Sábado | 22. Março.2014
Director: Raul Tavares
semanário - edição n.º 803 • 6.ª série - 0,50 € • região de setúbal
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VENDA INTERDITA
— BALANÇOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES
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Sessão de Abertura e Encerramento Esta é uma conferencia de esperança! RAUL TAVARES, diretor do Semmais, realçou a importância da iniciativa para o desenvolvimento social e económico da região. «O Semmais assume-se como agente e parceiro desta região, que continua a ter as suas potencialidades intactas. Nos últimos 15 anos a Península, mercê de um conjunto de investimentos significativos da administração local e nacional
e dos privados, atingiu, em vários segmentos do seu desenvolvimento, passos decisivos para a consolidação de alguns clusters e de progressivas melhorias em áreas estratégicas. A atual crise veio circunscrever a dimensão desses objetivos. Esta é a ótica de retrospetiva e prospetiva em que a «conferência da esperança» se inseriu.
Há que superar problema de imagem VITOR COSTA, Presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa, sublinhou as oportunidades turísticas que ainda estão por conquistar pela região. »Importa refletir sobre o papel que a Península de Setúbal tem na estratégia turística regional e nacional. Lisboa é o centro. Mas a região de Setúbal captou 7% do turismo até agora. Estes dados indicam-nos que há ainda
uma enorme percentagem de recursos por explorar no que toca ao turismo da península. E se forem transformados estes recursos em produtos turísticos, beneficia não só a região, como todo o país. Então o que podemos fazer para mudar esta perceção? Há que requalificar as nossas zonas ribeirinhas e apostar mais fortemente no setor do turismo. Contudo, há que superar o problema de “imagem” pois o valor turístico de Setúbal ainda não foi inteiramente percebido!»
Trabalhar para afirmar Setúbal como a capital da margem norte do sado ANDRÉ MARTINS, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Setúbal salientou o facto de a iniciativa merecer ainda mais «o nosso aplauso» por tem lugar num momento em que se discute precisamente o novo programa de fundos 14/20. «Há que afirmar Setúbal como a capital da margem norte do sado. Há que reivindicar mais investimento para a nossa região, afinal este é o polo urbano, mais autónomo e mais independente da capital. Tem uma importante zona portuária e mão de obra altamente qualificada que é atualmente responsável pelos bons resultados das exportações nacionais. Temos vários projetos em cima da mesa e há que apostar na implementação dos mesmos: requalificação da instalação ferroviária, uma instalação marina, reabilitação de toda a zona ribeirinha e um centro de ciência para a nossa região».
Há ainda muito a fazer ANTÓNIO LEITÃO AMARO, secretário de Estado da Administração Local louvou a iniciativa do Semmais e a importância de se promover eventos desta amplitude. «É de louvar o papel cívico deste jornal que promove aqu, olhos nos olhos, esta região do país. Setúbal tem características muito particulares e por isso a estratégia de desenvolvimento tem que atender e impulsionar os recursos que aqui existem. Não podemos esquecer o quanto esta região já sofreu na sua historia. Fenómenos da deslocalização e perda para outras zonas do globo, desemprego, enfim…Julgo que é justo dize-lo, esta é uma região que já provou, por diversas vezes, o quanto é extremamente resiliente», afirmou. O membro do Governo sublinhou que, «Setúbal tem uma profunda ligação ao mar e tem o privilégio de estar localizada entre os dois estuários. Existem clusters em várias áreas: automóvel, papel, cimento, naval, agrícola, hortícola, e claro que, não podemos esquecer a forte componente de turismo ligado ao património local. Portanto há muito a fazer!», exortou. Para António Leitão Matos, «é importante olhar para os números reais e para as perspetivas do futuro: a taxa de escolarização é ainda inferior ao desejado e é talvez o maior fator de investimento no futuro do capital humano. E já existem excelentes exemplos aqui na região, como é o caso da Autoeuropa. As empresas locais devem fazer a ponte com as universidades, institutos politécnicos e apoiar estas pessoas que aqui vivem com as suas qualificações. Há que apostar no desenvolvimento sustentado direcionando os recursos endógenos. Se Portugal se encontra numa posição central no mundo, esta península é também uma porta geográfica central para a entrada no país. Portanto, temos de acrescentar-lhe valor!»
É preciso investir para qualificar a oferta turística AUGUSTO PÓLVORA , o presidente da Câmara Municipal, encerrou a conferência, com uma intervenção em que enalteceu a força turística da região. O autarca sesimbrense sublinhou, nomeamente, o investimento feito pelo município ao nível da requalificação urbana e do património que, referiu, «são fundamentais para qualificar a oferta turística e
melhorar a economia local». A promoção dos produtos locais, a candidatura da Arrábida a Património Mundial, e a correta distribuição dos fundos comunitários, a fim de impulsionar a concretização de investimentos públicos e privados, foram outros pontos da intervenção de Augusto Pólvora nesta iniciativa, que abordou, entre outros temas, a 2 . SEMMAIS . conferência desafios península de Setúbal . 22 março
requalificação ribeirinha, portos e cluster turístico da península no quadro da região de Lisboa. O edil de Sesimbra, que falava também na qualidade de vogal do Executivo da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, lembrou a dimensão estratégica da Península e a sua importância na Área Metropolitana de Lisboa.
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LINHA DA FRENTE ficha técnica Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redacção: Anabela Ventura, António Luís, Marta David, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico e Paginação: Natália Côco. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado. pt. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Lisgráfica. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98S STAF: Coordenação Paineis: Vanda Pinto; Secretariado: Mila Oliveira; Cristina Almeida, Mafalda Correia e Sofia Correria; Fotografia: Humberto Sousa e Green Media; Comunicação: Green Media. Especial agradecimento a Sérgio Mateus (Câmara de Setúbal) e equipa técnica do Fórum Municipal Luísa Todi.
Imprensa
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Quatro painéis, debate e muita discussão Apresentamos nestas páginas o balanço dos vários painéis em discussão ao longo do dia 7 de Março, durante os quais foi possível ouvir trinta palestrantes, das mais diversas áreas de actividade.
30 oradores e 320 participantes
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A conferência, que decorreu no Forum Luisa Todi, em parceria com a Câmara de Setúbal, registou 320 inscrições, entre convidados e participantes, oriundos de todo o distrito.
Pub.
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2 Sessões de abertura e de encerramento 11 Almoço no Luna Esperança com a Escola Profissional da Moita
12 Jantar Social na Casa Ermelinda Freitas 13 Galeria de Imagens
Testemunhos
Uma conferência de excelência
Políticas dirigidas às pessoas
O Semmais, com a sua habitual marca de excelência no jornalismo e na informação com que nos tem habituado, realizou uma conferência, que permitiu uma reflexão profunda sobre a economia e o desenvolvimento deste território. Foram abordados temas desde a industria e dos portos, passando pela inovação, o empreendedorismo, o turismo e a economia social, com convidados e convidadas de excelência, com dimensão nacional e regional, que permitiram pensar e refletir o modelo de desenvolvimento que se perspetiva, tendo sido introduzido no programa um painel de
Da conferência, que infelizmente não pude acompanhar na íntegra, mas que do pouco que pude assistir, tenho de salientar positivamente a comunicação do Presidente da Lisnave, nomeadamente na referência ás necessidades de formação, para que sejam dirigidas ás reais necessidades da economia. Falou-se na necessidade de apostar no Território e nas Pessoas, mas desconhecemos a estratégia do Estado para a formação de base, da sua responsabilidade, para que seja possível a expansão da atividade económica e
deputados/as eleitos/as de diferentes sensibilidades, que debateram entre si perspetivas diferenciadas de crescimento e sustentabilidade para a península e litoral alentejano. É fundamental que as forças vivas do distrito tenham espaços de reflexão como esta conferência que o Semmais promoveu, trazendo, em conjunto com um grupo de parceiros de nome reconhecido, ideias, projetos e perspetivas que permitam pensar um futuro de crescimento sustentável para o nosso Distrito. Catarina Marcelino Deputada do PS
Enquadramento e metodologia orientadora
SEMMAIS . conferência desafios península de Setúbal . 22 março . 5
operacionalização de projetos que promovam o desenvolvimento económico. Como cliente na reparação naval, nomeadamente em navios de alumínio, constato que ainda ninguém viu a escandalosa escassez de mão de obra. Hoje, como responsável pelo Grupo Transtejo sei quando um navio entra em doca seca, mas não consigo saber quando sai. João Pintassilgo Pres. Administração Transtejo e Soflusa
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Reindustrialização, Portos e Requalificação Ribeirinha
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Aposta eficiente na reindustrialização — Uma urgência para ajudar a preservar estado social, sustentar a indústria existente e captar investimento.
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Melhorar imagem — A região precisa de melhorar a sua imagem estratégica com novos desafios.
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Arco Ribeirinho Sul — A revitalização do tecido empresarial pode ser almofadado pela requalificação estratégica destes territórios, que serão alavanca de desenvolvimento.
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Porto como motor — Activo fundamental para o crescimento da península, o Porto de Setúbal deve continuar a captar investimentos e a crescer de forma sustentada.
É hora de potenciar este território Carlos Humberto [Presidente da Câmara Municipal do Barreiro] O moderador deste painel, um dos autarcas mais experientes da região de Setúbal, alertou para a necessidade de potenciar as estruturas existentes na península e um olhar mais assertivo por parte da administração central. «É necessário apostar cada vez mais nas potencialidades deste território e fazê-lo no quadro e em concertação com a área metropolitana de Lisboa», frisou o autarca.
Bons exemplos e desafios gigantes
N
o painel “Reindustrialização, Portos, Requalificação Ribeirinha e Mobilidade”, José Rodrigues, presidente da Lisnave, referiu que a reindustrialização é importante para a região porque significa «crescimento» mas, por outro lado, adverte que é «fundamental» preservar, de «forma sustentada», a indústria existente, para que não se repitam os erros de destruição de muitas indústrias nos anos 80». Para reindustrializar tem de ser definida uma «estratégia política e captação de investimento privado», acrescentando que tem de haver «confiança, política fiscal
José Rodrigues Pres. da Lisnave
«As políticas de formação devem ser ajustadas e a política laboral flexível. É preciso apostar em sectores estratégicos com mercado»
justa e atractiva, formação profissional, política laboral flexível, entre outros factores». Já Vítor Caldeirinha, presidente da APSS, afirmou que o futuro do porto sadino é «bastante promissor». Trata-se, a seu ver, de um dos portos «mais complexos» do País. Com uma das maiores áreas de terminais disponível, pode ainda abarcar vários outros projectos e apresenta uma capacidade de expansão dos terminais a baixo custo, sem interferir com a cidade, o que permite receber até 2,5 milhões de TEUS de contentores para dinamização económica da região».
Vitor Caldeirinha Pres. da APSS
«Com um reduzido investimento, o porto de Setúbal poderia comportar até 2,2 milhões de contentores. Somos líderes no roll-on roll-off»
Por sua vez, Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, o processo de reindustrialização é hoje, «não apenas uma necessidade mas um desígnio nacional para promover o crescimento económico nacional, fazer crescer o PIB, o emprego e a competitividade industrial». A seu ver, a reindustrialização tem de ser abordada de forma «crítica, dinâmica e inovadora» assente na análise dos sectores dos mercados europeus e mundiais, salvaguardando os clusters existentes e criando novos». Demétrio Alves, vogal da comissão directiva do QREN,
Jacinto Pereira Pres. da Baia do Tejo
«Há que focar a reabilitação do edificado e a valorização da região para melhorar a imagem da península. Deve ser esse o desígnio»
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segundo as suas estimativas, o novo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) vai trazer menos investimento para a região. No actual QCA, que acabará em meados de 2015, dos 306,7 milhões de euros de fundo FEDER, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa deverão captar cerca de 150 milhões de fundos FEDER, o que equivalerá a um investimento global de cerca de 400 milhões de euros. Todavia, lamentou que no próximo de 2020 os municípios da região captem apenas 80 milhões de euros de fundo FEDER», sublinhou.
Demétrio Alves Com. Executiva do Qren
«No próximo quadro comunitário de apoio, os municípios da região vão captar apenas 80 milhões de euros do total de 150 milhões»
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Nichos de Marca e Apostas na Diferenciação
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Valorizar apreço da região — A importância da certificação, denominação e marca, são um factor que pode influenciar os produtos diferenciadores da região.
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Customização — O exemplo da Autoeuropa que de produto único produz 4 modelos numa única linha.
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Aproveitar ‘envelope’ financeiro — O sector primário, agricultura e pescas tem uma oportunidade de ouro para desenvolver-se, com os novos fundos.
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A vez dos pequenos — PRODER E PROMAR são instrumentos que podem potenciar também pequenos projectos, que devem cada vez mais estar associados.
Parceria estratégica e ganhos de escala Pedro Dominguinhos [Vice-presidente do IPS] O moderador deste painel, que reflectiu a dimensão de sectores tão distintos como o cluster automóvel e a vitivinícultura, acentou a necessidade de consolidação das «parcerias estratégicas», como vantagem para um incremento da «economia de escala». Realçou os bons exemplos de sectores que começam a ser «estratégicos para o desenvolvimento da região» e lembrou a ligação ao ensino superior.
Escala de milhões para aproveitar
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segundo painel da conferência intitulou-se “Nichos de Marca e Apostas na Diferenciação”. José Diogo, da ADREPES, tem como missão o desenvolvimento rural e costeiro da Península, através de projectos apresentados por agricultores, micro-empresas, autarquias, empresas de animação turística, instituições particulares de solidariedade social, entre outras entidades, com financiamento do PRODER e PROMAR. «Já conseguimos mais de 19 milhões de euros de financiamento para aplicar no território, os quais permitem criar cerca de 160 postos de trabalho», vincou. Já Henrique Soares, presidente da CVRPS, apresentou uma retros-
José Diogo Dir. da Adrepes
«Já conseguimos mais de 19 milhões de euros de financiamento para aplicar no território, os quais permitem criar 160 empregos»
pectiva do desenvolvimento do sector vitivinícola — com a certificação e as exportações sempre a crescer —, onde são produzidos vinhos de «grande qualidade e a bons preços» que «muito têm contribuído para projectar a região e desenvolver a economia». Henrique Soares destacou o ano de 2012 que registou um significativo aumento de vendas, tendo a região atingido o seu limite de certificação, nomeadamente 99 por cento. «Em 2012 certificámos um volume equivalente a 99 por cento dos vinhos declarados aptos em 2011», sublinhou. Sublinhou ainda que entre 2009 e 2013 foram investidos cerca de 6
Henrique Soares Pres. CVR-PS
«O futuro passa por uma valorização das uvas e um maior apreço da própria região de Setúbal, que tem ganho muito prestígio»
milhões de euros na reestruturação das vinhas da região, através de 120 candidaturas ao programa, que corresponderam à melhoria de cerca de 700 hectares dos nossos vinhedos. Elizete Jardim, directora da DRAPLVT, adiantou que na Península, em termos de PRODER, programa de financiamento ao desenvolvimento rural, estão aprovados mais de 400 projectos equivalentes a mais de 120 milhões de euros, a que corresponde uma ajuda nacional e comunitária de cerca de 40 milhões de euros. A taxa de execução na Península ronda os 62 por cento, comparativamente com os 78 por cento a nível nacional. «Isto significa um
Sandra Augusto Logística Autoeuropa
«Já não se considera a localização do país na periferia da Europa, mas sim no centro do mundo. O pocionamento estratégico é a nossa mais-valia»
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esforço muito grande dos nossos empresários e investidores do sector», vinca, reconhecendo que no âmbito do PROMAR estão aprovados na Península mais de 200 projectos, que correspondem a um investimento de 30 milhões de euros. Sandra Augusto, directora logística da Autoeuropa, reconheceu que os nichos e os produtos de nicho são o «grande desafio» do sector automóvel. A seu ver, «a diferenciação dos produtos é algo que os consumidores procuram e constitui um grande desafio para as empresas do sector automóvel» E relembrou que a Autoeuropa é exemplo dessa aposta, produzindo actualmente diversos modelos.
Elizete Jardim Diretora da DRAPLVT
«Estão hoje aprovados mais de 400 projectos, no âmbito do PRODER, que correspondem a cerca de 40 milhões de euros».
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Cluster Turístico no Quadro da Região de Lisboa
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Superar o problema da imagem Importa reflectir sobre o papel da península na estratégia regional e nacional. Há uma enorme percentagem de recursos por explorar.
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Atrair turistas Deve ser o grande motivo da estratégia dos operadores. ‘Do mundo para a península. Este é o percurso dos turistas, dentro deste percurso menor.
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Mais unidade No actual quadro da situação em que a península vale apenas 7 por cento, é necessário mais unidade e mais parceria na oferta e na promoção.
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Marca identitária As unidades hoteleiras consideram relevante promover a região através de marca identitária, referindo a ‘Costa Azul’ como exemplo.
As muito diferentes experiências Jorge Humberto [Coordenador do Núcleo de Produto e Qualificação da Oferta da ERTL] O moderador, ligado ao sector do turismo da região desde sempre, procurou trazer a debate as expectativas de três unidades hoteleiras. No confronto com «milhares de destinos», a península deve apostar nas suas diferentes valias, desde o turismo empresarial, golfe, enoturismo e outros, sem esquecer o sol e mar. Mas a afirmação passa por «vontades e opções».
Turismo procura imagem e parcerias
O
quarto painel, moderado por Jorge Humberto, em representação da Entidade Regional de Turismo de Lisboa, subordinou-se ao tema “Cluster Turístico da Península de Setúbal no Quadro da Região de Lisboa”. Carlos Costa, director do Hotel Esperança, disse que é preciso ultrapassar as 700 mil dormidas, por ano, na região, com o mercado espanhol a liderar as preferências, nomeadamente no Verão, na Páscoa e no Natal. Na sua óptica, o turismo de lazer está «muito limitado», uma vez que faltam eventos direccionados para a
vertente mar. «Tem sido difícil comercializar turisticamente a região. Pode ser que, agora, com a integração da nossa região na Entidade Regional de Turismo de Lisboa as coisas mudem um bocado. Os clientes queixamse dos acessos difíceis às praias. É necessário reforçar a aposta na promoção da região e realizar mais eventos de grande dimensão para atrair turistas, porque temos capacidade e recursos fantásticos para fazer muito mais». Todavia, Carlos Costa perspectiva melhores dias turísticos para 2014. «Apesar das dificuldades, as coisas têm evoluído mas não tanto como o desejado.
Vítor Cópio Dir. do Sana Sesimbra
«Apesar do mercado português ser importante para nós, tem vindo a cair ano após ano, o que também acontece com o mercado espanhol. Estamos a competir pelas pequenas verbas disponíveis»
Temos recursos fantásticos que não têm sido utilizados. Têm ficado ao longo dos anos congelados», vincou. Marco Andrade, director do Montado Hotel e Golf Resort, que defende a construção de um campo de golfe no concelho de Setúbal, realça que o seu projecto hoteleiro tem apostado, em termos de captação de turistas, no mercado estrangeiro, sobretudo na Escandinávia, uma vez que o mercado nacional «não tem expressão» neste hotel da região. Já Victor Cópio, director do Sana Sesimbra Hotel, confessou que gostaria de ver reactivada
Marco Andrade Dir. do Montado Hotel
«A gastronomia de Setúbal já começa a ser reconhecida e muito falada e organizamos tours com as senhores aos centros comerciais, enquanto os senhores jogam golfe».
a marca “Costa Azul”, pois é «forte» e «bastante conhecida» a nível internacional. E referiu que 2013 foi um «excelente ano» turístico para sua unidade hoteleira, perspectivando cenário idêntico para o presente ano. O mercado espanhol tem sido «fundamental» para a actividade da empresa, em detrimento do português que tem vindo «a cair ano após ano». No essencial, há que muita imaginação para superar as descidas de mercado e as dificuldades de partir de números tão residuais que representam hoje os números do sector na Península.
Carlos Costa Dir. Esperança Centro Hotel
«Há que reforçar os planos de divulgação da região, porque temos oferta de qualidade. Os turistas de lazer têm estadias curtas, por isso voltam e levam muitos dos nossos produtos».
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Economia Social e Políticas de Solidariedade
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A força das misericórdias As quinze misericórdias do distrito têm tido um papel de grande intervenção no actual quadro de crise que a região e o país estão a viver.
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Reformas É necessário alterar os estatudos das instituições de solidariedade social, de forma a «agilizar os procedimentos» junto da comunidade.
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Substituir-se ao Estado Os direitos sociais devem ser assegurados pelo Estado e não pelas instituições da economia social. E o Estado gasta menos quando recorre a estas.
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Força de emprego Só no distrito de Setúbal, o sector da economia social vale seis por centro da empregabilidade, assegurando cerca de 14 500 postos de trabalho.
Sector faz mais por menos dinheiro Fernando Cardoso [Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal] O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal orientou este painel, que contou com um grupo de oradores com profundo conhecimento do sector. Cardoso Ferreira, lembrou a dimensão que o sector detém na região e elogiou a directora do centro de segurança social pela política de concertação.
Economia social faz papel do Estado
O
painel “Economia Social e Políticas de Solidariedade”, moderado por Cardoso Ferreira, Provedor da Misericórdia de Setúbal, contou com as participações de Eduardo Graça, presidente da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, Paulo Calado, administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ana Clara Birrento, directora Regional de Setúbal da Segurança Social, e Tomás Correia, presidente do Montepio Geral. Eduardo Graça afirmou que o Estado deve avançar com reformas nos estatutos das instituições particulares de solida-
Eduardo Graça Pres. da CASES
«É urgente a reforma das instituições de solidariedade social, para que estas, em articulação com o Estado, possam chegar ao terreno».
riedade social para que estas, em articulação com o Estado, contribuam para «uma maior agilização de procedimentos» na comunidade. Paulo Calado falou das diversas actividades da instituição, com destaque especial para aquelas ligadas ao empreendedorismo e à acção social. Frisando que a Misericórdia alfacinha «se substitui à Segurança Social no concelho de Lisboa, em muitos casos», Paulo Calado realçou «o Emprego Jovem e o levantamento e identificação dos sem-abrigo de Lisboa para perceber de que forma os podemos ajudar». Ana Clara Birrento fez uma
retrospectiva da actividade dos últimos anos desta instituição nas áreas do atendimento aos beneficiários e no apoio às famílias, desempregados, excluídos e instituições particulares de solidariedade social. «Em articulação com as instituições de solidariedade social temos desenvolvido uma intervenção mais célere junto de quem mais necessita do nosso apoio», revelou, acrescentando, porém, que os novos desafios da nova lei da economia social e do novo Quatro Comunitário de Apoio que se avizinham exigem «uma nova consciência social». Ana Clara Birrento sublinhou que as instituições de solidariedade
Paulo Calado Santa Casa de Lisboa
Ana Clara Birrento Diretora da SS Setúbal
«Em muitas situações, como os semabrigo, a misericórdia está a substituir-se à segurança social de Lisboa».
«Em articulação com o sector temos desenvolvido uma intervenção mais célere junto dos que mais necessitam do nosso apoio».
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social representam «seis por cento da empregabilidade do distrito, dando trabalho a cerca de 14 500 pessoas». Já Tomás Correia afirmou que esta instituição mutualista, cujo número de associados tem vindo a crescer ano após ano, tem apoiado diversos projectos sociais. Todavia, considera que o garante dos direitos sociais cabe ao «Estado e não às instituições da economia social, que aparecem aqui como parceiras para resolver os problemas dos cidadãos». Para Tomás Correia, o Estado «gasta menos quando recorre à cooperação com as instituições de economia social».
Tomás Correia Pres. Montepio
«O Estado gasta menos quando recorre à cooperação, em parceria, com as instituições da economia social».
Debate com deputados eleitos pelo distrito
É tempo de ultrapassar a absoluta paralesia dos últimos tempos EDUARDO CABRITA, do PS, afirmou «o país e a região vivem a maior crise da democracia. Esta região é hoje o reflexo da ausência de desígnio, de projeto e de depressão profunda. No entanto, a ligação ao continente americano e africano é uma vantagem competitiva que esta região tem. Este governo atual congelou a decisão para que o maior porto do país se localizasse na margem sul. Temos o excelente exemplo de sucesso que é hoje o Porto de
Sines. Essa decisão teve custos e danos irreversíveis, como a perda de fundos nesta região. O futuro da cidade de Lisboa está assente na estratégia de desenvolvimento da margem sul. A União Europeia tem 50 milhões de euros para conexão europeia. Essas estruturas não são só para transporte de mercadorias. Portugal perdeu a oportunidade de fazer parte desse projeto. Aqui temos a maior quantidade de cidadãos sem médico de família. Agora, todos aqueles projetos que ainda não fizemos têm que ser equacionados!»
Situação de calamidade social que atrasa a região tem responsáveis conhecidos MARIANA AIVECA, deputada do Bloco de Esquerda, acusou o a c t u a l Governo de estar a criar uma situação de calamidade social e de nunca ter tido um rumo para a região de Setúbal. «Os projectos que foram apresentados como salvadores do investimentos, não passam de uma agenda que não corresponde a um desígnio
estratégico». E aludiu ao novo terminal de contentores, que «ora é na Trafaria, ou é no Barreiro, numa gincana de pensamento política «sem sustentabilidade». Num outro plano, Mariana Aiveca também quis saber o que pensam os deputados da maioria sobre a aplicação do novo quadro comunitário de apoio e as verbas previstas para a península. «Estamos a perder em toda a linha e mais uma vez a região vai ficam muito prejudicada».
Temos as 4 maiores empresas exportadoras
Arco do poder e actual maioria têm esquecido a região
PEDRO DO Ó RAMOS, do PSD, r e f e r i u «Setúbal não é uma região adiada. Tem potencial para se afirmar no panorama nacional e não é uma zona deprimida. Tem é faltado convergência entre os atores. Saliento particularmente o seguinte: os Portos como estratégia de porta de entrada do país, quer o de Setúbal, quer o de Sines, foram ambos os que mais cresceram nos últimos anos. Apostar na Ferrovia é de extrema importância para a região, porque liga Sines, Lisboa e Setúbal a Espanha. A estratégia para esta região está inserida no plano do turismo da cidade de Lisboa. Não é só local , mas acima de tudo regional»
PAULA SANTOS, do PCP, em v á r i o s momentos do debate, que se t o r n o u , amiude muito aceso, acusou os três partidos do arco da governação, PSD, CDS-PP e PS, de terem «abandonado» a região e com as «suas políticas de direita» deprimido a economia regional, as empresas e as populações. «Este é um governo que não olha as pessoas e não tem uma estratégia sustentada para o desenvolvimento regional». A deputada, em resposta ao ‘peso’ das autarquias da CDU no distrito, afirmou que são essas autarquias que tudo têm feito para melhorar as condições de vida das populações.
É importante ter uma definição sobre o que deve ser o futuro da região JOÃO VIEGAS, do CDS, salientou «Setúbal não tem tido o desenvolvimento expectável, contudo abrem-se agora novos desafios, que se colocam numa fase crucial em que se discutem as novas linhas do quadro de apoios, para que as autarquias se articulem em conjunto. Só através das empresas podemos criar riqueza e mais postos de trabalho».
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Almoço da ETPM no Esperança
O Campus da ETPM acolhe os alunos do ensino técnico profissional, em áreas tão variadas como as tecnologias e os serviços, num conjunto aprovado de dezena e meia de cursos, assim como um colégio onde funcionam as valências de creche e jardim-de-infância. Para além disso, o corpo docente da escola assegura as AEC’s em dois agrupamentos de escolas do concelho e permite que a oferta formativa passe também pela realização de cursos e workshops para adultos.
No dia em que os formandos brilharam
A
Escola Técnico Profissional da Moita (ETPM) aposta forte na componente prática dos seus cursos facultando aos alunos a proximidade com a realidade laboral e consolidando as competências que serão, no futuro, mais-valias para a conquista do mercado de trabalho. Numa área competitiva como o turismo, e mais concretamente na hotelaria, os alunos de restauração de 10º e 11º ano demonstraram aptidões práticas e forte orientação para o cliente no almoço oferecido pelo SEM MAIS aos oradores da Conferência e a alguns convidados. Perto de 30 alunos, das turmas de 10º ano do curso de Restaurante/ Bar e de 11º ano do curso de Cozinha e Pastelaria, orientados pelos formadores Ivan Figueiredo e Luís Laureano, respectivamente, prepararam, confeccionaram e serviram
uma ementa onde deram destaque aos produtos regionais. O Queijo de Azeitão e o Mel da Arrábida, assim como as conservas de Sesimbra ou o doce de laranja de Setúbal foram apresentados num conjunto de canapés e entradas que valorizaram os produtos gastronómicos locais através de uma apresentação diferente e cuidada dos mesmos. Um creme de peixe, lombinhos de porco enriquecidos com o alecrim da Arrábida e os aromas do Moscatel, acompanhados com arroz de pinhão de Alcácer, e frutas da época combinadas com tortas de Azeitão, compuseram a ementa que, acompanhada dos vinhos da Casa Ermelinda Freitas, permitiu dar a conhecer o melhor da gastronomia local e a excelência dos cursos técnicoprofissionais ministrados pela ETPM.
Escola que é um exemplo
Refeição simples, com bom gosto, num ambiente acolhedor e profissional, ganhou elogios de todos os convivas.
Um hotel histórico remodelado
O Luna Esperança serviu de ligação ao Fórum Luisa Todi
A organização do evento contou com a colaboração do Hotel Luna Esperança, situado mesmo no coração da Avenida Luisa Todi, paredes meias com o auditório do Fórum Luisa Todi. De manhã serviu o pequeno-almoço ao secretário de Estado da Administração Local, que foi recebido pelo director do Semmais, presidente da ERTL e vice-presidente da Câmara de Setúbal.
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Jantar social/Semmais na Casa Ermelinda Freitas
O Semmais organizou um jantar social, que serviu para apresentação do projecto de responsabilidade social da ‘Casa Ermelinda Freitas’, “A vida de um vinho”, cujas receitas revertem para a Cáritas Diocesana de Setúbal.
O convite do Semmais ao ministro do Emprego e Solidariedade Social, Pedro Mota Soares, levou a uma noite animada, em que até cantarolou, num ambiente muito familiar e descontraido, perante a empresária Leonor Freitas e restantes convidados.
As personalidades convidadas puderam assistir a um convívio, em que o presidente do Montepio e um dos seus administradores, Carlos Beato, deram um autêntico show na arte de cantar o fado.
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Galeria de imagens no Fórum Luísa Todi
Ao longo deste dia longo, entre os vários painéis, passaram pelo Fórum Luisa Todi, 320 convidados e inscritos. Muitos deles anónimos.
Na plateia do Fórum marcaram presença inúmeras personalidades da vida regional.
Entre a apresentação dos vários painéis, aproveitando os coffe break’´foi possível trocar impressões sobre os trabalhos, falar sobre projectos e reencontrar figuras de várias zonas da região.
SEMMAIS . conferência desafios península de Setúbal . 22 março . 13
Dia Mundial da Água
Aquífero da Península com boa disp
O
sistema aquífero da Península de Setúbal, considerado o melhor e mais produtivo da Península Ibérica, apresenta disponibilidades hídricas que «parecem responder às necessidades futuras». Todavia, aconselha-se um «aprofundamento do conhecimento» e monitorização «permanente» da evolução das suas disponibilidades, em diferentes usos, para que se permita «mitigar riscos e planear com a necessária antecipação». Estas foram as principais conclusões da 1.ª fase do Estudo de Concepção Geral do Sistema Intermunicipal de Abastecimento de Água em Alta à Península de Setúbal apresentadas pela Associação Intermunicipal de Água na Região de Pub.
Álvaro Amaro, lider da AIA
Setúbal (AIA) no 12.º Congresso da Água, promovido pela Associação Portuguesa de Recursos Hídricos, entre 5 e 8 deste mês, em Lisboa. Álvaro Amaro, líder da AIA, enalteceu o esforço dos nove municípios envolvidos na gestão integrada das suas captações, para a manutenção do bom estado do sistema aquífero, mas reconheceu
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onibilidade hídrica que só com o alargamento deste esforço, a todos os usos, e a monitorização alargada e sistemática da evolução pode garantir as «boas condições de êxito deste desígnio a longo prazo». Em 2011 foram captados cerca de 218 hm3, prevendo-se que, em 2051, estes variem entre 177,7 e 252,8 hm3/ano, sendo o sector agrícola aquele que maior necessidade de água precisa, sempre com tendência para subir. Seguem-se as zonas urbanas e a indústria, com tendência para descida e subida, respectivamente. Para uma exploração sustentável do sistema aquífero, concluiuse que o máximo volume extraível é de 70 por cento do disponível. A
actual exploração, embora de elevada intensidade, cerca de 218,4 hm3 em 2011, em termos globais, encontra-se dentro dos limites de sustentabilidade. A Península de Setúbal ocupa cerca de 23 por cento do total do sistema aquífero do Tejo-Sado. É constituído por dois aquíferos intercalados por um aquitardo, formados pela sucessão de camadas detríticas porosas, em geral, confinadas ou semiconfinadas por níveis argilosos às vezes descontínuos, segundo uma espessura média variável de 200 a 300 metros, podendo atingir valores máximos de 600 a 700 metros, no centro da Península e mínimos, inferiores a 100 metros, no limite Oriental.
Ciclo da Água A TRANSFERÊNCIA de água da superfície da terra para a atmosfera, sob a forma de vapor, ocorre essencialmente por evaporação direta dos mares, rios e lagos e por inspiração das plantas. Este circuito é conseguido através dos raios solares que incidem sobre a terra. A subida do ar na atmosfera provoca o seu arrefecimento levando-o à condensação. A água condensada dá lugar à formação de nevoeiros e nuvens que devido a fenómenos de instabilidade leva à precipitação. A água que precipita pode tomar vários destinos. Uma parte é devolvida diretamente à atmosfera por evaporação, outra origina o escoamento superficial, sendo a restante infiltrada no solo. O escoamento superficial compreende a movimentação da água à superfície do solo acompanhando o declive do terreno, podendo dar origem a cursos de água que desaguam em lagos, mares e oceanos. A água infiltrada poderá ficar retida nas camadas superiores do solo, podendo voltar à atmosfera por evapotranspiração. Esta pode ainda continuar a migrar para estratos inferiores do solo (escoamento subterrâneo) até encontrar uma camada de rocha impermeável que permita a formação de aquíferos. As plantas e os animais também contribuem para o ciclo da água por transpiração. Nas plantas a água que se encontra no solo é absorvida pelas raízes e enviada para a atmosfera sob a forma de vapor. A este conjunto de circuitos de troca de água que constitui o ciclo natural da água foram acrescentados dois novos circuitos, quer a nível da captação da água para consumo doméstico, industrial e agrícola, quer a nível da rejeição das águas depois utilizadas.
A importância das estações de tratamento de águas residuais (ETAR) A água é um bem escasso, que ao ser utilizada no dia-a-dia, perde pureza e qualidade, ficando poluída. Esta água residual representa um perigo quando lançada diretamente para o meio hídrico. Para resolver este problema e salvaguardar a saúde pública e o meio ambiente, existe as ETAR, cujo objetivo é recuperar a qualidade desta água de modo a que possa voltar a ser inserida no ciclo hidrológico de forma segura. As águas residuais provenientes da casa de banho e cozinha são encaminhadas através dos canos de esgotos das casas para os canos de maiores dimensões (coletores) que seguem por baixo das ruas que levam ou deveriam levar o esgoto para uma Estação de Tratamento de Águas Residuais. Para além do esgoto que sai das nossas casas também são recolhidas, nos coletores, as águas residuais provenientes das escolas, oficinas, comércio, industria, etc. A água residual recolhida pelos coletores é encaminhada para a ETAR através de condutas, podendo estas ser gravíticas ou elevatórias. Na ETAR a água residual é submetida a tratamento, que de um modo geral compreende as seguintes etapas: Tratamento Preliminar: Compreende a separação dos sólidos de maiores dimensões, pedras, tecidos, embalagens e outros (gradagem), remoção de areias (desarenamento) e remoção de óleos e gorduras (desengorduramento). Muitos dos resíduos removidos na gradagem têm origem nas nossas casas, onde por desconhecimento das consequências de tais ações, deitamos para a sanita resíduos como cotonetes, pensos higiénicos, etc. Estes resíduos devido às suas características são extremamente difíceis de ficarem retidos nas grades e, consequentemente, passam prejudicando o processo de tratamento da ETAR. Tratamento Primário: Separação da fase sólida da fase líquida (decantação primária). Tratamento Secundário: Envolve geralmente um tratamento biológico com decantação secundária. No trata-
mento biológico a matéria orgânica é degradada por bactérias aeróbicas (bactérias que existem na presença de oxigénio). É também com este tratamento que são removidos alguns nutrientes como Fósforo e Azoto, que são prejudiciais ao nível aquático, pois podem levar ao seu enriquecimento com nutrientes, perturbando o equilíbrio e a qualidade das águas em causa. Tratamento Terciário: Tratamento de afinação que poderá incluir a remoção de nutrientes, substâncias tóxicas, material orgânico e sólidos suspensos. Dependendo da sua qualidade final, a água poderá ter diversos destinos. Esta pode ser reutilizada, nomeadamente em rega, lavagens e para operações de limpeza da própria ETAR, ou simplesmente lançada ao meio hídrico. Os tratamentos atrás mencionados correspondem à fase líquida. No que respeita à fase sólida, as lamas geradas no processo de tratamento são espessadas (redução do volume por concentração) e encaminhadas para digestores (decomposição da matéria orgânica). Após a estabilização, as lamas são conduzidas para a unidade de desidratação onde será removido o excesso de água. As lamas são encaminhadas para destino final adequado (exemplo: valorização agrícola). Do processo de digestão anaeróbica resulta a produção de biogás, uma forma de energia renovável, essencialmente composto por metano (CH4) e Dióxido de Carbono (CO2). Estes são encaminhados para o processo de cogeração que converte o biogás produzido em energia térmica e elétrica. Assim, para além de promover este tipo de energia renovável damos resposta ao destino das lamas (resíduos) e à redução das emissões de gases com efeito de estufa. Com a utilização do biogás para produção de energia térmica e elétrica, com a valorização das lamas para utilização agrícola e com a reutilização do efluente tratado, os problemas que existiam deixam de o ser e passam a ser soluções!
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Dados fornecidos pela SIMARSUL — Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal S.A
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