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Sábado | 1.Dezembro.2012

Director: Raul Tavares

semanário - edição n.º 741 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

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VENDA INTERDITA

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O SUL Jornal de debate e cultura

Actual Novo Hotel rural arranca em Santiago com 4 milhões

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Região está a perder milhares de brasileiros ABERTURA Milhares de brasileiros, que nos últimos anos fizeram do distrito de Setúbal a sua casa, estão a partir para o seu país de origem. As causas estão identificadas: assustados pela crise e atraídos pela oportunidade do “boom” económico que se regista do outro lado do Atlântico. Os dados oficiais ditavam um número superior a 30 mil residentes oriundos de ter-

ras de Vera Cruz na região, com maior incidência na Costa da Caparica - que chegou considerada a meca dos brasileiros -, Almada e Setúbal. Muitas destas famílias já tinham filhos nascidos em Portugal e concorriam para aumentar os índices de natalidade. A debandada está a fazer aumentar a crise no imobiliário, com as casas para arrendar a disparar.

Caderno Pub.

Anti-stress Fados de Ana Moura animam Casino de Tróia

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NOVO GOLFINHO DO SADO - Segundo informação do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, o estuário do Sado aco-

lheu um roaz juvenil oriundo da zona costeira adjacente. O novo elemento é uma visita assídua, tendo sido observado no grupo dos juvenis, sobretudo na companhia do Cocas. Apesar de alguns roazes da população residente terem já passado algum tempo fora do estuário, na companhia de outros roazes que utilizam a zona marinha vizinha, esta é a primeira vez que um roaz costeiro passa a fazer parte da população residente. O novo golfinho foi já batizado de Ácala (antigo nome dado pelos romanos a Tróia), escolha que ficou em 2º lugar no concurso lançado pela Reserva Natural do Estuário do Sado para atribuição de nome à cria (Todi), nascida em Julho. Com a nova aquisição a população residente de roazes aumenta para 29 o número de animais registados.

16 pessoas por dia ‘engrossam’ desemprego no distrito

Última página

Alcácer Moita vai ganha ter centro nova ETAR da S. Social ACTUAL O projecto está orçado em 2,2 milhões e vai ajudar a despoluir o Sado. A Câmara aplaude.

ACTUAL O novo centro era há muito esperado pelo município. Vai abrir em Dezembro

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Fotos: DR

AMRS repudia OE 2013

Fraco QREN na Península pode levar à diminuição dos fundos para 2014-2020 Pub.

*Apresente este jornal n’A Casa do Peixe e receba 50% de desconto na refeição do seu acompanhante

POLÍTICA Os autarcas da região querem dar luta a pacote legislativo. Pág. 3

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Pescadore s da região em ‘guerra’ contra preço do pescado PÁG. 4


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Abertura de sábados. «Agora que se foram embora é que vemos a falta que nos faziam. Estavam sempre prontos para gastar dinheiro. Não são como nós, que estamos sempre a poupar. Eles vivem para a festa, comer e beber, e isso fazia aqui uma grande diferença na caixa”, lamenta o comerciante ao Semmais, apresentando um dos poucos brasileiros do “grupo do forró” que continua na Quinta do Conde.

Milhares de brasileiros deixam a região

Fotos: DR

Desprender laços comuns

É a debandada que já se esperava. Os brasileiros estão regressar às origens pela crise nacional e chamados pelo “boom” económico do Brasil. Setúbal e Almada estão na lista dos maiores regressos. ::::::::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::::::::

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hegaram a ser mais de 30 mil os brasileiros que escolheram o distrito de Setúbal para se instalar à procura de uma vida melhor, entre 2001 e 2011. Mas

Dez perguntas sobre o mercado único* Viajar e trabalhar na UE Em 2012 celebra-se o 20.º aniversário da realização do Mercado Único Europeu. De 15 a 20 de Outubro tem lugar a Semana do Mercado Único, em Portugal, com workshops e seminários sobre a temática (http://www.eurocid.pt). Desde 1992

ficha técnica

mesmo quem chegou a criar a raízes ao constituir família, sobretudo, entre Setúbal e Almada - os concelhos que albergaram as maiores comunidades – está a optar pelo regresso. Não há dados oficiais, mas as organizações que acompanham o fenómeno da imigração garantem que, pelo menos metade, já debandou. E o «adeus» a Portugal continua. Pela crise no distrito, mas também pelo «boom»

económico no Brasil. A Costa de Caparica é o exemplo cabal. Chegou a ser a cidade eleita por cerca de 4 mil brasileiros, mas hoje não são mais de 1500 eu por ali moram. «O comércio levou uma volta muito triste», conta Agostinho Vilar, um comerciante da

foram progressivamente abolidas as fronteiras internas entre os países da União Europeia e o Mercado Único – baseado na livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais – passou a ser uma realidade. 9. Vou em negócios para outro país da União Europeia. Quanto vou pagar em serviços de roaming? Quando usar o seu telemóvel noutro país da União Europeia vai pagar menos pelo custo das chamadas de voz, mensagens de texto e carregamento de dados na Internet. De facto, as mais recentes regras

terra, que não hesita em comparar a Costa a «uma aldeia», precisamente porque com o desaparecimento da comunidade brasileira «praticamente deixou de haver gente nas ruas. Havia muito pessoal que não gostava de alguns brasileiros, mas eles mudaram isto. Agora é uma

«Não deve ser por muito tempo. Estou aí a acabar uma obra e depois, se faltar trabalho, pego na família e vamos embora”, diz Leonel Erivaldo, que veio para Portugal em 2003, juntamente com a mulher, tendo os dois filhos nascido já no Hospital de São Bernardo (Setúbal). «Eles têm aqui a escola e muitos amigos, mas a vida está difícil e parece que no Brasil as coisas prometem.» Também no bairro da Fonte Nova, que chegou a concentrar uma das maiores comuni-

desgraça», lamenta. O impacto económico do regresso dos brasileiros à sua terra chega a atingir a tasca de José Miguel, na Quinta do Conde. Depois de alguns conflitos, explicados com «uns copos a mais», até já admite ter saudade das churrascadas e do forró que lhe enchiam a casa nas tardes e noites

dades brasileiras em Setúbal, já se ouviu falar muito mais português com sotaque. Casas que até há bem pouco tempo estavam ocupadas estão hoje para arrendar, mas não há inquilinos interessados. Aurélio Da Costa, que ainda continua por Setúbal, mas hoje a viver no bairro da Bela Vista, diz que há uma década, quando chegou, a região prometia e ainda conseguiu um emprego com um salário generoso. «Mas nos últimos dois anos, com o fim da construção civil, foi um desastre. Passei a ter difi-

de itinerância (roaming) da UE vão permitir uma poupança dos preços de 75% em relação a 2007. Atualmente, as tarifas máximas de roaming são as seguintes: chamadas efetuadas - 29 cêntimos por minuto + IVA; chamadas recebidas - 8 cêntimos por minuto + IVA; mensagem de texto enviada - 9 cêntimos + IVA; carregamento de dados ou navegação na Internet no estrangeiro (com faturação por kilobyte utilizado) - 70 cêntimos por megabyte (MB) + IVA. Os operadores móveis são livres de of

recer tarifas mais baixas. Antes de viajar, consulte o seu operador para saber: qual o operador do país que vai visitar com as tarifas mais económicas para as comunicações; com que operador(es) o seu operador nacional tem acordos de roaming internacional. O reforço das telecomunicações europeias é uma das principais condições de realização do Mercado Único dos bens e serviços desde a sua origem, em 1992. A União Europeia promove um Mercado Único dos serviços de telecomunicações em que a diferença entre as tarifas nacionais e de roaming seja praticamente nula em 2015.

Casas para arrendar disparam no Bonfim Em redor do Estádio do Bonfim, onde os brasileiros chegaram a estar em maioria em alguns prédios, não faltam exemplos que ilustram a debandada. No último ano fecharam dois cabeleireiros, dois cafés e um restaurante. Em todos eles trabalhavam brasileiros, que desistiram de Portugal. Ainda tentaram outras saídas, mas encontraram portas fechadas. O número de casas para arrendar aumenta quase todos os meses, com placas a exibir contactos nas fachadas dos edifícios entre as ruas do Murmugão, Damão, Amílcar Cabral e até na avenida Guiné Bissau. Já foi difícil arranjar aqui um apartamento por ser no centro da cidade. «Isto estava cheio de brasileiros e a verdade é que eles representavam riqueza para a cidade», sustenta Vítor Mourão, proprietário de um café, que durante oito anos teve duas casas e uma loja, onde funcionou um salão de cabeleireiro, arrendados a famílias de Mato Grosso do Sul. Desde Agosto de 2011 que as casas estão vazias e a loja foi desocupada em Janeiro, estimando ter perdido cerca de 50% da faturação desde os brasileiros «zarparam». culdade em trabalhar e era a troco de salários miseráveis, entre os 400 e 500 euros. Deixei de poder mandar dinheiro para Minas Gerais e hoje está ainda pior”, relata, tendo a aprendido umas bases de canalizador electricista para conseguir ter acesso a uns biscates. «Não penso ir para o Brasil porque tenho medo. Passei lá muito mal, sem ajuda de ninguém e não sei se está tão bom como dizem.»

Há ainda muitas barreiras à livre circulação de serviços e entretenimento através da Internet. A Agenda Digital da UE vai atualizar as regras do Mercado Único para a era digital. Os objetivos são: aumentar o negócio de download de música, estabelecer um espaço único de pagamentos em linha e proteger ainda mais os consumidores da UE no ciberespaço. * A nona de dez perguntas e respostas da responsabilidade da Comissão Europeia no quadro actual da integração, por ocasião do 20.º aniversário do Mercado Único.

Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


Sábado | 1.Dez.2012

Editorial

Espaço Público

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// Raul Tavares

Um piegas teso e honradinho Se um Passos Coelho caladinho, pela sua posição ‘firme e hirto’ de quem sabe o que está a fazer, já faz a sua mossa, quando se torna audível é de meter medo. A última entrevista serviu para isso: gerar o pânico e lançar uma nova onda de indignação. A um primeiro-ministro, mesmo de um país à beira do abismo, pede-se muito mais do que Coelho está disposto a dar. A sua falta de sensibilidade, humanismo e solidariedade chega a ser aviltante. À pergunta sobre o que pensa dos milhares de crianças que passam fome, responde com um seco “tem que ser!”. Todavia o seu ‘custe o que custar’ e a ideia que rebola na sua cabeça de que os portugueses ainda podem aguentar mais sacrifícios, faz parte da sua teimosia ideológica que o há-de lançar às feras do tempo. E é contraditório com o papel de piegas teso com que julga estar a defender Portugal nesta Europa de um só

comando. Sempre a clamar que não tem folga… e que temos de cumprir todos e todos os compromissos da agiotagem internacional, mesmo entrando em coma progressivo e sem retorno. O seu jeito de líder político honradinho, que não pede nem mais tempo nem mais dinheiro, faz lembrar aquele pai de família que perante a chegada da penúria prefere matar os filhos à fome do que dever dinheiro a um banco. Depois, sem soluções, entra em morte lenta para depois dar um tiro na cabeça. Suicida-se, e com ele leva a família. O primeiro-ministro parece preferir a lógica do perverso mundo do dinheiro e das suas instituições: deram crédito (talvez exagerado) mas havia rendimentos para o pagar a longo prazo. Agora, sem culpa provada, esses proveitos foram sendo retirados e lá vão a casa, o carro, os electrodomésticos. Tudo a eito… na selva que nos domina. Ao país de Coelho acontece o mesmo. Prefere fazer o papel de cumpridor mas está a ficar sem país. Quis ser o oposto de Sócrates, mas é apenas um malquisto que não desarma. E depois acha estranho que lhe peçam a cabeça.

Levantadas do chão

O

Avante! da semana passada chamava à primeira página o 90º aniversário do nascimento de José Saramago e pontuava para essa tarde de 5ª feira uma concentração junto à Embaixada de Israel contra a escalada sionista em Gaza, convocada por iniciativa do Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC). Afloramento poderá ser então o melhor termo que resulte desta conjugação posta à prova, se de imediato passarmos àquilo que Álvaro Cunhal chamou “a lição de 1939-1948”, referindose a um particular momento da história do PCP. Por razões diversas sem contacto com a Internacional Comunista e até à auto-dissolução da mesma em 1943, grassando na Europa a Segunda Guerra Mundial num período em que a ofensiva pertencia ainda e com elevados custos para a Humanidade às hostes nazis (com Franco em Espanha, de complemento), nem por isso o Partido (como que em “contrapartida”) deixava de atingir um auge da sua organização na clandestinidade, com mais de 6 mil mili-

tantes e uma forte iniciativa política com a criação do MUNAF e do MUD, por exemplo (“O Partido com paredes de vidro”). Segundo Cunhal, o PCP aprendia assim, “na vida, que a mobilização, dinamização e correcta aplicação das próprias forças e confiança nas suas próprias potencialidades é a condição essencial do êxito” (primeira lição); e que “a raiz directa e a fonte inesgotável da sua força revolucionária, do seu ideal, da sua inspiração, dos seus quadros, das motivações da sua orientação e da sua acção, dos seus recursos humanos e materiais, é a classe operária, é o povo português” (segunda lição). No quadro de uma conjugação de esforços para a constituição de uma frente anti-imperialista sempre reclamada pelo PCP, a prestação da solidariedade à luta do povo da Palestina de novo ecoa no XIX Congresso do Partido, este fim de semana a decorrer em Almada. Salvaguardadas as devidas distâncias, a abordagem dos acontecimentos naquela região coloca-se ela própria num

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Valdemar Santos* enfrentamento da globalização, esse processo objectivo dos nossos tempos com incontornáveis expressões e incidências mediáticas que fazem com que via satélite sejam passíveis de estar ao nosso lado, todos os dias, todas as horas, os lutadores da Intifada, do arremesso das pedras levantadas do chão como uma das mais exaltantes gestas que conjugam a noção de força e potencialidade com a de fonte e ideal, a primeira página, já lá vão muitos anos, como alguém, isso sim muito recentemente, nos ensinava, da primeira Primavera Árabe - e assim perdurará o deslumbramento, no sentido épico da palavra, da quantidade de crianças e de jovens que pereceram na linha da frente, também porque ali não poderia ser de outra maneira, mesmo que os satélites sejam parcos em mostrar o redor, os grossos muros: sempre e em toda a parte são as massas que fazem a história. Também porque ali nada, absolutamente nada alguma vez foi importado. *Militante do PCP

Actual

Exequibilidade do programa actual está aquém do expectável e poderá penalizar região no próximo quadro de apoio. Península não vê com bons olhos continuar colada a Lisboa, mas não teme futuro. ::::::::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::::::::

A

s verbas disponíveis no próximo quadro comunitário de apoio, de 2014 a 2020, não deverão aumentar face às actuais, mas poderão, em alternativa, diminuir tendo em conta que os níveis de execução actuais «estão longe do expectável inicialmente». O alerta foi deixado por Henrique Soares, presidente da

ADREPES, que apela a que a península «desponte como uma verdadeira região, deixando de querer estar colada a Lisboa». Apesar de o cenário não se mostrar muito animador, o vicepresidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), Rui Garcia, considera que esta «reúne todas as condições para ultrapassar a crise e para promover desenvolvimento». «Instrumentos para isso, pelo menos, nós temos», acrescenta, em alusão ao Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal (PEDEPES). O autarca quer ver reforçado no horizonte do próximo quadro de apoio o tecido produtivo da península, em particular as pequenas e médias empresas. De acordo com Rui Garcia, as verbas disponíveis entre os anos de 2014 e 2020 poderão estar direccionadas para projectos mais imateriais, relacionados com a valorização das pessoas e com a sua capacidade de gerar bem-estar e desenvolvimento económico.

Semmais

QREN pode diminuir na península no quadro 2014-2020

«Não é expectável, desse modo, que uma fatia desses fundos ajudem na construção de grandes investimentos, como a terceira travessia sobre o Tejo, o TGV ou o novo aeroporto em Alcochete», lamenta. Do mesmo modo, o vice-presidente da AMRS não acredita que a região de Setúbal «descole» da de Lisboa, ficando assim sem acesso a algumas linhas de financiamento e sujeita a taxas de comparticipação financeira comunitária inferiores à média nacional. Uma situação que, de resto, se verificou no actual quadro comunitário de apoio e que sempre mereceu duras críticas dos autarcas locais.

A tripla hélice de futuro da região As declarações de Henrique Soares e Rui Garcia foram obtidas à margem do seminário “Empreendedorismo e Desenvolvimento Regional – Península de Setúbal no Horizonte 2020”, que o Instituto Politécnico de Setúbal acolheu na passada semana. O vice-presidente do instituto, Pedro Dominguinhos, falou na necessidade de a região «aproveitar os seus recursos endógenos e de ter serviços públicos de qualidade, bem como empreendedores que coloquem produtos no mercado». «Trata-se de assentar o

desenvolvimento da península numa verdadeira tripla hélice regional», assevera. O seminário do IPS contou com a presença de mais de cem entidades, que trocaram ideias e formularam propostas para o futuro da península em áreas como o sector primário, a indústria, a articulação entre serviços públicos e privados, intervenção social, ambiente e energia, empreendedorismo e coesão e marketing territorial. «Cabe à região desenvolver os caminhos que quer dar ao seu desenvolvimento, sem esperar que as propostas venham de dentro para fora», sublinhou Pedro Dominguinhos.


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é que vamos ao dinheiro para investir?», questiona o dirigente, afirmando que este vai ser um tema na ordem do dia.

costa alentejana, por exemplo, mais de metade da frota (cerca de 400 embarcações) vai desaparecer e a maioria dos pescadores também», diz, alertando que a esmagadora maioria dos seus colegas estão nas mesmas condições. «Com a crise que aí está e com a falta de peixe no mercado tínhamos aqui uma possibilidade de fomentar as nossas pescas, mas ninguém quer saber de nós», lamenta.

Pescadores do distrito atacam preços baixos

OS MAIS de dois mil pescadores do distrito de Setúbal reclamam a criação de um «preço mínimo de garantia» do pescado, consoante as espécies de peixe capturadas, para evitar que os intermediários continuem a «mandar no mercado», conseguindo comprar a preços muito reduzidos e vender ao consumidor final «a peso de ouro». A queixa é apresentada ao Semmais por Joaquim Piló, dirigente do Sindicato Livre dos Pescadores, numa altura em que o sector receia que as novas regras comunitárias projectadas para 2014 a 2020 possam «ferir de morte» a actividade na região. «Não podemos continuar a permitir que os pescadores vendam o peixe muito barato e os consumidores o comprem

na praça por valores tão elevados?, alerta o dirigente sindical, tendo os pescadores solicitado uma reunião ao secretário de Estado das Pescas sobre este assunto, vai para três meses, que ainda não obteve resposta do Governo. Paulo Sarmento, armador e pescador de Sines, garante que «está em causa um grave problema, sobretudo nesta altura de crise e austeridade, que se não tiver solução rápida vai deixar centenas de pescadores sem rendimentos», adianta, dando como exemplo o caso de um quilo de carapau que pode ser vendido por 50 cêntimos aos intermediários e chegar à banca dos mercados «a três ou quatro euros.» Segundo o mesmo empresário, esta situação não está a deixar margem de manobra

aos pescadores. «Temos que resolver este problema antes que não haja negócio para pescadores, intermediários e consumidores. Só quem aqui anda é que sabe como a vida está cara para ir ao mar, com os preços dos combustíveis em valores insuportáveis», justifica, enquanto Joaquim Piló alerta que o Governo «tem de escutar o grito da pesca», assumindo que se chegar a impedir que o preço do pescado baixe só até determinados valores, o «problema estará ultrapassado». Trafaria e Sines na berlinda com nova lei Mas esta é apenas a dificuldade mais premente dos homens do mar na costa entre a Trafaria e Sines, que já olham

Fotos: DR

É uma luta contra os intermediários e com benefício para os consumidores. Os sindicatos do sector ainda receiam as novas regras comunitárias que podem ferir de morte a actividade na região.

com grande apreensão para o aproximar de 2014 e, com ele, a introdução da nova Lei da Pescas, que contempla a compra de novas embarcações e o abate das antigas. Uma medida para vigorar até 2020. Joaquim Piló recorda o estado de descapitalização do sector para afirmar que os pescadores portugueses não vão conseguir responder aos novos desafios. «É verdade que seria bom ter melhores embarcações e melhores acondicionamentos, mas onde

Se abatem frota acaba metade da pesca Para Álvaro Sousa, pescador de Melides, o desaparecimento da frota é o que mais o atormenta, assumindo ter uma pequena e antiga embarcação, onde há 40 anos se faz ao mar. «Discute-se o abate de barcos entre 2014 e 2020. Se fizerem isso na

Roberto Dores

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Investimento de 2,2 milhões dá luz verde a ETAR de Alcácer A TOTALIDADE dos esgotos produzidos em Alcácer do Sal vai passar a ser tratada na nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da cidade, contribuindo para acabar com a poluição no Sado. Adjudicada pela empresa Águas do Alentejo, a empreitada de 2,2 milhões de euros, que implica a remodelação e ampliação da actual ETAR Norte, vai arrancar no mês de Fevereiro, prevendo-se o início da operação para Dezembro de 2013. O presidente da Câmara Municipal de Alcácer considera que, com a nova ETAR e com a regeneração urbana da frente ribeirinha da cidade, estão criadas «condições duplas para melhorar a qualidade de vida da população, cumprindo o seu sonho de ajudar a despoluir o Sado e a dignificar o espaço público». «A primeira coisa que ouvi, desde que estou nesta cidade, é que era preciso tratar do rio, unindo esforços e vontades», lembra Pedro Paredes. A futura ETAR de Alcácer do Sal baseia-se num sistema de lamas activadas em reactor

biológico e a empreitada inclui a construção de órgãos, entre outros, para remoção de gorduras, tratamento biológico por lamas activas, desidratação mecânica e higienização de lamas. O investim e n t o integra-se n o projecto global de desenvolvimento do sistema de saneamento da cidade que inclui também a construção de três estações elevatórias na frente ribeirinha e de uma conduta elevatória destinada a conduzir todo o efluente aí gerado para esta ETAR. O valor total do investimento ascende a 4 milhões de euros. Um salto em frente a nível ambiental Marques Ferreira, presidente do conselho de administração da Águas do Alentejo, também destaca a relevância do projecto do ponto de vista ambiental, subli-

nhando o contributo que este dará «na retirada de efluentes do rio». «Mesmo em altura de crise, estamos a dar um salto em frente e passos seguros nesta questão das ETAR’s, não só em Alcácer do Sal, mas também no resto dos 20 municípios que assinaram em 2009 um contrato de parceria pública com o Estado português», acrescenta. Até 2018, a empresa conta avançar ainda com a remodelação da ETAR do Torrão. A Águas do Alentejo vai assinar na quarta-feira a empreitada de construção da ETAR de Cercal do Alentejo. O sistema público integrado de Águas do Alentejo abrange nove sistemas de abastecimento de água e 21 sistemas de saneamento, para 250 mil habitantes, uma área equivalente a 18 por cento do território nacional. Bruno Cardoso


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Região continua a figurar em terceiro a nível nacional

EMBORA o número de vítimas de violência doméstica no distrito tenha descido comparativamente com anos anteriores, os dados conhecidos esta semana são ainda preocupantes. Este ano morreram duas mulheres e registaram-se cinco tentativas de homicídio o que torna o distrito de Setúbal o terceiro a nível nacional, depois dos distritos de Lisboa e do Porto. Há também um menor número de participações de crimes desta natureza às autoridades, embora o número ainda não esteja contabilizado para o total do ano de 2012. O ano passado a PSP e a GNR do distrito registaram 2282 participações, um número que, comparativamente com 2010 representa, até ao momento, um decréscimo na ordem dos dez por cento. A eventual descida destes números não significa necessariamente uma diminuição da violência doméstica. Esta é pelo menos a leitura feita pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, que admite que, devido à actual situação financeira «muitas mulheres temem não ter alternativas e não conseguirem ser autónomas depois de abandonar o agressor», normalmente o marido ou companheiro.

DR

Menos vítimas de violência doméstica no distrito

A representante da UMAR, Elisabete Brasil, admite que os cortes nos subsídios e a falta de capacidade financeira de algumas mulheres para se estabelecerem sozinhas leva a que muitas «não apresentem queixa e pensem várias vezes antes de tomar a decisão de sair de casa». E acrescenta que a inexistência de respostas sociais para estas mulheres leva muitas vezes a que «suportem anos e anos de violência» em prol de alguma estabilidade para os filhos. E a falta de respostas do Estado para estes casos, bem como a dificuldade de afastar a vítima do agressor e dar-lhe condições de recomeçar do zero, são motivos para que «muitas mulheres não queiram denunciar os abusos de que são vítimas»; salienta Elisabete Brasil.

Justiça mais célere e penas pesadas «Não existe nenhuma pena que faça justiça perante uma morte», diz Elisabete Brasil, sobre a forma como a justiça tem actuado. Apesar disso, a responsável considera que os casos têm sido julgados com alguma celeridade já que a maior parte dos homicidas conhece a sentença em menos de um ano. Quanto às penas aplicadas, em média entre 15 e 20 anos, admite que «face à moldura penal para este tipo de crimes e ao facto do cúmulo jurídico em Portugal ser de 25 anos, os juízes actuam perante aquilo que a lei permite».

Marta David

Caetano Formula cria serviços para clientes empresariais PRO+ é o espaço dedicado a Clientes Empresariais que a Caetano Formula, Concessionário Renault, em Almada, oferece desde o passado dia 15. A apresentação deste serviço decorreu na instalação CAETANO FORMULA de Almada, onde os cerca de 70 convidados tiveram oportunidade de confirmar a excelência da oferta. A partir de agora, os clientes passam a encontrar um espaço de exposição da gama de veículos comerciais Renault assim como de veículos transformados.

Fotos: DR

Publireportagem

Localizado na instalação de Almada, em Monte da Caparica, o espaço PRO+ visa dar resposta às necessidades específicas dos Clientes Empresariais, através de um atendimento exclusivo e personalizado, horários alargados, serviço de recolha e entrega da viatura ao domicilio, serviço de IPO e respostas a pedidos de orçamentos num curto espaço de tempo. Seja qual for a dimensão ou a área do negócio, independentemente de serem proprie-

tários de automóveis ligeiros de passageiros ou de veículos comerciais, o Renault PRO+ e a CAETANO FORMULA proporcionarão sempre a solução que começa na escolha e aconselhamento dos veículos que melhor se adaptam às suas necessidades, passa pela definição dos melhores e mais competitivos produtos financeiros e garante a manutenção e assistência dos veículos, sempre com o atendimento exclusivo e personalizado de conselheiros especializados.

Vítimas na vida e na morte

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Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu através da Resolução 54/134 de 17 de Dezembro de 1999, o dia 25 de Novembro como o Dia Internacional para a Erradicação da Violência Contra as Mulheres. Em Portugal neste dia a forma de violência mais distinguida, pela sua expressão avassaladora na sociedade portuguesa, é a violência doméstica. Este tema, colocado na agenda política pelas ONG’s nas décadas de 80 e 90 do séc.XX, ganhou um novo folego no que concerne à ação mais eficaz do Estado quando em 2000 a violência doméstica passou a ser crime público por aprovação da Assembleia da República. Contudo, esta realidade, que reputo de positiva, traduz-se numa dinâmica que não nos deve descansar e para a qual urge encontrar respostas mais eficazes que evitem como única solução as casas abrigo, quer agilizando mecanismos já existentes como a tele-emergência e as pulseiras eletrónicas, quer encontrando novas formas de proteção para quem rompe com a violência. É necessário e premente

enquadrar legalmente o afastamento imediato do agressor com base na avaliação de risco para a vítima, proposta do Partido Socialista que se encontra na alteração ao Código Penal a debater em breve na Assembleia da República, prevendo a possibilidade de, em 10 dias, ser decidido o afastamento do agressor, a atribuição de uma pensão de alimentos provisória assim como a regulação do poder parental. Mas há ainda o extremo de todo este flagelo, os homicídios por parte de maridos, companheiros e namorados que, ao sentirem que perderam o poder sobre as vítimas, acabam com as suas vidas. Este ano morreram até ao momento 36 mulheres às mãos daqueles com quem, supostamente, tinham relações afetivas. As Mulheres Socialistas aperceberam-se que, perante esta realidade dos homicídios conjugais, uma outra, perversa, intolerável e inaceitável se coloca. Quando a vítima não tem família próxima que intente uma ação para a declaração de indignidade, o homicida torna-

Catarina Marcelino*

se herdeiro da vítima, ficando com a herança, com uma pensão da Segurança Social caso haja direito formado por parte da vítima e ainda com direitos sobre a identidade daquela a quem tirou a vida. Perante este insólito legal, que se verifica por falta de comunicação entre o Tribunal Penal e o Tribunal Cível, torna-se urgente uma alteração á Lei que obrigue a que a pena por homicídio depois de trânsito em julgado seja, sempre, comunicada ao Ministério Público, de modo a que a ação para a declaração de indignidade seja intentada e para que mais nenhum homicida seja herdeiro legal da sua vítima. É urgente olhar para a violência doméstica sob uma dupla perspetiva, das mulheres vítimas que precisam de ser protegidas na vida mas também da sua proteção na morte. Homicidas a serem beneficiados pela morte das suas vítimas é uma realidade que não podemos tolerar por mais um dia que seja. Presidente nacional das Mulheres Socialistas

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Novo centro na Moita

Crise económica pode puxar idosos para primeiro plano

A COORDENADORA do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações considera que a actual crise deve ser encarada como uma «oportunidade» para construir uma sociedade mais amiga dos idosos e deseja ver criada nova legislação «que acabe com as leis preconceituosas actualmente existentes, que fragmentam a realidade portuguesa». Durante a realização de um encontro da plataforma supraconcelhia da península de Setúbal, na Moita, Maria Joaquina Madeira frisou também a necessidade de a sociedade repensar os usos a dar aos equipamentos sociais actualmente existentes, defendendo, em alternativa, a não criação de novos

neste género, face à conjuntura económica que o país atravessa. «Esta crise deve ser vista como um trabalho de parto de uma nova sociedade, que põe em causa muitas coisas consideradas fundamentais até aqui», sublinhou. Vivina Nunes, vereadora na Câmara Municipal da Moita, não estranhou as declarações da coordenadora do ano europeu do envelhecimento activo, mas defendeu a necessidade de o Estado investir mais nesta área, aumentando a comparticipação financeira em novos projectos e revendo os acordos de cooperação já firmados com as diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). A autarca acrescentou que o

aumento do desemprego, aliado à diminuição dos rendimentos, tem trazido dificuldades sociais acrescidas às famílias do município, situação que justificaria a criação de políticas preventivas e de respostas imediatas que colocassem fim a estes casos de vulnerabilidade. Vivina Nunes destacou o cada vez maior envolvimento dos idosos na realidade do município, uma consequência directa das redes de parcerias que se têm estabelecido entre os actores locais e da Universidade Sénior da Moita, que conta com 400 alunos e com aulas descentralizadas no concelho. IPSS enfrentam problemas de tesouraria e salariais

Paralelamente, as IPSS «têm vindo a enfrentar mais dificuldades», à medida que a crise económica se agudiza e asfixia o país. Florindo Paliotes, da União Distrital das IPSS’s, afirma que já existem salários em atraso, bem como a acumulação de pagamentos de facturas em atraso. «É moral do país defender o Estado social», asseverou Florindo Paliotes, no mesmo dia em que Passos Coelho, reafirmou a necessidade de o Estado cortar despesas permanentes avaliadas em pelo menos 4 mil milhões de euros. Por sua vez, a directora do Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal falou na necessidade de fomentar redes de emergência local e apoiar a economia solidária por via da mudança de mentalidades. «Esta rede de solidariedade local e nacional é um desafio de todos e deve contar com todos», reforçou Ana Clara Birrento. Bruno Cardoso

AMI investe 420 mil euros em novo Porta Amiga em Almada A FUNDAÇÃO AMI inaugurou terça-feira, as novas instalações do Centro Porta Amiga de Almada. O investimento ronda os 420 mil euros. A cerimónia foi presidida pela directora do Centro Distrital da Solidariedade e Segurança Social, Ana Clara Birrento, pelo presidente da AMI, Fernando Nobre, e pelo vereador António Matos. O presidente da AMI destacou a necessidade de «construirmos uma sociedade mais activa» e confessou que «embora a AMI esteja a sentir uma quebra de donativos, a Fundação não irá baixar os braços e continuará a agir com determinação no combate à pobreza». Para o presidente da AMI, «estes equipamentos sociais não são centros assistencialistas, mas antes de orientação, acompanhamento e integração social». António Matos considerou a AMI «a voz inconformada e uma referência do ponto de vista institucional pelo trabalho que desenvolve na construção de um Portugal mais humanista e solidário». E salientou ainda

DR

CMM

A Moita vai ter a funcionar na primeira metade do mês de Dezembro um centro de atendimento da segurança social, o primeiro do género naquele concelho. O novo equipamento, que responde a um desejo antigo do município, estará localizado junto da estrada que liga a Moita à Baixa da Banheira e funcionará mediante um sistema de marcação antecipada.

o importante papel que a AMI desenvolve no apoio às pessoas em situação de sem-abrigo no

concelho. Já Ana Clara Birrento reforçou a «necessidade do

Melhorar as respostas sociais A abertura do novo Porta Amiga de Almada justifica-se com a necessidade de melhorar a qualidade das respostas sociais prestadas pela Fundação, substituindo assim a anterior infraestrutura. Desde a sua inauguração, em 1996, que o Porta Amiga de Almada tem

vindo a apoiar um cada vez maior número pessoas em situação de pobreza e exclusão social. No ano em que abriu as portas, esta estrutura atendeu 390 pessoas e, no ano passado, atingiu o valor mais elevado de sempre: 1 688 pessoas.

trabalho em conjunto entre governantes poder local e sociedade civil», classificando o Centro Porta Amiga como «um exemplo de qualificação de trabalho que é possível e importante desenvolver para melhorar as respostas sociais». Esta nova infraestrutura social resulta das sinergias criadas pela AMI entre diversas entidades públicas, privadas e pela solidariedade da sociedade civil. O Porta Amiga de Almada contou, entre outros apoios, com o cofinanciamento público, cerca de 23 por cento, e de diversas empresas. Com uma área de 400 metros quadrados, este equipamento insere-se na estratégia da Fundação AMI de combate à pobreza e à exclusão social. O Porta Amiga de Almada conta com uma equipa multidisciplinar composta por dez técnicos e disponibiliza à população mais carenciada serviços como distribuição alimentar, refeitório, balneário, lavandaria, roupeiro, gabinetes de apoio social, psicológico e de enfermagem.

4 milhões ‘dão’ novo hotel rural a Santiago

CMSC

Encontro sobre Envelhecimento Activo com casa cheia na Moita

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MONTE Xisto Hotel Rural, situado em Vale de Éguas, é o mais recente investimento turístico no concelho de Santiago do Cacém. O hotel, propriedade da Kapageste – Empreendimentos Turísticos, recebeu na semana passada, a visita do presidente da autarquia, Vítor Proença, e do vereador do Turismo, Álvaro Beijinha, que se mostraram agradados com o resultado do investimento de cerca de 4,2 milhões de euros. Os proprietários Ana Cristina Tavares Mota e João Romeiras mostraram aos autarcas o empreendimento que dispõe de 10 quartos duplos e um apartamento T2 e áreas comuns que aliam rusticidade à sofisticação. Cada apartamento tem varanda privada com vista para a piscina exterior. O acesso Wi-Fi é fornecido gratuitamente. Todos os quartos são climatizados, estão decorados com uma cor viva e incluem televisão por satélite e um mini bar. O apartamento possui uma área de estar e jantar espaçosa com uma cozinha totalmente equipada. As casas de banho privadas contêm produtos de higiene pessoal gratuitos. Vítor Proença felicitou os proprietários pelo «bom gosto» do Monte Xisto Hotel Rural, que «tem num ambiente tão acolher que ficamos sem vontade de sair».

Zara Home abre no Forum Montijo O FORUM Montijo conta com mais uma loja de marca diversificando ainda a sua oferta. Trata-se da Zara Home, da Inditex, situada na Praça Redonda, piso 0, e oferece o mais recente design na área da decoração. A Zara Home conta com um grupo de criativos nacionais que desenvolve produtos exclusivos, o que permite apresentar em todas as estações, colecções com base nas últimas tendências de moda de interiores. Nas colecções da Zara Home, 70% é dedicado ao têxtil, acessórios de banho, de cama e de mesa. Os restantes produtos variam entre peças de mobiliário, louças, talheres, e outras curiosidades para a decoração da casa.


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NR 28

ano: 2012 . nr 28 . mês: Novembro . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

Emigração, um mergulho no abismo... O falhanço das políticas anti-crise do governo não tem visto repercussões nas exportações. Não falo nas exportações do ouro que as famílias portuguesas vendem nas lojas de penhores para compensar o facto do fim do salário chegar antes do fim do mês (que têm vindo a baixar expondo a falácia do toque de midas), falo no exportar do melhor que este país tem, os seus recursos humanos. É verdade que a Democracia e o 25 de Abril têm tido problemas em fazer-se cumprir na sua plenitude, mas, algo que é inegável, é que apesar de tudo aquilo que se possa dizer, e dos erros que o Ensino Público possa ter trilhado, chegámos aos dias de hoje com a geração melhor formada de sempre. Estes números são inegáveis! A visão democrática de que o acesso ao ensino deve ser para todos, ofereceu-nos este fabuloso recurso que somos nós mesmos. Conseguimos ir além do país em que o melhor que temos são os afectos e adicionámos à equação o conhecimento e o saber fazer. As lógicas financeiras e os gráficos de Excel de Vitor Gaspar não o conseguem ver, nem nunca o hão-de conseguir. As pessoas não são números, como na recente rábula de Ricardo Araújo Pereira, quando apresenta um número e uma pessoa ao ministro das finanças para que ele perceba a diferença, conclui obviamente que os números não passam fome; eu atrever-me-ia a complementar os números não sonham! Ainda há pouco tempo, tivemos a infelicidade de ler a carta do jovem enfermeiro que emigrava endereçada ao Presidente da República. Pelo silêncio do senhor de Belém ficámos esclarecidos que, tal como o Passos Coelho ou Paulo Portas, não conhece o país onde vive. Num país onde grassa a falta de médicos ou enfermeiros como é possível deixar este jovem e outros como ele saírem? Tanto investimento para jogar fora? Este sim, é o real esbanjamento de dinheiros públicos e das famílias. Passos e Portas, através da oferta de salários baixos, precariedade e desemprego, têm pontapeado para fora de Portugal vários de nós e dos nossos, deixando um cultivo de terra queimada

onde nada floresce, a não ser o futuro de António José Seguro, que espera olhar-se ao espelho, como governante, apesar das ruínas, que serão o que restará à sua volta da passividade e abstenções violentas que realiza. O problema é que o que a realidade nos pinta, consegue ser ainda pior que esta lógica economicista totalmente incompreensível, que, com o tempo, destruirá o estado social e a segurança social. Porque apesar dos papagaios das televisões não o referirem, o sistema é inter-geracional, os que trabalham hoje contribuem para as reformas dos que trabalharam antes. Ou seja, o aumento desmesurado do desemprego afecta-nos a todos e a todas, não só a quem sofre deste estigma. Intrinsecamente ligada a esta problemática, à vista ficam os danos de uma brutalidade tremenda para as famílias, que são separadas, dos afectos e amores que são estilhaçados pela distância, do desespero desta fuga obrigada, que muitas vezes só consegue transferir o local onde passeamos a nossa fome. Tornam-se demasiado comuns as histórias de portugueses transformados em sem-abrigo, que tentaram a sua sorte noutras paragens. Temos de parar já com esta sangria, resgatar as nossas vidas feitas reféns por juros agiotas de uma dívida que não criámos. Nós, as pessoas, valemos muito mais que os lucros da banca e da finança. Não podemos adiar mais a vida com sacrifícios para honrar dívidas que não contraímos. Já nos chega de Jonet ou de Pedro Mota Soares, que mais não fazem que alimentar a miséria, para que esta nunca passe de pobreza. Hoje, porque já vamos tarde, chegou a hora de exigir de volta a nossa vida e os nossos direitos. O direito a viver condignamente na nossa terra, a podermos escolher o lugar onde nascemos para ser felizes, com todos aqueles de outras paragens que o queiram fazer aqui connosco. Porque se as fronteiras são lógicas impostas por governos, o empurrar das gentes contra a sua vontade também o é. Exijamos o direito a emigrar porque queremos, direito a escolher onde queremos ser felizes, seja noutra terra ou na nossa. Quem tem de emigrar é este governo, temos de lhe comprar a passagem, com o devolver da voz ao povo, isso mesmo, nós todos, para que tomemos nas nossas mãos de volta o nosso Presente, o nosso Futuro e o nosso direito a viver. Leonardo Silva Presidente da Prima folia Cooperativa Cultural

Ilustração . www.DinisCarrilho.com

http://jornalosul.hostzi.com / Saiba mais sobre nós em Prima folia Cooperativa Cultural


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Uma justa homenagem aos Pescadores e Marítimos de Setúbal

Jorge Fonseca lançou, há poucos dias, mais um livro. A sua extensa e importantíssima obra, desta feita, incidiu sobre Setúbal. (...) ele gosta O antigo coordenador da Biblioteca e de Setúbal, gosta Arquivo Histórico de de aqui passar Montemor-o-Novo, temporadas com diretor da prestigiapessoas amigas, da revista cultural gosta das gentes Almansor, doutorado em Estudos Portu- e, pasme-se, quis gueses na Universi- ser útil, retribuirdade Nova, investi- lhes de alguma gador do Centro de forma. História da Cultura da FCSH - UNL e autor de incontáveis livros e artigos de referência internacional fez sair, através da editora Colibri, “Setúbal, o Porto e a Comutam estudos importantes, que os sem se tratar de um trabalho de nidade Fluvial e Marítima (1550 há, de autores probos e consencomenda regiamente remune– 1650)”. É raro, muito raro mescienciosos, mas existem obras rado. E é o próprio autor, com mo, um tão aureolado cientista que, numa determinada altura, uma simplicidade desconcerdedicar-se a fazer um estudo refundam a nossa visão de detante, que nos explica porque sobre um local algo excêntrico terminados enigmas – mudam investiu um vintena de anos a face às suas principais linhas de paradigmas. É o caso. Nele, párevolver documentos antigos, investigação, que no caso são a gina a página, linha a compilá-los, a dar escravatura em Portugal, sendo a linha, vemos revesentido ao caos e a um dos representantes naciolar-se toda a enorme ressuscitar toda uma nais do tema junto da UNESCO, o realmente grandeza da Setúbal narrativa totalmente valorizado e que que, altaneira, rivaesquecida – simples- é destacado, Workshops, Aprenda lizava com a cidade mente fê-lo porque é a riqueza a fazer o seu bolo do Porto a segunda ele gosta de Setúproveniente do posição no ranking bal, gosta de aqui personalizado... urbano por tuguês passar temporadas maior capital na era das descocom pessoas amigas, existente, as ber tas e de maior gosta das gentes e, pessoas. grandeza nacional. pasme-se, quis ser Ele, paciente e orútil, retribuir-lhes de ganizadamente explica-nos o alguma forma. porquê dessa pretensão. É certo O livro versa sobre históque essa abastança se alicerçaria económica e social. Desde va na exploração do peixe e do o primordial estudo de Virgínia sal, nos ofícios de cantaria e de Rau sobre o sal de Setúbal, saído Aqui encontra todos os acessórios para fazer o seu Bolo de Sonho construção/reparação naval, há cerca de 50 anos atrás, que tel. 265 238 009 tlm. 962 375 335 todos relativamente simples, não existia nenhum outro que Rª Capitão Tenente Carvalho Araújo, nº 27, r/c Esq. Setúbal porém, o realmente valorizaviesse transformar tanto a nossa do e que é destacado, é a riperceção sobre o passado da Bolo de Sonho Bolo de Sonho queza proveniente do maior cidade. Não digo que não exis-

FOTO DE ANDRÉ JOÃO CORDEIRO

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02 CULTURA

capital existente, as pessoas. As pessoas, a sua capacidade de associação e cooperação em prol do bem comum é o fator que desvenda o mistério desta equação. Há quinhentos anos atrás Setúbal ombreava com o Porto, a partir de produtos básicos e ofícios simples que tem vindo a destruir. Recentemente, um estudo da DECO presenteava Setúbal com a última posição no ranking urbano do país. Ler “Setúbal, o Porto e a Comunidade Fluvial e Marítima (1550 – 1650)” revela-se, consequentemente, não apenas uma leitura educativa para conhecer o passado, mas como uma obra de fundamental inspiração e instrução para aqueles que procuram voltar a fazer de Setúbal um local onde viver não é apenas possível, mas igualmente apetecível. Fica, então, uma útil sugestão para o Natal. José Luís Neto Subdirector do jornal O Sul


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NA VIGIA 03 Dar um bom uso à farmácia familiar (ou o armário dos medicamentos) Esta restrição sugere que se fale Convém esclarecer, antes de um pouco mais sobre o que é e mais, que não existe uma farmácia como atua o medicamento. ideal, padronizada para toda a faO medicamento é um produto mília. É verdade que há conteúdos que contém uma substância atide referência como sejam alguns va que permite tratar, cuidar, alimedicamentos para a febre e doviar ou prevenir. Ele trata e cuida res, utilizados em automedicação, quando destrói micróbios, corrige e utensílios como um termómetro, um mau funcionamento (caso da bem como artigos de primeiros diabetes) e compensa uma carênsocorros como compressas escia (caso do comprimido de ferro terilizadas, pensos, ligaduras e contra a anemia). O medicamenadesivos. A restante composito alivia quando luta ção fica dependente contra a dor e alivia da natureza do agreEsta farmácia certos sintomas (caso gado familiar e da da febre), ele previne existência, ou não, familiar não se quando tem por obde doenças crónicas substitui à presjetivo evitar certas ou de tratamentos crição do médico doenças (é o caso prolongados. nem ao aconda vacina contra a Isto para subli- selhamento gripe). nhar que a farmácia farmacêutico E como atuam os ou armário dos medimedicamentos? Eles camentos está desticirculam no corpo no sistema nada a guardar os medicamentos sanguíneo. A sua ação não se cirprescritos, os medicamentos e oucunscreve a um órgão específico, tros produtos aconselhados pelo tem repercussões no conjunto do farmacêutico bem como os tais organismo. Uma vez absorvidos, produtos usados numa emergênos medicamentos são transforcia. Esta farmácia familiar não se mados pelo fígado e eliminados substitui à prescrição do médico pelos rins, a respiração, o suor e nem ao aconselhamento farmamesmo pelas unhas. Os medicacêutico, o facto de se ter medicamentos atuam consoante o seu mentos ao alcance da mão não modo de administração: pela boca deve ser interpretado como se o (administração oral), pela pele medicamento fosse um produto (administração cutânea), pelo como os outros, não, o medicaânus (administração rectal), pela mento ou é prescrito pelo médico respiração (caso dos aerossóis) e ou indicado pelo farmacêutico, pela injeção. tem que se tratado com muito Vamos regressar aos conrespeito e ter um uso racional. PUBLICIDADE

OPEN SOURCE

teúdos da farmácia familiar. insectos, contra as queimaduNão há padronização possível ras ou entorses…), do material porque o conteúdo tem a ver diverso e que tem a ver com a com a idade de quem toma mechamada parafarmácia e o estojo dicamentos, se há pessoas com de primeiros-socorros. doença crónica, enfim, cada um Os medicamentos postos no tem necessidades diferentes em armário precisam de ser escrumedicamentos e em cuidados de tinados regularmente, há que saúde. Esta farmácia os conservar na sua familiar não é um embalagem de ori(...) há armazém de medicagem, ler sempre o mentos. É certo que produtos a que folheto informativo todas as opiniões se deve barrar a e, acima de tudo, esrecomendam pro- entrar no armátar consciente de que dutos como o ter- rio de farmácia. a nossa saúde tammómetro, tesoura, Estão neste caso: bém depende da boa material essencial utilização dos mediprodutos de para os primeiroscamentos, o mesmo socorros, incluindo limpeza doméstica, é dizer que estamos um desinfetante ou cosméticos e todos sempre dependenp o m a d a s n o c a s o aqueles que tes do bom medicamento (conservado de um entorse ou não tenham em boas condições contusão. Há medi- qualquer relação e dentro do prazo de camentos com prazo com validade), tomado de de validade bastante forma personalizada reduzido, caso das os cuidados (por que cada é um vacinas, a insulina, médicos caso, a toma do megotas para os olhos, dicamento está dependente do certos xaropes, é indispensáestado de saúde geral, do peso, vel estar atento ao seu modo de idade, sexo, hábitos de vida, etc.), conservação e validade. tomado na hora certa, na dose Organizar a farmácia familiar correta e no modo indicado. é, pois, uma das nossas obrigaPelo menos uma vez por ano, ções. Separar medicamentos de convém levar os medicamentos uso interno (analgésicos, antipique estão na farmácia familiar e réticos, xaropes para a tosse…), mostrá-los ao farmacêutico. Se dos medicamentos para uso exestiverem fora da validade, vão terno (caso dos desinfetantes, para a Valormed, que é a entidade produtos para as picadas dos

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que trata os resíduos medicamentosos. Passe em revista com o profissional de saúde quais os medicamentos e produtos que devem estar lá guardados. Por exemplo, há quem advogue em inclusão de álcool a 70º, antialérgicos, água oxigenada, medicamentos para os vómitos, um laxante suave e um produto para gargarejar. Insista-se que a organização do armário é um factor essencial para que não haja acidentes, pelo que se sugere o seguinte: os medicamentos prescritos pelo médico devem estar claramente separados dos restantes; os medicamentos para adultos devem estar separados dos das crianças. E atenção, há produtos a que se deve barrar a entrar no armário de farmácia. Estão neste caso: produtos de limpeza doméstica, cosméticos e todos aqueles que não tenham qualquer relação com os cuidados médicos; e, claro está, os restos de medicamentos prescritos em tratamentos anteriores. Por último, sugere-se que na porta do armário deva ser colocada uma lista de números de telefone a utilizar em caso de emergência (médico, farmácia, polícia, centro antivenenos, hospital mais próximo, centro de enfermagem. Beja Santos Docente Universitário


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Palestina: "Nós sabemos!" disparadas pelos militares israelitas contra jovens que jogavam futebol. Além disso, 52 civis foram feridos, seis dos quais eram mulheres e 12 crianças. (Desde que este texto começou a ser escrito, o número de mortos palestinianos subiu, e continua a aumentar.) Artigos que relatam os assassinatos concentram-se esmagadoramente na morte de seguranças palestinianos. Por exemplo, um artigo da Associated Press publicado no CBC em 13 de Enquanto países na Europa e Novembro, intitulado Israel estuda América do Norte relembravam as retoma dos assassinatos de militantes baixas militares das guerras presende Gaza, não menciona absolutamentes e passadas, em 11 de Novembro, te nada de civis mortos e feridos. Ele Israel estava a alvejar civis. Em 12 de retrata as mortes como alvos “assasNovembro, leitores que acordavam sinados”. O facto de que as mortes para uma nova semana tiveram já ao tenham sido, na imensa pequeno almoço o comaioria, de civis, mostra ração dilacerado pelos Israel conque Israel não está tão incontáveis relatos das empenhado em “alvos” baixas militares pas- tinua os seus quanto em assassinatos sadas e presentes. Não crimes contra a “colectivos”. Assim, mais havia, porém, nenhu- humanidade com uma vez, comete o crima ou quase nenhuma a aquiescência me de punição colectiva. menção ao facto de que plena e apoio Outra notícia de AP na a maioria das baixas financeiro, militar CBC de 12 de Novemdas guerras modernas bro diz que os rockets de hoje são civis. Era e moral dos de Gaza aumentam a também difícil alguma nossos governos, pressão sobre o governo menção, nessa manhã de Israel. Traz a foto de uma mulher de 12 de Novembro, aos ataques miisraelita a olhar para um buraco no litares à Gaza, que continuaram pelo tecto da sua sala. Novamente, não há final de semana. Um exame superficial imagens, nem menção às numerosas comprova isso na CBC do Canada, vítimas sangrando ou cadáveres em Globe and mail, na Gazette de MonGaza. Na mesma linha, a manchete treal e na Toronto Star. A mesma coisa da BBC diz que Israel é atingido por em New York Times e na BBC rajadas de rockets vindos de Gaza. A De acordo com o relato do Cenmesma tendência pode ser vista nos tro Palestiniano para os Direitos Hugrandes jornais da Europa. manos (PCHR, pela sigla em inglês) A maioria esmagadora das node domingo, 11 de Novembro, cinco tícias enfatiza que os rockets foram palestinianos, entre eles três crianlançados de Gaza, nenhum dos quais ças, foram assassinados na Faixa de causaram vítimas humanas. O que Gaza, nas 72 horas anteriores, além de não está em foco são os bombardedois seguranças. Quatro das mortes amentos sobre Gaza, que resultaram resultaram das granadas de artilharia Carta Aberta [Em Português do Brasil] Linguistas denunciam a manipulação do noticiário pela grande imprensa para camuflar o massacre do povo palestino, apelam a jornalistas para que não sirvam de joguetes e para que as pessoas se informem pelos média independentes. Entre os signatários, Noam Chomsky

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Propriedade e editor: Prima Folia • Cooperativa Cultural, CRL / Morada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal

/ Telefone: 963 683 791 • 969 791 335 / NIF: 508254418 / Director: António Serzedelo / Subdirector: José Luís Neto • Leonardo da Silva / Consultores Especiais: Fernando Dacosta •

DIREITOS RESERVADOS

NOV 2012

04 NA VIGIA

em numerosas vítimas graves e fatais. indiscriminados sobre vários alvos Não é preciso ser um especialista em na densamente povoada Faixa de ciências da comunicação para enGaza . A intenção clara é de atertender que estamos, na melhor das rorizar a população, e com sucesso, hipóteses, diante de relatos distorcomo podemos verificar a partir de cidos e de má qualidade e, na pior, relatos dos nossos amigos. Se não de manipulação propositadamente fosse através dos posts no Facebook, desonesta. não estaríamos conscientes do grau Além disso, os artigos que se rede terror sentido pelos simples civis ferem às vítimas palestinianas em palestinianos em Gaza. Isto conGaza relatam consistentemente que trasta totalmente com a consciência as operações israelitas se dão em resmundial sobre cidadãos israelitas posta ao lançamento de chocados e aterrorirockets a partir de Gaza zados Não é preciso e à lesão de soldados O trecho de um israelitas. No entanto, a ser um especialista relato enviado por um cronologia dos eventos em ciências da médico canadiano do recente surto come- comunicação que esteva em Gaza, servindo no hospital çou em 5 de Novembro, para entender Shifa ER no final de sequando um inocente, que estamos, na mana, diz: “ os feridos aparentemente mentaleram todos civis, com mente incapaz, homem melhor das várias perfurações por de 20 anos, Ahmad al- hipóteses, diante estilhaços: lesões cereNabaheen, foi baleado de relatos distorbrais, lesões no pescoço, quando passeava perto cidos e de má hemo-pneumotórax, da fronteira. Os médicos qualidade tamponamento cartiveram que esperar seis e, na pior, de díaco, rotura do baço, horas até serem autoriperfurações intestizados a ir buscá-lo. Eles manipulação nais, membros estrasuspeitam que o ho- propositadamente çalhados, amputações mem pode ter morrido desonesta. traumáticas. Tudo isso por causa desse atraso. sem monitores, poucos estetoscópios, Depois, em 8 de Novembro, um meuma máquina de ultra-som. Muitas nino de 13 anos que jogava futebol em pessoas com ferimentos graves, mas frente de sua casa foi morto por fogo sem a vida ameaçada foram mandado IOF (força de ocupação israelita), das para casa para ser reavaliadas na que chegou ao território de Gaza com parte da manhã, devido ao grande tanques e helicópteros. O ferimento de volume de baixas. Os ferimentos quatro soldados israelitas na fronteira por estilhaços penetrantes eram asem 10 de Novembro, portanto, já era sustadores. Pequenas feridas com parte de uma cadeia de eventos que grandes ferimentos internos. Havia começou quando os civis de Gaza muito pouca Morfina para analgesia.” foram mortos. Aparentemente, tais cenas não Nós, os signatários, voltámos resão interessantes para o New York centemente de uma visita à Faixa de Times, a CBC, ou a BBC. Gaza. Alguns de nós estamos agora Preconceito e desonestidade com ligados aos palestinianos que vivem relação à opressão dos palestiniaem Gaza através dos média sociais. nos não é nada de novo nos média Por duas noites seguidas, palestiniaocidentais e tem sido amplamente nos em Gaza foram impedidos de documentado. No entanto, Israel condormir pela movimentação contínua tinua os seus crimes contra a humade drones, F16, e bombardeamentos

Raul Tavares / Conselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Maria Madalena Fialho • Paulo Cardoso / Director Artístico:

Dinis Carrilho / Consultor Artístico: Leonardo Silva / Morada da Redacção: Rua Fran Pacheco nº 176 1ª 2900-374 Setúbal / Email: Jornalosul@gmail.com / Registo ERC: 125830 / Deposito Legal:

nidade com a aquiescência plena e apoio financeiro, militar e moral dos nossos governos, os EUA, o Canadá e a União Europeia. Netanyahu está a ganhar apoio diplomático ocidental para operações adicionais em Gaza, que nos fazem temer que outro Cast Lead esteja no horizonte. Na verdade, os mais acontecimentos são a confirmação de que tal escalada já começou, como a contabilização das mortes de hoje que aumenta. A falta generalizada de indignação pública a estes crimes é uma consequência directa do modo sistemático em que os fatos são retidos e/ou da maneira distorcida com que esses crimes são retratados. Queremos expressar a nossa indignação com a cobertura repreensível desses actos pelos média mainstream. Apelamos aos jornalistas de todo o mundo que trabalham nesses média que se recusem a servir de instrumentos dessa política sistemática de camuflagem. Apelamos aos cidadãos para que se informem através de meios de comunicação independentes, e exprimam a sua consciência por qualquer meio que lhes seja acessível. Texto divulgado a 15 de Novembro de 2012 por ciranda.net Hagit Borer, linguist, Queen Mary University of London (UK) Antoine Bustros, composer and writer, Montreal (Canada) Noam Chomsky, linguist, Massachussetts Institute of Technology, US David Heap, linguist, University of Western Ontario (Canada) Stephanie Kelly, linguist, University of Western Ontario (Canada) Máire Noonan, linguist, McGill University (Canada) Philippe Prévost, linguist, University of Tours (France) Verena Stresing, biochemist, University of Nantes (France) Laurie Tuller, linguist, University of Tours (France) 305788/10 /Periocidade: Mensal / Tiragem: 45.000 exemplares / Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA - Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro


Sรกbado | 1.Dez.2012

Pub.

www.semmaisjornal.com

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Sábado | 1.Dez.2012

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+ Negócios

Arrendamento dispara na região com evolução da crise

DR

Operações representam 60% do mercado imobiliário residencial na região. Além da dinamização do mercado e da desburocratização, a câmara de Setúbal fala na necessidade de investir na reabilitação urbana e pede mais fundos. ::::::::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::::::::

O

número de operações de arrendamento ocupa já 60 por cento da totalidade das operações no mercado imobiliário residencial da região. Quase 4 mil imóveis estão por arrendar no distrito, a grande maioria em Almada. Os números, divulgados ao Semmais pelo CEO da Century 21, têm vindo a subir desde o início de 2012 e estão em linha com a realidade do resto do país, asfixiada actualmente pela crise e pelas restrições no acesso ao crédito à habitação. Durante a realização de um encontro em Setúbal sobre a nova lei do arrendamento, Ricardo Miguel Sousa considerou importante aprofundar a discussão em torno da estabilização do mercado residencial nacional, salientando a necessidade de o dinamizar, captar investidores e desburocratizar. De acordo com o administrador da Century 21, são os jovens e as famílias carenciadas, um pouco por todo o distrito, que procuram arrendar em vez de comprar. «Não faz sentido Portugal ter a maior taxa de jovens proprietários do mundo, embora esta geração, que procura mais mobilidade, possa vir a mudar isso porque não quer ter uma hipoteca de décadas às costas», frisou. Ricardo Miguel Sousa acredita também que o país poderá seguir o exemplo dos Estados Unidos que, em três anos, inverteu a tendência que se verificava a nível do seu mercado imobiliário residencial, com as operações de

arrendamento a ultrapassarem agora as de compra e venda. E as realidades entre os dois países, acrescentou, «são, em quase tudo, parecidas». O preço médio dos arrendamentos também tem baixado: ronda, nos dias de hoje, pouco mais de 300 euros, menos duzentos euros do que em 2011. Aposta na Reabilitação urbana Consciente desta realidade, a presidente da Câmara Municipal de Setúbal voltou a frisar a importância de investir na reabilitação urbana, considerando essencial que uma substancial parte dos recursos seja afectada a esta área no próximo quadro comunitário de apoio (2014-2020). Maria das Dores Meira referiu que essa opção estratégica está a nortear o processo em curso de revisão do Plano Director Municipal, tendo já sido constituída, em simultâneo, uma equipa que ultima as

propostas de delimitação das áreas de reabilitação urbana de Setúbal e Azeitão, para que seja «proporcionado aos proprietários um conjunto de incentivos na área fiscal e reduções nas taxas administrativas, além de apoio técnico e administrativo». «Para que esta intervenção ganhe escala estamos a equacionar a participação da câmara municipal num fundo imobiliário vocacionado para a reabilitação urbana, embora seja necessário que se disponibilizem mais apoios aos proprietários e que se criem programas de apoio financeiro à reabilitação urbana, dado que o programa Jessica é claramente insuficiente», frisou. Dores Meira recordou também o investimento significativo feito na regeneração do centro histórico setubalense e na frente ribeirinha, bem como na recuperação e criação de diversos equipamentos, como a Casa da Baía, a Casa da Cultura ou o Convento de Jesus.

As «desigualdades» a ultrapassar Segundo os dados do Censos 2011, existiam nessa altura aproximadamente 450 mil casas sobrelotadas em todo o país, embora o número de habitações vazias fosse bem superior: a rondar as 735 mil. Os dois números, relembrados pela presidente da autarquia de Setúbal, denunciam as desigualdades sociais existentes em Portugal e ajudam a explicar, ainda que parcialmente, a crise no imobiliário. «Seguramente, não será pelo caminho do

desinvestimento sistemático, do brutal confisco fiscal às famílias e da austeridade cega que conseguiremos dar os passos necessários para vencer essa crise», afirmava, para logo a seguir acrescentar que, na Área Metropolitana de Lisboa, o número de fogos criados por ano em construção nova passou de 16 mil, em 2008, para 8 mil em 2010, enquanto o número de fogos reabilitados nos mesmos anos passou de 4 para 6 mil.

Herdade da Comporta lança três novos vinhos A HERDADE da Comporta (HC) acaba de lançar no mercado três novos vinhos que prometem surpreender os apreciadores mais exigentes. Trata-se do vinho tinto “Comporta”, uma edição especial com número limitado de garrafas que resulta da colheita especial de 2009, o vinho “Parus Tinto”, de 2010, e o vinho “Parus Branco”, de 2011. Quase 10 anos depois do lançamento do seu primeiro vinho, a Herdade da Comporta lança a nova marca “Comporta”, que se vem juntar às insígnias “Herdade da Comporta”, “Parus” e “Chão das Rolas”. O novo vinho dirige-se a um segmento ‘premium’ e resulta de uma colheita especial, de 2009, que tem sido aprimorada ao longo dos anos, dando origem a uma edição limitada de 3 280 garrafas. O vinho “Comporta” é um monocasta, cem por cento Alicante Bouschet, que apresenta um aroma intenso a frutos silvestres muito maduros. De cor granada profunda, revela-se um vinho denso, estruturado e com um ligeiro acídulo que lhe conferem características distintivas e contribuem para o final de boca prolongado e persistente, mantendo contudo uma apreciável macieza. Apresentando uma cor granada vivo, tem um aroma fino e complexo

onde se entrelaçam os aromas da fruta muito madura com as notas de madeira, sem contudo se sobreporem. A nível de sabor, revela um certo corpo e uma estrutura a que o ligeiro acídulo e os taninos firmes emprestam um equilíbrio e uma harmonia que o destacam do conjunto de vinhos produzidos pela HC. O “Parus Branco” é um monocasta, com aroma elegante e fino com notas suaves de limão e ananás pouco maduros. De sabor delicado, apresenta uma estrutura em que perdura a suavidade a par de um ligeiro acídulo, com um final de boca harmonioso e persistente, confirmando a sensação aromática. Para Carlos Veiga, administrador da HC, «o lançamento da edição especial “Comporta” resulta da capacidade de inovação que o projecto vitivinícola da HC desde sempre tem revelado e que tem sido distinguida a nível nacional e internacional». «Estamos confiantes que este novo vinho, assim como o novo “Parus Tinto”, serão bem recebidos pelos apreciadores, profissionais e críticos do sector, confirmando a trajectória de sucesso que a Herdade da Comporta iniciou em 2001, quando lançou este projecto, que alia a tradição à sofisticação», conclui Carlos Veiga.

Porto de Sines no Congresso das Comunicações

Portucel em feira italiana

A ADMINISTRAÇÃO do Porto de Sines (APS) marcou presença no 22º Congresso das Comunicações da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, que decorreu em Lisboa. João Franco, administrador da APS, foi um dos oradores do painel “As TIC e o Mar”, num certame cujo tema central foi “Um Mar de Oportunidades”. O dirigente da APS apresentou a plataforma como um porto moderno e simplificado onde a aposta nos sistemas de informação tem vindo a pautar a excelência dos serviços prestados, contribuindo para o incremento da produtividade operacional da infra-estrutura. Para a administração portuária, num mundo cada vez mais globalizado, onde cerca de 90 por cento do comércio mundial é realizado por via marítima, «urge repensar o papel» de Portugal no sector marítimo, «beneficiando da sua posição privilegiada e assumindo o mar como um verdadeiro desígnio nacional».

O GRUPO Portucel Soporcel, maior produtor europeu de papéis finos de impressão e de escrita não revestidos, marcou novamente presença na 17.ª Big Buyer, uma das mais importantes feiras de material de escritório e estacionário, que decorreu na cidade italiana de Bolonha, entre 21 e 23 deste mês. Ao longo dos três dias do evento, a Portucel Soporcel promoveu as suas marcas Premium – Navigator, Pioneer, Inacopia, Explorer e Target – cuja reconhecida qualidade é fruto da forte aposta do grupo neste segmento. Estiveram ainda presentes as marcas Start e Discovery, a segunda marca de papel de escritório mais vendida em Itália. Em 2011, o grupo reforçou fortemente as vendas das suas marcas, com crescimento de dois dígitos em todas as regiões do mundo. Navigator registou, neste período, um aumento de 6 por cento no seu volume de vendas.


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Maiores Empresas do distrito de Setúbal

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Operação 500 Maiores Empresas do Distrito foi um êxito

A EDIÇÃO da semana passada dedicada em exclusivo às 500 Maiores Empresas do Distrito de Setúbal foi um êxito. O trabalho em parceria elaborado pela Unidade de Apoio à Inovação, Investigação&Empreendedorismo da Escola Superior de Ciências Empresariais do IPS foi amplamente reconhecido por diversas instituições e empresas que operam na região. Decidimos dar ênfase às primeiras e mais relevantes 50 empresas dos rankings tratados, que espelham a forma do universo empresarial da região. E aproveitamos para republicar, com o devido pedido de desculpa, o texto da presidente da Câmara de Setúbal, Dores Meira, que por lapso saiu amputado.

A voz dos autarcas

Dores Meira, Pres. C.M. de Setúbal Os empresários do concelho estão a sofrer da mesma forma que os empresários do resto país com a crise que nos assola, mas, acima de tudo, com as políticas erradas que têm vindo a ser seguidas pela Governo. Apesar de, em Setúbal, estarmos a assistir a alguns investimentos que contrariam este ciclo, como é o caso da Decathlon, que deverá ser inaugurada nos próximos dias, ou do arranque das obras do novo centro comercial Allegro, a recessão, a quebra da procura interna está a afetar de forma gravíssima as pequenas e médias empresas que são, afinal, o “cimento” principal da economia nacional. A não ser invertido este caminho de austeridade cega, os nossos empresários vão ainda sofrer mais. Recuso-me a aceitar que este A nossa localização estratégica é um fator de competitividade que tem até atraído mais iniciativas empresariais, mas o clima global não ajuda a que a competitividade se reforce. Não será, certamente, à custa de um modelo de desvalori-

zação salarial que vamos ganhar competitividade, e isso é o que tem vindo a ser sistematicamente imposto. Há, porém, aspetos positivos. Consideramos que a abertura da Escola de Hotelaria de Setúbal nas instalações do antigo Quartel do Onze, adquiridas para o efeito pela autarquia, será um fator determinante para melhorar a qualidade e a competitividade do setor da hotelaria e turismo da região. Esta escola corresponde, aliás, a um desígnio estratégico que estabelecemos ao priorizar o desenvolvimento e promoção turística de Setúbal, o que estamos, aliás, a fazer com alguma intensidade. A Câmara Municipal disponibiliza apoio a todas as empresas que aqui se queiram instalar e agiliza esses processos. Temos vindo, além disso, a criar uma série de condições fundamentais, no contexto das nossas competências, para que haja no nosso concelho mais investimento, mais iniciativas empresariais. Um bom exemplo disso é a recentemente aberta avenida José Saramago, que serve de via de ligação entre a autoestrada e a cidade e uma das mais importantes zonas de indústria ligeira do concelho.

Porto de Setúbal discute logística para responder melhor a novo ciclo económico quando falava das oportunidades do porto setubalense. O ponto de vista dos operadores

APSS

O PRESIDENTE do conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) considera que o «período conturbado, que se faz sentir no país a nível económico e social», é a altura certa para que os portos, os operadores logísticos, as escolas e toda a região tenham «uma postura pró-activa na discussão de ideias sobre o futuro», de modo a preparála para um novo ciclo económico que se avizinha. Durante a realização de uma conferência sobre logística e distribuição, Carlos Gouveia Lopes reafirmou a competitividade do porto de Setúbal e o peso que este tem na descolagem das exportações, mas foi parco em palavras relativamente à greve dos estivadores. O presidente da APSS recordou que o porto de Setúbal tem já efeitos de 10,7 mil milhões de euros na economia e 2,3 mil milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto, gerando, directa ou indirectamente, aproxi-

madamente 33,3 mil postos de trabalho, o equivalente a 0,66 por cento da população activa nacional. «São números que pesam, especialmente numa altura em que a logística ganhou relevo económico, embora tenha de ultrapassar diversos problemas, nomeadamente a nível ambiental, para abraçar um desenvolvimento cada vez mais sustentado», reafirmou.

Frederico Spranger, da Comunidade Portuária de Setúbal, recordou também que se geram 577 euros de negócios na economia por cada um euro de taxa da APSS. «Este é um porto com uma grande capacidade de expansão, tem bons canais de navegação, permite o desenvolvimento do tráfego de contentores, além de ter grande potencial a nível do transporte marítimo», afirmou,

Mas o director de logística da Portucel lembrou que há problemas por resolver para que essa competitividade seja alcançada. Gonçalo Vieira sublinhou a necessidade de ver agilizado o actual modelo de governança dos portos, em paralelo com a redução das rendas fixas e com as reformas que são necessárias fazer ao nível da legislação. «Entre 2008 e 2012 o porto de Setúbal cresceu 29,3 por cento, mas a Portucel cresceu bem mais, quase 83 por cento», asseverou Gonçalo Vieira. O número demonstra bem a razão pela qual a Portucel pesa já quase 20 por cento das exportações totais realizadas através do porto setubalense. Desde a nova máquina de papel,

o volume de carga da Portucel movimentado nos portos cresceu de forma sustentada, muito à custa também do «desenvolvimento de diversas auto-estradas do mar, desde Setúbal e Figueira da Foz». «Somos, provavelmente, o maior exportador de carga contentorizada a nível nacional e, quiçá, a nível ibérico», lembrou. Por outro lado, a directora do centro logístico da Decathlon em Setúbal, Arlete Santos, recordou também que a escolha da actual localização teve em consideração todas as actuais acessibilidades da península, motivos que poderão gerar futuramente mais competitividade e satisfação junto dos clientes. «Na prática, procuramos uma cadeia de abastecimento flexível, competitiva e com capacidade de dar resposta aos desafios de um mundo cada vez mais globalizado», disse. Bruno Cardoso


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Política

::::::::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::::::::

A

Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) considera que o pacote legislativo incluído no Orçamento de Estado para 2013 «roça o absurdo», tendo como consequência directa «o empobrecimento da autonomia e do poder local, além de colocar em causa o serviço público municipal prestado às populações». Alfredo Monteiro, presidente da AMRS, acrescenta que estas medidas asfixiarão as autarquias, «fazendo-as regredir duas décadas e meia». Além de reafirmar o repúdio perante a «famigerada» Lei dos Compromissos, que «promove a paralisia municipal», e a retenção de 5 por cento IMI para a avaliação geral dos prédios urbanos, o autarca não esquece também a proposta de lei do regime jurídico das autarquias locais e do estatuto das entidades intermunicipais, assim como o estatuto do pessoal dirigente. «A primeira não respeita o princípio básico de

PDM’s não podem esperar pelo PROT-AML

que a cooperação intermunicipal é um acto livre e voluntário dos municípios, enquanto a segunda é inconcebível, porque tem subjacente uma clara violação do princípio constitucional da autonomia do poder local», assevera. Alfredo Monteiro não esquece, do mesmo modo, a proposta de Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, que, no distrito, tal como o Semmais avançou em primeira mão, limpa do mapa 27 freguesias. «É impensável ficarmos com menos freguesias do que o concelho de Barcelos», afirma o autarca, que já pondera levar esta luta até aos tribunais. A utilização do aumento da receita do IMI na redução do endividamento de médio e longo prazo do país, a reposição de um subsídio aos trabalhadores em funções públicas, bem como o aumento de 33 por cento do valor da contribuição para a Caixa Geral de Aposentações mereceram igualmente duras críticas do autarca.

Alfredo Monteiro considerou que a revisão dos planos directores municipais deve ser concluída tão breve quanto possível, mesmo não estando em consonância com a nova revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, que deixará de fora investimentos Menos 200 milhões para os municípios Alfredo Monteiro lamenta, do mesmo modo, que o Governo afirme que as transferências para os municípios não diminuirão no próximo ano. Segundo o autarca, as novas medidas, que mexem directamente com a questão relacionada com a CGA, bem como com a manutenção do IVA a 23 por cento, por exemplo nas refeições escolares, deitam por terra «essa forma habilidosa de o Governo dizer

como a terceira travessia sobre o Tejo, o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa, a construir no campo de tiro de Alcochete. «Em causa pode estar mais uma década de paragens e o abandono da nossa visão para este território, assente na base produtiva da região», acrescenta. que o valor se mantém o mesmo relativamente a 2012». As autarquias, segundo estimativas dadas a conhecer pelo também presidente da Câmara Municipal do Seixal, apontam para uma quebra de 200 milhões de euros nos seus cofres em 2013, um valor que não tem em conta a problemática em torno do IMI. A falta de informação relativa à receita fiscal, nos casos em que a liquidação e cobrança dos impostos municipais são asseguradas pelos serviços da Administração Central, também não foi deixada de lado.

Adriano Moreira engrossa fileira do “Café Com…” com 90 anos de vida. «O professor encantou todos os presentes, com uma lição de história, fazendo o enquadramento da crise portuguesa no mundo, o papel da Europa no actual contexto mundial e as causas da crise e como sair dela», explicou o dinamizador da iniciativa. Memórias de Adriano com Luís Sá do PCP Desafiado pelo anfitrião, Adriano Moreira contou uma «história enternecedora» da sua relação com o PCP, nomeadamente com o falecido dirigente comunista Luís Sá. O nome deste (Luís Sá) havia sido vetado pela Universidade para dar aulas, numa

DR

ADRIANO Moreira engrossou, esta terça-feira, o grupo de personalidades que já passaram pelo “Café Com…”, uma iniciativa lançada pelo vereador social-democrata do Seixal, Paulo Edson Cunha. Marques Mendes, António Capucho, Carmona Rodrigues ou os secretários de Estado do Desporto e Juventude e das Comunidades Portuguesas também já ‘beberam café’ com o autarca, cuja pretensão é «discutir informalmente e de forma não habitual as grandes questões nacionais e os seus impactos regionais e locais», como sublinhou ao Semmais. E a participação do histórico dirigente do CDS-PP foi uma lufada de ar fresco, apesar de contar com já

renhida votação de nove contra oito votos a favor. Desconfiando de se tratar de motivações políticas, por o seu aluno ser do PCP, o professor indignou-se e levou-o para a Universidade Aberta. «È uma prova do grande calibre desta figura nacional. E sobre este

episódio recebeu uma carta de agradecimento da mãe do Dr. Luís Sá, que lhe terá pedido para nunca a mostrar ao filho. Quando este faleceu decidiu entregá-la à viúva, a actual presidente da Câmara de Palmela (Ana Teresa Vicente», recontou Paulo Edson Cunha.

Deputados do PS exigem cuidados continuados no distrito UM CONJUNTO de deputado socialistas, entre os quais a deputada Eurídice Pereira, eleita pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, exigem que o Governo promova a abertura e funcionamento das Unidades de Cuidados Continuados já concluídas ou em fase de conclusão, a partir do início de 2013. Os eleitos apresentaram um Projecto de Resolução onde apresentam todo o enquadramento que justifica não haver nenhum recuo nesta matéria. «No caso do distrito de Setúbal”, menciona a deputada Eurídice Pereira, «estão identificados cerca de 160 mil pessoas com 65 ou mais anos, o que representa 18 por cento da população da região». Os deputados socialistas recomendam ao Governo que, com carácter de urgência, promova as diligências necessárias para assegurar, a partir do início de 2013, a abertura e funcionamento das Unidades de Cuidados Continuados já concluídas ou cuja conclusão se verifique até final deste ano, e que no distrito de Setúbal são as da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, Santa Casa da Misericórdia do Barreiro e Liga dos Amigos do Hospital Garcia da Orta.

DR

Associação de municípios apelou à luta um dia antes da aprovação do documento. Autarcas consideram um «absurdo» medidas como a reforma territorial, a retenção dos 5% do IMI, a lei dos compromissos, entre outras.

AMRS

Associação de Municípios abre guerra a pacote legislativo do OE 2013

Carlos Coelho lidera concelhia de Grândola do PS CARLOS Coelho é o novo líder em exercício da concelhia de Grândola, após a avocação do processo decidido pela líder distrital dos socialistas Madalena Alves Pereira, após a suspensão do cargo de João Marcelino, a braços com um processo judicial. O novo líder disse ao Semmais que «a situação está normalizada e os socialistas estão unidos em favor do desenvolvimento do concelho». Coelho, que nas duas últimas semanas tem reunido com diversas instituições grandolenses, a fim de «perceber as dificuldades que neste momento estão a passar», confia que o ciclo político liderado por Carlos Beato vai continuar e que «os grandolenses confiam no trabalho autárquico do PS»


NOV 2012

NR 28

À BOLINA 05 Entrevista ficionada a António José Saraiva Há anos atrás, um dos maiores antropólogos portugueses já existentes, Luís Lopes, confidenciou que “os mortos bem conversados, dizem mais do que a maior parte dos vivos”. Evidentemente falava de análise e interpretação de esqueletos. Estava eu ainda a dar os primeiros passos na arqueologia. Se se podiam pôr esqueletos e cacos a falar, também o poderíamos fazer com as múmias da cultura portuguesa, cobertas de pó e arrumadas no sótão do esquecimento, na esperança de que oiça a sua voz, quem não fôr surdo. Um desses esqueletos do armário da tumba nacional é António José Saraiva, marco da cultura portuguesa, nomeadamente da literária, do Século XX. Em 1946, estando a lecionar no liceu de Viana do Castelo, publica o “Para a História da Cultura em Portugal”. Quase 70 anos decorridos, a ele retornámos para lhe colocar algumas questões prementes e atuais.

Mas, não é suposto ser ela o motor da modernização do país? Foi da Universidade que partiu a reacção contra a modernização da vida nacional e contra o movimento das tendências colectivas, a tal ponto que a elite universitária se revelou a parte menos esclarecida do País, tomando a posição reacionária. Ahh, pois, o seu Professor Salazar, os nossos Professores Cavaco, Professor Marcelo. Todos eles tão vanguardistas! Mas então, o problema português é um problema das suas elites?

ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA

O SUL – Hoje temos ativa a geração mais qualificada de toda a história portuguesa, mas parece totalmente impotente face à crise que atualmente se vive. O que justifica isso? António José Saraiva – Todos sabemos que em Portugal o ensino universitário é uma convenção. Existe com o nome de Universidade um organismo dispensador de diplomas indispensáveis ao exercício de determinadas funções. A Universidade está destinada a ser ultrapassada pelos acontecimentos. Já hoje ela é uma pequena ilha resistindo com tenacidade à nova ordem das coisas e à nova cultura correspondente para a qual não está preparada.

não tem uma linha directriz intertivo? Como se explica que invente na. Para usar de outra comparação para seu entretenimento uma série ainda: é uma série de tentativas de de problemazinhos profissionais e aclimatização que só suportam bizantinos? Como se explica que a uma ou duas gerações e que têm renovação da mentalidade nacional de ser renovadas se não se quer se tenha feito nos últimos vinte anos que o solo fique definitivamente totalmente à margem dela e que esta estéril. Depois de malograda, toda não tenha tomado qualquer parte a actividade se torna na obra de elevação do fraseológica, panegírinível de cultura média Como pode ca e exegética; regresque tem sido realizada sa-se à Idade Média, com êxito de há alguns ser elevado mas a uma Idade anos para cá? o nível cultural de Média estabilizada, uma população estilizada e esteriliMas a causa disto por esfomeada? Como zada. A historiografia que agora passamos recua de uma maneira não é da aplicação das pode o nível cultural ser alto dificilmente imagináteorias neoliberais? vel; até ao ponto em AJS – Poderia al- onde o nível ecoque a verdade não é guém aceitar o raciocí- nómico é já o seu objectivo. A nio simplista de que as baixíssimo? falsificação de documoscas possuem espímentos torna-se uma rito universal porque arte inocente. Nega-se a crítica e, se espalharam pelo mundo inteiro? implicitamente, a razão. Um país pequeno não pode ser resolvido Crê, então, que os criadores culna base da autarquia. turais devem autonomamente assumir o combate social? Então propõe que nada se faça, que Há um problema da cultura aceitemos e emigremos? em Portugal de que hoje temos Quer isto dizer que o problema consciência cada vez mais nítida, nacional tem de começar a ser remas que antes de nós foi repetisolvido pela base. Quer-se primeidamente posto. O baixo nível da ramente uma população de cultura massa portuguesa. A elevação e média suficientemente moderna. eficiência dos órgãos dirigentes de Mas aqui põe-se outro problema: qualquer grupo depende, em últiComo pode ser elevado o nível culma análise, do nível médio desse tural de uma população esfomeada? grupo. Ora com um nível médio Como pode o nível cultural ser alto extremamente baixo, como queonde o nível económico é baixíssiremos ter dirigentes esclarecidos? mo? Há, portanto, preliminarmente, Em primeiro lugar, não há uma base suficientemente larga para problemas de aparelhagem técnica, recrutar esse pessoal dirigente; em de aproveitamento de recursos nasegundo lugar, o controle dele não turais e de redistribuição de riqueza pode ser feito satisfatoriamente, a resolver. É, portanto, uma equação dado que esse controle compete a três termos: elite – massa – conao cidadão, e o nível deste é o que dições de vida. Da variação de cada sabemos. Enquanto, pois, o nível um destes termos depende a variamédio não subir suficientemente ção dos outros dois. E só deste ponto é inútil qualquer esforço. de vista teremos probabilidades de compreender cabalmente o probleEntão e como perspetiva a cultura ma da viabilidade de Portugal que em Setúbal? a nossa história tão repetidamente Temos consciência cada vez oferece. mais nítida que, desde o século XVI, sucede-se uma série de tentaAs perguntas são nossas, as tivas para enraizar entre nós uma respostas são excertos fiéis do cultura, que se malogram umas “Prólogo” e “O português e o uniatrás de outras. A história da culversalismo” de “Para a História da tura em Setúbal não apresenta Cultura em Portugal” de António um desenvolvimento seguido e José Saraiva, 1946. consequente, mas estratifica-se em secções independentes: é uma José Luís Neto série de irrupções descontínuas, Subdirector do jornal O Sul

A elite não significa classe à O SUL – Está a parte, como muitos paquerer dizer que não recem julgar. Se assim A história da há verdadeira elite em fosse, qualquer classe à Portugal? parte constituiria uma cultura em Setúbal Ora qual é a massa elite, o que é um absur- não apresenta do. Elite é propriamen- um desenvolvimento representada na chamada elite portuguete uma palavra que se seguido e sa? Pode dizer-se que define em relação à consequente, mas a massa nacional está massa. Elite e massa estratifica-se representada? Como são dois termos muse explica, nesse caso, tuamente dependen- em secções tes. Elite significa que, independentes: uma elitezinha redentro de certo grupo, é uma série sistente, impermeácerta classe, certa mas- de irrupções vel, abotoada na sua sa, se seleccionam os descontínuas, batina, consciente representantes mais do seu carácter todo não tem uma linha perfeitos, de melhor aristocrático em face qualidade, mais re- directriz interna da Nação? Como se presentativos, dessa explica que nenhum massa. Não sendo isso, só pode dos problemas nacionais a tenha ser uma coisa: uma classe fechada ocupado e o seu calmo desdém por e sequestrada da vida portuguesa. todas as questões de carácter colec-

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NR 28

Des-suburbanizar gatório nos transportes públicos Suburbanizam-nos a vida. que corta acesso à cultura e ao Já eram as tradicionais cidadeslazer. De impotência face à pena dormitório e é agora também todo perpétua do empréstimo de uma um degradar a cidade e degredar habitação “fast food” feita para paos/as cidadãos/ãs que vai avanrecer agradável à primeira vista çando para o interior dos centros mas rapidamente degradável e urbanos e para o exterior do que acompanhada de espaços comuns eram outrora espaços rurais. Com desqualificados. De angústia de a exceção de pequenas ilhas de chegar ao momento da exclusão condomínios privados, avança o em que já nem essa pena perpétua mar de betão. se pode cumprir. No mar de betão luta-se para A suburbanização se manter à tona. é a exploração urbaPor entre tantos caNo mar de nizada. Uma lógica tominhos, a suburbatalitária que enfrenta nização faz cidade betão afoga-se a resistências. É a isso traçando um sentido diversidade. Por que o verbo-ação obrigatório que ora entre tantas cores, des-suburbanizar se pendula para o tra- a suburbanização pretende referir e não balho, ora regressa faz cidade a qualquer sentido para um vazio cheio, acinzentando os técnico. Des-subure sempre confina o horizontes. desempregado. banizar é o nome que No mar de betão se propõe aglomerar afoga-se a diversidade. Por entre os vários projetos e formas de tantas cores, a suburbanização faz resgatar a vida face à cidade da cidade acinzentando os horizontes. anti-estética que nos rouba o praNo mar de betão afoga-se a cozer de viver e da cidade das desimunidade. Por entre tanta gente, a gualdades que nos retira o direito suburbanização faz cidade amonà qualidade de vida. tando vidas sem criar encontros. Des-suburbanizar é, entre tanO mar de betão parece inuntas outras coisas, redesenhar subdar-nos de sentimentos. De vaversivamente a cidade por entre gas de inseguranças. De solidão os seus traços duros. Criar praças, e individualismo encaixotados lugares de encontro e formas de em dispositivos de impedir videmocracia participativa. Reinzinhanças. De luto de uma outra ventar os espaços, equipamentos vida possível face ao recolher obrie serviços públicos. Rasgar barrei-

DIREITOS RESERVADOS

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06 NA VAZANTE

ras, melhorar acessos, criar novas proximidades. Des-suburbanizar significará intervir a vários níveis. Por exemplo, a um nível macro, das políticas de ordenamento do território, implica intervir sobre os desequilíbrios estruturais entre litoral/ interior não através da penalização fiscal de quem foi obrigado a viver nos grandes centros urbanos mas através dos incentivos à fixação em zonas rurais e de criação de outras condições para que quem quer regressar à terra não seja obrigado a viver uma utopia de pobreza franciscana. Implicará

também intervir sobre a qualidade da construção através da legislação e da fiscalização e sobre a promoção da reabilitação urbana em vez da cedência à lógica insana de mercado de construir cada vez mais casas para ficarem devolutas. Ou, por exemplo, a nível meso, das políticas regionais e de cidade, implica desenvolver estratégias de desenvolvimento sustentável criativas e participada numa lógica não concorrencial com os territórios vizinhos. Implicará também criar comunidade através da cultura, do desporto, da história local. E implicará certamente muito mais

os mesmos, ao longo dos anos, “estar vivo é o contrário de estar acabariam por dar azo. morto”.) É oficial: vivemos um Entendamo-nos. Mesmo a tempo de um óbvio revivalismo patética saga (de livros e filmes) zombie. “Twilight”, que manFalo de revivalistém hoje a fraca chamo e não me engano. ma vampírica acesa, O assunto claramente (...) é uma não passa já de uma não é novo – apesar questão complexa, estranha espécie de de ser agora clara- onde se pode anacronismo, commente mais evidente. certamente pletamente dedicada a Que o diga o realizaalimentar as estranhas dor George A. Rome- argumentar que fantasias de pobres ro que, basicamente, os vampiros estão raparigas romantivez toda uma vida fundamentalmente camente frustradas em torno dele, desde mais vivos que que, por alguma in(confirmo) 1969, com mortos e os compreensível razão, o seu “Night of the Lizombies mais sonham em enamoving Dead”, filme que rar-se por um vamo tornaria no mais que mortos que piro vegan com uma evidente pai na cultu- vivos peculiar tendência ra popular moderna para a melancolia e a depressão. da ideia zombie. Outros filmes se seguiriam: “Dawn of the Dead” (E, não é por nada, mas, no exacto momento em que escrevo estas li(1978), “Day of the Dead” (1985) nhas, e por um feliz acaso, passa na e, mais recentemente, “Land of the televisão um filme qualquer coisa Dead” (2005), “Diary of the Dead” (2007) e “Survival of the Dead” como medianamente divertido de vampiros.) (2009), naquilo que é hoje já uma Óbvio: a cultura zombie nunca longa linhagem de obra de “auteur” foi assim. Mesmo nos seus primórdo género. E isto, claro, para não dios, esta sempre se firmou num falar nos vários remakes e inspipano de fundo mais geral de crítica rações avulsas (algumas melhores política e social. Um zombie nunca outras francamente piores) a que

foi apenas um zombie, mas um elemento que, pela sua natureza (instintiva, animalesca, insaciável), sempre se permitiu a possibilitar a pensar a sociedade e aquilo que significa ser humano, num mundo em risco de ser dominado por criaturas que, de facto, deixaram de ser humanas. Max Brooks, por exemplo, percebeu bem isto com o seu livro “World War Z: An Oral History of the Zombie War” (2006), um bestseller que, ao que parece, vai dar origem a um filme (duvidoso, duvidoso), com Brad Pitt a liderar o elenco (se é que isso realmente interessa) lá para Junho de 2013. Mas perto de casa, não custa a perceber que “The Walking Dead” – a série de êxito que vai já na sua 3ª temporada – se insere naturalmente nesta linha. O sucesso é devido. Baseada num comic do mesmo nome, criado por Robert Kirkman e Tony Moore, a série retrata a tentativa de sobrevivência de um pequeno grupo de pessoas, num mundo completamente devastado por um apocalipse zombie. O seu slogan, “Fight the dead. Fear the living” (Combate os mortos. Teme os vivos), aliás,

que aqui não se trata de apresentar um catálogo apenas de indicar alguns exemplos a complementar. Para além destes dois níveis mais dependentes da intervenção do aparelho do Estado central ou local, é necessário um outro feito pela ação coletiva ou até individual. Assim, por exemplo, a um nível micro, das políticas de rua ou de bairro, implicará ações de “sabotagem criativa” tão simples com plantar um canteiro ou pintar um muro ou ações de coletividades e grupos de cidadãos que vão desde campanhas várias à construção de espaços de uso coletivo. Ainda que o verbo-ação dessuburbanizar não consiga transmitir aquilo para que foi proposto, a urgência de des-suburbanizar sente-se na pele. Com mais veemência agora que a desqualificação urbana se agrava e o investimento público desaparece com a crise. Conjunturalmente, des-suburbanizar será não aceitar que a austeridade se entranhe ainda mais na cidade. Enquanto que, estruturalmente, será ter a ousadia de, na expressão feliz de Daniel Bensaïd, pentear história a contrapelo. Não adorando uma utopia verde inatingível mas despoletando processos multicolores variados. Carlos Carujo Professor

A Obsessão e o seu Dia O mundo dos zombies Os vampiros estão mortos, mas os zombies estão vivos. Duplamente vivos, acrescentaria (e longa vida aos zombies!) Ou pelo menos assim parece. (E não é verdade que até já existe aquilo que já passa por uma espécie de tradição anual daquilo que é conhecido como a “zombie walk”, onde, por razões que me escapam, voluntariamente pessoas se reúnem e passeiam por aí mascaradas de cadáveres putrefactos?) É claro que esta não é uma mera constatação de evidência biológica, mas antes uma constatação de evidência cultural. (Até, porque, na verdade, e biológicometafisicamente falando, como toda a gente sabe, esta é uma questão complexa, onde se pode certamente argumentar que os vampiros estão fundamentalmente mais vivos que mortos e os zombies mais mortos que vivos – uma circunstância que tem igualmente o proveito de nitidamente provar que, afinal, e ao contrário do que é já uma crença célebre, nem sempre

não podia ser mais apropriado. Explico. Para um fraco apreciador destas coisas, é fácil confundir (e reduzir) a série a um simples misto do género da acção e fantasia e aventura pós-apocalíptica, de um ritmo muitas vezes frenético de aniquilação zombie. É claro que ela é tudo isto. Mas é igualmente claro que ela é muito mais que isto. Ela é também (ou principalmente) uma série de componente dramática que coloca um conjunto de conhecidos (e desconhecidos), nas suas necessárias relações humanas, num mundo irreconhecível, onde, de facto, apenas uma regra impera: sobreviver. Mas, e como sobreviver?, eis aí a questão. A natureza humana releva-se abertamente em situações limite. O mundo dos zombies nunca foi realmente acerca dos zombies, mas um acerca daquilo que é ser humano, num mundo que, por qualquer definição, já não o é. É sobre sobrevivência claro, mas é também acerca do que estaremos ou não dispostos a abdicar para sobreviver. Tiago Apolinário Baltazar t.apolinariobaltazar@gmail.com


NOV 2012

NR 28

NA VAZANTE 07 foram sendo construídas e adaptaEu costumava gostar imenso de das em prol do automóvel e em deconduzir, mas ultimamente dou cotrimento das pessoas. Está na hora migo a evitar a todo o custo conduzir de devolver as cidades e utilizar o carro dentro às pessoas que conseda cidade. quentemente terão uma Circular nas nossas (...) as melhoria substancial na cidades é cada vez mais deslocações stressante e caótico. Ir do até 7 km dentro dos sua qualidade de vida. Para que isto aconteça ponto A para o ponto B grandes centros é necessário o contrié por vezes uma missão buto de todos adotando quase impossível, não só urbanos são hábitos de mobilidade para os condutores que mais rápidas de suave e sustentável. desesperam nas filas de bicicleta E que melhor fortrânsito, como também do que de ma de começar do que para os restantes utiliza- automóvel. de bicicleta? dores da via publica que Comece com um dia por semana. estão sujeitos aos mais diversos tipos Vai ver que não se arrepende e que de poluição que o tráfego automóvel rapidamente estará a arranjar prerepresenta. Se por um lado o barulho e textos para deixar o carro em casa. a própria poluição visual incomodam, Embora muitas vezes quem se por outro os gases de escape afetam desloca de bicicleta na cidade ainda a respiração. seja por muitos visto como o coitado Ao longo de décadas, as cidades

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“As Mãos da Terra” Um documentário sobre ofícios manuais, técnicas com herança ecológica e alternativa, a relação entre a natureza e os processos criativos, a liberdade da criação e a autonomia no trabalho. A sobrevivência de saberes ancestrais no sistema actual das relações sociais e na economia global. Uma discussão aberta entre as “mãos” que resistem mantendo vivos saberes e práticas de autonomia. uma parceria:

Exibição dia 14 de Dezembro sexta-feira, às 21h30 Espaço Fontenova Rua Dr. Sousa Gomes nº11, Setúbal Entrada Livre com a presença dos realizadores

ou coitada que não tem possibilidade de ter carro, a verdade é que quem se desloca diariamente de bicicleta pensa que os “coitados” são aqueles que se limitam ao seu automóvel e que parece já não saberem viver sem ele. Sim, estou a falar dessas pobres almas “enlatadas” protegidas pela redoma das suas várias centenas de Kg de metal e vidro alheados de tudo o que os rodeia. Para além de ser um meio de transporte amigo do ambiente, está comprovado por diversos estudos internacionais que as deslocações até 7 km dentro dos grandes centros urbanos são mais rápidas de bicicleta É possível levar as crianças à esdo que de automóvel. Para além disso, cola. Existem hoje em dia acessórios quando circulamos de bicicleta estaque se podem acoplar à nossa bicimos muito mais dispostos a obsercleta para podermos transportar as var o que nos rodeia e passamos por crianças ou até mesmo para atrelar diversos locais onde não é possível a bicicleta do nosso filho/a à nossa circular de automóvel. Por este facto, própria bicicleta. Alem disso, qualquer as deslocações de bicicleta incentibicicleta de cidade com um suporvam a economia local e o convívio te de bagagem traseiro é suficiente entre os cidadãos, já para não falar para levar uma criança que queimam calorias e até aos 25/30Kg. Não não combustível. Ao longo Claro está que não acreditam?Aminha fiestou a pensar em trans- de décadas, as lha pergunta-me semformar a nossa cidade cidades pre “pai, hoje vamos em Copenhaga do dia foram sendo na bicicleta azul? para a noite. Trata-se de construídas e Tenho onde aruma mudança cultural e adaptadas rumar a bicicleta em como tal terá o seu temcasa e/ou no trabalho em prol do po de maturação. Mas porque as bicicletas de se pensarmos um pou- automóvel e em hoje não têm nada a co, com os combustíveis detrimento das ver com as da nossa aos preços proibitivos em pessoas infância. Os materiais que se encontram e com são mais leves, o que tendência a subir, se 30% das nossas as torna mais fáceis de transportar, as deslocações diárias de automóvel forodas podem ter blocagens rápidas rem substituídas pela bicicleta, não que as permitem desmontar com o seria essa uma das formas de poumínimo de esforço e existem no merpança que facilmente poderemos cado modelos dobráveis a preços já implementar? bastante acessíveis. Estas bicicletas Dir-me-ão que não é possível lepara além de serem fáceis de arrumar var as crianças à escola, que não têm em casa ou no trabalho, permitem onde arrumar a bicicleta (em casa ou ainda o seu transporte no carro ou no trabalho) e que se sentem insegunos transportes públicos; ros na utilização diária da bicicleta. Já no que respeita à insegurança, Para todas estas questões, e para esta é absolutamente normal nas primuitas outras que possam assombrar meiras utilizações de qualquer meio um possível utilizador diário de bicide transporte. Até o mais experiente cleta, existem alternativas e respostas: dos condutores já se sentiu inseguro

FOTO DE ANDRÉ JOÃO CORDEIRO

A razão do pedal (parte 1)

ao volante e foi adquirindo segurança à medida que a prática se acumulou. Iniciem por percursos curtos e pouco movimentados. Se possível nas incursões em hora de ponta pelo caos do trânsito, façam-se acompanhar por um ciclista experiente. Vão ver que a insegurança depressa desaparecerá. É claro que não pretendo com isto ser fundamentalista ao ponto de defender que devemos substituir o carro pela bicicleta. Tal como disse anteriormente, se todos tentarmos utilizar a bicicleta em 30% das nossas deslocações a melhoria da nossa qualidade de vida e da dos que nos rodeiam seria significativa. Por outro lado, quanto mais utilizadores de bicicleta existirem na nossa cidade, mais irão surgir e mais seguras se irão tornar as deslocações de bicicleta. Porquê? Porque os ciclistas terão cada vez mais visibilidade, terão tendência a circular em grupos e serão mais visíveis e mais respeitados pelos automobilistas e pelos peões. Para que isto seja conseguido, para que esta bola de neve possa ser posta em movimento, é imperativo que sejam introduzidas políticas de divulgação e sensibilização dos cidadãos quer para a utilização deste tipo de meio de transporte, quer para o respeito dos não utilizadores pelos ciclistas. Mário Artur Pereira mario_pereira@msn.com

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Sábado | 1.Dez.2012

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Anti-stress Humor com humor se paga no Parque Mayer

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“Humor com Humor se Paga” é a nova revista popular do Teatro Maria Vitória, em Lisboa, que celebra os 90 anos daquele teatro. Esta grande produção, com um jovem e talentoso elenco, tem como cabeças de cartaz Paulo Vasco, Melânia Gomes e Ana Marta, que brilha no fado. O actor Paulo Vasco apela que a todos vejam esta revista. «É um trabalho luxuoso e do melhor que se tem feito. Venham ao teatro e esqueçam, por momentos, os problemas da vida. Divirtam-se, porque tristezas não pagam dívidas». Já Melânia Gomes realça que “Humor com Humor se Paga” evidencia em palco uma equipa com «muito sangue novo» que se entregou com «muito amor» ao projecto. «Penso que todos vão ficar rendidos a esta revista, com um elenco jovem e super talentoso e com muita alegria

Escolhas Sadinas Por Ana Sobrinho

A produção conta com um elenco jovem e talentoso

em pisar um palco», vinca. O empresário Hélder Freire Costa já produziu, sem interrupções, desde 1975 e até aos dias de hoje, 47 espectáculos, dos quais 41 revistas, 3 comédias, 3 comédias musicais e um musical em revista. Sobre a mais recente aposta afirma que o espectáculo superou todas as suas expectativas. «É uma revista ainda melhor do que aquilo que investi. Toda a gente

se empenhou e deram tudo aquilo que tinham», sublinha o empresário. A revista sobe ao palco de 5.ª feira a domingo, às 21h30, e aos sábados e domingos também às 16h30. Por causa da crise, os preços dos bilhetes baixaram, numa «atitude sensata e de apoio ao nosso público que se debate com enormes dificuldades», sublinha Paulo Vasco.

TEATRO INFANTIL DIA 1,2,8 E 9 ÀS 10H30 NO AUDITÓRIO MUNICIPAL CHARLOT – “A ESTANTE”, espetáculo do TAS para crianças dos 4 aos 12 anos e procura estimular o gosto pela leitura, pelo teatro e pela arte em geral tendo como objeto central o livro. /“A Estante, é uma peça construída a partir de trava-línguas, lengalengas, poesia popular infantil e uma curta encenação de fantoches “robertos”./ O espetáculo conta com as interpretações de Duarte Victor, Sónia Martins, Célia David, Susana Brito e Miguel Assis. FÓRUM MUNICIPAL DE SETÚBAL DIA 3 ÀS 21H00 – “FESTIVAL EXPRESSARTE” – O encontro da APPCDM de Setúbal apresenta o grupo de gigantones e cabeçudos “Gipsy Company” e a peça “No outro lado do espelho”, do Puzzle – Grupo de teatro CAJ./ DIA 7 ÀS 21H30 – A NAIFA – Concerto pelo agrupamento formado em 2004 que, com nova formação apresenta reportório original com letras de jovens poetas lusos e

temas referenciais da música de raiz portuguesa./ Bilhete: 10€ CASA DA CULTURA DIA 1 ÀS 22H00 NA SALA JOSÉ AFONSO – EMERGÊNCIAS – KALAFATE – Concerto pelo duo setubalense, com sonoridades blues./ Bilhete: 3€ DIA 8 ÀS 21H30 NA SALA JOSÉ AFONSO – EVOX - O grupo apresenta ao vivo o trabalho “Pelo sonho é que vamos”, com músicas inéditas compostas por Salvador Peres e Alexandre Murtinheira, evocando a poesia de Sebastião da Gama./ Bilhete: 3€ CONCERTOS DE NATAL DIA 7 ÀS 21H30 NA IGREJA DE S, SEBASTIÃO – Concerto do Conservatório Regional de Setúbal com a orquestra de violinos Paganinus. DIA 8 ÀS 18H00 NO AUDITÓRIO DAANUNCIADA – Participação dos conjuntos de violino, guitarras, orff, orquestra orff e coro infantil./ Informações: 265 522 563 SUGESTÕES PARA: ANAFSOBRINHO@GMAIL.COM Pub.

Ofertas Semmais Convites para “Uma Noite em Casa de Amália” “Uma Noite em Casa de Amália” é o novo musical de Filipe La Feria que continua em cena no Teatro Politeama, em Lisboa. La Feria ficcionou um espectáculo em que a diva Amália Rodrigues recebe na sua casa o genial poeta brasileiro Vinicius de Moraes e tem como convidados várias figuras incontornáveis da cultura portuguesa. Para ganhar convites, ligue 918 047 918 ou envie um email para: passatempos.semmais@mediasado.pt

Vamos aos fados

Ana Moura regressa aos concertos e ao Casino de Tróia, para apresentar o seu novo álbum depois da surpreendente tournée “Leva-me aos Fados”, que esgotou salas por todo o mundo. Casino de Tróia | 22h30.

Sáb.

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Vidas frustradas A peça “Tuning”, de Rodrigo Francisco, volta a ser reposta em palco. O trabalho fala de dois jovens que, numa oficina, retratam as suas vidas num mundo em que a possibilidade de ascenção social não passa de uma ilusão. Teatro Municipal de Almada | 21h30.

Sex.

+ Cartaz...

Sex.

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Música barroca Três solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa apresentam um espectáculo de música barroca onde interpretam temas de Johann Sebastian Bach, Louis Couperin, António Vivaldi e Georg Phillipp Telemann. Cine-Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo | 21h30.

Ofertas Semmais Ganhe convites para a revista O Semmais Jornal volta a estar ao lado das grandes produções. Temos convites duplos para oferecer aos nossos leitores para a revista popular “Humor com Humor se Paga”, do Teatro Maria Vitória, em Lisboa, para as sessões de quinta-feira e domingo, às 21h30. Basta ligar 918 047 918 ou enviar email para: passatempos.semmais@mediasado.pt.


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+ Região

Espera-se grande manif.

282 quilómetros quadrados. A proposta da Unidade Técnica, nomeada pelo Governo, contraria a posição unânime dos órgãos autárquicos do concelho, a pronúncia obrigatória da Assembleia Municipal e a vontade das populações, expressa na petição que reuniu mais de quatro mil assinaturas e será debatida pelo plenário da Assembleia da República, no próximo dia 14 de Dezembro.

Santiago reúne com população por causa da extinção de freguesias

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PALMELA O MOVIMENTO em Defesa das Freguesias do Concelho de Palmela (MDFCP) promove, dia 6, uma reunião pública de apresentação do seu manifesto e de divulgação de acções de luta contra a extinção/agregação das freguesias de Marateca e Poceirão. Constituído na sequência da proposta da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território, de agregar/extinguir as freguesias de Marateca e Poceirão, o MDFCP tem já marcada para o dia 8, uma marcha lenta para chamar a atenção para as especificidades destas duas freguesias rurais, sem transportes públicos que as liguem e com uma forte dispersão populacional, num total de

Apoio mecenático aumenta em Setúbal apesar da crise

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Fim de freguesias mobiliza Palmela

Moita à caça de talentos

A edil, Maria das Dores Meira, ladeada por mecenas na iniciativa que decorreu na Qta. de Catralvos SETÚBAL

O NÚMERO de mecenas dispostos a fazer mais pela cidade de Setúbal tem aumentado de ano para ano. E estes não têm intenção de cruzar os braços perante as adversidades impostas pela crise. Durante a realização de mais um jantar de mecenas, a presidente da câmara municipal gabou o facto de estar rodeada de gente «que não vira as costas aos problemas», não esquecendo assim as quatro dezenas de iniciativas previstas para o ano de 2013 que já aí estão na calha. Pela sua importância e dimensão, Maria das Dores Meira destacou a realização do primeiro Festival Ibérico

do Vinho, com várias actividades a decorrer durante três dias, a maioria delas na Casa da Baía, local de eleição para a criação de uma bolsa de contactos estrangeiros, espectáculos musicais e artísticos, bem um como um concurso de vinhos ibéricos, um jantar vínico e uma feira com mostra e venda de produtos regionais. Igualmente «de extrema importância para Setúbal», a edil recordou o projecto “O Nosso Bairro, Nossa Cidade”, destinado a desencadear processos de participação activa e a desenvolver novas dinâmicas sociais. A iniciativa fomenta o envolvimento dos moradores a colaborar, em

parceria com a autarquia, na resolução dos problemas de bairros como a Bela Vista, a Alameda das Palmeiras, Forte da Bela Vista, Quinta de Santo António e Manteigadas. «Também são precisas umas boas dezenas de milhares de euros mecenáticos para pintar os prédios», lembra a edil. «Vamos fazer mais e melhor por esta cidade e assumam esse desafio connosco, dentro das vossas possibilidades», pediu Dores Meira. Projectos como o Festroia, festivais gastronómicos, o Festival de Música de Setúbal e a iniciativa “Setúbal Mais Bonita” também foram recordados na ocasião.

Torre do Grândola mostra Relógio sem arte tradicional risco de ruir

MOITA ARTES e Talentos é o nome da feira que a Câmara Municipal da Moita vai promover, já a partir do dia 8 de Dezembro, todos os fins-de-semana até ao final do ano. O certame vai decorrer entre as nove da manhã e a uma e meia da tarde, nas instalações do Mercado Municipal da Moita, tendo por objectivo principal valorizar os diferentes tipos de artesãos e artesanato da região. A autarquia indica que todos os interessados em participar na feira Artes e Talentos, expondo e comercializando as suas peças, devem inscrever-se através do e-mail: pav.mun.exposicoes@mail.cm-moita.pt , mencionado o nome, morada, contacto telefónico, número de contribuinte e o tipo de produto a expor que devem ser ilustrados com fotografias. A proposta de participação está sujeita à avaliação da organização e tem um custo de 6,10 euros por cada fim-de-semana. Os munícipes interessados neste certame podem obter mais informações junto dos técnicos da Divisão de Actividades Económicas e Turismo da Câmara.

Bombeiros de Sines ganham quartel

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Plenários para sensibilizar munícipes arrancam esta semana SANTIAGO A CÂMARA de Santiago do Cacém, em conjunto com as juntas de Vale de Água, Santa Cruz e São Bartolomeu vai promover reuniões com as populações destas freguesias, cuja extinção foi proposta pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT). Tendo em conta que a posição do município de Santiago do Cacém é contra a extinção de qualquer freguesia, a Câmara e as Juntas de Freguesia decidiram promover plenários com as populações das freguesias que o Governo pretende extinguir. Recorde-se que a Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território

(UTRAT) apresentou à Assembleia da República, no dia 5 de Novembro, os pareceres e propostas concretas de reorganização administrativa das freguesias situadas no território de Portugal Continental. Em Santiago do Cacém prevê-se a extinção de três freguesias – Santa Cruz, São Bartolomeu da Serra e Vale de Água, pelo que as reuniões estão marcadas, respectivamente, para os dias 5, 10 e 12 de Dezembro. Em Vale de Água e em São Bartolomeu da Serra, o encontro vai decorrer na Associação de Moradores; enquanto em Santa Cruz, o plenário será realizado na sede da Junta de Freguesia.

A TORRE do Relógio não se encontra em perigo de ruir, mas carece de algumas acções de correcção e manutenção. É esta a principal conclusão da vistoria efectuada àquele monumento por parte dos técnicos da DirecçãoGeral do Património Cultural, em resposta ao apelo da Câmara de Alcácer do Sal para que se avaliassem as condições de segurança da torre. Entre as intervenções propostas à Direcção Regional de Cultura do Alentejo, proprietária do imóvel, estão a “limpeza total da torre a seco”; a colocação de redes que impeçam a entrada de pombos; a remoção das diversas fixações em metal oxidado, a “fixação do sino e ferragens necessárias após o seu tratamento e pintura” e a “remoção do tirante existente no murete do miradouro”.

nais e exclusivas em cerâmica ou ferro forjado, lavores, compotas e doces regionais, são apenas algumas das propostas do Mercadinho de Natal, que reúne em exposição e coloca à venda os trabalhos de vinte artesãos, doceiras e produtores locais. Promover e apoiar o artesanato, produtos regionais e outras artes desenvolvidas no concelho é o principal objectivo da autarquia com este evento de Natal, que funciona no Centro Tradicional da Vila durante o mês de Dezembro. Na mostra vão estar doces regionais e compotas, mel e bombons de chocolate, os bordados, bainhas abertas, rendas, bijutarias em crochêt e resina, peças em lã, feltro, reciclagem de tecidos e arranjos florais

DR

GRÂNDOLA PEÇAS origi-

ALCÁCER

Mercado de Natal solidário

outros lavores; para além de peças artesanais em ferro forjado, cerâmica e cortiça, artesanato em materiais reciclados, móveis antigos em madeira recuperados, velas em cera de abelha e pintura decorativa. O certame funciona de 1 a 31 de Dezembro, de segunda a sábado das 09h às 19h.

SINES AS OBRAS do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Sines estão n fase final, prevendo-se que a infraestrutura esteja ao serviço da população em Fevereiro de 2013. Num investimento de 800 mil euros, o novo quartel vai albergar os serviços de socorro e de urgência, bem como as escolas para a formação de jovens bombeiros, passando o corpo de Bombeiros de Sines a dispor de dois quartéis. O quartel está a ser construído num lote de terreno com cerca de 5 mil metros quadrados, na ZIL 2, cedido pelo município de Sines. A abertura oficial está prevista a 2 de Fevereiro, dia em que se assinala o aniversário do primeiro quartel.


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O objectivo é ensinar a reciclar ALMADA

reza, personagens feitas com troncos e sementes, instrumentos musicais de todo o mundo com materiais reaproveitados e madeiras naturais e brinquedos populares fabricados com materiais reaproveitados são alguns dos presentes disponíveis no mercado. Nesta acção, que já é uma tradição em Almada, «vamos trazer artesãos de Norte a Sul do País, cujo trabalho se distingue pela qualidade e utilização de materiais certificados», explica Catarina Freitas, directora do Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável.

“ERA uma vez um Natal… amigo do planeta e das pessoas” é o lema do Mercado de Natal Amigo da Terra 2012, uma organização da Câmara de Almada, que decorre de 13 a 16 de Dezembro, na Oficina da Cultura. Os visitantes poderão encontrar sugestões de presentes originais trazidos por artesãos e criadores de todo o país produzidos com preocupações ambientais ou sociais. Iguarias natalícias, confeccionadas de forma tradicional, pranchas de surf em madeira natural e cortiça, objectos decorativos feitos com materiais naturais recolhidos na Natu-

Hospital do Barreiro mostra custos a partir desta semana BARREIRO A PARTIR desta semana, o Centro Hospitalar Barreiro Montijo vai passar a prestar informações a todos os utentes sobre os custos associados aos cuidados de saúde que recebem nas urgências. A medida, avançada pela administração do centro hospitalar, que compreende os hospitais Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e o Hospital do Montijo, inclui a entrega aos utentes dos serviços de urgência de documentos informativos sobre os custos dos serviços de saúde que lhes foram prestados. A informação sobre os custos dos cuidados de saúde é uma iniciativa do Ministério da Saúde e visa aumentar a eficiência e a eficácia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), podendo induzir uma utilização mais racional dos serviços e o controlo de despesas. Esta iniciativa, que já está implementada em 15

SESIMBRA QUATRO anos após a Simarsul ter subscrito com a Quercus um compromisso de redução e compensação da pegada ecológica, os resultados indicam uma melhoria da eficiência energética na actividade da empresa. Comparando o cálculo da pegada, entre os anos de 2009 e 2011, período durante o qual a população servida pelas infra-estruturas da Simarsul aumentou, em 2011, em cerca de 354.300 habitantes, constata-se que existe, mais uma vez, uma melhoria no desempenho da actividade da empresa, com uma diminuição dos consumos energéticos relativos ao tratamento do efluente, de 0,457 Kwh/m3, em 2009, para 0,445 Kwh/ m3, em 2011, situação para a qual terá contribuído a entrada em funcionamento de infra-estruturas com elevada capacidade de tratamento e com rendimentos optimizados, bem como o contínuo investimento em

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Sesimbra ganha ambiente na Lagoa Pequena pelas mãos da Simarsul

Simarsul continua a reduzir pegada ecológica

energias renováveis. Ao nível do investimento em “capital natural”, a Lagoa Pequena, no ano de 2012, foi alvo de uma intervenção de controlo do caniço. Em paralelo, estão já concluídas as intervenções de criação de uma rede de percursos e de observatórios para apoio à visitação, essenciais à correcta interpretação dos habitats e espécies de fauna.

A nível interno, a Simarsul implementou acções para redução do impacte ambiental, através da formação dos seus colaboradores. Externamente, promoveu acções públicas para uma maior consciencialização da população no que respeita à poupança de água, à eficiência energética e à preservação da biodiversidade.

Alcochete mantém valor do IMI ALCOCHETE

Os utentes vão ficar a saber quanto custam os actos médicos

hospitais, tem como objectivos dar a conhecer os custos inerentes à prestação de serviços e cuidados de saúde disponibilizados pelo SNS; consciencializar para o esforço económico de todos os cidadãos; e promover a utilização mais adequada dos cuidados hospitalares. O documento entregue ao utente terá a informação

Seixal aposta na formação SEIXAL O INSTITUTO de Emprego e Formação Profissional (IEFP) assinou, esta semana, com a Associação Empresários pela Inclusão Social (EPIS) um protocolo para a promoção dos cursos de aprendizagem dual. O protocolo pretende a «colaboração com os serviços centrais, regionais e locais do IEFP na identificação das empresas com capacidade para se constituírem como entidades de apoio à alternância no âmbito destes cursos, para a realização da componente de formação prática em contexto de trabalho», explica a associação. Estão previstas acções nos centros de emprego do Seixal e Setúbal para promover a qualidade da formação profissional.

detalhada sobre os custos dos serviços e cuidados de saúde prestados e, ainda, a respectiva taxa moderadora referente a cada um dos actos. A administração hospitalar recorda que se trata de um documento meramente informativo, não implicando, por isso, qualquer custo adicional para os utentes.

O EXECUTIVO de Alcochete não vai aumentar o IMI para 2013, mantendo as taxas em vigor, desde 2008, de 0,7 por cento incidente nos prédios urbanos e de 0,4 por cento nos prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI, abaixo dos limites máximos de 0,8 por cento e 0,5 por cento respectivamente. A Câmara tem em vigor um limite de 0,4 por cento relativamente aos imóveis já avaliados nos termos do Código de Imposto Municipal sobre Imóveis e tem outro limite de 0,7 por cento que incide sobre os imóveis que ainda não tenham sido avaliados. Este processo tem subjacente o objectivo de avaliar todo o parque imobiliário do concelho sendo que todo esse parque vai estar submetido à aplicação de um limite de 0,4%. A proposta sobre o IMI vai ser submetido à Assembleia Municipal para deliberação.

Montijo faz cabazes de Natal para famílias carenciadas MONTIJO A ACÇÃO solidária Cabazes de Natal vai decorrer, este ano, em moldes diferentes por força da alteração da legislação sobre esta matéria, mas a autarquia faz questão de manter o apoio social aos que mais precisam. A autarca socialista Maria Amélia Antunes garante a mobilização do executivo e da sociedade civil numa acção conjunta, de carácter solidário, a desenvolver no Hipermercado E. Leclerc, entre 4 e 11 de Dezembro. Durante este período encontrar-se-ão neste espaço comercial voluntários, do Banco Local de Voluntariado da Câmara do Montijo, devidamente identificados, que se disponibilizaram para recolher os produtos necessários para a atribuição dos referidos Cabazes de Natal. Neste sentido, a autarca apela ao «espírito solidário dos munícipes montijenses

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Almada quer Natal amigo da Terra

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Um capaz bem composto

para colaborarem nesta acção conjunta» e reconhece «o esforço solidário» do hipermercado E. Leclerc, que «generosamente acolheu» esta iniciativa, mas também do Hipermercado Continente que doou, para esta acção, 300 unidades de 3 dos produtos que compõem o Cabaz de Natal. Os produtos recolhidos irão compor um ‘pacote’ de produtos alimentares e de doçaria básicos para que centenas de famílias de Montijo, em dificuldades económicas, possam passar esta quadra festiva com mais dignidade.


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+ Desporto Colectividades desportivas em formação

CNLA arrecada medalhas em Estremoz

A Federação das Colectividades do Distrito vai realizar sessões formativas sobre questões do interesse para a vida das associações no dia 1 de Dezembro, em Quinta do Conde e Baixa da Banheira.

O Clube de Natação do Litoral Alentejano conquistou 30 pódios nos Campeonatos Regionais Absolutos (Juniores e Seniores) e a Prova para Infantis e Juvenis com 16 atletas que bateram, ainda, três recordes.

Autarquia devolve ao Vitória futuro do novo estádio

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s declarações recentes à comunicação social de Fernando Oliveira, presidente do Vitória de Setúbal, caíram mal ao executivo CDU na câmara municipal que reitera que esta «não está a obstaculizar nada relativamente ao futuro do clube». A presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, garante que não deu entrada na edilidade qualquer projecto do clube relacionado com o novo estádio no Bonfim, pelo que afirma que o Plano de Pormenor do local «só poderá ser impulsionado por quem deseja alterar aquele espaço». Manuel Pisco, vereador da CDU na mesma autarquia, alinha com a autarca e afirma que o actual presidente do Vitória de Setúbal assumiu o novo projecto, pela primeira vez, por ocasião do centésimo aniversário do clube sadino, em 2010. «Somos o melhor aliado do Vitória de Setúbal e continuaremos a sê-lo no futuro, mas não podemos decidir nada pelo clube, nem devemos interferir nas suas próprias decisões», acrescenta Manuel Pisco, sublinhando que os protocolos celebrados com o clube e a Pluripar não podem ser rasgados facilmente, como vulgarmente se pensa. Em declarações recentes ao Semmais, por ocasião do 102.º aniversário do clube, Fernando Oliveira pediu a anulação desses documentos como prenda, subli-

Valores sadinos na comunicação social

Os projectos para um novo estádio não conseguiram derrubar o velhinho Bonfim

nhando a necessidade de «existir vontade política» para que o novo projecto no Bonfim finalmente avance. O presidente do Vitória de Setúbal defende a construção, no mesmo local do actual, de um estádio mais pequeno, que será dotado de um centro comercial, com clínica médica, habitações, aparthotel, cinemas, entre outros espaços. E lembra os casos de outros estádios de futebol no país cuja construção foi impulsionada pelos próprios municípios. Penhoras dificultam tesouraria sadina

Para além deste problema, Fernando Oliveira tem-se visto a braços com as sucessivas penhoras que bloqueiam a tesouraria verde e branca. O presidente do clube lembra ainda que, dos cerca de 25 mil sócios sadinos, apenas 8 mil têm as quotas em dia, um problema que, se estivesse devidamente resolvido, ajudaria a manter em dia os pagamentos aos trabalhadores. Recentemente, os jogadores do clube queixaram-se de que tinham ordenados em atraso desde Julho e que existiam subsídios de férias e de Natal por receber relativos aos anos de 2010 e de 2011.

ão há muito tempo travei conhecimento e convivi agradavelmente com um jornalista setubalense que me causou boa impressão: António Elias, na casa dos 40 anos de idade. De idêntica geração, afecta a processos tecnológicos que eu não tive nas quase cinco décadas de actividade nos jornais, é o actual director do Semmais, Raul Tavares, que conheci menino e moço, de calções, nas brincadeiras da Prainha d’Ouro, em Sesimbra. São valores a elogiar, exemplos de uma salutar continuidade de uma boa série de sadinos que se distinguiram nos domínios da comunicação social. E desse diálogo recente com o colega António Elias nasceu esta intenção de evocar gente boa que conheci, ao longo de muitos anos, sob a égide temática do já centenário Vitória de Setúbal. E vai daí, eis-me a redigir mais uma crónica para o Semmais. Setúbal sempre teve gente valiosa nos desafiantes domínios da escrita e regozijo-me por ter sido testemunha, com apreço, de um considerável lote de bons praticantes da denominada comunicação social. Estou a lembrar-me de Acácio Correia e João Lúcio, em “A Bola”, Laureano Rocha, no “Mundo Desportivo” e dos excelentes

David Sequerra*

companheiros, convictos sadinos, Machado Pinto e Domingos Roque que tão bem souberam prestigiar a cidade de Setúbal através de relatos de repetidos sucessos do “seu” Vitória. Com todos eles vivi momentos de bom convívio, na condição de visitante eventual do Campo dos Arcos e do Estádio do Bonfim. Ex-“keeper” vitoriano e da Académica de Coimbra, Acácio Correia conseguiu na redacção de “A Bola” lugar de destaque. Polivalente, de uma esfusiante comunicabilidade, alegre e popular, João Lúcio fez época, antes e depois, da sua permanência no Canadá, propagandístico convicto do Vitória. Ninguém o esquece nas hostes sadinas e se ainda estivesse connosco tenho a certeza que muito apreciaria o nível jornalístico do Semmais e, desculpe-se a imodéstia, o “sumo” saudosista destas crónicas semanais. A de hoje é dedicada à evocação de valores sadinos no âmbito da comunicação social, em adicional relevo para a dupla Raul TavaresAntónio Elias, de uma bem promissora geração actual. E vale a pena para terminar formulando votos para que surjam novos valores, mais jovens e também entusiastas, a manterem esta tão elogiável tradição.

Bruno Cardoso

Oitavos de Final da Taça de Portugal leva a reencontro do Fabril com Belenenses

“Ladies Open” e “Jovem Promessa do Futuro” em kickboxing na cidade do Sado

O PRESIDENTE do histórico Grupo Desportivo Fabril, antiga CUF, classifica o jogo frente ao Belenenses, para os oitavos de final da Taça de Portugal, como «uma oportunidade para se reviverem momentos de glória». António Fernandes recorda o passado das duas equipas e a sua importância no futebol português, considerando o jogo da Taça, marcado para este domingo, no Restelo, como um reencontro entre dois históricos. É com alegria e simpatia que vejo esta oportunidade dos sócios e adeptos do Fabril reviverem momentos de glória. É um momento que nós dá força e estímulo para o futuro», diz o dirigente do Fabril que militou várias épocas

O PAVILHÃO Municipal João dos Santos, no Viso, em Setúbal, recebe este sábado dois torneios nacionais da Federação Portuguesa de Kickboxing e de Muay Thai. A competição masculino denominada “Jovem Promessa do Futuro” destina-se a jovens até aos 18 anos e o torneio “Ladies Open” vai envolver atletas femininas de todos os escalões e tem como principal objectivo a promoção da modalidade e sua divulgação já que no distrito de Setúbal estão federados perto de uma centena de atletas que praticam a modalidade em três clubes. Segundo a federação portuguesa da modalidade estão inscritos mais de 200 atletas de ambos os

no escalão máximo do futebol português. Agora, a equipa

está na Série E da III Divisão e vai discutir o acesso aos quartos de

final frente ao Belenenses, da II Liga. «O Belenenses é favorito, mas as probabilidades são de 50/50. Temos jovens com muito valor, que estão motivados, unidos e que vão fazer tudo para conseguir fazer história. Queremos vencer a eliminatória para pôr o nome do Barreiro, outra vez, em todo o lado», afirma António Fernandes. O Fabril está a meio da tabela na Série E da III Divisão, mas o dirigente grande que o objectivo passa por continuar nos campeonatos nacionais. A formação do Barreiro defronta o Belenenses, no Estádio do Restelo, em Lisboa, no domingo, em jogo marcado para as 15h00.

sexos para os torneios que incluem as disciplinas de aerokickboxing, semicontact, lightkick e lowkick. Esta é a primeira prova nacional da época e conta com créditos para a atribuição do Prémio 2012 de Atleta Revelação Feminino e Masculino e Atleta Feminino Classe C, que serão posteriormente distinguidos na Gala Anual da Federação. Organizada pela Federação de Kickboxing e pela União Desportiva e Recreativa das Pontes a jornada desportiva começa às 9 horas com a pesagem dos atletas seguindo-se, hora e meia depois e ao longo do dia, os combates nas diferentes disciplinas e escalões.


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para 4948), à semelhança do que sucedeu em Palmela (3161 para 3378), Alcochete (881 para 984), Montijo (3232 para 3671) e Sesimbra (2348 para 2719). Os quatro concelhos alentejanos também sentiram na pele a mão pesada da crise. Santiago do Cacém tinha em Outubro 1753 desocupados, mais 338 que os 1415 registados em Janeiro, enquanto Sines viu a taxa de desemprego estender-se até às 1397 pessoas, quando em Janeiro os dados do IEFP paravam nos 1044 inscritos. Grândola tinha em Outubro 701 desempregados (550 em Janeiro) e Alcácer do Sal 698 (547 no início do ano).

«Está a ser muito complicado, porque estamos com percentagens muito elevadas de encerramentos, que já ultrapassam os 30%. Isto implica que o desemprego aumente cada vez mais e o poder de compra de pessoas seja mais reduzido», lamenta o dirigente, para quem, «com estas políticas de recessão é muito natural que as coisas se agravem em breve, porque os encerramentos aumentam quase diariamente.» Francisco Carriço recorda que os comerciantes de Setúbal já apresentaram várias medidas ao Governo, mas ainda não obtiveram reposta, alertando que «a ansia de cumprir o acordo com a troika está a suprimir a classe média portuguesa, que, em breve, deixará de existir, denotandose um fosso ainda maior entre as grandes fortunas e a classe baixa.» Numa das propostas, os comerciantes sugerem que os pagamentos feitos ao Estado pelos empresários sejam diferentes entre pequenas e as grandes empresas. «Para as grandes até dá jeito dividir esse dinheiro por tranches, mas para as pequenas empresas, onde a esmagadora maioria não tem lucro neste momento, é um acto de desespero pagar esses impostos, quando não podem investir», resume o dirigente.

Já fecharam 3 mil lojas em 2012 Instado pelo Semmais a pronunciar sobre o desemprego na região, o presidente da Associação do Comércio do Distrito de Setúbal, Francisco Carriço, diz que o aperto do torniquete do Estado dos estabelecimentos tem sido o responsável pelo avanço da falta da crise. O dirigente contabiliza cerca 3 mil estabelecimentos comerciais encerrados, já este ano, na região, de um total de 23 mil, assumindo que grande parte dos desocupados são provenientes deste sector de acitividade.

Roberto Dores

O NÚMERO de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) também tem vindo a subir no distrito, apesar de alterações recentes terem alterado as suas formas de atribuição. Comparativamente ao mês passado, há mais 125 processos a este nível, numa região que já conta com 121 mil beneficiários. Um número sempre a subir. «É preciso existirem canais de comunicação abertos, transparência e vontade para obviar estas medidas mais difíceis do Orçamento de Estado», reforça a directora do Centro Distrital de Segurança Social, em declarações ao Semmais. Confrontada com a aprovação na semana passada dese documentov que tem subjacente um «enorme» aumento de impostos, como afirmava o Ministro das Finanças, Ana Clara Birrento acredita que «será possível ultrapassar o próximo ano, devendo as instituições trabalhar mais do que nunca em parceria para antecipar

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A CONCELHIA do PSD de Setúbal vai assinalar, na próxima quarta-feira, o 32.º aniversário do falecimento de Francisco Sá Carneiro, ex-primeiro-ministro e fundador do partido, no célebre acidente de Camarate. Na evocação, para além de uma missa, que ocorrerá pelas 9h00 na Igreja de São Julião, a concelhia vai realizar uma sessão solene e a deposição de flores, pelas 10h00 junto ao busto de Sá Carneiro na avenida com o mesmo nome, junto ao Jardim de Vanicelos.

A EMPRESA responsável pela gestão, tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos da margem sul do Tejo, tem dois novos vogais não executivos no conselho de administração: Ana Martins e Augusto Flor, por nomeação dos accionistas EGF e município do Seixal. Ana Martins é licenciada em Engenharia do Ambiente pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com frequência de uma Pós Graduação em Direito e Prática da Contratação Pública pela Faculdade de Direito da

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Ana Martins e Augusto Flor na administração da Amarsul

PSD de Setúbal evoca Sá Carneiro

Universidade Católica Portuguesa. Desde 1996 que desempenha funções na Empresa Geral do Fomento, no apoio técnico ao conselho de administração da EGF e às empresas participadas da EGF,

definidas para as soluções de tratamento, valorização e destino final dos resíduos sólidos urbanos. Augusto Flor, tem a licenciatura em Antropologia pelo ISCTE e, em conjunto com Ana Martins, completam o conselho de administração da Amarsul cujo mandato termina em 2014. A Amarsul – Sistema Multimunicipal de Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos da Margem Sul do Tejo abrange os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, servindo mais de 800.000 pessoas.

Porto de Sines já atingiu o valor total das cargas do ano passado O PORTO de Sines atingiu esta 5.ª o valor total da movimentação de mercadorias registado no conjunto de 2011, o que acentua o crescimento sustentado da plataforma portuária. Contas feitas ao final de 2012, foram movimentadas em Sines 25.792.154 toneladas de carga geral nos vários terminais, sendo que com o número agora alcançado prevêse um novo recorde no fechar do ano.

O facto de a greve dos estivadores ter praticamente passado ao lado do Porto de Sines estará também a contribuir para este aumento. «É natural que assim suceda, Sines está mais próximo, tem das melhores condições existentes nos portos e quase parece um mundo à parte nesta contenda laboral», disse um especialista portuário ligado ao Porto de Setúbal, um dos que mais têm sido

os sinais que a sociedade portuguesa poderá dar nessa altura». A contrastar com estes cenários de elevado desemprego e de RSI, está a baixa adesão registada em algumas cantinas sociais do distrito, principalmente no Seixal, que poderá estar directamente relacionada com a chamada pobreza envergonhada. Mas Ana Clara Birrento não considera que esse é o único motivo. «As cantinas sociais não obrigam as pessoas a despir-se da sua privacidade», justifica. A falta de conhecimento ou de divulgação também poderá ter, assim, a sua quota-parte de responsabilidade nesta situação. Actualmente, funcionam na região, desde Abril, 39 cantinas sociais. Estima-se que em todo o país sejam servidas cerca de 34 mil refeições por dia nestas cantinas sociais, cuja lista de espera continua a aumentar em acelerado ritmo. Bruno Cardoso

afectados por esta crise. A provar esse facto estão os números de Outubro e Novembro, com forte incidência na paralisação que está a afectar as exportações portuguesas. Na carga geral a plataforma de Sines fechou com 2.574.285 ton. e conquistou a transfega de 54.538 contentores, quando no ano anterior registou um total de 447.495, o seu recorde na carga contentorizada.

Rotary premeia director da Autoeuropa

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O DESEMPREGO disparou no distrito de Setúbal. No final de Outubro havia 52419 inscritos nos centros de emprego da região, contra os 47669 desempregados registados em Janeiro, segundo os dados oficiais do Instituto e Emprego e Formação Profissional (IEFP). Ou seja, mais 4750 pessoas. Se dividirmos este valor pelos primeiros dez meses do ano, ainda que seja a 300 dias, concluímos que diariamente há 16 pessoas na região que perdem o seu posto de trabalho. Almada, Seixal e Setúbal são os concelhos que mais contribuem para engrossar a amarga estatística, por serem, simultaneamente, aqueles que têm mais população. Almada registava em Outubro 10293 desempregados, depois de em Janeiro o caderno do centro de emprego já exibir uma lista de 9282 pessoas, enquanto o Seixal registava 9858 no mês passado contra os 8570 do início do ano, o que representava a maior subida de desocupados na região. Já Setúbal, passou de 7166 em Janeiro para 7475 em Outubro, enquanto o concelho da Moita foi o único que «remou contra a maré», exibindo em Outubro menos desempregados (4544) do que em Janeiro (4599). O Barreiro registou apenas uma ligeira subida, mas, ainda assim, não escapou à tendência (de 4874

RSI sem travão no distrito

Semmais

Todos os dias 16 pessoas perdem o emprego no distrito

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O ROTARY Club de Setúbal escolheu para profissional do ano António de Melo Pires, director Geral da Autoeuropa. Para o Rotary Club de Setúbal, António de Melo Pires tem qualidades enquanto líder de uma empresa «que marca a vida comunitária deste distrito, não somente pelos resultados que realiza, mas também pelas condições sociais e laborais que estabeleceu e mantém». Por outro lado, realça a instituição, «acresce o facto de ter uma ligação muito estreita a Setúbal, onde estudou, vive e é conhecido».


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