Sábado | 23 .Novembro.2013
Director: Raul Tavares
semanário - edição n.º 788 • 6.ª série - 0,50 € • região de setúbal
www.semmaisjornal.com
Distribuído com o
Actual Dominguinhos é o novo presidente do IPS
5 As câmaras do distrito tinham 10 667 funcionários em Setembro deste ano, menos 830 do que em igual período de 2010. Em média são 17 colaboradores por cada mil habitantes. ACTUAL PÁG. 5
Região tem dezenas de obras arquitectónicas votadas ao abandono ACTUAL São conventos, palacetes, capelas e casas senhoriais espalhadas por vários concelhos do distrito sem que ninguém lhes deite as mãos. Um património ao deus-dará, que devia preocupar as autoridades e os seus proprietários.
Negócios Riscadinha de Palmela já está protegida
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Pub.
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Cada habitante do distrito produz 570 quilos de lixo 398 mil toneladas foram directas para diferentes aterros
ABETURA No seu todo foram recolhidas no ano de 2011 no distrito 445513 toneladas de resíduos, menos quase 40 toneladas do que as
1963 toneladas foram colocadas para valorização orgânica
registadas em 2010. Efeitos da crise, dizem os especialistas. Com base nas estatísticas, a que o Semmais teve acesso, os concelhos de Grândola e PÁG. 2
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Cultura Magia de Luís Matos na Academia Almadense
30233 toneladas seguiram para empresas de reciclagem
de Sesimbra foram os que mais produziram este tipo de lixos, colocando-se acima da média. Este valor ‘empurra’ a região para valores de 2002.
Abstenção da CDU salva orçamento de Canta no Montijo POLÍTICA O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, do PS, já pode respirar de alívio, com a abstenção da CDU na sessão que aprovou o orçamento para o próximo ano. Sem maioria e sem entendimento tudo era possível. PÁG. 7
Novo líder do ‘nosso’ turismo quer Lisboa a ‘puxar’ Setúbal ENTREVISTA O presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa, onde está integrada a Península de Setúbal garante que a região não perdeu peso e só fica a ganhar com a «pujança» da capital. E garante rupturas se for necessário. PÁG. 12
Fotos: DR
VENDA INTERDITA
ABERTURA Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com
DR
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Apesar de muito volumosos, os resíduos domésticos têm vindo a decrescer em função dos apertos das famílias
Os motivos da menor reciclagem
Cada habitante do distrito produz 570 quilos de lixo No total foram recolhidas no distrito 445513 toneladas de resíduos em 2011, menos que em 2010. Grândola e Sesimbra são os dois concelhos do distrito com produção mais volumosa e acima da média.
Roberto Dores
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o distrito de Setúbal foram recolhidos 570 quilos de resíduos urbanos por habitante em 2011, com Grândola e Sesimbra a serem os dois conce-
lhos que exibem os números mais volumosos, claramente acima da média regional. Grândola chegou mesmo aos 839 quilos, enquanto Sesimbra atingiu os 718, depois de em 2010 se ter fixado nos 809. No total, foram recolhidas 445513 mil toneladas de resíduos na região, menos do que em 2010, quando o distrito chegou aos 483815 milhões de quilos. Uma queda que Carla Graça, dirigente da Quercus, atribui à diminuição de consumo. É nos concelhos do Litoral Alentejano que mais sobe a média de recolha de lixo por habitante, fixando-se nos 613 quilos, segundo os Anuários Estatísticos Regionais, sendo que Grândola acaba por contribuir de forma decisiva para estes dados. Na ala norte do distrito a média baixa para os 570 quilos, traduzindo uma redução significativa face a 2009, quando a média e
recolha de resíduos urbanos andou pelos 624, baixando para 622 em 2010. A queda abrupta registada em 2011 “empurra” a região para valores mais próximos de 2002 – ano do primeiro estudo - quando cada habitante atirava fora 555 quilos de lixo. Em 2011, Setúbal chegou à média de 657 quilos e Almada ficou pelos 600. Crise também dá menos lixo Mas o dado mais representativo agora anunciado pelas estatísticas reporta-se a redução do lixo recolhido entre 2010 e 2011, para um total próximo das 40 mil toneladas. «Eu poderia justificar isso com a crise. Ou seja, quando há menos consumo, geralmente geram-se menos resíduos. Parece-me a explicação mais plausível, porque não houve
Das 445513 toneladas recolhidas em 2011, 398 mil foram para aterro, 1963 seriam encaminhadas para valorização orgânica e 30233 seguiram para reciclagem. É pouco, mas Carla Graça tem justificações. «As pessoas são muito comodistas. Podem estar sensibilizadas, mas se não tiverem o ecoponto ao lado de casa já não fazem separação», refere, alertando que a questão da «descredibilização das entidades gestoras, sobretudo,
diminuição da população», diz Carla Graça, reportando, sobretudo, ao «consumo do supermercado, com as imensas embalagens. Afinal, estamos a falar de uma das zonas do país com um elevado índice de desemprego», admite a dirigente da Quercus.
por causa da segunda triagem», também ajuda a explicar o pouco empenho dos habitantes em separar o lixo. «Temos queixas de pessoas que vêem tudo misturado e isso descredibiliza este processo, deixando as metas muitos longe do objectivo». É nesse sentido que alguns «colegas» de Carla Graça no Centro de Formação de Resíduos já apontam para soluções de recolha porta a porta, garantindo que seria um método mais eficaz.
Já em relação às regiões a sul, e segundo o Pordata, no Alentejo Litoral foram recolhidas 54 mil toneladas de lixo, tendo sido o concelho de Santiago do Cacém o que mais resíduos produziu, com um total de 14798 toneladas.
ficha técnica Director: Raul Tavares; Editor-Chefe: Bruno Cardoso; Redacção: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 935 388 102 (geral); Email: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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Editorial // Raul Tavares
Regresso à terra e ao sector primário é decisivo Se há sector onde este governo tem feito alguma obra é o sector agrícola, depois de o ‘cavaquismo’ ter seguido uma política de depauperação e desmantelamento do sector primário da nossa economia. A nova PAC, que vai injectar no país agrícola 8,1 mil milhões de euros, pode ser mesmo um empurrão decisivo para fazer ressurgir uma área nevrálgica do nosso tecido empresarial, com ou sem exportações. Sempre me foi difícil de digerir, mesmo numa economia aberta como a nossa, o facto de importarmos mais legumes ou mais peixe do que exportamos. Quando, sobretudo, temos recursos endógenos mais que suficientes para fazer face à procura e ao consumo interno. Mas, neste como em muitos outros sectores, há situações inexplicáveis e interesses sombrios que a decisão política nunca soube ou nunca quis conter. Por isso, este regresso à terra que inegavelmente se regista, é um bom sintoma para políticas certeiras e decisivas para o futuro. Mas pode haver ruídos inusitados e problemas, caso estas verbas substantivas venham a ser utilizadas de forma errada. Precaver a injecção de fundos ao desbarato não é solução. E é absolutamente necessário ter uma carta agrícola e uma gestão de cima, de modo a produzirmos o que necessitamos, evitando recorrer ao exterior com a actual dimensão, e lançarmos as bases para a inovação de culturas, hoje em dia uma mais-valia do desenvolvimento agrícola. Se há reforma a fazer em Portugal esta é uma delas. Tal como as pescas precisam, urgentemente de um rumo. Acabar com as políticas de abate, requalificar frotas, intensificar formação e voltar a fazer o que sempre soubemos fazer bem.
O novo programa Erasmus +
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crise económica está a atingir muito duramente a juventude na Europa. Cerca de seis milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos estão desempregados. A União Europeia (UE) não pode permitir que esta geração se perca. A educação e a formação devem estar no centro da resposta da Europa ao desemprego jovem. Nos últimos 25 anos, o popular programa Erasmus da UE permitiu que quase quatro milhões de jovens estudassem no estrangeiro. Entre estes, estiveram cerca de 76 mil portugueses.Vinte e seis anos depois da sua criação, o Erasmus deu um grande passo. O Parlamento Europeu acabou de aprovar o Erasmus+, o novo programa para a educação, formação, juventude e desporto. O programa vai reforçar o desenvolvimento de competências, da empregabilidade e vai apoiar a modernização dos sistemas de educação, formação e de apoio à juventude. Terá a duração de sete anos e contará com um orçamento de 14,7 mil milhões de euros, um aumento de 40 % em relação aos valores atuais. Isto significa uma forte expansão do maior e melhor programa de mobilidade do mundo e é uma prova do compromisso assumido pelas instituições europeias para com os desafios dos jovens europeus. Existem mais de 2 milhões de ofertas de emprego e um terço dos empregadores diz ter dificuldades em contratar pessoas com competências. O Erasmus+, vai permitir a muitos a possibilidade de estudarem, receberem formação ou adquirirem experiência no estrangeiro. O novo programa junta o «Aprendizagem ao Longo da Vida» (Erasmus, Leonardo da Vinci, Comenius, Grundtvig), o programa «Juventude em Ação» e cinco programas de cooperação internacional (Erasmus Mundus, Tempus, Alfa e Edulink e o programa de cooperação com os países industrializados). No total, estima-se que mais de 4 milhões de pessoas possam vir a bene-
“Salve el Comandante”
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edro Álvares Cabral foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como o descobridor do Brasil. Foi nomeado para chefiar uma expedição à Índia em 1500, seguindo a rota recém-inaugurada por Vasco da Gama, contornando a África. O objetivo deste empreendimento era retornar com especiarias
Paulo Edson Cunha
Autarca PSD
valiosas e estabelecer relações comerciais na Índia — contornando o monopólio sobre o comércio de especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes, turcos e italianos. Aí sua frota, de 13 navios,
O começo da alternativa
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ficiar de apoios. Estamos a falar de dois milhões de estudantes do ensino superior, 650 000 alunos e aprendizes de cursos de formação profissional, 800 000 professores do ensino básico e secundário, docentes do ensino superior, profissionais dos setores da educação, formação e da juventude, bem como mais de 500 000 participantes em programas de intercâmbio de jovens ou de voluntariado no estrangeiro. O Erasmus+ vai ainda apoiar parcerias entre instituições de ensino, organizações de juventude, empresas, instituições de formação, autoridades locais e regionais e ONG. As novas parcerias contribuirão para diminuir o fosso entre o mundo da educação e o mundo do trabalho, permitindo que todos trabalhem em conjunto e promovam, de forma mais eficaz, a inovação e o empreendedorismo. Este programa traz outra importante novidade. Os estudantes que planeiam realizar um curso completo de mestrado num outro país, para o qual as bolsas ou os empréstimos nacionais estão raramente disponíveis, poderão beneficiar de um novo mecanismo de garantia de empréstimos, gerido pelo Fundo Europeu de Investimento. Por último, é de referir que o programa Erasmus+ inclui, pela primeira vez, uma rubrica orçamental específica para o desporto. Serão mais de 33 milhões de euros, em média, por ano para fomentar a dimensão europeia no desporto. A Europa está a enfrentar enormes desafios económicos e sociais. O programa Erasmus+ assumirá não só um papel fundamental na superação destes desafios como dará a milhões de jovens europeus uma esperança num futuro melhor.
s indicadores económicos dos dois últimos trimestres que revelam um crescimento do PIB em 1,1% e 0,2%, respetivamente, encorajaram membros do governo, a começar pelo primeiro ministro, a afirmarem terem valido a pena as opções das políticas do governo. Fazendo dos portugueses maus leitores desses números, por estes sentirem na própria pele os efeitos negativos dessas políticas, o governo reforça a informação daqueles indicadores com o ligeiro incremento das exportações e a também da ligeira diminuição do desemprego. Para além de tratar como incapazes os portugueses, o governo sabe tão bem como qualquer iletrado, que quando se bate no fundo, não há como descer mais. E porque não há os indicadores que invoca, quanto ao crescimento, são totalmente ilusórios. Eles escondem que estão a emigrar por dia cerca de 10 000 portugueses, incluindo especialistas e técnicos qualificados, o que é mais grave do que a emigração dos anos sessenta do século passado, comprometendo ainda mais a resposta do incremento à produção nacional, tão necessária ao crescimento. O governo compara o que não é comparável, com a agravante de não entrar em linha de conta com o vasto número de desempregados que, tendo visto esgotar os subsídios do desemprego não aparecem, por várias razões, no rol dos desempregados. Acresce que inclui nas estatísticas como empregados trabalhadores em verdadeiro subemprego. O facto da instabilidade política e social em inúmeros países árabes, com forte fluxo turístico, ter desviado turistas para outros países, como Portugal, que beneficiou disso no último trimestre, deveria levar o governo a ler com muita prudência os indicadores económicos que invoca. Há outras razões que conduzem a essa prudência.
afastou-se bastante da costa africana, talvez intencionalmente, desembarcando no que ele inicialmente achou tratar-se de uma grande ilha à qual deu o nome de Vera Cruz. Ronaldo é o nosso novo herói. Não sei se por engano seguiu a rota diferente da pre-definida, mudando o nosso fado de sofrimento, mas sei que resgatou o orgulho de um Povo. Vingou-se do anafado e desbocado Blatter, da inveja dos nuestros hermanos, depois de ter vencido a sobranceira Inglesa e, sobretudo, vingou-nos das Merkels, FMI´s, troikas e agências de notação finan-
ceira deste mundo global, que nos humilham diariamente, baixandonos a notação financeira, classificando-nos despudoradamente como lixo e ditando-nos regras que percebemos serem desconsiderantes. Sim, Portugal vive de grandes conquistas e grandes conquistadores. Vive de grandes crises e de dar a volta por cima. Vive de rasgos e de sorte. Vive de poetas e de grandes empreendedores. Vive de Mourinhos e de Ronaldos. Vive do fado e do desfado. Vive de pedir auxilio às grandes potencias, quando outras nos subjugam, mas vive de rasgos criativos. Portugal definitivamente desco-
Luiz Sá Pessoa
Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal
Vítor Ramalho
Advogado
Estão a emigrar por dia cerca de 10 mil portugueses, incluindo especialistas e técnicos qualificados. Por outro lado, há que ter em conta o incumprimento reiterado das metas do memorando de entendimento com a troika, quer na dívida quer no défice, e o fraco crescimento económico no ultimo trimestre dos países da EU, que são tão importantes para a dinamização da nossa economia, sucedendo até que a França teve um decréscimo do PIB em 0,5%. Estes indicadores não são bom augúrio para o futuro. Como se compreende, desejaria estar otimista e partilhar das boas expectativas do governo mas isso seria negar a realidade e meter a cabeça debaixo da areia. Tanto mais que o orçamento que está em debate na Assembleia da República e que será votado em votação final global no dia 26 do corrente, não augura nada de bom. Pelo contrário. A linha de rumo traçada pelo governo traduz-se apenas em cortes e mais cortes, que afetam sobretudo os trabalhadores e pensionistas, sem se vislumbrar uma saída para Portugal e para os portugueses. A incerteza no futuro é geral. Assim não vamos lá. É preciso mudar de políticas e por isso de governo. A construção da alternativa começa por aí. Esta é a realidade. Adiar a situação mantendo o governo a qualquer preço, como o faz o Sr. Presidente da República, é contribuir para agravar ainda mais as nossas dificuldades.
briu durante aqueles 90 minutos o caminho marítimo para a felicidade. não podemos é mudar de rumo. Veja-se, há uma semana líamos em grandes parangonas: «Uma vez que a implementação de medidas horizontais é mais fácil de adotar, monitorizar e manter», explica o relatório Mas se o nosso “comandante” conseguiu ser o nosso David contra os Golias deste mundo, nós temos de saber passar o nosso cabo bojador, vencer o Adamastor e chamá-lo do cabo da boa esperança e, em 2014 vamos todos vencer a crise e...o mundial.
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É INAUGURADO dia 27, a partir das 18 horas, o pólo do Seixal da Escola de Música do Conservatório Nacional. Vai funcionar no edifício do Centro de Formação e Recursos, na Mundet, cedido pelo município. Destinado aos alunos que
frequentem o 1.º ciclo, o pólo lecciona, semanalmente, aulas de Iniciação Musical, de Classe de Conjunto e do Instrumento que escolham, que pode ser contrabaixo, flauta transversal, oboé, saxofone, trompa, trompete ou tuba. Haverá
aulas individuais e em grupo. Todas com um programa pedagógico com o selo de qualidade do Conservatório Nacional. Este pólo visa aproximar o ensino especializado da música aos alunos residentes fora da área da grande Lisboa.
DR
Pólo de música do Seixal abre dia 27
ACTUAL
Aulas de iniciação musical
Balança do desemprego na região atenua 0.5%
Marta David
S
ete por cento dos desempregados portugueses estão inscritos nos centros de emprego do distrito de Setúbal. Um número que se tem mantido inalterado ao longo dos últimos tempos apesar das variações constantes nos números de pessoas que procuram emprego. Dos mais de 694 mil desempregados registados em Outubro último, 49 mil estão inscritos nos centros de emprego da região. Os dados divulgados esta semana pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) voltam a referir uma queda do número de desempregados. A nível nacional, são actualmente 694904 os desempregados, menos 2392 que no mês de Setembro, uma descida de cerca de 0,3% comparativa-
49 mil desempregados inscritos no centro de emprego
DR
Os números do desemprego no distrito chegam aos 49 mil indivíduos. De Setembro para Outubro deste ano existem menos 265 inscritos nos centros de emprego da região. E no período homólogo de 2012 menos 1844 inscrições registadas.
Apesar da redução centros de emprego não têm mãos a medir
mente com os dados do mês anterior, mas um número muito semelhante ao registado há um ano. Em Outubro de 2012 havia mais 96 desempregados registados que no mês passado. A nível distrital os números mostram que, em Outubro, existem menos 265 inscritos nos centros de emprego do que em Setembro deste ano.
Uma descida de cerca de meio ponto percentual. Comparativamente com Outubro do ano passado existem menos 1844 desempregados inscritos. Mais desempregados em Setúbal. Almada Um pouco por todo o distrito, os números tendem a ser inferiores por compa-
DISTRITO
PAÍS
Out-13
49 249
694 904
Set-13
49 514
697 296
Out-12
51 093
695 000
ração com o mês anterior e com os dados de há um ano. Apesar disso, o centros de emprego de Setúbal não segue as tendências dos restantes. Em Setúbal havia no final de Outubro mais 43 pessoas inscritas no centro de emprego do que em Setembro, e mais 494 do que em Outubro de 2012. O desemprego subiu também, no último mês, no
centro do Litoral Alentejano onde se registaram cerca de mais 200 desempregados. Apesar disso, comparativamente com o mesmo mês de 2012 são menos perto de 700 os desempregados registados. Nos centros de Almada e Médio Tejo (que incluí os concelhos de Moita, Montijo, Alcochete e Barreiro) a tendência de decréscimo do número de desempregados tem sido uma constante. Nestes dois centros as descidas têm acontecido de forma gradual o que tem equilibrado a balança distrital. Em Almada, há um ano, havia mais 1108 desempregados que no mês passado, e no Médio Tejo eram menos 704. Pub.
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Câmaras têm 17 funcionários por cada mil habitantes AS CÂMARAS municipais do distrito tinham 10 667 funcionários em Setembro deste ano, menos 830 do que em igual período de 2010. Os números são de uma infografia do Jornal de Negócios que dá ainda conta de que por cada mil habitantes as nossas câmaras municipais tinham em média nos quadros 17,2 funcionários, três décimas a menos do que a média nacional. A nível distrital, Grândola e Sines eram as que apresen-
tavam os maiores rácios, 29,7 e 29,5, respectivamente. Na contramão estavam Almada e Barreiro, a primeira com 8,5 e a segunda com 8,7 funcionários por cada mil habitantes. «A verdade é que a Câmara de Almada vem sendo impedida de dotar os serviços que está obrigada a prestar aos cidadãos no quadro das suas competências e atribuições próprias, por vontade e decisão que lhe é estranha e que não corresponde a uma avaliação
justa e adequada das necessidades objectivas das populações», refere Joaquim Judas, presidente da autarquia. A mesma posição é defendida por Sónia Lobo, vereadora dos Recursos Humanos na Câmara do Barreiro. A autarca diz que a legislação actual, «complicada e complexa», tem trazido inúmeros problemas, sobretudo nos serviços operacionais, tendo em conta a saída de funcionários e a sua não
substituição por outros. «E estas reduções são para continuar porque estamos obrigados a uma redução do número de funcionários este ano na ordem dos 2 por cento», lamenta. A Câmara do Barreiro foi, aliás, aquela onde se verificou a maior redução de pessoal de 2010 a Setembro deste ano. 131 funcionários, mais precisamente. Câmara de Grândola aumentou funcionários
A Câmara de Grândola contrariou, porém, a tendência e viu o número de funcionários aumentar em quase dezena e meia nos últimos três anos. A razão poderá estar relacionada com a internalização de funcionários de empresas municipais entretanto extintas. Contactado, o novo executivo municipal, liderado pelo comunista Figueira Mendes, optou por remeter comentários sobre o assunto para quando proceder à reestrutu-
ração «obrigatória» dos seus serviços. O Semmais tentou ainda obter esclarecimentos junto de Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara Municipal de Sines, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição. Apesar de Almada ser a câmara com maior população, é o município do Seixal que tinha em Setembro passado o maior número de funcionários: 1 625. Bruno Cardoso Pub.
Dominguinhos substitui Armando Pires no IPS O PROFESSOR coordenador da Escola Superior de Ciências Empresariais, Pedro Dominguinhos, foi eleito presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), substituindo no cargo Armando Pires, que deixa a liderança da instituição ao fim de dois mandatos. O ainda presidente do IPS faz um «balanço positivo» do tempo que esteve no cargo, sublinhando que «conseguiu desenvolver um projecto de instituição, com maior e reconhecida visibilidade, com especial atenção para os estudantes, com uma melhoria da qualificação dos docentes e com uma reorganização interna que visou melhor aproveitar os recursos existentes». Em declarações ao Semmais, Armando Pires lembrou o seu contributo na implementação de múltiplos projectos no IPS, nomeadamente ao nível do reforço da actividade dos Serviços de Acção Social, da criação de um programa de promoção do sucesso académico e de um outro de apoio à formação avançada dos doentes, do reforço «significativo» de toda a componente internacional do instituto, do trabalho desenvolvido em torno do apoio à prática da investigação e do esforço de reorganização interna e política de melhoria contínua. «Faço um balanço positivo, apesar das grandes dificuldades existentes, mormente de ordem financeira», resume. Desde 2006, ano do seu primeiro mandato, o IPS já registou uma diminuição do seu orçamento superior a 40 por cento. Apesar da conjuntura,
Armando Pires diz que a instituição tem «mantido a sua actividade, com um número de estudantes superior a 2006, e também os seus diversos programas de apoio, naturalmente com um esforço de optimização de recursos que está no seu limite». «O rigor financeiro sempre foi uma preocupação da minha presidência», diz. Tomada de posse ainda em Dezembro Armando Pires afirma ainda que Pedro Dominguinhos é uma pessoa «com enormes qualidades», além de «profundamente conhecedora do instituto e da sua envolvente». «O professor entende a situação que vivemos e o novo paradigma que está colocado às instituições de ensino superior, particularmente às politécnicas, que passa por um muito maior envolvimento com as empresas e outras organizações da nossa região», acrescenta. Pedro Dominguinhos preferiu fazer comentários sobre a sua eleição apenas quando for empossado. A tomada de posse deverá decorrer após o processo de eleição ser homologado pelo Ministério da Educação. Ainda assim, em comunicado, Pedro Dominguinhos disse que ser o sucessor de Armando Pires significa «a assunção responsável de uma função que deve ser desempenhada com entusiasmo e orientada para a instituição e para a o seu futuro,». Bruno Cardoso
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ACTUAL
Quando o nosso património está entregue ao deus-dará
EM TEMPOS foram obras arquitectónicas do mais alto nível, edifícios cujo esplendor era fonte de satisfação para os seus proprietários e motivo de orgulho para os seus conterrâneos, hoje não são mais que amontoados de pedra, sem telhados, com paredes destruídas, janelas entaipadas, escombros de uma história que perdeu o brilho. Pelo distrito serão dezenas largas. Conventos, palacetes, capelas, casas senhoriais, abandonados às intempéries e, muitas vezes, guarida para toxicodependentes e pessoas sem-abrigo. Pub.
Alguns ainda foram alvo de tentativa de recuperação, mas o certo é que hoje definham e envergonham não só a paisagem como a memória colectiva. A Casa dos Ingleses ou Quinta do Esteiro Furado, na Moita; o Palácio do Rei do Lixo ou Torre do Inferno, em Coina; o Convento de São Paulo de Alferrara, em Setúbal, e a Ermida de Santo António da Ussa, em Barroca d’Alva, são apenas alguns desses locais. Datada provavelmente do século XVI, a ermida de Santo António da Ussa situase numa ilha com cerca de quilómetro e meio de diâmetro no meio de uma lagoa e aparenta ser uma fortaleza rodeada de frondoso arvoredo. Alguns especialistas dizem que se trata de um edifício de características invulgares no nosso país. Apesar de a capela se enquadrar na tipologia das cubas alentejanas, sendo de admitir tratar-se de reaproveitamento de um primitivo moinho, a dupla cintura de
Recuperação de São Paulo a meio gás
Fotos: DR
São exemplo do esplendor de outros tempos votados ao abandono. Património edificado que nos devias orgulhar. Quem os vai salvar?
Palácio do Rei do Lixo
muralhas de defesa não está explicada, assinalando talvez uma primitiva atalaia ou um reduto romano aproveitado pelos árabes. “Ussa” era o termo utilizado até ao século XVI para designar um urso e a designação da ermida poderá ter origem em algum milagre ocorrido no local, devendo-se a construção da capela ao cumprimento de um voto de agradecimento. Jácome Ratton, no início do século XX terá procedido ao restauro da ermida, mantendo as suas caracte-
Casa dos Ingleses, na Moita
rísticas. Actualmente a herdade é propriedade de Samuel Lupi e a ermida encontra-se ao abandono. Palácio do ‘rei do lixo’ em Coina construído em 1910 Quem passa por Coina, ou mesmo pela estrada nacional 10, não fica indiferente à enorme construção que, apesar do estado de abandono interior, ainda reserva muita da imponência de outros tempos. A estranha torre mandada construir por Manuel Martins Gomes Júnior, conhecido como Rei do lixo, pretendia ser uma forma de mostrar a grandiosidade do seu proprietário. Conta-se que o Palácio do Rei do Lixo foi construído, em 1910, para que Manuel Gomes Júnior conseguisse avistar a propriedade que possuía em Alcácer do Sal. Profundamente ateu, o novo proprietário transformou a ermida da herdade num armazém e num estábulo e rebaptizou-a como Quinta do Inferno. Em 1988, um incêndio de contornos nunca esclarecidos, destruiu ainda
mais o já degradado palácio, propriedade actual dos herdeiros de António Xavier de Lima que o adquiriu na década de 70. A Quinta do Esteiro Furado, ou Casa dos Ingleses, como é vulgarmente conhecida, fica situada em Sarilhos Pequenos, na Moita. É um complexo antigo com casa, capela e praia privativa, que pertenceu em tempos a uma família inglesa, daí a origem do nome, e é o resultado da unificação da Quinta do Brechão e da de Martim Afonso. A capela de S. Giraldo, construída em 1630, era totalmente forrada de azulejos (azuis e amarelos) e tinha um altar rico em dourados e imagens de santos, e o túmulo de um nobre que ali terá sido enterrado. Todo o espólio foi saqueado na década de 90, os azulejos foram roubados, o altar destruído e o referido túmulo profanado, mas ainda é possível ver o que resta do palácio, das levadas de água, do moinho de maré e do porto privado.
Os conventos de São Paulo, na quinta com o mesmo nome, propriedade da Associação de Municípios da Região de Setúbal, estão situados a cerca de 300 metros um do outro, na mesma elevação da Serra dos Gaiteiros, entre Setúbal e Palmela. O mais antigo, Convento de Nossa Senhora da Consolação de Frades da Ordem de São Paulo de Alferrara, foi construído em 1383, e o segundo em 1578, com a designação de Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Frades Franciscanos Capuchos de Alferrara. Até há 20 ou 30 anos era possível visitar aquilo que restava dos dois conventos, apesar do adiantado estado de degradação. O parque de merendas instalado a poucas centenas de metros foi, em tempos, lugar para passeios de família que, inevitavelmente terminavam com uma visita às ruínas existentes. Actualmente o acesso está vedado e a AMRS tem vindo a realizar algumas obras de sustentação do edificado e, simultaneamente, a promover visitas ao local. As obras já realizadas, e que custaram mais de 300 mil euros, ainda não permitem que os visitantes possam usufruir livremente dos conventos.
Marta David
Pub. CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL NOTÁRIO MARIA TERESA OLIVEIRA Sito do Cartório na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em Setúbal. Certifico, para efeitos de publicação que no dia vinte de Novembro de dois mil e treze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 6 do livro 262 – A, de escrituras diversas, na qual: Filipe da Silva Loureiro e mulher Mariana Rosaria Pinela, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais respectivamente da freguesia e concelho de Palmela e da freguesia de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, residentes na Rua do Caçarino, CCI 6510, Algeruz em Palmela, contribuintes números 146663713 e 164717099, justificaram a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio rústico, com a área de sete mil cento e oitenta e sete virgula cinquenta metros quadrados, composto de terras de semeadura e árvores de fruto, sito em Algeruz, freguesia e concelho de Palmela, que confronta do norte com Domingos da Silva Loureiro, do sul com Hermínio Carromeu, nascente com Rua do Caçarino e do Poente com Rua José Mestre, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 36 da Secção O, a desanexar do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número seis mil quinhentos e oitenta e quatro, da referida freguesia. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 20 de Novembro de 2013. A Notária, Maria Teresa Oliveira
Deputada Aiveca exige melhor escola
POLÍTICA Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com 7
A CRIAÇÃO de uma bolsa de manuais escolares, a reposição dos apoios às crianças com necessidades especiais ou o alargamento de creches e educação pré-escolar
pública, bem como a isenção de taxas moderadoras são mais algumas das propostas que o Bloco de Esquerda propõe para o combate à pobreza infantil. A deputada
Mariana Aiveca garantiu que o BE, após reunião com pais do Bairro da Caneira, no Montijo, continuará a defender a escola pública e a dignificação do professor.
Bruno Cardoso
A
CDU absteve-se na votação do orçamento municipal do Montijo para 2014 fazendo respirar de alívio o executivo socialista liderado por Nuno Canta, que, recorde-se, não tem maioria absoluta na edilidade. Segundo o presidente, o documento, que ascende a quase 26,6 milhões de euros, tem em conta a «limitação de recursos financeiros» que a autarquia enfrenta, embora configure «uma estratégia de médio e longo prazo, que visa dar ao Montijo um rumo para a sua modernização, desenvolvimento e coesão social».
A concretização dessa estratégia passa pela garantia de apoio social às famílias através dos serviços prestados nas escolas do concelho, pelos investimentos estratégicos no alargamento da rede de escolas e da promoção da actividade económica, pela manutenção do espaço público por serviços municipais qualificados, pela cooperação do município com universidades e redes de inovação e, por fim, pelo desagravamento dos impostos municipais. A redução da taxa de IRS em cerca de 1 por cento, a diminuição em 10 por cento da taxa do IMI e a isenção de derrama municipal para empresas com um volume de negócios inferior a 150 mil
euros são três bons exemplos dessa estratégia. Apesar de as receitas municipais terem uma previsão de quebra de mais de 7 por cento, um facto relacionado com a redução do IMI e das transferências ao abrigo do Orçamento de Estado, o executivo não pretende abdicar dos grandes investimentos, tendo inclusive cabimentado mais de 2 milhões de euros para projectos como a adaptação do edifício do plano centenário a jardim-deinfância no Alto-Estanqueiro e a reabilitação do mercado municipal. As transferências para as juntas de freguesia deverão atingir um total de 540 mil euros, mais 177 mil do
DR
Abstenção faz passar orçamento de 26,6 milhões no Montijo
Presidente Nuno Canta satisfeito com o resultado
que no ano anterior. «Pese muito embora a provada incompetência da actual gestão em gerir os recursos humanos de que dispõe, pese embora a incapacidade em realizar obra física, pese embora a falta de arrojo do programa, a CDU abster-se-á garantindo que a gestão do PS possa terminar o ciclo político sem fazer recair sobre a população o ónus de um exercício de governo local que ficará para a história como um tempo de dano da vida social e da memória colectiva de Aldegalega», lê-se na declaração de voto da CDU. Os dois vereadores do PSD votaram contra o documento, alegando que
este «frustra as promessas eleitorais pelas quais foi eleito». As linhas-mestras do Orçamento O orçamento para 2014 é inferior ao deste ano em quase dois milhões de euros. Dos cerca de 25,3 milhões de receitas correntes, quase 8 milhões serão provenientes do IMI. Ao nível das receitas de capital, o orçamento prevê a venda de um terreno entre a avenida Garcia de Orta e a Circular Externa do Montijo no valor de 824 mil euros. As despesas com o pessoal, que ascendem a 14,2 milhões de euros, representam 62 por
cento das despesas correntes, mas apenas 54 por cento do total das despesas. Na declaração política sobre o documento, o presidente Nuno Canta frisou também o esforço que terá de ser levado a cabo na construção de equipamentos como o parque desportivo municipal, os novos centros escolares de Pegões e de Santo isidro, a requalificação da rua José Joaquim Marques, a construção da ciclovia no canal da Refer, as novas piscinas municipais do Afonsoeiro, a terceira fase da frente ribeirinha, entre outros. «São equipamentos que consideramos fundamentais para o futuro do Montijo e das suas populações», concluiu. Pub.
JOÃO Ribeiro, cabeça de lista do PS à câmara de Setúbal, eleito no passado dia 28 de Setembro, suspendeu por onze meses o mandato de vereador alegando razões pessoais e profissionais. A declaração já tinha sido feita no início da semana, quando o porta-voz do partido socialista anunciou que iria suspender todas as responsabilidades político-partidárias para aceitar um convite para trabalhar para as Nações Unidas na Coreia do Sul. A notícia foi recebida em Setúbal com pouca surpresa e, na reunião pública de câmara realizada na quarta-feira passada quer a maioria comunista, quer Luís Rodrigues, eleito pela coligação PSD-CDS/ PP, admitiram já estar à espera deste desfecho uma vez que João Ribeiro, durante a campanha eleitoral, «nunca respondeu de forma clara se cumpriria o seu mandato na câmara de Setúbal até ao final», apesar de a questão ter sido colocada por várias vezes. O porta-voz do PS explica que esta é «uma decisão pessoal e de natureza estritamente profissional, mas que por razões objectivas, de estatuto profissional e distância
DR
‘Candidato’ João Ribeiro deixa câmara de Setúbal 15 dias após tomar posse
O socialista João Ribeiro
geográfica» tornam incompatível a manutenção do cargo de vereador. Para já regresso é um ‘nim’ Em declarações ao Semmais, João Ribeiro não adiantou se voltaria a ocupar o lugar de vereador. «A suspensão do mandato está prevista na lei e é até superior ao período solicitado», disse. A reacção da maioria comunista foi expressa em conferência de imprensa e reforçada pela presidente da câmara durante a reunião pública com a leitura de um comunicado ao qual Maria das Dores Meira não permitiu posterior discussão. Para os comunistas «o agora vereador do PS, a confirmar-se o cenário
da suspensão do mandato por um ano, prolonga assim o seu próprio tabu em matéria de assunção do cargo para o qual foi eleito na câmara municipal». A edil recordou ainda declarações do vereador socialista Fernando José durante o período de pré-campanha quando este assumiu o compromisso de que João Ribeiro se manteria na câmara nem que para tal fosse necessário “acorrentá-lo à cadeira”. Maria das Dores Meira, em jeito de brincadeira, ofereceu publicamente a Fernando José um conjunto de correntes e respectivo cadeado. Fernando Paulino deve assumir lugar de vereador A suspensão de mandato de João Ribeiro, quinze dias depois de ter tomado posse, “obriga” à subida do candidato Fernando Paulino para o lugar agora deixado vago pelo cabeça de lista socialista. O antigo presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria da Graça, que nas últimas eleições não se recandidatou para a liderança da União de Freguesias de Setúbal, assumirá o lugar de forma temporária até ao regresso de João Ribeiro. Marta David
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL SANDRA BOLHÃO EXTRACTO Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 20-C, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada no dia catorze de Novembro de dois mil e treze, a folhas cento e catorze e seguintes do Livro Quatro – A, OLÍPIO CARLOS, e mulher FLORINDA MARIA BATISTA CARLOS, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo), conselho de Alcácer do Sal, residentes na Rua Esteiro Santo Ovídio, números 3 e 3-A, Faralhão, Setúbal, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores de um PRÉDIO URBANO, composto por parcela de terreno urbana, com a área total de quatrocentos e quatro virgula cinquenta metros quadrados, a confrontar a norte com Rui Freitas Batista, a sul com Herdeiros de Manuel Neves, a nascente com Rua Esteiro de Santo Ovídio e a poente com Eugénia Campero, sito na Rua Esteiro de Santo Ovídio números 3 e 3-A, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 197, da freguesia do Sado, onde se encontra implantado o edifício pelos justificantes construído, como benfeitoria, avaliada naquela matriz. - No inicio do ano de mil, novecentos e setenta e três, os justificantes, ainda no estado de solteiros, maiores, encetaram negociações para a compra do prédio urbano, à data, apenas composto por parcela de terreno urbano, tendo finalizado a negociação com a tradição imediata do prédio. O preço acordado foi de oitenta e um mil escudos, foi pago em prestações, tendo sido integralmente pago no ano de mil, novecentos e oitenta e três, data a partir da qual se tornaram únicos e exclusivos proprietários, na convicção de exercerem um direito próprio, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, sendo por isso uma posse pública, pacifica, contínua e de boa-fé. Adquiriram verbalmente o prédio urbano a Palmira de Jesus Ribeiro Lourenço e marido Manuel António Marinheiro, que indistintamente também usava António Quendera Andrade Marinheiro, casados no regime da comunhão geral de bens, em tempos residentes em Santo Ovídio, Setúbal, tendo estes assegurado a celebração da escritura pública assim que se tornasse possível, tendo apenas entregue aos justificantes uma Declaração de Compra e Venda, cujas assinaturas se encontram reconhecidas que não terá qualquer outro efeito jurídico, à excepção de comprovativo de quitação. Em virtude da relação jurídica resultante da posse exercida, boa para usucapir, os justificantes bene ficiaram o prédio adquirido, benfeitorando-o, ou seja, no terreno que já era seu, no estado de casados, construíram um edifício de rés-do-chão para habitação, que levaram à matriz no ano de mil, novecentos e noventa, não logrando deter qualquer titulo que justifique a transmissão sequencial ocorrida do terreno sobre o qual assenta a mencionada benfeitoria, por não titulada e não conduzida a registo. - Que a partir da data mencionada, e portanto há mais de VINTE ANOS que OLÍPO CARLOS e mulher FLORINDA MARIA BATISTA CARLOS, têm possuído o supra identificado prédio em nome próprio, sem interrupção desde o seu inicio, respeitando as suas extremas e divisórias, com total exclusividade e independência, sempre praticando sobre o dito prédio todos os actos de posse de que este era susceptível, demarcando-o, vedando, construindo, tendo dele usufruído, gozando de todas as suas utilidades, solicitando o fornecimento de água e electricidade. - Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta, já adquiriram o referido prédio, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais. ESTÁ CONFORME. Setúbal, aos catorze de Novembro de dois mil e treze. A NOTÁRIA Sandra Bolhão
CULTURA Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com 8
VINHOS DA REGIÃO DE SETÚBAL Esta semana a nossa proposta para a descoberta de novos vinhos, sugerimos VALE PEREIRO BRANCO. Esta adega produz algumas referências de vinhos, que vão desde Vinhos de Mesa até aos Vinhos Certificados (com Denominação de Origem) e ainda o famoso Moscatel de Setúbal (Melhor Moscatel do Mundo). VALE PEREIRO BRANCO, este vinho apresenta a frescura da casta Fernão Pires, conjugada com os aromas intensos da casta Moscatel de Setúbal. Perfil moderno e saboroso, este vinho é uma escolha segura para acompanhar pratos de peixe, carnes brancas ou marisco.
Caldeirada (“Festival de Caldeirada Casa do Peixe”)
Cara de Bacalhau (prato de quarta feira) Nota: Informamos os nossos clientes e amigos que a partir de 26 de outubro, iremos dar início ao “Festival de Caldeirada Casa Do Peixe”. Todos os sábados e domingos até ao final do ano Tacho para dois - 15€ / Tacho para três - 20€ / Tacho para quatro 25 €. De terça a sexta continua ao vosso dispor o prato do dia (menu completo:7.50€) Consulte a nossa página de facebook todos os dias.
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O CORAL Infantil de Setúbal realiza o concerto do 34.º aniversário este sábado, às 21 horas, no Forum Luísa Todi, em Setúbal. O espectáculo intitula-se “30 Anos, 30 Coros” e envolve a participação da
banda da Armada. Será feita a apresentação integral da obra “O Poeta da Arrábida”, que presta homenagem ao poeta Sebastião da Gama, Além do coral sadino, actuam outros grupos corais.
TAS abre teatro remodelado e homenageia a Carlos César O 37.º aniversário do Teatro Animação de Setúbal está a festejar a inauguração da remodelação das suas instalações, que pretendem homenagear Carlos César, um dos fundadores da companhia. Além disso, será também lançado um livro de poesia do falecido actor/director. Cem mil euros foram investidos pelo município no Teatro de Bolso. António Luís
OS NOSSO PRATOS
Coral sadino festeja 34 anos
Semmais - Quanto tempo é que o TAS esteve sem sala própria antes de ser alvo de obras de adaptação exigidas pela InspecçãoGeral das Actividades Culturais? Carlos Curto - O Teatro de Bolso esteve encerrado cerca de dois anos e meio mas não deixámos de fazer espectáculos. Levámos à cena quatro estreias destinadas às escolas, nomeadamente “Mil Dores Amando-te”, “Zang, Tung, Zaff”, o “Príncipe Sapo” e “A Estante”, e no Forum Luísa Todi estreámos “XActo”. Penso que estas peças não tiveram a visibilidade devida porque estiveram pouco tempo em cena e em espaços alheios.
obra demora sempre muito tempo. Mais tempo do que eu pensava. E depois os municípios não atravessam a melhor fase financeira para pagar os seus custos. Estivemos cerca de dois anos e meio afastados da nossa sala, o que nos causou muitos problemas económicos. Este é o nosso espaço e precisamos muito dele. É claro que gostávamos de ter um teatro próprio, com maiores dimensões e outras condições. Ainda temos esperança num teatro melhor. Que tipo de beneficiação foi efectuada no teatro? Foram feitas obras estruturais, como a criação de condições para acolhimento de pessoas com deficiência física, melhoria nas paredes, novas casas de banho, fechos de segurança, alarmes contra incêndio, teia nova, exaustão nova, insonorização da sala… A lotação da sala do Teatro de Bolso foi reduzida para 50 lugares, dos quais dois destinam-se a deficientes. São melhorias que surgiram no âmbito de vistorias normais que são efectuadas pela inspecção da Inspecção-Direcção Geral das Actividades Culturais. Em quanto orçou esta remodelação? Orçou em 100 mil euros, verba essa que foi suportada pelo município. A partir de agora a vossa sala passa a designar-se de Teatro de Bolso Carlos César. Considera que é uma justa homenagem a um dos fundadores da companhia?
Considera que foi longo o processo de melhoria do Teatro de Bolso? Este tipo de
Esta designação foi aprovada em reunião de direcção e foi consensual. É uma homenagem justa. Se não fosse o Carlos César não tinha surgido o TAS nem todo este percurso cultural importante para Setúbal. Esta designação deveria ter sido implementada há mais tempo, ou seja, logo após o seu falecimento. De que apoios financeiros sobrevive o TAS? Temos tido o apoio financeiro importantíssimo anual da Câmara de Setúbal, que este ano foi superior a 140 mil euros. A DGA tirounos a ajuda financeira em 2011, bem como a outras, o que nos tem causado grandes problemas. Confirma a saída de actores do TAS? A Isabel Ganilho e a Maria João Sobral resolveram sair por iniciativa própria. A Maria Simões está com baixa médica mas ainda faz parte da companhia. Neste momento trabalhamos com sete actores fixos. Os festejos do 37.º aniversário do TAS incluem alguma novidade? Os festejos vão ser assinalados no dia 28. Sim, vamos lançar um livro de poesia de Carlos César, editado por José Teófilo Duarte, que também editou a obra de Carlos Rodrigues. Fale-nos da nova peça “Bartoon II” que estreou ontem, sextafeira? É uma peça, muito divertida, encenada e com texto de minha autoria. É baseada nas tiras diárias de BD que o Luís Afonso publica no jornal Público. Já tinha levado à cena uma outra versão do “Bartoon”, em Lisboa, há alguns anos. Fala de piadas políticas a nível nacional. Marca o regresso de Carlos Rodrigues aos palcos.
O seu a seu dono NA ÚLTIMA edição do Semmais, foram omitidas duas linhas da entrevista ao encenador/ autor Amilcar Caetano sobre a sua estreia a solo, como autor,
num espectáculo de revista popular. Desde já, apresentamos as nossas sinceras desculpas por esta falha. O texto em falta dizia que Amilcar Caetano chegou à
conclusão que «há um momento para tudo. E a idade dá-nos essa capacidade», revelando, também, que as músicas deverão ser compostas por Carlos Pinto.
Dicionário Íntimo // Maria Teresa Meireles Caminhar, andar, percorrer, palmilhar, andarilhar. Caminhar: o trilho, a senda, a extensão, o espaço a percorrer. «A Caminhada», de Henry David Thoreau - um clássico do elogio à vida ao ar livre. Os mares também têm os seus trilhos: «O Caminho Marítimo para a Índia», por exemplo. Caminhar e pensar – binómio interactivo. A Escola Peripatética «ambulante», «itinerante» - fundada por Aristóteles. Peripatéticos: «os que passeiam» ensinando, filosofando. Gosto de caminhar, de fazer grandes caminhadas sobretudo sozinha - olhos no mar ou no rio, o verde como cenário e o cheiro em cheio, uns laivos de cor de flores que nem sempre sei nomear. Estas caminhadas centram-me, ajudam-me a pensar, a sentir-me em comunhão com a Natureza, com a minha própria natureza também. Caminhar «em fila indiana»: os índios faziam-no, colocando os pés por sobre as pegadas deixadas pelo índio da frente. Assim enganavam o inimigo, sublinhando o trilho. Os caminhos fazem-se com e pelo caminhar. Sinapse: transmissão de sinais químicos ou eléctricos entre neurónios criadora de trilhos específicos. Ao usar repetidamente esses caminhos, poderemos criar uma nova cartografia neuronal. Se, pelo contrário, não repetirmos esses caminhos recém-abertos e descobertos, eles desaparecerão como os trilhos da floresta reconquistados pela vegetação. Os caminhos fazem-se pela repetição. Caminho espiritual versus caminho físico, material: caminho «estreito e apertado», o primeiro. «O Caminho do Bem» e «O Caminho do Mal»: bifurcação. Andar «por maus caminhos», «ser desencaminhado» - neste caso, importa saber «arrepiar caminho». Mas, afinal, não vão «todos os caminhos dar a Roma»? Caminhos alternativos, caminho individual; vias rápidas e atalhos. Fazemos o caminho ou seguimo-lo? Caminhar é sempre escolher o próprio rumo? Caminhar «sobre as águas» não é para todos; «sobre o fio da navalha» é perigoso. A ideia de Caminho serve quase todas as religiões: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida», (Bíblia, João 14:6). «O Nobre Caminho Óctuplo» do Budismo; «Tao Te King», de Lao Tsé, «O Livro do Caminho e do Bom Caminhar». Caminhar implica direcção, sentido, objectivo – de outro modo será tão-só deambular. Caminhar é um verbo dirigido, orientado, com um rumo bem definido e/ou uma delimitação préestabelecida. Caminhamos a olhar para o que ainda não chegou, para o espaço que nos falta percorrer. Caminhar devolve-nos a autonomia dos primeiros passos conquistados, assume-nos como bípedes, verticalizados, capazes de ver e escolher o espaço a percorrer de acordo com a extensão da nossa vontade. Caminhar opõe-se ao rastejar, ao voo, ao salto, ao nadar; define uma postura e uma estrutura, uma visão do mundo que nos permite olhar o alto e o baixo à medida que vamos fazendo o nosso caminho, mesmo que «aos altos e baixos», porque afinal, e de acordo com Heráclito, «O caminho que desce e o caminho que sobe são o mesmo.»
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DE HOJE até 1 de Dezembro, o concelho de Palmela vai viver a 16. ª Semana da Dança, numa organização conjunta da Passos e Compassos/ DançArte, companhia residente no Teatro S. João, e da Câmara Municipal de Palmela. Com um programa recheado de actividades para todos os públicos e idades, o evento proporciona muitas oportunidades para contactar com o mundo da dança e explorar as suas diversas vertentes, através não só de espectáculos, mas também de aulas abertas, residências artísticas, bailes, ciclos de cinema e momentos de convívio.
Cartaz...
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Magias de Luís de Matos “Luís de Matos Chaos” é o novo espectáculo do conceituado mágico português mais premiado e distinguido de sempre. Durante 90 minutos, o mágico promete muita magia e ilusão. Será, sem dúvida, uma experiência mágica sem precedentes. Academia Almadense | 21h30.
Sábado
Dança anima Palmela
Sábado
Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com
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A Caminhada dos Elefantes A peça “A Caminhada dos Elefantes” é um espectáculo sobre a existência, que acredita que quanto melhor lidarmos com a morte, melhor lidaremos com a vida. Um espectáculo que aceita as perguntas e os pensamentos das crianças sobre a morte e que oferece-lhes várias possibilidades de caminho. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo | 16h30.
Metáforas com nova peça
Metáforas no Fontenova NO ANO em que se comemora o 120.º aniversário do nascimento de Almada Negreiros, o grupo Metáforas apresenta a peça “Antes de Começar”, de Inês Morais e Ricardo Campos, fundada no texto de Almada Negreiros, sobe a cena até este domingo, às 21h30, no espaço Fontenova, em Setúbal. No teatro da vida, mesmo antes do pano subir, o Boneco e uma Boneca descobrem que se mexem exactamente como as pessoas. Descobrem a Vida, a Existência e o Teatro: são bonecos-actores ou pessoas, simplesmente.
Sábado
O recital de piano de Olga Prats, intitulado “53 Anos de Criação Pianística de Fernando LopesGraça por Olga Prats”, inclui obras do maestro, um dos maiores compositores portugueses do século XX, que também marcou presença no dia de abertura deste espaço.
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Forum Cultural do Seixal | 21h30. Sexta
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Recital com Olga Prats
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Jorge Nice dá show Jorge Nice canta e encanta plateias, com as suas músicas, peculiar diversão e capacidade de improviso. O popular cantor e entertainer, setubalense ‘do coração’, assumese como autor de todas as letras e músicas dos seus dois cd’s : “O Que Peixe É ?” e “Falem de nós...” Casino de Tróia | 22h30.
Ofertas Semmais - Ligue 918 047 918 e peça os seus convites “Grande Revista”
“A Noite”
Temos convites duplos para oferecer aos nossos leitores para assistirem à popular revista “Grande Revista à Portuguesa”, de Filipe La Feria, em cena no Teatro Politeama, em Lisboa, que continua a ser um sucesso de bilheteira. Este espectáculo protagonizado por Marina Mota, João Baião e Maria Vieira, vive sobretudo da sátira política e social, não esquecendo os cenários e os figurinos de luxo.
Paulo Sousa Costa apresenta a peça “A Noite”, de José Saramago, no Teatro da Trindade, em Lisboa, aos sábados e domingos às 21h30. No elenco constam os nomes de Paulo Pires, Pedro Lima, Joana Santos, Victor Norte, Sofia Sá da Bandeira, João Lagarto, entre outros.Trata-se de uma peça com muita história, já encenada em 1979, com encenação de Joaquim Benite e direcção musical de Carlos Paredes.
Musical “Zorro” Já estreou no Teatro da Trindade, em Lisboa, o musical “Zorro”, protagonizado por Cláudia Vieira, numa produção da Elenco Produções e Yellow Star Company. O musical, para toda a família, conta a história da maior lenda de todo os tempos, num dos mais emblemáticos teatros do País. “Zorro” sucede a “Aladino no Gelo” e “A Ilha do Tesouro”, das mesmas produtoras, que foram vistos por 60 mil pessoas.
Comédia em Almada A Companhia de Teatro de Almada está a levar à cena, no Teatro Joaquim Benite, naquela cidade, a comédia “Em Direcção aos Céus”, escrita em 1934, pelo austro-húngaro Odon Von Horváth. Estreada em Dezembro de 1937, em Viena, a peça só viria a ser publicada em 1970. Ao servir-se do mundo do teatro para criar uma metáfora sobre as relações políticas e sociais do seu tempo, Horváth manipula com particular virtuosismo um ambiente feérico (onde não deixam de intervir directamente o próprio S. Pedro e Belzebu em pessoa) para denunciar a corrupção e as lutas pelo poder entre as classes dirigentes. Para ganhar convites duplos para a próxima quarta, dia 27, às 21h30, basta ligar 918 047 918.
Polidesportivos da Fonte da Prata com luz verde
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LOCAL
Maqueta do projecto
A CÂMARA Municipal da Moita adjudicou a empreitada de construção do edifício de apoio/ balneários e campos polidesportivos da Fonte da Prata, em Alhos Vedros, pelo valor de quase 400 mil euros. A obra tem um
prazo previsto de execução de um ano. Os equipamentos estavam inicialmente previstos nas bases de um acordo celebrado para a construção da urbanização Quinta da Fonte da Prata, como uma obrigação do
promotor. No entanto, por incumprimento deste, e decorrido o prazo legal para o efeito, a câmara accionou as garantias bancárias, avançando com o processo de construção dos polidesportivos.
Faralhão ganha novo centro paroquial para Setúbal Obra pretende ser emblemática numa zona de grande relegiosidade cristã e será construída em quatro fases. António Luís
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O padre Manuel Lobato, durante a cerimónia do lançamento da primeira pedra
erguer a obra no terreno. Seguiuse um almoço para angariação de fundos, o qual contou com a participação de 200 pessoas.
Martins Ferreira reconhece que a população está «muito motivada» para a construção do novo centro paroquial, que contempla uma
Palmela membro Alcácer do Sal do conselho ensina escolas RECEVIN a compostar
IMI baixo em nome da crise
Câmara de Almada desce IMI O IMPOSTO Municipal sobre Imóveis vai descer 2,5 por cento em 2014. A taxa de IMI a aplicar aos prédios urbanos passa de 0,4 por cento para 0,39 por cento”, refere fonte da autarquia. “A medida, que pretende aliviar o esforço das famílias numa altura de crise financeira e de grandes dificuldades económicas, vai traduzir-se em 2014 numa perda expectável de receitas municipais na ordem dos 530 mil euros em relação ao montante que previsivelmente se conseguiria arrecadar com uma taxa de 0,4 por cento”, explica o documento. Para 2014, o IMI dos prédios rústicos mantém-se nos 0,8 por cento e o dos prédios urbanos em 0,7 por cento, enquanto na derrama vai manter-se a isenção para as empresas com facturação inferior a 150 mil euros anuais.
cípio”, tendo ouvido ainda da parte dos responsáveis da empresa a vontade de continuar a apoiar actividades e colectividades de carácter social, cultural e desportivo no Município. Da agenda da visita fizeram também parte alguns temas e preocupações de interesse comum, como a conclusão das obras na A26, tendo Álvaro Beijinha transmitido ao DirectorGeral, José Font, e ao Director de Gestão de Recursos, Francisco Castro, que «o município vai ter sempre um papel muito activo e reivindicativo num projecto que é estruturante não só para a região como para o País», classificando o encontro como «muito importante» do ponto de vista institucional.
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Santiago do Cacém reforça relações com unidade da Repsol O PRESIDENTE Álvaro Beijinha, efectuou no dia 18, uma visita à Repsol, uma das maiores empresas do Complexo Industrial de Sines de forma a reforçar as relações institucionais entre as entidades. A visita, que decorreu a partir de convite efectuado pela Repsol foi «extremamente positiva», sublinha Álvaro Beijinha, que centrou o objectivo principal no «aprofundar do conhecimento de uma empresa cuja maioria dos trabalhadores reside no concelho de Santiago do Cacém”. O Presidente da Câmara Municipal lembrou as questões estratégicas ligadas à Repsol, por se tratar de “uma empresa que, estando inserida no complexo de Sines, tem uma importância também para o nosso Muni-
Presidente Álvaro Beijinha durante a visita à unidade da petrolífera
recolha de fundos nas festas do moinho da Mourisca», sublinhando que o município isentou as taxas de construção da obra no montante de 67 mil euros. Paulo Pisco, autor do projecto, mostra-se «bastante satisfeito» com um equipamento que vai servir toda a população. O responsável explicou que se trata de uma obra «única e arrojada» para a região, sublinhando que espera que o município comparticipe depois nos melhoramentos exteriores das instalações. «Queremos que os estacionamentos sejam facilitados na envolvente e que haja uma zona onde as crianças possam brincar», vinca. Quem pretender ajudar a construção do Centro Paroquial pode fazê-lo através do NIB 0035 0305 0000 4414 93088.
O MUNICÍPIO de Palmela foi eleito membro do conselho directivo da RECEVIN – Rede Europeia das Cidades do Vinho. A decisão foi tomada no âmbito da última assembleia geral da rede que decorreu na cidade italiana de Marsala, a actual Cidade Europeia do Vinho. De acordo com Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, a eleição constitui-se como «uma oportunidade privilegiada para criar novas dinâmicas no desenvolvimento económico, aprofundando o trabalho do município em prol da cultura do vinho a nível internacional». O autarca não esquece que a eleição potenciará também a promoção turística do território e da sua identidade cultural, bem como dos seus agentes económicos, designadamente dos vinhos da região. «Esta eleição de Palmela reconhece o rigor e a capacidade de concretização com que o município tem respondido aos desafios impostos pela rede», concretiza o edil. Além de Palmela, também Lamego foi eleito para o conselho directivo da RECEVIN. Ambos os municípios portugueses já integravam os órgãos da Associação de Municípios Portugueses de Vinho. A assembleia geral da RECEVIN, que também elegeu para a presidência Pietro Lavanza, da associação Cittá del Vino, decorreu em simultâneo com o primeiro fórum internacional da “Economia e do Mercado Vitivinícola”.
SÃO cinco as escolas do concelho que vão receber compostores, onde alunos e professores poderão produzir o seu próprio composto vegetal que poderá ser usado depois nas suas hortas pedagógicas. A acção surge de uma colaboração entre a Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Regional do Ambiente e a Ambilital – Investimentos Ambientais do Alentejo, integrada na Semana Europeia de Prevenção de Resíduos, que decorre de 16 a 24 deste mês. Nesse sentido, foram adquiridos 40 compostores de 325 litros que serão distribuídos pelos estabelecimentos escolares com cantina dos municípios do Litoral Alentejano, tendo em vista a sensibilização de alunos, funcionários e professores para a importância da compostagem e promoção da valorização orgânica, bem como de incentivo à criação de hortas biológicas. A Secundária de Alcácer do Sal foi a primeira a receber um compostor, esta quarta-feira, dia 20.
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PRIMEIRA pedra do Centro Paroquial do Faralhão foi lançada no dia 10, na presença de Martins Ferreira, pároco daquela localidade, Dores Meira, presidente da Câmara de Setúbal, Manuel Lobato, vigário geral da Diocese de Setúbal, Paulo Pisco, da empresa Pereira Pisco Arquitectos, Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas de Setúbal, e responsáveis da empresa Ramos Catarino que irá
nova igreja, uma capela mortuária, um centro de dia, um salão e várias outras salas. A obra será construída em 4 fases e a paróquia já angariou cerca de 40 mil euros que se vão juntar a outros 210 mil euros angariados pelos jovens. O sonho nasceu em 1999 e, desde aí, um grupo de jovens paroquianos tem angariado verbas nas festas do Moinho de Maré da Mourisca com a venda de doces, compotas e licores. A edil sadina considera que se trata de uma obra que «já se impunha» e que contou, desde a primeira hora, com o apoio do município e da Junta de Freguesia. Dores Meira relembrou os «homens e as mulheres que nos anos 90 que foram autarcas nesta freguesia e que deram início ao sonho da população, através da concretização de
Ambiente na ordem do dia
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teatro Joaquim d’Almeida é palco da entrega dos Prémios do Concurso “Não Esconder, Não Calar, Agir!”. O concurso, lançado pela autarquia,
Grândola Moita tem factura entrega bonecos electrónica
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Município de Sines comemora 651 anos AS CERIMÓNIAS do Dia do Município, que assinalam os 651 anos da sua criação, arrancam este domingo, às 10 horas, com o hastear da bandeira nos Paços do Concelho. A sessão solene da Assembleia Municipal acontece no auditório do Centro de Artes de Sines, às 11 horas. Às 15 horas, a Arte Velha – Associação de Artesãos inaugura a exposição “Passado e presente”, que estará patente ao público até dia 30. Às 16 horas, no museu local, é apresentado e distribuído o guia “Na villa de Sines e seu termo”, publicação do Arquivo Histórico Arnaldo Soledade sobre os lugares do concelho na documentação dos séculos XVII a XIX. No dia 4 de Dezembro, às 11 horas, a Misericórdia acolhe a peça “A Magia das Águas”.
desafiou alunos das escolas secundárias e profissional do concelho a realizarem um spot de vídeo sobre a prevenção da violência doméstica e/
Acção visa recolher donativos
Sesimbra ajuda Cercizimbra NO DIA 30, às 21h30, o céu de Sesimbra vai iluminar-se com centenas de balões de ar quente para ajudar a Cercizimbra. A acção visa recolher donativos a favor do centro desta instituição. Por 3 euros, os participantes terão oportunidade de adquirir e lançar um pequeno balão biodegradável. Desta forma, estão a ajudar esta cooperativa de solidariedade social, que há mais de três décadas acolhe, reabilita e trabalha pela integração social.
O ESTÚDIO Jovem do município grandolense associou-se à campanha “Pais Criativos e Filhos Felizes por um Natal mais Feliz”, um projecto de amor e solidariedade, onde pequenos e simples gestos pretendem contribuir para muitos sorrisos e um Natal mais colorido das crianças que se encontram hospitalizadas na ala pediátrica do IPO de Lisboa e do Hospital D. Estefânia. Após uma campanha de sensibilização junto da população para recolha de meias e luvas, a equipa de técnicos do Estúdio Jovem, com idades compreendidas entre os 10 e os 13 anos, e 15 idosos de Canal Caveira e do programa “Viver Solidário”, fizeram, em duas semanas, 73 bonecos, de várias cores e formas, com meias e luvas, que foram já ontem entregues em Oeiras à responsável da iniciativa, Andreia Vidal.
OS MUNÍCIPES já podem aderir à factura electrónica da água através dos serviços online. É mais amigo do ambiente, evita gastos desnecessários de papel, e é mais fácil arquivar e consultar. Para aderir à factura electrónica da água nos serviços online, tem de ser o titular do contrato. Após aderir, os munícipes passam a receber as facturas para o e-mail indicado.
A 8.ª EDIÇÃO do Encontro de Colectividades do Seixal tem lugar no auditório dos Serviços Centrais do município, este sábado, a partir das 12h30 e até às 17h30. O programa é organizado pela Associação das Colectividades do Concelho do Seixal para debater o contexto associativo nacional, regional e local.
O tema deste ano é “Nós na Economia Social!”, tendo em consideração que o movimento associativo tem já representação no Conselho Nacional para a Economia Social. A partir das 10 horas, no mesmo local, decorre a apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2014.
O MUNICÍPIO de Alcochete, a S.Energia e a Biogenoa vão celebrar, em breve, um protocolo para a implementação no concelho do “projecto piloto” RecOil – Promoção da Reciclagem de Óleo Alimentar Usado para a Produção Sustentável de Biodiesel. Trata-se de um projecto europeu, financiado pela Comissão Europeia, que decorrerá até 2015 e que, entre outros factores, pretende aumentar a produção sustentável de biodiesel e a sua inclusão no mercado local, através do aumento do processo de recolha e recon-
AS OBRAS na zona ribeirinha de Alburrica, deverão avançar no dia 25, para a parte nascente da Avenida Bento Gonçalves, pelo que serão previsíveis alguns condicionamentos de trânsito naquela zona. A intervenção incluirá o estacionamento frente ao Clube de Vela do Barreiro. A circulação dos transportes colectivos será mantida durante a intervenção. O trânsito automóvel manter-se-á no sentido Largo Alexandre HerculanoTravessa de Santa Cruz. A intervenção no estacionamento em frente ao CVB está estimada em três semanas. Trata-se apenas de uma alteração de pavimentação.
INICIATIVAS
Feira do Livro de Natal A FEIRA do Livro de Natal decorre entre 26 e 30, no exterior da biblioteca de Setúbal. A iniciativa, organizada pelo município, pretende estimular o gosto pela leitura, bem como criar novas dinâmicas de utilização e de aproximação dos munícipes à biblioteca. Irá funcionar das 10 às 19 horas.
“Faz tu” no Barreiro
Vida mais fácil para consumidores
Alcochete recolhe óleos Encontro de Colectividades do Seixal debate problemas
Barreiro prolonga obras a nascente
versão de Óleos Alimentares Usados gerados a nível doméstico. A concretização deste projecto em Alcochete é considerado uma «mais-valia, na medida em que serão desenvolvidos estudos de identificação de boas práticas na gestão de óleos usados e acções de melhoria para aperfeiçoar os sistemas de recolha, bem como promovidas campanhas de sensibilização com o intuito de aumentar a adesão da população aos processos de separação selectiva de resíduos», sublinha a autarquia.
O PARQUE da Cidade do Barreiro recebe, este domingo, a feira “Faz Tu!”. Trata-se de uma feira de alternativas zen com artesanato, velharias, sabores e terapias. A iniciativa é organizada por um grupo de amigos que trabalham nas áreas envolvidas no evento, em parceria com o município.
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Câmara tem estado atenta a este fenómeno e promovido iniciativas
ou no namoro. Representantes das Escolas e da Câmara Municipal do Montijo foram os júris da competição. No dia 29, às 10h30, a Casa do Ambiente recebe o workshop “Avaliação de Risco” dinamizado pela Associação de Mulheres contra a Violência, dirigido a profissionais e entidades que operem no âmbito da violência doméstica. A fechar o ciclo de iniciativas, no dia 30, às 17 horas, na galeria municipal tem lugar o visionamento do filme “Herança do Silêncio”, de José Meireles, que conta com a participação de Joana Ribeiro, Marta Melro e Rita Martins. No final terá lugar um debate sobre violência doméstica e igualdade de género com o realizador José Meireles e a psicóloga da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima – APAV, Inês Jorge.
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O MUNICÍPIO vai levar a efeito um ciclo de iniciativas, entre os dias 25 e 30, no âmbito das comemorações do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A cerimónia de entrega dos Prémios do Concurso “Não Esconder, Não Calar, Agir!”, a exibição do filme “Herança do Silêncio” e o debate com o produtor José Meireles são algumas das actividades em destaque. No dia 25, às 14 horas, na Escola Profissional tem lugar uma reunião dos membros da Rede de Apoio às Mulheres em Situação de Violência para avaliação do trabalho de parceria, definição de novas estratégias de intervenção, discussão e validação do novo guia para o atendimento a mulheres vítimas de violência. No dia 26, às 15 horas, o foyer do
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Montijo discute violência contra as mulheres na Escola Profissional
Parque verde da Cidade
12 ENTREVISTA
Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com
Entrevista com o novo presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Vitor Costa
«Pujança de Lisboa vai fazer crescer turismo da península de Setúbal»
O processo que conduziu à nova orgânica regional do turismo não foi totalmente pacífico. A região perdeu território… Vítor Costa – As alterações que se verificaram por via da nova lei das entidades regionais de turismo tiveram na nossa região um impacto grande, sobretudo porque houve uma redefinição territorial, para além das questões orgânicas, competências, estruturas e atribuições. Ficámos com um território mais curto, com menos municípios para gerir. E como viu essa amputação. É uma perda ou um ganho? Pode ser visto das duas maneiras. Significa, em primeiro lugar, que haverá menos recursos financeiros, mas por outro lado permite uma focalização da nossa actividade. A nossa área de abrangência mantém as suas diferenças mas é agora talvez mais coerente. Havia o receio de que a Península de Setúbal perderia algum peso institucional. Concorda com esta tese? É uma ideia falsa. Não perdeu nenhum peso. Da comissão executiva de três elementos faz parte o presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, e a assembleia-geral é presidida pelo pre-
sidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto. Houve essa preocupação de manter a sub-região dentro do processo… Sobretudo a preocupação de ter em conta as várias realidades e é evidente que durante o processo senti que muitos outros gostariam de estar em lugares mais determinantes. Sintra, por exemplo, que é uma marca importante, só está representada na assembleia-geral. Mas o que verdadeiramente interessa é o projecto, as ideias que se tem para o desenvolvimento do sector e todos defendermos o rumo. Sou pouco sensível a essas coisas da afirmação de identidade. Os resultados são mais importantes. E agora com a situação resolvida e a carborar o que se vai seguir? Para já organização interna. E o processo fez com que num panorama de escassez de meios deixasse de haver entidades concorrenciais. Existia uma entidade já muito consolidade, que era a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) que vai colocar ao serviço de toda a região essa sua experiência, conhecimento e profissionalismo. A ideia é não colocar ninguém de fora, mas fazer com que todos funcionemos em conjunto mas com uma unidade de comando. Dou-lhe o exemplo da promoção turística, que considero fundamental unificá-la interna e externamente. É uma divisão estapafúrdia, pelo que pretendemos dar-lhe um sentido de coerência na intervenção. Mas é possível vencer essas diferenças num quadro em que Lisboa domina as suas duas sub-regiões. A península de Setúbal precisa de crescer muito neste sector não lhe parece… Eu pessoalmente sempre rejeitei a ideia de nivelar por baixo. Não podemos ter dúvidas de que Lisboa é o grande motor do turismo da região e esse facto não é mau para ninguém, nem pata o país, nem para Setúbal. Essa ideia, se me permite, é errada. Cabe-nos encontrar formas de garantir uma visão estratégica para o conjunto da região. Já tem ideia dos pressupostos que devem nortear essa estratégia comum? Em primeiro lugar tendo consciência de que Lisboa está hoje com grande pujança no turismo, mas que só pode subir outro patamar integrando mais oferta. E Setúbal é a zona da região que mais potencial pode desenvolver. Temos que nos próximos anos procurar clientes de Lisboa e fazê-los circular em todo este espa-
como Lisboa é uma boa opção, porque estamos a 20 minutos. É uma questão de integração. Outra coisa é a zona de Setúbal, Sesimbra e Palmela, porque têm a Arrábida num centro nevrálgico, com ligação à natureza e a esta belíssima costa. Aqui falamos de diferenciação.
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O novo presidente da Comissão Executiva da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), Vítor Costa, está empenhado em ‘arrastar’ a península de Setúbal para a pujança que Lisboa detém no sector. Promete potenciar as oportunidades de diferenciação que a região oferece e dar maior visibilidade ao destino Setúbal. Com um novo plano na forja, garante não ir em ‘festarolas’, mesmo que seja obrigado a ser «antipático». Rupturas que promete fazer em articulação com autarquias e operadores, na busca de consensos.
Falou da Arrábida. Questionamos o facto de o Portinho ter sido considerado uma das ‘7 Maravilhas de Portugal’ e continua com os problemas de sempre… Não conheço o processo, mas sei que se forem consideradas importantes as soluções têm que a aparecer.
O novo líder do turismo, Vítor Costa
Líder pragmático com provas dadas e experiência Vítor Costa, que tomou posse do novo organismo no dia 19 de Setembro, é uma das figuras nacionais mais entendido em turismo. Tutelou o sector durante anos como vereador na Câmara de Lisboa e fez nascer a Associação Turismo de Lisboa (ATL), com uma catadupa de projectos que guindaram a capital à actual pujança. Diz-se pragmático e sem orientação partidária. Firme, mas apologista de consensos, Vítor Costa lembra o exemplo de Lisboa, cuja autarquia assumiu para si os planos da ATL. «Toda a evolução do Terreiro do Paço tem o nosso dedo, porque o presidente de Lisboa o assumiu. Seria bom que isto pudesse acontecer em outros municípios», sustenta.
ço vital. Por isso temos que transformar os nossos recursos em produto turístico. Esse é o objectivo. Acredita então que a península pode ressurgir nesta área sob o ‘chapéu’ de Lisboa? Estamos já a trabalhar nisso, mas não é de um dia para o outro. Começando, por exemplo, com nichos ou segmentos, que vão alimentando a estrutura económica e vão servir também para melhorar o posicionamento global. Já identificou esses segmentos em que vale a pena apostar? Acho que a região tem duas realidades distintas. A zona mais próxima de Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal, é quase uma cidade da outra margem, pela sua proximidade de Lisboa. Vender esta zona da península
Vai ser activo nesse tipo de reivindicações? Vou de certeza dar visibilidade a esse tipo de constrangimentos, mas integrando num plano, que não pode ser casuístico. Não vai ser simpático para algumas situações, porque também vai romper com algum conformismo. Vou tentar, por exemplo, que os autarcas façam os seus planos falando uns com os outros, para obtermos uma escala maior. As coisas locais podem continuar a fazer sentido, mas vou lutar por dimensão e escala no turismo da região. E sobre os nichos. Há pouco corteilhe o raciocínio… O mergulho, o birdwatching, turismo equestre, o enoturismo, que já está muito desenvolvido, a potenciação da baia de Setúbal, parecem boas opções. Mas precisam de ser trabalhados para serem verdadeiros produtos turísticos e cabe-nos impulsionar e dinamizar essa tarefa. Esqueceu o golfe. Os operadores recorrem cada vez mais a esta valência… O golfe é importante, mas só pode ser visto de forma mais ampla. Vale pelos 22 campos que existem na região. O Algarve conta com mais do dobro. Um, dois, três, quatro não têm escala. Mas é relevante para a potenciação local e é um excelente produto. Que papel cabe aqui às unidades hoteleiras. A região não tem pacotes integrados… Não vejo o problema dessa forma, mas iremos falar com todos os agentes do sector. As unidades querem é encher a sua ocupação e se tiverem convencidos que o conseguem sozinhos não olham para trás. Estas coisas não se fazem de forma administrativa, teórica ou filosófica. Pode haver empresários que preferem essa integração em pacote, mas o que prevalece sempre é ‘o que ganho isso’… Há a ideia de que temos camas a mais, isso corresponde à verdade?
Novo plano para «agitar as águas» e lançar desenvolvimento Uma das tarefas prioritárias do novo presidente vai ser a liderança no Plano de Turismo para a Região de Lisboa, que deverá estar fechado durante o próximo ano. Recusando objectivos e metas megalómanos, Vitor Costa gosta de ideias que «agitem as águas e coloquem tudo sobre a mesa». Só assim, afirma, é possível «gerir e encontrar consensos» e ao mesmo tempo definir «uma linha de rumo coerente e apostar no desenvolvimento». Mas deseja e fará tudo para uma «participação ampla de todos os agentes, desde logo as autarquias e os agentes económicos que, no actual quadro orgânico, considera ser os «accionistas» da nova entidade.
Não me parece. Senão tínhamos menos taxa de ocupação e menos vontade de investir na região. Mas o que precisamos verdadeiramente são mais turistas. Não há algum perigo de saturação e temos ainda muita capacidade de investimento. Talvez até interesse à região captar mais unidades, o que não ocorre para já em relação a Lisboa. Tem números sobre a realidade do turismo na região que possa ilustrar esta realidade? Temos cerca de 7 mil camas em Setúbal, cerca de 7% de toda a região. No conjunto da região, em 2012 registámos cerca de 10 milhões de dormidas e três milhões de turistas, em mercado interno e externo. Este ano vamos certamente obter um crescimento destes números à volta dos 6, 7 por cento.
Metamorfose no edifício do turismo em Setúbal As instalações da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa vão ser alvo de uma profunda metamorfose. «Quero acabar com este cheiro a mofo e aproveitar o enquadramento paisagístico do edifício para tornar a delegação mais convidável e aberta aos turistas e aos agentes», afirma ao Semmais. Para este efeito, refere, dois pisos serão disponibilizados para a promoção e visibilidade do turismo. E a fachada será igualmente requalificada.
Circo de Natal no Freeport
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ESTE sábado, pelas 15 horas, o Freeport de Alcochete apresenta o espectáculo ‘O Circo do Mágico Ozamiz’. Produzido pela Companhia Trupilariante, é sobretudo dirigido às crianças. Ilusionistas e
mágicos, acrobatas, malabaristas e palhaços compõem a troupe que leva ao Freeport o encantamento e a alegria tão característicos do fantástico mundo das artes circenses.
Maçã riscadinha de Palmela ganha Denominação de Origem Protegida Conquista coloca ponto final a processo iniciado ainda na década de 90. Directora regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo diz que esta é a oportunidade para agricultores contarem com instrumento que facilita penetração em mercados com ganhos nos preços de produção. Bruno Cardoso
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maçã riscadinha de Palmela conquistou esta semana a Denominação de Origem Protegida (DOP). A distinção foi atribuída pela Comissão Europeia na sequência de um pedido que lhe tinha sido dirigido em 2011, mas cujo processo de reconhecimento havia começado bem antes, na década de 90. Em declarações ao Semmais, Elizete Jardim, directora regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, sublinha que os agricultores têm a partir de agora «a oportunidade de passarem a contar com um instrumento que lhes pode facilitar a penetração nos mercados com ganhos nos preços de produção e consequente aumento das áreas de plantação». A directora regional acrescenta que a grande vantagem a tirar do facto de a maçã riscadinha de Palmela ser agora DOP vai «depender da visibilidade mediática que for dada à marca, ao aumento da produção e à organização da produção». «As medidas de apoio aos pequenos investimentos agrícolas, previstos para o próximo Programa de Desenvolvimento Rural, podem ser uma oportunidade excelente para se reunirem todos estes factores», enfatiza. Elizete Jardim recorda de igual forma que o investimento necessário à plantação da maçã riscadinha «não é muito elevado», comparativamente a outras culturas permanentes, tornando-se assim acessível aos agricultores mais pequenos e descapitalizados. Tal como o Semmais referiu anteriormente, o processo de reconhecimento
desta maçã como produto de origem protegida começou na década de 90 pela mão da já extinta Cooperativa Agrícola de Palmela. Em 1996, na I edição da Festa da Fruta, que decorreu na sede desta cooperativa, foram lançadas as bases para a elaboração do caderno de especificações, o documento-chave que conferiu à maçã riscadinha de Palmela as condições necessárias para que esta fosse reconhecida com protecção de origem. Apesar de a cooperativa já não existir, a gestão da marca está agora a cargo da Cooperativa Agrícola União Novense. Produção atinge 200 toneladas/ano Para além das árvores de quintais, para consumo próprio, estima-se que existam cerca de 40 produtores de maçã riscadinha, o maior deles já experiente na gestão e promoção de um fruto com origem protegida. A produção actual deve rondar as 200 toneladas por ano. Na última campanha de comercialização, o préço médio aos produtores foi de cerca de 90 cêntimos. «Tratase de uma actividade competitiva, porque remunera mais do que as outras actividades agrícolas, explorada em patamar tecnológico equivalente», explica Elizete Jardim. Na última reunião da Câmara Municipal de Palmela, o executivo muni-
Casino de Tróia tem nova área
cipal congratulou-se com a conquista, q u e comprova «mais uma vez todo o potencial do concelho e a necessidade de cada vez mais se apostar neste sector». «A DOP é uma conquista de grande importância, protegendo assim a maçã da utilização comercial abusiva ou de qualquer outra prática susceptível de induzir o público em erro quanto à verdadeira proveniência, origem, natureza ou qualidade dos produtos», lê-se no voto de congratulação. A maçã riscadinha distingue-se pela sua forma achatada irregular, a presença de riscas vermelhas sobre uma epiderme de cor verdeamarelada e carepa na fossa peduncular. A polpa da maçã é esverdeada, doce e acidulada, sucosa e aromática. A área geográfica da maçã riscadinha está circunscrita às freguesias de Canha e de Santo Isidro de Pegões, ambas no Montijo, a todo o concelho de Palmela, bem como às freguesias de Gâmbia-Pontes e Alto da Guerra e São Sebastião, em Setúbal. «A maçã beneficia ainda do saber fazer das populações locais que empiricamente sabem determinar a época ideal de colheita do fruto, assegurando que o produto assim obtido apresenta as características de cor e sabor que o tornam único», refere o Jornal Oficial da União Europeia.
O CASINO de Tróia lança, este sábado, nova área de jogo nas slots machines. É constituída por 8 slots, onde, de dois em dois meses e até final de 2014, serão lançados novos jogos no Casino de
Tróia para experimentação de todos aqueles que visitarem o espaço. 2014 haverá muitos jogos novos, com novos gráficos e conteúdos 3D, com mais interacção e prémios aliciantes.
Refinaria da Galp de Sines entrega prémios das Jornadas Culturais 2013 A REFINARIA da Galp Energia, em Sines, concluiu esta terça-feira as Jornadas Culturais de 2013, com a atribuição de prémios aos melhores trabalhos sobre a unidade industrial, num desafio dirigido ao Agrupamento de Escolas de Sines e à Escola Secundária Poeta Al Berto, também de Sines. Os prémios de valores pecuniários que oscilaram entre os 750.00 e os 2.000.00 foram entregues na presença do novo director da refinaria, Martinho Correia e do presidente da câmara sineense, Nuno Mascarenhas, que revelaram o carácter «artístico, a beleza estética e a mensagem» da maior parte dos trabalhos, nomeadamente pinturas,
Foto: Sérgio Valadares
NEGÓCIOS
O júri com uma das turmas distinguidas no concurso
painéis, quadros e pequenas plataformas, com recurso a diverso tipo de materiais recicláveis, como «estímulo à actividade ecológica, como frisou o presidente da Câmara. O melhor trabalho foi entregue a dois alunos do 9-A da Secundária Poeta Al Berto, sendo que as turmas 9-A da Secundária Poeta Al Berto e 3-C do 9. Ano do Agrupa-
mento de Escolas de Sines arrecadaram os dois primeiros prémios em disputa. Os segundos prémios foram entregues às turmas 7-D e 9-D, ambas da Secundária Poeta Al Berto. O júri foi composto pelo director da unidade, presidente da autarquia e pelo artista plástico António Caetano. Pub.
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NEGÓCIOS
Tomate e arroz da região prejudicados com nova PAC
Natal do Forum Montijo oferece livros a crianças O PAI Natal do Forum Montijo, e doutros centros comerciais da região geridos pela MMM, está a oferecer o livro “Gui”, que já vai na 7.ª edição, sob o título “Gui e os amigos Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si” e tem como mote a música. Este ano o Gui tem um vídeo animado e canta a sua própria música. O livro, sempre com uma forte mensagem pedagógica, tem como objectivo principal o incentivo à leitura, mas também sensibilizar os mais jovens para um estilo de vida mais saudável, solidário e equilibrado, desde o início da sua publicação. Segundo fonte da MMM, esta distribuição chega sempre a um número «impressionante» de crianças, pelo que se trata de uma das «maiores» edições de livros do país. Além da oferta do livro, a MMM lançou o desafio “Toca a Brilhar”! Trata-se de um concurso que pretende premiar o talento das crianças portuguesas, dando a oportunidade às performances mais cintilantes de participarem na Gala do Gui.
• O actual quadro das ajudas directas concedidas ao sector agrícola terá de ser reconfigurado em Portugal, de forma a que, até 2019, nenhuma exploração receba uma ajuda por hectare inferior a 60% do valor médio pago na sua zona ou no seu sector de actividade.
agricultores Justifica Avelino Antunes que as novas regras «acentuam mais as desigualdades entre países e agricultores, onde o preço à produção de tomate e arroz, por exemplo, irá ser mais baixo, aumentando as dificuldades», insiste. Ainda segundo o dirigente, «será uma PAC virada para o ‘agronegócio’ contra os interesses dos agricultores e do país, precisamente num momento de crise em que um dos factores essenciais era apostar na produção para consumo interno». Avelino Antunes garante que a porta continua aberta à importação, com o argumento de ser mais barato, «quando todos sabemos que importar sai sempre mais caro», acrescenta. Já Bernardo Albino, presidente da Associação Nacional de Produtores de Cereais, assume que, «embora esta reforma não represente uma revolução para o sector, vai obrigar a produzir mais do que as anteriores PAC´s». O dirigente encontra ainda a vantagem das novas regras para a agricultura «puderem dar mais margem de manobra aos estadosmembros» para tomarem uma série de decisões «no sentido de adaptarem mais a PAC às suas realidades
• Como não há acréscimo do envelope financeiro, este esforço será suportado pelos grandes beneficiários. Na situação presente, há casos de produtores que recebem 10 euros por hectare e outros cujo cheque se aproxima dos 2000 euros. • Trata-se de estender para o perímetro interno dos estadosmembros a mesma lógica de redução das disparidades nas ajudas que foi concebida para o espaço da União Europeia - embora de uma forma que muitos governos consideram muito tímida. • Esta alteração na chave de repartição fará com que Portugal passe dos 186 euros por hectare actuais para 200 euros, em 2020. Este é, mesmo assim, um valor irrisório face ao que recebe a Bélgica (435). nacionais. Parece-me que isso faz sentido. São desafios muito grandes, mas desde 1986 que a nossa agricultura não se via confrontada com esta obrigação de ter de ser pensada profundamente». Roberto Dores
Porto de Setúbal debate solução ibérica dos portos NO DIA 26, no Novotel de Setúbal, decorre a conferência “Porto de Setúbal, a solução ibérica disponível” que vai contar com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, a quem cabe encerrar os trabalhos. A abertura dos trabalhos cabe ao presidente da Comunidade Portuária de Setúbal, Frederico Spranger, e ao presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Vitor Caldeirinha. Com este encontro pretendese dar a conhecer, promover e maximizar as potencialidades do porto de Setúbal, para uma maior afirmação desta infraestrutura no sistema portuário nacional. Pretende-se demonstrar que o porto sadino é a solução mais adequada, numa lógica de racionalização de investimentos e de maximização
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«A NOVA Política Agrícola Comum (PAC) vai prejudicar toda a produção regional, mas, sobretudo, o arroz e o tomate vão ser muito afectados». A garantia é dada por Avelino Antunes, da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS), para quem «se não forem alterados os pressupostos» da nova PAC para 2014 a 2020, a região vai assistir ao «agravamento da crise» na lavoura. Com a nova reforma, Portugal tem ao alcance 8 mil milhões de euros em apoios para o sector agrícola até 2019, o que representa uma redução de cerca de 500 milhões de euros face ao anterior quadro comunitário de apoio. O eurodeputado do PS Capoulas Santos, que foi o relator de dois dos quatro capítulos da reforma, reconhece que o objectivo era ir mais longe, mas «esta acabou por ser a reforma possível, num quadro de graves limitações financeiras, que fizeram baixar o orçamento comunitário para o período em causa», disse após a votação, que foi seguida atentamente pelos dirigentes da AADS, sendo a nova PAC encarada pelos representantes dos agricultores locais como “mais liberalizante”. Desigualdades entre países e
A reter
Organização é da APSS
das capacidades instaladas, aproveitando o facto de estar inserido numa região logística de excelência, a nível ibérico. De manhã, dedicada ao “Porto de Setúbal Hoje” vão ser apresentadas publicamente, pela primeira vez, as conclusões de um estudo da autoria de Crespo Carvalho, professor catedrático do ISCTE, sobre as vantagens competitivas do porto de Setúbal. À tarde, o tema é a “Reindustrialização e Logística na Região de Setúbal”.
No desperdiçar é que está o ganho
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ada mais a propósito do que este título, quando o velho rifão nos aconselha, precisamente, o contrário. Houve tempos em que fazia parte da nossa educação cidadã, ensinarem-nos que “no poupar é que está o ganho”. Quase certo, que este ensinamento derivava duma aprendizagem feita pelo saber de agruras passadas, sentidas por uma vivência de escassez e miséria, mas também porque a própria doutrina económica clássica, dominante, assim ensinava em período de conflitos e guerras numa europa martirizada. Os gastos das famílias e das empresas deviam ser, parcimoniosamente, controlados de forma que, alguns recursos restassem dos proveitos arrecadados. Assim ora se amealhava para fazer face a alguma necessidade ora essas poupanças eram investidas para gerar riqueza futura. Com os destroços da 2ª guerra mundial e com a emergência de reconstrução das economias tudo mudou. Aos esforços requeridos e que passavam em muito por um grande investimento público, gerador de crescimento e emprego, daí derivando um conjunto de políticas sociais que melhorassem a vida das pessoas, acrescentou-se e intensificou-se uma novidade que vinha pôr em causa a oportunidade de se gastar ou investir só quando se tivesse aforrado o suficiente e houvesse disponibilidades para o efeito. O crédito tinha encontrado o terreno profícuo para se disseminar entre os estados e as pessoas. Aquilo que era uma verdade inquestionável ganhava novos contornos, podendo gastarse pedindo emprestado. Não nos alongaremos naquilo que hoje salta à vista e que de uma forma desenfreada tomou conta das nossas vidas. Aquilo que devia permanecer na esfera complementar e auxiliar das economias, ganhou prevalência e a matéria financeira tudo foi reduzindo à sua necessária intervenção. À palavra crédito foi-se associando com veemência, a palavra dívida, incumprimento, calote. E outra por aí adiante: dívida pública, dívida soberana, défice, falência, insolvência, etc. Para já não falar do conteúdo de cada uma e das medidas requeridas para lhe dar solução. Pois bem, vamos ao que vem a propósito destas linhas. Nem mais nem menos que esta angústia de passar por um troço de estrada, entre Grândola e Sines, e sofrer pelo desperdício de recursos públicos que poderiam e deveriam ter outro destino, não fosse uma decisão precipitada tomada pelas Estradas de Portugal, a mando do
José António Contradanças
Economista
À palavra crédito foi-se associando com veemência, a palavra dívida, incumprimento, calote. E outra por aí adiante: dívida pública, dívida soberana, défice, falência, insolvência, etc. atual governo do PSD/PP. Como está muito na moda, o que importa é fazer uma grande operação de marketing político, evidenciando os pretensos erros do governo anterior, lançando a suspeição sobre ditas decisões tomadas de forma irresponsável. E nada melhor de, com estrondo, tomar uma série de medidas, que ao caso, se concretizaram no cancelamento de empreitadas e abandono de obras em estado adiantado de execução. Assim duma assentada se pôs em causa uma obra há muito prometida e necessária para o desenvolvimento dum projeto de grandeza internacional, que passa pelo Porto de Sines e pela sua área envolvente, em termos de logística e de localização industrial. Uma obra contemplada em compromissos do estado português, plasmada em acordos quando da assinatura do contrato de concessão com a PSA Corporation, Ltd, em 1999, para construção e exploração do Terminal de Contentores de Sines. Pode muito bem argumentarse que o que estava previsto era relativo aos chamados IC33 e IP8 e não da evolução para A26 como se estava a concretizar, passados tantos anos. Mas o que está em causa e a propósito, é como parar ou suspender (como quiserem, que ao caso vai dar ao mesmo) uma obra que se afigurava estar na reta final de asfaltamentos e acabamentos, pois estava em avançado estado de terraplanagens, canalizações, caminhos com cabos instalados e obras de arte (pontes, pontões, etc). Por muito que se seja leigo na matéria, parece-nos que se torna evidente que estamos perante de como o povo diz: “Pior a emenda que o soneto”. E mais estamos perante um erro de avaliação que levou a uma situação em que se são mais os custos que os benefícios e que bem se pode dizer: “No desperdiçar é que está o ganho”.
DESPORTO Sábado // 23 . Nov . 2013 // www.semmaisjornal.com 15
Estágio de Karaté no Barreiro O PAVILHÃO municipal Luís de Carvalho, no Barreiro, vai receber no próximo sábado, dia 30 de Novembro, mais um Estágio Nacional de Inverno da Liga Nacional de Karate Portugal.
Este evento tem início agendado para as 15 horas e a duração prevista é de três horas. Este estágio nacional conta com o apoio a Câmara Municipal do Barreiro. A entrada é livre.
Sporting goleia em Almada na abertura do Uefa Futsal Pavilhão de Almada esgotou para apoiar equipa de Alvalade nesta cruzada pela Europa do Futsal.
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participação do Sporting na Ronda de Elite da Taça UEFA de Futsal, que decorre no Complexo Municipal dos Desportos Cidade de Almada, no Feijó, não podia ter começado melhor, com o clube de Alvalade, apoiado por um pavilhão repleto a golear 6-0 o Eto FC Gyor, da Hungria. Este encontro de arranque fez parte do Grupo D desta ronda de elite, que traz a Almada até domingo, para além da equipa portuguesa e húngara, as equipas Araz Nakhchivan (Azerbaijão) e Eindhoven (Holanda). O vencedor, de entre as quatro equipas que estão em competição
DR
Marta David
Complexo desportivo do Feijó
desde quinta-feira, irá depois participar na Final Four em que estarão os vencedores dos restantes grupos. O evento conta com o apoio da Câmara de Almada que celebrou um protocolo com o Sporting Clube de Portugal para a realização da prova. Segundo o presidente da autarquia, Joaquim Judas, «o Sporting está a projetar este concelho no plano nacional e internacional», daí que seja de todo o interesse a realização da prova no concelho de Almada, tendo em conta também o aumento
Intercâmbio de jovens na Polónia
do número de adeptos desta modalidade. Hoje, sábado, o dia é de descanso e recuperação para as formações que amanhã voltarão ao pavilhão. Às 14h30, os holandeses do Eindhoven defrontam a equipa húngara, o Eto FC Györ. A fechar o torneio, pelas 17 horas, é a vez de o Sporting defrontar o Araz Nakhchivan. Tratando-se de um dos mais importantes eventos desportivos de futsal, o interesse da comunicação social internacional tem sido uma constante estando já acreditados para acompanhar a prova mais de seis dezenas de jornalistas. Recorde-se que o Sporting, equipa anfitriã da prova, é um dos clubes mais antigos a nível nacional a destacar-se na modalidade tendo conquistado já onze campeonatos nacionais. A formação verde e branca já foi vice-campeã europeia e espera conseguir, em Almada, alcançar a Final Four da Taça UEFA de futsal, contando com o apoio do público, que esgotou o primeiro dia do evento.
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Vitória no grupo A da Taça da Liga sem grandes pelo caminho O VITÓRIA de Setúbal vai defrontar o Paços de Ferreira, o Rio Ave e o Sporting da Covilhã na fase de grupos da Taça da Liga. O sorteio, realizado esta semana, ditou que o clube do Bonfim recebe no dia 29 de Dezembro o Sporting da Covilhã. O calendário dita ainda uma viagem ao terreno do Rio Ave, a 15 de Janeiro de 2014, e outra a Paços de Ferreira, no dia 25 do mesmo mês. Recorde-se que para atingir a fase de grupos, os sadinos tiveram de defrontar o Portimonense na segunda fase da prova. Após um empate a duas bolas no terreno dos algarvios, o Vitória ganhou em casa por um a zero. O vencedor do grupo A, onde se encontra a equipa sadina, vai defrontar o vencedor do grupo C, nas meiasfinais da prova. Se o Vitória conseguir vencer o seu grupo poderá encontrar pela frente equipas como o Sporting de Braga, Estoril, Belenenses ou Beira-Mar. A equipa de José Couceiro é detentora da primeira edição do troféu realizada em 2007/2008. Marta David
ESTÃO abertas as inscrições para o intercâmbio “Sport Generation” que terá lugar em Muszyna, na Polónia, de 2 a 9 de Dezembro, ao abrigo do programa comunitário Juventude em Acção, uma
José Couceiro: Um bom descendente
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regresso do experiente técnico José Couceiro a Setúbal tem que se lhe diga. Aliás, a imprensa da especialidade tem sido pródiga nas referências ao novo “mister” vitoriano, com um “currículo” digno de consideração. Foi um bastante razoável defesacentral, ágil, duro perspicaz e cedo se encaminhou para tarefas de dirigismo, no Sindicato dos Jogadores e, de seguida, como técnico credenciado que passou fronteiras, com aplaudido sucesso, nas longínquas Lituânia e Rússia, Mas é sob um outro prisma que pretendemos hoje falar de José Couceiro – o de ser descendente de boa lavra, desde Angola ao Continente lusitano. Do seu nome completo conta o bem sonante apelido de Peyroteu, seu tio-avô, consagrado eixo do fabuloso ataque dos “Violinos”, no Sporting, há bem mais de meio século. Com origens angolanas, da região de Huíla, os Peyroteus fizeram história nos domínios do desporto, desde o Fernando goleador emérito até à notável basquetebolista Regina. O José Couceiro é da família e repetidas vezes tem manifestado o seu lídimo orgulho pela descendência de Fernando Peyroteu que nós conhecemos de perto, já no final da sua vida de magnífico desportista, um grã-senhor do “fair-play”, com términus menos feliz na sua
Almada forma agentes desportivos NO PRÓXIMO dia 25 e a 2 de Dezembro, entre as 19h45 e as 23 horas, realizam-se acções de formação destinadas a dirigentes e técnicos desportivos do concelho de Almada. Subordinamse aos temas “Organização da Actividade Associativa” e “Conceito de Planeamento”, vão decorrer no pavilhão “Cidade de Almada”, no Feijó, e vão estar a cargo de Horácio Lopes. As inscrições são gratuitas e devem ser efectuadas online até à quartafeira anterior à realização de cada acção de formação.
iniciativa do Gabinete da Juventude do município do Montijo. Serão seleccionados dez jovens, entre os 15 e 18 anos, e dois líderes de grupo, sem limite de idade.
David Sequerra Colaborador
Angola de pré-independência. Breve parêntesis para relembrar que Peyroteu detém vários “records” como goleador de eleição, nomeadamente a muito lembrada proeza de obtenção de 8 golos num só jogo do “Nacional” frente ao incauto Boavista (12-1 em 17/10/1948, na 5ª jornada). Também me apraz revelar que José Couceiro é enteado de um outro desportista exemplar, o General Vítor Mota Mesquita, ex-aluno dos Pupilos do Exército, bom voleibolista e prestigiado dirigente associativo em Luanda, quando em missão de serviço militar. O somatório de afinidades parentais deu aso a um bom gestor de recursos humanos, nos meandros do futebol – José Couceiro, agora de regresso ao Vitória de Setúbal onde foi calorosamente recebido. Há que recuperar ânimo e pontos perdidos, com um bom nível de eficácia quanto a remates certeiros. E que jeito faria a José Couceiro uma miraculosa ressurreição de Fernando Peyroteu! Mesmo que não fizesse 8 golos de uma só vez como sucedeu há 65 anos. A bem de Setúbal, do Vitória e de quem nele confiou, os nossos votos de felicidades para José Couceiro, um bom descendente de valorosos desportistas.
Marinho vence Tróia Portugal Match Cup ÁLVARO Marinho venceu o “Troia Portugal Match Cup”, tornando-se assim o primeiro português a ganhar esta prova de vela. Álvaro Marinho superou, na final, o francês Pierre Morvan, alcançando assim o 1.º lugar da competição disputada em Troia. Para Álvaro Marinho, «Foi um regresso em grande. Estávamos afastados do Match Racing há algum tempo e tivemos logo um adversário muito forte, o Pierre Morvan. Destaco o trabalho da minha equipa. Penso que fomos evoluindo de dia para dia».