Semmais 23 agosto

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16 anos

Distribuído com o

A REGIÃO

SOMOS TODOS

NÓS

edição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

VENDA INTERDITA Sábado | 23 agosto 2014 Diretor: Raul Tavares

semanário — edição n.º 822 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbal

www.semmaisjornal.com

Cultura 9

Atual 6 e 7

Política 10

Rita Guerra revive temas marcantes da sua carreira no Casino de Tróia

Especialistas afirmam que mais de 50 mil pessoas da região sofrem de incontinência urinária

MIG de Aníbal Cordeiro vai lutar para devolver 'maioria' aos grandolenses Fotos: DR

Residências Assistidas da Porto Salus a crescer NEGÓCIOS O projeto da Porto Salus, em Azeitão, tem vindo a cimentar a sua presença e a suprir uma carência que a península de Setúbal registava no setor. E tem novidades para incrementar o 'envelhecimento ativo'. PÁG. 12

Dívidas das câmaras da região estalam verniz entre PS e CDU

Distrito perdeu quase 40 mil jovens numa década No espaço de dez anos a região perdeu 38449 jovens, com idades compeendidas entre os 15 e os 29 anos de idade. Segundo dados a que

o Semmais teve acesso, apenas os concelhos de Alcochete, Montijo e Sesimbra ganharam população nesta faixa etária, nos recentes

ABERTURA PÁG. 4 Pub.

municípios a crise demográfica é transversal. Entretanto, metade dos emigrantes da região nos últimos três anos têm menos de 30 anos.

POLÍTICA Os socialistas acusam a gestão da CDU de «verdadeiro descalabro» na sequência da notícia de que o Governo vai reter verbas às autarquias para pagar a fornecedores. Os autarcas da CDU falam de um PS "alucinado". PÁG. 10

Metro quadrado do distrito desvaloriza 263 euros em 4 anos NEGÓCIOS O preço da habitação está em queda no distrito entre as tipologias t2 e t3. Em 2010, os bancos avaliavam o m2 no distrito em 1269 euros, mas o valor baixou para os 1006 euros em Junho deste ano. PÁG. 11


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ESPAÇO PÚBLICO

EDITORIAL

Raul Tavares

Câmaras apertadas

A

s dificuldades financeiras das autarquias não se jogam num tabuleiro a ‘preto e branco’, mas antes num colorido em que cada cor justifica críticas e aplausos. Parece inquestionável que durante anos, as primeiras décadas pós revolução, funcionaram como os grandes empregadores dos concelhos que serviam e essa corrida foi longe demais. Hoje qualquer orçamento camarário verte acima dos 60 por cento para pagar a pessoal e pouco resta para investimento. E parte desse emprego foi ‘emprego de ocasião política’. Mas as câmaras fizeram obra de raiz, e para isso basta ter em atenção o que era esta região em 1974. Os milhões vertidos pela comunidade europeia também obrigou a forte endividamento para cumprir a comparticipação nacional. E nem toda a obra fez sentido: muitas rotundas, pavilhões desportivos uns em cima dos outros. Hoje, uma grande parte dos municípios tem outro problema. Com a crise, e sobretudo com a obra pública estagnada, estão com as ‘prateleiras’ cheias de técnicos qualificados, nomeadamente e engenheiros, arquitetos que não podem mexer. Pelo contrário, precisam de empregar trabalhadores indiferenciados e não os podem recrutar. E devem muito dinheiro à economia, acumularam passivos vistosos. E isso é bera. Mas o Estado a reter verbas de uma forma avulsa, sem medição, parece a cobrança de ‘fraque’ não raras vezes averbada pelo fisco. O Governo tem que gerir o normativo e não deixar agravar o fosso. Deve procurar corrigir, auxiliando, compreendo e estando ao lado dos municípios. Tanto mais que, na primeira fase do ajustamento, foram as câmaras municipais que mais cumpriram os ditames da Troika.

Ficha técnica Diretor: Raul Tavares; EditorChefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: redaccao.semmais@ mediasado.pt; publicidade. semmais@mediasado.pt. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Sexta • 23 agosto 2014 • www.semmaisjornal.com

Compete-nos manter: Palestina vencerá!

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o quadro da preparação da Assembleia-Geral da Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC), que teve lugar em Lisboa, o Núcleo da Moita manifestou-se contra o terrorismo israelita perpetrado em Gaza e juntou a sua voz ao conjunto de organizações que “exigem do governo português, no cumprimento do artigo 7º da Constituição da República Portuguesa, o assumir do compromisso de em todas as instâncias internacionais em que se encontra representado advogar o fim da ocupação dos territórios palestinos, condenar a agressão de Israel ao povo palestino e exigir o seu fim imediato”. Consequentemente, a solidarizar-se com as diversas iniciativas que em muitas partes do mundo e do país vão neste sentido, de que é exemplo, enquanto não saltarmos

de parágrafo mas sempre pecaminoso porque numa tríade peninsular incompleta, Almada (Teatro Extremo, CPPC e MPPM, conjuntamente, a 1 de Agosto – conselhopaz.pt), Barreiro e Corroios (a Juventude Comunista Portuguesa em breve). De permeio, o 26 de Julho: num convívio alargado em plena jornada de trabalho da Festa do Avante!, na Amora, Seixal, aquela que em Setembro, uma vez mais, acolherá um pavilhão da AAPC, não podia deixar-se de assinalar o assalto ao Quartel de Moncada, a primeira tentativa passados exactamente 61 anos (26 de Julho de 1953) para derrubar a ditadura de Fulgêncio Baptista. Ainda que condenada ao fracasso em si, porque redundou em mortes e prisões dos 153 patriotas revolucionários cubanos, abriu caminho à célebre fra-

Serviço público

S

rviço público” é o nome da companhia de Francois Chattot, que apresentou o Espectáculo de Honra do Festival de Almada deste ano. “Serviço público” foi um conceito cunhado por Jean Vilar quando em 1947, na ressaca da segunda Grande Guerra, decide criar uma Mostra de Arte numa pequena cidade provençal: Avignon. “Serviço público” é o que Joaquim Benite lobriga quando, no início dos anos 80, decide criar a Festa de Almada no centro histórico da cidade, com “cem contos, meia dúzia de ferros a suster um palco; e a cabeça cheia de sonhos”, como muitas vezes lembrou nos seus discursos de abertura a antiga presidente da Câmara Municipal. Quando se fala de “serviço público”, no que toca ao teatro, está a falar-se do quê? Está a falar-se na democratização do acesso à cultura; neste caso, aos espectáculos de teatro. O artigo 78.° da Constituição Portuguesa prevê que o Estado deva proporcionar a fruição cultural a todos os portugueses, independentemente da sua situação económica. Este acesso poderá fazer-se quer através dos espectáculos produzidos pelas próprias estruPub.

Rodrigo Francisco Diretor da CTA turas de criação estatais, quer através de espectáculos criados por entidades subvencionadas pelo Estado – companhias nas quais o Estado reconhece mérito artístico e nas quais delega o dever que tem de generalizar o acesso a cultura. No final dos anos 70, acompanhando o movimento de descentralização cultural, foram vários os grupos de teatro que passaram a desempenhar, fora dos grandes centros urbanos, o Serviço público que cabia ao estado levar a cabo. A Companhia de Teatro de Almada foi um desses casos, cuja relação exemplar assumida com a Autarquia tornou possível a criação e a durabilidade do Festival de Almada, um dos mais prestigiados da Europa. Mas a subvenção estatal a companhias de teatro independentes, como a CTA, e para mais em épocas nas quais o dinheiro escasseia, levantam por vezes alguma celeuma junto de alguns sectores de opinião, certamente mal informados ou inflamados por alguma circuns-

Valdemar Santos Militante do PCP

se de Fidel de Castro na sua auto-defesa no julgamento a que foram submetidos os sobreviventes: “A História me absolverá”. Era a confiança na vitória da Revolução, que neste 2014 comemora mais de meio século - 55 anos-, igualmente chamada à leitura na montra da sede da delegação da URAP de Setúbal. Estamos na retoma de matéria que recuando quatro meses aqui tratámos (“A rapariga do 1 de Janeiro”, que os 55 anos vieram à luz nessa entrada), mas é porque há tempo persistente que exaspera inimigos. Damos-lhes um assomo de mini-gaúdio se colaborarem na busca da data da saída de uma filha de Fidel Castro de Cuba para os EEUU, seguramen-

tância mais episódica – a última das quais um badalado jantar na Trindade durante o qual uma corte de “agentes culturais” manifestou o seu apoio a António Costa, que logo ali anunciou a re-criação de um Ministério da Cultura caso um dia venha a ser eleito Primeiro-Ministro. A esta gente que foi comer o bife com Costa à Trindade (bife esse que vai perdendo apoiantes, ao contrário do candidato) chamou-se-lhes nalguma imprensa “oportunistas”, “criaturas que acham que o Estado tem de financiar o seu suposto talento”, “parasitas culturais”. Não sei. Não faço ideia de quem fossem. Desconfio de que entre os 600 comensais não escasseassem os tais “produtores de eventos” e “agentes de artistas” e altos-dirigentes das tão badaladas “indústrias criativas” que assim que ouvem tinir um vintém batem logo no peito, põem-se em bicos de pés; e clamam alto e bom som “Artista!”. Colocar esta gente no mesmo saco de companhias que há mais de 40 anos subsidiam o Estado, realizando uma tarefa que lhe competiria a ele, Estado, realizar, é pouco exacto. E para clarificar esta questão seria necessário que se discutissem e clarificassem alguns conceitos, como o de “serviço público”. Ficamos à disposição – mas não nos convidem para jantar.

te para Miami. Nessa semana, um ou dois dias após, a Jota, que há menos de um mês culminou nova edição do Acampamento pela Paz, em Évora, promoveu um debate público no Centro de Trabalho do Partido, no Edifício Arrábida, em Setúbal, com a participação de uma jovem dirigente da Juventude Comunista Cubana. Casa cheia, só por si, mas com a aumentada curiosidade de jornalistas: - “Então que diz da fuga da filha de Fidel Castro?” - “Mas eu também sou filha de Fidel, ou não?” Talvez não fosse possível escrever tanto se aos 18 anos do 25 de Abril o PCP não enfeitasse Portugal com pendões, ora vermelhos, ora verdes, em alternância segundo o rigor da melhor propaganda, com a palavra de ordem: “É jovem, tem futuro”. Compete-nos manter: “Palestina vencerá!”. Há recortes daquelas cores nas bandeiras que esvoaçam.

“Diário de Sara (quase irmã)” Na sequência do “Diário de Sara, a Verde” (2011) é agora editado este novo livro que continua a acompanhar a vida escolar, os interesses, as amizades e as preocupações de uma jovem adolescente. Tal como acontecia no primeiro volume, o dia a dia de Sara tem como cenário os espaços urbanos e as belezas naturais da região de Setúbal, onde vive. E é com esse pano de fundo que ela vai descobrindo novos sentimentos e emoções, ao mesmo tempo que reflete sobre temas tão diversos como a morte, a solidariedade ou o racismo. Dina Barco, a autora, é professora de Português e Inglês no 2º Ciclo, funções que acumula, habitualmente, com as de diretora de turma. Do conhecimento que tem dos seus alunos e da sua experiência profissional resulta a convicção de que esta obra permite múltiplas abordagens pedagógicas, tornando-se, por isso, um precioso instrumento de trabalho. Acredita também que, pela sua estrutura e características, o “Diário de Sara (quase irmã)” ajuda a promover os hábitos de leitura e escrita dos mais novos.

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Até que voltou de novo à sua zona de Chill Out*

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ssisti incrédula – reflecte Alice – ao recente e ignóbil acto protagonizado pelo Ministério de Nuno Crato com a colaboração dos meios de comunicação social portuguesa que para desenjoarem do escândalo BES dedicaram horas e horas da sua programação ou das suas manchetes aos “erros de português” que os professores (note bem, “os professores”, entenda-se, em percepção rápida, “todos os professores”…) tinham dado na prova de avaliação. Oh que horror! E são eles os que ensinam os nossos filhos! Abrenúncio, t’arrenego. Valha-nos o Espírito Santo ( corta, corta, queria dizer “valha-nos deus”, ou a nossa senhora…). Indignada, voltei-me para o meu pai, que há muito se refugiara num mutismo, só entrecortado por amáveis monossílabos, e que ele designava de zona de chill out desde que chegara à conclusão que as elites do “arco da governação” – fosse ela pública ou privada – não mereciam que gastasse com elas o seu tempo e serenidade. Não que se tivesse desinteressado da vida pública – da cidadania, como pomposamente fora agora etiquetada. E arremessei-lhe, violando o pacto de reserva que havíamos estabelecido: “que nojice, que perversidade, que mau exemplo este ministro está a dar ao apoucar uma classe, sim, porque as pessoas querem lá saber que aquela avaliação se aplicara aos mais desfavorecidos de uma classe que este governo tenta denegrir dia após dia, isto é, aos professores contratados com menos de 5 anos efectivos de docência (muitos deles com mais de dez anos em transumância por esse país fora, “sem direitos, nem honra”). Olha, acrescentou, avermelhada de indignação, recordas-te daquele colega que viera de Braga e leccionava na minha escola e que nos dois últimos meses do ano, dormia dentro do carro por não ter dinheiro para pagar o quarto alugado? Pois foi a esses infelizes, que na sua maioria já não tinham grande expectativa de dar aulas no(s) próximo(s) ano (s) que se abateram os ressentimentos do ministro, fazendo sair a conta gotas aspectos que envenenassem a opinião pública, num acto inédito de “pulhice”que não julgava que alguma vez fosse possível. Mas deram ou não deram os erros? Perguntava ainda uma jovem jornalista da televisão, que não percebia muito bem que estava a ser manipulada, coitada…. Provavelmente sim, mas quem pode ter a certeza se os mandantes se permitem revelar os resultados que lhes interessa para a sua chicana política. E depois querem ainda que os respeitem! Desta vez, sem esperar o meu pai disse-me: “Esse não faz jus ao

Arlindo Mota Politólogo liceu onde estudou (o Pedro Nunes) e muito menos ao professor em quem diz se ter inspirado, o meu querido mestre e amigo Rómulo de Carvalho, ou melhor, o António Gedeão que escreveu, se calhar também pensando nele “Eles não sabem, nem sonham…”. E olha, Alice, sabes que tenho um blogue que se chama “Sob, sobre, nós…” onde recolho as “preciosidades” que as figuras públicas dizem, e que nunca pus no ar, por pudor. Sem ter em conta que estar sob ou sobre é muito diferente. Vê isto, cedido pelo meu colega do blogue “Língua portuguesa” “: “Há dias, numa série informativa do canal Panda, explicaram que «os gorilas vivem em grupos, sobre o comando de um macho líder». Até estremeci! Uma coisa é ouvir uma pessoa cometer um erro destes na rua... mas num programa supostamente educativo para crianças e adolescentes? Como é que um tradutor comete um erro desses? E como se admite que quem edita e narra o texto não dê por ele?”. Ou então esta, da autoria de um jornalista que aprecio, publicada no Diário Económico de 8 de Agosto na mesma altura em que a polémica sobre a prova de “avaliação” estava ainda quente:«A médio prazo vamos assistir à mudança do conceito da dívida soberana - deixará de ser vendida e vai ficar como activo nos bancos centrais - devolvendo a confiança à (!) muito perdida». E regressou ao seu mutismo, à sua zona de chill out, onde se havia refugiado, depois de nos últimos seis ou sete anos os BPN, BPP, PPP’s, Sócrates, Portas, Passos Coelho, e agora o BES e o Ricardo Salgado (ah, também ele fora aluno do Pedro Nunes…) lhe terem cavado a convicção de que a elite político-económica portuguesa havia chegado ao fim da linha da dignidade. Não sem antes passar pelo Facebook, onde um pouco melancólico (ou irado?), fora apagar do seu perfil, no entretanto e para já, o estabelecimento onde decorrera o seu ensino secundário… *Esclarecimento para os menos dados a anglicismos:” Temos também uma cozinha enorme para os hóspedes e um lindo terraço semi-aberto que usamos como área chill out com redes e puffs, ideal para ler, descansar e apreciar a natureza (in promoção de uma unidade hoteleira…)”

KC-390. O que é que é isso?

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C-390. Duas letras e três números. Na verdade uma sigla. O novo avião militar (carga) da Embraer. Parte feito em Portugal. Parte feito na Argentina e na República Checa. Parte, claro, feito no Brasil. Um exemplo. Um exemplo de partilha de conhecimento, saber, engenharia e, ainda, geografias. Abordar as indústrias da defesa numa crónica (supostamente) sobre turismo não corresponde a uma visão tão “aérea” como parece. De facto a parceria tem sido o tema mais “falado” e mais insistentemente abordado neste ciclo de crónicas a propósito do turismo. E porquê? Porque nada é tão decisivo na “indústria” do turismo como aquilo a que podemos chamar a “atmosfera” ou o “espírito” dos locais, das regiões ou das cidades. Só viajamos para sítios inspiradores. Só nos damos ao trabalho de visitar locais sobre os quais temos curiosidade e interesse. Ora esta tal de “atmosfera” não é mais do que a reunião de diversos (frequentemente muitos) fatores e circunstâncias. Por exemplo, cuidado urbano nos centros históricos e nas “baixas” das cidades. Por exemplo salvaguarda dos recursos naturais, nas Arrábidas, nos Sados, nos Tejos, nas Arribas da Caparica, nas Matas das Machadas. E depois, só depois, mas tanto e tão decisivo, uma atitude empresarial de criação de servi-

Jorge Humberto Silva Turismo Semmais ços que “revelem” estes recursos. Sem esta rede empresarial os tais recursos permanecem “escondidos” e distantes de quem nos visita. Em larga medida é isso que hoje acontece. A Arrábida, por exemplo e tantos outros exemplos poderiam ser acrescentados, é apenas uma remota possibilidade de visita. Por onde se começa? Que percurso se faz? Quem gosta de património histórico vai onde? E quem gosta de botânica? E a que horas é que se pode visitar o Convento da Arrábida? E quem nos leva lá? E qual é o preço? Tudo perguntas a precisarem de respostas. São essas respostas a essência do turismo. Não o turismo como uma mera possibilidade. Pode ser que sim ou pode ser que não. Mas o turismo como uma realidade revelada através de um conjunto de serviços, programas e propostas. Empresariais claro. Comerciais obviamente. A pensar na criação de riqueza e na geração de emprego. Em abono dos factos, e pensando na nossa região, teremos que admitir, com agrado e até com or-

gulho, que um enorme esforço público de requalificação foi feito. Espaços ribeirinhos, equipamentos culturais, qualificação ambiental e urbana mudaram muito da vivência das nossas cidades, das nossas vilas e do nosso litoral. Falta agora um impulso empresarial. A iniciativa de criar ofertas. Sem a qual essa requalificação terá um muito reduzido impacto no nível de vida das comunidades. Na verdade se o turismo não vislumbra estas possibilidades não passa de um turismo míope. Se o alojamento não “dialoga” com a restauração. Se a restauração não é um ponto de chegada aos nossos destinos, onde depois da gastronomia e dos vinhos (excelentes às vezes) se convida a ficar e a visitar. Se as nossas empresas de turismo ativo, de passeios e de visitas, não estiverem acessíveis (por exemplo nas receções dos hotéis, nos balcões dos restaurantes) então cada um continuará a tratar de si como sempre e o turismo adiado, também, como sempre. Precisamos de um KC-390. Esta, a do tal avião, é a atitude que nos pode revelar como um destino com expressão e com relevância no contexto do nosso país. O Portugal 2020, os novos fundos comunitários que aí veem, serão por ventura o nosso instrumento prioritário. Este setembro saberemos certamente mais. Vamos então construir o nosso, particular e próprio, KC-390.

Afinal para que serve a supervisão financeira?

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onvém que o povo não perceba o sistema bancário e monetário, pois se percebesse acredito que haveria uma revolução amanhã.”Henry Ford em 1922. O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNFS) que integra o Banco de Portugal, a CMVM e o Instituto de Seguros de Portugal viu reforçados os seus poderes com a publicação do decreto-lei nº.143/2013 de 18 de Outubro, em linha com a reestruturação da supervisão financeira de nível europeu assente no Comité Europeu de Risco Sistémico (CERS), que integra o Sistema Europeu de Supervisão Financeira. Compete ao CNFS acompanhar, identificar, proceder à avaliação e fiscalizar os riscos que o sistema financeiro comporta e propor medidas adequadas em cada momento ou situação quer sejam medidas preventivas quer correctivas de forma a minimizar os riscos do sistema e a evitar a sua propagação. A solidez e confiança no Sistema são fundamentais para o desenvolvimento da economia real. A complexidade da situação e

a dificuldade de articulação dos sistemas de supervisão, nacional e europeu não deve servir para justificar o que se tem passado em Portugal. De facto, o que se tem passado nos últimos anos em Portugal tem de ter outras explicações que ainda não foram dadas. O BPN, o BPP agora o BES são o exemplo acabado de que a supervisão não tem dado a garantia de actuar em tempo útil com transparência, rigor e responsabilidade .Tudo isto só é possível devido à `falta de ética na auditoria externa e na revisão oficial de contas É o Estado que tem sido chamado a resolver a situação com dinheiros públicos que é o mesmo que dizer que quem paga são os contribuintes Pagam a fraude ,a evasão ,a especulação e a gestão ruinosa dos proprietários e gestores dos bancos privados .Agora o BES .Não pode ser o povo a sofrer uma vez mais. O sistema financeiro está definitivamente em causa se não forem tomadas medidas .Faz algum sentido que as designadas auditorias externas sejam realizadas pelas mesmas empresas que também fazem de revisor oficial de contas? E até são pagas em alguns

Maria Amélia Antunes Membro do S.N. do PS e pres. da A. M. Montijo) casos pelos próprios bancos? São revisores oficial de contas e a seguir são auditores. Esta promiscuidade, a falta de ética dificultam o apuramento de responsabilidades A seguir surgirão ,por ventura, outros bancos com sérias dificuldades com as imparidades resultantes ,designadamente do sector imobiliário e da construção. O sistema arrasta-se na promiscuidade entre a política e os negócios, sob a pressão e contaminação dos diversos interesses em presença, decaindo sempre o interesse público e o bem comum, em benefício dos infractores a quem nada aconteceu ou vai acontecer até hoje . Passar do clamor para a acção que permita uma efectiva e eficaz supervisão com apuramento de responsabilidades e respectivas penalizações é tão importante como a qualidade do ar que respiramos ,para além duma questão de justiça.


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ABERTURA Em 2001 eram 161187 e em 2013 passaram a ser 122738

Distrito perdeu 38449 jovens dos 15 aos 29 anos numa década Apenas os concelhos de Alcochete, Montijo e Sesimbra ganharam população jovem na última década. Nos restantes a crise demográfica é galopante. 2013, enquanto o Montijo também conheceu uma evolução de 8131 para 9299 (mais 1168) e Sesimbra subiu de 7040 para lcochete, Montijo e Sesimbra 8706 (1666), de acordo com os valores avançados esta semana pelo INE. são os únicos três concelhos do distrito que ganharam população O resto dos municípios segue na dijovem, com idades compreendidas entre reção oposta, lançando a preocupação os 15 e os 29 anos na última década. da crise demográfica. Por ordem alfaNos restantes municípios a crise demobética e no período em análise, Almada perdeu 3473 habitantes entre os 15 gráfica é transversal de 2001 a 2013, segundo os dados oficiais do e os 29 anos (baixou de 29426 Concelhos do Instituto Nacional de Estatística para 25953), Barreiro sofreu Alentejo Litoral quebra de 3578 (de 14299 para (INE), que sublinham a preonão escapam cupação já evidente, mesmo 10721), Moita de 3758 (14207 à sangria à margem dos Censos, mas para 10449), Palmela de 183 que agora é sustentada com (10181 para 9998) e Setúbal de números concretos: os 161187 habitantes 4020 (22272 para 18252). Também os concelhos do Alentejo naquela faixa etária em 2001 estavam reduzidos a 122738 em finais de 2013, Litoral não escaparam à tendência. Altraduzindo uma perda de 38449 jovens cácer do Sal sofreu uma redução de 1116 na península de Setúbal. jovens (2868 para 1752), Grândola de Por concelhos, Alcochete viu a po621 (2779 para 2158), Santiago de Capulação aumentar em 664 jovens, pascém de 2094 (6281 para 4187) e Sines de 682 (2943 para 2261). sando dos 2301 em 2001 para os 2965 em Roberto Dores

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Por faixas etárias, a região contabiliza neste momento 39898 jovens entre os 15 e 19 anos, quando em 2001 chegava aos 44092. Dos 20 aos 24 anos a península tem agora 40129 habitantes, muito dos 56390 de há 12 anos, enquanto na faixa entre os 25 e 29 a população chega aos 42711, depois de ter registado um total de 60705 pessoas no início do século. Contas feitas, quer isto dizer a perda dos 38449 jovens entre a maioria dos municípios da região equivale a uma média de 10% dos habitantes por município, em apenas uma década. O INE aponta a emigração como uma das causas, havendo jovens que se transformaram em emigrantes permanentes, alertando ainda que esta diminuição populacional «é também um dos indicadores do fenómeno do envelhecimento que atinge a população e reflete a redução continuada do número de nascimentos».

Especialista fala em cenário inevitável Dulce Pimentel, doutorada em demografia pela Universidade Nova de Lisboa, admite que se trata de um número bastante expressivo «mas acaba por não surpreender. Basta termos em conta a redução do número de filhos por casal», sublinha a especialista, admitindo que a perda de cerca de 10% do total da população é uma percentagem que «tem muito impacto e nos deve fazer pensar sobre o que está a provocar esta evolução». A mesma especialista pega na quebra sucessiva dos dados da fecundidade ao longo dos últimos 30 anos, para sustentar «que seria inevitável que chegaríamos a esta situação tão preocupante. Os casais têm cada vez menos filhos e emigração dos jovens na faixa entre os 20 e 25 tem agravado o panorama», resume Dulce Pimentel.

Maioria dos emigrantes da região tem menos de 30 anos MAIS DE 50% dos cerca de 6 mil habitantes do distrito que se estima terem emigrado nos últimos três anos, com especial incidência em 2013, teriam menos de 30 anos de idade, segundo dados a que o Semmais teve acesso no primeiro relatório do governo sobre emigração. No ano passado, a maioria das 3 mil pessoas que optaram por tentar uma vida melhor lá fora terão mesmo atingido o estatuto de emigrantes permanentes, uma vez que saíram do país por um perío-

do superior a um ano. O mesmo relatório confirma o que diariamente se vinha constatando no terreno. A emigração aumentou abruptamente no dis-

trito, seguindo a tendência gloemigrantes permanentes e tembal do país, principalmente a parporários no distrito, embora restir de 2010. Acabou por coincidir salve que alguns dos que particom o início da crise financeira ram com a expectativa de regresem Portugal, que conduziu a um sar em menos de um ano, até poenorme aumento da taxa de dedem nunca mais voltar. Filomesemprego, apesar da ligeira rena Mendes admite mesmo que o cenário de evolução populacuperação que chegou com o inícional sofreu um agravamento cio de 2014 e que pode ter ajudado a estancar a emigração. que superou largamente as preRecorde-se que em declaravisões realizadas há uns anos, ções ao Semmais, a presidente da antes da crise em que o país merAssociação Portuguesa de Demogulhou. grafia (APD), Filomena Mendes, A análise nacional das estatísafirmou ainda em Juticas por idades ajuda a Cenário nho que a península perceber o que terá demográfico de Setúbal até nem é acontecido também na superou das mais afetadas do península. 13,8% do toexpectativas país, mas admite tal de portugueses que

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que a região também não está a conseguir escapar ao fenómeno da «crise demográfica». A especialista alertava já para ao avolumar de

abandonaram definitivamente o país tinham menos de 19 anos, enquanto 41,5% tinham entre 20 e 29, significando que 55,3% do total de emigrantes permanentes têm menos de 30 anos. Já no que concerne à chama-

da «emigração temporária», constata-se que a maioria dos que optaram por ir para o estrangeiro são homens e com idades mais avançada: 10,8% dos temporários em 2013 tinham até 19 anos, 29,6% entre 20 e 29 anos, 31,9% entre 30 e 44 anos e 21,3% entre 45 e 59 anos. O mesmo relatório indica ainda que nem os idosos têm escapado ao avanço da emigração, havendo casos de pessoas com 75 e mais anos que também optaram por sair do país. Dados que para o Governo não deixam dúvidas. Portugal é, de facto, hoje o país da União Europeia com maior emigração. Aliás, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas estima que haja 2,3 milhões de portugueses espalhados pelo mundo - cinco milhões, contando com os luso-descendentes. Roberto Dores


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ATUAL ARPTA lamenta situação e diz que seria «muito importante para a região», mas o que importa são os turistas

Voos cancelados entre Paris e Beja não perturbam turismo de Tróia

O

presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA) lamenta o cancelamento dos voos charters entre Paris e o aeroporto de Beja, que chegaram a ser anunciados para este Verão, mas adianta que este contratempo não está a ter influência no turismo entre Tróia e Sines. Vítor Silva assegura que o número de turistas é, exatamente, o mesmo que estava previsto. «O turismo do Alentejo preferia Pub.

que os turistas viessem para a nossa região via aeroporto de Beja, o que seria importante para o território. Por isso, esta notícia não nos pode deixar satisfeitos», sublinha o dirigente, ressalvando, contudo, que o negócio da ARPTA «não são aeroportos nem aviões, mas antes trazer turistas para o Litoral Alentejano e isso está assegurado», acrescenta. Estavam previstos 24 voos, contabilizando partidas e chegadas, até Outubro, mas foram realiza-

DR

Estavam previstos para este Verão 24 voos diretos, incluindo partidas e chegadas.

Plataforma áerea de Beja continua a meio gás, carregada de projetos que não atam nem desatam

dos apenas oito. Os turistas franceses, que inicialmente estava previsto viajarem até ao aeroporto do Baixo Alentejo, têm aterrado no aeroporto de Lisboa, seguindo depois viagem até ao complexo turístico de Tróia. A utilização do aeroporto de

Beja tinha sido prometida pela Windavia e a GPS Tour em Dezembro de 2013, como uma principais novidades em carteira para este ano, prevendo vir a operar um voo charter semanal, entre Paris e outra zonas de França e Beja. Esta estratégia tinha em vista levar pessoas

a Tróia, à ordem de aproximadamente 150 por semana, tendo um operador francês, cliente da GPS Tour, garantido 75 quartos no Aqualuz, sendo que os restantes lugares seriam vendidos para outras unidades, também na rota do Litoral Alentejano.


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ATUAL

A OFERTA formativa no Campus da Escola Técnica Profissional da Moita complementa-se no início do próximo ano letivo com a inclusão da valência de primeiro ciclo através do Colégio Corte Real que já garantia atividades de creche, com berçário, jardim-de-infância e as Atividades de Enriquecimento Curricular do 1.º Ciclo do Ensino Básico nos Agrupamentos de Escola José Afonso e Fragata do Tejo. Segundo nota da direção, o objetivo desta nova valência vai de encontro à «missão de proporcionar às crianças uma integração pedagógica que potencie o seu desenvolvimento integral, alicerçado nos ideais de crescer, aprender, viver e vencer». O Colégio Corte Real, situado no Campus Escolar da Escola Técnica Profissional da Moita, passa assim a contar com instalações dedicadas em exclusividade ao 1.º ciclo do ensino básico, contemplando além dos espaços educativos das salas de aula, do refeitório/sala polivalente, do espaço exterior, uma Biblioteca/Centro de Recursos com uma área de 160 m2. A integração num campus escolar com mais de 17.000 m2 permite otimizar os recursos educativos já existentes. Marta Davis

Sucesso de “O Sol da Caparica” aposta no regresso em 2015 A ESTREIA do Festival “O Sol da Caparica” ultrapassou todas as expectativas. O município já garantiu a realização da edição de 2015, também em Agosto, devido a este grande sucesso de bilheteira. Entre 15 e 18, passaram pelo parque urbano da Caparica mais de 62 mil pessoas. De acordo com o presidente do município, Joaquim Judas, a aposta foi «ganha», pelo que o certame, que aposta sobretudo na música portuguesa, tem já edição garantida para 2015. «A afluência de público foi acima das nossas expectativas. É, sem dúvida, uma aposta ganha». O município, que investiu cerca de um milhão de euros, esperava que “O Sol da Caparica” registasse a entrada de 10 a 20 mil espectadores, mas as contas foram bem superiores, o que leva a autarquia a catapultar o evento para patamares nacionais. «Queremos que este festival seja um grande acontecimento do País», frisou o autarca. Já António Guimarães, director artístico do festival, também «muito satisfeito» com “O Sol da Caparica”, te-

ceu elogios ao recinto onde decorreu o festival, sublinhando que houve «grande resposta do público e dos artistas». Além disso, «uma das razões do sucesso deste festival é por causa deste parque urbano que é muito agradável e que foi alvo de melhorias por parte do município, porque as pessoas estão saturadas de festivais em locais estranhos». Anselmo Ralph, Deolinda, Expensive Soul, Pedro Abrunhosa, David Fonseca, João Pedro Pais, Buraka Som Sistema, António Zambujo e GNR foram alguns dos artistas que atuaram no festival “O Sol da Caparica”. Pelos dois palcos passaram artistas de rock, fado, música popular e hip-hop. O último dia foi dedicado às crianças. O Avô Cantigas e Palhaço e Companhia, entre outros, fizeram as delícias de milhares de crianças. A organização registou a entrada de 9 655 pessoas no fecho dedicado à infância, onde não faltaram diversas actividades para todos.

Registos da região estão na média dos restantes distritos do

Mais de 50 mil sofrem

DR

Colégio Corte Real, na Moita, oferece valência de primeiro ciclo

IPS do Barreiro com novos diretores na ESS e na EST

António Luís

Anselmo Ralph foi uma dos cabeça de cartaz e deu show

Pub. Número: 79/2014 07-07-2014

MARIA Alice Ruivo e Pedro Ferreira são os novos directores da Escola Superior de Saúde e da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal, respectivamente. As tomadas de posse ocorreram a 15 e25 de Julho. Doutorada em Desenvolvimento e Intervenção Psicológica, Maria Alice Ruivo exerce, desde Setembro de 2001, o cargo de coordenadora na ESS/IPS, integrando, actualmente, a coordenação de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica desta escola. Para a nova diretora da

ESS, o início deste novo ciclo constitui uma «oportunidade privilegiada para celebrar a ação empenhada de todos quantos colaboraram neste percurso» e que contribuíram para a «consolidação de uma escola capaz de se adaptar às mudanças da atualidade e de assegurar a criação de valor e saber ao longo dos tempos». Considerando a presença ativa da ESS na educação de profissionais de saúde, Maria Alice Ruivo, frisou, ainda, que a nova equipa pretende «comprovar o papel de relevo desempenhado pela institui-

EDITAL CARLOS RABAÇAL, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: FAZ PUBLICO QUE, no uso de competência delegada pelo Presidente da Câmara, desconhecendo-se o paradeiro do Sr. Marta Cristina Batalha Carvalho e nos termos do artº 70º do CPA, procede-se à notificação edital, nos seguintes termos: O Município de Setúbal, vem comunicar a V. Ex.ª a resolução do contrato de arrendamento da habitação social sita na Rua do Moinho, 1- A 21, em Setúbal, por não uso do locado e abandono da habitação, contrariando o disposto na cláusula V, nº 4 do contrato de arrendamento, in fine, nos termos do nº 2 alínea a) e d) do artº 1083ºdo Código Civil. Mais se informa que nos termos do art.º 101º do Código do Procedimento Administrativo concede-se um prazo de 10 dias (úteis) para se pronunciar, querendo, ao abrigo da audiência prévia. Findo o prazo e caso não haja uma resposta da parte de Vª Exª, considera-se que nada tem a opor. Para constar se lavrou o presente edital e outros de idêntico teor que vai ser afixado nos lugares públicos do costume e na última morada do mesmo, sita na Rua do Moinho, nº 1- A 21, em Setúbal. O VEREADOR, Carlos Alberto Mendonça Rabaçal

Maria Alice Ruivo

Pedro Ferreira

ção na constante busca de soluções educativas inovadoras, ao nível da formação, investigação, relação com a comunidade, internacionalização e contributo para uma gestão sustentável, sendo ao mesmo tempo proporcionadora de progresso». Já Pedro Ferreira, doutorado em Engenharia Civil, exerce a função de docente na EST Barreiro desde 2001 e de coordenador do curso de licenciatura em Engenharia Civil, desde 2012. O lema da sua candidatura foi “Uma escola viva, unida, inquieta, ativa e dinâmica”. Aposta na construção de uma escola de «referência nacional ao nível das formações ministradas e um parceiro com o qual a região poderá contar», frisando ainda a relevância «da cooperação internacional, da criação, desenvolvimento, difusão e transferência de conhecimento, […] e das relações com a comunidade envolvente», para o crescimento e afirmação da EST Barreiro, enquanto entidade formadora de nível superior.


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país e revelam uma tendência preocupante

de incontinência urinária no distrito É um problema bicudo que oferece grande desconforto. Há tratamento para 90% dos casos, mas a maioria opta por não ir ao médico.

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incontinência urinária está aumentar na região devido ao envelhecimento da população. Os especialistas estimam que mais de 50 mil pessoas acima dos 40 anos de idade sejam afetadas pela perda incontrolável de urina no distrito de Setúbal, sendo as mulheres as mais atingidas pela patologia, que acarreta um elevado impacto para a qualidade de vida das pessoas. De resto, a realidade do distrito inscreve-se na média da maioria das regiões portuguesas, de acordo com um recente relatório internacional sobre a resposta dos

Almada reclama obras após colocação de areia nas praias da Costa O MUNICÍPIO de Almada, apesar de se mostrar satisfeito com a alimentação artificial de areia nas praias da Costa e Caparica, cuja conclusão se prevê para este domingo, considera que é fundamental o prosseguimento das intervenções de reparação e consolidação do paredão, esporões e cordão dunar; a correcção das intervenções realizadas no âmbito do Polis, de modo a adequar as mesmas às reais necessidades das populações; e a conclusão do Plano de Desenvolvimento Estratégico da Costa e os respetivos instrumentos de gestão do território. A autarquia garante que se empenhou na «contribuição activa» para o desenvolvimento da Frente Atlântica do Concelho de Almada, intervindo aos mais diversos níveis na criação das condições adequadas à superação dos efeitos negativos resultantes das intempéries registadas no inverno passado sobre o território e a atividade local.

selham os pacientes à recorrer às unidades de saúde das suas áreas de residência para serem medicados. Segundo o urologista Paulo Dinis, incontinência urinária é uma situação paserviços de saúde à incontitológica que resulta da incapacidade em armazenar nência urinária, que indica que quanto maior for o ene controlar a saída da urina, velhecimento da população, alertando que o tratamenmais frequente vai ser o apato da doença em geral é mais recimento da patologia. caro para a sociedade do Ainda assim, segundo a que, por exemplo, o tratamédica Heidi Gruner, há tramento de cancro da mama tamentos para o problema ou do programa de transcom uma taxa de sucesso a plantação renal. rondar os 90%, o «A percentaO tratamento gem de doentes que leva a especiaadequado é mais que recorrem ao lista a alertar que ‘mais caro’ que o médico por pro«a incontinência do cancro urinária é muito blemas de incondesagradável e tem um imtinência comparada com a pacto elevado na vida das percentagem dos que se aupessoas, mas não faz parte tomedicam ou autoprotedo envelhecimento natural». gem é de apenas dez por cenPara isso, os médicos aconto», sublinha o mesmo es-

Praias da região em foco na National Geographic Imagem da capa referente a um Portugal turístico

SETÚBAL e a Serra da Arrábida estão em foco na edição de Agosto/Setembro da revista ‘National Geographic Traveler’. «Descubra o velho mundo tornado novo outra vez». É este o título do artigo, traduzido numa ‘road trip’, dedicado, em grande parte, à costa portuguesas, onde as praias da região ganham particular protagonismo. O artigo de Janelle Nanos, ex-editora da ‘Traveler’ e atual editora da ‘Boston Magazine’, começa por assinalar que “Portugal é

feito para viajantes” e depois iniciar o périplo em Lisboa, a jornalista, que também é escritora, chega a comparar Portugal com outros países, dando a ponte 25 de Abril como exemplo. “Estende-se sobre o rio Tejo, fazendo lembrar a Golden Gate de São Francisco. Ao longo do porto, os braços estendidos do Cristo Rei lembram o Rio de Janeiro”, pode ler-se no texto, continuando a rota por Setúbal, onde Janelle Nanos afirma ter ficando encantada com o Portinho da Arrábida, seguindo para Tróia e depois Sines, onde considera que é aí que tem início a “verdadeiramente selvagem costa do Alentejo”. Percorreu todas as vilas, cidades e terras da Rota Vicentina.

Mulheres em idade ativa são as mais afetadas A International Continence Society (ICS) sublinha que além de ser um problema de saúde e de higiene, a perda de urina é uma situação com repercussões a nível social e pessoal. Isto porquê, insiste a ICS, apear da incontinência urinária ser transversal a ambos os

pecialista, alertando que esta situação «é grave», uma vez que hoje o país dispõe de «armas terapêuticas capazes de curar ou controlar a maior parte das situações». Paulo Dinis reitera que

sexos e a todas as idades, o grupo de mulheres em fase ativa – entre os 45 e os 65 anos – é aquele onde o problema assume um carácter mais marcante. Em termos comparativos, nestas faixas etárias, por cada três mulheres existe um homem afetado pela doença.

os doentes devem procurar ajuda «e perceber que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo se abordada na fase inicial».

Enfermeiros do CH Barreiro/ /Montijo em greve esta segunda-feira OS ENFERMEIROS do centro hospitalar Barreiro/Montijo vão estar em greve, esta segunda-feira, e vão concentrar-se à porta da unidade do Barreiro, pelas 10 horas. Segundo a União de Sindicatos de Setúbal (USS), que tem vindo a alertar para a necessidade de contratação de mais profissionais do setor, os motivos que levam à paralisação prendem-se com «a intensificação dos ritmos de trabalho com jornadas laborais que chegam a atingir as 16 horas» e que se refletem em prejuízos para os utentes,«em longas esperas no serviço de urgência». A classe considera que «a instabilidade dos vínculos laborais, com recurso a vínculos precários por via de prestação de serviços» para além de não resolver os problemas do hospital cria ainda insegurança junto do pessoal. Pub.


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CULTURA Dança e música no Pinhal Novo

Revista popular no “Independente”

A Dançarte apresenta este sábado, às 21h30, no Largo José Maria dos Santos, em Pinhal Novo, o espectáculo “Centro da Vila”, o 3.º do Ciclo mM, com Ivanoel Tavares, Joana

A atriz Florbela Queiroz é a atração do espectáculo “A Língua da Sogra”, que sobe ao palco do Grupo “O Independente”, em Setúbal, este sábado, às 21h30, com preços a

Borges, José Lobo, Ricardo Mondim e Rita Carvalho. Esta criação inédita de dança e música convida o público a perspectivar outro olhar sobre um espaço quotidiano.

Maria Teresa Meireles

Olho

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o lat. «oculus». Os olhos deram origem a um sem número de metáforas, pleonasmos e expressões idiomáticas, entre elas: o «ver claramente visto» de Camões; «num abrir e fechar de olhos», «enquanto o Diabo esfrega um olho», «fazer qualquer coisa de olhos fechados», «saltar aos olhos», «não pregar olho», «meter-se pelos olhos», «a olhos vistos», «comer com os olhos», «ter mais olhos que barriga», «andar com alguém debaixo de olhos», «olhar nos olhos», «só ter olhos para alguém» - expressões que referem desde a facilidade ou a muita prática até ao discernimento, à falta dele, ou ao sentimento do amor. «Olhos que não vêem, coração que não sente», «longe da vista, longe do coração», e é sabido que «a beleza está nos olhos de quem vê» porque «quem o feio ama, bonito lhe parece». «Olho por olho, dente por dente»: numa sociedade assim estruturada seríamos todos cegos e desdentados, como fez notar Ghandi. Um só olho de ciclope: visão incompleta, parcial, limitada. «O olho da tempestade», o seu centro. Olho «de águia» ou «de lince», a visão acutilante. O «olho de vidro» dos piratas. «Olho gordo» e o «mau-olhado». Olhos lascivos, húmidos de desejo. Olhos piscos, míopes. Olhos vingativos, perfurantes, agressivos e secos como a própria vingança. Olhos cruéis, duros como pedra, frios e cortantes. Olhos húmidos, sensibilidade à flor da pele. Olhos amendoados; olhos grandes, redondos, rasgados, pequenos, encovados, esbugalhados; olhos claros, escuros, brilhantes ou baços, profundos, maléficos, melosos, misteriosos. «piscadela de olho», cumplicidade. Olhos risonhos, íntimos, olhos que nos chamam, olhos-íman, olhos-foco. Fototropismos. Olho, óculos, binóculo, monóculo, telescópio – o olho de longo ou curto alcance, exacerbado ou micro-usado - microscópio. A lupa. «Olh’ó passarinho!» - o olho da máquina, a máquina como um olho gigante. Olho que nos filma, câmara oculta ou visível, objectivas zoom-ilógicas. Ilusões de óp-

tica, como nos quadros de Escher. O olho como consciência, visão do mundo e abertura ao exterior. Fechar os olhos é a negação voluntária do que nos circunda ou a selecção dos sentidos a usar - ao «fechar» um dos sentidos, os outros potenciam(-se). Olho visionário do sábio ou do profeta. Olhar é o verbo da razão? Olhar, ver, observar, perceber: do olho à compreensão. Para Leonardo de Vinci, «o olho é o juiz universal de todas as coisas» mas nem sempre, e ao contrário do que afirmava Paracelso, «Aquele que olha, vê». Olho que nos vê, que nos inibe - «voyeurismo». O olho de Deus – o olho juiz que tudo vê, a impossibilidade de fuga a esse olhar. O olho de Deus condiciona e culpabiliza, funciona como uma consciência alargada e total. «1984», de Orwell, Big Brother - o olho como devassa e controlo. Nos contos tradicionais, a visão é o sentido mais valorizado. O choque da beleza, o «ser bela como o sol» e o seu efeito. Os olhos tiram-se, trocam-se por comida ou outros bens, arrancam-se como castigo ou punição («Cinderela», dos Grimm; «Édipo Rei», de Sófocles) ou apenas «porque sim» («Os Pássaros» de Hitchcock). O visível e o invisível. O que não vemos e imaginamos é sempre mais poderoso do que aquilo que nos é dado a ver. O poder da sedução está no que se oculta. Vé(n)us. Olhar nos olhos do outro sem rir – um dos jogos mais difíceis da minha infância. «Olhos de Cão Azul», Gabriel García Márquez; «A Lebre de Olhos de Âmbar», de Edmund Waal; «O Olho e o Espírito», de Merleau-Ponty; «Às Cegas», de Claudio Magris; «De Olhos bem Fechados», filme de Kubrick baseado num conto de Arthur Schnitzler. A gruta é um olho; o poço é um olho; o sol é um olho – toda a natureza nos vê e se revê em nós. O olho é um reflexo complexo. Narciso transforma-se em flor porque se vê.

O município sadino apoio o festival com 19 mil euros

XVI FESTA DO TEATRO abre portas a jovens criadores O evento conta ainda com música, curtas-metragens, exposições, debates e espetáculos de rua.

DR

DICIONÁRIO ÍNTIMO

8 euros. Esta divertida comédia, com direcção de Nuno Miguel Henriques, conta ainda com as interpretações de Ricardo Raposo, Rita Rodrigues, entre outros.

A edil Dores Meira e o diretor artístico da Festa do Teatro, José Maria Dias, durante a apresentação à imprensa

António Luís

A

XVI Festa do Teatro, que arrancou ontem em Setúbal, aposta em apoiar jovens criadores e novas estruturas cénicas para usufruírem da logística e promoção do certame. “Mais Festa”, a novidade em jeito de «secção não oficial», como apelida o Teatro Estúdio Fontenova, organizador do evento, em parceria com o município, pretende mostrar novas criações e artistas emergentes, mas também possibilitar a interação com os espetáculos de profissionais. O elevado número de solicitações de estruturas e companhias que se queriam apresentar no certame motivou a «abertura do festival a mais gente», adiantou o diretor da festa, José Maria Dias, durante a apresentação do programa, na Casa da Cultura. A dinamização da secção “Mais Festa”, com espetáculos sem bilheteira fixa obrigatória, inclui um concurso, no qual o projeto vencedor passa a integrar a edição de 2015. A presidente da autarquia, Dores Meira, enalteceu a «notável persistência e vontade de trazer teatro ao público setubalense», num certame que oferece à cidade «o melhor das artes de palco» e proporciona «mais cultura» em novos e renovados espaços municipais.

«A aposta na cultura é uma aposta no futuro», vincou a edil. O subsídio financeiro de 19 mil euros à Festa do Teatro é um dos exemplos dos apoios municipais concedidos regularmente para a «criação de condições para que os agentes culturais possam desenvolver as suas actividades».

A autarca destacou que «Setúbal promoveu, nos últimos anos, um enorme investimento na requalificação de equipamentos culturais», a par de apoios financeiros e logísticos a um conjunto variado de iniciativas. «São de suprema importância para a construção de uma cidade mais forte».

Programa diversificado Este sábado, às 22 horas, no Forum Luísa Todi, o Fontenova estreia a “Trilogia Whitman – Capítulo II – Saudação”, com textos de Fernando Pessoa, Federico García Lorca e Walt Whitman. A Companhia de Teatro Contemporânea apresenta uma nova versão de “Branca de Neve” a 24, no Teatro de Bolso, enquanto a 25, na Sebastião da Gama, a CIA D’Artes, do Brasil, encena “Cafundó Onde o Vento Faz a Curva”. No dia 26, Circ Panic, de Espanha, apresenta “La Caranava Pasa”, espetáculo de artes circenses a realizar no Bonfim. No mesmo local, a 27, o Teatro das Beiras mostra “Farsas per Música”. “Fatma” é a proposta do Teatro dos Aloés para dia 28. Já “Bandoleiros Cabaret”, da Jangada Tea-

tro, está em cena a 29, na Sebastião da Gama. “O decisivo na política não é o pensamento individual, mas sim a arte de pensar a cabeça dos outros (disse Brecht)” é a proposta para dia 30 da Mala Voadora, na Sebastião da Gama. O programa termina dia 31, no Fórum Luísa Todi, com “Punk Rock”, dos Artistas Unidos. Um concerto/baile com A Batalha do Modesto Camelo Amarelo, às 23h30, em frente à Casa da Cultura, encerra a edição. Destaque para o ciclo “Mestres do Cinema ao Ar Livre”, com filmes subordinados à temática da mulher na sétima arte, no Parque de Albarquel, bem como uma oficina de cinema intergeracional.


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Cartaz...

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Revista à Cunha

Beldades desfilam na esplanada

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Não deixe de assistir à apresentação das 15 candidatas a Rainha da Festas das Vindimas e suas Damas de Honor, bem como à atuação do grupo musical Preto e Branco. Entrada livre. Espaço Fortuna, Quinta do Anjo • 22h00

Rita Guerra recorda êxitos

Noite de fados na Fonte Nova

Don.

A popular Rita Guerra, com a sua banda, revive alguns dos temas mais marcantes do seu percurso profissional. Além dos maiores êxitos de 30 anos de carreira, o público ouvirá ainda histórias que acompanharam a artista. Casino de Tróia • 22h30

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Atuação dos fadistas Milene Candeias, Nuno de Aguiar, Nélia Oliveira, Fernando Machado, Susana Almeida, Jorge Nunes, Sónia Colaço, Luís Pinho, Georgette de Jesus e Eugénio Almeida, acompanhados por Rui do Cabo, à guitarra, e Albano Almeida, à viola. Inclui jantar. Grupo D. Fonte Nova, Setúbal • 19 horas

Palma nestas festas de Corroios

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“Revista à Cunha”, de Francisco Nicholson, promete música e muito humor. É um espetáculo de duas horas, que conta com Carlos Cunha no papel principal, e ainda Filipa Cardoso, Erica Mota, João Duarte Costa, Sara Brás e João Duarte. Teatro João Mota, Sesimbra • 22 horas

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O cantor Jorge Palma dá um concerto nas Festas Populares de Corroios para animar o público que visita este certame onde não falta o artesanato, a feira franca, o desporto e a gastronomia. Qt.ª da Marialva, Seixal • 22 h00

20 mil pessoas passaram pelo Rock no Sado PERTO de 20 mil pessoas passaram pela segunda edição do Festival Rock no Sado, que decorreu no Parque de Santiago, em Setúbal, entre 15 e 17 deste mês. Xutos e Pontapés, UHF, Boss Ac e Richie Campbell foram os cabeças de cartaz do evento que continua a apostar na música portuguesa e nas bandas de música moderna da região. Carlos Oliveira, director artístico do certame, faz um balanço positivo do festival, lamentando, contudo, a «incoerência» do município de Almada que agendou o festival “O Sol da Caparica” para as mesmas datas. «Fomos afectados, em termos de público, por essa in-

coerência. Desde 15 de Janeiro que tínhamos o Rock no Sado agendado e não se justifica, a 30 quilómetros de distância, no mesmo distrito, a Câmara de Almada agendar “O Sol da Caparica” sem ter em conta o festival de Setúbal. Se os dois festivais tivessem ocorrido em datas diferente, todos ficaríamos a ganhar com isso». E reconhece que a mudança do Rock no Sado de Junho para Agosto foi «benéfica», uma vez que trouxe «mais público e melhores condições climatéricas. E finaliza: «As condições e os espectáculos do Rock no Sado foram excelentes».

“Olha que Dois” traz de volta Carlos Ferreira O CHAPITÔ, em Lisboa, continua a receber, sempre com casa cheia, o espectáculo de cabaret-teatro “Olha que Dois”, o qual alia rábulas revisteiras com números de travesti em playback. Guida Scarllaty, Paulo César e Lena Valério apresentam um espectáculo alegre, a não perder, às sextas e sábados às 22 horas. O espectáculo que traz aos pal-

cos o ator Carlos Ferreira, o decano e pioneiro do transformismo em Portugal, é encarado por Teresa Ricou, diretora do Chapitô, como um «sucesso». «Estou muito contente por ter juntado em palco estas três grandes figuras do espectáculo. O Chapitô, como projeto social e polivalente, é uma tenda suficientemente grande para abraçar todos os tipos

de espectáculos», sublinhou. Já Carlos Ferreira, confessou que já tinha «algumas saudades» de regressar ao palco, relembrando que “Da Sé para o Cabaret”, um espectáculo «muito bonito e cenografado», também estreado este ano, foi o «embrião» para o “Olha que Dois”. Em Setembro, o ator regressa ao bar do Chapitô com novo espectáculo.

Ofertas Semmais •­­ Ligue e peça os seus convites Bilhetes para comédia com Florbela Queirós Temos bilhetes para oferecer aos nossos leitores para irem ver este sábado, às 2h130, ao Grupo Desportivo “O Independente”, em Setúbal, à comédia “ A Língua da Sogra”, protagonizada por Florbela Queirós. Não perca os encontros e desencontros familiares. Basta ligar 918 047 918 ou 969 431 085.


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POLÍTICA Estado retém verbas do OE para as autarquias para pagar credores e PS crítica CDU

Dívidas camarárias abrem guerra entre comunistas e socialistas A gestão dos dinheiros das autarquias da região e as dívidas acumuladas fizeram estalar mais uma guerra política. A federação do PS diz tratar-se de um «descalabro». Os autarcas da CDU rejeitam as críticas falam de uma oposição «alucinada». que o país atravessa. Adília Candeias, vice-presidente da câmara de Palmela, diz mesmo decisão do governo de reter que não responde «às alucinações do parte das transferências do PS» e que melhor seria que «os soOrçamento de Estado para cialistas se preocupassem com ouas autarquias no sentido de efetuar tras coisas». Embora sem querer prepagamentos aos respetivos credores cisar que outras coisas seriam essas, levou a Federação Distrital do Partido a autarca garante que dará aos vereadores do PS «as respostas cabais Socialista a emitir um comunicado no na próxima reunião de câmara». qual acusa as câmaras do distrito, de gestão CDU, de «verdadeiro descaA câmara de Setúbal, cuja verba labro». No mesmo comunicado, os a reter é, segundo os socialistas, de socialistas lamentam que a CDU perto de quatro milhões e meio de «continue a enganar os cidadãos, euros, não «tece comentários às condizendo uma coisa e fazendo outra» siderações feitas em comunicado e «levando à falência as empresas pela Federação do PS». Fonte do gaa quem não paga, em particular as binete da presidência assegura, no pequenas empresas». entanto, que a autarquia «apresenO Semmais sabe que o Estado tou uma contestação» à decisão goterá já decidido a retenção imediavernamental e que só durante o mês ta das transferências para as autarde Setembro se saberá o resultado dessa contestação. quias de Sesimbra, Grândola e Moita, estando a ulTal como em Setúbal, Câmara de timar a retenção no que a câmara de Palmela está Setúbal apresentou «uma também em audiência de se refere aos concelhos de contestação» Setúbal, Alcochete e Palinteressados, preparando mela. um contraditório uma vez As autarquias contatadas pelo que acredita «não haver motivos para Semmais recusam, de forma geral, a retenção de verbas.» Adília Cantecer comentários em relação ao teor deias refere que os «vários quadros do comunicado socialista, manifesapresentados permitem várias leitando até «estranheza» pela forma turas e interpretações» e que, na óticomo o PS «descarta responsabilica da autarquia, a leitura do governo não está correta. Também a câdades» quer na gestão municipal de algumas autarquias, como é o caso mara da Moita está a analisar os núde Grândola, de gestão socialista até meros para verificar se os valores em causa estão corretos, recusanàs últimas eleições, como no atual do-se no entanto a «pronunciar-se estado de dificuldades financeiras Marta David

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A situação financeira das autarquias tem sido fonte de pressão política

sobre o comunicado do PS». Já António Ferreira Mendes, presidente da câmara de Grândola, acusa os socialistas de estarem na política de «forma demagógica, hipócrita e oportunista», até porque a situação que denunciam «só pode ser uma crítica à gestão do PS Grândola uma vez que os 526.216.00€ que serão retirados a este Município se devem ao incumprimento das reduções de dívida nos anos de 2011, 2012 e 2013, anos em que o PS liderava os destinos desta Autarquia». Reação idêntica sobre a postura do PS tem Augusto Pólvora. O presidente da câmara de Sesimbra recusa-se a aceitar «críticas de quem tem “telhados de vidro” e melhor faria em olhar para a própria casa antes de atirar pedras aos telhados alheios».

Apesar de admitir que a autarquia de Sesimbra «não cumpriu integralmente a exigência da Lei do Orçamento nos anos 2012 e 2013» que impunha uma redução de 10% nos pagamentos em atraso -, Pólvora adianta que a sua gestão conseguiu «uma redução da dívida global da câmara nestes anos atingindo uma redução superior a 2 milhões de euros em 2013». O edil de Sesimbra assume ainda que o aumento da dívida da autarquia nos últimos oito anos «está ancorado em investimentos de reconhecido interesse público», como são os casos das obras de saneamento da Freguesia do Castelo, da Frente Marítima de Sesimbra e da construção de escolas e Jardins de Infância, que custaram perto de 21 milhões de euros.

Estratégia do Alentejo Litoral assume prioridades até 2020 O ALENTEJO Litoral quer assumir-se até 2020 como um território que fomenta o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. Esta é a base de partida integrada no Plano Estratégico de Desenvolvimento do Alentejo Litoral 2014-2020, recentemente apresentado. No essencial, o documento, elaborado por uma equipa liderada pelo ex-ministro Augusto Mateus, pretende, como prioridades, a promoção de emprego, da coesão e inclusão social, valorização dos recursos regionais, da inovação, turismo e ordenamento do território para uma maior atração de pessoas e investimento. A equipa de Augusto Mateus identificou um conjunto de quatro eixos estratégicos e não tem dúvidas de que a região «tem aqui uma enorme força». Já Vítor Proença, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) afirma que este trabalho oferece prioridades, linhas de atuação e orientações decisivas para os agentes e atores locais. O edil de Alcácer do Sal afirmou na cerimónia de apresentação do plano que a região tem agora «uma estratégia para o território e uma visão de médio prazo amplamente participada e largamente apropriada pelos agentes territoriais».

Vitor Proença, presidente da CIMAL

MIG quer devolver poder à maioria dos Grandolenses

Aníbal Cordeiro

O MOVIMENTO Independente POR GRÂNDOLA (MIG) já tem Comissão Política, presidida pelo Vereador e candidato à presidência da Câmara nas últimas autárquicas, Aníbal Cordeiro, dando assim um passo firme, segundo os seus dirigentes, para «aperfeiçoar o modelo organizativo» e fazer cumprir com o projeto apresentado aos grandolenses para este mandato. Segundo Aníbal Cordeiro, o Movimento, que nas últimas autárquicas captou cerca de 20 por cento do eleitorado, está apostado em «tudo fazer para desem-

penhar o melhor trabalho político possível e, ao mesmo tempo, criar condições para devolver a gestão do Município aos representantes da maioria dos Grandolenses», tendo em conta os cinco mil eleitores que não votaram na CDU, contra os cerca de 2800 votos conquistados por esta Coligação. «É esse o nosso rumo e o MIG está disponível para entendimentos que passem por este objetivo, colocando os superiores interesses do concelho e da população à frente dos interesses partidários e outros». Os autarcas do MIG não têm

dúvida de que passado quase um ano de gestão da CDU, com apoio do “Movimento Grândola Melhor”, encabeçado por António Candeias, «o desenvolvimento do concelho estagnou e está muito aquém do que as populações precisam». E acrescenta: «É quase uma obrigação virarmos a página e fazer com que a maioria dos grandolenses, através do voto, se veja representada na gestão da autarquia». A Comissão Política do MIG, que tem como vice-presidente Filipe Gomes, aposta em continuar a cumprir a sua orientação política, com base no seu pro-

grama eleitoral e não enjeita entendimentos que se possam traduzir na criação de uma alternativa à gestão da CDU. «Temos conseguido, de forma natural e harmoniosa, encontrar pontos de entendimento com outras forças, como o PS, mas não existem qualquer tipo de acordos e muito menos “cheques em branco”. Só o futuro dirá o que pode vir a acontecer, sendo que tudo continuaremos a fazer para justificar a confiança que muitas e muitos Grandolenses depositaram no MIG», disse ao Semmais o líder do Movimento.


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NEGÓCIOS Em 2010 os bancos chegaram a avaliar o m2 na região em 1269 euros

Metro quadrado do distrito desvaloriza 263 euros em 4 anos São oscilações de mercado que têm muito a ver com a crise. Em apenas quatro anos o preço médio por metro quadrado desvalorizou 263 euros. Em Junho deste ano voltou a subir, mas de forma residual.

Le Chef Xica Bia promove criatividade em “Sabores de Agosto”

Roberto Dores

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Os valores das avaliações

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preço da habitação está em queda no distrito de Setúbal entre as tipologias t2 e t3. Os bancos chegaram a avaliar o metro quadrado em 1269 euros no ano de 2010, mas o valor médio baixou para os 1006 euros, segundo os últimos dados relativos a Junho de 2014 revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Quer isto dizer que o preço médio do metro quadrado desvalorizou um total de 263 euros, em apenas quatro anos, significando que, por exemplo, numa casa com 100 metros quadrados de área a queda de preço, em termos de avaliação bancária, poderá superar os 25 mil euros. Ainda assim, as sucessivas quedas do valor médio de avaliação bancária para a região (que em 2013 já somava uma queda de 2,8% face ao ano anterior) foi interrompida em Junho, segundo

Depois do ‘boom’ dos anos 90,. o valor da habitação tem perdido força

Já há dois anos Alcácer do Sal era o concelho da região que exibia a avaliação mais elevada por metro quadrado, com um valor de 1239 euros, segundo os dados mais recentes. Os mesmos que apontam Almada com uma avaliação bancária de 1196 por metro quadrado, Sesimbra com 1125, Seixal 1055 e Setúbal 967. A capital de distrito chegou aos 1165 em 2010, ano em que Almada conheceu valores médios de 1520 e o Seixal de 1374. Alcochete baixou para os 1055, Barreiro para 939, Moita 937, Montijo 971 e Palmela 906.

para 2010 (1269), mas a partir os números oficiais, registando-se um aumento de 1,1% face ao daí a queda foi a pique, baixanmês de Maio, representando uma do para 1138 em 2011 e 1024 em recuperação de cerca de 11 euros. 2012, chegando aos 1006 em 2013. Ainda assim, o valor apuraCuriosamente, o valor alcançado na região em Junho, no âmdo em Junho, com a ligeira rebito da concessão de crédito à cuperação. habitação, juntamente com a O t2, que estava avaliado em Grande Lisboa, acabou 1224 euros em 2010, Só há dez anos baixou para 1106 em por influenciar o auatrás houve 2011, voltando a cair mento do valor médio queda idêntica da avaliação no resto em 2012 para 989, enno distrito do país. quanto o t3 estava É preciso recuar até 2010 para avaliado em 1256 em 2010, passe encontrar o início da queda sando para 1128 em 2011 e 1026 do preço da habitação transverem 2012.No Alentejo Litoral, a avaliação chegou aos 1245 em sal a todo o distrito. O valor médio de avaliação bancária ain2009, mas em 2012 já não ia além da subiu de 2009 (1212 euros) dos 1160.

O RESTAURANTE-CERVEJARIA Portobeer regressou a Tróia para confeccionar as típicas francesinhas, depois de uma experiência de três meses no verão de 2013. Entre Abril e Outubro, o espaço de Troia vai estar no ativo, enquanto o restaurante do Porto completa este ano 8 anos. Anselmo Torgal, o gerente, realça que a insistência se deve ao facto de o projecto vir dar resposta a algo que não existe na região. «Temos mercado para este tipo de oferta gastronómica, uma vez que não existe nada do género na zona. É uma iguaria típica do Porto que tem es-

tado a ter muita procura. Temos tido casa cheia aos almoços e aos jantares», vinca. Destinado a todo o tipo de público, o Portobeer tem no seu menu francesinhas tradicionais, mas também as vegetarianas, de carnes brancas e a do Patas, destinada às crianças. «Temos recebido vários tipos de público, com destaque para espanhóis, franceses, alemães e ingleses, bem como clientes que fidelizados no ano passado», sublinha. Segundo Anselmo Torgal, uma refeição orça entre os 20 e os 25 euros. Além das francesinhas, estão dis-

VIP’S em cruzeiro da Adega de Palmela

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Portobeer serve francesinhas à moda do Porto em Troia

O RESTAURANTE Le Chef Xica Bia, localizado na Av.ª Luísa Todi, em Setúbal, continua a promover, até ao final do corrente mês, o evento “Sabores de Agosto”. Depois de várias semanas temáticas de cozinha internacional, o restaurante decidiu avançar para o “Sabores de Agosto”, um projecto que visa dar a conhecer a sua criatividade em pratos adequados à quadra de férias. A Semana do Nada, em que cada prato é preparado consoante os vários estilos e idades de pessoas, também foi um sucesso e deverá voltar no inverno. Paulo Rocha revela que os “Sabores de Agosto” pretende oferecer aos seus clientes uma ementa onde reina «a qualidade e a minha criatividade». Casal de Secretos com Picanha, Peito de Pato com mel e frutos mágicos e o Doce do Nada são algumas das surpresas do mês. Aberto há 7 meses, o chef Paulo Rocha garante que o Le Chef Xica Bia continua a apostar em menus criativos e que satisfaçam os clientes. «Depois de dar formação, a nível internacional, resolvi investir num estilo de comida não gourmet, de minha autoria, onde o cliente fica satisfeito com a boa quantidade», vinca.

Espaço funciona até à meia noite

poníveis outros menus, entre os quais o choco frito, o polvo e o bacalhau. Leite-creme e mousse de chocolate são as especialidades da casa nas sobremesas. Funciona todos os dias entre as 12 horas e a meia-noite.

ANA SALAZAR, Lili Caneças e o cantor Bonga, foram três das estrelas que encheram de glamour o Rio Sado, no dia 16, durante o cruzeiro enoturístico, Wine Sunset Party, da Adega Cooperativa de Palmela. Ao longo do evento, ao final da tarde e com uma duração de cerca de 2h30, foram servidos, aos cerca de 70 participantes, os mais emblemáticos e premiados vinhos da empresa, entre os quais o branco Ana by herself, recentemente lançado por esta casa de vinhos em parceria como a famosa estilista Ana Salazar, e o Vale dos Barris Syrah, o preferido do

Bonga, embaixador da adega.Não faltaram os multipremiados Vale dos Barris Branco Moscatel e Pink, ou os Palmela Tinto e Branco, entre muitos outros rótulos, nem muito menos o emblemático Moscatel de Setúbal ou o Espumante Moscatel. As provas, acompanhadas com degustação de iguarias regionais, foram feitas com a ajuda do enólogo Luís Silva, que, ao longo do passeio, esclareceu todas as dúvidas e revelou alguns dos segredos que colocam os vinhos da firma entre os muito premiados a nível nacional e internacional.


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NEGÓCIOS

Residências Assistidas da Porto Salus em Azeitão assumem competências no ‘envelhecimento ativo’

«O nosso projeto veio suprir grandes necessidades da península de Setúbal» O conceito da unidade é o de um hotel sofisticado. À direita, o administrador Jorge Costa e a dupla técnica, Cátia Rosa (psicóloga) e Susana Gomes (enfermeira).

As residências assistidas da Porto Salus, em Azeitão, vieram cumprir necessidades do setor na península e apostam numa oferta de serviços ao residente, com base no conforto, segurança e apoio médico.

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A

s residências assistidas da Porto Salus, em Azeitão, vieram cumprir necessidades do setor na península de Setúbal e apostam numa oferta de serviços ao residente idoso, com base no conforto, segurança e apoio médico. Tudo em nome da qualidade de vida do utente e apoio à família. O responsável da Porto Salus que gere a unidade de residências assistidas de Azeitão, Jorge Costa, não tem dúvida que o projeto está a ser um sucesso e a suprir «grandes carências» neste setor na península de Setúbal. «Abrimos em Abril deste ano e, pela tendência que se regista em pedidos de informação e reservas, não temos dúvidas que até ao final deste verão atingiremos mais de 60 por cento da capacidade instalada», explica ao Semmais. A unidade, criada ao abrigo de um protocolo entre o Grupo Visabeira, com larga experiência em vários setores de atividade, entre eles a hotelaria e a saúde, e a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, foge ao tradicional e funciona como um hotel sofisticado. A comodidade, a

segurança e o apoio médico são midade como uma alavanca de setrunfos que justificam a sua alta gurança, porque sabem que um qualidade. Jorge Costa sublinha eventual pedido de assistência mais mesmo que a construção de raiz específico está à distância de um toque de botão», explica à nossa «nada deixou ao acaso», incluindo reportagem a enfermeira Susana os quartos modelares onde os reGomes, que é também uma «vigisidentes habitam de forma permalante a tempo inteiro». nente, sujeitos a «detalhes muito É esta profissional específicos para o fim em Motivar e causa», sem se mostraque gere as necessidades estimular rem «agressivos do pondo dia-a-dia de cada um o residente e to de vista estético e utidos residentes, cujas caapoiar as famílias litário». rências, comportamenNem sequer falta uma unidato e personalidade vão conhecende hospitalar, em zona contígua, do quase de «forma familiar», como com inúmeras valências médicas, afirma Cátia Rosa, a psicóloga que pronta para assegurar a guardatrabalha em sintonia com a equipa de cuidados de saúde. -avançada de apoio contínuo e de Neste momento, salienta Jorurgência aos residentes. «Os nosge Costa, a unidade está a receber sos residentes sentem esta proxi-

Projeto Alzeimer em curso e para levar à comunidade Uma das valências em que a unidade procura especializar-se tem a ver com o Alzeimer, uma cruzada que a ciência ainda não conseguiu despistar. «Temos um residente com a doença declarada e tem sido um desafio para todos nós a sua reabilitação em parâmetros aceitáveis. É muito diferente receber apoio continuado aqui que em casa. Na residência estimulamos o levante, a autonomia possível e até se melhora a autoestima», explicam as técnicas Susana

Gomes e Cátia Rosa. Tanto mais que se trata de uma patologia com efeitos no doente e na sua família. «Sabemos como estava o residente e a sua esposa quando aqui entrou e como estão agora. Parecem duas pessoas diferentes», acentua Jorge Costa. Os responsáveis pela unidade estão a preparar um conjunto de workshops a realizar nas instalações e em empresas da região, procurando sensibilizar para a doença e sobretudo para a forma de a enfrentar.

«muitas pessoas que não encontravam respostas para as suas necessidades», muitas delas obrigadas a encontrarem solução nos arredores de Lisboa, na outra margem do Tejo, com maior isolamento e prejuízos para os próprios e suas famílias. Com uma solução mais próxima dos familiares «a componente do acompanhamento e do desenvolvimento integrado deste tipo de utentes estão salvaguardados», afirma o responsável. A enfermeira Susana Gomes afirma mesmo que «para as famílias é mesmo muito importante esta proximidade, porque as suas visitas e acompanhamento representam bem-estar para os utentes, pelo que estimulamos muito a partici-

Residente com 92 anos é prova de ‘envelhecimento ativo’ As residências assistidas da Porto Salus, em Azeitão, dispõem de 90 quartos e suites, entre individuais e partilhados, incluindo para casais, com uma capacidade total para 120 residentes. São aceites utentes a partir dos 65 anos de idade, sendo que a mais idosa atualmente a residir na unidade tem 92 anos de idade. «Não é, de todo, a mais velha do grupo de residentes. Está ótima, é muito ativa e representa para nós a verdadeira essência do envelhecimento ativo, que tanto promovemos no projeto», explica Jorge Costa, corroborado pelas técnicas que cuidam do quotidiano daquele espaço.

pação das famílias». E a psicóloga Cátia Rosa adianta: «A ideia é promover em todos os patamares o envelhecimento ativo, privilegiando a qualidade de vida e a promoção da saúde. O bem-estar físico, a promoção da saúde, a segurança e as atividades recreativas são valências que fazem parte do nosso modelo de gestão». No essencial, explicam as técnicas, «a questão central é ir percebendo as necessidades de cada um dos residentes, uma vez que muitos deles viviam focados na doença, ajudá-los a viver melhor e com mais qualidade, e integrá-los melhor em função dos seus gostos». Motivação é a palavra certa, levada com rigor pela equipa do Porto Salus. E os exemplos são muitos e com bons resultados, através de atividades tão simples como os convívios, os lanches, a expressão musical, a ginástica e até os passeios para o exterior, devidamente preparados e acompanhados. E para que tudo funcione em pleno, a unidade conta atualmente com 15 profissionais, nos mais diversos setores, prevendo-se que em ‘velocidade cruzeiro’ possa chegar aos 120 trabalhadores. «Temos uma equipa jovem e muito bem preparada e qualificada. Neste momento, prevendo a entrada de mais utentes, já procedemos a um segundo recrutamento. Nesta área não é possível esperar que cheguem os utentes e só depois reapetrechar as equipas. Temos que ter sempre resposta adequada, sobretudo porque se trata de um setor muito sensível com utentes que manifestam um grau de exigência muito elevado», finaliza Jorge Costa.

Hospital contíguo e aberto ao público O Hospital Nossa Senhora da Arrábida que ladeia a residência está aberto ao público e veio preencher uma lacuna no quadro das carências hospitalares da região. Para os utentes das residências assistidas é uma mais-valia, uma vez que está separado apenas por um corredor, mas para a comunidade local é igualmente um grande suporte. «Dispõe de várias especialidades em ambulatório, um centro de fisioterapia e um piso de internamento, servindo de hospital de retaguarda. Os responsáveis da Porto Salus aguardam a resolução dos protocolos encetados com seguradoras, Ministério da Saúde e Segurança Social, de modo a permitir a abertura dos serviços 24 horas.


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No porto de Sines, o crescimento no primeiro semestre foi de 41% e na plataforma de Setúbal atingiu os 75%

Semestre mostra que negócio de contentores nos portos da região continua em franca subida António Luís

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movimentação de contentores no porto de Sines, nos primeiros seis meses do ano, cresceu 41 por cento face a igual período do ano transacto, com um total de 595 474 TEU. Este crescimento foi mais notório na segunda metade do semestre, com Abril, Maio e Junho a ultrapassarem os 100 mil TEU´s. Apesar da paragem técnica da refinaria de Sines, durante dois meses e meio, o total de mercadorias movimentadas foi superior a 17 mil toneladas, valor idêntico ao do primeiro trimestre do ano passado. Os mercados fora da União Europeia têm vindo a crescer nos destinos das mercadorias, em comparação com os destinos dentro da mesma zona. Também as exportações cresceram mais 5 por cento, comparativamente às imPub.

portações que decresceram 3 por cento. As principais mercadorias exportadas foram os produtos refinados, as pedras e cerâmicas, o gás natural, pasta e papel, carvão, peças e maquinaria, produtos alimentares, propileno e mesclas. Estados Unidos, México, China, Brasil, Argentina, Reino Unido, Espanha, França e Noruega foram alguns dos principais destinos das exportações. O número de navios operados cresceu 3 por cento, com um total de 965 navios. Mais rotas e mais clientes nas duas plataformas portuárias, a mostram as vias do crescimento sustentado No caso do Porto de Setúbal, o segmento de contentores cresceu 75 por cento no segmento de linhas regulares: três quinzenais, terrâneo e África, incluindo Mometros. O terminal serve a região contentores, entre janeiro e julho, de Lisboa e Espanha, até Madrid, que escalam portos da Europa, Meçambique; e uma bissemanal, com para os tráfegos Shortsea Atlânface ao ano anterior, com um toditerrâneo, África Ocidental e Anligações ao Norte da Europa, Dubtico e África, podendo, tal de 60,6 mil TEU mogola; uma quinzenal, que escala lin, Liverpool, Londres, Dunkirk e Crescimento após investimento em vimentados. portos do Norte da Europa, Le HaRoterdão. de 75 por cento equipamento, dar resCom uma taxa de É uma referência que se deve vre, Antuérpia e Roterdão; uma a no porto sadino à qualidade de serviço, elevada ocupação de 20 por cenposta à procura previscada 10 dias, que liga Setúbal a toto, o terminal tem vasta capacidata no segmento Shortsea. dos os portos do Mediterrâneo, produtividade do terminal de conO crescimento do porto tem Norte de África e Médio Oriente; de ainda disponível e tem possitentores e qualidade das linhas de sido sustentado pelas atuais sete uma Com-Ro, que serve o Medibilidade de expansão, até 4 quilóarmadores.


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LOCAL

O PRESIDENTE do município, Álvaro Beijinha, solicitou uma reunião urgente ao secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, para discutir medidas a adotar para resolver o grave impasse na conclusão das obras inacabadas na A26/IP8, em particular no troço entre V. N. de St.º André e Sines. Recorde-se que o edil manifestou recentemente a sua indignação perante o atraso da Estradas de Portugal e do Governo em retomar as referidas obras inacabadas. Para o autarca, «o elevado tráfego diário nesta via não se coaduna com as parcas condições de segurança criadas por obras que transformaram esta via de comunicação, com condições ótimas e

NO ÂMBITO das comemorações dos 500 Anos do Foral Manuelino, o município e a Associação Cultural História e Património promovem a Feira Quinhentista de Aldeia Galega, entre 12 e 14 de setembro. O evento vai decorrer no centro histórico da cidade. Aos visitantes propõe-se uma viagem ao passado, ao ambiente de convívio social e cultural do século XVI, através da reconstituição do tipo de mercado e produtos comercializados na época, por entre muita música e dança, bem como tascas, tabernas e grelhadores para comes e bebes. Simultaneamente, serão recriados quadros históricos ficcionados baseados em factos e lendas de Aldeia Galega do Ribatejo das primeiras décadas do século XVI.

Alcácer venera Senhora do Monte PRESTAR homenagem a Nossa. Senhorar do Monte é o objetivo das festas anuais que culminam este sábado, em Vale de Guizo e Arez. Além da missa e procissão, acompanhada pela banda da Sociedade Filarmónica Amizade

Visconde de Alcácer, as festas incluem a atuação de grupos corais, bailes, concertos e folclore. A iniciativa é organizada pela União de Freguesias de Alcácer e Santa Susana, entre outras entidades.

Barreiro promove cozinha saudável

Evento decorre no mercado

O MERCADO municipal 1.º de Maio recebe no dia 30, às 10 às 13 horas, o workshop de cozinha saudável, promovido por Vegan Chef Portugal, com o apoio do município. Os participantes no “No Mercado há… Cozinha Saudável” vão aprender a fazer diversas iguarias. As inscrições custam 5 euros.

As obras inacabadas continuam a causar transtornos aos automobilistas

que permitia uma circulação automóvel segura, numa via que é um autêntico estaleiro de obras, com infraestruturas semiconstruídas abandonadas, a degradarem-

-se». A agravar a situação nesta via persiste uma limitação de velocidade de 50km/hora, sem possibilidade de ultrapassagem durante cerca de 10 quilómetros.

Alcochete requalifica caminhos

Festas de verão em Sines

O ARRANJO de três caminhos agrícolas, situados no Terroal/ Passil, está pronto. O investimento, comparticipado em 85 por cento pelo Proder, é superior a 157 mil euros. A obra visou reforçar a competitividade do sector agrícola naquela zona com a criação de melhores acessibilidades às explorações agrícolas e às pequenas unidades agro-industriais. Foram limpas e regularizadas a plataforma e valetas, na execução de passagens hidráulicas em linhas de água e em todas as serventias de acesso às diversas propriedades e na aplicação de camada de desgaste em betão.

A FREGUESIA de Porto Covo continua a ser palco, até ao final deste mês, das Festas em Honra de Nossa Senhora da Soledade, numa organização da Junta de Freguesia local. A procissão das velas (dia 29, às 21 horas), concertos com Emanuel (29) e Mónica Sintra (30), bailes e fogo-de-artifício são alguns dos destaques da programação.

dem encontrar outros produtos derivados da atividade apícola, como a cera, o propólis ou os favos. Doçaria regional, queijos, produtos biológicos e naturais e artesanato estão também à venda neste popular certame que dinamiza o turismo e o comércio da vila.

NO ÂMBITO do projeto “Tampas e Caricas” o município entregou à Misericórdia local, 366 mil e 40 euros em ajudas técnicas. Foram entregues 1 andarilho com rodas e cesto, 2 almofadas gel para cadeiras de rodas, 1 lava cabeças, 2

Moita divulga história do Sal CONHECER a história do sal no concelho e na região, o seu processo de extração e outras curiosidades sobre a ecologia do estuário, os invertebrados do Tejo, os peixes e as aves é a sugestão do município para este sábado, através de uma visita ao Sítio das Marinhas, entre as 15 e as 19 horas. Trata-se de um equipamento sin-

gular, no âmbito da preservação e promoção do património cultural e natural, pela perspetiva integrada que apresenta da história e do ambiente, do homem e do território, de um espaço humanizado, com a reconstrução de muralhas e de uma salina em perfeito equilíbrio com uma paisagem de marés e de salgados e sapais.

Marisco é rei em Setúbal O 2.º “MARISCO no Largo”, que decorre até este domingo no renovado Largo José Afonso, conta com a adesão de cinco restaurantes e da produtora de ostras Neptuno. «É um evento de qualidade que promove os nossos produtos e

potencia a oferta turística», sublinha a presidente Dores Meira. Com investimento superior a 150 mil euros, foram criadas «infraestruturas de apoio aos vários eventos» que ali decorrem. É organizado pela Essência do Vinho e Unicer.

Seixal revive festas de Corroios O PARQUE urbano da Quinta da Marialva recebe até final do mês as Festas Populares de Corroios que oferecem concertos de nomes consagrados do panorama musical nacional como Gisela João, UHF, Jorge Palma, José Cid, Azeitonas e Anjos. Na noite de abertura atuam as

Procissão pelas ruas da freguesia

Grândola ajuda Misericórdia da terra

Sesimbra dá a provar o bom mel O CASTELO acolhe, de 29 a 31 deste mês de Agosto, a ZimbraMel, que costuma ser visitada por milhares de pessoas. Trata-se de uma das mais importantes feiras do género, em Portugal,onde se transaccionam cerca de 6 mil quilos de mel. Além do mel, os visitantes po-

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“GULA sem pecado”, na Costa de Caparica, “Dá Cá Cilhas”, em Cacilhas, e “Tomalapaz”, no Parque da Paz são os novos quiosques de Almada. Já em funcionamento, desde início do mês, na Costa, encontramos o quiosque “Gula sem pecado”, com esplanada. O quiosque de Cacilhas, próximo do terminal fluvial, onde será possível alugar bicicletas, abriu dia 15. Além da aposta numa nova dinâmica ao nível da mobilidade, o “Dá Cá Cilhas” será também um ponto de encontro. O “Tomalapaz” abre no fim do mês.

Feira quinhentista anima Montijo

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Novos Quiosques dão vida a Almada

Santiago pede reunião urgente ao Governo sobre atraso na A26/IP8

bandas finalistas do Festival de Música Moderna de Corroios, entre elas os vencedores da edição deste ano, os Vira-Casaca. As festas de Corroios contam ainda com animação, dança e bailes pelos diferentes espaços da Quinta da Marialva.

copos para água de bico fino e 1 copo para pacientes acamados. O projeto foi implementado pelo município em Setembro de 2011, com vista a ajudar as instituições particulares de solidariedade social do concelho.

Palmela celebra tradição vitivinícola DE 4 A 9 DE SETEMBRO, regressa a 52.ª Festa das Vindimas. O programa integra a pisa da uva e a bênção do 1.º mosto, o cortejo dos camponeses e o cortejo alegórico alusivo ao tema “Uma viagem ilustrada por Palmela”. Os vinhos premiados irão estar em destaque na feira de vinhos da Península de Setúbal, no Largo de S. João. Muita música, com destaque para o trabalho das diversas coletividades centenárias do concelho e dos artistas locais, gastronomia, desporto, animação e exposição e venda de produtos regionais são mais alguns dos motivos de interesse para uma visita. A rainha é eleita dia 3.


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DESPORTO

A boa sementeira

Vitória recebe Gil Vicente na estreia em casa esta época

Primeiro jogo em casa é “para ganhar”! É a estreia desta época no Bonfim de um Vitória recheado de caras novas. A derrota de domingo com o Rio Ave justifica ‘tolerância zero’ para o Gil Vicente, mas também para a equipa sadina.

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João Schmidt sonha com ‘canarinha’

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Marta David

O reforço João Schmidt

Vitória de Setúbal joga, este domingo, a partir das 17 horas, frente ao Gil Vicente, a primeira partida desta época, em casa, com um plantel recheado de caras novas e novas e nova equipa técnica liderada por Domingos Paciência. Depois da derrota fora, a semana passada, com o Rio Ave, por dois a zero, a equipa do Bonfim quer começar com o pé direito as atuações frente à sua massa associativa. Num jogo que o presidente do Gil Vicente já considerou de “tolerância zero” – face ao final de época menos bom dos gilistas a também ao início desta temporada com uma derrota em casa – os sadinos terão de se apresentar na máxima força para conquistar os três pontos. «Frente ao Rio Ave fizemos uma boa primeira parte, mas no segundo tempo quebramos o rendimento», admitiu o médio João Schmidt em conferência de imprensa de antevisão da partida da segunda jornada. O jogador brasileiro, emprestado pelo São Paulo, acredita, no entanto, que o Vitória tem condições de ganhar a partida. «Se jogarmos como na primeira parte, com o Rio Ave, ou melhor, podemos conseguir

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um bom resultado. Sabemos que o Gil vem com toda a sua força, mas nós estudámos bem o adversário e confiamos no nosso trabalho.» O primeiro triunfo em casa é importante porque «dá confiança e motivação» à equipa e esse parece ser o único pensamento do plantel. Schmidt sabe que a massa associativa do Vitória é exigente e «muito fanática» o que para o jogador é positivo porque «a exigência dos adeptos dá-nos força e traz uma parte dessa energia para dentro do campo» Para a receção ao Gil Vicente, o Vitória não deverá contar com PauloTavares, Kiko e Fábio Pala que durante a semana realizaram apenas corrida, assim como Diego Maurício ainda condicionado com uma questão muscular. De fora, por castigo, estão Manu e Zequinha, expulsos na partida frente ao Rio Ave. A época passada, no confronto entre as duas equipas registou-se um empate no Bonfim, a duas bolas, e um triunfo do Gil, por um a zero, em Barcelos. Na tabela classificativa os dois clubes ficaram separados por oito pontos, com vantagem para o Vitória, sétimo classificado. O Gil Vicente foi 13º.

João Schmidt chega ao Vitória por empréstimo do São Paulo, por uma época. O médio esquerdino deu nas vistas na pré-temporada, mostrando bom toque de bola e visão de jogo e acredita que tem condições para fazer uma boa época e, assim, mostrar-se no futebol europeu. «Todo o jogador brasileiro sonha em jogar na Europa. Quero fazer uma boa temporada, ganhar experiência e aparecer no mercado europeu», diz o jogador que já foi internacional sub-20 pelo Brasil. Para já as atenções centram-se no trabalho em prol dos resultados do Vitória, mas voltar a envergar a camisola canarinha está nos planos do jogador a médio prazo. «O meu primeiro objetivo passa por fazer uma boa época e colocar o clube numa posição confortável. Se possível ainda melhor que no ano passado. Mas claro que quero muito, no futuro, voltar a vestir a camisola do meu país.» Schmidt está em Portugal há pouco tempo e considera que a adaptação tem sido fácil apesar da ausência da família. Os companheiros de equipa «foram bastante calorosos» e sentiu-se «bem recebido». A gastronomia tem ajudado à adaptação porque Setúbal «tem comida muito boa, com peixe muito fresquinho».

jovem e bem estruturada seleção nacional de juniores (sub-19) sagrou-se vice-campeã da Europa, na Hungria, garantindo a qualificação para a próximo Mundial, na Nova Zelândia, em 2015. Invencível até ao despique final, frente à Alemanha (0-1) a formação lusa comandada pelo sadino Hélio Sousa, campeão mundial em Riad-1989, justifica elogios e boas perspetivas de aproveitamento de um talentoso lote de jovens, desde o “keeper” André Moreira (do Ribeirão-C.N.S.) até ao pujante goleador André Silva, do F.C. Porto. Em consequência de um bom trabalho desde há três anos, os “sub-19” de Portugal apresentaram-se na Hungria a muito bom nível, que recebeu elogios de vários quadrantes. Enquanto “produto” do Vitória de Setúbal, a sua cidade, o seu apego desportivo, Hélio Sousa merece distinção especial, sob feliz lembrança do sucesso mundial de há nada menos do que 25 anos. Sóbrio, calmo, ponderado, exigente de qualidade e conduta, Hélio Sousa constitui um flagrante exemplo da boa “sementeira” do biénio 1989/91, com dois títulos mundiais conquistados sob a dupla técnica de Carlos Queirós e Nelo Vingada. Deste lote de jovens de 18/19 anos, há um quarto de século resultou um considerável número de técnicos de reconhecida qualidade, parceiros de Hélio Sousa. E posso evocar uns quantos nomes de boas provas prestadas: Paulo Sousa, Jorge Costa, Paulo Alves, Emílio Peixe, Pedro Valido, António Folha, Rui Bento, Paulo Torres, Abel Xavier, Capucho e também, noutro tipo de funções e tarefas, Luís Figo, Rui Costa e o “vice” federativo João Pinto, o único que dobrou os aplaudidos títulos mundiais. E não nos esquecemos de citar mais uns quantos que não atingiram bitolas tão elevadas, mas

David Sequerra Colaborador que continuaram a seguir os desígnios do futebol em que se notabilizaram: Bizarro, Jorge Amaral, Jorge Couto e João Oliveira Pinto e também Brassard, dos quadros técnicos da F.P.F. Convenhamos que foi uma admirável sementeira que o profícuo trabalho de Hélio Sousa nos fez recordar neste texto. Para 2015, em presumível ensaio no Festival de Toulon e, logo de seguida, na Nova Zelândia, à escala mundial, os “Sub-19” que brilharam na Hungria, já na condição etária de “Sub-20”, prometem proporcionar-nos bons momentos de euforia, com o reforço de alguns bons juniores em plena evolução como por exemplo Ruben Neves (F.C. Porto), Horta II (Vitória de Setúbal), Alexandre Silva e Cristian Ponde (Sporting), com 17/18 anos de idade. Assim sendo, esta temporada de 2014/15 apresentou-se-nos sob o signo de otimismo quanto às classes jovens do futebol nacional. E pena é que a força titânica de ambiciosos empresários continue a prejudicar os melhores desígnios dos escalões de formação, através de hábeis “ofertas”, constituindo nocivos obstáculos à promoção natural de juniores de qualidade. Alguns dos injustamente preteridos optam por aventuras além-fronteiras, em Santander, Reus, Valência, Sheffield, Ajaccio, Udine, Bruxelas, Bruges e por aí fora. O Chamariz de Chipre e Malta tem-se mostrado notório e desse jeito as boas “sementeiras” de jovens valiosos vão sendo prejudicadas. Que tal não aconteça à “fina-flor” dos jovens de 18/19 e 20 anos que se mostraram bem capazes em Toulon e na Hungria, eis o que se nos afigura oportuno desejar. E neste aspeto específico e tão importante, o silêncio legislativo da F.P.F. assume laivos de ensurdecedor.

Alcácer recebe Campeonato Ex-presidente da FPN Europeu para Jovens Cavaleiros recebe medalha de mérito PERTO de uma centena de jovens cavaleiros profissionais participam entre 16 e 21 de setembro, na Herdade de Vale Sabroso, em Alcácer do Sal, no Campeonato Europeu para Jovens Cavaleiros. A competição, considerada uma das mais importantes do circuito internacional, deverá trazer à região mais de 15 mil espetadores.

Durante praticamente uma semana, os amantes da equitação poderão assistir a um Concurso Completo de Equitação, uma prova que se divide em três fases distintas. Na primeira fase, que se realiza nos dias 18 e 19, os cavaleiros e os cavalos passam por uma prova de ensino, onde é exibida uma combinação de movimentos previamente concebida.

A segunda fase, no dia 20, é uma das mais apreciadas pelo público pois é uma prova de cross, uma corrida com mais de 30 obstáculos, conhecida pela espetacularidade dos saltos e pelo interesse que suscita junto do público. A competição termina com uma prova de obstáculos mais simples e menos exigente fisicamente para os cavalos.

PAULO Frischknecht vai ser agraciado pela câmara de Setúbal com a Medalha de Honra da Cidade, na categoria de desporto. O antigo presidente da Federação Portuguesa de Natação e gestor desportivo é uma das personalidades escolhidas pela autarquia cuja listagem foi aprovada na última reunião de câmara. Paulo Frischknecht, na-

tural de Tomar, notabilizou-se por ter sido múltiplo campeão e recordista nacional, bem como pela participação em diversas edições das mais importantes provas mundiais de natação, nomeadamente nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976) e de Moscovo (1980). Enquanto presidente da Federação Portuguesa de Natação foi responsável pela

escolha de Setúbal para receber a única etapa europeia da Taça do Mundo de Águas Abertas e também pela realização da prova de apuramento olímpico, em 2012. Para além de Paulo Frischknecht, será ainda homenageado na área do desporto, a título póstumo, ao antigo bancário e árbitro de futebol Fernando José Valério.



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