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O HOMEM QUE PASSEIA JIRO TANIGUCHI
semmais Avenida Luísa Todi, 73, Setúbal 966 723 978 amarsetubal.pt
EXPOSIÇÃO MARÇO/MAIO.2018
SÁBADO 31 DE MARÇO DE 2018 Diretor Raul Tavares Semanário - Edição 985 - 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM FREDERICO ROSA
«REVOLUÇÃO DIGITAL» PARA TORNAR A CÂMARA MAIS AMIGA DOS MUNÍCIPES O presidente da Câmara do Barreiro explica ao Semmais os pontos-chave da sua estratégia para mudar o rumo do concelho. Frederico Rosa quer derrotar mitos, afastar preconceitos e conquistar espaços para desenvolver mais turismo, mais cultura e mais desporto. Promete uma revolução administrativa e, entre uma carteira recheada de projetos, garante um novo Plano Diretor Municipal. P8-9
SOCIEDADE
SOCIEDADE
Setúbal acolhe 32º Encontro Nacional de Professores de Geografia P3
GARCIA DE ORTA NOMEADO PARA OS TOP HOSPITALS AWARDS 2018 EM LONDRES
POLÍTICA
Guerra aberta entre o autarca de Fernão Ferro e a câmara do Seixal P10 NEGÓCIOS
Sabores da Arrábida no Festival do Queijo, Pão e Vinho, de Palmela P12
Depois da menção honrosa de 2014 o Hospital Garcia de Orta volta a ser nomeado para o prémio Internacional de Melhoria da Qualidade do Caspe Healthcare Knowledge System Administrador e diretora do Serviço de Gestão de Qualidade estão confiantes. P3
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RAUL TAVARES DIRETOR
Ciclo de entrevistas aos presidentes de câmara
A
brimos nesta edição um ciclo de entrevistas aos presidentes das câmaras do distrito, eleitos nas últimas autárquicas. Já passaram uns meses e cada um destes autarcas já está a implementar, no terreno, os seus projetos políticos. O objetivo editorial desta sequência de entrevista é exactamente medir os primeiros impactos dessas políticas e tentar perceber, agora que conhecem os cantos à casa – nomeadamente os que foram eleitos pela primeira vez – como se articula o perfil de cada um no jogo político. Só agora avançamos para estas entrevistas mais consistentes, porque nos pareceu ser a altura mais adequada face ao momento político, desde logo com as aprovações dos primeiros orçamentos dos respetivos mandatos. As entrevistas não têm nenhuma ordem em concreto, decorrem dos contactos estabelecidos com cada um dos presidentes de câmara e dos timings que foram possíveis acertar
Seixal descentraliza 1,6 Milhões para as Juntas de Freguesia
O
Município do Seixal tem sido pioneiro e inovador na delegação de competências e meios para as freguesias, opção que tem possibilitado desde há muitos anos uma prestação de serviços às populações em diversas áreas, progressivamente mais eficaz, mais próxima e de maior qualidade. Para este novo ciclo, foi aprovada pela Câmara Municipal do Seixal uma transferência anual de 1,6 milhões de euros para as 4 Juntas de Freguesia do Concelho, mais 14% que no mandato anterior, garantindo as condições e recursos financeiros para que possam exercer um conjunto muito significativo de competências, como a gestão de mercados municipais, a realização de intervenções nas escolas básicas, a gestão de cemitérios, a execução de obras de proximidade, a realização de eventos de interesse municipal, a desmatação de terrenos, a manutenção de espaços verdes ou mobiliário urbano, entre outras. Fruto de uma gestão criteriosa, as Juntas de Freguesia do Concelho do Seixal encontram-se hoje com melhores condições que no mandato passado para o exercício das suas funções, o que motivou o alargamento e aprofundamento do leque de competências. No entanto é preciso recordar algumas das principais conclusões tomadas no Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) realizado em Janeiro deste ano, onde se defendeu a alteração da Lei das Finanças Locais, no sentido de aumentar de 2% para 3% as transferências do Estado para o
SIGA O NOSSO CONCELHO JOAQUIM SANTOS PRESIDENTE DA C.M. DO SEIXAL
Fundo de Financiamento das Freguesias (FFF), pois segundo a ANAFRE, desde 2008 até agora, as freguesias viram-se subtraídas em cerca de 200 milhões de euros em virtude da progressiva redução do FFF. Outra das conclusões prende-se com a necessidade premente de repor as freguesias de acordo com a vontade das populações. No Seixal, foram extintas 3 freguesias (Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires), afastando da vida democrática várias dezenas de populares, e tornando menos próxima a acção da junta de freguesia junto destas populações. Podemos observar que enquanto os governos prometem mais recursos e competências para as freguesias e suas populações, na verdade têm sido as Câmaras Municipais, como é o caso do Seixal, a garantir uma importante fatia do orçamento anual das Juntas de Freguesia. Mas concordamos que primeiramente as freguesias deveriam ter uma maior participação dos impostos do Estado, garantindo a sua autonomia política e de gestão, e não dependerem de uma outra autarquia para melhor desempenharem a sua função. E estamos de acordo que se deveria novamente dar voz aos órgãos autárquicos eleitos e populações sobre o regresso ou não das freguesias extintas. Não podemos
deixar de recordar os compromissos do PS, que antes das eleições de Outubro de 2015, afirmava que ganhando as eleições, iria dar o poder de decisão às populações. Infelizmente mais de 2 anos passados, aquele partido decidiu não honrar esse compromisso e a palavra dada, remetendo-o para depois de 2019. Por isso se pode ver a diferença entre aqueles que verdadeiramente apoiam e acreditam nas juntas de freguesia e os outros. No Concelho do Seixal, vamos reforçar a delegação de competências avançando uma nova verba para apoio à limpeza dos mercados de levante, reforço das verbas na realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico, na manutenção de equipamentos de lazer, na execução de obras de proximidade e realização de eventos. E vamos fazê-lo de forma equitativa através de um critério-base baseado na demografia de cada território, que garante o princípio de igualdade e proporcionalidade entre todas as Juntas de Freguesia. Em suma, o novo ciclo de delegação envolve mais competências, mais verbas, mas também mais confiança no trabalho das nossas Juntas de Freguesia.
E
se essas circunstâncias da Antiguidade encontrarem um paralelo nos dias de hoje (e estou a alargar os meados do século passado, quando a peça foi escrita, até à actualidade: estreamos «Morte de um caixeiro-viajante» a 13 de Abril próximo, e estaremos em cena até 6 de Maio). “Hoje em dia há pessoas (como sempre houve, de resto) que agem contra os mecanismos que procuram rebaixá-las. E, nesse processo de acção, tudo aquilo que tinham aceitado por via do medo, ou da insensibilidade, ou da ignorância, é abanado diante dos nossos olhos e posto em causa. E é a partir dessa investida total, por parte de um só indivíduo, contra o cosmos aparentemente estável que nos rodeia — a partir do questionamento absoluto do ambiente ‘imutável’ — que surge o terror e o medo classicamente associados à tragédia”. As palavras são de Miller, no ensaio que citei. O Autor refere-se, muito
Envenenado
S
e estivesse envenenado não vos estaria a escrever estas linhas… como diria La Palice. Mas, na verdade, no dia-a-dia vamos ficando “envenenados” com tanto disparate que lemos e ouvimos e outros dirão o mesmo de nós, pois também nos aturam. Confesso-me ignorante em política internacional, mas não deixo de ter a curiosidade suficiente para ir lendo os títulos que nos vão dando conta de que este ou aquele país expulsou os embaixadores russos e que os “kremlinianos” se fazem pagar da mesma moeda e toca a marcar viagem de retorno aos que por lá andam. Isto porque há quem afirme que um ex-espião russo foi envenenado a mando dos da Praça Vermelha, e que estes continuam a dizer que são inocentes, como se tivéssemos o dever de acreditar nuns e noutros. Mas o “veneno” não está só na política internacional. No “mercado interno” também se trocam opiniões e qualquer
Mas o “veneno” não está só na política internacional.
A tragédia do homem comum m 1949, no mesmo ano em que estreia a sua obra-prima «Morte de um caixeiro-viajante», Arthur Miller (1915-2005) escrevia um curto ensaio a que deu o título «A tragédia do homem comum». Aquilo que une esses dois textos não é só o facto de serem coevos — é que, de facto, eles debruçam-se sobre a mesma realidade. Ou melhor, o ensaio desenvolve, de forma clara e concisa, aquilo que a peça esboça: que o mecanismo da tragédia não diz respeito apenas aos que nasceram em berço de oiro, nem se circunscreve à Antiguidade Clássica, quando os autores gregos criaram este género dramático. Para Miller, os mecanismos que nos mitos gregos condicionam as vidas de figuras como Édipo ou Medeia — e que, no Renascimento, Shakespeare, por exemplo, recriou em personagens como Hamlet ou Timão de Atenas — são os mesmos mecanismos que podem reger as vidas de todos nós,
JORGE SANTOS JORNALISTA
EDITORIAL
FIO DE PRUMO
OPINIÃO
BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO DIRETOR DA CTA
claramente, ao problema que afecta o protagonista de «Morte de um caixeiro-viajante»: o vendedor Willy Loman. Outrora um vendedor de sucesso, Willy encara a degradação física e psicológica — mas também, e acima de tudo, a degradação social. A empresa para a qual trabalhou afincadamente toda a vida vai dispensá-lo, porque ele deixou de lhe ser útil como outrora. E a tragédia de Willy inicia-se exactamente nesse ponto, quando não aceita ser posto de lado — sobretudo, quando não aceita que não lhe seja possível continuar a ser o sustentáculo da sua família. O desfecho desta trama não é completamente inesperado, não
fosse esta história uma tragédia. Mas a genialidade de Miller tornou esta peça num dos textos do cânone ocidental. As personagens por si criadas não precisam da aura antiga para serem trágicas: elas são como nós (tal como eram como os americanos do pós-Segunda Grande Guerra, durante a retoma económica). A figura de Willy é-nos próxima e, para o conhecermos melhor, não precisamos de ir folhear os jornais à procura daqueles que não aceitaram mansamente o destino, e foram capazes de um gesto maior do que eles próprios. Willy Loman é o nosso vizinho do lado — seríamos nós, se fôssemos capazes de ser como ele.
delas menos isenta de vitamina que nos ajude para que continuemos a acreditar que o dia de amanhã será melhor do que o de ontem. Ele é no Futebol, com a guerra armada entre dirigentes, coadjuvados pelos diretores de comunicação, onde o adepto começa a perceber que não é para aquilo que paga a quota, ou na gestão do País, onde os que governaram se esquecem do que não fizeram e exigem o que não pensaram vir a fazer. Resta-nos pedir que possamos ter, em quem assumiu cargos de responsabilidade, gente suficientemente iluminada, com sabedoria e espírito de tolerância, para que saiba transmitir, com força, a alegria necessária para acreditar que os seus tenham um futuro digno.
Diretor Raul Tavares | Redação Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Eloísa Silva, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida – coordenação | Direção de arte e design de comunicação DDLX – www.ddlx.pt | Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 | Concessão Produto Maiscom, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: redaccao.semmais@mediasado.pt; publicidade.semmais@mediasado.pt. | Telefone: 93 53 88 102 | Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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SOCIEDADE
UTENTES ELOGIAM PROFISSIONAIS, MAS CRITICAM TEMPOS DE ESPERA
Hospital Garcia de Orta nomeado para CHKS Top Hospitals Awards 2018 O Garcia de Orta é o único hospital Português a chegar à fase final do prémio internacional de melhoria de Qualidade do CHKS. Em 2014 a unidade de saúde portuguesa arrecadou uma menção honrosa, este ano a expectativa é grande. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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Hospital Garcia de Orta, E.P.E. (HGO) está, pela segunda vez, nomeado para o prémio Internacional de Melhoria da Qualidade do Caspe Healthcare Knowledge System (CHKS), na categoria “Quality Improvement Award”, a par com o “Cancer Centre London” e a “Whitfield Clinic, waterford, Irlanda”. Os Top Hospitals Awards, do CHKS, existem há 18 anos, para premiar a «excelência na prestação de cuidados nos serviços nacionais e privados de saúde, tanto no Reino Unido como internacionalmente, e em 2014 valeram à unidade de saúde portuguesa uma menção honrosa. O anúncio do vencedor será feito a 15 de maio numa cerimónia que decorrerá em Londres perante uma assistência de 250 pessoas. Daniel Ferro, Presidente
do Conselho de Administração do HGO, justifica a nomeação como «o reconhecimento público do nosso compromisso com a melhoria contínua da segurança dos nossos doentes e profissionais». Trabalho «árduo» realçado, também, pela diretora do Serviço de Gestão de Qualidade, Ana Terezinha Rodrigues, que explicou ao Semmais que «há um esforço contínuo de melhoramento dos padrões de tratamento dos doentes e de manutenção de critérios de segurança dos profissionais». Admite Ana Terezinha que isso é «valorizado pela entidade que nos faz a creditação que nos permite estar a competir entre os melhores dos melhores». Ao que tudo indica os critérios de segurança dos profissionais e a qualidade de atendimento dos doentes, do Hospital Garcia de Orta não é, só, reconhecida internacionalmente. Também os utentes falam
num «serviço bastante satisfatório», ainda que «com algumas melhorias a implementar». É o caso de Rita Sales para quem o serviço de obstetrícia alcança a categoria de «espetacular», mas o de neurocirurgia já se apresenta «fraco e lento». A utente adianta ao Semmais que «os serviços administrativos deixam um pouco a desejar e as consultas de especialidade já tiveram melhores dias». Ainda assim, Rita não deixa de enaltecer a «qualidade e competência do médico que a seguiu». Sem queixas e tecendo elogios rasgados aos profissionais de saúde está uma doente transplantada. Despois de um transplante de córnea e operações às cataratas, Maria Lucília Abreu «não podia estar mais agradecida a todos». Diz a utente, que é acompanhada no Garcia de Orta desde 2014, que «todos são muito atenciosos. Só posso dizer
bem porque sempre fui muito bem atendida». Um reconhecimento que se estende não só aos profissionais de oftalmologia como também «aos enfermeiros e ao pessoal das limpezas», refuta. Nas áreas da pediatria e urgências gerais Sara Guerreiro atira que «há dias péssimos e outros muito bons». Relativamente aos tempos de espera entre exames e consultas de acompanhamento «são um absurdo». A utente da Quinta do Conde esclarece que o filho «fez um exame em dezembro e só tem consulta em julho. O que é péssimo», lamenta. A nível de médicos, auxiliares e enfermeiros Lúcia d’Almeida Ferreira, de Fernão Ferro, assume não ter «nada contra». Já se tiver que avaliar o tempo de espera, admite que «é horrível devido à adoção do sistema das senhas». A opinião geral dos serviços é «satisfatória», diz, apesar de «agora frequentar mais
o hospital de Setúbal que tem tempos de espera mais compreensíveis». São testemunhos como estes que fazem os responsáveis do Hospital Garcia de Orta acreditar que «estão no bom caminho» e que são «merecedores deste e de outros prémios, nacionais ou internacionais», refere Ana Terezinha Rodrigues. O CHKS Quality Improvement Award 2018 está aberto a todas as organizações de saúde acreditadas pelo CHKS em 2017 e reconhece o desempenho que os processos de acreditação «têm incrementado nas áreas da Segurança do Doente, da Experiência do Doente e, no Bem-Estar, Segurança e Moral
dos Profissionais». O HGO é acreditado pelo CHKS desde 2011, foi nomeado para este prémio em 2014 e este ano é um dos três finalistas internacionais da categoria. Recorde-se que recentemente a Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital Garcia de Orta venceu a 10ª edição do Prémio Boas Práticas em Saúde, atribuído pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, em associação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Administração Central do Sistema de Saúde. Dia 15 de maio se saberá se o centro Hospitalar traz para Portugal o Quality Improvement Award 2018.
DOCENTES VISITAM SECIL, MOINHO DE MARÉ DA MOURISCA E PORTO DE SETÚBAL
32º Encontro Nacional traz professores de geografia a Setúbal de 4 a 6 de abril As atividades económicas, a inclusão na área metropolitana de Lisboa e o valioso património natural e humano foram fatores decisivos para a escolha de Setúbal para o XXXII Encontro Nacional de Professores de Geografia. O evento reúne 180 pessoas na capital de distrito.
TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
S
ob o lema “Entre a Península e o Mundo – Geografia, Viagens e Ordena-
mento” a Associação de Professores de Geografia, presidida por Emília Sande Lemos, escolheu a «hospitaleira» Setúbal para realizar o seu 32º Encontro Nacional que passará pela escola básica e secundária Lima de Freitas, Porto de Setúbal, Secil, The Navigator Company e Moinho de Maré da Mourisca. Sendo uma região «aberta e hospitaleira, voltada para mundo através do turismo, das atividades económicas, da sua inclusão na Área Metropolitana de Lisboa, e reconhecendo
o seu valioso património natural e humano» fazia todo o sentido que o encontro nacional deste ano se realizasse em Setúbal. A afirmação é da presidente da Associação de Professores de Geografia, Emília Sande Lemos, que espera, com este encontro dias 4,5 e 6 de abril, motivar os mais de 180 participantes a conhecer a região da Arrábida e a promovê-la posteriormente junto de alunos e familiares. A sessão de abertura das jornadas de trabalho, agendada para dia 4 às 09h30, contará
com intervenções do secretário de Estado da Educação, João Costa, da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, e da presidente da Associação de Professores de Geografia Emília Lemos. Para o último dia do encontro está agendado o colóquio «Da Península para o Mundo», com intervenções de representantes da Câmara Municipal de Setúbal, da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, da Autoeuropa, da The Navigator Company e da Lisnave. O XXXII
Encontro Nacional de Professores de Geografia termina com uma visita pelo património e paisagem com passagens pelo Porto de Setúbal, Secil, The Navigator Company e Moinho de Maré da Mourisca. Apesar de Emília Sande Lemos ser a principal visada na iniciativa, enquanto presidente da Associação, a comissão organizadora conta com os contributos de todos os membros da direção, particularmente Ana Cristina Câmara, vice-presidente, e a setubalense Rute Sousa.
2018 | 31 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 3
SOCIEDADE
MAIS DE 600 PESSOAS RECORRERAM AOS SERVIÇOS DA APAV NA REGIÃO EM 2017
Associação de Apoio à Vítima confirma que 82% das vítimas são mulheres Em Setúbal foram 154 os processos de pedido de apoio a dar entrada nos serviços da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima em 2017. Relativamente ao ano anterior houve menos 39 processos registados e as mulheres continuam a ser as vítimas mais comuns. TEXTO ROBERTO DORES IMAGEM SM
O
s pedidos de ajuda à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) baixaram no distrito de Setúbal de 651 em 2016 para 612 no ano passado, representando a região 6.62% do total de crimes e outras formas de violência no país. Porém, a capital de distrito continua a registar um significativo número de processos de apoio, tendo chegado aos 154. Segundo os dados revelados no relatório anual que a associação apresentou - e no que diz respeito aos crimes e outras
formas de violência - os crimes contra as pessoas apresentam-se com uma dimensão na ordem dos 95% face ao total, com grande destaque para os crimes de violência doméstica (75,7%). Já nas restantes dimensões criminais, sobressaem os crimes patrimoniais e as outras formas de violência, como é o caso de bullying. Por concelhos, além dos 154 registos participados em Setúbal, é Almada que exibe o segundo lugar desta lista, com 121 vítimas apoiadas pela APAV, enquanto o Seixal chegou às 83. Palmela (70) também apresenta uma clara subida, ao passo que Barreiro e Moita se fixaram ambos
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nos 45 registos. Segue-se Montijo (38), Sesimbra (30), Alcochete (9), Sines (6), Santiago do Cacém (5) e Grândola (2). De acordo com o presidente da APAV, João Lázaro, 82,5% das vítimas são mulheres, com uma média de 42 anos de idade, enquanto o estado civil destas vítimas dividia-se sobretudo entre as vítimas casadas (28,2%) e as solteiras (23,1%) e pertenciam a um tipo de família nuclear com filhos (33,4%). O relatório a que o SemMais teve acesso indica que, em termos académicos e profissionais, o ensino superior apresentou-se como o grau de ensino mais referenciado (8,4%) e mais de 30% das
vítimas encontravam-se profissionalmente ativas. Ainda segundo a análise efetuada aos dados da APAV é possível confirmar a existência de um número superior de autores de crime, face ao número de vítimas, dos quais «mais de 80% eram do sexo masculino e tinham idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos (23,3%).» Cerca de 30% eram casados e possuíam uma ocupação profissional (32,1%). O tipo de vitimação continuada foi o mais registado em 2017, representando 75% dos casos. Os locais do crime mais referenciados foram a residência comum, a residência da vítima e a via pública.
Em cerca de 46% das situações foi formalizada queixa ou denúncia junto das entidades policiais. Aumento da resposta de proximidade Já quanto aos processos relacionados com a resposta de proximidade, o distrito de Setúbal seguiu a tendência da subida nacional com um total de
473 registos, traduzindo mais 74 processos face aos 399 de 2016. A região manteve a quarta posição entre os distritos portugueses, apenas atrás de Lisboa, Porto e Coimbra. Os dados estatísticos dizem respeito aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e ‘online’, no ano transato, pelos serviços de proximidade da APAV.
Fado boémio e vadio em série espanhola dá visibilidade a Piedade Fernandes
A
fadista, atriz e professora de Educação Visual, Piedade Fernandes, admite que a inclusão do tema “Fado Boémio e Vadio”, na banda sonora do novo sucesso da Netflix, “A Casa de Papel”, lhe trouxe «novamente visibilidade e probabilidade de mais espetáculos». Piedade Fernandes, de 53 anos, ficou surpreendida com a inclusão do seu fado, lançado há 20 anos, no 5.º episódio da série espanhola de grande sucesso em todo o Mundo. «Tive conhecimento desta notícia por acaso, porque não tenho Netflix, e, é claro, que estou muito orgulhosa e emocionada por terem escolhido uma música portuguesa para fazer parte da banda sonora desta série espanhola de grande sucesso e que já vai na 2.ª temporada». Este “Fado Boémio e Vadio”, que faz parte do CD que a artista gravou em 1998 para uma editora belga, que já não existe, foi «uma ideia de Nuno Nazaré Fernandes, que gostou 4 | SEMMAIS | SÁBADO | 31 DE MARÇO | 2018
muito da minha voz e fez um trabalho inteiro para mim, onde ele compôs a maior parte das letras. Outras são de Henrique Amoroso e de Nuno Gomes dos Santos». Piedade Fernandes revela que já falou com um dos produtores da série “A Casa de Papel”, Alejandro Bazzano, via Facebook, que «gostou muito da música e da minha voz e sublinhou que aquele fado se adequava à cena, que é muito dramática. Não é um fado triste e acaba por suavizar um pouco a situação dramática». A fadista confessa que gostaria de gravar este CD
em Portugal. «O Nuno Nazaré Fernandes também mostrou interesse nisso, até porque o “Fado Boémio e Vadio” é apenas um dos 9 temas lindíssimos e perfeitamente atuais desse CD, que faz parte de uma plataforma online e que não foi editado em Portugal mas sim em França, Luxemburgo, Holanda e Bélgica». Piedade Fernandes, em termos artísticos, canta pontualmente em casas de fados de Lisboa e noutros espaços e integra o elenco da revista popular “Ó Zé Bate o Pé“, produzido pelo ator Luís Aleluia, que anda em tournée pelo país.
SOCIEDADE
ÁRVORE EUROPEIA DE 2018 JÁ INTEGRA ROTEIROS ENOTURÍSTICOS
Distinção ao Sobreiro de Palmela reconhece trabalho de valorização patrimonial O Sobreiro Assobiador ganhou o concurso europeu e é a árvore do ano de 2018. Álvaro Amaro, edil de Palmela, admite que o prémio é um reconhecimento do trabalho autárquico de promoção, valorização e proteção, daquele espécime. A entrega do troféu acontece em abril. TEXTO ELOISA SILVA IMAGEM SM
O
sobreiro português «Assobiador» de Águas de Moura, concelho de Palmela, foi eleito, de entre outras 12 espécies de distintos países, Árvore Europeia de 2018. Um reconhecimento de 26.600 pessoas que nele votaram, e que é «importante para a floresta portuguesa e para o sobreiro, que é o nosso símbolo», admite Nuno Calado, secretário-geral da União da Floresta Mediterrânea (UNAC). Foi, precisamente, a convite deste organismo que a autarquia de Palmela
aceitou participar no concurso europeu que acabou por dar a vitória a este «exemplar classificado de interesse público, que representa bem o país, esta zona mediterrânica e este espécime único», realça Álvaro Amaro, presidente
da câmara de Palmela. O autarca orgulha-se da conquista, que deverá chegar em forma de troféu de madeira no início de abril, e do «investimento» feito pela autarquia, desde há ano e meio a esta parte, «na
Câmara de Setúbal devolve valor da Taxa de Proteção Civil
promoção, valorização e proteção, daquele espécime e do espaço onde se insere». Esclarece Álvaro Amaro que, «além de nos honrar muito, esta distinção responsabiliza-nos para o futuro», adiantando que já há interesse de «empresas, agentes, operadores e adegas em incluir a ida ao sobreiro como ponto obrigatório dos seus roteiros de provas e eventos de vinho, por exemplo». Atualmente são centenas as pessoas que visitam o lugar do sobreiro, devidamente identificado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, pelo Serviço de Proteção da Natureza da GNR e pela autarquia,
que há um ano reforçou a sinalética nas nacionais 5 e 10 a «apresentar o sobreiro monumental», e o interesse dos portugueses só é superado pelos nórdicos e asiáticos que, garante o autarca, «fotografam muito e fazem muitas perguntas sobre a preservação da árvore». O espaço de proteção ao sobreiro «Assobiador» tinha sido requalificado antes «de ser pensada esta participação no concurso», com um «enquadramento paisagístico, um deck, um banco de descanso e um ginásio de ar livre» que agora, segundo Álvaro Amaro, faz ainda mais sentido preservar e respeitar». Enquanto os mais idosos
«guardam as histórias de vida», partilhadas com o sobreiro de 234 anos, os mais novos querem, agora, começar a criar as suas próprias histórias à sombra das pernadas do mais velho sobreiro do mundo. Nesse sentido, está agendado há vários meses, um picnic tradicional pelo grupo de teatro TELA que poderá ser a ocasião perfeita para acolher a cerimónia de entrega do troféu pela UNAC à Câmara de Palmela. O Troféu e a respetiva placa que identifica o Sobreiro Assobiador como Árvore Europeia 2018 ficarão em Palmela durante um ano, até que seja eleita um nova vencedora.
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TEXTO ELOISA SILVA IMAGEM SM
A
Câmara Municipal de Setúbal vai iniciar o processo de devolução dos valores pagos pelos contribuintes, ao longo de cerca de cinco anos, da Taxa Municipal de Proteção Civil. Nos próximos meses «serão apresentados planos de pagamento/ devolução a cada um dos contribuintes a quem foi cobrada a taxa, especialmente aos 7216 a quem foram cobrados valores até mil euros ao longo do período de vigência da taxa», assume a autarquia. A devolução aos restantes 185 contribuintes a quem foi cobrada será objeto de tratamento diferenciado em face dos valores a devolver a cada um deles. Em nota informativa a autarquia Sadina realça que «ao
contrário do que aconteceu noutras situações, este tributo foi cobrado em Setúbal apenas a 7401 contribuintes, num universo de 57 mil consumidores de água (a taxa era cobrada na fatura da água) e de uma população de 123 mil habitantes
do concelho». Como se pode ler no documento «nos 7401 contribuintes referidos, nem todos pagaram a contribuição, registando-se um número de 3180 clientes com dívidas» referentes à Taxa Municipal de Proteção Civil. 2018 | 31 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 5
LOCAL
SETÚBAL
Mercado Quinhentista no Forte de São Filipe SESIMBRA
Maria Cunha eleita presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Jovens Fomentar a participação dos jovens na vida da comunidade em que estão inseridos é o objetivo do projeto Assembleia Municipal de Jovens de Sesimbra que já vai na 15ª edição. A iniciativa abrange alunos e professores das escolas básicas e secundárias do concelho.
I
Começou ontem e decorre ao final do dia de domingo uma das maiores atrações de época do ano em Setúbal. O Mercado Quinhentista, no Forte de São Filipe, junta no mesmo espaço músicos, dançarinos, malabaristas e espadachins, aves de rapina e atividades intemporais que farão a delícia dos visitantes que dispõem, ainda, de stands de venda de comida e bebida ao jeito dos dias de hoje. O certame temático, organizado pela Alius Vetus, Associação Cultural História e Património, em parceria com a Câmara de Setúbal, inclui exposições temáticas, nomeadamente de ferramentas e utensílios rurais, de instrumentos musicais medievais, de caligrafia e iluminura da época, bem como uma mostra de armas e de jogos de tabuleiro típicos do século XVI. A entrada para o Mercado Quinhentista tem um custo de 2 euros e as portas abrem às 15h00.
MONTIJO
nserido na 15ª edição da Assembleia Municipal de Jovens de Sesimbra, realizou-se esta semana a eleição do presidente e respetivos secretários depois de uma visita ao Parque da Várzea, ao Santuário do Cabo Espichel e ao Museu do Mar. Maria Cunha, da escola Básica Integrada da Quinta do Conde, foi escolhida pelos jovens deputados para liderar os trabalhos enquanto Viviane Gamas, da escola Secundária de Sampaio, e Tomás Costa, da escola Navegador Rodrigues Soromenho, foram os escolhidos para primeiro e segundo secretários. «Património, Cultura, Futuro - A Noss@ Identidade Cultural, no âmbito das celebrações do Ano Europeu do Património Cultural, é o tema da edição de 2018 deste projeto da Assembleia Municipal de Sesimbra que terá o seu ponto alto no dia 28 de abril, dia em que decorre, pelas 15h00, a sessão da Assembleia de jovens, no Castelo de Sesimbra. Fomentar a participação consciente e responsável das novas gerações na vida da sociedade em que estão
inseridas, reforçando o espírito de cidadania e contribuindo para a sua formação através do desenvolvimento da personalidade e do carácter, são as bases deste projeto, que já decorre desde 2006, e que envolve 50 alunos do 3º ciclo ensino básico do concelho. Este ano, além de tratar o tema sugerido pela Assembleia Municipal de Sesimbra os alunos e os professores das escolas básica integrada da Quinta do Conde, básica 2/3 Michel Giacometti, básica integrada da Boa Água, secundária de Sampaio e 2/3 Navegador Rodrigues Soromenho foram desafiados pela AMARSUL a promover a reciclagem em meio escolar e em casa. Até maio a comunidade educativa deverá recolher o máximo de resíduos, seja plástico, papel ou cartão, e segundo a AMARSUL, «por cada tonelada de resíduos irão receber um apoio para a escola investir onde considerar importante». A iniciativa designa-se «Património – sim, Lixo – não!» e é promovida pela AMARSUL, no âmbito da parceria estabelecida com o órgão deliberativo.
SINES
SANTIAGO DO CACÉM
GRÂNDOLA
A Câmara Municipal de Sines, através do Museu de Sines, abriu inscrições para a participação dos jovens e da comunidade em geral nos trabalhos arqueológicos que estão a decorrer no âmbito do projeto de recuperação e musealização das fábricas romanas junto ao Castelo. A atividade está a decorrer até dia 6 e é aberta a cidadãos maiores de 13 anos. As inscrições foram «bastante concorridas» e, diariamente, muitos são os curiosos que acompanham as escavações, tratamento e desenho arqueológico. As fábricas romanas do Largo João de Deus, a nascente do Castelo de Sines, vão ser recuperadas e musealizadas, em virtude da aprovação de uma candidatura da autarquia ao programa Alentejo 2020, num investimento de 170 mil euros, cofinanciado em 85%. À autarquia caberá garantir o montante de 25 500 euros.
Milhares de pessoas assistiram ao procedimento de abertura da Lagoa de Santo André ao mar, fundamental do ponto de vista ambiental para renovação de água e espécies piscícolas. A iniciativa contou com as presenças do Presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, do vereador, Albano Pereira, do Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho e de responsáveis da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A abertura da Lagoa de Santo André é feita todos os anos, em data próxima do equinócio da primavera, em que há uma maior amplitude de marés, numa fase anterior à nidificação das aves aquáticas, num processo que visa a renovação da água, a limpeza e lavagem do seu fundo, e a entrada de algumas espécies piscícolas fundamentais para a economia local. A Lagoa vai permanecer aberta ao mar durante um mês.
O Executivo Municipal, liderado por António Figueira Mendes, iniciou a semana passada nas freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, a ronda de visitas pelo concelho no âmbito da iniciativa “Ao Encontro das Populações”. Estas deslocações permitem ao executivo tomar contacto diretos com obras em curso e necessidades prementes das populações. Já esta semana a iniciativa abrangeu a freguesia de Melides e durante as próximas semanas a comitiva visitará todas as freguesias do concelho alentejano. Segundo o autarca local, esta é um exemplo de uma política de proximidade e de gestão autárquica que é defendida pelo executivo. O desenvolvimento do concelho e a melhoria da qualidade de vida dos munícipes são aspirações defendidas por António Mendes em mais este mandato no qual dá seguimento a esta iniciativa.
População participa nos trabalhos arqueológicos das fábricas romanas
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Lagoa de Santo André abriu ao mar para renovação do sistema lagunar
Transferência de competências no valor de 663.978 euros A câmara municipal aprovou, com os votos a favor do PS e da CDU e o voto contra do PSD, os acordos de delegação de competências nas juntas. Os novos acordos preveem um aumento da descentralização de competências para as freguesias, aumentando os recursos humanos e financeiros disponíveis, e resultam de um processo negocial entre a câmara e os presidentes das juntas, que culminou num «amplo consenso entre todas as partes envolvidas». A câmara vai transferir diretamente para as freguesias uma verba no valor total de 663.978.47 euros. A Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes e a União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro assumem novas competências na manutenção dos espaços envolventes aos pré-escolares e escolas do 1.º ciclo de ensino básico, em Sarilhos Grandes, e a limpeza da via pública no Afonsoeiro, no Montijo/Afonsoeiro
Ao encontro das Populações permite apurar necessidades
LOCAL
SEIXAL
ALCÁCER DO SAL
O Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, visitou esta semana locais identificados com passivos ambientais e que precisam de intervenção. Foi visitada a área envolvente da Siderurgia, onde é necessária a descontaminação dos solos e de resolução dos problemas de qualidade do ar e ruído da atividade industrial. Sobre a visita ao local, o edil Joaquim Santos referiu que «a CCDR-LVT vai avaliar a possibilidade de instalar mais uma estação de medição de qualidade do ar». Já Carlos Martins, afirmou que com a instalação desta estação «podemos tranquilizar aqueles que vivem nas imediações da Siderurgia». O governante afirmou que «estamos interessados na resolução dos problemas ambientais e estamos muito satisfeitos com este trabalho conjunto com o município onde as relações têm sido muito positivas».
Os 21 kits de higiene pessoal resultantes da campanha “É Tempo de Ajudar” foram entregues dia 27, pelos serviços do município aos idosos mais carenciados, de acordo com um levantamento realizado pelas entidades que intervêm na proteção social no âmbito do território alcacerense. Os diversos produtos dos kits, tais como gel de banho, champô, pasta de dentes e óleo de amêndoas doces, foram angariados no âmbito de uma campanha solidária realizada de 24 a 26 de novembro de 2017, à porta do supermercado Intermarché de Alcácer, numa parceria entre o município, a Coração Delta e este hipermercado. A ação contou também com a participação dos alunos e professores da Universidade Sénior e do Atlético Clube e pretendeu recolher produtos de higiene pessoal para ir ao encontro das carências dos idosos.
ALCOCHETE
MOITA
O Clube Taurino, em parceria com o centro de investigação educativo Camp In Reggia Emilia procede, este sábado, à Queima do Judas e à recriação da tradição dos “Bate-folhas”. O Judas é representado por um boneco feito ao tamanho natural, com roupas velhas, com palha e jornal que no passado era pendurado em várias ruas da vila e posteriormente queimado, de acordo com a tradição cristã e em substituição dos rituais pagãos do fim do inverno. Na vila, para assinalar a “morte de Judas” e consequentemente a ressurreição de Cristo, grupos de miúdos dos vários “bairros” da vila, dias antes, juntavam-se para acumular velhas latas e latões, que ardilosamente atavam uns nos outros, terminando numa zona de “pegas” para ser transportado pelas ruas, em que uns puxavam, outros batiam com paus, num barulho ensurdecedor que agitava toda a vila, até que acabasse o fôlego.
Na sequência de candidatura ao Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Elétrica, designadamente à medida Setor Público – Iluminação Pública com LED, gerida pela EDD, foi aprovado o financiamento para uma intervenção que visa a substituição de luminárias vapor de sódio e vapor de mercúrio por luminárias de tecnologia LED, num total de 1463 lâmpadas, candidatura que representa um investimento total de mais de 265 500 euros, dos quais o município vai suportar um total de 144 000 euros. Com o PPEC, a Câmara irá obter um financiamento na ordem dos 46 por cento do custo das luminárias de tecnologia LED, traduzindo-se numa vantagem significativa em termos económico-financeiros. Esta medida irá permitir uma redução bastante significativa nos custos de energia e tornar a iluminação mais eficiente.
PALMELA
BARREIRO
Os trabalhos da quarta e última fase da requalificação da rua Serpa Pinto, no centro histórico, arrancaram esta semana. O trânsito ficará condicionado naquela rua, em toda a sua extensão. A empreitada, que pretende melhorar o conforto e a segurança de quem circula no centro histórico, qualificar o espaço público e reforçar a qualidade de vida nesta zona da vila, vem dar continuidade ao trabalho já realizado pelo município de repavimentação e renovação das infraestruturas das ruas Jaime Afreixo, Hermenegildo Capelo, Heliodoro Salgado e troços das ruas Serpa Pinto, 31 de Janeiro e Augusto Cardoso. No sentido de dar continuidade aos trabalhos de renovação das redes públicas de água e saneamento, o abastecimento de água poderá ser temporariamente interrompido.
Num processo que para Frederico Rosa representa «o ponto mais alto da sua atividade política, desde que tomou posse como presidente da câmara», está resolvida a questão dos 70 funcionários do estaleiro «que trabalhavam em condições desumanas no edifício da Nicola». Os serviços vão ser relocalizados, «até ao final do primeiro trimestre de 2018», para um edifício «mais pequeno, mas com mais espaço útil», propriedade do Lild. A proposta de relocalização de serviços recebeu o cartão amarelo da oposição, que se absteve na votação, mas é «o concretizar de um sonho que eu tinha desde o primeiro dia: resolver uma situação que era provisória há mais de 40 anos», vinca. A renda do novo edifício custa 8.900 euros/mês, «um valor razoável», considerando que «para requalificar o espaço da Nicola precisaríamos de 4 milhões de euros».
Município mostra problemas ambientais a governante
ALMADA
Caldeirada à Pescador atrai milhares de pessoas à Costa
Pelo décimo quarto ano consecutivo, milhares de pessoas estão a visitar a bonita cidade de Costa de Caparica para provar as deliciosas caldeiradas que ali se fazem, com os produtos frescos da zona, e para disfrutar das excelentes praias e soberbas paisagens.
A
14.ª edição do concurso da Caldeirada à Pescador termina este domingo em catorze restaurantes da cidade ribeirinha de Costa de Caparica. Durante todo o presente mês de março, ao almoço de sábado e domingo, os visitantes estão a ter a oportunidade de experimentar a caldeirada a concurso, um prato que utiliza peixe fresco e produtos hortícolas locais. Caldeirada de peixe e marisco de Portugal. Muito apreciado no litoral do país, este prato, com muito caldo, é preparado com batatas, cebolas, pimentos, peixes e mariscos Organizado pela Junta de Freguesia da Costa de Caparica, este concurso gastronómico pretende avaliar a melhor caldeirada da região, eleita por um digníssimo júri que visitará os restaurantes de forma aleatória para apreciar e votar nos melhores pitéus. O concurso gastronómico pretende divulgar este prato típico e homenagear o trabalho dos homens do mar e da terra da Costa de Caparica porque a caldeirada não se faz só de bom peixe mas também da qualidade dos produtos agrícolas na região, nomeadamente tomate, pimento, batata e cebola, únicos devido às características das terras da Costa de Caparica que beneficiam da proximidade marítima. O Hélio, Só Grelhados, O Cabana do Pescador, A Transmontana, Café Camping, Bandeira Azul, BBQ – Assador, Tarquínio, Atlântico, Ohhh TC!!!, O Companheiro, O Camões, Praia do Castelo e Borda D´água são os restaurantes aderentes ao evento gastronómico deste ano e que se repete anualmente. No âmbito deste afamado concurso, que atrais milhares de pessoas à Costa de Caparica, serão avaliados a “Melhor Caldeirada”, “Melhor Sobremesa” e “Melhor Serviço”.
Clube taurino recria tradição dos ‘bate-folhas’
Última fase da requalificação da Serpa Pinto já arrancou
Idosos carenciados recebem kits de higiene
Município aposta em iluminação LED
Estaleiro da câmara sai do edifício da Nicola no início de 2018
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ENTREVISTA
ENTREVISTA EXCLUSIVA AO PRESIDENTE DA CÂMARA DO BARREIRO, FREDERICO ROSA
«Temos que desconstruir alguns mitos sobre o Barreiro e fazer obra já» O presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, apresenta nesta entrevista de balanço, ideias muito concretas sobre o que pretende para o concelho. Para já desfazer mitos, acorrer ás urgências de um património desqualificado, e impor uma administração mais eficiente e amiga dos munícipes. E promete colocar sempre os interesses do Barreiro à frente de tudo e de todos. TEXTO RAUL TAVARES
O gestor e uma equipa com pensamento crítico
IMAGEM SM
Que balanço faz desde que pegou o leme da autarquia? É positivo. Há sempre surpresas, mas no geral sabíamos o que iríamos encontrar e estivemos sempre bem preparados. Há uma expressão da Inês de Medeiros que gosto muito “não se vira um petroleiro com guinadas”. Vejo isso dessa forma.
Frederico Rosa é um gestor. É assim que gosta de ser entendido. Sem grande ativismo partidário, embora militante do PS, fez germinar há quatro anos atrás um movimento ganhador. «Sou apaixonado pela minha terra e para ajudar a alterar o rumo que o concelho estava a levar tinha duas hipóteses: ou ia para as redes sociais ou fazia este caminho», afirma. E assim foi, sempre «com a convicção de que podia ganhar», e com o contributo de gente que nem estava ligada à vida partidária e com pensamento critico. «Não quero ser injusto, mas há três pessoas e uma quarta que simbolizam esta caminhada. Gabriela Guerreiro (hoje presidente da União de Freguesias do Barreiro e Lavradio), Rui Braga (vereador), Carlos Raposinho Santos (presidente da Junta de Alto Seixalinho, Santo André e Verderena), e João Pintassilgo, que simbolizam o esforço e a dedicação dos militantes do PS que sempre lutaram pelo concelho». Depois, a sintonia com o presidente da concelhia, André Pinotes e «trabalhar até cair para o lado».
É uma boa expressão, mas o que encontrou que o surpreendesse? Prefiro reafirmar que sabíamos o que iríamos encontrar e sobretudo que rota queríamos seguir, depois de conhecer os cantos à casa. A grande meta é colocarmos projetos a andar, alguns deles estavam na gaveta. E sempre quisemos passar por cima de eventuais surpresas, porque queremos fazer obra já! Normalmente o mandato de obra ocorre lá mais para o final. Há um certo eleitoralismo… Exatamente por isso, queremos um mandato diferente, com uma postura diferente, porque o Barreiro não está em condições de esperar. Portanto a nossa lógica de gestão é ‘pé no acelerador’ e fazer já. Que dossiers mais complexos podemos aduzir nessa análise? É sentirmos as necessidades de investimento urgente que o concelho tem. Recuperação de património e modernização administração transversal a toda a Câmara, nomeadamente no que toca a digitalização dos serviços, de procedimentos, eliminando o papel e tornando estas ferramentas ambientalmente amigas e mais eficientes. Deparou-se com essa desorganização orgânica… Não diria desorganização, mas está tudo muito baseado no suporte físico, com exceção do setor das águas. O que pretendemos é reestruturar esse fluxo de informação, desde a documentação que chega a mim, ao despacho subsequente e seguintes procedimentos em toda a escala camarária. É uma tarefa que não se vê, mas que é fundamental para prestarmos melhor serviço às populações. Qual é o número de trabalhadores do município? Estamos a falar de cerca de 800 funcionários, repartidos por vários edifícios, vários espaços e com tarefas que são prejudicadas pelo afastamento físico. A revolução que estamos a operar vai mudar isso. Pode estar em causa também a concentração de serviços? Também. É uma medida que estava no nosso programa. Penso que ainda este verão vamos entrar em obra em dois espaços, tendo em vista a melhoria das condições de trabalho e concentração de serviços. A ideia é aproximar, porque a proximidade é relevante para um melhor exercício de funções e da decisão administrativa e, mesmo, política. Por outro lado, procuramos mais eficiência e produtividade, evitando desperdício de tempo e de meios. É uma revolução que vai repercutir-se na relação dos barreirenses com a sua câmara. Está prevista alguma remodelação do edifício dos Paços do Concelho? Os Paços do Concelho não têm serviços de monta, nem capacidade para ter mais do que têm. Com o tempo, vai ser a sala nobre de receção do Barreiro. Se bem que estejamos a negociar com a Infraestruturas de Portugal (IP) a 8 | SEMMAIS | SÁBADO | 31 DE MARÇO | 2018
possibilidade de ficarmos com o armazém de víveres, do outro lado da Câmara, para ali ficar a casa da Assembleia Municipal, outro espaço nobre. Sei que não gosta muito de olhar para trás, mas alguns dos seus camaradas referem um Barreiro que parou no tempo… partilha desta tese? Há algumas pessoas que entendem que devia fazer o contrário, mas essa não é a minha postura política. O passado foi sufragado nas últimas eleições e os barreirenses disseram que não queriam mais esse passado. Mas não é verdade que um polidesportivo teve que ser encerrado e que há outros equipamentos num estado, digamos, complicado? Isso é verdade, tivemos que encerrar o polidesportivo da Avenida da Praia, na sequência de um levantamento feito pela União de Freguesias do Barreiro e da proteção civil, que assinalava perigos para quem ali fazia a sua prática desportiva, pelo que tivemos de agir de imediato, não podíamos fingir que nada acontecia. Não há mais casos… Há, por isso, sem o sentido de olhar para o que ficou do anterior executivo, estamos a fazer o levantamento e a afirmar que é preciso investir nesses equipamentos. Dou outro exemplo: na primeira semana tive um relato preocupante em relação a um estaleiro da Junta do Alto Seixalinho, Santo André e Verderena, que tem um depósito de água em perigo de ruir. Esta situação estava identificada há, pelo menos, dois anos. Pedi um relatório e logo que este confirmou o perigo, decidimos vedá-lo. Há coisas que não têm preço, e a vida humana está em primeiro lugar nessa escala. E depois de vedado vai ter que ser demolido. Outra situação preocupante a este nível é a do próprio estaleiro da Câmara que está num estado miserável. Qualquer barreirense que o visite deve sentir-se envergonhado. Não podemos exigir mais das pessoas que trabalham naquelas condições. O que vai fazer? Estamos a ver se encontramos alternativas de localiza-
ção. No dia que resolvermos este problema, os trabalhadores vão melhorar a sua capacidade de fazer mais e melhor e nós podemos aumentar a nossa capacidade de exigência. (Entretanto decorreu em sessão de assembleia municipal a aprovação da proposta de relocalização dos trabalhadores deste estaleiro, nos armazéns da Nicola, para um edifício propriedade do Lidl. Durante o primeiro trimestre de 2018 os cerca de 70 trabalhadores que estavam reféns de «condições desumanas, no espaço da Nicola, estarão num novo e condigno espaço que a autarquia vai alugar pelo valor de 8.900 euros). Já agora que fala nisso, o que tem sentido da parte dos trabalhadores com a mudança no executivo? Há um pouco de tudo. Pessoas que afirmam que a câmara era um ninho de víboras, é essa exatamente a expressão usada, e as que gostariam de ter visto sangue logo quando entramos. Presumo que não partilhe nenhuma dessas vontades? As coisas não se tratam assim e estamos a falar de pessoas, antes de serem trabalhadores. O que senti foi resistência por parte de algumas pessoas, e continuo a sentir. E também desconfiança de outras, que se mantém. Mas também sei que nem umas nem outras representam o universo dos trabalhadores da autarquia. Admito que muitos funcionários estivessem à espera de novos métodos de trabalho, porque as mudanças trazem isso, e que querem fazer mais e melhor, independente das suas convicções ou simpatias partidárias. Queria abrir uma nova frente de questões, perguntando porque é que a falada auditoria às contas ficou pelo caminho? Porque entendemos que seria muito onerosa e tivemos necessidade de fazer investimentos em relação a situações que não eram para já expectáveis, como já atrás referi, como as demolições dos equipamentos em perigo. É assim tanto dinheiro? Dezenas de milhar de euros, a rondar a centena.
ENTREVISTA Houve então um recuo… Não houve recuo, até porque a CDU se predispôs a aprovar a auditoria, mediante condições e o PSD queria-a muito. Simplesmente não fazia sentido avançar e não ter verba para a executar. Não era então uma auditoria de cariz político, com dúvidas sobre alegada má gestão… Nunca colocamos a questão nesse pé. Há auditorias que servem para nos ajudar a fazer melhor. Mas houve, há dúvidas… Não se coloca esse pressuposto. Até posso transitar muito dinheiro de um exercício para outro e deixar uma cidade carente de investimento. Quer dizer que tenho muito dinheiro em caixa, mas ele não está onde deve ser aplicado. E o inverso também é verdade.
Já fez saber que quer um ciclo de três mandatos. Fale-me das opções estratégicas… Isso dos três mandatos é porque ninguém faz milagres. Se alguém pensa que tenho uma varinha mágica está enganado. Tenho, e temos, é muito trabalho para apresentar. O turismo, por exemplo, está nos planos? Não sou apologista da mono-indústria, um concelho virado apenas para um setor. Temos que produzir um mix, onde o turismo é um dos clusters que queremos reforçar. Até porque estamos a 20 minutos de Lisboa, onde estão milhões de turistas. Queremos captar investimento nessa área e ganhar pequenos fluxos destes estrangeiros que chegam a Lisboa. Porque isso é alimentar os nossos restaurantes, o nosso comércio. E dar dinâmica à cidade. Eu sou suspeito porque acho o Barreiro a cidade mais linda do mundo.
É importante fazer essa pergunta… Pois é. Nós os que amamos esta cidade e vivemos aqui não temos dúvidas, mas os de fora tem uma perceção diferente. Os tais estigmas, a cidade cinzenta, não é? Ou mitos. Temos que os desconstruir. Primeiro é preciso desfazer a ideia de que o Barreiro é muito longe, quando estamos a 20 minutos da capital. Depois que é um concelho cinzento e com muito fumo. A verdade é que, como sabe, hoje já não temos nada disso. Mas também precisa de ter mais camas. Não há turismo sem esse tipo de oferta… A ideia é essa, nomeadamente nessas zonas, encontrar parceiros e modelos de negócio adequados, porque não temos vocação para construir hotéis nem geri-los. No fundamental, queremos gerar dinâmicas. É preciso ter a coragem de começar, a seguir surgirão oportunidades. Por exemplo, há um outro objetivo que perseguimos neste mandato que é reclamar para nós uma série de património há décadas sob a alçada de um conjunto de entidades muito diversificadas. Quer dar-nos um exemplo… Estamos a falar da antiga estação dos barcos da Infraestruturas de Portugal, do Palácio do Coimbra, mesmo no centro do Barreiro, que estava na CP. E, aqui mais perto, já falamos do armazém de víveres, mas também do dormitório que há-de ser uma oferta de camas que o Barreiro não tem. E também o antigo tribunal que está devoluto e queremos tomar posse dele, porque está na principal avenida da cidade, pelo que tem que passar a estar ao serviço das pessoas. Todo este património está no coração da cidade e tem um potencial tremendo. Há aqui também, se me permite, uma espécie de resgaste de identidade? É isso? O que eu sei é que o Barreiro precisa de se reinventar. Precisa de deixar de ser percecionado, como falamos lá atrás, como uma cidade poluída, cinzenta e distante. Aqui entra esse património que nos dá identidade e tem a sua história.
Terminal é mais uma âncora de desenvolvimento Onde podemos encaixar o novo terminal de contentores na estratégia deste executivo? Tenho uma expressão já com algum tempo. O terminal não pode ser a estratégia do Barreiro, deve encaixar-se na estratégia do Barreiro. Obviamente que é um reforço de grande dimensão para a nossa atividade portuária e pode vir a ser mais uma âncora do nosso desenvolvimento futuro. Não no sentido ou o terminal vem ou o Barreiro estagna, mas sim porque temos uma zona de rio com capacidade industrial. Mas levantou tantas dúvidas, incluindo do seu partido Pois, ainda estou por perceber porque é que se gastou dois a três anos a discutir uma solução que todos rejeitavam, que era a localização frente à avenida da praia… Entretanto, as linhas vermelhas já foram esbatidas… Sim. É certo que a nova localização não coloca em risco o corredor da futura terceira travessia do Tejo e não entra na zona urbana da cidade. Não posso deixar de fazer de ‘advogado do diabo’: o que é ganha o Barreiro com este terminal, a não ser mais impostos, presumo? As vantagens não estão só no terminal, mas em toda a indústria que pode vir por arrastamento. A logística e tecnologia, normalmente associada aos portos, que pode instalar-se nos territórios que temos disponíveis. Para além da criação de emprego, fixação e rejuvenescimento da população.
Em que ficamos presidente, o que encontrou em termos de gestão financeira da autarquia? Acho que a cidade precisa de investimento. E acho que é preciso equilíbrio porque não se faz investimento se não houver dinheiro. Herdei uma cidade que precisa disso, de investimento público e investimento privado, sendo que o primeiro alavanca a atração para o segundo. Houve um certo deixar andar, é isso – as palavras são minhas Foram opções políticas que foram tomadas e foram sufragadas na época. Agora a cidade quer um novo rumo. Nem quis continuidade, porque o anterior não se podia candidatar, mas o restante executivo foi a votos. Os barreirenses escolheram de forma inequívoca. Se não fosse assim, o PS não teria vindo do pior resultado a nível de votos em 2013, para a maior vitória de sempre.
Mas tem os seus estigmas… Sim, tem. Mas tem um grande potencial. Não tem ainda é capacidade de receber esses turistas. É por isso que um dos eixos do orçamento deste ano prevê investimentos na Quinta de Braancamp e na Caldeira Grande. Que projetos são esses? Visam acima de tudo, nesta fase, limpar e reordenar o território a nível paisagístico e colocá-lo em condições de receber mais investimento em cima dele. E zona ribeirinha, a antiga corticeira adquirida pela autarquia. Esse é o tipo de investimento que temos que fazer já. Estamos também a negociar com a IP para passar a antiga estação dos barcos para nossa posse, para a podermos concessionar com fins turísticos. Precisamos responder à pergunta “vamos ao Barreiro fazer o quê?”.
Por isso, tem referido que a cultura é outra das apostas do seu mandato… Claramente. Não é o chavão da indústria criativa, mas sim pegar nos artistas, associações e coletividades que tanta qualidade têm manifestado. Essa tem que ser uma marca do Barreiro, porque fazem coisas de muita qualidade. Mas são iniciativas desgarradas Há de tudo. Temos que indexar estes movimentos culturais à qualidade de vida que pretendemos na cidade e no concelho. O que sei é que temos a ambição e condições para que o Barreiro seja percecionado como uma cidade de cultura. Com eventos de grande dimensão? Já tivemos exemplos desses, como “Barreiro Rocks” ou o “Barreiro OutFest”, com reconhecimento nacional e internacional. São iniciativas que trazem muita gente, mas sobretudo valem pela qualidade das pessoas que estão por detrás. Queremos mais e fazer do Barreiro, porque não, um ‘lado B’ de Lisboa, mais alternativo, mas com identidade, com eventos que só aqui acontecem. Já falamos do turismo e da cultura, e a indústria? Não deixamos de ter vocação industrial e temos que saber atrair essas empresas da nova geração menos poluentes e mais amigas do ambiente. As da geração sexy, como agora se diz… As Startups, por exemplo. Queremos desenvolver espaços para que a geração mais formada do Barreiro possa permanecer aqui com os seus projetos empresariais e de inovação. Ocorre-me dizer que já é hora de a Câmara avançar com um novo Plano Diretor Municipal… É vital. O que temos é de 1994, com revisão em 2004/2005. Costumo dizer que não podemos viver numa cidade com um plano municipal dos anos 80. Infiro que vai mesmo avançar com a revisão do PDM Sim. Há muitos investimentos a fazer. E imperioso criar um modelo para os próximos dez anos, através do documento regulador do território. Estamos já a reunir instrumentos necessários para iniciarmos esse processo. 2018 | 31 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 9
POLÍTICA
AUTARCA INDEPENDENTE NÃO ACEITA O CONTRATO E FALA EM DISCRIMINAÇÃO
Delegação de competências no Seixal retira espaços verdes a Fernão Ferro e Corroios Junta de freguesia de Fernão Ferro reclama perda de capacidade financeira no processo de descentralização de competências. O presidente Carlos Reis diz que a câmara está a agir de má fé perante uma junta independente. Joaquim Santos, edil do Seixal, fala em igualdade e equidade. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
O
processo de delegação de competências, das Câmaras Municipais nas Juntas de Freguesia, está a decorrer em, praticamente, todos os municípios, mas no Seixal os valores «discriminatórios» anunciados para a junta presidida pelo independente Carlos Reis, que acusa o executivo da câmara de «reduzir competências e verbas para a freguesia de Fernão Ferro sem justificação ou aviso prévio», está a causar incómodo. Joaquim Santos, presidente da câmara, assume que «a autarquia aprovou o reforço das delegações de competências e das verbas em mais 14%» e que foi tido em conta um critério «baseado na população residente na área da freguesia, para distribuir 900.000€ pelas juntas por forma a garantir equidade e proporcionalidade entre todos os habitantes do concelho». Na última sessão da Assembleia Municipal do Seixal, que aconteceu nesta quarta feira, a delegação de competências para as quatro juntas de freguesia era um dos pontos da ordem de trabalhos, no entanto a votação acabou adiada
para terça feira, 3 de abril, devido ao tempo de duração da sessão. Carlos Reis explicou, num documento que apresentou na sessão, e que partilhou com o Semmais, que «a proposta de delegação de competências está recheada de má fé, numa descriminação absolutamente assustadora» considerando que não está prevista a atribuição de qualquer verba para mobiliário urbano, nem para limpeza dos espaços em redor do mercado, «quando atribuem às restantes autarquias 26 mil euros». Para a desmatação e limpeza de terrenos Fernão Ferro «não recebe nada», acusa Carlos Reis, enquanto que as outras juntas «recebem 80 mil euros». Para eventos, diz o ex-comunista que se apresentou às autárquicas de 2017 como independente, «Fernão Ferro recebe 30 mil euros e as restantes 90 mil cada», lamenta. O edil do Seixal não compreende a celeuma, considerando que a câmara decidiu que «a gestão e manutenção dos espaços verdes na área do município deve, neste mandato, ser assegurada exclusivamente por trabalhadores da câmara, pois teremos apenas um modelo de gestão e não cinco diferentes, como acon-
PS perde Fernando Costa, militante n.º 5
O
militante número cinco do PS, Fernando Antunes da Costa, um dos fundadores do partido e durante muitos anos dirigente distrital dos socialistas morreu no domingo passado, vitima de doença prolongada. A morte do ex-dirigente do PS, que foi presidente da concelhia de Santiago do Cacém, deixou os socialistas consternados. «É uma perda irreparável para o PS e para a democracia», disse ao Semmais Vitor Figueiredo, um conhecido socialista de Almada.
tece atualmente». Desta forma o autarca acredita que «a resposta aos munícipes vai ser melhor». Acrescenta Joaquim Santos que «esta é a única questão que difere do anterior mandato para Fernão Ferro». Corroios também «não ficará com a gestão dos espaços verdes no novo contrato de delegação de competências, o mesmo sucedendo no próximo ano em Amora e União de Freguesias». Facto que leva Joaquim Santos a rejeitar as acusações de discriminação. O presidente da junta de Fernão Ferro teme que, a concretizar-se este plano de transferências, haja «muitas pessoas em risco de perder o seu posto de trabalho, porque é na área de espaços verdes, que está a maioria dos nossos trabalhadores». Em suma, Carlos Reis não aceita que para Fernão Ferro seja «apresentada uma transferência de 24 mil e 500 euros contra os mais de 637.700 que se dividem pelas outras três juntas de freguesia». Sobre esta questão o edil do Seixal manifesta disponibilidade em «aceitar a mobilidade dos trabalhadores das juntas para a câmara, tal como já aconteceu nos últimos anos, onde mais de 40 trabalhadores vieram para a autarquia através deste modelo de
Carlos Reis Presidente da JF de Fernão Ferro
Joaquim Santos Presidente da CM do Seixal
mobilidade de outras entidades públicas». Assim, afiança, «fica afastada essa questão de possível perda de postos de trabalho». Durante a Assembleia Municipal da última quarta feira o presidente da câmara, Joaquim Santos, clarificou que as transferências, no valor total de 1.6 milhões de euros, «representam um acréscimo de 14%, em relação a anos anteriores admitindo que «comparativamente com a anterior delegação existe uma redução
para a junta de Fernão Ferro, pois estava «sobrevalorizada relativamente às demais», considerando o critério da densidade populacional. Assim, conclui o presidente da câmara, «não se trata de qualquer descriminação, antes um exercício anti descriminação e de igualdade e equidade». Carlos Reis discorda e dia 3 volta à sessão da Assembleia Municipal do Seixal para a votação do documento prometendo «defender a população e os trabalhadores», garante.
João Vasques Miguel é o novo coordenador Distrital da ANAFRE TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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Fernando Costa com João Soares
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Delegação Distrital de Setúbal da Associação Nacional de Freguesias tem novos órgãos sendo presidida, durante os próximos quatro anos, pelo presidente da Junta de Freguesia da Moita, João Manuel Vasques Miguel. Numa lista considerada «consensual» por todos os 55 autarcas que evidencia, segundo João Miguel, um «esforço de construção coletiva baseada numa realidade pluripartidária». João Miguel assume, assim, a posição anteriormente ocupada por Nuno Canta que, entretanto, foi eleito para
Eleição dos novos orgãos distritais da ANAFRE de Setúbal
dirigente nacional da associação de freguesias. A regionalização será uma das principais ações orientadoras do conselho diretivo para o próximo mandato durante o
qual Rui Canas, presidente da União de Freguesias de Setúbal, Anunciada, S. Julião e Santa Maria da Graça, presidirá à mesa da assembleia geral da Delegação.
DESPORTO
ALÉM DA ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS HAVERÁ UM SALUTAR CONVÍVIO ENTRE ATLETAS
Grupo Desportivo organiza I Gala Alfarim Awards para promover modalidades O Grupo Desportivo de Alfarim dá início, em abril, a uma tradição cuja finalidade é premiar desempenhos e, mais importante, valorizar modalidades. A I Gala Alfarim Awards é o momento ideal para mostrar que o clube é composto por várias modalidades, além do futebol. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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o ano em que celebra o 42º aniversário o Grupo Desportivo de Alfarim dá início a uma tradição com a qual pretende «valorizar todas as modalidades» existentes no clube, da freguesia do Castelo, no concelho de Sesimbra. A Gala Alfarim Awards realiza-se, pela primeira vez, dia 28 de abril e pretende juntar 350 pessoas entre treinadores, atletas, parceiros, patrocinadores, amigos e familiares de atletas numa cerimónia onde se reconhece «mérito e prestígio», mas onde «o mais importante», segundo o principal impulsionador da iniciativa, Vítor Cruz, é «conviver e restabelecer os laços que devem existir entre todos os atletas de
todas as modalidades». Enaltece Vítor Cruz que é «fundamental que toda a gente entenda que apesar de ter mais visibilidade, o futebol não é a nossa única bandeira desportiva». É essa abrangência que vai ser reforçada na I Gala GD Alfarim Awards que vai encher de «glamour» a quinta do Casal de Santa Filomena, no Meco, com a exigência de «traje de gala». Atrair mais desportistas e patrocinadores também poderá ser um reflexo deste evento que «deverá ser anual», admite o organizador que é, também, membro da direção do GD Alfarim. Durante a gala serão atribuídos mais de 30 prémios em categorias como treinador e atleta revelação; sócio; dedicação ou patrocinador. Além destes galardões, «todas as modalidades vão
estar em evidência e também os ex-atletas e particulares que contribuíram para o crescimento do clube vão ser homenageados», esclarece ao Semmais Vítor Cruz. Apesar de ser o impulsionador desta inovadora cerimónia, ao nível do desporto local no concelho de Sesimbra, Vítor Cruz afirma que «sem o envolvimento da direção do Alfarim, dos treinadores e dos atletas não seria possível concretizar o que idealizei». Por isso, o treinador do escalão de formação agradece o envolvimento de toda a comunidade neste evento e reforça que esta I Gala GD Alfarim Awards «não pretende evidenciar ninguém, em particular, mas sim honrar o clube num todo e promover o convívio entre todos os nossos atletas», frisa. A partir deste fim de semana, no site criado para o evento,
começarão a ser divulgados os nomes dos nomeados para cada categoria para que a votação decorra até à semana da cerimónia que está marcada para 28 de abril, no Meco.
Hélio Sousa na final do Europeu de sub-19
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seleção nacional de sub19 assegurou o apuramento para a fase final do campeonato da Europa que se disputa entre 16 e 29 de julho, na Finlândia. A formação comandada pelo setubalense Hélio Sousa goleou a Irlanda na última jornada do grupo 5 da Ronda de Elite e terminou a qualificação em primeiro lugar do grupo depois de ter vencido as partidas frente ao Kosovo e à Eslováquia, conquistando o pleno. Na anterior edição da prova, em 2017, disputada na Geórgia, Portugal perdeu na final, por 2-1, frente à Inglaterra, desperdiçando a oportunidade de se sagrar, pela primeira vez, campeão da Europa neste escalão. As seleções da Finlândia, anfitriã, e da Noruega, Itália, Ucrânia, França, Turquia e da Inglaterra (detentora do título de 2017) são as oito finalistas do Campeonato que serve também de qualificação para o Mundial de sub-20 de 2019, que tem a Polónia como país organizador. O sorteio da fase final realiza-se a 30 de maio, em Vaasa.
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NEGÓCIOS
Queijo, Pão e Vinho dá a provar iguarias tradicionais na Quinta do Anjo Com uma panóplia de atividades tradicionais, o Festival Queijo, Pão e Vinho espera atrair 18 mil pessoas. Este evento de referência proporciona um fim-de-semana diferente e único. TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM JF QUINTA DO ANJO
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0 produtores de pão, queijo, vinho, bolos, mel, entre outras iguarias, vão estar no 24.º Festival Queijo, Pão e Vinho, que decorre de 6 a 8 de abril, em Quinta do Anjo. O certame, com apoio do município superior a 4 mil euros, espera atrair 18 mil pessoas e terá entradas a 1 euro. A apresentação decorreu no dia 28, no Museu do Ovelheiro, localizado no recinto do festival. Luís Macheta, da ARCOLSA, deposita boas positivas em termos de visitantes, sobretudo no sábado, quando o espaço atinge o pico mais elevado de
entradas, e da forte adesão dos produtores. «Os expositores mostram-se sempre satisfeitos em participar neste evento e já temos grande lista de espera. Espero que as pessoas nos visitem para que tenham um contato com o mundo rural e as atividades tradicionais da freguesia». De acordo com o edil Álvaro Amaro, trata-se de um evento de «referência, com animais afáveis e ternurentos». Na sua ótica, o festival aposta em «produtos de excelência» para atrair, como é hábito, milhares de visitantes ao concelho. «O programa é excelente e proporciona um fim-de-semana fantástico», vinca.
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«Gostávamos de salvar a raça saloia» Luís Macheta explica que há interesse em salvar a ovelha de raça saloia, um animal que não é tão produtivo e que, por isso, «caiu em desuso». Para tal, é necessário apostar no «melhoramento dos animais, fazer a testagem e conseguir que acompanhem a produtividade dos animais exóticos e aumentar a sua rentabilidade, para que seja uma raça mais atrativa para os produtores».
«Evento familiar» «Este é, sem dúvida, um evento de família, com atividades para todos os gostos, uma experiência diferente e única que marca as pessoas porque ficam sempre com a vontade de aqui voltarem para conhecerem melhor o nosso território», sublinhou o edil. O autarca revelou que graças ao apoio anual do município, de 2 500 euros, a ARCOLSA tem levado ao Museu do Ovelheiro, um recurso educativo «muito importante», centenas de crianças, que dá «a conhecer as origens e tradições da terra». Já António Mestre, o presidente da Junta, fez
balanço «muito positivo» do Museu, em termos de visitas de alunos e de idosos. «Este museu, que foca várias atividades relacionadas com a ovelha saloia e a pastorícia, apela para uma atividade que não se deve perder e que deve ser preservada. É um projeto de salvaguarda da ovelha saloia, que está em vias de extinção e que marca e distingue esta freguesia». Além dos stands dos produtores e das tasquinhas, o festival aposta numa zona de comida saudável e no tradicional concurso do queijo de Azeitão. Há atividades para todos os gostos.
Alunos da ATEC em destaque no RoboParty em Guimarães TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM SM
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Academia de formação de Palmela, ATEC, esteve em evidência em Guimarães, onde decorreu a 12ª edição do RoboParty organizada pela Universidade do Minho, de onde os alunos Cláudio Lança, João Cravo e Tomás Duarte trouxeram o troféu de terceiro lugar da competição de robótica que juntou mais de 120 equipas nacionais. Neste evento, que dura três dias, os participantes, previamente inscritos pelas escolas, recebem uma formação inicial em eletrónica, programação de robôs, e construção mecânica, e são convidados a construir robôs móveis autónomos, pondo à prova os seus conhecimentos através do
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manuseamento e transformação de um «kit robótico desenvolvido pela botnroll.com e pela Universidade do Minho» que os formandos têm que montar. No decurso da «prova» os alunos são acompanhados por pessoas da organização do evento com conhecimento em construção e programação. Cláudio Lança, João Cravo e Tomás Duarte, formandos da ATEC do
curso de especialização tecnológica em Automação, Robótica e Controlo Industrial alcançaram o terceiro lugar do pódio na 12ª edição da competição de robótica RoboParty. A competição é um evento pedagógico que desafia os jovens a construir robôs móveis autónomos, pondo à prova os seus conhecimentos ao nível da eletrónica, programação de robôs e construção mecânica.
NEGÓCIOS
PRESSÃO PARA ACELERAR AEROPORTO NO MONTIJO
Comissão para renegociar contrato de concessão já foi constituída Processo de expansão do aeroporto de Lisboa para o Montijo deverá ver a luz do dia no final até ao final de 2018. O estudo de Impacte ambiental deverá estar em consulta pública em breve, resultado do trabalho da comissão que vai renegociar o contrato de concessão com a ANA.
IMAGEM SM
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estudo de impacto ambiental do futuro aeroporto do Montijo está quase pronto, podendo entrar em consulta pública em breve, sendo apontado como a solução que melhor responde à saturação que se verifica no Aeroporto de Lisboa, que atingiu em 2017 os quatro fatores de capacidade. A informação já terá sido formalmente comunicada pela ANA – Aeroportos de Portugal ao Governo. Posteriormente deverá ter lugar a declaração por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas só é esperada uma decisão do executivo no segundo semestre de 2018. É cada vez maior a pressão para que a infraestrutura aeroportuária complementar a Lisboa avance na Base Aérea do Montijo, tendo sido criada a comissão que vai renegociar o contrato de
concessão com a ANA, depois de terem sido batidos, em 2017, os quatro critérios para se avançar para um novo aeroporto, tendo passado pelo Aeroporto Humberto Delgado cerca de 26,7 milhões de passageiros entre 200 mil movimentos. O limiar de capacidade do aeroporto de Lisboa era de 22 milhões de passageiros e de 185 mil movimentos O aeroporto registou ainda o 30º dia de maior procura, acima dos 80 mil passageiros, e o 30º dia mais movimentado, com um número superior a 580 movimentos. Números que atestam a verificação dos fatores de capacidade e que dão luz verde ao desencadeamento do processo para o aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa através da instalação do aeroporto no Montijo, como, de resto, já em fevereiro tinha sido reclamado pela transportadora aérea Ryanair, exigindo que o Governo avance com a infraestru-
Amêijoa do Sado e Tejo vendida a 3 euros valia 12 em Espanha
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oneladas de amêijoas apanhadas ilegalmente nos estuários do Sado e do Tejo por grupos organizados, que as encaminham para Espanha, estão na origem de uma investigação à escala peninsular. A Polícia Marítima e as autoridades espanholas já identificaram 20 empresas, todas espanholas, que movimentavam os bivalves com recurso a documentação falsa. De acordo com a investigação, já foram apreendidas dez toneladas de amêijoa capturada no Sado e no Tejo, em controlos de fronteira, tendo sido apurado pelas autoridades que algum do marisco - do tipo amêijoa japónica - terá sido mesmo apanhado
tura complementar do Montijo ainda em 2019. A companhia aérea chegou mesmo a acusar a ANA Aeroportos de criar um monopólio em Lisboa e querer «aumentar as tarifas na Portela e no Porto», apelando ao Governo que convide «outros operadores de aeroportos na Europa a apostar no Montijo e, assim, estimular a concorrência entre a Portela e o Montijo».
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AO MELHOR MOSCATEL DO MUNDO. TÊM SIDO ANOS EXCELENTES PARA O MOSCATEL DE SETÚBAL. O Moscatel Roxo 2013 da Venâncio Costa Lima ganhou este ano o prémio de Melhor Moscatel do Mundo, no concurso Muscats Du Monde. Um prémio que também já tinha sido conquistado em 2011, com o Reserva 2006, e que se vem juntar às várias distinções que o Moscatel de Setúbal tem recebido nos últimos anos. Neste mesmo concurso, o Moscatel Roxo da Adega de Pegões ganhou no ano passado o prémio de melhor do mundo e, em 2009, a prestigiada revista americana Wine Advocate atribuiu 100 pontos Robert Parker ao Moscatel da José Maria da Fonseca de 1947.
Seja responsável. Beba com moderação.
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Mais do que razões suficientes para brindarmos a este sucesso.
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em zonas alegadamente contaminadas. Os bivalves eram cobrados pelos suspeitos a três euros o quilo aos intermediários que depois revendiam a empresários espanhóis por sete euros. A amêijoa era guardada em viveiros onde passava por depuradoras antes de ser introduzida no mercado espanhol a um preço nunca abaixo dos 12 euros o quilo. Esta investigação começou em 2015. 2018 | 31 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 13
ENTRE O GESTO E A PALAVRA
ATRIZ COMEMOROU 20 ANOS DE CARREIRA EM 2017
DAS COISAS NASCEM COISAS* JOSÉ TEÓFILO DUARTE DESIGNER | DIRECTOR DE ARTE
jtd@ddlx.pt
Carla Maciel no papel Nos papéis como actriz e no papel fotográfico Carla Maciel comemorou vinte anos de carreira em 2017. Esta exposição de fotografias de Estelle Valente, na Casa da Cultura de Setúbal, que termina este sábado, assinala o extraordinário tempo em actividade da actriz com uma interpretação/encenação para as fotografias batidas por Estelle Valente. Vamos ouvi-las, actriz e fotógrafa. INTERROGAÇÕES JOSÉ TEÓFILO DUARTE IMAGEM ESTELLE VALENTE
Há pessoas que mudam as coisas para melhor. Manuel Reis fez isso DIÁRIO DE BORDO | A VIDA TAL COMO ELA É
25. Março. Lisboa Em finais dos anos oirtenta do século passado, eu andava cá e lá, entre Setúbal e Lisboa. Sempre me senti bem assim. Usufruindo de tudo o que as urbes fornecem. Conheci o Manuel Reis por essa altura, quando comecei a dirigir graficamente a LER, convidado pelo António Mega Ferreira, que era o director revista revista. Fizemos uma apresentação no Frágil. O Fernando Luís Sampaio era da redação da LER e um dia fomos falar com o Manuel Reis para tratarmos da festa/ apresentação. Fez-se a festa e a partir daí fomos mantendo o contacto. Lembro-me do Manel na Rua da Atalaia: na loja que usou o nome da rua — Os móveis que ali expunha marcavam uma diferença — e no Frágil. Lembro-me de como mudou as nossas noites. De como as iluminou. O Manuel Reis era também um excelente cenógrafo. Um esteta no sentido solidário. Tudo o que idealizava e fazia era para repartir pelos outros, por quem queria viver num mundo de busca da beleza e do requinte. Ajudou muitos artistas emergentes. Mantenho na memória uma cenografia que ele fez para uma ópera. O José Couto Nogueira recordou-me, recentemente, que foi uma peça que levou para o palco e que foi encenada pelo João Perry. Não me lembro, mas as imagens criadas pelo Manel ficaram-me na memória. Lembro-me de quando foi mudar Santa Apolónia. Eu estava no gabinete de imagem da Expo’98 e fiquei de tratar do grafismo dos convites e roteiro para uma festa que assinala o fim da Expo e o princípio do Lux-Frágil. Fiz isso e passei a andar por lá sempre que a vontade de diversão me passava pela cabeça e pelo corpo. Foram muitas vezes. Muitas noites ganhas naquele lugar de culto na noite lisboeta, omnde nos cruzamos com os nomes maiores das artes performativas. John Malkovich era sócio empreendedor da casa. Mas foram Fernando Fernandes, josé Miranda e Leonaldo de Almeida, entre outros, que laboraram com Manuel Reis no terreno. É justo lembrar toda esta gente. Muitas vezes encontrava-me com ele na Loja da Atalaia. Muitas vezes tropeçámos no papa-açorda, e depois na Bica do Sapato, lugares de bom comer e de bem estar, aprimorados pelo seu conhecimento visual artístico. Mesmo quem só agora ouve falar de Manuel Reis, sem saber, deve-lhe muitos momentos de felicidade. Manuel Reis mudou Lisboa. Uma cidade cosmopolita e bem na vida do mundo. É destas cidades que eu gosto. É esta vida que me atrai. Uma cidade que está bem no mundo é um sítio que trata bem os seus e recebe bem quem vem de fora. Este fim deixa-me triste e nostálgico. Eu gostava muito do Manel. Muito obrigado, meu amigo. Lisboa deve-te muito. As nossas vidas também. Fizeste das nossas noites dias claros. *DAS COISAS NASCEM COISAS. FRASE DE BRUNO MUNARI
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Como surgiu a ideia deste projecto? ESTELLE VALENTE — O projecto nasceu há um ano. No início era algo muito pessoal para a Carla. Ela entrou em contacto comigo para eu a fotografar inspirada pela última sessão da Marylin Monroe. A ideia dessa sessão não era para ser divulgada, era para a Carla poder mostrar aos filhos, aos netos, daqui a muito anos . Para eles verem como ela era — para mais tarde recordar. Mas, algum tempo mais tarde, surgiu a ideia de fotografar a Carla mas desta vez inspirada em duas outras actrizes icónicas: Marlene Dietrich e a Greta Garbo. A proposta de exposição veio depois, como foi o caso do que agora acontece na Casa da Cultura de Setúbal. Ser fotografada assim, como modelo, sem ser em cena, foi uma situação nova para ti? Confortável? CARLA MACIEL — Representar uma fotografia foi um desafio para mim. Olhar uma imagem e perceber o que posso captar dela exige um outro olhar sobre o objecto diferente de um texto. Aqui procurou-se ver o que estaria por detrás daqueles rostos. Daquelas vidas. Daquele momento em que foi tirada a foto. Imaginar toda uma história. E sobretudo procurar a essência daquelas mulheres que também representaram papéis durante a sua existência. Procurei através da sugestão representar estas mulheres marcando sempre a minha autenticidade. Nunca esquecendo que é a Carla, actriz no papel de... Inspirada em... A fazer lembrar a.... Uma actriz cria personagens. Neste caso fotografaste a actriz que estava à tua frente, ou conviveste com as personagens criadas? ESTELLE VALENTE — Quando fotografo uma actriz confesso que nunca sei bem se estou a fotografar a pessoa em si, ou se é a personagem que ela está a criar naquele momento em frente a minha câmara. Aqui a Carla tinha que se inspirar nas actrizes icónicas, por isso tinhamos que voltar um pouco ao século passado, ao tempo delas. Mas mesmo assim, depois de tanta volta por tanta vida, tenho a sensação de que é Carla que fotografei. As actrizes que chamaste para o projecto são referências para ti, é claro. Como lidaste com estas representações? Durante a pesquisa fizeste descobertas sobre comportamentos? CARLA MACIEL — Sempre admirei estas actrizes. Foram sempre grandes referências para mim. É claro que fiz pesquisa e descobri que temos muito em comum. Marilyn saiu da sua cidade em busca de projectos mais ambiciosos para ser actriz. Garbo bastante discreta na sua vida pessoal, muito reservada. Dietrich começou na música e depois cantou em cabarés é só depois foi convidada para o cinema. Muito curioso quando tens heróis icónicos e depois percebes que têm algo em comum contigo.
Quem não gosta de ser recordado?
A memória de uma fotografia é a constatação de que vivemos realmente. A recordação serviu de impulso para esta aventura fotográfica, e despertou a curiosidade natural de quem começa a ser invadida por uma certa melancolia indefinida, própria de alguma maturidade. Da mesma forma que Marcel Proust ao saborear a madalena embebida no chá recuou a um tempo passado, também pretendo através de mulheres que foram ícones do século XX saborear a feminilidade e multiplicidade de identidades e assim poder deixar um testemunho para mais tarde recordar. Este impulso e vontade de permanecer na memória dos que mais amo, permitiram o encontro apaixonado, sincero e lúcido de uma actriz com uma fotógrafa. O papel da fotografia, tal como noutra arte, é provocar sensações no espectador. A intensidade das imagens e o esplendor da luz agem de forma desconcertante quando as observamos. Em Câmara Clara Roland Barthes refere que a fotografia é fazer, olhar e experimentar. Esta experimentação com o imaginário de uma actriz e o olhar sensível de uma fotógrafa permitiu o cruzamento de histórias que ambas projectaram para este álbum fotográfico. De uma forma poética e dramática nasce a motivação de procurar nestes rostos míticos, que ascendem ao inatingível, a verdadeira essência destas heroínas. E tal como nos romances as heroínas continuam a vaguear pelos nossos sonhos, também nestes retratos encontramos pequenos detalhes que nos perseguem misteriosamente. Da leitura de um pequeno movimento de lábios ou de uma ligeira inclinação de cabeça, descobrimos a beleza pura, despojada de máscaras, mostrando a vulnerabilidade daquilo que se chama vida. | Carla Maciel
CULTURA
RAIO
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MARIA MASCARENHAS
«Sonho com um espaço para a minha Companhia»
A atriz, diretora e encenadora da Companhia Mascarenhas-Martins, Maria Mascarenhas, 29 anos, signo Touro, tem como grande sonho um espaço próprio para a companhia montijense, criada há 3 anos.
ALMADA31MARÇO21H00 COMÉDIA ANIMA ALMADA TEATRO JOAQUIM BENITE
A comédia “A Noite da D. Luciana”, com texto de Copi e encenação de Ricardo Neves-Neves, conta a história de «uma atriz com tiques de diva, de um encenador pressionado pela proximidade da estreia e de um técnico com o dom de se desmultiplicar».
SESIMBRA31MARÇO16H00 TEMPORADA DE MÚSICA DO ESPICHEL
CAPELA DO ESPÍRITO SANTO DOS MAREANTES Não perca o concerto da soprano Carla Simões, acompanhada pelo harmónio de Armando Vidal, integrado na Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel.
Qual o seu maior vício? Ainda não sei.
POR ANTÓNIO LUÍS IMAGEM SM
Qual o seu maior sonho profissional? Um espaço para a Companhia Mascarenhas-Martins. E pessoal? Uma casa com jardim e um espaço para a Companhia Mascarenhas-Martins.
Qual o local que gostaria de conhecer e que ainda não visitou? Açores, Itália e a Lua.
Qual a sua maior virtude? Sou muito teimosa.
Um desejo para 2018? Um espaço para a Companhia Mascarenhas-Martins.
CENTRO DE ARTES
Quem é o homem mais sexy do Mundo? Rasteira. Não dá para destacar ninguém...
SEIXAL31MARÇO10H00-18H00 ANIMAÇÃO NA PÀSCOA PASSEIO RIBEIRINHO
Não perca o Mundet Mercadito na Baía, no renovado passeio ribeirinho, onde estão instaladas carrinhas de street food, artesanato, produtos biológicos, atividades de animação para crianças e uma aula de ioga.
ALCÁCER DO SAL31MARÇO22H BAILE DA PINHA
Melhor peça de teatro? Não é possível destacar uma. Melhor música de sempre? Também não.
Quem convidaria para um jantar a dois? Essa é fácil...
Hoje é o último dia para apreciar a exposição sobre o Lixo Marinho, da Associação Portuguesa de Lixo Marinho. Uma iniciativa no âmbito do programa de educação ambiental Bandeira Azul da Europa.
Qual o último filme que viu no cinema? “A Linha Fantasma”.
Cidade preferida? Não sei... Acho que gosto mais de vilas.
SINES31MARÇO14H30-20H00 LIXO DO MAR
Que livro anda a ler ou leu ultimamente? Biografia do Francisco Palha escrita pelo Levi. Ainda não saiu.
Complete: A minha vida é… Preenchida. O que não suporta no sexo oposto? O outro sexo não é oposto. Comida e bebida preferida? O que estiver à minha frente quando estou com uma certa larica.
E defeito? Sou muito teimosa. Como se chama o seu animal de estimação? Rosa. É um labrador. Não morde. O que levaria para uma ilha deserta? O MacGyver. Dia ou noite? Manhã. O que mais teme na vida? Ter um grande desgosto. A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém. O maior desgosto da sua vida? Ainda não aconteceu.
Mascarenhas-Martins estreia “O Medo de Existir”
CASEBRES
O tradicional Baile da Pinha volta a concretizar-se em Casebres, na sede do Grupo Desportivo 1.º de Dezembro. Terá animação musical do organista/ vocalista Bruno Marques.
PALMELA02ABRIL21H00 CONCERTO DA HYSO TEATRO S. JOÃO
A Hochstein Youth Symphony Orchestra, dos Estados Unidos, formada por alunos dos 7.º ao 12.º anos, apresenta peças contemporâneas, pequenos emsemble e concertos a solo para estudantes.
GANHE CONVITES PARA O TEATRO Temos para oferecer aos nossos leitores convites para o musical de Filipe La Feria “O Aladino”, que continua a fazer sucesso no palco do Politeama, e para a revista popular à portuguesa “Portugal em Revista”, em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa. Para se habilitar aos convites basta ligar 96 943 10 85 e solicitar os seus convites.
TEXTO ANTÓNIO LUIS IMAGEM SM
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Companhia Mascarenhas-Martins, do Montijo, estreia em maio, no Joaquim D´Almeida, “O Medo de Existir”, uma co-produção com o Cegada Grupo de Teatro, de Alverca. A peça irá estar em novembro no teatro Ildefonso Valério, em Alverca. O texto é de Maria Mascarenhas, que também encena, tendo tido como ponto “Utopia”, de Thomas More, e “Portugal Hoje: O Medo de Existir”, de José Gil. «A situação ficcional
proposta pela autora centra-se num personagem, Tomás, que, num futuro distópico, está preso por defender a existência de uma ilha na qual o funcionamento da sociedade é diferente do atual. Enquanto aguarda pela vinda da única testemunha que poderia confirmar que aquilo que defende é verdade, passa o seu tempo com os guardas prisionais, sendo visitado ocasionalmente pelas figuras de autoridade que ali o mantêm», revela o diretor Levi Martins. Os intérpretes são André Alves, Eurico Lopes, João Jacinto e Rui Dionísio. 2018 | 31 DE MARÇO | SÁBADO | SEMMAIS | 15
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UM FESTIVAL COM HISTÓRIA TEM QUEIJO, PÃO E ADEGA DE PALMELA.
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Seja responsável. Beba com moderação.
A companhia perfeita para as melhores iguarias da região
XXIV Edição do Festival Queijo, Pão e Vinho 6, 7 e 8 de abril S. Gonçalo, Quinta do Anjo, Palmela
Vinhos com história