirinha Presidente da APSS
A continuidade do grande desenvolvimento da nova fábrica da Portucel, em Setúbal, e da fábrica da Autoeuropa, em Palmela, que têm conseguido ajudar a manter a economia e o emprego local, como pilares de sucesso.
Existem ainda algumas questões me preocupam com especial incidência no Porto de Setúbal, como sejam alguma dificuldade que se tem verificado no arranque da Plataforma Logística do Poceirão, que deverá futuramente potenciar a localização de indústrias e empresas logísticas na região e a criação de emprego.
No Porto de Setúbal considero fundamental o desenvolvimento muito positivo que tem tido o novo terminal de contentores de Setúbal, com potencial para acolher o crescimento da carga de exportação por via marítima e da reindustrialização da região.
Os problemas laborais que se têm verificado nos portos, colocando em causa o trabalho de desenvolvimento da eficiência, da produtividade e da imagem internacional dos portos portugueses.
Considero ainda a vertente logístico-portuária e industrial fundamental e compatível com a protecção das zonas ambientais e com o desenvolvimento do turismo e do lazer no estuário do Sado, aos quais o Porto de Setúbal está a dar forte novo impulso. 8 | semmais | 15 anos
A imagem negativa que se tem criado em torno do sector industrial e dos portos, como se não fossem necessários, para mim um dos principais motivos que levaram à desindustrialização do País e à crise em que nos encontramos. Tenho vindo a demonstrar a compatibilidade entre indústria, porto, turismo e ambiente no Sado.
ONDA
MAIS
ter s clu de ro tu fu
apostas no golfe e no turismo de excelência para garantir mercados
Costa Alentejana entra em alta rotação para afirmar destino turístico As praias de areais extensos, o enquadramento da serra da Arrábida, a ligação a Setúbal e proximidade ao aeroporto de Lisboa são trunfos para atrair investimentos no sector imobiliário. Luís Filipe Sebastião
A
costa alentejana quer seguir a renovação imobiliária da península de Tróia e afirmar-se como um novo destino turístico de excelência. A região integra uma das últimas zonas costeiras naturais do país e, caso se concretizem todos os projectos anunciados, passará a ter cinco campos de golfe. A faixa costeira entre a Comporta e a Galé está inscrita na rede Natura 2000, como sítio de importância comunitária para a
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conservação da natureza, ao abrigo da directiva habitats. Desde Tróia a Melides, a linha de costa com cerca de 56 quilómetros oferece uma extensão de areal ainda preservado de intensa ocupação humana. Para isso tem contribuído a protecção dos valores da fauna e flora selvagens, mas também a renaturalização de áreas antes ocupadas com construções clandestinas. A “nova Tróia”, como lhe chama Carlos Beato, presidente da Entidade Regional de
Turismo (ERT) do Alentejo Litoral, é apontada como um exemplo de mudança na costa alentejana. Na ponta da península, mais perto da serra da Arrábida e de Setúbal, a renovação avança a olhos vistos, embora a procura tenha abrandado com a crise. A ocupação deverá chegar às 15.300 camas (turísticas e residenciais). Mais a sul os projectos ganham forma a diferentes ritmos. Na Herdade da Comporta estão previstos dois campos de golfe de 18
1000
milhões de euros é a estimativa da Câmara de Grândola para o volume de investimento total nos empreendimentos em curso e previstos nos planos aprovados
buracos. O mais adiantado, perto da praia do Pego, está associado ao exclusivo Hotel Àman, com 40 quartos, inserido num loteamento de 36 moradias. No total, a área de desenvolvimento turístico do Carvalhal somará 5900 camas (1500 residenciais). Na Herdade do Pinheirinho, perto de Pinheiro da Cruz, estão prontos o campo de golfe e o “clubhouse”. As infra-estruturas para as moradias na envolvente também estão concluídas. A Câmara de Grândola adianta que se prevê “para o final do ano o arranque das obras do Hotel Hyatt e de um aparthotel”. Estão autorizadas 2900 camas (700 residenciais). Estes números serão replicados pela Costa Terra, perto de Melides, em fase de infra-estruturas para um Hotel Four Seasons, campo de golfe e aldeamentos. QUERCUS ‘AMENIZA’ IMPACTOS NEGATIVOS A Quercus queixou-se, em 2005, às instâncias europeias contra os projectos do Pinheirinho e Costa Terra, por “afectarem a integridade da rede Natura”, explica Paulo Lucas, da associação ambientalista. Em risco, sublinha, está “uma das costas mais selvagens da União Europeia”. No entanto, a Direcção-Geral de Ambiente da Comissão Europeia prepara-se para arquivar a queixa, uma vez que o plano de ordenamento da orla costeira do Alentejo limitou as autorizações nos seis núcleos
30%
Foi a redução do número de camas nos planos de pormenor dos empreendimentos, mas localização continua a ser contestada pelos ambientalistas
turísticos para 17.935 camas (abaixo das 100 mil iniciais e 26.300 mais recentes). E acolhe o argumento de que os 933 hectares dos projectos Costa Terra, Pinheirinho, Comporta e Carvalhal totalizam “apenas 0,029% da área” deste sítio comunitário. Nuno Sequeira, presidente da Quercus, contrapõe que os empreendimentos se localizam nas zonas de maior importância ecológica e avisa que o arquivamento “criará um grave precedente de incumprimento da legislação comunitária que salvaguarda a preservação dos habitats naturais”. Carlos Beato admite que algumas posições ambientalistas criaram “obstáculos e prejuízos”, mas reconhece que também “foi positivo para o reforço dos valores ambientais desses projectos”. O ex-autarca salienta a diversidade da oferta, do luxo ao turismo rural, e recusa comparações com o Algarve: o território a ocupar não chega, em média, a uma cama por hectare. “O sector do turismo foi o único que cresceu ao nível mundial”, frisa, por seu lado, o presidente da ERT do Alentejo, António Ceia da Silva. Embora note que “um dos problemas estruturais dos destinos de sol e mar é a sazonalidade”, o responsável aponta a solução: “O golfe é um produto complementar de captação turística”. No entanto, adverte, todas as actividades têm de ser trabalhadas “em rede” para a afirmação de um destino turístico.
300
Milhões de euros é o investimento global estimado pelo Troiaresort na requalificação da península e novos projectos hoteleiros
(algumas posições ambientalistas) foram positivas para o reforço dos valores ambientais desses projectos Carlos Beato, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo Litoral
semmais | 15 anos | 11
Valorizar e afirmar a região Ana Teresa Vicente, Presidente da Câmara de Palmela
Para uma visão estratégica da região, que nos permita perspetivar um futuro sólido e alicerçado nas nossas potencialidades e capacidades, é indispensável uma leitura transversal e esclarecida da realidade. A defesa e a valorização da nossa identidade, enquanto região, são determinantes neste contexto de grandes dificuldades, e a comunicação social regional contribui, de forma inestimável, para o aprofundamento dessa identidade, abrindo espaço para a reflexão, o debate e a divulgação de quem somos e daquilo que fazemos. No ano em que celebra quinze anos de existência ao serviço do distrito de Setúbal, saudamos o Semmais Jornal pelo seu papel na afirmação desta região, que pretendemos cada vez mais informada e participativa. Parabéns a toda a equipa que continua a fazer deste projeto uma realidade.
O casino e as ruínas são dois dos trunfos do projecto de Tróia
Troiaresort reforça oferta hoteleira de luxo Um novo hotel de cinco estrelas, junto ao campo de golfe, e a recuperação de um palacete para uma unidade de charme, próximo das ruínas romanas, são as próximas apostas do Troiaresort. O empreendimento assume um papel de relevo na requalificação da península banhada pelo estuário do Sado. A implosão, em 2005, de duas torres inacabadas marcou o arranque da recuperação do antigo empreendimento da Torralta. O desvio dos “ferry” para o interior do estuário – com o aumento da distância da travessia para viaturas, mas mantendo o transporte de passageiros na nova marina – reduziu o atravessamento rodoviário pelo “resort”. Além da remodelação do campo de golfe de 18 buracos, e um novo “clubhouse”, a Sonae Turismo requalificou três torres no Aqualuz Suite Hotel Apartamentos. A unidade de quatro estrelas disponibiliza spa e centro de eventos, para até 600 pessoas. A componente residencial e turística reparte-se por “townhouses” e lotes para moradias. A musealização das ruínas romanas permite visitar o importante complexo de salga de peixe, com cerca de dois mil anos. O palácio Sottomayor será adaptado para 12 | semmais | 15 anos
hotel de charme, com 30 quartos. Ao lado, na zona da caldeira, está planeado um “eco-resort”, com 125 moradias. Uma unidade de cinco estrelas, junto ao campo de golfe, reforçará a oferta hoteleira. O golfe atraiu, até Maio, 73% de jogadores estrangeiros, a maioria escandinavos. “Pela primeira vez tivemos mais estrangeiros a jogar do que portugueses”, salienta João Madeira, director-geral do Troiaresort. “A costa alentejana e Tróia podem vir a ser um dos principais destinos de golfe do país”, antecipa. O grupo Amorim já explora o casino, o centro de congressos e o Tróia Design Hotel, nova unidade de cinco estrelas. O condomínio Eco-resort&Residences, do grupo Pestana, desenvolve-se por dois quilómetros de costa, nas imediações do cais dos “ferry-boats”. A marina de Tróia terá nova modalidade de contratos só para o Verão. João Madeira confia que a região saberá aprender com “os erros do passado e com os que foram feitos no Algarve”. O desenvolvimento do triângulo Lisboa/Tróia/Évora “como destino internacional”, remata, passa pela consciência de que “as crises são um desafio que obrigam a fazer melhor”.
Pela primeira vez tivemos mais estrangeiros a jogar golf do que portugueses João Madeira, Director-Geral do Tróiaresort
VERÃO INESQUECÍVEL EM FAMÍLIA, NO TROIARESORT.
13 DE JULHO O A 8 DE SETEMBR
ACTIVIDADES DIÁRIAS 58 DIAS, mais de 800 HORAS Acesso livre para todos
Cinema ao ar livre, stand up comedy, desportos náuticos, música, teatro, yoga e ginástica.
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FESTA DE ABERTURA DE VE RÃO 27 JULHO | 22H | TROIAMARINA
CONCERTO
JIMDUNGO GRAVAÇÃO AO VIVO DO EPISÓDIO
A VIDA TAMBÉM É ISTO!
PROGRAMA
DE VERÃO
www.troiaresort.pt Animação
Patrocínios
APARTAMENTOS TURÍSTICOS
troiaresort
Parceiro para o desenvolvimento Graça Guerreiro Nunes, Presidente da Câmara de Grândola
Ao longo dos 15 anos de existência o Semmais afirmou-se como um dos mais importantes e conceituados órgãos de comunicação social da Região, contribuindo semanalmente para a promoção e divulgação da actividade desenvolvida localmente, para o debate de ideias e partilha de projectos visando o desenvolvimento deste território e para a sua afirmação no plano turístico, cultural e social. Na Costa Alentejana o Semmais foi um parceiro relevante do processo de desenvolvimento ímpar vivido na última década, ajudando a reforçar a notoriedade e o prestígio de um destino turístico de excelência, e contribuindo para a divulgação e promoção das suas imensas potencialidades. Apesar de constituir um projecto colectivo de referência, o Semmais cresceu e reforçou-se, neste últimos anos, graças à visão estratégica do seu director e principal rosto, Raul Tavares, cuja experiência e dedicação têm contribuído decisivamente para que o Semmais seja justamente reconhecido pela sua isenção, pelo seu rigor informativo e pela ambição de colocar a informação ao serviço das comunidades e do superior interesse das suas populações. O Município de Grândola saúda os 15 anos do Semmais na certeza de que continuará, no futuro, a contribuir activamente para a consolidação de uma Região mais próspera, com amplo desenvolvimento económico e social e cada vez mais justa e solidária.
A 16 de Maio de 2000 foi celebrado o protocolo entre o Município de Grândola e a Imoreia, SA, detida pela Sonae Turismo, que estabeleceu os princípios gerais da organização e funcionamento da sociedade gestora de infraestruturas da Área de Desenvolvimento Turístico (ADT) de Tróia. Menos de um ano depois, a 12 de Abril de 2001, foi constituída a Infratróia, Infraestruturas de Tróia, E.M., mantendo até hoje a mesma estrutura acionista, com o Município de Grândola a deter 74,1% e a Imoareia, SA, 25,9% do capital social. A Infratróia, E.M., desde a sua criação até à atualidade, tem como missão prestar um serviço de excelência na manutenção e gestão das infraestruturas, espaços ou equipamentos públicos ou de uso público. A partir de 2010, passou a englobar ainda, nas suas competências, a exploração do serviço público de estacionamento e fiscalização do cumprimento das disposições do código da estrada e legislação complementar nos parques e zonas de estacionamento público de duração limitada integrados na ADT de Tróia. A Infratróia, E.M., pretende ser um parceiro ativo, em conjunto com os restantes stakeholders, na promoção e afirmação da ADT de Tróia, do Concelho de Grândola e da região, como um destino turístico de referência em Portugal. Com uma equipa constituída por 18 colaboradores, procuramos diariamente prestar um serviço de qualidade orientado para o Cliente, num ambiente Sustentável, baseado em relações de Ética e Confiança, e com Rigor e Competência na tomada de decisões que defendam o interesse dos bens públicos sob sua gestão, dos acionistas e dos seus clientes. Esta é a nossa missão e estes são os valores que mobilizam os comportamentos e atitudes da nossa equipa ao seu serviço todos os dias. Administração da Infratróia, E.M.
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para garantir uma tróia de excelência sobre a empresa
A Infratróia, E.M. foi criada em 2001 com o objeto social da exploração de atividades de interesse geral e de promoção da Área de Desenvolvimento Turístico de Tróia. É uma empresa municipal de capitais maioritariamente públicos, divididos entre a Câmara Municipal de Grândola (74,1%) e a Imoareia (25,9%), pertencente ao grupo Sonae Turismo. A Infratróia E.M. tem atribuídas competências de diversas áreas de intervenção que passam pela captação e distribuição de água, drenagem e tratamento de águas residuais domésticas, recolha de resíduos sólidos urbanos e equiparados, gestão e manutenção das infraestruturas públicas (tais como espaços verdes e limpeza urbana) e a exploração do serviço público de estacionamento e fiscalização do cumprimento das disposições do código da estrada do empreendimento turístico de Tróia.
ter s clu de ro tu fu
já representamos 10% do mercado nacional e somos a terceira região em volume de negócios
A sustentável força dos nossos vinhos O crescimento sustentado do cluster vinícola da região transformou a península num caso de sucesso assinalável no universo dos vinhos portugueses. E equilíbrio é a palavra que melhor o explica. Bruno Cardoso
N
o espaço de pouco mais de uma década, os vinhos do distrito transformaram-se num caso de sucesso sem precedentes. O crescimento sustentado dos últimos anos, especialmente nos últimos quatro, permitiu aos néctares da região atingir em 2012 uma quota de 10% do mercado nacional, bem acima de outras regiões do país com potencial produtivo superior ao nosso. E as exportações para mercados como o Brasil, Canadá, EUA, Alemanha, Escandinávia, Angola, China e Rússia, que galoparam 25% desde 2009, têm acompanhado a tendência. «Acima de tudo, o sector tem tido uma evolução sustentada, um crescimento vertiginoso que correspondeu aos primeiros 10 anos de existência da Região de Setúbal, com o respectivo enquadramento regulamentar da União Europeia», afirmou ao Semmais Henrique Soares. O presidente da Comissão Vitivinícola da Região da Península de Setúbal atribui ao investimento na renovação das vinhas e das adegas, ao crescimento acentuado do 16 | semmais | 15 anos
peso da moderna distribuição e à capacidade exportadora, associada à dimensão empresarial da região, a responsabilidade pela alavancagem dos néctares que fazem as delícias por esse mundo fora. MIX DE EMPRESAS, CHAVE DO SUCESSO O mix de empresas do distrito tem sabido impor um certo equilíbrio ao sector. Há produtores pioneiros em quantidade e qualidade suficiente para puxar pelos restantes, enquanto outros são dos maiores exportadores a nível nacional. Por outro lado, a região tem duas «exemplares» cooperativas, um grupo consistente e numeroso de produtores com tradição (alguns com mais de 75 anos), o mais antigo produtor de não generosos português e um conjunto interessante de outros projectos, surgidos na Costa Alentejana, que apimentam a diversidade e equilibram o todo. Continua, por isso, a haver capacidade para crescer, uma vez que em 2012 apenas
60% da produção da região chegou ao mercado como Vinho da Península de Setúbal, Vinho de Palmela, Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo. «Neste primeiro semestre do ano, o número de medalhas e de distinções dos vinhos das nossas casas produtoras já é superior ao verificado em 2012», recordou Henrique Soares. NUVEM NEGRA JÁ PAIRA SOBRE FUTURO Apesar de a Península de Setúbal ser actualmente um caso de sucesso assinalável no universo dos vinhos portugueses, as perspectivas para o futuro, sobretudo as relacionadas com o próximo Quadro Comunitário de Apoio, não auguram nada de bom. A região deverá continuar a ser empurrada para a Área Metropolitana de Lisboa, perdendo, à semelhança de anos anteriores, largas dezenas de milhões de euros de apoio ao investimento. Nada que assuste ou demova, ainda assim, os grandes empresários do sector na nossa região.
32%
Percentagem de vinhos certificados que foram alvo de exportação em 2012.
3 M¤
Número de garrafas de vinho produzidas em 2012.
10%
Quota atingida pelos vinhos da região no mercado nacional.
60%
4.000
Patamar da produção a chegar ao mercado com Vinho da Península de Setúbal, Vinho de Palmela, Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo.
Estimativa de empregos gerados no sector, entre empregos directos e indirectos.
25%
Crescimento das exportações dos néctares nos últimos 3 anos.
105
Número de anos da Região Demarcada do Moscatel de Setúbal.
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destaque
leonor freitas, gerente da casa ermelinda freitas:
Casa Ermelinda Freitas é ícone de excelência e crescimento na produção de vinhos
A
Casa Ermelinda Freitas é das adegas da região que mais tem crescido nos últimos anos e a empresa vitivinícola que mais prémios tem conquistado no País e no estrangeiro. Só este ano, a empresa de Fernando Pó, no concelho de Palmela, já conquistou 14 medalhas de Ouro. Depois de um ano de 2012 de grande sucesso, a Casa Ermelinda Freitas já arrecadou, até Junho do corrente ano, 52 prémios nacionais e internacionais nos maiores e mais prestigiados concursos de vinhos mundiais. A empresa soma já 14 medalhas de Ouro, 21 de Prata e 17 de Bronze, o que acumula um total de 355 prémios, ao longo dos seus 13 anos de actividade. Desde os seus vinhos tintos, brancos, rosés e moscatéis de Setúbal até aos espumantes, todos eles têm sido galardoados com prestigiadas distinções em concursos nacionais e internacionais de alto gabarito. A Casa Ermelinda Freitas é um exemplo de qualidade, que aliada a muito trabalho, tem granjeado excelentes frutos. A tradição faz da Casa Ermelinda Freitas um símbolo de qualidade e empenho e uma referência regional, nacional e internacional que continua a proporcionar aos consumidores agradáveis momentos de satisfação e partilha. Para a gerente Leonor Freitas, o sucesso da empresa deve-se ao «empenho e dedicação» do enólogo Jaime Quendera, da família, dos trabalhadores e da própria região, cujas vinhas e clima dão origem a vinhos de «grande qualidade». «Estamos no bom caminho e a trabalhar bem», reconhece a empresária de sucesso que já esteve nomeada para o galardão de Mulher de Negócios 2011 pela revista Máxima. NOVA ADEGA ARRANCA EM 2014
Outro sinal de crescimento é a nova adega, cuja abertura se prevê para Março/Abril de 2014. A Casa Ermelinda Freitas vai ficar dotada de um espaço «mais amplo e evoluído tecnologicamente» para poder continuar a produzir «mais e melhores néctares». Em 2012, a empresa produziu 8 milhões e 600 mil litros de vinho, o que gerou uma facturação na ordem dos 9 milhões de euros. As exportações são outra aposta de crescimento e de combate à crise 18 | semmais | 15 anos
económica nacional que a empresa pretende solidificar. Com uma bem recheada carteira de clientes em todo o País e na região, Leonor Freitas não esconde que a expansão dos seus vinhos afamados em Angola, Moçambique, Brasil, China, entre outros países, representa uma «grande alavanca» para o equilíbrio da economia e de uma empresa que dá emprego a mais de 30 famílias e que pretende reforçar a posição no topo do sector vitivinícola da região e na área da competitividade. Aos consumidores, Leonor Freitas deixa uma palavra de apreço e agradecimento por tudo o que têm feito pela empresa. «Os nossos consumidores têm ajudado muito. Todos os prémios que ganhamos são aceites com grande alegria mas também com grande responsabilidade e eles sabem que qualquer um dos nossos produtos sai para o mercado com uma boa relação preço/qualidade. O Dona Ermelinda, o Quinta da Mimosa, o Casa Ermelinda Freitas – Trincadeira e Cabernet Sauvignon, e o Moscatel de Setúbal Superior são alguns dos exemplos do que se melhor produz nesta empresa que não pára de crescer no mercado nacional e internacional. António Luís
Prémios do coração A gerente Leonor Freitas, 60 anos, natural de Fernando Pó, licenciada em Serviço Social, representa a quarta geração de uma família desde sempre ligada à vinha. Foi ela a impulsionadora dos primeiros grandes engarrafamentos e comercialização com marca própria na empresa, em 1997, devido à sua visão empreendedora. Leonor Freitas elege como a distinção que mais marcou a empresa, o prémio de Melhor Vinho do Mundo, com o tinto Syrah, colheita de 2005, alcançado no Concurso Internacional Vinalies, em França, em 2008. E destaca, também, a Comenda da Ordem de Mérito Agrícola, atribuída pelo Presidente da República, Cavaco Silva, em 2009. Mas também já ganhou o Prémio de Inovação e Empreendedorismo, em Novembro de 2008, entregue pelo Ministro da Agricultura, e a medalha Municipal de Mérito Grau de Ouro, atribuída pelo município de Palmela, em 2010. Na área da Responsabilidade Social, não podemos esquecer o projecto “A Vida de um Vinho”, levado a cabo em 2012 com grande sucesso e que se tornou um exemplo na área do empreendedorismo a nível nacional e regional.
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ter s clu de ro tu fu
portos de sines e setúbal batem recordes e estão de olhos postos no canal do panamá
Quando as nossas plataformas portuárias mostram as suas armas Os portos da região têm registado um crescimento sustentado no movimento de mercadorias, principalmente nas exportações. O optimismo não impede os avisos à navegação para a necessidade de mais investimento nas infra-estruturas. Luís Filipe Sebastião
O
alargamento do canal do Panamá, permitindo a passagem de navios de maior dimensão, apresenta-se como uma das principais oportunidades de crescimento para os portos de Sines e de Setúbal. A administração das duas infra-estruturas portuárias defendem, no entanto, a necessidade de reforçar o investimento nas acessibilidades ferroviárias. O Governo está a preparar alterações na gestão dos portos nacionais. Um novo órgão institucional deverá ser criado, na esfera do Ministério da Economia, para assumir as decisões políticas e de organização do sector portuário. Para já, a administração do porto de Sines (APS) aguarda para ver o alcance das alterações. Por seu lado, Vítor Caldeirinha, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), considera que a fusão com o porto de Lisboa “será um factor positivo para o desenvolvimento dos três portos, da região e do país”, através da “racionalização de meios” e planeamento comum. As duas infra-estruturas portuárias evoluíram significativamente, nos últimos anos, ao nível de acessibilidades, gestão e simplificação de procedimentos. No caso de Sines, o terminal de gás natural 20 | semmais | 15 anos
reforçou, desde 2003, o transporte directo desta fonte energética, em paralelo com o gasoduto que entra no país por Espanha. Um ano depois entrou em operação o Terminal XXI, com um papel de relevo nos contentores. O porto de Setúbal assume-se também como uma plataforma logística intermodal, onde as exportações representam mais de 60% das mercadorias movimentadas. Sesimbra posiciona-se entre os três portos de pesca nacionais com maior volume de pescado transaccionado. PORTOS BATEM RECORDES ATRÁS DE RECORDES O movimento nos dois portos tem crescido. Sines atingiu em Maio máximos históricos de sempre, com um aumento de 29% nas mercadorias e de 72% nos contentores. Nos 3,6 milhões de toneladas movimentadas destacam-se os 1,8 milhões de toneladas do terminal de graneis líquidos, da CLT (grupo Galp Energia). Pelo Terminal XXI passaram 72.759 TEU (unidade de contentores de 20 pés), contribuindo para que esta infra-estrutura se aproxime do “ranking” dos 20 maiores portos europeus.
A evolução de 11% na comparação da carga movimentada em 2011 e 2012 permite encarar o futuro com optimismo. Ainda para mais levando em conta os 24% de crescimento, no mesmo período, da carga contentorizada. O concessionário do Terminal XXI lançou o concurso para a terceira fase de expansão, para assegurar uma capacidade anual na ordem dos 1,5 milhões de TEU. Para o futuro está reservada área destinada ao Terminal Vasco da Gama, com capacidade para 4,5 milhões de TEU. A administração do porto de Setúbal também tem motivos para sorrir. Até Maio, o movimento de mercadorias cresceu 18% na carga geral, comparando com o período homólogo do ano passado, ficando perto de 1,5 milhões de toneladas. O número de contentores subiu 1%, bem como em TEU (4%). O aumento do parque portuário de automóveis é apontado como um dos principais investimentos para melhorar a eficiência. O investimento nas acessibilidades ferroviárias à zona nascente do porto é outra prioridade “crucial” referida por Vítor Caldeirinha, como forma de potenciar o incremento “para cerca de 1 milhão de toneladas as mercadorias movimentadas de e para o porto”.
(A actividade logística e portuária em Setúbal) é compatível com o desenvolvimento das actividades ligadas ao mar e ao turismo
Vítor Caldeirinha, Presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra
O investimento nos acessos ferroviários é também reclamado para Sines, na ligação “entre o porto e o seu ‘hinterland’”, de modo a “encurtar a distância” até Madrid em cerca de 200 quilómetros e possibilitar a utilização de comboios de maior dimensão. “O eixo ferroviário Sines-Madrid-Centro da Europa será também fundamental na afirmação do porto de Sines enquanto porta atlântica da Europa”, salienta a administração. Este desafio ganha relevo com o alargamento do canal do Panamá, que permitirá a passagem de
navios de maior dimensão, a partir de 2014. A actividade logística e portuária em Setúbal, considera Vítor Caldeirinha, “é compatível com o desenvolvimento das actividades ligadas ao mar e ao turismo” de forma complementar, nomeadamente na aquicultura, náutica de recreio e mergulho. “Trata-se, igualmente, de abrir as frentes do rio Sado à cidade, à sua população e aos seus visitantes, possibilitando o usufruto destas actividades ligadas ao mar”, acrescenta o responsável da APSS.
O eixo ferroviário Sines-Madrid-Centro da Europa será fundamental na afirmação do porto enquanto porta atlântica da Europa Administração do Porto de Sines
Autoeuropa quer receber componentes por Sines O porto de Setúbal tem sido a principal porta de saída para os automóveis fabricados pela Volkswagen Autoeuropa e assim continuará a ser, esclarece Sandra Augusto, directora da Área de Logística da fábrica do grupo alemão. Mas a infra-estrutura portuária de Sines também pode vir a ser estratégica na movimentação de peças para a unidade fabril. Desde 1995, a Autoeuropa já exportou 1.622.011 veículos através do porto de Setúbal. Foi por aqui que, no ano passado, saíram por via marítima 84% das exportações da Volkswagen, com os restantes 16% encaminhados por via terrestre. Actualmente os navios oriundos da China que atravessam o canal do Suez
passam pela costa portuguesa em direcção a Hamburgo, onde é descarregada a carga e enviada por via terrestre para as fábricas da VW na Europa. Tendo em conta “o enorme potencial estratégico do porto de Sines”, Sandra Augusto adianta que está em estudo a criação “de um ponto de descarga que permitirá uma redução significativa do tempo de trânsito e custos logísticos” para a empresa de Palmela. A abertura do canal do Panamá a navios de maior dimensão, admite a responsável, permitirá “abrir uma frente marítima” de Sines para a América do Norte e do Sul, “posicionando Portugal como o ‘centro’ logístico das principais rotas comerciais mundiais”.
A técnica garante, porém, que para a Autoeuropa “um ‘hub’ com estas características prende-se essencialmente com a importação de componentes e matéria-prima para a sua actividade fabril, visto que o escoamento de produção manter-se-á em Setúbal”. O presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Vítor Caldeirinha, aposta também na criação de “um grande ‘hub’ automóvel de ‘transhipment’ intercontinental e de trânsito com Espanha”, em parceria com operadores portuários e logísticos, com a VW Logistics e outras marcas exportadoras e importadoras de automóveis.
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As dez maiores exportadoras do distrito valem cerca de 45% das 500 maiores empresas do distrito
A mega força da indústria de peso
Portucel, Galp Energia, Autoeuropa, Repsol, Lisnave e Secil são algumas das nossas maiores empresas. Valem muito do PIB nacional e continuam a marcar força exportadora. Sem elas a região seria bem mais pobre. Marta David
Q
ual é a região que se pode dar ao luxo de ter no seio do seu território quatro das maiores exportadoras do país, e outras tantas, numa segunda escala, que destinam os seus produtos quase em exclusivo para o exterior? Setúbal. A Galp Energia, com as suas refinarias em Sines, a Autoeuropa, em Palmela, a Portucel, na península da Mitrena, são três dos vários ‘monstros’ exportadores de que a região se pode orgulhar. Após o declínio das grandes plataformas industriais sedeadas no distrito, na década de 70, muito à base da indústria pesada e metalúrgica, a região soube manter e atrair, com as suas condições geográficas e logísticas privilegiadas, parques empresariais de dimensão internacional. As duas plataformas portuárias, Sines e Setúbal, são o eixo deste trunfo, e a melhoria acentuada das acessibilidades o seu encaixe perfeito. “Se as apostas estratégicas ferroviárias e alguns dos grandes investimentos projectadas fossem implementados, nomeadamente na área da logística, a região daria o seu salto definitivo”, confessa ao Semmais um especialista em economia. A região e os seus agentes, do grande tecido empresarial e do mundo da política reclamam algumas falhas que, segundo afirmam, têm “custos irrisórios”, com pequenos troços ferroviários ainda por
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realizar junto aos dois portos. Mas esses hiatos não têm comprometido a chegada das grandes apostas, como a nova fábrica de papel da Portucel, em 2009, num investimento contínuo que totalizou cerca de mil milhões de euros. Hoje, esta empresa, com a ajuda da sua unidade de Setúbal, representa cerca de 3 por cento do total das exportações nacionais. CONTRIBUTO NA BALANÇA COMERCIAL E PIB A Galp Energia, nas suas refinarias em Sines, a última das quais inauguradas este ano, apresenta actualmente uma capacidade de destilação de petróleo de 19,8 milhões de toneladas por ano, o equivalense a 220 mil barris por dia. Situada na maior rota mundial de petroleiros, alavancada por um porto de Sines que não para de crescer, a empresa é também uma das bases sólidas que concorre para a melhoria da balança comercial do país. E a Autoeuropa, mesmo com o arrefecimento dos mercados e do consumo de automóveis, nomeadamente no mundo ocidental, têm sabido tornear a crise, com a entrada em mercados emergentes, com a China à cabeça. Representando cerca de 1 por cento do PIB nacional, a unidade de Palmela é responsável por mais de 95 por cento dos automó-
veis produzidos em Portugal e este mês atingiu a marca de 2 milhões de veículos. Mas em 2010 as suas exportações valiam 10 por cento do total nacional e é a empresa almofada da região, dado o seu nível de empregabilidade, directo e indirecto, já que ‘alimenta’ um parque empresarial diferenciado e com provas dadas no mercado internacional. QUASE METADE DO VOLUME DE NEGÓCIOS NO DISTRITO A estes colossos, só na área da indústria há a juntar a Repsol Polímeros, em Sines, a Siderurgia Nacional, no Seixal, a Fisipe, Lusosider, no Barreiro, a Secil e a Lisnave, em Setúbal. Este grupo de empresas destina os seus produtos aos mercados exteriores em percentagens que se situam entre os 80 e os 90 por cento do total das suas produções. Os dados mais recentes, referentes a 2011, dizem bem do peso da indústria na região, sendo que as 10 maiores empresas exportadoras (estes dados não incluem a Galp Energia) representavam 43,63 por cento do volume de negócios das 500 maiores empresas do distrito. E hoje, no jogo estratégico que se vai promovendo na região entre os decisores locais e regionais, não é possível deixar de contar com a indústria pesada, com a sua dimensão dentro e fora de portas.
Outros destaques Lisnave e uma década de ouro Os estaleiros da Lisnave, na Mitrena, em Setúbal, são um dos orgulhos do tecido empresarial da região. A empresa, que exporta 98 por cento dos seus serviços, tem-se mantido no ‘top 5’ da reparação naval a nível mundial e tem torneado a crise. A história da empresa é ainda mais interessante, quando alguns dos seus quadros a detiveram por valor simbólico e a transformaram num colosso económico que honra o país. Nos últimos anos tem ultrapassado os 100 milhões de euros em volume de negócios.
PSA Sines é trunfo portuário
Só este ano foi concluída a terceira fase de expensão do chamado Terminal XXI, no Porto de Sines, entregue à gestão da PSA de Singapura. Mas é indubitável a importância desta aliança estratégica, porque é um dos trunfos que tem contribuído para fortalecer o crescimento daquela plataforma portuária. Com esta fase, o terminal fica em condições para movimentar 1,5 milhões de toneladas de TEU (valor que mede a carga contentorizada). O contrato de concessão foi celebrado em 1999 e entrou em actividade em 2004.
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A mega Ponte Vasco da Gama
O projecto venceu barreiras e as obras demoraram cerca de três anos. Mas nasceu e é hoje um dos ícones do distrito, desenvolvendo o eixo Montijo/Alcochete. São 17,2 km de travessia e foi criada para durar 120 anos. Em 2004 registou o melhor tráfego médio de sempre, com 67.680 carros e até está no Guiness por ter juntado, na sua inauguração 15 mil pessoas numa feijoada gigante.
Parque Luis Saldanha renasceu costa arrabina
Criado na sequência da interdição sazonal de pesca furtiva, o Parque ajudou a fazer renascer mais de 250 novas espécies junto à zona de costa arrabina. O centro de investigação ali existente é hoje um dos bons exemplos de protecção marinha do país. O seu ambiente marinho e costeiro, inclui dunas, plantas, aves e mamíferos marinhos, num centro nevrálgico da biodiversidade da zona.
Comunidade de golfinhos não desarma
Portinho Maravilha como cartão de visita
Em 2010, não sem alguma surpresa e numa eleição de âmbito nacional, o Portinho da Arrábida foi eleito como uma das ‘7 Maravilhas de Portugal’. Uma euforia que testemunha as belezas daquela zona paisagística de excelência. Esta distinção nacional não esconde, porém, as suas dificuldades de acesso e alguma falta de requalificação. E sendo um cartaz turístico além-fronteiras podia e devia ser mais acarinhado.
A comunidade de roazes corvineiros do estuário do Sado não cresceu, mas também não ficou sem futuro. Alguns novos bebés mantiveram o grupo e até no Tejo já se avistam novos exemplares para dar continuidade à espécie. A melhoria das águas e as mudanças climáticas têm contribuído para cruzamentos com outras espécies de golfinhos até então impossíveis de ocorrer. O trabalho dos biólogos e o interesse cada vez mais acentuado das autoridades também ajudam. A eliminação do tributil de estanho (substância utilizada na decapagem dos navios), por sua vez, fez renascer o aparecimento em grande escala das tão apetecíveis ostras do Sado e do Tejo.
Um mar de praias azuis e douradas
O investimento das autarquias nas nossas praias tem construído um legado para o futuro e a região conta hoje com bandeiras azuis na grande maioria das suas areias e águas. Azuis e douradas, com algumas a serem distinguidas igualmente com a chancela da mobilidade para deficientes. O destino turístico da região, na Península e na Costa Alentejana é cada vez mais apetecível e estes galardões são cartão de visita.
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destaque
O Grupo recebeu o galardão de “MELHOR EMPRESA DO ANO NA EUROPA” pelo “European Business Awards”, na sua edição de 2012/2013. O Grupo foi distinguido na categoria “Business of the Year” – organizações com um volume de negócios superior a €150 milhões, entre centenas de empresas das mais diversas áreas de actividade económica que se qualificaram a nível europeu.
a empresa investiu 1000 milhões de euros e continua a crescer
A
nova fábrica da unidade de Setúbal do grupo Portucel Soporcel, inaugurada em Novembro de 2009, foi considerada um dos maiores investimentos industriais de sempre em Portugal, com forte impacto nas exportações portuguesas. Este projecto, que colocou a empresa na liderança europeia do sector de papéis finos de impressão e escrita não revestidos, categoria onde se incluem os papéis de escritório, culminou um ciclo de investimentos cifrados em mais de mil milhões de euros, mantendo o estatuto de líder europeu na produção de pasta branqueada de eucalipto. A empresa é um dos ícones empresariais do País e a sua unidade de Setúbal, instalada na península da Mitrena, uma das suas ‘coqueluches’ tecnológicas, com rácios de competitividade exemplares. Só o ano passado, o Grupo teve um volume de negócios superior a 1.500 milhões de euros, valor que representa 1 por cento do PIB nacional, além ser ainda um dos principais criadores de riqueza para o País assegurando cerca de 3% do total de bens exportados. Os rácios operacionais da empresa são expressivos da sua importância no tecido nacional. Tem uma capacidade anual de produção de papel que ronda os 1,6 milhões de toneladas, 1,4 milhões de toneladas de pasta e 2,5 TWh de energia eléctrica. PRESENTE EM MAIS DE 110 PAÍSES NOS CINCO CONTINENTES Presente em mais de 110 países dos 5 continentes, o grupo Portucel Soporcel, com subsidiárias em vários cantos do mundo, conta com cerca de 2.300 colaboradores directos, sendo que 1.100 operam no Complexo Industrial de Setúbal. Com o investimento na unidade de produção de papel foram gerados 350 novos postos de trabalho, o que contribuiu para reforçar a capacidade de emprego directo da empresa. Este crescimento ímpar, tão relevante para a economia nacional, é um dos maiores orgulhos da indústria regional que, através destes investimentos, tem apostado também na sustentabilidade ambiental. Desde logo, a construção de uma central do co-geração de ciclo combinado, com turbinas de gás natural, um investimento de 75 milhões de euros, associado à nova fábrica de papel, que
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Grupo Portucel Soporcel: o negócio da pasta e papel que orgulha a região e o País permite a satisfação das necessidades de energia eléctrica da unidade. O Grupo tem-se distinguido igualmente pelo facto de ter seguido, com sucesso, uma estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias, que hoje representam mais de 60% das vendas de produtos transformados, merecendo particular destaque a marca Navigator, líder mundial no segmento Premium de papéis de escritório. A competitividade e as apostas recorrentes no desenvolvimento e modernização tecnológica, não esquecendo a redução dos impactos ambientais da sua actividade, são atributos estratégicos de uma empresa modelo, que também não descura a região e o País e que se reflete numa política responsabilidade social activa e permanente. Um exemplo da sua actuação nesse domínio é a iniciativa “Dá a Mão à Floresta”, concebida e dinamizada pelo grupo Portucel Soporcel, que obteve a distinção de Melhor Campanha de Responsabilidade Social no Grande Prémio APCE, realizado anualmente pela Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa. Esta distinção constitui um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo Grupo na área da comunicação organizacional e, em particular, no domínio da Responsabilidade Social na medida em que esta iniciativa, dinamizada em vários distritos de Norte a Sul do País, incluindo Setúbal, visa sensibilizar as populações, e em particular o público infanto-juvenil, para a necessidade de proteger e preservar a floresta nacional. O TRUNFO DO VIVEIRO DE ESPIRRA Uma das faces visíveis do compromisso sistemático de contribuir para a melhoria efectiva da floresta nacional é o Viveiro de Espirra. Situado em Pegões, o Grupo terminou recentemente um projecto de ampliação e modernização deste viveiro, um investimento para a região de 2,5 milhões de euros e que permitiu duplicar a sua capacidade de produção de planta clonal de eucalipto, sendo actualmente o maior e mais moderno viveiro de plantas florestais certificadas da Europa. Com uma capacidade de produção anual superior a 12 milhões de plantas, o Viveiro de Espirra é hoje uma referência mundial de eficiência e inovação tecnológica no domínio da produção de plantas.
Um exemplo do uso diversificado da floresta A Herdade de Espirra, por sua vez, estende-se por um território mais vasto ocupando 1.700 hectares. Para além dos viveiros de plantas florestais e ornamentais, a Herdade contempla culturas agrícolas, como vinha (37 ha) e pastagens, bem como diversas culturas florestais, com destaque para o eucalipto (650ha), sobreiro (500ha), pinheiro manso (300ha) e diversos povoamentos mistos. A área da vitivinicultura dá expressão à preocupação do Grupo com os aspectos de biodiversidade. Constituída por vinhas velhas de Castelão, já se produzem excelentes vinhos como o Herdade de Espirra e o Pavão de Espirra, com recurso a métodos tracionais no lagar e adega existentes no local. São vinhos premiados a nível nacional e internacional, tendo já conquistado uma medalha de ouro e dez de prata. É nesta herdade que também se encontram instalações do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel , onde a equipa responsável pelo programa de melhoramento genético tem vindo a desenvolver o seu trabalho científico. www.portucelsoporcel.com
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Educação privada de luxo ganha terreno
O
ensino privado explodiu na região de uma forma exponencial e os projectos que lhe têm dado forma e prestígio estão no topo a nível nacional. É uma realidade que acompanhou também a chegada de novos quadros com a implantação das grandes empresas no distrito e uma migração urbana e residencial. O Colégio St. Peters School é o exemplo paradigmática deste universo de qualidade, tendo permanecido, na última década, no ‘top tem’ de todas as escolas portugueses, públicas e privadas, mercê da sua excelência e da sua qualidade de ensino bilingue, com entrada quase garantida de alguns dos seus melhores alunos nas grandes universidades e academias do país e no estrangeiro. Colégios e externatos como ‘Frei Luis de
Sousa’, ‘Campo Flores’, ‘Guadalupe’, ‘Colégio do Vale’, ‘Atlântico’, ‘Minerva’ e, um outro segundo lote de instituições de menor dimensão, oferecem alternativas de ensino e de formação para a vida do melhor que se pode encontrar no país. Ao nível dos ‘melhores dos melhores’, estamos a falar de um universo escolar que atinge mais de cinco mil alunos, desde o básico ao secundário, que encontram à sua disposição instalações modelares, docentes experientes e pessoal qualificado para que a missão chegue ao fim com sucesso. É um dos orgulhos da região, num sector que esteve estagnado durante muito tempo e que cresceu muito ao sabor de projectos pessoais e de desafios de famílias empreendedoras ou de instituições já com alguma tradição no mercado.
Ensino superior atingiu metas A actual conjuntura veio quebrar o ritmo de crescimento do ensino profissional e superior na região. Em 2012 haviam inscrito nas escolas profissionais da região mais de seis mil alunos, tendo crescido entre 2005 a 2010 mais de 400 por cento. As câmaras deram ao sector um impulso relevante, com a criação de escolas com dimensão, lembrando apenas as de Setúbal, Montijo e Almada. A criação do Pólo Universitário do Instituto Politécnico de Setúbal, com extensão recente ao Barreiro, a Faculdade de Ciências e Tecnologia do Monte Caparica, em Almada, ou os dois polos do Instituto Piaget, Almada e St. André (para não falar da Universidade Moderna, já extinta) trouxe a veia académica de que o distrito necessitava. O universo escolar superior situa-se hoje à volta dos 10 mil alunos, mas já foi bastante mais expressivo. E o número de centros e unidades de investigação académica tem crescido de forma clara.
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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO Animação e Intervenção Sociocultural Comunicação Social Desporto Educação Básica Promoção Artística e Património Língua Gestual Portuguesa (noturno)
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DO BARREIRO Engenharia Civil (diurno e noturno) Gestão da Construção (diurno e noturno) Engenharia Química Biotecnologia
CET
Contabilidade e Finanças (diurno e noturno) Gestão da Distribuição e da Logística (diurno e pós-laboral) Gestão de Recursos Humanos (diurno e pós-laboral) ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Gestão de Sistemas de Informação Enfermagem Marketing Fisioterapia Terapia da Fala
Ensino Superior Público Oferta Formativa 2013-2014
28 | semmais anos Duração licenciaturas: 6 semestres|–15 cursos regime diurno | 8 semestres - cursos da ESS/IPS e regime noturno | 12 trimestres: Licenciatura em Tecnologia e Gestão Industrial
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE SETÚBAL
ESCOLA SUPERIOR DE
TECNOLOGIA DO BARREIRO Automação e Instrumentação Industrial Desenho e Projecto de Construções Mecânicas Construção e Obras Públicas Eletromedicina Técnicas de Laboratório Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação Gestão de Oficinas Automóvel Instalações Elétricas, Manutenção e Automação Qualidade Ambiental Sistemas Eletrónicos e Computadores Telecomunicações e Redes Desenvolvimento de Produtos Multimédia Estudo e Projeto de Sistemas de Refrigeração e Climatização
isabel simão, directora pedagógica do st. peter´s school
Somos uma referência de grande qualidade na área educativa
Que balanço faz dos 20 anos de actividade do colégio St. Peter´s School? Faço um balanço muito positivo. A comunidade onde nos inserimos entendeu e permitiu alargar os horizontes geográficos do colégio. Já temos alunos de Lisboa, Santo Estevão, Samora Correia, Almada e Sesimbra. Nos últimos anos, verificou-se um aumento geográfico considerável dos nossos alunos. Nós, na margem sul, com este projecto educativo de grande qualidade e com excelentes resultados, somos, de facto, uma referência. Almada estava fora do nosso âmbito e, hoje, já temos muitos alunos de Almada e Lisboa. Isto significa que o St. Peter´s School é um colégio de opção para muitas famílias. Aqui, nós marcamos, também, a diferença, pelo trabalho de grande proximidade e apoio que se faz junto dos alunos. Eles sentem-se confortáveis e tranquilos no nosso colégio e os resultados, no final do ano lectivo, estão à vista. Porque é que se rotula a vossa instituição de referência incontornável no panorama educativo nacional? O nosso colégio é uma referência educacional no panorama nacional na medida em que tem vindo a desenvolver um trabalho de grande qualidade. A sua perspectiva do ensino assenta no rigor, na qualidade, mas também, numa gestão de transparência. É uma escola que permite às famílias colocarem os seus filhos no Jardim de Infância e fazerem o seu acompanhamento até à sua entrada na universidade, o que representa um grande conforto para os seus progenitores. Além disso, também permite às famílias, ao longo do ano
lectivo, terem uma noção, do trabalho de grande qualidade que aqui se desenvolve. Trabalhamos, essencialmente, para tornar os nossos alunos, jovens de sucesso, que primem pelo trabalho e competência, ferramentas essas que vão perdurar por toda a sua vida profissional. Permite, ainda, que estes jovens façam as escolhas acertadas nas universidades, quer em Portugal, quer no estrangeiro, por forma a brilharem nas suas carreiras. Apostar num colégio de qualidade dá trabalho a todos nós, mas, o fundamental é preparar bem os alunos para o futuro. St. Peter´s School continua no topo dos rankings dos exames nacionais… Qual é o segredo deste sucesso? É não descansarmos, é não pensarmos que já está tudo dado como adquirido, é cada dia que passa tentarmos fazer mais e melhor e sermos muito exigentes e autocríticos connosco próprios, de modo a que cada ano que passa, sermos cada vez melhores. É este o segredo do nosso sucesso. O colégio de Palmela ministra um estilo de ensino baseado em que premissas? Apostamos num ensino bilingue. A grande carga curricular está na língua inglesa, não esquecendo a língua portuguesa. Mas, na realidade, hoje, apesar de sermos um colégio bilingue, somos, também, um centro de exames de Alemão, Espanhol e Inglês, e damos aulas de mandarim. E, além disso, os nossos alunos do 5.º ano começam a aprender Latim. Somos um colégio bilingue mas muito abertos a outras línguas, com a devida acreditação. Não basta ensinar a língua, é necessário que os conhecimentos dos alunos sejam acreditados pelas
entidades máximas em Portugal. Tudo decorre aqui dentro do nosso colégio, através de protocolos estabelecidos com diversas instituições. É uma mais-valia muito grande, para a grande competência futura dos alunos, que enriquecem aqui os seus conhecimentos na língua inglesa mas, também, noutras línguas que atrás já referi, porque, cada vez mais, vivemos hoje numa aldeia global. É isso que se pretende: uma educação ecléctica, abrangente e universal. Em termos de actividades extra-curriculares, quais são as mais procuradas pelos alunos? Temos cerca de 36 actividades extra-curriculares. As mais frequentadas são a natação, o ténis, o futebol, o râguebi e a dança contemporânea. Para o próximo ano lectivo, vamos arrancar com a equitação, porque surgiu-nos uma proposta interessante de uma nova empresa equestre. Mas também existem no colégio aulas de viola, guitarra, piano, ballet, esgrima, entre outras. Todas estas actividades encaixamse numa educação abrangente para que os alunos cresçam com um grande conhecimento geral. Projectos para o futuro? Vamos avançar com a melhoria interna do novo edifício do 2.º ciclo. É o único edifício do nosso colégio que não está uniformizado com o modelo dos restantes, o qual será dotado de melhores condições de trabalho para os alunos e professores.
Pavilhão gimnodesportivo em ‘stand-by’ De acordo com Engenheiro Armando Simão, o pavilhão gimnodesportivo, há muito ambicionado, teve de ser adiado. «Quando for oportuno, voltaremos a pensar no projecto, que já foi aprovado pelo Instituto do Desporto», frisa, acrescentando: «O projecto está concluído. É uma questão de nós compatibilizarmos as questões materiais com as institucionais», conclui. semmais | 15 anos | 29
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Os principais grupos estão instalados no distrito e com eles as grandes marcas âncora
Como os centros comerciais mudaram as nossas vidas
O Almada Fórum foi o primeiro a chegar de ‘armas e bagagens’. Estes centros de consumo vieram para ficar. O próximo é o Alegro em Setúbal. Roberto Dores
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7 de Setembro de 2002. Durão Barroso era o primeiro-ministro. E até esteve presente, ao lado de outros membros do Governo. Nem o bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, faltou ao acontecimento. E benzeu as instalações do Almada Forum. Estava inaugurado, afinal, o primeiro centro comercial do distrito, à época, o segundo maior do país. Foi uma espécie de balão de ensaio para o que viria a seguir. Montijo, Seixal, Alcochete e Barreiro também abriram portas às grandes unidades. Uma década depois, os hábitos de compras mudaram por cá. Ir ao centro comercial passou a ser quase um ritual de compras, mas também de passeio de lazer. Setúbal está na calha. Não é por acaso que a administração do Freeport considera a nuance turística como sendo cada vez mais importante. E até dá uma referência: pelo menos 15% das vendas são realizadas por turistas extra comunitários. Desde brasileiros, a angolanos, russos, chineses. «São muitos orientados para o turismo de shopping e à procura das grandes marcas a preços acessíveis. A procura de boas oportunidades é um dado transversal a todas as culturas», justifica o director geral, Nuno Oliveira. Mais recentemente o célebre outlet de Alcochete - que abriu ao público a 9 de Setembro de 2004 -inaugurou também o maior centro de congressos da península ibérica, em número de salas, com o objetivo de captar, justamente, o chamado «turismo de negócios». Uma tentativa de contrariar a tendência de Lisboa, que só não acolhe mais congressos internacionais por falta de infra-estruturas. «Ao atrairmos este perfil de visitantes estamos, por inerência, a traze-los para uma região que poderiam não ter outras
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oportunidades para visitar”, justifica o mesmo responsável, sublinhando o «balanço muito positivo» registado pelo Freeport de Alcochete, justificado com aposta nas «grandes marcas, grandes descontos», que tem projectado o centro comercial pelos país e além-fronteiras. «A oferta de marcas internacionais de prestígio não tem paralelo noutros espaços comerciais e é um factor crucial na captação de visitantes», insiste Nuno Oliveira, para quem o Freeport alterou os hábitos de compras dos portugueses. Desde logo, porque a crise tornou mais difícil ter acesso às marcas mais procuradas, que acabam por surgir no outlet a preços convidativos, «com descontos que podem atingir os 80%», diz. Também RioSul Fogueteiro (Seixal) alinha pela versão do «balanço muito positivo», desde a expansão do centro comercial em 2006, garantindo, diz a administração, «um elevado número de visitantes e altas taxas de ocupação de lojas», o que contribuiu para uma nova oferta com outras tendências. «Prova disso é que o RioSul Shopping já recebeu mais de 50 milhões de visitas, tendo a preocupação de se posicionar como um destino de conveniência e lazer», apostando, por exemplo, na promoção de acções destinadas às famílias, mas também às crianças. Aqui se inscreve o Rioland, um espaço infantil destinado a menores dos dois aos nove anos. Segundo os dados estatísticos disponibilizado pela empresa, actualmente, mais de 70% dos visitantes do RioSul Shopping visitam o centro, pelo menos, uma vez por semana, o que pode ser atribuído ao facto desta superfície exibir uma «oferta diversificada, onde é possível satisfazer várias necessidades de compra num único local.»
850 LOJAS NOS NOSSOS CENTROS COMERCIAIS
O Almada Forum tem uma área de construção de cerca de 110 mil metros quadrados com 262 lojas, apoiadas por estacionamento gratuito. Recebe mais de 18 milhões de pessoas por ano.
O Fórum Montijo conta com 47 mil metros quadrados. Foi um investimento de 130 milhões de euros. Oferece 160 lojas e 3900 lugares de estacionamento grátis. Estão abertos 24 restaurantes.
O Freeport continua a ser o maior outlet da Europa. 75 mil metros quadrados de área bruta arrendável. Tem mais de 140 lojas ao ar livre e aposta nas grandes marcas a baixo preço. O RioSul Shopping, no Seixal, dispõe de 140 lojas, um parque infantil e estacionamento gratuito. Pertence ao grupo Sonae Sierra, tendo sido inaugurado em Março de 2006. O Fórum Barreiro oferece 109 lojas num espaço comercial ao ar livre, mas que conta com um telhado. Foi inaugurado em Novembro de 2008. Tem 12 restaurantes e parque de estacionamento pago. O Barreiro Retail Planet (Coina) centra-se na confluência dos eixos rodoviários e ferroviários privados e públicos da península de Setúbal. Tem 40 lojas e 1750 lugares de estacionamento.
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dos 163 milhões de euros previstos, já foram investidos 159
21 ETARs da Simarsul revolucionam águas residuais
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Simarsul tem vindo a desenvolver investimentos necessários na última década para que possam ser atingidos os desejáveis níveis de atendimento esperados e para que sejam cumpridas as obrigações decorrentes da legislação e das políticas ambientais, prestando um serviço público de saneamento de águas residuais com níveis de qualidade de serviço adequados. Dentro da configuração prevista para o Sistema Intermunicipal, estão em pleno funcionamento 21 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Em termos de cobertura de serviço de saneamento, passou-se de 25% em 2004 para cerca de 86% em 2011. Após a entrada em funcionamento da ETAR de Barreiro/Moita e do Seixal, que foram inauguradas também em 2011, registou-se um acréscimo significativo de 89% em 2012 que, após a realização de todos os investimentos, atingirá 95%. O plano de investimentos está praticamente concluído, tendo sido nos oito anos de actividade de empresa contratado um valor de 163 milhões de euros de investimentos em obras, dos quais 159 milhões estão executados. Para a concretização destes montantes, foi fundamental o financiamento comunitário atribuído pelo Fundo de Coesão da União Europeia e pelo Programa Operacional Valorização do Território (QREN), no valor de 64,6 milhões de euros. INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Além da actividade de concepção, construção, operação e manutenção de infraestruturas modernas, como as ETAR, a empresa tem promovido essencialmente ao nível de I&D o desenvolvimento de soluções internas, em resultado de algumas especificidades das suas instalações, como é por exemplo o estudo de viabilidade do aproveitamento energético do biogás em instalações de digestão anaeróbias a frio. Paralelamente, a Simarsul tem mantido parcerias com várias instituições de ensino no apoio à realização de projectos de investigação e dos quais resultaram teses de mestrado e doutoramento, destacandose o estudo de viabilidade do uso de óleos e gorduras removidos em ETAR para produção de biodiesel. Além do tratamento de dados e a publicação de comunicações para divulgação interna e/ou externa estão, também, em curso outros projectos tais como a Monitorização
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do Estuário do Tejo, a reclassificação das areias, a simulação de vários cenários de qualidade microbiológica das águas residuais tratadas nas ETAR com o objectivo de permitir uma qualidade de água microbiológica menos exigente, bem como a submissão de propostas de Patente ou Modelos de Utilidade. A actividade da Simarsul está também profundamente ligada à valorização e protecção do ambiente, tendo como objectivo central assegurar, com qualidade, o saneamento de águas residuais da sua área de concessão e promover soluções para a protecção do ambiente. A empresa tem assim assumido uma função estruturante no sector do ambiente, contribuindo de modo decisivo para a gestão dos recursos disponíveis nos concelhos onde opera e para a prossecução de políticas públicas e dos objectivos nacionais no domínio do ambiente, tornando-se cada vez mais comprometida e solidária com a sua envolvente, contribuindo de forma decisiva para a sustentabilidade ambiental, económica e social. Dadas as características das empresas do sector do tratamento de águas residuais, a Simarsul tem tomado medidas na tentativa de minimizar o seu impacte e mais concretamente a sua “pegada ecológica” com medidas de redução e “contra pegada”, destacando o investimento em capital natural e as apostas em energia renováveis. Estas medidas envolvem práticas racionais de eficiência no uso da água e energia, tais como a reutilização de efluentes tratados para rega e lavagens nas infraestruturas, a utilização de painéis solares para aquecimento de água, bem como a valorização dos subprodutos, nomeadamente a transformação de biogás em energia térmica e eléctrica e o encaminhamento das lamas para valorização agrícola. COMPROMISSO DE REDUÇÃO DA PEGADA ECOLÓGICA A Simarsul foi a primeira empresa portuguesa a subscrever com a Quercus um compromisso de redução da pegada ecológica, comprometendo-se a implementar um plano de redução e compensação da sua pegada ecológica que visa a sua melhoria contínua e o “investimento em capital natural”, assegurando a preservação de uma zona húmida de importância internacional, a Lagoa Pequena, situada
junto à Lagoa de Albufeira, em Sesimbra. Esta parceria permitiu, ainda, um reforço nas acções de sensibilização à comunidade, contribuindo, para uma maior consciencialização da população para a importância da actividade da empresa na melhoria ambiental da região. Complementarmente, salientam-se, entre outras iniciativas de monitorização, preservação do ambiente e da biodiversidade, a prossecução de actividades que a empresa tem a cargo no âmbito do projecto Envitejo, em conjunto com a ARH Tejo/APA e a Simtejo, nomeadamente o “Sistema de Monitorização Ambiental – Bóia instrumentada colocada no Tejo” e o desenvolvimento do “Modelo Atmosférico”, que têm como objectivos específicos a remodelação do sistema de monitorização do estuário e das linhas de água adjacentes, para apoio à gestão e à minimização dos riscos, e, ainda, à educação ambiental e à interacção com o público. Como resultado dos investimentos realizados nos últimos anos no tratamento de efluentes domésticos no estuário do Tejo, para além da recuperação da fauna e da avifauna e, sobretudo, das espécies conquícolas, há a destacar o facto de, pela primeira vez, uma praia estuarina (a Ponta dos Corvos, no Seixal) ter sido classificada, conforme foi recentemente destacado no âmbito da divulgação dos indicadores de qualidade das águas balneares a nível nacional.
A Simarsul, à lupa A Simarsul é a empresa concessionária do Sistema Intermunicipal de Saneamento de Águas Residuais da Península de Setúbal e foi constituída em 8 de Novembro de 2003 através do Decreto-Lei 286/2003. A actividade da empresa, que detém em exclusividade a concessão, recolha, tratamento e rejeição de efluentes em oito dos municípios que fazem parte da península, foi iniciada um ano depois. O sistema abrange uma área de 1450 km2, tendo a empresa a responsabilidade de assegurar a sua exploração e gestão por um prazo de 30 anos. O sistema gerido pela Simarsul foi dimensionado para tratar de um caudal médio diário de cerca de 160 mil m3 de águas residuais urbanas, correspondente a uma população de 1,4 milhões de habitantes, assente numa solução técnica que envolve a construção, remodelação e beneficiação até 2034 de 28 ETAR, 130 estações elevatórias e 420 km de emissários e condutas elevatórias.
SEMMAIS
15 ANOS
Um projecto que nasceu para servir o jornalismo e a região de Setúbal O jornal Semmais é herdeiro da revista Semmais, um projecto ímpar na região de Setúbal nascido no início dos anos 90. O seu lançamento como periódico semanal foi uma lufada de ar fresco no panorama da imprensa regional no distrito de Setúbal. Quinze anos passados continuamos com a mesma linha estratégia em nome do jornalismo, do leitor e da região.
Linha editorial, ousadia gráfica e plataformas digitais Ao longo dos anos, o projecto Semmais acompanhou de perto e os constrangimentos, os impasses e a evolução do distrito. Promovemos debates, lançamos desafios e cadernos temáticos que abarcaram toda a vida do distrito, nos seus múltiplos sectores. Um investimento jornalístico de monta, reconhecido pelo distrito. Fomos sempre inovadores na estratégia editorial e ousados do ponto de vista da imagem e do design gráfico. E mesmo contra as dificuldades de mercado, fomos sempre pioneiros em iniciativas de marketing e de campanhas em todo o distrito. Acompanhando os novos tempos e o advento das novas tecnologias, o Semmais esteve sempre na linha da frente, com portal na web e presente em todas as plataformas digitais. 34 | semmais | 15 anos
Estágios, Emprego e Carreira Ao longo destes quinze anos, o Semmais foi receptor de dezenas de jovens estagiários que passaram pela redacção do jornal e tomaram contacto com todas as suas rotinas. Muitos deles tiveram aqui, em fase mais ou menos prolongada, a sua primeira experiência de emprego e alguns outros seguiram carreiras ainda hoje brilhantes no panorama da imprensa de expansão nacional, na imprensa escrita, na rádio e na televisão. Com relações privilegiadas com a Escola Superior de Educação, mas também com institutos, faculdades, escolas profissionais e secundárias, a passagem pelo Semmais destes jovens candidatos à difícil e exigente carreira jornalística fez ‘escola’ e os seus nomes ficarão sempre ligados à história deste jornal.
Ligações ao Expresso com notoriedade acrescida O Semmais foi um dos cinco jornais regionais a nível nacional fundadores da Rede Expresso e fez parte, desde sempre, da sua comissão executiva. As ligações ao Grupo Impresa são antigas, sendo que esteve para avançar em diário em Setúbal sob a chancela da Sojornal, liderada por Francisco Pinto Balsemão e proprietária do Expresso. Mais recentemente, há cinco anos, o Semmais foi a segunda publicação do país a integrar o conceito de distribuição o principal jornal nacional, no quadro do distrito de Setúbal. Uma parceria que aumentou a dimensão e o prestígio do nosso jornal.
Conferências como prova de prestígio O estatuto de jornal de referência do Semmais está bem patente no conjunto de conferências que tem vindo a realizar sobre temas da actualidade em cada momento. Desde o ano 2000 que através deste instrumento de debate que o projecto marca a sua ligação à região e aos seus agentes, económicos, políticos, sociais e culturais. O primeiro ciclo ocorreu no Instituto Polítécnico de Setúbal. E em 2008, sob o lema “Região de Setúbal – Oportunidades de Desenvolvimento levou a cabo a maior conferência alguma vez realizada no distrito, em parceria com um grupo alargado de instituições, que juntou mais de 50 palestrantes e cerca de 400 participantes. Entre outras, o ano passado realizou a conferência “Novos Caminhos para o Cluster Agrícola da Região de Setúbal”. Estes ciclos de debate contaram sempre com figuras e especialistas nas diversas matérias, membros dos vários governos e destacados dirigentes da região. Uma prova da força, da dimensão e do prestígio do jornal.
Relação com a região consolidada
Dimensão e referência sempre em alta
As relações do Semmais com a região são longas e espelham o perfil estratégico e editorial de coesão com as instituições e agentes do distrito. Durante mais de uma década transportámos a marca do Vitória de Setúbal, da Associação dos Empresários da Região de Setúbal, da Associação do Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal e de muitas outras entidades regionais. Fizemos parte do Conselho Consultivo da Escola Superior de Educação de Setúbal e lançamos cadernos que fazem parte, hoje, de um cardápio editorial próximo de um Observatório Económico e Social. A chancela de “Com a região e pela região” é uma das razões basilares deste projecto.
A dimensão do Semmais mede-se pelo facto de ser o único jornal de referência da região e o único que chega a todos os concelhos do distrito, da península de Setúbal e da Costa Alentejana. As suas tiragens, próximas dos 40.000 exemplares por semana, e a suas políticas de ‘sobra zero’ oferecem esse corpo sólido de aumento substantivo de leitores e de audiência. É um jornal lido com atenção redobrada pelos quadros superiores, agentes políticos e profissionais liberais, a base da sua sustentabilidade. E respeitado pelas instituições da região como nenhum outro da história recente do sector.
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Citações Semmais
“É um jornal de referência, incontornável na região, moderno, de qualidade, que informa com ética e rigor. Um veículo útil e já indispensável”2011
“O Semmais tem projectado a região e valorizado a sua riqueza histórica, cultural, económica e social. Destaco a atenção ao mundo empresarial” 2011
Manuel Malheiros, ex-governador civil
“A imprensa escrita tem um papel fundamental na coesão regional e o Semmais tem sabido desempenhar essa missão com esforço e prestado um apoio muito positivo na defesa do distrito” 2005
Melo Pires, director-geral da Autoeuropa
“Informação isenta, transparente, para todos aqueles que procuram manterse actualizados sobre tudo o que se passa na região” 2010 Sousa Marques, Presidente da AFS
Carlos Sousa, ex-autarca
“Felicito o Semmais pelo contributo que tem dado, para que Setúbal seja cada vez mais uma obra de todos e para todos” 2009
D. Gilberto, Bispo de Setúbal
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requalificação urbana ribeirinha tem tido avanços e recuos
Metamorfoses e milhões de euros à beira-rio
Demorou e demorou… mas os investimentos na frente ribeirinha do distrito deu os primeiros passos. Pena que agora tenham ficado travados ou em banho-maria. Mas que bem que se está à beira-rio. Roberto Dores
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manhã é de Junho e até corre uma aragem por entre os azuis simultâneos que pintam o Sado e o céu. O sol promete aquecer. Mas só lá mais para perto do meio-dia. Nada que impeça os primeiros banhistas de marcar lugar em pleno areal da recuperada praia da Saúde. Guarda-sol, toalhas e protector, já agora. A placa lá continua a avisar que a zona é perigosa e interdita a banhos. Mas Américo Pardal está “tranquilo”. Diz que “toda a vida” ali mergulhou, pelo que se o neto quiser ir à água, pois que vá. «Nunca aconteceu nada de grave», justifica. Com ou sem mergulhos uma coisa é certa: Setúbal ganhou um indiscutível espaço de lazer, onde além de sol e mar, não falta quem ande de bicicleta ou, simplesmente, queira caminhar. Também lá está o bar de apoio, que tem chegado a animar as noites sadinas. A intervenção na praia da Saúde, alicerçada na requalificação da zona ribeirinha, traduz uma das principais «metamorfoses» em que apostaram alguns concelhos do distrito, para tentarem tirar partido dos rios que banham as localidades, depois do estado de degradação acumulada ao longo de décadas. «Só é pena a praia não ser mais cuidada. Porque isto de se ter uma praia e uma vista destas, quase à porta de casa, é um luxo», admite Américo Pardal, recordando os tempos em que se pagava «uma ninharia» para se ir fazer praia a Tróia, lamentando que “hoje seja quase proibido para quem ganha tão pouco de reforma.” Mas a recuperação da praia, que, para já, ainda não tem estatuto de balnear, é
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apenas mais um exemplo do impacto na sociedade da intervenção junto ao rio. Já em 2008, a inauguração do Parque Urbano de Albarquel surgia como uma espécie de novo rosto da dinâmica que o sector turístico pretendia alcançar. A adesão não se fez esperar a este espaço polidesportivo, com bancada virada para o rio, miradouros, caminhos pedonais, parqueamentos e um pequeno parque infantil. Não falta restaurante, bar com esplanada e os respectivos sanitários. Do parque à praia foi um pequeno passo, sobretudo na maré vazia, apesar de a zona também ser interdita a banhos. O RUAS DE ALCÁCER E O A PENÍNSULA EM MARCHA Mais a Sul, Alcácer do Sal aventurou-se quase a virar a ala ribeirinha do avesso, pondo em marcha o designado projecto RUAS (Regeneração Urbana de Alcácer do Sal), que já avançou no terreno, no qual se inscreve a despoluição do Sado. O programa abarca ainda a requalificação arquitectónica da cidade, visando «limpar, tratar e ordenar», sublinha o presidente da edilidade Pedro Paredes, o espaço dedicado às esplanadas e ao estacionamento, num investimento global de 2,5 milhões de euros. «É uma obra de conforto urbano, que surge em contraciclo com o resto do país, devido à nossa boa situação financeira, porque tivemos juízo», sublinha, congratulando-se por estar a investir na «melhoria do concelho, gerando emprego e fazendo
com que a cidade não esteja parada.» Diz-se por estas bandas, quase em surdina, que talvez os golfinhos voltem, um dia, a aparecer em Alcácer, depois de tempos idos em que os famosos roazes corvineiros procuravam comida ali mesmo. Também no Barreiro há mudanças. Agora nas margens do Tejo, onde se aposta forte numa praia fluvial em Alburrica, com vista privilegiada sobre Lisboa. A intervenção já decorre há mais de três anos e ambiciona levar uma autêntica «revolução» até à zona ribeirinha da cidade, com um investimento na ordem dos 11,2 milhões de euros. O vereador Rui Lopo fala numa «requalificação paisagística naturalizada», numa alusão ao facto de não se tencionar colocar por ali árvores ou arbustos que não sejam autóctones. Para já, está feita a consolidação da margem com pedra, uma vez que a maré já galgava para dentro da caldeira do Moinho do Cabo. Esta obra permite o acesso à zona dos Moinhos, sendo considerada pelo autarca como a intervenção «mais importante». Em marcha está agora a construção do passadiço, que se irá estender desde os moinhos de vento, até ao moinho pequeno, estando ainda em carteira a requalificação das ruas Miguel Pais e da avenida Bento Gonçalves, com repavimentação dos passeios e realinhamento da arborização, colocação de ilhas ecológicas, requalificação da iluminação e continuação do sistema de saneamento. Já o Montijo tenta reforçar a centralidade da cidade com a requalificação do parque
ribeirinho, através de um investimento superior a três milhões de euros, mudando a face à frente da urbanização dos pescadores, distribuído por uma zona de três hectares, que compreende novas zonas pedonais e de ciclovia, parque infantil, equipamentos desportivos e de contemplação da natureza. A edilidade salienta que o grande objetivo visa criar uma mata de transição entre o espaço natural do rio e o espaço artificial da cidade. AMBICIOSA ENGENHARIA EM ALCOCHETE Ali ao lado, Alcochete aposta numa ambiciosa obra de engenharia, entrando a muralha cerca de 15 metros no próprio rio, permitindo a construção de um passeio marítimo, com uma extensão de dois quilómetros. O projecto prolonga-se desde o célebre Miradouro Amália Rodrigues, com vista sublime sobre a capital, até ao final da Avenida D. Manuel I, com o grande objectivo de «aproximar as pessoas do Tejo», sublinha o presidente da câmara, Luís Franco. A inauguração da obra está prevista para Novembro, revela ainda o autarca, sendo que o futuro passeio será exclusivo a peões e bicicletas, dotado de zonas de «convívio e lazer», onde não vai faltar o apoio da restauração e actividades náuticas. Este projecto, que resulta de uma parceria entre a edilidade e o Porto de Lisboa, pretende ainda dinamizar a economia local.
Enquanto isso, o Seixal quer a sua baía com novo rosto, prevendo a ligação do passeio ribeirinho entre Amora e Seixal (oito quilómetros), assim como a qualificação dos núcleos urbanos, a recuperação de equipamentos culturais, a dinamização da náutica de recreio e dos núcleos empresariais, de acordo com o presidente do município, Alfredo Monteiro. A requalificação desta frente ribeirinha foi anunciada para este ano, após um investimento total de 20 milhões de euros. COSTA DE CAPARICA FICOU PARA TRÁS Enquanto com maior ou menor dificuldade, as várias requalificações ribeirinhas foram avançando alicerçadas no programa Polis, a Costa de Caparica nem chegou a concluir metade dos planos que tinha projectados. A sociedade gestora deverá ser liquidada até junho de 2014, segundo já anunciou o Governo, acionista maioritário com 60%, à câmara de Almada, detentora de 40% da sociedade. Dos sete planos de pormenor apenas dois foram concluídos. Faltam cerca de cem milhões de euros para deitar mãos aos restantes cinco. A câmara de Almada adjetiva esta decisão de «certidão de óbito». Apenas os 26 apoios de praia – restaurantes e bares – localizados ao longo da frente marítima ficaram concluídos há cerca de quatros anos, juntamente com o parque urbano, mas a indefinição em torno do
futuro do bairro do “Campo da Bola” tem desesperado as cerca de 200 famílias que ali habitam. É hoje a zona mais degradada daCosta. Sem a demolição do bairro nem vale a pena pensar no projeto de abertura desta zona da cidade à frente de mar, com dois locais destinados à construção de uso maioritariamente habitacional. Os três parques de campismo lá continuam na frente de praias, quando já deveriam ter ido abaixo há vários anos. A degradação continua nos velhos edifícios da zona rural, conhecida como Terras da Costa, enquanto a recuperação e estabilização das dunas entre as praias da Rainha e Bela Vista também ainda estão por realizar.
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bluebiz global parques
um parque vocacionado para potenciar o seu negócio
A aicep Global Parques, tem vindo a apostar cada vez mais no estabelecimento de parcerias e na criação de sinergias entre empresas, para o desenvolvimento do BlueBiz, o Parque Empresarial da Península de Setúbal. Esta estratégia aliada às características do Parque e da região e ao modelo de negócio praticado têm proporcionado uma boa dinâmica. EXCELENTE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA O BlueBiz está estrategicamente situado na proximidade a Lisboa, a 6 km do Porto de Setúbal e a 300m de um acesso à rede de autoestradas e de uma Estação de caminho-de-ferro de mercadorias. A proximidade ao aeroporto internacional de Lisboa e às fábricas da Autoeuropa em Palmela e da Embraer em Évora torna-o uma localização muito interessante, nomeadamente para empresas do setor aeronáutico e automóvel.
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UM MODELO DE NEGÓCIO ATRATIVO No BlueBiz o modelo de negócio adotado é o de o aluguer de espaços à medida, em vez de aquisição de imóveis, o que permite a concentração de capital de investimento na atividade a desenvolver na fase de arranque do negócio. A oferta aposta na flexibilidade em que o custo de upgrading da oferta standard para uma oferta com características especiais, solicitadas pelo cliente, poderá ser compensado através de uma diluição nas rendas durante um dado período do contrato ou através de uma sobretaxa na renda acordada. A OFERTA DE SOLUÇÕES À MEDIDA Com base nas especificidades do projeto de investimento, a equipa técnica da aicep Global Parques aconselha a área de instalação mais adequada no BlueBiz. Após esta escolha, os requisitos do projeto são analisados para garantir que as necessidades do cliente, em termos de dimensão, soluções construtivas, entre outras, são efetivamente cumpridas. AMBIENTE DE NEGÓCIOS FAVORÁVEL NO CAMINHO DO SUCESSO O BlueBiz celebrou um protocolo com o IPS, Instituto Politécnico de Setúbal, concedendo privilégios especiais a empresas instaladas no parque, nomea-
damente no acesso a recursos humanos qualificados, possibilidade de realização de acesso a cursos à medida das necessidades e utilização de várias instalações do IPS (refeitório, equipamentos desportivos, auditórios). As fortes parcerias, a cooperação e sinergias entre as empresas instaladas e as entidades locais são uma realidade que promove a facilidade em desenvolver novos projetos nesta região. A aicep Global Parques disponibiliza toda a informação sobre a empresa e seus produtos na sua página web, globalparques.pt. Existe a maior disponibilidade para acompanhar uma visita ao BlueBiz ou a outro parque sob sua gestão, ou apresentação dos seus serviços que acompanham a instalação de empresas em Portugal. UMA HISTÓRIA DE SUCESSO a Lauak, uma empresa de componentes para a aeronáutica, iniciou a sua atividade no BlueBiz em Agosto de 2008 e aumentou constantemente o seu negócio, área ocupada e número de empregados. Logo após, a Mectop, uma empresa metalomecânica, instalou-se no BlueBiz para estar mais próxima do seu cliente Lauak. Múltiplas parcerias e sinergias estão a ser desenvolvidas neste Parque Empresarial focadas no setor aeronáutico.
Contas do ambiente
Um percurso exemplar
João Lobo, Presidente da Câmara Municipal da Moita
Nos dias de hoje, comemorar 15 anos de vida de um jornal regional é um feito louvável. Tanto mais se o jornal em causa continuar com a mesma dinâmica que o fez nascer, acompanhando a par e passo o desenvolvimento da região de Setúbal, dos municípios e da vida local, fomentando a informação e a participação das pessoas na vida das suas comunidades. Quando o contexto nacional é de retrocesso a todos os níveis, quando os media nacionais estão cada vez mais distantes da realidade do país – também por falta de recursos financeiros e humanos –, a sobrevivência dos jornais regionais torna-se ainda mais fulcral para o esclarecimento dos cidadãos, para o debate de ideias e soluções que possam contribuir para ultrapassar as dificuldades impostas por uma ofensiva governativa que pôs em causa todas as conquistas alcançadas no desenvolvimento do País e das comunidades locais. Por isso, os nossas sinceras felicitações ao Sem Mais, pelo seu percurso exemplar. Fazemos votos de que a nossa região de Setúbal encontre as necessárias sinergias para fazer face aos tempos difíceis que atravessamos e que as populações, juntamente com as autarquias que as representam – os Municípios, mas também as Freguesias – continuem a lutar pelo desenvolvimento, pelo seu património e identidade, pela manutenção dos serviços públicos que estão a ser alvo de uma campanha de privatização por parte do Governo, como é o caso do abastecimeno de água, tratamento de resíduos e saneamento, o que só iria agravar ainda mais as condições de vida. Pela nossa parte, não vamos baixar os braços; reafirmamos o compromisso de continuar a contestar a reorganização administrativa que cortou do mapa dezenas de freguesias no nosso distrito, quatro das quais no Município da Moita, a defender a gestão pública do abastecimento de água e a concertar esforços com todas as forças vivas da região de Setúbal pela construção de comunidades mais desenvolvidas, mais solidárias e com uma melhor qualidade de vida para todos.
Francisco Ferreira - QUERCUS
“Sacrificámos muitas áreas mas o desenvolvimento económico não avançou” Francisco Ferreira, coordenador nacional das áreas da Energia e Clima da Quercus-Associação Nacional de Conservação da Natureza, apresenta-nos um balanço dos aspectos positivos e negativos, da última década, na área ambiental. Aspectos Positivos
Aspectos Negativos
- A candidatura da Arrábida a Património Mundial. Independente de vir a ser aceite ou não, tem sido um aspecto mobilizador da região porque envolve os concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela. Penso que é um sítio marcante da nossa região que merece essa distinção.
- A ocupação, que continua a existir, em várias áreas de Reserva Ecológica Nacional, de Rede Natura 2000, de Reserva Agrícola Nacional… Persistem os atentados e, em alguns casos, tomámos decisões inconsequentes porque a crise veio mostrar que muitos empreendimentos turísticos não eram viáveis, como aqueles que foram ‘desenhados’ para o Litoral Alentejano e Mata de Sesimbra. Sacrificámos muitas áreas mas o desenvolvimento económico acabou por não avançar.
- Todo o trabalho que se fez em termos de saneamento básico. Esta aposta veio melhorar o Estuário do Tejo, a praia da Ponta dos Corvos, bem como uma série de outras praias que viriam a ganhar a qualidade de Ouro. Tudo isto mostra o reflexo do esforço que foi feito em termos de saneamento. Neste momento, toda a população da região está abrangida por sistemas de tratamento de águas residuais. - As infraestruturas de transporte que foram construídas na região vieram melhorar a mobilidade das populações. O Metro Sul do Tejo, o comboio da Fertagus, as ciclovias e as melhorias nas ligações mais a sul são exemplo desse desenvolvimento há muito desejado.
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- Os centros históricos estão a ficar, cada vez mais, desertos. Não tem havido, na última década, capacidade das autarquias de fomentarem a atractividade que se impunha nas zonas mais antigas de várias vilas e cidades. Isso está a acontecer em Setúbal, Almada e noutros concelhos da região. - Não deveríamos esquecer um conjunto de aspectos ambientais que infelizmente continuam na ordem do dia e a provocar alguns problemas à região. Por exemplo, a qualidade do ar. Ultimamente, a região tem tido problemas com o ozono, a concentração de partículas são elevadas e, em algumas zonas, estamos a ultrapassar os valores de ruído. Por outro lado, a indústria nem sempre conseguiu cumprir todos os objectivos a que se tinha comprometido, como é o caso da salvaguarda do meio envolvente. Como exemplo, foco os maus cheiros provocados pela Portucel.
Os Grandes Falhanços
Uma fasquia de qualidade muito elevada
Augusto Pólvora, Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra
Apesar de não estar familiarizado com as rotinas de uma redação, tenho a consciência que editar todas as semanas um jornal que abrange uma região tão vasta e diversificada como a Península de Setúbal não é tarefa fácil. Exige conhecimento profundo de várias realidades locais, experiência, profissionalismo, independência e, acima de tudo, grande entrega e dedicação de todos os profissionais que levam esta tarefa a cabo. O Sem Mais consegue-o há 15 anos, ininterruptamente, e com a fasquia da qualidade sempre bastante elevada, o que me leva a afirmar, sem grandes dúvidas, que integra o lote dos melhores exemplos da imprensa regional portuguesa. Por tudo isto espero, sinceramente, que se mantenha por muitos anos, e que continue a dar-nos as novidades da nossa terra, tantas vezes ignorada pela comunicação social nacional. Não posso esquecer que embora esteja sediado em Setúbal e abranja todo o distrito, é um jornal que tem na sua equipa muito da alma sesimbrense. Parabéns por 15 anos de bom jornalismo.
A
região que um dia um certo ministro considerou um “deserto” tem assistido a um infindável conjunto de falhanços, devido aos avanços e recuos das administrações centrais. O novo século pareceu ser o período dourada do distrito, tal o conjunto de investimentos que se anunciaram com pompa e circunstância. Numa luta titânica, onde pela primeira vez o distrito e os seus agentes se agigantaram, foi possível vislumbrar a chegada do Novo Aeroporto de Lisboa, em terrenos situados perto do Campo de Tiro de Alcochete. Esteve quase, mas a crise e depois de muitos milhões gastos em estudos e mais estudos, o projecto foi arrumado na gaveta, não sendo espectável a sua retirada tão cedo. Com ele foi definhando também a Terceira Travessia do Tejo Barreiro-Chelas, com variante ferroviária, um empreendimento há décadas reclamado pela Margem Sul. Este investimento estruturante continua ainda em cima da mesa dos agentes políticos locais, mas deverá tardar, e muito. Ainda na área da mobilidade, ganhou-se o Metro Sul do Tejo, uma pequena revolução com alguma polémica pelo meio, mas necessariamente um projecto com pernas para andar. Todavia ficou a meio, porque não atingiu os rácios de passageiros que seria suportável na sustentabilidade do investimento e porque a dona crise lembrou-se de chegar a todo o gás. O mesmo ocorreu com a coqueluche económica prevista para a região logística. Um cluster de aposta forte, urgente, mas que se encontra ferido de morte e quase moribundo. A Plataforma Logística do Poceirão, faz que anda, mas não anda. E com isso o distrito vai perdendo uma das suas bases futuras. Apresentado como a grande metamorfose para a requalificação definitiva dos territórios desagregados da Siderurgia Nacional (Seixal), Quimipar-
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que (Barreiro) e Margueira (Almada), o Arco Ribeirinho Sul apenas precisou de uma mudança de governo para saltar dos carris e embrenhar-se nas grandes incógnitas do futuro. Ainda há alguma vontade, mas não é a mesma coisa. A mesma vontade verifica-se na recomposição da Fundação das Salinas do Samouco, circunvizinha da nova Ponte Vasco da Gama, e um dos mais expressivos ecossistemas da região. Nunca conseguiu impor-se e afundou quase de forma irreversível. Em completo naufrágio esteve e ainda em estado de salvação a tão esperada hora da Aquacultura, nos estuários do Tejo e do Sado. Após um período de grande esperança e alguns milhões de investimentos, a maior parte das grandes e médias explorações foram por água-abaixo sem retorno. Tal como as pescas e a agricultura, mas isso são outras contas mais gerais. No sector privado, o maior dos falhanços redundou na política de expansão desmesurada do ‘boom’ residencial, que acabou por deixar devoluto, e agora degradado e ao ‘deus-dará’ um autêntico cemitério de betão. Neste campo, entre vários outros projectos de grande imponência, relembre-se o mega empreendimento ‘Nova Setúbal’, em Vale da Rosa, na cidado do Sado, que nunca chegou a arrancar, inebriado por intensas lutas e polémicas ambientais. Falhou também também as esperanças de um Vitória de Setúbal agregador da região. Vários presidentes o tentaram, mas o afundamento do clube foi acentuando crises internas e os resultados titubeantes levaram o maior clube do sul do país e ícone desportivo da região a desgastantes descidas e subidas de divisão. Para além de um esvaziar de cofres que se tem acumulado, colocando o ‘Vitória’ muito perto da penúria.
PENSAR
A REGIテグ
PENSAR
A REGIÃO
Eugénio Fonseca Presidente da Cáritas Diocesana Portuguesa
Não fora a voz corajosa e o exemplo determinado de um dos profetas do nosso tempo e este cortejo de misérias teria sido muito maior e duraria por muito mais tempo.
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A dimensão social da crise em setúbal: ontem e hoje Na vivência dos acontecimentos tão dolorosos que estão a suceder entre nós, em consequência da crise económica e financeira que, desde 2008, de uma forma mais evidente eclodiu no mundo, muitas vezes, em pensamento, tenho revisitado os tempos, igualmente dramáticos, passados na Região de Setúbal entre os anos 80 e 90 do século passado. Só são diferentes na sua origem e extensão geográfica. As consequências são, praticamente, as mesmas. Ontem, como hoje, é uma região habitada, maioritariamente, pela classe média/média e média/baixa, com franjas de pobreza muito preocupantes. Muita da gente pobre nasceu, desgraçadamente, marcada com este ferrete desumano, uma outra grande parte veio descendo os degraus das classes sociais estabelecidas, até à privação constante de condições dignas de subsistência para si e para os seus. A maioria destes últimos eram trabalhadores por conta doutrem ou detinham pequeninas empresas que, em consequência da crise que se instalou na região, viram cair sobre si a desgraça do desemprego. Aos que tinham mais de 40 anos e/ou fracas habilitações académicas e profissionais, foi-lhes concedida uma nova “categoria social”: desempregados de longa duração. Foi também, nessa ocasião, que surgiu, pela primeira vez em Portugal (quiçá no mundo) o problema dos “salários em atraso”. O desemprego atingiu o dobro da taxa nacional, atingindo, em 1986, cerca de 20,1%. Sem trabalho – única fonte de rendimentos para a classe média desta região – múltiplas e complexas carências foram vividas por milhares de agregados familiares. A fome habitou em muitos lares ou passou-se para as barracas que foram construídas por muitas famílias que tiveram que entregar as suas casas aos bancos ou as chaves aos senhorios. A fome passeou-se também pelas escolas, com cantinas encerradas, dando sinal, às primeiras horas da manhã, nos desmaios frequentes de alunos. O abandono e insucesso escolares subiram em flecha. O desespero tomou conta de muitas almas e transtornou milhares de cérebros. A irrefletida, ou melhor, a já doente solução, para alguns, foi o suicídio. Houve mulheres a recorrer à prostituição, preferindo que lhe roubassem a sua dignidade a ouvir a voz enfraquecida dos filhos a pedirem pão. Não fora a voz corajosa e o exemplo determinado de um dos profetas do nosso tempo e este cortejo de misérias teria sido muito maior e duraria por muito mais tempo. Foi D. Manuel Martins, um Pastor, que no dizer do atual Papa sentia o “cheiro das suas ovelhas”, o primeiro a erguer a voz e, por largos meses, sozinho. O
Poder, de então, não só se recusava a admitir a realidade como lançava libelos ao prelado de protagonismo pessoal e sensacionalismo perturbador da ordem pública. E não só o Poder. Até gente que, pelos mesmos imperativos que orientavam o Bispo, o deveriam apoiar, passaram a chamar-lhe de “Bispo Vermelho”. Como o Governo não acudia ao sofrimento do povo de Setúbal, o seu bispo não demorou seis meses a criar o “Fundo de Solidariedade”. Teve início no dia 11 de janeiro de1984 e ajudou a acalentar a esperança de milhares de famílias, mitigando muita fome, suavizando a amargura da perda da habitação, aliviando dores físicas ou até mesmo apostando na aventura da criação de autoemprego. Sou testemunha de muitas lágrimas que deixaram de jorrar e vivi, com D. Manuel, experiências que gravo, indelevelmente, no meu coração e me ajudaram, em parte, a ser o que sou hoje. Recordo, apenas, aquela fatídica tarde em que o acompanhei à fábrica “Clérigos” para que ele tentasse impedir o seu encerramento, evitando assim o despedimento de algumas dezenas de trabalhadores (alguns deles, casais). Dessa vez, o “capital sem coração” venceu-o e a viagem de regresso a casa, foi a mais dolorosa – de que me lembro – que fiz, na sua companhia. Quantas outras histórias de vida não haveria para contar. Tenho imensa pena que o principal protagonista desta nossa história recente, não se disponha a escrever as suas memórias. O Poder levou tempo, mas reagiu. Passados 6 meses do aparecimento do “Fundo de Solidariedade”, cria o “Plano de Emergência” (12 de junho) que duraria até 1990. Foram investidos 55.000€ que permitiram alimentar milhares de crianças; reabrir todas as cantinas escolares encerradas e abrir novas; realizar diversificados programas de integração profissional de jovens e adultos; criar atividades independentes que permitiram a autonomia financeira dos que as promoveram. Neste Plano colaboraram, de forma bem articulada e interdisciplinar, a Segurança Social, as Autarquias, as IPSS, as empresas, as escolas, os centros de saúde. Hoje, teriam muito a aprender com a experiência desse tempo, muitas das Redes Sociais existentes. Mas, a grande impulsionadora deste Plano foi, sem dúvida, Irene Aleixo. Foi bom, na altura, termos, como Governadora Civil, uma mulher que também era Assistente Social. Pode não se concordar com algumas das suas atitudes ou linha de pensamento, mas teremos de reconhecer que nunca se aproveitou dos lugares públicos para benefício próprio. Setúbal deve-lhe muito e ainda não demonstrou, como devia, a sua gratidão. Mesmo a título póstumo deveria ser colmatada esta lacuna. Não fora os caminhos rasgados por D. Manuel
Martins e complementados pelo Plano de Emergência e nunca teríamos tido, nesse tempo, uma Operação Integrada de Desenvolvimento (OID). Apareceram novas empresas sustentadas por níveis tecnológicos relevantes que asseguravam a sua competitividade nacional e internacional. Foram criados novos equipamentos de ensino a vários níveis, de apoio socioeducativo, à saúde pública e hospitalar, à cultura e ao desporto. Melhoraram-se os acessos rodoviários e ferroviários. Tudo isto contribuiu para a criação de milhares de novos postos de trabalho e consequente dinamização da economia regional e até nacional. Como é óbvio a pobreza diminuiu consideravelmente. Mas, sobretudo, suscitaramse sinergias endógenas que resultaram, mais tarde no aparecimento do Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal (PEDEPES). É pena que este dinamismo se tenha vindo a perder. Não deixámos de ser uma região, económica e socialmente, vulnerável. Há fatores exógenos que exigem de todos os atores do nosso desenvolvimento regional uma atenção redobrada às condicionantes externas e estratégias que permitam um progresso sustentável. São algumas destas vulnerabilidades que fazem com que estejamos, de novo, a viver tempos socioeconómicos muito conturbados. Somos das regiões do país mais dilaceradas pela crise atual. A causa fundamental e as consequências que dela resultam são, praticamente, as mesmas das décadas anteriormente referidas. A história
repete-se. Contudo seria bem pior se não tivéssemos alargado a rede de IPSS e diversificado o tipo de respostas sociais, impulsionada pela OID e prosseguida pelas políticas dos governos central e locais, financiados pela EU. O futuro parece sombrio, mas, como há 3 décadas atrás, o “sol vai raiar”. O importante agora é não deixarmos ninguém perdido na escuridão da luta digna pela sua subsistência. Ao mesmo tempo, unamo-nos, independentemente das nossas ideologias e interesses, individuais ou corporativos, e cooperemos todos na revitalização socioeconómica da nossa Região. O relançamento do PEDEPES é uma excelente oportunidade. Sei que pouco poderemos conseguir sem ultrapassarmos os problemas dos País. Quanto a esses, e apesar dos tempos serem outros, muito se poderia aproveitar na experiência vivida em Setúbal. Feitas as devidas adaptações, seria um bom contributo que daríamos ao País.
Surpreendente vitalidade
Pedro da Cunha Paredes, Presidente da Câmara de Alcácer do Sal
Num ciclo económico marcado por colapsos, falências e fusões é agradavelmente surpreendente verificar a vitalidade com que o Jornal Sem Mais se prepara para celebrar o seu décimo quinto aniversário. Não para cumprir um ritual mas para saudar o futuro. Um futuro todo construído com trabalho sério, profissionalismo e paixão.
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PENSAR
A REGIÃO
Setúbal na envolvente do ensino superior
A
Leopoldo Guimarães Ex-reitor universitário
O panorama do ensino superior ficou reduzido ao ensino politécnico, não possibilitando o compromisso inerente ao ensino binário politécnico/ universitário, numa região tão importante como a nossa.
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implantação da Universidade Nova de Lisboa (UNL) na margem sul do Tejo, para a qual foram reservados cerca de 53ha em 1973, (projecto do então ministro Prof. Veiga Simão) tinha como objectivo principal, contribuir, tal como outras universidades situadas em locais estratégicos do país, para dotar o país de um conjunto de novas instituições, caracterizadas por uma concepção diferente de estrutura organizacional tradicional. No caso da UNL, a influência estender-se-ia à região da península de Setúbal, como veio a ser comprovado (apenas) com a integração do centro de excelência para o ambiente no âmbito da operação integrada da península de Setúbal. O vazio de ensino superior em Setúbal, veio a ser preenchido no início dos anos 80 pelo Instituto politécnico de Setúbal o qual, logrou desenvolver um notável conjunto de actividades de natureza politécnica, permitindo estabelecer uma oferta regional consequente e de reconhecida qualidade. Por seu turno, o ensino universitário veio a ser instalado através da iniciativa privada, como é exemplo o pólo da universitário da universidade Moderna em Setúbal no início dos anos 90, com um conjunto de ofertas que dificilmente poderiam responder às exigências da investigação científica nas áreas ligadas às ciências exactas e engenharia. A ideia de transformar este pólo na “Universidade de Setúbal”, alienando eventualmente a instituição em Lisboa, veio a ser eliminada com a decisão ministerial de a encerrar em 2008. O panorama do ensino superior, ficou, portanto, reduzido, em Setúbal, ao ensino politécnico, não possibilitando, desta forma estabelecer o compromisso inerente ao ensino binário politécnico/universitário no qual as exigências da diversificação do ensino e fundamentalmente as correspondentes à investigação científica, seriam harmonicamente cumpridas, isto numa região com enorme importância patrimonial, sociológica, cultural, com problemas sociais prementes, apesar de guardiã de extraordinárias riquezas naturais. A assumpção deste compromisso permitiria, entre muitas outras coisas, contribuir para desfazer a ideia que a universidade deve trabalhar em função do mercado, que existem diplomados a mais quando se sabe que na base deste sentimento está a tentativa quase irresistível de se pretender subalternizar a Educação, colocando-a entre duas tenazes que a comprimem, a teologia do mercado e a instrumentalização política, económica e financeira., submetendo-a à tecnologia, à política, resultando numa confusão de conceitos, de prioridades, de organizações, com reflexos na Educação em particular no Ensino Superior.
Permitiria ainda ajudar na necessária racionalização da oferta do ensino superior, estabelecendo estratégias de actuação que não duplicassem formações, decidindo, não no contexto da crise, não apenas no que o mercado parece oferecer, mas sim num enquadramento vocacional, optando por formações que privilegiem os recursos naturais, a cultura, a profundidade científica dos conhecimentos, o que constitui sempre uma defesa contra a rápida mutação das exigências específicas da sociedade e da pouca consistência da economia, em virtude da flexibilidade que proporciona. Apesar de se reconhecer que existe uma certa pulverização de instituições do ensino superior no nosso país distorcendo a oferta global relativamente à procura, devemos no entanto constatar que Setúbal foi sempre uma região “esquecida” nas estratégias da política da Educação no contexto do ensino universitário público, remetendo o ensino e principalmente a investigação científica que naturalmente daí poderia decorrer, para outras tutelas que justificadamente não estão suficientemente atentas aos interesses específicos ligados ao desenvolvimento da península. Embora o momento actual não seja favorável, seria no entanto de inteira justiça retomar o projecto da universidade em Setúbal, tentando encontrar soluções que a seu tempo fossem susceptíveis de tomar forma.
Foto: Francisco Rasteiro
PENSAR
A REGIÃO
Estratégias para assumir o desenvolvimento
O
Carlos Beato
Ex-pres. da Câm. de Grândola e do Polo Turístico da Costa Alentejano
Só uma política que privilegie o crescimento económico e a criação de emprego poderá ter capacidade de consolidar sociedade de progresso.
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Jornal Semmais festeja o seu 15.º aniversário. São 15 anos ao serviço do desenvolvimento da Região de Setúbal e da Costa Alentejana em que o jornal se foi afirmando, paulatinamente, como um órgão de informação de referência, reconhecido pela sua isenção, rigor informativo e pelo envolvimento constante com os principais agentes do desenvolvimento local. Ao longo destes quinze anos, e nomeadamente nesta última década, a Costa alentejana tem vindo a percorrer um caminho de progresso e prosperidade sem paralelo na sua história recente, fruto não só das potencialidades de um território verdadeiramente de excepção, mas graças, também, à visão estratégica de um conjunto de autarcas e de agentes económicos que souberam promover e potenciar o melhor que a região tem e possibilitaram que projectos de qualidade relevante e de interesse económico e social significativo se desenvolvessem e consolidassem, depois de anos e anos de promessas e adiamentos. Nestes últimos anos, no auge de uma das maiores crises económicas e financeiras que o nosso País alguma vez enfrentou a Costa Alentejana – e designadamente o Concelho de Grândola – apresentou índices notáveis em termos do investimento privado e público, ao nível do emprego gerado e na valorização turística do território, emergindo, claramente, como um novo destino turístico de referência, que importantes grupos internacionais escolheram para o desenvolvimento dos seus projectos de investimento. É, também, por estas razões que os próximos anos serão decisivos para a nossa região e para o próprio país. Só uma política que privilegie o crescimento económico e a criação de riqueza, através da geração de novas e cada vez melhores oportunidades de negócio e de emprego poderá ter a capacidade de contribuir para a consolidação de uma sociedade com pleno desenvolvimento social, colocando o progresso ao serviço das pessoas e do aumento constante da qualidade de vida das populações dos territórios. Só um caminho que prossiga a valorização e a afirmação da Costa alentejana no plano turístico, promovendo-a, no plano nacional e internacional, no âmbito mais vasto da região Alentejo, mas sem esquecer a sua especificidade e a ligação forte ao destino turístico bem consolidado que Lisboa representa, poderá ser capaz de contribuir para o reforço dos projectos que já estão no terreno e para a rápida concretização de todas as iniciativas que estão em vias de concretização e que trarão à Região alguns dos
principais grupos turísticos mundiais, de que são exemplo, entre outros, o Grupo Aman, o Grupo Hyatt e a cadeia de hotéis Four Seasons, com os reflexos seguramente positivos na economia do país, com o aumento sustentado dos fluxos de turismo para a Costa Alentejana e, em consequência, para o Alentejo e para a região de Lisboa. Só uma estratégia que assuma o desenvolvimento turístico como uma das principais prioridades para a nossa região, apoiada num novo paradigma de preservação ambiental e paisagística dos locais, com projectos de qualidade que se adequem aos locais onde estão inseridos e contribuam para a sua valorização e qualificação e que vise o alargamento da oferta turística a diferentes segmentos e a novas tendências terá a capacidade de promover o desenvolvimento sustentado da região, diversificando os meios de criação de riqueza e deixando às gerações futuras um capital valorizado e rentabilizável. De igual modo, só uma acção constante de reforço e valorização da floresta, dos seus subprodutos e da exploração agrícola dos solos, numa perspectiva de geração e promoção de produtos regionais de qualidade certificada e uma opção pela economia do mar, tirando partido da nossa frente atlântica é que permitirá sustentar o desenvolvimento integrado de todo o território, eliminando as assimetrias e desigualdades e criando oportunidades para todos, numa sociedade mais justa e fraterna. São estes, em minha opinião, os grandes desafios para os próximos anos, desafios esses que exigem de nós um empenhamento constante, uma visão de futuro e uma aposta permanente no crescimento económico, na geração de riqueza e na construção de novas oportunidades para todos. Neste rumo de progresso o Semmais continuará, seguramente, a ter um papel determinante, quer através da divulgação e promoção das iniciativas e projectos locais, quer do debate constante entre as alternativas possíveis e desejáveis para a construção de um futuro melhor para todos, em que a Região de Setúbal e a Costa Alentejana se afirmem cada vez mais como territórios de qualidade e prosperidade e de forte desenvolvimento económico e social, onde cada vez mais apetece viver e vale a pena investir. Há 15 anos o Semmais iniciou um percurso de indiscutível sucesso, construído com imaginação, esforço colectivo, visão estratégica, independência e sentido de missão. É deste espírito que iremos todos necessitar para o rumo de futuro que a nossa Região vai certamente continuar a percorrer.
PENSAR
A REGIÃO
O turismo não existe
Informação de referência
Jorge Humberto Silva
Manuel Coelho, Presidente da Câmara de Sines
A imprensa regional é um parceiro do poder local democrático e um instrumento insubstituível na informação à população sobre o desempenho das suas funções e, tantas vezes, como voz que se junta à dos eleitos na defesa de causas de interesse comum. Ao longo de 15 anos em que o distrito de Setúbal e o concelho de Sines se transformaram profundamente, o Sem Mais assumiu de forma notável este papel de informação, divulgação e defesa do que de melhor se fez e faz no distrito e em Sines. Fazemos votos para que, num momento em que os jornais locais e regionais são especialmente atingidos pela crise e por mudanças tecnológicas que os desafiam a reconfigurar-se e criar formas de renovar os seus públicos, o Sem Mais saiba enfrentar o futuro com confiança e imaginação, arte e engenho para continuar a sempre ir mais além, neste dever de criar públicos de cidadãos informados e por isso mais conscientes e mais exigentes. O distrito necessita de imprensa livre, dinâmica e sustentável para promover a sua coesão e afirmar a sua posição no contexto nacional. Da Península de Setúbal ao Alentejo Litoral, há um território que merece e necessita ser promovido e visitado para ser apreciado, valorizado e ouvido. Para isso servem projetos como o Sem Mais.
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Técnico de turismo
O
turismo, de facto, não existe. Existem, pelo contrário, locais, cidades, regiões, países onde queremos estar. Destinos que queremos visitar. Experiências que queremos viver. E, isto sim, é o essencial. Num certo sentido, se valer a pena atravessamos o mundo; se não valer nem sequer atravessamos uma rua. É exatamente por isso que o que temos de fazer na Península de Setúbal, esta geografia entre o Tejo e o Sado, é que valha a pena. É que seja imperdível. É que fique na memória. Se for assim, e era bom que assim fosse, por nós que aqui vivemos e aqui construímos o futuro, então teremos turismo, não pelo turismo em si mesmo mas pelo que passaremos a valer. Comecemos então pelo hoje. A Península de Setúbal “vale” 11,1% da oferta e 7,6% da procura turística na Área Metropolitana de Lisboa. Não passamos do “império do potencial”. Temos um enorme potencial na Arrábida e outro no Sado e outro na Caparica e ainda outro no Meco e mais um na Rota de Vinhos, outro ainda no ambiente rural de Canha e de Pegões, outro na arqueologia industrial e mais umas dezenas de potenciais espalhados, um pouco, por toda a Península de Setúbal. Porque será que este potencial (até a palavra em si já irrita) não se transforma em real? Porque será que não temos um peso (turístico e económico) equivalente aos nossos recursos? A resposta é simples: porque não temos produtos. Porque não temos ofertas organizadas. Porque estes recursos não estão no mercado. Não têm um preço; um horário; condições de visita e propostas de estadia. O que temos hoje é o inaceitável “turismo do toca e foge”. Vêm visitar o Cristo Rei e voltam. Vêm observar golfinhos e voltam. Vêm fazer mergulho e voltam. Vêm comer peixe assado e voltam. Vêm à praia, deixam engarrafamentos e resíduos, e voltam.
Todos sabemos para onde voltam. E é, precisamente, para onde voltam que fica a riqueza e o valor. Porque é lá que dormem, que fazem compras, que tomam mais refeições. E nós, na Península de Setúbal, conformamo-nos com este estado de coisas? Tudo o que sabemos fazer é um cenário de uma peça de teatro representada por outros? Não me interpretem mal. Nenhuma estratégia regional contra Lisboa terá sucesso. Nenhuma visão provinciana produzirá resultados. Esclarecido este ponto de partida, temos de nos perguntar o que fazer com Lisboa? Não, obviamente, sem lisboa. E o que fazer é, antes de mais construir produtos (também produtos turísticos). Construir, numa palavra, valor. A Caparica, Sesimbra, o Montijo, Palmela, o Barreiro, para dar apenas alguns exemplos, têm de estar preparados para receber os nossos visitantes. Recebê-los e “convidá-los” a ficar. “Convidá-los” pelo preço. “Convidá-los” pelo que temos de melhor. E o que temos de melhor tem de ser inesquecível. Porque … se não o for, ficaremos reduzidos ao que Lisboa não quer e não deseja. Será que não merecemos mais do que um novo terminal de contentores? Precisamente para não sermos reduzidos às “sobras” do que os outros não querem, temos de ter uma visão. Uma visão também turística. Essa visão tem de ser a “construção” de produtos. Com trabalho, muito trabalho, empenho e dedicação. Estando numa região de trabalho não podemos ser margem. O turismo pode ser um relevante contributo para sermos mais do que “a outra margem”, aliás a única margem. E, apesar do turismo não existir, afinal ele move-se.
TURISMO
Almada tem
praias de ouro viva o ver達o 2013 www.m-almada.pt
/cmalmada
semmais | 15 anos | 53
PENSAR
A REGIÃO
Poder local na região de setúbal Demétrio Alves Professor Universitário
A
expressão Poder Local (PL) é recente na história portuguesa, tendo surgido durante a elaboração da Constituição da República Portuguesa em 1975. Aliás, nenhum dos projetos de Constituição apresentados à Assembleia Constituinte continha a designação Poder Local, salvo um esparso apontamento no projeto do MDP/CDE. O conceito só apareceu durante a dinâmica da Constituinte, acabando por se impor. Desde há séculos, porém, existiram entidades locais, como é o caso dos municípios, e, desde o final do século XIX, as freguesias. Com mais ou menos poderes e, sempre, com grande carência de meios. Na sua génese, após a fase administrativa romana, esteve um aspeto central: a libertação das populações locais da sua condição de servos da gleba. É que, apesar das cartas de renda os obrigarem a contribuições, deveres e compromissos, os povos ficavam mais libertos através dos forais. Aos autarcas chamaram-se no passado, mordomos, saiões, edis, porteiros, alvazis, alcaides, juízes, almoxarifes, pretores, meirinhos, corregedores e procuradores, uns em nome do rei, outros, de facto, em defesa e representação dos interesses locais. A liberdade e a defesa dos interesses territoriais comunitários são dois conceitos chave, mais tarde densificados com os da autonomia e da democracia. Existem, contudo, diversas formas de ver aquilo que foi, que é, e o que deverá ser o poder local democrático. Desde as perspetivas naturalistas de António Sardinha e Trindade Coelho, até à ideia de um municipalismo sobrenatural em Tocqueville, passando pela visão histórica de Alexandre Herculano e Almeida Garrett, e pela proposta utópica de Manorco e Sousa, expressa no seu socialismo municipalista. Relevar, ainda, a versão doutrinária do estado novo, segundo o qual, “Imaginar instituições municipais poderosas, ricas, quasi-independentes, pode conduzir a um romance, mas não a um programa administrativo”, bem como a visão relativista, segundo a qual o PL só existe quando as autarquias “têm um amplo grau de autonomia administrativa e financeira, largas as suas atribuições e competências, etc.,“. 54 | semmais | 15 anos
Acabou por prevalecer a visão política irradiada pelo 25 de abril, segundo a qual “existe poder local porque ele tem representatividade e legitimidade local” (P. ex. Vital Moreira e Gomes Canotilho, 1984). O PL é fruto da dinâmica política e social, dependendo da correlação de forças e dos interesses económicos e culturais das diversas classes. Não é necessariamente eterno e imutável. Por isso a sua defesa deve ser dialética, militante, mas, sempre, racional. Como nos diz Jorge Miranda, o “ Poder Local apenas existe quando seja democrático” e, por isso, “não basta que haja órgãos locais para gerir os assuntos locais”, não podendo “ser desviado... para o anarcopopulismo nem para qualquer neocaciquismo”. E, também, não deve ceder perante o neoliberalismo “orçamentista”, porque se percebe que, para ele, às autarquias, estaria reservado um mero papel administrativo, burocrático e instrumental. O relvismo não foi mais do que um arremedo desse projeto. As autarquias locais de Setúbal (distrito) sempre tiveram um papel de grande relevo na afirmação de um PL ao serviço dos territórios e das populações. São 13 municípios e 81 freguesias (54 em 1979) e cerca de 830 000 habitantes que, desde o arco ribeirinho do Tejo, passando pela partilha da Arrábida e do Sado, até à porta europeia de Sines, têm tido capacidade intermunicipal para propor uma visão estratégica regional assinalada desde logo no PIDDS (anos 80) e, depois, no PEDEPS. Contudo, é notório que as políticas prosseguidas pelo governo central, assim como as que são aqui aplicadas em função do quadro europeu, desconseguiram, até ao presente, a concretização da coesão social, económica e territorial. Quando assinalamos os 15 anos do Sem Mais e o 30º Aniversário da AMRS – Associação do Municípios da Região de Setúbal, para além de uma profunda crise estrutural, vive-se um impasse caracterizado pela Incerteza política e jurídica no que diz respeito ao futuro da atividade autárquica nos seus diverso níveis, designadamente intermunicipal, supramunicipal e regional. Aos autarcas tem-se exigido grandes doses de sacrifício e de dedicação. Por vezes
perante incompreensões e derivas populistas. E isso só vai aumentar no futuro. Os municípios têm-se procurado adaptar às propostas (?) que o poder central lhes vem fazendo em sucessivas configurações. Contudo, muitas das ideias estatais apresentam diversas contradições, incoerências e insuficiências. Na AML - Área Metropolitana de Lisboa não é possível antecipar quando e como, a regionalização efetiva avançará e, mesmo, se haverá, num horizonte temporal descortinável, órgãos com legitimidade sufragada por eleições diretas. Até porque a crise económica e social em que estamos mergulhados não é favorável a este tipo de reformas. Num tal (des) concerto afigura-se prudente revisitar e recalibrar estratégias. Quando se fala em Região de Setúbal é necessário ir além da cortina semiótica, porque, sem conteúdo político, económico, social e administrativo, o signo poderá quedar-se como mera marca para redes de marketing. As autarquias da Península de Setúbal (PS) têm-se disponibilizado para apoiar uma visão metropolitana dos problemas e desafios. Mas, isso não poderá significar a continuação ad perpetuam dos prejuízos desproporcionais que daí derivam face a outros cenários de organização territorial. A PS tem estado em contínua divergência socioeconómica com a Grande Lisboa. É cada vez mais difícil explicar às populações e aos atores económicos as razões que mantêm a PS integrada numa AML que, para efeitos de fundos estruturais europeus, é tomada no seu todo como uma “região desenvolvida” e, por esse motivo, recebe menos de 20% daquilo que receberia se estivesse integrada numa região menos avançada. Um financiamento comunitário a níveis significativamente mais altos do que aquele que tem vindo a acontecer seria vital para enfrentar o difícil período 2014 a 2020. É, por isso, necessário estabelecer uma estratégia de negociação rija com a governação portuguesa e europeia, que não descarte, à partida, outras hipóteses de configuração da organização territorial alternativa.
semmais | 15 anos | 55
PENSAR
A REGIÃO
O estado da Saúde na Região Cândido Teixeira Presidente da LAHSB
O
convite do Semmais para participar nesta iniciativa muito me honra, tudo farei para corresponder ao desafio. Nos últimos 15/20 anos o Jornal Regional “Semmais”, tem contribuído para divulgar o que de bom e menos bom se tem feito em saúde na Região, informando os utentes com rigor e isenção. O reconhecimento é merecido, parabéns! A saúde é o melhor bem e o que mais se valoriza quando menos se tem! A saúde não é apenas um bem individual. É um bem socialmente relevante. Amartya Sen, Prémio Nobel da Economia e colaborador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), elegeu a esperança de vida à nascença, como um dos indicadores mais importantes para a determinação do Índice de Desenvolvimento Humano. A evolução da saúde nos últimos 15/20 anos no Distrito/península de Setúbal, teve implicações sociais importantes, sobretudo porque o Distrito/Região de Setúbal tem sido o que menos fixa residentes naturais e dos primeiros a atrair e a integrar outros, nomeadamente na fixação de oriundos dos Países de Língua Oficial Portuguesa, fenómenos muito importantes para a melhor compreensão da evolução das diversas nosologias, em especial, das doenças transmissíveis. A Região de Setúbal poder-se-á considerar com uma boa cobertura de serviços prestadores de cuidados em saúde. Desde logo pela rede de Hospitais públicos e privados, dos cuidados primários, de cuidados continuados e do apoio domiciliário, envolvendo: SNS, Privados e IPSS, mas sobretudo pela capacidade e competências técnicas e científicas dos profissionais de saúde, cuja formação/ensino/exercício, são de reconhecida qualidade. Da minha experiência profissional vivenciada no Hospital de São BernardoCHS, da participação em Comissões Académicas e de Intervenção Cívica, ou na qualidade de Presidente da Assembleia Geral dos BioAnalistas Clínicos e da Direção da Liga dos Amigos do HSB do Centro Hospitalar de Setúbal – EPE. Permitem-me fazer trabalho de proximidade com os profissionais e os utentes de diversas instituições prestadoras de cuidados de saúde, a nível local e nacional, o que ajuda a conhecer melhor a realidade, nomeadamente quanto ao seu funciona-
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mento e articulação ou a falta desta, ao nível de: Hospitais - Centros de Saúde – USF e IPSS. Reforçando assim, a minha convicção do quanto é importante recentrar a discussão das “políticas de saúde” no Utente/Doente/ Profissionais, cuja participação empenhada permitirá certamente melhorar os resultados e a consequente avaliação do grau de satisfação de uns e a motivação de outros. Lutar pelo bem comum é um dever de cidadania, porque é sempre superior aos bens individuais. Proponho que possamos ponderar algumas variáveis: Recursos Humanos: Atitudes… existe a ideia generalizada de que o Estado pode pagar tudo, ora o Estado somos nós e o estado a que isto chegou é culpa de todos nós! É, pois, chegado o tempo para os profissionais de saúde, especialmente os dirigentes, sejam reeducados e orientados para o combate à ineficiência, ao desperdício e à promiscuidade… todos sabemos e temos de ter consciência de que o aumento de utilização da alta tecnologia tem custos acrescidos…, que nem sempre correspondem à melhoria da eficiência e da qualidade. O utente deve ser mentalizado e corresponsabilizado no sentido de limitar o consumismo generalizado. SNS –Sou de opinião que quase todos os problemas que afetam a saúde em Portugal, são resultantes de uma deficiente gestão dos recursos, quer humanos quer materiais. É necessário e urgente que se estabeleça um sistema mais flexível de administração com autonomia resultante da descentralização de decisões e de modelo democrático e desburocratizado de gestão. O Cidadão e SNS, direitos e deveres; uma evidência resulta, que tanto os responsáveis pela saúde como os cidadãos se demitem, com alguma frequência, dos seus deveres. Os doentes devem ser parte da solução e não do problema, porém é óbvia a necessidade em formar e educar em saúde e no assumir uma verdadeira cultura de afirmação de cidadania. Isto pressupõe que a pessoa doente veja no profissional de saúde um aliado. Na saúde tratar sintomas como as “listas de espera” não significa tratar a doença no caso a “ineficiência dos serviços” com um efeito tipo aspirina com resultado no alívio
da dor e da febre, com eventual mascarar de uma possível infeção, retardando assim o seu tratamento, por vezes com consequências graves. Equipamentos… Consolidação dos equipamentos existentes, potenciar a capacidade instalada, melhorar a articulação, garantir a proximidade… Hospital/Centro Hospitalar; Centro de Saúde/Agrupamento; USF; Unidade Móvel. Uma rede geograficamente equilibrada de centros de saúde, certamente que pode contribuir para aliviar a pressão sobre os Hospitais, tendo como princípio de que “os doentes tratam-se, não se internam”. Sabe-se que existem alguns centros e extensões de saúde subaproveitados, por razões várias mas sobretudo em resultado da emigração das populações para outos locais, ou por natureza de habitação sazonal. Este problema poder-se-ia obviar, com vantagens económicas, através da implementação de centros de atendimento móveis, como acontece com correios, bancos e outros, envolvendo as Juntas de Freguesia, poder-se-ia assim, assegurar cuidados de saúde, no local em tempo útil. Permitindo ainda desenvolver o serviço domiciliário. Estes postos móveis poderiam ter graus de diferenciação variáveis, que vão desde a consulta médica e cuidados de enfermagem aos exames complementares mais elementares - rastreios. Médico-Gestor/Gestor Médico? Os médicos são elemento-chave, uma espécie de “salsicha do sistema de saúde”- (baixa e alta do doente); geralmente originam a maior parte dos gastos, importante é que esses gastos signifiquem investimento na qualidade de vida e resultem em ganhos em saúde, para a Pessoa doente e para a saúde em geral. A realidade no Distrito/Península, poder-se-á caracterizar por um desinvestimento progressivo, o acentuar das assimetrias e desigualdade no acesso aos serviços, o não potenciar a capacidade instalada, a não complementaridade de serviços, o que terá como consequência o desvirtuar dos princípios orientadores do SNS. Neste contexto, o Centro Hospitalar de Setúbal - EPE, não deverá perder o seu estatuto de: antiguidade, resposta polivalente com qualidade, referência na formação de profissionais, centralidade geográfica na acessibilidade e por estar na Capital do Distrito.
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PENSAR
A REGIÃO
Desafios de Setúbal para o século XXI
Reconfigurar a cidade, pensando a região Carlos Faria da Silva Professor Universitário
SETÚBAL FACE A UM FUTURO IMPREVISÍVEL Ao observador atento e apaixonado impressiona verificar que Setúbal enfrenta, há cerca de trinta anos, um longo e acentuado declínio e des-mantelamento do seu aparelho produtivo. É já tempo de ultrapassar o tempo da inépcia e ignorância, da preguiça ou cegueira, e dispor de uma visão inovadora e estratégica capaz de traduzir-se em ações concretas que ajudem a responder aos desafios do futuro, já presente. Este texto pretende lançar pistas, ideias para desenvolvimentos posteriores. Como em tudo, a questão central é saber se temos atores que saibam, compreendam e interpretem o novo que está já a acontecer e que exige novas soluções e avancem com propostas à altura dos novos desafios. UMA NOVA ESTRATÉGIA PARA SETÚBAL Já não restam dúvidas de que o século XXI será estruturalmente diferente dos anteriores e, em certos aspectos, está mesmo em ruptura com o pas-sado. Se a organização social se centra cada vez mais no indivíduo, as cidades são chamadas a desempenharem um papel de “motores” da eco-nomia, conquistando um papel significativo a nível regional ou sub-regional, potenciando recursos locais e regionais comuns e perspetivados numa visão integrada e intermunicipal. Chegou ao fim o papel do Municí-pio isolado e visto como uma “quinta”. Querer pensar uma cidade no hori-zonte limitado de um município já não tem mais sentido num mundo glo-bal e sem fronteiras, mas também num mundo onde o tempo corre agora à velocidade da luz. Estas circunstâncias alteram a lógica das práticas de planeamento, porque o futuro é agora inesperado e imprevisível. Neste novo paradigma de sociedade, o papel de Setúbal tem de reconfigu-rar-se em função de um novo território constituído em torno do rio Sado e da serra da Arrábida, património natural e ambiental emblemático que constitui uma (sub) região muito particular e única: Sesimbra, Palmela, Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola (Tróia). 58 | semmais | 15 anos
Aceitando-se a ideia de que um rio ou uma serra não dividem, mas unem territórios, a península de Setúbal como um todo perde sentido. De facto, o flanco norte envolvendo os territórios com frente para o Tejo nada tem a ver com o flanco sul onde se incluem estrategicamente os territórios defi-nidos pela serra da Arrábida e pelo arco ribeirinho com frente para o Sado. A) SETÚBAL MICRÓPOLE, DO ARCO RIBEIRINHO DO SADO \Setúbal não terá mais futuro se continuar a ser pensada, como até ao presente, unicamente como uma cidade com funções meramente locais de âmbito municipal. É na perspetiva de uma micrópole que a cidade de Setúbal deverá ser repensada. Micrópole que tem a sua ideia motora na relação forte da cidade de Setúbal com Troia e com Palmela. Como centro urbano trinucleado, esta micrópole poderá afirmar-se como um polo gera-dor de novas centralidades urbanas a nível do Arco Ribeirinha do Sado e assumir, a nível regional, o seu papel de capital da região Sado-Arrábida. Caberá a esta micrópole dar corpo ao desenvolvimento integrado e parti-lhado dos recursos comuns aos cinco municípios que integram este novo território centrado no rio Sado e na serra da Arrábida. Na defesa e promo-ção de interesses comuns que vão do turismo à gastronomia, da restaura-ção de lazer à promoção de eventos, feiras, etc… Olhando para o passado, foi ao nível urbanístico que faltou uma visão que consagrasse a importância que a cidade de Setúbal vinha conquistando, ao longo do século XX, no âmbito do desenvolvimento económico de Setúbal e da região. As opções urbanas adotadas quer pelos Planos de Urbanização do arqº João Aguiar (Estado Novo) e os diversos planos de urbanismo elaborados após a instauração do regime democrático, acaba-ram por comprometer o destino de Setúbal. Faltou uma visão estratégica que tivesse a audácia de projetar Setúbal como micrópole e como capital (sub)regional com aptidão para contrapor-se, no flanco sul da Península do mesmo nome, à macrocefalia de Lisboa, reforçando a sua capacidade de polarização e atração a
nível da região do arco ribeirinho norte do Sado e da região Sado-Arrábida. B) SETÚBAL MICRÓPOLE, CAPITAL DA REGIÃO SADO-ARRÁBIDA Se o rio Sado e a serra da Arrábida constituem pontos de união e coope-ração entre os territórios envolvidos, a micrópole de Setúbal assumiria não apenas o papel de “motor de economia”, mas também de capital de uma região cujo património natural e ambiental comum exige uma ade-quada e inovadora administração político-territorial. Seria este conjunto territorial que deveria enfrentar, analisar e reenqua-drar o repto do novo aeroporto em Alcochete, da nova rede de Alta Velo-cidade e da 3ª Travessia do Tejo (Beato-Barreiro). Tratar-se-ia agora de valorizar estrategicamente as “economias de aglomeração” com o objecti-vo de que a micrópole de Setúbal, promovida a Capital dessa (sub)região pudesse potenciar o que se tem de bom e que se tentasse corrigir o que nela há de mau, desordenado e caótico. De registar que estas ideias exigirão autarcas à altura de compreenderem estes desafios comuns aos cinco municípios e de assumirem uma postura comum de médio e longo (contrária ao tempo político de “quatro” anos de duração, o que tem sido desastroso para o país). Forçado a ficar por aqui, apesar do muito que ainda haveria a dizer, finali-zaria estas linhas com um pensamento de Fernando Pessoa: “O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito”. Setúbal, todos o dizem, é uma terra e uma região privilegiada, tendo todas as condições para ir mais longe. Mas, seguindo a ideia Pessoa, isto não será suficiente. Impor-tará fazer com que todos os municípios que integram a região Sado-Arrábida, presidida por Setúbal micrópole, possam em conjunto dar corpo a esse êxito.
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DDLX
Design é olhar e perceber tudo semmais | 15 anos | 59
pedepes
PEDEPES
Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal
plano estratégico para o desenvolvimento da península de setúbal
Resolução
Fórum «Região de Setúbal – Desenvolvimento Económico e Criação de Emprego»
As diferentes entidades que compõem a Comissão Executiva do PEDEPES – Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal têm organizado um conjunto de encontros de reflexão e proposta em torno das questões do desenvolvimento regional e da necessária superação da grave crise económica e social que atinge o nosso País. Este Fórum dedicado às questões do desenvolvimento económico e criação de emprego pretende ser mais um momento em que os agentes da região se encontram, avaliam os problemas, identificam e perspectivam as estratégias conjuntas para a sua superação. Considerando que se mantêm integralmente actuais as conclusões da última reunião do Conselho
resolução Regional do PEDEPES (10 de Abril, Almada), constantes de Resolução então aprovada, neste Fórum fórum «regiãoode setúbal – desenvolvimento económico e criação de emprego» consolida-se consenso em torno da necessidade de promover o desenvolvimento da Região e inverter o caminho de austeridade e recessão que afecta todas as áreas da nossa sociedade.
Neste âmbito em que se reafirma o projecto regional, face ao actuAs diferentes entidades que compõem a Comissão Executiva do PEal momento e à preparação do próximo período de programação DEPES – Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de sentido, reafirma-se necessidade de incentivos ao Europeia investimento, de aposta no financeira da União (2014-2020), considerando todo o traSetúbalNesse têm organizado um conjuntoadeimportância encontros dee reflexão e balho e reflexão realizado e a realizar em torno do PEDEPES, as proposta em torno das questões do desenvolvimento e da fiscal sector produtivo, de acesso ao crédito, deregional um sistema justo e estável, de potenciar as actividades entidades presentes no Fórum consideram ser fundamental: necessária superação da grave crise económica e social que atinge económicas e sociais da região, de promover a educação, a investigação e o desenvolvimento, de - proceder à urgente elaboração de um Plano Integrado de Deseno nosso País. apostar na valorização do trabalho e de promover a coesão social. volvimento da Península de Setúbal que operacionalize o PEDEPES, Este Fórum dedicado às questões do desenvolvimento económico e identificando as prioridades que, na estratégia de desenvolvimento criação de emprego pretende ser mais um momento em que os regional, correspondam objectivo de, no plano imediato, contriagentesNum da região se encontram, avaliam os problemas, identificam quadro de intolerável regressão e empobrecimento da vida nacional com oaorecuo de uma década e buir para a superação das principais dificuldades; e perspectivam as estratégias conjuntas para a sua superação. meia que do sePIB per integralmente capita, considera-se imperativo que o do Estado as funções sociais - apesar anúncioassuma governamental do abandono da ideia de extinConsiderando mantêm actuais as conclusões ção da NUT III Península de Setúbal, defesa da sua mada última reunião do Conselho consagradas, Regional do PEDEPES (10 de Abril, constitucionalmente assegurando serviços públicos de qualidade ao reafirmar serviço adas nutenção, considerando a necessidade de preservar este território Almada), constantes de Resolução então aprovada, neste Fórum populações e garantindo, também, que os fundos europeus sirvam prioritariamente os objectivos do enquanto uma unidade no contexto da Área Metropolitana de Lisboa; consolida-se o consenso em torno da necessidade de promover o aumento da daRegião coesãoe económica, social edeterritorial. - concretizar uma estratégia regional para o QEC – Quadro Estratédesenvolvimento inverter o caminho austeridade e gico Comum (2014-2020) que, partindo dos planos e projectos murecessão que afecta todas as áreas da nossa sociedade. e da sua articulação integre os contributos Nesse sentido, reafirma-se a importância e necessidade de incentiSimultaneamente, considera-se imprescindível a defesanicipais e valorização do Poderintermunicipal, Local Democrático de todos os agentes económicos, sociais e culturais regionais, vivos ao investimento, de aposta no sector produtivo, de acesso ao promotor do einvestimento público, do desenvolvimento e da valorização e coesão dos europeus (FEsando a atribuição à Península de Setúbal de fundos crédito,enquanto de um sistema fiscal justo estável, de potenciar as activiDER, FSE, FC) adequados à sua realidade socioeconómica em prodades económicas e sociais da região, de promover a educação, a territórios. gressiva divergência face à Grande Lisboa. investigação e o desenvolvimento, de apostar na valorização do trabalho e de promover a coesão social. Neste âmbito em que se reafirma o projecto regional, face ao actual momento e à preparação do Comissão Executiva do PEDEPES/Coordenação AMRS Num quadro de intolerável regressão e empobrecimento da vida período dedécada programação financeira daconUnião Europeia (2014-2020), considerando todo o nacionalpróximo com o recuo de uma e meia do PIB per capita, sidera-se imperativo que o Estado assumaeasa funções cons- do PEDEPES, as entidades presentes no Fórum trabalho e reflexão realizado realizarsociais em torno titucionalmente consagradas, assegurando serviços públicos de consideram ser fundamental: qualidade ao serviço das populações e garantindo, também, que os fundos europeus sirvam prioritariamente os objectivos do aumento da coesão económica, social e territorial. - proceder à urgente elaboração de um Plano Integrado de Desenvolvimento da Península de Setúbal Simultaneamente, considera-se imprescindível a defesa e valorizaque operacionalize o PEDEPES, identificando as prioridades que, na estratégia de desenvolvimento ção do Poder Local Democrático enquanto promotor do investiregional,docorrespondam aoe objectivo de, no plano dos imediato, contribuir para a superação das principais mento público, desenvolvimento da valorização e coesão territórios. dificuldades;
FIGURAS
Os mais influentes Eugénio Fonseca
Paixão, coragem e determinação
Vítor Proença, Presidente da Câmara de Santiago do Cacém
É com um profundo sentimento de reconhecimento e admiração que escrevo estas linhas. Quando um órgão de imprensa escrita, nos difíceis dias de hoje, assinala 15 anos de vida – e, mais do que isso, revela um dinamismo e vitalidade que asseguram uma larga continuidade – deve ser motivo não só de celebração, mas também de uma reflexão que permita trilhar caminhos de inovação e desenvolvimento, que permitam uma cada vez maior consolidação de um projeto de referência. O concelho de Santiago do Cacém tem chegado mais longe com o Semmais. Sendo o único semanário de informação generalista da região de Setúbal – que abarca toda a Península de Setúbal e os quatro concelhos do Litoral Alentejano que fazem parte do Distrito, para além da decisiva distribuição aos sábados com o Expresso - o vosso Jornal tornou-se, há muito tempo, um veículo fundamental de difusão daquilo que de mais importante acontece no concelho e na nossa sub-região do Litoral Alentejano. É com grande respeito e admiração pela vossa estrutura organizativa e pelos vossos profissionais que tenho a honra de vos endereçar, em meu nome pessoal e da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, os mais sinceros votos de Parabéns e a continuação de um trabalho assente nas parcerias com empresas, instituições e sectores decisivos para o desenvolvimento regional. Mantenham sempre a vossa paixão, coragem e determinação!
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Presidente da Cáritas Diocesana Na década de 80, foi uma das mãos de ouro do ex-bispo de Setúbal, D. Manuel Martins, no combate à fome e ao desemprego na região. Hoje, com a crise do tamanho do mundo, tem o poder de abrir portas na ajuda aos carenciados e é ouvido entre todos os poderes. Coerente e assertivo, exige com determinação e não deixa críticas em mãos alheias. Uma postura que lhe garante o respeito à esquerda e à direita e o ‘poder’ de conseguir fazer alguns milagres.
Amélia Antunes
Dirigente nacional do PS Considerada a autarca-modelo dos socialistas, a ainda presidente da Câmara de Montijo tem exercido, numa certa sombra, importância vital na gestão ‘rosa’ do distrito. O seu nome chegou a ser cogitado para uma candidatura à capital do distrito, mas a decisão da cúpula partidária em não recandidatar autarcas em final de mandato deitou por terra esse desafio. Faz parte de um grupo reservado que é ouvido pelo líder socialista e vai estar num futuro governo.
Maria Luis Albuquerque
Ministra de Estado e das Finanças Polémica e nem sempre acessível, a agora ministra toda-poderosa ganhou peso com a surpreendente liderança da lista de candidatos do PSD por Setúbal nas últimas legislativas. Ao lado de Gaspar e de Coelho, fez o trabalho de formiguinha em tempos difíceis. Sob fogo serrado, desde a sua subida ao topo do Governo, tem sabido manter os seus tons discursivos e uma certa áurea a nível europeu. Enquanto durar o Governo, vai ser sempre um peso pesado.
Vitor Ramalho
Secretário-Geral da UCCLA O ex-líder da federação do PS, responsável pelos melhores resultados de sempre do partido da ‘rosa’ na região, em legislativas e autárquicas, continua a ter uma voz de peso no distrito e no país. O seu passado em vários governos, o estatuto ‘soarista’ e o trabalho realizado à frente do INATEL garantem-lhe tempo e espaço mediático. Agora como secretário-geral da União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas (UCCLA) tem margem internacional.
Francisco Lopes
Dirigente do PCP Muitos dizem estar na calha para a sucessão de Jerónimo de Sousa e é considerado um dos ideólogos comunistas mais conceituados e ouvidos interpares. As ligações de Lopes à região de Setúbal são imensas. Foi cabeça de lista pelo círculo eleitoral e chegou a candidato presidencial nas eleições de 2011. No interior da Soeiro Pereira Gomes, esta homem que respira política exerce um poder que chega a ser público e notório.
Carlos Beato
Administrador do Montepio Geral O seu ‘Ciclo’ autárquico em Grândola emprestou-lhe uma dimensão política de primeira linha. A partir de um concelho curto, ajudou a criar a marca Costa Alentejana e a coloca-la num patamar de excelência. Ex-militar de Abril, Beato ganhou na última década poder político e cívico que o levou à Comenda da Liberdade, chancelada pelo Presidente da República. O agora Comendador chegou ao topo de uma das instituições bancárias mais sólidas do país.
Viriato Soromenho Marques Professor Universitário É actualmente uma das figuras do universo dos pensadores mais ouvidas e respeitadas no país. Filósofo com argúcia e sapiência maiores nas artes da escrita, Soromenho Marques é também especialista em matérias como sustentabilidade ambiental e políticas europeias. Este sadino dos sete costados, que nunca renegou as origens, não raramente tem sido assediado para andanças partidárias, mas tem sabido gerir os seus passos de forma irrepreensível. .
Miguel Frasquilho
Deputado PSD Setubalense de gema, Frasquilho já tem experiência governativa e uma voz própria no universo social-democrata nacional. É ouvido dentro do partido e respeitado fora dele. É também um ‘homem da banca’ com prestígio e tem frequência garantida como um dos ‘ipinion makers’ mais interventivos dos últimos anos. Ainda muito jovem, Miguel Frasquilho estará sempre na primeira linha política do PSD nacional.
Leonor Freitas
Empresária Cavalgou um negócio familiar com uma marca que ultrapassou as barreiras nacionais. É um caso de sucesso vertiginoso e conquistou uma imagem nacional de primeira escala, tendo estado muito perto, nos últimos anos, de ser considerada a mulher empresária do ano. Sem grandes interesses políticos, Leonor Freitas vale por si e pelo seu empreendedorismo. E esta visibilidade pública tem sido reconhecida ao mais nível institucional do país.
António de Melo Pires
Director Geral da Autoeuropa É o primeiro líder da Autoeuropa de nacionalidade portuguesa e tem um percurso de sucesso no seio das empresas do grupo além-fronteiras. Em tempos de crise, conseguiu suster os impactos negativos de emprego na unidade de Palmela. E tem-se embrenhado com substância no seio da região. Até se manter na liderança da fábrica tem os olhos postos em sim e consegue abrir portas das tutelas nacionais.
autarcas dinossauros
Adeus ou até já?
Oito presidentes de câmara compõem o nosso clube dos autarcas dinossauros. Têm a extinção à porta, mas quase todos querem perpetuar a estadia na política. O Semmais faz um balanço de um percurso de anos, com polémicas à mistura. Bruno Cardoso
Mª Emília de Sousa
C
Alfredo Monteiro
Mª Amélia Antunes
hegaram ao poder antes de Durão Barroso e de José Sócrates ou de Luíz Inácio Lula da Silva. E não havia euros, nem telemóveis com Internet ou vídeos, muito menos Facebook, quando Ana Teresa Vicente, Carlos Beato e Vítor Proença foram pela primeira vez eleitos presidentes das câmaras municipais de Palmela, Grândola e de Santiago do Cacém. Estávamos em Dezembro de 2001. Chamam-lhes dinossauros pelo tempo que passaram à frente das suas autarquias, mas há outros quatro ‘colegas’ (Maria Emília de Sousa, em Almada, Alfredo Monteiro, no Seixal, Maria Amélia Antunes, no Montijo, ou Manuel Coelho, em Sines) bem mais jurássicos do que estes no que toca à permanência na cadeira do poder. A cara do desenvolvimento de Almada ocupa a presidência da câmara desde 6 de Novembro de 1987. É pré-histórica no cargo. Manuel Coelho era um conhecedor da realidade sineense quando foi eleito presidente da câmara local pela primeira vez em 1997. Alfredo Monteiro perpetuou o poder do PCP nesse ano num concelho historicamente comunista, o Seixal. Já Maria Amélia Antunes roubou-o de Jacinta Ricardo para os socialistas num território ali ao lado. Agora, todos eles têm data de extinção oficialmente marcada (29 de Setembro deste ano), ao contrário dos gigantes que povoaram a terra há milhões de anos. «Foi um percurso de partilha, comprometido sempre com os desafios relacionados com a melhoria da qualidade de vida dos munícipes e do serviço público», confessou ao Semmais João Lobo, presidente da câmara da Moita. O autarca também diz adeus à liderança da edilidade daqui a sensivelmente dois meses. É o menos jurássico dos oito presidentes que agora se despedem. Ainda assim, e apesar de só ter assumido a cadeira do poder em Maio de 2002, sucedendo a João Almeida no cargo, era vereador e n.º 2 desde 1994. Agora, é difícil cortar com o cordão umbilical.
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Manuel Coelho
Carlos Beato
Ana Teresa Vicente
POLÉMICAS E TEMPO CONTURBADOS Pelo meio, o autarca travou duras batalhas, algumas mal sucedidas, outras nem por isso. A revisão do Plano Director Municipal (PDM), que tanta polémica a nível profissional e pessoal lhe trouxe, é disso um bom exemplo. Acusações de estar a promover um crescimento urbanístico desmesurado e de negociatas ilícitas marcaram todo o processo, principalmente a partir de 2005, quando se soube da exclusão de manchas de Reserva Ecológica Nacional, que passariam a solo urbanizável, numa extensão superior a 400 ha. Mas os restantes presidentes de câmara também comeram o pão que o diabo amassou quando viram os seus nomes trazidos para a ribalta pelos piores motivos. Ana Teresa Vicente viu a sua reforma de 1700€ aos 47 anos ser tornada pública, Maria Emília de Sousa pegou-se por múltiplas vezes com os comerciantes locais, Manuel Coelho entrou em rota de colisão com os comunistas e desfiliou-se, Carlos Beato não se safou da polémica, assumida de peito, em torno da nomeação do seu filho para adjunto no seu gabinete, Alfredo Monteiro teve a Inspecção-Geral das Finanças às costas por «eventuais infracções financeiras», detectadas em 2008, e Maria Amélia Antunes teve que lidar com um processo judicial, com base numa queixa da CDU à Comissão Nacional de Eleições, que remonta às autárquicas de 2001. LUTAS PERDIDAS? Todos estes dinossauros têm tido voz activa contra aquilo que consideram ser os «ataques» desferidos por ‘Lisboa’ e em defesa do Poder Local Democrático. Protestam contra um pacote de medidas legislativas que dizem ferir a autonomia política e financeira das câmaras municipais, num ajuste de contas com o 25 de Abril. As lutas pela viabilização de grandes investimentos, como a nova travessia sobre o Tejo, o aeroporto de Lisboa em Alcochete, o TGV, a nova linha ferroviária
Vítor Proença
João Lobo
de mercadorias do porto de Sines, o término das obras da A33 ou o novo hospital Seixal/Sesimbra, e outras tantas contra a extinção das freguesias ou a famigerada lei das finanças locais parecem irremediavelmente perdidas. E os sonhos acabam por ser adiados uma e outra vez, transitando agora para os seus pupilos, que tentam segurar a todo o custo o legado que os dinossauros deixam. Estes querem daqui em diante ter mais tempo para si e para a família, mas pretendem ter uma perna (e todo o corpo se for possível) na liderança das respectivas assembleias municipais, ligados à vida política dos municípios que ajudaram a construir. AFASTAMENTO DE UM ATRASO ANCESTRAL Negam ser caciques, porque foram sempre livremente eleitos pelo povo. E, sistematicamente, reeleitos. Se é fácil lembrar há quanto tempo estão no cadeirão principal dos respectivos Paços do Concelho, também é justo ver quantas casas nos seus municípios têm agora água canalizada e saneamento básico, quantos centros históricos foram reabilitados, quantos edifícios municipais, educativos e culturais, já não caem de podre… Tratou-se, ao fim ao cabo, de um trabalho marcado por mais altos que baixos e que afastou a região de um ancestral atraso que a crise ameaça agora fazer voltar.
E Vítor Proença? Eleito autarca do ano em 2007 pelos seus pares, o actual presidente da Câmara de Santiago do Cacém é o único presidente dinossauro que luta para escapar à extinção imposta pela lei que limita o número de mandatos. Actualmente, dirime forças em tribunal contra o Movimento Revolução Branca que tenta, por todos os meios, travar a sua corrida pela CDU a Alcácer do Sal. Uma situação provocada por uma lei com vários vazios legais…
Figuras em alta
DUARTE VÍTOR, LUÍS ALELUIA, NUNO MELO E FERNANDO LUÍS
ÁUREA
Santiago do Cacém
Esta ‘estrela’ do nosso firmamento musical é natural de Santiago do Cacém e não tem parado de conquistar legiões de fãs indefectíveis. Já ganhou prémios internacionais, da MTV Europe Music Awards e um Globo de Ouro em Portugal. Quando canta, encanta e a cada lançamento de novo CD alcança o topo dos tops.
Setúbal
Poder-se-ia elencar outros tantos, das artes, do teatro e da música. Mas o ‘grande ecrã’ é uma mostra e estes senhores do teatro e da televisão, todos nascidos ou ligados a Setúbal e à região, têm sido neste espaço temporal presença regular e com nota excelente. E com algumas excepções não se esquecem das origens.
TIAGO VENÂNCIO E SIMONE FRAGOSO Palmela
RUI UNAS E FÁTIMA LOPES
Os dois nadadores têm estado em foco e ambos carregam a imagem de marca de Palmela, de onde são originários. Venâncio já fes dois Jogos Olímpicos e continua a ser um dos melhores do país das suas modalidades. Simone Fragoso é um caso ímpar de sucesso e simpatia. Nos Jogos Paraolímpicos já subiu ao pódio maior e o país reconhece o seu exemplo.
Seixal e Barreiro
Rui Unas é um faz-tudo e tem brilhado alto. Cresceu na Amora e a sua adolescência foi vertida entre o Seixal e Almada, pelo que não esquece a ‘Margem Sul’. Fátima Lopes, estrela da TV, nasceu no Barreiro, onde estudou e praticou desporto. São duas das muitas figuras mediáticas que têm ligação ao distrito.
FIGO
TELMA MONTEIRO
Almada
Almada
Arrumou as botas no dia 31 de Maio de 2009, após uma longa carreira recheada de triunfos. Iniciou a actividade no clube piedense “Os Pastilhas” e chegou ao topo do mundo futebolístico em 2000, altura em que foi distinguido com a ‘Bola de Ouro’, sendo que no ano seguinte foi galardoado como o ‘Melhor Jogador do Mundo’, eleito pela FIFA, de que faz parte da lista dos 100 melhores futebolistas de sempre.
É a nossa melhor judoca de sempre. Natural de Almada, a benfiquista é uma lutadora nata e tem estado sempre na crista da onde, no jogo de tapete, é exímia praticante. No atletismo há também que não esquecer a ex-atleta Carla Sacramento e ainda a fogosa, campeã e medalhada, Naide Gomes, com adolescência e vida nas Paivas, Seixal, terra de estrelas desportivas.
LUIS SÉNICA Sesimbra
Foi o primeiro universitário na categoria de desporto a especializar-se em Hóquei em Patins, modalidade de que foi exímio praticante ao serviço de várias equipas do Grupo Desportivo de Sesimbra, desde os iniciados aos séniores. Foi selecionador nacional feminino e foi vice-campeão do mundo pela selecção e campeão europeu ao serviço do Benfica
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