semmais
Sábado 17 | Setembro | 2016
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 917 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
Governo vai avançar com ferrovia em Sines e desata IC1
A garantia foi dada ao Semmais pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. A aposta estratégica no Corredor Sul de Mercadorias vai arrancar em 2017, no troço que vai ligar Sines à fronteira espanhola. E já foi encontrada solução para desatar o nó das obras que estão paradas no IC1, entre Alcácer e Grândola.
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O distrito está entre o lote de regiões do país que conseguiram reduzir o número de insolvências. Entre 1 de Janeiro e 14 de Setembro deste ano registaram-se 129 processos de falência de empresas, menos 91 comparando com o período homólogo do ano passado.
Entre Janeiro e 31 de Agosto deste ano os incêndios no distrito consumiram uma área total de 147 hectares, contra os 272 hectares devastados em período homólogo do ano passado. Um acentuado decréscimo acentua o relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.
O governo vai substituir a presidência da Administração do Porto de Sines. José Luís Cacho, que já liderou os portos de Aveiro e da Figueira da Foz, substitui João Franco. O resto da administração vai ser composta por Lince de Faria, um regresso, e Fernanda Albino, quadro da APS.
DISTRITO REGISTA MENOS REGIÃO TEVE ATÉ AGOSTO 91 INSOLVÊNCIAS FACE AO ANO PASSADO A MENOR ÁREA ARDIDA DO PAÍS
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JOSÉ LUÍS CACHO SUBSTITUI JOÃO FRANCO NO PORTO DE SINES
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A SEMANA
PSP DETÉM HOMEM QUE IMPEDIU A IRMÃ DE VER A MÃE A PSP DE ALMADA DETEVE NA PASSADA SEGUNDA-FEIRA UM HOMEM DE 49 ANOS, QUE AMEAÇOU A IRMÃ IMPEDINDO-A DE VER A MÃE. CHAMADA UMA PATRULHA, O DETIDO VIRIA DEPOIS A AGREDIR OS DOIS AGENTES, SENDO DE IMEDIATO DE DETIDO. A DESORDEM QUE LEVOU À INTERVENÇÃO POLICIAL OCORREU PELAS 19H30, NA AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ GOMES. A QUEIXOSA EXIGIU VER A MÃE, DE 75 ANOS, FECHADA EM CASA EM CONDIÇÕES DE MÁ HIGIENE. O IRMÃO NÃO CONCORDOU, O QUE LEVOU À CHAMADA DOS POLÍCIAS.
Montijo vai ter centro de apoio à vida
Utentes do IC pedem obras urgentes
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secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, José Manuel Braço Forte, assinam, no próximo dia 20, pelas 10 horas, nas instalações da Santa Casa, uma Carta de Compromisso para o financiamento de um Centro de Apoio à Vida (CAV). A cerimónia contará, ainda, com a presença do presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta. Este ato formaliza, assim, o apoio da secretária
de Estado para a Cidadania e a Igualdade à Misericórdia do Montijo para esta resposta social no concelho do Montijo. Um apoio que se traduz, entre outros pormenores, na atribuição à Misericórdia do Montijo da quantia de 24 mil euros para custear, durante o corrente ano, as despesas associadas ao funcionamento do CAV. Com o CAV no Montijo, a Misericórdia pretende, por um lado, colmatar uma lacuna local neste tipo de respostas sociais e, por ou-
tro lado, responder a uma necessidade do próprio país, apoiando e trabalhando esta temática, com o objetivo geral de apoiar e acompanhar adolescentes, mulheres grávidas e puérperas na definição e prossecução do seu projeto de vida. Os centros de apoio à vida são respostas sociais vocacionadas para o apoio e o acompanhamento de mulheres grávidas ou puérperas com filhos recém-nascidos que se encontrem em risco emocional ou social.
Dois jovens detidos por roubo em Almada
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ilitares do Núcleo de Investigação Criminal de Almada detiveram, no dia 12 de setembro, dois jovens de 16 anos pela prática de um crime de roubo naquela localidade. O roubo ocorreu no dia 8 de setembro, em que os assaltantes recorreram ao uso da força para assaltar a
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vítima, tendo-a deixado inclusive inanimada. Após efetuadas as diligências de investigação, os suspeitos, já com antecedentes criminais pela prática do mesmo ilícito, foram identificados pela vítima, tendo estes sido agora detidos. Os detidos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.
Comissão de Utentes do IC1 quer ver incluída no Orçamento de Estado para 2017 a obra de requalificação da estrada entre Alcácer do Sal e Grândola. O apelo, remetido ao Governo, surge após mais um acidente,
ocorrido no dia 2 deste mês, na via apostada pelos utentes como «estrada da morte», que causou duas vítimas mortais. A «degradação» e a «ausência de manutenção» do IC1 são apontadas pela Comissão de Utentes, que critica a
«demora» por parte do Governo e da concessionária em encontrar «uma solução» para aquela via, em que passam diariamente cerca de 9 mil veículos, muitos deles pesados, para evitarem as portagens da A2.
Setúbal requalifica paços do concelho
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sede do município setubalense abriu as portas à população no dia 14, à noite, para mostrar as intervenções de valorização que a transformam num equipamento mais moderno, atrativo e com novas características. Pintado de roxo, cor do município, a casa-mãe do município beneficiou de trabalhos de valorização, no sentido de se abrir mais ao usufruto da população, para assumir características museológicas. «Este é o monumento máximo da dignidade da cidade. É a casa de todos»,
salientou a edil Dores Meira, na apresentação pública da reabilitação dos Paços do Concelho, com a presença de mais de uma centena de pessoas, ato iniciado com um espetáculo de saxofone por Abel Zambujo. Com este propósito, bastaram apenas dois meses para o centro histórico de Setúbal ganhar mais cor, numa intervenção assinada por João Maria. O decorador aproveitou peças do espólio o Museu de Setúbal/Convento de Jesus, para recuperar grande quantidade de mo-
biliário, como cadeiras, mesas e canapés que agora equipam os Paços do Concelho. Pinturas, restauros e tratamento de madeiras foram algumas das ações englobadas na obra de requalificação que capacitou os Paços do Concelho para acolher um conjunto mais alargado de eventos e iniciativas. As novidades incluem a possibilidade de visitar o edifício ao fim de semana, assim como alugar o espaço para atos solenes, como casamentos e renovação de votos.
SOCIEDADE
GOVERNO APOSTA NO CORREDOR SUL INTERNACIONAL DE MERCADORIAS COM GRANDE VAGA DE INVESTIMENTO PÚBLICO
Ferrovia entre Sines e Espanha vai avançar no próximo ano e obra do IC1 quase desbloqueada A garantia foi dada ao Semmais pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. O troço que liga o porto de Sines à fronteira espanhola é prioritário para aumentar competitividade da plataforma portuária. Pedro Marques promete também relançar obra para o impasse do IC1, entre Alcácer e Grândola. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
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Corredor Sul Internacional de Mercadorias, um dos planos traçados pelo governo para incrementar a implantação de ferrovia estratégica no país, vai mesmo avançar, nomeadamente o troço que ligará Sines à fronteira espanhola. A garantia foi dada ao Semmais pelo ministro Pedro Marques, que tutela as pastas do Planeamento e Infraestruturas. «Este projeto vai ter um grande impacto no desenvolvimento económico do distrito, em particular no porto de Sines, porque, a par dos investimentos diretos que já estão programados, vai aumentar ainda mais a sua competitividade», afirma o membro do governo. As primeras obras neste importante troço - que o Semmais confirmou com o ainda presidente do porto de Sines, João Franco,
ser «muito importante para fixar negócio, nomeadamente com o hinterland espanhol» - deverá arrancar já no próximo ano, numa zona de proximidade com a fronteira do país vizinho. De acordo com Pedro Marques, o corredor ferroviário nacional no seu todo, é uma das prioridades para o Governo e vale dois mil milhões de euros até 2020. «Durante este período, e baseado nas aprovações que já temos e na prioridade que o governo deu a este dossier, esperamos um elevado nível de investimento na sua concretização», afirmou ao Semmais o ministro do Planeamento e Infraestruturas. ENCONTRADA A SOLUÇÃO PARA DESBLOQUEAR IC1 Outro projeto a que a tutela de Pedro Marques quer dar prioridade é o desbloqueamento das urgentes intervenções no IC1, itinerário que liga Alcácer do Sal a Grândola, obras que têm sido
alvo de grande reivindicação por parte das populações e das autarquias mais envolvidas. O governo reconhece os riscos que aquela rodovia tem representado para automobilistas e população, e está «muito empenhado» em ultrapassar o impasse com o concessionário que levou à paralisação das obras de requalificação do troço. «Não posso ainda dizer qual a data para arrancar com esse
investimento, mas posso dizer que estamos a fazer um esforço muito grande para concluir a negociação com o concessionário do Alentejo a fim de desbloquear o problema». Segundo Pedro Marques, a solução em cima da mesa vais passar pela retirada da obra do IC1 da concessão atual, ficando a mesma fora da conflitualidade administrativa que gerou o impasse. E garante que assim que o
governo obtiver o visto do Tribunal de Contas, ele próprio (Pedro Marques) se compromete a lançar de imediato o concurso para a retoma da obra. «Posso garantir que assim que se concluir a contratualização com o concessionário para a retirada desta parcela da concessão, a empresa “Infraestrutura de Portugal” terá orçamento, e os projetos preparados para lançamento do concurso», garantiu.
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O custo da TRAVESSIA DO RIO SADO aprisiona a população da margem sul 1- A Travessia do Rio Sado é de fundamental importância para os residentes na margem sul, uma vez que a maioria dos serviços públicos e alguns serviços privados só estão disponíveis aos cidadãos na sede do Distrito; 2- A alternativa a essa travessia só é possível através de um longo percurso por estrada de aproximadamente 80 Km; 3- Antes da Concessão à Atlantic Ferries o serviço público estava concessionado à Transado que mantinha um serviço mais regular (36 carreiras) e mais económico (1,15€ por passageiro adulto e 5,70€ por veículo da Classe 1); 4- Em 2008 a Atlantic começou a praticar uma nova Tarifa, de 9,50€ por veículo da classe 1 e 2,00€ por passageiro adulto, sancionada pela APSS. Estas tarifas representam um aumento de 68% enquanto que, no mesmo período, o salário mínimo foi aumentado 5,7%; 5- Actuajmente as tarifas praticadas pela Atlantic Ferries são ainda mais gravosas para os residentes na Margem Sul do Rio Sado, (14,75€ por veículo da classe 1 um, a que corresponde um aumento de 159% da tarifa praticada então pela Transado e pela APSS e de 3,45€ por passageiro adulto, correspondendo a um aumento de 200%, sendo que este mesmo período o salário mínimo sofreu um aumento de 32%. Para cúmulo, houve neste período uma diminuição de travessias de 36 para 15 carreiras (exceto no verão, 27 carreiras) ou seja, atualmente os horários disponíveis são menos da metade das carreiras existentes em 2007; 6- A SONAE projectou a transformação da Península de Troia e em particular Troia, num local com o objectivo de atrair um turismo de alta qualidade, primando por uma natureza sem poluição e sem os excessos imobiliários praticados no Algarve; 7- Dotou Troia com dois sistemas de transporte fluvial com barcos modernos de forma a que a acessibilidade aumentasse e possibilitasse assim a mais fácil comercialização do empreendimento; 8- A crise financeira que ainda abala a economia europeia não propiciou essa comercialização. Para além disso, a deslocalização do porto dos Ferries para outro local só trouxe inconvenientes para Troia, onde até então havia uma filial bancária, uma farmácia, um cabeleireiro para homens e mulheres, um posto de correio, um serviço médico, duas bancas de jornais e revistas, cafés etc. que permaneciam abertos durante o verão e inverno e que actualmente deixaram de funcionar, algumas delas definitivamente;
9- Tanto as tarifas praticadas, como a frequência das carreiras actualmente existentes, têm provocado a diminuição e até o desaparecimento das actividades económicas não só em Troia como também noutras localidades da Península de Troia, nomeadamente no Carvalhal, Comporta, Carrasqueira, Torre, Possanco, Brejos da Carregueira, Muda e Pego. A título de exemplo, os restaurantes e comércio em geral, têm grandes dificuldades em sobreviver em consequência dos preços praticados para a travessia do Sado. A uma ida à praia e um simples jantar num restaurante, aos preços aí cobrados devem ser acrescidos 45,00€ para o Ferry, tornando este hábito um luxo de difícil acesso. Na verdade, actualmente pode-se ir jantar a Paris por preço menor; 10- São todas estas questões que, infelizmente, nenhuma das autarquias diretamente afectadas pela questão, nomeadamente, a de Setúbal, de Alcácer do Sal e especialmente a de Grândola por ser onde o projecto SONAE está inserido, têm acautelado os interesses das suas respectivas populações e os benefícios que um tal projecto poderia trazer à região. É de salientar que qualquer um destes Municípios é liderado pela mesma força política, cuja bandeira é a da defesa dos interesse das pessoas mais desfavorecidas. O que se pode inferir, depois de uma reflexão sobre as posições dessas autarquias é que aos interesses e bem estar dos seus munícipes se sobrepõem os interesses económicos. É necessário promover o desenvolvimento com as populações locais, porque são estas que promovem os serviços que propiciam os possíveis investidores; 12- Como se tudo isto não bastasse, a APSS tem vindo a demonstrar uma incompreensível subserviência aos interesses económicos da Atlantic Ferries em detrimento das populações afectadas e em arrepio do determinado para a concessão do serviço público de transporte fluvial.É inaceitável que aquela Administração se distancie dos interesses das populações e que a sua actuação, neste domínio, seja uma simples defensora dos interesses económicos de uma entidade privada. 13- Os preços praticados pela Atlantic Ferries são, contrariamente ao que pode por ela ser entendido como correcto, a forma mais incoerente como deveria ser gerida aquela entidade. Uma diminuição nos preços agora praticados, traria como consequência um aumento substancial do tráfego e também mais-valias para toda esta região. Esse aumento de tráfego seria a consequência da aplicação de tarifas que beneficiassem, tendo em conta sua especificidade, os habitantes desta região, que tanto utilizam aqueles meios de transporte, tanto de verão como de inverno; 14- É urgente que se efectue uma reunião entre os interessados, incluindo a APSS, de forma a ser ultrapassada esta situação que só tem trazido prejuízos para todos!
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SOCIEDADE
NÚMEROS DO INSTITUTO INFORMADOR COMERCIAL CONFIRMA QUE HÁ CADA VEZ MENOS EMPRESAS A PEDIR FALÊNCIA
Entre janeiro e setembro distrito tem menos 91 insolvências Entre Janeiro e 15 de Setembro deste ano deram entrada 129 processo de insolvência, menos 91 que período homólogo do ano passado. Uma redução de 41,36%, o que coloca a região no topo nacional. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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distrito de Setúbal está entre o lote de regiões do país que já conseguiram reduzir o número de insolvências de empresas, contabilizando um total de 129 processos entre 1 de janeiro e 14 de setembro, representando menos 91 face ao mesmo período de 2015, menos 82 comparando com 2014. Comparando com o ano passado, o resultado deste ano traduz uma variação de 41,36%, o que coloca a região no topo nacional em termos percentuais. Os números que confirmam que há cada vez menos empresas a pedir falência no nosso distrito são do Instituto Informador Comercial (IIC), uma consultora de gestão de crédito que faz o cálculo
diário de insolvências de empresas e singulares, através do processamento de todos os anúncios de Ação de Insolvência publicados no Portal Citius e em Diário de República. Analisando por setor de atividade, há um que se destaca pela negativa: Atividades de apoio social com alojamento. Entretanto, há notícias mais otimistas para o mercado imobiliário. Segundo o inquérito mensal Portuguese Housing Market Survey (PHMS), produzido pela Confidencial Imobiliário e pelo RICS, em junho, as vendas de casas subiram ao ritmo mais elevado desde setembro do ano passado, registando-se aumentos do volume de transações em todas as regiões. As expetativas apontam para que as vendas cresçam ainda mais ao longo do próximo trimestre em todas as regiões. Acompanhando o for-
talecimento da atividade do mercado de compra e venda de casas, os preços continuam também a subir na península de Setúbal, aumentando pelo 19º mês consecutivo em junho. E também neste campo, as expetativas são bastante positivas, com os inquiridos a anteciparem um aumento de 3% no preço das casas a nível nacional nos próximos 12 meses. COMPRA E VENDA DE CASAS SOMA E SEGUE Para o diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, «os mediadores continuam a afirmar que a procura internacional se mantém como o principal fator para suportar as suas expetativas. Portugal parece estar no local certo para beneficiar da incerteza que afeta os outros mercados e das vantagens fiscais que oferece aos investidores. Ob-
viamente que tal não se verifica em todos os mercados», sublinha. Já quanto ao mercado de arrendamento, o PHMS de junho evidencia que a procura de casas para arrendar aumentou uma vez mais, ao mesmo tempo que a colocação de imóveis em oferta caiu de forma abrupta em toda a região. Esta é uma tendência que tem sido recorrente na maior
parte do ano passado, e que tem resultado numa subida de rendas, que deverão continuar em rota ascendente nos próximos meses. De acordo com o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), a insolvência é um processo de execução universal que tem como finalidade a satisfação dos credores pela forma prevista num plano de insolvência,
baseado, nomeadamente, na recuperação da empresa compreendida na massa insolvente, ou, quando tal não se afigure possível, na liquidação do património do devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Assim, é considerado em situação de insolvência o devedor que se encontre impossibilitado de cumprir as suas obrigações vencidas.
ALTERAÇÕES AO MAPA JUDICIÁRIO ANUNCIADAS ESTE VERÃO REPÕEM JUSTIÇA RECLAMADA PELA AUTARQUIA
Conselho de Ministros aprovou regresso do tribunal de Sines O tribunal tinha sido encerrado em 2014 e o atual governo quer «corrigir défices graves de proximidade resultantes da reforma aprovada em 2013», com destaque, neste caso, para as áreas de família, menores e crimes puníveis até cinco anos de prisão. pelos cidadãos, em nome dos quais é exercida». O comunicado também salientou a proposta de «uniformizar a nomenclatura das jurisdições, substituindo as atuais instâncias e secções por juízos, por se considerar que esta é uma designação mais comum e mais fácil de identificar pelos cidadãos».
TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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s alterações ao mapa judiciário anunciadas ainda antes do verão pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem - que asseguravam a reativação do tribunal de Sines - foram agora aprovadas pelo Conselho de Ministros. Em causa está a revisão da Lei da Organização do Sistema Judiciário, o que significa que o processo legislativo segue para a Assembleia da República. A tutela quer concluir este dossiê até janeiro. De acordo com o comunicado emitido pelo
Conselho de Ministros, foram aprovadas as alterações ao mapa judiciário correspondendo aos interesses do concelho de Sines que em 2014 tinha assistido à extinção do seu tribunal. O objetivo, explica o Governo, visa, desde logo, «corrigir défices gra-
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ves de proximidade resultantes da reforma aprovada em 2013», destacando a área de família e menores e os julgamentos por crimes puníveis com pena de prisão até cinco anos. O Conselho de Ministros sublinha que fica assim facilitado o «acesso à justiça
SECRETÁRIA DE ESTADO JÁ TINHA PROMETIDO EM ABRIL Recorde-se que Sines ouviu a decisão de reabrir o tribunal logo em abril pela secretária de Estado Adjunta e da Justiça, considerando o Governo ter-se concretizado a intenção do Ministério de aproximar a justiça dos cidadãos
e combater a desertificação do interior. Para o presidente da autarquia, Nuno Mascarenhas, a manutenção em funcionamento do tribunal foi uma reivindicação da Câmara durante o processo de elaboração do novo mapa judiciário, pelo que se congratula com a decisão de reativá-lo, considerando que se está a «corrigir um erro». Justifica que o Tribunal de Sines era um «tribunal novo, com todas as condições para funcionar, além de que existia movimentação processual que justificava a sua manutenção. A relevância do polo económico de Sines, como assinalou a ministra, não era o único motivo, mas era motivo
suficiente para que o tribunal nunca tivesse sido encerrado», acrescenta. O Conselho de Ministros também decidiu que o ano judicial deve voltar a coincidir com o ano civil e ter início em janeiro (em 2015, passou a ter início em setembro), para acertar o passo com as instâncias internacionais e com os «normais ciclos estatísticos». A proposta de alterações ao mapa vai ser submetida ao plenário da Assembleia da República e, sendo aí aprovada na generalidade, baixará à Comissão de Direitos Liberdades e Garantias, onde será discutida. Depois disso, o diploma será de novo sujeito a votação final do plenário.
SOCIEDADE
ATÉ 31 DE AGOSTO AS CHAMAS QUE ARDERAM NO DISTRITO CONSUMIRAM UMA ÁREA TOTAL DE 147 HECTARES
Região reduziu incêndios e tem menor área ardida do país Segundo as autoridades, a região debateu-se este ano com 25 fogos florestais e 405 fogachos. Registou-se um decréscimo em relação a 2015 também na ardida que no transacto resultou na devastação de 272 hectares de floresta. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
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o período entre 1 de janeiro e 31 de agosto os incêndios no distrito de Setúbal consumiram uma área total de 147 hectares, o que representa um acentuado decréscimo face ao mesmo período de 2015, quando as chamas devastaram 272 hectares de floresta. Vamos a contas. O distrito registou este ano 405 fogachos e 25 incêndios florestais, num total de 430, depois dos 609 incêndios de 2015, tendo as chamas devastado 44 hectares de povoamentos e 103 de mato, segundo mostra o Relatório Provisório de Incêndios Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Depois dos primeiros
dias de setembro se terem apresentado anormalmente quentes e ventosos, desencadeando mais alguns fogos que ainda não estão contabilizados pelo ICNF, esta semana ficou marcada por boas notícias para os bombeiros. Como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera tinha admitido, deu-se o regresso da chuva à região acompanhada de tempo fresco, numa mudança para o outono. Na semana passada chegaram a registar-se temperaturas muito elevadas, que superaram os 40 graus na região. A meteorologista Maria João Frada explica que a massa de ar que está a atravessar o território esta semana «é tropical ou equatorial modificada, vem do Atlântico, e está associada a uma depressão que está centrada a noroeste das ilhas britânicas». Para este fim-de-semana o tempo deverá exibir melhorias.
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PROVE representa Portugal na conferência europeia sobre desenvolvimento rural
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Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES) foi convidada pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, da Comissão Europeia, para participar com o PROVE na Conferência sobre Desenvolvimento Rural, que se realizou nos passados dias 5 e 6 deste mês, em Cork, Irlanda. O PROVE foi eleito como boa prática euro-
peia na área agrícola, principalmente pelo seu contributo «no apoio à produção e consumo local e na implementação de processos associados à promoção dos circuitos curtos agroalimentares». CONFERÊNCIA COM MAIS DE 300 PARTICIPANTES A conferência contou com a participação de mais de 300 participantes, entre decisores políticos, organizações não-governa-
mentais, membros da academia e outras entidades, que discutiram os principais desafios das áreas rurais. Foi assinada pelo Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, a Declaração de Cork 2.0 que destaca a importância dos territórios rurais e aponta 10 propostas que estarão na base das orientações para a futura política de Desenvolvimento Rural da União Europeia.
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SOCIEDADE
CRESCIMENTO EM RELAÇÃO AO ANO LETIVO PASSADO CIFROU-SE EM MAIS 5,7 POR CENTO
IPS aumenta 700 novos estudantes nos seus cursos O presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, afirma que estes resultados «reflectem a confiança no projecto pedagógico em cursos de elevada empregabilidade e assentes em metodologias ativas de aprendizagem. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
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número de colocados aumentou no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), o que se traduz em mais de 700 novos estudantes e numa taxa de colocação que alcançou os 60 por cento, na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) para o ano letivo 2016/2017. Face a 2015, a taxa de colocação de novos estudantes cresceu 5,7 por cento no IPS, revelando-se bastante positiva, comparativamente à taxa de colocação global no ensino superior que teve um crescimento de 2,1 por cento.
De acordo com o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, «estes resultados refletem, por um lado a confiança no projeto pedagógico que o IPS está a desenvolver, marcado por cursos com elevada empregabilidade e assentes em metodologias ativas de aprendizagem, que desenvolvem competências que respondem aos desafios da sociedade e, por outro, o crescimento do número de estudantes que se candidataram ao ensino superior». DEZ CURSOS DERAM PARA PREENCHER TOTAL DE VAGAS São 10 os cursos que preencheram o número total de vagas no IPS, nomeadamente Engenharia Informática, Comunicação
Social, Educação Básica, Contabilidade e Finanças, Gestão de Recursos Humanos, Marketing, Gestão da Distribuição e da Logística, Gestão de Sistemas de Informação, Enfermagem e Fisioterapia. A área da saúde, de informática, das ciências sociais e das ciências empresariais continuam, assim, a ter elevada procura por parte dos candidatos. Considerando os resultados positivos da 1.ª fase do CNA, bem como as colocações dos concursos especiais e da 2.ª fase do CNA, o IPS conta receber cerca de 1 500 novos estudantes de Licenciatura, a que se juntam mais cerca de 450 novos estudantes de cursos técnicos supe-
riores profissionais e cerca de 200 estudantes de Mestrado, nos seus campus de Setúbal e do Barreiro, que serão recebidos
MARIA DAS DORES MEIRA FAZ BALANÇO DE UMA CIDADE RENOVADA E CONCELHO PUJANTE
Dia de Bocage e da cidade sadina distingue Rosa Mota com medalha de prata
No dia da cidade, Rosa Mota foi uma das estrelas. O programa foi vasto. Durante a sessão solene, a presidente do município, Maria das Dores Meira, foi eloquente sobre a forma como o concelho tem crescido. túbal nos mais variados projetos, desde apadrinhar estabelecimentos de ensino até ao patrocínio de projetos e candidaturas relevantes, caso da Cidade Europeia do Desporto.
TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM
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osa Mota recebeu, no passado dia 15, a Medalha de Prata da Cidade de Setúbal, nas comemorações do feriado municipal, em sessão solene das comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, realizadas no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na qual foram ainda distinguidas com a Medalha de Honra da Cidade 28 individualidades e entidades, dos mais diferentes quadrantes sociais e culturais. A edil Dores Meira, endereçou, na intervenção que marcou o início da sessão solene, um «profundo agradecimento de Setúbal pelo trabalho que de-
senvolveram pela cidade», contextualizando com o período atual, em que o município sadino revela evidentes sinais de desenvolvimento e progresso nos mais diversos setores económicos, sociais e culturais. Rosa Mota, no momento em que foi agraciada, após prolongada ovação de pé do público, agradeceu todo o carinho com que foi recebida em Setúbal. «A primeira vez que cá vim foi em 1982, quando corri a convite da Junta de S. Sebastião. Desde então não parei de visitar Setúbal com regularidade, uma cidade que já a sinto como minha», frisou a famosa maratonista, vice-presidente do Comité Olímpico de Portugal e que, há já vários anos, colabora com Se-
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SESSÃO SOLENE REALÇA EVOLUÇÃO DA CIDADE Entretanto, durante a sessão solene a presidente da Câmara, Maria das Dores Meira, um “profundo agradecimento de Setúbal pelo trabalho que desenvolveram pela cidade”, contextualizando com o período atual, em que o município sadino revela evidentes sinais de desenvolvimento e progresso nos mais diversos setores económicos, sociais e culturais. Numa retrospetiva da evolução geral que Setúbal tem vivido nos últimos anos, a autarca afirmou que «a cidade desejada já não é um sonho». Do sonho, destacou que é uma realidade a “zona ribeirinha devolvida a todos, a vivência urbana mais qualificada por variados investimentos na requalificação de ruas e avenidas, a melhoria de sistemas de saneamento básico ou mesmo a enorme e ímpar ampliação da oferta cultural da cidade”.
No plano cultural, a edil usou a Festa da Ilustração de Setúbal, o Festival de Música de Setúbal e as Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage, agora a terminar, para exemplificar a dimensão do salto qualitativo e quantitativo do desenvolvimento e carinho que o mundo das artes tem recebido em Setúbal nos mandatos mais recentes da Câmara Municipal. Convicta de que Setúbal «é hoje uma cidade orgulhosa de si própria, do seu passado e do seu futuro», assegurou que o concelho constitui «um polo urbano de enorme importância que não poderá nunca ser confundido com qualquer outra realidade ou diluído em qualquer realidade político-administrativa efémera». A autarca destacou também, entre outros balanços, o programa da “Cidade Europeia do Desporto”, realçando “as centenas de eventos desportivos». E divulgou os dados que sublinham o crescimento do concelho em termos turísticos, sendo que, disse, registou-se durante o primeiro semestre deste ano «um aumento de 8 por cento nas dormidas na hotelaria face ao período homólogo de 2015».
em sessão de acolhimento a realizar no próximo dia 28. A 2.ª fase do CNA arrancou no dia 12 e decorre até 23 de setembro.
Sines envelhece vinhos da Costa Alentejana no fundo do mar
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s vinhos produzidos na Costa Alentejana experimentaram, esta sexta-feira, uma forma original de promoção, desta feita nas águas de Sines, com a colocação de 700 garrafas em pleno oceano, acondicionados numa espécie de cestos produzidos especialmente para o efeito pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. A iniciativa, que decorreu junto ao Porto de Recreio de Sines, dá corpo a um protocolo celebrado em Julho entre a Câmara de Sines e a APVCA - Associação de Produtores de Vinho da Costa Alentejana. Segundo o município, o pretexto deste inédito evento é a realização da Regata dos Grandes Veleiros que passará por Sines entre 28 de abril e 1 de maio de 2017. «O objetivo é que passe a constituir um evento anual, destinado à promoção dos vinhos da Costa Alentejana, associada à promoção de Sines como um destino turístico que acrescenta aos seus variados produtos turísticos mais este produto, celebrando a qualidade dos vinhos da Costa Alentejana com uma experiência de “pousio” no fundo do mar», explicam os organizadores. A experiência, ainda segundo a mesma fonte, visa criar um presente original para oferecer às tripulações dos grandes veleiros que aportarão em Sines em 2017.
LOCAL
ALCOCHETE Município adere aos voluntários da leitura A biblioteca da vila festejou, no dia 13, 8 anos com a assinatura de um protocolo entre o município e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa para implementação do projeto “Voluntários da Leitura”. «Estamos a comemorar 8 anos, mas esta biblioteca tem décadas de existência noutro espaço», lembrou a vereadora da Cultura, Raquel Prazeres, sublinhando que a «aventura da leitura» acontece tanto na biblioteca de Alcochete como no Agrupamento de Escolas, na Escola Comunitária, na Universidade Sénior de S. Francisco e no Clube de Leitura em Voz Alta. «Temos uma união de parceiros com uma abertura enorme para acolher este projeto», disse. Para Raquel Prazeres, o projeto “Voluntários da Leitura” faz todo o sentido na “Casa dos Sonhos”, numa «terra em que muitos vivem a leitura e os livros e mais ainda quando se trata de um projeto de voluntariado».
ALCÁCER DO SAL Câmara lança concurso para estrada Alberge/Casebres A estrada municipal entre Alberge e Casebres vai ser remodelada. O município aprovou, no dia 8, durante a reunião ordinária, a abertura do concurso público para a execução da obra com um custo estimado em cerca de 450 mil euros. Trata-se de uma estrada de 11 quilómetros. O pavimento apresenta inúmeros buracos e depressões, que em vários locais, já não garante condições de segurança á circulação. O município preocupado com este facto diligenciou verbas para que a estrada que liga Alberge e Casebres seja reparada com a colocação de um piso novo. Os trabalhos consistem na reabilitação do pavimento rodoviário prevendo-se a fresagem e saneamento do pavimento com a aplicação de novo pavimento e a colocação de sinalização vertical e horizontal. Prevê-se que as obras arranquem em maio de 2017.
ALMADA População volta a debater o futuro do concelho Desde o passado dia 13 que os almadenses voltaram a refletir sobre o futuro de Almada, no âmbito do 2.º Congresso Almada. Os debates acontecem nas 11 freguesias do concelho. Debates prolongam-se até outubro. “Pensar o futuro com participação e proximidade” é o tema central do evento. Organizado em dois momentos, o congresso pretende recolher ideias e propostas, para melhorar o trabalho das autarquias e das restantes instituições do concelho, de modo a corresponder às necessidades e expectativas dos cidadãos. As sessões públicas vão percorrer as 11 freguesias do concelho até 8 de outubro. Em debate estarão temas como a educação, o trabalho, a juventude, o envelhecimento, o espaço público entre outros.
BARREIRO Feira quinhentista de Coina anima população
SESIMBRA Pavimentação de ruas no Zambujal
A Feira Quinhentista de Coina-Barreiro, que decorre de 30 de setembro a 2 de outubro, no recinto do mercado mensal de Coina, já apresentou o programa, com horário das 14 horas à meia-noite. Com entrada livre, esta iniciativa tem estado a gerar grande entusiasmo e expectativa junto da população e, também, dos “artífices, artesãos, mercadores e regatões”. O evento insere-se no programa de Comemorações dos 500 anos do Foral de Coina, atribuído por D. Manuel, a 15 de fevereiro de 1516, a este antigo município, atualmente, freguesia integrante do concelho do Barreiro. Em 2016, neste mesmo dia, foi assinalado o arranque das comemorações dos 500 anos do Foral com uma “aula” sobre a temática, um ateliê de marionetas e uma sessão de Dança Quinhentista.
Está em curso a pavimentação das ruas dos Isidros e Rio da Pataca, no Zambujal. Nesta primeira fase os trabalhos centram-se na substituição da conduta de abastecimento de água, seguindo-se a regularização do piso, construção de valetas e, por fim, pavimentação das vias. Prevê-se que as obras fiquem concluídas no final de setembro. Estas obras fazem parte do primeiro programa de pavimentações da freguesia do Castelo, que abrangeu mais de 40 vias, num investimento de cerca de 1,2 milhões de euros.
MOITA Câmara cede terreno para “Casa dos Marquinhos” A Câmara Municipal da Moita aprovou, na sua última reunião, realizada a 7 de setembro, a cedência de um terreno, em direito de superfície, com uma área de 3 805 metros quadrados, com um valor patrimonial de mais de 1 milhão de euros, localizado na rua D. Manuel I, na Moita, à Raríssimas – Associação Nacional de Deficiência Mentais e Raras. Este terreno destina-se à construção da “Casa dos Marquinhos”, pela Raríssimas, um equipamento para desenvolvimento de atividades dirigidas às causas e respostas sociais de Creche, Lar de Infância e Juventude para crianças com deficiência, alargando assim a “Casa dos Marcos” a uma população ainda mais jovem e mais desfavorecida.
SEIXAL Idosos aprendem a navegar na internet Encontram-se a decorrer, até ao dia 19, as inscrições para o programa Teclar – Informática para Idosos. As sessões são gratuitas decorrem de setembro a outubro na Oficina da Juventude de Miratejo, entre as 10h30 e as 13 horas. Em setembro, decorrem duas sessões de Iniciação à Informática e, em outubro, a formação Teclar +, para quem já tem alguns conhecimentos. O programa Teclar é uma iniciativa organizada desde 2007 pela Câmara Municipal do Seixal e pela Rato – Associação para a Divulgação Cultural e Cientifica, permitindo a pessoas idosas o contacto com as novas tecnologias e a utilização do computador, familiarizando-as com equipamentos e programas informáticos. Esta atividade insere-se nas comemorações do mês das pessoas idosas.
SETÚBAL Edição de moscatel financia Casa da Poesia A Casa da Poesia lançou, no dia 11, à tarde, na Casa da Baía, uma edição especial de moscatel da Casa Ermelinda Freitas do ano 2012, com rótulos onde estão inscritos sonetos de Bocage. O ator José Nobre, vestido de Bocage, fez as honras da casa e recebeu os convidados para assistirem ao lançamento para venda de duas centenas de garrafas de Moscatel de Setúbal da Casa Ermelinda Freitas, com dois poemas diferentes para descobrir nos rótulos. A iniciativa, organizada pela Associação Casa da Poesia, no âmbito das Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage, começou com a exibição de um filme da associação. Seguiram-se intervenções, entre as quais do vereador Pedro Pina, que sublinhou o apoio que a Câmara tem dado à Casa da Poesia. A Casa da Poesia já vendeu uma centena de garrafas, cuja receita reverte para ajudar a financiar as atividades da associação.
PALMELA Reabilitação da capela de S. João Baptista avança SINES Praia Grande de Porto Covo com requalificação à vista O município vai avançar, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, para o arranjo do estacionamento, acesso e miradouro da Praia Grande de Porto Covo. Trata-se de um investimento prioritário, cujo concurso da empreitada está a decorrer, e que a autarquia pretende iniciar no outono para ter pronto no arranque da próxima época balnear. O investimento é cofinanciado em 85 por cento pelo Programa Operacional Alentejo 2020, com fundos Feder/União Europeia. O investimento total candidatado é de 348 492,33 euros. A comparticipação FEDER é de 295 028,48 euros e a comparticipação do município é de 52 063,85 euros.
O município aprovou, por unanimidade, dia 7, um protocolo e um contrato de comodato com a diocese de Setúbal e a fábrica da igreja paroquial da freguesia de St.ª M.ª e S. Pedro de Palmela, relativos à reabilitação da capela de S. João Baptista. Localizada no largo de S. João, a capela foi templo do Balio de Leça, Ordem dos Hospitalários de S. João de Jerusalém ou Ordem de Malta e está classificada como Valor Concelhio, sendo propriedade da diocese de Setúbal. Dessacralizada em 1910, o imóvel tem vindo a degradar-se progressivamente, tendo deixado de ser usado para a realização de eventos culturais. O protocolo destina-se a garantir a reabilitação e requalificação da capela, nomeadamente, através de candidaturas a programas de financiamento comunitário, estadual ou outros.
GRÂNDOLA Disney e Génios de Hollywood estão de regresso a Tróia O Trojan Horse was a Unicorn é um evento singular que reúne centenas de criativos e que acontece, entre 19 e 24 de setembro, na península de Tróia com o apoio do município de Grândola. De acordo com a organização, os bilhetes esgotaram há muito tempo, demonstrado a dimensão deste evento mundial e a sua importância para a comunidade de artistas. Nesta edição os participantes poderão encontrar as grandes empresas do mundo no recrutamento – entre Disney, Blur e king – e as estrelas de Hollywood que vivem por trás das câmaras – Dan Cooper da Disney, Brenda Chapman, a mente por trás de Brave e Mr. Concept Art são apenas alguns dos exemplos.
MONTIJO Município sensibiliza para utilização dos transportes públicos A Semana Europeia da Mobilidade decorre até dia 22. O município aderiu à iniciativa que visa promover a reflexão sobre a mudança de comportamentos relativamente à mobilidade. Sob o lema “Mobilidade sustentável e inteligente - um investimento para a Europa”, o evento conta com a 3.ª edição da iniciativa Eu Vou. Com o tema “Um dia dou folga ao carro…hoje é o dia”, que pretende promover a utilização dos transportes públicos nas deslocações casa-trabalho-casa. Dirigida a todos os trabalhadores de entidades públicas e privadas dos municípios do Barreiro, Moita e Montijo, a participação na iniciativa Eu Vou é bastante simples. Basta enviar uma fotografia original da sua deslocação casa-trabalho-casa acompanhada por uma frase criativa.
SANTIAGO DO CACÉM Vila de Alvalade celebra foral manuelino O Alvalade Medieval celebra anualmente, desde 2001, a concessão do Foral Manuelino à histórica vila de Alvalade, em 20 de Setembro de 1510. Este ano, o evento volta à Praça D. Manuel, e ruas adjacentes, para animar a população. As ruas enchem-se de cor e de cheiros para ver passar nas ruas os cortejos, assistir a combates e feiras medievais. Tudo ao rigor da época de 1500. Até este domingo. O evento “Alvalade Medieval - Comemorações do Foral” é uma aula de História ao vivo, único acontecimento do género no Litoral Alentejano, e que todos os anos leva milhares de visitantes e turistas à vila de Alvalade.
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CULTURA
ELENCO PARA A PEÇA TEATRAL QUE ESTREIA A 12 DE NOVEMBRO CONSTITUÍDO ATRAVÉS DE CASTINGS PARA DESCOBRIR NOVOS TALENTOS
Bruno Frazão estreia musical e revista à portuguesa no Independente Bruno Frazão, um sonhador nato, aposta cada vez mais na área teatral. Em mãos tem um teatro musicado e uma revista à portuguesa. Com músicas de Artur Jordão e um elenco que promete, Bruno Frazão lá vai tirando o mestrado de teatro, um instrumento que considera uma mais-valia para o seu trabalho. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
B
runo Frazão vai estrear este ano um teatro musicado, com o título “Um Natal diferente” e, em 2017, será a vez de subir ao palco uma nova revista à portuguesa. Em cena continua a comédia “A coisa aqui tá preta”. “Um Natal diferente” estreia a 12 de novembro,
pelas 21h30, no Grupo Desportivo Independente, em Setúbal, enquanto a revista deverá estrear em janeiro do ano que vem no mesmo palco. Bruno Frazão deposita «as melhores expetativas» nestas novas produções, uma vez que o texto «é fantástico, as músicas são fenomenais e os intervenientes são, sem sombra de dúvida, grandes talentos. Parece-me que temos tudo para dar certo».
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Foram realizados castings para descobrir novos talentos para estas duas novas produções. «Não gosto de castings mas penso que esta é uma das melhores formas de conhecer novas pessoas e de descobrir talentos escondidos», sublinha, acres-
centando que «inscreveram-se 23 pessoas no casting, das quais foram selecionadas 6 pessoas». MUSICAL COM DOIS ELENCOS O elenco do musical natalício, com textos de Portugal da Silveira (animador de rádio e dramaturgo) e
Bruno Frazão, e música de Artur Jordão, é formado por dois elencos. «Com a minha experiência, fui percebendo que para marcar espetáculos com regularidade precisamos de ter as pessoas com maior disponibilidade, e como as pessoas não se podem dedicar a cem por cento ao teatro, temos de ter mais pessoas a fazer o mesmo papel para não termos de cancelar espetáculos», explica Bruno Frazão. Eis os atores escolhidos: Susana Jordão, Paula de Melo Cruz, Maria Nunes, Débora Oliveira, Maria Cordeiro, Catarina Chaves, Cátia Teodósio, Flávio Fernandes, João Praia, Bruno Frazão, Guilherme Rodrigues e Mário Pais. Para estes trabalhos, Bruno Frazão conta com os apoios de algumas empresas que mantêm o protocolo desde a revista
“É só pagode”, das Juntas de Freguesia de S. Sebastião e da União de Freguesias de Setúbal. Sempre a agarrar os palcos com unhas e dentes, Bruno Frazão confessa que o mestrado em teatro que está a frequentar na Escola Superior de Teatro e Cinema tem sido «uma mais-valia para consolidar a minha experiência no teatro e nas artes performativas e tem a ajudado a abrir os olhos sobre o teatro e a desenvolver uma intervenção na comunidade, como terapia». O grande sonho de Bruno Frazão é despertar a atenção do Estado e das empresas da região para a necessidade de se apoiar «urgentemente» o teatro, sobretudo a nível dos grupos amadores, pois «fazem um grande trabalho de intervenção com as comunidades».
AGENDA
CULTURA
Almada recebe XII Festival de Flamenco
A SETÚBAL17SETEMBRO22H00
ALA DOS NAMORADOS “SOLTA O BEIJO” CASA DA BAÍA
A Ala dos Namorados, banda formada por Nuno Guerreiro e Manuel Paulo, dá um concerto no âmbito do “Noites da Baía”, onde irá relembrar temas que não se esgotam com o passar dos anos, como é o caso de “Solta-se o beijo”. Bilhetes a 10 euros.
PALMELA17SETEMBRO21H00
RITUAL ALMENARA CASTELO DE PALMELA
O Ritual Almenara acontece em simultâneo nos castelos de Palmela e de S. Jorge, em Lisboa. A partir do episódio descrito por Fernão Lopes, na crónica de D. João I, no contexto da revolução de 1383-1385, quando o mestre de Avis está cercado em Lisboa pelos castelhanos, Nuno Álvares Pereira, no castelo de Palmela, acende uma almenara como forma de comunicação com o castelo de Lisboa.
SEIXAL17SETEMBRO21H00
CAFÉ CONCERTO SOLIDÁRIO NOS BOMBEIROS QUARTEL DOS BOMBEIROS MISTOS
Este café concerto solidário, com a participação do Teatro do Clube de Campismo de Lisboa, tem como objetivo angariar fundos para a associação e contará com quadros de revista, canções entre outras peças artísticas. As entradas têm um custo solidário de 2.5 (para sócios) e 3 euros (para não sócios).
GRÂNDOLA17SETEMBRO17H00
“AQUÉM E ALÉM TEJO” EXPOSIÇÃO BIBLIOTECA MUNICIPAL
“Aquém e Além Tejo” é o título da exposição de fotografia e poesia, da autoria de António Carlos Chaínho, que é inaugurada este sábado. Vai estar patente ao público até ao dia 9 de outubro, podendo ser visitada às segundas-feiras, das 13 às 19 horas.
SESIMBRA24SETEMBRO21H30
12.ª edição do Festival de Flamenco sobe ao palco do Fórum Municipal Romeu Correia – auditório Fernando Lopes-Graça, em Almada, para dois espetáculos nos dias 23 e 24 , às 21h30. No dia 23, Jesus Herrera vai trazer a Almada o seu mais recente espetáculo. Repleto de sentimento e paixão, Dantzari / Bailaor apresenta a grandeza da farruca, o estilo da caña, a frescura das alegrías, a profundidade do taranto e a pureza da soleá. Acom-
panham solos de cante e guitarra num espetáculo de flamenco puro. A 24, Horizonte Flamenco, formação de cante, guitarra e baile, composta por uma nova geração de artistas andaluzes, apresenta “ Tal Palo Tal Flamenco “ . Este é um espetáculo caracterizado por momentos festivos, através de alegrías, tangos ebulerías, interpretadas por uma guitarra que acompanha o baile, as e as vozes, próprias da arte flamenca.
Homenagem Duas mil pessoas a Piedade Fernandes no eurovision
A
fadista Piedade Fernandes é homenageada no espetáculo de encerramento do Fado em Setúbal, a realizar este sábado, dia 17, às 21h30, na Praça de Bocage. Trata-se da última sessão do Fado em Setúbal, projeto organizado pelo município, com o apoio das cinco juntas de freguesias do concelho, e que, desde julho, promove, regularmente, espetáculos gratuitos nos espaços públicos. António Almeida, Carla Lança, Eduardo Silva, Eugénio Almeida, Fernando Anselmo, Horizonte Poupinha, Inês Pereira,
C
Joana Lança, Luís Miguel, Maria Caetano, Maria do Céu Ribeiro, Ramiro Costa, Rodrigo Manuel, Sara Margarida e Susana Martins cantam na primeira parte. Na segunda, as atenções recaem sobre Piedade Fernandes, com a exibição de um pequeno filme com notas biográficas.
anções do Eurofestival da Canção animaram a noite do dia 10, no auditório José Afonso, em Setúbal, com a presença de mais de uma dezena de artistas nacionais e estrangeiros. Ao longo de duas horas e meia, subiram ao palco como Michal Szpak, da Polónia, Barei, Espanha, Filipa Azevedo, Portugal, Maya Sar, Bósnia & Herzegovina, Compact Disco, Hungria, Tomas Thordason, Dinamarca, e Andrius Pojavis, Lituânia. O Eurovision Live Concert – Portugal contou ainda com as participações
especiais de Rui Andrade & Legacy, Carla Ribeiro, Ana Luísa Cardoso, Gerson Santos e o grupo setubalense, Vision Ensemble. O destaque recaiu sobre Catarina Guinout, sobrinha da cantora Maria Guinout, vencedora, em 1984, do Festival RTP da Canção, homenageada pela organização do evento, a associação Deriv@Status. A OGAE Portugal que, juntamente com o município, é parceira do evento, que conta ainda com o apoio de várias entidades, foi também homenageada. Pelo auditório passaram cerca de duas mil pessoas.
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GONZO FESTEJA 40 ANOS DE CARREIRA TEATRO JOÃO MOTA
Paulo Gonzo está a celebrar 40 anos de carreira. Membro fundador, cantor e compositor da Go Graal Blues Band, começou a tocar em bares e clubes locais. Em 1992 gravou o seu1.º CD em português, “Pedras da Calçada”, imortalizado pela música Jardins Proibidos, que consagrou a carreira de Paulo Gonzo. Ao longo das 4 décadas de carreira, Paulo Gonzo colaborou com os maiores músicos nacionais e tornou-se numa referência obrigatória da música portuguesa.
ALMADA24SETEMBRO21H00
“REI LEAR” DE WILLIAM SHAKESPEARE TEATRO JOAQUIM BENITE
Lear resolve dividir o seu reino em três partes, para se livrar do peso das responsabilidades da coroa. O tamanho do território destinado a cada uma das filhas irá depender de quão eloquente e afetuoso for o seu discurso. Com Jorge Pinto e António Parra, Daniel Silva, Diogo Freitas, Elmano Sancho, Isabel Queirós, Ivo Alexandre, João Castro, Miguel Eloy, Pedro Galiza, Raquel Pereira, Simão Do Vale e Vânia Mendes.
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POLÍTICA
ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA DÁ O EXEMPLO DO PAPEL A PLÁSTICO COM EFEITOS NOCIVOS COM AS INTEMPÉRIES
Quercus condena cartazes eleitorais na via pública
Os ambientalistas da Quercus querem mais controlo dos materiais usados nas campanhas eleitorais e sobretudo a redução do tempo de permanência dos cartazes nas ruas. O assunto foi exposto à Comissão Nacional de Eleições. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
A
associação ambientalista Quercus reclama um maior controlo dos materiais utilizados nas campanhas eleitorais, bem como a redução do tempo de permanência dos cartazes de propaganda após concluído o período de eleições. A solicitação já foi endereçada à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e deverá em breve ser abordada na Assembleia da República. Segundo o documento a que o Semmais teve acesso, a Quercus recorda que a lei que regula a propaganda eleitoral não estabelece um prazo para a remoção dos materiais de propaganda «e os partidos políticos não controlam a qualidade dos materiais utilizados nas
campanhas», diz a associação, destacando que são utilizados como apoio à propaganda materiais de natureza diversa. Dá o exemplo do papel a plástico, «que acaba por permanecer nos locais onde foram colocados por um período alargado de tempo, após a conclusão do período eleitoral». Alerta que face a esta permanência, e aos efeitos das intempéries, «os materiais acabam por se degradar e fragmentar em pedaços pequenos que, por efeito do vento, são depois levados para outros locais, acabando por afetar os ambientes por onde vão passando», como é o caso dos do meio marinho. CNE VAI ABORDAR ASSUNTO JUNTO DO PARLAMENTO Face à preocupação manifestada pela Quercus, a CNE vai abordar o tema junto da Assembleia da República, no próximo rela-
tório de atividade. Revela a associação ambiental que o objetivo é o de procurar contribuir para a proteção do ambiente, recomendado que os partidos políticos nas atividades de propaganda assegurem o
cumprimento da lei no que respeita à «utilização de materiais biodegradáveis na afixação e inscrição de mensagens e promovam o uso de materiais mais sustentáveis». «Existe atualmente li-
berdade na escolha dos tipos de propaganda eleitoral, desde que se cumpram os requisitos estabelecidos pela lei que regula a afixação de mensagens de publicidade e propaganda», diz ainda a Quercus, cha-
mando também a atenção para os casos de proibições à liberdade de propaganda, «entre as quais a utilização de materiais não biodegradáveis na afixação e inscrição de mensagens de propaganda».
Município e comunidade PSD elogia edil barreirense por “salvar” esquadra da PSP escolar reivindicam pavilhão na secundária de Palmela O deputado e vereador social-democrata diz que se «quebrou um dogma» pela câmara de maioria CDU adiantar verba sem esperar pela administração central.
O
deputado do PSD, Bruno Vitorino, congratula-se pela decisão do presidente do município barreirense de se substituir às competências do Governo no adiantamento da verba para a construção da nova esquadra da PSP no Barreiro Velho. «É um momento histórico, que deixará marcas para o futuro. Pela primeira vez em 40 anos uma Câmara CDU paga, através de adiantamento de verba, uma obra que é responsabilidade do poder central», destaca o social-democrata. «Até agora, o PCP sempre insistiu que as obras da responsabilidade do poder central deviam ser assumidas exclusivamente pelos Governos. Com a decisão do presidente da Câmara em adiantar a ver-
Naquele estabelecimento de ensino estudam 1200 alunos que continuam privados de instalações desportivas cobertas. Esta situação mantêm-se há mais de década e meia.
O
ba da nova esquadra da PSP no Barreiro Velho, quebrou-se assim um dogma antigo, ganhando o concelho e a população», sublinha. EM SETÚBAL PARQUEAMENTO PAGO SÓ COM PLANO Entretanto, o PSD de Setúbal irá propor ao executivo comunista da Câmara de Setúbal que «qualquer alteração relativamente ao aumento da
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área do estacionamento pago apenas seja discutida após a conclusão do Plano de Mobilidade que está ainda a ser elaborado» e que «a exploração do estacionamento pago e não concessionado continue a ser realizada pelo município, permitindo que as receitas possam financiar parte ou a totalidade das medidas a implementar no âmbito do referido Plano».
município de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião pública do dia 7, uma moção relativa à construção do pavilhão desportivo da Escola Secundária de Palmela. Trata-se de uma reivindicação da comunidade, com mais de uma década e meia e que tem contado com a total solidariedade e empenho do município, apesar de se tratar de uma responsabilidade da Administração Central. Naquela escola estudam cerca de 1 200 alunos que «continuarão a não usufruir de instalações desportivas cobertas». Mantém-se, assim, uma situação que, «há mais de uma década e meia, inviabiliza a plena prática da disciplina de Educação
Física, durante grande parte do período escolar». O município apresentou, já ao atual Governo, em novembro de 2015, duas propostas concretas de trabalho, que admitiam a comparticipação na construção do equipamento ou, em alternativa, uma comparticipação menor e a assunção dos custos de gestão, manutenção e recursos humanos necessários ao seu funcionamento.
Após uma reunião, em maio último, com a secretária de Estado Adjunta e da Educação sobre estas propostas, e apesar das frequentes insistências para um ponto de situação, como ficara acordado, o município não conseguiu obter qualquer resposta, fazendo supor que a construção do pavilhão desportivo da Secundária de Palmela continuará a ser adiada.
DESPORTO
DEPOIS DE TER SIDO DESTAQUE NO CLUBE FINLANDÊS PEIMARI E DE ALINHAR PELO PINHALNOVENSE
Médio Gonçalo Cruz promete trabalhar arduamente no Barreirense
Formado no V. Setúbal, Gonçalo Cruz garante que vai dar o seu melhor ao serviço do Barreirense. Os sonhos passam por jogar na 1.ª Liga e atingir os patamares mais altos do futebol internacional. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
O
médio Gonçalo Cruz, de 23 anos, já assinou pelo Barreirense, que disputa a série G do Campeonato Portugal Prio. Além de querer, um dia, jogar no clube onde se formou, o atleta aspira, também, atingir os patamares mais altos do futebol internacional. Formado no V. Setúbal, o atleta, que também joga como lateral, pretende trabalhar para que o Barreirense se mantenha naquele campeonato e para que o clube possa ter um
desempenho digno na Taça de Portugal. «O Barreirense merece estar nestes patamares do futebol nacional», realça, acrescentando que, a nível individual, espera fazer uma época «bem conseguida, sem lesões e despertar o interesse de clubes profissionais. Irei trabalhar arduamente para isso». É a sua estreia a jogar pelo Barreirense, do qual tem a seguinte opinião: «É um clube histórico do futebol português, com pessoas sérias e trabalhadoras que mostraram grande vontade em contar com o meu serviço para a presente época. E isso foi determinante para
aceitar o convite. Agora quero corresponder de forma positiva a este voto de confiança». O seu sonho aos 23 anos de idade continua a ser o mesmo que tinha quando ainda jogava nos escalões de formação do V. Setúbal. «Quero jogar ma 1.ª Liga, de preferência no clube do meu coração», sublinha o atleta, que se destaca pela facilidade com que remata e assiste os colegas. Gonçalo Cruz já jogou no Belenenses, União de Montemor, Marítimo, Peimari (Finlândia) e Pinhalnovense, nas duas últimas épocas, onde marcou 3 golos.
Seixalíada está de volta com desporto para todos
A
33.ª edição da Seixalíada tem como lema “Várias modalidades, um só objetivo” e decorre de 17 de setembro a 15 de outubro. Com mais de 30 anos de história, a Seixalíada tem-se afirmado como fator de desenvolvimento desportivo integrado, enriquecendo-se com novas modalidades, dinamizando os espaços desportivos e contribuindo decisivamente para a mobilização dos munícipes para a prática desportiva. No primeiro dia, a festa de abertura vai animar a frente ribeirinha de Amora. O lema deste ano remete para o ideal do desporto para todos, numa oferta que mobiliza
milhares de pessoas para a prática desportiva. A festa de abertura está marcada para este sábado, a partir das 15h30, na frente ribeirinha de Amora, e oferece a possibilidade de observar e experimentar dezenas de atividades. Há espaço para as modalidades mais conhecidas e também passeios em barcos dragão ou em embarcações anfíbias, zonas lúdicas e até um circuito rodoviário, entre muitas outras atividades. A festa de encerramento realiza-se a 15 de outubro, em local ainda a definir. Estes são dois momentos de divulgação de todas as atividades da Seixalíada que envolvem sempre uma
grande participação. Outro dos pontos altos da iniciativa é o Fórum Desportivo da Seixalíada, um evento para debate de temáticas relacionadas com uma determinada modalidade, que conta com a participação de preletores convidados, especialistas na área em discussão. Só na última edição da Seixalíada foram realizados 201 eventos em 57 modalidades, onde participaram cerca de 20 mil pessoas. Na última década, mais de 100 mil pessoas terão estado envolvidas na iniciativa, entre atletas, treinadores, técnicos, organização ou assistência, o que demonstra a força do evento.
Campeonato distrital e BMX reúne mais de cem atletas
M
ais de uma centena de atletas participam no Campeonato do Distrito de Setúbal de BMX 2016, que decorre dia 25, e que inclui, no dia anterior, um encontro com o piloto Vladimir Lopez. O evento desportivo, do calendário de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, numa organização conjunta da Federação Portuguesa de Ciclismo e da Associação de Ciclismo de Setúbal, envolve cerca de 130 ci-
clistas federados, divididos em vários escalões, em disputa pelos títulos de cadetes, elites, masters, cruisers, feminina e juniores. A competição, que conta com os apoios da Câmara Municipal e do Núcleo Bicross de Setúbal, realiza-se entre as 14h00 e as 18h00, na Pista Municipal de BMX de Setúbal, localizada no Parque Verde da Bela Vista, com treinos a partir das 10h00. O Campeonato do Distrito de Setúbal de
BMX, repleto de saltos e manobras radicais, desafia atletas do distrito numa pista com um traçado muito rápido, com 350 metros, curvas “verticais” que atingem alturas de quatro metros e várias rampas para saltos, entre os quais o maior chega a atingir nove metros de distância entre cumes. Vladimir Lopez, piloto espanhol de BMX, é convidado, no dia anterior à prova, a 24, a participar num encontro sobre abordagens técnicas desta modalidade olímpica.
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NEGÓCIOS
PRESIDENTE DA APS, JOÃO FRANCO, DESPEDE-SE COM NÚMEROS POSITIVOS E ORGULHO NOS RECURSOS HUMANOS
Esta empresa no seu conjunto deve estar orgulhosa com o que foi conseguido nos últimos anos
José Luís Cacho substitui João Franco e Lince de Faria regressa à administração TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SM
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e saída da liderança da administração do porto de Sines, João Franco, afirma ter deixado a empresa numa situação de luxo. E diz que os números falam por si, já com este ano a ultrapassar os 45 milhões de volume de negócios, os 18 milhões de toneladas de carga movimentada e muito dinheiro em caixa. Fica a frustração de não conseguido renegociar a tempo o novo contrato com a PSA para o Terminal XXI. Em fim de mandato e à espera que o seu substituto (ver caixa) tome o lugar, o ainda presidente da APS – Administração do Porto de Sines, fez contas e concluiu que deixa uma empresa «sólida e com muita margem de crescimento», que vale no mínimo 2,5 do PIB (produto interno bruto) nacional e com um crescimento irrepreensível. Os números deste ano, lançados numa conferência de imprensa de «despedida natural», não deixam de ser categóricos para a valia daquela plataforma portuária: mais de 45 milhões de euros de volume de negócios; mais de 18 milhões de carga movimentada e quase 40 milhões de euros em caixa. «Este números representam que o porto de Sines vale neste momento 55 por cento de
toda a cota nacional portuária, sem esquecer que conseguimos uma grande implantação no mercado internacional e somos uma referência em todo o mundo em termos tecnológicos», afirma João Franco. Este balanço, no dizer de João Franco, exprime igualmente «um crescimento sustentado nos últimos anos em todas as valência do porto e em todos os cinco terminais da plataforma: granéis líquidos, petroquímico, multiporpuse, gás natural e contentores, este último com um crescimento de mais 300 por cento entre 2011 e 2016. UM ‘NÓ DE GARGANTA’ CHAMADO TERMINAL XXI É exatamente este terminal, concessionado à PSA – Autoridade Portuária de Singapura, que deixa um certo ‘nó de garganta’ ao ainda presidente da APS, uma vez que abandona o barco sem conseguir fechar o dossier das difíceis negociações para aumento de cais e prolongamento para além de 2029 da concessão. «Não há negociações da decorrer, porque se gerou um impasse, tendo em conta que o concessionário para fazer os investimentos necessários quer mais tempo de atividade. Julgo que a ministra da tutela está ciente do problema e espera-se decisões em breve. No que nos diz respeito, fizemos o que se pode fazer, uma vez que cabe e caberia sempre ao
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governo nacional tomar as suas opções», explica. O alargamento do Terminal XXI para mais 500 metros de cais é crucial tendo em conta a necessidade de Sines operar três navios ao mesmo tempo. Acontece que o atual terminal foi projetado para navios de 300 metros de porte e, na atualidade, estes já ultrapassam os 400 metros, com capacidade para transportar mais alguns milhares de contentores. Se se juntar a isto o projetado aumento de navios oriundos da abertura do Canal do Panama (que já se faz sentir) as intervenções naquele terminal afiguram-se imperiosas. «Para os novos navios que operam no mercado internacional e prevendo-se este contínuo crescimento do setor e da atracção por Sines, não temos dúvidas de que o terminal precisa de crescer, precisa de mais cais, de mais gruas, de mais parqueamento e de mais logística conexa», afirma o responsável. João Franco afirma-se, por outro lado, favorável à estratégia da ferrovia, já anunciada pelo atual governo. Mas não deixa de dizer que, agora, «é preciso colocar os carris e por os comboios à andar». Para o presidente da APS, «o importante é ganhar hinterland, nomeadamente o de Espanha», porque, afirma, «há muito interesse em tra-
José Luís Cacho, ex-presidente do porto de Aveiro e da Figueira da Foz, vai substituir João Franco na presidência da administração do Porto de Sines (APS). O Semmais sabe que Lince de Faria, atual diretor de serviços do Porto de Setúbal, vai voltar também à APS, onde já exerceu as mesmas funções de vogal da administração, liderada, desta feita, por Lídia Sequeira. O terceiro elemento do novo CA indigitado é Fernanda Albino, uma solução da ‘casa’, uma vez que exerce o cargo de diretora da área de concessão do porto sineense. A substituição da atual administração foi comunicada na última sexta-feira a João Franco pela própria ministra do Mar, Ana Paula Vitorino. «A senhora ministra informou-se das alterações ca composição da administração, o que achei natural, até porque findou o meu mandato», disse João Franco.
balhar com Sines, pela proximidade e pela competitividade do nosso porto». O exemplo dos produtos agrícolas e a dinâmicas das redes de distribuição dos grandes operadores internacionais estão no centro desta estratégia. «o interesse da ferrovia não é ganhar mais uns contentores, mas sim fixar negócios». No seu balanço, João Franco falou ainda do crescimento da Zona de Atividades Logísticas, com novas empresas, nomeadamente a Friopuerto, que vai investir agora nos congelados, nos portos de Portimão e Faro, que a sua administrou geriu nos últimos dois anos, após a agregação decidida pelo anterior governo e gabou «a alta capacidade e competência» dos quadros da APS. «A eles também se devem estas conquistas. A empresa no seu todo deve orgulhar-se do se tem feito e dos resultados alcançados», disse.
Tall Ships 2017 reúne grandes veleiros em Sines
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sta semana, o auditório da APS foi o palco para a apresentação da regata Tall Ships 2017, que pela primeira vez integrará o Porto de Sines. A abertura foi feita pelo Presidente do Conselho de Administração, João Franco, que realçou o facto de a APS apoiar o projeto desde o seu início. Na sessão estiveram presentes diversos parceiros do projeto, nomeadamente as autoridades e a comunidade portuária de Sines, com o objetivo de articular esforços na promoção e na organização deste evento. Os grandes veleiros que participam Tall Ships 2017
farão escala em Sines, entre os dias 28 de abril e 1 de maio de 2017, vindos de Royal Greenwich, no Reino Unido, antes de cruzarem o Oceano Atlântico passando por Bermuda, Boston (EUA), Quebec (Canadá) e terminando no porto de Le Havre (França). Durante a escala em Sines está prevista uma grande operação logística por forma a possibilitar que a população tenha oportunidade de visitar os grandes veleiros, integrando também áreas de exposição e promoção das entidades participantes, assim como áreas lúdicas e de divertimento.
NEGÓCIOS
O ÚNICO DISTRIBUIDOR NACIONAL DE BEBIDAS VÍNICAS E ESPIRITUOSAS
Garcias abre loja em Setúbal para melhor servir o cliente
A apostar num leque bastante variado e diversificado de bebidas vínicas e espirituosas, a Garcias continua a ser uma referência a nível regional e nacional, sempre com uma excelente relação qualidade/preço. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
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Garcias, que dá emprego a 250 pessoas, acaba de inaugurar, em junho, em Setúbal uma nova loja de venda de bebidas vínicas e espirituosas. Localiza-se na Travessa da Saboaria, está aberta das 9 às 21 horas, e visa dotar a cidade de uma oferta variada de bebidas em garrafa. «Nunca conseguimos fazer muitas vendas em Setúbal, através das nossas equipas comerciais, porque é uma zona com situações de negócio complicadas. Foi isso que nos levou a abertura deste espaço. Não queremos tirar negócio aos vendedores que andam no terreno mas pretendemos ser um complemento aos clientes. É um acréscimo ao negócio do que a equipa de vendas faz no local», realça Filipa Garcia, adminis-
tradora da Garcias Cash, frisando que na loja está disponível um leque «de 700 referências» de bebidas diferentes. «É um leque de escolhas brutal para o consumidor. Temos uma oferta riquíssima de vinhos generosos da Península de Setúbal», vinca. «As pessoas estão a aparecer e, depois das férias, estou confiante que em Setembro e Outubro, haja mais dinamismo. Temos seis vendedores no Cash de Setúbal e mais três vendedores no terreno», revela Filipa Garcia. A Garcias trabalha com «pequenas e grandes» marcas da região e, além disso, tem «uma oferta de bebidas que não se vê em mais lado nenhum e uma excelente relação qualidade/preço». A empresa, o maior distribuidor nacional de vinhos e bebidas espirituosas, exporta para Espanha e para vários países do continente africano e onde existem emigrantes portu-
gueses. «Somos o único e maior distribuidor nacional, porque no terreno existem vários regionais». Com «grande preocupação» com a sustentabilidade da empresa, a empresa tem em marcha uma série de políticas de «rigor financeiro» desde o início do presente ano. «Completamos em Outubro próximo 35 anos, prezamos em honrar os nossos compromissos e nunca falhamos com nenhum trabalhador», refere a mesma fonte. CRESCIMENTO E INSTALAÇÕES A Garcias foi fundada a 1 de Outubro de 1981 por João Garcia e Arnaldo Garcia, no Prior Velho. De empresa com forte influência nos lacticínios e na indústria transformadora de carnes, depressa se vocacionou para as bebidas vínicas e espirituosas. Ao longo dos anos, a Garcias criou uma das maiores redes de distribuição de bebidas vínicas
e espirituosas de todo o país. Em 1991, devido ao crescimento, mudou as instalações para Alverca, para um armazém com cerca de 7 mil metros quadrados cobertos. A Garcias abre um escritório na Maia (1994) e outro em Faro (1997), e em Janeiro de 2010, inaugura armazém próprio, em Algoz. Acompanhando a evolução de faturação e necessidade de prestação de serviços, em Setembro de 2010 a empresa inaugura amplas instalações no Parque Logístico do Passil, onde duplica a sua capacidade de armazenagem. Em Agosto de 2012, a Garcias inaugurou a delegação na Madeira e em 2013, a faturação atingiu cerca de 76 milhões de euros. Em Abril de 2014, a Garcias abre o segundo Cash & Carry no Algarve mais precisamente em Vale Paraíso, e, no mesmo mês, alarga as suas insta-
lações no Porto (Aveleda). A construção de uma base logística Norte, nos próximos 3 anos, e de mais dois Cash em Lisboa e no Algarve fazem parte dos projetos para o futuro. Os 55 comerciais espalhados pelo País fazem um volume de faturação de 83
milhões de euros. A empresa tem cerca de 8 mil referências de produto no seu portfólio, entre produtos alimentares, vinhos, bebidas não alcoólicas e bebidas espirituosas, e mais de 9 mil clientes ativos. A exportação representa 5/10 por cento da faturação.
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EDITORIAL
OPINIÃO
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O dilema da dívida autárquica Raul Tavares Diretor
O juiz, a entrevista e o caso proscrito
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enho alguns escritos publicados sobre o chamado “Caso Sócrates”, desde a sua detenção a frio, naquela noite televisiva “à la latina” que nos deixou chocados. Tenho insistido sacramente - alguns dos meus textos opinativos sobre algumas medidas da sua governança deixam isso claro – que não morro de amores pelo ex-primeiro ministro. Tive aliás, alguma parcimónia a escrever sobre o assunto, durante algum tempo, nomeadamente até melhor perceber o que eventualmente estaria em causa. Com os últimos desfechos e sobretudo após a libertação mais que natural de Sócrates, não tive dúvidas de que, efectivamente, a Justiça nas mãos dos Procuradores, com Carlos Alexandre à cabeça, pariu um rato. Tenho lido e ouvido muitos comentários. Mas só uma interpretação a fazer da entrevista do juiz todo-poderoso: o processo não tem prova plausível, foi construído um mega-monstro para caçar o “animal político”. E, a haver alguma culpa menor (no sentido da dimensão de alegado crime de que é acusado), esta ficou esboroada. Carlos Alexandre deu, desta feita, não só se mostrou igual a si próprio, como quis sair fora da “guerra” perdida, prestando um péssimo serviço à Justiça portuguesa.
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or todo o país sucedem-se os sinais de partidos e de pessoas que prenunciam a peleja autárquica a ter lugar no próximo ano de 2017. Em muitos lados já há listas feitas e anunciadas, listas de apoio a determinadas candidaturas para condicionar o voto dos munícipes e guerras desencadeadas procurando desgastar os putativos adversários, mesmo aqueles que ainda não se assumiram ou anunciaram. Os partidos clássicos, em estratégias concertadas, preparam-se para divulgar as suas apostas autárquicas lá para tempos de outubro. Tudo isto seria normal, num quadro de funcionamento democrático das organizações e instituições, não fosse muitos dos ditos democratas andarem a “vender gato por lebre”. Isto é fazerem-se passar pelo que nunca foram, habituados a pouco conviverem com a opinião dos outros. Daí que se antevê o lavar de muita roupa suja, muitos truques e maldades no reino do vale tudo. Mas a opinião que aqui se pretende despender não tem
propriamente a ver com escolhas e lutas internas ou externas, tanto mais que o que mais interessa é que, passado o ato eleitoral, possam os munícipes beneficiar das políticas postas em prática pelos vencedores. E a este respeito, pela experiência acumulada como vereador e deputado municipal de concelhos diferentes, gostaríamos de dar contributo a partir duma reflexão que vimos aprimorando. A reflexão em causa tem a ver com o dilema da dívida autárquica, que apesar dos seus efeitos tão pouco motiva os eleitores no seu voto à boca das urnas. Não poucas vezes temos vindo a alertar para a inconsequência prática de quem leva o tempo a lamentar-se pela dívida herdada e nada faz para acorrer aos problemas quotidianos dos munícipes. Até porque no panorama geral dos municípios portugueses se foi generalizando o “calote” e as acostumadas culpas dos antecessores. Tantas vezes, sendo mesmo situações de mau governo, deixam consigo obras tidas como megalómanas que não merecem de todo a
A VERDADE DAS COISAS SIMPLES JOSÉ ANTÓNIO CONTRADANÇAS
ECONOMISTA
reprovação dos munícipes. Neste contexto é vulgar ouvir-se: -“Deixou muitas dívidas mas deixou obra”; “São todos iguais! Vão para lá para se amanhar! Pelo menos (fulano) amanhou-se mas fez obra que está à vista.” Por outro lado, não é menos verdade que poucos resultados são tidos pelos que sendo oposição têm centrado as suas campanhas na denúncia das dívidas. E ainda que se anteveem resultados pouco abonatórios para quem estando no poder tem descurado a utilidade da pequena obra e repetidamente repete, que não tem recursos para solver as suas promessas eleitorais por via da elevada dívida que lhes deixaram. Não sabemos se terá cabimento como conselho mas que se tome a título de opinião, pode
ser que alguns ainda vão a tempo de satisfazer as reais expetativas e necessidades dos seus munícipes. Cuide-se do buraco aberto pelas últimas chuvas, da tampa do esgoto que levantou, do poste da eletricidade que foi derrubado em acidente de há um ano, do logradouro onde a erva cresce, da rotunda árida que há três anos está por decorar, da rua que foi tomada pelo matagal, das casas abandonadas onde se amontoam ruínas. E não se tome o povo por tolo a quem se alegra em alturas de festas e arraiais, de tasquinhas e festivais. Acima de tudo não se esqueçam do dilema da dívida autárquica. Até pode doer e causar muitas dores de cabeça, mas não vale a pena fazer dela e da sua denúncia o objetivo dum mandato.
Por uma escola pública ao serviço das famílias
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escola pública é por excelência o instrumento do estado que permite corrigir diferenças de estatuto no nascimento, dando assim corpo ao princípio constitucional de igualdade entre cidadãos. Para que tal se efetive, para além da escola pública, são necessárias duas valências da responsabilidade das autarquias: 1. A escola a tempo inteiro. 2. Mecanismos de ação social escolar eficazes. Infelizmente no concelho do Seixal o turno duplo é a regra e existem graves desigualdades na gestão da Ação Social Escolar, nomeadamente na
educação pré-escolar, senão vejamos: Apesar de receber a comparticipação das refeições do pré-escolar pelo Estado relativa a 11 meses (31,99€ por criança/mês), a Câmara Municipal do Seixal não apoia as refeições do pré-escolar nas férias letivas (meados e final de Julho e início de Setembro). Apesar das Atividades de Animação e de Apoio à Família (AAAF) serem, por lei, preferencialmente implementadas pelos municípios, no Seixal apenas 4 Jardins de Infância tem Prolongamento de Horário organizado pela CMS. Apesar de estar estabelecido, por lei, que a componente de
ATUALIDADES SAMUEL CRUZ
VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DO SEIXAL apoio à família no pré-escolar deve ser comparticipada pelas famílias em função dos seus rendimentos, no Seixal as Atividades de Animação e de Apoio à Família (AAAF) são sobretudo organizadas pelas Associações de Pais e sem qualquer comparticipação ou diferenciação nas mensalidades relativa às capacidades económicas de cada agregado,
atingindo as mensalidades valores próximos dos 100 euros. Nas vésperas de início de um novo ano letivo lutemos pois para que a CMSeixal cumpra as suas responsabilidades e dê o apoio devido às famílias, em especial aquelas que lutam com maior dificuldades para dar às suas crianças tudo aquilo que merecem.
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@ mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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OPINIÃO
Unidos pelo bacalhau – único movimento português do exterior para o interior
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m final de época férias para a maioria das pessoas na qual há inúmeros momentos para sermos um povo solidário, apesar da motivação para escrever sobre inúmeros temas atuais, optamos por dar a conhecer um movimento muito pouco conhecido pela população, mas de enorme natureza solidária e fraterna, nascido no exterior do País mas importado e dinamizado pelo Mundo. Hoje existem 58 Academias do Bacalhau nos cinco continentes, e representam mais de 200 000 associados denominados: comadres e compadres. Porquê dar a conhecer este movimento? Porque é um movimento de bem-fazer lusófono com quase meio século de existência que pode “rivalizar” com outros movimentos internacionais e com mérito, como por exemplo: Rotary, Lions Club entre outros. Na génese do movimento denominado “Academia do Bacalhau” estiveram principalmente quatro portugueses na época, residentes na África do Sul, tendo começado com reuniões em Março de 1968 e nesse mesmo ano comemoraram o 10 de Junho oficializando a
Academia do Bacalhau de Johanesburgo – Academia Mãe. O seu primeiro presidente foi o Engº José Ataíde. O grande crescimento do movimento e a sua projeção internacional ocorre, com o êxodo dos portugueses no período pós-descolonização, porque muitos emigraram para a África do Sul e entretanto regressaram a Portugal e a outros países onde residem falantes da Língua Portuguesa. Ouvindo alguns dos fundadores, há quase cinquenta anos atrás estavam longe de pensar na projeção do movimento, por isso as normas sempre foram muito simples e com grande autonomia de cada associação per si. Hoje o Mundo é mais global, e procura-se confluir pontos de vistas pragmáticos que possam dar projeção idêntica aos tais outros movimentos, sem descurar o espirito e valores da essência da Academia do Bacalhau. Os principais objetivos e genéricos a todas as associações do movimento são: . Fomentar, encorajar e desenvolver relações de amizade, cooperação e confraternização entre portugueses, independentemente da posição social e do
grau de cultura de cada um; . Fomentar, encorajar e desenvolver relações de convívio e amizade entre as diferentes Comunidades portuguesas e outras estrangeiras, nomeadamente com vista à defesa do prestígio e bom nome de Portugal e dos Portugueses; . Fomentar, encorajar e desenvolver iniciativas que contribuam para a difusão da cultura e valores tradicionais portugueses; . Fomentar, encorajar e desenvolver a assistência moral e material a pessoas e instituições de beneficência mais carenciadas. Para que tudo aconteça as comadres e compadres reúnem-se em Tertúlias de amigos, na área de jurisdição de cada Academia, e independentemente do estatuto social e cultural, sem finalidades políticas, religiosas, comerciais ou lucrativas, fomentando, encorajando e desenvolvendo laços de amizade, cooperação, confraternização, entre outros, defendendo a Língua Portuguesa e os valores dos históricos e culturais, concretizando ações de solidariedade e assistência moral e material a pessoas e a instituição de beneficência. A título de exemplo podemos comprovar
ESPAÇO ABERTO E LIVRE Zeferino Boal Consultor
que há Academias do Bacalhau que gerem Lares de Idosos, Creches entre outros, atendendo a carências locais. “Não basta fazer coisas boas – é preciso fazê-las bem!” “O que você tem, todos podem ter, mas o que você é….ninguém pode ser!” Para além de normas uniformes entre as Academias do Bacalhau, estas estão unidas pelo Hino de Amizade, o qual foi aprovado vinte anos após o surgimento do movimento: Temos por símbolo o badalo / Que toca repenicando / Quando alguém quiser falar / Põe-se o badalo a tocar / Ficando o resto calado / Também temos a gravata / C’um bacalhau estampado / Se és amigo de verdade / E quiseres ser compadre / Com ela és condecorado. Caminhamos confiantes / Somos todos tripulantes / Da mesma nau / Que é vista com
simpatia / E se chama Academia / Do Bacalhau / Vamos compadres, comadres / Q’esta nossa Academia / Já tem raízes / Levamos a nau ao porto / Para dar algum conforto / Aos infelizes. E quando nos reunimos / Num jantar de amizade / Tomamos a ocasião / De fazer algum tostão / Para dar a caridade / E a meio do repasto / Vai acima e vai abaixo / É um ato bem distinto / Brindamos com vinho tinto / O gavião de penacho. Caminhamos confiantes / Somos todos tripulantes / Da mesma nau / Que é vista com simpatia / E se chama Academia / Do Bacalhau / Vamos compadres, comadres / Q’esta nossa Academia / Já tem raízes / Levamos a nau ao porto / Para dar algum conforto / Aos infelizes. Setúbal cumpre! Gavião de Penacho!
Formação e turismo pilares de sustentabilidade
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a crónica da semana passada, procurei deixar alguns indicadores, para reflexão dos leitores, sobre a Educação como um dos muitos vetores que foram apontados pelos que cooperaram com os investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa autores, do 1.º Inquérito sobre a sustentabilidade em Portugal. São tantos esses vetores que não irei abordar todos para não ficar impossibilitado de tratar de outros temas durante muitas semanas. Mas o estudo parece-me tão importante para a nossa consciencialização coletiva, sobre o que pode determinar o progresso sustentável do nosso país que não posso deixar de me pronunciar, pelo menos, sobre os mais consensuais. Não terei a preocupação de ser exaustivo na reflexão que vier a fazer sobre cada um pois, dada a complexa aplicação de alguns deles, não são temáticas de análise que possam caber num mero escrito de opinião. Nesta minha crónica irei, assim, abordar dois desses vetores que podem parecer distintos mas, espero, podem ter algum interesse pelos argumentos que
tentarei aduzir. Trata-se da formação e do turismo. A formação, que diferenciei de educação - apesar de saber que ambas estão interligadas - é incontornável para se alcançar um desenvolvimento sustentado. Aliás, juntas, são duas pedras basilares para a erradicação da pobreza e da exclusão social, pois enquanto existirem, com as proporções tão escandalosas como as que se verificam, em Portugal, nunca se poderá almejar qualquer tipo de desenvolvimento. A formação favorece o acesso ao conhecimento. Sem conhecimento não se pode aceder às oportunidades disponíveis para se alcançarem condições de vida dignas. Porque nem sempre os indivíduos têm as mesmas potencialidades cognitivas nem percursos de vida favoráveis à competitividade que se instalou no sistema de ensino para alcançar o sucesso académico, há muito a fazer para termos escolas inclusivas e sistemas de ensino adaptados às realidades do meio em que as escolas estão instaladas. Formemos professores que sejam mais educadores do que “depósitos” de saberes, a quem obrigam a esvaziar programas,
em cada ano - sem ter em conta que cada grupo de alunos é diferenciado, pedindo metodologias e didáticas diferentes e, muitas vezes, investimentos mais relacionais do que formativos e teremos cidadãos diferentes. Por a formação sempre se ter confrontado com estes constrangimentos, temos um país com taxas inaceitáveis de abandono e insucesso escolares. Por isso, é imperioso que se volte a investir, com maior determinação e credibilidade, na formação de adultos. É inadmissível que tenhamos ainda um número de cidadãos analfabetos e com qualificações académicas muito baixos pelo que há que investir em ações de formação, ao longo da vida, para se resolverem os perigosos níveis de iliteracia existentes. O grande desafio é saber como motivar quem está nestas situações a compreender como é tão importante investir nesta dimensão do desenvolvimento humano sem o qual ficará comprometido qualquer outro tipo de desenvolvimento. Que os responsáveis por criarem estratégias dirigidas à eliminação deste problema, não optem por metodologias do tipo “regresso à
ATUALIDADES EUGÉNIO FONSECA
PRESIDENTE DA CÁRITAS DIOCESANA escola”, mas sejam criativos no que diz respeito aos saberes a adquirir, aos locais onde realizar essas aprendizagens e ao perfil dos formadores e formadoras. Aqui pode estar o sucesso deste desígnio e nunca em propostas facilitistas e, logo pouco credíveis. Educação para todos e todas é uma das mais urgentes prioridades. Sem educação e formação do povo, será mais difícil termos condições para a dinamização do turismo que é considerado, no referido inquérito, como um dos fatores consensuais para a sustentabilidade de Portugal. Os que nos visitam são atraídos por uma cidade que lhe possa oferecer enriquecimento cultural, tranquilidade espiritual, segurança, e formas de lazer reconfortantes. O nosso país tem inúmeras ofertas nestas áreas, sendo o distrito de Setúbal uma das regiões do país mais favoráveis.
Este ano, foi bastante notória a afluência de turista a esta região do país. Dizem os especialistas desta área que triplicou o número de visitantes. É bom para a nossa economia e para a nossa auto-estima coletiva. Ainda temos muito que melhorar. Dou apenas, para já, duas sugestões muito simples: i. todos os cidadãos e cidadãs se preocupem com a limpeza dos espaços circundantes que habitam (só as autarquias não conseguirão); ii. se adquira uma “uma lancha ambulância” para que os turistas que optem pelos complexos turísticos de Tróia se sintam mais seguros em termos de saúde, pois saberão que, rapidamente, poderão chegar ao hospital de S. Bernardo que lhe é o mais acessível. Mas o turismo precisa de um acolhimento afável, dedicado e esclarecido. Daí a importância do investimento na educação e formação de quem os acolhe.
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