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SÁBADO 17 DE MARÇO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 983 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
BAÍA DO TEJO PROMOVE LISBON SOUTH BAY EM FRANÇA NA MAIOR FEIRA DO IMOBILIÁRIO P12
SOCIEDADE
SOCIEDADE
INFRAESTRUTURAS DE MUNICÍPIOS DEBATEM PORTUGAL PAGA REPARAÇÃO ESTRATÉGIA TERRITORIAL DA PONTE 25 DE ABRIL DE PROMOÇÃO DA ARRÁBIDA Não se sabe quando começam as obras na ponte, mas já é garantido que serão necessários dois anos de trabalhos e quem vai assumir a despesa é a IP. LNEC já tinha alertado para a existência de fissuras há seis meses, mas garante que a estrutura está segura. P2
Presidentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra reforçam projetos conjuntos para valorizar a região comum da Arrábida e melhorar a qualidade de vida no território. Os investimentos previstos em acessibilidades, mobilidade, património e intervenção social rondam os 9 milhões de euros. P4
SOCIEDADE
OPERADORES PRIVADOS NA TRAVESSIA DO TEJO?! INÊS DE MEDEIROS DIZ QUE SIM
A presidente da câmara de Almada diz que o rio não pode ser visto como barreira ao desenvolvimento e abre a porta à navegação de operadores privados para a travessia do Tejo. Ainda assim, Inês de Medeiros apela ao investimento na pública Transtejo. P4
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SOCIEDADE
PONTE TEM FISSURAS E PARAFUSOS LARGOS, MAS VAI ESTAR ABERTA DURANTE AS OBRAS
Infraestruturas de Portugal vai assumir o pagamento das obras na ponte 25 de Abril Durante a reparação da ponte sobre o rio Tejo a circulação não será afetada. A Infraestruturas de Portugal, que vai pagar a intervenção, diz que a recuperação não é urgente e o Laboratório de Engenharia Civil garante que a estrutura está segura. As obras vão durar dois anos. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR
É
a maior intervenção de sempre na Ponte 25 de abril. Ao longo de dois anos a travessia sobre o rio Tejo, entre Almada e Lisboa, vai ser alvo de uma empreitada de trabalhos de reparação e conservação, enquanto o tráfego rodoviário e ferroviário irá continuar a processar-se naturalmente. As obras de manutenção vão incidir ao nível dos elementos metálicos do tabuleiro, contemplando ainda o «betão armado pré-esforçado do viaduto de acesso norte». Estes detalhes foram agora avançados na sequência da publicação das duas portarias em Diário da República, que entraram em vigor na terça-feira, nas quais o Governo aprovou cerca de três milhões de euros destinados às obras de manutenção da ponte 25 de Abril, que ficam a cargo da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), como avança o próprio presidente deste organismo. António Laranjo justifica a chamada da IP a custear as obras com o facto da Lusoponte ter «apenas uma concessão» daquela infraestrutura, que a
A ponte por onde passam 140 mil carros por dia A construção da Ponte 25 de abril começou em 1962 e terminou quatro anos mais tarde. O tabuleiro tinha então quatro faixas de rodagem, mas, como previam os projetos iniciais, acabou por aumentar para seis faixas perante o aumento de tráfego, que se traduz numa média diária de 140 mil viaturas. Já pelos dois tabuleiros ferroviários inaugurados em 1999 circulam 19 milhões de pessoas. A ponte de que se fala tem 2280 metros de comprimento entre a margem norte e margem sul, com uma altura de 70 metros de altura, contados do tabuleiro da ponte à superfície das águas, mas aos 190 metros entre a água e o topo dos pilares. Toda a estrutura é antissísmica
obriga apenas a tratar o seu pavimento e da camada de desgaste. A chamada «camada infraestrutural» passa para a alçada da IP. Laranjo reafirma ainda o que tem dito nos últimos tempos: «A recuperação da ponte não é urgente». Opinião diferente tem o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), após elaborar um relatório, com chancela de «confidencial» que terá sido enviado ao Governo há cerca de seis meses. É neste documento que o laboratório liberta um sério alerta sobre a presença de fissuras e parafusos soltos numa zona estrutural da travessia, que exigem «medidas urgentes». Mas esta mesma expressão acaba por ser agora minimizada nas declarações do presidente do Conselho Diretivo do LNEC, Carlos Pina, quando assume que a estrutura, afinal, até «está e estará segura», com base nos resultados do «programa de monitorização contínua do comportamento, da leitura de vários aparelhos instalados na ponte» e ainda analisando os regulatórios que o Instituto de Segurança e Qualidade (ISQ) faz mensalmente. Quer isto dizer que, segundo o LNEC, não há perigo para os utentes, embora a revista Visão tenha citado técnicos que
receiam o risco de colapso da ponte 25 de abril, cujo concurso público internacional para adjudicação da obra será lançado ainda este mês, assinadas que estão as duas portarias pelos gabinetes do secretário de Estado do Orçamento, João Rodrigo Reis Carvalho Leão, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme Waldemar Goulão dos Reis d’Oliveira Martins, com verbas distintas, tendo sido já avançado, pelos responsáveis da IP, que o prazo de dois anos para a realização das obras «só se inicia após a adjudicação da empreitada». O projetista da manutenção da ponte já tinha sugerido reparações na estrutura há dois anos, embora tenha avançado que as fendas que lançaram o maior alarme já tinham sido registadas há oito anos pela equipa permanente no local pelo ISQ. O mesmo acontece em redor de outras anomalias, o que levou estes responsáveis a recomendar obras de manutenção em 2016, segundo o engenheiro Tiago Abecasis, um dos projetistas da equipa que concluiu a avaliação das falhas da estrutura para a empresa norte-americana Parsons (projetista da Ponte 25 de Abril). Nos últimos anos as fendas “aumentaram de comprimento”.
HÁ ATÉ AGORA MENOS 20 PROCESSOS QUE EM IGUAL PERÍODO DO ANO PASSADO
Insolvências baixam no distrito e 2018 já anuncia melhores dias TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM DR
A
pesar de ter sido um ano marcado pela recuperação da economia, em 2017 ainda entraram em insolvência no distrito 540 empresas, traduzindo, ainda assim, uma redução face às 550 de 2016, mas uma ligeira subida (mais três) perante as 537 de 2015. E a tendência de boas notícias mantém-se no que levamos decorrido de 2018, com um total de 137 empresas em processo de insolvência nos vários concelhos, quando em período homólogo de 2017 eram 157. Os dados são avançados pelo
Observatório Racius (Estatísticas sobre o Mundo Empresarial em Portugal), confirmando a melhoria dos resultados que tinham sido revelados em novembro, onde já se admitia a franca recuperação empresarial do distrito. Por setores, até dia 13 de março, a maioria das insolvências atingiram o comércio por grosso, encerrando 22 empresas, enquanto outras 18 bateram com a porta no comércio a retalho. A promoção imobiliária assistiu a 14 insolvências e a agricultura a oito. Restauração, comércio e atividades especializadas em construção viram fechar sete unidades cada. Já quanto à evolução mensal, janeiro regista 63 casos,
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fevereiro 55 e março exibe 19 até ao momento. Recuando a 2017, constata-se que janeiro e junho foram os meses com mais insolvências (um total de 87), enquanto agosto teve apenas 25 registos, o que deve ser atribuído à maior dinâmica empresarial alcançada pela região na época de veraneio. Segundo a Iberinform, todos os setores registaram um decréscimo de insolvências no ano passado, com as maiores variações a surgirem nas áreas da eletricidade, gás e água (menos 18,5%), construção e obras públicas (redução de 17,4%), transportes (menos 15,7%) e comércio de veículos (quebra de 15,8%). Mas é ainda o relatório do
Observatório Racius que dá conta de que este ano já há 746 empresa em processo de constituição, enquanto no ano passado o distrito viu serem criadas 2599 novas empresas. Em 2013, quando o distrito era
atravessado pela crise, não se foi além das 2073 constituições. Entretanto a região contabiliza hoje 923 empresas em processo de dissolução de um total de 33126 unidades em atividade.
SOCIEDADE
A FASE CRÍTICA DE MIGRAÇÃO DA PROCESSIONÁRIA DO PINHEIRO DECORRE ATÉ MAIO
Durante os próximos meses não deve tocar na lagarta do pinheiro A praga da lagarta do Pinheiro está longe de ser um problema ultrapassado. A Direção Regional de Saúde admite que os ataques do inseto têm aumentado de intensidade. Especialista em Entomologia Florestal fala numa realidade com a qual «temos que aprender a viver». TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM ISA
E
sta é a altura do ano em que mais se veem as lagartas, de cor alaranjada e pelos fartos (tóxicos) a descer dos ninhos, pelos troncos dos pinheiros, bravos e mansos, em carreirinho em direção ao solo. As lagartas do pinheiro, que atacam as árvores e afetam a saúde de pessoas e animais, tentam, por esta altura, perfurar a terra para se enterrar dando continuidade ao processo de metamorfose que vai originar o inseto adulto. Ou seja, a borboleta. É, por isso, nesta altura que «não se pode tocar nas larvas nem mexer nos locais do solo para onde se deslocam ou enterram», alerta Manuela Branco, especialista em Entomologia Florestal no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa. Esta espécie de lagarta afeta o país de norte a sul, com incidência em meio urbano, particularmente nos pinheiros mansos e bravos. Manuela Branco admite que esta é uma praga «nativa da nossa
fauna, com a qual temos que aprender a viver», ainda que as autarquias estejam, há vários anos, a tentar controlar as incidências e haja relatos, esporádicos, de episódios alérgicos associados à processionária. A autarquia de Santiago do Cacém é uma das muitas que está «atenta e sensível» ao impacto da praga da lagarta do pinheiro realizando, anualmente, «tratamento com inseticidas biológicos à base de diflubenzurão, e removendo, de forma mecânica, os ninhos detetados». Nos exemplares intervencionados, admite o executivo, «ainda não se verifica qualquer evidência de lagartas de processionária». No Seixal a incidência da praga é controlada com recurso a químicos, mas também com um plano de combate que inclui a colocação de caixas ninho de Chapins, aves que se alimentam deste inseto, para que estes se reproduzam. Esclarece a autarquia que o projeto «O Chapim vem ao Seixal» começou em 2006 e «tem tido reflexos bastante positivos com a diminuição do
número de locais onde a praga era comum». Já em Setúbal o combate em espaços públicos contra a processionária do pinheiro, segundo fonte do pelouro dos espaços verdes e ambiente, faz-se desde 2006 sendo que, no último ano, foram instaladas 8 armadilhas iscadas com feromonas sexuais para captura das borboletas e monitorização da praga entre julho e outubro». Só no último trimestre de 2017 a autarquia efetuou «tratamento em 653 pinheiros situados em escolas básicas, parques, jardins e arruamentos», garante. No caso de particulares que detetem pinheiros afetados pela praga, o que é fácil perceber porque as lagartas estão, agora, mais visíveis que no resto no ano, podem contactar os serviços da autarquia para que os proprietários do respetivo terreno sejam notificados para proceder ao tratamento apropriado. Em caso de necessidade é possível, também, contactar o Centro de Informação Antivenenos do Serviço Nacional de Saúde através do número 808 250 143.
Presidente de Alcácer representa municípios portugueses no Brasil
S
endo a água um dos «núcleos base das competências dos municípios», e tendo Vítor Proença lidado nos últimos meses com inúmeros problemas de escassez de recursos, o presidente da Câmara de Alcácer do Sal está honrado com o convite para representar a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) no fórum mundial da água que arranca amanhã no Brasil.
O 8º Fórum Mundial da Água decorre em Brasília e o presidente da câmara irá ter uma intervenção numa das sessões sobre gestão e uso eficiente da água com base na sustentabilidade ambiental. O fórum, que reúne de três em três anos, é organizado pelo Conselho Mundial da Água e pretende contribuir para o diálogo do processo de decisão sobre o tema a nível global, visando o uso racional e sustentável do recurso.
Em caso de contacto como deve proceder Reconhecendo a ocorrência de situações de alergia, provocada pelo contacto com a lagarta ou com os pelos aerotransportados pelo vento, particularmente nas crianças «porque são, por norma, mais curiosas e acabam por mexer no inseto», o alergologista e diretor do serviço de Imunoalergologia de Setúbal, Filipe Inácio, esclarece que «o tratamento anti-histamínico é fundamental». Se não tiver nenhum anti-histamínico em casa deve «tomar banho de água fria para arrefecer e para aliviar o prurido». No caso de ter em casa uma «pomada com corticoide tópico, deve utilizar a pomada em camada fina, enquanto tratamento de curta duração». Na criança a reação «acaba por ser mais extensiva porque a relação corporal é mais curta e a criança tem tendência a mexer no corpo todo depois de mexer na lagarta». Os asmáticos deverão ter cuidado rebordado e evitar as zonas afetadas pela lagarta do pinheiro. (892)
Hands on Approach atuam no Fórum Luísa Todi por Kibera
A
banda setubalense Hands on Approach vai atuar, dia 29, no Fórum Municipal Luísa Todi a favor da Art KIds Foundation, no Quénia. O concerto, agendado para as 21h00, organizado pelo Rotary Club de Setúbal, contará com a participação de Um Corpo Estranho e Claraboia. Neste espetáculo acústico e intimista, com um cunho solidário bastante vincado, as receitas de bilheteira revertem para o Centro Juvenil da Art Kids Foundation, uma organi-
zação não governamental que desenvolve projetos educacionais, culturais e sociais para crianças e jovens de Kibera, Quénia, naquele que é considerado o maior bairro de lata do mundo. Os bilhetes podem ser adquiridos no Forúm Municipal ou em www.bol.pt
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SOCIEDADE
INÊS DE MEDEIROS NÃO VÊ INCONVENIENTE NA ENTRADA DE PRIVADOS NO TEJO
Presidente de Almada sugere abertura de ligações fluviais a operadores privados A presidente da Câmara de Almada diz que a oferta dada no transporte fluvial é inaceitável e defende a abertura de ligações a operadores privados. A autarca lamenta que se continue a olhar para o rio Tejo como uma barreira e não como uma mais-valia. Do lado do Seixal, à cautela, pede-se investimento naquilo que é público. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR
A
edil de Almada, Inês Medeiros, afirma que é necessário «pensar numa economia do rio» para que a situação do transporte de passageiros entre margens seja eficaz e sustentável. Inês de Medeiros questionada pelos jornalistas lusos em França, durante a feira internacional do imobiliário, sobre a situação das ligações fluviais em Portugal, admitiu que é «importante repensar o transporte público, incluindo o fluvial, investir na Transtejo ou, em alternativa, apostar nos privados». A autarca «lamenta os inconvenientes» que se têm verificado ao nível das ligações no rio Tejo, um «ativo importante e essencial para a mobilidade», e vai mais longe ao admitir a alternativa privada adiantando que as autarquias «já discutiram uma ligação fluvial que passe por todos os concelhos da margem
sul». São vários os operadores privados que «manifestaram interesse em fazer carreiras e transporte fluvial» e Inês de Medeiros diz «não ver nenhuma razão para que isso não aconteça». No entanto, para que isso aconteça, refere, «é preciso ver o rio como centro da Área Metropolitana de Lisboa». Na promoção de um concelho «com características únicas» em termos de qualidade de vida e que se quer afirmar como «o melhor sítio da Área Metropolitana de Lisboa para se viver» Almada tem que posicionar-se «ao nível dos melhores exemplos» e isso passa, acredita Inês de Medeiros por encarar o rio como «uma mais-valia e não como uma barreira» ao desenvolvimento económico. Opinião diferente foi manifestada, durante o mesmo certame e a propósito do mesmo tema, Jorge Gonçalves. O vice-presidente da câmara do Seixal não «encara como alternativa» a entrada de operadores privados nas ligações fluviais, insistindo antes «na
requalificação e investimento no que já temos». O autarca aponta o dedo ao Estado que «não tem investido no fortalecimento do transporte fluvial nem no incremento de um plano de manutenção e renovação de embarcações». Não acha, por isso, relevante, «haver operadores privados», sendo que o
essencial «passa por reforçar a empresa pública Transtejo, para que ela faça o que lhe compete que é garantir carreiras, conforto e segurança», destaca. Nos últimos dias os utentes e as autarquias têm reclamado junto da Soflusa, que garante a travessia por barco entre Barreiro e Lisboa, e a Transtejo,
responsável pelas ligações à capital a partir do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria, exigindo mais e melhores condições de navegabilidade entre margens. A Transtejo garantiu, entretanto, que até ao final deste mês espera ter operacionais navios suficientes para satisfazer as necessidades.
EM CAUSA INVESTIMENTO DE MAIS DE 9 MILHÕES DE EUROS
Municípios da Arrábida debatem projetos estruturantes conjuntos TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM CMS
O
s presidentes das Câmaras de Sesimbra, Setúbal e Palmela, Francisco Jesus, Maria das Dores Meira e Álvaro Amaro, respetivamente, reuniram recentemente para uma abordagem profunda aos projetos comuns que estão a ser desenvolvidos, no âmbito da sua estratégia territorial integrada, centrada na Arrábida, e que representam um investimento superior a 9 milhões de euros financiado pelo POR Lisboa 2020. Os três municípios reforçaram «o compromisso e a estratégia
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conjunta» para a implementação de projetos nas áreas da mobilidade, acessibilidades, património e intervenção social para valorizar a região da Arrábida e melhorar a qualidade de vida no território. Os projetos estruturantes, que constam do Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa e nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano de cada um dos municípios, são quatro e abrangem a Conservação, Valorização e Promoção do Património Histórico, Cultural e Natural da Arrábida (PRARRÁBIDA); a intervenção na Estrada Nacional 10 e a respetiva conetividade inter-
modal através da Plataforma Humanizada de Conexão Territorial (HUB 10); a construção de troços de ciclovias e de percursos pedonais de ligação entre áreas urbanas e periurbanas, valorizando a conetividade entre concelhos com a concretização da Rede Ciclável e Pedonal da Península de Setúbal (CICLOP 7) e o desenvolvimento de abordagens comunitárias partilhadas e respostas sociais inclusivas (PRIA). Os projetos são cofinanciados em 50 por cento pelo POR Lisboa 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Fundo Social Europeu (FSE).
SOCIEDADE
FMM vence Prémio Portugal Cinco Estrelas atribuiu seis Ibérico de melhor programação cultural prémios a Setúbal
O
Festival Músicas do Mundo de Sines (FMM) recebeu no passado dia 15, em Lisboa, o Iberian Festival Award 2018 na categoria “Best cultural programme”. O júri do prémio, organizado pela Aporfest - Associação Portuguesa de Festivais de Música, reconheceu desta forma a qualidade do festival de Sines, na música e nas restantes componentes culturais da sua programação. Na cerimónia de entrega de prémios, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, agradeceu à organização do galardão «por acreditar nos festivais em Portugal», ao público, «que continua a ir a Sines a este
festival fabuloso», e, sobretudo, aos trabalhadores da autarquia, «que ao longo de 20 edições acreditam que o festival é um marco na região». Foi a segunda vez consecutiva que o FMM Sines recebeu o reconhe-
cimento de festival realizado em Portugal e Espanha com melhor programa cultural. A próxima edição do festival, a 20.ª, realiza-se de 19 a 28 de julho de 2018 em Porto Covo e Sines.
SMAS de Almada assinalam Dia Mundial da Água 2018
S
etúbal venceu em seis das catorze categorias de reconhecimento de ícones de referência nacional na primeira edição do Portugal Cinco Estrelas, sistema que avalia, através de votação pelos consumi-
dores, o que de melhor existe no território. No Portugal Cinco Estrelas, cuja votação contou com a participação de um total de 205.895 pessoas, o concelho setubalense viu reconhecida a excelência em áreas relacionadas com
gastronomia, vinhos e património natural. Na categoria de “Cozinha Tradicional”, a escolha dos consumidores recaiu no choco frito, enquanto na “Doçaria Regional” o prémio foi para as tortas de Azeitão. Já em “Vinhos” o moscatel de Setúbal viu reforçado o estatuto nacional. Setúbal é também ícone de referência nacional na categoria de “Praias”, com Galapinhos, eleita em 2017 como a melhor da Europa, a conquistar também o título de melhor a nível nacional. Além destes, Setúbal teve ainda vencedores nas categorias de “Reservas, Paisagens e Barragens”, com o Parque Natural da Arrábida, e de “Serras e Montanhas”, neste caso com a Serra da Arrábida.
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N
o Dia Mundial da Água 2018 os SMAS de Almada homenageiam este recurso natural, com a edição de um cartaz. Vital e indispensável a todas as formas de vida a água é o “alimento” da biodiversidade e singularidade do planeta Terra, no entanto sofre as ameaças das alterações climáticas. Em Almada os SMAS levam água de qualidade até às torneiras da população do município, com 100% de resposta dos serviços de abastecimento, com infraestruturas, equipamentos e redes em todo o território. Acessível, equilibrada, segura e ambientalmente sustentável, a água em Almada é um direito humano fundamental consagrado. Para que nunca falte utilize-a com consciência e moderação, valorize o seu uso diário. Juntos estaremos a contribuir para a preservação deste bem escasso e precioso.” 2018 | 17 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 5
LOCAL
SETÚBAL
Mercado Quinhentista anima a cidade ALCÁCER DO SAL
Alunos da Universidade Sénior sobrevoam o país pela primeira vez Idosos do concelho de Alcácer do Sal concretizam o sonho de uma vida. Numa iniciativa da autarquia, 40 alunos da Universidade Sénior viajaram de avião, pela primeira vez, entre Lisboa e Porto. Muitos dos participantes elogiam a ação e garantem querer repetir a experiência.
U
Exposições, espetáculos de música, dança e fogo, jogos medievais, gastronomia e artesanato dinamizam o Mercado Quinhentista, que se realiza nos dias 30 e 31 de março e 1 de abril, no Forte de S. Filipe. O certame, organizado pela Alius Vetus, conta com várias tendas de comércio de artesanato e de restauração. Em paralelo, decorrem ao longo do evento inúmeras atividades que convidam os visitantes a viajar até ao século XVI. Um povoado rural instalado numa zona específica do recinto recria o quotidiano camponês da época, mas há também exposições temáticas, nomeadamente de ferramentas e utensílios rurais, de instrumentos musicais medievais e de caligrafia. Estão previstos acampamentos com exibição e demonstrações de voo livre de aves de rapina, bem como exposição e demonstração de armas e equipamentos militares.
ALMADA
Férias jovens da Páscoa com inscrições abertas
ma simples viagem entre Lisboa e Porto, de avião, pode significar «só» mais uma deslocação ou o concretizar do sonho de uma vida. Foi isso que aconteceu este mês, numa organização da autarquia de Alcácer do Sal, que possibilitou a muitos dos cerca de 40 alunos da Universidade Sénior a sua primeira experiência aérea. O grupo, que partiu do aeroporto Humberto Delgado pelas 7h50 e chegou ao aeroporto Sá Carneiro uma hora mais tarde, foi acompanhado por professores da Universidade Sénior e pelo vereador Nuno Pestana. Ilda Marques admite ter sido «a sua primeira vez» e o entusiasmo fá-la garantir que «gostava de repetir, outra e outra vez, e ir ainda mais longe. Gostava de sentir os ventos e poços de ar de que tanto falam, que não senti nada nesta viagem. Foi calma e correu tudo muito bem, apesar do mau tempo nesse dia». Foi um passeio «muito bem organizado e mal posso esperar que venha outro»,
elogia Ilda Marques. Já Liseta Cabanejo, também uma estreante nestas andanças, garante que «além de ter gostado muito», está «pronta para mais». A aluna da Universidade Sénior refere-se, também, ao passeio no Porto que «foi muito bem organizado, desde a chegada à dormida e regresso. Vimos os Clérigos, as Avenidas dos Aliados e ruas com monumentos muito bonitos. Já tinha ido ao Porto antes, mas além de não ter visitado tantos pontos, as coisas estão sempre a mudar e vale sempre a pena regressar lá mais tarde», realça. Depois da viagem de avião entre Lisboa e Porto, a autarquia de Alcácer tinha planeada, ainda, uma visita de autocarro pela cidade, com paragens na baixa portuense para que os alunos visitassem os monumentos da cidade. A dormida, também oferecida pela Câmara Alcacerense, realizou-se na Pousada da Juventude do Porto e, no dia seguinte, após uma viagem pela Costa de Prata até Aveiro, regressaram a Alcácer do Sal.
As inscrições para as Férias Jovens - Páscoa 2018 arrancam no dia 10, no complexo municipal dos desportos. Podem ser feitas noutros locais. As Férias Jovens realizam-se entre 26 de março a 6 de abril e destinam-se a jovens entre os 6 e os 17 anos. Para preencher da melhor forma a interrupção letiva da Páscoa de jovens que estudam, residem e/ou cujos pais, encarregados de educação ou representantes legais trabalham no concelho de Almada, a Câmara Municipal preparou mais uma edição do programa Férias Jovens. Atividades desportivas, ateliês, passeios, visitas fazem parte deste programa de férias. Em 2018, as Férias Jovens acontecem num novo formato, decorrendo em quatro freguesias do concelho: Sobreda; Monte da Caparica; Feijó e Laranjeiro. Haverá dois turnos, nomeadamente de 26 a 29 de março e de 2 a 6 de abril.
SINES
SESIMBRA
SEIXAL
O município, através do museu local, abriu inscrições para a participação dos jovens e da comunidade em geral nos trabalhos arqueológicos que estão a decorrer no âmbito do projeto de recuperação e musealização das fábricas romanas, junto ao castelo. A atividade decorre durante as férias da Páscoa, entre 26 de março e 6 de abril, das 9 às 17 horas. A autarquia oferece o almoço aos participantes e bilhetes para o FMM Sines deste ano. A participação está a aberta a cidadãos maiores de 13 anos. As tarefas a desenvolver consistem em escavações arqueológicas, tratamento de materiais arqueológicos e desenho arqueológico. As inscrições são limitadas a 15 participantes e continuam abertas até ao dia 22, na receção do Museu de Sines.
As dormidas nos hotéis do concelho aumentaram 11 por cento em 2017, em comparação com 2016, tendo passado das 158 901 para as 177 012, segundo a ERT da Região de Lisboa, e representam uma amostra de 70 por cento da oferta turística. A variação positiva verificou-se não só no verão, mas também na época “baixa”, sendo de destacar o mês de abril, onde as dormidas subiram de 11 603 para 16 422, um aumento na ordem dos 42 pontos percentuais. Relevantes foram ainda as subidas em novembro, dezembro e janeiro que, embora menos expressivos em termos quantitativos, cresceram perto de 30 por cento. No total, os portugueses foram responsáveis por 77511 dormidas, mais 14 por cento do que em 2016, ao passo que os estrangeiros atingiram as 99 501 dormidas, mais 10 pontos percentuais.
O projeto do parque urbano de Miratejo é apresentado e discutido à população este sábado, às 15 horas, no Clube Recreativo e Desportivo do Miratejo, no âmbito do novo ciclo do Fórum Seixal – Mais Participação, Melhor Futuro. A sessão conta com a participação de técnicos e autarcas do município e visa dar a conhecer aos moradores as intervenções previstas para esta área. O parque prevê a requalificação da área compreendida entre o moinho de maré de Corroios e a ETAR da Quinta da Bomba, incluindo a requalificação do espaço da olaria romana da Quinta do Rouxinol, criando um novo espaço amplo de fruição da Baía por parte da população. O município inicia este ano um novo ciclo do Fórum Seixal – Mais Participação, Melhor Futuro, que proporciona encontros com a população para apresentação de projetos estratégicos de interesse municipal.
Fábricas romanas precisam de arqueólogos
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Aumenta procura hoteleira no concelho
Parque urbano de Miratejo vai estar em discussão
LOCAL
PALMELA
GRÂNDOLA
O município comemora o Dia da Floresta com iniciativas que valorizam o papel das árvores e da floresta. Do programa destaca-se a plantação de árvores em vários locais do concelho, com o envolvimento de empresas e da comunidade educativa. É de sublinhar a plantação de um sobreiro com as crianças da EB Águas de Moura. Serão, também, plantados três áceres na praceta Firmino Camolas, em Palmela, com as crianças da EB Palmela 2. Várias zonas de Pinhal Novo e do Vale da Vila vão receber 38 novas árvores, numa iniciativa em colaboração com a Visteon, no âmbito do programa “Mecenas de Palmela”. Uma Caminhada Desportiva dedicada ao “Dia Mundial da Floresta”, no dia 25, pela Serra de S. Luís, Vale de Alcube e Serra do Louro, no Parque Natural da Arrábida, encerra o programa. Inscrições até ao dia 23 de março.
Com trinta 30 anos de carreira os Quinta do Bill são a aposta do município para as comemorações do 25 de Abril na vila morena. A banda de Tomar, que completou no ano passado 30 anos de uma carreira recheada de grandes êxitos, como “Filhos da Nação”, “Voa” ou “Se te Amo”, é um dos nomes de referência do panorama musical nacional e assegura a festa por onde passa. Com o início da tour 2018 em Abril, os contagiantes Quinta do Bill prometem em Grândola um vibrante e elétrico espetáculo para a noite de 24 de Abril. As comemorações da revolução dos cravos vão decorrer ao longo de todo o mês. O programa ainda está a ser preparado pelo município em parceria com as juntas de freguesia e o movimento associativo.
ALCOCHETE
MOITA
A requalificação do miradouro Amália Rodrigues avança na próxima semana, numa 1.ª fase com a remodelação, por administração direta, das redes de água e águas residuais. A empreitada propriamente dita avançará em abril. O município promete revitalizar «uma das mais belas zonas da vila, que reúne as características de um privilegiado mirante, e prosseguir com o processo de regeneração urbana da frente ribeirinha». Trata-se de uma operação integrada no âmbito das obras de reabilitação do espaço público previstas na Estratégia de Reabilitação da ARU do Núcleo Antigo de Alcochete e no PARU da vila de Alcochete e foi objeto de uma candidatura a fundos europeus. O custo da empreitada é superior a 350 mil euros e abrange 5 mil metros quadrados, integrando também a Av.ª dos Combatentes da Grande Guerra até à rua do norte.
O Ministério da Administração Interna já arrancou com o emparedamento do antigo quartel dos bombeiros. O município congratula-se com a medida e relembra que o mesmo foi adquirido pelo MAI, em 2007, para ali criar um novo posto da GNR. O antigo quartel foi votado ao abandono e tem sido alvo de vandalismo, furtos e local de práticas de toxicodependência. Desde 2010 que a Câmara tem alertado o governo para a necessidade de intervenção no local, propondo a permuta do antigo quartel por um terreno que correspondesse às pretensões do MAI para a construção de raiz do novo posto da GNR. Embora a proposta tenha merecido o aval e sido alvo de constantes promessas dos sucessivos Governos, tem havido demora na concretização da permuta.
BARREIRO
SANTIAGO DO CACÉM
O município promoveu, no dia 15, na biblioteca local, uma sessão de esclarecimento sobre o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas. Na iniciativa participaram, na sessão de abertura, o edil Frederico Rosa e representantes dos três bancos selecionados disponíveis para prestar esclarecimentos sobre os possíveis empréstimos. Frederico Rosa salientou que este processo «faz parte do caminho vital que queremos para o Barreiro», e abordou áreas como a zona antiga do concelho, o património, as escolas, as coletividades, os imóveis emparedados, considerando que o IFRRU poderá constituir-se como uma dinâmica ao nível da habitação, dos serviços e do turismo. A autarquia pretende, segundo o autarca, ser um facilitador com capacidade de dar resposta e de efetuar as ligações necessárias.
De 9 para 10, na biblioteca Manuel da Fonseca, 30 crianças dos 6 aos 10 anos, passaram a noite neste equipamento, acompanhados por técnicos daquele espaço. A alegria, a boa disposição e o espírito de descoberta estiveram sempre presentes, numa ação que visou o contacto dos mais novos com os livros e com o espaço onde eles “habitam”. Com o mote “A Biblioteca é um lugar mágico, onde podem acontecer coisas extraordinárias…”, as crianças vivenciaram várias atividades, num ambiente agradável e descontraído. Uma forma diferente de incentivo à leitura, quando a referida biblioteca comemora, neste mês, 21 anos de portas aberta ao público, contribuindo para a dinamização da vida cultural do município, nas vertentes de acesso livre à informação e de promoção do livro e da leitura.
Dia da floresta celebrado com novas árvores
MONTIJO
“O Papagaio” inaugura novas instalações
O Bispo de Setúbal presidiu a cerimónia de inauguração das obras de remodelação do Jardim de Infância “O Papagaio”, que permitiram a criação de uma nova sala de berçário para 10 crianças. Trata-se de uma resposta social muito importante para o Montijo.
O
Jardim de Infância “O Papagaio”, do Centro Paroquial do Montijo, localizado no Bairro da Caneira, sofreu obras de remodelação, que foram simbolicamente inauguradas no passado dia 10, na presença do bispo de Setúbal, D. José de Ornelas, do presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, e da diretora do Centro Distrital de Segurança Social, Natividade Coelho. O bispo de Setúbal fez a bênção do espaço, na presença de dezenas de pais e de crianças que frequentam esta resposta social do Centro Paroquial do Montijo. D. José de Ornelas deixou uma mensagem de união, sublinhando que o «trabalho em conjunto e com o coração é essencial para construir a cidade». A diretora do Centro Distrital de Segurança Social, Natividade Coelho, realçou igualmente o «trabalho em conjunto que possibilita que as instituições sejam fortes». Enquanto presidente de câmara montijense, Nuno Canta mostrou-se orgulhoso pela obra realizada pelo Centro Paroquial do Montijo: «Esta obra é no fundo a melhor homenagem a todos aqueles que no Montijo têm uma presença continuada no campo da solidariedade, na ajuda e no apoio aos que mais necessitam. O poder local montijense estará sempre ao vosso lado, porque é assim que construímos uma cidade mais solidária, mais justa e melhor para todos». O padre Carlos Rosmaninho, pároco do Montijo e diretor do Centro Paroquial, fez as honras da casa, mostrando as obras de ampliação e remodelação do espaço. As obras, que foram concluídas recentemente, tiveram início em março de 2017 e permitiram renovar e readaptar as instalações, possibilitando a criação de uma nova sala de berçário para dez crianças, uma resposta social de muita importância para a cidade do Montijo.
Mais de 350 mil euros para recuperar miradouro
Câmara incentiva à reabilitação urbana
Quinta do Bill anima festa da Liberdade
Avançam medidas de segurança no antigo quartel
Crianças passam a noite na biblioteca
2018 | 17 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 7
CULTURA
DUPLA DE SETÚBAL E PALMELA VENCE GRANDE MARCHA DE LISBOA
Vasco Santana inspirou Dina Barco e José Condinho A professora e escritora Dina Barco, e o professor de música José Condinho são os grandes vencedores do Concurso Grande Marcha de Lisboa 2018 com o tema “Vasco é Saudade”. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
D
e entre as 28 marchas que se apresentaram a concurso, o júri composto pelo maestro Carlos Alberto Moniz, em representação da Sociedade Portuguesa de Autores (apreciação na generalidade), pela fadista Aldina Duarte (apreciação da letra) e pelo Maestro Cesário Costa (apreciação da música), escolheram “Vasco é Saudade”, a composição com letra de Dina Barco e música de José Condinho. Uma “estreia nestas andanças” para a letrista setubalense que conta já com vários livros editados. À escrita para jovens e à poesia, Dina Barco juntou agora a letra da Grande Marcha de Lisboa que será interpretada por todas as marchas a concurso. «A ‘aventura’ surgiu com um convite
do José Condinho que tinha a composição musical pronta, mas precisava de um letrista. Nunca tinha acontecido trabalharmos juntos, mas a verdade é que a parceria funcionou bem e o resultado...agradou!», diz a autora ao SEM MAIS. Apesar de ser uma novidade para a letrista, José Condinho já está habituado a esta área, tendo sido o compositor de algumas marchas populares em Setúbal e tendo vencido o concurso da Grande Marcha de Setúbal, em 2016, numa parceria com José Condeça, num ano em que o tema era Bocage. À semelhança de anos anteriores, a letra das composições deveria versar sobre o tema “Lisboa” e, este ano, cumulativamente, sobre “A canção de Lisboa – Homenagem a Vasco Santana”, numa homenagem ao artista português nas Festas de Lisboa, quando se assinalam os 120 anos do seu nascimento e 60 do seu desapa-
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8 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE MARÇO | 2018
recimento. À pergunta se foi complicado construir o poema, Dina Barco confessa que só foi fácil «no sentido em que, para alguém da minha idade, com memórias dos princípios da televisão em Portugal associadas ao cinema português em que ele foi figura maior, Vasco Santana é uma referência incontornável! Mas confesso que sem as orientações do próprio José Condinho me teria sentido perdida na abordagem do tema. Tratava-se de o homenagear, mas referindo especificamente o filme ‘A canção de Lisboa’ e fazendo a integração de tudo isto nas suas festas populares da cidade.»
GRANDE MARCHA DE LISBOA 2018 VASCO É SAUDADE Velha Lisboa Canção da vida inteira Cidade ilustre, Tão culta e altaneira Atrai estudantes, Boémios e artistas Com versos e paixões Faz promessas imprevistas Lembra o Vasquinho, Folia e pecado Num copo a mais Criando um novo fado Trocando os livros P’lo trinar duma guitarra Faz como ele Deixa o estudo, vai p’rá farra! Refrão Em Lisboa Ninguém te leva a mal Amar é natural Quando amas de verdade Em Lisboa Há sonhos de conquista Da marcha mais bairrista E o Vasco na saudade
Em Lisboa Alice, a costureira Desfila aventureira Com o arquinho na mão Foi comprar um manjerico P’ra mostrar no bailarico Um gaiato em forma de balão Vai levando o namorado Por ali dependurado Canta a marcha, dá-lhe uma lição! Foi no passado Que o filme se fez história Hoje é lembrado Na marcha em sua glória Nossa Lisboa Não esquece a emoção Rolando pela tela Deu seu nome a uma canção Lembra o Vasquinho Fadista e doutor E os seus trejeitos Armado em sedutor Noites em claro, Lá estudou… muito aprendeu E no exame Até falou do mastoideu!
CULTURA
MACBETH DE SHAKESPEARE TEATRO JOAQUIM BENITE
Na altura de escolher a primeira peça de Shakespeare que haveria de encenar, Nuno Carinhas voltou-se para a “peça maldita” do dramaturgo inglês. No teatro, os mais supersticiosos não ousam pronunciar o título em voz alta, com medo de atrair desgraça.
SETÚBAL17MARÇO21H30
METROPOLITANA DÀ CONCERTO
X
RAIO
ALMADA17MARÇO21H00
SESIMBRA17MARÇO21H30 MELODIAS INTIMISTAS DE TATANKA
Qual o seu maior vício? Comer amendoins.
POR ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
Qual o seu maior sonho profissional? Ter o máximo de sucesso possível. E pessoal? Estar com a minha família o máximo de tempo e com a melhor qualidade possível.
TEATRO JOÃO MOTA
Cidade preferida? Lisboa.
Tatanka, vocalista dos The Black Mamba, dá um concerto intimista, com temas originais e em português. Dono de uma voz inconfundível, Tatanka iniciou carreira a solo em 2016, com um registo mais pessoal e de regresso às suas raízes.
Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? Em todo o mundo há sítios que gostava de conhecer.
MONTIJO17MARÇO21H30 GALA DO LIONS CLUBE TEATRO JOAQUIM D´ALMEIDA
A V Gala de Aniversário do Lions Clube do Montijo, no mês em que comemora 26 anos da sua fundação, conta com a atuação da Orquestra de Sopros do Conservatório Regional de Artes do Montijo.
«Quero ter o máximo de sucesso possível»
O jovem ator João Jacinto, da companhia Mascarenhas-Martins, do Montijo, sonha em ter sucesso na arte de representação e de estar junto da sua família, com a melhor qualidade possível. Tem 29 anos, pertence ao signo Balança e é montijense de gema.
FORUM LUÍSA TODI
Não perca o concerto da IV Temporada Sinfónica de Setúbal com interpretação de excertos da Serenata Haffner, de Mozart, e da Sinfonia n.º 100, Militar, de Haydn. Direção de Enrico Onofri.
JOÃO JACINTO
Um desejo para 2018? A maior concretização possível das duas primeiras perguntas. Quem convidaria para um jantar a dois? O Cristiano Ronaldo, para lhe pedir uma camisola autografada da seleção nacional e para convencê-lo a ser mecenas da companhia Mascarenhas-Martins.
Que livro anda a ler ou leu ultimamente? A leitura é algo que está um pouco em falta nos meus hábitos. Qual o último filme que viu no cinema? Um dos últimos que vi e gostei foi “Silence”, do Martin Scorsese. Melhor peça de teatro? “Um D. João Português”. Melhor música de sempre? Quando o meu irmão toca. São as melhores. Qual a sua maior virtude? Compreensivo, até certo ponto. E defeito? Às vezes, um bocadinho preguiçoso e teimoso. Como se chama o seu animal de estimação? Baltazar. O que levaria para uma ilha deserta?h O que fosse preciso para me vir embora o mais rápido possível.
Quem é a mulher mais sexy do Mundo? Não consigo escolher uma.
Dia ou noite? Ambos.
PALMELA17MARÇO18H00
Complete: A minha vida é… Intensa.
O que mais teme na vida? A solidão.
AUDITÓRIO DE PINHAL NOVO
O que não suporta no sexo oposto? Às vezes podiam ser um bocadinho mais práticas e menos complicadas.
A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém.
ATA ESTREIA PEÇA
“Às Escuras”, de Davey Anderson, com encenação de Rui Guerreiro, é a nova peça do ATA – Ação Teatral Artimanha, que estreia, para contar a história verdadeira de um rapaz de 15 anos, de Glasgow, acusado de tentativa de homicídio.
MOITA17MARÇO21H30 CIRCO CREPÚSCULO
FÓRUM JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO
Comida e bebida preferida? A típica portuguesa e vinho tinto.
O maior desgosto da sua vida? Talvez a morte dos meus avós maternos que me criaram na infância.
Sara Laureano é a nova maestrina do Coral Juvenil Luísa Todi
Aurora é refém da culpa que sente do desaparecimento dos seus sete irmãos. Entra numa demanda na qual acaba também refém de Crepúsculo e do seu jogo.
SEIXAL17MARÇO21H30
DANÇA MARINA POPOVA FÓRUM CULTURAL
Vários bailarinos dão corpo ao espetáculo da Companhia de Dança Marina Popova, com coreografias da própria. Marina Popova traz-nos uma peça onde o imaginário fantástico das fábulas russas é ilustrado com sonoridades pop/rock.
GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para o musical de Filipe La Feria “O Aladino”, que continua a fazer sucesso no palco do Politeama, e para a revista popular à portuguesa “Portugal em Revista”, em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa. Para se habilitar aos convites basta ligar 96 943 10 85 e solicitar os seus convites.
S
ara Laureano é desde o começo do corrente mês, a nova maestrina do Coral Juvaenil Luísa Todi. Este novo projeto, iniciado em Setembro de 2017, pelo maestro Fernando Malão, encontra-se já numa «interessante fase de consolidação», com um grupo de coralistas motivados e entusiasmados. Sara Laureano vai, assim, dar continuidade ao trabalho iniciado por Fernando Malão, que continua a assumir a direção artística de todo o coral, funções que acumula com as de
maestro titular do coral adulto. Sara Laureano iniciou os seus estudos musicais em clarinete, estudando depois canto, primeiro num curso profissional, que concluiu, continuando depois os estudos na Escola de Música do Conservatório Nacional, tendo tido como professores Susana Teixeira, Elvira Ferreira e José Manuel Araújo, entre outros. Sara Laureano é ainda licenciada em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo
concluído, posteriormente, mestrados em Etnomusicologia e Educação Musical. Além de atuações como solista em vários concertos, Sara Laureano tem também desenvolvido a sua atividade como professora de canto e de técnica vocal e ainda na direção coral, trabalho realizado sobretudo junto das camadas mais jovens. O Coral Juvenil Luísa Todi continua a aceitar coralistas dos 6 aos 14 anos. Quem se quiser candidatar a integrar este ou o coral adulto, deve fazer a sua inscrição na sede da instituição. 2018 | 17 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 9
POLÍTICA
BRUNO VITORINO (PSD), COM 86%, E ANTÓNIO MENDES (PS), COM 96%
Líderes das distritais partidárias reeleitos sem oposição interna PS e PSD escolheram o mesmo dia para ir a votos para as estruturas distritais. Sem oposição, António Mendes (PS) e Bruno Vitorino (PSD) viram as suas propostas aprovadas por uma larga maioria de militantes o que demonstra a inexistência de oposição interna.
TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
A
s eleições realizadas no dia 9 deste mês, com apenas um candidato a cada uma das estruturas distritais, precisamente os líderes em exercício, parecem provar que os dois principais
partidos do panorama português a nível distrital não vivem cisões internas. António Mendes conseguiu a aprovação das suas ideias com 96,3% dos votos. Já Bruno Vitorino contou com 86% de votos favoráveis, mas ainda assim com 11% de votos em brancos e 3% nulos. António Mendes apresen-
tou-se a sufrágio com a moção “Ciclo com futuro”, onde defendeu o PS como «uma grande força política» no poder local, após a conquista de cinco câmaras nas últimas autárquicas. As propostas, que serão agora debatidas no congresso distrital, a realizar no dia 24 deste mês, na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, incluem ainda a defesa de uma maior articulação entre as administrações central e local como forma de se concretizarem projetos estruturantes como o do Arco Ribeirinho Sul, o novo aeroporto do Montijo e a linha férrea entre Sines e Badajoz. Vitorino inssiste na saúde e nos transportes A entrar para o último
mandato enquanto líder da distrital, Bruno Vitorino, eleito pela terceira vez consecutiva, aposta «na defesa da melhoria dos serviços de saúde e dos transportes públicos» porque considera que «estes são dois grandes problemas que afetam a população do Distrito de Setúbal.» O líder da distrital aponta a «supressões de carreiras sem aviso prévio e os atrasos constantes nas ligações do Barreiro e Montijo a Lisboa» como uma das áreas em que o PSD atuará enquanto oposição. Na saúde, área onde que os social-democratas têm sido muito críticos, Bruno Vitorino volta a chamar a atenção para «o caos nas urgências nos hospitais do
distrito, com especial incidência no Hospital de São Bernardo (Setúbal), onde o adiamento da construção do novo edifico para as urgências, tem dado origem a uma incapacidade de resposta permanente», garantindo que o PSD vai continuar a exigir ao Governo que «resolva estes problemas e que comece a dar a atenção que esta região e as suas populações merecem.» A nível interno, a aposta é «ajudar Rui Rio, a aumentar a votação do partido nas eleições europeias e nas legislativas, contribuindo para que os portugueses voltem a acreditar no Partido Social Democrata para liderar os destinos do país».
PAN organiza ação de limpeza em Setúbal este domingo
O
partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) promove amanhã, entre as 9h e as 13h, uma ação de limpeza entre a Pedra Furada e a Península da Mitrena. A iniciativa aberta à participação popular, independentemente da idade, incide sobre «a recolha de lixo disperso que exista nestas zonas, trazido, ou não, pelas últimas tempestades, para evitar que ele acabe no rio». Os interessados em participar podem inscrever-se através do e-mail aparrabida@pan. com.pt ou comparecer no domingo, às 9h, na Pedra Furada, sendo aconselhável o uso de luvas e roupa adequada.
PSD promove conferências bimensais de interesse público
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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do n.º 2 do artigo 45.º do Código Cooperativo e do n.º 2, alínea a), do artigo 20.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da SOCRABINE - Cooperativa dos Camionistas Fornecedores de Materiais de Construção de Responsabilidade Limitada, para reunir, em sessão ordinária, na nova sede na Estrada Nacional 10 em Coina, (Bombas) no dia 28 de Março de 2018 (Quarta-feira), pelas 19.00 horas, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1.º- Apreciar e votar o relatório de gestão e as contas do exercício de 2017, bem como o parecer do conselho fiscal; 2.º- Preenchimento da vacatura do lugar de Secretário do Conselho de Administração; 3.º- Outros assuntos de interesse;
NOTA: Se, à hora marcada para a reunião, não estiver presente mais de metade dos cooperadores com direito de voto ou seus representantes devidamente credenciados, a assembleia reunirá, às 19.30 horas, com qualquer número de cooperadores, no mesmo local, em conformidade com o disposto no n.º 3 do artigo 22.º dos Estatutos. Palhais, 8 de Março de 2018 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Francisco Simões Mateus
10 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE MARÇO | 2018
O
Partido Social Democrata inicia, na próxima sexta feira, um ciclo de conferências bimensais dirigidas a toda a população de Alcochete que «ultrapassam o âmbito partidário». O objetivo é permitir o debate e análise de temas de interesse geral, sempre com convidados de reconhecida relevância nacional. A primeira sessão, que vai decorrer dia 23, na sede da Junta de Freguesia de Alcochete, pelas 21h00, põe frente a frente, «para um diálogo abrangente e esclarecedor», o economista Francisco Gomes da Silva e António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal. A entrada para esta conferência sobre Desenvolvimento Económico é gratuita, como serão, de resto, as próximas sessões organizadas pelo PSD de Alcochete e
que deverão passar por várias salas de autarquias,
associações e coletividades do concelho.
DESPORTO
PARTICIPAÇÃO CUSTA 1300 EUROS POR ATLETA
Falta de apoio afasta jovens ginastas do Europeu de Tumbling Inês e Gonçalo Moreira são dois dos atletas que se qualificaram para os Campeonatos Europeus de Trampolins e Tumbling, mas que não seguem viagem para Baku, no Azerbeijão. A participação custa 1300 euros e tem de ser suportada pelos atletas. Federação não comparticipa em nada. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
I
nês Moreira já está habituada às participações em campeonatos da Europa e do Mundo. A carreira da jovem atleta setubalense, que atualmente representa a Sociedade Filarmónica Estrela Moitense, já a levou a Espanha, à Bulgária e aos Estados Unidos, entre outros países, com as cores da bandeira nacional. Este ano fica fora da competição europeia por falta de apoio. Para o irmão Gonçalo esta seria a primeira participação num campeonato internacional. A qualificação conseguida a muito custo foi uma prova de superação uma vez que competiu lesionado e, ainda assim, foi um dos quatro atletas do seu escalão a apurar-se. O sonho de defender pela primeira vez o seu país esbarra na ausência de apoio. Como eles estão mais
quatro atletas do clube sediado na Moita. A participação no Campeonato da Europa, a realizar nos dias 9 a 12 de abril, em Baku, no Azerbeijão, tem um custo de 1300 euros por atleta e tem de ser suportado pelos próprios porque a Federação de Ginástica de Portugal não comparticipa a deslocação. António Moreira, pai dos dois jovens, revela a sua indignação perante o facto de ver «atletas de exceção, que se dedicam afincadamente e se esforçam para conseguir atingir padrões de excelência» ficarem fora da competição por falta de apoios e por não conseguirem «ver o seu talento e esforço reconhecidos». Federação só apoia modalidades olímpicas O Campeonato da Europa de Trampolins e Tumbling disputa-se nas modalidades de trampolim, duplo minitrampolim e tumbling. Das três, apenas a primeira é modalidade
olímpica. Uma circular da Federação de Ginástica, emitida em 2012, explica que os apoios existentes se destinam apenas às modalidades olímpicas nos dois escalões, juniores e seniores, e aos atletas seniores das modalidades não olímpicas. Inês e Gonçalo são juniores numa modalidade não olímpica e por isso não cumprem esses requisitos. Como tal terão de pagar a sua deslocação, estadia e demais despesas, incluindo a inscrição na prova. «Até o equipamento nacional que é obrigatório usarem tem de ser comprado por nós», diz ao Sem Mais o pai dos jovens. Indignados com esta situação, os pais dos seis atletas da Moita que se qualificaram para o Europeu escreveram à Federação Portuguesa de Ginástica na tentativa de obter algum apoio, mas os responsáveis federativos escudam-se no regulamento emitido apesar de «lamentarem a não participação dos atletas».
BRINCADEIRA DE OUTRORA EM CAMPEONATO NACIONAL
Em 2016, Inês Moreira, que foi nomeada embaixadora de Setúbal Cidade Europeia do Desporto, participou no Europeu, em Valladolid, com o apoio do Vitória de Setúbal, o seu clube na época, e da Federação, a título excecional. Este ano, terá de acompanhar os campeonatos à distância e preparar-se para o apuramento para o Mundial que se realiza em
novembro, na Rússia. «Obviamente que estão tristes», lamenta o pai dos atletas, «mas eles compreendem que é uma despesa que a família não consegue suportar». O desabafo de António Moreira, através das redes sociais, onde lamentou o facto de os filhos não poderem participar no Europeu, gerou uma onda de solidariedade e de indignação que este
espera servir no futuro para «motivar aqueles que têm responsabilidades nestes processos a corrigir a situação e para que os meus filhos, mas também os seus colegas e todos os desportistas, nesta modalidade e em tantas outras em situação semelhante, quando em representação nacional, sejam apoiados pelos organismos competentes para o efeito».
ATLETA PARALÍMPICA DEMONSTRA ESTAR EM BOA FORMA
Carrinhos de rolamentos Simone Fragoso assegura “aceleram” em Setúbal presença no Campeonato da Europa
A
avenida D. Manuel I, em Setúbal, recebe, este domingo, a terceira prova do circuito do Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos, que percorre vários pontos do país, de norte a sul, até 9 de dezembro. Organizada pelos Trilhos do Zêzere em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, a prova tem início às 14 horas, com partida na Avenida D. Manuel I e meta na Estrada da Graça. Durante o período da manhã, entre as 10 horas e o meio dia, tem lugar o período de treinos e de retoques finais nos veículos. O percurso de mil metros é considerado pela
S
organização como sendo de “dificuldade média”, considerando que os participantes se deparam com três curvas. Além dos prémios para os três primeiros pilotos de cada uma das quatro
categorias em competição – A, Tradicional, Alterado e Tuning –, o evento inclui o I Troféu Interassociações Carrinhos de Rolamentos, destinado ao movimento associativo setubalense.
imone Fragoso, a atleta paralímpica, que representa a equipa da Palmela Desporto em natação adaptada, conseguiu mínimos para o Campeonato da Europa a realizar, este ano, em Barcelona. Os tempos conseguidos nos Campeonatos Interdistritais de Juvenis, Juniores e Absolutos, que decorreram no passado fim-de-semana, em Coimbra, permitem à atleta que compete na classe S5, garantir a presença também nos campeonatos nacionais de verão que se realizam
na Póvoa do Varzim. Simone Fragoso nadou os 50 metros livres, onde obteve o tempo de 48.05, os 50 metros costas, com
o tempo de 1:00.15 e os 50 metros mariposa, com o tempo de 58.35, tendo ganho todas as provas em que participou.
2018 | 17 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 11
NEGÓCIOS
MODELO E CADERNO DE ENCARGOS DO PROJETO DA MARGUEIRA JÁ ESTÃO A SER DEFINIDOS
Projeto da ‘Cidade da Água’, em Almada, estará na posse do promotor no início de 2019 Durante a maior feira internacional do imobiliário, que decorreu esta semana em Cannes, França, a Baía do Tejo e os municípios de Almada, Barreiro e Seixal promoveram territórios da «Lisbon South Bay» e captaram o interesse de investidores mundiais. O Projeto de requalificação da antiga área industrial da Margueira está quase nas mãos de um promotor. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
P
elo quarto ano consecutivo a Baía do Tejo, empresa pública com responsabilidade de requalificação dos territórios industriais da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Margueira, em Almada, participou na MIPIM, a maior feira internacional do imobiliário que decorreu esta semana em Cannes, França. Com stand próprio, e vários projetos «aliciantes» no âmbito dos ativos que detém, Jacinto Pereira, presidente do conselho de administração da Baía do Tejo, admitiu que «a principal bandeira de promoção internacional, a chamada Cidade da Água, está bem encaminhada». Com o problema da titularidade dos terrenos resolvido, foi dado, «um passo fundamental para se poder avançar». Aos jornalistas presentes no certame Jacinto Pereira avançou que está já a ser definido o modelo e o respetivo caderno de encargos e «no início de 2019 o projeto estará nas mãos do promotor» que, ainda, não vai ser revelado. O projeto, com uma área de construção de 630 mil
metros quadrados, 65% destinada a uso misto, «contempla zonas habitacionais, um hotel, um museu, um centro de congressos, uma marina e um terminal fluvial», esclareceu Inês de Medeiros que esteve na MIPIM a promover este e outros investimentos prioritários para Almada. A autarca, que foi oradora numa das conferências do evento, mostrou-se «particularmente satisfeita pelo interesse manifestado pelos investidores que reconhecem, através deste projeto Lisbon South Bay, que não falta em Almada possibilidade de investimento». Ainda assim, a estreante Inês de Medeiros, admite que as condições para investir «dependerão, também, da revisão do plano de acessibilidades». É fundamental «olhar para o rio como ativo essencial. O Tejo não é barreira, é mais-valia», defende a presidente que esteve no evento pela primeira vez. Na comitiva presente em França, liderada pela Baía do Tejo e pela InvestLisboa, estiveram 16 empresários e autarcas dos três municípios que integram a parceria, através do projeto de promoção internacional Lisbon South Bay. Além de Inês de Medeiros, também Frederico Rosa, presiden-
12 | SEMMAIS | SÁBADO | 17 DE MARÇO | 2018
te da Câmara do Barreiro, e Jorge Gonçalves, vice-presidente do Seixal, tiveram oportunidade de reunir com inúmeros investidores interessados conhecer melhor os territórios da margem sul. Além de explorarem investimentos para as antigas áreas industriais, que compõem os ativos da Baía do Tejo, os autarcas aproveitaram a passagem pela MIPIM, para abordar outros projetos estruturantes que permitam a criação de emprego e o crescimento económico. É o caso da Quinta de Braamcamp, no Barreiro, que Frederico Rosa garantiu estar a ter «muita procura por investidores de Inglaterra, França, Turquia e Médio Oriente». O presidente da câmara admite que este é um «projeto alavanca para colmatar uma das lacunas do nosso concelho que é a falta de camas». O terreno foi comprado pela autarquia há 3 anos e o processo «ficará concluído neste mandato», acredita Frederico Rosa. Na terceira linha de investimentos esteve, também, o Seixal, com oportunidade de explorar linhas de ação para desenvolver a economia através «da promoção territorial da área da Siderurgia Nacional».
Jorge Gonçalves, vice-presidente da autarquia, enalteceu o trabalho conjunto dos autarcas e da empresa pública do Estado na defesa dos territórios a sul do Tejo, independentemente da cor política de cada um, «reconhecendo o rio como motor de um desenvolvimento económico estratégico». Jorge Gonçalves foi requisitado por muitos dos investidores que participaram na feira de Cannes, sobretudo, «para conhecer os mais de 530 hectares onde se podem implementar as mais variadas indústrias». Ainda assim, o autarca lembrou que «para este nosso trabalho de promoção internacional funcionar, há que contrariar a tendência de desinvestimento do
Estado nas ligações fluviais que podem condicionar alguns investimentos». Com uma rede de transportes debilitada, e considerando «inevitável a construção da ponte Seixal-Barreiro», Jorge Gonçalves, que esteve na MIPIM em substituição do presidente Joaquim Santos (ausente por motivos profissionais assumidos no Seixal) não deixou de enaltecer «o crescimento de turistas no concelho nos últimos dois anos que ascende a 45%». Em jeito de balanço da presença naquela que é a maior feira do imobiliário do mundo Jacinto Pereira, administrador da Baía do Tejo justificou «os resultados bastante positivos com a demarcação da marca Lisbon
South Bay com a qual criámos uma escala diferente e damos maior visibilidade e capacidade de promoção. Conseguimos chegar a uma plataforma de entendimento entre todos e estamos a aproveitar este ciclo de expansão». Uma «representação da Área Metropolitana de Lisboa poderia, também, começar a ser considerada, para uma maior exposição da marca Lisboa no mundo», um desafio deixado por Jacinto Pereira que admitiu estar a crescer, de forma bastante significativa, o interesse nos ativos da empresa que fechou o ano com a barreira dos 300 clientes a ser ultrapassada nos três parques, mais 21 que em 2016.
NEGÓCIOS
ESTUDO REVELA ATRATIVIDADE DOS MUNICÍPIOS
Setúbal segura o top 10 e Almada é a 11ª melhor cidade para viver Segundo o City Brand Ranking Barreiro foi o concelho que mais se destacou, a nível global, com uma subida de 19 lugares. Montijo, Moita e Alcochete apresentam sinais de atratividade com a subida de algumas posições na tabela. Sesimbra, Sines, Palmela e Seixal estão na posição inversa. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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etúbal manteve-se como a 10ª melhor da cidade do país para se viver, fazer negócios e visitar no estudo City Brand Ranking da Bloom Consulting, repetindo o resultado de há um ano. Porém, nesta quinta edição, a capital do Sado conquistou a “Marca Estrela” na Área Metropolitana de Lisboa, sendo esta a designação dada aos municípios que, apresentando resultados de topo, conseguem destacar-se nas diversas dimensões e regiões de Portugal. Também em foco está Almada ao subir dois lugares no ranking, posicionando-se agora na 11ª posição. Por sectores, Setúbal garante o oitavo melhor resultado nacional na área de negócios e os 12º no viver, baixando para a 18ª posição ao nível do visitar. Já Almada
chega-se à sétima posição nacional no viver, 11ª nos negócios e 24ª no visitar. Neste quinto estudo do City Brand Ranking, uma espécie de top dos melhores municípios do país, Sesimbra continua a ter o terceiro lugar no distrito, mas baixou da 27º para 35ª posição nacional, enquanto o Montijo volta a surgir no quarto lugar, assegurando o 40º posto, traduzindo a subida de quatro postos face há um ano. A maior subida é a registada pelo Barreiro, que passa do lugar 76 para o 57 (galga 19 lugares) e conquista o quinto posto distrital, enquanto Sines, que já esteve no pódio nacional, continua em queda. É hoje 60º no país, perdendo duas posições. Segue-se Palmela, também em perda, baixando oito lugares, da 63ª posição para a 71ª, logo à frente do Seixal, que cai do lugar 68 para o 72. Alcochete trava a tendência de perda, ganhando seis lugares (de 95 para 89), enquanto Grândola baixa do 91º
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tradicional portuguesa, carnes grelhadas, caça, queijos curados e bacalhau. Apresenta uma cor rubi com reflexos violáceos, aroma a frutos vermelhos evoluindo para algumas notas de compota, tosta e baunilha. O Moscatel 10 anos é obtido a partir da fermentação de uvas Moscatel, interrompida através da adição de aguardente vínica, maceração pelicular durante um período mínimo de 5 meses. Neste lote foram usadas várias colheitas onde a mais recente tem pelo
JOSÉ TEÓFILO DUARTE
DESIGNER | DIRECTOR DE ARTE
jtd@ddlx.pt
Morrer por ser gente viva
Carla no papel. Casa da Cultura
Valério Romão. Cair para dentro
Marielle Franco. Morrer por ser gente
para 97º (perde seis). Santiago do Cacém está no lugar 104 (perde quatro), Moita no 121 (ganha oito) e Alcácer do Sal ocupa o lugar 163 (perde dez postos). Para que serve o estudo? Segundo a própria Bloom Consulting, estes dados são especialmente relevantes porque permitem perceber qual foi a evolução dos municípios em cada um dos anos do atual ciclo no poder local, revelando que o ranking é construí-
do fazendo o cruzamento de vários dados estatísticos relativos às três áreas-chave (negócios, visitar e viver) com as pesquisas que são feitas na internet sobre cada município. A consultora também mede a presença na web de cada município, em particular o número de seguidores que cada um tem nas redes sociais. O objectivo é medir a força da marca de cada cidade portuguesa, para que seja possível compará-las nas diferentes dimensões.
Reserva Tinto 2013 e Moscatel de Setúbal 10 anos valem prémios à Adega de Palmela
Adega de Palmela foi galardoada com 2 medalhas de prata no Concurso Vinalies Internationales 2018 com o Adega de Palmela Reserva Tinto 2013 e o Moscatel de Setúbal 10 anos. Organizado pelos enólogos mais experientes do mercado vinícola francês, o Vinalies Internationales leva a prémio mais de 3.500 garrafas diferentes de todo o mundo. O vinho Adega de Palmela Reserva Tinto 2013 é o acompanhamento ideal para todos os pratos de cozinha
DAS COISAS NASCEM COISAS*
menos 10 anos. O Moscatel “Superior” envelheceu tranquilamente na cave da adega em barricas de carvalho usadas, próprias para o envelhecimento de aguardentes. Apresenta uma grande complexidade aromática evidenciando notas de frutos secos, nozes, figos e mel. A Adega de Palmela é hoje uma cooperativa certificada que produz marcas reconhecidas a nível nacional e internacional. Brasil, China, Alemanha, França e Angola são os principais países para onde a empresa exporta.
Paul Auster. Casa da Avenida
Giru Taniguchi. A-MAR. Setúbal
DIÁRIO DE BORDO | MARÇO 2018 8. Março. Casa da Cultura, Setúbal CARLA E ESTELLE NO PAPEL | Está aberta a exposição de Estelle Valente na galeria da Casa Da Cultura, Setúbal. Carla Maciel, a fotografada, e Estelle Valente, a fotógrafa, brindaram-nos com a sua simpatia. Mas muitos vieram para descobrirem as personagens que as artistas criaram no papel. A exposição está muito bonita. Não a percam. 9. Março. Casa da Cultura. Setúbal VALÉRIO ROMÃO | CAIR PARA DENTRO, o mais recente livro de Valério Romão, foi apresentado ontem, na Casa Da Cultura | Setúbal, por Rosa Azevedo, com a habitual competência e substância intelectual. Aquela abordagem estimulou-nos a vontade. Ler este livro não será um passeio de fim de tarde pela avenida, mas é uma viagem pela índole dos humanos. Num outro dia falaremos do realcionamento do ser humano com os gatos. João Paulo Cotrim acrescentou a sua visão de editor, mas também de leitor. Foi muito bom ouvi-lo. É sempre. Valério esclareceu motivos e trajectos, mas, sobretudo, deu-nos a sua opinião como leitor e observador da Literatura. Foi muito bom estar com eles. Belíssima noite Muito Cá de Casa. 15. Março. Rio de Janeiro MORRER POR SER GENTE VIVA | Marielle Franco pôs-se a jeito, como diz a foleirada. Activista dos direitos humanos, denunciou a polícia militar. Não era branca. Não era hetero. Não era de direita. Era tudo o que a direita e a foleirada que dirige o Brasil não gosta. Morreu porque era gente em voz alta. Foi assassinada porque se pôs a jeito, lá dirão os canalhas. Os eunucos. Os invertebrados que a mataram. O Rio de Janeiro não continua lindo, não. 17. Março. Casa da Cultura, A-MAR. Setúbal GIRU TANIGUCHI EXPÕE EM SETÚBAL | A Casa da Cultura, Setúbal — espaço ilustração — tem neste momento em exibição uma exposição documental concebida pela editora DEVIR, que aborda o trabalho de Giru Taniguchi e de Shigeru Mizuki, autores contemporâneos de culto. No espaço A-MAR mostra-se agora um conjunto de pranchas do trabalho O HOMEM QUE PASSEIA, de Taniguchi. Esta exposição resulta de uma parceria entre o espaço A-MAR, a Casa da Cultura - Setúbal — espaço ilustração —, a DDLX, e a editora DEVIR. No espaço A-MAR, para além de podermos apreciar o trabalho deste artista excepcional, está disponível para venda o livro que serviu de motivo para esta exposição. Estão todos convidados. 17. Março. Café da Casa da Avenida. Setúbal ESPAÇOS EM BRANCO | Paul Auster vai estar no Café da Casa da Avenida este Sábado. Corrijo: vai estar representado pelo editor e tradutora do seu livro Espaços em Branco. Eu vou conversar com eles sobre este livro, sobre o autor americano e sobre o que nos apetecer. Conversas de café são assim mesmo, como as cerejas. O livro é muito bonito e o espaço vai estar a condizer. Até já. *DAS COISAS NASCEM COISAS. FRASE DE BRUNO MUNARI
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OPINIÃO
EDITORIAL
No país do “online” (3)
RAUL TAVARES DIRETOR
Repensar o futuro da península
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s responsáveis da Baia do Tejo juntaram esta semana em Nice, numa importante feira imobiliária internacional, os presidentes e vice-presidentes de câmara com jurisdição nos territórios do chamado Arco Ribeirinho Sul (ARS). Não é nada de anormal, mas é importante. Diria mesmo que, nesta fase da vida da região e do país, é mesmo muito importante. Por várias razões. Desde logo porque, no caso de Almada e Barreiro, estamos a falar de dois dos novos autarcas da região. Inês de Medeiros, que vai ter que gerir o dossier Margueira; e Frederico Rosa, que vai ter que contar na sua visão estratégica com um dos maiores ativos da península, a ex-Quimiparque. Finalmente, Joaquim Santos, edil do Seixal, (que não esteve presente) apesar de jovem, já é um dos nossos autarcas mais experientes, e tem de cor as ideias base já muito preconizadas para a zona da Siderurgia Nacional e suas ‘periferias’ como lhes chamo. Estamos a falar de ativos que incluem nas suas singularidades todas as armas para fazer com que este imenso território – que foi, afinal a esteira industrial do norte da Península de Setúbal – saia da letargia e acrescente ainda mais valor ao desenvolvimento da região. Por isso, para além das ideias já muito esquematizadas da administração da Baia do Tejo (que merece aplausos), que gere estas três frentes de futuro, as três autarquias têm um peso decisivo na articulação necessária para fazer com em cada uma destas zonas as cidades se toquem, se vivifiquem e deem frutos. Não pode haver ‘guerras de capelinha’ e muito menos os eternos jogos de poder locais que mais não fazem que atrasar a vida de todos nós. E pelo que conheço dos três presidentes de câmara isso não vai suceder. Mas há também uma questão central que não é despicienda. Talvez seja chegada a hora de voltar a colocar sobre a mesa, a questão da terceira travessia do Tejo, entre Barreiro e Chelas, tanto mais não parece haver recuos de monta sobre a possibilidade de o Barreiro vir a albergar o novo terminal de contentores do Porto de Lisboa. E há ainda, porque não, o novo aeroporto ‘low cost’ do Montijo e a necessidade de uma nova plataforma logística – esteve para ser no Poceirão. Num país que bate recordes em estudos, diagnósticos e afins, não vem mal ao mundo se se pensar de novo uma estratégia mais ambiciosa. Mesmo que se saiba que se tratam de empreendimentos para uma década e com elevado consumo de milhões de euros. O pior é andarmos neste vai-vém de nada, avanços e recuos que pesa muito nos cofres do estado, não acautelam futuro e vão gerando hiatos atrás de hiatos, capazes de manter este fado de estigmas que a região e a sua população bem conhece.
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os dias de hoje, em que a comunicação social tomou papel de relevo e em que é vulgar todos os serviços do Estado se preocuparem com as notícias que vão saindo, daí contratarem ou possuírem meios próprios de recolha de notícias que a si se refiram, acalentei esperanças em que os serviços da AT – Autoridade Tributária pudessem ler os anteriores artigos aqui publicados, que relatavam a gravidade duma situação que, ao que parece, não é única nos maus serviços prestados aos cidadãos. Pelos vistos enganei-me, reforçando-se o que já foi dito a respeito de os julgar “cegos, surdos e mudos”, não só aos problemas que lhe são colocados diretamente senão ao que se passa à sua volta duma forma mais geral. Se não se tratasse de coisa séria, de chatices, tempo perdido, custos para o país e para o cidadão, diria que casos como os que venho relatando, podiam muito bem dar origem a uma “telenovela à portuguesa”, daquelas a que não se adivinha o fim e se prolonga por tempo indeterminado. Pois bem, quem teve a paciência de ler os dois artigos anteriores a este respeito, ficará de cara à banda com o que se passa em mais um capítulo, que me torna protagonista junto da 1ª Repartição dos Serviços de Finanças de Setúbal. Para abreviar, apenas mencionar que tudo começa com uma peri-
pécia sobre um imposto de selo pago e que me foi reclamado pagamento em execução fiscal, que levou a ir ao balcão de duas repartições de finanças, troca de correio eletrónico e um telefonema de um técnico que tão depressa entendia a justificação de haver duplicação duma guia para pagamento do mesmo imposto, como voltava a sustentar-se sobre os registos informáticos incontornáveis que motivavam a exigência de um segundo pagamento de um imposto já pago, por sinal 35 euros, relativos a um contrato de arrendamento. Peripécia que levou, após envio de correio eletrónico com todos os justificativos de pagamento do tal imposto, ao recebimento de resposta pela mesma via, em que, para além da gentileza de acusarem a receção do correio e dizerem que lhes mereceu a melhor atenção, me davam instruções a fim de reclamar de forma graciosa de acordo com o previsto no nº1 do artigo 68º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, tendo especial atenção para o prazo mencionado no artigo 70º do mesmo diploma. Pensando que chegava ao fim da denominada “telenovela à portuguesa” fiz pagamento de 54,10€ (cinquenta e quatro euros e dez cêntimos) correspondente ao Imposto de Selo (já anteriormente pago) e dos juros de mora (por uma coisa, pretensamente em dí-
A VERDADE DAS COISAS SIMPLES JOSÉ ANTÓNIO CONTRADANÇAS ECONOMISTA
vida). De seguida procedi, conforme sugestão da AT, fazendo a tal “reclamação graciosa que visa a anulação total ou parcial dos actos tributários por iniciativa do contribuinte”. Lamentavelmente, voltei a enganar-me. Em vez de receber resposta à minha reclamação, recebi três “invólucros de Mensagem”: Um em que se notificava para efetuar o pagamento da presente liquidação do Imposto de Selo de 35,00€ (o tal já pago em duplicado, com inclusão de juros de mora sem que tal mora se verificasse); - Outro com “Demonstração de Acerto de Contas” mencionando juros compensatórios de 8 cêntimos e outro com “Demonstração de Liquidação de Juros” no valor de 8 cêntimos (ao que julgo para me serem pagos mas que ainda não recebi). Claro que de pronto voltei a corresponder-me com os Serviços de Finanças, fazendo envio de cópia dos três documentos recebidos, dando conta da minha estupefação e desnorte dos serviços. Aqueles que se correspondendo de acordo com o “sistema” e via
online continuam a debitar-me dívidas que nunca existiram e que solvi em devido tempo. Podem parecer fastidiosos e pouco interessantes estes escritos enquadrados em coluna de opinião. A meu ver não perdem utilidade e enquadram-se na nobre missão da comunicação social, informando e formando o leitor e indo ao encontro da máxima escolhida para esta coluna “a verdade das coisas simples”, porque são dessas mesmas que se faz a vida das pessoas. E por fim, sem mostrar qualquer relutância aos progressos feitos em termos de alguma facilitação da vida dos cidadãos pelo uso dos meios informáticos, há situações, como as descritas, que bem apetece dizer: desculpem-me os senhores e as senhoras dos serviços de finanças da AT mas seria mais fácil fazer à moda antiga e resolver-se, ao balcão, um problema perfeitamente identificável, que pelos vistos utilizando os meios informáticos geram uma complicação a que se não vê o fim. José António Contradanças - economista
A escuridão ao fim da estrada
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m D. João Português, espectáculo com encenação de Luis Miguel Cintra que tivemos a honra de produzir (em co-produção com Teatro Viriato e Centro Cultural Vila Flor), chegou ao fim do seu percurso no passado fim-de-semana. Foi um ano de trabalho e de viagens, entre Lisboa, Montijo, Setúbal, Viseu, Guimarães e Almada, com estadias de duas semanas em espaços tão diferentes como o da antiga Junta de Freguesia do Afonsoeiro, que é utilizado sobretudo para a prática desportiva, o enorme armazém do Cais 3 – Porto de Setúbal, o Teatro Viriato, a Black Box da Fábrica ASA, o Centro Cultural Vila Flor, o Fórum Municipal Luísa Todi, o Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida e o Teatro Municipal Joaquim Benite. Sessões cheias, sessões vazias, sessões assim-assim, espectadores interessados, espectadores de-
sinteressados, políticos presentes, políticos ausentes, espaços com condições adequadas, espaços impreparados para nos receber, alegrias, tristezas, dor, sofrimento, satisfação, frustração. Vivemos muito, embora muito pouco as nossas vidas para além do trabalho. Manhãs, tardes e noites em espaços onde não entra a luz natural, semanas, meses seguidos praticamente sem folgas, paragens aparentes que serviam apenas para começar a preparar a próxima viagem. Orçamentos, candidaturas, contratos, compras de bilhetes, facturas, mapas de refeições, de alojamento, materiais de divulgação, entrevistas, notas de imprensa, textos para programas, ensaios, ensaios, afinações de luz, ensaios, apresentações, cargas e descargas, viagens até à próxima casa temporária, desfazer e refazer malas, lavar roupa à pressa em lavandarias self-
À PARTE LEVI MARTINS DIRETOR DA COMPANHIA MASCARENHAS-MARTINS
-service, secar enquanto se aproveita para descansar quarenta e cinco minutos, o que já não é mau no meio de tudo isto. Há demasiadas conclusões a retirar deste trajecto. Vai demorar o seu tempo até conseguirmos pensar tudo aquilo com que deparámos. O título que o Luis decidiu dar ao último bloco – a escuridão ao fim da estrada – expressa, contudo, uma sensação que se tem vindo a agudizar: o panorama cultural no nosso país é desanimador. Até os casos excepcionais vivem no limite, com recursos insuficientes, equipas reduzidas, tempos de
trabalho impossíveis, como se fosse natural exigir aos trabalhadores na área da cultura um sacrifício pessoal para que a criação artística continue a existir e a ser apresentada ao público. E cada vez que o tema do apoio às artes surge em notícias, lá vem novamente a incompreensão (de muitos) sobre o que leva o Estado e as autarquias a apoiar estas actividades. Não temos ilusões. Tudo o que parecia conquistado continua em risco de perder-se. A importância da arte e da cultura é tudo menos evidente. É preciso começar de novo. Comecemos.
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requentemente ouvimos ser necessário defender a arte e cultura dos povos, ambas existem porque há artistas e personagens que se sacrificam ao longo da vida a produzir o que sentem na alma e no coração. Por mero acaso da vida há bem pouco tempo para cá, temos lidado com artistas, sejam os denominadores “pintores” ou também escritores entre outras áreas culturais, de uma forma geral temos aprendido muito com a versatilidade de cada artista. Os verdadeiros artistas têm a sua base de formação no empirismo e qualidades inatas; conseguimos reconhecer a sua qualidade quando olhamos para a História da vida de alguns portentosos nomes do passado. Infelizmente, pelo humanismo que todos possuem, em cada época os artistas nem sempre são reconhecidos. Dedicando disponibilidade para ouvir e opinar sobre arte vislumbramos a falta de reconhecimento em inúmeros casos e constatamos exemplos de humildade em muitas personalidades. A atividade artística é tão nobre
como muitas outras profissões e apesar em maior parte das situações serem secundarizados socialmente, a não ser que já possuam algum nome na sociedade; neste caso, o público em geral procura as obras, nem que seja por uma questão de snobismo ou qualquer natureza, para vencer a ignorância da arte. Um artista que se queira dar a conhecer percorre distâncias para expor a sua obra e procura tirar rendimento do investimento e compensação pelo tempo que demora na conceção da sua Obra. Vivendo nós numa sociedade consumista e mercantilista onde reina de igual modo o egoísmo por vezes ficamos estupefatos como é fácil pedir a oferta de um quadro a um artista, esquecendo-se que também ninguém vai uma loja comercial pedir que lhe oferecem roupa, por exemplo. Também não nos recordamos de nenhuma atividade económica onde seja possível adquirir obras com margem de lucro na casa dos 40% de lucro, só para servir de intermediário. Daí advém a nossa preocupação para o lado humano
FIO DE PRUMO
Uma abordagem à cultura ESPAÇO ABERTO E LIVRE
Inverno
ZEFERINO BOAL CONSULTOR
na vida cultural. Nem tudo é cultura e quase nada representa os valores perpétuos da sociedade. Sentimos que há um facilitismo em explorar e abusar dos artistas que se dedicam à sua arte com paixão que é deveras assustador. No desporto raramente se veem competições entre atletas amadores com profissionais, ou seja, se assim acontecesse era ultrajante para os primeiros porque sujeitavam-se a constantes derrotas desportivas. E porque razão na cultura não se olha por vezes para o lado humano de cada artista e respeitando a sua dedicação à arte. Há inúmeras formas de respeitar e dignificar cada artista independentemente do seu grau de aprendizagem. Os artistas (os verdadeiros) que vivem da sua capacidade de cria-
tividade são na grande maioria caminhantes da vida, porque arriscam em sair do conforto do lar, para dar a conhecer a sua obra. Há bem pouco tempo deparamos com um artista que saiu da África Central para ir expor ao Centro da Europa, porque acredita num futuro melhor. Muitos dos decisores políticos apenas se preocupam em construir ou readaptar instalações para mostras culturais, que mais não servem para atos de mediatismo, esquecendo-se de elaborar programas de dinamização das atividades culturais. A cultura nas várias vertentes estão massificadas, mas em cada artista há um lado humano que deve ser atendível e compreendido, porque o futuro a Deus pertence.
ERRATA
Os TCB e o alargamento dos serviços ao município da Moita Na edição da semana passada, dia 10 do corrente mês, a propósito da entrevista concedida ao Semmais pelo vereador da Câmara do Barreiro, João Pintassilgo, não ficou totalmente explicita a questão sobre a posição dos partidos políticos face à situação da relação entre os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB) e a Câmara da Moita, no que se refere a prestação de serviços da transportadora para aquele concelho vizinho. Com as devidas desculpas, na entrevista referida, João Pintassilgo referiu que se tratou de uma «decisão precipitada por parte da gestão anterior, em setembro 2015». E acrescentou: «a gestão anterior, tendo conseguido unanimidade de todas forças politicas, representadas quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal, pelos objetivos apresentados, que se traduziam no aproveitamento da alteração legislativa, que passou a permitir que os municípios possam assumir competências de Autoridade de Transporte, com a consequente a expansão do serviço ao Concelho da Moita. Acontece que, sublinhou o vereador, «contrariamente ao afirmado na altura, os TCB não tinham as condições de oferta necessária para permitir tal expansão, sem prejudicar gravemente o serviço prestado aos Barreirenses».
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JORGE SANTOS JORNALISTA
OPINIÃO
É
costume dizer-se que quem não sabe o que dizer fala do tempo e aqui estamos meio debruçados sobre uma destas situações, pois ao faltarem alguns dias para o Inverno se despedir, já há muita gente que se mostra preocupada porque a chuva vai sendo muita, e outros dirão – com razão – que ainda não caiu a suficiente. Houve os incêndios e há que limpar as terras porque antes não tivemos oportunidade de prever que tal poderia acontecer, se é coisa que possamos esquecer. E como não conhecemos bem os sítios onde vivemos, nem nos passou pela cabeça que as chuvas haveriam de aparecer e, aqui d’el rei que os terrenos não estavam preparados para tanta água e que a mesma ficaria perturbada pelas cinzas. Não vamos, nem para tal temos competência, contabilizar os prejuízos com os fogos, pois certamente chegaríamos à conclusão que muito também se tem gasto em andanças de um lado para outro para mostrarmos que estamos verdadeiramente preocupados com os prejuízos causados e que dificilmente serão recuperados.
Houve os incêndios e há que limpar as terras porque antes não tivemos oportunidade de prever que tal poderia acontecer, se é coisa que possamos esquecer. A meteorologia tem previstas umas chuvadas para os próximos dias e os sorrisos começam a aparecer pois o nível nas barragens subirá mais uns centímetros, mas isso não impedirá os que têm como preocupação o sustento de muitos animais, de se continuarem a queixar de que faltam os alimentos para muitas cabeças. E, porque a natureza tem muita força, e a nossa capacidade de prever situações é escassa, limitemo-nos a esperar que o Inverno não se esqueça de ir por cá ficando mais uns dias… 2018 | 17 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 15