Fazemos da sua refeição uma obra de arte Venha provar o que temos para si
semmais Avenida Luísa Todi, 73, Setúbal 966 723 978 amarsetubal.pt
O ANO PASSADO NASCERAM NOS HOSPITAIS DA REGIÃO 6534 BEBÉS
SÁBADO 17 DE FEVEREIRO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 979 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
SOCIEDADE
REQUALIFICAÇÃO DO CAIS DO GINJAL EM CONSULTA PÚBLICA ATÉ SEGUNDA-FEIRA O projeto que pretende reabilitar a zona do Ginjal, em Almada, pode ainda ser c onsultado até segunda-feira, dia 19, altura em que recolhe para decisões políticas. O processo está em discussão pública desde o verão de 2017 e inclui uma exposição patente no fórum municipal. P5
POLÍTICA
FERNANDO NEGRÃO É CANDIDATO À BANCADA PSD, MAS SEM CONSENSO O ex-vereador Sadino, Fernando Negrão, é o candidato do novo líder do PSD, Rui Rio, à liderança do grupo parlamentar social-democrata. Contudo, Fernando Negrão, que já foi ministro da justiça, não reúne consenso, e diz que se não for eleito saberá “retirar ilações”. P10
NEGÓCIOS
As unidades hospitalares da região registaram menos 56 nascimentos em relação a 2016. Estes números mantêm o distrito nos lugares cimeiros da taxa de natalidade em Portugal, representando ainda assim uma ligeira queda que não acontecia desde 2015. P2
SECA AFETA PRODUÇÃO DE ARROZ NA REGIÃO À EXCEÇÃO DA COMPORTA Associação de agricultores do distrito de Setúbal acredita que a campanha de produção deste ano só “não é nula” pela contribuição das nascentes onde a água ainda abunda, particularmente na Comporta. Produtores rejeitam trocar o cultivo de arroz por feijão-frade. P12
A CASA DO PEIXE CERVEJARIA - RESTAURANTE - PETISQUEIRA
, 960 331 167 - RUA GENERAL GOMES FREIRE 138, SETÚBAL PORTUGAL
SOCIEDADE
O ANO PASSADO FIZERAM O TESTE DO PEZINHO 6534 BEBÉS, MENOS 56 CRIANÇAS QUE EM 2016
Taxa de natalidade volta cair mas região fica no pódio nacional O número de nascimentos nos hospitais do distrito voltou a cair, quebrando uma sequência de dois anos de crescimento, em 2015 e 2016. A região é a terceira do país com maior taxa de natalidade. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A
taxa de natalidade voltou a baixar no distrito depois do promissor aumento registado nos dois últimos anos. Em 2017 fizeram o teste do pezinho 6534 bebés, traduzindo menos 56 crianças face às 6590 de 2016, que se tinha revelado como um período de recuperação face aos anos anteriores, dando sequência à melhoria já alcançada em 2015. Tinham nascido na região 6445 bebés. Ainda assim, menos 89 comparando com os resultados
de 2017, que colocam Setúbal entre os três distritos com mais nascimentos, apenas atrás de Lisboa e Porto. A má notícia para os especialistas em demografia é que 2017 acaba por se trazer consigo uma inversão na tendência da natalidade da região que tinha aumentado nos últimos dois anos contrariando uma curva descendente que se arrastava desde 2012. Aliás, as estatísticas do Ministério da Justiça já indicavam uma diminuição da natalidade, tratando-se de uma visão que não apanhou de surpresa Maria João Rosa Valente, a demógrafa e diretora da base de dados
O teste do pezinho é decisivo, mas não é obrigatório
Natalidade baixa no distrito depois de dois anos em crescimento
Pordata, justificando que os aumentos verificados em 2015 e 2016 correspondem aos «nascimentos adiados durante o período de crise». Sempre a baixar desde o Século XX A taxa de natalidade que tem vindo a descer desde os anos 60 do século XX teve uma quebra muito significativa entre 2011 e 2013, indicando, segundo os
especialistas, que analisando apenas o movimento natural, as perspetivas são sempre de declínio demográfico. Ou seja, mesmo que se atingisse o índice de fecundidade de 2.1 filhos por mulher - que é o limite mínimo para renovação de gerações – a região continuaria a perder população, sendo este o resultado das últimas décadas. Existem gerações
RETINOPATIA DIABÉTICA RASTREIO A 75 MIL UTENTES
ARSLVT admite aumento de incidência em 27%
M
ais de 7.900 utentes foram encaminhados para consultas de Oftalmologia nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal depois de concluído o rastreio para a retinopatia diabética. Trata-se de uma doença que causa perda visual e, até mesmo, cegueira. O rastreio, promovido pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, nos 15 Agrupamentos de Centros de Saúde que abrange, permitiu observar quase 75 mil diabéticos. 7.914 utentes foram encaminhados
para consultas de Oftalmologia, nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), 3.550 dos quais com diagnóstico positivo para a retinopatia. O programa de rastreio da retinopatia diabética, com a colaboração da APDP, foi implementado em 2017 em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, um ano depois do arranque do projeto em seis dos 15 agrupamentos de centros de saúde da região. O número de pessoas rastreadas aumentou em 56%, mais 26.960 pessoas face a 2016, o que também se traduziu
2 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
menores em dimensão e mesmo que tenham mais filhos será sempre uma menor natalidade. Os mesmos especialistas admitem que subida da natalidade registada em 2015 e 2016 podem significar que a população encarou o presente e o futuro com mais confiança, mas será também o reflexo de que há muitas mulheres que não podem adiar mais a maternidade.
Barreiro promove ações de poda e abate de árvores em recinto escolar
A
Quase 8 mil utentes encaminhados para especialidade
num maior número de casos de retinopatia detetados. Mais 905 (27%) que no ano anterior. Luís Pisco, presidente da ARSLVT acredita «estar no caminho certo para
evitar que os diabéticos da região percam visão ou acabem por cegar». Algo que «iria agravar em muito a qualidade de vida já de si debilitada nestes doentes», sublinha o responsável.
Recorde-se que a picada que é realizada a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé e que permite diagnosticar algumas doenças graves, é uma das formas de obter números sobre a natalidade em Portugal, dado que apresenta uma taxa de cobertura de quase 100% a nível nacional. O teste do pezinho não é obrigatório, embora seja um dos indicadores mais usados por dar dados quase em tempo real e pela proximidade com o número real de nascimentos, recordando a demógrafa Maria João Rosa Valente como a questão da eventual perda de fertilidade da população dominou as preocupações dos investigadores nos últimos anos.
Câmara do Barreiro já colocou em prática um plano de ação para a poda e abate de árvores nas escolas do Concelho. Serão intervencionadas 63 árvores, sendo que o abate de, pelo menos 12, é certo. O trabalho prevê a intervenção em 12 escolas nas quais foram identificadas necessidades de poda e abate de árvores, visando a melhoria da segurança e do ambiente nos estabelecimentos de ensino do concelho. De referir que somente quatro destas escolas estão no âmbito da responsabilidade da Autarquia.
O Vereador Rui Braga, responsável pela área de jardins e espaços verdes na autarquia, refere que este é um tema «muito importante e urgente, visto que se trata da segurança das nossas crianças. As escolas têm de ser um local seguro, por isso, não podemos fechar os olhos a um problema evidente». Todas as árvores inseridas no nosso parque escolar, identificadas como em risco de queda, serão retiradas, «independentemente de estarem no âmbito das responsabilidades legais da autarquia, ou não», garante.
SOCIEDADE
RECOLHIDAS 160 MIL BEATAS DE CIGARRO NAS ZONAS RIBEIRINHAS DO SEIXAL
Maior cordão de pontas de cigarro pode chegar ao livro do Guiness Associação do Seixal dedica-se à promoção de ações de sensibilização ambiental. Em fevereiro os voluntários apanharam do chão mais de 160 mil beatas e o objetivo é mostrar ao mundo os efeitos nefastos que as pontas de cigarro têm para o ambiente. O Livro de Records do Guinness é um dos objetivos da associação.
Apresentação da Associação 10 Milhões na Berma da Estrada TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM AMBE
A
associação 10 Milhões na Berma da Estrada, criada há pouco mais de um ano na Amora, tem desenvolvido um trabalho de consciencialização ambiental relativamente ao perigo que representa para o ambiente o ato de deitar beatas de cigarro para o chão. Depois de ter mostrado à população um cordão com 160 mil
beatas, recolhidas nas zonas ribeirinhas, Orlando Martins, presidente da associação, assume que o objetivo será «chegar ao Guinness World of Records». Orlando Martins admite ao Semmais que «a ideia é despertar consciências» ao mesmo tempo que se alertam, particularmente os automobilistas, para a «necessidade urgente» de mudar hábitos e «motivar todos a tomarem consciência de quão nefasta, para a floresta e para o
Maior cordão de beatas do mundo já está em construção
ambiente em geral, é a atitude de mandar para o chão as pontas dos cigarros», refere. Desde a sua criação, em novembro de 2016, a associação presta-se a ações de voluntariado associadas à preservação do meio ambiente. Depois de realizadas as primeiras caminhadas em 2016, o projeto “Pela Janela Não!”, em 2017, realizou 23 caminhadas de sensibilização, envolvendo cerca de 400 participantes. Até 2020, admite Orlan-
do Martins, «pretende-se realizar mais algumas dezenas de caminhadas, durante as quais se prevê recolher 10 milhões de beatas». O número é simbólico, uma por cada português, porque, diz o presidente da associação, «basta uma para provocar um incêndio e basta uma pessoa para mudar o mundo». É esta ação que poderá levar o nome da associação, prestigiando o trabalho que faz, ao Livro do Guinness com o record de número de beatas
colhidas do chão. O presidente desta associação, composta por 28 sócios e cerca de 50 mensageiros, realça que «a candidatura ao Guinness World Records está em fase de preparação, mas é um dos nossos objetivos, criar uma maior visibilidade para esta problemática». Refere-se Orlando Martins ao impacto ambiental da ponta de cigarro, «como um dos principais produtos que estão a causar o micro-lixo no mar».
Nascida «da necessidade de dar força jurídica a um movimento cívico, criado em outubro de 2015», no concelho do Seixal, esta associação 10 Milhões na Berma da Estrada assenta os seus princípios na sensibilização dos automobilistas portugueses «para o perigo da prática de lançar pontas de cigarros para fora da viatura» mas Orlando Martins enaltece que «é necessária mais visibilidade». Promover comportamentos mais amigos da floresta e do ambiente é a principal missão da 10 Milhões na Berma da Estrada que, ainda sem sede própria, continua, segundo Orlando Martins a tentar «angariar mais sócios e mais mensageiros e a diversificar e aumentar as fontes de receita para continuar a financiar os projetos desta organização», conclui.
CHAMA-SE ‘SOBREIRO ASSOBIADOR’, CONTA COM 234 ANOS E VIVE EM ÁGUAS DE MOURA
O nosso maior sobreiro concorre a Árvore do Ano A árvore está classificada de interesse público desde 1988 e os seus atributos vão agora ser exibidos a nível internacional. É a primeira vez que Portugal participa neste concurso designado “European Tree of The Year”.
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR
T
em nome e idade. Chama-se Sobreiro Assobiador e conta
234 anos. Vive em Águas de Moura e é apresentado como sendo o maior e mais antigo sobreiro do mundo, estando classificado como árvore de interesse público desde
1988. Os seus atributos vão agora ser exibidos internacionalmente. É que o sobreiro de que se fala está na corrida para árvore do ano. É a primeira vez que
Portugal participa no concurso “European Tree of The Year”, que valoriza a importância da história de cada árvore, tendo como objetivo salientar o vínculo afetivo entre as comunidades e as árvores. Além disso, o certame dá destaque à importância de cada árvore para a herança natural e cultural do país. Segundo explica Nuno Calado, secretário-geral da União da Floresta Mediterrânica, qualquer árvore que surja a concurso tem de ter uma história associada. «Este tem esta história de ser o sobreiro assobiador porque é enorme, tem uma copa gigantesca e onde pousam tanto pássaro que deu-lhe essa
alcunha», sublinha, acrescentando que os longos anos de vida e quantidade de cortiça que já produziu para rolhas também contribuíram para que fosse agora apresentado ao concurso, cujo resultado será revelado em em março. Espécie tem mais de 14 metros de altura O sobreiro tem mais de 14 metros de altura e um perímetro de tronco superior a 4,15 metros. Conta Nuno Calado que em 1991, por exemplo, teve o mérito de produziu mais cortiça do que a maior parte dos sobreiros produzem em toda a vida, dando origem a mais de 100 mil rolhas. Portugal compete com outros 12 países euro-
peus: a Bélgica, a Bulgária, a Croácia, a República Checa, a Hungria, a Lituânia, Polónia, a Roménia, a Rússia, a Eslováquia, a Espanha e o Reino Unido. Qualquer pessoa pode votar através do site oficial, sendo obrigatório selecionar duas árvores. A votação decorre até ao dia 28 de fevereiro e os resultados serão conhecidos numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas, no dia 21 de março, data em que se assinala o Dia Internacional das Florestas. O sobreiro assobiador português concorre contra 12 árvores históricas como a tília belga, a sequoia búlgara ou o ulmeiro espanhol.
2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 3
SOCIEDADE
CÂMARA DE PALMELA REJEITA REGRAS DO GOVERNO PARA LIMPEZA DE FLORESTAS
Se os prazos não forem cumpridos as autarquias perdem 20% do FEF As autarquias estão obrigadas a garantir a limpeza dos espaços florestais até 31 de maio. Em caso de incumprimento perdem, no mês seguinte, 20% do Fundo de Equilíbrio Financeiro. O executivo de Palmela discorda da penalização, fala em «prazos impossíveis de cumprir» . TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM CMP
A
Câmara de Palmela «rejeita» que as autarquias sejam penalizadas, com a perda de 20% das transferências dos duodécimos do Fundo de Equilíbrio Financeiro, por incumprimento dos prazos de limpeza de espaços florestais. Esse processo tem que estar concluído até 31 de maio, se os proprietários não o fizerem até 15 de março. O executivo aprovou uma moção de rejeição e adianta que «o Estado está a demitir-se das suas funções.
Autarquia alega que Governo se demite das suas responsabilidades colocando o problema na mão dos Municípios
Dita o artigo 153º, da Lei do Orçamento de Estado para 2018, que até 31 de maio, os municípios devem assegurar, para além da limpeza em espaços da sua responsabilidade, a realização de
todos os trabalhos em substituição dos proprietários e outros produtores florestais que não cumpram a legislação até 15 de março. O incumprimento, por parte dos municípios, diz
a autarquia em nota de imprensa, dará lugar à retenção, no mês seguinte, de 20 por cento do duodécimo das transferências correntes do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF).
A câmara, que «tem garantido, com recursos próprios, os trabalhos de limpeza e desmatação de bermas de estradas municipais, a manutenção de corta-fogos, em espaços florestais, ou a substituição de proprietários em limpezas coercivas», manifesta a «total discordância face à transferência, num prazo impossível de cumprir e sem oportunidade de discussão, de uma responsabilidade que coloca o ónus nos municípios». Na moção, aprovada por unanimidade em reunião de câmara, o município de Palmela admite que «continua a manter a habitual postura de
disponibilidade», para participar na prevenção e proteção do seu território, mais de 465 quilómetros quadrados, mas «rejeita esta imposição do Governo, que se demite das suas responsabilidades e coloca o problema na mão dos municípios». O Município recorda que tem, ainda, aprovados, e atualizados, regulamentos e planos que concorrem para um território seguro, como o Regulamento Municipal de Uso do Fogo (de outubro de 2013) e o Plano Intermunicipal de Defesa da Floresta contra Incêndios (com Setúbal e Sesimbra), revisto anualmente, até 31 de março.
CASA DA POESIA DE SETÚBAL CELEBROU 4 ANOS DE ATIVIDADE
«Precisamos de apoios financeiros para desenvolver as nossas atividades» A Associação Casa da Poesia de Setúbal celebrou este mês o seu 4.º aniversário. A instituição, liderada pela poetisa Alexandrina Pereira, tem trabalhado em várias escolas do concelho com vista à sensibilização do gosto pela poesia, e também apoiando causas sociais, através do evento “Vinhos Solidários”. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
A
través das receitas de “Vinhos Solidários”, com vinhos cedidos pela Casa Ermelinda Freitas, a Casa da Poesia aproveitou a celebração do seu 4º aniversário para entregar um cheque no valor de 2 145 euros à delegação de Setúbal da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Este gesto social já apoiou também a Clínica Social Dentária e a Cáritas Diocesana. Alexandrina Pereira, presidente da Casa da Poesia, começou por fazer um balanço positivo de 4 anos de atividade em torno da poesia e de causas
sociais. «Começámos com grande entusiasmo, com uma comissão instaladora. Após termos um espaço próprio, num anexo na antiga escola Conde de Ferreira, cedido pela União de Freguesias, temos vindo a promover a poesia nas escolas. Têm surgido trabalhos muito bons, o que nos deixa muito entusiasmados. Há gente com muito talento para escrever», destaca a responsável, apelando para que surjam ajudas financeiras das entidades. «É necessário que nos atribuam apoios, porque as visitas às escolas foi feita em viaturas próprias. Só em Azeitão é que nos foi cedida uma carrinha da União das Freguesias local. Este ano já
4 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
nos candidatámos a vários apoios. Até à data, só recebemos um apoio anual da União de Freguesias no valor de 500 euros». Além disso, a Casa da Poesia reclama também um «espaço amplo» para que possa realizar os eventos com «maior dignidade». Maria de Lurdes Bordeira, responsável pelo grupo de apoio de Setúbal da Liga Contra o Cancro, explicou que a delegação está sedeada há 2 anos em Setúbal e que desenvolve várias atividades para o doente oncológico. «Só em 2017 apoiamos 298 pessoas, oferecemos medicamentos a pessoas com carência económica, e levamos campanhas de prevenção do cancro e de
alimentação saudável a mais 4 mil alunos. Mas ainda há muita coisa a fazer. Precisamos de um novo espaço, porque o atual já começa a ser pequeno para dar resposta quem precisa». «Ao ajudar os outros estamos a ajudar-nos a nós» Leonor Freitas, primeira sócia-honorária da associação, elogiou o trabalho da associação e orgulha-se da parceria que estabeleceu com a Casa da Poesia. «São pessoas que se entregam à poesia e que fazem bem aos outros. Ao
ajudarmos os outros estamos a ajudar-nos a nós próprios. Tenho imenso orgulho que a minha empresa se associe a estes eventos, porque o vinho tem história, poesia e promove alegrias. Dou muita importância à ajuda ao outro». Já Rui Canas, presidente da União de Freguesias de Setúbal, afirmou que «a Casa da Poesia tem levado a poesia junto de vários públicos e instituições. Além disso, este projeto também contribui para enriquecer as canções dos nossos fadistas, porque já há
músicos a cantar os vossos poemas». O fadista Pedro Lisboa, que marcou presença na festa de aniversário da Casa da Poesia, anunciou que vai organizar noites de fado na Casa da Baía e apelou para que o ajudem a levar «muito público» ao seu evento. «Todo o dinheiro que sobrar será doado à Casa da Poesia para auxiliar as vossas obras», vincou. Este ano, a Casa da Poesia de Setúbal vai organizar o 1.º Encontro Nacional de Poesia de Setúbal, em maio, e a 1.ª Feira do Poeta Setubalense, em setembro.
SOCIEDADE
MUSEU DE LUÍS CANGUEIRO SUPEROU TODAS AS EXPETATIVAS
Museu de Música Mecânica no Pinhal Novo tem mais de 600 peças em exposição
O
Museu de Música Mecânica (MMM) do Pinhal Novo, situado na Quinta do Rei, propriedade privada do seu diretor, o colecionador Luís Cangueiro, «superou todas as expetativas em termos de afluência de público e reconhecimento nacional e internacional», avança a sua coordenadora Andreia Gomes Martins a propósito do balanço do primeiro ano de funcionamento. Aberto há menos de ano e meio, o equipamento, que integra um acervo de mais de 600 peças «desde o séc. XVIII até à primeira metade do séc.XX, restauradas e aptas a tocar», conta com uma área expositiva «com cinco galerias, sala documental, auditório, sala polivalente, loja e cafetaria». Andreia Gomes
Martins ressalva que «a atividade cultural é regular», para quem visita o museu de terça a domingo, no horário da tarde, mas também para quem opta pelas visitas guiadas pelo próprio proprietário «que ocorrem ao fim de semana às 15h30, sem necessidade de marcação prévia», esclarece. O Museu é apelativo a diversos tipos de público, uma vez que acolhe, além das exposições permanentes, «concertos, conferências, workshops, reuniões, festas de aniversário e outros eventos». A coordenadora do equipamento recorda que «desde que abriu, o museu já inaugurou cinco exposições temporárias, com destaque para diferentes áreas artísticas, tais como pintura, fotografia,
Cais do Ginjal em discussão pública até segunda-feira
O
A maior parte do espólio do colecionador Luís Cangueiro, é visitável no MMM
desenho e caricatura». Com o valor de investimento, particular, guardado em segredo, a equipa diretiva admite que a intenção foi, e continuará a ser, a de «aproximar as pessoas da música, promovendo a diversidade da oferta cultural, através de uma intervenção inovadora de usufruto do museu, que, de forma sustentada, atraia públicos diversificados e o apoio e participação da comunidade».
Em 2017 a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) distinguiu o Museu da Música Mecânica com o Prémio “Coleção Visitável” e Prémio “Melhor Website”. O museu foi, ainda, galardoado por esta entidade, que reconhece anualmente o que de melhor se faz nos museus portugueses, com uma Menção Honrosa na categoria de “Colecionador”.
Plano de Pormenor do Cais do Ginjal, cuja maquete elaborada pelo arquiteto Samuel Torres de Carvalho está patente em exposição no Fórum Romeu Correia em Almada, esteve em discussão pública desde o verão do ano passado. O período para contribuições, sugestões, reclamações e opiniões, relativas ao projeto, termina esta segunda feira, dia 19. O plano de pormenor da frente ribeirinha, com mais de um quilómetro de extensão entre o jardim do Rio e o terminal fluvial de Cacilhas, propõe a reabilitação do cais e a construção de «habitação, hotelaria, comércio, serviços, apartamentos
turísticos, espaços públicos, mercados de artes e equipamentos de apoio». Pode ler-se no site da autarquia. Para dar a conhecer o projeto à população, e potenciais investidores, a autarquia de Almada organizou uma exposição, que está patente até dia 28 deste mês, no átrio do Fórum Municipal Romeu Correia. O período de consulta pública do Plano de Pormenor do Cais do Ginjal decorre até à próxima segunda feira, dia 19, desconhecendo-se, por ausência de resposta da autarquia de Almada à solicitação do Semmais, se houve contributos de cidadãos como reclamações, observações ou sugestões ao referido plano.
AF Imprensa Setúbal 260x177,5mm Almada e Setúbal.pdf 1 12-02-2018 18:09:23
PUBLICIDADE
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 5
LOCAL
MONTIJO
Câmara assume posse do edifício da cooperativa do bairro Almansor
SINES
Arranca projeto piloto para reduzir consumo de açúcar nos infantários
A Câmara do Montijo adquiriu o edifício sede da Cooperativa do Bairro Almansor, em Canha. Um investimento de 38 mil euros que contribui para aumentar o património municipal e que permite finalizar o processo de legalização do Bairro Almansor. O edifício, que atualmente alberga o Pólo de Canha da Biblioteca Municipal, era propriedade da Cooperativa de Habitação Económica Progresso Almansor e pode vir a acolher a Academia Sénior de Canha, um projeto que autarquia candidatou ao Portugal 2020. A gestão, do edifício caberá à Junta de Canha enquanto que a Câmara do Montijo assume as obras de reabilitação do imóvel.
O projeto «100 açúcares» vai ser testado em cinco infantários do concelho e as responsáveis acreditam que «o mais difícil vai ser sensibilizar os pais». Alguns dos equipamentos de ensino já tinham revisto as ementas, mas Carla Santos, diretora do «Pintainho», admite «não ser fácil controlar o que os meninos trazem de casa». A enfermeira Cátia Moura é a mentora do projeto.
O
Centro de Saúde de Sines, através de um projeto coordenado pela enfermeira de saúde infantil Cátia Moura, em colaboração com a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e a Unidade de Saúde Pública, vai implementar este ano no concelho um projeto piloto em cinco infantários para promover a redução de açúcar. A ideia, segundo Cátia Moura passa por «envolver as escolas na promoção de hábitos alimentares saudáveis». Nesse sentido, o projeto propõe-se a «analisar, e ajudar a preparar ementas mais saudáveis, mas, também, promover ações de formação para funcionários, educadores e pais». Carla Santos, diretora de um dos infantários que «desde o primeiro minuto se quis envolver no projeto», admite que o mais complicado «será sensibilizar os pais para os lanches que enviam aos meninos».
A educadora, responsável pelo infantário «O Pintainho» refere-se, por exemplo, «às bolachas que eles partilham uns com os outros, mas, também, às festinhas de aniversário, que vamos ter que controlar mais». Este controlo deve-se a um compromisso as instituições que aderem ao projeto assinam. Uma carta de compromisso na qual concordam aplicar «dez mandamentos para a adoção de um estilo de vida saudável». Além do «Pintainho», também os infantários «Capuchinho Vermelho», «Conchinha» e o colégio «Estrela do Mar» integram esta iniciativa que abrange um total de 320 crianças. Se os resultados forem «os esperados», é possível que o programa venha a ser alargado a outros infantários nos concelhos de Santiago do Cacém, Odemira, Grândola e Alcácer do Sal.
BARREIRO
SANTIAGO DO CACÉM
SETÚBAL
GRÂNDOLA
A Associação Médica do Litoral Alentejano promove, dias 23 e 24 deste mês em Santiago do Cacém, o 3º Congresso Médico-cirúrgico do Litoral Alentejano. Durante o encontro, que é antecedido por dois dias de cursos de especialidade várias, serão abordados temas como fatores de risco cardiovasculares, AVC, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças autoimunes, saúde publica, ortopedia ou UCI. As conferências, por moderadores nacionais e internacionais, serão uma constante durante os dois dias do congresso cujas inscrições deverão ser feitas em www.amla.com.pt
O Tribunal Constitucional emitiu um acórdão em que especifica que a taxa cobrada, desde 2012, aos proprietários de imóveis devolutos e a empresas da indústria e comércio em Setúbal é inconstitucional. Os juízes declaram que a taxa reúne as propriedades de um imposto, competência relativa à Assembleia da República e não às autarquias. A câmara, que em 2016 arrecadou mais de 870 mil euros com a cobrança desta taxa, «ainda não apreciou o acórdão», do Tribunal Constitucional, que revela que o município assume «um custo de 4,5 milhões de euros com o serviço de proteção civil e socorro».
Pelo terceiro ano consecutivo o Município de Grândola volta a distinguir jovens empresários que apresentem novas propostas de ideias empreendedoras, e criativas, ou iniciativas empresariais constituídas há menos de 3 anos e concretizadas no concelho. O “Prémio Jovem Empreendedor 2018” está aberto a jovens dos 18 aos 35 anos que candidatem os seus projetos até ao dia 1 de março. A melhor ideia empreendedora e a melhor iniciativa empresarial são premiadas com diplomas e um prémio financeiro de 1500€ para apoio ao desenvolvimento do projeto.
Congresso Nacional Médico-cirúrgico no Auditório António Chainho
6 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
Taxa Municipal de Proteção Civil chumbada pelo TC
Serviço de recolha de resíduos recebe novas viaturas A Câmara recebeu na última quinta feira, uma nova viatura de recolha de resíduos sólidos urbanos diferenciados. A esta, irá juntar-se outra, de características semelhantes, na primeira quinzena de março. O objetivo da autarquia é melhorar a capacidade de resposta na recolha deste tipo de resíduos, visto que as viaturas que compõem a frota têm uma média de 17 anos. Estas duas novas viaturas, de 26 toneladas, permitem recolher as três tipologias de contentores existentes no Concelho do Barreiro: de superfície, semienterrados e totalmente enterrados.
Prémio Jovem empreendedor com inscrições até 1 de março
LOCAL
SESIMBRA
Autarquia incentiva alunos do ensino básico com concurso de leitura A primeira fase da 2.ª edição do concurso concelhio de Leitura, destinado aos alunos do 4.º, 5.º e 6.º ano do ensino básico, decorre até à próxima quarta-feira. Nesta fase serão apurados os alunos para a etapa seguinte, a realizar no dia 21 de abril, sábado, na Biblioteca e Cineteatro Municipais. A iniciativa é promovida pelo grupo de trabalho das bibliotecas escolares do concelho, do qual fazem parte os professores bibliotecários e o serviço de apoio às bibliotecas escolares da biblioteca municipal de Sesimbra. A iniciativa tem como principal objetivo estimular a leitura e desenvolver competências de expressão escrita e oral.
ALCÁCER DO SAL
Barragem de Pêgo do Altar alvo de limpeza Arrancou dia 14, a mobilização de meios mecânicos para a zona de Rio Mourinho por parte do Regimento de Engenharia n.º 1, para limpeza da barragem de Pêgo do Altar. No dia 19 têm início os trabalhos de remoção dos materiais acumulados na referida albufeira. Face aos níveis excessivamente baixos de armazenamento de algumas albufeiras como consequência da seca, o Ministério do Ambiente determinou prioritária a remoção de sedimentos depositados, que apresentam elevado teor de nutrientes, minimizando as condições de degradação da qualidade da água armazenada naquela albufeira.
ALMADA ALCOCHETE
MOITA
Mega construção de legos anima a vila
Opções de Plano para 2018 aposta na criação do Museu de Arte Xávega
Para que a população possa usufruir de um concelho limpo, e para a realização de um serviço de gestão de resíduos urbanos eficiente, é importante que se adotem comportamentos e práticas que facilitem a recolha dos resíduos urbanos. Num périplo pelas três freguesias, os serviços municipais registaram várias ocorrências de má utilização dos equipamentos. A autarquia relembra que é proibida a colocação de resíduos volumosos, de equipamentos elétricos, de objetos volumosos, de resíduos verdes ou outro tipo de resíduos que pelas suas dimensões ou caraterísticas sejam suscetíveis de danificar os equipamentos destinados à deposição de resíduos urbanos.
Entre 17 e 25 deste mês, o pavilhão de exposições, na Moita, acolhe entre 17 e 25 deste mês, uma exposição gigante de legos, com a realização da 1.ª Moita Fan Events for Lego Lovers, uma parceria entre o município e a AlfaLug. Não perca as mega cidades, fantásticos displays, vários milhões de peças distribuídas por diversas mesas temáticas, esculturas, comboios, monumentos e muitas outras novidades, tudo feito com peças de lego. Para os mais pequenos, haverá a playzone, com milhares de peças lego, concursos e outras brincadeiras.
A criação de um Museu Vivo da Arte Xávega na Costa de Caparica e do Balcão do Investidor estão incluídos nas Opções de Plano para o presente ano, que ronda os 121,8 milhões de euros.
Bons comportamentos facilitam recolha de lixo
O PALMELA
SEIXAL
Foi aprovada, por unanimidade, na reunião pública do dia 7, a qualificação da candidatura de uma empresa para a realização da empreitada de “Intervenção de natureza estrutural para evitar derrocadas nas encostas do castelo de Palmela”, na sequência de concurso limitado por prévia qualificação, ao que se seguirá a fase de apresentação de propostas para a obra, que custa 2 milhões e 60 mil euros. Das seis candidaturas apresentadas, apenas uma das empresas reúne os requisitos técnicos e financeiros necessários para assumir esta obra, que se reveste de extrema complexidade. A intervenção será cofinanciada pelo POSEUR, Eixo 2.
O município exige a reposição das três freguesias que foram extintas, nomeadamente Seixal, Arrentela e Paio Pires. O edil Joaquim Santos afirmou que «esta reforma não respeitou as populações, retirou direitos há muito conquistados e consagrados na Constituição da República e a sua aplicação tem demonstrado que os cidadãos ficaram mais afastados dos centros de decisão e do diálogo com os autarcas». A proposta foi aprovada durante a última sessão pública. De recordar que o processo de agregação de milhares de freguesias determinou a extinção destas três freguesias e a agregação das suas áreas territoriais na união das freguesias do Seixal, Arrentela e Paio Pires.
Derrocadas no castelo vão ser prevenidas
Município exige reposição de freguesias
orçamento do município para este ano ascende aos 121,8 milhões de euros, repartidos em 90,2 milhões de euros para o município, e em 31,5 milhões de euros para os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento. O documento estrutura-se em 10 eixos principais que abrangem áreas como a solidariedade social, a educação, a cultura, a mobilidade, o turismo, a atração de investimento, ou a modernização administrativa. Também as questões do envelhecimento, da fixação dos jovens, do emprego e do combate às desigualdades através do desenvolvimento solidário e sustentável, integram as medidas propostas para 2018. De destacar o lançamento do estudo para a criação de um Museu Vivo da Arte Xávega na Costa da Caparica e o desenvolvimento, em parceria com a Marinha Portuguesa, o programa de dinamização cultural permanente da zona ribeirinha de Cacilhas. Será promovida a criação e divulgação de marcas próprias para o território municipal, nomeadamente, a marca Costa Todo o Ano, enquanto destino turístico estratégico para o desenvolvimento económico do concelho, qualificando e valorizando as suas áreas naturais e urbanas e o reforço da sua integração no roteiro cultural e turístico de Lisboa. A criação do Balcão do Investidor, enquanto serviço competente para gerir e acompanhar os procedimentos administrativos associados a iniciativas empresariais, nomeadamente através da designação de um gestor do processo, é outra das medidas avançadas. 2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 7
CULTURA
10.º CONCURSO DE FADO DISTRIBUI PRÉMIOS PECUNIÁRIOS
Gala do fado leva 8 fadistas à Sociedade Capricho Setubalense A fasquia dos concorrentes é elevada. Perspetiva-se uma grande noite de fado na Capricho Setubalense. Os novos talentos do fado são oriundos da região de Setúbal, Alentejo e Lisboa. Pedro Moutinho irá avaliar os candidatos e cantar o fado. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
O
ito fadistas de vários pontos do país disputam este sábado, a partir das 22 horas, na Capricho Setubalense, a gala final do 10.º Concurso de Fado de Setúbal. A lista de finalistas, encontrada após a realização de duas semifinais, é constituída por Tiago Guerreiro (30 anos), do Barreiro, Carolina Mendes (18), Setúbal, João Pedro Carvalho (39), Azeitão, Paulo Falcão (25), Arraio-
los, Sara Coito, (22), Lisboa, Catarina Ferreira (18), Palmela, Joaquim Grilo (48), Montemor-o-Novo, e Carlos Borges (32), Cova da Piedade. Os participantes são avaliados por Nuno Marques, presidente da Capricho, pelo maestro Nuno Batalha, em representação do município, e, como convidado, o fadista Pedro Moutinho, que também atua durante o serão. Nuno Marques deposita «grandes expetativas» na edição deste ano. «Espero que seja uma grande noite de fado. A fasquia da
PUBLICIDADE
8 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
qualidade dos fadistas está muito alta, o que é muito bom, e isso irá causar dores de cabeça ao júri na atribuição dos prémios. Também prevemos uma forte afluência de público. Vamos celebrar os 40 anos de concurso da melhor forma. No global, concorreram este ano 3 dezenas de fadistas de vários pontos do País». O 1.º classificado, o vencedor do Prémio do Público, encontrado através de votação da plateia, e o Prémio de Melhor Fadista do Concelho, atribuído aos
concorrentes setubalenses, terão direito a atuar na Feira de Sant’Iago. A nível pecuniário, o 1.º, 2.º e 3.ºs lugares recebem 600, 400 e 300 euros, respetivamente. Os
fadistas classificados entre o 4.º e o 8.º lugar recebem 100 euros cada um, enquanto o Prémio do Público dá direito a 125 euros. Este concurso de fado é
organizado em parceria pela Capricho Setubalense e pelo município, com o apoio da Fundação Buehler-Brockhaus. Os bilhetes custam 8 euros e incluem petisco.
A
CULTURA
GENDA
FADO COM MARCO RODRIGUES AUDITÓRIO AUGUSTO CABRITA
Marco Rodrigues apresenta, ao vivo, “Copo Meio Cheio”, o seu novo CD, sucessor de “Fados do Fado”, nomeado para um Grammy Latino.
SETÚBAL17FEVEREIRO21H30 DANÇA IDEALIZADA FORUM LUÍSA TODI
O espetáculo Corpo Santo, performance de dança da coreógrafa/bailarina Rita Vilhena, vive de movimentos imaginados, sonhados e até vividos pela própria em Salvador da Baía e na Amazónia, Brasil.
ALMADA17FEVEREIRO21H ALDINA DUARTE
TEATRO JOAQUIM BENITE Aldina Duarte regressa a Almada para visitar alguns dos temas que marcaram a sua carreira, com natural ênfase para o seu mais recente CD “Quando se ama loucamente”, de 2017.
MONTIJO17FEVEREIRO21H30
HOMENAGEM A JORGE PEIXINHO TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA
O concerto, que surge de uma parceria entre o Grupo e a Câmara, conta com a interpretação de obras do grande compositor montijense e é dedicado a Clotilde Rosa, pioneira da música contemporânea em Portugal.
SEIXAL17FEVEREIRO21H30
ENSEMBLE DE CORDAS DA OSJ CINEMA S. VICENTE
O Quarteto de Cordas Stradivarius da Orquestra Sinfónica Juvenil, composto por jovens instrumentistas com formação superior, aborda repertório vasto que inclui obras e compositores de diferentes estilos e épocas.
PALMELA17FEVEREIRO22H CONCURSO DE BANDAS AMADORAS SOCIEDADE HUMANITÁRIA
Arranca o Concurso de Bandas Amadoras “Warm Up”. A 1.ª eliminatória leva a palco Chocolate Negro, Rick D & DY Lan, 4.º4 e Claraboia. Os convidados, são Alexandre Silva & Os Impróprios.
SANTIAGO DO CACÉM 17FEVEREIRO16H
ENCONTRO COM MIGUEL REAL BIBLIOTECA MANUEL DA FONSECA
Não perca o encontro com o escritor Miguel Real, com moderação de Joaquim Gonçalves da Livraria A das Artes. Possui uma vasta obra dividida entre o ensaio, a ficção e o drama.
GANHE CONVITES PARA “A FÁBRICA DOS SONHOS” Temos 5 convites duplos para oferecer aos nossos leitores que pretendam assistir ao espetáculo de teatro musicado “A Fábrica dos Sonhos”, este domingo, às 17 horas, no Forum Luísa Todi. Trata-se de um trabalho do Grupo Teatral ACTAS, com textos e encenação de Bruno Frazão, enquanto a música foi composta por Artur Jordão, que retrata os sonhos de uma criança que vê o Mundo de forma diferente. Basta ligar 96 943 10 85 e solicitar os ´papelinhos mágicos´.
X
RAIO
BARREIRO17FEVEREIRO22H
ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO
“Quero continuar a escrever canções que me emocionem”
O músico e autor António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, natural de Almada, tem 63 anos e pertence ao signo Leão. Continuar lúcido e sereno e escrever canções que o emocionem são os seus desejos. Qual o último filme que viu no cinema? Não me lembro. Detesto o som das pipocas crocantes e os apartes aparvalhados.
POR ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
Qual o seu maior sonho profissional? Continuar a escrever canções que me emocionem.
Melhor peça de teatro? “Hamlet”.
E pessoal? Continuar lúcido e sereno todos os dias.
Melhor música de sempre? É muito difícil uma só, mas o “Yesterday”, dos Beatles, é a primeira de 10.
Cidade preferida? Paris. Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? O Grand Canyon, sem guia turístico. Um desejo para 2018? Um país mais atento e mais inteligente. Quem convidaria para um jantar a dois? A minha companheira, Maria das Dores Meira. Quem é a mulher mais sexy do Mundo? Estou fora dessa passerelle. Complete: A minha vida é… Um ato contínuo de escolhas feitas por mim, com erros incluídos. O que não suporta no sexo oposto? A perseguição. Comida e bebida preferida? Peixe grelhado, água e vinhos. Qual o seu maior vício? Comprar discos e livros. Que livro anda a ler ou leu ultimamente? Acabei de ler “O Último Cabalista de Lisboa”, do Richard Zimmler. Fantástico.
Enterro do Bacalhau no Bairro Santos e em Troino
Qual a sua maior virtude? Frontalidade. E defeito? Isolar-me. Como se chama o seu animal de estimação? Tive um pastor alemão, ‘Rafa’, mas morreu há uns tempos. Ainda não consegui ter outro. Contudo, alimento os gatos da rua e arredores. O que levaria para uma ilha deserta? A minha companheira, uma viola e um montão de livros. Dia ou noite? Dia. O que mais teme na vida? Nada, aceito a realidade. Atento à estupidez de alguns governantes por esse mundo fora, capazes do momento final. A quem ofereceria um presente envenenado? Não desejo mal a ninguém, nem a quem já me fez mal. O maior desgosto da sua vida? A estupidez que reina como símbolo de uma modernice amanhã ultrapassada por outra modernice.
PUBLICIDADE
O
tradicional cortejo do Enterro do Bacalhau, que encerra os festejos carnavalescos, animou na quarta-feira, à noite, as ruas do Bairro Santos Nicolau e de Troino, em Setúbal. Um bispo, coveiros, viúvas e, obviamente, o “defunto” Bacalhau foram algumas das personagens que arrancaram gargalhadas na manifestação teatral popular, realizada num percurso que teve lugar nas ruas daqueles bairros.
O evento foi marcado pelo humor e a sátira, sobretudo na leitura do “Testamento do Bacalhau”, com críticas a vários temas da sociedade, a nível local e nacional. João Praia e José Pina escreveram, respetivamente, os testamentos. 2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 9
POLÍTICA PUBLICIDADE
A PRESIDENTE DA CÂMARA DE ALMADA FALA EM «GESTÃO DANOSA»
EDITAL Nº8 Ricardo Miguel da Costa, Vereador do Pelouro do Ambiente e Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Grândola: Faz saber, que por ter terminado o período legal de exumação (3 anos), as sepulturas do Cemitério Municipal de Grândola a seguir mencionadas, serão consideradas livres a partir do próximo mês de Março, se não forem reclamados nos termos regulamentares, pelos titulares de interesse directo e legítimo, os restos mortais dos corpos que nas mesmas foram sepultados. TALHÃO I
N.º DO COVAL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77
NOME DO FALECIDO Luis Ricardo António Manuel José Parreira Alice Fernandes Vieira da Cunha Luísa da Conceição Luiz Neves Pereira António Francisco Galvão Antónia Raposo Moraes Salvador Albino Domingos Parreira Augusto José António Pereira Augusto Laurinda de Jesus Inocêncio Maria Marques Pereira Maria Antónia Brissos Lucinda da Conceição Pereira Jorge Marques Veríssimo António Neves Pereira Susete Monteiro Batista dos Santos Alice Inácia Gamito Joaquim António Alberto José Barradas António Francisco Sobral Pereira Vítor Lucas Henriques Joaquina Conceição Correia Simões dos Santos Adília Pereira Etelvina Francisca Rosa Augusto Martins Pedro Celestino José Patinho Manuel Aleixo Maria Ramos Manuel Joaquim Domingos Aníbal Gamito Espada Vitorino da Silva Paulo Virgílio Tavares Vicente Avelino Pereira Marques Leonilde Maria Guerreiro Daniel Inácio João Pepe Lagarto António Mendes Picanço António de Jesus Espada Júlio Felicidade Costa Silvina dos Santos Eusébio Maria Dâmaso Espada José Manuel Coelho Ermidas Aníbal Manuel Pereira da Silva Eglantina Maria Henriques do Carmo Manuel José da Silva Sidónio Pereira Maria Camila Maria Rodrigues Florência Torquata Charraz Ermelinda Maria Eduarda Gamito Ramos Serrão João Maria Guerreiro Norma Pinheiro Mariana Antónia Costa Henrique do Vale Batista Luís António de Campos António Joaquim Louzeiro Maria Jacinta Parreira Florentino Ferreira Camilo Maria Lurdes Gonçalves Pereira Lopes Abilardo José da Silva Maria José Sequeira Mendes Abílio José Casimiro Otília de Fátima Ribeiro Pinto Dilar Trindade Falcão Manuel Luís Pereira Gracinda Maria Brazido Gonçalves Manuel Pereira Martins José Joaquim Félix Guarda Verdades Conceição Angelina Maria Elias Carolino dos Reis Antónia Gomes Sobral Mendes Soledade Maria Abílio Rosinda Gertrudes Jorge Olívia Rosa do Vale Franclim Guerreiro Calado Hortense da Encarnação Ursino Conceição Nunes
N.º DO COVAL 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152
NOME DO FALECIDO Maria Pereira Elisa Henriqueta Nunes Maria Teresa Coelho da Cruz José Pereira Augusto Domingos Fortes Tavares de Pina Manuel Maria Pereira Artur Pereira Rodrigues Joaquim Marques Fernandes Rozinda Custódia Joaquim Pereira Mendes de Melo Diozália Matias Luiza Pereira António Cabral Antunes António Martins de Matos Ambrózio Vítor dos Santos Silva João Campos Pereira Antónia Gertrudes Espada António Fortunato Miquelino de Oliveira Lucília Maria Coelho José Silvério de Matos Manuel Pereira Palmira Barbara Godinho Ilda Violante Carvalho Daniel Maria Neves Joaquim Manuel de Jesus Hermínia Custódia Eva Maria Pancinha Custódia Pereira dos Santos e Ossadas de Luís Pereira Maria Domingas Pereira Gualdino Pinto de Melo Maria Alcina Carvalho Gonçalves da Costa Ana Maria Martins Correia Casadinho Gregória Maria Joaquim Pereira Ludovina Antunes da Silva António Joaquim Guerreiro Nazaré Maria Manuel Maria de Figueiredo António Manuel Domingos José dos Santos Rodrigues Guilherme António Lopes Jaime Manuel Gonçalves Rodrigues Maria do Céu da Conceiçãow Eglantina Custódia António Julião Borges Cacilda de Jesus Pereira António dos Santos Baluga Maria Antónia Jucília do Vale Batista Gonçalves Naciolinda de Jesus Mario Paulo Caxias Vitória Antónia Martins Neves José Miquelino Gomes Soledade de Souza Felicio Ernesto Nogueira da Silva Cassilda Mata dos Santos António Ferreira da Silva Manuel Joaquim Gonçalves José Sobral Lança Maria Helena Pereira Gaudêncio Antónia Luísa Maria Antónia Rodrigues Maria Luísa Gusmão Chainho Manuel Pereira Lourenço Luíza Pereira Luiz de Jesus Pereira Aníbal Coelho Ramos Ana Lúcia Chainho Pereira Francisco de Jesus Pereira Argentina Rosa Raimundo Maria Victória Pereira Manuel Vieira Estrela Albertina Marques Pereira Calado Agripina Thomazia Pincho Francisco Parreira
Para constar se lavrou este e outros de igual teor, os quais vão ser afixados nos locais públicos do costume. Paços do Concelho de Grândola, aos 25 de janeiro de 2018.
O Vereador do Pelouro, Ricardo Costa
10 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
CDU fala em «salvaguarda e preservação do que pode vir a ser património cultural»
Inês de Medeiros, edil de Almada, vai «remeter para as entidades competentes um contrato de aluguer de uma casa particular, por 200 mil euros/ano, para saber se se trata, ou não, de gestão danosa do anterior executivo». Vereadores da CDU, refutam que «contrato de arrendamento não habitacional visa a salvaguarda de património cultural». TEXTO ELOISA SILVA IMAGEM KOI PARK
E
m 2016 o, então, Presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas (CDU), «firmou um contrato de arrendamento não habitacional» tendo por fim a realização de eventos de interesse municipal e fruição pelo público, «com prazo certo e opção de compra», do espaço designado «Quinta dos Espadeiros» para, entre outros aspetos, «expor o espólio do artista plástico Rogério Ribeiro». A atual Presidente da edilidade não compreende «como é que o município de Almada celebrou um contrato de aluguer, no valor de 200 mil euros/ano», e garante remeter o documento, «que não conseguiu anular», para as entidades competente para, segundo Inês de Medeiros, «saber se é, ou não, representativo de gestão danosa». Declarações proferidas durante a última sessão da Assembleia Municipal e divulgadas pelo município. Os vereadores da CDU na Câmara de Almada, em resposta ao Semmais, «assumem inte-
Quinta dos Espadeiros gera polémica entre PS e CDU de Almada
gralmente os atos praticados», num processo que designam de «salvaguarda e preservação do que pode vir a ser um importante património cultural do município». A comissão coordenadora da concelhia de Almada da CDU, informa que o que está em causa é o espaço da «Quinta dos Espaceiros», propriedade privada de seis hectares, cuja compra o município equacionou, em 2016, para atividade cultural pública e para «acolher o espólio da reconhecida e
valiosa obra de Rogério Ribeiro». O valor de aluguer, dizem os vereadores da oposição, «seria abatido na compra deste espaço único no país, que engloba um palacete do séc XVII avaliado em 9,5 milhões de euros», concluem. Apesar da tentativa do Semmais, não foi possível, até ao fecho da edição, obter uma declaração da Presidente da Câmara Municipal de Almada, relativamente a esta matéria.
Negrão avança “fragilizado” para a liderança da bancada parlamentar
F
ernando Negrão é candidato à liderança do grupo parlamentar do PSD nas eleições marcadas para o próximo dia 22 e que ditarão o sucessor de Hugo Soares afastado por Rui Rio. O ex vereador da Câmara de Setúbal apresentou a candidatura a meio da semana após ter falado com o novo presidente do partido «por uma questão de cortesia e porque a vida do Grupo Parlamentar deve e tem que estar articulada com a direção do partido», mas se, por um lado, Negrão conta com o apoio de Rio, o mesmo não parece acontecer com grande número de deputados.
Durante a conferência de imprensa de apresentação da candidatura, Fernando Negrão garantiu não temer uma divisão dos deputados, em torno do seu nome, e diz que está «preparado para qualquer resultado» e saberá tirar as «devidas ilações» se perder as eleições. Apesar de Hugo Soares, o antigo líder, ter sido eleito com mais de 80% dos votos da bancada parlamentar, Fernando Negrão não estabeleceu nenhuma fasquia para a sua eleição, dizendo que quer apenas os votos necessários para ser eleito. Quanto à visível falta de união dos parlamenta-
res em torno do seu nome, o deputado assegura que nada fará «para unir porque não vou obrigar as pessoas a votarem em mim».
DESPORTO
GRUPO DESPORTIVO DA VOLTA DA PEDRA APAGOU 45 VELAS
«Nós merecemos e temos condições para gerir um polidesportivo»
Seleção Nacional de Râguebi joga em Setúbal com a Suiça
A perder massa associativa, o Grupo Desportivo da Volta da Pedra sonha com a construção de um pavilhão gimnodesportivo e com ´sangue novo´ para gerir os destinos do clube que vai ter eleições no dia 23 deste mês.
A
TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
O
Grupo Desportivo da Volta da Pedra celebrou esta semana os seus 45 anos de existência, em cerimónia realizada nas suas instalações. O ato contou com a presença do vereador Adilo Costa e de um representante da Junta de Freguesia de Palmela, entre outras figuras. O presidente da Assembleia Geral, José Manuel Coutinho, relembrou o rico historial do clube que tem brilhado ultimamente na secção de Ciclismo BTT, tendo obtido diversas medalhas de campeões. Já as atuais instalações foram construídas em 1995, com o apoio do município e da Junta de Freguesia de Palmela. E apelou que a coletividade precisa de sangue novo. «Não se pode abandonar uma casa destas, que deu tanto esforço a construir. No dia 23 deste mês vamos ter eleições para a nova direção e espero que ponderem em arranjar pessoas para avançar. Precisamos de sangue novo», alertou José Manuel Coutinho. Já o presidente da direção, Jorge Mares, sugeriu à Câmara Municipal a construção de um
polidesportivo. «Nós merecemos e temos condições para fazer a gestão desse equipamento. Entretanto, já adquirimos balizas e redes para atrairmos mais jovens à coletividade. Este grupo tem futuro. É preciso coragem para continuar. Aqui respira-se trabalho e associativismo». O responsável lamentou que a quantidade de massa associativa esteja a decrescer desde o ano 2000. Na sua opinião, «os dirigentes associativos têm pela sua frente a concorrência da internet, do facebook, das televisões mas, há que resistir e dar a volta, dando tudo do melhor, para que as nossas portas não se fechem nunca». «BTT recomeçou em força» Jorge Mares, contudo, faz um balanço positivo do último ano de atividade da coletividade. «Neste último ano, o BTT recomeçou em força e já se inscreveu na Federação Portuguesa de Ciclismo para uma nova época, com trabalho dedicado e voluntarioso». Por outro lado, em termos de saldo/contas, o clube apresenta «equilíbrio e saldo positivo», o que transmite «entusiasmo e alegria» para prosseguir. Para o futuro, Jorge Mares afirmou: «Foi positivo chegarmos até aqui. Esta casa não
envergonha ninguém. Os futuros dirigentes podem apostar nas artes marciais, na ginástica para adultos e no ensino da música, com protocolos a estabelecer com outra coletividade do concelho, para que o clube cresça em quantidade e qualidade». A exploração do bar, uma «fonte de receitas para o clube», vai ser entregue em breve a novo interessado. «Há dois anos atrás tivemos uma crise de pessoas para gerir o bar, porque não havia concorrentes mas, hoje, graças ao empenho e persistência, o problema está ultrapassado. A sua gestão, através de concurso público, será adjudicada em breve a novas pessoas». O bar está de cara lavada, com novos eletrodomésticos na cozinha, as instalações foram pintadas e houve melhoramentos no saneamento e nos sanitários. Por último, o vereador Adilo Costa apelou a direção de «grupo de resistência» e alertou que o tecido económico «tem de olhar mais por este clube desportivo eclético». No final da sessão solene e antes de se cantar os parabéns, foi ouvido o hino da coletividade, escrito por Alexandrina Pereira, composto por Carlos Pinto e interpretado por Maria do Céu Freitas.
seleção nacional de râguebi defronta em Setúbal, no dia 24, a congénere suíça em partida oficial do Rugby Europe Trophy 2017-18, competição que Portugal lidera isolado. O jogo, às 15 horas, no complexo de Atletismo de Setúbal, no Vale da Rosa, faz parte da 3.ª jornada do Rugby Europe Trophy, competição que a equipa de Portugal venceu na época passada com um registo 100 por cento vitorioso. Os bilhetes para o jogo, com o custo de 4 euros, podem ser adquiridos na Divisão de Desporto da autarquia, localizada no Parque Urbano de Albarquel, bem como no complexo de atletismo, no pavilhão desportivo das Manteigadas e na piscina de Azeitão. O terceiro jogo de Portugal no Rugby Europe Trophy 2017-18 é a primeira partida oficial que a equipa das quinas XV Sénior realiza em Setúbal, depois de no ano passado ter defrontado a homóloga belga em apronto de preparação. Antes do jogo em Setúbal, os “Lobos” mediram forças, no dia 10, com a Holanda, desafio
realizado no Estádio de Honra do Centro Desportivo Nacional do Jamor que a seleção nacional venceu por 36-12. As restantes formações em prova são a Polónia, a República Checa e a Moldávia. O vencedor do Rugby Europe Trophy 2017-18 disputa o playoff Championship Trophy Promotion de acesso à Rugby Europe Championship com o último classificado desta competição principal. Portugal já garantiu, entretanto, a presença na 4.ª ronda de qualificação para o Mundial de 2019, graças à vitória, na jornada inaugural do Rugby Europe Trophy 2017-18, ante a República Checa, por 45-12, em partida realizada a 19 de novembro, em Oeiras. Na qualificação para o Mundial de 2019, a seleção nacional XV Sénior defronta o 2.º melhor classificado do Rugby Europe Championship. Entre os possíveis adversários estão Espanha, Roménia, Rússia, Alemanha e Bélgica, enquanto a Geórgia já se encontra apurada. Se triunfar nessa ronda, Portugal tem duas possibilidades de almejar um lugar na fase final do Mundial.
PUBLICIDADE
2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 11
NEGÓCIOS
PRODUTORES ESPERAM REDUÇÕES MUITO SIGNIFICATIVAS, ABAIXO DOS 60 POR CENTO DE UM ANO NORMAL
Seca deixa arroz em crise no distrito e só a Comporta deverá produzir
A produção de arroz está a sofrer os efeitos de uma seca severa. Os agricultores, já só esperam que se atinja 40 por cento de um ano dito ‘normal’. Só a zona da Comporta parece fugir desta razia, devido às nascentes que abundam na zona, que permitem a lavra de algumas centenas de hectar. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A
estimativa é feita pelo dirigente agrícola Joaquim Manuel Lopes perante a seca severa que tem castigado a região: «se a produção de arroz atingir 40 por cento de um ano normal já será bom», diz o técnico agrícola da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, admitindo que só na Comporta haverá algumas centenas de hectares de terra onde vai ser possível trabalhar nas lavras. Graças às nascentes onde a água ainda abunda. «A Comporta é que vai contribuir para que esta campanha de arroz não seja nula. As várias nascentes permitem assegurar produções ditas normais», insiste,
admitindo que possa também haver algumas bombagens a partir do rio Sado, se forem autorizadas. «O pior é o resto, porque a paisagem é negra», diz, admitindo que mesmo que ainda chova alguma coisa em fevereiro dificilmente se vão conseguir recuperar recursos que permitam fazer arroz», acrescenta o dirigente, assumindo que será difícil para centenas de produtores arranjarem culturas alternativas. Setor não quer trocar produção para feijão-frade O dirigente coloca de lado a possibilidade, já admitida no setor agrícola, da produção de arroz ser trocada por feijão-frade, alegando tratar-se de uma opção pouco atrativa, acrescentando que também a questão dos apoios anunciados pela tutela
Barragens continuam à míngua, em especial a de Pego do Altar A falta de água atingiu tal dimensão nesta zona do país que mantém descoberta a ponte de Rio Mourinho, que estava submersa pelas águas da barragem do Pego do Altar, e que há vários meses está à vista devido à descida abrupta do nível da albufeira, destampado a antiga passagem entre as localidades de Santa Susana e São Cristóvão. A ponte, com cerca de 30 metros, foi construída há 200 anos e o seu regresso à luz do dia atesta o pesadelo que a falta de chuva representa para a bacia do Sado, onde as albufeiras registam uma média de 23.4 da sua capacidade. Em ano normal andariam pelos 53.2%. A barragem do Pego do Altar tem hoje 8% da sua capacidade, traduzidos em cerca de 7 milhões de metros cúbicos, nas contas da Associação de Regantes, dos quais 5 milhões são para garantir a sobrevivência dos peixes.
para compensar a perda de rendimento dos agricultores não é suficiente para contornar o problema que está instalado. «Os agricultores perdem rendimento, mas também os vendedores de fatores de produção e as organizações de produtores, tal como o comércio», insiste Joaquim Manuel Lopes, defendendo que a solução rumo ao futuro passa por transportar água da barragem de Alqueva para a albufeira de Vale do Gaio. Com uma produção média anual de seis toneladas por hectare e com um preço médio de 280 euros por tonelada, o cultivo do arroz é uma das principais atividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os seis mil hectares, pode chegar a valer cerca de 10 milhões de euros.
EMPRESA FECHOU TRÊS PROTOCOLOS E UM MEMORANDO DE ENTENDIMENTO NA PRODEXPO 2018
Baia do Tejo mostrou em Moscovo as potencialidades dos territórios da ‘Lisbon South Bay’ A empresa do Barreiro marcou presença mais uma vez nesta feira de Moscovo, uma das mais importantes do setor industrial e agroalimentar. O objetivo é promover os ativos da Baia do Tejo e dos territórios situados na Lisbon South Bay. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
A
Baia do Tejo mostrou em Moscovo as potencialidades dos territórios da ‘Lisbon South Bay’, nomeadamente as zonas da Quimiparque (Barreiro), Siderurgia Nacional (Seixal) e Margueira (Almada), em mais uma presença na ProdExpo, uma das mais conceituadas feiras internacionais da Europa. A feira, que registou expositores de 63 países,
contou com 2342 empresas participantes, das quais 1659 eram empresas russas. Esta edição da ProdExpo ocupou os 9 pavilhões do complexo Expocentr, espaço de referência para estes grandes eventos na capital russa. O certame, que vem despertando um interesse crescente, contou com cerca de 60.000 visitantes individuais e institucionais. Esta iniciativa é sequência de recente apresentação dos ativos da Baía do Tejo e dos territórios Lisbon South Bay em Moscovo e,
12 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
segundo fontes da empresa, «veio confirmar o interesse de ambas as partes em abrir novos mercados e disponibilizar condições mais facilitadas às empresas russas que se desejem instalar em Portugal, nomeadamente nos territórios onde estão sediados os ativos da Baía do Tejo». Empresas Russas interessadas na posição geoestratégica de Portugal Segundo a mesmas fonte, foram assinados três protocolos com entidades
ligadas à Câmara de Comércio e Industria da Federação da Rússia, designadamente a “National Guild of Producers and Importers”, com o presidente Andrey Perfiliev; “National Union of Food Exporters”, com o president Dmitry Bulatov e “Russian-Portuguese Business Council of Chamber of Commerce and industry of the Russian Federation”, com o responsável Sergey Kuzmin. Estes protocolos vieram confirmar o grande
Presidente da Baia do Tejo, Jacinto Pereira, em Moscovo
interesse da comunidade empresarial russa na vantajosa posição geoestratégica de Portugal e no ambiente efervescente que a região da grande Lisboa e as principais cidades do nosso país vêm manifestando. Resultado prático e
imediato desta iniciativa será a visita de uma comitiva composta por várias entidades e empresas de diversos setores de atividade a Portugal e com passagem assegurada pelos territórios Lisbon South Bay onde ficarão a conhecer os ativos da Baía do Tejo.
NEGÓCIOS
JÁ ESTÁ A FUNCIONAR CENTRAL FOTOVOLTAICA EM PEGÕES
The Navigator Company instala 352 painéis solares na Herdade da Espirra A The Navigator, terceira maior exportadora em Portugal representando, aproximadamente, 1% do PIB nacional, construiu em Pegões, mais uma central fotovoltaica. O objetivo é aumentar a produção e reduzir a fatura da eletricidade da Herdade onde funciona um dos maiores viveiros europeus. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM TNC
A
nova central fotovoltaica da The Navigator Company, em Pegões, na Herdade de Espirra, já começou a funcionar. O equipamento, composto por 352 painéis solares instalados numa estrutura fixa, ao longo 1250 m2, permite aumentar a capacidade da The Navigator Company para «produzir energia elétrica renovável com emissões de CO2 nulas, reduzindo o nível de aquisição de energia à rede elétrica», avança a empresa em comunicado.
Segundo a companhia, que em 2016 construiu em Setúbal «uma das maiores centrais solares fotovoltaicas em regime de autoconsumo existentes em Portugal», a escolha pela Herdade de Espirra, para esta segunda estrutura, deveu-se «às condições solares favoráveis da região de Pegões» e a viabilidade do projeto em termos técnicos e económicos para produção de energia. O objetivo final passa, também, por «reduzir a fatura de energia elétrica da exploração da propriedade», onde se encontra instalado «um dos maiores viveiros da Europa» da
The Navigator para a produção de plantas florestais e produção agroflorestal. A nova central solar fotovoltaica, em regime de autoconsumo, permite aumentar a capacidade de produção de energia
elétrica renovável, através de uma «tecnologia madura, com custos de geração competitivos», respondendo às preocupações de natureza técnica, económica e de sustentabilidade da própria companhia.
Instituto Politécnico de Setúbal formou num ano mais de 35 mil portugueses na área digital
O
Dominguinhos, que se reflete, também, noutras parcerias como o projeto nacional GEN10S, promovido pela SIC Esperança, associação Ayuda en Acción e Google, e que prevê formar em linguagem de programação Scratch cerca de 5 000 alunos do 5.º e 6.º anos e 500 professores, em todo o País. Presente na cerimónia que assinalou o primeiro ano do projeto «Ateliê Digital» no IPS, Francisco Ruiz Antón, diretor de Assuntos Institucionais da Google para Portugal e Espanha enalteceu que comparativamente com outros países, «a experiência portuguesa é das
JOSÉ TEÓFILO DUARTE
DESIGNER | DIRECTOR DE ARTE
jtd@ddlx.pt
Diário fotográfico
Diego Marchago. Casa d’Avenida
No ateliê de João Limpinho
Carla Maciel fotografada por Estelle Valente
ATELIÊ DIGITAL DA GOOGLE VALE TROFÉU AO IPS
projeto «Ateliê Digital», implementado pela multinacional Google em 2016 no Instituto Politécnico de Setúbal, já possibilitou a aquisição de competências digitais a mais de 35 mil pessoas. Para assinalar a parceria, e numa ótica de reconhecimento pelo papel pioneiro do Instituto na melhoria das competências digitais em Portugal, o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, recebeu do diretor geral da Google em Portugal, Bernardo Correia, um troféu que simboliza o sucesso do projeto. Uma aposta «muito cara ao IPS», admite Pedro
DAS COISAS NASCEM COISAS*
9. SÁBADO. LISBOA SEM MAIS | Saiu no passado dia 10 a primeira edição deste jornal que exibe um figurino redesenhado pelo ateliê DDLX, empresa que me preenche as horas do dia (e muitas vezes da noite) e onde exercito o prestimoso desporto que transforma ideias de comunicação em objectos com existência visual publicada. Convocámos para o redesign destas páginas fontes tipográficas que, na nossa opinião, satisfazem a estrutura narrativa e integrámo-las, umas em educada chamada de atenção para a notícia, encimando a dita com a dignidade que um título deve ter; outras enfileiradas em sua própria mancha de texto ou em caixas de esclarecimento opinativo. Pretendemos que a leitura seja um prazer. Fazemos casamentos de conveniência entre tipos serifados e outras tipologias mais ou menos regulares. Sem complexos provincianos, mas também sem ostentações “moderninhas”. Queremos um jornal cosmopolita, com assento no mundo em que nos envolvemos. A imprensa regional é importante para as regiões. E as regiões são o mundo. Entendemos que estamos a fazer o nosso melhor, sabendo que o melhor nunca se atinge. Continuaremos a tentar. 10. SÁBADO. SETÚBAL MAS QUE PINTURA É ESTA? | Diego Machargo pinta as paisagens que vai inventando. São territórios povoados de imaginação e ar fresco. Puro. Refrescado por ideias de infância. Mas o que é isso que pintas que não tem paisagem?, perguntava-lhe a avó. Pergunta inteligente. Mas porque temos nós que perceber a paisagem que o Diego quis pintar? A pintura deste jovem artista habita o espaço reservado à imaginação. Tão pouco e tanto. Que mais se lhe pode pedir? Que pinte, claro. Que pinte sempre com esta liberdade. É espantosa, esta exposição que alegra as paredes da galeria do segundo andar da Casa da Avenida. Eso que pintas que no tiene Paisage Diego Machargo 10 Fevereiro/10 Março. 2018 Casa d’Avenida - Galeria. Setúbal
11. DOMINGO. SETÚBAL MULHERES | Primeiro encontro com a Estelle Valente e a Carla Maciel em Setúbal. Vieram ver a galeria da Casa da Cultura. A Estelle é fotógrafa. A Carla é actriz. A Estelle trabalha para o Teatro São Luiz, mas desenvolve intenso trabalho pessoal. A Carla também. A Estelle anda a fotografar a Carla. Resolveram abordar as vidas de actrizes universais que deram exemplos. O resultado desse trabalho é deslumbrante e vai estar exposto pela primeira vez na galeria da Casa da Cultura. A exposição abre no dia 8 de março, dia das mulheres. Eu gosto muito destas mulheres.
Projeto Ateliê Digital da Google já formou 35 mil portugueses
melhores». O “Ateliê Digital” da Google pretende dotar os portugueses (com ou sem formação académica, empregados ou desempregados), e de forma gratuita, das ferramentas
necessárias para tirar partido das oportunidades que advêm da digitalização da economia, e além disso contribuir para fomentar o empreendedorismo em solo nacional.
13. SEGUNDA-FEIRA. LOURES JOÃO LIMPINHO | Foi um escultor com trabalho creditado na recolha de material sobrante da indústria, que no fim dessa vida é transformado em apreciado objecto artístico. João Limpinho fez na Bela Vista um museu a céu aberto. A Autarquia chamou-lhe O MUSEU ESTÁ NA RUA e criou lojistica e merchadising. O trabalho de Limpinho vai ser exposto em abril na galeria da Casa da Cultura. Hoje viemos — eu, a Maria João Frade (Casa d’Avenida) e o Manuel Augusto Araújo (arquitecto, assesssor cultural e grande amigo de João Limpinho), ao ateliê do escultor, em Loures. A conversa com a sua mulher e filha foi um proveitosa e prazenteira. Ah, é verdade, João Limpinho morreu em junho de 2015. Mas não parece nada. Olhando estas esculturas percebemos que viveu bem o seu tempo, que é o tempo de todos nós. Vai ser muito bom fazer esta exposição. Foi muito bom ser amigo do João Limpinho. *DAS COISAS NASCEM COISAS. FRASE DE BRUNO MUNARI
2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 13
OPINIÃO
EDITORIAL
As Nanny’s e o supremo interesse da criança
RAUL TAVARES DIRETOR
D. Manuel Clemente e o tiro de canhão
O
aconselhamento do Cardeal-patriarca de Lisboa sobre a abstinência sexual para os recasados bateu fundo na desgovernada orientação liberal da sociedade portuguesa. Não é um assunto fácil, e nem é daqueles que fragmente ou divida muito os portugueses e, diria eu, os ocidentais. Vamos dizer que para a larga maioria tratou-se de um disparate. Partilho dessa tese. Ao atirar esta acha para a fogueira, D. Manuel Clemente mostrou o seu lado mais burocrático do ponto de vista dos ‘sacramentos’ da Igreja e alinhou por uma ortodoxia que não se compadece com os ditames do Papa Francisco. Mesmo tendo em conta a interpretação aos dois sínodos da exortação apostólica “Amoris Laetitia”, de 2014 e 2015, em que o Bispo de Roma desafiou as dioceses a deixar de lado a moralidade burocrática e a aplicarem a lei da misericórdia com quem se divorcia ou vive em união de facto. A posição extremada e, já agora, fora de contexto, com que D. Clemente brindou os cristãos da sua Igreja, revela a falta de visão estratégica de alguns bispos que ainda vegetam numa concha de preconceitos sobre doutrina, pecado, graça e outras ‘leis’. E não deixa de ser, também, um tiro de canhão nos pés de quem tem por missão (nem que seja pela via da eucaristia) tratar do rebanho, mantê-lo sóbrio e fazê-lo crescer. A doutrina não pode mudar, diz a Igreja mais hermética, mas a sua orientação e disciplina pode. Lembre-se a obrigatoriedade do celibato para os que desejam o sacerdócio, com padres casados em pontos do globo, no Oriente, por exemplo. E há um milhar de outros exemplos em que se confunde a doutrina e a sua orientação na vida mais terrena, na vida das pessoas e das famílias. Por isso, o Patriarca de Lisboa feriu o seu dito aconselhamento. Resta agora saber as consequências sobre a forma como os ‘católicos, apostólicos romanos’, começam a olhar para o seu líder. E tendo em conta o decréscimo de praticantes da Igreja de Pedro em Portugal não deixa de ser um vislumbre muito perigoso para quem nela acredita e aposta a sua Fé..
N
a guerra às audiências vale tudo, vidas reais em direto; sexo, casamentos, divórcios e resistência física levada ao limite são alguns dos ingredientes que fazem parte dos formatos dos reality shows. Estes programas televisivos movem audiências, dinheiro e opiniões mais diversas e controversas. As televisões fazem hoje, mais do que nunca da realidade o seu espetáculo e a questão central está no porquê do sucesso destes programas? O espetáculo da realidade adoça curiosidade, é uma espécie de olhar por detrás da fechadura encapotada a qual relembra em nós, tempos remotos das lutas de cavernas ou das arenas de gladiadores, desejos e prazeres que o progresso da humanidade não conseguiu superar ou evoluir para um estádio superior. O tumulto social em torno do polémico programa SuperNanny que a responsável de programação da SIC insiste em não catalogar como reality show, mas sim documentário têm trazido à discussão as responsabilidades e direitos da parentalidade e das crianças. Nes-
te mundo do espetáculo em que se mediatiza e expõem o que é do foro privado, muitas são as vozes discordantes e algumas concordantes sobre o referido programa. Parece-me que para além de todos os malefícios que o programa acarreta com a mediatização destas crianças e suas famílias, há um aspeto que ressalva à reflexão. As diversas instituições, como a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos das Crianças e Jovens (CNPCJ) ou o Instituto de apoio à criança a título de exemplo, revelaram um afastamento considerável do seu objeto dae estudo ou atuação, isto é das crianças. Para além das críticas à forma do programa e a violação do direito da imagem da criança, algumas das instituições nada mais tem a acrescentar, nem a indicar aos pais desesperados. Para além do processo na CPCJ que considera as crianças que participaram no programa como crianças em risco, a Comissão empurra um problema que é seu ou devia ser, para a esfera dos tribunais. Já todos percebemos, que os tribunais e os juízes não estão preparados para julgar de for-
CIDADANIAS ELISABETE CAVALEIRO COORDENADORA PEDAGÓGICA
ma pedagógica casos com esta especificidade social, na formação dos juízes não abundam as áreas do saber da psicologia ou sociologia, as quais estão nos alicerces para a compreensão destes problemas. Mais do que medidas punitivas ou repressivas, estes pais necessitam de ajuda, precisam de medidas preventivas ou de apoio à educação parental. Podemos teorizar páginas e páginas sobre como seria o modelo de bom pai ou mãe. Podemos até romancear aspetos e caminhos alternativos ao recurso a este tipo de programas para resolver os problemas de disciplina e ou comportamento destas crianças, mas a questão central não será o que fazem as entidades que existem para apoiarem estas famílias? Parece-me que não será, certamente através de um processo na CPCJ da zona
ou a rotulagem de criança em risco que o fará. Serão estas as crianças em risco que absorvem a atenção das instituições de apoio e proteção à criança? Estou totalmente em desacordo com a exposição pública da criança, não concordo em nada na invasão da sua privacidade, como também não aceito a exposição pública das mães e dos filhos do Ronaldo. Preocupa-me a existência de técnicos e de entidades públicas que por detrás do chavão “supremo interesse da criança” revelam-se desconhecedores das crianças, das suas vidas, das necessidades e revelam-se incapazes de ajudar pais e mães, no sinuoso caminho da educação, os quais deviam ver nas instituições uma forma de apoio ou recurso, para a resolução dos seus problemas parentais e não num programa de televisão.
Ainda o sonho americano
N
o dia 4 de Julho de 1776 os Estados Unidos da América anunciavam a sua Declaração de Independência, na qual se assume que “todos os Homens nascem iguais, e receberam do seu Criador direitos inalienáveis, entre os quais a Vida, a Liberdade, e a Busca da Felicidade”. Esta declaração incutiu no país recém-formado um novo sentido de liberdade democrática, e estabeleceu uma noção de sociedade na qual a ascensão passava a ser possível. Nasceu o “sonho americano”, baseado na democracia, na igualdade, na prosperidade e na liberdade. Os EUA tornaram-se numa terra de oportunidades, na qual cada um passou a ser dono do seu próprio destino. No entanto, com o “crash” da bolsa de Wall Strett, a célebre Quinta-feira Negra de 1929, este sonho idealizado começou, e com razão, a ser posto em causa. Willy Loman — o protagonista
de Morte de um caixeiro viajante, de Arthur Miller, que estreamos a 13 de Abril, com encenação de Carlos Pimenta — é um desses homens que procuram realizar o dito sonho americano. Mais concretamente, Willy enfileira naqueles para quem esse sonho se transforma num pesadelo. A História normalmente não reza dos que vêem os seus objectivos gorados. Mas é justamente sobre um desses — os excluídos e os inadaptados dessa grande miragem que nasce com a corrida do ouro americana — que se debruça a história desta peça. Elia Kazan, no telefonema que fez a Arthur Miller anunciando-lhe que queria montar a sua peça (que acabara de ler) quanto antes, disse-lhe que Willy, o anti-herói protagonista, lhe fazia lembrar o próprio pai. Miller, segundo deixou escrito, inspirara-se na história de um seu tio para contar a queda deste vendedor ambulante que deixa de
BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO DIRETOR DA CTA
ser útil ao sistema. De facto, Willy está muito perto de nós todos: quem não conhece alguém que tenha alguma vez perdido o emprego? Que tipo de relação vai surgir entre este pai em crise e aqueles por cuja educação se sente ainda responsável? Miller afirmou, também, que esta era uma peça sobre a história de amor entre um pai e um filho. Em meados da década de 80, a dupla John Malkovich e Dustin Hoffman imortalizou estas duas personagens centrais, no filme realizado por Volker Schlöndorff, dos anos 30 americanos. Só que as grandes peças de teatro, que em relação aos filmes têm a vantagem de
escapar ao ferrete do tempo, prestam-se a servir de ferramenta para analisar outras épocas. De facto, na sua essência, um pai de família que se veja despedido sentirá agora o mesmo que sentiria nos anos 30. As analogias com o que aconteceu em Portugal há menos de meia dúzia de anos são tão prementes que nem vale a pena nomeá-las. Digamos apenas que Morte de um caixeiro viajante quando estreou em 1949 na Broadway deu 742 representações, vencendo o Pulitzer para o teatro e o Tony Award. Miller sabia bem o que fazia. Em Abril cá vos esperamos.
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Eloísa Silva, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
14 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE FEVEREIRO | 2018
OPINIÃO
Oportunidades e desafios para o Ensino Politécnico
O
ano de 2018 é um marco histórico para o Ensino Superior Politécnico, mas acima de tudo para Portugal. A 9 de fevereiro foram apresentadas as conclusões da OCDE, 10 anos depois da última avaliação, aos Sistemas de Ciência, Inovação e Ensino Superior em Portugal. O relatório reconhece o enorme progresso realizado nos últimos anos, quer em termos de qualificação das pessoas, quer no reforço da capacidade científica das instituições e do país. Contudo, as metas traçadas para 2030, designadamente o investimento de 3% do PIB em I&D, com um esforço de 2/3 do setor privado, o incremento da população com 20 anos no ensino superior de 40% para 60% e o crescimento de 35% para 50% da população entre os 30 e os 34 anos com diploma de ensino superior, encerram enormes desafios para todos. É neste sentido que o relatório da OCDE propõe um conjunto de recomendações, das quais se destacam: • Necessidade de definição de uma estratégia clara, integrada e coerente para os siste-
mas de ensino superior e de inovação; • Necessidade de aumento do financiamento do ensino superior e reforço da autonomia da gestão das instituições; • Diversificação das missões das Instituições de Ensino Superior (IES), respondendo de uma forma mais assertivas à população ativa e às empresas, às necessidades das regiões e aos novos públicos; • Possibilidade de os Politécnicos outorgarem o grau de doutor; • Incremento do número de doutores a trabalhar no setor privado, especialmente em empresas; • Reforço da ligação entre as IES e os territórios onde estão inseridas. Estas recomendações foram traduzidas em propostas de alterações legislativas aprovadas pelo Conselho de Ministros do passado dia 15 de fevereiro, traduzidas, entre outras: 1. Na possibilidade de qualquer IES, universitária ou politécnica, poder outorgar o grau de doutor, mediante capacidade de investigação demonstrada, designadamente
através da existência de centros de investigação acreditados pela FCT com Excelente ou Muito Bom; 2. Na possibilidade de criação de Mestrados com a duração de um ano, em estreita articulação com as empresas e com recursos a metodologias mais ativas de aprendizagem; 3. Na possibilidade de criação de Cursos Técnicos Superior Profissionais com duração de um ano, para detentores do 12º ano, com experiência profissional mínima de 5 ano, respondendo ao desiderato da formação ao longo da vida e às necessidades das empresas. Estas alterações vão no sentido de reconhecer a evolução significativa que os Politécnicos fizeram nos últimos anos, quer em termos de qualificação - mais de 50% dos seus docentes possuem o grau de doutor, percentagem que chega aos 80% se considerarmos os docentes de carreira - quer na sua capacidade de investigação - no processo recente de avaliação das Unidades de I&D aberto pela FCT, os Politécnicos lideraram mais de 40
(Felicidades) Rui Rio – Portugal precisa !
A
agenda política vai mudar e é preciso agir porque o País espera por alternativas e assim Rui Rio necessita de ter sucesso. Há bem pouco tempo, os portugueses uniram esforços e a maioria acreditou que era possível retirar o país da bancarrota e inverter o ciclo económico. No entanto, iludidos pelas facilidades aceitaram que uma maioria de esquerda viesse a governar. A pouco mais de um ano das previsíveis eleições gerais, começam a existir sinais que a qualidade de vida dos portugueses não melhora tão significativamente, apesar da propaganda governativa; afinal, em 2018 os indicadores apontam que se vive como em 2008 e o patamar da regressão em relação à Europa mantém-se. Rui Rio vai ter que agir e unir o partido, respeitando as divergências, mas procurando que as discordâncias sejam limadas na esfera e no âmbito da militância partidária. A nova liderança do PPD/PSD
ATUALIDADES PEDRO DOMINGUINHOS PRESIDENTE IPS
candidaturas. Mas vão também no sentido da valorização das regiões, que desta forma podem responder melhor aos desafios complexos que hoje enfrentam, quer em termos económicos, quer em termos sociais. E, por fim, vão ao encontro das necessidades do país, que estava a desperdiçar um conjunto significativo de recursos em áreas científicas diversificadas, apenas por uma restrição legal, desprovida de sentido e não baseada na competência. Mas, a responsabilidade dos Politécnicos é agora maior e não devem desfocar-se dos eixos crucias da sua missão. Um ensino de qualidade, baseado em processos ativos de aprendizagem, com forte empregabilidade, baseados num sólido conhecimento científico, mas tendo presente as necessida-
São precisas avultadas quantidades de lufadas de ar fresco
ESPAÇO ABERTO E LIVRE
LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO
ZEFERINO BOAL CONSULTOR
tem que agir com clareza e transparência, porque tal é a imagem de marca do novo líder o qual no período que governou o “reino do norte”, enfrentou então os lóbis de bloqueio que existem por aquelas paragens. Ao nível nacional o quadro é diferente, mas tem que ser possível reavivar o partido e colocar as estruturas a trabalharem para o todo, deixarem focos de egos oportunistas; só o ressuscitar da letargia recente é possível conquistar de novo o poder para dar um rumo diferente ao País. Não temos dúvidas que a motivação e a preparação de Rui Rio para atos e decisões existem, o que não sabemos avaliar é se eventuais compromissos pré-eleitorais antes de disputa
eleitoral interna o deixarão ser suficientemente livre para colocar em prática a arte de governar, a qual não aponta para momentos táticos. Hoje procurar convergências com a liderança governativa, é um claro sinal de fraqueza e diminuição da alternativa que se procura; é preciso assumir autonomia e ser o grande polo aglutinador dos portugueses. Tal só acontecerá se souber reagrupar internamente os mais modernos e melhores quadros prestando os reconhecimentos àqueles, que no passado deram o seu contributo ao País e ao partido, mas que hoje não devem ser reintegrados porque num passado muito recente tiveram a liberdade de escolher outro caminho.
des das empresas e demais organizações; uma investigação aplicada, que possua a capacidade de encontrar soluções para problemas reais e concretos; uma forte capacidade de ligação à comunidade envolvente, funcionado como catalisador dos sistemas regionais de inovação, a par das empresas, autarquias e demais entidades publicas, e dos cidadãos. Os desafios que se anteveem no horizonte implicam que as IES desempenhem um papel mais dinâmico, quer em termos científicos e de I&D, quer na sua capacidade de aumentar a qualificação das pessoas, de gerar mais inovação e de criar maior interação com os territórios. Os últimos 40 anos demostram que Portugal pode contar com os Politécnicos para vencer estes desafios.
MARGARIDA NIETO ESTUDANTE
A
s equações entranharam-se nos cartuchos da esferográfica e, de repente, isso é tudo o que ela sabe escrever: experimento escrever uma pequena frase sobre o alvoroço com que o vento lá fora agita os minúsculos pingos de chuva que calmamente brotam do céu, mas não consigo... Em vez disso, desenha-se-me no papel um complexo sistema de equações por resolver. Tento utilizar as canetas com cor para desenhar uma pequena nuvem cinzenta de onde caem retilíneos pingos de chuva turquesa que aterram nas recortadas folhas verdes dos narcisos amarelos que começaram a nascer num sim-
ples vaso vermelho, mas é impossível... Todas as canetas escrevem agora a preto e recusam-se a desenhar ideias, pensamentos ou sonhos. O papel do velho caderno de textos que sempre me acompanhou apresenta-se agora impermeável ao traço delicado de uma microscópica crónica sobre o contraste do vapor claro do café que acabei de preparar com a paisagem escura e enevoada que se estende para lá da janela. A caneta não pode desenhar apenas raízes quadradas e somatórios inacabáveis de valores que não acrescentam nada ao coração – vou hoje mesmo trocar de material escolar.
2018 |17 DE FEVEREIRO | SÁBADO | SEMMAIS | 15