Tourism, Food, Wine, Handicraft and Art
semmais CABO ESPICHEL VAI PRIVILEGIAR Avenida Luísa Todi, 73, Setúbal 966 723 978 amarsetubal.pt
Sábado 27 | Janeiro | 2018
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 976 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
TURISMO, CULTURA E RELIGIÃO Francisco Jesus, autarca de Sesimbra, avança que há uma dezena de empresas, no ramo da hotelaria turística, com interesse em investir no edificado. O presidente da câmara garante ao Semmais que quem quiser agarrar no projeto terá que respeitar «o nosso caderno de encargos, que é muito exigente».
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São 4,6 milhões de euros para requalificar o troço de estrada entre Grândola e Alcácer do Sal. Uma obra há muito ansiada pela população, mas que ainda não satisfaz por inteiro a comissão de utentes que quer ver requalificado o restante troço do Itinerário Complementar.
Secretário de Estado anuncia publicação da legislação que delimita terrenos dos estaleiros da Margueira, cabe agora à Baía do Tejo, Parpública e municípios fazer a sua gestão. Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, garante que não vai haver especulação imobiliária naquele território.
O atual presidente da Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista já decidiu que, depois de uma reflexão “ponderada e consciente”, se recandidata à liderança da estrutura. A decisão será anunciada em breve. As eleições decorrem em março.
OBRAS NO IC1 DEVEM ESTAR CONCLUÍDAS ATÉ AO FINAL DO ANO
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52 HECTARES PARA RECEBER “CIDADE DA ÁGUA”
ANTÓNIO MENDONÇA MENDES RECANDIDATA-SE À LIDERANÇA DO PS
A CASA DO PEIXE CERVEJARIA - RESTAURANTE - PETISQUEIRA
960331167 | RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 SETÚBAL PORTUGAL
SOCIEDADE
CABO ESPICHEL - NOVA PÁGINA NA “SAGA“ DA REQUALIFICAÇÃO
Até março será lançado o concurso para concessão da Ala Norte do Santuário A Câmara Municipal de Sesimbra submeteu recentemente uma candidatura ao Plano Operacional Regional de Lisboa 2020, para a reabilitação do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel. A candidatura está orçada em 620 mil euros, e pode vir a ser comparticipada em 50 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Francisco Jesus admite que uma parte do Cabo será inevitavelmente para concessão privada, do ponto de vista turístico. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM MÁRIO GOMES
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etentora, por adjudicação da Direção Geral do Tesouro e das Finanças, da ala norte do Santuário do Cabo Espichel, a Câmara Municipal de Sesimbra, na pessoa do seu presidente, admite que «uma parte do Cabo será inevitavelmente para concessão, do ponto de vista turístico, de investidores privados». A garantia é avançada ao Sem Mais por Francisco Jesus que assegura, ainda assim, «não haver risco de perda de identidade». O edil «entende» as preocupações que possam existir, mas garante, de forma tranquilizadora, que «a concessão, apesar de ser feita por anos consideráveis, não passa disso mesmo. A câmara não vai vender o Cabo». Neste momento há dez empresas, «todas no ramo de hotelaria turística», que manifestaram, aatravés do programa REVIVE, intenção de investir em Sesimbra. O processo ficará concluído até março, altura em que será lançado o concurso público. «Teremos sorte se, desses dez, dois nos apresentarem um bom projeto, que vá ao encon-
tro do nosso caderno de encargos que é muito exigente», assegura Francisco Jesus. A autarquia de Sesimbra já apresentou uma candidatura ao programa de fundos comunitários «Portugal 2020», de cerca de um milhão de euros para «requalificação da área envolvente do cabo onde se inclui a possibilidade de reabilitar parte do aqueduto que dá acesso à casa da água». Neste caso, realça o autarca, «falta apenas a autorização do proprietário». O presidente da autarquia admite o início de algumas intervenções ainda este ano, nomeadamente na área do estacionamento e, depois, «toda a ligação entre o terrado do cabo, do edificado, e da casa da água», bem como caminhos antigos que a câmara quer recuperar. Por se tratar de uma intervenção financiada (600 mil euros já consolidados), «temos mesmo que começar os trabalhos até ao final de setembro deste ano». As intervenções fundamentais para a preservação do local e a implementação de projetos estruturantes de caráter turístico, cultural e religioso são um «bom augúrio para o concelho e para o país». É nisso que acredita Francisco Jesus que
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destaca outras conquistas, além da aquisição da ala norte e das negociações com a igreja para intervir na ala sul. No quadro destas negociações, e numa estreita colaboração com a Marinha Portuguesa, a autarquia de Sesimbra conseguiu «incluir, também, a casa da Ronca no projeto de requalificação total do edificado, potenciando a valorização do espaço como edificado de suporte, para operadores marítimo turísticos e turismo de natureza, para acolhimento dos que pretendam realizar atividades na zona envolvente». Noutro âmbito o autarca orgulha-se de anunciar «para breve» a recolocação, na igreja do Cabo, do seu órgão de tubos. «Os serviços de cultura estão a preparar a reinauguração do instrumento que foi recuperado». O objetivo deste trabalho de restauro, que durou três anos, passa pela vontade do executivo em «retomar, dentro da igreja, os concertos antigos utilizando o órgão de tubos que tem uma dimensão excecional e um som único». O custo de recuperação do órgão de tubos do cabo espichel, cinco mil euros, foi suportado pelo orçamento municipal.
SOCIEDADE
CARNAVAL DE SESIMBRA
Desfile mantém-se na marginal dias 11 e 13 de Fevereiro Escolas de Samba e grupos de Olodum solicitaram à autarquia de Sesimbra uma alteração de percurso do desfile de Carnaval da marginal para a avenida da Liberdade. O executivo e os serviços de socorro e segurança descartam essa possibilidade. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM MÁRIO GOMES
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corso carnavalesco em Sesimbra vai manter-se nas avenidas paralelas à baía. A decisão foi tomada pela autarquia e já foi transmitida às escolas e grupos de Samba do concelho, que tinham apresentado uma proposta de alteração, privilegiando a avenida da Liberdade em detrimento das avenidas dos Náufragos e 25 de Abril. Felícia Costa, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, manifestou «apreensão, desde o primeiro minuto» em que a proposta foi colocada em apreciação e
acabou por rejeitá-la. Em causa, segundo a autarca, estão questões de «segurança, trânsito e estacionamento que seria impossível salvaguardar». Além disso, reforça a, também, vereadora da cultura, «a atratividade de ser o único desfile carnavalesco do país a decorrer junto ao mar diminuiria significativamente». A situação, garante Felícia Costa, foi analisada em conjunto com a Guarda Nacional Republicana, os serviços de trânsito da autarquia, a Transportes Sul do Tejo que tem a sua bolsa de autocarros já dentro da avenida e a Empark, empresa que detém a concessão do estacionamento. «Por unanimidade concluímos que existem condicionantes
demasiado impeditivas para o sucesso do carnaval, já que perdíamos lugares de estacionamento, eliminávamos um corredor de emergência importante, inviabilizávamos uma eficaz utilização dos transportes públicos e diminuíamos a capacidade de receber a assistência em segurança e comodidade», refuta. O pedido para que o desfile de carnaval voltasse à Avenida da Liberdade, onde «em tempos acontecia, mas noutros moldes», admitiu Felícia Costa, foi subscrito por todas as escolas e grupos de samba do concelho de Sesimbra com o «objetivo de elevar o Carnaval de Sesimbra a um patamar de excelência, tanto para quem nos visita como
também para todos os atores deste grande espetáculo», pode ler-se na proposta coletiva. Uma alteração fundamentada na largura e pavimento das duas alternativas, sendo que a avenida da Liberdade é mais larga, e em alcatrão, e as marginais são estreitas e em calçada. Questionada sobre a eventualidade de se
poder alterar o pavimento da marginal, Felícia Costa foi perentória na justificação alegando que «só com calçada é possível manter o conceito de zona mista, de circulação pedonal e automóvel, e isso temos que manter». Tal como o desfile à beira mar que, conclui a autarca, «é um dos maiores fatores de atratividade que
faz com que milhares de pessoas nos visitem». O Desfile de Carnaval 2018 mantém-se, assim, na marginal de Sesimbra com saída da praça da Califórnia, passando pela avenida 25 de Abril e Rua da Fortaleza, até à avenida dos Náufragos. Um percurso de pouco mais de um quilómetro feito, integralmente, à beira mar.
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ROMARIA A CAVALO UNE MOITA A VIANA
Tradição envolve centenas de participantes TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
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entenas de romeiros oriundos de vários pontos do país voltam a cumprir a tradição ao participarem na XVIII Romaria a Cavalo, entre 25 e 29 de abril, que liga os concelhos da Moita e Viana do Alentejo. O percurso de cerca de 150 quilómetros, durante 4 dias, é feito pela antiga canada real, mais conhecida por estrada dos espanhóis. A comissão organizadora do evento, que integra as Câmaras da Moita e Viana do Alentejo, Associação dos Romeiros da Tradição Moitense e Associação Equestre de Viana do Alentejo, está já a preparar mais uma edição do certame que leva todos os anos centenas de visitantes a Viana do Alentejo.
Além da animação de rua, que antecede a chegada da Romaria a Cavalo, estará montada, como nos últimos anos, a Tenda Tradições, junto ao Santuário de N.ª Sr.ª D’Aires, com um programa cultural que inclui música, cante alentejano e dança. Recorde-se que a Romaria a Cavalo foi retomada em 2001, após um interregno de mais de 70 anos, recuperando uma
tradição em que os lavradores da Moita se deslocavam com os seus animais ao Santuário de N.ª Sr.ª D’Aires para pedir proteção e boas colheitas. Em 2011 a Romaria a Cavalo foi distinguida com o Prémio Mais Alentejo, na categoria “Mais Tradição” e, em 2013, com uma menção honrosa, na categoria “Eventos”, dos Prémios “Turismo do Alentejo”.
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SOCIEDADE
OBRAS NO IC1 ENTRE GRÂNDOLA E ALCÁCER ARRANCAM ATÉ MARÇO
Comissão de Utentes vai continuar a lutar pela requalificação do restante troço A Infraestruturas de Portugal anunciou a adjudicação da empreitada no troço entre Alcácer do Sal e Grândola, mas a população «quer e merece mais». Vítor Proença, presidente da autarquia de Alcácer do Sal, congratula-se com o anúncio das obras, mas garante que irá continuar a pugnar pela requalificação do restante troço, particularmente, entre Palma e o entroncamento com a EN120. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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s cerca de 15 quilómetros que ligam, através do Itinerário Complementar 1 (IC1), Grândola e Alcácer do Sal deverão estar «requalificados até ao final deste ano». A garantia é dada pela Infraestruturas de Portugal (IP) que adjudicou, através de concurso público à JJR e Filhos S.A, a empreitada de 4,6 milhões de euros. Uma obra que visa a «reabilitação estrutural do pavimento, a renovação, readaptação e complemento da sinalização e dos equipamentos de segurança, a instalação de sistemas semafóricos, a requalificação de sistemas de drenagem e a construção de um canal técnico rodoviário». Segundo Pedro
Ramos, do gabinete de comunicação da IP, as obras decorrerão «durante 270 dias, sendo previsível que até ao final do ano estejam concluídas». No entanto, e apesar de serem «boas notícias», o anúncio da Infraestruturas de Portugal não demove a Comissão de Utentes (Alcácer do Sal e Grândola) do IC1, a chamada “estrada da morte”, da intenção de reunir com o titular da pasta do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas. Manuel Rocha congratula-se com o anúncio da adjudicação, mas «estranha» o facto de o mesmo ter sido feito «24 horas depois de termos dado entrada de um pedido de audiência à tutela». O representante do grupo de 20 elementos da Comissão de Utentes do itinerário, que se tem manifestado pela intervenção na totalidade do
troço, para «melhorar e garantir as condições de circulação e segurança», admite haver «mais estrada para arranjar, além destes 15 quilómetros previstos», dando como exemplo o troço entre Palma e Alcácer que está «igualmente degradado». Nesse sentido, garante Manuel Rocha, «vamos reformular o nosso pedido de audiência ao Ministério. O nosso esforço não se esgota com esta conquista. Queremos a intervenção noutras infraestruturas e é por isso que vamos continuar a lutar», conclui. Também Vítor Proença, presidente da Câmara de Alcácer do Sal, admite que «a área e extensão da intervenção é manifestamente curta e insuficiente, já que não inclui um importante troço, entre Palma e o entroncamento com a EN120, que se encontra
em péssimo estado de circulação». Ainda assim, o autarca recebeu com agrado a notícia da adjudicação da obra que, diz, «é fruto de uma ampla intervenção das Câmaras de Alcácer do Sal e Grândola, mas, também, das populações». Recorde-se que o
LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DE SÃO BERNARDO - CENTRO HOSPITALAR DE SETÚBAL
concurso público para a execução desta empreitada, entre Alcácer do Sal e Grândola, só foi publicado em Diário da República após a jurisdição direta sobre esse troço do IC1 ter passado para a Infraestruturas de Portugal, em abril de 2017. O concurso tinha um valor
base de seis milhões de euros, mas acabou por ser reduzido «devido ao número de interessados». À empresa vencedora, a Leiriense JJR e Filhos, Lda, é reconhecida, pela IP, «capacidade de execução e qualidade» para atingir os objetivos do projeto.
Cândido Teixeira admite continuar a zelar pela melhoria de condições de vida dos utentes TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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omaram posse, a 9 de janeiro, na sede do Hospital São Bernardo, os novos órgãos sociais da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal, (LAHSB-CHS) numa cerimónia que juntou clínicos, voluntários, técnicos, Ricardo Oliveira, vereador sadino com a pasta da saúde, representantes de entidades públicas e o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, Manuel Roque. A sessão foi presidida
por Eugénio Fonseca, presidente da mesa da assembleia geral cessante, que pediu «entrega e dedicação no cuidado ao próximo» para continuar a fazer valer as missões da Liga “na defesa da pessoa doente” e na “promoção do voluntariado”. Uma necessidade que acabaria por ser realçada, também, pelo empossado presidente da direção da Liga, Cândido Teixeira, ao lembrar que «apenas 20 por cento dos portugueses realiza trabalho voluntário». Quanto aos pressupostos que irão suportar os próximos quatro anos de mandato da Liga dos Amigos, Cândido Teixeira foi perentório na afirmação de que «o prestimoso
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trabalho voluntário e descomprometido é para continuar em prol dos doentes, e das suas famílias», realçando que, num regime de proximidade, e apesar de não ter essa tutela direta, a autarquia tem que ser, obrigatoriamente «um parceiro de estratégia para nós», tal como serão todos os outros parceiros cujo envolvimento terá que ser, necessariamente, «consolidado e ampliado». Numa altura e que o Serviço Nacional de Saúde «está a ser assaltado» cabe a organizações como a Liga dos Amigos do Centro Hospitalar «contribuir de modo voluntário para promover uma melhor qualidade de
vida a quem tem que se socorrer dos nossos serviços e equipamentos». Cândido Teixeira teceu duras críticas à atuação do governo, através do ministério da Saúde, nomeadamente com a aprovação do decreto/lei 5/2017, publicado a 6 de janeiro, e que limita ofertas e patrocínios das empresas que fornecem medicamentos e dispositivos médicos aos estabelecimentos e serviços do Ministério da Saúde, algo que, quanto a si, foi a «machadada final» ao serviço de saúde e sua evolução. O novo presidente da direção da Liga assume que tudo fará para melhorar a vida dos doentes «sem esquecer as necessidades dos profissionais de saúde».
SOCIEDADE
BISPO EMÉRITO DE SETÚBAL TEM BUSTO NA ESCOLA A QUE DEU NOME
D. Manuel Martins recordado e homenageado O primeiro bispo de Setúbal foi homenageado esta semana pela Escola Secundária D. Manuel Martins por ocasião dos 35 anos do estabelecimento de ensino e dos 90 anos do seu nascimento. Uma coleção de selos, um busto e uma exposição com objetos pessoais são algumas das iniciativas. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
A
Escola Secundária D. Manuel Martins, em Setúbal, assinalou ao longo da última semana o 35º aniversário e conjugou as comemorações com a passagem dos 90 anos do nascimento do bispo emérito de Setúbal, patrono daquele estabelecimento de ensino. Um vasto conjunto de atividades assinalou as duas datas e prestou homenagem ao bispo falecido no ano passado. Uma mostra fotográfi-
ca onde são apresentadas as várias facetas de D. Manuel foi inaugurada e está patente até ao dia 23 de Fevereiro, nas instalações da escola. A exposição reúne um conjunto de fotografias de várias fases da vida do Bispo, algumas delas do espólio familiar, assim como livros, documentos manuscritos e também mensagens do bispo endereçados à escola. No átrio da escola, está exposta a bicicleta utilizada por D. Manuel Martins que deu mote à 1ª Rota Cicloturística solidária, um passeio de bicicleta onde participaram
alunos e professores da instituição e que tinha como objetivo a recolha de bens alimentares não perecíveis para ajudar famílias carenciadas daquela comunidade escolar. Na mesma ocasião foi lançada e posta em circulação, pelos CTT, uma coleção de selos alusiva à figura do primeiro Bispo de Setúbal, com um carimbo criado para o efeito, assim como foi inaugurado um busto, da autoria de Amílcar Souza, professor da escola, uma ambição antiga do estabelecimento de ensino.
“O legado social de Dom Manuel Martins” foi o tema de uma palestra que contou com a participação de António Sousa Duarte, biógrafo de Dom Manuel Martins, de Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, de Maria Odete Marques da
Costa, professora aposentada, e do padre Constantino Alves, responsável pela paróquia de Nossa Senhora de Conceição. Uma altura em que se reviveram as memórias de histórias partilhadas com um homem que era considerado por
muitos como “um bispo de esperança”. D. José Ornelas, atual bispo da diocese de Setúbal, encerrou a palestra definindo D. Manuel Martins como uma alguém que soube “encarnar como ninguém a dignidade e a liberdade”.
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Baía do Tejo recebeu Secretário de Estado do Ambiente nos terrenos do Barreiro AVISO Alteração ao Plano Diretor Municipal de Setúbal – Espaços Culturais e Naturais / Área de Quintas de Setúbal e Azeitão (Quintas dos Arcos e de Santo António do Galvão) Maria das Dores Meira, Presidente da Câmara Municipal de Setúbal: Faz público que, nos termos do artigo 92.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, que aprovou o atual Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, que a Assembleia Municipal de Setúbal deliberou em sessão ordinária realizada em 21 de dezembro de 2017, aprovar a Alteração ao Plano Diretor Municipal de Setúbal – Espaços Culturais e Naturais / Área de Quintas de Setúbal e Azeitão (Quintas dos Arcos e de Santo António do Galvão), incluindo as alterações ao Regulamento, que se publicam em anexo.
O
processo de remoção de resíduos do passivo ambiental no Arco Ribeirinho do Sul, na antiga Quimiparque, no Barreiro, e na siderurgia, no Seixal, deverá estar concluído em 2019, numa empreitada que ronda os 13 milhões de euros. A informação foi avançada esta semana por Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, numa deslocação aos terrenos do parque empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro, onde
tomou contacto com os trabalhos de remoção das pirites verdes e lamas de zinco. Até agora, segundo o presidente do conselho de administração da Baía do Tejo ´«já foram retiradas 17 mil toneladas de pirites verdes», e a remoção de lamas de zinco, 16 mil toneladas no total, «está já numa fase adiantada», garante Jacinto Pereira. Durante a visita do Secretário de Estado aos terrenos do Barreiro, o presidente da Baía do Tejo anunciou, também,
que está ainda prevista, a eliminação de cerca de 52 toneladas de passivo ambiental junto à siderurgia do Seixal. Neste momento a Baía do Tejo já está a elaborar estudos que permitam lançar empreitadas ainda no decurso do atual Quadro Comunitário de Apoio que tem disponíveis, segundo Carlos Martins, «15 milhões de euros para solos contaminados». Para os estudos já foram disponibilizados cerca de 500 mil euros.
Mais se torna público que aquela deliberação da Assembleia Municipal foi tomada, de acordo com o n.º 1 do artigo 90.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, nos termos da proposta apresentada pela Câmara Municipal de Setúbal aprovada na sua Reunião n.º 4A/2017, em 6 de dezembro de 2017, através da Deliberação n.º 92A/17. Nos termos do artigo 94.º do citado Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, torna-se público que a Alteração ao Plano Diretor Municipal de Setúbal – Espaços Culturais e Naturais / Área de Quintas de Setúbal e Azeitão (Quintas dos Arcos e de Santo António do Galvão) pode ser consultada no sítio eletrónico da Câmara Municipal de Setúbal (http://www.mun-setubal.pt) e no sítio eletrónico do Sistema Nacional de Informação Territorial (http://www.dgterritorio.pt/sistemas_de_informacao/snit/). 8 de janeiro de 2018 A Presidente Maria das Dores Meira
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LOCAL
BARREIRO - CTT ENCERRA ESTAÇÃO DO LAVRADIO
União de Freguesias do Barreiro e Lavradio apresenta mais uma alternativa para os utentes Serviços dos CTT são agora prestados numa papelaria do Lavradio, mas, a partir de março, o edifício da União das Freguesias do Barreiro e Lavradio vai acolher um segundo posto de prestação deste serviço que se quer «de proximidade».
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uma ótica de colaboração e, não conseguindo reverter a decisão dos CTT, de fechar a loja do Lavradio e transferir os serviços para a papelaria Étika, a União de Freguesias do Barreiro e Lavradio, como garantiu esta semana ao Semmais a sua presidente, está a proceder à «adaptação do espaço e a promover a formação de duas funcionárias» para abrir, até ao final do primeiro trimestre do ano, um segundo posto dos CTT na junta de freguesia. União de Freguesias do Barreiro e Lavradio insurgiu-se, desde a primeira hora, contra a decisão dos CTT de encerrar a estação do Lavradio. Na impossibilidade de reverter a situação, Gabriela Guerreiro, presidente da autarquia, exigiu ser parte da solução. Os CTT anunciaram, no início do ano, a intenção de reestruturar a empresa e, em consequência, encerrar mais 22 lojas por todo o país. Uma das lojas que já encerrou foi a do Lavradio. Sem aviso prévio, ou possibilidade de «discussão», utentes e autarcas locais foram confrontados com o fecho das instalações e a relocalização de serviços para uma papelaria na freguesia. Gabriela Guerreiro, presidente da União de Freguesias do Barreiro e Lavradio, mostrou «perplexidade» com a ação dos CTT e juntou-se às vozes protestantes em defesa da continuidade do serviço dos correios, diligenciando «vários contactos com a administração da empresa», lembra. Em causa, admite Gabriela Guerreiro, está a privação de serviços a «uma população envelhecida e, até, isolada com a qual estamos completamente solidários».
MONTIJO Principal espaço verde da cidade ganha novos brinquedos vocacionados para crianças com deficiência Num investimento municipal, de cerca de 21 mil euros, a autarquia do Montijo dotou o parque municipal Carlos Hidalgo Gomes de Loureiro de equipamento lúdico e de entretenimento próprio para crianças portadoras de deficiência. O principal espaço verde da cidade do Montijo é, assim, o primeiro local do concelho a disponibilizar um parque infantil inclusivo, dando continuidade a uma política municipal «que promove a inclusão e a integração social». Garantindo, segundo a autarquia, «a existência de equipamentos públicos acessíveis a todas as pessoas». Numa ótica de cumprimento da Convenção dos Direitos da Criança, que reconhece às crianças o direito aos tempos livres e a participar em jogos e atividades recreativas próprias da sua idade, o município do Montijo salvaguarda essa garantia com este investimento em brinquedos que permitem a acessibilidade a crianças com deficiência, ao mesmo tempo que «dá continuidade à qualificação e renovação de todo o espaço público». Com esta intervenção a autarquia «assume a importância de valorizar os parques infantis, promovendo a inclusão e combatendo a exclusão, garantido a existência de equipamentos públicos acessíveis a todos como um passo fundamental no longo caminho da inclusão».
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MOITA Município da Moita dota escolas de equipamentos informáticos
Numa posição construtiva, e porque «mais importante que contrariar uma decisão para a qual não fomos consultados é dar continuidade ao serviço», a presidente da União de Freguesias encetou todos os esforços para mostrar que a autarquia «queria fazer parte desta solução alternativa». A abertura da estação dos CTT, na junta de freguesia, está prevista para o final do primeiro trimestre do ano e a rubrica, relativa à despesa e receita previstas (calculada em dois mil euros), já está contemplada no orçamento municipal da União de Freguesias, aprovado por maioria, com os votos contra do PCP/PEV e a abstenção do BE, na última sessão de Assembleia reali-
Vinte e oito computadores portáteis e 16 conjuntos de telas e retroprojetores já foram distribuídos pelo município em várias escolas do concelho. O investimento ronda os 50 500 euros. As escolas contempladas são a EB N.º 7 Baixa da Banheira, EB N.º 3 Baixa da Banheira, EB N.º 2 Vale da Amoreira, EB N.º 1 Alhos Vedros, EB N.º 2 Alhos Vedros, EB n.º 1 Moita, EB Gaio, EB Rosário e EB Sarilhos Pequenos. Durante o corrente ano, outras escolas vão contar com novos equipamentos informáticos (computadores, retroprojetores e telas), de modo a permitir novas dinâmicas de ensino e de aprendizagem, quer em contexto de sala de aula, quer noutras dimensões mais diversificadas da vida da escola, mas que complementam o processo educativo e enriquecem as experiências de alunos e professores. O processo arrancou em 2017 e vai abranger faseadamente todas as escolas, no que respeita ao pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico. Tendo em conta uma preocupação crescente no que respeita ao acesso às tecnologias de informação e comunicação nas escolas básicas do 1.º ciclo e jardins-de-infância, o município está, também, a desenvolver um plano de requalificação nos estabelecimentos de ensino que vai permitir o acesso à internet em todos os espaços educativos, inclusive em qualquer sala de aula. Nesse âmbito, a Câmara tem vindo, desde o final de 2016, a instalar e a requalificar as redes wireless nas escolas. Até ao momento, foram abrangidas 11 escolas e jardins-de-infância, num investimento de cerca de cerca de 25 mil euros e, em 2018, prevê-se abranger mais estabelecimentos de ensino no concelho.
SETÚBAL Gestão do troço da EN 379-1 passa para as mãos do município A estrada de acesso às praias de Setúbal vai passar para gestão municipal, após a autarquia ter aprovado esta semana, em reunião pública, um acordo com o Estado. O município está «ciente das necessidades especiais nos troços de via objeto de transferência, em particular durante a época balnear», pelo que é «interesse municipal a gestão direta dos mesmos, não só pela aposta num desenvolvimento turístico de qualidade, como pelo empenho da melhoria das condições de segurança de circulação e aposta no uso do transporte público e modos suaves». Os troços em causa estão sujeitos a elevada utilização e procura das pessoas, o que, destaca a proposta aprovada, conduz a «uma grande pressão sobre o pavimento desta via e das áreas envolventes». O uso excessivo destes troços rodoviários dificulta a normal circulação viária, a qual, salienta a proposta, acaba também por ser prejudicada devido ao «estacionamento indevido ao longo de toda a faixa de rodagem, entre junho e setembro». «Interessa que as nossas praias tenham maior qualidade e atratividade e sejam dotadas de meios que garantam as boas condições de segurança dos utentes e um bom aspeto estético e paisagístico da envolvente e das infraestruturas aí existentes», sublinha a Câmara.
SINES Sines cadastra estruturas de água e esgotos A elaboração de cadastro das infraestruturas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais estão a decorrer desde o início do ano. O investimento ronda os 214 500 euros. A operação, levada a cabo por uma empresa contratada para o efeito pela Câmara, engloba recolha de informação de georreferenciação dos traçados das condutas e coletores, cotas topográficas de implantação e de soleira e outros dados de cadastro físico das redes de distribuição e de adução e das redes de drenagem. Também são objeto de cadastro as caixas de visita, os órgãos de manobra e controlo, os ramais domiciliários, os marcos e bocas-de-incêndio, as bocas de rega e contadores domésticos, os reservatórios, as estações elevatórias, as ETAR e as captações. A recolha da informação permitirá construir uma ferramenta SIG para ajudar à tomada de decisões sobre o planeamento, gestão e manutenção das infraestruturas, como seja de avarias, construção, renovação e reabilitação dos seus componentes.
LOCAL
ALMADA - ESTALEIROS DA MARGUEIRA
Projetos avançam até ao final do ano Baía do Tejo garante que qualquer investidor terá que dar garantias de desenvolvimento do projeto, tal como está previsto no plano de urbanização e no prazo estipulado. Neste momento a empresa está a desenvolver com a Parpública as linhas de orientação base, do respetivo caderno de encargos.
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ecretário de Estado do Ambiente esteve no Parque Empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro, e aproveitou para revelar «já está publicada a legislação que delimita os territórios e quem interagia entre eles» no caso dos Estaleiros da Margueira em Almada. Carlos Martins diz que cabe agora à Baía do Tejo, Parpública e municípios «conduzir o processo de gestão do território». São 52 hectares de terreno para implementação do projeto de construção da «Cidade da Água», e «nunca para especulação imobiliária», garante Jacinto Pereira, presidente do conselho de administração da Baía do Tejo. Com um investimento estimado de mil milhões de euros, já existem cinco manifestações de interesse, nomeadamente de grupos norte americanos, britânicos e chineses. Até ao final do primeiro semestre «contamos abrir concurso para alienação do território», diz Jacinto Pereira, acrescentando que a prioridade é «desenvolver com a Parpública as linhas de orientação base, do futuro cadernos de encargos». Qualquer investidor que adquirir a propriedade do território terá, obrigatoriamente, de «dar garantias de desenvolvimento do projeto, tal como está previsto no plano de urbanização de Almada Nascente, entre 10 a 15 anos» Condição de que a Baía do Tejo não abdica. Na sua visita ao Barreiro, o Secretário de Estado do
GRÂNDOLA Câmara aprova abertura de concurso público para ligação da ZIL ao IC1 O município já aprovou, em reunião de Câmara, a abertura do concurso público para a construção da 2.ª fase da variante circular José Amaro, que fará a ligação entre a Zona Industrial Ligeira e o IC1. O investimento ronda os 1,2 milhões de euros. O presidente António Figueira Mendes refere que «é uma obra estruturante e fundamental para o desenvolvimento económico do concelho, que dotará a ZIL de Grândola de excelentes acessos, tornando-a ainda mais atrativa e competitiva». Recorde-se que o município tem vindo a captar novas empresas para a ZIL, como foi o caso da empresa francesa de produção de componentes para aviões LAUAK, que prevê criar mais de 100 postos de trabalho.
Ambiente pôde acompanhar os trabalhos de remoção de passivos ambientais (lamas de zinco e pirites verdes) na sequência da aprovação de candidaturas a fundos europeus para ações de requalificação nos territórios geridos pela Baía do Tejo.
SESIMBRA Percursos pedonais vão avançar em Sampaio
ALCOCHETE Degradação da EB 2,3 El-Rei D. Manuel I preocupa município
As obras para criação e melhoramento dos circuitos pedonais na zona de Sampaio, na EN377 entre Alfarim e Caixas, e em Sesimbra, já estão adjudicadas e vão avançar em breve. Destas obras, destaca-se a intervenção em Sampaio, que abrange uma zona onde existem vários equipamentos escolares municipais e associativos, que originam a circulação a pé de muitas crianças e jovens. Além da construção dos circuitos pedonais, será feito a beneficiação do cruzamento entre a rua dos Casais Ricos e a Av.ª D. Manuel Martins. No caso da EN377, o projeto consiste na execução de dois percursos pedonais, um junto às bombas de gasolina, à entrada de Alfarim, e um segundo, entre o largo das Forças Armadas, em Alfarim, e o entroncamento com a rua José Cardoso Pires, nas Caixas. Quanto a Sesimbra, as obras passam pela construção de uma ligação pedonal, entre as ruas da Juventude e José Pinto Braz, bem como de muros de suporte de terras que desabaram há alguns anos. As obras, que podem ser comparticipadas, estão orçadas em cerca de 700 mil euros.
Após reunião com a direção do Agrupamento de Escolas e com a associação de pais, para analisar a degradação da EB 2,3 El-Rei D. Manuel I, o município enviou missiva ao Ministério da Educação para alerta da profunda degradação em que se encontra o edifício. «A funcionar há 34 anos, esta escola está sobrelotada e apresenta um elevado grau de degradação que afeta diretamente os alunos, os docentes e todos os que ali trabalham», realça o edil Fernando Pinto. As questões estruturais preocupam seriamente o executivo que considera urgente e essencial a requalificação e ampliação da escola, uma vez que é a única de 2.º e 3º ciclos no concelho. O diretor regional de Educação, Francisco Neves, após visita à referida escola, garante que o município irá aconselhar o Governo para que a ampliação/requalificação da escola seja incluída no Plano de Investimentos para 2018.
PALMELA Palmela incentiva à reabilitação urbana No âmbito do programa de medidas de incentivo para a reabilitação de prédios urbanos, o município decidiu tomar medidas de incentivo à reabilitação urbana. Mas, antes de avançar com as obras, deve consultar o regulamento. Quem avançar com as melhorias irá beneficiar da isenção e da redução de taxas municipais, nomeadamente redução da taxa de IMI, para o arrendamento habitacional acessível a jovens até aos 35 anos ou para a reabilitação urbana dirigida à fixação de comércio de proximidade e serviços. Além das medidas aplicáveis nas áreas delimitadas no Programa Municipal, está em vigor, em todo o território, a redução de 70 por cento das taxas devidas pela ocupação do domínio público associada à realização de obras de conservação.
SEIXAL Seixal vai ter Loja do Cidadão O protocolo com vista à instalação e gestão da Loja do Cidadão do Seixal vai ser assinado no próximo dia 30, às 11 horas, na Câmara. O protocolo, que será celebrado entre o município, a Agência para a Modernização Administrativa, o Instituto dos Registos e Notariado, as finanças e a Segurança Social, terá uma duração de 15 anos. Esta infraestrutura, que terá uma área de 1150 metros quadrados, irá contar com várias valências. O edil Joaquim Santos relembra que «existe desde 2009 um protocolo assinado com o Governo para a instalação de uma Loja do Cidadão no Seixal, que não foi cumprido». O autarca acrescentou ainda que o município «prevê realizar um investimento de cerca de 1 milhão de euros nas obras de instalação da loja e na aquisição de mobiliário/equipamentos para as áreas de uso comum e de ‘front office’, sendo que este novo equipamento irá trazer muitos benefícios aos munícipes». A Loja ficará instalada no edifício Alentejo, sito na travessa da Quinta da Mariana, em Paivas.
SANTIAGO DO CACÉM Santa Casa da Misericórdia cede instalações para serviço de atendimento da Segurança Social A Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém cedeu, «a título gratuito e provisório», um espaço nas Residências do Pinhal, que, segundo informações dos serviços centrais da Segurança Social, «se encontra adaptado», para instalar um serviço local de atendimento. O anterior, que funcionava há quarenta anos num edifício da Casa do Povo de Santiago, ficou sem teto e com a estrutura geral danificada, consequência das intempéries que assolaram o país no final do ano, tendo sido encerrado a 14 de dezembro. Sem condições de segurança para utentes e funcionários, as instalações foram encerradas de imediato e os residentes ficaram privados do serviço. Situação que poderá ser, parcialmente, resolvida, ainda este mês, logo que as comunicações, no espaço cedido pela Santa Casa, no edifício das Residências do Pinhal, «sejam ativadas pela PT». Acrescenta a Segurança Social, em declarações ao Sem Mais, que «sendo esta uma solução provisória, o Instituto da Segurança Social está a envidar esforços para encontrar uma solução definitiva com os seus parceiros locais».
ALCÁCER Chama da Solidariedade em terras alcacerenses A “Chama da Solidariedade” permanece em terras alcacerenses até 6 de fevereiro, seguindo depois para outros concelhos da região. O testemunho foi passado para Alcácer através do edil grandolense, no dia 24, no Largo Luís de Camões. A Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Alcácer do Sal foi a primeira entidade a acolher este instrumento simbólico. «Alcácer tem uma intensa atividade no que respeita à solidariedade. Neste mundo de desigualdades, é necessário ter em conta a solidariedade e aquilo que as entidades e as autarquias locais, por todo o país, fazem. A todos, o nosso muito obrigado», disse o edil Vítor Proença, na sua intervenção, acrescentado ainda ter «a certeza que esta Chama vai brilhar dia e noite nos corações de toda a população». Esta iniciativa, da responsabilidade da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Setúbal, com o apoio dos municípios, pretende difundir os valores que unem as diferentes instituições de solidariedade e apelar ao espírito comunitário.
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CULTURA
ESPELHO MÁGICO ESTREIA TEATRO MUSICADO INSPIRADO NA OBRA DE VICTOR HUGO
«É uma produção mágica, poética, ternurenta e muito divertida» 2018 promete ser um ano bom para o Espelho Mágico. Além da estreia do teatro musicado “O Corcunda de Notre-Dame”, uma produção «mágica, poética, ternurenta e muito divertida», a companhia de Céu Campos e Ricardo Cardoso promete uma novidade cultural em Setúbal, o 1.º BAMBOLINICES – Festival Internacional de Teatro e Artes Performativas, que decorre de 5 a 13 de maio em vários espaços da cidade. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
O
grupo de teatro Espelho Mágico (GATEM) estreia a 3 de fevereiro, às 21h30, no Forum Luísa Todi, em Setúbal, o teatro musicado “O Corcunda de Notre-Dame”. O espetáculo é inspirado na obra de Victor Hugo e conta com texto e encenação de Miguel As-
sis. A cenografia e os figurinos são da autoria de Céu Campos e a assistência à coreografia está a cargo de Luís Costa. Os poemas são de Luís Filipe Estrela e as músicas foram elaboradas por António Carlos Coimbra. De acordo com Céu Campos, diretora da companhia, trata-se de uma produção «mágica, poética, ternurenta e muito divertida». Conta-nos a história de Quasimodo, o
sineiro de Notre Dame, da cigana Esmeralda, do capitão Febo e de uma troupe de artistas saltimbancos. Estamos no ano de 1483. Durante uma perseguição a um grupo de ciganos, o destino colocou nos braços do austero juiz da justiça do reino Frollo, um recém-nascido, com várias deformações de nascença e uma saliente corcunda. O montante desta produção é «muito para lá
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TEATRO POLITEAMA M/12
das possibilidades imediatas da nossa companhia e do que mando o bom senso. Iremos pagar esta produção com os tradicionais apoios do município e de outras entidades, e com a verba dos vários espetáculos que realizaremos de norte a sul do País». «O PRINCIPEZINHO BATE RECORDES» Até à data, o teatro musicado mais visto e premiado da GATEM foi “O Principezinho”, o qual está em cena há 3 anos e, pelos
vistos, está para «durar». Esta produção «ganhou quase tudo no concurso Ruy de Carvalho – CONTE, e venceu o prémio UNIR em Madrid, como melhor espetáculo internacional», realça Céu Campos. No que diz respeito ao futuro, o Espelho Mágico tenciona arrancar, já este ano, com a 1.ª edição do BAMBOLINICES – Festival Internacional de Teatro e Artes Performativas. «O evento destina-se a todos os públicos e é uma realização que nos deixa carregados de sonhos e
de fé. O festival decorre de 5 a 13 de maio e, no dia 5, haverá a estreia de uma peça mobile no âmbito deste projeto», sublinha Céu Campos. O elenco é constituído por Rúben Rodrigues, Cláudio Pinela, Luís Filipe Estrela, Miguel Assis, Céu Campos, Jéssica Ricardo, Tiago Muleta, Diogo Leiria, Luís Candeias e Raquel Luz, sem esquecer os vários figurantes. O ingresso para “O Corcunda de Notre-Dame”, que teve 5 meses de ensaios, custa 5 euros.
Ensaios na Cáritas enquanto não há casa própria Quinta a Sábado às 21h30, Sábado e Domingo às 17h00
RESERVAS: 213 405 700 | 964 409 036
ÚLTIMAS REPRESENTAÇÕES 8 | SEMMAIS | SÁBADO | 27 DE JANEIRO | 2018
Com os ensaios a decorrer na sede da Cáritas de Setúbal, enquanto não surge a oportunidade de uma sede própria, a GATEM não perde a esperança por instalações condignas para trabalhar. «Claro que gostaríamos de ter uma sede de trabalho própria. Contudo, estamos a funcionar muito bem em casa emprestada pela Cáritas de Setúbal, o que muito nos honra. É um local onde nos sentimos bem e somos estimados. Estamos eternamente gratos à direção da Cáritas», sublinha Céu Campos, que acrescenta: «São 4 ou 5 meses de ensaio, em simultâneo com o facto de termos 6 peças a correr pelo país ao mesmo tempo. É um grande desafio. Tem que ser assim. É assim que a GATEM vive».
AGENDA
CULTURA
“Fábrica dos Sonhos” SETÚBAL27SÁBADO21H30
THE BLUES EXPERIENCE
Peça de Bruno Frazão com música de Artur Jordão convida crianças e adultos a acreditar nos seus sonhos, a respeitar diferenças e a repudiar o preconceito.
FORUM LUÍSA TODI
Não perca o concerto “The Blues Experience”, com entradas a 13 e 15 euros. O espetáculo é protagonizado pelo projeto musical que junta a banda Budda Power Blues e a diva portuguesa do jazz Maria João.
SESIMBRA27SÁBADO21H30
MAFALDA VOLTA A SESIMBRA TEATRO JOÃO MOTA
Nove anos depois, Mafalda Veiga volta a subir a Sesimbra para apresentar o seu mais recente álbum, “Praia”, que se pauta pelo otimismo, com um tom entre o pop e os sons tradicionais e que fala das coisas boas da vida.
ALMADA27SÁBADO21H00
ÚLTIMA SEMANA DE NATHAN TEATRO JOAQUIM BENITE
Até este domingo ainda pode ver “Nathan, o sábio”, Estreado em Dezembro, já 3588 espectadores assistiram à peça, que apela à tolerância religiosa. Com críticas positivas pela imprensa da especialidade, “Nathan”, segue depois para o Porto.
ALCOCHETE27SÁBADO17H00
BANDA DA IMPARCIAL FESTEJA ANIVERSÁRIO FORUM CULTURAL
No ano em que se assinala o 120.º aniversário da restauração do concelho e da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, a banda de música desta coletividade, com direção artística de António Menino, dá um concerto.
MOITA27SÁBADO16H00
TRÊS AMIGOS APRESENTAM LIVRO BIBLIOTECA DA BAIXA DA BANHEIRA
O livro “7 Balas Dia de Cão”, dos jovens amigos Diogo Coelho, João Iria e João Monteiro, é apresentado ao público em geral. Este é o primeiro volume literário de uma saga em que as histórias atravessam várias gerações de personagens.
BARREIRO27SÁBADO21H30
O INSPETOR ANIMA A CIDADE TEATRO MUNICIPAL
A comédia de Nikolai Gógol, “O Inspector”, está de volta com as suas peripécias para animar a população. Com encenação de Jorge Cardoso, o ArteViva volta a surpreender com um trabalho de qualidade e com excelentes interpretações.
PALMELA28DOMINGO16H00
CIRCO ANIMA CRIANÇADA TEATRO S. JOÃO
As personagens das séries de animação infantil SpongeBob SquarePants, PAW Patrol, Frozen, Phineas e Ferb e Minnie e Mickey Mouse prometem animar a criançada no “Maior Show Infantil do Ano”. Há malabaristas, cómicos, palhaços, acrobatas, aramistas e personagens dos filmes infantis.
GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para o teatro para vários espetáculos, nomeadamente “O Aladino”, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, “Portugal em Revista”, “A Fábrica dos Sonhos”, “O Corcunda de Notre Dame” e “O Inspector”. Para se habilitar aos convites basta ligar 96 943 10 85 e solicitar os seus convites.
TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
O
reencontro do «Apolo» adulto com o seu “eu” infantil é a prova de que os homens também podem sonhar. Foi isso que fez, novamente, o setubalense Bruno Frazão que já encenou um vasto conjunto de cegadas e revistas à portuguesa estreando-se, no ano passado, no teatro musicado com “Um Natal Diferente”. O animador sócio cultural, a concluir um mestrado em teatro, idealizou, entretanto, uma história de fantasia, pureza, compreensão e aceitação a que chamou “Fábrica dos Sonhos”. Ele próprio um adulto sonhador, acreditou, tanto, neste sonho que «fez um empréstimo bancário, no valor de cinco mil euros», aos quais se juntam apoios pontuais do Instituto Português do Desporto e Juventude e da Secil, para pôr em cena a história de «Apolo», um menino que «se sente diferente». A peça, interpretada pela Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal, foi vista desde novembro por mais de cinco mil pessoas. Não olhando ao preconceito, à diferença, ao egocentrismo, às imposições da sociedade e à maldade daqueles que, por não conseguirem ser felizes, não querem que mais ninguém seja.
É o caso da Maldiva que quase consegue fazer com que o seu lacaio desacredite na magia dos sonhos e no seu poder. A par da «diva do mal» há outras figuras que marcam a história sendo, igualmente, cativantes. É o caso do ator principal, «Apolo», da colorida «Estrelícia», da boneca, da costureira, da cozinheira e de um envolvente corpo de baile. Com uma forte componente pedagógica e emocional, só vendo a peça será possível entender como o sonho pode mudar a vida… «O VERDADEIRO SONHADOR PODERÁ SALVAR O MUNDO» Com idades entre os oito e os 11 anos o Sem Mais foi conhecer os verdadeiros sonhadores: a Matilde Garcia (ausente no dia em que conversamos com os bailarinos), a Carolina Santos, a Catarina Chaves, o Duarte
Fernandes e o Gabriel Rodrigues. As crianças que se destacam de entre os atores adultos, mas para as quais o teatro «já é um sonho». Atentos, curiosos, entusiasmados e «orgulhosos do trabalho» de todo o elenco, assumem-se «confiantes nas danças que apresentam» e acusam maior exigência «na dança do início, que é mais difícl». A afirmação é da futura médica Catarina Chaves que aprendeu, com a peça, que «ninguém pode desistir dos seus sonhos e que não se deve criar uma ideia de uma pessoa sem a conhecer». A definição de preconceito, e da sua influência nas atitudes das pessoas, foi referida, também, por Carolina Santos que pede aos seus amigos «para nunca deixarem de brincar, mesmo que seja com meninos diferentes, e sonhar. Como eu sonho em
ser veterinária». Os meninos partilham os mesmos conhecimentos acerca do preconceito, mas, também reforçam a importância «de sonhar, inventar coisas na nossa imaginação e criar o nosso próprio mundo», como esclarece o futuro professor de Estudo do Meio, Gabriel Rodrigues. Mais acanhado, Duarte Fernandes, um dos cinco bailarinos infantis da «Fábrica dos Sonhos», assume-se mais «distraído durante os ensaios» da peça, mas garante «isso vai mudar quando for Bombeiro, porque tenho que dar toda a atenção às pessoas que precisam de mim». Os sonhos destes cinco meninos não passam pelo teatro profissional, mas, atualmente, é em palco que fazem viajar, a imaginação e o sentimento puro de quem assiste à «Fábrica dos Sonhos.
Temporada 2018 da Companhia de Teatro de Almada põe em palco 46 produções
C
erca de um milhão de euros é o valor que a Companhia de Teatro de Almada (CTA) vai gastar na programação de 2018, com apoios da Direção Geral das Artes (20 por cento) e do município (60 por cento). «O financiamento público não espelha o trabalho que é desenvolvido pelas companhias independentes. Esperemos que não aconteça o que aconteceu ao Teatro Cornucópia e que não percebam tarde de mais o que estão a fazer ao teatro independente», critica Rodrigo Francisco, o diretor da CTA. O responsável pela companhia almadense deposita grandes expetativas na edição deste ano, fazen-
do votos para que o público continue a ir ao teatro. «Ultrapassámos em 2017 a barreira dos 650 membros do Clube de Amigos, o que é muito bom. Queremos continuar a ver esta casa cheia de gente ao longo de todo o ano», realça, acrescentando que a CTA está «bem inserida» na comunidade e que o público almadense «aprecia bastante o nosso trabalho. O teatro municipal é gerido pela Companhia mas também acolhemos outros espetáculos ao longo do ano da comunidade local, desde as escolas às associações culturais». Para este ano, em que a CTA está a comemorar os 40 anos de vida, Rodrigo Francisco destaca da programa-
ção “Nathan, o Sábio”, estreado no ano passado; o Teatro da Comuna e “D. João”, do projeto do Andarilho, de Luís Miguel Cintra, que estreou em Guimarães. A apresentação da temporada 2018 decorreu, no dia 6, à noite, no teatro Joaquim Benite. Ao todo, são 26 espetáculos de teatro, entre os quais 12 são para a infância, e cinco criações da CTA, uma delas para a infância. Além do teatro, ainda haverá seis espetáculos de dança e 14 concertos de música, totalizando 46 produções ao longo do ano. Nessa noite foi, ainda, inaugurada a exposição “Companhia de Teatro de Almada: 40 anos em Alma-
da - parte I”, que corresponde ao período que vai desde a fundação da Companhia em Campolide, em 1971, até 1987 ano em que a companhia saiu da Academia Almadense. A exposição pode ser apreciada no foyer, no restaurante e na Galeria do teatro. A segunda parte será inaugurada em março. Ao todo a exposição terá quatro partes e foi concebida pelo cenógrafo José Manuel Castanheira. Entretanto, o espetáculo ”Nathan, o Sábio”, de Gotthold Ephraim Lessing, com encenação de Rodrigo Francisco, termina este domingo a sua carreira. Segue em março para o Teatro S. João, no Porto.
SEMMAIS | SÁBADO | 27 DE JANEIRO | 2018 | 9
POLÍTICA
ELEITOS OS PRESIDENTES DAS CONCELHIAS, PS PREPARA ELEIÇÕES PARA A FEDERAÇÃO DISTRITAL
António Mendes recandidata-se a líder dos socialistas da região
A decisão já está tomada e deverá ser anunciada em breve, garante o líder distrital dos socialistas que avança, assim, com a candidatura para um novo mandato. As eleições para a distrital são em março. Este mês já as concelhias escolheram os novos líderes, num processo que Mendonça Mendes considera bastante participado. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR
A
ntónio Mendonça Mendes já decidiu que será recandidato à presidência da Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista. Ao Semmais, o atual líder distrital dos socialistas assumiu, «Sim, vou ser candidato. Tenho a decisão tomada e vou anunciá-la em breve». Confirmando, desta forma, que se prepara para renovar o cargo que desempenha desde março de 2016. O dirigente socialista, actual secretário de Esta-
do dos Assuntos Fiscais, assume «competência e idoneidade» para ocupar os dois cargos e que a sua decisão provém de um «período de reflexão consciente». A decisão será anunciada em breve, considerando que as eleições para a Federação Distrital de Setúbal, estão previstas para 9 de março, dias antes do Congresso Distrital que decorrerá no Barreiro, a 24 do mesmo mês. António Mendes foi cabeça de lista dos socialistas em Setúbal, nas últimas legislativas, e num olhar pelo distrito que representa, orgulha-se em afirmar que o «partido se tem revitalizado
por todo o território». Prova disso foi o resultado das últimas eleições concelhias do partido, com uma participação significativa dos militantes. O presidente da Federação Distrital realça «um ato eleitoral concorrido, com a participação de cerca de 1500 militantes que demonstra bem a mobilização dos militantes num contexto em que não houve, na esmagadora maioria, disputa interna». Setúbal, Seixal e Sesimbra, foram as únicas concelhias com duas listas concorrentes. PRESIDENTES DAS CONCELHAS JÁ FORAM ESCOLHIDOS As eleições para os órgãos concelhios, do PS do
Distrito, decorreram dias 19 e 20 de janeiro, à exceção de Alcochete e Grândola que deverão fazê-lo só em março. Paulo Lopes, venceu em Setúbal contra a lista de António Caracol. Marco Teles foi superior em votos a Gil Costa, no Seixal. E em Sesimbra Cristóvão Rodrigues ultrapassou João Capítulo. As únicas concelhias que apresentaram duas listas candidatas. Em Almada o eleito foi José Ricardo enquanto que em Barreiro, Moita e Montijo se assistiu à reeleição de André Pinotes Batista, Carlos Albino e Nuno Canta, respectivamente. Os socialistas de
Palmela também reforçaram a confiança no atual líder concelhio, Raúl Cristóvão, e em Alcácer Rui Damião também conquistou apoios. Em Santiago do Cacém o presidente da comissão concelhia é Óscar Ramos enquanto que em Sines o partido se representa nas estruturas locais por Sofia Araújo.
Depois das eleições para as concelhias, decorrerão as eleições para a Federação Distrital e o Congresso Distrital em março, estando a eleição do secretário-geral do Partido Socialista e delegados marcada para 11 maio. O Congresso Nacional, decorrerá na Batalha, de 25 a 27 de maio.
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AVISO N.º 5
Jornadas Parlamentares do CDS-PP abordam competitividade, investimento e saúde
António Jesus Figueira Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Grândola, Faz Saber: ------------------------Em cumprimento do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 78.º do D.L. n.º 555/99, de 16 de dezembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, é emitido o Aditamento n.º 12 ao Alvará de Loteamento N.º 4/1997, em nome de Templano, Lda., Contribuinte n.º 502561424 e Joaquim Ângelo e Cachadinha, Lda., Contribuinte n.º 500128642, através do qual foi licenciado o loteamento que incide sobre o prédio sito em Urbanização das Piscinas, da união das freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o n.º 2947/310399. -------------------------------------A alteração ao loteamento, foi requerida pelo Sr. António da Costa Rodrigues, aprovada por meu despacho exarado em 2017/10/25, proferido no uso da competência delegada pela Câmara na Reunião de 20/10/2017, respeita o Plano de Urbanização de Grândola e consta do seguinte: --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A alteração incide sobre o lote n.º 12, inscrito na matriz sob o artigo 5223, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o n.º 2959/19990331, e consta no aumento da área de implantação de 130m2 para 160m2, e no aumento da área máxima de construção de 222,5m2 para os 252,5m2.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A área total de construção passa a ser de 14.641,79m2. -----------------------------------------------------------------A área total de implantação passa a ser de 9.195,54m2. -----------------------------------------------------------------O Lote 12 passa a ter a seguinte descrição:--------------------------------------------------------------------------------------Lote 12: com a área de 337,50m2 (trezentos e trinta e sete vírgula cinquenta metros quadrados), com a área máxima de implantação de 160,00m2 (cento e sessenta metros quadrados), e área máxima de construção de 252,50 (duzentos e cinquenta e dois vírgula cinquenta metros quadrados), e um ou dois pisos acima da cota de soleira, um fogo, destinado a habitação unifamiliar e telheiro. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Mantendo-se todo o resto. ---------------------------------------------------------------------------------------------------Dado e passado para que sirva de título ao requerente e para todos os efeitos prescritos no Decreto-Lei n.º 555/99, na redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Grândola, Paços do Concelho aos 11 dias do mês janeiro do ano dois mil e dezoito. O Presidente da Câmara Municipal António Jesus Figueira Mendes
10 | SEMMAIS | SÁBADO | 27 DE JANEIRO | 2018
TEXTO MARTA DAVID IMAGEM DR
O
CDS PP reúne, segunda e terça-feira, em Setúbal, em jornadas parlamentares subordinadas ao tema “Competitividade, investimento e saúde”. O encontro magno dos deputados centristas vai levá-los a visitar o Porto de Setúbal, a Lauak e também o Hospital de S. Bernardo. Ao longo dos dois dias, os parlamentares vão discutir questões relacionadas com a competitividade das empresas portuguesas, sendo que na segunda-feira estão previstos um debate com António Saraiva, presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, e Carlos Silva, Secretário-Geral da UGT, e também um almoço debate sobre “Captação de investimento estrangeiro”,
cujo principal orador é Carlos Melo Ribeiro, presidente Executivo (cessante) da Siemens Portugal. Na terça-feira as atenções viram-se para a saúde, com uma visita ao Hospital de S. Bernardo, seguindo-se à tarde, um debate sobre saúde onde os deputados centristas pretendem “Repensar o SNS: que sistema de saúde pretendemos?”, onde se-
rão oradores Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, Óscar Gaspar, Presidente da Associação de Hospitalização Privada, e António Ferreira, ex-diretor do Hospital S. João. A abertura das jornadas está a cargo de Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS PP, e a sessão de encerramento vai ser presidida por Assunção Cristas.
DESPORTO
REPETE-SE A FINAL DA PRIMEIRA EDIÇÃO DA TAÇA DA LIGA
Vitória quer trazer “o caneco” dez anos depois O Vitória de Setúbal volta a defrontar o Sporting na final da Taça CTT, a Taça da Liga, repetindo a final da primeira edição da competição em que o clube do Bonfim se sagrou vencedor. O jogo tem lugar este sábado, às 20:45 horas, em Braga, e se vencerem, os sadinos garantem fazer a festa na cidade nem que seja de madrugada. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
N
o Bonfim, esperança e entusiasmo são as palavras que se adequam ao momento que se vive. Apesar de, no campeonato, os resultados não serem os melhores, a presença na final da Taça e a possibilidade de erguer pela segunda vez o troféu, provocam uma nova euforia entre jogadores e associados como há muito não se via. Prova disso é o número de adeptos vitorianos que se pre-
param para acompanhar a equipa até à cidade dos Arcebispos. A direção do Vitória alugou vários autocarros para que sócios e simpatizantes do clube possam deslocar-se a Braga e apoiar a equipa. A meio da semana centenas de vitorianos já se tinham deslocado ao Estádio do Bonfim para adquirir os ingressos para o jogo da final da Taça da Liga, enchendo assim mais de dezena e meia de autocarros. E se o Vitória ganhar, Vítor Hugo Valente, presidente da direção do clube,
já garantiu que «nem que seja às cinco da madrugada, a equipa estará nos paços do concelho para, do alto da varanda do município, mostrar a taça aos setubalenses». Para chegar a esta final o Vitória venceu o Tondela, na segunda fase da prova, e depois, na fase de grupos, ganhou ao Braga e ao Portimonense e empatou com o Benfica, ficando à frente do seu grupo com um total de sete pontos. O triunfo sobre a Oliveirense, por duas bolas a zero, ditou a presença no jogo frente ao Sporting.
“AS FINAIS SÃO PARA GANHAR” Gonçalo Paciência é o melhor marcador da competição com quatro golos e assegura que os jogadores «vão fazer tudo para conquistar a Taça». Os momentos conturbados que o Vitória tem vivido esta época dão «ainda mais força a esta
ida à final», admite o jogador ciente das dificuldades que o Vitória encontrará pela frente. Ainda assim acredita que a sorte pode estar do lado dos sadinos e que, à partida, há 50% de hipóteses para cada equipa. «Claro que as finais são sempre para ganhar! Sabemos que o
Sporting é um clube de uma dimensão maior e é uma das melhores equipas de Portugal, mas o Vitória tem muitos jovens a quererem afirmar-se, por isso penso que vai ser uma grande final. Vamos tentar dignificar ao máximo a camisola do Vitória e o futebol».
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GALA DO DESPORTO DE SETÚBAL DISTINGUE OS MELHORES DE 2017
Mourinho Félix recebe prémio carreira a título póstumo TEXTO MARTA DAVID IMAGEM SM
A
Câmara de Setúbal atribuiu, a título póstumo, o prémio carreira a Mourinho Félix durante a Gala do Desporto que decorreu esta quinta-feira, no Fórum Municipal Luísa Todi, e que distinguiu os atletas, dirigentes e clubes que mais se destacaram na época de 2016-2017. O principal prémio da noite prestou homenagem ao antigo guarda-redes do Vitória de Setúbal, falecido no ano passado, e que chegou a ser internacional A. Mourinho Félix que foi ainda treinador de clubes como o Vitória ou a União de Leiria, foi recordado no final da Gala e o seu nome junta-se assim ao de Manuel Manita a quem tinha sido atribuído o prémio na primeira edição da Gala. O evento, organizado pela divisão de desporto da autarquia e implementado, em 2016, no âmbito da Cidade Europeia do Desporto, premeia anualmente os melhores atletas
masculinos e femininos nas categorias de Melhor do Ano, Melhor Atleta Esperança e Melhor Atleta de Desporto Adaptado. Para além disso destaca os melhores treinadores e dirigentes, o melhor clube e a melhor equipa. São ainda distinguidos o melhor evento desportivo, o melhor aluno finalista na licenciatura de desporto da Escola Superior de Educação e o melhor artigo jornalístico. Na edição deste ano foi ainda atribuído um prémio especial à equipa de Futsal Feminino do
Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama que se sagrou campeã nacional do desporto escolar. O objetivo é incentivar, divulgar e promover o desporto e, simultaneamente, dar destaque a quem teve resultados de mérito que contribuíram para o desenvolvimento das várias modalidades e para a projeção do concelho. Na Gala, que contou com a atuação de Toy e com um momento de dança protagonizado por mais de duas dezenas de pessoas de várias idades.
OS VENCEDORES EQUIPA DO ANO Equipa de Atletismo Trail do Comércio Indústria TREINADOR DO ANO José Martinez, Clube Ginástica de Portugal e Clube Naval Setubalense ARTIGO JORNALÍSTICO “Setúbal Inspira Desporto”, SMCI da Câmara de Setúbal EVENTO DESPORTIVO Rampa da Arrábida MÉRITO ACADÉMICO Tiago Venâncio ATLETA ESPERANÇA FEMININA DO ANO Inês Borba, atletismo, Vitória Futebol Clube
ATLETA ESPERANÇA MASCULINO DO ANO Rui Domingos, trampolins, Vitória Futebol Clube ATLETA DE DESPORTO ADAPTADO FEMININO DO ANO Sandra Pinto, remo, Clube Naval Setubalense ATLETA DE DESPORTO ADAPTADO MASCULINO DO ANO Filipe Ferreira, atletismo e andebol, União Desportiva para a Inclusão, APPACDM ATLETA FEMININO DO ANO Susana Costa, atletismo, SLB ATLETA MASCULINO DO ANO João Martinho, judo, SLB DIRIGENTE DO ANO António Estevão, Clube de Ténis de Setúbal MELHOR CLUBE Vitória Futebol Clube
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NEGÓCIOS
GENERAL ELETRIC
Empresa prepara plano de reestruturação global A 7 de dezembro último a administração da General Electric, em Setúbal, anunciou que tinha iniciado um processo de consulta, com os representantes dos seus trabalhadores, a nível europeu, como parte do plano de reestruturação global do seu negócio de energia. O processo de auscultação ainda decorre e pode demorar vários meses. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM GE
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General Electric (GE) apresentou, em dezembro último, uma proposta de redução «de 200 postos de trabalho diretos e o término dos acordos estabelecidos com prestadores de serviços locais», segundo fonte oficial da GE, no âmbito de um plano de reestruturação, resultante das condições de mercado e do impacto significativo que têm tido na atividade da General Electric.
Fonte oficial da GE adiantou ao Sem Mais que nenhuma decisão final será tomada, até o processo de consulta com os representantes dos trabalhadores, a nível europeu, estiver concluído. Algo que poderá levar «entre semanas a meses». No entanto garante a mesma fonte «as reuniões com os sindicatos têm decorrido de forma aberta e colaborativa». Eduardo Florindo, representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras do Sul (Site Sul), admite que as negociações «estão a decorrer, e há muita ex-
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petativa relativamente ao plano de reestruturação que o responsável da empresa apresentou no Comité Europeu». O objetivo, diz Eduardo Florindo, é evitar o encerramento da fábrica lusa e pressionar o governo «a arranjar investidores para Setúbal». Segundo o sindicato, a GE só tem trabalho até março deste ano e «enquanto a empresa continuar a enviar os trabalhos para o Vietnam a situação não vai melhorar». É preciso chegar a um entendimento o quanto antes ou, em alternativa, garantir que os funcionários, a confirmar se o cenário de
despedimento, «sejam recompensados com o valor mais alto possível». A luta dos trabalhadores, pela manutenção da laboração da fábrica de Setúbal, vai continuar com o sindicato a confiar na intervenção do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que acompanhando o processo, e tem reunido com a administração da empresa e com o próprio sindicato.
A GE pretende, com a extinção de 12 mil postos de trabalho a nível europeu, reduzir os custos operacionais da empresa ao longo do próximo ano. Uma consequência que, relativamente a Setúbal, poderá dever-se a «falta de investimento». Eduardo Florindo, dirigente do Site Sul, acusa a GE de ter «comprado a Alstom, apenas, para eliminar a concorrência, já que desde
2015 não investiu aqui nada». As reuniões, que sentam à mesma mesa representantes dos trabalhadores, administração da General Eletric Setúbal e Governo, vão continuar nas próximas semanas. O objetivo, na intenção de Eduardo Florindo, é fazer com que, «à semelhança de França, Itália e Espanha, a fábrica de setúbal não feche este ano».
NEGÓCIOS
Lauak vai construir uma creche para os filhos dos trabalhadores Multinacional francesa escolheu Grândola para implementar uma nova unidade de construção de peças para aeronaves e já começou o recrutamento TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM LAUAK
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a totalidade são 32 milhões de euros que a multinacional francesa Lauak vai investir em Grândola, onde começa em fevereiro a construção de uma fábrica de componentes para a industria aeronáutica que deverá estar a funcionar no início de 2019. Durante este ano, e em simultâneo, irá decorrer o processo de recrutamento, para a formação de trabalhadores, e a construção do edifício, que irá albergar três linhas autónomas de produção. Para já Armando Gomes, diretor-geral da Lauak Portugal, estima que sejam necessárias cerca de 80 pessoas, mas, até 2023, «a empresa espera empregar mais de 300».
Real gin moscatel é apresentado na Casa da Baía
Para uma maior e melhor rentabilidade, por parte dos recursos humanos, a Lauak anunciou, aquando da apresentação do projeto no passado dia 17, «a construção de uma creche, destinada a acolher os filhos dos trabalhadores». A Lauak já está implementada em Setúbal, com uma unida-
de de produção, e, com a fábrica de Grândola, tenciona produzir «materiais compósitos, portas de bagageira de carga, e outras peças maquinadas para Airbus, e componentes para o Falcon». A fábrica da Lauak Portugal começa a ser construída em fevereiro na Zona Industrial Ligeira (ZIL), em Grândola.
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Real Gin Moscatel, a mais recente aposta da DestilReal, a primeira destilaria de gin na península de Setúbal, é apresentado este sábado, à tarde, na Casa da Baía, em sessão de entrada gratuita com degustações. O Real Gin Moscatel, lançado no mercado em dezembro do ano passado, é uma edição limitada da gama Real Gin que junta à bebida destilada notas quentes de carvalho e o toque adocicado característico da uva moscatel.
O evento, organizado pela DestilReal, em parceria com o município setubalense, que arranca às 17 horas, inclui, além do novo gin moscatel, apresentações sobre a história do Real Gin e da destilaria DestilReal, de Pegões, e do método de produção, da origem ao método de engarrafamento. O encontro inclui uma ação subordinada às temáticas de botânicos e aromatização, a par da atividade Perfect Serve, uma prova de degustação para os participantes da iniciativa.
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EDITORIAL
OPINIÃO
Quando a propósito de 190 anos era 2008
Raul Tavares Diretor
Mudanças para breve
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Semmais retoma esta semana a sua edição normal. Não é a edição que se pretendia, após um período largo de paragem, pelas festas natalícias, final do ano, e pela preparação de uma nova abordagem em relação ao projeto editorial e sua dimensão gráfica. Esse ciclo de renovação não está fechado. Estamos a preparar essas mudanças e a reestruturar a nossa presença no mercado, num ano em que faremos duas décadas de presença ininterrupta junto de si. Mas não podíamos adiar por mais tempo o contato com o leitor. Daí, esta edição seguir a linha anteriormente traçada e não mais que isso. Prometemos, em breve, mostrar o trabalho de casa feito com o mesmo empenho, carinho e profissionalismo de sempre. Para já renovamos o nosso Estatuto Editorial, que se segue abaixo.
ESTATUTO EDITORIAL O SEMMAIS é uma publicação de informação generalista, plural, que segue o preceituado dos códigos de ética e deontologia da atividade jornalística e da comunicação social em geral. O SEMMAIS orienta a sua acção em nome do leitor e só do leitor, num escrupuloso escrutínio do interesse público. O SEMMAIS não permitirá nas suas páginas, por via da opinião publicada ou por via da sua produção editorial, qualquer abuso que possa concorrer ou suscitar ataques à idoneidade dos cidadãos, incluindo os detentores de cargos políticos. O SEMMAIS salvaguardará, ao limite do razoável, qualquer abuso que possa denegrir instituições e invadir a privacidade de quem quer que seja, desde que isso não colida com a verdade em nome do interesse público, nem com a liberdade responsável que o código de honra dos jornalistas acentua. O SEMMAIS é um projeto que se reinventa desde o seu início, que atingiu a sua maturidade em 20 anos de atividade ininterrupta, pelo que aposta no profissionalismo dos seus jornalistas e no rigor da sua informação, recusando imitações, plágios e outras formas de deturpar a sua própria produção de conteúdos. O SEMMAIS não aceita qualquer tipo de pressão, seja ela proveniente de meios políticos, económicos, credos, religiões ou de qualquer outra índole. O SEMMAIS está no mercado com edição semanal dirigida ao distrito de Setúbal, sendo que na última semana de cada período mensal, dedicará, em formato revista, uma edição ao Alentejo, nomeadamente aos distritos de Évora, Beja e Portalegre. O SEMMAIS reafirma que o leitor é o seu único credo e a razão da sua atividade. E, como tal, o aferidor exclusivo no que se refere à linha editorial adotada em cada um dos seus textos.
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e era, reescrevamos uma brigada de propaganda do PCP começando bem cedo uma das suas acções domingueiras por Foros do Trapo com paragem na primeira das tabernas por ali existentes, distribuindo um folheto contra o Código Laboral. O frio próprio das primeiras horas da manhã tanto retinha no interior os que já se aqueciam com ginja como não perturbava minimamente aquele idoso que rigidamente, em fim de tarde (tarde de regresso: a missão dos comunistas fora entretanto cumprida para os lados de Canha até a Herdade do Escatelar...) viria a manter-se sentado no mesmo local, perfil recortado pelo Sol que se ia afastando no horizonte, exibindo frente aos olhos, tal teimoso, o mesmo documento que recebera muito antes de almoçar. Já em Setúbal não havia quinta-feira em que Constâncio, de meia-idade, reformado notoriamente condicionado por dificuldades económicas, não viesse pedir um Avante! a quem já o lera durante a manhã ou a quem tivesse um outro ao seu alcance para uma leitura mais prolongada. Não poucas vezes fazia a apreciação a posteriori do Editorial, dos artigos e dos relatos das lutas (“que recordam as minhas, na Siderurgia Nacional”). E ainda assim se desculpava porque para acompanhar
Saramago, num “livro de 1976”, já tinha de recorrer algumas vezes (isto à noite) a um dicionário. E num local vizinho um mistério se dissolvia se perguntássemos a um outro homem simples porque razão, nos tempos mortos do seu labor, estava sempre a recorrer a um Atlas com uma lupa na mão: “Porque tive um acidente que me tirou quase a vista - ia-me tirando era quase a vida! -, mas eu não quero perder o hábito de ler e de pôr o cérebro a mexer…” E assim comentámos: “Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que lê!” Ao decidir que todas e quaisquer “conferências” suas fossem obrigatoriamente lidas de modo a “servir”, graças à materialidade da escritura, “de lição às pessoas que não (as) ouvem”, Lorca não imaginaria que as palavras que então dirigia aos seus conterrâneos na ocasião da inauguração da primeira Biblioteca Pública da província de Granada (no ano de 1931) manter-se-iam sem eco em Espanha e no resto do mundo durante mais de 50 anos, exactamente por desconhecimento do paradeiro do manuscrito. Na “Alocução ao Povo da Aldeia de Fuentevaqueros” - é dela que tratamos, também inédita em Portugal até que, por ocasião do 30º aniversário do 25 de Abril, o Sector Intelectual do
POLITICA E CULTURA VALDEMAR SANTOS MILITANTE DO PCP
Porto do PCP a editou com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues -, o autor presume que “se tivesse fome e estivesse desvalido na rua, não pediria um pão; pediria meio pão e um livro”. E envolve esta espécie de desassombro nomeando página a página por uma vez, faça-se o registo, 31 homens de letras e cultura Só a par de Cristóbal Plantino, fundador em Antuérpia da imprensa e da “livraria mais importante do mundo”, propiciadora dos “primeiros livros baratos”, e de Platão, cujas obras são singularmente anotadas como objecto de estudo das academias florentinas em pleno Renascimento, os nomes de Marx e Lenine são citados mais do que uma vez, e mesmo que em detrimento do dirigente bolchevique o poeta andaluz considere Fedor Dostoievsky “muito mais pai da revolução russa”, é a dois parágrafos de terminar o seu discurso que a páginas 57 trata Lenine como “grande”, “o grande Lenine”. Eis a razão porque “O Capital” é igualmente definido como “um
grande livro” do qual “arrancam todos os actuais movimento sociais comunistas”, a que se acresce um inaudito rigor de linguagem de quase assunção marxista a que não pode ser alheia uma tomada de partido pela tendência histórica que cinco anos depois os fascistas não perdoariam, assassinando-o no prelúdio da guerra civil: “agora (…) a humanidade tende para o desaparecimento das classes sociais, tal como estavam instituídas…” Os três homens de que falámos não tinham fome nem se esvaíam nas ruas. Correspondiam ao grito de Lorca, para quem os livros, afinal, não eram tudo, correríamos nós o risco de serem bem pouco(s): “E leitores! Muitos leitores!”. Não leram nem lerão “O Capital”, mas neles em 2008 estava desperto o sentido da evocação dos 190 anos do nascimento de Karl Marx. Já o PCP anuncia para 24 e 25 de Fevereiro, na Voz do Operário, a Conferência Comemorativa do agora II Centenário. Aonde? Nos Avantes!! Escritos no plural são mais duros!!!
Seixal, Quo Vadis?
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Orçamento de Estado é o documento elementar de orientação política dos Governos para o país, tal como os orçamentos dos municípios nos indicam as prioridades dos executivos municipais para cada território. Com o governo do Partido Socialista o país tem recuperado - de forma sustentada – da crise profunda originada pela política de austeridade aplicada pelo governo de Direita, esta recuperação do crescimento económico e do rendimento disponível tem possibilitado também o aumento nas receitas dos municípios, pelo que regra geral os orçamentos das Câmaras Municipais têm aumentado. O orçamento da Câmara Municipal do Seixal (CMS), não é exceção, prevendo para 2018 um orçamento de 86,5M€ que significa um incremento de 3,4M€ quando comparado ao orçamento de 2017. A aplicação deste aumento de dotação orçamental diz-nos qual a direção que o executivo
comunista quer seguir para a gestão do município. Essa direção – de curto prazo – é rumo à gestão corrente sem qualquer visão estratégica e estruturante para o concelho do Seixal. Passo a explicar: Do valor de 3,4M€ praticamente a totalidade 3M€ (ou seja 88%) vai ser destinado a despesas correntes, sem qualquer impacto no investimento e desenvolvimento do concelho do Seixal, esta letargia política para 2018, tem sido a mesma que tem guiado as últimas 4 décadas da gestão comunista. Para além deste claro indicador orçamental, existem mais evidências sobre a enorme falta de visão estratégica como são os indicadores económicos publicados no jornal Semmais do passado 16/dez sobre as 1.000 maiores empresas do distrito, onde todos os indicadores do concelho do Seixal [2010-2015] se encontram abaixo da média do distrito, designadamente: (i) variação do volume de negócios das empresas do Seixal -18%
ATUALIDADES BRUNO RIBEIRO BARATA AUTARCA DO SEIXAL
enquanto no distrito foi de apenas -2% (ii) variação do Valor Acrescentado Bruto gerado no Seixal -18% no distrito -6% (iii) variação do Pessoal ao serviço nas empresas -14% quando a média do distrito foi de -11%. Estes números – como o algodão – demonstram a incapacidade do executivo comunista em criar e implementar políticas de incentivo ao emprego e estratégias para captação de investimento. Pergunta o leitor, poderia o orçamento da CMS ser ainda pior? Poderia – respondo eu. Não fosse o contributo do Partido Socialista para este orçamento com medidas concretas adotadas pelo executivo os munícipes do Seixal não beneficiaram já para 2018: (i) da redução do IMI sobre prédios urbanos, de 0,40%, para
0,395%, após negociação da proposta do PS de 0,39%; (ii) da isenção do pagamento de derrama a empresas com volume de negócios até 150.000€. Seixal, Quo Vadis? Tenho esperança num projeto diferente para o Seixal, tendo a população no último ato eleitoral dado um sinal de mudança, votando na sua maioria nos partidos da oposição ao partido comunista, reconhecendo assim uma determinação de políticas diferentes que não se cinjam apenas ao curto prazo, de gestão corrente e sem qualquer visão de futuro. Se os concelhos vizinhos de Almada e Barreiro puderam mudar de rumo político, também o Seixal pode mudar para muito melhor.
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OPINIÃO
Por que razão se encerram balcões dos CTT?
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ace ao recente anúncio na comunicação social de encerramento de 22 balcões/estações dos CTT em todo o País, uma das quais no Concelho do Seixal, mais concretamente a Estação dos Correios de Aldeia de Paio Pires, questionamo-nos sobre as razões que levam a esta decisão por parte da Administração desta empresa. Todos reconhecemos aos CTT um papel insubstituível para a coesão social, económica e territorial do nosso país, devendo prestar um serviço público às populações, em prol da economia nacional e do desenvolvimento. E todos sabemos que compete ao Estado a responsabilidade de garantir que os serviços postais são assegurados em condições de igualdade a todos os cidadãos. Mas olhando à qualidade dos serviços prestados, observamos que na última década se assistiu a uma degradação do serviço dos CTT, ao encerramento de postos e estações (564 entre 2009 e 2016), ao aumento dos preços (a tarifa do correio normal aumentou 47 por cento), e despedimento de trabalhadores, ao mesmo tempo que se distribuem lucros pelos seus proprietários de mais de 72 Milhões de euros em 2017. Como grande utilizadora deste
serviço público postal, a Câmara Municipal do Seixal despende cerca de 500.000€ anuais em serviços prestados por esta entidade, onde ano após ano temos assistido a um decréscimo da qualidade do serviço, ao mesmo tempo que se tem registado um aumento dos tempos de entrega e dos preços praticados. O mesmo têm constatado os utentes dos CTT, pagando mais e assistindo à degradação dos serviços. Sobre a Estação de Paio Pires, vivem hoje nesta Freguesia cerca de 15 mil habitantes, dos quais um número significativo com dificuldades de mobilidade, e que se deslocam aos CTT para acederem a serviços de grande importância para as suas vidas, como por exemplo o levantamento da reforma, o pagamento de contas ou o levantamento de encomendas, e para quem a distância será um factor extremamente negativo. É também na Aldeia de Paio Pires que estão localizados os principais parques industriais do Concelho do Seixal, sendo esta estação de grande importância para as empresas aqui sedeadas. Actualmente com somente 2 trabalhadores, tem registado um fluxo intenso de utentes, e alcançado um superavit de mais de 50.000€ anuais, segundo informações veiculadas nos órgãos de
comunicação nacionais. Por isso se questiona as razões para este e outros encerramentos, pois: 1. Se as Estações prestam um serviço público essencial; 2. Se existe procura crescente para as mesmas; 3. Se são rentáveis, onde os proveitos superam os custos; Não se alcançam os fundamentos para esta opção da Administração. A Autarquia do Seixal já solicitou uma reunião aos CTT, mas também ao titular da pasta do Governo com responsabilidades sobre esta área, tendo convidado os 17 municípios e 22 freguesias alvo desta inusitada decisão para uma reunião conjunta a acontecer no próximo dia 5 de Fevereiro. Também entendemos que uma decisão desta gravidade deveria primeiro ter sido discutida com os representantes eleitos das populações e, ao não ter acontecido, a Administração dos CTT demonstra não só um grave desrespeito pelos seus utentes e trabalhadores, mas também pelos representantes das populações eleitos democraticamente. A Administração dos CTT está a propor a algumas Juntas de Freguesia que assumam os custos com a distribuição postal nos locais onde pretendem encerrar os seus balcões. Isto significa que teremos dinheiros
SIGA O NOSSO CONCELHO JOAQUIM SANTOS
PRESIDENTE C.M. DO SEIXAL públicos (das autarquias) a financiar as decisões de interesses privados. Esta situação é de duvidosa legalidade, mas acima de tudo imoral e injusta para com as populações que, para além de terem custos acrescidos com os sucessivos aumentos dos CTT, veriam agora diminuída a capacidade de intervenção da Juntas de Freguesia naquelas que são as suas responsabilidades e competências, para passarem a trabalhar para uma empresa privada. No limite poderá mesmo levar a que qualquer pequeno ou grande comércio tenha legitimidade para exigir o mesmo tratamento das Juntas de Freguesia ou Câmara Municipal que aceitem esta proposta da Administração dos CTT. Mas também o Governo, ao não intervir perante esta ruinosa decisão, demonstra uma inércia inaceitável perante mais um grave ataque ao serviço público postal. Para nós, o serviço postal tem uma importância estratégica para o país, para as localidades
e para a soberania nacional, pelo que não pode estar subjugado a uma mera lógica de acumulação de lucro, com prejuízo e desrespeito pelas populações. Por estes motivos a população e as autarquias estão contra esta lógica de encerramento de balcões dos CTT, com consequente despedimento de trabalhadores, e acentuada degradação do serviço postal. E acrescentamos que esta foi a gota de água que fez transbordar o copo. Está na hora de os CTT regressarem à esfera pública de onde nunca deveriam ter saído. Aqueles que defenderam a privatização dos CTT concretizada em pleno em Setembro de 2014 devem agora demonstrar se aquilo que venderam à data se concretizou. Como a realidade bem o demonstra, esses pressupostos não aconteceram, então é hora de dizer não aos encerramentos previstos, e sim ao reforço do serviço público postal, com gestão pública ao serviço das populações, dos Concelhos e do País.
Requiem por Passos Coelho - Rei Morto, Rei Posto
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018 começa para o PSD com ânimo renovado. Rui Rio ganhou e ganhou bem. Não digo isto porque tenha sido seu apoiante directo. Mas também não fui de Pedro Passos Coelho. Gosto de deixar bem claro a minha declaração de interesses. Sempre! Eu gosto de ambos. Estilos diferentes, mas duas personalidades a quem o PSD deve muito. Então se gosto de ambos por que não apoiei nenhum deles? Não o fiz por razões da minha vida pessoal. Após o meu segundo mandato na Câmara Municipal do Seixal e não exercendo nenhum cargo autárquico, nem sequer qualquer cargo interno (no partido), impus-me um período de nojo. Razão pela qual assumi desde a primeira hora que não me iria envolver nesta campanha interna, ainda que me tivessem tentado.
Explicado esse facto, devo acrescentar, antes de mais que Pedro Passos Coelho merece uma palavra. Não fui nunca seu apoiante e penso que o mesmo foi vítima da sua forma de fazer política. Ele e o PSD. Deixa um PSD de rastos, afundado nas sondagens e sem grandes perspectivas. Este é o partido que entrega a Rui Rio. Mas isso é injusto. É real, mas injusto. Pedro Passos Coelho foi um grande Primeiro-Ministro. Resgatou Portugal de um buraco para onde outros o meteram. E semeou a prosperidade que hoje vivemos. Resgatou igualmente o nosso bom nome nos palcos internacionais. Nunca soube foi fazer política. Um tecnocrata que não dava ouvidos a nada, nem a ninguém. Mas o PSD tem obrigação de não ter vergonha da sua obra. Mais, tem a obrigação moral de a lembrar. De explicar que hoje estamos apenas a colher o que semeámos. De explicar a
nossa diferença “genética” para com o PS. Eles ssemeiam dívidas. Governam como se não houvesse amanhã e quando saem deixam o caos. Nós, governamos em períodos de “vacas magras” e semeamos para um futuro melhor. E chega do discurso do “calimero”. As eleições já foram há três anos e se é verdade que ganhámos, mas perdemos no parlamento (somos um regime parlamentarista e António Costa foi hábil a fazer o que nunca ninguém antes dele tinha feito) a verdade é que temos de reconhecer que as coisas economicamente têm corrido muito melhor do que o esperado para uma “geringonça” de esquerda, com alguns laivos de extrema esquerda. Temos de nos afirmar com as n ossas propostas para o País, denunciando o que tem de ser denunciado, mas não andando a parecer contentes com cada
UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA PAULO EDSON CUNHA
VEREADOR PSD CÂMARA DO SEIXAL desgraça que assola o País. Hoje em dia, as redes sociais fazem mais oposição do que qualquer partido da oposição, pelo que não é por o líder da oposição andar todos os dias a “berrar” contra a inépcia do Estado que o Governo vai ser mais castigado. Há que escolher os nossos combates, não desgastar o líder e encontrar as causas que realmente interessam aos Portugueses. Quando Pedro Passos Coelho tomou a liderança do partido qual era a sua causa? A revisão da Constituição da República Portuguesa. Mas sem embargo da sua importância vocês acreditam que seja uma causa mobilizadora? Ora, aí está,
concentrem-se naquilo que o País tem e quer, nas propostas concretas para apresentar e, com o seu carisma e com o trabalho efectuado na segunda Câmara mais importante do País, estou certo que o PSD tem tudo para inverter o ciclo que vem vivendo. Até porque como Abraham Lincoln dizia “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.” E António Costa, por mais “habilidoso” que seja, nesta arte de “enganar”, não ultrapassará esta velha máxima.
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