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Quinta-Feira 31 | Dezembro | 2015
Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 884 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita
O que vale o terceiro setor no distrito EDIÇÃO ESPECIAL
São dezenas de instituições que, no terreno, vão apoiando carenciados, amenizando os efeitos da crise e suavizando as bolsas de pobreza. Mas também criam emprego, formam especialistas e contribuem decisivamente para a economia regional. São estes retratos que apresentamos nesta edição especial para fecharmos o ano em jeito de homenagem ao setor social.
ENTREVISTA EXCLUSIVA A D. JOSÉ ORNELAS CARVALHO Vivemos uma diocese com história e a Igreja de Setúbal está forte e pujante O novo Bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho garante que a Igreja sadina está «forte e pujante». Lembra que os seus dois antecessores, D. Manuel Martins e D. Gilberto Canavarro dos Reis, fizeram a história dos últimos 40 anos da Diocese e construíram os seus alicerces. Não promete juras à continuidade pois, afirma, as mudanças serão feitas mediante as dificuldades e desafios que vierem a surgir durante o seu magistério.
OPINIÃO DE CATARINA MARCELINO E TOMÁS CORREIA
PRÓXIMA EDIÇÃO REGRESSA A 16 de Janeiro
A secretária de Estado da Igualdade e Cidadania escreve que a igualdade, liberdade e solidariedade são chaves para uma cidadania plena. E o presidente da Associação Mutualista Montepio, António Tomás Correia, afirma que o terceiro setor faz parte de uma economia que produz solidariedade.
Tal como tem acontecido nos últimos anos, o Semmais vai ter uma paragem técnica até à próxima edição do dia 16 de Janeiro do próximo ano. Altura para procedermos a alterações gráficas e editoriais. Desejamos aos nossos leitores, amigos e clientes, um ano de esperança, prosperidade e sucesso.
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bispo de setúbal, em entrevista, reafirma história da diocese e promete mudanças ao sabor dos desafios
«Podemos afirmar hoje que temos uma Igreja em Setúbal forte e pujante» O novo bispo, D. José Ornelas Carvalho afirma que a Igreja em Setúbal «está forte e pujante». Reafirma os votos de que esta missão na diocese sadina é para levar com abnegação e alegria e confia na cada vez maior articulação das instituições sociais e de solidariedade na região.
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José Ornelas de Carvalho é bispo de Setúbal desde Novembro e sente-se ao leme de «um rebanho especial que foi sempre bem liderado», numa alusão aos seus antecessores, D. Manuel Martins, o bispo fundador da diocese, e D. Gilberto Canavarro dos Reis, o seu antecessor. Tal como afiançou, quando foi nomeado pelo Papa Francisco, D. José Ornelas estava em vias de seguir para um missão em África, mas desígnios maiores se levantaram. «Não podia ser de outro modo, foi um voto de missão que alterou todos os meus objetivos, mas recebido com grande alegria, quero estar perto do povo da igreja e das populações que sofrem. Sou um mero Pastor vou exerce o meu ministério com toda a alma», diz ao Semmais, neste primeira entrevista. As suas primeiras impressões sobre a realidade do distrito, as suas gentes e a realidade social atual, são «grandes preocupações para a diocese», afirma o Prelado Sadino. «Vim encontrar muita gente que foi atingida pela crise, mas também instituições muito fortes que estão a fazer um trabalho excepcional, desde a Cáritas Diocesana, às misericórdias e outras ligadas à solidariedade. Há um trabalho articulado, com resultados, que é preciso e necessário continuar porque trabalhar em conjunto oferece mais oportunidades e saídas. Não num sentido de resignação, mas para identificar dificuldades e limitar os problemas», confessa D. José Ornelas de Carvalho. O Bispo de Setúbal acrescenta mesmo que as entidades políticas com quem já manteve contacto, nomeadamente algumas autarquias da região, revelam «uma grande boa vontade». Mas o maior problema, sustenta, «é a falta de meios e a incapacidade de fazer mais». D. José Ornelas diz que a realidade é dura, para a qual é es-
sencial «encontrar respostas conjuntas que vão para além da política», sobretudo a capacidade de «trabalhar em rede». Não sendo favorável às políticas meramente assistencialistas, D. José Ornelas de Carvalho, admite que as mesmas, se obedecerem a carácter de urgência, «constituem um serviço necessários aos mais carenciados», mas, adianta, «o fundamental será encontrar caminhos que autonomizem as famílias», com o emprego em primeiro lugar. «Estamos a falar de dignidade humana, que a todos é merecida». Diocese de Setúbal tem uma história de 40 anos Em termos de magistério, o novo Bispo de Setúbal alude a um trabalho, para já com uma certa continuidade, tendo em conta o que foi desenvolvido nos últimos 40 anos pelos seus dois antecessores. «Esta diocese tem uma história que foi construída pelos meus antecessores, que fizeram um grande trabalho. Nada muda radicalmente, o mesmo não significa que tenha que dar uma continuidade. Temos perfis diferentes e nesta fase inicial conto com todos, os bispos que construíram esta diocese e toda a igreja viva», afirma. Mas promete também mudanças para um segundo ciclo, depois de tomar mais o pulso da sua missão e, sobretudo, perante as dificuldades e desafios que se colocarem. D. José Ornelas de Carvalho diz que atualmente a diocese, em termos pastorais, está bem servida. «Há 40 anos tínhamos ao serviço da Igreja de Setúbal meia dúzia de padres, hoje está composta e com muita juventude. Há uma dinâmica diferente que é preciso coordenar num exercício normal de liderança. Cabe-me esse papel de Pastor. Mas estou a encontrar uma grande colaboração e abertura das paróquias. Setúbal um
Igreja em movimento, forte e pujante», salienta. E não esquece as religiosas e religiosos (os carismas) que fazem «um trabalho notável na diocese». A crise do sacerdócio é um outro tema delicado, mas, como su-
gere, não é um problema da Setúbal nem do país. Trata-se, diz o Prelado sadino, de saber encontrar formas de «atrair essas vocações à Igreja de Roma e alimentá-las de todas as formas, incluindo a formação».
a dinâmica do papa francisco dá esperança e aproxima crentes e não crentes Para D. José Ornelas Carvalho, o Papa Francisco trouxe uma igreja em movimento. «É hoje um das vozes mais escutadas em todo o mundo e o rosto do Evangelho. O seu discurso dá esperança e a sua proximidade com as pessoas e com os seus problemas, acentua essa proximidade.
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Prioridade: Cidadania Catarina Marcelino
Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade
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alar de cidadania é falar de igualdade, falar de liberdade, falar de solidariedade. E assim quando falamos de cidadania estamos a falar de direitos e deveres, numa sociedade que, em pleno Séc. XXI, se depara com exigências e desafios, no plano nacional e no plano internacional, que não podem deixar de ser considerados ao nível das políticas públicas. Hoje, final de 2015, ao nível nacional os dados sobre rendimentos, pobreza e exclusão social colocam um desafio à sociedade portuguesa. Esta realidade, provocada pela situação económica, social e política dos últimos 4 anos, tem como fatores explicativos, a diminuição brutal dos rendimentos das famílias, por via do desemprego, dos cortes salariais na administração pública, da desvalorização do valor do trabalho e do aumento significativo da carga fiscal. A par com o empobrecimento global do país cujo valor do risco da pobreza, segundo dados do INE, atingiu em 2014 19,5%, as medidas específicas de combate à pobreza, em vez de serem reforçadas ou pelo menos mantidas, sofreram um desinvestimento acentuado. Segundo os dados do INE, estão em maior risco de pobreza as famílias monoparentais (34,6%) e as famílias com 3 ou mais crianças a cargo (37,7%), sendo as mulheres as mais atingidas pelo risco de pobreza. A pobreza entre as crianças é de 24,8% e as pessoas mais atingidas são aquelas que estão em situação de desemprego com um risco de 42%. Para responder de forma justa e
equilibrada a esta situação, o Governo irá repor os níveis de proteção às famílias em situação de pobreza, criar um complemento salarial anual através de um crédito fiscal (imposto negativo) para trabalhadores em situação de pobreza e rever os montantes do abono de família. No plano Europeu há desafios impar que se colocam, designadamente no que diz respeito à recolocação e acolhimento de pessoas refugiadas, em particular provenientes da Síria e do Iraque. Portugal disponibilizou-se para receber cerca de 5.000 pessoas das 160.000 que estão na Grécia e Itália, tendo já chegado o primeiro grupo de 24 pessoas ao nosso país. O Estado Português, através de um grupo de trabalho constituído para efeitos de acolhimento de refugiados, coordenado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e com a participação do Alto Comissariado para as Migrações, Organizações Não Governamentais como a Plataforma de Apoio aos Refugiados, o Centro Português para os Refugiados, a Comunidade Islâmica, a União das Misericórdias, a Cruz Vermelha Portuguesa ou ainda em representação das Câmaras Municipais a Associação Nacional de Municípios, tem vindo a trabalhar na preparação de uma resposta integrada para aqueles e aquelas que chegam, que permita a integração plena destas pessoas. Estamos no final de um ano de viragem, 2016 é um ano de confiança, confiança num Portugal mais justo, mais solidário, onde a cidadania será exercida de forma mais plena e efetiva.
A Economia que produz solidariedade Tomás Correia
Presidente da Associação Mutualista Montepio
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indiscutível que a economia social e solidária entre nós constitui um importante fator de desenvolvimento, que cria emprego, produz riqueza e, sobretudo contribui para a resolução das necessidades dos portugueses em campos tão variados como o apoio aos mais vulneráveis, educação, desporto, proteção ambiental e cultura. Mas se o seu contributo é incontornável, não é menos verdade que está longe de ocupar o lugar que devia no contexto da economia portuguesa e que continua aquém das suas potencialidades, quando comparamos a atividade desenvolvida com a que se verifica noutros países europeus. Naturalmente que essa discrepância se deve a múltiplos fatores históricos e culturais, mas podemos e devemos encetar uma trajetória de mudança que garanta o desenvolvimento dos modelos solidários da economia, que potencie a criação de valor partilhado e que reconheça a mais valia da intervenção das organizações emergentes da sociedade civil. Esse caminho de crescimento e de afirmação depende da conjugação de condições exógenas e endógenas. Desde logo, a existência de uma legislação de enquadramento e de um setor público que respeite a especificidade e a diversidade das instituições, que lhes facilite a procura de novos parceiros e modelos de gestão e que aposte
na diferenciação em razão da qualidade. Mas também ao nível da sua dinâmica interna, estimulando uma cultura de cooperação e rentabilização de recursos, uma crescente capacitação dos titulares dos seus órgãos sociais e uma valorização e profissionalização dos seus quadros. Os reptos lançados à economia social são demasiado exigentes para serem assumidos numa lógica de amadorismo sensível, de gestão caseira e sem visão estratégica, de subsidio que não permite experimentar novas metodologias, inovar, empreender e melhorar a oferta de serviços à população. É por isso que o Montepio tem apostado nas áreas da formação dos dirigentes, na avaliação do impacto da atividade realizada e na promoção da governação integrada, como instrumentos de propulsão da economia social. Enquanto maior mutualidade do país, acreditamos que a criação de pontes dentro da própria economia social e o estabelecimento de laços fortes com o setor privado lucrativo, pode acrescentar valor, diversificar as fontes de financiamento e criar uma verdadeira oferta complementar ao estado social. Esse é o papel da economia social forte que defendemos, a presença criativa, flexível e dinâmica das respostas criadas pelas pessoas e para as pessoas, numa perspetiva de proximidade e de responsabilidade coletiva pelo bem comum. semmais | Quinta-feira | 31 Dez 2015 | 3
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manuel lemos, presidente da união das misericórdias, fala da realidade social e do peso das suas associadas
«As misericórdias do distrito vivem uma realidade com luz e sombras» A União das Misericórdias é uma das instituições com mais peso no nosso país. Manuel Lemos, o seu timoneiro não tem dúvidas de que as suas associadas são «uma almofada» na situação social atual. E que o Estado podia e devia ajudar mais. Sobre a realidade das misericórdias do distrito sugere uma realidade de «luz e sombras» porque são fortes, mas a situação na região é gritante. blica de coesão, coerência e resiliência, que acabou por facilitar o exercício das actividades. Podemos dizer que, nesse mesmo quadro financeiro e social do país, as misericórdias foram decisivas na almofadagem da crise? Sem margem para qualquer dúvida!
Tendo em conta o setor institucional que a UMP representa, de que ordem de grandeza estamos a falar no que diz respeito à criação de emprego e aos apoios sociais e de solidariedade dos últimos anos? Como sabe em Portugal existe a maior dificuldade em obter dados credíveis sobretudo para períodos recentes. E sobretudo nestas áreas. No entanto segundo o INE o sector solidário foi um dos que mais cresceu em termos de emprego nos últimos anos. Mas não está feita a separação dentro do sector. Isto é, não se distinguem as misericórdias das outras instituições de solidariedade social. A ideia que subsiste é que, nos últimos anos, as nossas misericórdias modernizaram-se e prestam hoje serviços mais qualificados. De que mudança estamos a falar? É verdade que as Misericórdias têm há alguns anos um processo de modernização quer em relação aos recursos materiais, quer sobretudo aos recursos humanos, onde a profissionalização e a for-
mação assumiu uma importância decisiva para assegurar um serviço de qualidade. É importante esclarecer que quando me refiro à profissionalização me estou a referir à dos que têm vínculo laboral à Santa Casa. Não aos órgãos sociais, claro! Em que áreas estamos a falar? Em praticamente todas, esse processo de modernização atinge todos os serviços desde os administrativos à prestação de cuidados. A crise dos últimos anos acentuou o trabalho e a missão das nossas misericórdias. Como é que do ponto de vista estratégico as mesmas desenvolveram as suas diversas atividades? Penso que para além dos aspectos que já referi, sobretudo no que diz respeito à modernização, aqui assumida como medida central, foi determinante a opção estratégia pela União das Misericórdias. O agregar das Misericórdias à volta da sua União foi determinante na construção de uma imagem pú-
E quais foram ou ainda o são, os principais constrangimentos das misericórdias? A escassez generalizada de tesouraria e uma preocupação com a sustentabilidade que em certos casos pode ser constrangedora. Finalmente o eterno recomeço sempre que há mudanças de governo ou remodelações governamentais. Geram-se por vezes equívocos que a nós parecem sem sentido mas que constrangem a actividade. Refere a alterações legislativas, nomeadamente as que têm vindo a ser reivindicadas pela União no sentido de melhorar a atividades do setor e das misericórdias em particular? O que lhe posso dizer é que é urgentíssimo rever a lei dos cuidados continuados, melhorar a legislação sobre crianças em risco, rever a lei do voluntariado só para lhe dar três exemplos. E naturalmente rever as comparticipações. E os contratos e protocolos com o Estado dos últimos anos estão a ser bem sucedidos? Sim de uma maneira geral. Mas a comparticipação pública é quase sempre deficitária e em alguns casos ridícula. Comparticipar com cerca de 350 euros por mês por idoso acamado, num distrito como Setúbal em que as famílias não têm rendimentos, é um convite ao retorno aos asilos ou coisa pior.
Já agora, qual é a vossa realidade face ao distrito de Setúbal? Número de misericórdias e o que valem em termos de setor social? É uma realidade com luz e sombras. De um lado, a luz, porque as 16 Misericórdias pela sua actividade transversal a todos os credos, opções políticas, raças ou rendimentos marcam a decisivamente o sector social no Distrito. Do outro lado, as sombras, porque a situação social é muito grave, há muitas famílias sem emprego, desestruturadas, e com debilidades conjunturais e estruturais. E qual a sua percepção sobre a situação social do país. O que se pode esperar para os próximos anos. Um abrandamento das carências e em que setores, ou pelo contrário, a manutenção das atuais fragilidades? Gostaria muito de ter uma percepção muito positiva mas infelizmente não tenho. Creio que esta crise em Portugal vai durar alguns anos mais (descontados naturalmente os anos eleitorais em aparentemente só se “puxa” pelas coisas boas ou se empurram as más com a barriga, como estamos a ver). Portugal precisa de um diálogo positivo, sério, à volta do que é melhor para as pessoas no quadro econômico em que vivemos com uma dependência externa quase total. Neste quadro apesar de tudo o sector solidário e não só as misericórdias dão um exemplo de coerência, dedicação e esperança. Que projetos estão a ser desenvolvidos para o próximo ano no quadro da UMP? Em primeiro lugar a capacitação da proporia Uniao para poder continuar a cumprir a sua Missão de apoio as associadas. Depois aproveitar o Congresso e os 40 Anos da
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o problema das demências e a falta de apoios do estado O presidente da União das Misericórdias tem uma ideia muito precisa sobre uma das relações mais preconceituosa da nossa sociedade. Manuel Lemos defende ser fundamental que se olhe com atenção para a relação entre a segurança social e a saúde no quadro do fenómeno do envelhecimento, que é o maior problema de Portugal. «Por exemplo já viu que ainda nenhum Governo olhou seriamente para o problema das demências que incidem sobretudo sobre os idosos? Pergunte isso a um político e receberá uma resposta redonda (do género “é preciso fazer” ou “vamos fazer” consoante seja oposição ou poder) enquanto ao lado mais de 150000 portugueses e as suas famílias sofrem». A acrescenta: «Conhece alguma família portuguesa que nem de perto nem de longe não tenha tido contacto com a Doença de Alzheimer? Eu não! Depois seria necessário que o Portugal 20/20 tivesse verbas significativas para melhorar equipamentos sociais. As verbas são menos que ridículas. Chamei a atenção para isso e o Ministro responsável recebeu-me 5m. Acha possível?
fundação da UMP para debater temas urgentes sobre o nosso futuro. Finalmente não esquecendo que o Papa Francisco lançou um Ano Jubileu de Misericórdia apro-
veitar essa circunstância para divulgar ainda mais o que fazemos em prol dos que necessitam. Vão contar com alguns apoios do
quadro comunitário de apoio para esses projetos e outros? Sobre isso, e antes de mais, seria necessário que o Portugal 20/20 tivesse verbas significativas para
melhorar equipamentos sociais e as verbas são menos que ridículas. Chamei a atenção para isso e o ministro responsável recebeu-me 5 minutos.
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eugénio fonseca, presidente da càritas diocesana, sustenta que a pobreza só pode ser combatida com emprego
«O que nos tem faltado é justiça social, para se viver com dignidade» Ao seu jeito e sem papas na língua, o líder da Cáritas a nível nacional e figura ímpar da região, traça um retrato social muito duro. Há melhorias mas, afirma, o essencial para repor a dignidade humana e a autonomia das famílias está por cumprir.
Passados estes quatro anos de crise económica e social, como percepciona a situação das famílias portuguesas? Apesar dos números oficiais apontarem para uma diminuição do desemprego (digo oficial, pois a realidade nem sempre é coincidente) não quer dizer que tenham sido reintegradas no mercado do trabalho. A evolução positiva da macro economia tem contribuído para o abrandamento dos despedimentos e do encerramento de empresas ao ritmo dos anos anteriores. Mas as pessoas que continuam sem recursos financeiros, porque se esgotou o tempo de acesso a subsídios ou a poupanças, estão cada vez mais pobres, pois vão se endividando. Na nossa Cáritas têm aparecido menos casos novos, mas aparecem mais vezes a solicitar ajuda as famílias que entraram em privação de recursos, quando perderam o trabalho ou viram diminuir os seus vencimentos. Vivemos um período assistencialista mais do que solidariedade? Os fazedores de opinião têm o dever de conhecer bem o significado das palavras, pois rotulam de “assistencialista” o que muitas vezes é um dos patamares incontornáveis da protecção social que é a “assistência”. Se uma pessoa tem
fome; está em risco de perder o trabalho; lhe cortaram o acesso à água, à electricidade, ao gás; tem necessidade de pagar mensalidades em infantários, propinas a universidades ou medicamentos, fazê-lo é assistência. Ficar-se por aí e não fazer tudo para superar as causas que levam as pessoas a terem algumas das necessidades referidas é assistencialismo. Nos últimos anos, a causa principal da pobreza é o desemprego. Poder-se-ia dizer a uma pessoa com fome, aguarde que irei tentar arranjar-lhe trabalho sem dar, imediatamente, de comer? Vivemos num período onde tem sido bem evidente a solidariedade, porque a assistência é uma das expressões deste valor humano. O assistencialismo é paternalismo. O que, nos últimos tempos, mais tem faltado é o cumprimento da justiça social, com a anulação ou redução de direitos elementares para se viver com dignidade. Que balanço se pode fazer da acção da Cáritas nestes últimos anos? Foram anos muito difíceis. Apesar da grande generosidade da nossa população, que foi partilhando alguns dos seus bens materiais e financeiros, muitas situações ficaram com respostas que atenuaram apenas os problemas, a muitas pessoas nem sequer qualquer tipo de ajuda conseguimos dar, por serem muito avultadas as necessidades e parcos os nossos recursos. Mas ainda foi grande o número de pessoas que não chegaram a perder a esperança de conseguirem melhorar as condições de vida. Para que isso fosse possível foi determinante o contributo das nossas paróquias. E no distrito... É difícil ser julgador em causa própria. Gostaríamos de ter feito mais, mas não foram suficientes os recursos financeiros, como já referi. Mas o que ultrapassou todas as expectativas foi a dedicação, empenho e capacidade de ir
para além do que lhe competia de grande parte dos colaboradores e colaboradoras (assalariados e voluntários). Sem o grupos de acção social paroquial muita coisa não se conseguiria ter feito. Felizmente, cresceu o número de paróquias que passaram a articular com a Cáritas Diocesana. O que vale a Cáritas em termos de recursos e meios no distrito? Os donativos que resultam das campanhas como a Operação “10Milhõesde Estrels – um gesto pela paz”, o peditóriopúblico e a colecta dos ofertórios de todas as missas celebradas no Dia Nacional da Cáritas. São também regulares os donativos particulares. Para a gestão dos equipamentos sociais contamos com a comparticipação financeira do Estado e das famílias conforme o rendimento de cada uma. Mas das 15 valências existentes, os utentes de oito nada pagam, comparticipando o Estado, no máximo, com 80% das despesas reais. Qual a relação institucional com o Estado e demais instâncias da administração pública? São, em termos institucionais, as melhores. Isto não quer dizer que sempre tivéssemos conseguido ver satisfeitas as sugestões apresentadas. São diversificadas as parcerias estabelecidas. Muito profícuo tem sido o relacionamento com o Centro de Emprego de Setúbal e de Formação Profissional do IEFP que tem conseguido corresponder, adequadamente, às necessidades mais prementes das pessoas que procuram a nossa instituição. Com excepção da implantação da Cantina Social, a nível dos apoios da Segurança Social, são os mesmos que já eram, apesar da crise social e económica que estamos a atravessar. Como articula com a Diocese as várias iniciativas e ações? Como já ficou dito, a acção de maior proximidade é realizada
pelas paróquias. A Cáritas Diocesana dispõe de alguns equipamentos sociais na cidade de Setúbal e um outro em Cajados, mas a sua manutenção não é assegurada com um único cêntimo que é dado para os pobres. Esses donativos são aplicados pelas paróquias nas famílias carenciadas que acompanham. A Cáritas Diocesana tem que articular, fundamentalmente, com o seu Bispo, primeiro responsável pela instituição e só depois da aprovação dele se poderá fazer as propostas de cooperação com as paróquias. Felizmente, D. Manuel e D. Gilberto sempre viram nas suas Cáritas Diocesanas um fundamental serviço pastoral da sua missão. Apesar de estar connosco apenas há dois meses, D. José já deu sinais de a Pastoral Social ser uma das suas prioridades. Nesta articulação era imperioso conhecermos quantas pessoas são ajudadas pelas paróquias e que tipos de ajuda. Quando o conseguirmos, teremos a agradável surpresa de que não é o Estado o principal financiador da acção social de proximidade realizada pela comunidades cristãs. Há alguma novidade estratégica da Cáritas para o próximo ano? Gostaríamos de ser mediadores de criação de emprego; de mobilizar mais voluntários e jovens para esta acção que, apesar de ter uma identidade católica, não faz acepção de pessoas nem escolhe problemas. Está para todos os problemas e conta com a ajuda de todas as pessoas que tenham como motivação a defesa da dignidade do ser humano. Seria para nós também uma enorme alegria conseguir alcançar as condições para colocar a funcionar uma residência de acolhimento temporário para mães adolescentes. O apartamento já existe, cedido pela Câmara de Setúbal. Seria também imperioso encontrar outro equipamento mais apropriado para o acolhimento de pessoas sem-abrigo.
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Uma história de sucesso em nome da vida rural e da responsabilidade social O crescimento sustentado da empresa vitivinícola “Casa Ermelinda Freitas”, em Fernando Pó, concelho de Palmela, um dos emblemas empresariais da região, ficou bem patente com a inauguração da nova adega e do espaço museológico, que evoca memórias de um tempo rural vetusto e os afetos que ligaram a família à terra e às gentes locais. A presença do Presidente da República, que transformou a deslocação numa visita oficial, representa a notoriedade e expressão que a empresa e a sua timoneira, Leonor Freitas – considerada nos últimos anos como uma das empresárias mais empreendedoras do país – atingiram nesta última década. Cavaco Silva aproveitou a ocasião para condecorar vitivinicultores do sul do país, numa cerimónia singela, mas significativa da dimensão que este setor tem vindo a fazer crescer, em nome da economia nacional. A sua política de responsabilidade social, é outra das facetas que a “Casa Ermelinda Freitas” tem revelado com grande dimensão no apoio a causas, como o Centro Jovem Tabor, ou instituições de solidariedade social, de que é exemplo a Cáritas Diocesana de Setúbal ou o “Sol Nascente”, entre muitas outras. Leonor Freitas, que é Comendadora pela Ordem de Mérito Agrícola, e a sua família, estão de parabéns. Esta jornada de múltiplos efeitos mostra a sua sagacidade, abnegação e competência. E disso damos prova nas páginas que se seguem.
presidente da república em visita oficial, numa deslocação memorável, que vai ficar para a história da empresa
Cavaco Silva condecorou vitivinicultores do Sul e enalteceu força do mundo agrícola O Presidente da República fez da deslocação à “Casa Ermelinda Freitas” uma visita oficial. Uma honra só ao alcance de poucas empresas nacionais. Foi o reconhecimento do empreendorismo de empresária Leonor Freitas e uma justa homenagem ao mundo vitivinícola.
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Presidente da República, Cavaco Silva, já no interior da nova adega Leonor Freitas, condecorou oito personalidades da área da Vitivinicultura da região Sul. Os títulos de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Agrícola, foram entregues a David Baverstock (Herdade do Esporão); Jaime Quendera (Casa Ermelinda Freitas e Adega Cooperativa de Pegões); João Barroso (Adega Cooperativa de Borba); José Luís Silva (Casa Santos Lima, de Alenquer); Luís António Duarte (Enólogo do Alentejo do Ano 1997, 2007 e 2014); Paulo Laureano (Mouchão/Vidigueira) e Vasco d´Avillez (presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa). Já Mário Rocha da Silva (pintor/ artista plástico ligado ao vinho) foi condecorado com a insígnia de Comendador da Ordem do Mérito. Cavaco Silva quis reconhecer publicamente o contributo de um conjunto de empresários ligados à vitivinicultura para o desenvolvimento económico e social do País e para a projeção da imagem e do prestígio de Portugal além-fronteiras. «É, para mim, uma enorme
satisfação, associar este reconhecimento que empresários têm feito pelo setor vitivinícola à inauguração da adega da Casa Ermelinda de Freitas, um investimento muito significativo, que reflete também a confiança no futuro do nosso País, mas é também a demonstração de capacidade demonstrada por Leonor de Freitas, na produção, transformação e comercialização e que eu posso, de alguma forma, testemunhar na medida em que ela me tem acompanhado, algumas vezes, em viagens ao estrangeiro. E tive a honra de apreciar como ela convence os consumidores a apreciarem a qualidade do vinho português». David Baverstock, em nome de todos os condecorados, usou da palavra para agradecer a distinção e recordar que o «mundo do vinho dá de comer a mais de um milhão de portugueses» e que o «vinho é um elemento essencial da nossa união, para celebrar e para comemorar».
também na Ásia e também na Austrália, onde também já tive oportunidade de encontrar o vinho português. E dessa forma contribui de uma forma muito significativa para a correção dos desequilíbrios das nossas contas externas. É importante do ponto de vista económico, não apenas pelas exportações que representam mas, também, pelo número de empregos que cria em Portugal e pela imagem de prestígio do nosso País além- fronteiras. Os vinhos portugueses têm vindo a ser reconhecidos e comparáveis aos melhores do Mundo», argumentou o chefe de Estado, que acrescentou que todo este feito «não se deve apenas ao clima nem aos solos, mas também à inovação, ao aperfeiçoamento técnico e ao requinte. É esse fator humano, os artistas da vitivinicultura, que fazem com que os vinhos portugueses sejam premiados frequentemente, nas mais variadas partes do Mundo».
«O vinho faz parte da nossa cultura»
Cavaco Silva orgulhou-se de ver tantos prémios e diplomas
Durante o seu discurso, Cavaco Silva afirmou que «a vinha e o vinho fazem parte da nossa cultura e é um marco da nossa identidade. Mas o vinho tem também uma dimensão económica muito importante no nosso País. É um dos grandes produtos de exportação portuguesa, estando hoje presente em cinco partes do mundo, nos países mais variados, não apenas na Europa, nos Estados Unidos, Canadá e na América Latina, mas
Cavaco Silva orgulhou-se de ver as paredes da adega repletas de prémios e de diplomas que a Casa Ermelinda de Freitas conquistou nos mais variados concursos nacionais e internacionais. «São várias paredes. Estão já ocupadas com os diplomas recebidos mas estou convencido que terá de construir novas paredes para albergar os prémios que irá conquistar no futuro», sublinhou, acrescentando que a qualidade
dos vinhos portugueses também têm constado em várias revistas estrangeiras. «Tenho encontrado referências aos vinhos portugueses, com alguma frequência, em revistas estrangeiras, e aquelas que são especializadas, também com frequência, incluem os vinhos portugueses entre os melhores do Mundo». Para Cavaco Silva, deve ser um orgulho para todos nós, o trabalho que os empresários vitivinicultores têm feito em Portugal. «O que eles têm conseguido em matéria de produção, de transformação e de comercialização. O que eles têm conseguido no desenvolvimento local e aqui, Palmela pode testemunhar o contributo que a Casa Ermelinda Freitas dá para o emprego na região e também a sua comercial, ao comprar uvas a um número muito elevado de agricultores desta região», não esquecendo, a sustentabilidade ambiental. «Nos tempos que correm, é um ativo que deve ser valorizado. O vinho, não apenas em qualidade, mas é também produzido por uma forma que tem conta as exigências ambientais». Na sua opinião, o setor vinícola também tem dado um contributo para a qualificação dos recursos humanos. «Eu já encontrei, noutra ocasião, jovens enólogos que saem hoje das nossas universidades, são também um fruto do trabalho realizado por estes empresários. A criação e Rotas do Vinho e o Enoturismo são contributos para o desenvolvimento económico e social do nosso País». semmais | Quinta-feira | 31 Dez 2015 | 7
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projeto arrojado assente na maximização da qualidade dos vinhos e preços justos
Nova adega Leonor Freitas abre caminho a novos e importantes desafios Projeto vivifica um percurso natural de crescimento da empresa de Palmela e abre novos horizontes para o futuro. E é mais um trunfo para consolidar o processo de internacionalização dos seus vinhos.
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oi com emoção e orgulho que a empresária Leonor Freitas inaugurou, no passado dia 19, com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, a nova adega, um projeto de grande qualidade, e a Casa de Memórias e Afetos. Cavaco Silva agradeceu o trabalho que Leonor Freitas e a sua equipa têm realizado «apostando na qualidade do vinho que produzem, e agora realizando um investimento de grande dimensão, dando assim resposta à expansão que a casa tem vindo a registar». A adega “Leonor Freitas”, um projeto de arquitetura «moderno, elegante e imponente» pela sua dimensão, foi concebido com «uma ‘filosofia base’ que tem em conta a maximização da qualidade dos vinhos nela produzidos e a minimização dos custos de produção, com o objetivo de produzir os melhores vinhos aos melhores preços, transferindo todo o benefício para o consumidor que, assim, continuará a adquirir produtos de excelência a preços justos. Tem sido, e continuará a ser, esta a política empresarial da Casa Ermelinda Freitas, com a qual alcançou a notoriedade e o sucesso de que atualmente desfruta», realça Leonor Freitas. Adega divide-se em sete áreas A receção é constituída por três modernos tegões de receção de uvas com capacidade de 120 toneladas por hora. Na vinificação conjugam-se os sistemas mais modernos, como o sistema Ganimede, comos mais clássicos, como são as cubas lagar em inox ou os lagares de inox. Tem capacidade para fermentar 2 400 toneladas de uvas tintas e 2 milhões de litros de vinho branco ou rosé, simultaneamente. O armazém possui 250 depósitos de várias capacidades, desde os mais pequenos de 2 500 litros aos maiores de 636 mil litros, num total de 17 milhões de litros. A filtração e estabilização
utilizam as mais recentes tecnologias, como por exemplo 3 filtros tangenciais que permitem assegurar a qualidade máxima com o mínimo de intervenção nos vinhos. O estágio conta com uma cave com capacidade para 3 mil barricas de carvalho para estagiar os vinhos de maior qualidade. A produção/engarrafamento possui uma linha de engarrafamento de vinhos tranquilos e licorosos, uma de vinhos espumantes e três linhas de enchimento de bag-in-box com capacidade total conjunta de 14 mil litros por hora. Para o armazenamento de produtos ‘secos’ e vinhos engarrafados/ embalados dispõe de armazéns com uma área aproximada de 2 mil metros quadrados, com capacidade para mais de 1 500 paletes. A nova adega, cujo nome presta homenagem à sua proprietária e grande impulsionadora da casa, eleva a Casa Ermelinda Freitas a uma nova dimensão, tornando-a numa empresa «ainda mais moderna, competitiva e apetrechada para um mercado do vinho cada vez mais exigente e global». Situada em Fernando Pó, no concelho de Palmela, a Casa Ermelinda Freitas foi fundada em 1920 por Leonilde da Assunção, sendo hoje uma das mais prestigiadas empresas vitivinícolas portuguesas. Com um forte cunho familiar, a empresa vive, atualmente, um dos seus períodos de maior expansão bem evidenciado nos vários investimentos realizados nas vinhas, na adega e na equipa técnica, sempre com o grande objetivo de atingir o máximo de qualidade. Fruto de toda esta dinâmica, a Casa Ermelinda Freitas tem alcançado «uma elevada notoriedade, nomeadamente através da conquista de numerosos prémios a nível nacional e internacional com as suas marcas mais relevantes, nomeadamente Terras do Pó, Dona Ermelinda e Quinta da Mimosa. Em 2008, deu-se um dos pontos altos da vida da empresa: o vi-
nho Casa Ermelinda Freitas Syrah 2005 foi distinguido com o troféu de melhor vinho tinto do Mundo, no prestigiado concurso Vinalies Internationales, em Paris, França. Este galardão foi conquistado em prova cega entre mais de 3 mil vinhos provenientes de 36 países de todo o Mundo. Consolidar a reputação alcançada e aumentar a produção de vinhos de qualidade são os objetivos imediatos a concretizar através da aposta nas castas portuguesas mais diferenciadoras. «Queremos uma aposta que permita o crescimento das quotas de
mercado a nível nacional e, principalmente, a nível internacional, com especial incidência em grandes mercados como os Estados Unidos e Inglaterra». Além disso, a Casa Ermelinda Freitas pretende continuar a ser «uma referência da região de Palmela pela qualidade dos seus vinhos e pela valorização de toda a cultura da vinha e do vinho», sublinha Leonor Freitas. Quatro gerações a produzir vinhos de alta qualidade A Casa Ermelinda Freitas é uma empresa familiar que se dedica à
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produção de vinho há quatro gerações, tendo sempre apostado na qualidade das vinhas e dos vinhos, mesmo quando estes, nos primeiros tempos, eram produzidos e vendidos a granel, sem marca própria. Iniciada por Leonilde da Assunção, no início dos anos 20 do século passado, a atividade foi continuada por Germana de Freitas e, mais tarde, por Ermelinda Freitas, com a colaboração da sua filha única, Leonor, que, embora com formação fora da área vitivinícola, assumiu a liderança da empresa, continuando assim a presença feminina nos negócios de família. Seria já com a atual gestão que se daria a decisiva mudança no negócio com a criação de marcas próprias. Assim, em 1997, iniciou-se um novo ciclo da vida da empresa com o lançamento do Terras do Pó tinto, primeiro vinho produzido e engarrafado da Casa Ermelinda Freitas. As vinhas e os vinhos Quando assumiu a gestão da empresa, Leonor Freitas tinha herdado 60 hetares de vinhas de apenas duas castas, Castelão e Fernão Pires, situadas em Fernando Pó, zona privilegiada da região de Palmela. Com o seu espírito empreendedor e inovador, a atual proprietária introduziu uma diversidade de castas como a Trincadeira, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah e Alicante Bouschet, entre outras. Passados 16 anos, a Casa Ermelinda Freitas detém já 440 hetares de vinha, das quais 180 hetares são de Castelão, e o restante de outras castas como Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah, Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Franca, Merlot e Petit Verdot, Fernão Pires, Chardonnay, Arinto, Verdelho, Sauvignon Blanc e Moscatel de Setúbal. Qualidade e inovação A Casa Ermelinda Freitas exporta atualmente 40 por cento da sua produção, para países como Inglaterra, Brasil, Angola, Luxemburgo e China. É seu objetivo a entrada em novos mercados, assim como o aumento do valor das exportações. A adega, apetrechada com a mais moderna tecnologia, apresenta uma simbiose entre o moderno e o tradicional, integrando no mesmo edifício um conjunto de áreas que vão desde a produção ao estágio em barricas de carvalho e ao engarrafamento de vinhos, trabalhos sob a responsabilidade do enólogo Jaime Quendera.
zona nobre remete para uma história geracional e um passado de um mundo rural distante
Museu guarda memórias e afetos e promove o enoturismo No espaço museológico, moderno, sofisticado e carregado de memórias, vive o passado de uma herança de afetos deixado de geração em geração. É um história feliz, com futuro largo pela frente.
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Casa de Memórias e Afetos, uma zona comercial, uma sala de provas e um salão para grandes eventos com capacidade até 400 pessoas, integram também o espaço e a oferta desta casa. Trata-se de um espaço museológico cujo núcleo principal é dedicado às quatro gerações familiares que deram origem a esta reconhecida empresa vitivinícola de Fernando Pó, em Palmela. É composto por cinco espaços de exposição. Na primeira sala, o visitante encontra uma referência à origem do topónimo Fernando Pó, a que se seguem textos e fotos relacionados com o percurso familiar e empresarial de Leonilde da Assunção/Manuel João de Freitas; Germana de Freitas/Manuel João de Freitas; Ermelinda de Freitas/Manuel João de Freitas Júnior e Leonor de Freitas/Arménio Campos. Nesta mesma sala encontram-se expostos alguns objetos pessoais dos protagonistas e equipamentos e ferramentas re-
lacionados com os trabalhos agrícolas em geral e vitivinícolas em particular. Integrada nesta, visita-se uma outra sala onde é apresentada a atividade manual do trabalho no lagar. Naquela que foi a primeira adega da empresa, agora remodelada observam-se os depósitos originais, alguns equipamentos e os primeiros vinhos engarrafados, no final do século XX início do século XXI e respetivos prémios. O espaço original onde se efetuou a destilação de aguardentes, com a respetiva caldeira e uma sala com várias balanças, pesos e medidas, completam a área expositiva. A Casa de Memórias e Afetos Ermelinda Freitas constitui uma das principais apostas da Casa Ermelinda Freitas no desenvolvimento de uma estratégia de promoção do enoturismo. A conceção e implementação deste projeto é da responsabilidade de Amílcar Malhó, Vítor Santos e Joana de Freitas.
O culto da vinha e do vinho Outra aposta desenvolvida pela empresa foca-se na área do enoturismo, transmitindo a quem visita a Casa Ermelinda Freitas ensinamentos que promovam o culto da vinha e do vinho, nomeadamente através de uma vinha pedagógica, onde crianças, jovens e adultos podem observar e aprender sobre as diferentes castas cultivadas. Esta vertente do enoturismo é particularmente incentivada por Leonor Freitas, que pretende fazer da Casa Ermelinda Freitas «um símbolo pedagógico da região, levando às escolas a cultura e a história da vinha e do vinho, uma arte secular», contribuindo assim para a promoção turística e económica do concelho de Palmela. Aliás, Leonor Freitas faz questão de sublinhar que os investimentos da empresa visam muito mais a qualidade do que a quantidade. «Não investimos para fazer mais, mas sim para produzir o melhor, sendo este o nosso grande objetivo», conclui a empresária de Fernando Pó. semmais | Quinta-feira | 31 Dez 2015 | 9
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responsabilidade social é uma das marcas distintivas da empresa e dos seus responsáveis
“Vida de um Vinho” apura verbas para a Cáritas e Sol Nascente A responsabilidade social faz parte do cardápio estratégico da empresa instalada em Fernando Pó. A filosofia da gerência é distribuir parte do sucesso da empresa. Ao longo do ano, são muitas as causas a apoiar.
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projeto “A Vida de um Vinho”, integrado na responsabilidade social da Casa Ermelinda Freitas, entregou verbas à Cáritas Diocesana e à União Social Sol Crescente da Marateca. Com a presença de Maria Cavaco Silva, embaixadora do projeto, e do Presidente da República, Cavaco Silva, foi entregue a estas duas entidades o montante de 17 mil e 9 mil euros, respetivamente. Leonor Freitas, após recordar algumas dificuldades do passado, afirmou que sempre sentiu que tinha que «devolver um pouco à sociedade daquilo que ela me deu, e já meu deu tanto. E foi com essa ideia que criámos um projeto chamado “A Vida de um Vinho”». Manuel Batista, do Sol Crescente, de Águas de Moura, que presta apoio a 77 crianças e 60 idosos, em apoio domiciliário e centro de dia, e tem uma cantina social frequentada por 25 pessoas carenciadas, agradeceu o apoio e sublinhou que «este donativo ser-
ve para colmatar as nossas deficiências quando surge uma despesa extra. Este valor irá ser empregue na melhoria das nossas instalações e, eventualmente, para reparação e renovação de material». Já Eugénio da Fonseca, da Cáritas Diocesana, revelou que, numa primeira fase, «julgávamos que íamos adaptar instalações, para dar melhores condições de vida a dois agregados familiares, mas quando começámos a mexer na estrutura da casa, tivemos de construir uma casa nova». Com esta verba de hoje, «vamos iniciar outra reconstrução, mas é claro que ainda há muitas outras garrafas para comercializar, daí a solidariedade ser importante». Projeto social já entregou mais de 62 mil euros Como resultado das vendas dos produtos da “Vida de um Vinho” concretizou-se já a primeira entrega de receitas, em dezembro de
2013, no valor de 18 735 euros. Em dezembro de 2014 decorreu uma segunda entrega na importância de 26 435 euros. Estes montantes permitiram já a recuperação de uma casa de família de idosos na região. O projeto arrancou em 2008 e contou com a criteriosa colheita das melhores uvas que dariam origem a um vinho único e exclusivo. Foram engarrafadas 1 500 garrafas Magnun, numeradas, que acompanhadas por um CD com a obra musical criada pelo maestro Jorge Salgueiro e o livro do jornalista Amílcar Malhó, são disponibilizados através de uma contribuição de 100 euros. O conjunto poderá ainda ser acompanhado por uma serigrafia do pintor Mário Rocha, no valor de 75 euros. O processo produtivo foi acompanhado e acarinhado por personalidades dos mais diversos setores de atividade da sociedade. Assim, nos dias 9 de setembro de 2009, 10 de outubro de 2010 e 11
de novembro de 2011 realizaram-se três jantares de prova do vinho produzido a partir da colheita de 2008 que contaram com a presença, respetivamente, de 9, 10 e 11 personalidades que se tornaram embaixadores da “Vida de um Vinho” e que inscreveram as respetivas assinaturas num dos barris do referido néctar. O montante angariado será aplicado em projetos de apoio a idosos, pela Cáritas, e de apoio a crianças carenciadas da região, pela União Social Sol Crescente da Marateca, reforçando assim a intervenção positiva da Casa Ermelinda Freitas na sociedade, que faz parte dos objetivos da sua atividade. Entre os embaixadores deste projeto estão os nomes de Maria Cavaco Silva, Daniel Sampaio, José Fonseca e Costa, D. Gilberto dos Reis, Camané, Carlos Alberto Moniz, Eusébio, Fátima Lopes, Fernanda Freitas, Jaime Graça, José Jorge Letria, Jorge Sampaio, Jorge Mendes e Toy.
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paula guimarães, presidente da fundação montepio, e o trabalho no terreno de apoio às instituições de solidariedade
«Apoiamos mais de cem projetos por ano, onde despendemos 1,3 milhões de euros» Paula Guimarães traça os cenários do terceiro setor onde a instituição exerce a sua atividade social. Em causa, valores de monta e projetos diversificados. Desemprego, educação financeira e combate à exclusão, foram prioridades em tempo de crise. Como articula com a Associação Mutualista e de onde provêem as receitas da Fundação? A Associação Mutualista é a principal entidade financiadora da Fundação e os titulares dos seus órgãos sociais são, por inerência, os titulares dos órgãos sociais da Fundação, Há, portanto, uma relação próxima entre as duas entidades que atuam complementarmente em prol da coesão social da sociedade portuguesa.
Qual o papel e a missão da Fundação Montepio no quadro da sociedade portuguesa, nomeadamente na sua intervenção no setor social? Vinte anos depois da sua criação, a Fundação Montepio assume-se como um dos principais financiadores da economia social em Portugal, apoiando mais de cem projetos por ano e viabilizando a capacitação das organizações e a inovação da sua atividade. Que áreas abarca esse trabalho de apoio e contributo no setor e a que instituições se dirige em especial? Apoiamos apenas instituições do
terceiro setor que atuam, sobretudo, nos domínios da solidariedade, da saúde, combate ao desemprego e à exclusão.
De que montantes estamos a falar, por exemplo no que diz respeito ao último ano. Ainda não fechámos o ano, mas normalmente o valor do investimento social realizado ronda um milhão e trezentos mil euros.
Que tipo de apoios são mais regulares? Cada vez mais privilegiamos projetos próprios como a Frota Solidária e o Prémio Voluntariado Jovem e iniciativas, desenvolvidas em parceria, com duração plurianual, das quais salientamos o Programa Impacto Social, o GEPE (Grupos de Entreajuda para a Procura de Emprego) e o Programa Cuidar Melhor.
Pode inferir-se que a Fundação foi obrigada a um esforço maior nos últimos anos, devido à situação económica e financeira do país? O orçamento da Fundação não sofreu alterações nos últimos anos, mas a alteração da conjuntura sócio-económica provocou uma alteração nas prioridades, na forma de atuar e nos critérios de seleção dos projetos apoiados. Estamos mais exigentes com a sus-
tentabilidade das organizações e mais preocupados com a formação dos atores sociais, para que sejam capazes de enfrentar os desafios do presente e do futuro. Que prioridades extraordinárias foram encetadas nesse quadro social do país? Sobretudo as que se relacionam com o desemprego, com a educação financeira e com o combate à exclusão numa perspetiva inclusiva e dignificante. Pode dizer-se que há uma relação mais próxima com as instituições da Igreja ou a acção da Fundação é muito transversal a este universo? A ação da Fundação abrange todo o tipo de organizações e somos particularmente cautelosos com a diversificação de parceiros. Temos também uma forte ligação à Fundação Aga Khan e trabalhamos muito com instituições de base mutualista e cooperativa. O que acontece é que uma grande percentagem de entidades atuantes nestes domínios são misericórdias e centros paroquiais, pelo que a relação com as instituições ligadas à Igreja é inevitável e naturalmente gratificante.
empresa é líder de mercado na área de prestação de cuidados a pessoas com dependência
Residência do Montepio no Montijo é uma das mais modelares do país
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empresa “Residências Montepio” é líder de mercado em Portugal na área da prestação de cuidados a pessoas com dependência. Os seus equipamentos são, na sua maioria, construções de raiz, pensadas ao detalhe para um acolhimento de excelência e aposta forte na formação técnica dos seus colaboradores. «São respostas sociais de elevado nível que procuram acompanhar as tendências de
mercado e inovar continuamente», explica Paula Guimarães, presidente da Fundação Montepio, que a tutela desta área. A instituição conta com uma unidade modelar na cidade do Montijo desde 2011, instalação que veio, segundo os seus responsáveis, «dar resposta a uma necessidade sentida a sul do Tejo e cumprindo o nosso plano de expansão e afirmação nacional» Esta residência possui unida-
des de cuidados continuados e também acolhe residentes privados, com uma lotação de 147 vagas que se encontra totalmente preenchida. «Constitui uma unidade de referência no distrito e no país e nasceu ao abrigo de um protocolo com a ARS, para dar resposta à carência de vagas de cuidados continuados do sul do país», explica Paula Guimarães. A mesma responsável garante que residência do Montijo vai
continuar a desenvolver um trabalho de qualidade, aprofundando a sua relação com a comunidade e procurando sempre responder aos desafios. Para os próximos anos, não estão previstas novas residências a edificar no distrito, mas a empresa está a crescer com a criação de mais uma residência na Parede e outra na cidade de Lisboa, correspondendo às necessidades mais urgentes.
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ações de cariz lúdico, cultural e formativo envolveram quase 1200 participantes
Associação Mutualista Montepio é uma força social também no distrito São muitas as iniciativas apoiadas e desenvolvidas pela Associação Mutualista Montepio, que este ano comemorou 175 anos de existência. Em articulação com a Fundação Montepio esses apoios são mesmo muito fortes na nossa região.
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os últimos anos, a Associação Mutualista Montepio, que acabou de comemorar 175 anos de existência, tem vindo a intensificar a sua ação na nossa região. No âmbito das iniciativas de Dinamização Associativa foram realizadas, no distrito, 17 atividades de cariz lúdico, cultural e formativo que envolveram um total de 1.163 participantes. Nestas ações estão incluídas 7 atividades do Clube Pelicas (Clube dirigido ao target associativo dos zero aos 13 anos de idade) integradas no projeto “Pelicas vai à escola”, que visa dar a conhecer junto dos mais pequenos os valores mutualistas da solidariedade, entreajuda, não discriminação e a poupança como forma de previdência e prevenção de riscos futuros. Dando seguimento à estratégia de celebração de acordos, no
âmbito dos Benefícios Complementares para Associados, no ano de 2015, foram assinados 4 novos acordos com empresas do Distrito de Setúbal. O número total de parcerias existentes neste distrito é de 110 acordos, envolvendo empresas nas áreas da saúde, proteção social, formação, turismo, consumo e desporto e bem-estar. A Fundação apoiou ainda alguns projetos sociais, dos quais se destacam a UNISETI e a Associação Mutualista Setubalense, e realizou importante ações de voluntariado corporativo na Mata da Machada, no Barreiro, e numa instituição de apoio a animais, chamada “Cantinho da Milú”, instalado no concelho de Palmela. Por via da Fundação Montepio acrescem também apoios a diversas instituições do concelho de Setúbal, como a Casa sedeada em Azeitão ou a AURPIS.
vinte anos da fundação numa grande conferência em março Para o próximo ano, a Fundação Montepio vai aprofundar as prioridades já encetadas nos últimos anos e vai apostar forte na medição do impacto, fortalecimento da cooperação interinstitucional e na formação. Uma das grandes novidades já na forja será a realização, a 1 de Março de 2016, da conferência que visa assinalar os vinte anos da Fundação e debater com os principais stakeholders os caminhos do futuro no domínio da intervenção social.
Visitas à Fábrica dos Chocalhos e à Rota Vicentina Para o próximo ano, a Associação Mutualista vai dar continuidade às iniciativas de Dinamização Associativa para Associados, nomeadamente o prosseguimento da Rota Vicentina e uma visita guiada à Fábrica do Chocalho, no seguimento da inscrição da Unesco, no passado dia 1 de dezembro, da arte do “Fabrico de Chocalhos” como Património Cultural Imaterial da Humanidade a proteger. Manter-se-á, igualmente, a colaboração do Montepio Geral – Associação Mutualista, integrando o projeto “RedeMut – Associação Portuguesa das Mutualidades”, onde se incluem também “A Mutualidade da Moita - Associação Mutualista” e a “União Nª Sra da Conceição, Associação Mutualista”, do Montijo, entidades que prestam serviços de saúde nas respetivas clínicas e farmácias. Em complemento aos serviços médicos prestados durante o dia pela RedeMut, é disponibilizado o Serviço de Assistência Médica Domiciliária Noturna, assegurado pelas Residências Montepio. Outros projetos e apoios, no quadro da Fundação Montepio, vão passar pela carteira de pro-
postas das diversas instituições, mas os seus responsáveis esperam continuar a desenvolver ações em parceria com as forças vivas da região, como a UNISETI, aCAIS e a APPACDM. Está também prevista uma parceria com a autarquia sadina, através do GRACE, grupo de responsabilidade social a que a Fundação preside. Segundo os mesmos responsáveis, pode vir a surgir em 2016 um novo projeto ligado à capacitação de dirigentes, em estreita colaboração com a UDIPSS de Setúbal e com a TESE, aos mesmo tempo que se espera aprofundar a colaboração com o Centro Jovem Tabor, no domínio dos títulos de impacto social. semmais | Quinta-feira | 31 Dez 2015 | 13
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Centro Jovem Tabor BA precisa de mais voluntários vai produzir Moscatel de Setúbal para aumentar respostas
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Centro Jovem Tabor, localizado em Setúbal, em 2016, vai apostar na produção do Moscatel Solidário, em parceria com a Casa Ermelinda Freitas. Além disso, a instituição está a trabalhar no desenvolvimento do Projeto Título de Impacto Social, em parceria com a Fundação Montepio e o Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, sendo o objetivo do projeto a redução da Taxa de Retenção dos alunos do 2.º ciclo. A instituição debate-se com a falta de respostas adequadas às novas problemáticas da infância e juventude, nomeadamente ao nível dos problemas da saúde mental. O Centro Jovem Tabor acolhe jovens, em regime semi-aberto, dos 12 aos 18 anos, em situação de risco social. A atividade do CJT consiste no acolhimento residencial de jovens com problemas de comportamento. O aumento das situações de pobreza das famílias e da delinquência juvenil no distrito, contribuiu, em larga escala, para o crescimento do número de sinalizações de jovens em situação de vulnerabilidade social. A instituição reconhece que o facto de serem jovens com baixa escolaridade, com perspetivas de empregabilidade praticamente nulas, coloca-os numa situação de permanente exclusão social, tornando-os difícil de romper com o ciclo da pobreza familiar e da própria dependência dos apoios sociais do Estado. O CJT possui apenas uma única resposta social, nomeadamente o Lar de Infância e Juventude, o que cria alguns constrangimentos em termos de gestão, designadamente ao nível do elevado desgaste das infra-estruturas. As mais-valias são, sem dúvida, os recursos humanos.
Banco Alimentar Contra a Fome que opera no distrito conta 8 colaboradores permanentes e cerca de 30 voluntários, indispensáveis às rotinas de uma instituição que, todos os anos, contribui para amenizar a escassez de bens primários de centenas de famílias. O tipo de atividade e serviços que a instituição presta têm sido essenciais no atual quadro de crise financeira. Sendo uma instituição atípica e em sintonia com a sua missão, o BA luta contra o desperdício alimentar e tem procurado distribuir o maior número de alimentos possíveis em parceria com as instituições com quem apoia e tem parcerias. Faz distribuição semanal de várias toneladas de alimentos, recolhidos junto do público em geral e de instituições que fornecem apoio de forma mais ou menos regular. Os beneficiárias desta ação solidária são indicados pelas instituições que no terreno prestam auxílio às famílias mais carenciadas. Apesar de todos os anos a ação do Banco Alimentar em Setúbal crescer em número de toneladas de produtos e de apoios, um dos constrangimentos da instituição é a falta de voluntários qualificados e também a falta de capacidade para apoiarmos todas as instituições em lista de espera. Para o próximo ano, os responsáveis do BA pretendem arranjar novas fontes de angariação de produtos, por forma a aumentar a sua capacidade de resposta, como por exemplo, a campanha agrícola adicional. E querem também continuar a garantir o rigor na distribuição dos alimentos em estreita relação com as instituições, ou seja, consolidar o trabalho desenvolvido pelo BA.
Cruz Vermelha aposta em Cozinha Mais Solidária
Cáritas de Setúbal avança com abertura de lar de acolhimento para mães adolescentes
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delegação da Cruz Vermelha de Setúbal, que conta com 31 colaboradores e 82 voluntários, vai inaugurar em 2016 a sua Cozinha Mais Solidária para uma melhor alimentação dos idosos, colaboradores, catering a baixo custo, take away e promoção da saúde. Na área da promoção da saúde é de realçar ainda o projeto com enfoque na alimentação saudável, na promoção da atividade física e na saúde sénior, bem como outros relacionados com a inclusão social em duas zonas de Setúbal. A escassez de recursos é, sem dúvida, o principal problema que a instituição enfrenta. Mas, os seus numerosos voluntários são um recurso inestimável que fazem acreditar a delegação sadina a ir mais além, não esquecendo as parceria que se têm estabelecido. Servir todos sem distinção, a CV tem-se focado, sobretudo, em casos mais vulneráveis a nível social, seja por constrangimentos económicos, ou por isolamento e exclusão social. A delegação sadina da CV presta apoio humanitário na área da saúde e proteção social junto dos mais desfavorecidos. Na área do social, a delegação presta cuidados a idosos e dependentes, através do Serviço de Apoio Domiciliário, apoio a famílias carenciadas e Linha 144. Na área da Saúde, são prestados cuidados, a nível de Posto de Enfermagem e ações de sensibilização de promoção da saúde e socorrismo. Presta também Serviços de Transporte Especiais, a doentes urgentes e não urgentes, bem como transporte de crianças com necessidades especiais, apoios sanitários a vários tipos de eventos.
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Cáritas Diocesana de Setúbal tenciona obter a legalização de um lar de acolhimento para mães adolescentes, cujo apartamento foi emprestado pelo município, mas que agora necessita de regularização e de apoio financeiro para o seu funcionamento. Além disso, a instituição promete que vai continuar a olhar pelos desempregados de longa duração, através da concretização de projetos subsidiados pela Agenda 20/20. As atividades da Cáritas Diocesana de Setúbal estão centradas na defesa e promoção da dignidade humana, em especial das pessoas socialmente mais fragilizadas. A instituição, além do plano assistencial, investe também na promoção humana, na intervenção socio-laboral e no diálogo com as instâncias políticas para a transformação das realidades que dão origem aos problemas socioeconómicos que afetam mais as populações. Para isso, a Cáritas conta com meios humanos e materiais, os quais são sempre escassos neste tipo de instituições, mas os recursos humanos, incluindo os voluntários, são, sombra de dúvida, a mais-valia da Cáritas. A Cáritas de Setúbal tem como alvo e princípio fundamental, dado tratar-se de uma instituição católica, todas as pessoas que tenham qualquer tipo de problema. Quanto ao futuro, a Cáritas reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer para se trabalhar, de verdade, em parceria. A escassez de recursos monetários também é relevante.
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Maria de Belém Fernando Raimundo Colaborador do Semmais
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stamos agora a festejar um duplo acontecimento: o nascimento de Jesus, ocorrido há 2015 anos (há quem diga que não…) e o Solstício de Inverno, com a chegada anual da forma de energia e de consciência a que chamamos de Cristo (a raiz da palavra é a mesma de ‘cristal’) ao centro do nosso planeta para o dirigir e revitalizar, impulsionando evolução mais rápida e segura para a humanidade. Sim, porque segundo o cristianismo místico (esotérico), essa energia apresenta, entre outros, um movimento ondulatório que continuamente se propaga entre o centro do Sol e o centro da Terra, chegando portanto ao núcleo da nossa estrela no solstício de Verão. E por altura da Páscoa, no Equinócio da Primavera, nesse movimento de retorno ao Sol (a face visível do ‘Pai’, uma das expressões do ‘Logos Solar’) cruza o plano da eclíptica. É a crucificação cósmica que, através da ‘morte’ proporciona um novo renascimento, uma renovada esperança. E a Natureza manifesta-se então exuberantemente: o reino vegetal floresce, o reino animal procria. Já no Equinócio do Outono (Fall/ queda), quando essa energia retorna à Terra, promovendo a queda das folhas das árvores, a Natureza despe-se. O solstício (etimologicamente sol + sistere, suster, parar) é o período em que o Sol aparentemente para, entre os dias 21 e 25 de Dezembro, data que marca o termo do ciclo solsticial no qual os “poderes das trevas” de certo modo tomam conta do “Dador da Vida”. A razão cosmológica por que o Sol fica aparentemente ‘parado’ durante três dias, por ocasião dos solstícios, tem a ver com as declinações e não com as longitudes celestes. O renascimento da Luz faz-se então a partir de 24-25 de Dezembro, donde chamar-se a Cristo a Luz do Mundo. Os pais de Jesus terão sido seres de uma grande elevação espiritual, altos iniciados essénios. O termo “Essénio” deriva de “asa”, palavra hebraica helenizada que significa sanador, aquele que torna ‘são’, espiritual e fisicamente, havendo até quem diga que as doenças físicas são muitas vezes consequências (somatizações) de moléstias morais. Diz-se que José era carpinteiro, mas esta afirmação deturpada baseia-se num erro de tradução da palavra grega “tekton”, que significa “construtor”. José e Jesus eram “construtores” dos veículos espirituais a que São Paulo chamava ‘soma-psichicon’, por meio de uma alquimia interna. Já o Construtor do nosso Sistema Solar é o Grande
editorial Raul Tavares Diretor
Arquitecto, em que o prefixo “arqui” se refere à ‘matéria primordial’ a partir da qual o ‘imanifestado’ se manifesta. A virgindade de Maria poder-se-à referir não ao corpo mas, alegadamente, à sua pureza “interior”, tendo concebido na altura astrológica propícia indicada pelo Anjo Anunciador. A virgindade, tal como a hierogamia e a maternidade, funde-se nos símbolos sagrados do Eterno Feminino e da Virgem Maria, caracterizando-os mística e mistéricamente. Esta Deusa- Mãe, reverenciada em todo o Universo, é o grande e ilustre Ser que está à frente dos Senhores da Sabedoria, ou seja, os Senhores da Hierarquia do Signo Zodiacal Virgem. É sob a amorosa vigilância desta Mãe celestial que todas as iniciadas femininas têm o seu treino e preparação. Na Palestina surgiu a mais sublime de todas, Maria, mãe de Jesus. Ela foi e é a grande Instrutora Espiritual que transmitiu ao seu filho a riqueza da sua profunda Sabedoria. É interessante notar que as mais antigas representações pictográficas do signo zodiacal Virgo mostram uma figura feminina segurando numa das mãos uma jóia e na outra uma espiga de trigo: o pão é o símbolo maior do Cristo: “Eu sou o pão da vida”. E por isso a tradição oculta designa frequentemente a Eterna Mãe de Cristo, a Mãe com o Menino, ou a Virgem com o trigo, como Maria de Belém (Bet-Lehem: a “casa do pão”). Havendo quem invoque uma linhagem que estabeleceria a ligação de Jesus à dinastia merovíngia (meados do séc.V a meados do séc.VI, antiga Gália), centremo-nos por ora na versão mais conhecida e popularizada, segundo a qual o seu nascimento teria tido lugar num ambiente de humildade, na presença de “mansos” animais, que simbolizam os nossos selvagens instintos já “domesticados”. A visita dos três Reis Magos (grandes astrólogos, homens sábios, presumivelmente hebreus que ainda viviam na Babilónia), quando o Menino já estava em casa, revela que se tratava de um acontecimento Cósmico de magna importância para o Mundo, previsto com muita antecedência pelos antigos Profetas de Israel. Jesus foi cuidadosamente preparado durante 30 anos e só então é que entregou o seu corpo denso “Àquele que vem do Sol” (o Cristo), como estava anunciado, quando foi baptizado no rio Jordão por João Baptista, o Precursor. É também este o significado do Natal, que um dia nascerá em todos nós. Que os leitores tenham um Bom Natal!
Um setor que é também o primeiro…
O
terceiro setor, assim designado do ponto de vista económico e sócio-político, é uma dimensão nova. Na hierarquização das sociedades modernas não tem muito tempo. A governança e o mercado esqueceram demasiado tempo era realidade que junta o que de melhor há na sociedade e nos seus pilares fundamentais. A maior parte das instituições que a dão corpo a este exército de apoio social não tem fins lucrativos e o mercado privado tem também aqui um papel relevante, seja na contribuição financeira – muitas vezes considerando estas instituições como fatia dos seus stakeholders ou meramente em políticas e estratégias de responsabilidade social – seja nos múltiplos apoios diretos de mecenato. O distrito de Setúbal é felizmente fértil nesta dimensão que, muitas vezes como se tornou evidente nos últimos anos - obriga a esforços redobrados e uma abnegação que trás ao cimo de cada um dos homens o melhor de si. Foi, não tenhamos dúvida, um trabalho hercúleo e continuará a ser, nomeadamente no que diz respeito aos valores da dignidade humana junto dos mais carenciados e na erradicação das bolsas de pobreza. A atividade deste setor, pode dizer-se, é também um mecanismo de redistribuição de riqueza e obedece a lógicas de altruísmo e filantropia. Mas estamos a falar de um indústria que é também um fator decisivo da economia, porque cria emprego e gera dinâmicas económicas de grande relevância. É mesmo estratégico para o desenvolvimento social e económico do país. Colocar como objetivo primeiro a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais necessitadas deve ser um horizonte comum, em contrapartida às políticas assistencialistas, ao paternalismo que as mesmas promovem e a uma certa condescendia da esmola. Assim se perceba a sua real dimensão. Por isso, quisemos homenagear, em fecho do ano, todos os que se dedicam a esta causa maior. semmais | Quinta-feira | 31 Dez 2015 | 15
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