Semmais 30 julho 2016

Page 1

Sábado 30 | Julho | 2016

Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 913 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita

ESPECIAL AMBIENTE & ENERGIA Dedicamos esta edição a temas ligados ao Ambiente e Energia, num conjunto de textos que relevam avanços, melhorias e boas práticas, mas também as zonas críticas que ainda apoquentam a região em diversas áreas. Um ponto de situação que fazemos em cada ano.


EDITORIAL

AMBIENTE & ENERGIA

Caminhar pela Região mais diversa do país – Setúbal – do Sado ao Tejo a pé!

Raul Tavares Diretor

Continuar a pugnar pela defesa do ambiente

N

as últimas décadas, os avanços ambientais no país e, especialmente, no distrito, foram muito consistentes. A sensibilização da opinião pública para esta vertente foi igualmente relevante. Na atualidade, o desenvolvimento de políticas ligados à conservação da natureza, à protecção ambiental, à reconversão das nossas unidades industriais e mesmo um olhar mais premente sobre a biodiversidade que é legado dos tempos, assumem uma importância capital. Tudo mudou. E o papel das associações ambientalistas, dos seus dirigentes e, sobretudo, a luta travada contra um investimento desregrado, deram resultado. Hoje os ambientalistas são parceiros e não já são vistos como um estrangulador do desenvolvimento. As câmaras e os seus líderes políticos também conquistaram espaço e geraram novas políticas ambientais. Foi, em todos os planos, uma mudança radical. Mas não foram apagados todos os problemas. Há ainda muito a fazer e é ainda necessidade mais esforço, mais sensibilização e mais políticas para atingir metas e conquistar objetivos. O que pretendemos com esta edição especial, é perceber os pontos críticos que ainda temos pela frente, perspetivar a melhor forma de os atacar e resolver. E dar crédito ao que de bom se vai fazendo na nossa região. É, como habitualmente, a nossa singela contribuição para uma área tão sensível e tão importante para a nossa vida comum. E isso é também cumprir o nosso papel editorial.

P

odia dizer que Setúbal é uma região que sofreu durante anos de uma dualidade desequilibrada, entre o desenvolvimento económico e os valores ambientais, com a primazia da indústria à custa do património natural, e mesmo até justificar que assim foig porque estávamos perante um modelo que criava emprego, mais bem pago que o trabalho agrícola, e no qual eram cumpridas regras básicas como a simples existência de horário de trabalho, o que tornava este modelo defendido pela sociedade. Mas com isso não acrescentava nada de novo! Do que vos quero falar é de algo que falta fazer e do caminho a seguir! E os exemplos estão mesmo à nossa porta, só temos de cruzar o que temos com o que queremos! Está na moda falar de turismo, tema que não é estranho à região, e em particular o turismo de natureza, sendo a comunidade de Golfinhos do Sado o seu tão badalado ex-libris. Mas quem olha para o turismo de natureza identifica uma outra área de negócio, com criação de valor local e partilha de rendimentos à escala das comunidades e que é a ativida-

de de Pedestrianismo, mais vulgarmente conhecida por Caminhadas (Trekking). Portugal tem dois exemplos de extraordinária qualidade nesta área, que devem servir de inspiração para a região de Setúbal – a Via Algarviana (www.viaalgarviana.org) e a Rota Vicentina (http://pt. rotavicentina.com). A Via Algarviana percorre o Algarve de Este a Oeste, numa extensão de mais de 300km, os quais se ligam de forma harmoniosa aos cerca de 400km que integram a Rota Vicentina, trazendo os caminhantes pelo mais íntimo destas regiões e comunidades, de Alcoutim a Santiago do Cacém. Elas representam em conjunto, a mais completa e diversificada ferramenta de promoção turística do mundo rural do Sul de Portugal, ao mesmo tempo que se constituem como um instrumento de criação de valor, de promoção dos valores naturais e da sua conservação ativa! Não substituem outros produtos turísticos e nem sequer competem com eles. São ofertas complementares e que combatem de forma eficiente o conhecido flagelo da sazonali-

ATUALIDADES NUNO BANZA

ENGENHEIRO DO AMBIENTE dade, que põe em perigo o investimento e o emprego nos setores do turismo de sol e praia. Os exemplos de que vos falei acumulam prémios nacionais e internacionais, ao mesmo tempo que trazem já hoje às regiões onde estão implantados, milhares de caminhantes provenientes de um número surpreendente de países diferentes. Com isso, estão a estimular a criação de novos negócios locais, a promover a cultura, o artesanato e os valores naturais, ao mesmo tempo que ajudam a combater a tão falada sazonalidade do turismo de sol e praia, que vale hoje pouco mais de meia dúzia de semanas por ano. De Santiago do Cacém, onde termina a Rota Vicentina, até Almada, ou até Alcochete, não falta por onde passar nesta que é talvez a região com maior diversidade de habitats naturais e valores culturais.

Temos por isso de começar a andar a pé! Para tal, precisamos de traçar os nossos melhores caminhos! Por onde? Pelos sapais, pelas serras, pelas encostas, pelas arribas fósseis, pelos arrozais, pela floresta mediterrânea, pelas vinhas, pelas salinas, pelos castelos e por tantos outros locais de grande valor que todos conhecemos! Falta traçar a rota e as suas variantes e dar-lhe um nome! Entre as rotas do Sal vindo do Sul e as terras do vinho e da vinha nas planícies da região, passando pelas linhas escritas por Sebastião da Gama sobre a Arrábida, ou a construção das naus para os descobrimentos, certamente que se encontrará o nome certo! O desafio está lançado. Para quem como eu, acredita que o turismo é uma ferramenta de desenvolvimento sustentável, esta ideia não é certamente assim tão estranha. Eu, voluntário me confesso para esta causa!

Petróleo sim

E

se houver petróleo no Algarve? A prospeção de petróleo no Algarve mostra muito claramente o país que somos: pobres assumidos. Qualquer um, por ser autarca, empresário do turismo, representante de associação, etc., diz o que lhe apetece. Mas o pior não é isto, tudo o que se diz tem o mesmo valor e peso independentemente de quem o diz. Triste país este, onde a pobreza é incontornável e assenta-nos muito bem. Honra seja feita ao presidente da câmara municipal de Monchique, que é extremamente, claro, conciso e honesto quando afirma: “não queremos petróleo no Algarve, ponto.” É mesmo só isto, há um conjunto de interesses equivocados que soube manipular a opinião de uma região, o Algarve, que não quer a exploração de petróleo no

2 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

Algarve. Desde o cidadão – neste caso muitas vezes estrangeiro, que escolheu vir para Portugal viver a reforma – que quer a rua limpa mas não quer o contentor à porta de sua casa, até ao hoteleiro que quer “sol na eira e chuva no nabal”, tudo vale de argumento contra o petróleo no Algarve. Um dos argumentos mais citados, designadamente por autarcas e empresários, é a qualidade ambiental e a boa imagem do Algarve nesta matéria. O petróleo põe em causa o exemplo ambiental que é o Algarve, dizem eles. Só pode ser mesmo piada, uma anedotas das boas; o Algarve não é bom exemplo de coisa nenhuma. Em matéria de ambiente devemos exigir que esta gente seja minimamente coerente e faça uma revolução ambiental no Algarve. O que farão ao aeroporto de Faro que está no

ATUALIDADES CARLOS CUPETO

UNIVERSIDADE DE ÉVORA Parque Natural da Ria Formosa? Ou será que esta e outras centenas de factos já não chocam os turistas que visitam o Algarve, como chocaria a eventual exploração de petróleo? Certamente que o aeroporto será para fechar muito em breve. Igualmente também não faz sentido, porque é profundamente contraditório, que o Algarve, como todas as regiões, continue a assentar a sua economia em combustíveis fósseis. Certamente que as estações de serviço vão começar a encerrar e que vamos ver enormes cartazes a

anunciar “Algarve livre de combustíveis fósseis”, tão ridículos como uns que se viam em muitos concelhos há uns anos a anunciarem “zona livre de armas nucleares”. Mas há mais, como o tema dá tempo de antena os habituais ilustres defensores das supostas grandes causas apressam-se a criar associações. Imagino o modo de vida, totalmente contraditório e incoerente, que essa gente tem. Quantas milhas de avião fazem por ano e como se deslocam todos os dias? Basta de pobreza. Miserável país este.

Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@ mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98


AMBIENTE & ENERGIA FRANCISCO FERREIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO ZERO, ALERTA PARA NCESSIDADE DE CONTINUAR A CUIDAR DO AQUÍFERO

«O aquífero da região de Setúbal merecia um acompanhamento monitorizado das águas subterrâneas» O antigo presidente da Quercus considera que é urgente montar um sistema de monitorização do aquífero subterrâneo da região, pois só assim se consegue equilibrar, cuidar e preservar tão importante recurso natural. E identifica três tipos de ameaças às nossas águas do subsolo.

TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM

É

fundamental e urgente conhecermos e cuidarmos melhor do rico aquífero da nossa região, dado que ele é uma garantia de abastecimento de água para todas as atividades, num futuro que está ameaçado por causa das alterações climáticas», alerta Francisco Ferreira, antigo presidente da Quercus de Setúbal e que agora está ligado à Associação Zero, também de cariz ambiental. Francisco Ferreira defende uma monitorização das águas

subterrâneas do aquífero da Península. «Existe monitorização, à escala nacional, das águas superficiais, mas não existe das águas subterrâneas. O nosso aquífero merecia um acompanhamento monitorizado para corrigir problemas identificados, como o excesso de água recolhido e a contaminação derivada da agricultura. É fundamental aplicar as boas práticas, pois só assim teremos um aquífero mais equilibrado, cuidado e preservado». De acordo com a mesma fonte, existem três tipos de problemas que estão a afetar o rico

e vasto aquífero da nossa região. Por um lado, reconhece que existem «muitos problemas» ao nível da captação de furos domésticos, com a agravante de que «muitos deles não são feitos cuidadosamente, ou seja, impedem a comunicação entre os diferentes níveis de profundidade, o que pode e tem a causar a contaminação de algumas zonas do nosso aquífero». Estes casos dão-se, sobretudo, nas zonas consideradas mais rurais da Península de Setúbal. «Os furos de uso doméstico nas zonas rurais, feitos pelas pessoas, são um risco elevado para o nosso lençol

freático», Ferreira.

sublinha

Francisco

Boas práticas e educação ambiental Para combater esta situação, Francisco Ferreira aconselha a implementação de «boas práticas e também a nível educacional das pessoas», porque os furos domésticos são os casos «mais complicados» de poluição do aquífero, sublinhando que também é importante a fiscalização «avançar no terreno». Já na área da indústria, Fran-

cisco Ferreira constata que, sobretudo na zona da Península da Mitrena, no concelho de Setúbal, é captado do nosso aquífero «grandes quantidades» do precioso líquido. «Isto constitui a principal ameaça ao nosso aquífero, porque a exploração da água não é feita de forma sustentável. Estamos perto do limite», vinca. Por outro lado, queixa-se que os agricultores da região utilizam «grandes quantidades» de água nas regas das suas explorações agrícolas. «São quantidades significativas de água que também colocam em risco o aquífero, sobretudo nos concelhos de Alcochete, Palmela e Montijo, onde existem muitas explorações agrícolas e estufas de plantas e de flores», refere, acrescentando, por sua vez, que a utilização desregulada de utilização de pesticidas, herbicidas e de fertilizantes, nas atividades agrícolas e agro-pecuárias, também são prejudiciais ao aquífero da nossa Península, uma vez que constituem focos de contaminação do aquífero».

PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 3


AMBIENTE & ENERGIA RETOMA AMBIENTAL JÁ ALCANÇOU PONTOS POSITIVOS NA QUALIDADE DA ÁGUA E GARANTIA DE BIODIVERSIDADE

Rio Sado tem mais vida e o Tejo respira melhor Os dois rios que atravessam a região já conheceram dias piores, reflexo do trabalho de décadas. A contínua presença da comunidade de golfinhos no Sado e a presença da mesma espécie no Tejo são bons exemplos. Mas há algumas diferenças a sublinhar. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

O

s dois rios que atravessam a região iniciaram uma «retoma ambiental» que já alcançou reflexos na qualidade da água, devolvendo garantias de subsistência a alguma da biodiversidade que já conheceu piores dias. A pre-

sença de golfinhos no Tejo será um dos exemplos mais mediáticos. «O caminho é longo, mas temos conseguido melhorar o ambiente em ambos os estuários, assegurando mais qualidade da água, dos sedimentos e dos ecossistemas envolventes», sublinha Francisco Ferreira, dirigente da associação ambienta-

PUBLICIDADE

4 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

lista Zero, para quem são hoje visíveis os resultados de um trabalho de décadas. «Quer ao nível do tratamento de águas residuais industriais e domésticas, quer também noutras áreas, como a agricultura, com imposições que reduzem a carga poluente», acrescenta. Ainda assim, todos os cuidados são poucos, pelo que é pre-

ciso continuar a evoluir rumo à despoluição. «Devemos ter a noção de que os estuários, e apesar desta melhoria, ainda têm um passivo histórico grande em termos de poluição», sublinha. Cita o exemplo do Sado, que, segundo diz, continua a ter alguma contaminação proveniente de explorações mineiras e de efluentes, bem como das próprias explorações agrícolas. «O mesmo se passa com o Tejo, onde continuam a existir fontes poluidoras. É verdade que tem vindo a melhorar, mas é preciso fazer muito mais», insiste, criticando o espaço ganho pela pesca ilegal que está explorar os recursos de forma excessiva, impedindo a recuperação de muitas espécies que em tempos eram «a mais-valia económica», segundo Francisco Ferreira. Tejo continua a pagar fatura por ser “internacional” A Quercus exibe uma visão semelhante sobre os dois rios. João Branco, o presidente da as-

sociação, destaca que o Tejo apresenta melhorias, continua a pagar cara a fatura de ser um rio internacional, que depende da água vinda de Espanha, mas que «nem sempre vem em condições», alerta, acrescentando que, para piorar a situação, «há uma série de indústrias poluidoras» ao longo do caudal. «Têm um impacto muito grave na qualidade da água sendo recorrente a morte de peixes, porque a água está poluída em algumas zonas», diz, considerando que o Sado tem hoje um estatuto diferente. «Como não tem tanta pressão, nem nada que se pareça com o Tejo em termos de poluição, tem hoje uma evolução positiva na qualidade da água. Sabemos que há muito ainda a fazer, mas como deixou de se poder poluir impunemente, como acontecia há 20 anos, é possível que, apertando mais a malha e dando condições às autoridades para fiscalizarem, se consiga melhorar muito mais», resume João Branco ao Sem Mais.


AMBIENTE & ENERGIA NOVA SINALÉTICA COM FRASES DE SENSIBILIZAÇÃO E DECORADAS COM GOLFINHOS E OUTROS ELEMENTOS LIGADOS À NATUREZA

Setúbal lança nova campanha ambiental para sensibilização de limpeza das praias dos reptos lançados a munícipes e visitantes nesta campanha.

“Estenda a toalha numa areia limpa. Não deixe o lixo ocupar o lugar!”, “Obrigado por deixar a praia limpa. Por si e pela sua família”, “Não deixe que a maré varra o seu lixo. Mantenha a praia limpa!” e “O lixo vem sempre à superfície. Não o esconda debaixo da areia!” são alguns dos reptos lançados a munícipes e visitantes nesta campanha.

A

limpeza das praias de Setúbal está em foco numa nova campanha ambiental, lançada em meados de julho, com um conjunto de mensagens afixadas em placas instaladas na estrada que atravessa a Arrábida para sensibilizar a população para uma “Praia mais Limpa”.

A iniciativa, impulsionada pelo município e enquadrada na campanha de sensibilização e educação ambiental “Setúbal em Bom Ambiente”, incluiu a colocação, no dia 15, de um conjunto de placas em ambos os sentidos de circulação na estrada que dá acesso às várias zonas balneares da Arrábida.

Figueirinha ostenta pelo oitavo ano a Bandeira Azul

O azul, o verde e o amarelo saltam à vista nas placas instaladas nas imediações das praias de Albarquel, da Figueirinha, de Galapos e dos Coelhos, a par do Creiro e do Portinho da Arrábida, com frases de sensibilização e decoradas com golfinhos, peixes e outros elementos relacionados com a natureza e a ativi-

dade balnear. “Estenda a toalha numa areia limpa. Não deixe o lixo ocupar o lugar!”, “Obrigado por deixar a praia limpa. Por si e pela sua família”, “Não deixe que a maré varra o seu lixo. Mantenha a praia limpa!” e “O lixo vem sempre à superfície. Não o esconda debaixo da areia!” são alguns

A Praia da Figueirinha ostenta, pelo oitavo ano consecutivo, a Bandeira Azul, distinção que atesta a qualidade de excelência desta zona balnear da orla marítima de Setúbal, a que se junta a Bandeira da Qualidade de Ouro, galardão que também está presente em Galapos, no Portinho da Arrábida e, este ano, na Praia de Albarquel. Esta nova iniciativa dá continuidade à estratégia municipal de melhoria da qualidade ambiental no concelho, materializada na campanha “Setúbal em Bom Ambiente”, com um conjunto de ações direcionadas para a população em geral e, em particular, para a comunidade escolar.

PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 5


AMBIENTE & ENERGIA PROPRIEDADE DA “THE NAVIGATOR COMPANY” ESTÁ INTEGRADA NA NATUREZA E É GERIDA DE FORMA SUSTENTÁVEL

Viveiros da Herdade de Espirra são o maior produtor mundial de eucalipto periência, de mais de três décadas, na produção de plantas de qualidade superior. As plantas destinam-se à florestação das áreas geridas pelo grupo e ao funcionamento do mercado em geral. «Somos a maior produtora mundial de Eucalyptus globulus, planta clonal com a mais elevada categoria de certificação, “testada”. Comercializamos mais de 30 diferentes plantas florestais, 130 espécies ornamentais e arbustivas, além de diferentes variedades de oliveira», sublinha fonte da empresa.

As três unidades dos “Viveiros Aliança”, de onde se destaca os localizados na Herdade de Espirra, em Pegões, produzem mais de três dezenas de plantas florestais, num total de 12 milhões de plantas por ano.

O

s viveiros Aliança, que dispõem de três unidades de produção localizadas na Herdade de Espirra (Pegões), Carniceira (Tramagal), e em Ferreiras (Penamacor), produzem mais de 12 milhões de plantas por ano.

Herdade foi adquirida pela antiga Portucel em 1985 A Viveiros Aliança comercializa mais de 30 diferentes plantas florestais e ainda 130 espécies ornamentais e arbustivas,além de cinco variedades de oliveira, em diferentes tamanhos e vasos. Estes viveiros funcionam

PUBLICIDADE

6 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

em simultâneo como local de venda ao público, podendo encontrar-se em qualquer um deles todas as espécies florestais e ornamentais produzidas pela empresa. Esta empresa, da The Navigator Company, possui uma ex-

Além disso, os viveiros Aliança, constrói espaços de lazer projetados à sua medida e executa jardins desenhados para pequenas ou grandes áreas, desde a horta de aromáticas à recuperação de espaços fabris ou à exploração de inertes.

Adquirida pela Portucel em 1985, a Herdade de Espirra, localizada na zona de Pegões, a cerca de 50 quilómetros a sul de Lisboa, é um espaço diversificado em termos de ocupação do solo. Logo à entrada evidencia-se a área social, que integra a sala de reuniões, escritórios, moradia, adega e armazém. O traçado das construções deste “monte” integra-se harmoniosamente na paisagem, corresponde à arquitetura da região e está patente na imagem dos vinhos. A Herdade de Espirra é uma propriedade perfeitamente integrada com a natureza, gerida de forma sustentada e em respeito com as normas em vigor, devidamente controlada por entidades competentes que permite que os vinhos aqui produzidos tenham a designação de vinho obtido a partir de vinhas em Produção Integrada.


PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 7


AMBIENTE & ENERGIA CHAMA-SE ROTA VICENTINA, CONQUISTA CADA VEZ MAIS NOVOS ADEPTOS E JÁ COMEÇA A TER IMPACTO ECONÓMICO

Caminhos alentejanos entre rebanhos e pesca As caminhadas pegaram de estaca e o litoral alentejano oferece uma das rotas com maior sucesso. Ganha o meio ecológico, a qualidade de vida e o turismo rural. São trilhos singulares, onde se pode vivenciar pedaços de natureza quase em estado virgem. Um encontro com serra, mar, montados e um caminhar ao lado de rebanhos.

TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM

Q

ue as caminhadas pegaram de estaca na região já não é propriamente novidade. Mas sabia que há uma rota em destaque em pleno Litoral Alentejano? Que conquista novos adeptos quase diariamente? E que até já as unidades hoteleiras estão sentir o impacto do sucesso? Chama-se Rota Vicentina e oferece trilhos singulares, onde pode encontrar natureza se mantêm virgem, de Santiago do Cacém a Sagres. Entre a serra e o mar, cruzando montados, caminhando ao lado de rebanhos sob o olhar atento dos pastores que guardam a paisagem.

Raquel Oliveira, representante das Casas do Moinho, um turismo de aldeia, confirma o aumento da procura: «Os caminhantes começaram a aparecer em grande número. A procura tem sido muita e estamos praticamente completos», revela, numa altura que a Rota Vicentina que vem conquistando mais praticantes em duas frentes. É que além do trilho dos pescadores, junto ao mar, existe o caminho histórico, que cruza as aldeias da região. «Isto já é conhecido no país e está a trazer para cá muita gente. Temos ainda a vantagem de oferecer o circuito da praia, o que leva as pessoas a fazerem reservas de dois dias», acrescenta Ra-

quel Oliveira, para quem a unidade onde trabalha «goza do privilégio da localização, porque as pessoas sabem que o local é o ideal para fazer a rota», explica, admitindo que mesmo na chamada época baixa já costumam aparecer mais clientes portugueses, sobretudo de quinta-feira a sábado, para uma «escapadinha» de última hora. Se quiser embarcar nesta aventura saiba que o caminho histórico oferece um itinerário rural que percorre as principais vilas e aldeias por entre argumentos com séculos de história, incluindo um total de 12 etapas e 230 quilómetros. Constituído maioritariamente por caminhos rurais, trata-se de

uma clássica Grande Rota, totalmente percorrível a pé e de BTT, com troços de montado, serra, vales, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pelos trilhos da natureza, tal como é apresentado pelo site pt.rotavicentina.com. Rota foi distinguida pelo European Ramblers Association Em fevereiro o Caminho Histórico da Rota Vicentina foi distinguido com a Certificação Europeia Leading Quality Trails – Best of Europe, da responsabilidade de ERA (European Ramblers Association), integrando o lote exclusivo dos melhores destinos

de caminhada na Europa. Mas se esta rota exibe um grau de dificuldade «fácil», o trilho dos pescadores apresenta-se com o estatuto de «algo difícil». O pt.rotavicentina.com revela que decorre sempre junto ao mar, seguindo os caminhos usados pelos locais para acesso às praias e pesqueiros. «Trata-se de um single trackpercorrível apenas a pé, ao longo das falésias, com muita areia e por isso mais exigente do ponto de vista físico. Um desafio ao contacto permanente com o vento do mar, à rudeza da paisagem costeira e à presença de uma natureza selvagem e persistente», sublinha. Inclui um total de quatro etapas e cinco circuitos complementares, num total de 120 quilómetros. A ter em conta: É proibida a circulação de veículos nas dunas, tratando-se de um circuito para fazer exclusivamente a pé com um máximo de 20 pessoas por grupo. O trilho dos pescadores não é recomendado a pessoas com vertigens ou com medo de alturas. 60 a 70% dos trilhos são arenosos, enquanto a sinalética é intuitiva para fazer o percurso em autonomia nos dois sentidos com quatro etapas de um dia com um máximo de 22 quilómetros e cinco circuitos complementares.

PRESIDENTE E ADMINISTRADOR MARCARAM PRESENÇA NAS MARATONAS DE PRAIA NO LITORAL ALENTEJANO

Associação Mutualista Montepio soma e segue em ações no distrito de Setúbal A Ultra Maratona Atlântica e a Corrida Atlântica da Comporta, duas provas inéditas sob os areais do nosso litoral alentejano contaram com o apoio da Associação Mutualista Montepio, que anualmente dá corpo a atividades de responsabilidade social e de voluntariado no distrito. E a cor coral da instituição abrilhantou um dia de praia em cheio. TEXTO ANABELA VENTURA IMAGEM SM

A

Associação Mutualista Montepio, que mantém uma forte relação com o distrito, marcou forte presença na Ultra Maratona Atlântica e Corrida Atlântica da Comporta, entre os areais de Tróia e Melides, uma das iniciativas desportivas mais relevantes do calendário de verão na região.

A cor coral da Associação, que foi uma das instituições parceiras da edição deste ano daquela prova, deu um colorido especial nomeadamente nas praias do Carvalhal, Comporta e Bico das Lulas, além de ter proporcionado espaços de diversão e animação a adultos e crianças, que puderam desta forma desfrutar de insufláveis e palcos de atividades, com aulas de zumba, street dance e body balance.

8 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

A iniciativa contou ainda com uma delegação ao mais alto nível da Associação Mutualista, nomeadamente o presidente Tomás Correia e os administradores, Carlos Beato, responsável enquanto presidente do município de Grândola pelo lançamento desta prova inédita - toda corrida em zona de praia – e Fernando Ribeiro Mendes. Estiveram igualmente presentes, o presidente da câ-

mara gransolense, Figueira Mendes e o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva. Projetos sociais e de voluntariado no cardápio da Associação Mutualista Recorde-se que a Ultra Maratona Atlântica foi corrida num percurso de 43 quilómetros e a Corrida Atlântica da Comporta,

num percurso de e 15 quilómetros, num total de 650 participantes. Recentemente, e como é já habitual todos os anos, a Associação Mutualista Montepio, através dos seus projetos de responsabilidade social e de voluntariado, desenvolveu, entre várias outras atividades no distrito, limpeza de praias e da Mata da Machada, no Barreiro.


AMBIENTE & ENERGIA BRUNO VITORINO, VEREADOR DO AMBIENTE DA CÂMARA DO BARREIRO, E OS ‘TRUNFOS’ AMBIENTAIS DO CONCELHO

«Quero continuar a valorizar este território que marca de referência do Barreiro e da região» O autarca que nos último mandato tem liderado a tutela do ambiente na autarquia explica o que tem sido feito para proteger, conservar e dinamizar a Mata da Machada e o Sapal do Rio Coina, zonas estratégicas do concelho e da região. Mas há, afirma, outras objetivos a conquistar.

Depois dos esforços desenvolvidos nos últimos anos no sentido de classificar a protecção da Mata da Machada e do Sapal de Coina, que balanço podemos fazer? O balanço que posso fazer é bastante positivo, considero a Mata da Machada e o Sapal do Rio Coina são estratégicos para o desenvolvimento do concelho do Barreiro. E devem merecer uma atenção especial, não só para que a população possa utilizar estes espaços, mas também pelo valor natural e paisagístico que estas áreas apresentam, num concelho tão pequeno como o nosso e com um passado tão associado à indústria. A classificação como área protegida local, veio fortalecer a importância destes locais. Embora com alguns aspectos a melhorar, considero que com este estatuto será possível olhar para esta área, e definir usos, compatibilizando da melhor forma a utilização humana e a conservação da natureza. É também importante em termos de promoção e divulgação, dando a conhecer a Reserva Natural do Barreiro, e funcionando como um excelente cartão-de-visita para o concelho. Atualmente, também se pode considerar que essas duas áreas tão relevantes

PUBLICIDADE

para o ambiente do concelho e da sua biodiversidade, foram devolvidas ao usufruto público. É assim? O trabalho estruturado e pensado de valorização e promoção da Mata da Machada e do Sapal do Rio Coina iniciou-se no meu primeiro mandato (20052009) em que fiz uma aposta clara nestas áreas naturais que considero essenciais para o desenvolvimento do concelho do Barreiro e para a qualidade de vida dos Barreirenses. Começámos por pensar e definir uma estratégia: fizemos estudos sobre biodiversidade para conhecer os valores naturais em presença, instalámos equipamentos para apoio aos visitantes como o circuito de manutenção e circuitos pedestres e de BTT, dinamizámos centenas de actividades junto da população no Centro de Educação Ambiental, demos início a iniciativas como a Machada em Família e a Subida do Rio Coina. Nesta fase inicial, sim considero que a Mata foi devolvida à população, que criámos condições para que as pessoas a procurassem e quisessem conhecer. Nos anos seguintes, fomos melhorando as condições existentes para usufruto dapopulação. Neste momento posso afirmar que centenas de pessoas passaram a visi-

tar e a viver a Mata nos últimos anos fruto do trabalho desenvolvido. Que falta fazer para continuar o projeto da sua envolvência pública e notoriedade como duas manchas ecológicas tão especiais para a região? Quero continuar a valorizar este território que é uma marca de referência para o concelho, que já o começa a ser para a Península de Setúbal e para a Área Metropolitana de Lisboa. Dinamizar mais actividades. Na minha opinião a discussão futura deverá centrar-se na gestão da Mata da Machada. Considero que quem está mais perto, gere melhor, e neste sentido gostaria de trazer à discussão que a gestão deste espaço passasse a ser da responsabilidade da Autarquia. É um tema sensível, que deve ser analisado sob vários aspectos, mas havendo abertura por parte da Administração Central e condições técnicas e financeiras por parte da Autarquia, penso que seria uma opções que a todos beneficiaria. Permitiria, por exemplo, atrair investimento privado nas área de turismo de natureza, para poder criar melhores condições e di-

versificar a oferta para quem nos visita. Que outros pontos podemos acentuar no que respeita ao seu pelouro? Não posso deixar de realçar o papel ativo da S.ener-

gia - Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita e Montijo, que ao longo destes quase 10 anos (2007-2017) tem actuado no território como agente da divulgação e promoção da Eficiência Energética, das Energias Renováveis e da Utilização Racional de Energia, junto dos municípios, das empresas, da população e das suas organizações. Ao longo deste período, a S.energia tem apoiado os seus municípios na definição de uma estratégia que contribua para a redução das suas emissões de CO2, procurando soluções e financiamento para a implementação de medidas concretas que apoiem a sustentabilidade energética e ambien-

tal dos municípios que a constituem, e a melhoria da qualidade de vida das suas populações. Uma das iniciativas que demonstram a acção conjunta entre a Autarquia do Barreiro e a S.energia é o Eco.Desafio, um projecto que foi pioneiro a nível nacional. Este é dirigido às colectividades e associações e IPSS’s do concelho, e pretende sensibilizar e promover boas práticas ao nível da gestão ambiental, ao mesmo tempo de faculta informação sobre as tecnologias actuais permitindo que as instalações das entidades aderentes, através de apoio técnico e financeiro, se tornem mais sustentáveis. Com isto reduzem emissões e poupam nos custos.

CANDIDATURA DO PROGRAMA LIFE DO PROJETO BIODISCOVERIES Bruno Vitorino destaca também o trabalho desenvolvido no âmbito do Projecto Biodiscoveries, uma iniciativa que visa o controlo de espécies invasoras na Reserva Natural Local, resultado de uma candidatura ao Programa LIFE da Comissão Europeia, que permitiu alocar cerca de 1.300.000 euros a este que é um dos maiores problemas de perda de biodiversidade do planeta. «Pretende-se envolver a população, através da adopção de pequenos talhões, em que grupos de voluntários ficam responsáveis pelo descasque de acácias e/ou arranque de chorão nesta área. Já conseguimos envolver mais de 1500 voluntários, individuais ou através de organizações e contamos com a ajuda de todos os que queiram conhecer melhor este projecto», explicou o vereador.

ARESTAURANTE CASA SETÚBAL DO PEIXE PORTUGAL

RUA GENERAL GOMES FREIRE 138 | 960331167 SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 9


AMBIENTE & ENERGIA PAULO DO CARMO, RESPONSÁVEL PELO NÚCLEO DA QUERCUS DO LITORAL ALENTEJANO FAZ PONTO DE SITUAÇÃO

«Ainda temos muitos focos críticos, como seja a poluição atmosférica e a situação dos aquíferos» Na primeira pessoa, o dirigente da Quercus, que nos últimos tempos têm assumido uma voz audível em defesa do ambiente na região e a nível nacional, traça os pontos positivos e negativos do quadro ambiental no distrito.

O

nosso distrito tem uma riqueza ambiental e paisagística quase ímpar a nível nacional. É preciso não esquecer que estão no nosso distrito os dois maiores estuários nacionais, que são o Sado e o Tejo, assim como o Parque Natural da Arrábida (que comemora no dia 28 de Julho 40 anos), a Arriba Fóssil da Costa da Caparica, a Lagoa de Santo André e a da Sancha que são também Reservas Naturais, e uma pequena parte do Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano. Além disso, também é importante realçar a beleza inigualável das praias da Costa

Alentejana cada vez mais procuradas e reconhecidas como um ex-líbris Ambiental. O nosso distrito, como no resto do país a evolução foi muito significativa a nível Ambiental, há avanços em determinadas áreas que não posso deixar de evidenciar, como o abastecimento de água que nosso distrito supera mais de 95% da população, o tratamento das águas residuais em que quase que acabou o despejo directo das mesmas sem qualquer tipo de tratamento, a recolha do Lixo, em que se encerraram as lixeiras a céu aberto apostando na recolha e reciclagem do mesmo.

A importância da requalificação ribeirinha e do litoral Destaco também os avanços que têm sido desenvolvidos na descontaminação dos solos, no Barreiro, Seixal e área de Sines, zonas industriais muito pesadas em termos ambientais, em que o Seixal e o Barreiro foram durante muitos anos pólos industriais de grande relevância a nível nacional em que o encerramento da maior parte das unidades industriais veio a criar um passivo ambiental bastante grande. Muito importante também a requalificação do nosso litoral com a erradicação de centenas de barracas e a implementação de Pla-

nos de Praia, que vieram a criar melhores acessos e ordenamento às nossas praias. Continuamos a ter pontos críticos na área do Ambiente no nosso distrito nomeadamente em Sines, que apesar da importância socio-económica do complexo industrial de Sines para o nosso distrito e também para o nosso país os impactos ambientais são bastante elevados na qualidade do ar da região, bem como no solo e lençóis freáticos, em que é urgente uma a monitorização destes indicadores de uma forma mais partilhada, por outro lado é impensável e grave que a localidade da Comporta, que é um dos símbolos do litoral alentejano não possua tratamento de esgotos e descarregue directamente no rio sado, com todos os impactos negativos no estuário. Poluição do ar e ruído na Siderurgia Nacional A Siderurgia Nacional continua um foco muito grave de poluição do ar e de ruído com impactos significativos na população residente; O complexo Industrial de Setúbal continua a ter impactos muito negativos no estuário do sado, e por último o atentado ambiental que é a presença da Secil, uma industria cimenteira e pleno parque natural da Arrábida, candidato a património da humanidade,e que é um péssimo cartão-de-visita para a cidade de Setúbal e para a região.

Para melhorar, é necessária uma maior aproximação, por exemplo, entre as ONGS e o setor empresarial . Como Presidente da Quercus não posso deixar de lançar o desafio às empresas, que pela sua actividade, têm um forte impacto ambiental, que haja uma maior aproximação, para que possamos em conjunto construir um futuro melhor assente no desenvolvimento, na criação de valor e em melhor ambiente para todos. E aqui entram também os Municípios, que têm um papel estratégico fundamental. O trabalho que todos os municípios sem excepção têm desenvolvido a nível nacional nas mais diversas áreas, mas especialmente no ambiente tem sido notável, no passado foi levar água e electricidade á casa das pessoas, tratar-lhes dos esgotos domésticos, recolher o lixo em todos os locais, entre outras coisas, hoje em dia os problemas são outros e é preciso agir mais na qualidade do ar, no ruído, na eficiência energética, nos transportes, nas acessibilidades, na educação ambiental entre outras responsabilidades Por ultimo, não posso deixar de agradecer e reconhecer o papel do Semmais não só como veículo de informação de grande qualidade jornalística, percorrendo todo o distrito, como também a publicação de mais edição dedicado ao ambiente, revela que um melhor ambiente pode também ser feito desta forma.

ADMINISTRAÇÕES PORTUÁRIAS DÃO MUITA IMPORTÂNCIA À SEGURANÇA E AO MEIO AMBIENTE

Portos da região e as preocupações ambientais Nos últimos anos, as duas plataformas portuárias de Sines e de Setúbal têm-se munido de políticas, procedimentos e equipamentos para melhorar a sua performance ambiental e atenuar os impactos da sua atividade. São planos de gestão e monitorização dos mais avançados do país nestes domínios. TEXTO ANABELA VENTURA

A

Administração do Porto de Sines tem estabelecidas metodologias e planos para a identificação dos impactes ambientais, perigos e riscos para o meio ambiente, segurança e aúde, resultantes da atividades e serviços daquela plataforma portuária. Certificado em termos de Qualidade, Ambiente e Segurança de acordo com as normas internacionais, o porto tem apostado na componente ambiental através do desenvolvimento de vários projetos, como a caracterização da qualidade dos ambientes marinhos. Neste caso, a monitorização de variáveis biológicas e físico-químicas permite detetar eventuais níveis e efeitos de contaminação por poluentes, constituir uma base de dados sobre a qualidade dos ambientes e avaliar os aspetos e

10 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

impactes ambientais das atividades que decorrem na área marítima portuária. De salientar ainda que, em 1992, a APS estabeleceu um Convénio com a Universidade de Évora que definia formas de cooperação para a realização de iniciativas, estudos e projetos no domínio das ciências do mar, «com vista ao progresso económico e social da região e à exploração das suas potencialidades naturais». Em 1998, estas duas entidades celebraram um protocolo de colaboração para o controlo ambiental do porto, considerando, entre outros fatores, o desenvolvimento e crescimento das responsabilidades ambientais. A APS integra também o COMSINES. Trata-se de um painel permanente de diálogo entre empresas e entidades represen-

tativas da Comunidade de Sines que «pretende promover o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a qualidade de visa da comunidade de Sines, através de uma actuação proactiva». Questões ambientais em todo o processo de desenvolvimento Já no Porto de Setúbal, as questões ambientais estão presentes quer nas fases iniciais dos processos de planeamento e desenvolvimento, quer nas atividades de monitorização ambiental. As atividades desenvolvidas neste porto desenvolvem-se numa linha de minimização e monitorização dos impactes ambientais, no reforço da aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, e de implementação de medidas de redução do consumo energéti-

co e de recursos naturais. As iniciativas ambientais do porto têm em vista o reforço do seu papel enquanto produtor de energia fotovoltaica, a colaboração nas estratégias de conservação da natureza, especialmente nas áreas protegidas envolventes, a gestão adequada dos resíduos produzidos, incluindo os produzidos nos navios e embarcações que demandam os portos de Setúbal e Sesimbra. O Porto de Setúbal, através dos serviços que comporta, procura ainda incentivar o desenvolvimento de boas práticas ambientais junto da comunidade portuária «de forma a melhorar o seu desempenho ambiental», assim como colaborar com outras entidades e participação em iniciativas de sensibilização ambiental.


AMBIENTE & ENERGIA EMPREENDIMENTO VAI MEDIR E ESTUDAR IMPACTOS DAS LINHAS ELÉTRICAS NA BIODIVERSIDADE

Cátedra REN em Biodiversidade inicia projeto com cegonha branca É um projeto ambicioso liderado pela REN, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e Universidade do Porto (UP), através do Centro de Investigação em Biodiversidade e recursos Genéticos. Já arrancou com a colocação de um emissor movido a energia solar numa cegonha branca.

I

nvestigadores da Cátedra REN, que inclui para além da REN, a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e Universidade do Porto (UP), através do Centro de Investigação em Biodiversidade e recursos Genéticos, estão a desenvolver um projeto que visa a

PUBLICIDADE

monitorização, minimização e compensação de impactes, ecologia populacional e cidadania da ciência. Segundo o plano estabelecido, o projeto visa, num primeiro pilar, desenvolver investigação no domínio da avaliação, monitorização,

Emissor colocado em cegonha branca em Castro Verde minimização e compensação de impactes de redes de transporte de energia sobre a biodiversidade, com particular destaque para as linhas elétricas. O segundo, incide sobre a análise das respostas demográficas de espécies sujeitas a mortalidade não natural,

estudo que, no futuro, segundo os responsáveis da Cátedra, “poderá ajudar a definir as circunstâncias em que se deverão envidar esforços de minimização ou compensação, e para onde direccionar esses esforços”. Já o terceiro pilar, centra-se nos projetos de cidadania, uma tendência em crescimento a nível internacional, mas com expressão ainda reduzida no nosso país. Estes últimos projetos apresentam um duplo objetivo de “sensibilizar os cidadãos para a importância da atividade científica, através do seu envolvimento em iniciativas concretas”, explicam os responsáveis da Cátedra, para além de permitir a recolha de dados que seriam difíceis ou dispendiosos caso fossem recolhidos por processos mais convencionais. Com este campus operandis, a Cátedra REN em biodiversidade vai permitir sistematizar e divulgar o trabalho já desenvolvido: identificar impactes na biodiversidade; avaliar riscos e adotar medidas de minimização; promover atividades com impactes positivos; integrar a biodiversidade na atividade da empresa e apoiar iniciativas de conservação da natureza. Para a empresa «esta parceria reflecte a compromisso da REN com o desenvolvimento sustentável, conciliando a sua actividade enquanto empresa de referência no transporte de energia, com a proteção do ambiente, promovendo assim, o desenvolvimento e o bem-estar das comunidades e do País».

Entretanto, um grupo de investigadores da Cátedra REN procedeu, no âmbito do primeiro pilar da iniciativa, à captura de um juvenil de cegonha branca, na zona da Castro Verde. A ação contou ainda com a presença de elementos do departamento de Qualidade, Ambiente e Segurança. Em termos científicos, esta captura serviu para colocar um emissor alimentado por energia solar num juvenil de cegonha, de forma a se poder seguir as suas deslocações. Uma vez terminado o processo, o juvenil foi imediatamente colocado de volta no ninho. O objetivo desta ação era proceder à avaliação dos movimentos e parâmetros demográficos da cegonha através de marcação de juvenis, que serão utilizados como modelo para estudar a ecologia de movimentos, incluindo a sua relação com linhas eléctricas, bem como caracterizar taxas de mortalidade natural e não‐natural. Depois de um declínio populacional acentuado durante os anos 19501980 em toda a Europa, a população europeia de cegonhas começou a recuperar. Em Portugal, entre 1984 e 2014, a população nidificante aumentou 8 vezes, de 1500 para quase 12000 casais. Ao longo deste processo de recuperação da população registou-se um facto curioso: um aumento crescente da utilização de postes, em particular apoios de linhas eléctricas, como locais de construção dos ninhos. Em 2014, mais de 40% da população nidificava em diferentes tipos de postes, sendo que quase 25% estava em apoios de linhas eléctricas (e maioritariamente em linhas de muito

alta tensão da REN). Por que razão se está a dar este processo de mudança e quais são as consequências para a população de cegonhas? Quais as vantagens para uma cegonha que nidifica num poste de uma linha eléctrica? Estarão mais seguras? Sofrerão menos predação? Terão mais sucesso reprodutor? Estas são algumas das questões que os investigadores da Cátedra procurarão responder nos próximos anos. Cátedra é excelente exemplo de cooperação Segundo Francisco Parada, responsável pela área de Qualidade, Ambiente e Segurança e que acompanhou a ação, «a criação da Cátedra é um excelente exemplo de cooperação com a Academia, criando conhecimento que será muito útil num dos eixos da nossa política de sustentabilidade: a preservação do ambiente e promoção da biodiversidade. Com o trabalho desenvolvido na Cátedra REN em Biodiversidade vamos ganhar não só em organização e interpretação da informação recolhida ao longo de muitos anos, mas também na criação de conhecimento distintivo que, estou certo, será de valor acrescentado para todos os nossos processos de gestão de biodiversidade e habitat e no relacionamento com os nossos principais parceiros neste tema (autoridades, organizações não governamentais de ambiente, consultores, etc)». Para Francisco Moreira, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto) e titular da Cátedra REN em Biodiversidade “a ação de hoje foi muito importante para desenvolvermos o nosso trabalho no âmbito dos dois primeiros pilares da Cátedra REN: Monitorização, minimização e compensação e Ecologia Populacional. Desta maneira esperamos poder ficar a conhecer melhor a interação de cegonhas com as infraestruturas da REN, assim como os seus movimentos migratórios, hábitos alimentares e processo reprodutor.”

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 11


AMBIENTE & ENERGIA AGÊNCIA DE ENERGIA E AMBIENTE DA ARRÁBIDA COMEMORA DEZ ANOS DE ATIVIDADE

Energia e ambiente Educar para prevenir, adaptar e evoluir Ganhar proximidade dos cidadãos e agentes locais

É um trabalho de formiguinha junto da população e dos agentes locais. A ENA promove múltiplas atividades ao longo do ano e joga na sensibilização dos cidadãos. Mas é também um pilar na formação.

T

emos consciência do papel fundamental da energia na nossa vida e de que as questões energéticas e ambientais são in-

dissociáveis. Quando confrontados com notícias e evidências de que as alterações climáticas estão em curso e de que as mesmas

PUBLICIDADE

12 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016

resultam, em grande parte, da forma como usamos a energia no nosso dia-a-dia, é preocupante o modo pouco eficiente como a uti-

lizamos para obter bens e serviços fundamentais. Ainda estamos longe de conseguir produzir mais com menos energia. Apesar disso, conceitos e palavras como “reduzir, reciclar, renovar, mitigar, adaptar” passaram a fazer parte dos nossos planos, decisões e ações, em casa, na escola e no trabalho. Queremos mudar de atitude, adequar o nosso estilo de vida respeitando o que o planeta nos dá, sem contudo abdicar da qualidade e conforto conquistados. E isso é possível! Estamos rodeados de bons exemplos de como a utilização racional da energia é compatível com as prioridades em matéria de desenvolvimento económico. Para tal, importa conhecer, aprender e concretizar, e sendo nós os principais intervenientes num processo em que devemos garantir que a energia é utilizada sabiamente e para o melhor efeito, a sensibilização e a educação fornecem-nos as bases para a compreensão e os canais para a informação de que necessitamos para fazer as melhores escolhas. Pelo âmbito de atuação local e envolvimento de cidadãos, empresários e decisores políticos, as agências de energia são excelentes veículos de sensibilização e educação em matéria de ambiente e energia, sendo ferramentas imprescindíveis na concretização de ações para atingir os objetivos de combate, mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Dez anos de muito trabalho com resultados Neste contexto “nasceu”, há dez anos, a ENA, Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, que reúne sócios individuais e um diversificado leque de entidades públicas e privadas, desenvolvendo a sua atividade nos Concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra. Através da realização de estudos e projetos, ações de sensibilização, formação e educação, cooperação e troca de experiências, esta agência promove a alteração de comportamentos, fomentando a introdução de conceitos e a utilização de sistemas e tecnologias mais eficientes, atuando como um centro de acompanhamento e observatório de boas práticas ao nível da utilização de recursos naturais, da produção e do consumo de energia, na região da Arrábida. Sendo a mudança de comportamentos uma área de atuação difícil, com resultados nem sempre percetíveis no imediato, mas que se multiplicam e perduram no tempo, a estratégia de comunicação e educação da ENA abrange os diferentes setores da comunidade, despertando a consciência para as diversas facetas da energia que usamos enquanto indivíduos, famílias, estudantes, decisores ou organizações, tanto individual como coletivamente.

A sua proximidade dos cidadãos e agentes locais proporciona uma base de compreensão e uma conduta que se revelam fundamentais na perceção do papel de cada um no processo de tomada de decisão, de modo a criar uma cultura ambiental e energética verdadeiramente eficiente. Enquanto parceiro e coordenador, a ENA desenvolve projetos locais, regionais, de âmbito nacional e Europeu, nos quais comunicar, sensibilizar e educar são ações-chave para que as ideias sejam concretizadas e replicadas com sucesso. A formação de professores e alunos, técnicos de empresas e municípios, a sensibilização e informação dos cidadãos, das mais diversas faixas etárias, a promoção do conhecimento e debate de ideias, são atividades que a ENA realiza no seu dia-a-dia, em projetos tão diversos como a “Gestão de energia elétrica em PMEs”, “Gestores Municipais de energia”, “Tutores de energia nas Escolas”, “Conhecer & Agir”, “Rota dos Óleos Alimentares Usados” e “Ecobombeiros”, entre muitos outros. Importa também destacar o trabalho que realiza nos processos de Palmela e Setúbal no âmbito do Pacto de Autarcas, uma iniciativa Europeia que tem por base o envolvimento de todos os setores da comunidade na elaboração e implementação de Planos de Ação para a Energia Sustentável. Enquanto elemento de uma comunidade dinâmica e que procura novas oportunidades de desenvolvimento de ideias e concretização de projetos, a ENA realiza o seu trabalho em consonância com os interesses e expetativas de todos os seus parceiros, intervindo enquanto espaço de aconselhamento, divulgação e intercâmbio de conhecimentos e experiências, em benefício da região da Arrábida.


PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 13


AMBIENTE & ENERGIA

APAMB Os novos desafios do ambiente

Q

uando há dez anos a APAMB, Associação Portuguesa de Inspeção e Prevenção Ambiental, apareceu no panorama da assessoria ambiental assistia-se a um incremento de legislação que não era acompanhado por um crescente interesse de empresas e empresários. Na verdade o ambiente era uma novidade. Só depois gerou uma onda de “nova moda” que haveria de terminar numa real necessidade nos dias de hoje. Se por um lado, fruto de muita sensibilização e publicidade, os ecopontos eram um sucesso em crescendo junto da população, nas empresas foi com a força do receio de aplicação das pesadas coimas, dessa referida legislação, que os cuidados com o ambiente e o encaminhamento dos resíduos das atividades impôs a gestão de resíduos. Num mercado maioritariamente composto de micro, pequenas e médias empresas a informação ambiental chegava fragmentada, geradora de mais dúvidas do que soluções. E se no caso dos óleos usados e alimentares o sucesso parecia assegurado, em muito ajudando a sua recolha sem custos para as empresas, já noutras situações esses mesmos custos e uma má caraterização/ identificação dos resíduos produzidos, ainda eram objeto de mau encaminhamento, ausência de adequada triagem e estímulo ao abandono. No nosso trabalho diário de auditoria de prevenção, ou mesmo nos convites feitos pela vertente comercial e de divulgação da Associação, era notória a falta de informação simples, fidedigna, aplicada à realidade de cada empresa, e foi nesse rumo que a APAMB insistiu na divulgação por via dos seus serviços, o que conscientemente cada um de nós pode fazer em prol do ambiente. Com o lema em mente “a terra não nos pertence, apenas a pedimos emprestada aos nossos filhos”, fomos capazes de passar a mensagem longe de radicalismos ambientais, apelando a todos o encarar de frente dos problemas que temos de ultrapassar e, principalmente, como os ultrapassar!

Com a crise dos últimos anos, a que não é alheio um certo abrandar das entidades fiscalizadoras, a postura de muitos empresários foi de acreditar que poderiam não ser autuados, adiando e falhando uma política de prevenção, planeamento e gestão. Esta política de “deixar andar” estagnou o muito que se poderia ter evoluído no campo da defesa do ambiente. Num país em que o número per capita de computadores até é elevado, tal não significa diretamente que as empresas estão informatizadas! Ainda se mantêm algum divórcio com as novas tecnologias do ponto de vista prático, felizmente em vias de se esbater. Agora que se fala novamente (mas desta vez com maior grau de certeza) na desmaterialização das Guias de Acompanhamento de Resíduos para uma guia eletrónica (e-GAR) um novo desafio global se pede ao tecido empresarial português: domínio dos assuntos ambientais, controle e reportes mais rigorosos e aposta na redução da produção de resíduos no combate aos custos imputados pelo ambiente. Preparados para auxiliar os Associados, e todos os que nos procuram ou consultam, preocupa-nos a falta de abertura dos organismos ligados ao ambiente em partilhar conhecimento e aproveitar a experiência no terreno de empresários, das ONGA e das associações ambientais sectoriais para criar as melhores e mais acessíveis ferramentas em prol do sucesso que se pretende para a gestão de resíduos em Portugal. O tempo é escasso, o final de 2016 aproxima-se a passos largos, e continua a ser urgente intervir junto das empresas para entusiasmar as pessoas para a causa do ambiente. O desafio que temos pela frente não pode ser conotado como mais um obstáculo a vencer mas sim um degrau a subir, rumo a um futuro que desejamos pleno de desafios ao nosso alcance, rumo à excelência! APAMB, Paulo Almeida Setúbal, Julho de 2016

PUBLICIDADE

14 | SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016


PUBLICIDADE

SEMMAIS | SÁBADO | 30 DE JULHO | 2016 | 15



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.