Semmais 23 Maio 2015

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semmais

Sábado 23 | Maio | 2015

Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 856 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita

DISTRITO COM CASÓRIOS EM BAIXA A tendência de queda de casamentos no distrito têm-se mantido de forma consistente. O ano passado consumaram-se 2501 casórios, em cerimónias religiosas e de caráter cívil. Menos 66 que em 2013. Os únicos municípios que inverteram a descida foram Setúbal, Seixal e Alcácer.

SOCIEDADE PÁGINA 4 ENFOQUE PÁGINA 2

NEGÓCIOS PÁGINA 12

SOCIEDADE PÁGINA 5

O novo plano, de que os centros de saúde do distrito vão ser prioritários, permite acesso rápido às temperaturas e vai servir para evitar idas ás urgências e mortalidade por excesso de calor.

O parque empresarial da BlueBiz, em Vale da Rosa, Setúbal, vai servir de plataforma logística do setor automóvel, permitindo pequenas intervenções nas viaturas que seguem para o mercado. E vai descongestionar o porto.

A Câmara de Alcochete prepara festa de arromba para assinalar as comemorações dos 500 anos do seu Foral. Há uma feira medieval, torneio equestre e até lançamento de vinho. Um programa para todos os gostos.

CENTROS DE SAÚDE DA REGIÃO COMBATEM EFEITOS DO CALOR

BLUEBIZ VAI SER ENTREPOSTO PARA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL

ALCOCHETE EM FESTA COM 500 ANOS DE FORAL


EDITORIAL

ENFOQUE SAÚDE NOVO PLANO QUER PREVENIR IDAS ÀS URGÊNCIAS E DIMINUIR MORTALIDADE POR EXCESSO DE CALOR

Centros de saúde da região já têm acesso rápido às temperaturas Raul Tavares Diretor

A destruição da nossa memória coletiva Para além do conflito armado, da guerra jihadista e do terrorismo, há na cruzada atroz do dito estado islâmico um aviltante ataque à mais profunda genética das civilizações. A destruição da memória coletiva da história da humanidade, de que o último ‘massacre’ ficou bem patente nas ruínas de Palmira, na Síria, é algo nunca visto e deprime. É como se todos e cada um de nós tivéssemos sido decepados. Este horror, que parece não ter fim – há já múltiplos ataques do género, lembremo-nos da destruição das ruínas de Hatra, no Iraque, património da humanidade, e também em Nimrud – é uma escalada sem precedentes e revela bem os reais motivos desta seita, que mata, que esfola, que destrói, em nome de nada. E sabe-se que a legião de jovens recrutados no ocidente, no mais sagrado contexto da tolerância e da vida democrática, conseguem fazer igual, revelando que o caráter humano é composto de várias argamassas, capazes do melhor e do pior. O mundo ocidental, a partir do qual, na Era da modernidade, foi capaz de criar a Polis, desenvolver as leis, e impor a democracia e a tolerância, tem enormes responsabilidades no que se está a passar a oriente. E a sua reação, para já encurralada, só se vislumbra pela lei da guerra. Mais uma vez, como a História demanda, é o olhopor-olho, a violência no seu aviltante extremismo. Há que repensar as fórmulas que nos podem limpar desta selvática ironia de ciclos ganhos e ciclos perdidos. Cada ação, gera ação. É a dialética do terror a fazer com que o Homem se ponha a nu, numa correlação de forças em que ninguém vence. Quando o vil metal é a base de todas as loucuras, quando a escolástica é a promoção dos ódios, das conquistas e das cruzadas, pouco resta desses escombros. Também aqui, na Europa se vai naufragando na cegueira. O fosso entre ricos e pobres, protegidos e desprotegidos adensa-se perigosamente. É uma figueira acesa e pronta a propagar-se. O pior é que todos veem as labaredas e poucos se chegam à frente para as apagar.

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O novo processo pretende reduzir a mortalidade por ondas de calor e para isso é preciso agilizar chegada da informação. Evitar a ida ao hospital é outro dos objetivos. O distrito é uma das prioridades do novo plano. O distrito de Setúbal é uma das regiões prioritárias no novo plano que pretende reduzir a mortalidade por ondas de calor, passando os centros de saúde a terem acesso rápido aos valores das temperaturas registadas nas estações meteorológicas mais próximas, a partir de agora. O plano prolonga-se até 30 de Setembro. De resto, o acesso dos centros de saúde às temperaturas, quase em cima da hora, é a principal novidade do chamado Pla-

no de Contingência para as ondas de calor da Direção Geral da Saúde (DGS), definido com o objetivo de contribuir para que os centros de saúde possam funcionar melhor. Uma aposta da tutela que ambiciona evitar idas às urgências dos hospitais e várias mortes, como tem acontecido na época de Verão, devido ao calor excessivo nos últimos anos. «Os alertas passam a ser feitos pelos centros e saúde que têm acesso aos dados das estações meteorológicas mais próximas», explica Paulo Diegues, da Divisão de Saúde Ambiental e Ocupacional da DGS e responsável por este plano, para quem esta mudança permitirá uma avaliação de risco «mais rigorosa», reduzindo «a malha» das temperaturas e garantida «uma melhor avaliação do risco», já que até agora as previsões das temperaturas eram dadas por distrito. Informação vai ser disponibilizada por site próprio Esta informação apenas estará disponibilizada para as autoridades de saúde, através de uma zona reservada no site da DGS, tendo sido definidos três níveis de alerta: verde (nível 0 - temperaturas

normais para a época do ano), amarelo (nível 1- temperaturas elevadas que podem provocar efeitos negativos na saúde) e vermelho (nível 2 - temperaturas muito elevadas e que podem provocar efeitos graves na saúde). Segundo um despacho do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, publicado no Diário da República, a 23 de Abril, «todos os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem assegurar, de forma eficaz», os seus planos, os quais devem levar em conta «a realidade local». Os planos devem «reduzir a vulnerabilidade a situações de

pico de procura e aumentar a capacidade de resposta local” e “sensibilizar os profissionais de saúde e a população em geral, e em especial os grupos de risco, para os efeitos na saúde decorrentes dos picos de frio e ondas de calor». Segundo o despacho assinado por Fernando Leal da Costa, neste período «os serviços e estabelecimentos do SNS devem adotar medidas que permitam uma adaptação célere às maiores necessidades de resposta em serviços de urgência, competindo às Administrações Regionais de Saúde (ARS) a coordenação das respostas e a sua integração nos diferentes níveis de prestação de cuidados».

A carência de médicos de família no distrito chega aos 30% TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O alerta é do presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, numa altura em que o Governo procura ‘aliciar’ médicos para recompor as falhas. A situação no Litoral Alentejano é a mais problemática. O presidente da secção sul da Or-

dem dos Médicos, Jaime Mendes, alerta que a região «precisa de muitos médicos de família», por serem os profissionais a quem os doentes mais recorrem. Alerta feito no Dia Mundial do Médico de Família pela Ordem, onde se ficou a saber que nem a vinda dos clínicos cubanos foi suficiente para fazer face às necessidades. Mas há outras preocupações em cima da mesa.

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Recorde-se que na semana passada, foi o próprio ministro da Saúde, Paulo Macedo, a admitir que, ao contrário do norte e centro do país, não vai ser tão cedo que a sul todos os portugueses vão ter acesso a médico de família, alertando Jaime Mendes que a carência na região rondará hoje os 30%. «Uns saíram devido à reforma antecipada, outros foram para outras zonas e o sul ficou muito penalizado. Ao ponto de que nem o reforço com os médicos cubanos chegou para minimizar este problema», descreveu ao Semmais, defendendo a necessidade do Governo apostar em medidas de exceção que «convençam» os clínicos a instalarem-se nos três distritos alentejanos, «fazendo por aqui a sua vida». O mesmo dirigente contesta há muito tempo o recurso à contratação de médicos por empresas de prestação de serviços para os hospitais, alegando que não estão preparados para trabalharem nesta região. Alega que os clínicos «desconhecem a realidade das zonas mais interiores», insistindo antes «nos incentivos à fixação de jovens profissionais», sobretudo em zona como o Litoral Alentejano.

Queixas de falta de material são constantes nas unidades Mas há outras pedras no caminho do Serviço Nacional de Saúde por estas paragens. «As queixas que recebemos na Ordem relativas à falta de material são constantes», denuncia, dando o exemplo de algumas vacinas, mas também de materiais básicos, como é o caso dos pensos. «É uma situação incompreensível que faz lembrar as antigas caixas de previdência antes do Serviço Nacional de Saúde», acrescenta. Recorde-se que o Governo está criar incentivos para tentar convencer os médicos a fixaremse nas zonas mais periféricas que

tenham falta destes profissionais. Segundo a proposta do Ministério da Saúde, a tutela aposta em dar aos médicos um incentivo de mil euros mensais nos primeiros seis meses, que serão reduzidos para 500, sendo que ao fim de um ano da colocação os clínicos ficarão a receber 250 euros por mês. Ainda de acordo com o plano – contemplado no Orçamento de Estado para 2015 – os incentivos serão alargados a compensações para despesas de deslocação e de transporte e outros benefícios, como é o caso de mais dois dias de férias por ano, a garantia na transferência de escola para os filhos e facilidades na colocação de emprego para o cônjuge.


SOCIEDADE

Semana Aberta do centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal

Distrito é dos últimos nos rastreios oncológicos O distrito está entre as regiões

mais desfavorecidas no que diz respeito aos rastreios oncológicos de base populacional, com menos de 30%de taxa de cobertura, segundo revela o relatório da Direção-geral da Saúde (DGS) que avalia os rastreios referentes a 2014. Enquanto Algarve, Alentejo e Centro apresentam 100% de cobertura e o Norte uma taxa de 83%,a região ins-

creve-se nos valores de Lisboa e Vale do Tejo com apenas 27%. Ainda assim, em comparação com 2013, no caso do cancro da mama houve um acréscimo na cobertura populacional e no número de mulheres rastreadas. Porém, no caso do cancro do colo do útero, o distrito de Setúbal e de Lisboa têm o rastreio de base populacional implementado.

Apenas 24% do total de mulheres elegíveis estão cobertas por este programas de rastreio do cancro do colo do útero e só 12% são rastreadas através destes programas de rastreio. Relativamente a 2013, a cobertura populacional total aumentou, mas o número de mulheres rastreadas diminuiu. Já quanto ao total de homens e mulheres elegíveis para rastreio

do cancro do cólon e reto, apenas 3,7% estão cobertos por rastreios organizados de base populacional e apenas 1,1% são rastreados através destes programas de rastreio. Relativamente ao ano anterior, a cobertura populacional total aumentou quase para o dobro, mas o número de utentes rastreados diminui, conclui ainda o relatório que a DGS divulgado no seu site.

Bullying e outras violências E de repente o País não fala de outra coisa. Seguindo-se à semana do Bullying, infelizmente com mais um triste acontecimento ocorrido neste nosso Portugal (um miúdo amarrado nu num poste, por outras crianças), agressão física e psicológica tão ou mais bárbara do que a presenciada na semana passada, só que com uma pequena diferença – não foi divulgado nenhum vídeo, logo, é como se não tivesse existido em termos de ser o assunto da semana. E, a esse vídeo, sobrepôs-se um outro, extremamente interessante (um verdadeiro “furo jornalístico” da CMTV, a quem dou os parabéns) onde se vê um adepto a ser barbaramente agredido na presença dos seus dois filhos menores e do seu pai (este também agredido). Ora, vem agora a conhecimento publico que neste mesmo Estádio do Vitória de Guimarães, há uns meses atrás um outro adepto, pacato cidadão (creio que advogado) levou

tamanha carga policial que ficou cego de um olho e, um outro, dono de uma pastelaria, também apresentou queixa contra os excessos da polícia. A diferença, tal como nos casos de Bullying, é que não havia camaras de televisão, ou de telemóvel a registar o facto. Outra curiosidade é o facto de enquanto o adepto encarnado José Magalhães - que assistiu no Estádio D. Afonso Henriques, na companhia do pai e dos dois filhos, à conquista do bi-campeonato de futebol da I Liga pelo Benfica – ter levado a “carga de porrada” da sua vida, sido humilhado em frente aos filhos e ao Pai e ter corrido risco de vida – o tal bastão extensível de aço, tudo por alegadamente ter “insultado ou cuspido” o comandante da investigação criminal de Guimarães, Filipe Silva, facto que negou, nessa mesma altura o tão diligente Comandante Filipe Silva permitia (era ele o responsável) que um conjunto de bárbaros adeptos do meu clube

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA Paulo Edson Cunha

Vereador PSD Câmara do Seixal estivessem a roubar descaradamente e de cara destapada artigos desportivos do armazém do clube, assim como a destruírem as bancadas e um bar do clube. Seria curioso saber onde estava ele quando num Vitória de Guimarães- Benfica, Jorge Jesus, agredia verbalmente as forças policiais em pleno relvado (e só não o fez também fisicamente porque foi agarrado por elementos da estrutura encarnada). Aliás, deixo-vos a seguinte pergunta de retórica: Teria o valente Sub-comissário Silva “tomates” para sequer deter Jorge Jesus? Pois…eu disse que era de retórica porque sabemos que os valentes adoram ser fortes com os

fracos, mas fracos, muito fracos com os fortes. Forte, forte, e que merece o nosso maior aplauso foi o agente Ernesto Pinto, conhecido como ‘Chico’ ou ‘Chicho. Brava a sua atitude que, sozinho conseguiu equilibrar o “jogo de forças” entre quem quer condenar toda a polícia a partir da atitude do Comandante Silva e quem a louva (à polícia) dando o exemplo de humanidade e de servir os mais fracos e desprotegidos do agente Chicho. Bravo!

O centro de Emprego e Formação

Profissional de Setúbal, vai voltar a abrir as portas à comunidade, entre 1 a 5 de Junho, em mais uma “semana aberta do IEFP”, desta feita sob a temática “Inovação e qualificação”. O evento consiste em apresentar o trabalho e as saídas profissionais que a formação profissional proporciona, além de proporcionar visitas guiadas ao público em geral e, em especial, ao mundo empresarial, destinatário das ofertas que o Centro oferece. Durante esses cinco dias o centro de emprego vai receber empresas, instituições e outras entidades públicas e privadas. Está também previsto a realização de um conjunto de atividades, nomeadamente visitas aos espaços oficinais do Serviço de formação, e algumas demonstrações técnicas, no que diz respeito à área dos cuidados de beleza, a área de restauração, produção aeronáutica, multimédia, metalomecânica, entre outras. Segundo Maria do Carmo Guia, diretora do Centro de Emprego de Setúbal e do Centro de Formação Profissional, «o objetivo principal é mostrar à população, em especial aos jovens, desempregados e empresários, a qualidade da formação no IEFP» Recorde-se de que no ano passado, a semana aberta teve uma grande adesão por parte da população de Setúbal.

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SOCIEDADE CASAMENTOS O ANO PASSADO A REGIÃO REGISTOU APENAS 2501 CASÓRIOS, ENTRE IGREJA E REGISTO CIVIL

CASÓRIOS CONTINUAM EM QUEDA MAS HÁ CONCELHOS COM LIGEIRAS RECUPERAÇÕES É uma tendência que se mantem há uns anos, mas há concelhos que já inverterem este ciclo, como Setúbal, Seixal e Alcácer. As celebrações religiosas também perdem terreno para as de carácter civil. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

A região manteve, em 2014, a

tendência dos últimos anos. O número de casamentos continuou a curva descendente somando os 14 concelhos (incluindo Odemira) apesar de haver municípios, como Setúbal, Seixal ou Alcácer do Sal que exibem um curioso aumento dos matrimónios face ao ano anterior. Segundo dados avançados agora pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o distrito contabilizou um total de 2501 casa-

mentos em 2014, traduzindo menos 66 uniões do que as 2567 registadas no ano anterior. Ainda assim, para que melhor se perceba como é significativa a queda no número de casamentos, basta recuar 14 anos. É quem que em 2001 a região somou 4298 matrimónios. Ou seja, mais 1797 face a 2014. Por concelhos, houve sete municípios que inverteram a tendência dos últimos anos, registando mais matrimónios no ano passado do que em 2013, interrompendo um ciclo de quedas sucessivas: Alcochete (subiu de

77 para 80), Barreiro (de 290 para 295), Seixal (395-404), Sesimbra (139-140), Setúbal (299-319), Alcácer do Sal (13-22) e Sines (4647). Registe-se que, por exemplo, a capital de distrito tinha oficializado 646 uniões entre casais em 2001, mais do dobro das realizadas no último ano. Os restantes sete concelhos mantiveram a curva de descendente. Almada passou de 609 em 2013 para 592 em 2014 – tinha registado 985 em 2001 - , enquanto Moita foi de 143 para 123 e Montijo caiu de 167 para 153. Palmela baixou de 224 para

198 e Grândola de 54 para 44, ao passo que Odemira caiu de 48 para 34 e Santiago do Cacém de 63 para 50. Celebrações religiosas caem para as civis Em queda continua também a celebração religiosa dos casamentos. A esmagadora maioria dos casais do distrito de Setúbal estão, definitivamente, a optar pelo civil. Segundo a atualização feita já em maio nos cadernos do Pordata, 2042 casamentos na região foram apenas pelo civil, en-

Exposição da EDP faz brilhar eletricidade em Alcochete

quanto só 459 tiverem celebração católica. Já quanto à atualização do número de divórcios feita a 27 de abril, constata-se que houve uma nova redução das separações – pelo menos oficiais – entre os casais, baixando de 2251 em 2012 para 1960 em 2013, não estando ainda disponíveis os dados definitivos de 2014. Uma queda que representa, também, o fim de um ciclo de vários anos, em que as separações foram sempre aumentando, com a curiosidade de os divórcios de casamentos civis superarem as uniões católicas.

Escolas do distrito recolhem 14 mil quilos de resíduos

TEXTO ANTÓNIO GASPAR IMAGEM DR

As exposições “A electricidade

em Alcochete: Uma História, Um Futuro” e “Os Alcochetanos na Central Tejo. Memórias Fotográficas e outras”, organizadas pela Câmara de Alcochete em parceria com a EDP Distribuição e Fundação EDP vão ficar patentes até 30 de Junho. Inauguradas no dia 4 de Maio, com a chancela do presidente da câmara local, Luis Franco, e dos presidentes do conselho de administração da EDP Distribuição e do administrador executivo da Fundação EDP, João Torres e Miguel Coutinho, respetivamente, as exposições integram o Projeto Inovgrid em Alcochete, e visam relembrar os caminhos da eletricidade no concelho, bem como o papel que os alcochetanos desempenharam na Central Tejo. Trata-se de uma viagem, com muitas memórias, com recurso a elementos e materiais usados ao longo dos tempos, até à atualidade, com a introdução de novos recursos, no âmbito do projeto Inovgrid. «Queremos com esta exposição informar a população dos benefícios permitidos a cada um dos consumidores e também das funcionali-

Estudantes do IPS ‘com energia’ na Ecomarathon PROJECTO INOVGRID Projecto Inovgrid, lançado pela EDP distribuição em Outubro de 2007, é considerado como uma ferramenta para uma maior eficiência energética, que consagra o respeito pela sustentabilidade ambiental e impulsiona uma interação mais estreita e ativa entre clientes e produtores, fomentando a proliferação de microgeração, o aumento da mobilidade elétrica e a renovação de tecnologias de ponta. Neste momento o projeto está a ser instalado numa cobertura de mais cem mil clientes nos concelhos de Guimarães, Lamego, São João da Madeira, Batalha, Marinha Grande, Alcochete e nas Ilhas Barreira (Armona, Culatra e Farol), no Algarve.

dades dos novos equipamentos instalados, que são de vanguarda», explicou ao Semmais Maria Antónia Fonseca, diretora-adjunta do Gabinete de Comunicação da EDP Distribuição. A exposição “ Os Alcochetanos na central: Memorias Fotográficas e outros”, está patente

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na Galeria Municipal, e pretende dar a conhecer à população, através de uma amostra fotográfica, os trabalhos desenvolvidos pelos Alcochetanos nas salinas, um dos ícones do concelho, assim como a descarga de carvão na central do Tejo em Lisboa.

Doze estudantes dos cursos das engenharias mecânica, informática e ambiente da Escola Superior de Tecnologia, e do curso de Comunicação Social, da Escola Superior de Educação, dos Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) estão a participar, amanhã, na competição Shell Ecomarathon, na Holanda, que testa projetos de veículos ultra-eficientes em termos energéticos. A equipa do IPS vai tentar provar ser possível percorrer 300 quilómetros apenas com um litro de combustível, um feito que será um recorde, uma vez que o ano passado o teste atingiu os 224 quilómetros. «O principal elemento foi a construção de um modelo de baixo peso, de forma a diminuir as emissões poluentes e o consumo de combustível», explica ao Semmais Luísa Carvalho, gestora de comunicação da equipa.

A segunda fase da 7.ª Edição

da Geração Depositrão, da ERP Portugal, revela que, entre 54 escolas participantes do distrito de Setúbal, já foram recolhidos mais de 14 mil quilos de REEE (resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos) e RO&A (resíduos de pilhas e acumuladores). A EB23 de Cercal do Alentejo ocupa a primeira posição das escolas da região, tendo recolhido cerca de 4000 quilos destes resíduos. Até ao momento, entre as cerca de 600 escolas participantes, já foram recolhidos perto de 220 mil quilos, dos dois tipos de material, em todo o país. As escolas vencedoras são apuradas por dois critérios, peso absoluto e peso por aluno de resíduos recolhidos, elegendo o top 5 do ranking do final do ano letivo, em ambas as categorias. Além desta atividade, as escolas também serão reconhecidas pela elaboração de trabalhos criativos sobre a gestão de REEE e RP&A, segmentados por níveis de escolaridade.


SOCIEDADE APPACDM organiza campanha alimentar

COMEMORAÇÕES DECORREM ENTRE OS DIAS 5 E 7 DE JUNHO E PROGRAMA PROMETE MUITA ANIMAÇÃO

Alcochete celebra 500 anos do Foral em grande estilo Câmara promete comemorações de arromba para atrair ainda mais visitantes ao concelho. E há de tudo um pouco, cultura, desporto e mostra de atividades económicas.

A APPACDM realiza, nos próxi-

TEXTO JÉSSICA PROENÇA IMAGEM DR

Uma feira medieval, um torneio

equestre e o lançamento de um vinho são algumas das iniciativas promovidas pela câmara municipal, em parceria com várias entidades locais, no âmbito da comemoração do quinto centenário do Foral de Alcochete. A ‘Feira Quinhentista’ decorre entre os dias 5, 6 e 7 de Junho e pretende, tal como afirma o presidente da edilidade, Luís Miguel Franco, que Alcochete «viva e respire um ambiente dos sécu-

los XV e XVI», pelo que irá trazer às ruas as bancas, os cheiros, os produtos, as danças e a música das romarias da época medieval. Além do mercado de ofícios e gastronomia, serão dinamizadas várias actividades e recriações de acontecimentos da época, a cargo da Associação Gil Teatro e do agrupamento de escolas de Alcochete, nomeadamente jogos medievais, teatros de fantoches, rábulas vicentinas e a homena-

gem a D. Manuel I, monarca nascido em Alcochete e responsável pela assinatura do Foral. A Sociedade Agrícola de Rio Frio associa-se às comemorações através da criação de eventos equestres e do lançamento de um vinho. O ‘Festival Internacional de Endurance da Primavera’ e o ‘Campeonato Nacional do Puro Sangue Árabe’ decorrem no Polo Equestre da Herdade de Rio Frio nos dias 29, 30 e 31 de

Maio e a ‘Festa do Cavalo’ a 6 de Junho. O vinho ‘Foral de Alcochete’ da Herdade de Rio Frio, do qual a câmara municipal é a criadora do rótulo, resulta da colheita de 2014 e é lançado nas variantes tinto e branco. As expectativas são as melhores e «espera-se que as pessoas adiram em massa celebrando connosco algo tão importante para o nosso município», afirma o autarca Luís Miguel Franco.

mos dias 5 e 6 de Junho na Praça do Bocage, em Setúbal, a campanha ‘Dá e Leva – Troca de plantas por alimentos’ com o intuito de recolher géneros alimentares específicos para lanches destinados ao conjunto de pessoas portadoras de deficiência mental a cargo da instituição. A associação é carente em produtos embalados, como cereais, papas, sumos, manteiga, iogurte e biscoitos. O Conservatório Regional de Setúbal é responsável pela animação cultural do evento e irá dinamizar um concerto durante o segundo dia da angariação. A todos os doadores de alimentos será oferecida uma planta, cujo vaso é decorado pelos utentes da instituição.

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LOCAL SINES SENSIBILIZA COMUNIDADE PARA AS ARTES O Centro de Artes de Sines organiza, entre 23 e 30, a semana da educação artística, com

atividades nas várias áreas de expressão e educação artística. O evento proporciona a todos os públicos, um programa que visa sensibilizar para a importância da arte para o desenvolvimento do ser humano. A primeira iniciativa, este sábado, às 10h30, é dedicada ao projeto “A Arte / Expressão Plástica numa Inter-Relação com a Matemática / Geometria”. Trata-se de um projeto de Cecília Guerra que pretende desenvolver competências de literacia artística em contexto de jardim-de-infância. Entre as 11 e as 12 horas, realiza-se um workshop. No mesmo dia, o conceito de criatividade é trabalhado com o apoio de Ana Mendes. A abordagem ao tema inclui um pequeno enquadramento teórico, às 14h30, e o workshop “Ser ou não ser criativo”, entre as 15 e as 17 horas.

ALCOCHETE COMPARTICIPA FARDAS A BOMBEIROS O município integrou em 2014 uma candidatura em que comparticipa com 945 euros

a aquisição de equipamentos de proteção individual de combate a incêndios para os bombeiros da terra. A operação abrange apenas 50 por cento do quadro de bombeiros, o que no caso de Alcochete se traduz em 27 equipamentos, totalizando um valor superior a 10 mil euros, 85 por cento dos quais assegurados por fundos comunitários, 7,5 por cento assegurados pelo Ministério da Administração Interna e 7,5 por cento comparticipados pela autarquia. Segundo o edil, este apoio «resulta do esforço dos municípios da AML, de fazerem alguma pressão junto do gestor operacional no sentido de ser criada uma linha de financiamento com comparticipação dos fundos comunitários para criar condições financeiras para melhor equipar os bombeiros».

ALMADA DEBATE O FUTURO DO CONCELHO Até dia 28 continuam as sessões públicas nas freguesias sobre o futuro do conce-

lho, no âmbito do 1.º Congresso Almada, que se realiza de 12 a 14 de junho, e pretende ser um espaço de debate e reflexão sobre a visão de futuro do concelho e do PDM de Almada, em fase de revisão. As sessões nas freguesias contam com a intervenção de representantes dos órgãos autárquicos e de especialistas, que farão o enquadramento inicial do tema definido. No Feijó, dia 26, é debatido o tema “Paisagem, Espaço Público e a Imagem da Cidade”; Na Charneca de Caparica, dia 27, o tema “Coesão Territorial: Colmatação, Reconversão e Qualificação”, é discutido no auditório da União das Freguesias Charneca de Caparica e Sobreda; e no Pragal, a 28, a Sociedade Recreativa Pragalense recebe o tema “Polaridades Urbanas: Territórios de Oportunidade”.

ALCÁCER REVIVE RECRIAÇÃO HISTÓRICA NO TORRÃO O Torrão, de 22 a 24, recebe a V recriação histórica “Torrão Quinhentista”, que pretende dar a conhecer o “Torrão ao Tempo de Bernardo Ribeiro”, o escritor e poeta renascentista torranense, introdutor do bucolismo em Portugal. Organizado pelo município e Junta do Torrão, com a participação da Historicália e com o envolvimento da população, o evento tem entrada livre. Mais do que uma feira quinhentista, com a sua habitual jornada pelo passado, a iniciativa proporciona aos visitantes a possibilidade de apreciarem a gastronomia da época. A população veste-se a preceito, as ruas, montras e fachadas de casas são decoradas e os visitantes podem deliciar-se nos restaurantes, cafés e pastelarias com doçaria e gastronomia de época, confecionadas com base em receitas recolhidas para proporcionar verdadeira viagem à era quinhentista.

PALMELA MOSTRA PROJETOS EDUCATIVOS

MONTIJO PROPORCIONA ENCONTROS DE FAMÍLIAS

O município e a comunidade educativa promovem, de 21 a 29, no teatro S. João, as

O projeto municipal “Montijo Lugar de Encontros” oferece desporto, música, dança e

festas de encerramento do Fantasiarte, projeto de educação pela arte que comemora, este ano, duas décadas de existência. As festas – que envolvem 80 programas em palco e um total de três mil crianças e jovens, de todos os níveis de ensino - decorrem em moldes diferentes dos anos anteriores, promovendo a inclusão social e a inter-geracionalidade. Os programas, que abrangem teatro, música, construção corporal, expressão dramática, audiovisual e movimento e dança, são dinamizados pelos agrupamentos de várias escolas. As instituições particulares de solidariedade social, instituições privadas de educação e ensino e as associações de pais da EB Zeca Afonso e EB Salgueiro Maia, de Pinhal Novo, também estarão representadas nas festas.

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uma viagem ao passado este sábado. Depois de uma noite dedicada aos anos 50, ontem, este sábado estão de regresso os encontros com o desporto, que contam com o apoio do movimento associativo. Entre as 10 e as 13 horas, no parque municipal, há basquetebol, andebol, futsal, jogos tradicionais, atletismo, karaté, judo, yôga ou dança. Ainda este sábado, às 21 horas, na Praça da República, terá lugar o espetáculo Musi Sigma, uma mostra de atividades de dança e música da Escola MusiMusa. Até 25 de julho, aos fins-de-semana, o evento oferece uma programação diversificada que inclui música, dança, concertos, gastronomia e vinhos, entre outros eventos. Este projeto irá ser palco de encontros com as nossas gentes e a nossa cultura.


LOCAL SETÚBAL RECRIA FESTA DO FORAL QUINHENTISTA Um mercado de artes e ofícios, exposições, música, jogos tradicionais, demonstra-

ções de esgrima e de animais são atividades da festa a realizar este sábado, na Praça de Bocage, no âmbito dos 500 anos do Foral Manuelino de Setúbal. O projeto educativo “A Festa do Foral”, organizado pela autarquia, propõe atividades de participação gratuita, para todas as idades, que dá a conhecer vários aspetos do período quinhentista. O recinto, a funcionar das 10 às 18 horas, acolhe ainda o espaço de “Educação”, no qual estão patentes as exposições “500 anos do Foral Manuelino de Setúbal” e “Trajes Quinhentistas”. Pinturas faciais e modelagem de balões, jogos tradicionais e música quinhentista são disponibilizados no espaço “Lúdico/Cultural”, enquanto na zona dedicada à “Natureza” são exibidos falcões, cães de realeza e póneis.

BARREIRO PRESTA HOMENAGEM AOS BOMBEIROS No âmbito das comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, decorrem, este sábado, as condecorações, a partir das 10h20, com apresentação da formatura com cumprimento oficial, no Largo do Mercado 1.º de Maio. Este ano vão ser condecorados 19 ‘soldados da paz’ de ambas as corporações de bombeiros do Barreiro. Nove deles vão receber a medalha de Bons Serviços e Dedicação – 10 Anos; outros nove serão galardoados com a medalha de Bons Serviços e Dedicação – 15 Anos, enquanto um soldado da paz vai ser distinguido com a medalha de Bons Serviços e Dedicação – 25 Anos. De acordo com o programa, a cerimónia decorre, no Largo do Mercado Municipal 1.º de Maio, com a apresentação da formatura com cumprimento oficial (10h20); cerimónia de condecorações (10h30); intervenções (11h30); e desfile de forças em parada (12 horas).

GRÂNDOLA VENERA SENHORA DA PENHA Durante este mês, estão a decorrer em

Grândola as festas em Honra de Nossa Senhora da Penha, Padroeira de Grândola, com um vasto programa religioso e de animação cultural. A imagem da Padroeira de Grândola, no passado sábado, foi trazida em cortejo automóvel da Ermida da Penha para a Igreja Matriz onde permanecerá até este domingo. À noite as ruas da vila recebem a habitual e muito participada procissão das velas. Do conjunto de celebrações previstas até ao final de maio destaque para a procissão das Rosas, espetáculo musical com o Padre José Luís Borga a sessão de fogo-de-artifício este sábado, e para a procissão e almoço partilhado na Penha este domingo. As festas terminam no dia 30 com um concerto na igreja matriz com a participação dos coros do Carmo e da paróquia de Grândola “& Friends”.

SANTIAGO RECEBE 28.ª FEIRA AGROPECUÁRIA E DO CAVALO A 28.ª Santiagro decorre de 29 a 31, no parque de feiras e exposições, numa organiza-

ção do município, que aposta este ano em várias novidades. Com orçamento de 170 mil euros, a feira conta com 136 expositores, que vão encontrar um recinto que tem vindo a ser modernizado ano após ano. Na ótica de Álvaro Beijinha, edil local, a verba em causa «não representa um custo, mas sim um investimento, porque estes eventos, para além da projeção que dão a Santiago, são certamente uma alavanca do ponto de vista do desenvolvimento económico para os expositores, restauração e hotelaria, pois esta feira traz milhares de visitantes ao nosso município». Álvaro Beijinha sublinha o facto de a Santiagro estar «a crescer nos últimos anos” e de estar «absolutamente consolidada. Continuamos a apostar nela e vamos certamente ter uma grande edição de 2015», conclui.

MOITA REVIVE FEIRA REGIONAL DE MAIO A feira regional de Maio, na Moita, culmina este domingo. No programa deste ano, não faltam as tradicionais largadas de toiros, na avenida Teófilo Braga, uma corrida de toiros, um festival taurino, o IV campeonato maneio em velocidade, a exposição e desfile de carros antigos e clássicos, o espaço de gastronomia local, onde irá ter lugar o IV almoço da feira, e os habituais divertimentos, com diferentes carrosséis. A animação vai ser preenchida com o espetáculo “Nascer para a Dança”, Noite de Fados com António Pinto Bastos, o espetáculo “Cantigas da Rua”, a atuação do grupo coral alentejano “O Sobreiro” e o espetáculo de encerramento com a Academia Musical da Moita. A Charanga Musical do Huga Huga do Rosário e os “Peña Kalimotxo” vão ser os protagonistas da animação de rua, em dois dias distintos.

SESIMBRA BRILHA NAS PÁGINAS DA VISÃO

SEIXAL ALICIA CRIANÇAS PARA A LEITURA

A praia do Ribeiro de Cavalo, em Sesimbra, é capa da edição desta semana da revista Visão – edição verde, que a inclui nas 25 praias mais bonitas de Portugal. O artigo inclui também nesta lista a praia da Foz, entre o Cabo Espichel e o Meco. O Ribeiro de Cavalo é classificado como “O Caribe Português”, pela cor das suas águas. «Apenas acessível a pé ou de barco, continua a ser um dos segredos mais bem guardados da costa de Sesimbra. A paisagem vale por si só o esforço, em especial quando, cá de cima se avista finalmente a praia, com as suas águas transparentes a transportarem-nos, por momentos, para outras latitudes», pode ler-se no artigo. Quanto à Foz, destaca-se, segundo a revista, pelas «imagens únicas que proporciona quando a luz refletida na falésia empresta às águas um tom amarelado quente».

“Uma noite na biblioteca” é o título do desafio lançado às crianças entre os 8 e os 11 anos de idade para passarem uma noite entre os livros, partilhando leituras e histórias, e que terá lugar na biblioteca municipal do Seixal, no dia 30 deste mês, sábado, a partir das 21 horas, até às 12 do dia seguinte. Durante esta noite, as crianças irão poder ver este equipamento com outros olhos, participar em ateliês de leitura e escrita criativa e descobrir, à noite, os sons fantásticos da biblioteca, para adormecer ao som de histórias. A iniciativa é acompanhada por técnicos da biblioteca municipal. Para mais informações e inscrições, os interessados devem contatar a biblioteca através do telefone 210 976 100 ou do email biblioteca.junior@cm-seixal.pt. SEMMAIS | SÁBADO | 23 DE MAIO | 2015 | 7


CULTURA

20.º SEMENTES QUER ULTRAPASSAR A FASQUIA DOS 10 MIL ESPETADORES Circo, marionetas, música, clown, animação de rua, oficinas e exposições são o prato forte do 20.º Sementes, que aposta em 37 representações em salas de sete municípios. São esperadas mais de 10 mil pessoas nos espetáculos. TEXTO ANTÓNIO LUÍS

A 20.ª edição do Sementes – Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público, organizado pelo Teatro Extremo, arranca este sábado e, até 7 de junho, vai passar por palcos de Almada, Barreiro, Castro Verde, Moita, Montemor-o-Novo, Seixal e Sesimbra. O município de Almada, com 35 mil euros, é o principal patrocinador do evento destinado a famílias, crianças e jovens.

Orçado em 100 mil euros, o Sementes apresenta este ano 37 espetáculos, uma exposição de artes plásticas de pequenos artistas, uma mostra dos serviços educativos de vários museus nacionais, bem como 18 oficinas artísticas. É de destacar a estreia da peça “Astúcia de Raposa”, pelo Nariz, Teatro de Grupo, de Leiria, dia 31, às 17 horas, no Teatro António Assunção, em Almada. No global, pelos palcos do Sementes irão passar 19 grupos de teatro, dos quais dez nacio-

nais e nove estrangeiros - Espanha, Reino Unido, Itália, Irlanda e Japão -, a associação artística “O Mundo do Espetáculo”, que apresentará oficinas artísticas para toda a família, enquanto o Centro de Arqueologia de Almada irá promover o “Fora de Portas – Experiências Amigas do Património para o Pequeno Público. Onze instituições trarão oficinas artísticas para toda a família, haverá uma mostra dos seus serviços educativos amigos do ambiente e um encontro en-

tre os mediadores presentes e os professores das escolas do concelho de Almada, para que se possam conhecer, trocar informações e estabelecer ligações. Rui Cerveira, diretor do Extremo, deposita boas expetativas na edição deste ano e espera ultrapassar os 10 mil espetadores do ano passado. «Queremos reforçar os laços com os municípios parceiros do festival, descentralizar o certame por esses municípios e freguesias do concelho de Almada, prosseguir a

democratização da arte e da cultura com espetáculos de rua e outros oferecidos ao público», bem como, por outro lado, «permitir ao público a fruição de espetáculos de companhias nacionais e estrangeiras, na sua área de residência, aproximando criadores, artistas e público». Para Rui Cerveira, o Extremo, com o Sementes, pretende solidificar a sua caminhada de «serviço público», tal como tem vindo a acontecer de há 20 anos para cá.

Advogado, ex-autarca lança “Terra de Ninguém” em Setúbal O advogado Santana-Maia Leonardo vai lançar, dia 29, na delegação da Ordem dos Advogados, em Setúbal, a obra “Terra de Ninguém”, que inclui um conjunto de crónicas que refletem, segundo o autor, uma visão negra da governação e dos poderes. Santana-Maia Leonardo, que foi vereador

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na Câmara de Abrantes, aborda temas como a justiça, educação, coesão territorial, reforma do Estado e desertificação do interior, com base em textos publicados na Rede Regional. «O facto de ter sido vereador ajudou a perceber o funcionamento do poder local, mas ter sido professor, agricultor, advogado e presidente de várias associações

desportivas e culturais, de ter vivido em diversas cidades e viajado pelo mundo, ajudou-me a conhecer melhor as pessoas e as instituições», disse ao Semmais. No prefácio do livro o advogado diz-se sentir como o romeiro de Frei Luís de Sousa, a viver «no meio das tormentas» e «descrente dos homens e do mundo».


AGENDA MONTIJO

23SÁBADO21H30 ACADÉMICA METROPOLITANA DÁ CONCERTO Forum Luísa Todi

O público pode assistir ao concerto da Orquestra Académica Metropolitana, dirigida por Jean-Marc Burfin, no qual participa o flautista premiado Carlos Araújo, com interpretação de temas de Maurice Ravel, Jacques Ibert e Franz Schubert.

CULTURA EM ALMADA CANTA-SE O FADO O auditório Fernando LopesGraça do Fórum Romeu Correia, em Almada, em junho, é palco da 2.ª eliminatória e da final da 9.ª edição dos Encontros de Fados de Almada. Diamantina e Rodrigo Costa Félix são os fadistas convidados. Com o objetivo de promover o fado e encontrar novos valores artísticos deste género musical, Almada volta a promover os Encontros de Fado, que já vai na sua 9.ª edição. A 2.ª eliminatória está agendada para 13 de junho, pelas 21h30. Diamantina, a fadista convidada, conta já com uma carreira de 13 anos. É conhecida por ter um estilo muito próprio e por possuir uma das vozes mais características de tom grave no meio fadista.

A grande final realiza-se a 19 de junho, pelas 21h30, e tem como fadista convidado Rodrigo Costa Félix, um dos fadistas per-

cussores do novo fado e um dos cantores herdeiros da grande tradição masculina do fado de Lisboa. O bilhete custa 6 euros.

MONTIJO

23SÁBADO21H30 VI ENCONTRO DE COROS Teatro Joaquim D´Almeida

FESTIVAL DA LIBERDADE NOS PALCOS DO SEIXAL

O Grupo Coral do Montijo promove o concerto de Primavera aliado ao Encontro de Coros. Esta 6.ª edição conta com a participação do grupo musical de Fiães, coral Caetanense de S. Caetano (Cantanhede) e grupo vocal mix de Vila Franca de Xira.

SESIMBRA

23SÁBADO22H TEATRO DE MARIONETAS Fortaleza de Santiago

O teatro de marionetas “Hotel Crab”, pela Trukitrek Puppet Company, de Espanha, sem palavras, é dirigido a todos os públicos. Conta a história de um hotel onde nunca se passa nada e a história de uma nova hóspede que acaba de chegar. Acontecimentos inusitados vão romper a monotonia deste lugar tão peculiar.

ALMADA

23SÁBADO21H DANÇA PARA TODOS S.D.U.B. “Os Franceses”

O grupo Effect Crew promove um espetáculo de dança que promete uma noite de entretenimento e talento nacional para todos. Este evento baseia-se no encontro de culturas dentro do mundo da dança. Com bailarinos e grupos de todo o País, todas as idades e vários estilos de dança.

ALMADA

23SÁBADO16H ALICE NO PAÍS DO SOLDADINHO DE CHUMBO Teatro Joaquim Benite

Prossegue o ciclo “S. Carlos”, com enfoque nos compositores portugueses da geração de 70 à II Guerra. A direção musical é de João Paulo Santos. “Valores Novos” traz ao palco obras de Armando Fernandes, Cláudio Carneyro, Fernando Lopes-Graça, Frederico de Freitas, Joly Braga Santos, Jorge Corner de Vasconcelos e Luís de Freitas.

PALMELA

24DOMINGO18H IVO SOARES E AMIGOS Teatro S. João

Com entrada livre, o concerto Art´Ensemble leva aos palcos de Palmela temas célebres dos anos 60/80, interpretados por Ivo Soares, Paulo Machado, Carmen Matos, Diana Cravo e Rute Pericão.

A Quinta da Marialva, em Corroios, continua a ser palco, este sábado, do Festival Liberdade, com um cartaz que junta na mesma festa as bandas Diabo da Cruz, HMB, Expensive Soul, entre outras propostas de animação. . O Festival Liberdade, que arrancou ontem, uma organização da Associação de Municípios da Região de Setúbal, realiza-se este ano no Seixal e pretende ser um espaço para a juventude, onde não vai faltar a música, exposições, animação de rua, desportos radicais, teatro, dança, debates e muito mais. Além das bandas cabeças de cartaz, também as locais terão oportunidade de tocar no festival, num recinto que contará com animação permanente, atuação de grupos de rua, bombos, teatro, desportos radicais e graffiti. A entrada é livre.

SOUL RISE ATUAM NO FÓRUM CULTURAL DA BAIXA DA BANHEIRA Os Soul Rise apresentam-se em concerto no auditório do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, este sábado, pelas 21h30. Esta banda, formada em 2009, é influenciada pela fusão harmónica e melódica de estilos de música como o jazz e blues, com o groove dos ritmos do reggae, hip-hop e funk. Com a sua música, os Soul Rise pretendem transmitir mensagens alusivas ao quotidiano com que se deparam, construindo um movimento que promova uma boa conduta e um bem-estar através da música. Depois de quatro anos de preparação e criação de identidade, esta banda concorreu ao concurso de bandas do Sumol Summer Fest 2014 e venceu, ten-

do como prémio a atuação na abertura deste mesmo festival. Depois de atuações na Semana do Caloiro na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, entre ou-

tros palcos, sempre com um público jovem e festivaleiro, os Soul Rise dedicam-se agora a promover o seu projeto, lançando em modo digital e para download gratuito o EP “Rise Up”.

PASSATEMPO GANHE CONVITES PARA “VIVA A REVISTA” A revista popular “Vivá Revista, em Santo Amaro, claro!”, de autoria e encenação de João Braga, continua em cena na Academia de Santo Amaro, em Lisboa, com música e orquestração de Jorge Magalhães, coreografia de Fernanda Dias e figurinos de Joaquim Castelo. Os bombeiros, o parque Mayer, os polícias da Assembleia da República, os idosos, os investidores chineses e o panteão nacional são alguns dos quadros desta divertida revista. Para se habilitar aos convites para uma das sessões, basta ligar 969 431 085.

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POLÍTICA LEGISLATIVAS SÃO JOSÉ LAPA, ISABEL DO CARMO E ARANDA DA SILVA EM PRIMÁRIAS

Livre/Tempo de avançar apostam forte no círculo eleitoral de Setúbal

A CP quer alienar o material ferroviário circulante do Barreiro, numa machadada ao património histórico. O PS levantou a questão e quer respostas. Carlos Humberto quer núcleo museológico.

A conhecida atriz e os dois médicos vão a votos internos na corrida a candidatos a deputados. Uma nova forma de escolha de protagonistas políticos. E todos falam em dever de cidadania.

TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

A atriz São José Lapa, a médica

Isabel do Carmo e o ex-bastonário da Ordem dos farmacêuticos José Aranda da Silva avançam para as eleições primárias do movimento civil Livre/Tempo de Avançar, pelo distrito de Setúbal. O ato eleitoral está agendado para o dia 21 de junho. A atriz São José Lapa, que é subscritora do Livre/Tempo de Avançar desde a sua criação, adiantou ao Semmais Jornal que «é um dever, como cidadã, interferir na política para combater as desigualdades sociais acentuadas que há muito já ultrapassa-

Edil barreirense defende criação do núcleo do museu do ferroviário

ram todos os limites» e que vieram agravar a vida de um 1 milhão de pobres. Fundadora do Espaço Cultural das Aguncheiras, no concelho de Sesimbra, onde apresenta peças de teatro e outros eventos, São José Lapa realça que «os políticos não são todos iguais e a honestidade também não é igual», acrescentando que os últimos governos têm vindo a «dar cabo da classe média que não tem capacidade de compra e que faz falta na sociedade porque é ela que faz mover as pequenas e médias empresas».

O movimento Livre/Tempo de Avançar foi fundado pelos ex-bloquistas Ana Drago e Rui Tavares, que concorrem por Lisboa. Estas eleições primárias vão escolher os candidatos às eleições Legislativas e os candidatos entram em campanha a 30 deste mês. O anúncio das eleições primárias foi lançado no congresso fundador em janeiro e, na altura, Rui Tavares explicou que o objetivo é ganhar candidatos independentes e acabar com aquilo que chamou de “política por convite”.

O presidente do município barreirense defende que o património ferroviário do concelho deve ser preservado e rentabilizado do ponto de vista económico e social, através de um espaço próprio museológico. Carlos Humberto revelou ao Semmais Jornal que «deveria ser criado um núcleo museológico ferroviário na cidade do Barreiro», pelo que «estamos disponíveis para dialogar e negociar com as entidades envolvidas para que esse sonho seja uma realidade». O autarca relembra que muito desse material ferroviário foi construído nas oficinas da EMEF, localizadas no Barreiro, e, por isso, o município tem propostas feitas para que o espaço público possa ser preservado. «É preciso preservar o património como espaço público para a criação do núcleo do museu ferroviário do Barreiro», vincou o edil.

Deputados socialistas levantaram questão ao Governo De salientar que o grupo de deputados do PS eleitos por Setúbal já questionou, por escrito, o ministro da Economia sobre o destino do património ferroviário histórico do Barreiro. A deputada Eurídice Pereira, ao tomar conhecimento de que a CP está a alienar o material ferroviário circulante do Barreiro, afirma que a empresa, além de esquecer o seu «valor histórico», pretende alienar como sucata «furgões que deveriam ter um fim museológico, sendo que algumas peças são consideradas únicas». Na sua ótica, esta alienação «destrói, por completo, o projeto de valorização histórica desse património, em clara desvalorização do legado e das memórias que o mesmo encerra».

É possível fazer diferente Depois do PS apresentar um

cenário macroeconómico da responsabilidade de um grupo de economistas liderado por Mário Centeno, este fim-de-semana é apresentado à Comissão Nacional socialista uma proposta de Programa Eleitoral a que se seguirá um período de debate público, estando a apresentação do documento final agendada para dia 6 de Junho. Ao contrário da narrativa utilizada pela direita nos dias de hoje, de que o PS está a enveredar pelo caminho do despesismo e a por em risco as finanças do país, o que de facto o Secretário-geral e o Partido Socialista tem vindo a apresentar é um outro caminho, um caminho que não se pauta pela austeridade e a pela precariedade. Como referiu António Costa “não é um programa de fa-

cilitismo, é um programa que faz escolhas”. A precarização das relações laborais atingiu no nosso país níveis inaceitáveis que põem em risco o nosso futuro. O valor médio do salário em Portugal foi no ano de 2014 de 580€, pouco mais do que o salário mínimo nacional. Esta realidade leva, por um lado a um nível de precariedade e de mobilidade social descendente, nunca vista na história da nossa democracia, mas também leva a que grande parte dos jovens mais qualificados do nosso país emigrem, não só porque não têm emprego em Portugal mas também porque fora do país encontram salários muito superiores aos que são oferecidos em Portugal. No Politécnico de Setúbal os estudantes de enfermagem, antes

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de tirarem o curso, têm emprego garantido em Inglaterra. Estamos a formar os jovens com recursos nacionais para os “exportar” para outros países e na maioria dos casos não é por opção, é por necessidade que partem. Este é um exemplo do que está a acontecer no país. O estudo apresentado pelos economistas mostra que com outras opções políticas é possível obter melhores resultados económicos e também melhores resultados do ponto de vista orçamental e do ponto de vista da trajetória da dívida. Com base num instrumento para medir os impactos orçamentais das medidas, o relatório apresentado no final do estudo conclui que não há necessidade de novo corte nas pensões, que não será preciso esperar pelo final da pró-

VÉRTICE POLÍTICO

Catarina Marcelino Deputada do PS

xima legislatura para eliminar a sobretaxa do IRS ou para repor integralmente os vencimentos da Administração Pública. A grande diferença, e é marcadamente ideológica, é optar entre uma austeridade permanente que definha o país e o futuro e um outro caminho de incentivo á economia, ao consumo e à prosperidade do país. As propostas que conhecemos são claramente voltadas para este último cenário, o do crescimento económico, do desenvolvimento, da qualificação

e da modernização de Portugal. É possível fazer diferente. O Partido Socialista tem a ambição de apresentar um programa eleitoral credível, onde a confiança, a alternativa, a inovação, a dignidade e o rigor, que António Costa definiu com “substantivos que sintetizam a essência do cenário macroeconómico” sejam a base de um programa que visará, acima de tudo, uma sociedade decente e uma sociedade de igualdade de oportunidades para todos.


DESPORTO NOVA ASSOCIAÇÃO VAI GERIR PAVILHÃO ANTOINE VELGE E LANÇAR PROJETO DE INSERÇÃO DE JOVENS

Andgerações quer relançar andebol do Vitória de Setúbal A Associação Andgerações do Andebol do Vitória, criada por antigos praticantes da modalidade quer apoiar a secção vitoriana da modalidade, mas que isso. Vai procurar também apoiar a integração de jovens carenciados. TEXTO TÂNIA NEVES

A Andgerações, apresentada ontem com a tomada de posse da sua direção, promete apoiar o crescimento da modalidade no Vitória de Setúbal, e lançar um conjunto de iniciativas de cariz cultural, desportivo e de solidariedade.

Num primeiro plano, segundo António Santos, treinador dos seniores do clube sadino, está a contribuição para «um desenvolvimento sólido da modalidade para o futuro do Vitória» e, paralelamente, o estabelecimento de protocolos com instituições sociais, como a Cáritas. Uma das novidades apresentadas pela associação sem fins lucrativos, está a gestão futura do pavilhão Antoine Velge, ao abrigo de um acordo já formalizado com o presidente do clube, Fernando Oliveira. «Este protocolo permite não só assegurar a administração do pavilhão como também assegurar as atividades do andebol vitoriano», explicou o responsável. Protocolo com Cáritas de Setúbal permite reinserção No âmbito social, a Andgerações aposta numa política de cooperação com instituições de solidariedade social, que visam, segundo referiu ao Semmais Antó-

nio Santos, «intervir e participar em campanhas de modo a desenvolver projetos de inserção social de jovens», nomeadamente na prática desportiva. «É uma forma de criarmos projetos de inclusão, concedendo especial atenção a jovens dos 6 aos 16 anos de idade e a pessoas portadoras de deficiência», afirmou o dirigente. Uma das instituições que vão participar nesta empreitada so-

cial é a Cáritas. O seu presidente, Eugénio Fonseca, salienta ao Semmais a importância desta colaboração: «Reconheço que vai ser uma cooperação que vai dar possibilidade, através do desporto, à integração de jovens que possam ter maiores dificuldades nas suas relações sociais». Entretanto, António Santos, confessou ainda ao nosso jornal que vai abdicar do cargo de

treinador, tendo em conta as novas funções que vai desempenhar na nossa associação. E acrescenta: «Todas as propostas apresentadas vão de alguma forma auxiliar o desenvolvimento do projeto e financiar os objetivos principais», o que inclui, segundo o próprio, «remodelação do pavilhão», de modo a relançar o andebol vitoriano.

Fundista setubalense nos Jogos Mundiais do Desporto Escolar Rita Ribeiro, atleta do Vitória de

Setúbal, vai integrar a seleção nacional que estará presente na China nos Jogos Mundiais do Desporto Escolar. A atleta juvenil conquistou o título de campeã nacional nos 1500 metros e foi apurada diretamente para a seleção conseguindo assim a sua segunda internacionalização no espaço de um ano. O ano passado Rita Ribeiro já tinha feito parte da equipa lusa nos Jogos da Juventude que decorreram em Angola, onde conquistou uma medalha de ouro na prova de 800 metros. Depois de ter estado muito perto de bater o recorde regional da prova de 1500 metros, que pertence à olímpica Carla Sacra-

mento e que tem mais de duas décadas, a atleta setubalense provou ser uma das maiores promessas do meio fundo nacional jovem ao vencer isolada a prova nos Campeonatos Nacionais do Desporto Escolar, que se realizaram em Lisboa no passado fim-de-semana. Para além do resultado obtido pela jovem fundista, destaque também para o velocista João Patrício que foi terceiro classificado na final dos 100 metros, depois de ter feito a melhor marca nacional do ano de juvenis nas eliminatórias. Armando Assembleia, nos 100 metros com barreiras foi o segundo classificado alcançando também uma marca digna de registo.

Agrupamento de Escolas Santiago do Cacém brilha nas atividades rítmicas Os Campeonatos Nacionais

do Desporto Escolar envolveram um total de mais de 2500 atletas oriundos de todo o país que disputaram os títulos de campeões em mais de duas dezenas de modalidades desde o andebol ao xadrez, passando

pelos desportos individuais e de grupo. Na modalidade de atividades rítmicas e expressivas destaque para a equipa do agrupamento de escolas de Santiago do Cacém que conquistou a medalha de prata na competição.

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NEGÓCIOS PARQUE EMPRESARIAL MODELAR QUER ATRAIR EMPRESAS E APOSTA EM PARCERIAS

BlueBiz de Setúbal vai inovar na logística automóvel TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM DR

É a nova âncora empresarial de uma zona marcada pela indústria automóvel. O BlueBiz parque quer mostrar o que vale e atrair novas empresas. Uma das novas ofertas está já em marcha com o porto de Setúbal.

O parque empresarial Blue-

Biz, situado em Vale da Rosa, Setúbal, em zona vizinha à península industrial da Mitrena e do porto sadino, vai servir como plataforma logística de automóveis novos, alvos de pequenas intervenções antes de seguirem para os seus mercados de destino. Esta possibilidade, que vem desbloquear uma das carências de oferta do Porto de Setúbal, já foi acertada com a administração portuária e deverá arrancar antes de Agosto, na sequência de um protocolo celebrado entre as duas entidades. «O parque tem espaço descoberto disponível e esta é uma oportunidade de atração do mercado automóvel, não só para descongestionar o tempo de permanência de viaturas nos terminais do porto, mas também para oferecer aos clientes pequenas intervenções, como alteração de jantes, montagem de autorrádios e outras do género», explica ao Semmais Francisco Mendes

Palma, presidente da comissão executiva da Aicep Global Parques, que superentende o parque BlueBiz de Setúbal. A criação de uma espécie de zona franca para a industria automóvel, um dos clusters que é também «herança» daquela zona, onde antes se instalou a Renault e a Sodia, é apenas um dos nichos que a nova administração do parque quer potenciar. «Não esquecemos essa herança da indústria automóvel nem da metalomecânica, nomeadamente a de precisão, como ocorre no caso da indústria aeronáutica. Mas apostamos também na logística e numa zona de escritórios que têm todas as condições para a área de serviços, como atividades de call center», afirma o gestor. Parque modelar ainda a 40 por cento da capacidade Neste momento, o BlueBiz que dispõe de uma área total de 56 hectares, 23 dos quais comercializáveis, repartidos

por 8,5 ha de área coberta e 14,5 há de área descoberta, totalmente infraestruturado – tem uma taxa de ocupação de cerca de 40 por cento, de acordo com dados referentes ao final do ano passado. E, apesar de não adiantar grandes expetativas, a atual administração não tem dúvidas de que o parque «tem todas as condições para crescer». A continua aposta na melhoria de condições de segu-

rança e amplitude das infraestruturas, cujos investimentos já rondam os dois milhões de euros, é uma das mais-valias estratégicas do parque empresarial. Mas, como sublinha Francisco Mendes Palma, «as parcerias com os diferentes agentes locais (que incluem Câmara de Setúbal, Instituto Politécnico e administração portuária) vão ser essenciais para manter as empresas e atrair outras».

Coca-Cola dinamiza boa gastronomia local até Junho. De 25 de maio a 14 de junho, a Coca-Cola vai promover em 70 restaurantes da região de Setúbal a iniciativa “Adoramos a nossa gastronomia”, de âmbito nacional, que visa redescobrir a gastronomia regional portuguesa através de uma seleção de pratos regionais em cerca de 500 restaurantes espalhados por todo o País. O evento vai percorrer 14 regiões e depois em outubro reunirá os melhores sabores nacionais no pavilhão de Portugal, em Lisboa, eleitos pelo público no site www.historiasfelizesparacomer.cocacola.pt, onde se encontra a lista de restaurantes aderentes. Há prémios para os votantes. O lançamento da iniciativa teve lugar na quarta-feira, na Praça do Bocage, em Setúbal, através de um showcooking para a população, realizado pelo Chef Alexandre Silva, o embaixador do evento, que deu a provar um prato inspirado no Choco-Frito à Setubalense que tem como ingredientes choco fingers, chips de batata vitelote, puré de batata cremoso, puré de alho, tinta de choco e rebentos de mostarda. Tiago Lima, das Relações Externas da Coca-Cola, que acredita que a recetividade ao evento vai ser «muito boa», sublinha que o objetivo é «associar a boa gastronomia à famosa Coca-Cola»,

Moscatel da Sivipa conquista ouro no Reino Unido O moscatel de Setúbal da Siviapoiar o «canal Eureka que tem sofrido bastante nos últimos anos com a crise» e «dinamizar a restauração local». Por seu lado, Márcio Cruz, responsável pelas Relações Externas e Comunicação da Refrige, que referiu que a Coca-Cola dá emprego a 400 pessoas, na sua fábrica de Cabanas, realça que o “Adoramos a nossa gastronomia” «potencia a nossa economia, o nosso mercado e os nossos clientes». O vereador Manuel Pisco não tem dúvidas de que se trata de uma iniciativa «bastante boa» que promove a região e a restauração. «O principal interesse dos turistas por Portugal já não é o

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sol e o mar mas sim a gastronomia e os vinhos, pelo que este casamento da gastronomia com a Coca-Cola é um bom contributo para promover Setúbal». Alexandre Silva, vencedor do “Top Chef” e que vai ajudar na escolha dos melhores sabores, afirmou que «o Choco-Frito à Setubalense é tão bom que é fácil desconstruí-lo para fazer coisas novas inspiradas no prato original. Aproveitei a tinta do choco e misturei-a com o puré de batata ao invés de colocar batata frita». Na sua opinião, «o sabor, a textura e o aroma» são itens a ter em conta na apreciação que vai fazer dos pratos em cada região.

pa, colheita de 1996, conquistou uma medalha de ouro no IWC London 2015. No global, a Península de Setúbal somou 40 medalhas, 10 de prata e 29 de bronze. A Sivipa foi a única empresa da região a conquistar o ouro. Este néctar carateriza-se por «complexo, rico em fruta, com notas de alperce, fumado, frutos secos, grande equilíbrio e longo final. Jovem e fresco», segundo o enólogo Filipe Cardoso, que reconhece que se trata do «concurso mais exigente e influente do mundo», onde participaram os mais «notáveis» produtores de 47 países. O prémio junta-se à medalha de bronze no certame para

Serra Mãe Reserva 2013, um tinto DOC deste produtor. Os prémios surgem pouco depois da Sivipa ganhar uma grande medalha de ouro no Concours Mondial de Bruxelles e dois prémios Uva de Ouro em Portugal, com o Ameias Syrah 2013 e o Serra Mãe Reserva. Simultaneamente, o vinho Terras do Sado tinto 2014, entrada de gama da Sivipa era reconhecido com bronze no Decanter Wine Challenge, que se soma à recente medalha de ouro em Bruxelas. «Os prémios são tanto mais extraordinários quanto o posicionamento da Sivipa é partilhar o melhor da região de Palmela a preços acessíveis», vinca Filipe Cardoso.


NEGÓCIOS

Baia do Tejo investe na certificação em nome da qualidade e das boas práticas TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM BAÍA DO TEJO

A bandeira dos serviços de

qualidade foi hasteada na quinta-feira na Baía do Tejo após processo iniciado em 2013, que envolveu vários elementos da empresa e implicou profunda alteração de procedimentos a nível interno. Patrícia Pereira, diretora para a certificação da multinacional suíça SGS em Portugal, que reconhece que a tarefa não foi fácil, pois implicou «investimento e muito trabalho», afirmou que a certificação é «um exemplo para outras organizações avançarem, sem medo, para um processo que não se pode fazer sem as pessoas». Além de ser um «benefício» para a satisfação do cliente e para a eficácia interna dos serviços, Patrícia Pereira considera que este passo é «apenas o início de um ciclo que é preciso man-

ter vivo, na perspetiva da melhoria contínua». Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, que gere os parques empresariais de Barreiro, Seixal e Estarreja, com um total de 250 empresas, revelou que a certificação de qualidade valoriza os ativos da empresa» e, ao mesmo tempo, representa uma «referência» ao nível das boas práticas de gestão. Por seu lado, Paulo Gamito, administrador da Baía do Tejo, disse que esta certificação significa o «corolário de um longo trabalho» e que o desafio «mexeu com toda a organização da empresa que se tinha de adaptar aos novos desafios», deixando no ar a ideia de que a Baía do Tejo irá prosseguir a sua caminhada em busca da «melhoria contínua, por forma a trabalhar com qualidade e uniformidade para o cliente». A Baía do Tejo foi criada em 2009, e tem como missão pro-

Polícia Judiciária penhora Herdade da Comporta

A PJ arrestou mais de 500 bens de Ricardo Salgado e da família Espírito Santo, entre os quais moradias de luxo, empreendimentos turísticos, a Herdade da Comporta e até a capela junto à casa do ex-banqueiro para evitar a disseminação do património antes da conclusão das investigações do Departamento Central de Investigação e Ação Pena. Recorde-se que o Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal promoveu o arresto preventivo de bens imóveis e valores patrimoniais de outra natureza titulados por pessoas singulares e coletivas relacionadas com o denominado Universo Espírito Santo.

A ordem foi dada pelo juiz Carlos Alexandre, tendo sido executada na semana passada pelo Gabinete de Recuperação de Ativos da Polícia Judiciária. Num comunicado emitido no dia 18, a Procuradoria-Geral da República explicou que o arresto preventivo de que foram alvo as pessoas e empresas do chamado Universo Espírito Santo “é uma medida de garantia patrimonial que visa impedir uma eventual dissipação de bens que ponha em causa, em caso de condenação, o pagamento de quaisquer quantias associadas à prática do crime, nomeadamente a indemnização de lesados ou a perda a favor do estado das vantagens obtidas com a atividade criminosa”

NOVAS ROTUNDAS MELHORAM ACESSOS

mover o projeto Arco Ribeirinho Sul, criando condições para a instalação de atividades económicas e valorizando os seus territórios trazendo valor acrescentado à requalificação ambiental e urbana.

Deverão arrancar no início de Junho as obras de requalificação da Av.ª das Nacionalizações, após protocolo assinado em 2014 entre a Baía do Tejo, Galp e município. O acesso nascente ao parque empresarial da Baía do Tejo terá duas novas rotundas que vão melhorar as acessibilidades e a circulação rodoviária em toda aquela avenida. Jacinto Pereira adiantou ainda que a Rua da União vai também sofrer melhorias, muito em breve, de forma a proporcionar uma ligação «muito mais estreita» com a cidade do Barreiro. «A obra, cujo projeto ainda não está fechado, aproxima a população ao parque e vice-versa, e, a nível estético, vai melhorar substancialmente toda esta área com um projeto muito bonito», vinca.

A privatização da TAP O calendário de alienação da TAP prevê a entrega de propostas vinculativas para a aquisição de 66% da companhia até ao próximo dia 15 de Maio, um erro irreversível, que irá destruir mais um sector estratégico da economia nacional, comprometendo, também, o turismo, e colocando em causa a proximidade entre continente, regiões autónomas e restantes países da lusofonia. O primeiro anúncio, feito pelo Governo, sobre a intenção de privatizar a TAP aconteceu em 2011, sem que essa fosse uma imposição incontornável por parte da Troika. A razão pela qual se insiste na alienação da “jóia da coroa” portuguesa é pouco clara, mais, ainda, quando se tenta apressar um processo desta dimensão em vésperas de fim de mandato, com duvidosa legitimidade política, tendo em conta o grau de importância desta empresa pública para o país. Portugal abandonará o lugar que ocupa na primeira linha no que

MUNDO EMPRESARIAL

Francisco Carriço

Presidente da Direcção da ACISTDS respeita aos transportes aéreos, única e exclusivamente para servir os interesses do “grande capital”, com base em falsas premissas que apresentam a situação da companhia aérea como insustentável. A TAP não pode estar tecnicamente falida pois, nesse caso, não haveria corrida à privatização. O passivo da empresa é bastante inferior aos seus activos e o facto desta apresentar um capital próprio negativo é da responsabilidade do Estado por nunca ter reposto capital, retirando, somente, os dividendos. Apesar de tudo, a TAP teve resultados positivos nos últimos cinco anos ou mesmo nos últimos oito, se não considerarmos o ano de 2008. Por outro lado, as restrições ao nível da gestão são várias,

nomeadamente, no que respeita à contratação, negociação colectiva e ao cumprimento dos acordos assumidos com os trabalhadores. Como exemplo comprovativo temos a greve dos pilotos, provocada, também, pela má condução de todo o processo, não havendo lugar para um acordo político e social. Para além da intenção de privatização, a transportadora vive, igualmente, sob a ameaça de um processo de reestruturação, por parte do Governo, caso não consiga aliená-la. Estamos perante um atentado aos legítimos direitos dos cidadãos portugueses, colidindo-se com o interesse nacional que, claramente, não consta da agenda da actual governação.

ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 SEMMAIS | SÁBADO | 23 DE MAIO | 2015 | 13


OPINIÃO

Ética, Direitos Humanos e Naufrágios no Mediterrâneo Entendo a ética como um exercício de racionalidade sobre a vida quotidiana que deve fundamentar as nossas escolhas e as nossas ações, visando a justiça dos nossos gestos e a construção de um mundo melhor. Esta ideia também é defendida por Peter Singer, um dos autores mais controversos e influentes no âmbito da ética e da bioética. Australiano de 68 anos, é descendente de judeus austríacos que tiveram de fugir do holocausto, e professor na Universidade de Princeton (EUA), sistematiza no livro Escritos sobre uma vida ética as teses basilares do seu pensamento. Entre elas, a ideia de que somos responsáveis por aquilo que fazemos, mas também por aquilo que poderíamos ter impedido. A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece como princípios que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos (Art.º 1º); que todos os indivíduos têm direito à vida, à liberdade e à segurança (Art. º3º) e que todos têm direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar a saúde e o

bem-estar (Art.º 25º). Os naufrágios e mortes que têm ocorrido no Mediterrâneo contradizem estes direitos e são a negação de todas as formas de racionalidade ética. Desde há pelo menos 5000 anos que a bacia do mediterrâneo se afirmou como um espaço privilegiado de circulação de pessoas, produtos e ideias. Em seu redor desenvolveram-se grandes civilizações. Atravessando o estreito de Gibraltar, há pouco mais de 1300 anos, os muçulmanos invadiram a Península Ibérica, iniciando uma ocupação da qual resultou uma herança cultural que ainda hoje se faz sentir em muitos traços da nossa identidade. Completam-se em 2015 os 600 anos do início da expansão portuguesa, que começou com o ataque e a conquista de Ceuta, cidade costeira do Norte de África, que estivera até então habituada a receber pacificamente os europeus que lá iam realizar trocas comerciais. Continuando fluxos migratórios que têm sido frequentes na história do Mediterrâneo, nos últimos meses um autêntico êxodo tem feito chegar às

Não há Futuro sem Memória Em 1944 o regime anterior criou uma associação que se destinava ao enquadramento dos estudantes oriundos das ex-colónias portuguesas. Essa associação foi registada com o nome de Casa dos Estudantes do Império (CEI). No rescaldo da II guerra mundial, iniciaram-se os processos de descolonização e muitos dos jovens estudantes universitários que frequentavam a CEI procuravam caminhos de aprofundamento da identidade dos territórios de onde eram originários. Neste ambiente fizeram publicações de grande mérito através de boletins, como a Mensagem, Antologias de Poesia ou livros de bolso. Essas publicações, preencheram um espaço de conscien-

cialização política e de debates culturais, fazendo germinar personalidades incontornáveis na literatura e na política. Depois de uma fuga organizada de Portugal de 120 desses jovens, nos idos de sessenta, o regime encerrou a Casa dos Estudantes do Império. Nela formaram-se escritores como Pepetela, Manuel Rui Monteiro, Alda Lara, Alda do Espírito Santo, Manuel Lima, Óscar Monteiro, Francisco José Terrenreiro e políticos como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Lúcio Lara, Gentil Viana, Viriato da Cruz e centenas de outros. Num momento em que o mundo está sob o domínio dos mercados usurários, é oportuno ter presente a memória solidária dos povos de línguas

Concelho Municipal de Educação

EDUCAÇÃO & CIDADANIA João Couvaneiro

Professor do Ensino Superior margens africanas do Mediterrâneo milhares de homens, mulheres e crianças que fogem da fome e das ameaças de morte que decorrem da intensificação da ação dos movimentos terroristas e do alastrar de conflitos regionais, políticos e étnicos. São seres humanos como nós, impulsionados pelo mais elementar princípio da natureza humana - o instinto da sobrevivência. A travessia do Mediterrâneo tem representado um autêntico desastre humanitário. Muitos têm sido os naufrágios que têm causado a morte de milhares de pessoas, vítimas de traficantes de homens, sem escrúpulos. É tão grande a expressão dos números que o primeiro-ministro de Malta a classificou como um autêntico genocídio. Situações semelhantes estarão a ocorrer no Golfo da Tailândia. O sofrimento ou a morte dos homens, mulheres e crianças

que fogem da fome e da guerra, configuram negações dos Direitos do Homem e são realidades eticamente insuportáveis. A Europa e o mundo, não podem continuar a ignorar esta situação, fingindo que o problema não existe ou lamentando resignada e fatalmente a sua falsa impotência. Somos responsáveis por impedir que esta situação perdure. Temos de encontrar soluções no nosso continente e nas terras de origem, que acautelem e dignifiquem aqueles que se fazem ao mar para tentar sobreviver. Temos de salvaguardar a sua segurança, ativar mecanismos de cooperação que permitam promover o desenvolvimento e ajudar a restabelecer a paz. Temos todos de participar, temos todos de reagir tentando, com a força de todos, tornar o mundo um lugar melhor.

POLÍTICA MESMO Vitor Ramalho

Advogado

oficial portuguesa no período em que a CEI existiu porque não há futuro sem memória e existe mais mundo para além dos orçamentos como recordou – e bem – Jorge Sampaio. Aliás, a fraternidade e a solidariedade entre os povos de língua oficial portuguesa não se confina, nem se pode confinar às relações económicas. Há uma outra estratégia que a deve enquadrar para não pensarmos pequenino. Daí que a UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Oficial Portuguesa – tenha encetado em finais de 2014 uma homenagem aos associados da CEI. Essa homenagem vai em maio envolver uma grande exposição sobre a CEI, na Câmara Municipal de Lisboa a partir do

dia 21, seguindo-se um colóquio internacional na Fundação Calouste Gulbenkian nos dias 22,23 e 25, e o encerramento a partir das 16h30 no mesmo dia 25, dia de África, também na Gulbenkian, com ex-associados da CEI que tiveram um papel importante nesta, a saber – os Presidentes e ex Primeiros-Ministros, Jorge Sampaio, Joaquim Chissano, Miguel Trovoada, Pedro Pires, França Van Dúnem, Mário Machungo e Pascoal Mocumbi, que aceitaram o convite que lhes foi dirigido. Vai valer a pena partilhar estes eventos. Sobretudo pelo futuro. Por que este, como disse, não existe sem memória e a dos povos de língua oficial portuguesa é feita de muita grandeza.

Por lapso, na última edição, o texto do espaço de opinião "Gato Escondido com Rabo de Fora", da autoria do nosso colaborador Paulo G. Lourenço, foi editado com o título de um outro texto (publicado este semana) que não correspondia ao conteúdo. Por esse facto, pedimos as devidas desculpas ao autor e aos nossos leitores.

Amélia

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 23 DE MAIO | 2015

Foi publicado no Diário da República o Decreto-Lei nº 72/2015, de 11 de maio, que introduz alterações ao Conselho Municipal de Educação. As alterações agora produzidas não trazem qualquer maisvalia significativa às competências e funcionamento do CME. Aliás, a ANMP pronunciou-se desfavoravelmente às alterações propostas pelo Governo. De facto, o que constatamos é que o atual governo do PSD/CDS, pretende a todo o custo promover a delegação de competências na área da educação, de acordo com o Decreto-Lei nº 30/2015, de 12 de fevereiro, isto é, uma delegação não é uma descentralização. como deveria ser do Estado para os Municípios ,universal e aplicável em todo o território,.configurando uma verdadeira reforma As alterações destinam-se apenas a que o CME possa emitir parecer vinculativo no caso da delegação de competências por via dos contratos interadministrativos, fazendo intervir também os diretores dos agrupamentos de escolas e de escolas não agrupadas, que passam a ter assento no CME. O Conselho Municipal de Educação pode e deve ter um reforço de competências. Mas estas devem ter em conta uma efetiva descentralização na área da educação, com respeito pela autonomia das escolas, mas com partilha e cogestão dos Municípios, no que diz respeito à administração dos serviços a prestar pelos agrupamentos e escolas não agrupadas. Sejam da responsabilidade do governo ou do município Uma cooperação leal e responsável com áreas definidas para cada um dos intervenientes que promovam uma repartição justa dos recursos disponíveis e envolva toda a comunidade educativa na qual os professores não podem deixar de ter um papel relevante Isso obriga igualmente a uma alteração das competências do Conselho Geral. Efetivamente, deverá caber a este órgão um papel de análise, discussão fiscalização e avaliação efectiva da actividade da Direção do Agrupamento ou da Escola, com transparência e responsabilidade. A visão do Governo .é dividir para reinar, ouvindo sem ouvir, negociando sem negociar, fazendo a sua reforma .As consequências são a degradação das instituições e do serviço público, neste caso da educação. Amélia Antunes Pres. da A.M. Montijo


O 32.º Festival de Almada No início desta semana entreabrimos o pano de boca daquela que será a 32.ª edição do Festival de Almada. Peter Stein, Christoph Marthaler, Luis Miguel Cintra, Matthias Langhoff, Katie Mitchell – criadores cobiçados por qualquer festival de teatro do Mundo. E que temos um grande gosto em proporcionar ao público de Almada, no fechar de uma “saison” que abriu com Koltès e prosseguiu com Eça de Queiroz, Hemingway e Howard Barker. Mesmo que já tenhamos dito ao nosso público o que apresentamos até ao final do ano, a temporada teatral encerra em Julho – e não há Julho sem Festival; não há Festival sem Almada. Teremos 27 espectáculos em 15 dias, de 4 a 18, em 14 salas de Almada e Lisboa. Mais os espectáculos de rua e os concertos de entrada livre. Mais os colóquios. E os

(..) Em Almada sempre se fez ao contrário. Sem ceder no imperativo de que aqueles que nos visitam – criadores e público – sejam bem recebidos (isto é, gentil e razoavelmente), o investimento é feito nos espectáculos em si – e não naquilo que gravita à sua volta. workshops. E as exposições. E os beberetes. Um Festival faz-se disto tudo. Pelo menos o de Almada faz.

BOCA DE CENA Rodrigo Francisco Diretor da CTA

Como é que com um orçamento que pouco ultrapassa os 600.000€ se consegue atingir um tão elevado nível artístico e uma programação tão rica e diversa? A resposta é simples: investindo mais de metade de toda essa verba em espectáculos – e não em despesas acessórias. Quando digo “despesas acessórias” estou a falar de conselhos de administração, frotas automóveis de luxo, ou hospedeiras de eventos. De facto, o Festival de Almada é feito quase inteiramente com os recursos humanos da CTA, os nossos carros não podem ir à baixa pombalina em hora de ponta, e a receber o público temos estagiários dos liceus do concelho – que são mais disponíveis e simpáticos do que propensos a desfilar em passarelas. Acontece-me por vezes, nalguns festivais no estrangei-

ro, ser recebido em viaturas quase ministeriais, por um staff saído de uma agência de modelos, e participar em recepções de gestores e programadores muito empenhados em montar negócios – e a qualidade dos espectáculos apresentados nesses certames chega a ser confrangedora. Em Almada sempre se fez ao contrário. Sem ceder no imperativo de que aqueles que nos visitam – criadores e público – sejam bem recebidos (isto é, gentil e razoavelmente), o investimento é feito nos espectáculos em si – e não naquilo que gravita à sua volta. As peças que apresentamos poderiam ser vistas nos melhores festivais do Mundo. O serviço que prestamos é o de poupar ao público essa viagem – tendo consciência de que a maioria de vós não poderia porventura fazê-la.

Maio: mês mariano e das migrações Aconselha-se que a legislação a vigorar tenha por princípios a verdade e o sentir do PrimeiroMinistro e prossiga o Espirito que durante os Séculos os Portugueses transmitiram ao Mundo. Anualmente a 6 de Maio

semmais

comemora-se o dia de Língua Portuguesa; no dia 13, milhares de peregrinos deslocam-se a Fátima movidos pela Fé e no final do mês a 25 assinala-se o Dia de África. É bom recordar que no dia 31 de Maio de 1992 rubricou-se a primeira etapa para a Paz em Angola (Acordos de Bicesse). Porquê referir aquelas efemérides? Todas têm como denominador comum a intervenção do espírito lusitano. Foi com esta forma de estar no Mundo, que os Portugueses atravessaram oceanos quando a Nação sofreu as agruras da época e colheu ensinamentos sábios provenientes de Cavaleiros vindos do Norte da Europa. Voltemos ao tema que nos propomos abordar! Portugal teve uma Missão no Mundo e ao longo dos séculos de igual modo, contribui para o crescimento de algumas outras Nações através dos milhões de portugueses que emigraram. No

final do século XX, deu-se um processo inverso, o desenvolvimento económico teve um contributo válido de muitos milhares de imigrantes que trabalharam nas obras e não só. Hoje, estão espalhados, pelo País, alguns imigrantes com competências técnicas. Naquele período ouvimos políticos e outros agentes mediáticos contra a imigração e a incentivar ações que colocavam em causa o respeito da dignidade do ser humano. Porém, alguns daqueles pregadores hoje sentem o problema de outro modo. Felizmente, há meios mediáticos que transmitem imagens de horrores humanos no tráfico de pessoas no Mar Mediterrâneo e os acontecimentos implicarão que a Europa tome medidas. O nosso Primeiro-Ministro na Cimeira dos Presidentes das Assembleias Parlamentares com toda verdade afirmou, que a Europa tem sido hipócrita, porque durante muitos anos

ESPAÇO ABERTO E LIVRE Zeferino Boal

Consultor da Sitel Portugal precisou dos imigrantes para o crescimento económico e agora recusa-se a receber quando a crise se mantém. Ora, Portugal como Nação com experiência na sua História de saber conviver com outros povos e acrescido pela defesa do espaço como a CPLP, em que é impar porque todos Países estão em pé de igualdade; o Estado Português deve assumir a liderança no encontrar soluções para estancar as hemorragias mediterrânicas. O que não se compreende e é perigoso internamente ter sido aprovada recentemente o Estatuto da Migração, no qual se confunde migrante com e com o seu contrário com i. A legislação descurou a auscultação das associações de imigrantes com sede em Portugal para sentir os reais problemas e preocupações dos cidadãos, muitos deles já em segunda geração com direitos de cidadão português. Em sucessivas apresentações públicas o atual Secretário de

Estado, tem procurado defender o que é indefensável porque o Estatuto do Migrante está virado para trazer os emigrantes portugueses procurando o seu retorno ao País e em grande parte olvidando os imigrantes que por cá residem. Tal legislação só se compreende, devido à falta de sensibilidade para a matéria e alguma incapacidade de respostas por ausência de experiências no terreno e uma deficiente assessoria. Urge, corrigir estas matérias legislativas em causa, para que não se deixe num futuro muito próximo que alguns demagogos na praça política arvorem-se em defensores exclusivos dos imigrantes. Aconselha-se que a legislação a vigorar tenha por princípios a verdade e o sentir do PrimeiroMinistro e prossiga o Espirito que durante os Séculos os Portugueses transmitiram ao Mundo.

FIO DE PRUMO

OPINIÃO

Jorge Santos Jornalista

Festejos Todos temos as nossas paixões e estas abrangem os mais variados temas, mesmo aqueles que o nosso semelhante repudia. Não será disparate dizer que ninguém tem nada a ver com aquilo com que cada um se apaixona, desde que a paixão não vá incomodar terceiros. E aqui estamos a ser condescendentes. Talvez demasiado. Mas falemos de festejos, que podem acontecer muitas vezes ligados a paixões – e compreendemos que as paixões clubísticas se associem aos sucessos conseguidos pelos clubes que nos foram sendo incutidos desde a infância – para tentarmos perceber o que se passou na penúltima jornada da Liga de Futebol, em Guimarães, em Lisboa e em Setúbal. Na “Cidade Berço” um graduado policial agrediu, sem se perceber porquê, um cidadão que se fazia acompanhar pelo pai e pelos dois filhos menores. No estádio da mesma urbe, onde se realizara o jogo, gente afecta aos contendores assalta o armazém e apoderara-se de todo o material desportivo que lá encontra. Em Lisboa, na Rotunda do Marquês, milhares concentram-se, devidamente licenciados para o efeito, para festejarem a conquista do título por um dos clubes da capital, mas a coisa deu para o torto e aqueles que deveriam manter a segurança acabaram por ser atacados. Na cidade do Sado a coisa foi pacata. Não se festejava a conquista de nenhum título, mas apenas a garantia de que a sua equipa não seria despromovida ao escalão secundário do nosso futebol. Sabemos que não há santos e, por isso, os responsáveis têm obrigação de planear a segurança dos eventos para que estas situações não voltem a repetir-se.

Diretor Raul Tavares | Editor-Chefe Roberto Dores | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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