Pub.
Sábado | 16.Fevereiro.2013
Director: Raul Tavares
semanário - edição n.º 750 • 6.ª série - 0,50 € • região de setúbal
www.semmaisjornal.com
Distribuído com o
VENDA INTERDITA
Desporto Vitória reage para manter-se na Taça da LIGA
Cultura Entrevista Norberto Lobo e Leonor Freitas fala a sua guitarra na da empresa, do seu sucesso e conquistas. cidade de Setúbal
Centrais
13
12
Opinião
Energias Renováveis caem 18% na região ABERTURA Depois de uma década sempre a crescer, com fortes investimentos públicos e privados, as energias renováveis quebraram o ano passado cerca de 18 por cento, garantiu ao Semmais Francisco Ferreira especialista na matéria e dirigente
nacional da Quercus. A redução foi muito acintosa, se tivermos em conta que, segundo o ambientalista, em 2011 mais de 50 por cento da produção de electricidade teve como origem este tipo de energias, entre hídricas, eólicas, fotovoltaicas e biomassa.
Nuno Magalhães escreve sobre os impasses que Europa ultrapassou.
«O Governo acha que as renováveis já não precisam de apoio e isso tem contribuido para este recuo», afirma o ambientalista. No ‘mix’ eléctrico apenas as hídricas conseguiram crescer, ainda que de forma pouco expressiva PÁG. 2
ÚLTIMA O ministro da Saúde, Paulo Macedo, deu posse, quinta-feira, às novas administrações dos três hospitais do distrito. Lacerda Cabral mantem-se no Centro Hospitalar de Setúbal, Joaquim Ferro, no Garcia de Orta, e João Ribeiro substitui Izabel Monteiro no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo.
DR
Hospitais do distrito já têm nova administração
Famílias do Lousal vão ser realojadas em casas novas
Amianto põe alunos da 2,3 de Azeitão em polvorosa
ACTUAL O plano tem cerca de quinze anos, mas algumas das quarenta famílias que habitavam junto da antiga mina já começaram a ser realojadas. São histórias com algum sabor amargo. PÁG. 4
ACTUAL O temporal de Janeiro deixou a descoberto graves problemas na estrutura da Escola Básica 2,3 de Azeitão. A ameaça de amianto está a revoltar a comunidade escolar contra a tutela. PÁG. 5
Pub.
Distrito ‘cusca’ ouro no Cercal do Alentejo e petróleo na península de Setúbal, com projectos e investimentos de muitos milhões.
Vitor Ramalho pede a credibilização dos partidos políticos.
Valdemar Santos fala de memórias distantes e presentes, mas sempre actuais
Vitor Sequerra volta ao assunto dos guarda-redes e teimosias das instâncias da FIFA.
PÁG. 14
Paulo Janela explica os quês e os porquês do Regime de Bens de Circulação.
ABERTURA
Na última década o crescimento do sector foi assinalável
Produção de renováveis caiu 18% no distrito
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
Fotos: DR
2
A energia fotovoltaica registou o ano passado um crescimento de 32%, mas tem ainda um peso reduzido no “mix” eléctrico, correspondendo a menos de 1% do total da produção nacional
Em 2011 50 por cento da produção de electricidade foi gerada a partir das energias renováveis, numa tendência que vinha a crescer na última década. O ano passado houve uma quebra acentuada. Os ambientalistas dizem que o Governo fez recuar o sector.
Roberto Dores
O
s dados são avançados por Francisco Ferreira, coordenador da Quercus para as áreas da energia e alterações climáticas: 2012 foi um ano negativo para as renováveis no distrito de Setúbal, tendo a produção total de energia eléctrica, a partir das chamadas fontes amigas do ambiente, caído 18% comparativamente com 2011, ano em que 50% da produção de electricidade do distrito partiu de energias renováveis. A responsabilidade por este ano negativo para as renováveis da região é apontada às chamadas grandes
hídricas. É que a energia produzida a partir de barragens caiu 46% em virtude da seca que afectou o distrito, segundo as contas da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), traduzindo um passo atrás na tendência da curva ascendente, que marcou o sector na última década. Este aparente esmorecimento é atribuído por Francisco Ferreira ao facto do «Governo ter achado que as energias renováveis já não precisam de apoio, quando isso não é verdade», diz o dirigente da Quercus ao Semmais, para quem mesmo nos casos da micro e mini geração se regista uma diminuição significativa de potência atribuída. «Diria que não está a
haver aqui uma visão mais a médio e longo prazo”, insiste Francisco Ferreira, alertando, ainda assim, que no distrito de Setúbal já se constata uma «grande evolução» ao nível da produção da chamada electricidade «verde», numa altura em 50% da produção eléctrica da região já assenta em energias renováveis, com origem no vento, na água, no sol e a biomassa. «Mas é preciso que o estado continue a apoiar isto, porque, caso contrário, a vida vai ficar muito complicada e a dependência energética vai aumentar. Isso é mau para todos», sustenta. Apenas as hídricas se têm aguentado Todavia, nem tudo foi cinzento para o sector, havendo mesmo melhorias a assinalar
Carvão continua a dominar Na falta de dados distritais, a APREN revela que as renováveis permitiram ao país poupar 612 milhões de euros, 540 milhões na importação de combustíveis fósseis (gás natural e carvão) e 72,4 milhões em licenças de emissão de dióxido de carbono (CO2), valor que corresponde a uma quebra de 212 milhões de euros num ano. O carvão continua a ser a principal forma de produção
quando na grande hídrica, sujeita a um efeito de variabilidade entre anos secos e húmidos. Aqui, a produção de eletricidade “verde” passou de 25 para 27% do total, aumento que se fica a dever ao crescimento da eólica que já representa um quinto da produção nacional. Quer isto dizer que em cada hora de consumo de electricidade, 16 minutos tiveram origem em centrais renováveis, dos
de electricidade (24%), tendo registado um crescimento de 33% face a 2011, quando o gás natural diminuiu 45%. Para a APREN, a explicação para estas variações percentuais está no preço: enquanto o carvão registou uma forte baixa nos mercados internacionais (de 45 para 25 euros por Megawatt-hora) o gás natural continuou a aumentar de preço, sendo até substituído pela importação de eletricidade de Espanha.
quais 12 minutos foram produzidos pela energia eólica, segundo a APREN. Aliás, no dia 14 de Dezembro foi atingido um máximo histórico, quando a eólica contribuiu com 54% de todo o consumo nesse dia. A fotovoltaica registou em 2012 um crescimento de 32% mas tem ainda um peso muito reduzido no “mix” eléctrico, uma vez que corresponde a menos de 1% do total da produção nacional.
ficha técnica Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Bruno Cardoso; Redacção: Anabela Ventura, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 935 388 102 (geral); Email: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
3
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com Espaço Público
Editorial // Raul Tavares
Calar de vez a verborreia As afrontas à semântica estão a fazer escola nos meios neoliberais do actual governo e ninguém ousa explicar aos senhores do poder o que verdadeiramente querem dizer as palavras e o seu sentido no conjunto frásico. Esta semana, um deputado do PSD considerou a queda acentuado do PIB como “ligeiríssimo desvio” e não há muito o famigerado Borges considerou o esperado corte de 4 mil milhões do Estado Social como uma coisa “marginal”. Nem vale a pena lembrar outras tantas, que ofende a dignidade dos portugueses e sobretudo afrontam o dramático momento que as famílias e as empresas estão a viver. Esta zona de palavreado não é uma coisa de somenos importância, porque elucida a forma como estes senhores olham para os estragos que as políticas “custe o que custar” fabricam todos os dias. E, nos seus chorudos rendimentos, que têm sido intocáveis, passam ao lado da desgraça alheia. O pior é que, em vez de se deleitarem num desejável período de nojo, oferecem-nos atoardas em catadupa que raiam a provocação mais aviltante junto de quem, afinal, apenas luta pela sobrevivência. Começo a pensar que a democracia devia mesmo fazer um compasso de espera mas, sobretudo, para calar esta gente que não tem vergonha de proferir verborreia sobre a vida de cada um de nós. E nem sei quanto tempo mais, lembrando outro suprassumo do nosso sistema bancário, vamos nós aguentar este palavreado e essa indignidade. Porque aguentar o peso que nos caiu em cima temo-lo feito estoicamente.
O que a Festa do Avante! vai ser
U
ma recente expressão do Reitor da Universidade de Lisboa, na Abertura do Ano Académico, facilmente conduziu, numa espécie de contraponto dialéctico, ao “No pasarán” de Dolores Ibarrúri, La Pasionária, clamado a 19 de Julho de 1936. E não supondo que in extremis António Sampaio da Nóvoa pudesse considerar estarmos perante um abuso, aceitemos que a bandeira vermelha da líder espanhola é ela própria a mesma que agora faz ondular ventos portugueses que o “Acordai” de José Gomes Ferreira e Fernando Lopes Graça perpassa. Hoje, pelas tardes em muitas capitais de distrito, não estarão sós. Parece muita mexida, mas já o Semmais da tarde em que se iniciava a 30ª edição da Festa do Avante! (quando o Semmais saía à sexta…) não se esquivava de dar a ler: “não tardará, esta noite, que no Palco 25 de Abril decorra o espectáculo comemorativo do centenário do nascimento de Fernando Lopes Graça” (19061994). E de relatar “os episódios de duas recusas (ou os episódios de uma mesma recusa) marcantes da personalidade e do carácter do comunista que ele foi”. De facto, “tendo ganho em 1937 uma bolsa para estudar em Paris mas que lhe foi negada pelas mesmas razões que o impediram de ser professor no Conservatório de Lisboa, ele parte às suas expensas para Paris, onde estudará Composição e Orquestração com Koechlin - mas logo se avizinha a 2ª Guerra Mundial. Em
A europa e nós
A
União Europeia conseguiu sair do impasse em que se encontrava e aprovou o orçamento para os anos de 2014 a 2020. Foi, provavelmente, das mais complexas negociações, tradicionalmente já de si difíceis, da história da União. Estas negociações são sempre momentos de enorme tensão. Os Estados mais “pequenos” e com menos recursos querem sempre “mais Europa”, ou seja, mais fundos e mais comparticipações comunitárias e os “grandes” Estados querem sempre mais “subsidiariedade”, ou seja, menos comparticipações e menos fundos. Se sempre foi assim, imagine-se numa altura em que Estados tradicionalmente tidos como “grandes”, como a Espanha ou a França, estão
Nuno Magalhães Líder distrital do CDS-PP
mergulhados numa crise profunda e são cada vez mais os Estados a reclamar ajuda da União como a recém-entrada Croácia. Na verdade, na Europa só a Suíça e a Noruega se entrassem, e não querem por várias razões, seriam, desde logo, Estados contribuintes no esforço europeu. É neste contexto que Alemanha e o Reino Unido têm sempre um enorme problema interno nestas alturas explicar aos eleitores de Londres e de Berlim que têm que pagar mais, para mais países e durante mais tempo.
A (re) credibilização dos partidos Valdemar Santos Militante do PCP
O
Vitor Ramalho Economista
1939, alista-se no corpo de voluntários dos Amis de la Republique Française. Colabora com muitos patriotas espanhóis exilados no rescaldo da guerra civil espanhola. Recusa a naturalização francesa” (condição que lhe impunham para viabilizarem este seu empenhamento político internacionalista). “Em Outubro, antes da bota nazi pisar a França, é obrigado a regressar e a fixar-se em Lisboa”… convidado a “assumir a direcção da secção de música da Emissora Nacional, recusa por não querer satisfazer as formalidades de ordem política”, ou seja, como funcionário público, por não admitir a negação de simpatizante dos ideais e da militância no PCP (consultar http:// www.vidaslusofonas.pt/lopes graça.htm). Então e sempre a fazer-nos lembrar Lopes Graça, outra recusa, a de Saint Exupery, que ao ser considerado demasiado velho para pilotar um avião de combate no seu próprio país, a França, contra os ocupantes nazis, voou até aos Estados Unidos para dali lograr atingir o norte de África e alcançar os seus desígnios, mas desaparecendo numa noite sobre e sob o mar, a lenda diz que abatido exactamente por um aparelho adversário. Imagine-se então o que a Festa do Avante! de Setembro próximo vai ser. Ninguém dorme, não, porque é tudo de raiz!
s Partidos políticos constituem a coluna vertebral da democracia e encontram nos sistemas eleitorais a expressão da representação da Nação. Entre nós isso só não é inteiramente válido nas eleições autárquicas onde também são permitidas candidaturas de grupos de cidadãos e nas presidenciais dado o carácter unipessoal destas últimas. No essencial os Partidos são entidades responsáveis para encontrarem soluções e protagonistas para os problemas do País. Todos os estudos de opinião indicam que é hoje muito baixa a confiança que os cidadãos depositam nos Partidos e nos políticos. O nível de abstenção nos sucessivos actos eleitorais e o crescimento de candidaturas independentes de grupos de cidadãos nas eleições autárquicas são disso exemplo. Estou em crer que se vão aprofundar muito nas próximas eleições autárquicas. Este estado de coisas é muito negativo para a democracia e inquina a recriação da esperança no futuro. A fissura nos alicerces do regime democrático se traduz na debilidade dos Partidos em geral e em particular dos do arco da governação devia fazer soar campainhas de alarme, considerando-se esta questão prioritária no combate político. Devia mas parece não estar como se vê na permanente cedência dos Partidos ao pragmatismo, o que leva ao enfraquecimento quando não à anulação das ideologias e destas à quebra dos princípios e valores. Devia mas parece não estar como se vê na valorização do carreirismo
como forma de alcançar lugares e ainda da defesa do poder pelo poder, qualquer que ele seja. Devia ainda mas parece não estar quando os Partidos reforçam militâncias artificiais, logo efémeras, e sem raízes no dever militante de pertença, arregimentando filiações em massa na lógica do aparelho totalmente divorciada das preocupações da generalidade dos cidadãos. Apenas para disputas eleitorais internas. Devia mas parece não estar quando de forma crescente e por tudo o que antecede os mais capazes se afastam da política e dos Partidos. Na sociedade aberta em que vivemos todos os militantes partidários que sentem orgulho em o serem, por contribuírem para a nobre causa da política, devem concorrer para alterar o estado de coisas a que chegámos e que é muito grave. Lutando no interior dos Partidos para os melhorarem. Este é o combate mais aliciante, oportuno, necessário e mesmo imprescindivel que devemos travar com base no que é mais importante para qualquer político - coragem. A democracia está a correr perigos muito graves. Que não haja ilusões sobre isso. A sua consolidação e aprofundamento em prol de um futuro melhor dependem em muito da (re)credibilização dos Partidos e dos políticos por onde passa tudo.
É evidente, dirão alguns leitores, que ter economias fracas é mau para estes países que ficam assim sem mercados para poder fazer escoar os seus produtos e estão certos. Mas, não menos verdade, é que essa visão mais elaborada não é a visão mais habitual dos eleitores e de eleitores que também eles estão a ser objecto de medidas restritivas e onde desemprego, na Inglaterra sobretudo, vai subindo. Talvez assim se explica melhor a “jogada” do primeiro-ministro Cameron ao ameaçar que o Reino Unido pode sair da União com a marcação de um referendo. Para muitos, este anúncio representa o princípio do fim da Europa e até para os mais cépticos o início de uma terceira guerra mundial. É sem dúvida um momento importante e uma oportunidade única a utilização destes fundos para criar uma Europa melhor e mais solidária, mas também mais adaptada aos “ventos
que correm” de novas economias como a Turquia, Brasil, China, India ou África do Sul que crescem dois dígitos por ano. Quereremos nós regredir nos direitos sociais ao nível destes países? Claro que não. Mas quereremos nós permanecer indiferentes ao que se passa no resto do mundo até tudo ficar em causa pela simples razão que não nos soubemos adaptar aos tempos em que vivemos? Também não, parece-me. É por isso que posições radicais nesta altura, como sair do Euro e até da União Europeia, podem parecer apelativas aos olhos dos muitos portugueses que vivem com dificuldades mas lembrem-se aqueles que têm mais idade ou gostam mais de História que políticas isolacionistas como as seguidas na ex: União Soviética ou na Albânia conduziram os países e os seus cidadãos ao mais puro estado de pobreza. Foi, por isso, bom para Portugal e para os portugueses que se chegasse a um enten-
dimento quanto ao Orçamento da União. É tudo aquilo que nós desejávamos? Não, mas é um acordo que aposta na competitividade e no financiamento das PMES (e como nós precisamos) e na Agricultura com um novo “cheque” de 500 milhões de euros para investir sem qualquer comparticipação do Estado Português, mais e melhores condições de financiamento e pagamento no PRODER e aposta europeia no regadio para que possamos melhorar a nossa competitividade. Janeiro de 2014 é já aqui ao lado e seria bom que todos – governo, administração pública e particulares - nos preparássemos para desde o dia 1 de Janeiro recebermos tudo o que temos direito (quantas vezes não o recebemos no passado) e investir no que é preciso (quantas vezes não o fizemos, perdemos o direito a ser financiados e até multas acabámos a pagar). É um desafio de todos. Deles, da Europa, e nosso - Portugueses.
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com 4
D. Gilberto marca Dia Mundial do Doente O BISPO de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, comemorou esta semana no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, o XXI Dia Mundial do Doente, numa iniciativa organizada pela Capelania da unidade hospitalar. O Prelado
sadino visitou a Unidade de Internamento do Serviço de Cirurgia, onde deixou uma mensagem de esperança e conforto, lembrando o “Bom Samaritano”, uma parábola do “Novo Testamento” que alude
à compaixão e incita a fazer o bem pelo próximo. A Liga dos Amigos do Hospital S. Bernardo também marcou presença, instituição que desempenha um trabalho importante no cuidado aos doentes internados.
Projecto foi pensado há mais de 15 anos
A cronologia da Mina
Famílias de mineiros com casas novas no Lousal
H
á muito tempo que Lucinda Lopes desespera por uma casa. Aquela onde vive há mais de 30 anos já não tem condições. A degradação avançou. Por ali chove quase como na rua. As janelas estão partidas. «Não tenho dinheiro para arranjar nada disto. Mal tenho para comer e comprar medicamentos», relata ao Semmais. A boa notícia chegou com 2013. A sua vida vai mudar. Tal como a vida de 40 famílias de mineiros do Lousal (Grândola) englobadas num processo de realojamento para concluir até final do próximo ano. Os antigos operários da mina já começaram a ser realojados em casas doadas pela Sapec, que terão um preço simbólico, entre os cinco e os 20 euros, num ambicioso projecto que junta ainda a autarquia. Pedro Ruas, presidente da Junta de Freguesia de Azinheira de Barros, garante que «ainda há
muito trabalho pela frente», mas que está em causa uma questão de «justiça social». O processo de realojamento é um plano perseguido há cerca de 15 anos, mas que só agora encontrou pernas para andar, abrangendo também os antigos trabalhadores da mina que ocupam as habitações em bom estado de conservação. Também eles vão poder comprar, definitivamente, as casas, como sucede ao casal Francisco Costa Vaz e Odete Alves, que vivem no bairro das Oliveira há 60 anos. Aquisição a preços simbólicos Ele foi administrativo na mina, enquanto a mulher foi a professora da escola primária. Tinham outras regalias por parte da Sapec, mas se a casa está em bom estado muito o deve ao investimento realizado por Francisco ao longo dos anos, sempre na incógnita de saber
DR
O plano de realojamento já tem quinze anos mas a boa nova só surgiu este ano. O projecto só foi possível através dos esforços da Fundação Frederic Velge e da Câmara de Grândola. As famílias estavam desesperadas. Roberto Dores
DR
ACTUAL
Preço das casas vai ser simbólico e coloca fim a processo que durou 15 anos
se poderia um dia ser despejado. «Agora estou mais descansado e, aos 87 anos, sempre tenho alguma herança para deixar à família», garante, admitindo que «todo o dinheiro» que gastou na conservação «valeu a pena» a partir do momento em que soube que a casa vai passar para seu nome. No grupo de famílias abrangidas por este programa inscrevemse antigos trabalhadores da mina, mas também as respectivas viúvas, sendo que o processo abrange os moradores os Bairros do Salão, Palmeiras, Laranjeiras, São Bernardo e parte da Rua 25 de Abril, pertencentes à Sapec. Há ainda casos de habitantes de vivem em casas que mantiveram boas condi-
ções e que agora as poderão adquirir por preços simbólicos, a rondar os 20 a 25 euros. Na assembleia geral da Fundação Frederic Velge foram ainda aprovadas as condições para o realojamento das famílias em maiores dificuldades, que vivem nos bairros do Serrinho, São Marcos e São João, garantindo Pedro Ruas que se tratou de uma «grande conquista» para a terra, onde estes antigos e degradados bairros serão depois demolidos para dar origem a um futuro projecto turístico. «Aqui, estamos a falar de pessoas que trabalhavam no fundo da mina, com salários baixos, pelo que eram compensadas com uma
A mina do Lousal (Grândola), que integra a Faixa Piritosa Ibérica entre os vales do Sado e Guadalquivir, foi explorada entre 1900 e 1988. Os mineiros viviam nas casas de 13 bairros cedidas pela Sapec, através de um sistema de arrendamento, mas após o fecho da mina passaram para um contrato de comodato, continuando ali a morar. Em 1998 câmara e Sapec acordaram pela transferência de cinco de 13 bairros para a autarquia, para se poder proceder há transmissão das habitações para os moradores. Só a partir de 2009 é que as pessoas começaram a comprar as casas onde viviam (habitações em bom estado), embora 40 habitações tivessem ficado pendentes nos terrenos da Sapec. Estão hoje em condições de ser adquiridas. As últimas 26 famílias, que até aqui não tinham solução, viram as casas degradar por carências económicas, mas vão agora ser transferidas para outro bairro, onde a Sapec tem habitações que está a requalificar.
moradia», refere Pedro Ruas, acrescentando que com o encerramento da actividade mineira e consequente aposentação, os moradores ficaram com reformas baixas. «São pessoas sem condições financeiras para recuperar as casas, que não são suas, embora vivam cá. É por isso que este processo é, principalmente, uma questão de justiça para estes moradores», insiste o autarca.
8 milhões de cigarros apreendidos em Sines ICN e Vila Park Hotel lançam guia para observar aves em St. André OBSERVAR Aves na Lagoa de Santo André é o mais recente guia turístico criado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade. O guia vai ser lançado no dia 25, no Hotel Vila Park, em Santo André, seguido da entrega de donativos à associação ambientalista WWF.
À escolha do hotel não é alheio o facto de este ser o complexo turístico mais ambientalista a sul do país. Recorde-se que no ano passado o empreendimento foi integrado na rede de apenas três hotéis em Portugal que fazem parte do programa internacional Check Out For Nature.
UM CONTENTOR de tabaco proveniente dos Estados Unidos da América, com oito milhões de cigarros, cujo destino imediato seria o mercado espanhol, foi apreendido no porto de Sines pela Delegação Aduaneira e Serviços Antifraude. Segundo a Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, o tabaco foi encontrado no momento em que estava a ser descarregado para terra, tendo o respectivo contentor sido selecionado para controlo físico, em função do risco
de fraude e evasão fiscal. A tutela refere ainda que esta operação confirma a tendência do acréscimo de apreensões de tabaco nos últimos três anos, quer de contrabando quer contrafeito, que se tem verificado nas alfândegas portuguesas. «Se fosse introduzido no consumo no mercado português, o tabaco apreendido ficaria sujeito ao pagamento de impostos no montante de mais de 1,4 milhões de euros», diz a secretaria de Estado, reportando-se à inclusão
dos direitos aduaneiros, IVA e impostos especiais sobre o consumo. Já no que diz respeito à venda ao público, teria um valor global de cerca de 1,6 milhões de Euros. O conteúdo do contentor foi apreendido, tendo sido lavrados os competentes autos de notícia e apreensão e as peças processuais enviadas ao Ministério Público que vai dirigir as investigações. Roberto Dores
5
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
DR
O temporal do passado dia 19 de Janeiro deixou apenas a descoberto os graves problemas da escola básica 2,3 de Azeitão. Pais, alunos, direcção da escola e autarquias exigem respostas rápidas da tutela. OS PAIS e a direcção da Escola Básica 2,3 de Azeitão, apoiados pela Câmara Municipal de Setúbal, exigem que o Ministério da Educação proceda a uma requalificação completa daquele estabelecimento de ensino, em especial do Bloco B, cujo telhado ruiu com o temporal do passado dia 19 de Janeiro, deixando amianto à vista. Em declarações ao Semmais, a presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da escola, Iolanda Ribeiro, diz que a «qualidade de ensino não está a ser salvaguardada» e conta que existem actualmente turmas a terem aulas em espaços como o refeitório e a biblioteca e sem acesso aos laboratórios e a outras instalações. Segundo apurou o Semmais, das 32 salas da escola, 15 estão danificadas e 12 totalmente interditadas, estando neste momento 12 turmas sem salas de aulas. A directora da escola, Clara Félix, recorda que esta escola «é provisória há 35 anos estando neste momento com quase um milhar de alunos, ou seja, sobredimensionada». Depois do temporal, a protecção civil
Regresso às aulas depois do Carnaval foi tudo menos normal
interditou o Bloco B, tendo a direcção da escola enviado à tutela orçamentos para que as obras sejam realizadas. O Ministério da Educação, até ao fecho desta edição, não tinha avançado com previsão de obras. «Reclamamos obras urgentes e a colocação de monoblocos na escola, dado o agravamento da exposição de toda a comunidade educativa às partículas cancerígenas que o amianto liberta», diz Iolanda Ribeiro. A presidente da associação de pais, que gabou a mobilização de pais e alunos, da direcção da escola e da junta de freguesia e câmara municipal no cordão humano de protesto contra o estado de degradação do estabelecimento de ensino, não descarta a possibilidade de novas formas de luta serem consideradas no futuro. Edil quer reunir com Nuno Crato com urgência A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, já terá
pedido inclusive uma reunião ao Ministro da Educação, Nuno Crato, para expor o assunto, mas ainda não obteve resposta. A autarquia tem há anos chamado a atenção da tutela para o caso de uma escola «bonita por fora, mas com problemas estruturais vários por dentro». Celeste Paulino, chefe da divisão de Educação da autarquia, conta que existem salas neste momento com infiltrações e problemas vários a nível de canalizações, saneamento e outras infra-estruturas. A responsável da divisão de Educação lembra ainda que a escola não tem um pavilhão desportivo coberto. «É a escola, do grupo de estabelecimentos de ensino sobre os quais a edilidade não tem responsabilidade, em pior estado a nível do concelho», afirma. Uma intervenção de fundo já esteve prevista em 2009 no Programa de Investimentos e Despesas da Administração Central (PIDDAC), mas foi retirada. Bruno Cardoso
Politécnico de Setúbal promove estágios e integra o consórcio Erasmus al Sud O INSTITUTO Politécnico de Setúbal (IPS) é agora membro do Consórcio Erasmus Al Sud, criado no âmbito do Programa Life Long Learning (LLP) – Erasmus, com o apoio da Agência Nacional de Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PROALV). O objectivo deste preo-
jecto é proporcionar estágios profissionais, em Portugal, a estudantes europeus do ensino superior, bem como financiar estágios profissionais aos estudantes das universidades e institutos envolvidos, nos países participantes no programa de mobilidade ERASMUS.
A previsão é de garantir, no ano lectivo de 2012/2013, a mobilidade de 220 estudantes nos 32 países europeus participantes. O consórcio assume como principal missão “fortalecer a ligação entre as instituições de ensino superior e empresas e organizações portuguesas.
Novo livro de Mário Moura “À CONQUISTA da liberdade” é o título da mais recente obra de Mário Moura. A obra será apresentada no dia 22 deste mês, no Salão Nobre da Câmara de Setúbal pelo docente Viriato Soromenho marques e o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca. O médico Mário Moura preside à Comissão Justiça e Paz da diocese de Setúbal, entidade que tem por missão denunciar atentados à liberdade e à paz.
Amarsul ensina a reciclar lixo A EMPRESA responsável pela gestão, tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos da Margem Sul do Tejo, promove a iniciativa “Compostar, outra forma de reciclar”, para prevenção da produção de resíduos domésticos e em simultâneo, produção de fertilizante natural. O desenvolvimento da acção é efectuado em parceria com os municípios do Barreiro, Moita, Montijo, Seixal e Palmela. O programa de incentivo à compostagem doméstica consiste na oferta de um compostor e de acções de formação bem como o acompanhamento continuado a cada família ou instituição que queira contribuir para prevenir a sua produção de lixo doméstico e produzir fertilizante natural. Uma vez que grande parte dos resíduos que deitamos fora, são resíduos biodegradáveis – restos de comida, resíduos de jardim
DR
Amianto à vista coloca escola básica 2,3 de Azeitão em polvorosa
O compostor doméstico
ou de horta - em vez de serem enviados para aterro ou incinerados, estes podem agora ser valorizados, produzindo um excelente fertilizante natural – o composto – através de um processo de transformação biológica. Este programa conta com o apoio dos municípios e outros parceiros que se prontificaram a contribuir para a causa, e que têm dado apoio na divulgação e recepção de candidaturas ao projecto. Pub.
Edital MARIA DAS DORES MEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SETÚBAL: FAZ PÚBLICO QUE, em cumprimento do que dispõe o artigo 91º da Lei nº 169/99, de 18 de setembro, que esta Câmara Municipal, por deliberação tomada em sua sessão Ordinária de 07 de setembro de 2012, decidiu requerer à Assembleia Municipal a declaração de utilidade pública do imóvel designado por “Casa das Quatro Cabeças”, sito na Rua Fran Pacheco (antiga Rua Direita). O imóvel constitui o artigo urbano nº 690 da matriz da freguesia de São Julião e está inscrito na 1ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o nº 944/19930329. Nos termos do disposto no nº 4 do artigo 10º do Código das Expropriações o imóvel foi avaliado em €86.000,00 (oitenta e seis mil euros), avaliação efetuada por um perito da lista oficial da Direção Geral de Administração da Justiça. Foram notificados por carta registada com aviso de receção: Rogério Afonso Croner Torres e Herdeiros de Júlio Manito Torres. Não sendo conhecidos com a segurança e certezas exigidos, todos os proprietários do referido imóvel e não dispondo a entidade beneficiária da expropriação dos necessários elementos de identificação de alguns dos titulares, nos termos do nº 4 e nº 5, do artigo 11º e nº 5º do artigo 10º do Código das Expropriações é utilizado este meio para publicitar a decisão desta Câmara Municipal acima referida. A deliberação de expropriação foi proferida ao abrigo do teor conjugado da alínea c) do nº 7 do artigo 64º e alínea r) do nº 1 do artigo 53º, ambos da Lei nº 169/99, de 18 de setembro, na redação dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de janeiro e ainda dos artigos 10º, do artigo 14º, 17º (nº 1 e nº 3) do Código das Expropriações, aprovado pela Lei nº 168/99, de 18 de setembro, alterada e republicada pela Lei nº 56/2008, de 4 de setembro, com os fundamentos de fato e de direito expostos na resolução de expropriar e demais documentos e informações, integrantes do processo administrativo, da Câmara Municipal de Setúbal.O respetivo processo administrativo está disponível para consulta, no Departamento de Urbanismo desta Câmara Municipal, na Rua Acácio Barradas, n.º 27, Edifício Sado, em Setúbal. Para constar é afixado o presente edital na propriedade objeto da pretensão, nos Paços do Município, na sede da Junta de Freguesia de São Julião e publicado edital de idêntico teor num jornal de âmbito local e nacional e na página da Internet deste Município. Paços do Município de Setúbal, 29 de janeiro 2013. A Presidente da Câmara, Maria das Dores Meira
6
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
ACTUAL DIVERSOS
Cacilheiro “Trafaria Praia” vai à Bienal de Veneza pelas mãos de Joana Vasconcelos
O ANTIGO cacilheiro “Trafaria Praia” vai representar Portugal na 55.ª Bienal de Veneza, num formato de pavilhão flutuante, um trabalho ousado da autoria de Joana Vasconcelos, recentemente ‘coroada’ com a exposição mais vista em Versailles. O “cacilheiro-obra de arte” foi cedido pela Transtejo, que garantiu o apoio técnico ao projecto, vai acolher diversos eventos, incluindo o porto de honra aquando da inauguração da Bienal. Estão ainda
tudo por ser um dos mais típicos cacilheiros que circulou no rio Tejo». O Trafaria-Praia foi construído em 1959, pelo Estaleiro Schell & Johnhk, em Hamburgo. Com capacidade para 293 passageiros, estava afeto à Ligação Fluvial Trafaria Porto Brandão - Belém, tendo saído de serviço no fim de 2011. Atualmente encontrava-se em abate operacional, ou seja, aguardava decisão definitiva de abate. Na Bienal de Veneza o “cacilheiro-obra de arte” vai navegar na lagoa de Veneza durante o horário de abertura ao público da Bienal, transportando “passageiros-visitantes” entre os Giardini (uma das principais áreas do evento) e a Punta della Dogana (centro de exposições da Fundação François Pinault). Percursos alternativos a este incluem uma volta à ilha de San Giorgio a partir dos Giardini.
Luis Vasconcelos Unidade Infinita Projectos
A embarcação estava à beira de ir para abate e ganha agora uma segunda vida. A Transtejo deu luz verde e vai apoiar o projecto técnico.
O pavilhão flutuante português na 55.ª edição da Bienal de Veneza
previstos outros acontecimentos, que incluem o lançamento do catálogo que acompanhará a obra e uma monografia dedicada à artista com destaque para as habituais
festividades dedicadas a Lisboa e a Veneza. E a empresa explica que a opção por este antigo cacilheiro «prendese com a sua estética e acima de
Procura na ATEC tem superado oferta em altura de crise
O MINISTRO da Educação gabou esta semana o ensino profissional dual ministrado aos alunos da ATEC - Academia de Formação. Nuno Crato considerou que esta vertente de ensino «é um dos caminhos» para ajudar o país a sair da crise, combatendo o «flagelo» do desemprego entre os mais jovens. O governante recordou, por outro lado, o elevado nível de empregabilidade dos alunos da ATEC, entre os 85 e os 100 por cento, e salientou a necessidade de se apostar no ensino profissionalizante, que pode vir a chegar a 50 por cento dos jovens portugueses no futuro. «O tecido empresarial queixa-se de não ter jovens quali-
ficados, enquanto estes se queixam do desemprego», acrescentou. ATEC vista como «luz ao fundo do túnel» Sandra Neves, administradora técnica da ATEC, considerou também que a crise tem desmistifcado «o estereótipo em torno desta via de ensino junto dos mais jovens e dos pais», acabando por se tornar numa primeira escolha em muitos casos actualmente. «A ATEC já é mesmo vista como a luz ao fundo do túnel para muitos destes casos», sublinhou. Actualmente, a ATEC tem 700 formandos nas suas instalações em Palmela e no Freixieiro, noPorto,
bem como noutras acções externas a decorrer em vários pontos do país. A maioria dos alunos é acolhida por empresas parceiras da academia de formação, designadamente a VW Autoeuropa, a Siemens e a Bosch. «Ainda assim, a ATEC trabalha para o tecido empresarial, do norte a sul do país, preparando os jovens para o expectável a nível profissional e dotando-os da atitude certa», recordou Sandra Neves. A sede da ATEC localiza-se no Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela. O edifício está apetrechado com 11 salas teóricas, 18 laboratórios, 11 oficinas e um espaço destinado à realização de eventos. Bruno Cardoso
DR
Crato gaba ensino profissional e taxa de empregabilidade da ATEC
O ministro em visita à ATEC
Complexo industrial de Sines abastecido por Alqueva em 2015 A BARRAGEM de Morgavel, que abastece a zona industrial de Sines, vai começar a receber água do Alqueva em 2015, o que aumentará a garantia do abastecimento ao complexo. A transferência de água entre Alqueva e Morgavel, através da albufeira do Roxo, será feita por uma ligação de 114 quilómetros de canais, túneis e condutas, 83 dos quais já construídos, e que deverá ficar concluída até final de 2015, adiantou à Agência Lusa João Basto, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), a promotora do projecto. Após concluída a ligação, a água do Alqueva será transferida para Morgavel, a origem de água para abastecer a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), a qual irá usufruir «da garantia de água mesmo em períodos de seca prolongados», disse João Basto. A água do Alqueva a transferir para Morgavel irá servir para «fins industriais» e «aumentar a garantia e a fiabilidade do abastecimento de água» à ZILS, explicou Marques Ferreira, presidente da empresa Águas de Santo André, que explora e gere o sistema de abastecimento de água, de saneamento e de resíduos sólidos, que serve, entre outras, a zona industrial de Sines. A ligação Alqueva/ Roxo, com 83 quilómetros, está feita, mas falta concluir a ligação Roxo/ Morgavel, num total de 31 quilómetros. Para tal, a partir do circuito hidráulico Roxo/ Sado, um canal com cerca de 14 quilómetros, é preciso construir uma conduta dedicada de 17 quilómetros até Morgavel, cujo projecto está em fase de avaliação de impactes ambientais, disse João Basto. Após obter a declaração de impacte ambiental, a EDIA irá lançar o concurso público da empreitada, a qual vai implicar um investimento de cerca de 10 milhões de euros e deverá arrancar este ano para ficar concluída até final de 2015, previu João Basto.
Desemprego da região em 2012 valeu 10% do todo nacional O DESEMPREGO na região de Setúbal vale cerca de 10% total nacional, segundo divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. No final de 2012 estavam inscritos nos centros de emprego do distrito 73.662 desempregados, mais nove mil inscritos em relação ao período homólogo. Nestes registos do INE referentes aos números de 2012, Setúbal (16.211), Seixal (15.787) e Almada (12.845) lideravam o ranking, com
destaque igual para os concelhos do Litoral Alentejano (incluindo Odemira) com um total de 11.030. Os especialistas contactados pelo Semmais reafirmam que estes valores não incluem os pequenos e médios empresários e trabalhadores por conta própria, uma vez que não tinham direito ao subsídio de desemprego. «Na construção civil foi o pior ano da década e em todo o país perderam-se 83 postos de trabalho», afirmou Alfredo Lopes,
da AECOPS da região de Setúbal. Embora os dados não estejam sistematizados e não seja por isso possível apresentar valores concretos, Alfredo Lopes, da AECOPS Setúbal, diz que o cenário na região de Lisboa e Vale do Tejo é semelhante ao do resto do país. «Não estamos só a falar de falências e de empresas que fecharam as portas, e que são algumas, mas de entre as que se mantêm ainda a laborar reduziram em muito o
número de funcionários», sustenta ao Semmais. Outro sector amplamente afectado foi a restauração, nomeadamente do aumento do IVA e agravamento da carga fiscal, que acentuaram o aumento do desemprego no sector, calculando-se que tenham encerrado portas cerca de 30 por cento dos estabelecimentos. Recorde-se que, segundo a mesma fonte, o desemprego a nível nacional ultrapassou, no final de
2012, os 16 por cento, o que significa que, em Portugal, há mais de 923 mil pessoas sem trabalho, das quais perto de 765 mil estão inscritas nos centros de emprego do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Números que superam as previsões do Governo, sendo que cerca de 30 por cento dos desempregados têm idades superior a 45 anos. Marta David
PSD distrital recebe membros do Governo para debater estado da nação
POLÍTICA
OS SECRETÁRIOS de Estado do Tesouro e do Mar, Maria Luis Albuquerque e Manuel Pinto de Abreu, respectivamente, vão marcar presença, este sábado, nas II Jornadas “Consolidação, Cresci-
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com 7
mento e Coesão”, organizadas a nível nacional pelo PSD, que decorre numa unidade hoteleira de Setúbal. Os dois membros do Governo vão ser os principais oradores da iniciativa, que contará com a presença
do líder distrital dos sociais-democratas, Pedro do Ó Ramos, deputados, dirigentes e militantes do partido. “Nesta iniciativa serão abordados temas como o estado do País, bem
como as políticas que têm sido seguidas pelo Governo para ultrapassar o actual contexto de crise, nomeadamente a necessidade de uma reforma do Estado”, informa a distrital laranja em comunicado.
Alta velocidade acelera guerra entre PSD e PS
DR
A
‘confusão’ provocada, na semana passada, por notícias que apontavam o ‘regresso’ do projecto do TGV, e que poucos dias depois foram desmentidas pelo Governo, levaram a uma ‘chuva’ de reacções favoráveis à alta velocidade, entre as quais a da Distrital de Setúbal do PS. Mas a defesa da ‘menina dos olhos’ do ex-governo de Sócrates não caiu bem no seio do PSD distrital que agora responde com críticas de faraonismo. Os socialdemocratas de Setúbal acusam o PS de «continuar a insistir em promessas de obras faraónicas e em projectos irrealizáveis», no actual contexto económico-financeiro que Portugal atravessa. Em resposta a um comunicado da Federação Distrital de Setúbal do PS, no qual era sublinhado que o projecto de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Madrid iria avançar, os social-democratas advertem que «tal não corresponde à verdade, pois o que está em cima da mesa é a construção de uma linha de mercadorias» entre Sines e a fronteira com Espanha, em Caia.
Pedro do Ó Ramos disparou a alta velocidade contra a distrital do PS
projectos que todos já perceberam ser irrealizáveis, no actual contexto, tais como o TGV e o novo aeroporto». «O que neste momento interessa é que exista uma ligação de velocidade alta entre Portugal e Espanha de modo a que possamos transportar os produtos com maior rapidez. Isso é o que está a ser resolvido», assume. A construção da ligação entre Sines e Caia irá contribuir para o aumento de tráfego nos portos e será 80 por cento mais barato do que o anteriormente previsto, ficando a obra orçada em 700 milhões de euros. Diz o PSD distrital que o objec-
Social-democratas contra promessas «irrealizáveis« O deputado e presidente da Federação Distrital de Setúbal do PSD, Pedro do Ó Ramos, afirma que a região «não pode continuar a viver de promessas, nem de
tivo do Governo é ligar os portos do sul – Setúbal, Sines e Lisboa – ao resto da Europa, o que vai ser feito através do projecto Linha de Transporte de Mercadorias (LTM), o que «reduz os custos para os exportadores em 40 por cento e aumenta a capacidade de carga para os transportadores em 80 por cento». Ó Ramos acredita que esta decisão «vai no sentido correcto, privilegiando o crescimento da economia e a sua aproximação ao centro da Europa», algo que, sustenta «é fundamental para a recuperação» da economia portuguesa.
Euridice Pereira ‘em nome da rosa’ bate forte no Governo no hemiciclo de S. Bento A DEPUTADA do PS, eleita pelo distrito de Setúbal, Euridice Pereira, foi responsável, quinta-feira, pela declaração política do dia na Assembleia da República, numa alocução ao hemiciclo que versou as dificuldades que as famílias portuguesas estão a passar. A parlamentar acusou o actual Governo de ter «ficado hipnoticamente fixado ao transformar o objectivo da consolidação das contas públicas na única razão da sua existência». E afirmou que, após ter passado «604 penosos dias» o povo não vai suportar este caminho do «custe o que custar». Um Governo sem estratégia e sem rumo A deputada afirmou mesmo que o Governo «não tem políticas» que possam alterar nem o rumo das finanças públicas, nem economia, nem estabilidade social. «Os portugueses não vão aguentar mais, não porque eu o diga nem os senhores, mas porque não se identifica com estas pegadas neoliberais. E quem o diz é a nossa história democrática, desde há quatro décadas».
DR
‘Laranjas’ acusam socialistas de exigirem obras faraónicas
Euridice Pereira
Já durante o debate, dando exemplo do «sofrimento» da população, a deputada socialista ergueu a bandeira dos números que espelham o «desastre económico» da gestão de Passos Coelho e exortou os deputados da maioria mudarem de opções políticas. «Ainda vão a tempo para alterar este ciclo ruinoso que não corresponde ao que prometeram aos portugueses», afirmou a deputada em resposta às tiradas da maoria.
Socialistas arrasam todas as contas ‘do PCP’ na Câmara do Seixal
ESTA segunda-feira o Auditório do Cine-Teatro João Mota, em Sesimbra, recebe mais uma sessão do Parlamento dos Jovens, dedicados ao 2.º e 3.º ciclo do ensino básico. Este programa, organizado pela Assembleia da República, encontra-se na segunda fase e tem o objectivo de promover a educação para a cidadania e o interesse dos jovens pelo debate de temas da actualidade. A sessão regional vai contar com a presença do deputado do PSD, Paulo Ribeiro. O projecto culminará com duas sessões nacionais no hemiciclo de S. Bento, preparadas ao longo do ano lectivo, com a participação de deputados, designadamente da
OS SOCIALISTAS do Seixal acusam a Câmara liderada por Alfredo Monteiro de ter entrado em «desequilíbrio estrutural», obrigado a pedir um empréstimo de 40 milhões de euros. «Tudo isto é fruto da gestão irresponsável do PCP e a culpa não é do Governo, cujas transferências aumentam todos os anos, nem é da receita que se tem mantido mais ou menos aos mesmos níveis, sendo que algumas até têm crescido como tem sido o caso do IMI», afirma Samuel Cruz, vereador e recandidato do PS nas próximas autárquicas. Os socialistas parecem não
DR
Paulo Ribeiro presente no Parlamento dos Jovens
Paulo Ribeiro, deputado do PSD
Comissão de Educação e Ciência, órgão responsável pela orientação do programa.
ter dúvidas de que o problema está na despesa e apontam números. «A dívida pendente a fornecedores é de 24 milhões de euros, a que se deve somar mais 22 milhões de dívida a fornecedores, diferida para o período 2013-2017. E depois há a dívida em factoring que ultrapassa os 14 milhões, o que perfaz um valor total de 63 milhões setecentos e quarenta e seis mil de dívida a fornecedores», critica o autarca. Para os socialistas merece ainda destaque a dívida bancária que se situa nos 40 milhões, e as dívidas à ADSE, no valor de 11,5 milhões e à Simarsul, que totalizam 11 milhões duzentos e trinta mil.
Por oposição a este passivo, Samuel Cruz alude ao facto de o IMI passar dos atuais 0,39% para 0,425%, prevendo-se um acréscimo com esta receita de 43%. E ainda o novo tarifário da água que, segundo os socialistas, irá permitir arrecadar a partir de Abril mais um milhão de euros, bem como o seu aumento progressivo, que pode representar um aumento de até 220%. «É a política de maximização geral das receitas com o aumento de todas as taxas a aplicar, quando encerram equipamentos municipais ou no mínimo diminuindo e restringindo os seus horários», critica o autarca.
8
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com Entrevista
Leonor Freitas, gerente da “Casa Ermelinda Freitas”
«Se houver estratégia o enoturismo vai ser mais uma valência turística na região» los, dos transportes à energia. Na última década as margens têm caído e temos estado com os preços mais ou menos fixos a suportar todos os aumentos verificados ao nível dos custos de produção. E queremos continuar a crescer, a ganhar mercado, pelo que não podemos mexer mais nas margens e sentimos que o consumidor final também não aguentaria um aumento de preços.
As notícias de um aumento do IVA no vinho gerou algum pânico. Como viu e vê esta ameaça? Leonor Freitas – Com grande preocupação. Já estamos com margens muito esmagadas e a não estamos a ver os consumidores a suportarem esse aumento, nem os produtores o conseguiriam fazer. Se isso vier a acontecer, é uma «verdadeira calamidade para um sector que está a crescer, com grande dinâmica, a criar emprego, a exportar e ajudar a economia do país, tanto mais que engloba tantas outras actividades.
Tem havido quebras do consumo interno, face aos constrangimentos económicos das famílias portuguesas. Sente isso? Tem havido mudança para a escolha de produtos mais baratos. No nosso caso, sentimos que o consumidor tem ficado na “Casa” mas opta por produtos mais acessíveis, da gama média-alta para produtos mais económicos. Mas temos que estar agradecidos por essa fidelização que nos tem ajudado a crescer, e fazemo-lo através da relação preço-qualidade, que é a nossa marca, mesmo nos vinhos mais económicos.
Os produtores dizem que as margens têm vindo a ser comprimidas. È mesmo assim? Não tenha dúvidas. Quando se pensa no vinho não se pensa na globalidade dos custos, das rolhas aos rótu-
Acredita que o IVA se mantenha nos 12 por cento, como prometeu a actual ministra da Agricultura? Acredito no bom senso dos nossos governantes, nomeadamente da sra. Ministra. Que se pondere os efeitos nefastos de uma decisão desse tipo, que pode concorrer para que também este sector acabe por definhar. Seria um grande contrassenso. É uma preocupação com esperança.
Quer destacar algum produto? O bag-on-box. Tem crescido imenso, e que vem para dar resposta a essas dificuldades dos consumidores. Na gama de entrada tem subido mui-
to. Na gama média, podemos dizer que é o D. Ermelinda, já de uma gama média-alta, que é acessível para esse nível de qualidade e o consumidor tem feito essa justiça. Mas, afinal de contas todos os nossos produtos são dignos, porque os tratamos da mesma maneira. O que vale o mercado interno? Vale muito, cerca de 60% e continuamos a crescer dentro de portas, que é uma das nossas apostas, sem esquecer os nossos emigrantes. O resto é exportação, que tem igualmente crescido de forma sustentada. Mas a internacionalização continua a ser um caminho a seguir. Como está o processo de entrada no Brasil, por exemplo? Começa a ter a sua consolidação. Lutámos muito por lá chegar e estamos a começar a ver frutos desse trabalho, como também em África, nomeadamente em Angola e Moçambique. Não tenho dúvidas de que este será o ano da internacionalização da “Casa”, porque estamos a dar passos na Ásia, onde temos tido muita procura e queremos aumentar a nossa presença. Tem ideia de quais são as perspectivas de crescimento nos mercados externos? Em números redondos, podemos falar de um aumento expectável na ordem do 20 por cento. É o objetivo que está traçado e estamos a fazer todos os esforços para o atingir. Tem dito que não é tarefa fácil arranjar parcerias internacionais. Quais são os constrangimentos para atingir estes patamares? A promoção que é uma luta cons-
DR
Leonor Freitas não tem dúvidas que se houver aumento de IVA do vinho será «uma calamidade» num sector que está activo e a crescer. A gerente da “Casa Ermelinda Freitas”, que fala de si, do seu sucesso, dos sonhos, dos desassossegos e da ainda prematura sucessão, quer mais de 20 por cento nas exportações este ano e colocar o enoturismo na carta turística.
tante e muito pesada em termos financeiros. A Viniportugal vai fazendo os seus eventos, abrindo algumas portas em países que são desconhecidos para nós. Há agora um programa que é novo, destinado à internacionalização, através do PRODER, que pode vir a ser uma preciosa ajuda para chegar a outras feiras internacionais. É uma grande ajuda, porque este tipo de iniciativas exigem grandes investimentos. Repare que, por vezes, andamos dois, três anos a investir e a investir, e os resultados chegam sempre muito tarde. Temos que cada vez mais fazer as coisas em conjunto. Semmais – Tem a noção de que esse
caminho de parcerias está feito? Acho que começa a dar os primeiros passos, mas ainda cada um dos operadores faz o seu caminho. Estamos em patamares diferentes, mesmo aqui na nossa região. Vamos agora em conjunto à SISAB, feira internacional, sob o chapéu da CVR-Península de Setúbal, e isso é bom para a região no seu conjunto. Poderia haver mais união, mas acho que estamos a fazer esse caminho. Por outro lado, há um grupo de jovens que deram sucessão às ‘casas’ e começam a ter ligação entre eles. Estão mais preparados e são mais empreendedores. Isto tem que dar frutos, até porque vivemos numa região de grande futuro.
Passagem de testemunho tranquila e ‘estrelinha da sorte’ A Leonor esperava atingir este sucesso? Não, nunca. Vim para dar continuidade ao que era da família, ver se conseguia não vender. Depois, foi o sonho de criar uma marca, uma coisa de qualidade mas de pequena dimensão. Fui tudo muito rápido, veio o engarrafamento, a ideia de construir a adega, de comprar mais uva, até para ajudar os produtos locais. E finalmente a exportação. Foram sonhos e foram riscos. Mas não identifica um momento, um click? Foi mais passo a passo, mas talvez em 2002, quando tive que pensar o que fazer para esgotar a produção de uva de que dispúnhamos. Foi ai
que criei as marcas e até ao bag-onbox.. Como concilia a vida empresarial e a vida pública. Trazer ministros de forma informal não é para todos… Essas situações vão acontecendo naturalmente. Eu continuo a ser a mesma pessoa, que trabalha muito e tem um amor enorme a esta terra. Claro que às vezes fico admirada com este sucesso, mas tenho sido a sorte por as pessoas terem dado por isso. A distinção do presidente da República surpreendeu-me. Mas tem os filhos, a equipa… Sentese apoiada? Muito mesmo. Tenho uma grande equipa, que veste a camisola, e o
estimulo dos meus filhos, a Joana na gestão e o Joâoo na informática. Dá-me motivação e sinto que vai haver continuidade. E estou a ter o retorno de tudo isso e estou agradecida. Mas também acho que há uma estrelinha, para além do trabalho, do empenho e da dedicação. Deve ser por ter aproveitado ao máximo os valores que a minha família me foi passando e que quero saber transmitir aos meus filhos, embora tenha medo de o não conseguir totalmente. Na verdade, tenho a família, os colaboradores, os amigos, a região. Sou uma mulher de sorte. Sinto curiosidade em saber se a D. Ermelinda, matriarca da família,
falecida há pouco, teve noção do seu sucesso? Ainda teve alguma. Passou por várias fases. Primeiro o susto da mudança, a confiança no meu trabalho e, depois, um grande orgulho em mim. Chegou a dizer-se preocupado comigo, por trabalhar demais. Mas apercebeu-se de muitas das mudanças, com excepção dos últimos três anos de vida, já muito doente. Quando quer fazer ‘paragem técnica’, tanto mais que parece estar a preparar a sua braço direito (filha, Joana Freitas)? Tenho essa preocupação com a continuidade, porque a ligação à terra é única. Não quero que isso termi-
ne comigo. É como ver os meus filhos a crescer. E porque também temos já 30 colaboradores e é uma grande responsabilidade. Terminarei quando achar que não sirvo a empresa. Mas não tem planos, não tem datas? Neste momento sinto-me com força, energia e motivação. Afastar-meei naturalmente ou que se digam que estou a ser um obstáculo, por já não ter a mesma dinâmica. Vou certamente passar por fases em que desempenharei papéis diferentes dos de hoje. Quero fazer uma passagem de testemunho tranquila e cada vez mais a 5.ª geração está a assumir mais responsabilidades e a ganhar autonomia.
9
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
Reportagem
o moscatel, que ainda representa pouco no universo comercial da empresa. É também campeã de prémios e galardões alcançados um pouco por todo o mundo e a marca é cada mais reconhecida além fronteiras.
E esses jovens manifestam o espirito do regresso ao mundo rural, pelo qual se tem batido tanto… Não tenho dúvidas e até já se nota, mesmo em termos políticos. As pessoas começam a sentir essa dignidade do trabalho rural. É uma grande aposta e tenho lutado por isso. Sinto que também aí estamos a mudar. Mesmo ao nível das nossas faculdades, preparando os alunos para o campo, o que não se via há alguns anos. Tem feito algum investimento em vinha nova. A região continua a precisar de mais espaço para vindimar? Acho que sim. No nosso caso, compramos muito a pequenos produtores. Mas há espaço para plantarmos novas castas, mantendo as nossas tradições e características, mas irmos modernizando para ir ao encontro dos mercados externos. O nosso ‘castelão’ é único, mas não é conhecido lá fora. Nesses mercados temos muitas que entrar com um ‘merlot’ ou um ‘cabernet’. É importante ir ao encontro do consumidor com vinhos modernos. E, depois, repare que passámos a ser a terceira região do país em termos de facturação, o que nos dá uma maior responsabilidade, continuando este caminho de excelência e de modernização do sector. Sente que os políticos têm essa noção? Já tem alguma. Mas estiveram muito tempo afastados desta realidade e desta dinâmica. Estavam virados para os serviços, indústrias, o que até pode ser compreensível. Hoje acho que estão mais sintonizados com o peso económico do sector e com a importância do mundo rural. O pior é que nos planos estratégicos poucas referências são afectadas a este patamar do sector primário, não lhe parece… Estamos em mudança, isso tem que acontecer, mas já sentimos mudança. Agora é preciso montar uma estratégia. Uma coisa positiva, já servem os nossos vinhos nos restaurantes da região. Isso passou por uma mudança de mentalidades e vai dar os seus frutos. Falou da presença dos vinhos da região na nossa restauração, lembrei-me de que o vinho é um pro-
DR
Nova geração mais unida e com vontade e ir para o campo
Leonor Freitas com a 1.ª Dama, na iniciativa “A Vida de Um Vinho”
duto turístico. Sente alguma articulação? Nesse campo estamos ainda longe. A Rota dos Vinhos e a Casa do Baia têm feito um grande esforço. Posso dizer que são bons exemplos, mas estamos longe. E da cadeia do turismo ainda mais longe, porque deveríamos ser um parceiro forte neste cluster. Por exemplo com o enoturismo… Exactamente. O enoturismo das adegas tem que ser um parceiro de pleno direito como uma nova valência turística, complementando o muito que a região tem para oferecer. Como é que isso se faz? Em primeiro lugar, os operadores têm que criar as condições, mas depois tem que haver uma estratégia. Tróia e muitas outras zonas da região oferecem praia, restauração e património natural e monumental, nós podemos oferecer o mundo rural. Temos tudo para vencer neste campo, sem esquecer os produtos diferenciais, como o queijo, o mel, a doçaria. Talvez falte uma carta turística… Sim, acho que sim. Mas vai ter que passar pela mudança de comportamentos, mentalidade e pelo envolvimento das pessoas. As autarquias estão despertas e vamos estar cada vez melhor. Estou confiante. E a “Casa Ermelinda Freitas” está preparada para mais este nicho de negócio? Vamos estar, claro. Pôr a zona antiga a ser visitada, para dar uma ideia de como a zona rural foi, como as gerações do campo foram preparadas, mostrar o nosso património cultural e oferecer turismo durante todo o ano. A vinha tem um património
único, de grande interesse cultural. E as visitas podem e devem ser complementadas com provas dos nossos vinhos. Até arrisco a dizer que as adegas podem oferecer alguma restauração mais do tipo regional, porque não. Temos é que trazer as pessoas cá, porque já bons temos acessos, será preciso apenas conjugar esforços. No Douro já se faz e está a correr bem. Quando ficará pronta a nova adega? Já se vê e vai no bom caminho. Esperamos que esteja concluída até ao final do ano. Vamos aumentar a nossa logística, que é tão prioritária. Fizemos uma candidatura a Adrepes para recuperar também a zona antiga. Em 2014 havemos de estar em condições e ideia é criar um circuito entre as zonas antiga e moderna. Isso vai dar que tipo de expansão à “Casa”? Para além do que lhe disse, muito mais qualidade e organização, aumentando a nossa competitividade. A nossa capacidade está esgotada e esta ampliação é muito urgente, nomeadamente para apoio à linha de engarrafamento. Vai propiciar uma maior capacidade de produção e permite uma maior concentração de serviços, agora dispersos, como os armazéns, por exemplo. Já está mais sossegada com a ameaça da ‘invasão’ das suas vinhas pela plataforma logística do Poceirão? Não estou descansada e nem sou contra os grandes empreendimentos. Mas o legislador está em Lisboa, no seu gabinete e não tem conhecimento das realidades. Espero apenas que haja bom senso, porque se nos cortam este jardim de vinha é completamente impraticável e pode colocar em risco a nossa actividade.
Equipas do St. Peters School disputam presença na final do NOS@Europa Duas equipas do escalão secundário do Colégio St. Peters School estão a participar na edição deste ano do NOS@EUROPE – Que meios para o nosso futuro, projecto que está a ser desenvolvido pela Universidade de Aveiro, através do Centro de Informação Europeia Jacques Delors, enquanto representante da Comissão Europeia em Portugal. A disputa interna, que para seleccionar o grupo de alunos do colégio de Palmela a uma eventual presença na final do evento, prevista para Maio deste ano, incluiu provas de estafeta, debate, teatro e culinária. «A ideia é confrontar os jovens com as questões da União Europeia e com o impacto dos fundos comunitários no país e nas suas regiões», explicou ao Semmais Celeste Varum, uma das docentes da Universidade de Aveiro, responsável pelo projecto. E as duas equipas de Palmela, “Euro Challengers” e “Euro Peters” agradaram, evidenciando «um bom desempenho que não é alheio à própria organização da escola», frisou Celeste Varum. Para além da prova desportiva, que decorreu num ambiente de boa e saudável competição, os alunos do St. Peters School mostraram talento no teatro, grande maestria na prova de debate e jeito apurado na gastronomia, ocasião para trazerem à mesa do júri produtos regionais em pratos devidamente aprumados, onde reinou alguma mistura de sabores, colorido dos ingredientes e até muita ousadia, nomeadamente nas entradas. A organização das provas esteve irrepreensível, provando a excelência do St. Peters School, há cerca de dez anos no topo das melhores escolas do país, entre públicas e privadas. Os docentes estiveram sempre ‘em cima do acontecimento’, mas optaram por dar ‘uma grande autonomia’ a cada uma das equipas. «Estão entusiasmados e nota-se que se aprimoraram», dizia Cristina Farinha, professora de Economia no colégio, que esteve à frente da
equipa de docentes na organização das múltiplas tarefas. Um dos momentos mais relevantes foi o debate, com a participação do autarca Nuno Costa, que foi ‘bombardeado’ pelos representantes das duas equipas sobre os efeitos da PAC na região de Setúbal em particular. Afonso Pimenta, da “Euro Peter’s” impressionou, pela postura, pela clareza das questões e pela argúcia na argumentação. A administração e direcção do colégio não se alheou da iniciativa e fez questão de marcar presença em todas as provas. «Sempre considerámos da maior importância o seu envolvimento e o dos seus alunos, em iniciativas que impliquem, interação com o meio, promovidas por universidades e que por si constituem uma mais valia não só dos saberes, como o saber estar nos mais diferentes contextos, de uma forma ativa e preocupada, com problemáticas do mundo que os rodeia e os vai dotando de skills para a sua vida futura do ponto de vista académico e profissional», resumiu ao Semmais Isabel Simão, directora pedagógica. Isabel Simão não tem dúvidas que face a iniciativas destes contextos «os alunos privilegiam o debate das ideias, independentemente de resultados finais, o que importa é ter consciência que a qualidade dos seus atos é um imperativo individual e de grupo».
DR
de garrafas, correspondentes a um aumento de 30 por cento em relação a 2011. Este ano, para além da nova adega e do incremento das exportações, vai continuar a apostar na gama de espumantes e fazer crescer
A “Casa Ermelinda Freitas” tem vindo a crescer de forma sustentada. Com cerca de 300 hectares de vinha plantada, fechou o ano de 2012 com um crescimento de facturação de 26% e uma produção total de 5 milhões
Provas de Estafeta, teatro, debate e culinária
DR
2012 com mais facturação e 5 milhões de garrafas
LOCAL Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com 10
Gala de fado no Barreiro O AUDITÓRIO Municipal Augusto Cabrita (AMAC), no Barreiro, acolhe, dia 23, a Gala do Fado, promovida pela NÓS - Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente, com o
Moita reduz taxas dos mercados
apoio da Câmara. A iniciativa, inserida nas comemorações do 30º Aniversário da NÓS, visa a angariação de fundos para a construção do projecto Uma Cidade para Todas as Pessoas.
INCENTIVAR a actividade dos mercados municipais fixos do concelho para combater o agravamento dos problemas económico-sociais e as dificuldade dos vendedores é o objectivo da Câmara ao
reduzir as taxas, por um período transitório, nos anos de 2013 e 2014. Diz a autarquia que este é «mais um esforço» na promoção e criação de iniciativas de revitalização dos mercados.
Estuário do Tejo é objecto de estudo na Coastwatch
C
oastwatch Europe - Repensar o Litoral regressa ao Montijo, pela mão do executivo camarário em colaboração com o GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do território e do Ambiente. A 23ª campanha do projecto ambiental europeu já tem inscrições
abertas para as centenas de voluntários na defesa e estudo ambiental dos sistemas litorais europeus. Este é o nono ano consecutivo que a Câmara do Montijo, através do pelouro do Ambiente, adere a esta iniciativa criada em 1989 na Irlanda, envolvendo cerca de 23 países europeus. Anualmente é realizada uma campanha de recolha de dados ambientais na zona litoral, que ocorre em simultâneo em todos os países aderentes ao projecto. Em Portugal, a coordenação deste projecto está a cargo da GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente). A análise
dos dados recolhidos na Campanha ”Coastwatch“ é utilizada para elaborar um relatório anual de caracterização da situação ambiental das zonas costeiras, que é divulgado à população em geral. O estudo será realizado em duas zonas estuarinas do esteiro do Montijo, com aproximadamente cinco quilómetros no total. É dado um questionário a cada grupo, por unidade de 500 metros que vai fazer através do preenchimento de questionários, a caracterização zona, nomeadamente no que diz respeito à fauna, flora e níveis de poluição existentes. O objectivo é caracterizar a
Sesimbra aposta no património DEPOIS da abertura da jazida de icnofósseis da Pedreira do Avelino,a Câmara de Sesimbra está a preparar mais dois pólos museológicos no Zambujal. Um deles é o antigo Forno da Cal, próximo da pedreira, que funcionou até ao início da segunda metade do século XX, e o outro, um povoado do calcolítico, onde nos anos 80 foram encontrados vestígios das primeiras comunidades agro-pastoris e metalúrgicas, cerâmicas, instrumentos de pedra polida e elementos de sílex. Ambos os locais vão receber painéis interpretativos para ajudar os visitantes a compreender a função e importância destes lugares. A valorização dos três sítios tem como objectivo criar um circuito de visitas, complementando a oferta de espaços visitáveis no vasto património de Sesimbra.
município o pagamento de um montante estimado em 154.795,80 euros. A electrificação, no âmbito da operação Requalificação de Caminhos Agrícolas, será executada em caminhos situados no Terroal/Passil e em São Francisco, com um custo estimado de 13.095,61 euros, dos quais 6.658,80 serão financiados pela Comunidade Europeia e os restantes 6.436,81 serão suportados pelo município de Alcochete. As duas intervenções vão permitir requalificar caminhos que dão acesso a numerosas explorações agrícolas do concelho de Alcochete, que apresentam um pavimento bastante deteriorado e sem adequada iluminação pública.
DR
DR
Mais um museu ao ar livre
Caminhos eagrícolas vão ser alvo de beneficiação e electrificação
zona ribeirinha das freguesias de Montijo, Afonsoeiro e Sarilhos Grandes. Os dados recolhidos, no final do ano, servirão para a elaboração de um relatório anual de caracterização da situação
ambiental das zonas costeiras. Recorde-se que o Projecto ”Coastwatch“ permite, através da Educação Ambiental, que cada cidadão envolvido contribua para a protecção dos sistemas litorais.
Barreiro mostra Moita declara beleza do sapal guerra a carros do rio Coina abandonados
Alcochete investe quase um milhão em acessibilidades rurais A ADJUDICAÇÃO das empreitadas das operações de requalificação de caminhos agrícolas, que implica a pavimentação” e electrificação chegaram agora à fase de análise das propostas apresentadas pelos concorrentes. Os projectos da responsabilidade do executivo de Alcochete, prevê obras co-financiadas no âmbito do PRODER, com vista a beneficiar caminhos localizados nas áreas do Terroal/Passil, Pinheiro da Cruz/Pinheiro da Cozinha, Pinhal do Concelho, Rego da Amoreira e São Francisco. Estimada em 758.713,89 euros, e com comparticipação financeira comunitária, ao abrigo do FEADER é de 603.918,09 euros cabendo ao
O estudo é coordenado pelo GEOTA com a colaboração da Câmara
TRÊS DEZENAS de amantes e curiosos da ornitologia passaram, esta semana, uma manhã de observação da Natureza, no sapal do rio Coina. A iniciativa, que será realizada todos os meses, a partir de Fevereiro, é gratuita e promovida pela Câmara do Barreiro, através da Divisão de Sustentabilidade Ambiental em parceria com o Grupo Flamingo. Para que todos pudessem observar as espécies limícolas (que vivem em zonas húmidas e lodosas), como a tarambola-cinzenta, o alfaiate, o perna-vermelha, o maçaricopequeno ou o pilrito-comum, mas também o colhereiro, a garçapequena, a piadeira e o zarro, foram disponibilizados binóculos, guias de aves e telescópios. No dia em que também se assinalou o Dia Mundial das Zonas Húmidas, o Sapal do Rio Coina foi palco privilegiado para a aprendizagem e troca de ideias, sobre estas aves, entre participantes e ornitólogos experientes. A iniciativa decorre no primeiro sábado de cada mês e promove o contacto com a natureza e corporiza um dos objectivos da autarquia que, com a criação da Reserva Natural Local (RNL) do Sapal do Rio Coina e Mata Nacional da Machada, pretende reforçar a importância da conservação da natureza e da biodiversidade no concelho.
OS PROPRIETÁRIOS de veículos abandonados na via pública ou em fim de vida podem, a partir de agora, entregá-los de modo voluntário, no Departamento de Ambiente e Serviços Urbanos da Câmara. O processo de remoção e envio posterior do veículo para tratamento e valorização será assumido pela Câmara da Moita e realizado de forma gratuita. Para tal, os proprietários apenas têm de entregar toda a documentação relativa ao veículo e a respectiva declaração de entrega, devidamente preenchida, cujo modelo está disponível na página web da Câmara, podendo também ser obtido junto daquele serviço municipal. De acordo com o executivo de João Lobo, a ideia é contribuir para a redução do número de veículos abandonados na via pública ou em fim de vida, e consequentemente, para a preservação do ambiente.
DR
A recolha de dados ambientais no estuário do Tejo, junto ao Montijo, visa a realização de um relatório sobre as condições ambientais da zona.
DR
Projecto internacional monitoriza Montijo
A remoção fic a a cargo da Câmara
11
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
A ELABORAÇÃO do estudo urbanístico da Quinta do Xarraz, área com mais de 46 hectares localizada na zona norte de Setúbal para a qual está programada um parque urbano florestal, foi aprovada ontem pelo executivo setubalense, em reunião pública. O estudo, que pretende ser um instrumento de orientação da prática urbanística municipal e de suporte à revisão do Plano Director Municipal (PDM), tem um custo global de 52 mil euros e um prazo máximo de execução de 90 dias úteis. A Quinta do Xarraz, uma área com 46,38 hectares classificada no PDM de Setúbal como “espaço urbano”, com categorias de terciário e terciário T1, e “espaço verde de protecção e enquadramento”, é delimitada a poente pela auto-estrada A12, a nascente e a norte pela Estrada de Vale de Mulatas e a sul por um
NO ÂMBITO do processo de recuperação da antiga ponte ferroviária de acesso à Herdade do Zambujal, freguesia de Marateca, a Câmara de Palmela e a REFER procederam ao desenvolvimento do caderno de encargos para lançamento do concurso para a inspecção e elaboração do projecto de recuperação da ponte. Imediatamente após a adjudicação, terá lugar a decapagem dos elementos metálicos, o que permitirá o controlo metrológico rigoroso e a realização de ensaios à estrutura metálica, para avaliar quais os elementos estruturais a substituir ou a reforçar posteriormente.
EM MARÇO a Câmara propõe actividades para crianças e jovens em diversos equipamentos municipais que prometem animar as férias da Páscoa. Na Casa da Cerca são organizadas oficinas de pintura. A minha casa é a pintura”. “Vamos copiar o Solar” é a proposta do Solar dos Zagallos. Já no Museu da Cidade, há visitas guiadas pelas exposições “Chão de Memórias” e “Brincadeiras dos nossos avós”. “Quantos riscos são necessários para construir uma embarcação” é o desafio do Museu Naval, enquanto no Museu Medieval as crianças embarcam numa viagem “Pelos trilhos da cerâmica” e “Entre galhos e pedras”. Também a Biblioteca de Almada e a Biblioteca do Feijó propõem actividades que integram, além das horas do conto, oficinas dedicadas à poesia ou ao dia do pai.
DR
Almada dedica Março à juventude
Oficinas ensinam competências
Seixal valoriza mais novos A OFICINA da Juventude do Miratejo abre as suas portas este sábado à iniciativa Caminhos & Valorização, dirigida a jovens com idades entre os 17 e os 30 anos. Durante a formação vão ser analisados instrumentos de valorização curricular, bem como oportunidades para o desenvolvimento de um projecto de vida. A iniciativa é da associação Rato, em parceria com a Secundária João de Barros e a autarquia.
Um ‘monsanto’ na zona norte de Setúbal está prestes a nascer
loteamento urbano. A criação de um parque urbano florestal, dotado de percursos pedonais e circuitos de manutenção e de zonas de estadia, recreio e lazer, preservando os maciços arbóreos e arbustivos com interesse ecológico e paisagístico, é um dos principais objectivos programáticos do estudo. A requalificação da Estrada de Vale de Mulatas e a criação de uma
nova entrada de acesso na cidade com ligação ao nó de Poçoilos/ sublanço da A2 são outras metas do estudo urbanístico, que visa, igualmente, promover a integração urbanística do loteamento Jardins de Sant’Iago. Foi ainda decidida a elaboração de análises de mercado, de tráfego e de levantamento e caracterização dos núcleos de sobro e sobreiros.
Sines reduz iluminação
Santiago retrata memórias do concelho
A CÂMARA de Sines vai reduzir o nível de iluminação pública nocturna na via de entrada de Sines (antigo IP8) e em algumas zonas da cidade e de Porto Covo. Nas zonas urbanas abrangidas, a partir das 24h00, em cada três candeeiros públicos dois ficarão acesos e um apagado. Na via de entrada da cidade, a iluminação será totalmente cortada às 23h00. O objectivo da medida é reduzir custos com a aquisição de energia eléctrica, sem comprometer as condições de segurança. A intervenção tem um carácter provisório e experimental, até à conclusão do projecto de reformulação da iluminação pública da cidade actualmente em curso, com luminárias de baixo consumo. O executivo pede a compreensão dos munícipes e a sua cooperação para eventuais correcções e melhorias.
O ARQUIVO Municipal de Santiago do Cacém está a recolher fotografias antigas para a preservação da memória do concelho e convida a população a participar neste projecto através do empréstimo das suas fotografias. O arquivo sugere temas como as pessoas, as aldeias, vilas ou cidades, cenas da vida familiar, vida militar, actividade política, cultural,, festas, património edificado, actividades económicas tais como a pesca e a agricultura.
visitada de 2ª a 6ª das 14h00 às 17h00. A Casa Frayões Metello remonta ao século XVIII e foi residência da nobreza nacional.
DR
HISTÓRIA Arqueológica de Grândola - Vestígios e Artefactos é a mostra que retrata a evolução de Grândola, na Casa Frayões Metello. No local, recentemente aberto ao público, depois de um prolongado projecto de intervenção e recuperação, está também presente e a reconstituição de uma sala de aula do ensino primário, que pode ser
O MUSEU Etnográfico do Torrão recebe a partir de sábado uma exposição intitulada “Torrão: dos Primórdios à Actualidade”. Com inauguração agendada para as 16h00, a exposição visa retratar o desenvolvimento do Torrão desde a sua fundação até aos dias de hoje, focando-se essencialmente nos aspectos alusivos à ocupação humana. Neste âmbito, constarão da mesma fotografias históricas, textos antigos e peças arqueo-
Montijo estreia coral A IGREJA da Misericórdia do Montijo recebe, amanhã, um concerto pelo Grupo Coral do Montijo. Este concerto surge no âmbito do ciclo de Concertos “Uma Igreja, Um concerto” promovido pela Câmara com o objetivo principal de descentralizar a sua política cultural.
Fertagus dá borlas ATÉ AGOSTO, o estacionamento no parque da Estação Ferroviária será gratuito. A campanha da Fertagus pretende dinamizar a Estação da Penalva e incentivar a utilização do comboio, com vantagens para os utilizadores e para o ambiente.
Mais obras na Piedade CÂMARA de Setúbal abriu concurso público da empreitada de “Reformulação do sistema de tratamento de águas residuais domésticas na Piedade, Portela e S. Pedro”. A obra visa a construção de um sistema de drenagem para encaminhar águas residuais domésticas e pluviais das três aldeias para o troço do emissário.
Arquivo procura raízes populares
Alcácer mostra história no Torrão Evolução de Grândola para ver na Casa Frayoes Metello
INICIATIVAS
lógicas descobertas na era moderna, que constituem um testemunho físico da evolução desta vila outrora concelho. Integrada no programa das Comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino do Torrão, promovido pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a exposição vai estar patente até 28 de Março, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, e ao primeiro e terceiro sábado de cada mês, entre as 9h e as 13h e das 14h às 17h.
DR
Palmela recupera ponte histórica
DR
Setúbal vai ter mega parque florestal na Quinta do Xarraz
Autarca faleceu em Janeiro
Pesar por Orlando Curto A CÂMARA de Setúbal apresentou, em reunião pública, um voto de pesar por Orlando Curto, falecido a 27 de Janeiro. Orlando Curto foi presidente da Câmara de Setúbal no mandato resultante das primeiras eleições democráticas para as autarquias, na qualidade de militante do PS.
Rueff volta à Luisa Todi
CULTURA
MARIA Rueff e Joaquim Monchique voltam a Setúbal, em Julho, para mais espectáculos de “Lar, Doce Lar”, comédia teatral que encheu o Fórum Luísa Todi no passado fim-de-semana. Os actores
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
Rodrigues nasceu e reside no Barreiro. O Tejo e os barcos que o atravessam são, desde sempre, uma paixão que procurou transpor para a sua obra. Aprendeu a profissão de torneiro-mecânico em França.
“MEMÓRIAS do Tejo”, com pinturas e maquetes navais de mestre Lenine, inaugura este sábado, às 17 horas, na biblioteca de Palmela. Jorge Fernando e José Manuel Barreto vão actuar. Lenine
arrancaram gargalhadas do público durante a hora e meia de espectáculo. “Lar, Doce Lar”, a partir do texto de Luísa Costa Gomes “O Que Importa É Que Sejam Felizes”, anda em digressão pelo País.
Sábado
12
Maquetes de Lenine em Palmela
16
Cartaz... Cegadas de Sesimbra O concelho de Sesimbra é um dos poucos locais que ainda mantém viva a tradição das cegadas. Este costume típico das zonas rurais realiza-se há mais de 100 anos e serve para criticar a sociedade.
DR
Teatro João Mota | 21h30. “El Mal del Arriero”, filme espanhol, vai mostrar potencial cinematográfico do cabo Espichel, em Sesimbra
Noite dos namorados
Escolhas Sadinas Por Ana Sobrinho MÚSICA DIA 16/02 ÀS 21H30 NA CASA DA AVENIDA (AV. LUÍSA TODI Nº286) - NORBERTO LOBO. O “mestre da guitarra”, Norberto Lobo, vai regressar pela terceira vez a Setúbal, para um concerto na Casa da Avenida. Este vai ser o primeiro espectáculo do músico depois da recente nomeação para melhor álbum europeu, pela Impala, “um dos mais prestigiados prémios da música independente”./ Entrada: 5€ CINEMA DIA 17/02 ÀS 16H00 NA CASA DA CULTURA/ SALA JOSÉ AFONSO – “AMÁLIA” de Carlos Coelho da Silva (2008, 122’)/ Sinopse: Já conhece a mítica cantora.
Pela primeira vez, conheça a mulher por trás do mito. “Amália” segue a diva numa noite de Outono nova-iorquino em 1984, uma noite que atravessa as memórias íntimas de uma vida inteira. / Entrada gratuita. DANÇA DIA 22/02 ÀS 21H30 NO FÓRUM LUÍSA TODI – Espetáculo da Pequena companhia/ Little Company/ Organização: Academia de dança contemporânea de Setúbal./ Bilhete: M@RÇO.28 10ª MEIA MARATONA FOTOGRÁFICA DE SETÚBAL - Inscrições até dia 1 de Março./ Informações e inscrições: 265 236 168
“El mal del arriero” conta uma história rural negra e aborda a temática da impunidade na sociedade actual. Elias, o protagonista, interpretado pelo actor José Vicente Moirón, é um homem comum que se envolve numa situação obscura, na sequência de um pequeno furto e que se reencontra consigo mesmo ao deparar-se com os acontecimentos que surgem daí. A película, cujo orçamento não é conhecido na totalidade, conta com um subsídio de 160.000 euros do Ministério da Cultura Espanhol e do Governo Regional da Extremadura e deverá estrear no final deste ano.
WORKSHOP MODA / PASSERELE Ana Sobrinho
Mauro Lopes
DIA 3 DE MARÇO DAS 09H30 ÀS 13H00 NA CASA DA BAÍA – Este Workshop visa a aprendizagem das técnicas básicas de passerele, onde a postura e a confiança estarão em destaque e potenciar a ética profissional./ Idades compreendidas entre os 12 e os 30 anos./ Formadores: Ana Sobrinho (Miss Portugal 1989 e Ex-modelo) e Mauro Lopes (Prémio New Faces 2010 da Fashion TV e Modelo Look Elite Lisbon) / Preço: 15€./ Informações e inscrições265 236 168 / 939 833 344
16
Os The Cinnamon Band prometem uma noite romântica com canções de amor e intemporais. O grupo vai aquecer a noite com vários hits internacionais. Casino de Tróia | 23h30.
16
Canções luminosas Os Minta & The Brook Trout são considerados pela revista Blitz um dos melhores discos portugueses de 2009. A crítica fala em música «absolutamente maravilhosa, feita de canções luminosas e sublimes». Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo | 21h30.
Ganhe convites para o circo Nómada O HOMEM-BALA e o Touro Sábio são as duas grandes novidades do circo Nómada, instalado no Largo José Afonso, em Setúbal, até este domingo, dia 17. Além das tradicionais artes circenses, o espectáculo, que pretende recuperar o verdadeiro circo à portuguesa, inclui teatro, música, dança, expressão corporal e efeitos visuais. Destinado a todas as idades, este espectáculo pedagógico é baseado num espectador (mimo Edy) que fica fascinado e que vai tentando englobar-se no espectáculo entre a trupe de palhaços (Colors), malabarista (Dallot), trapezista em tecidos (Dayanna), hulla hups (duo Dancers), magia (Magic Idols), a comédia do carro fantasma, malabaristas e equilibristas com cubos gigantes, contorcionista em lua aérea giratória (Sandra), pombas amestradas (Senhora Franco), equilibrista em cilindros giratórios (Mickel) e palhaços excêntricos e musicais (Trio Mariz). Paulo Mariz, o gerente, realça que o Nómada assume-se como
DR
A
longa-metragem “El mal del arriero”, primeira obra do espanhol José Camelo Manzano, baseado num romance de sua autoria adaptado por Ana Baliñas, começa a ser gravada ainda este mês no Cabo Espichel, em Sesimbra. Este é, aliás, o único local fora da Extremadura espanhola, onde será rodado o filme, uma vez que o director assume que «tanto a equipa de produção como os actores e os locais são quase a cem por cento da Extremadura».
Carlos Sargedas, responsável pelo festival de cinema Finisterra, acredita que a escolha do Cabo Espichel como cenário para esta produção «pode ser um reflexo já da primeira edição do certame, dado que é esse também o grande objectivo da sua realização. Mostrar que esta região tem potencial para receber grandes produções cinematográficas.» Sargedas admite que a presença do presidente da Região de Turismo de Cáceres, um dos convidados do Finisterra 2012 e um dos principais patrocinadores do filme, possa ter influenciado esta escolha.
Sábado
Marta David
Sábado
Espichel é único cenário não espanhol do filme “El mal del arriero”
Nómada à espera dos leitores
um circo «diferente», uma vez que aposta na comédia del arte e no burlesco, além das tradicionais artes circenses. «Estamos a tentar recuperar o circo de há 30 anos atrás, em que as pessoas se divertiam bastante. Este tipo de espectáculo tem vindo a perder-se e nós, agora, através de grande cumplicidade e empatia com o público, estamos a relembrar os bons velhos tempos». Para ganhar convites para o circo, para as sessões dos dias 16 (sábado) e 17 (domingo), às 16h30 e às 21h30, basta responder à seguinte pergunta: Como se assume o circo Nómada? Envie a resposta para 918 047 918, com os seus dados, ou para passatempos.semmais@mediasado.pt
DESPORTO Sábado // 16 . Jan . 2013 // www.semmaisjornal.com 13
Atletas de Sesimbra no corta-mato SEIS alunas da Escola Secundária de Sampaio, concelho de Sesimbra, vão representar a Península de Setúbal no Corta-mato Nacional, agendado para o dia 2 de Março, na cidade
Triatlo junta 400 em Grândola CERCA de 400 atletas são esperados, este domingo, no XIX Duatlo Jovem de Grândola, pontuável para o Campeonato Nacional Jovem da Federação de Triatlo de Portugal.
de Coimbra. Leonor Duarte, Luísa Amorim, Raquel Peguicha, Rita Nunes, Isabel Pinto e Maria Duarte constituem o grupo de estudantes que ficaram apuradas para a prova.
Os riscos dos guarda-redes e as teimosias da FIFA. (II)
DR
D
Presidente do clube sadino garante que Vitória «não será intimidado por ninguém» neste e noutros processos
Vitória recorre para manter-se na Taça da Liga Sadinos consideram ilegal decisão do Conselho de Disciplina da FPF de absolver o FC Porto no caso da alegada utilização irregular de jogadores na competição. E prometem defender Bruno Cardoso
O
Vitória de Setúbal (VFC) vai recorrer para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FP) da decisão de absolver o Futebol Clube do Porto da alegada utilização irregular de jogadores na partida contra o clube sadino, na última jornada da Taça da Liga. O presidente do VFC, Fernando Oliveira, diz que o clube «não se deixará intimidar por ninguém» na hora de «defender os seus direitos até à última gota de sangue». «Se existem regulamentos, estes são para cumprir», acrescenta. Em causa está o facto de o
Conselho de Disciplina da FPF ter considerado improcedente a acusação de que o FC Porto tinha utilizado de forma irregular os jogadores Fabiano, Sebá e Abdoulaye contra os sadinos menos de 72 horas depois de terem participado no jogo da equipa B dos Dragões contra a Naval 1.º de Maio, a contar para a segunda Liga. «Os especialistas são unânimes relativamente a essa utilização irregular e, até hoje, o Vitória não se tinha pronunciado sobre esta matéria para permitir que os órgãos competentes decidissem sem pressões», lembra Diogo Boa Alma, responsável pelo departamento jurídico do Vitória de Setúbal. O mesmo responsável considera que existe «fundamentação jurídica» para recorrer da decisão, prometendo entregar o respectivo recurso no prazo de 5 dias úteis. «A garantia dos nossos direitos não pode ser encarada por ninguém como pressão, pelo que recorreremos a todos os meios que tivermos ao nosso alcance», acrescenta Diogo Boa Alma. Por sua vez, Fernando Oliveira lembrou que o Vitória é um clube com provas dadas, inclusive na Taça da Liga, tendo «troféus bem à vista, ganhos no campo desportivo».
Conselho de Disciplina com entendimento bem diferente Mas Álvaro Baptista, membro da secção profissional do Conselho de Disciplina e relator do processo, tem um entendimento bem diferente, considerando que o artigo 13.º do anexo V do Regulamento das Competições não se aplica à Taça da Liga. Este era o artigo que sustentava a basa da acusação contra o FC Porto e seus jogadores. «Não tinha sentido estar a fazerse uma interpretação por remissão de um artigo genérico que consta no regulamento da Taça da Liga», conclui. A polémica utilização do trio azul e branco foi feita na derrota caseira que os dragões impuseram ao clube sadino, por 1 – 0, num golo apontado por João Moutinho. O encontro contava para a terceira jornada do Grupo A da terceira fase da Taça da Liga, disputado em 09 de janeiro. Caso os vitorianos consigam ainda dar volta a esta decisão, trocam de lugar com os dragões, garantindo assim a passagem às meias-finais e a eliminação do FC Porto da prova.
Alcácer recebe Concurso Nacional de Equitação A HERDADE de Vale Sabroso, em Alcácer do Sal, vai ser palco da quarta edição do concurso de equitação Harley-Davidson Horse Trials, que se realiza de 21 a 24
de Fevereiro. O Concurso de Completo tem mostrado em Portugal um crescimento assinalável, tanto em número de participantes como em qualidade dos
atletas, como demonstra a presença assídua das cores nacionais em provas como os Jogos Olímpicos e os Campeonatos da Europa e do mundo.
ando continuidade ao tema que iniciámos neste nosso Semmais há uma semana, conforme promessa expressa, evocamos outras situações complicadas de guarda-redes, mais ou menos afectados por queixas de saúde fictícias ou reais, com consequências dignas de registo adequado. Recuamos no tempo até 1 de Maio de 1957, quando de um Irlanda do Norte-Portugal, em Belfast. O exuberante e sempre complicado nº 1 da equipa nacional era Carlos Gomes, do Sporting e fez uma das suas, para intensa inquietude do seleccionador, o Dr. Tavares da Silva, de angelical paciência para com as muito badaladas «traquinices» de Carlos Gomes. Esse jogo de Belfast contava para os preliminares do «Campeonato do Mundo» de 1958, na Suécia, e no anterior despique, em Lisboa (Alvalade), a 16 de Janeiro, registava-se um empate (1-1) com belíssima actuação de Carlos Gomes, sempre ufano de si mesmo. Havia esperanças de brilharete para o 2º jogo, aprazado para o Windsor Park da capital Irlandesa. E nós, ao serviço do Mundo Desportivo, com o entusiasmo próprio dos 23 anos, lá fomos até Belfast com as mesmas esperanças do Dr. Tavares da Silva. E foi então que Carlos Gomes se assumiu como figura especialíssima dessa deslocação. Eu conto. Importante é relembrar que nesse tempo ainda não havia substituições e não se justificava, por isso, mais do que 4 ou 5 jogadores suplentes. Nessa deslocação a Belfast, o hipotético substituto do Carlos Gomes era o Pinho, do FC Porto, baixote, pouco experiente, seleccionado de última hora por motivos que nos escapam, 55 anos decorridos. A titularidade de Carlos Gomes era indiscutível e, com certeza, o próprio Pinho sabia disso. Mas havia que cumprir a utilitária praxe de um guarda-redes suplente, para o que desse e viesse. E foi então que… Na muito acinzentada manhã do dia do jogo, chamando a si as atenções gerais, como tanto gostava, Carlos Gomes apareceu a queixarse de uma muito forte dor de dentes, com trejeitos e gemidos verdadeiramente teatrais. Que não poderia
São provas de BTT e corrida. As provas do Duatlo Jovem envolvem atletas dos Escalões Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis. O número de atletas tem crescido ano a ano.
David Sequerra Colaborador
jogar, por insuportável sofrimento, deixando superapreensivo o seleccionador nacional. Antes do almoço, ao cumprirse o expediente habitual da selecção e revelação do «onze» que iria actuar, ficou a saber-se que Pinho seria o titular da baliza dado que Carlos Gomes não recuperava da sua pronunciada maleita. Seria uma estreia absoluta em jogo de tanta responsabilidade e testemunhámos o semblante carregado de Pinho, tentando disfarçar uma excepcional emoção. Após o almoço, um breve repouso e a nervosa preparação da curta viagem até ao Windsor Park, com Carlos Gomes na condição de «prateleira» e o Dr. Tavares da Silva super preocupado. Como iria ser a conduta do nervosíssimo Pinho? Todos pensavam nisso mas ninguém saía de um significativo mutismo. Ao começo da tarde, talvez 2 horas antes do apito inicial, já no estádio, com os preparativos finais para o embate, aconteceu o imprevisível (ou nem por isso…):Carlos Gomes, a atrair as atenções gerais, proclamava em alto e bom som: - Já não me dói nada. Estou OK. Oh Doutor, conte comigo p´ró jogo. O Dr. Tavares da Silva ficou perplexo e o inquieto Pinho sentiuse aliviado. Pudera! O jogo não prometia nada de bom e mesmo que Carlos Gomes exagerasse de optimismo, não havia substituições…Estava safo, como calculamos que tanto desejaria. Jogou Carlos Gomes, perdeu-se por 3-0, «sem espinhas», gorou-se a hipótese de presença no «Mundial». O excêntrico «keeper» da Selecção não esteve a grande altura exibicional mas a culpa não foi, seguramente, de uma imaginativa dor de dentes. Ninguém terá ficado satisfeito com a derrota frente a uma boa equipa onde pontificavam os irmãos Blanchflower. Talvez Pinho, o suplente que não poderia ser utilizado, fosse uma especial excepção. Menos de um mês depois desse jogo de Belfast a FIFA assumiria uma importante decisão- a da substituição dos guarda-redes.
NEGÓCIOS Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com 14
Alegro Setúbal arranca segunda A PRIMEIRA pedra do centro comercial Alegro Setúbal vai ser lançada na próxima segunda-feira, às 11 horas da manhã. O acto simbólico marca oficialmente o arranque das
obras deste projecto da Immochan, há muito aguardado na cidade. O investimento orça 110 milhões de euros e deverá estar concluído no último trimestre de 2014.
Despedimentos na Atlantic Ferries A ATLANTIC Ferries, que assegura a ligação fluvial entre as duas margens do Sado, vai proceder a um despedimento colectivo de 7 dos seus 60 colaboradores, avança a Lusa. Os trabalhadores paralisaram
esta semana duas horas em protesto e exigem reunir com a APSS. Alguns trabalhadores dão ainda conta de que a empresa terá reduzido o número de ligações nos últimos anos em 50 por cento.
Investimento pode ser ‘mina de ouro’ para o Cercal Milhões canadianos de investimento podem movimentar economia local e gerar postos de trabalho. Projecto está numa fase embrionária, mas autarquia está disponível para mostrar potencialidades geológicas locais.
Bruno Cardoso
O
Governo português já tem nas mãos a proposta de concessão de uma mina de ouro no Cercal do Alentejo, em Santiago do Cacém. O grupo mineiro canadiano, Colt Resources, está interessado nas onças de ouro alentejanas e quer aumentar a sua carteira de activos em Portugal, onde entrou em 2007. O grupo não adianta grandes pormenores acerca
das suas intenções alegando que o projecto está ainda «numa fase muito embrionária». Mas, no terreno, a possibilidade de este investimento se concretizar gera boas expectativas. Álvaro Beijinha, vereador das Actividades Económicas na Câmara Municipal de Santiago do Cacém, afirma que a autarquia ainda não tem conhecimento formal das intenções do grupo canadiano, mas reconhece que caso as mesmas se concretizem «seriam algo muito
importante para a economia local, porque criariam um vasto número de novos postos de trabalho». Em declarações ao Semmais, o autarca recorda que o Cercal do Alentejo já teve uma mina em funcionamento que deixou de laborar há duas décadas e acrescenta que toda a zona do concelho pode ter grande potencial geológico. «Veja-se, por exemplo, a exploração das minas do Lousal há alguns anos atrás e em Aljustrel, ambas muito próximas do concelho de Santiago do Cacém», salienta. «Era, de facto, ouro sobre azul se este investimento se concretizasse, atendendo até à dinâmica que iria criar, movimentando o tecido económico local», diz.
Colt Resources quer aumentar carteira de activos A oportunidade de investimento mineiro no Cercal do Alentejo é apenas uma das três novas que a empresa identificou recentemente em Portugal. Além do Cercal, o grupo está interessado em explorar outra mina de ouro no Alentejo, no município de Borba, além de cobre na localidade de Adorigo, concelho de Tabuaço. Em marcha com outros projectos de exploração já em curso de minas de ouro na região de Montemor-o-Novo e de tungsténio em Tabuaço, este plano de investimentos em Portugal poderá
ascender a 150 milhões de euros. «O país tem um grande potencial geológico e uma tradição de exploração mineira que remonta a mais de dois mil anos, tendo sido uma verdadeira surpresa o facto de haver pouca actividade neste sector quando o grupo decidiu apostar em Portugal», afirmou Nikolas Perrault, presidente da Colt Resources, em entrevista ao Diário Económico. Ao mesmo jornal, reforçou o interesse da empresa «naquilo que possa, entretanto, surgir» e lembrou que a companhia mineira é «aquela que se encontra em fase mais desenvolvida em Portugal».
Acordo dura 8 anos e investimento ronda 15 milhões
Estudos para prospecção de petróleo na Península vão dar sequência a levantamentos já realizados por outras empresas Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, que diz que estes estudos, que se deverão estender pelos próximos três anos, têm por base outras pesquisas realizadas há alguns anos por uma outra empresa, que, antes de desistir, tinha a mesma motivação actual da canadiana. O contrato de prospecção da
Há resíduos fósseis no Lavradio? As Jornadas Europeias do Património, realizadas em Setembro do ano passado, no Barreiro, foram contundentes sobre a existência de fósseis na chamada “Ponta da Passadeira”, Lavradio. Na ocasião, Joaquina Soares, directora do Museu de Arqueologia de Setúbal, lembrou que a zona de escavações neste sítio «estava
repleta de fósseis», sendo que foi encontrada debaixo de água «uma floresta fóssil». A especialista disse também terem sido feitos estudos dos carvões, entre outras matérias. Toda esta zona, foi objecto de reconstituição da paisagem vegetal, recuando à ocupação Neolítico, e ao longo dos tempos teve de grande importância económica.
empresa, assinado com a Direcção-Geral de Energia e Geologia, prevê o alargamento das pesquisas a todo o resto do distrito nos próximos oito anos, num investimento a rondar os 15 milhões de euros. Carlos Humberto acrescenta que a autarquia vê com bons olhos estas iniciativas, «apesar de o processo estar ainda numa fase muito insípida», uma vez que estas seriam muito importantes para a região caso confirmassem a existência realmente destes combustíveis fósseis. «O próprio secretário de Estado da Energia, quando contactou a câmara, demonstrou grande optimismo face ao que a empresa canadiana lhe transmitiu», conta.
a público dizer que a intenção da Oracle Energy Corporation é mais uma demonstração de que o sector extractivo «está a despertar cada vez mais interesse junto de várias empresas multinacionais da área do petróleo e do gás natural». Em comunicado, o presidente do conselho de administração da empresa canadiana, Nasim Tyab, reiterou que acredita no potencial do país no sector petrolífero e do gás natural, estando assim convicto de que esta
seria uma boa oportunidade para a empresa que lidera aumentar a sua posição em Portugal. Em território nacional já opera uma outra empresa de origem igualmente canadiana, a Mohave, na zona de Alcobaça, com a qual a Oracle Energy Corporation poderá, futuramente, vir a desenvolver parcerias.
Governo optimista, canadiana também O Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, já veio
Fotos: DR
A EMPRESA canadiana Oracle Energy Corporation deverá arrancar em breve com uma série de estudos tipográficos e geológicos no Barreiro e, presumivelmente, no Seixal para confirmar se é rentável proceder à prospecção de petróleo e de gás natural nesta região do distrito. A notícia foi confirmada ao Semmais pelo presidente da
15
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
Notas Fiscais
Novo Regime de Bens em Circulação
DR
O Qualidade dos estaleiros da Mitrena reconhecida a nível internacional
Estaleiros da Lisnave recebem 100.º navio dos malaios da AET A EMPRESA malaia AET, uma das líderes a nível mundial no transporte marítimo de petróleo, vai escalar, este sábado, o seu centésimo navio nos estaleiros navais da Lisnave, consolidando a sua preferência pela empresa de reparação naval setubalense, um das cinco maiores a operar em todo o mundo. O petroleiro “Eagle Turin” passa a ser o centésimo navio da AET a ser reparado nos estaleiros da península de Setúbal, na Mitrena, uma marca que, segundo a administração da Lisnave, «simboliza a parceria longa e estável entre as duas empresas», na sequência de um acordo de frota celebrado em 2006 e que confere «prioridade mútua» nas relações comerciais e operacionais. «Isto significa que quando os navios da AET estão na Europa para fazerem trabalhos de manutenção em doca seca, a
Lisnave é prioritária. Além disso, demonstra o compromisso da AET em estabelecer parcerias fortes e de longa duração com os fornecedores. Esta sólida parceria também permite, por sua vez, que a equipa de reparação preste um serviço de qualidade aos nossos navios, como é o caso da Lisnave », consideram os responsáveis da empresa malaia AET. Acordo vem de 2006, mas o primeiro navio é de 98 Recorde-se que antes da celebração do acordo de 2006, já a empresa malaia recorria aos serviços da Lisnave. O primeiro navio petroleiro, “Eagle Auriga”, foi entregue para reparação em 1998 e desde essa altura a AET tem vindo «a confiar, anos após ano», a responsabilidade de reparação e manutenção dos seus navios à
empresa setubalense, reconhecendo a fiabilidade do serviço de excelência prestado pela Lisnave. Os cem serviços que se comemoram este sábado, incluem um total de 38 navios aportados para reparação nos estaleiros da Mitrena, no período compreendido entre Março de 1998 e Março de 2013. Segundo fontes da Lisnave, duas das 38 embarcações da AET entraram em doca seca dos estaleiros sadinos por cinco vezes, sendo que onze outros navios entraram quatro vezes cada um e sete por três vezes. Já o “Eagle Turin”, entrará em doca seca pela segunda vez este sábado. E os responsáveis da Lisnave preparam-se para assinalar simbolicamente o acontecimento, que consideram «digno de registo e pouco comum no actual mundo competitivo da indústria naval»
Janeiro estabelece novo máximo, com um total de 66.359 TEU
Porto de Sines arranca ano a bater melhor mês de sempre na movimentação de contentores A PLATAFORMA portuária de Sines continua a somar resultados surpreendentes na movimentação de carga contentorizada, sendo que em Janeiro bateu um novo máximo histórico mensal. Foram movimentadas 66.359 TEU, equivalente a um crescimento de 38% face ao mês homólogo de 2012. Comparando o mesmo período, a movimentação de contentores nas cargas cresceu 40% e nas descargas cresceu 35%, o que representa um aumento mais significativo nas exportações.
Sexto pórtico do terminal XXI já faz maravilhas Relativamente ao total de mercadorias no porto foram movimentadas 2,7 milhões de toneladas nos cinco terminais especializados, o que representa também um crescimento face ao período homólogo, com destaque natural para o Terminal XXI que já opera com o sexto pórtico super post-panamax. No que respeita aos Navios entrados no porto foi registado um crescimento de 16 % nos navios recepcionados (143) e um aumento de 19%
no porte dos mesmos (4.539.084 GT), sendo, do ponto de vista destes dois parâmetros, também o melhor mês de Janeiro da história do Porto de Sines para ambos. Desta forma, mantém-se a trajectória de crescimento de 2012, melhor ano de sempre do porto, constituindo este início de ano, segundo os responsáveis do Porto de Sines «uma perspectiva muito optimista para o crescimento sustentado previsto para 2013 e para o reforço do seu posicionamento global de porto hub de águas profundas».
novo Regime de Bens em Circulação, entrará em vigor no dia 01 de Maio do presente ano, e à semelhança das novas regras sobre a faturação, prima por algumas alterações inovadoras. O novo regime, face às suas características, tem como objetivo desmaterializar e informatizar o mecanismo de controlo dos bens em circulação. Para tal, pretende-se armazenar e aceder facilmente à informação e criar bases de dados sobre o fluxo das mercadorias. Tudo isto com o intuito de aumentar o controlo das mercadorias em circulação, no sentido de obter uma maior eficácia na acção inspectiva e de cobrança. Nesta perspetiva, com a entrada em vigor do novo regime, a Autoridade Tributária passa a ter o conhecimento prévio do circuito dos bens. Sendo esta uma das principais inovações do novo regime. Ou seja, antes do inico do transporte, é obrigatório a comunicação à Autoridade Tributária, dos bens a transportar, a menção da hora da partida, o destino da mesma, entre outros. Tal comunicação prévia, que poderá ser efetuada pro via electrónica ou por telefone, gerará um código que irá acompanhar a mercadoria a transportar. O que dispensará a impressão do respectivo documento de transporte, sendo que o transportador apenas terá que se fazer acompanhar do código gerado. A referida comunicação prévia, é sempre obrigatória, exceptuando-se os casos dos vendedores ambulantes e de Feiras isentos de IVA, os Sujeitos Passivos enquadrados no regime de pequenos retalhistas, bem como os Sujeitos Passivos com um volume de negócios igual ou superior a 100.000€. Nestes casos a impressão do documento de transporte continua ser obrigatória e tem de acompanhar a mercadoria. Importa também referir que, os bens obrigados a serem acompanhados pelo referido código ou documento de transporte, são os que possam ser objecto de transmissão, os que circulem no território nacional quando as operações são realizadas por Sujeitos Passivos de IVA, e todos aqueles que circulem no território nacional que, por transmissão, troca, devolução, incor-
Paulo Janela Inspector tributário (pjjanela@gmail.com)
Com a entrada em vigor do novo regime, a Autoridade Tributária passa a ter o conhecimento prévio do circuito dos bens. Sendo esta uma das principais inovações, com o intuito de aumentar o controlo das mercadorias em circulação, e obter uma maior eficácia na acção inspectiva e de cobrança poração em prestações de serviços ou simples transferência, efectuadas por sujeitos passivos de IVA, se encontrem fora dos locais de fabrico, venda, armazenagem ou exposição. É ainda obrigatório o código/ documento de transporte nos casos em que a mercadoria seja encontrada em veículos nos actos de descarga ou transbordo, mesmo quando tenham lugar no interior dos estabelecimentos comerciais, bem como os bens expostos para venda em feiras e mercados. Por outro lado, não são obrigados a serem acompanhados por documento de transporte, os bens de uso pessoal ou doméstico do próprio, os bens provenientes de retalhistas quando se destinem a consumidores finais que previamente os tenham adquirido (com excepção dos materiais de construção / artigos de mobiliário / máquinas eléctricas), os bens pertencentes ao activo imobilizado, os bens provenientes de produtores agrícolas e afins (resultantes da sua própria produção, quando transportados pelo próprio ou por sua conta) os bens dos mostruários e de propaganda entregues aos pracistas e viajantes, as amostras de pequeno valor destinadas a ofertas, quando não se destinem a venda, as taras e embalagens retornáveis, entre outros. Por fim, não poderia deixar de referir que, são documentos de transporte, a Fatura, a Guia de Remessa, a Guia de Transporte e a Nota de Devolução.
Semmais
Joaquim Ferro, João da Silva Ribeiro e Lacerda Cabral, os homens-fortes dos hospitais da região
Governo apela a sinergias e menos desarticulação entre hospitais da região
O MINISTRO da Saúde quer ver melhoradas as sinergias entre os três centros hospitalares da península de Setúbal de forma a garantir a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes. Durante a tomada de posse das novas administrações hospitalares do Garcia de Orta, Centro Hospitalar Barreiro/Montijo (CHBM) e Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), Paulo Macedo acrescentou que as unidades hospitalares devem fazer «esforços acrescidos» para equilibrarem as suas contas, sobretudo depois de terem atingido, no ano passado, 30 milhões de euros em resultados negativos. Mas há outros números, todavia, bem positivos como
as cerca de 660 mil consultas atingidas e as 460 mil pessoas atendidas nas urgências. «Tratam-se de equipamentos modernos que ainda têm, em alguns casos, duplicidade de valências sem terem a sua respectiva capacidade instalada atingida», lembrou o governante, que acrescentou que o tema da reorganização hospitalar na região, e no resto do país, encerra uma «ambição grande que visa tornar o SNS melhor gerido e mais potenciado». Reconduzido no cargo, o presidente do conselho de administração do hospital Garcia de Orta, Joaquim Ferro, concordou com o ministro relativamente à necessidade de a articulação e coordenação entre os hospitais da península ser melhorada, «sobretudo não tendo o país e o SNS os recursos suficientes para garantir de forma sustentada o financiamento do seu modelo de organização e alocação actual». Joaquim Ferro sublinhou ainda a importância do apoio governamental a nível do aumento da exploração das sinergias dos hospitais, mas também dos investimentos e contratação de recursos humanos que têm, forçosamente, de ser feitos. «É preciso melhorar a referenciação interhospitalar na península, minimizar os fluxos de doentes para os hospitais de Lisboa e promover a concentração e articulação de algumas especialidades, nos casos em que haja, claramente, ganhos de eficiências», disse.
Cáritas Diocesana de Setúbal vai discutir cenários pós-crise
O ECONOMISTA Nuno Mascarenhas, de 45 anos de idade, é o candidato do PS à Câmara de Sines, tal como o Semmais havia avançado há três semanas. A candidatura de Mascarenhas foi confirmada esta semana pela concelhia ‘rosa’ e é apontada com «muita expectativa» por fontes locais, face à impossibilidade de Manuel Coelho se recandidatar pelo Movimento SIM. Nuno Mascarenhas, que exerce funções na administração do Porto de Sines, é actual vereador no município, cargo que desempenhou nos mandatos de 1997-2001 e 2005-2009.
Menos desperdício e prejuízos são objectivos Afonso Lacerda Cabral, igualmente reconduzido na presidência do conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal, disse ao Semmais que os seus objectivos para este mandato passam por evitar o desperdício e controlar as contas. «A melhoria da qualidade dos serviços aos utentes é igualmente um desafio», acrescentou, para logo a seguir afirmar que a sua recondução no cargo não era, de todo, uma surpresa, tendo em conta o facto de ter feito da administração hospitalar carreira. Confrontado com a polémica em torno da alegada fragmentação da valência de oncologia no CHBM, o novo presidente do conselho de administração, João da Silva Ribeiro, que substituiu no cargo Izabel Pinto Monteiro, reconheceu que «existem problemas na capacidade de resposta desta especialidade», mas negou que haja saída de profissionais para o Garcia de Orta. «Essa transferência pode vir a acontecer, futuramente, mas ao nível de patologias mais raras que devem estar concentradas num só hospital e que ainda não estão devidamente identificadas», explica. Alterar a situação económicofinanceira «complexa» do CHBM é o principal desafio do seu mandato. Bruno Cardoso
DR
Hospitais da península tiveram 30 milhões de euros de resultados próprios negativos em 2012 e receberam dos cofres do Estado cerca de 300 milhões. Novas administrações prometeram melhorar qualidade do serviço e endireitar as contas.
PS avança com Nuno Mascarenhas em Sines
DR
Sábado // 16 . Fev . 2013 // www.semmaisjornal.com
Reorganização hospitalar esteve em foco na tomada de posse dos novos presidentes
A CÁRITAS Diocesana de Setúbal, com o apoio do Semmais, realiza, dia 27 deste mês, no Auditório da Biblioteca Municipal do Pinhal Novo, um seminário subordinado ao tema “Cenários de Desenvolvimento pós-crise para a região de Setúbal”. A iniciativa pretende antecipar o debate sobre formas de conduzir o futuro desenvolvimento da região e do país no contraciclo da crise económica e financeira. «Julgamos ser importante traçar as linhas para enfrentar um ciclo mais positivo de crescimento, que esperamos que chegue o mais depressa possível, no país e a nível internacional», explicou ao Semmais Eugénio Fonseca, líder da Cáritas Diocesana. Os temas centrais aludem “Às tendências de evolução da situação económica e social a nível nacional e internacional”, “Fileiras de desen-
DR
ÚLTIMA
Eugénio Fonseca
volvimento no pós-crise na região de Setúbal” e ainda uma mesa redonda, que prevê a apresentação de projectos exemplares mesmo no contexto actual. Para além da presença de D. Gilberto Canavarro dos Reis, estão previstas as presenças, entre outros, dos economistas João Ferreira do Amaral, João Salgueiro, Demétrio Alves, Capoulas Santos, Leopoldo Guimarães e António Melo Pires. Pub.