Semmais 18 julho 2015

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semmais

Sábado 18 | Julho | 2015

Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 864 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita

PESCA DA SARDINHA ALERTA VERMELHO

Os armadores da pesca artesanal da região estão preocupados com a possibilidade de no próximo ano só poderem capturar 1500 toneladas de sardinha. Dizem que estão a matar a pesca e a gerar pobreza do setor.

SOCIEDADE PÁGINA 5

NEGÓCIOS PÁGINA 10

POLÍTICA PÁGINA 8

SOCIEDADE PÁGINA 6

A península de Setúbal faz parte do lote restrito de regiões do país que ainda não conseguiram reduzir o número de falência de empresas. Há mesmo a um aumento de 191 insolvências nos primeiros seis meses do ano, em comparação com o período homólogo do ano passado.

O ministro da Solidariedade e da Segurança Social visitou o CATI de Setúbal, gerido desde há dois anos pela Misericórdia de Setúbal e ficou «muito satisfeito». O contrato de concessão deste centro de apoio à terceira idade tem a duração de 20 anos.

Apenas duas escolas no distrito vão passar a lecionar mandarim no próximo ano escolar, ao abrigo de um acordo entre o Ministério da Educação e o Instituto Confúcio da República Popular da China. São 40 alunos. A nível nacional serão 400.

DISTRITO VOLTA A REGISTAR AUMENTO DE FALÊNCIAS DE EMPRESAS

MOTA SOARES GABA TRABALHO DA MISERICÓRDIA DE SETÚBAL NO CATI

ENSINO DO CHINÊS VAI CHEGAR A DUAS ESCOLAS DE ALMADA

ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167


EDITORIAL

OPINIÃO

De Geração em Geração A cultura e as tradições populares foram, ao longo dos

Raul Tavares Diretor

O embate da pesca da sardinha

semmais

Desde a entrada na comunidade europeia que a pesca e todo o setor primário tem sido o parente pobre da nossa economia. Durante anos, abateram-se barcos, que engrossavam uma frota competente, competitiva e relevante para as economias locais e nacional. E na agricultura pagou-se (ainda se paga) para não se produzir ou produzir-se aquilo que a PAC – Política Agrícola Comum ditava. Estas realidades objetivas carregaram o país para baixo, em nome das grandes potências europeias, num quadro que se designou de proporcionalidade, sem ter em conta as realidades específicas de cada país. A pesca, no caso vertente, definhou de tal modo, que se perderam milhares e milhares de homens de mar, numa razia difícil de entender, quando se fala de um país que está entre os dez maiores consumidores de pescado do mundo. As chamadas cotas de captura, e as interdições sazonais, são medidas positivas, se forem coerentes. Não o têm sido sempre. Se, com estas políticas abatemos a nossa frota de pesca de alto mar, agora está em risco a pesca artesanal, de costa. É preciso pensar nisto.

séculos, grandes “facilitadoras”, quando não coniventes, das muitas formas que a violência assume, em particular a violência doméstica. Os chamados ditos populares, expressões e provérbios que toda a gente conhece e que muitos de nós ainda dizemos, sem consciência aparente do que realmente significam, são parte integrante do nosso património cultural coletivo. Estes provérbios foram passando de pais para filhos, de geração em geração, consolidando e consentindo práticas agressivas e violadoras da dignidade humana. Expressões como “quanto mais te bato mais gostas de mim” ou “lá em casa manda ela e nela mando eu” continuam a ser encaradas com normalidade por diversos setores da nossa sociedade. Quem nunca ouviu também a célebre “entre marido e mulher não metas a colher”? Estes são alguns exemplos que ilustram, de forma impressiva, a maneira como a igualdade de género era (e, infelizmente, ainda é) vista socialmente. Perdem-se no tempo os conceitos que estas expressões encerram, não fazendo qualquer sentido, nos dias de hoje, os respetivos conteúdos.

À sua sombra, muitas injustiças foram cometidas, com as vítimas a serem a parte mais fraca, geralmente as mulheres, fazendo objetivamente a apologia do domínio e poderio do chamado “ sexo forte” contribuíram, também, para a resignação e conformismo sociais perante os casos de violência doméstica. A sociedade “aprovou”, por conseguinte, muitos crimes passados, não só, entre quatro paredes, em situações de desequilíbrio de força e poder entre agressor e vítima. O peso e a resiliência social e cultural, que estes lamentáveis exemplos da sabedoria popular, promotores de preconceitos autoritários e machistas, levaram a que a sua erradicação fosse feita de forma muito lenta, pois a mudança de mentalidades é, como se sabe, um processo complexo. Perante esta realidade, a família representava para alguns indivíduos o espaço onde eram vítimas de diversas agressões e não o lugar privilegiado dos afetos e da realização pessoal. Felizmente, a partir da década de 80 do século passado, muito por força de recomendações internacionais e da ação de setores nacionais mais avançados (médicos, juristas, sociólogos, ONG`s, comunicação social, etc.) a violência domésti-

ACTUALIDADES Lina Gonzalez Consultora

ca passou a ser encarada como um problema da sociedade que se tornou mais sensível e intolerante face aos comportamentos violentos. O ano de 2007 torna-se decisivo e é um marco civilizacional: a lei consagra o crime de violência doméstica que faz hoje parte integrante do Código Penal, no seu art.º 152. Este crime pune o exercício de maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais sobre pessoas com quem se tem uma particular relação, tal como aquele com quem se vive ou viveu ou com quem se namora ou namorou, ou ainda filhos ou pessoas dependentes. O crime consuma-se através de agressões, físicas ou psicológicas, que demonstram crueldade, insensibilidade ou vingança por parte do agressor e que ofendem a dignidade da vítima, atentando contra a sua saúde emocional e psíquica. Importa notar que este crime é, hoje em dia, punido, desde que

seja conhecido das autoridades judiciárias ou policiais, independentemente da queixa da vítima, prosseguindo o processo mesmo contra a sua vontade. Igualmente importante é o facto da denúncia da violência doméstica poder ser feita por qualquer pessoa, abstraindo a sua relação com a vítima, sendo obrigatória para agentes policiais e funcionários públicos quando no exercício das suas funções tenham conhecimento deste crime. Um dos desafios que se colocam às Mulheres Social Democratas do Distrito é a sensibilização da sociedade, homens e mulheres, para que tome consciência da verdadeira dimensão da questão, a fim de minimizar e erradicar este flagelo da sociedade. O art.º 152 veio pôr termo ao significado da tal lastimável expressão popular “entre marido e mulher não metas a colher”. No pilar de cidadania, passa a valer outra máxima ‘ENTRE MARIDO E MULHER A LEI E A JUSTIÇA METEM A COLHER´.

Barroso imerecido Neste ano do 40º Aniversário

das Conquistas da Revolução dos Governos de Vasco Gonçalves, é oportuno retomar os objectivos fundamentais do Programa aprovado pelo VI Congresso do PCP, realizado em 1965 na clandestinidade, definidos no quadro de uma etapa conducente à «Revolução democrática e nacional, constitutiva da luta pelo socialismo»: «Destruir completamente o aparelho de Estado fascista e instaurar um regime democrático; liquidar o poder dos monopólios e promover o desenvolvimento económico geral; realizar a Reforma Agrária, entregando a terra a quem a trabalha; elevar o nível de vida das classes trabalhadoras e do povo em geral; democratizar a instrução e a cultura; libertar Portugal do imperialismo; reconhecer e assegurar aos povos das colónias portuguesas o direito à imediata independência; seguir uma política de paz e amizade com todos os povos». É sabido quão cedo a recuperação capitalista, latifundista e

imperialista, de que Mário Soares e o PS foram os fautores principais, teve início, ao ponto de, dois anos e meio depois, o PCP já fazer um balanço que identificava «os perigos para a democracia» e a «abertura do caminho para a reacção», mas concluindo taxativamente: «… de todas as frentes foi a da luta anti-imperialista aquela em que menos se avançou, fundamentalmente pelas cedências, ligações, colaborações e compromissos com o imperialismo da parte de forças reaccionárias - CDS, PPD, CIP, etc. -, que até solicitam e aplaudem pressões e ingerências estrangeiras» (VIII Congresso). Mas em que exacta medida? É bem provável que tenha sido a célebre frase de Marx do «18 de Brumário de Luís Napoleão» «Hegel observava algures que todos os grandes factos e personagens da história universal aparecem como que duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e a outra como farsa» - a originária de uma cadeia de

POLITICA E CULTURA Valdemar Santos Militante do PCP

outras até à introdutória, se bem me recordo, de um filme de Costa Gravas (talvez «A Confissão», de 1970), cuja trama resvalava já no próprio percurso direitista do actor principal, Yves Montand: «A história não se repete, gagueja». A votação pelo PS, PSD e CDS-PP do Tratado de Lisboa na Assembleia da República (escolha-se um dos anos que se seguem), nesta lógica, não esqueceu ou fez esquecer o Programa do PS do tempo eleitoral segundo o qual o necessário reforço da legitimação democrática do processo de construção europeia deveria implicar, antes da aprovação e ratificação do tratado, um referendo popular - pelo qual se bateu o PCP - que aquela troikazinha logo mandou às urtigas. À pergunta acima fazemos

seguir: em que anos estamos? 2007? 8?? Ajuda o Durão Barroso de 10 de Julho de 2007, em Estrasburgo???: «Por vezes gosto de comparar a União Europeia, enquanto criação, à organização dos impérios… mas há uma grande diferença. Os impérios foram habitualmente construídos pela força, como um “diktat” impondo do centro a sua vontade aos outros. Agora o que nós temos é o primeiro “império não imperial”» («Portugal e a UE», nº 52, Abril de 2008). Assim caímos, conclua o leitor, na tentação de evocar os últimos acontecimentos na Grécia, porque logo Barroso foi macio telefonando a Coelho para lhe por os pontos nos ii: «Que é isso? - eu é que tive a boa ideia!»

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SOCIEDADE PESCAS CONSELHO INTERNACIONAL PARA EXPLORAÇÃO DOS MARES DÁ PARECER PARA QUE SE CAPTURE APENAS 1500 TONELADAS NO PRÓXIMO ANO

Alerta vermelho na pesca da sardinha TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

Os armadores da pesca artesanal estão à beira de um ataque de nervos com o anúncio da limitação da captura de sardinha para o próximo ano. Afirmam que estão a «matar» a atividade.

É grande a preocupação entre os pescadores do distrito, depois das notícias que limitam a pesca da sardinha a 1500 toneladas para o próximo ano, segundo o parecer do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares, que, embora não seja vinculativo, é habitualmente seguido pelas autoridades comunitárias. «Se isto for em frente é coisa para matar, de vez, a nossa atividade», avançou ao Semmais Rodrigo Veloso, armador e pescador da Trafaria, para quem a sardinha «ainda continua a ser uma das mais-valias do setor». Mais: «Já vivemos com tantas dificuldades, não nos arranjem mais uma». Os limites a dividir por Portugal e Espanha dá 900 toneladas Daí que os pescadores da região prometam estar atentos, en-

quanto Humberto Jorge, da Associação das Organizações de Pesca de Cerco, reforça que «este parecer deve ter sido feito por alguém que está sentado na secretária e que não faz ideia do mal que vai fazer às pessoas», insiste, alertando que as 1500 toneladas são para dividir entre

Portugal em Espanha, cabendo cerca de 60% ao nosso país. «Isso daria 900 toneladas que não alimentavam a nossa pesca durante uma semana», alerta o dirigente. Este ano o limite foi de 16 mil toneladas, sendo que Humberto Jorge assegura que a situação

dos stocks de sardinhas não justifica este alarmismo, embora o parecer do Conselho Internacional para a Exploração dos Mares defenda que a quantidade do peixe jovem de sardinha tem estado a diminuir na última década, encontrando-se, atualmente, num mínimo histórico.

Praia da Adiça, na Fonte Câmara Municipal de Setúbal da Telha, ganhou estatuto lança marca “Setúbal Terra de Peixe” de naturista ATIVIDADE DE RESTAURAÇÃO É O PARCEIRO DE PRIMEIRA LINHA DAS CAMPANHAS DE MARKETING

A praia da Adiça, na Fonte da Telha, acaba de ser reconhecida oficialmente naturista, após decisão da Assembleia Municipal de Almada. Na zona, já existia à disposição dos naturistas a praia da Bela Vista, vizinha desta nova estrela das praias a nu. Agora, da Caparica à Fonte da Telha, o concelho de Almada passa a ter duas praias naturistas oficiais. Na região de Lisboa, há ainda uma terceira praia naturista oficial, a do Meco, em Sesimbra. “A prática de naturismo na Praia da Adiça já era tolerada há cerca de trinta anos, pelo que foi entendido proceder à

TEXTO CAROLINA BICO IMAGEM SM

A marca é mais uma tentativa de valorização da gastronomia sadina e da importância da atividade piscatória da cidade. A iniciativa prevê a criação de uma linha de merchandising.

A câmara sadina lançou ontem uma nova marca, designada “Setúbal Terra de Peixe”, que procura valorizar a indústria pesqueira da cidade. Para a edil Maria das Dores Meira, «Setúbal é Sado, Bocage, inconformismo e acima de tudo terra de milenares pescadores, que merecem que o seu trabalho seja reconhecido e homenageado». Assim, segundo a autarca, a aposta nesta marca gastronómica partiu da necessidade de valorizar a gastronomia

setubalense, que anualmente atrai 1500 a 2000 visitantes. “Setúbal Terra de Peixe” prevê a criação de uma linha de merchandising de aventais para serem utilizados pelos comerciantes do Mercado do Livramento e dos restaurantes locais. No âmbito do projeto, entre os meses de fevereiro e dezembro serão levadas a cabo várias abordagens gourmet, workshops, sessões de show cooking e ainda ações de sensibilização nas escolas, com o intuito de educar as crianças para a introdução do peixe na sua alimentação. A caminho da certificação de origem de pescado de Setúbal

sua legalização”, resume o Turismo de Lisboa em comunicado. A Assembleia Municipal de Almada aprovou a decisão nos finais de Junho, após positivo do Turismo da Região de Lisboa e da autarquia. Entre as razões apontadas para a declaração de praia naturista oficial estão o crescimento da prática de naturismo a nível mundial e o facto de contribuir para a “quebra da sazonalidade” na região. O processo de legalização da praia da Adiça, informa a Federação Portuguesa de Naturismo, começou em Setembro de 2014 “com os primeiros pedidos de reuniões”.

De salientar que uma das principais concretizações da mais recente iniciativa do executivo municipal será a certificação de origem do pescado de Setúbal, nomeadamente do carapau manteiga. Em declarações ao Semmais, Elisete Jardim, diretora regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo considerou «absolutamente justificável a atribuição desta marca ao concelho, que alberga uma variedade de peixes única no país». Recorde-se que a fase de proteção de origem da espécie será da responsabilidade da direção regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, em estreita colaboração com a câmara municipal de Setúbal.

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SOCIEDADE ENSINO PROTOCOLO CELEBRADO ENTRE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INSTITUTO CONFÚCIO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

Chinês só chega a escolas de Almada TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O acordo abrange cerca de 40 alunos e os professores serão chineses. Os especialistas afirmam que num ano se domina a língua mandarim, atualmente a mais falada no mundo.

Duas escolas de Almada vão ser

os únicos dois estabelecimentos de ensino do distrito que irão receber aulas de mandarim no próximo ano letivo, beneficiando cerca de 40 alunos, de acordo como protocolo celebrado esta semana entre o Ministério da Educação e o Instituto Confúcio da República Popular da China. De acordo com o mesmo documento, os professores serão chineses e vão contar com o apoio de oito instituições portuguesas de ensino superior para ensinar os estudantes do 10.º ano que queiram aderir ao projeto-piloto, permitindo aprender mandarim como língua estrangeira. O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, o Embaixador da República Popular da China em Portugal, Huang Songfu, e representantes das cinco universidades e três institutos politécni-

cos envolvidos no processo assinaram contratos para que em setembro os alunos possam começar a aprender a língua, sabendo-se que o mandarim é atualmente a língua mais falada em todo o mundo e uma das mais difíceis de aprender. Projeto nacional vai chegar a 21 escolas e 400 alunos «Um ano não é suficiente para dominar a língua”, sublinhou Huang Songfu, acreditando, contudo, que o mandarim poderá revelar-se uma ajuda para os jovens: «os que dominam bem a língua chinesa terão mais facilidade de manter contactos com amigos chineses». O projeto é nacional, pela que vai chegar a um total de 21 escola se 400 alunos, sendo que noutros países europeus os governos também celebraram

protocolos semelhantes com o Instituto Confúcio, mas acabaram por suspender o acordo por considerarem que havia um controlo por parte do governo chinês sobre os alunos e matérias ensinadas.

Nuno Crato garantiu que «não há controlo absolutamente nenhum por parte do Governo. Nós temos falado sobre isto e estes professores vêm ensinar mandarim», sustentou o governante.

Sequestrou idoso e foi detido seis meses depois no Montijo Os três homens suspeitos de te-

INart’s continua a encher de arte as ruas de Pinhal Novo TEXTO RITA MATOS IMAGEM PATRÍCIA OLIVEIRA

A forte e crescente adesão por

parte dos jovens artistas está a levar ao prolongamento do INart´s, uma iniciativa organizada pelo grupo Os INdiferentes”, como o apoio da Camara de Palmela e da EDP Distribuição, e que leva a arte urbana às ruas de Pinhal Novo. Assim, o INart’s vai continua a animar e a embelezar as ruas de Pinhal Novo graças ao número elevado de interessados em participar, e à necessidade de fazer alguns intervalos “INesperados” devido à época de exames escolares que ainda está a decorrer. Deste modo, as “telas” utilizadas pelos pintores – as caixas de eletricidade da EDP Distribui-

ção – vão continuar a ser pintadas durante o mês de julho. Os INdiferentes – associação juvenil sediada em Pinhal Novo e que tem como principal objectivo sensibilizar os jovens pinhalnovenses para questões sociais e culturais – contam terminar esta acção maciça de arte urbana em agosto, com a pintura de um posto de transformação da EDP Distribuição e com a apresentação das obras e dos seus autores à entidades apoiantes. Paralelamente, Os INdiferentes têm promovido actividades como, por exemplo, uma viagem ao Buddha Eden Garden (Bombarral), no passado dia 11, em que conseguiram preencher de jovens um autocarro de 50 lugares. Num futuro próximo, Os INdiferentes pretendem organizar mais caminhadas, que até podem ser temáticas, e um torneio de Futsal.

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rem sequestrado um idoso no seu próprio automóvel, que viriam a agredir e a roubar, durante uma viagem de quase 400 quilómetros, entre Vila Real e Fernão Ferro (Seixal), estão em prisão preventiva, após a detenção agora do último elemento do trio, de 30 anos, a zona o Montijo. Os suspeitos respondem pelos crimes de sequestro, roubo agravado e dano. O caso remonta a 5 de Janeiro e acabaria por alcançar mediatismo no país, ao ter gerado alarme social na localidade de Justes (Vila Real). A vítima, de 69

anos, esperava ser atendida numa oficina que foi surpreendida pelos três indivíduos que se apoderaram da sua viatura. Obrigaram o homem a entrar no carro, que conduziriam em direção ao sul do país, para percorrerem mais de 400 quilómetros, mantendo o idoso sob ameaça para o forçar a entregar-lhes dinheiro. Numa paragem em Macedo de Cavaleiros, os indivíduos viriam a realizar o primeiro levantamento de 400 euros, enquanto numa segunda operação levantaram mais 400. Pelo caminho, os assaltantes ainda realizaram

outras tentativas de obter dinheiro via Multibanco, mas sem êxito, uma vez que o plafond do cartão ficaria esgotado logo no primeiro dia. O trio procurou aguardar pelo dia seguinte (6), mas já não conseguiria fazer mais levantamentos, acabando antes por libertar o homem, embora lhe tivesse levado o carro. A vítima ficou a pé e longe da localidade mais próxima (Fernão Ferro). Os suspeitos viriam a abandonar o automóvel na zona da Moita, onde foi encontrado carbonizado. Apesar das horas de pânico, a vítima encontrava-se bem.

Noites de verão do SummerSpot animam o Forum Montijo TEXTO CAROLINA BICO IMAGEM SM

Entre os dias 18 de julho e 12 de setembro, o Fórum Montijo irá transformar-se numa grande esplanada de verão animada por várias atuações de DJ’s conhecidos, músicos e humoristas. Este sábado marca o início do programa, que contará com a presença do reconhecido DJ Pedro Cazanova, às 21h. Localizado na esplanada exterior do centro comercial, o novo spot vai estar aberto todos os dias, a partir das 16h. Ao longo dos meses de verão, as sextas-feiras e os sábados serão ainda ocupadas com as perfor-

mances de humoristas, como António Raminhos, Francisco Menezes e algumas bandas convidadas. Para o dia 25 de julho, os visitantes poderão assistir a um momento de stand-up comedy com Francisco Menezes e no dia 1 de agosto, com o vlogger António Raminhos. A 8 de agosto, a música segue com Berg, vencedor da última edição do programa Factor X. Nos dias 15, 22 e 29 de agosto, será a vez dos DJ’s Carolina Torres, Fernando Alvim e Isabel Figueira animarem as noites quentes. No dia 5 de setembro, Eduardo Madeira será o humorista da noite, sendo que o mês encerrará a 12 de setembro,

com o concerto de D8, também finalista do formato de talentos da SIC. Recorde-se que nos domingos ao final da tarde, a iniciativa prevê a realização de provas de degustação dos produtos regionais.


SOCIEDADE INICIATIVA DESFILE NOTURNO DE HOJE SERÁ PONTO ALTO DA INICIATIVA “SAMBA NA AVENIDA”

Carnaval de Setúbal regressa hoje no “sambódromo” da Luísa Todi TEXTO CAROLINA BICO IMAGEM SM

Escolas de samba, grupos carnavalescos e trios elétricos vão animar a principal avenida sadina. De noite… para animar as gentes. Inserido na Feira de Verão,

que decorrerá entre os dias 16 e 19 de julho, o Samba na Avenida – Carnaval de Verão regressará hoje a uma das principais artérias da cidade de Setúbal, com um grande desfile noturno de escolas de samba, grupos carnavalescos e trios elétricos. Organizado pela Associação de Carnaval e Outros Eventos de Setúbal (ACOES), em estreita co-

laboração com a câmara de Setúbal, «o evento de entrada livre pretende animar a noite da Avenida Luísa Todi e valorizar as coletividades dos concelhos vizinhos», segundo afirmou ao Semmais, Pedro Pina, vereador da cultura da autarquia. O orçamento do evento rondará os 23 e os 25 mil euros, contando com uma contribuição de 20 mil euros dada pelo executivo municipal, ainda que os valores definitivos não se encontrem fechados. Com especial incidência no fim de semana, o programa de sábado do ‘sambódromo setubalense’ arrancará às 22h, com o desfile dos foliões e terminará à 01h00 com um baile animado por Hélder Afonso. Para amanhã, está também prevista a realização de um baile de verão entre as 22h00 e a 00h00, dinamizado por João Tendeiro. Deste modo, nos dois dias o lado poente da Avenida Luísa Todi, que servirá de palco ao festival será cortado ao trânsito, sendo que a partir das 21h45, nas

restantes áreas circundantes será também vedado o acesso a automóveis. Registando um ligeiro aumento de participantes face ao ano passado, o encontro contará com a participação das escolas de samba Unidos Vila Zimbra, Trepa no Coqueiro, Saltaricos do Castelo, Gres Bota no Rego, Batuque do Conde, Costa Prata e o Trio Elétrico Tripa Associação. De relevar que este ano se juntará uma nova escola de samba à apresentação, uma associação originária de Ovar, que já recebeu um prémio nacional, no âmbito da arte do samba. Vereador promete reforçar iniciativas em época de frio Contudo, ainda que a iniciativa acolha todos os anos um considerável número de visitantes, é de salientar que na época própria de Carnaval, a cidade carece de iniciativas que se adequem à quadra festiva. Em resposta a essa limitação, Pedro Pina des-

taca a instabilidade climática verificada nesses meses de inverno, o corte do feriado do Entrudo pelo Governo e ainda os acrescidos investimentos levados a cabo pela câmara para a implementação de «um corso de Carnaval de qualidade». Ainda assim, o autarca deixou em aberto a possibilidade de realização de eventos alternativos nessa época mais fria do ano. «Estamos disponíveis para

articular com as instituições da cidade e pensar em atividades para essa altura mais delicada do ano, como por exemplo a maior concentração de palhaços do mundo ou a eleição dos reis do Carnaval», concluiu. Recorde-se que o evento decorreu o ano passado na rua Jaime Rebelo, em virtude das obras de requalificação do Largo José Afonso e de toda a área envolvente.

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POLÍTICA SOCIAL MINISTRO DA SOLIDARIEDADE, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL VISITOU CENTRO DE APOIO À TERCEIRA IDADE DE SETÚBAL

Pedro Mota Soares mostra-se satisfeito com a gestão da Santa Casa da Misericórdia TEXTO CAROLINA BICO IMAGEM SM

Dois anos depois da celebração do contrato de comodato, que entregou à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal a gestão do equipamento social anteriormente da responsabilidade da Segurança Social, Mota Soares visitou as instalações do lar da cidade e fez um balanço positivo do trabalho efetuado até agora.

Em visita às instalações do Centro de Apoio à Terceira Idade (CATI), Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social salientou que «os objetivos do governo para as parcerias estabelecidas com as instituições do setor social foram cumpridos», felicitando Cardoso Ferreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia pelo sucesso da gestão. Em declarações ao Semmais, o provedor da instituição mostrou-se satisfeito com a constatação do membro do executivo, afirmando que «esta prova de confiança proveniente do Governo foi naturalmente acolhida com grande simpatia por parte dos dirigentes e gestores da Misericórdia». Durante o seu discurso, Pedro Mota Soares reforçou ainda a importância de instituições como a Santa Casa da Miseri-

córdia de Setúbal para «a melhoria dos cuidados prestados, nomeadamente no apoio técnico e medicamentoso para pessoas dependentes e doentes neurológicos». Para além de Cardoso Ferreira, estiveram também presentes no encontro, D. Gilberto Canavarro dos Reis, bispo de Setúbal, Ana Clara Birrento, diretora do Centro Distrital de Segurança Social (desde esta semana presidente do Instituto da Segurança Social), a diretora do CATI, bem como técnicos e colaboradores da Santa Casa da Misericórdia. Situado na Estrada das Machadas, o CATI serve atualmente 78 utentes em regime residencial, 40 em apoio domiciliário e quatro em centro de dia. Como valências principais dispõe de alojamento temporário de emergência para cinco utentes e fornece 100 re-

feições diárias, no âmbito do programa de emergência alimentar. Recorde-se que o contrato

de concessão e gestão da instituição foi assinado em dezembro de 2013 e tem a duração de 20 anos.

LEGISLATIVAS ANA CATARINA MENDES (PS), MARIA LUIS ALBUQUERQUE (PSD/CDS) E FRANCISCO LOPES (CDU) SÃO CABEÇAS DE LISTA

Forças políticas com poder eleitoral já escolheram candidatos e mantêm principais deputados Ana Catarina Mendes, pelo PS, Maria Luís Albuquerque, pela coligação PSD/CDS-PP e Francisco Lopes, pela CDU, são os cabeças de lista pelas forças políticas com poder eleitoral para eleger deputados pelo Círculo de Setúbal. Os socialistas apresentam uma lista de paridade total, com 50 por cento de mulheres e de ho-

mens, sendo que para além de Ana catarina Mendes, líder da federação, cabem ainda Eurídice Pereira e Catarina Marcelino, entre os cinco primeiros. Em segundo lugar é também reconduzido Eduardo Cabrita que já integrou diversos governos socialistas. E há ainda dois lugares a indicar pelo secretário-

-geral do PS, nomeadamente as 4.ª e 7.ª posições. As fontes socialistas reafirmam ter a expetativa de eleger seis a oito deputados. A coligação reunia ontem à noite a Assembleia Distrital para definir as primeiras investidas. à hora de fecho desta edição, o nome mais cogitado para liderar a lista era o da ministra das Finanças,

Maria Luís Albuquerque, indicada pela Comissão Nacional. O segundo lugar, ao abrigo do acordo entre a coligação, deverá ser ocupado por Bruno Vitorino, líder da distrital do PSD, e o terceiro por Nuno Magalhães, líder, respetivamente do Grupo Parlamentar centrista e da distrital do CDS-PP. A lista ficará fechada até 31 deste mês.

A CDU, por seu turno, reconduz Francisco Lopes, como cabeça de lista, e também os três seguintes lugares: Paula Santos, Heloísa Apolónia (PEV) e Bruno Dias. O quinto lugar é ocupado pelo ex-vereador da Câmara de Setúbal, Rui Higino e o sexto por Margarida Botelho, responsável pela Direção da Organização Regional de Setúbal do PCP.

O que vale mais? A palavra do poder ou poder da palavra? Estamos a pouco menos de

três meses dos portugueses serem chamados a exercer o seu direito e dever cívico num ato eleitoral, com particularidade de neste momento chegarmos ao fim de uma legislatura difícil, séria, empenhada e com enormes sacrifícios por parte de todos os portugueses. Obviamente, que se pressente um resultado favorável para quem governou o país nos últimos quatro anos. Em 2011, as opções eram entre o bem e o mal. Em 2015, estamos perante o previsível e consolidado de um lado e desempenhado pela confiança na “Coligação” e no lado oposto o imprevisível e o irreal onde se agrupa a oposição parlamentar vinda da esquerda política.

Como habitualmente, a personificação da campanha eleitoral acontecerá entre duas personalidades bem diferentes: Pedro Passos Coelho tem a palavra do poder, porque tem dado mostras da prudência presente para que o futuro não seja incerto. O atual Primeiro-ministro depois de conhecer os dossiers e saber a base de partida governativa tem honrado os compromissos que assume, com a honestidade política que os cidadãos gostam percecionar nos agentes políticos. No líder socialista existe uma excelente retórica do discurso, no que é comum dizer-se “vende bem a banha da cobra”, falta a competência para exercer o poder real e consolidar o

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crescimento económico de Portugal. A geração mais nova do eleitorado acompanha a política de uma forma completamente diferente daquela que muitos dirigentes se habituaram a viver. Afirmamos isto pelo seguinte: o modelo de fazer politica ainda tem muitas práticas com origem no século XIX onde a comunicação se fazia pelos jornais, até aos dias hoje surgiu a importância das rádios e mais tarde as televisões, hoje nenhum candidato eleitoral pode descurar a dinâmica do digital e rapidez como a comunicação / informação circula. Dito isto, hoje há uma preponderância de intervenientes com poder da palavra, no entanto a consolida-

ESPAÇO ABERTO E LIVRE Zeferino Boal

Consultor da Sitel Portugal ção da ação governativa faz-se pela palavra do poder. Muitos fatores contribuíram para alteração destas características exigidas aos agentes políticos, mas sem sobra de dúvida o peso de contas certas e equilibradas dos Estados ou no caso concreto de Portugal é de enorme relevância. E nesta avaliação a visão objetiva dos resultados económicos e financeiros não permite dizer e agir com desejos do tipo:

“gostaria que fosse deste modo….”, ao invés a folha de Excel não deixa pintar os quadros de cor-de-rosa. Avizinham-se excelentes debates entre os dois eixos bem diferentes: o pragmatismo e o irrealismo, entre o poder da ação em fazer e corrigir e o ação do poder para que outros corrijam. Hoje, os portugueses saberão fazer a escolha certa na “palavra do poder”!


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NEGÓCIOS ASSOCIAÇÃO MAR7 PROMOVEU 1º SEMINÁRIO SOBRE EMPREENDEDORISMO DO MAR DO DISTRITO DE SETÚBAL

Chamar negócios ao porto de Setúbal e apostar tudo na nossa economia do mar TEXTO RITA MATOS IMAGEM SM

A escolha de um local para implementar o negócio, o tipo de financiamento e a obtenção dos licenciamentos foram temas em destaque no primeiro seminário sobre Empreendedorismo do Mar do Distrito de Setúbal organizado pela associação MAR 7. A iniciativa contou com presença do Secretário de Estado do Mar.

No primeiro seminário sobre Empreendedorismo do Mar do Distrito de Setúbal, promovido pela associação MAR7, o Secretário de Estado, Manuel Pinto de Abreu, falou sobre a estratégia nacional para o mar, apoiada pela Comissão Europeia para os assuntos do mar. «Esta é uma estratégia que está aberta à mudança e que precisa do contributo de todos os portugueses para poder colmatar as suas insuficiências». A estratégia nacional para o mar assenta no desenvolvimento de projetos relacionados com todas as áreas ligadas ao sector marítimo, com destaque, para as pescas. «Mais de 70 por cento dos projetos são dirigidos ou têm algo a ver com as pescas e os pescadores», afirmou o Secretário de Estado. O governante falou ainda sobre a Lei de Bases de Gestão e Ordenamento dos Espaços Marítimos, cuja regulamentação está a ser finalizada. «Uma lei de bases que tem insuficiências, que pode se melhorada, mas que existe e que está já hoje a ser copiada a nível internacional», assegurou. Manuel Pinto de Abreu sublinhou ainda que uma das principais dificuldades prende-se com o licenciamento, um processo que «deverá ser agilizado, para que se torne mais célere».

Despertar sociedade civil para o empreendedorismo «Este primeiro seminário teve como principal intuito despertar a sociedade civil para a necessidade de sermos nós, enquanto cidadãos destinatários das decisões políticas, mais empreendedores no que toca à economia do mar», afirmou o presidente da MAR7, Paulo Ribeiro. Vítor Cadeirinha, presidente da APSS, frisou que, muito embora nos últimos anos, a APSS tenha contribuído para o desenvolvimento de todas a actividades existentes no Porto de Setúbal, este esforço não deverá ser feito apenas pelas entidades públicas. «É fundamental que as pequenas e médias empresas invistam e se desenvolvam, pois são elas que depois vão criar emprego e riqueza, e podem explorar adequadamente o que há aqui no estuário». No seminário, a APSS, lançou ainda um desafio aos futuros empreendedores: «No Porto de setúbal não existe nenhum estaleiro naval para embarcações de pequeno e médio porte. Há muitos espaços desocupados e vocacionados par o exercício da atividade de manutenção e reparação naval e o estaleiro mais próximo de Setúbal localiza-se em Sesimbra», chamou a atenção Jorge Montalvão, da APSS.

APOIOS COMUNITÁRIOS, FORMAÇÃO DE RECURSOS E CRIAÇÃO DE UM NINHO DE EMPRESAS EM SETÚBAL O Seminário contou também com as intervenções de Carlos Serôdio, do Centro de Formação Profissional FOR-MAR, que sublinhou a necessidade de criar um ninho de incubação de empresas em Setúbal, de Francisco Canelas, da Casalmar, que falou sobre a criação das empresas e os fundos comunitários disponíveis, de Custódio Coelho, da Aquasacrum, cujo testemunho se centrou no caso de sucesso da ostras de Setúbal, de Elsa cabrita, da Caixa Geral de Depósitos, que apresentou os principais instrumentos de financiamento para projetos na área do mar, e de Isabel Pinheiro, da Agência Portuguesa do Ambiente, que abordou a questão da escolha de um local para o desenvolvimento de atividades ligadas ao mar e à orla costeira. A finalizar as intervenções, José Manuel Marques, da DGRM, falou sobre o decreto-lei que desenvolve a Lei de Bases da Política de Ordenamento e Gestão dos Licenciamentos no espaço marítimo nacional, que vai tornar obrigatório a criação de um balcão único do empreendedor.

Mecachrome Aeronáutica Distrito assiste ao aumento entrega certificados de formação de falências em relação ao ano passado No dia em que comemorou um

TEXTO ROBERTO DORES

A península de Setúbal está

entre o lote restrito de regiões do país que ainda não conseguiram reduzir o número de falências de empresas, assistindo a um aumento nos primeiros seis meses face a igual período de 2014. Setúbal soma 191 insolvências, mais 6,11% do que no ano passado, quando a região atingia as 180 empresas que bateram com a porta. Ainda assim, regista-se uma redução face às 207 falências de 2013. Os números que confirmam que há cada vez menos empresas a pedir falência pelo país – exceto em Setúbal, Portalegre, Braga e Vila Real – traduzindo um recuo de 8,4%, são do Instituto Informador Comercial (IIC), uma consultora de gestão de crédito que faz o cálculo diário de insolvências de empresas e singulares, através

dos despachos do Diário da República. Analisando por setor de atividade, há um que se destaca pela negativa: as atividades dos serviços de informação. Este setor registou a maior subida percentual de empresas que pediram insolvência, de 400%, explicada pelo facto de ter passado de apenas uma empresa insolvente em 2014 para cinco este ano. Comércio a retalho continua a registar no topo das insolvências Mas é o comércio a retalho, exceto o de veículos automóveis e motociclos, que continua a ser aquele que apresenta o maior número de empresas a decretar falência. O pódio fica completo com o comércio por grosso, exceto nos veículos automóveis e motociclos e com a promoção imobiliária (desenvolvimento de projetos de edifícios) e construção de edifícios.

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Em sentido inverso, e pela positiva, estiveram os setores da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio; e da fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas, ambas com as maiores descidas percentuais, de -100% e -83,3%, respetivamente. De acordo com o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), a insolvência é um processo de execução universal que tem como finalidade a satisfação dos credores pela forma prevista num plano de insolvência, baseado, nomeadamente, na recuperação da empresa compreendida na massa insolvente, ou, quando tal não se afigure possível, na liquidação do património do devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Assim, é considerado em situação de insolvência o devedor que se encontre impossibilitado de cumprir as suas obrigações vencidas.

ano de existência no nosso país, a Mecachrome Portugal, empresa francesa especializada no ramo da aeronáutica entregou 12 certificados e diplomas de formação aos colaboradores, que frequentaram os cursos para obtenção de conhecimentos no domínio de técnicas de produção aeronáutica, ministrados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional de Setúbal (IEFP). Sem um discurso de abertura, a cerimónia arrancou com a entrega dos certificados pela mão de Alain Guichard, o formador dos módulos de 400 horas, que garantiram aos seus alunos a obtenção de duas normas técnicas na área, designadamente a de produção aeronáutica e mecânica de estruturas (PAME 1) e a relativa às técnicas de aeronáutica de chaparia (TAC 3). Na assinatura formal dos diplomas também marcaram presença Maria do Carmo Guia, diretora do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Setúbal, Paul Mirad, administrador da empresa, o engenheiro Armando Gomes, da LAUCK e Ana Silva,

coordenadora dos recursos humanos da Mecachrome. Empresa fala em «dever cumprido» e vontade de crescer

No encerramento da cerimónia, Alain Guichard mostrou-se satisfeito com os resultados obtidos pela ‘família’ Mecachrome ao longo deste ano. «Hoje sinto que cumprimos o nosso objetivo, foi um ano muito bom e difícil ao mesmo tempo, mas certamente vamos continuar a crescer». O administrador indicou ainda os investimentos que irão ser feitos no equipamento da empresa, nomeadamente na aquisição de uma máquina a laser para corte de materiais duros, fator que a permitirá inovar. O final do encontro ficou reservado a um convívio entre os familiares dos colaboradores e os membros das estruturas diretivas da empresa. Recorde-se que a Mecachrome opera em França, Portugal e Tunísia e pretende ganhar um lugar de destaque na indústria do setor a longo prazo.


DESPORTO PROVA ÚNICA EM PORTUGAL, COM EXTENSÃO DE 43 QUILÓMETROS, E TODA CORRIDA NA PRAIA

Domingo há Ultra Maratona Atlântica entre as praias de Melides – Tróia TEXTO MARTA DAVID FOTOS SM

Já vai na 11.ª edição e integra, pela segunda vez, a Corrida Atlântica. Os atletas vão correr nas areias de Melides até Tróia, passando pelas praias de Aberta Nova, Galé, Pinheiro da Cruz, Pego, Carvalhal, Comporta, Soltróia e Bico das Lulas.

Este domingo, a partir das 9 horas da manhã, os areais das praias do Litoral Alentejano recebem a 11ª edição da Ultra Maratona Atlântica Melides – Tróia e a 2ª Corrida Atlântica Comporta – Tróia, duas provas de extrema dureza face às circunstâncias do terreno em que são disputadas, aliado às temperaturas de Verão que se fazem sentir. Esta é uma prova única em Portugal e na Europa, com 43 km de extensão e corrida na areia da praia. A Ultra Maratona Atlântica Melides - Tróia integra ainda a 2ª edição da Corrida Atlântica uma competição num percurso de 15km, com início na Comporta e término em Tróia. A 11.ªUltra Maratona Atlântica Melides-Tróia que arranca na praia de Melides, com passagem à beira mar pelas praias da Aberta Nova, Galé, Pinheiro da Cruz, Pego, Carvalhal, Comporta, Soltróia, e chegada à praia Bico das Lulas, em Tróia, é acompanhada pelos milhares de veraneantes que se encontram nas praias.

Campeonato da Europa de Biatle no Sado Perto de duas centenas de

Prova será disputada individualmente e por equipas Nesta edição a Ultra Maratona será disputada individualmente e por Equipas em representação de Instituições, pontuando para efeitos de classificação da Equipa, os 3 melhores atletas que concluam a prova antes das 17h00.

O enquadramento da Frente Atlântica com a Serra da Arrábida e as longas praias de areias finas e douradas, galardoadas com Bandeira Azul e classificadas como praias com qualidade de ouro, transformam este cenário num palco com condições únicas e excecionais para implementar esta corrida de resistência física e psicológica.

atletas nacionais e internacionais, com idades entre os 10 e os 64 anos, participam este sábado, ao longo do dia, nos Campeonatos Europeus de Biatle que se realizam no Parque Urbano de Albarquel. A prova, integrada no programa dos Jogos do Sado, realiza-se em Setúbal pelo terceiro ano consecutivo, é já considerado um dos momentos altos a nível desportivo pela Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno, e começa a ganhar grande relevo a nível nacional e internacional. O biatle é uma competição que combina uma prova de natação seguida de uma prova de corrida cujos percursos variam consoante a faixa etária. Grã- Bretanha, Itália, Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão são alguns dos países representados nos Campeonatos deste ano, sendo que a equipa inglesa é, por norma, aquela que apresenta um conjunto de atletas mais fortes e numeroso.

A grande crise dos “pontas de lança” Estatísticas internacionais

Alegro Meia Maratona de Setúbal já mexe As inscrições para as diferentes provas da Alegro Meia Maratona de Setúbal, cuja 26.ª edição se realiza a 20 de setembro, já se encontram abertas desde esta semana. A prova que vai na sua 26ª edição conta com duas corridas diferentes, a meia maratona, percurso de 21 quilómetros que passa pela frente ribeirinha da cidade, Gávea, Serra da Arrábida e Avenida Luísa Todi, e as Corridas das Famílias e Mais Solidária da Cruz Vermelha Portuguesa de Setúbal, iniciativas dirigidas às famílias, com 5,5 quilómetros de extensão e que

têm início pouco depois da corrida principal. Para além das provas, o Alegro organiza no dia 19 de setembro um programa de atividades dirigidas ao público infantil, que inclui a Corrida dos Miúdos Alegro. As inscrições para a Meia Maratona têm o valor de 10 euros até 31 de agosto. Para a Corrida das Famílias e a Corrida Mais Solidária da Cruz Vermelha Portuguesa de Setúbal as inscrições custam seis euros até 31 de agosto, 8, entre 1 e 17 de setembro, e 10, de 18 a 20 de setembro.

revelam que a palavra crise tem sido a que maior número de referências, escritas ou faladas nos mais diversos “mass-media” do mundo inteiro. Também em Portugal, evidentemente, e sabemos todos porquê. Entre as várias formas de crise, com adjectivação mais ou menos intensa, optamos por vos falar de futebol, referindo a grave crise dos “pontas de lança” nas 18 equipas da 1ª Divisão e pensando nos presumíveis seleccionados portugueses, dando aso a muitas “dores de cabeças” ao responsável-mór Fernando Santos. Ao nível do escalão máximo encontramos nada menos do que 24 “pontas-de-lança” estrangeiros, constituindo um inevitável “tampão” ao acesso competitivo dos mais jovens. Só como exemplo referimos o que se passa no trio de vanguarda (Benfica, Porto e Sporting) com 9 jogadores estrangeiros em acção, a saber: Jonas, Lima, Derley, Boubakar, Jackson Martinez, Slimani, Montero, Tanaka e Diego Rubio. Nas outras formações primo-divisionárias há mais de 15 elementos oriundos de países tão diferentes como Brasil, Egipto, Costa do Marfim,

QUATRO LINHAS DAVID SEQUERRA

Colaborador

Uruguai, Bélgica e Coreia do Sul. E quem são os portugueses susceptíveis de chamar a atenção dos Seleccionadores de sequentes escalões? Vale a pena ensaiar uma resposta a tal demanda. Já utilizados na Selecção principal restam os “trintões” Hélder Postiga e Hugo Almeida e o irregular Éder, do Braga. Depois de um quarteto de reconhecida valia constituído por Rui Fonte (Belenenses), Tomané (Vit. Guimarães), Guedes (Penafiel) e o promissor Gonçalo Paciência (F.C. Porto). Também jovens, justificando referências, tem conseguido aparecer ao 1º nível André Silva (F.C. Porto) e Diogo Jota (Paços Ferreira). Ainda junior, com apreciada qualidade, há ainda o benfiquista Guedes, que esteve ao serviço dos “Sub-20”, na Nova Zelândia. No estrangeiro, a dar boa conta de si, actuam Orlando Sá e os gémeos Paixão, na Polónia e,

por suposta adaptação, Ivan Cavaleiro, no Corunha. É pouco, demasiadamente pouco, integrando a convicção de que é grave a crise dos denominados “pontas-de-lanças”. E na divisão secundária, não se “pesca” nada? O goleador-mór desse escalão, Tozé Marreco, do Tondela, já não é um jovem. Os vimaranenses Areias e Alexandre Silva permitem progressos e há um junior originário da Guiné, José Correia, que trocou Alcochete pela Grã-Bretanha, aos 18 anos bastante promissor. Tal como acontece na 1ª Divisão, são perto de 20 os “pontas-de-lança” estrangeiros que militam no escalão secundário. O panorama, assim exposto, é motivo de natural preocupação. Com o lógico empenhamento de Fernando Santos, a Federação tem que ponderar formas de minimizar a grande crise. E quanto mais depressa melhor.

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CULTURA

LogicMusic mostram talento nas plataformas digitais TEXTO ANTÓNIO LUÍS FOTOS SM

Os LogicMusic, de setúbal, acabam de preparar a mixtape de Zlátan intitulada “Faz Acontecer”, a qual já está disponível para download gratuito. Além disso, estão a trabalhar também no EP de Maria Carreira, “Mudanças”, e nas mixtape do DJ Teklas, “Versátil”, e na própria mixtape da LogicMusic, intitulada “Logic, a mente”. A banda LogicMusic, que nasceu no verão de 2014, em setúbal, já deu concertos em escolas de palmela e de setúbal, no Forum Municipal Luísa Todi, em setúbal, e em Óbidos, entre outros locais. O grande sonho dos LogicMusic passa pelo reconhecimento do seu trabalho, a nível nacional e internacional, porque «somos humildes e dedicados ao nosso trabalho e não há dinheiro e fama que possam comprar o amor por aquilo que fazemos todos os dias», o realça o mentor do projeto Zlátan. As mensagens dos temas dos LogicMusic, transmitem, segundo

Águas de Moura vive noites na fonte Zlátan, «um pouco de tudo, como esperança, força e amor próprio». Os temas são românticos mas também tocam temas de intervenção social, de amor às origens de todos os elementos do grupo e de amor à cidade de Setúbal. «Todos os temas que fazemos são escritos e preparados por nós. Os instrumentais estão gratuitamente online», sublinha, acrescentando que «aplicamos o conceito de música com lógica

Amora Summer Fest sonha ser marco dos festivais de verão David Carreira, Badoxa, Nel-

son Freitas, Mastiksoul, Gregor Salto, Djodje, Mika Mendes e Malvado são alguns dos artistas que constam no cartaz do 1.º Amora Summer Fest. O festival, agendado para os dias 24, 25 e 26 deste mês, no estádio da Medideira, na Amora, Seixal, é organizado pela ACeventos e conta com o apoio do município seixalense. António Carvalho, coordenador-geral do Amora Summer Fest, realça que o festival pretende ser «um marco dos festivais de verão portugueses, onde o cartaz, produção e parceiros associados prometem boa música e surpresas diversas».

O ingresso diário custa 15 euros e o passe para os três fica em 35 euros.

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ao nosso projeto, porque todos pesamos assim e trabalhamos ficados nisso», realça. A gravação de um CD «não depende apenas de nós», uma vez que para lançar um disco em Portugal «não está fácil». «O País atravessa um momento difícil que afeta todos os portugueses e todos os setores, mas, fica a promessa, com ou sem editora, um disco acontecerá, sem dúvida», vinca Zlátan.

As “Noites na Fonte” estão a animar a aldeia de Águas de Moura, numa iniciativa da Câmara Municipal de Palmela, em parceria com a União de Freguesias de Poceirão e Marateca. Cante alentejano, com os grupos “Ausentes do Alentejo” e “Modalentejo”, zumba, desfile de cabeçudos do TELA, marchas populares e um baile de danças tradicionais com Leónia de Oliveira e o grupo “A Batalha do Modesto Camelo Amarelo” são as propostas de animação para

as duas noites de festa, que arrancaram ontem, sempre apoiadas pelas tasquinhas dinamizadas pelo Centro Comunitário de S. Pedro (Cáritas), pela União Social Sol Crescente da Marateca (Cenourinhas) e pelo Grupo de Zumba de Águas de Moura. As “Noites da Fonte” constituem uma boa oportunidade de divulgação da atividade desenvolvida pelas parcerias locais, contribuindo para o convívio e socialização entre a população, no contexto do espaço público.

Passos e Compassos mostra 20 anos de trabalho em exposição A exposição “O Olhar do Fotógrafo – Memórias de um Percurso”, que assinala os 20 anos da Passos e Compassos, foi inaugurada, ontem, dia 17, em Palmela, podendo ser vista até dia 31 de dezembro. No Largo de S. João, podem ser apreciadas seis fotografias de grande formato, de Carlos Teixeira, João Belchior, José Carvalho, Paulo Alexandre Ferreira, Paulo Nobre e Pedro Soares que, ao longo do tempo, têm acompanhado a estrutura, e o teatro S. João, acolhe três dezenas de fotos que retratam a história da Passos e Compassos. Além da mostra, a Passos e Compassos marca duas décadas de trabalho em prol da arte com um investimento no design de comunicação, que passa pela criação de uma “marca” 20

anos, o lançamento de um novo logotipo e ações pontuais. O plano de atividades para o segundo semestre de 2015, no concelho de Palmela, é diversificado e abrangente, garantindo a continuidade do trabalho junto do público. O município de Palmela mantém, desde o início, um rela-

cionamento próximo com a Passos e Compassos – Associação para a Divulgação e Desenvolvimento das Artes do Espetáculo, que enquadra a DançArte, companhia residente no teatro S. João, através de um protocolo de cooperação que aposta na divulgação e descentralização das artes do espetáculo.


AGENDA

CULTURA

LER DE CARREIRINHA Fátima R. Santos

Leitora

Histórias com História O dia em que Estaline encontrou Picasso na biblioteca, o

SETÚBAL

18SÁBADO21H30 A SECRETA OBSCENIDADE DE CADA DIA Fórum Municipal Luísa Todi

Os atores Gonçalo Diniz e João Ricardo, de “Mar Salgado”, protagonizam a comédia “A Secreta Obscenidade de Cada Dia”, de Marco António de La Parram. A dupla dá vida a Freud e Marx, respetivamente, e colocam frente a frente duas poderosas correntes do pensamento moderno, a Psicanálise e o Marxismo.

PALMELA

18SÁBADO22H DIÁLOGOS IMPREVISTOS Terraço do Mercado Municipal

“Diálogos Imprevistos” é um documentário que foi criado no âmbito da Quarentena – projeto comemorativo dos 40 anos do Teatro O Bando. Não perca este registo de encontros de personalidades reais detentoras de conhecimentos associados às tradições ou práticas culturais da região, com personagens ficcionais inusitadas e curiosas.

ALMADA

18SÁBADO22H CICLO DE MÚSICA NO CONVENTO Convento dos Capuchos, Caparica

O ciclo de música arranca com a música de Guy Ropatz, Frédéric Chopin e Ottorino Respighi. O espetáculo intitula-se “Comtempo” e inclui as obras “Sérenade pour instruments à archets”, entre outras.

SESIMBRA

18SÁBADO21H30 NOITE DE HIP-HOP

Anfiteatro da Boa Água, Quinta do Conde Os MG Boos, grupo de Hip-Hop pertencente à Associação Desportiva, Cultural e Social da Quinta do Conde, vão abrilhantar mais um concerto da Hot Crazy Nights.

ALCÁCER DO SAL

18SÁBADO9H-17H SÉNIORES MOSTRAM TALENTO Museu Etnográfico do Torrão

Pelo terceiro ano consecutivo, este museu acolhe uma exposição composta pelos trabalhos de pintura realizados no âmbito das aulas de Expressão Plástica da Universidade Sénior do Torrão.

Almada distingue poetas populares António Xavier foi o vencedor do Concurso de Quadras Populares 2015, promovido há 20 anos pela Câmara Municipal de Almada em parceria com a SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, com o objetivo de distinguir, pela sua qualidade, as melhores quadras alusivas aos festejos de São João, no concelho de Almada. A entrega dos prémios às melhores quadras populares de 2015 aconteceu no dia 11, no Convento dos Capuchos, na Caparica. Este ano participaram no concurso cerca de 800 quadras escritas por cerca de 270 concorrentes oriundos de vários pontos do país. Almada e Revolução foram as palavras de inclusão obrigatória nas quadras a concurso. Além do prémio pecuniário atribuído pela organização (1.º prémio – 450 euros; 2.º prémio – 350 euros; 3.º prémio – 250 euros), os vencedores e as duas dezenas de concorrentes distinguidos com as menções honrosas receberam também um troféu alusivo à Revolução dos Cravos e às festas populares, concebido por Luísa Becho. A todos os participantes foram ainda atribuídos diplomas de participação. A encerrar a cerimónia de entrega dos prémios houve ainda lugar a um momento musical protagonizado por Joana Melo, com direção musical de André Santos.

segundo romance de Alice Brito, leva-nos para uma viagem entre dois mundos tão distantes quanto próximos. Toda a tragédia, escuridão e medo que o “fin de siècle” projeta nos tempos que se lhe seguem é vivido pelas personagens que Alice Brito, com o envolvimento entusiasmado que lhe é característico, cria para descrever acontecimentos de uma história, ainda não completamente esquecida, de Portugal e Espanha. Uma história de capitulações, traições, cinismo e violência que tem o seu início em Setúbal aturdida pelos acontecimentos que servirão de legitimação ao golpe de 28 de maio. Alice Brito trás até ao leitor uma Setúbal que recorda ainda os tempos das lutas vividas para ajudar a implantar uma República que se revelou frágil, ainda que atuante. «A República Portuguesa tinha criado o registo civil obrigatório. Até então as pessoas só constavam nos assentos de baptismo encarcerados nas sacristias. Ou então nos assentos dos funerais. Tudo muito paroquial. A República acabou com essa treta. Registo civil. Na certidão constava a data de nascimento. Vinte e seis de Setembro de 1921. João Santos, filho de Áurea Santos e de pai incógnito.» Por seu turno, Espanha assiste ao avanço de Franco e é nesse terreno de luta que se move uma das personagens centrais deste romance que Alice Brito entrega nas mãos do narrador que conhece, domina, e conduz com pulso forte a ação descrevendo e dando a conhecer opiniões fortes e bem vincadas. Alice Brito nos seus romances não deixa que as personagens se construam sem estarem fortemente escoradas na vida real que foi a sua origem e a sua motivação. «Sou um contentor da História do século XX. Assisti a tudo. Ao fascismo, ao estalinismo, à guerra, ao vilipêndio brutal da pobreza e da miséria e finalmente à trégua do estado social, esse espaço em que o mundo tirou folga, gozou férias, mandou as crianças à escola, tratou os doentes. Durou tudo muito pouco. Trinta, quarenta anos depois começava-se já a ouvir a fanfarra a anunciar o fim da festa. Vi muros a levantarem-se e a caírem.» O dia em que Estaline encontrou Picasso na biblioteca quererá também mostrar o valor atribuído na História a estas personagens que se constituíram como elite da sociedade do seu tempo. A importância do conhecimento que é preciso para que uma sociedade inane, adormecida e distraída em torno de si mesma, possa compreender o que está a acontecer no mundo em que vive, isto é num planeta com biliões de pessoas que não podem ou não querem ver os muros que voltam a ser levantados. Alice Brito

O dia em que Estaline encontrou Picasso na biblioteca 2015

Capa - Design e fotografias: José Teófilo Duarte | João Silva DDLX Revisão: Eulália Pyrrait Paginação: Segundo Capítulo Edição: Planeta Manuscrito Data de lançamento: 13 de Maio 2015

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